diagnÓstico socioeconÔmico e da situaÇÃo ......2019/08/13  · luana tayse rocha soares luheid...

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL E DA BIODIVERSIDADE Diretoria da Gestão da Biodiversidade PREFEITURA MUNICIPAL DE CURUÇÁ Secretaria Municipal de Meio Ambiente DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E DA SITUAÇÃO FUNDIÁRIA PARA CRIAÇÃO LEGAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS: MUNICÍPIO DE CURUÇÁ Belém - Pará - 2019 -

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Page 1: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E DA SITUAÇÃO ......2019/08/13  · Luana Tayse Rocha Soares Luheid Rebelo Lopes Mateus Carvalho Modesto Maurício Lisboa Rodrigues LISTA DE FIGURAS

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL E DA BIODIVERSIDADE

Diretoria da Gestão da Biodiversidade

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURUÇÁ Secretaria Municipal de Meio Ambiente

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E DA SITUAÇÃO FUNDIÁRIA PARA CRIAÇÃO LEGAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS: MUNICÍPIO DE CURUÇÁ

Belém - Pará

- 2019 -

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL E DA BIODIVERSIDADE

Diretoria de Gestão da Biodiversidade

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURUÇÁ Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Helder Zahluth Barbalho Governador do Estado do Pará Lúcio Dutra Vale Vice-Governador do Estado do Pará Karla Lessa Bengtson Presidente do IDEFLOR-Bio Crisomar Lobato Diretor da DGBio

Jeferson Ferreira de Miranda (Tarrafa) Prefeito Municipal de Curuçá

Hamilton Brito dos Santos

Vice-Prefeito Municipal de Curuçá

Luis Guilherme de Melo e Silva Secretário Municipal de Meio Ambiente

Belém – Pará - 2019 –

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COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO

Crisomar Lobato Diretor de Gestão da Biodiversidade/DGBio/IDEFLOR-Bio

Jocilete Ribeiro

Técnica em Gestão Pública/DGBio/IDEFLOR-Bio

Rosângela Rodrigues Técnica em Gestão de Meio Ambiente/DGBio/IDEFLOR-Bio

TÉCNICAS RESPONSÁVEIS Jocilete Ribeiro

Socióloga (IDEFLOR-Bio) Rosângela Rodrigues

Tecnóloga em Gestão Financeira (IDEFLOR-Bio)

APOIO Joyce Angélica Silva Lameira

Arquiteta e Urbanista (IDEFLOR-Bio) Maurício Lisboa Rodrigues

Fiscal Ambiental (SEMMA Curuçá) Carlos Alberto Júnior

Engenheiro Sanitarista (SEMMA Curuçá) Alunos do Curso Técnico em Meio Ambiente Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará

Profª Maria de Nazaré Guimarães Macedo Benedito Ezequiel Chagas Favacho

Darlan Barroso da Silva Jamili Silva Queiroz

Luana Tayse Rocha Soares Luheid Rebelo Lopes

Mateus Carvalho Modesto Maurício Lisboa Rodrigues

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de Localização do Município de Curuçá. .............................................. 27

Figura 2- Mapa de localização das áreas propostas para criação. ................................ 39

Figura 3- Sede da Associação Comunitária Valério Esporte Clube. .............................. 54

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Série histórica da população do município de Curuçá. ................................................................. 29 Gráfico 2- População, segundo o sexo e população urbana e rural do município de Curuçá...................... 30 Gráfico 3- Faixa etária da população do município de Curuçá. ...................................................................... 30 Gráfico 4- Dados da População residente que frequentavam a escola ou creche em 2010 e quem nunca frequentou. .......................................................................................................................................................... 32 Gráfico 5- Setor da Economia: Agropecuária, Indústria e Serviços, nos anos de 2005 e 2014. .................. 35 Gráfico 6- Trabalho Formal por Setor de Atividade. ........................................................................................ 35 Gráfico 7- Trabalho Formal por Setor de Atividade. ........................................................................................ 36 Gráfico 8- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal baseado na Educação, Longevidade e Renda. ............................................................................................................................................................................. 38 Gráfico 9- Sexo da população das comunidades Membeca e Valério. .......................................................... 40 Gráfico 10- Faixa Etária da População das comunidades Membeca e Valério. ............................................ 41 Gráfico 11- Estado Civil da População das Comunidades de Membeca e Valério. ...................................... 42 Gráfico 12- Religião da População das Comunidades de Membeca e Valério. ............................................ 43 Gráfico 13- Origem da população das comunidades Membeca e Valério. .................................................... 44 Gráfico 14- Tempo de residência da população das comunidades Membeca e Valério. ............................. 44 Gráfico 15- Intenção de se mudar da população das comunidades Membeca e Valério. ............................ 45 Gráfico 16- - Nível de Escolaridade da População da vila Membeca e da comunidade do Valério. ........... 46 Gráfico 17- Escolas que atendem a vila Membeca e a comunidade do Valério. .......................................... 47 Gráfico 18- Existência de merenda escolar nas escolas que atendem os alunos da Vila Membeca e da Comunidade do Valério. ..................................................................................................................................... 48 Gráfico 19- Existência de Transporte Escolar que atendam a população da Vila Membeca e da Comunidade do Valério. ..................................................................................................................................... 49 Gráfico 20- Abordagem do tema Educação Ambiental nas escolas que atendam a Vila Membeca e a Comunidade do Valério. ..................................................................................................................................... 49 Gráfico 21- Doenças ocorridas na população da Vila Membeca e da Comunidade do Valério. .................. 50 Gráfico 22- Existência de Posto de Saúde na vila Membeca e na comunidade do Valério. ........................ 51 Gráfico 23- Atendimento à saúde da População da vila Membeca e da comunidade do Valério. ............... 51 Gráfico 24- Segurança alimentar da população da vila Membeca e da comunidade do Valério. ................ 52 Gráfico 25- Local de compras da população da população da vila Membeca e da comunidade do Valério. ............................................................................................................................................................................. 53 Gráfico 26- Nível de participação política da população da vila Membeca e da comunidade Valério. ........ 54 Gráfico 27- Tipo de participação política da população da vila Membeca e da comunidade do Valério. .... 55 Gráfico 28- Existência de trabalho Institucional na vila Membeca e na Comunidade do Valério. ............... 56 Gráfico 29- Problemas enfrentados pela população da vila Membeca e da comunidade do Valério. ......... 57 Gráfico 30- Nível de violência por meio de assaltos sofridos pela população da vila Membeca e da comunidade do Valério....................................................................................................................................... 57 Gráfico 31- Percentual de moradores da vila Membeca e da comunidade do Valério que já presenciaram assaltos. .............................................................................................................................................................. 58 Gráfico 32- Número de vezes que a população da vila Membeca e da comunidade do Valério já presenciou assaltos. ........................................................................................................................................... 59 Gráfico 33- Atividades desenvolvidas na vila Membeca e na comunidade do Valério. ................................ 60 Gráfico 34- Outras atividades que compõem a renda da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.................................................................................................................................................................. 61 Gráfico 35- Acesso à benefícios da população da vila Membeca e da comunidade do Valério. ................. 61 Gráfico 36- Acesso ao crédito da População da vila Membeca e da comunidade do Valério. .................... 62 Gráfico 37- Tipo de créditos acessado pela População da vila Membeca e da comunidade do Valério. ... 63 Gráfico 38- Renda média mensal da População da vila Membeca e da comunidade do Valério. ............... 63 Gráfico 39- Relação da População da vila Membeca e da comunidade do Valério com a área. ................ 64 Gráfico 40- Relação de vizinhança da população da vila Membeca e da comunidade do Valério. ............. 65 Gráfico 41- Problemas enfrentados pela população da vila Membeca e na comunidade do Valério. ......... 65 Gráfico 42- Conhecimento de Unidades de Conservação e Participação em Conselhos. ........................... 68 Gráfico 43- Principais problemas ambientais levantados junto às Instituições governamentais. ................ 69 Gráfico 44- Conhecimento de Unidades de Conservação e Participação em Conselhos. ........................... 70

