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Dicas para OAB | Compilado com principais dicas Os temas abaixo SEMPRE aparecem na prova da 1ª fase. Direito do Trabalho 1) Isonomia salarial. ! Cabe ao empregado o ônus de provar que fazia as mesmas tarefas que o paradigma. Caberá ao empregador o ônus de provar qualquer fato que impeça a equiparação (que o paradigma produzia mais ou com maior perfeição; que a diferença de tempo na função era superior a dois anos; que o paradigma era readaptado pelo INSS; que havia quadro de carreira homologado junto ao MTE e com previsão de promoções alternadas, por antiguidade e merecimento; etc.) ! O paradigma e o equiparando devem trabalhar no mesmo município ou em municípios distintos da mesma região metropolitana. ! A diferença superior a dois anos que impede a equiparação é na função, e não na empresa. ! A terceirização ilícita não gera vínculo com o ente da administração pública, mas o terceirizado, se fizer os mesmos serviços dos empregados do ente público, terá direito às mesmas verbas que estes, em virtude do princípio da isonomia (OJ 383, SDI-1). ! Quando a ação em que se pede a equiparação é ajuizada, não precisa que o reclamante e o paradigma estejam trabalhando juntos e nem na mesma empresa, mas o pedido tem que ser referente a tempo passado, quando os dois trabalhavam juntos e faziam a mesma funçao. 2) Terceirização.

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Os temas abaixo SEMPRE aparecem na prova da 1ª fase. Aposto o meu nome como pelo menos umas quatro ou cinco questões estarão dentro das dicas abaixo.

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 Dicas para OAB | Compilado com principais dicas Os temas abaixo SEMPRE aparecem na prova da 1ª fase.

Direito do Trabalho

1) Isonomia salarial.

! Cabe ao empregado o ônus de provar que fazia as mesmas tarefas que o paradigma. Caberá ao empregador o ônus de provar qualquer fato que impeça a equiparação (que o paradigma produzia mais ou com maior perfeição; que a diferença de tempo na função era superior a dois anos; que o paradigma era readaptado pelo INSS; que havia quadro de carreira homologado junto ao MTE e com previsão de promoções alternadas, por antiguidade e merecimento; etc.)

! O paradigma e o equiparando devem trabalhar no mesmo município ou em municípios distintos da mesma região metropolitana.

! A diferença superior a dois anos que impede a equiparação é na função, e não na empresa.

! A terceirização ilícita não gera vínculo com o ente da administração pública, mas o terceirizado, se fizer os mesmos serviços dos empregados do ente público, terá direito às mesmas verbas que estes, em virtude do princípio da isonomia (OJ 383, SDI-1).

! Quando a ação em que se pede a equiparação é ajuizada, não precisa que o reclamante e o paradigma estejam trabalhando juntos e nem na mesma empresa, mas o pedido tem que ser referente a tempo passado, quando os dois trabalhavam juntos e faziam a mesma funçao.

2) Terceirização.

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! Se a terceirização for lícita, o vínculo não se forma com o tomador dos serviços, pois a empresa terceirizada é que é a empregadora do empregado.

! O tomador dos serviços, se for lícita a terceirização, não será o empregador, mas responderá de modo subsidiário por todas as parcelas que a empresa terceirizada deixar de pagar aos seus empregados, inclusive as multas, desde que tenha participado do processo e que tenha sido condenado na sentença.

! Na terceirização não pode: ! a) ser na atividade-fim (tem que ser na atividade-meio). ! b) haver pessoalidade, em relação ao terceirizado (a empresa

terceirizada manda o trabalhador que quiser, para prestar o serviço, o tomador não pode escolher quem ele quer).

! c) haver subordinação direta (o tomador dos serviços não pode dar ordem diretamente aos empregados da empresa terceirizada). ! Se qualquer dessas regras for descumprida, a

terceirização passa a ser inválida e o vínculo se forma diretamente com o tomador dos serviços.

