dicas para fiscalização os e oscip

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TERCEIRO SETOR Considerando que uma das metas do Plano de Atuao do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo, no ano de 2009, na rea da defesa do patrimnio pblico, a fiscalizao dos ajustes firmados pelos Poderes Pblicos com entidades da sociedade civil, organizaes sociais e organizaes da sociedade civil de interesse pblico, na rea da sade e assistncia social; Considerando que a fiscalizao dos repasses pblicos ao Terceiro Setor medida que se impe na defesa do patrimnio pblico, principalmente para se tutelar a efetividade de princpios constitucionais como a isonomia, impessoalidade, supremacia do interesse pblico, eficincia e economicidade; Considerando que a participao das entidades privadas sem fins lucrativos na prestao de servios pblicos, ainda que de forma complementar, muitas vezes (hiptese da sade), algo inevitvel nos dias atuais, at mesmo pela retrica do princpio da eficincia; Torna-se imprescindvel a atuao do Ministrio Pblico na fiscalizao dos contratos de gesto e termos de parceria firmados entre rgos pblicos e organizaes sociais e organizaes da sociedade civil de interesse pblico, respectivamente. Nesta fiscalizao, o promotor de justia poder contar com o trabalho de auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o qual tem aprimorado suas tcnicas de deteco de irregularidades ou ilegalidades, expedindo instrues normativas para os municpios e Estado, as quais podem ser utilizadas como parmetro para o promotor de justia instruir seu inqurito civil. Na pgina do TCE (www.tce.sp.gov.br) esto disponveis as instrues, bem como o rol de entidades que recebem recursos pblicos, o seu montante e eventuais sanes aplicadas. Vale destacar que os auditores do TCE e promotores de justia vm realizando inclusive vistoria in loco nas entidades que se beneficiam de repasses de

recursos pblicos, com o fim de fiscalizar as condies fsicas das entidades, observar a execuo dos seus servios, enfim colher sinais exteriores de regularidade ou no da entidade e do servio prestado, tudo com o objetivo maior de controlar a escolha do Administrador Pblico de prestar determinado servio pblico por intermdio do setor privado, sob a justificativa da eficincia. E mais, a atuao eficiente dos Conselhos de Polticas Pblicas da Comunidade, como, por exemplo, os Conselhos Municipais de Sade, contribui de maneira determinante para o sucesso do controle da legalidade do contrato de gesto e dos termos de parceira, j que o Conselho tambm ser responsvel pela anlise da idoneidade da entidade, controlando sua escolha e principalmente a execuo do contrato e parceria, podendo cobrar relatrios de cumprimento de metas, produtividade e objetivos. Ademais, o promotor de justia dever identificar o responsvel (agente pblico) pela fiscalizao da execuo do contrato de gesto ou termo de parceira, de quem dever exigir a prestao de contas de sua fiscalizao, alertando-o, sempre que necessrio, acerca de seus deveres, bem como que o descumprimento destes poder acarretar eventual responsabilizao por ato de improbidade administrativa (arts. 9, 10 e 11 da Lei n 8429/92). Por fim, o promotor de justia, no mais das vezes, fiscaliza o repasse de recursos ao terceiro setor quando h notcias de ilegalidades j praticadas, oportunidade em que se instaura inqurito civil para a devida investigao do fato. Entretanto, pode o promotor de justia ser pr-ativo e efetuar um controle preventivo destes contratos de gesto e termos de parceira, tentando acompanhar, na sua comarca, alguns contratos ou termos mais relevantes, principalmente aqueles na rea de sade e assistncia social. Deste acompanhamento, Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) podero ser celebrados com o fim de aprimorar a prestao de servios, nos termos da lei, observando-se os princpios que norteiam a Administrao Pblica.

Abaixo, seguem algumas dicas de documentos e informaes que podem ser solicitadas aos rgos pblicos que celebram contratos de gesto e termos de parceria.

CONTRATOS DE GESTO Na instruo do inqurito civil, dependendo do fato que se investiga, podero ser requisitados os seguintes documentos e informaes: 1. cpia do contrato de gesto (OS);2. cpia dos termos aditivos, modificativos dos contratos, com as

justificativas, autorizao prvia da autoridade competente, publicaes, notas de empenho; 3. identificao das fontes de recursos: prprios, federais, de convnio;4. verificar

se houve convocao pblica de organizaes sociais

qualificadas na rea de interesse importante porque, a despeito do art. 24, XXIV da Lei n 8666/93 dispensar a licitao para a celebrao do contrato de gesto (questo discutida no STF na ADIN 1923), o rgo pblico interessado dever respeitar os princpios que norteiam a Administrao Pblica, principalmente a isonomia, impessoalidade e prevalncia do interesse pblico. Quando possvel, firmar TAC com o rgo da Administrao para garantia da convocao pblica, com publicao no DOE; 5. proposta oramentria e programa de investimentos, devidamente aprovados pelo Conselho de Administrao da Organizao Social; 6. publicao da deciso do Poder Pblico para firmar o contrato de gesto, com indicaes das atividades a serem executadas e das entidades que manifestaram interesse na celebrao do referido contrato; 7. estatuto registrado da entidade qualificada como Organizao Social; 8. comprovao de que a entidade qualificada como Organizao Social

possui experincia na prestao dos servios referido; 9. parecer favorvel, quanto convenincia e oportunidade de qualificao da entidade como Organizao Social, exarado pelo Secretrio de Estado da rea correspondente;10.