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Municípios que fazem parte da Mesorregião Nordeste Paraense e

Microrregião do Salgado. ............................................................................................... 17

Quadro 2- Municípios que fazem parte da Região de Integração do Guamá. ................ 19

Quadro 3- Áreas Protegidas nos municípios da Região de Integração do Guamá. ....... 21

Quadro 4- Municípios que fazem parte da Zona Costeira – Setor 3 – Costa Atlântica do

Nordeste Paraense. ....................................................................................................... 23

Quadro 5- Municípios que fazem parte da Macrorregião Hidrográfica Costa Atlântica

Nordeste. ........................................................................................................................ 24

Quadro 6- Número estimado de famílias e pessoas no entorno da área de estudo. ...... 40

Quadro 7- Instituições visitadas no município de Curuçá. .............................................. 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Percentual (%) populacional de pessoas com 10 anos ou mais de idade de

acordo com nível de instrução no estado do Pará e município de Curuçá. .................... 31

Tabela 2- Desempenho dos recursos humanos para a saúde do município de Curuçá

em relação aos parâmetros da OPAS. ........................................................................... 33

Tabela 3- Especialidade de profissionais na área da saúde no município de Curuçá. ... 33

Tabela 4- Estabelecimentos de Saúde do Município de Curuçá. ................................... 34

Tabela 5- Composição do Produto Interno Bruto a Preço de Mercado Corrente 2005-

2016 (Curuçá). ............................................................................................................... 36

Tabela 6- Taxa de crescimento anual do PIB Percapita................................................. 37

Tabela 7- Produto Interno Bruto Per Capita a Preço de Mercado Corrente 2005-2016

(Curuçá). ........................................................................................................................ 37

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LISTA SIGLAS E ABREVIATURAS

DGBio - Diretoria de Gestão da Biodiversidade

DOE - Diário Oficial do Estado

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEFLOR-Bio - Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do

Estado do Pará

SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curuçá

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação

FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Estado

do Pará

APA - Área de Proteção Ambiental

MRH - Macrorregiões Hidrográficas

ITERPA - Instituto de Terras do Pará

ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

INCRA - Instituto de Colonização e Reforma Agrária

UC - Unidade de Conservação

IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

FCP - Fundação Cultural Palmares

PNGC - Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

GERCO/PA - Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará

CERH/PA - Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Pará

PMC - Prefeitura Municipal de Curuçá

PNM - Parque Natural Municipal

REVIS - Refúgio de Vida Silvestre

UCM - Unidade de Conservação Municipal

EETEPA - Escola de Ensino Técnico do Pará Profª Maria de Nazaré

Guimarães Macedo

PDPMC - Plano Diretor Participativo do Município de Curuçá 2017-2021

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12

2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL .......................................................................... 16

2.1 MESORREGIÃO NORDESTE PARAENSE: MICRORREGIÃO DO SALGADO ... 17

2.2 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ .................................................................... 18 2.2.1 Unidades de Conservação na Região de Integração Guamá .................................................. 20

2.3 ZONA COSTEIRA PARAENSE: COSTA ATLÂNTICA NORDESTE PARAENSE 22

2.4. MACRORREGIÃO HIDROGRÁFICA COSTA ATLÂNTICA NORDESTE ............ 23 3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO E ÁREA DE ESTUDO . 26