! Se o tomador dos serviços for ente da administração pública (inclusive empresa pública e sociedade de economia mista – que são pessoas de direito privado), o vínculo não se forma com esse ente da administração, mesmo que seja terceirização ilícita (pois é necessária a aprovação em concurso público).

! A administração pública, se for a tomadora dos serviços, também responderá pelas verbas que o empregador (a empresa terceirizada) deixar de pagar, mas desde que provada a sua culpa in vigilando (falta de fiscalização) ou in eligendo, em relação ao pagamento, pela empresa terceirizada, das verbas devidas aos empregados.

3. Turnos de revezamento.

! Para ser considerado em turnos de revezamento, com jornada de seis horas, basta que o trabalho ocorra em dois turnos distintos, sendo um deles no período noturno (depois das 22h), ainda que parcialmente.

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! O fato de haver intervalo intrajornada ou de haver dia de repouso semanal não descaracteriza o trabalho em turnos de revezamento e nem a jornada de 6 horas.

! É válido, mas apenas por norma coletiva (CCT ou ACT) elevar para 8 horas diárias a jornada dos que trabalham em turnos de revezamento. Essas duas horas acrescidas serão pagas como horas normais, e não como horas extras.

4. Compensação de jornadas.

! A compensação pode ser semanal ou anual (banco de horas). ! A compensação anual (banco de horas) só pode ser ajustada por

negociação coletiva (ACT ou CCT). ! A compensação semanal pode ser ajustada em acordo

individual, se isso não for proibido pela norma coletiva. ! A compensação só valerá se o ajuste for expresso e por escrito.

Não vale o ajuste tácito e nem o verbal. ! No caso de empregados que trabalhem em atividade insalubre,

a compensação, além da negociação coletiva, precisa ser autorizada pelo MTE.

! Compensação significa trabalhar a mais em uns dias e, para compensar, trabalhar a menos em outros, de modo que a jornada semanal, na média, não ultrapasse as 44 horas normais.

! Nos dias em que o empregado trabalha a mais, não pode pode ultrapassar de 10 horas.

! A compensação deve ocorrer no período máximo de um ano. 5. Periculosidade e insalubridade.

! Indispensável a perícia técnica, a não ser que não seja possível (ex.: local de trabalho desativado), pois aí o juiz poderá se valer de qualquer meio de prova.

! Só haverá o direito ao recebimento do adicional a partir do momento em que a atividade desenvolvida for incluída nos quadros do ministério do trabalho. Por esse motivo, quem trabalha a céu aberto (exposto aos raios solares) ou em contato com lixo residencial ou de escritórios, mesmo que a perícia

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confirme que existe agressão à saúde, não terá direito ao adicional (OJs 4 e 173, da SDI-1, do TST).

! Apenas no caso de empregados cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, cuja atividade não está nos quadros do MTE, é que o TST reconhece o direito ao adicional de periculosidade, se trabalharem nas mesmas condições que os eletricistas (OJ 347, SDI-1).

! Se a petição inicial informar determinado agente insalubre, e a perícia constatar a presença de outro, isso não retira o direito ao adicional de insalubridade.

! Não basta o empregador fornecer o EPI que seria capaz de eliminar a agressão ao organismo, pois precisa fiscalizar o uso pelo empregado, caso contrário terá que pagar o adicional de qualquer jeito.

! Não é possível cumular os adicionais de insalubridade e periculosidade, ou é um ou é outro.

! Mesmo que a exposição ao perigo seja intermitente, o adicional de periculosidade sempre será de pelo menos 30% sobre o salário-base mensal. Não é válido, nem mesmo por norma coletiva, reduzir o percentual e nem ajustar o pagamento proporcional ao tempo de exposição.

! Mas se a exposição ao agente perigoso foi eventual ou por tempo muito curto (uns poucos segundos por dia), aí não haverá o direito ao adicional.

! A periculosidade sempre será de 30% sobre o salário-base; a insalubridade será de 10%, 20% ou 40% sobre o salário mínimo.

! Têm direito ao adicional de periculosidade: os que trabalham com eletricidade, inflamáveis, explosivos e com segurança patrimonial ou pessoal (vigilantes).