certificao governamental de qualificao da contratada como Organizao Social; 11. inscrio da Organizao Social no Cadastro Nacional das Pessoas

Jurdicas (CNPJ); 12. justificativa sobre os critrios de escolha da organizao social contratada; 13. demonstrativo e parecer tcnico evidenciando que o contrato de gesto representa vantagem econmica para a Administrao, em detrimento da realizao direta do seu objeto; 14. declarao quanto a compatibilizao e a adequao da despesa contratual aos artigos 15 e 16 da LCF n 101/00 (LRF); 15. ato de aprovao do contrato de gesto pelo Conselho de Administrao da Organizao Social e pelo Secretrio de Estado da rea correspondente; 16. ltima ata de eleio e/ou indicao dos membros dos rgos diretivos,consultivos e normativos da Organizao Social; 17. nota(s) de empenho vinculada(s) ao contrato de gesto; 18. prestao de contas do rgo contratante sobre a fiscalizao que dever exercer na aplicao dos recursos repassados e no desenvolvimento das atividades correspondentes OS, at porque o rgo contratante poder suspender novos repasses s organizaes inadimplentes ou que estiverem com atividade irregular, exigindo, se for o caso, a devoluo do numerrio; 19. nomes dos membros da Comisso de Avaliao da execuo contratual, os rgos que representam e os respectivos perodos de atuao; 20. nomes dos membros do Conselho de Administrao da Organizao Social, os rgos que representam, a forma de sua remunerao e os respectivos perodos de atuao; 21. nomes dos membros da Diretoria da Organizao Social,os perodos de atuao e afirmao do no-exerccio de cargos de chefia ou funo de

confiana no SUS, quando exigvel, acompanhada do ato de fixao de suas remuneraes; 22. nomes dos dirigentes e dos Conselheiros da entidade pblica gerenciada, objeto do contrato de gesto e respectivos perodos de atuao, acompanhada do ato de fixao de suas remuneraes; 23. ato de constituio, estatuto social e regimento interno da Organizao Social; 24. regulamento para contratao de obras, servios e compras com emprego de recursos pblicos; 25.plano de cargos, salrios e benefcios dos empregados; 26.relatrio da Organizao Social sobre atividades desenvolvidas no gerenciamento da entidade pblica, objeto do contrato de gesto, contendo as principais realizaes e exposio sobre as Demonstraes Contbeis e seus resultados; 27. atas trimestrais do Conselho de Administrao da Organizao Social; 28. relao dos contratos, convnios e respectivos aditamentos, firmados com a utilizao de recursos pblicos administrados pela Organizao Social para os fins estabelecidos no contrato de gesto, contendo: tipo e nmero do ajuste; nome do contratado ou conveniado; data; objeto; vigncia; valor e condies de pagamento; 29. relao dos bens mveis e imveis mantidos pelo Poder Pblico no perodo, com permisso de uso para as finalidades do contrato de gesto, especificando forma e razo, inclusive das eventuais substituies dos respectivos bens; 30. relao dos servidores e funcionrios pblicos que foram cedidos Organizao Social, contendo: nome do servidor/funcionrio; rgo de origem; cargo pblico ocupado; funo desempenhada na Organizao Social e datas de incio e trmino da prestao de servio; 31. relao dos empregados admitidos ou mantidos com recursos do contrato de gesto, indicando as funes e o valor global despendido no perodo; 32. demonstrativo das eventuais ajudas de custo pagas aos membros do Conselho de Administrao;