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CURUÇÁ ............................................. 26 3.1.1 Localização ....................................................................................................................................... 26 3.1.2 Histórico e Ocupação do Município ............................................................................................. 27 3.1.3 Aspectos Demográficos e Populacionais ................................................................................... 28 3.1.4 Aspectos Sociais e Econômicos: educação, saúde, atividades produtivas, mercado de trabalho, indicadores econômicos e índice de desenvolvimento humano. ................................... 31

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................................................... 39 3.2.1 Contextualização e Localização.................................................................................................... 39 3.2.2 Características da População da vila Membeca e do povoado Valério ................................. 40 3.2.3 Aspectos Sociais: educação, saúde, segurança alimentar, organização social e violência ...................................................................................................................................................................... 46 3.2.4 Aspectos Econômicos .................................................................................................................... 59 3.2.5 Utilização da Área, Relação de Vizinhança e principais Problemas ...................................... 64

4 LEVANTAMENTO INSTITUCIONAL .......................................................................... 65

4.1 INSTITUIÇÕES VISITADAS NO MUNICÍPIO DE CURUÇÁ ................................. 66 4.1.1 Instituições Governamentais......................................................................................................... 68 4.1.2 Instituições Não-Governamentais ................................................................................................ 69

5 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DAS ÁREAS ....................................................................... 71

6 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 74

7 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................... 75

8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 76

APÊNDICES .................................................................................................................. 80

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APRESENTAÇÃO

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará

(IDEFLOR-Bio) por meio da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), executa o

Projeto “Apoio à Criação de Unidades de Conservação da Natureza Municipais” e

desde abril de 2018, vem apoiando a Prefeitura Municipal de Curuçá (PMC), por meio

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA/Curuçá), nos estudos técnicos-

científicos para a criação de Unidades de Conservação Municipais. Nesse sentido, este

diagnóstico, junto com os diagnósticos do meio físico, biológico, infraestrutura e

saneamento básico, tem por objetivo subsidiar a criação da Unidade de Conservação

da Natureza Municipal do Grupo de Uso Sustentável na categoria de manejo Área de

Proteção Ambiental (APA) e do Grupo de Proteção Integral na categoria de manejo

Parque Natural Municipal (Parque) e Refúgio de Vida Silvestre (REVIS), localizadas em

área urbana e rural no município de Curuçá.

Em outubro de 2017, foi recepcionado no IDEFLOR-Bio, o ofício da Prefeitura

Municipal de Curuçá, datado de 16/10/2017, sob o número do processo 2017/467086,

de 30/10/2017, cuja solicitação era o apoio técnico para a criação de (02) duas

Unidades de Conservação Municipais, nas áreas denominadas “Lago Rio Quente” e

“Rancho Fundo”, localizadas nas comunidades do Membeca e Valério,

respectivamente.

Após análise pela DGBio e da inclusão da demanda no planejamento da

Diretoria, iniciaram-se as reuniões de preparação para a parceria e para o início dos

estudos. Cita-se as reuniões ocorridas nos dias 24 e 25/04/2018 entre o Diretor da

DGBio/IDEFLOR-Bio e gestores da Prefeitura e Secretaria Municipal de Meio Ambiente

de Curuçá, ocorrida naquele município, conforme consta da Portaria nº 379 de

19/04/2018, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), nº 33602, 20/04/2018. A

realização do levantamento e reconhecimento dos ecossistemas e

Georreferenciamento da área, ocorrido no período de 31/07 a 01/08/2018, conforme

Portaria nº 763, 17/07/2018, DOE nº 33666, 26/07/2018, cujo resultado foi a elaboração

de shaps e mapas parciais.

Além do levantamento de reconhecimento, citado acima, os estudos técnicos-

científicos dividiram-se em cinco etapas. A primeira, ocorreu no período de 13 a

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18/08/2018 (Portaria nº 835, 08/08/2018. Doe nº 33676, 09/08/2018), que objetivou,

além do levantamento socioeconômico, o levantamento da questão fundiária, mas

devido a equipe reduzida, o levantamento se centrou apenas no levantamento

socioeconômico que constou de levantamento de campo das condições

socioeconômicas dos moradores residentes no interior e nas confrontações das áreas.

A segunda se deu no período de 10 a 15/09/2018, denominado de período de seca,

com o levantamento de campo para elaboração do Diagnóstico Biológico, composta

pela equipe de biólogos do IDEFLOR-Bio, autorizada pela Portaria n° 939, de

31/08/2018, publicada no Doe n° 33692, de 03/09/2018. A terceira, se deu no período

de 01 a 05/10/2018, a qual constou de: a) Levantamento de campo para elaboração do

Diagnóstico de Infraestrutura e Saneamento Básico, b) Complementação de

informações socioeconômicas; c) Levantamento de campo com Instituições afins para a

elaboração do Diagnóstico da Situação Fundiária; e d) Levantamento Institucional e de

Logística para a realização da consulta pública (Portaria nº 1065, de 28/09/2018,

publicada no Doe nº 33711, de 01/10/2018). A quarta, foi referente ao levantamento de

informações biológicas na estação do inverno que se deu no período de 25 a

30/03/2019, conforme Portaria nº 157, de 25/03/2019, publicada no Doe nº 33836, de

28 de março de 2019. E a quinta, constou de validação de dados de pontos

georreferenciados e confrontações das áreas para elaboração de Memorial Descritivo e

complementação de informações institucionais e fundiárias, conforme Portaria nº 174,

de 28 de março de 2019, publicada no Doe nº 33841, de 03/04/2019.