7. FGTS.

! O FGTS é de 8%, exceto no caso dos aprendizes, em que a lei prevê apenas 2%.

! O FGTS incide sobre as parcelas remuneratórias, inclusive as gorjetas. Mas também incide sobre o aviso prévio, ainda que indenizado (Súmula 305, do TST).

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! O FGTS tem que ser reclamado nos dois anos após o término do contrato (prescrição bienal). Respeitado esse prazo, o empregado pode reclamar o FGTS de até 30 anos atrás (prescrição trintenária).

! É obrigatório o recolhimento do FGTS no caso dos empregados (rurais e urbanos) e dos trabalhadores avulsos.

! O FGTS é facultativo (a empresa recolhe se quiser) no caso dos diretores de empresa que não sejam empregados.

! No caso dos domésticos, embora já esteja previsto como direito, ainda não foi regulamentado, e por isso os empregadores ainda não estão obrigados ao recolhimento.

! Não é possível recolher o FGTS no caso de trabalhadores eventuais e de profissionais liberais.

! O FGTS é um bem acessório, ou seja, não existe sozinho, mas sempre sobre outra parcela. Se esta outra parcela estiver prescrita, então o FGTS também estará, pois o acessório segue o principal.

! O FGTS pode ser movimentado (sacado) nos casos indicados no art. 20, da Lei nr. 8.026/90. Alguns deles se referem ao término do contrato, mas outros ocorrem na vigência do contrato.

! No caso de dispensa sem justa causa, o empregador paga multa de 40% sobre o total que foi depositado para o FGTS. Não é sobre o saldo (pois o empregado pode já ter feito algum saque), mas sobre o total que foi depositado pela empresa.

! Nos casos de força maior ou de culpa recíproca, essa multa será de 20%.

! Se o empregado se aposentou, mas continuou a trabalhar, sendo mais adiante dispensado sem justa causa, a multa de 40% incidirá sobre o FGTS de todo o período, inclusive o anterior à aposentadoria. (unicidade contratual).

! Se o reclamante alegar que existem diferenças no FGTS, será dele, reclamante (e não do empregador), o ônus de provar que as diferenças existem. Para o reclamante é muito mais fácil de provar do que para o empregador (distribuição dinâmica do ônus da prova).

8. Estabil idade. (Selecionadas dentre as dicas já publicadas)

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! Mesmo no contrato de experiência haverá o direito à estabilidade, no caso de gravidez.

! E se o empregador e a própria empregada não souberem que ela está grávida? Isso não faz a menor diferença, pois para que haja a estabilidade basta que esteja grávida (ou engravide) durante o contrato de trabalho. Súmula 244, do TST.

! A empregada gestante que for dispensada sem justa causa tem o direito de ser reintegrada na mesma função. Se já se esgotou o período de estabilidade, o direito de reintegração se transforma em indenização do período de estabilidade. Súmula 244, do TST.

! O empregado contratado por prazo determinado (contrato de experiência, por exemplo) também tem garantia de emprego, caso fique afastado por mais de 15 dias, em virtude de acidente do trabalho. Súmula 378, do TST.

! Mesmo que o empregado acidentado recupere completamente a capacidade de trabalho, ou seja, mesmo que não fique com qualquer sequela, haverá a estabilidade, se o afastamento foi superior a 15 dias.

! Se o empregado recebeu a alta do INSS e não voltou a trabalhar em 30 dias, sem justificativa, será presumido que abandonou o emprego. Súmula 32, do TST.

! O candidato ao cargo de dirigente sindical deve comunicar à empresa o registro de sua candidatura e a eventual eleição e posse. Essa comunicação pode ser feita a qualquer momento, desde que durante a vigência do contrato de trabalho, ou seja, até o final do aviso prévio. Súmula 369, do TST.

! O membro do conselho fiscal do sindicato e o delegado sindical não gozam da estabilidade que protege o dirigente sindical. OJs 365 e 369, da SDI-1, do TST.