33. demonstraes contbeis e financeiras; 34. relatrio conclusivo da anlise da execuo do contrato de gesto, elaborado pela Comisso de Avaliao; 35. publicao na imprensa oficial dos relatrios financeiros e da execuo do contrato de gesto, contendo comparativo especfico das metas propostas com os resultados alcanados; 36. parecer do Conselho de Administrao da Organizao Social sobre as contas e demonstraes financeiras e contbeis da entidade pblica gerenciada; 37. parecer da Auditoria Independente, se houver; 38. na hiptese de descumprimento do contrato de gesto pela OS, se houve a abertura de processo administrativo, objetivando a desqualificao da entidade como Organizao Social, informando as clusulas descumpridas e as medidas adotadas; TEMOS DE PARCERIA FIRMADOS COM ORGANIZAES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PBLICO I Na instruo do inqurito civil, dependendo do fato que se investiga, podero ser requisitados os seguintes documentos e informaes: 1. cpia do Termo de Parceria; 2. cpia dos termos aditivos,modificativos dos contratos, com as justificativas, 3. 4. autorizao prvia da autoridade competente, publicaes, notas de empenho; identificao das fontes de recursos: prprios, federais, de convnio; informaes sobre a realizao do concurso de projetos para a escolha da OSCIP, como: a) publicao do edital de concurso de projetos para a escolha da OSCIP, nos termos dos artigos 23 a 25 do Decreto Federal n 3. 100, de 30/06/99; b) ato de designao da comisso julgadora do concurso de projetos; c) ata de julgamento do concurso e, d) publicao do resultado do concurso e da respectiva homologao;

5. justificativa do Poder Pblico para a celebrao do termo de parceria prescindido da realizao de concurso de projetos, mencionando, ainda, os critrios adotados para a escolha da entidade parceira; 06.certificado de qualificao da entidade como OSCIP, expedido pelo Ministrio da Justia com as cautelas estabelecidas no artigo 8 da Lei Estadual n 11.598, de 15/12/03; 07.inscrio da OSCIP no Cadastro Nacional das Pessoas Jurdicas (CNPJ); 08. estatuto registrado da OSCIP contendo expressamente a regncia das normas indicadas pelo artigo 4 da Lei Federal n 9 .790, de 23/03/99; 09. ata de eleio da atual Diretoria da OSCIP; 10. atestados comprovando que a OSCIP se dedica s atividades configuradas no artigo 3 da LF n 9.790/99, mediante a execuo direta de projetos, programas ou plano de aes correlatas por meio da doao de recursos fsicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestao de servios intermedirios de apoio a outras organizaes sem fins lucrativos e a rgos do setor pblico que atuem em reas afins; 11. projeto tcnico e detalhamento de custos apresentados pela OSCIP ao rgo estatal parceiro; 12. demonstrativo e parecer tcnico evidenciando que o termo de parceria representa vantagem econmica para a Administrao, em detrimento da realizao direta do seu objeto; 13. declarao quanto a compatibilizao e a adequao da despesa da parceria aos dispositivos dos artigos 15 e 16 da LCF n 101/00 (LRF); 14. manifestao prvia do Conselho de Polticas Pblicas da rea correspondente de atuao existente, em relao ao termo de parceria; 15. nota(s) de empenho vinculada(s) ao termo de parceria; 16. prestao de contas do rgo pblico parceiro sobre a fiscalizao que dever exercer na aplicao dos recursos repassados e no desenvolvimento das atividades correspondentes OSCIP, at porque poder suspender, por iniciativa prpria, novos repasses aos inadimplentes, quando decorrido o prazo estabelecido no inciso anterior, sem a devida regularizao, exigindo da OSCIP, se for o caso, a devoluo do numerrio,com os devidos acrscimos legais;

17. nomes dos membros da Comisso de Avaliao da execuo do termo de parceria, os rgos que representam e os respectivos perodos de atuao; 18. nomes dos dirigentes e conselheiros da OSCIP, forma de remunerao, perodos de atuao com destaque para o dirigente responsvel pela administrao dos recursos recebidos conta do termo de parceria; 19. relatrio anual da OSCIP sobre as atividades desenvolvidas com os recursos prprios e as verbas pblicas repassadas; 20. relatrio governamental sobre a execuo do objeto do termo de parceria contendo comparativo entre as metas propostas e os resultados alcanados; 21. demonstrativo integral das receitas e despesas computadas por fontes de recurso e por categorias ou finalidades dos gastos, aplicadas no objeto do termo de parceria; 22. regulamento para contratao de obras e servios, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Pblico 23. relao dos contratos, convnios e respectivos aditamentos, firmados com a utilizao de recursos pblicos administrados pela OSCIP para os fins estabelecidos no termo de parceria, contendo: tipo e nmero do ajuste; nome do contratado ou conveniado; data; objeto; vigncia; valor e condies de pagamento; 24. relao de eventuais bens imveis adquiridos com recursos provenientes da celebrao do termo de parceria, nos termos do artigo 15 da LF n 9.790/99; 25. demonstraes contbeis e financeiras da OSCIP; 26. parecer do Conselho de Polticas Pblicas da rea correspondente de atuao existente; 27. relatrio da Comisso de Avaliao; 28. na hiptese de descumprimento do termo de parceria, se houve a abertura de processo administrativo, objetivando a desqualificao da entidade como OSCIP, informando as clusulas descumpridas e as medidas adotadas;