É digno de nota, registrar que em ambos os levantamentos realizados e reuniões

organizadas, o apoio do jornalista João Vital e de sua esposa Lidiane Castro e de seus

sogros, Sr. Caju e Dona Rosely, moradores da Comunidade do Valério. O apoio da

moradora da cidade de Curuçá, senhora Emília Gomes Soares. O apoio dos técnicos

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curuçá, em especial os técnicos Maurício

Lisboa Rodrigues, Carlos Alberto Júnior e Dewis Eduardo Espírito Santo. O apoio da

Escola de Ensino Tecnológico do Estado do Pará “Profª Maria de Nazaré Guimarães

Macedo”, por meio do Curso Técnico em Meio Ambiente, na época discentes, hoje, na

conclusão deste trabalho, Técnicos em Meio Ambiente, Benedito Ezequiel Chagas

Favacho, Darlan Barroso da Silva, Jamili Silva Queiroz, Luheid Rebelo Lopes, Luana

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Tayse Rocha Soares, Mateus Carvalho Modesto e Maurício Lisboa Rodrigues, o qual foi

fundamental para o andamento dos trabalhos, os quais merecem os nossos mais

sinceros agradecimentos. Ainda, os nossos agradecimentos se estendem aos

motoristas do IDEFLOR-Bio, Alexsandro Costa e José Antônio Soares.

Após a conclusão dos estudos técnicos científicos, ocorrerá a realização da

Consulta Pública que é o momento em que será apresentado os resultados, a

delimitação e a importância da preservação das áreas e a proposta de (03) três

unidades de conservação municipais nas categorias de manejo Área de Proteção

Ambiental (APA), Parque Natural Municipal (Parque) e Refúgio de Vida Silvestre

(REVIS), cujas nominações são: APA Membeca/Valério, Parque Lago Rio Quente e

REVIS Rancho Fundo. Essa consulta deverá se dá com a sociedade da cidade de

Curuçá, envolvendo o poder público das esferas municipal, estadual e federal, as

organizações Não-Governamental e os moradores que residem no interior e no entorno

das áreas.

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1 INTRODUÇÃO

No entendimento do jurista Leonardo Serafini (2004) apud Silva (2011), o

instrumento de ordenamento territorial na esfera municipal, previsto tanto no artigo 182

da Constituição de 1988, quanto na Lei nº 10.257/2001 é o Plano Diretor Municipal

(PDM). Com isso a criação de unidades de conservação municipais do grupo de uso

sustentável e proteção integral, localizadas no município de Curuçá, contempla os

objetivos presente no Plano Diretor Participativo do Município de Curuçá 2017 – 2021,

em especial nos objetivos, diretrizes e ações estratégicas da Política de

Desenvolvimento Municipal do Meio Ambiente, entre os quais destaca-se:

“(...) VII) Garantir a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente e do patrimônio cultural, histórico e paisagístico; (...) XI) Ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: (...) a) a proximidade de usos incompatíveis; (...) d) instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão de infra-estrutura correspondente; (...); g) poluição e a degradação ambiental, (art. 10, incisos VII, XI).

(...) II) delimitar as áreas de preservação e áreas de interesse ambiental para classificação quanto ao uso e ocupação do solo; (...); XVII) proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico, (art. 11, incisos II e XVII).

I) Garantir políticas públicas voltadas para a proteção, conservação e preservação de corpos aquáticos; II) Reduzir as ações danosas à natureza através da educação ambiental; (...) IV) Garantir a proteção, conservação e preservação ambiental; (...) IX) Diagnosticar continuamente a realidade ambiental do município; X) Promover a definição legal das APAs (Áreas de Proteção Ambiental); (...) XVIII) Proteger os cursos e corpos d’água do município, suas nascentes e vegetação ciliar; (...) XXII) Garantir a proteção das Áreas de Interesse Ambiental” (art. 40, incisos I,II,IV,IX,X,XVIII e XXII)”.

Dentre os objetivos da criação das Unidades de Conservação, destaca-se a

conservação do Lago Rio Quente, do Igarapé Rancho Fundo, das espécies da fauna e

flora, residente e migratória, das nascentes e das Áreas de Preservação Permanente

(APPs), localizadas no interior das comunidades Membeca e Valério, da conservação

das paisagens e do microclima de Curuçá, assim como, evitar a degradação e gerar

renda com ecoturismo e visitação pública, melhorando a qualidade de vida da

população envolvida.

Respaldo legal, a criação dessas unidades de conservação, encontra, também,

no Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), instituído pela Lei

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7661/88, cuja finalidade principal é promover o ordenamento do uso dos

recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros.

Os estudos de biologia desenvolvidos, demonstram que a institucionalização

dessas áreas como áreas protegidas é de grande importância para o município de

Curuçá, por se tratar de áreas frágeis de zona costeira terrestre, contendo em seu

interior nascentes, retratando assim a existência de Área de Preservação Permanente

(APP), além do registro de 118 espécies de flora, (08) oito espécies de mamíferos, com

(02) duas espécies de primatas na lista nacional de espécies ameaçadas como o mico

preto Saguinus niger, que se encontra na categoria de Vulnerável (VU), na lista

nacional do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da lista da União Internacional para a

Conservação da Natureza (IUCN) e o macaco-da-noite Aotus infulatus, classificado na

categoria de Vulnerável (VU) de acordo com a Lista Nacional das Espécies Ameaçadas.

E ainda, o felino, gato maracajá ou gato do mato Leopardus wendii, da ordem dos

carnívoros, cujo reconhecimento pelo MMA é status de Vulnerável (VU) e pela IUCN

como Quase Ameaçada e fazendo parte do Apêndice I da Conservação sobre o

Comércio Internacional de Espécies (CITES), além do registro de 27 espécies de aves,

onde o tucano-grande-de-papo-branco Ramphastos tucanus se encontra na lista da

BirdLife International/IUCN 2019 ameaçada de extinção na condição de vulnerável (VU)

e 36 espécies de serpentes, 08 (oito) espécies de lagartos, 09 (nove) espécies de

anfíbios, (04) quatro espécies de quelônios e (02) duas espécies de jacarés.