! O registro da candidatura ao cargo de dirigente sindical, se feito durante o aviso prévio, não dá ao empregado a estabilidade no emprego. Súmula 369, do TST.

! A estabilidade do dirigente sindical apenas protege 7 titulares e 7 suplentes, ainda que o sindicato tenha um número maior de dirigentes. Súmula 369, do TST.

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! Se o dirigente sindical praticar falta grave, o empregador só poderá dispensá-lo se ajuizar inquérito para apurar falta grave. Súmula 379, do TST.

! O presidente da CIPA é indicado pelo empregador; o vice-presidente é eleito pelos empregados. O vice tem estabilidade, o presidente, não.

Direito Civil

1. Adoção. ! A adoção deve ser precedida de estágio de convivência (ECA, art.

46). Esse estágio será pelo prazo que o juiz fixar, e pode ser dispensado no caso do adotando já se encontrar na companhia do adotante há tempo suficiente para avaliar a conveniência da adoção.

! No caso de adoção por pessoa que resida fora do Brasil o estágio não pode ser dispensado, será de no mínimo 30 dias, e terá que ser integralmente cumprido no Brasil.

! O vínculo de adoção sempre se constitui por sentença judicial e produz efeitos a partir do trânsito em julgado desta.

! Mas se o adotante falecer no curso do processo de adoção, os efeitos retroagem à data do óbito.

! A adoção por pessoa residente fora do Brasil só será possível se não houver, nos cadastros nacionais, pessoa interessada na adoção.

! A adoção rompe os vínculos com a família biológica, exceto para fins de impedimentos matrimoniais.

! Os pais, se estiverem no exercício do poder familiar, precisarão concordar com a adoção.

! O adotante precisa ter pelo menos 16 anos a mais do que o adotando, e é irrelevante o seu estado civil. Avós (ascendentes em geral) e irmãos não podem adotar.

2. Regime de bens.

! Na comunhão parcial, não se comunicam os bens adquiridos antes do casamento e nem os recebidos em doação ou herança na constância do casamento, e nem os sub-rogados em seu lugar: se a mulher vende um bem que é só dela e com o

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dinheiro compra outro, este novo bem também será apenas dela.

! Os bens móveis, havendo dúvidas, presumem-se adquiridos na constância do casamento, na comunhão parcial (ou seja, integram a comunhão).

! Se o regime de bens não for o da comunhão parcial, será obrigatória a celebração de pacto antenupcial, que só valerá se feito por escritura pública, e só produzirá efeitos em relação a terceiros se registrado perante o Registro Imobiliário.

! Exceto se o regime de bens for o da separação absoluta o cônjuge precisará da autorização do outro para: a) alienar ou oferecer em garantia real o imóvel, mesmo que seja só dele esse imóvel; b) ajuizar ou responder ação sobre tal imóvel; c) prestar fiança ou aval; d) doar bem comum ou destinado a integrar futura meação, salvo se doação remuneratória.

! Essa autorização, se negada, pode ser suprida pelo juiz. Sem a autorização e sem o suprimento judicial, o ato é anulável, sendo que a ação anulatória pode ser proposta pelo cônjuge que deveria ter autorizado, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.

! No regime da participação final dos aquestos é válido autorizar, no pacto antenupcial, que cada cônjuge possa alienar seus imóveis particulares sem que o outro autorize.

! As partes podem escolher o regime que quiserem. Se for o da comunhão parcial, basta informar ao oficial do registro, no processo de habilitação. Se for outro regime, necessário o pacto antenupcial.

! O regime será o da separação obrigatória nos três casos do art. 1641: a) se foi necessária autorização judicial para casar; b) se foi violada causa suspensiva; c) se algum dos cônjuges já atingiu a “idade do bagaço” (70 anos).

! O regime de bens gera efeitos desde o casamento. Pode ser alterado em comum acordo pelos cônjuges, mediante pedido motivado e autorizado pelo juiz, e desde que ressalvados os direitos de terceiros.

3. Casamento.

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! A idade núbil é 16 anos. Abaixo dessa idade é necessária a autorização do juiz, para casar, e só se houve gravidez. Entre 16 e 18, os pais podem autorizar. Se discordarem, qualquer deles pode recorrer ao juiz.

! Autorizar o casamento do filho faz parte do exercício do poder familiar. Logo, se um dos genitores morreu ou não exerce o poder familiar, o outro autorizará (ou não) sozinho.

! A autorização para o casamento, dada pelos pais, pode ser revogada até o momento da celebração.

! O casamento pode ser por procuração, que será outorgada por instrumento público e com validade máxima de 90 dias e que só pode ser revogada também por instrumento público.

! O casamento está celebrado no momento em que a autoridade celebrante (juiz ou autoridade religiosa) assim o declara.

! O casamento será nulo em duas hipóteses: a) se violado algum dos impedimentos matrimoniais (indicados no artigo 1521); b) se algum dos nubentes não tiver discernimento mental (incapaz absoluto).

! A ação de nulidade do casamento pode ser ajuizada por qualquer interessado ou pelo MP.

! Se violada alguma causa suspensiva (listadas no artigo 1523), o casamento não será nem nulo e nem anulável, será válido. A única consequência será a imposição do regime da separação obrigatória.

! No casamento nuncupativo (um dos cônjuges em iminente risco de morte), é dispensada a presença da autoridade celebrante, mas são necessárias seis testemunhas que não sejam parentes na linha reta e nem na colateral até o 2º grau, de qualquer dos nubentes.

! Essas testemunhas do casamento nuncupativo, depois da celebração, comparecerão perante o juiz mais próximo, para informar o que testemunharam.

! O casamento será anulável se não completada a idade núbil, se for menor de 18 anos e não houve autorização, se incapaz relativo, se houve erro ou coação, se foi por procuração que já havia sido revogada, se incompetente a autoridade celebrante – art. 1.550, CC.

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! Casamento putativo é aquele que, embora anulável ou nulo, pelo menos um dos cônjuges está de boa-fé. Em relação ao cônjuge de boa-fé serão produzidos todos os efeitos do casamento válido, enquanto não transitar em julgado a sentença de anulação.

! Em relação ao filho sempre serão produzidos os efeitos, ainda que os dois cônjuges estivessem de má-fé.

! O casamento nulo nunca convalida: se um dos cônjuges já era casado, o 2º casamento será nulo, e continuará sendo mesmo que o 1º casamento venha a se dissolver, pela morte ou pelo divórcio.

4. União Estável.

! Serão aplicadas as regras do regime da comunhão parcial, salvo se houver contrato escrito entre os companheiros. Esse contrato pode ser por instrumento público ou particular.

! A união estável não depende de um tempo mínimo de convivência, o importante é que haja união duradoura, com objetivo de constituir família, e que não haja impedimento matrimonial.

! Mas se um dos dois for casado e separado (mesmo que apenas de fato), nesse caso, apesar de haver impedimento matrimonial, haverá união estável.

! Na união estável existem deveres similares aos do casamento, inclusive o da assistência (que dá origem aos alimentos entre companheiros, por exemplo).

5. Alimentos. (algumas dicas selecionadas, dentre as já publicadas)

! Os alimentos são recíprocos entre pais e filhos, mas se estendem a todos os ascendentes. Na falta de ascendentes, podem ser chamados os descendentes e, na falta destes, os irmãos. CC, arts. 1.696 e 1.697.

! Se o parente que deve os alimentos em primeiro lugar não puder pagar sozinho a quantia necessária à manutenção da condição social, serão chamados os de grau imediato: se o pai não puder pagar o valor necessário, serão chamados os avós para pagar junto com o pai. CC, art. 1.698.

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! O valor dos alimentos nunca é definitivo, sempre pode ser revisado, se houver mudança na situação financeira de quem paga ou de quem recebe. O valor pode ser aumentado, reduzido ou até mesmo ser liberado o devedor. Essa revisão se faz por meio de ação revisional. CC, art. 1699. Além disso, o valor da prestação alimentícia deve ser atualizado pelos índices oficiais. CC, art. 1.710).