Ressaltando que a riqueza faunística se dá com mais intensidade na área do Rancho

Fundo, onde, foi encontrada uma floresta mais conservada e com nascentes advindas

de quatro pontos diferentes, a área é alagada a maior parte do tempo e os corpos

d’agua estão em boas condições e propícias a reprodução de anfíbios e répteis.

Segundo o SNUC “as unidades de conservação são criadas por ato do poder

público (...) e deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que

permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a

unidade (...)”, (Lei nº 9.985, art. 22, § 2º). Dentre os estudos técnicos, constam o

reconhecimento da área, diagnósticos dos aspectos físicos, biológicos, infraestrutura e

saneamento básico e o diagnóstico socioeconômico e da situação fundiária, do qual

trata este documento.

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Na elaboração deste diagnóstico utilizou-se de dados secundários e informações

primárias. O levantamento de dados secundários se deu a partir de pesquisas na

internet, em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), monografias, dissertações de

mestrado, teses de doutorado, artigos científicos e relatórios e diagnósticos que

abordassem sobre os aspectos socioeconômicos, ambientais, fundiários e turísticos do

município de Curuçá. Se utilizou também de pesquisas de dados do site no Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de consultarmos dados estatísticos

do município de Curuçá da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas

(Fapespa) e o Plano Diretor Participativo do Município de Curuçá (2017-2021).

Para a coleta de dados primários, foram aplicados formulários no período de 14 a

17 de agosto de 2018 nas residências que se localizam na vila Membeca, mais

especificamente na PA 136, km 59, Rua. Rio Quente, referente a área selecionada,

lago Rio Quente e na comunidade do Valério, referente a área seleciona Rancho

Fundo. Ao todo foram aplicados 28 formulários, respectivamente 21 e 07, com questões

fechadas e abertas. Em pesquisa realizada no Google e em contagem in locu foram

identificadas 66 edificações, sendo 50 edificações na comunidade Membeca e 16

edificações na comunidade do Valério. Os formulários foram aplicados com todas as

famílias que se encontravam nas residências nesse período. Totalizando 28 formulários

aplicados, 26 residências se encontravam fechadas no referido período e (02) duas

famílias não se dispuseram a respondê-los. Os dados foram organizados e

quantificados em planilhas de excel, analisados e sistematizados em textos, gráficos,

quadros e tabelas.

Realizou-se entrevista com (2) dois moradores do local e foram visitados 20

órgãos municipais, 04 estaduais, 02 federais e 08 organizações não-governamentais,

que objetivou informarmos sobre a possível destinação da área para criação de

unidades de conservação, realizar levantamentos de informações socioeconômicas e

fundiárias e levantamento Institucional para a realização da Consulta Pública.

Em relação ao levantamento fundiário, que busca saber a situação fundiária da

área, foram encaminhados ofícios ao Cartório de 1º Ofício de Notas e Registro de

Imóveis de Curuçá, ao Departamento Fundiário da Prefeitura de Curuçá e ao Instituto

de Conservação da Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio), por meio do Chefe da

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Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, solicitando informações sobre a situação

fundiária, situação em relação a possíveis assentamentos e manifestação quanto à

criação das Unidades de Conservação.

Soma-se a metodologia, a observação de campo, o registro fotográfico e o

registro de ponto de coordenadas geográficas por meio de GPS (Global Positioning

System).

O diagnóstico divide-se, além da apresentação e introdução, em

contextualização regional, caracterização socioeconômica do município e áreas

propostas, levantamento Institucional, situação fundiária e conclusões e

recomendações.

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16

2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL

O município de Curuçá se insere regionalmente na parte da Zona Costeira do

estado do Pará, como bem define Silva, 2011, p. 20 “o município de Curuçá está

situado na costa norte brasileira, nordeste do Estado do Pará, na Zona do Salgado

paraense, definida pelo Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará (GERCO-PA) como

Setor Costa Atlântica do Salgado Paraense (Setor III) que abrange um total de 17

municípios”.

Conforme Conceição e Dornelles (2004) apud Silva (2111), “A zona costeira é o

espaço geográfico de interação entre o ar, a terra e o mar, sendo constituída por uma

faixa marítima e outra territorial. Engloba todos os ecossistemas e recursos naturais

(renováveis ou não) existentes em sua faixa terrestre, de transição e marinha”.

Ainda, segundo a definição de Silva, 2011, p. 20 e 28, os ecossistemas costeiros

se caracterizam pelo seu dinamismo ecológico desempenhando inúmeras funções,

quer sejam de caráter físico, como a proteção da linha da costa, armazenagem e

reciclagem de nutrientes, quer como funções ambientais, tais como a filtração e

degradação de poluentes, com consequência direta no controle da qualidade da água,

de fundamental importância para a biodiversidade. Trata-se, portanto, de zonas de alta

produtividade que disponibilizam uma variada gama de recursos naturais e ambientais,

que podem ser explorados pelo homem, constituindo-se em áreas de importância

ecológica, econômica, política, socioambientais e culturais, que pressupõem a

abordagem de problemas como contaminação, veraneio, turismo, implantação de infra-

estrutura, uso do solo e ordenamento territorial costeiro. Portanto, qualquer referência

feita ao município de Curuçá deve ser inserido dentro da abordagem de Zona Costeira,

cujo tratamento deve ser diferenciado de outras realidades, ou seja, dentro de uma

abordagem integrada de um município litorâneo.