! Mesmo que o credor não exerça o direito de pedir os alimentos, estes são irrenunciáveis, impenhoráveis, irrepetíveis, e não podem ser cedidos e nem compensados. CC, art. 1.707. Assim, se a mulher deve alimentos ao marido, e, além disso, emprestou dinheiro para o mesmo, não poderá deixar de pagar os alimentos para compensar o empréstimo: deverá pagar os alimentos e cobrar o empréstimo em ação própria.

! Na ação de investigação de paternidade, a competência em razão do lugar será do foro de domicílio do investigado. Mas se a investigação for cumulada com o pedido de alimentos, aí será o domicílio ou residência do alimentando. STJ, Súmula 1.

! Na ação de investigação de paternidade, a sentença que reconhecer a paternidade fixará os alimentos a serem pagos pelo investigado ao filho reconhecido, se este necessitar. Mas esse alimentos retroagirão à data da citação. STJ, Súmula 277.

! A prisão do devedor que não paga pensão alimentícia só se justifica pela falta de pagamento das prestações atuais, considerando-se como tal as três prestações vencidas no momento em que a ação for ajuizada e mais as que forem se vencendo no curso do processo. STJ, Súmula 309. As prestações anteriores perdem o caráter alimentar, e passam a ter caráter indenizatório.

! O direito aos alimentos é irrenunciável. Mas uma vez fixada a prestação, se não for paga no vencimento, começará a fluir o prazo prescricional, que é de dois anos. CC, art. 206, §2º.

! Para o pagamento de pensão alimentícia é possível penhorar os salários e rendas similares do devedor (CPC, art. 649, §2º) e até mesmo o bem de família (Lei nº. 8.009/90, art. 3º, III).

! Se o juiz entender que existem indícios da paternidade, deverá fixar os alimentos gravídicos, a serem pagos pelo futuro pai.

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Esses alimentos perduram até o nascimento com vida, e, a partir desse nascimento, ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor, até que uma das partes solicite a revisão desse valor. Lei. nº 11.804/2008, art. 6º.

6. Fil iação.

! A presunção pater is (presunção de que o marido é o pai) só foi estabelecida, no nosso CC, para o casamento, e não para a união estável.

! A presunção não é afastada pela confissão da mulher quanto ao adultério ou quanto à paternidade: só pode ser afastada se o marido, na época da concepção, era incapaz de gerar, ou pela ação negatória da paternidade.

! A ação negatória da paternidade é imprescritível e só pode ser ajuizada pelo marido. Os herdeiros podem prosseguir, se o marido morrer depois de ajuizar.

! Fora do casamento, é necessário o reconhecimento do filho. Esse reconhecimento pode ser espontâneo (perfilhação) ou forçado (investigação de paternidade).

! O reconhecimento espontâneo pode ser feito no registro de nascimento, em testamento, em declaração perante o juiz ou em documento a ficar arquivado em cartório. Art. 1609.

! Mas não pode reconhecer no termo de casamento. ! O reconhecimento espontâneo é irrevogável, ainda que feito em

testamento. ! O reconhecimento espontâneo:

! A) tem que ser puro (consideram-se não escritos o termo ou a condição – o reconhecimento valeta sem eles).

! B) precisa do consentimento do filho, se for maior. ! C) se for menor, poderá impugná-lo nos 4 anos seguintes à

maioridade ou emancipação. ! D) pode ser anulado, se houve vício da vontade (erro ou

coação). O que não pode é ser revogado, ou seja, o que reconheceu não pode simplesmente mudar de ideia.

! A investigação de paternidade pode ser proposta por qualquer interessado ou pelo MP, este nos casos em que falta o nome do pai e existem indícios suficientes sobre quem seria esse pai.

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7. Parentesco.

! O parentesco pode ser natural (consanguíneo) ou civil (adoção ou inseminação artificial heteróloga).

! Cada um dos cônjuges ou companheiro é parente por afinidade dos parentes do outro, na linha reta (sem limite de grau) ou na colateral até o 2º grau.

! O parentesco por afinidade, na linha reta, não se extingue, ainda que seja dissolvido o casamento ou a união estável. Assim, ainda que a esposa do sujeito morra, a sogra continuará sendo sogra. Não há jeito de se livrar da sina.

8. Sucessões.

! Podem ser herdeiros (na sucessão legítima) os já nascidos ou pelo menos já concebidos no momento em que se abre a sucessão (a morte do de cujus).

! São herdeiros necessários: cônjuge, ascendentes e descendentes. O Código civil não incluiu o companheiro.

! Havendo herdeiro necessário, o testador só pode dispor em testamento da metade do seu patrimônio. É a metade disponível. A outra metade é a chamada de indisponível (ou legítima), e se destina aos herdeiros necessários.

! Se o testador, tendo herdeiros necessários, dispuser em testamento de mais do que a metade, a disposição será válida, mas terá que ser reduzida ao limite permitido (CC, art. 1967).

! A ordem da vocação hereditária está disposta no artigo 1829, e pode ser assim resumida: ! 1ª classe: descendentes e cônjuge. Mas o cônjuge não será

herdeiro se for o regime da comunhão universal, ou da separação obrigatória, ou se for comunhão parcial e o falecido não tinha bens particulares.

! 2ª classe: ascendentes e cônjuge. Neste caso o regime de bens é irrelevante, pois o cônjuge sempre será herdeiro.

! 3ª classe: o cônjuge, sozinho. ! 4ª classe: colaterais até o 4º grau.

! Cada classe só é acionada se não houver herdeiro da classe anterior. Dentro da classe, o grau mais próximo excluiu o mais

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remoto: o filho exclui os netos (salvo se houver direito de representação); os pais, excluem os avós, etc.

! O cônjuge não será herdeiro se ao tempo da morte estava separado judicialmente ou de fato há mais de dois anos.

! Seja herdeiro ou não, o cônjuge sobreviventes sempre terá direito de habitação, em relação ao imóvel onde morava a família, se for o único imóvel residencial do patrimônio.

! Se o cônjuge concorrer com seus próprios descendentes, terá direito a pelo menos um quarto da herança.

! Será indigno o herdeiro ou legatário que praticar qualquer dos atos indicados no artigo 1.814, do CC.

! A exclusão do indigno só se dá por sentença, em ação ajuizada por qualquer interessado. Essa exclusão pode ser contra qualquer herdeiro ou legatário).

! Os descendentes do indigno sucedem por representação, ou seja, dividem entre si o que caberia ao excluído por indignidade.

! Essa representação também ocorre no caso de deserdação ou de herdeiro pré-morto, mas sempre na linha reta descendente, e nunca na ascendente. ! A deserdação é feita pelo testador, em testamento, e refere-

se apenas aos herdeiros necessários. ! Na linha colateral, o único caso de representação é em favor de

filhos do irmão do de cujus (não são os descendentes do irmão, mas apenas os filhos).

! No caso de renúncia, ninguém representa o herdeiro renunciante. Ou seja, os descendentes do renunciante nada recebem, é como se o renunciante nunca tivesse sido herdeiro.

! No caso de união estável, a vocação hereditária está disciplinada no art. 1790, e podem-se destacar os seguintes aspectos: ! A existência de companheiro não exclui os colaterais até o 4º

grau. ! A herança se refere exclusivamente ao patrimônio adquirido

a título oneroso na constância da união estável. ! Podem testar os maiores de 16 anos. ! Na sucessão testamentária podem ser herdeiros ou legatários:

os filhos ainda não concebidos (fideicomisso) de pessoa indicada e que deverá estar viva no momento em que abrir a sucessão;

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as pessoas jurídicas já constituídas; as fundações a serem constituídas com o patrimônio do testador.

! A partilha amigável, se todos os herdeiros forem capazes, pode ser feita por escritura pública, ou nos autos do inventário, ou por ajuste particular, homologado pelo juiz.

! Mas se os herdeiros divergirem ou se algum for incapaz, terá que ser sempre judicial.