Como veremos a seguir, este diagnóstico considerou a configuração

de quatro regiões físico-territoriais e administrativas, onde se insere o município de

Curuçá, que embora cronologicamente tenham sido elaboradas em momentos

diferentes, e estejam apenas em termos legais, convivem entre si na atualidade, para

efeito de análises de planejamento, de acordo com o enfoque desejado, quais são: a

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divisão estabelecida pelo IBGE desde 1989, que divide o estado do Pará em 06

Mesorregiões e Microrregiões, a estabelecida em 2008 pelo governo estadual,

denominadas 12 Regiões de Integração, a estabelecida pelo Gerenciamento Costeiro

do Estado do Pará (GERCO/PA) em 2004, Zona Costeira Paraense – Setor 3: Costa

Atlântica Nordeste Paraense, e a estabelecida pela Resolução nº 04 de 2008, com

Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Pará (CERH/PA), que

estabelece 07 Macrorregiões Hidrográficas (MRHs), na qual consta a MRH Costa

Atlântica Nordeste.

2.1 MESORREGIÃO NORDESTE PARAENSE: MICRORREGIÃO DO SALGADO

O IBGE estabelece cinco níveis hierárquicos para o território brasileiro: Regiões,

Estados, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios. O estado do Pará, por sua vez,

possui seis Mesorregiões: Baixo Amazonas, Marajó, Metropolitana de Belém, Nordeste

Paraense, Sudeste Paraense e Sudoeste Paraense.

O município de Curuçá faz parte da Mesorregião Nordeste Paraense, que se

divide em cinco Microrregiões: microrregião Bragantina, microrregião de Cametá,

microrregião do Guamá, microrregião do Salgado e microrregião de Tomé-Açú. O

município de Curuçá, por sua vez, faz parte microrregião do Salgado, como podemos

observar no quadro 1 abaixo.

Quadro 1- Municípios que fazem parte da Mesorregião Nordeste Paraense e Microrregião do Salgado.

Município Área km2

(2010)

População (2010)

Densidade Demográfica

hab/km2 (2010)

População Estimada (2018)

PIB (2016)

PIB per capita

(2016)

IDHM (2010)

IDEB (2017) **

Microrregião Bragantina – 13 municípios (Augusto Corrêa, Bonito, Bragança, Capanema, Igarapé-Açu, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru, Santa Maria do Pará, Santarém Novo, São Francisco do Pará e Tracuateua)

Microrregião de Cametá – 07 municípios (Abaetetuba, Baião, Cametá, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba e Oeiras do Pará)

Microrregião do Guamá – 13 municípios (Aurora do Pará, Cachoeira do Piriá, Capitão Poço, Garrafão do Norte, Ipixuna do Pará, Irituia, Mãe do Rio, Nova Esperança do Piriá, Ourém, Santa Luzia do Pará, São Domingos do Capim, São Miguel do Guamá e Viseu)

Microrregião do Salgado – 11 municípios

Colares 609,79 11.381 18,66 12.040 72.433,27 6.179,79 0.602 3.2

Curuçá 672,67

34.294 50,98 39.540 265.955,65 6.927,55 0,582 2.6

Magalhães Barata 323,74 8.115 24,95 8.523 65.092,11 7.844,31 0.597 *

Maracanã 857,19 28.376 33,16 29.429 209.733,66 7.315,95 0.570 2.6

Marapanim 795,98 26.605 33,42 28.220 218.382,41 7.949,56 0.609 2.4

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18

Salinópolis 237,49 37.421 157,40 40.424 413.517,93 10.514,59 0,647 2.3

São Caetano de Odivelas

743,45 16.891 22,72 17.970 121.144,13 6.925,69 0.585 *

São João da Ponta 195,92 5.265 26,87 6.059 40.344,46 6.856,64 0.583 2.2

São João de Pirabas 705,79 20.647 29,26 22.842 149.606,35 6.736,90 0,539 2.4

Terra Alta 206,41 10.262 49,72 11.591 69.613,34 6.181,26 0.605 2.6

Vigia 539,08 47.889 88,83 53.191 365.351,09 7.066,07 0.617 2.8

Microrregião de Tomé-Açú – 05 municípios (Acará, Concórdia do Pará, Moju, Tailândia e Tomé-Açu)

Fonte: IBGE, 2018. IDEB 2017. Elaborado por Ribeiro & Rodrigues, 2018. * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados. ** Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), referente a 3ª série do Ensino Médio, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.

Com relação aos 11 municípios que compõem a Microrregião do Salgado, o

município de Curuçá aparece na 3ª posição, na nota do IDEB (2,6), empatado com os

municípios de Maracanã e Terra Alta, na frente dos municípios de Marapanim,

Salinópolis, São João da Ponta e São João de Pirabas e atrás dos municípios de Vigia e

Colares, que se destaca com o índice de 3,2.

Referente ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que leva em

consideração indicadores relacionados à longevidade, educação e renda, que a cada

década é medido na esfera municipal, na Microrregião do Salgado, o município de

Curuçá ocupa a 9ª posição (0,582), nível baixo (0,500-0,599), ficando na frente apenas

dos municípios de Maracanã (0,570) e São João de Pirabas (0,539).

2.2 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ

O Decreto Estadual de nº 1.066, de 19/07/2008, que dispõem sobre a

regionalização do estado do Pará cria as Regiões de Integração do Estado, que tem por

objetivo “definir regiões que possam representar espaços com semelhanças de

ocupação, de nível social e de dinamismo econômico e cujos municípios mantenham

integração entre si, quer física, quer economicamente, com a finalidade de definir

espaços que possam se integrar de forma a serem partícipes do processo de

diminuição das desigualdades regionais” (art. 1º). Segundo esse Decreto, o município

de Curuçá pertence a Região de Integração do Guamá junto com mais dezessete

municípios, conforme podemos verificar no quadro 2, abaixo.

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Quadro 2- Municípios que fazem parte da Região de Integração do Guamá.

Município / Região Integração Guamá

Área km2

(2010)

População (2010)

Densidade Demográfica

hab/km2 (2010)

População Estimada

(2018)

PIB (2016) a preços correntes (R$ 1.000)

PIB per capita (2016)

IDHM (2010)

IDEB (2017)**

1.Curuçá 672,67

34.294 50,98 39.540 265.955,65 6.927,55 0.582 2.6

2.Castanhal 1.028,89 173.149 168,29 198.294 3.602.938,80 18.709,66 0.673 2.7

3.Colares 609,79 11.381 18,66 12.040 72.433,27 6.179,79 0.602 3.2

4.Igarapé-Açu 785,98 35.887 45,66 38.588 333.828,97 8.890,96 0.595 2.6

5.Inhangapi 471,43 10.037 21,29 11.559 111.332,16 9.919,12 0.572 2.3

6.Magalhães Barata 323,74 8.115 24,95 8.523 65.092,11 7.844,31 0.597 *

7.Maracanã 857,19 28.376 33,16 29.429 209.733,66 7.315,95 0.570 2.6

8.Marapanim 795,98 26.605 33,42 28.220 218.382,41 7.949,56 0.609 2.4

9.Santo Antônio do Tauá 537,62 26.674 49,61 31.038 311.778,27 10.348,11 0.632 2.4

10.Santa Maria do Pará 457,72 23.026 50,31 24.725 267.996,01 11.139,12 0.598 3.2

11.Santa Izabel do Pará 717,66 59.466 82,86 69.746 629.597,12 9.301,73 0.659 2.7

12.São Caetano de Odivelas

743,45 16.891 22,72 17.970 121.144,13 6.925,69 0.585 *

13.São Domingos do Capim 1.677,25 29.846 17,79 31.837 318.852,01 10.289,86 0.532 2.2

14.São Francisco do Pará 479,57 15.060 31,40 15.833 195.061,19 12.651,52 0.608 2.2

15.São João da Ponta 195,92 5.265 26,87 6.059 40.344,46 6.856,64 0.583 2.2

16.São Miguel do Guamá 1.110,17 51.567 46,45 58.328 660.313,75 11.652,53 0.591 2.7

17.Terra alta 206,41 10.262 49,72 11.591 69.613,34 6.181,26 0.605 2.6

18.Vigia 539,08 47.889 88,83 53.191 365.351,09 7.066,07 0.617 2.8

Fonte: IBGE, 2018. IDEB 2017. Elaboração Ribeiro & Rodrigues, 2018. * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados. ** IDEB referente a 3ª série do Ensino Médio.

Como podemos observar no quadro 1, acima, o município de Curuçá ocupa a 9º

posição em extensão (672,67K2) em relação aos demais municípios da Região de

Integração do Guamá, sendo que a maior área fica com o município de São Domingos

do Capim (1.677,25 km2) e o menor com o município de São João da Ponta (195,92

km2). Ocupando o 6º lugar em população (34.294), conforme os dados do IBGE de

2010, assim como, assume o 5º lugar nos dados estimados para o ano de 2018

(39.540), tendo uma estimativa de crescimento populacional de 13,27%. Sua densidade

demográfica ocupa 4º lugar (50,98hab/km2), sendo que a maior densidade demográfica

fica no município de Castanhal (168.29ha/km2) e a menor no município de São

Domingos do Capim (17,79hab/km2).

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20

Entre os 18 municípios que compõem a Região de Integração do Guamá, dados

de 2016, apontam o PIB de Curuçá (265,955,65) na 9ª colocação, colocando o município

de Castanhal em 1º (3.606.938,80) e o município de São João da Ponta em último

(40,344,46). Já em relação ao PIB/Percapita do mesmo ano, apontam o município de

Curuçá em 14ª (6.927,55), o município de Castanhal, se mantém em primeiro

(18.709,66) e em último aparece o município de Colares (6.179,79), isso sem fazermos

uma análise proporcional.

Com relação ao IDHM, o município de Curuçá ocupa a 15º posição (0.582), nível

baixo, acima somente dos municípios de Inhangapi, Maracanã e São Domingos do

Capim. O município de Castanhal se mantém em 1º lugar no IDHM (0.673) e o município

de São Domingos do Capim em último (0.532). Referente ao IDEB do ano de 2017, o

município de Curuçá ocupa a 8ª posição (2,6), entre os 18 municípios, tomando a 1ª

posição o município de Vigia (2,8) e em último (2,2), o município de São Domingos do

Capim. Nesse sentido, o município precisa melhorar esses índices, traçando estratégias

conjuntas com a comunidade, empresários, governo do Estado e outras parcerias que

possam somar no melhoramento desses índices.

2.2.1 Unidades de Conservação na Região de Integração Guamá

A Região de Integração Guamá possui doze (12) unidades de conservação,

totalizando aproximadamente 155.435,25 hectares, sendo dez (10) de Uso Sustentável e

duas (2) de Proteção Integral, dois (02) Territórios Indígenas e vinte e quatro (24)

Territórios Quilombolas. No que tange a gestão dessas unidades, seis (06) se encontram

sob a gestão do Governo Federal, por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação

da Biodiversidade (ICMBio), quatro (04) sob a gestão do Governo do Estado do Pará,

por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio),

uma (01) sob a gestão municipal, por meio da Secretaria de Meio Ambiente de

Castanhal e (01) uma de domínio particular, denominada Reserva Particular do

Patrimônio Natural (RPPN), localizada no município de Santo Antônio do Tauá,

conforme quadro 3.

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Quadro 3- Áreas Protegidas nos municípios da Região de Integração do Guamá.

Município Áreas Protegidas

Denominação Área (ha) Ato de Criação Legal Responsável

Curuçá Unidade de Conservação

Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande de Curuçá

37.064,23 Decreto S/N de 13/12/2002. DOU de 16/12/20002.

Federal/ ICMBIO

Castanhal Unidade de Conservação

Parque Natural Municipal de Castanhal

15,225 Lei Municipal 20/2018, de 30/05/2018. DOM nº721, de 08/06/2018.

Municipal

Territórios Quilombolas

São Pedro – Bacuri, Macapazinho, Cocal, Itabóca, Quatro Bocas

--------------

----------------------------------

FCP

Colares Territórios Quilombolas

Cacau, Ovos, Terra Amarela --------------

----------------------------------

FCP

Igarapé-Açu Territórios Quilombolas

Nsa. Sra. do Livramento --------------

----------------------------------

FCP

Inhangapi Territórios Quilombolas

Cumaru, Bandeira Branca, Menino Jesus de Petimandeua, Paraiso, Cocal, Itabóca, Quatro Bocas

--------------

----------------------------------

FCP

Magalhães Barata Unidade de Conservação

Reserva Extrativista Marinha Cuinarana

11.037 Decreto de 10/10/2014. DOU de 13/10/2014.

Federal/ ICMBIO

Maracanã Unidade de Conservação

Área de Proteção Ambiental de Algodoal /Maiandeua

2.378,00 Lei Estadual n° 5.621/90, de 27/11/1990.

Estadual / IDEFLOR-Bio

Reserva de Desenvolvimento Sustentável Campo das Mangabas

7.062,02 Decreto nº 1.567, de 17/06/2016. DOE nº33151 de 20/06/2016.

Estadual / IDEFLOR-Bio

Refúgio de Vida Silvestre Pe. Sérgio Tonetto

339,28 Decreto nº 1.567, de 17/06/2016. DOE nº33151 de 20/06/2016.

Estadual / IDEFLOR-Bio

Reserva Extrativista de Maracanã,

30.018,88 Decreto de 13/12/2002. DOU de 16/12/2002.

Federal/ ICMBIO

Marapanim Unidade de Conservação

Reserva Extrativista Marinha Mestre Lucindo

26.465,00 Decreto de 10/10/2014. DOU de 13/10/2014.

Federal/ ICMBIO

Santo Antônio do Tauá

Unidade de Conservação

Reserva Particular do Patrimônio Natural Klagesi

23,00 Portaria nº 56, de 22/08/2005.

Iracy Corecha Jauffret

Santa Maria do Pará

Territórios Indígenas

Areal / Etnia: Tembé; Jeju / Etnia: Tembé

--------------

----------------------------------

FUNAI

Santa Izabel do Pará

Unidade de Conservação

Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia

6367,27 (1.060,70)1

(1,5%)

Decreto nº. 2.211 de 30/03/2010 / Decreto 2.622 de 30/11/2010. (retificador)

Estadual / IDEFLOR-Bio

Territórios Quilombolas

Boa Vista do Itá, Macapazinho, Jacarequara

--------------

----------------------------------

FCP

São Caetano de Odivelas

Unidade de Conservação

Reserva Extrativista Marinha Mocapajuba

21.029,00 Decreto de 10/10/2014. DOU de 13/10/2014.

Federal/ ICMBIO

São Domingos do Capim

Territórios Quilombolas

Rio Capim --------------

----------------------------------

FCP

São Francisco do Pará

----------------

----------------------------------

--------------

----------------------------------

------------------

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22

São João da Ponta

Unidade de Conservação

Reserva Extrativista de São João da Ponta

3.203,24 Decreto de 13/12/2002. DOU de 16/12/2002.

Federal/ ICMBIO

São Miguel do Guamá

Territórios Quilombolas

Sta. Rita das Barreiras, Menino Jesus, Canta Galo, Nsa. Sra. de Fátima do Cravateua -------------- ----------------------------------

FCP

Terra alta ---------------- ----------------------------------- -------------- ---------------------------------- ------------------

Vigia --------------- ----------------------------------- -------------- ---------------------------------- ------------------

Fonte: ICMBio, 2017. INCRA 2018. IDEFLOR-Bio, 2018. Fundação Cultural Palmares (FCP), 2018. Elaborado por Rodrigues, 2018.

O que pese a existência dessas unidades de conservação na área Região de

Integração do Guamá, ainda 03 (três) municípios se encontram descobertos de áreas

protegidas, entre os quais, os municípios de São Francisco do Pará, Terra Alta e Viseu,

conforme podemos visualizar no quadro 3 acima.

2.3 ZONA COSTEIRA PARAENSE: COSTA ATLÂNTICA NORDESTE PARAENSE

A zona costeira brasileira, considerada patrimônio nacional pela Constituição de

1988, corresponde ao espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo

seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e uma faixa terrestre.

Considera-se como marco legal do Governo do Estado do Pará em relação à

zona costeira, o disposto na Constituição do Estado, promulgada em 05 de outubro de

1989, onde no Art. 13, inclui entre os bens do Estado do Pará, inciso III - as áreas, nas

ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob

domínio da União, Municípios ou terceiros; inciso VI - os lagos e quaisquer correntes de

água em terrenos de seu domínio e os rios que têm nascente e foz em seu território,

bem como os terrenos marginais, manguezais e as praias respectivas.

Com área de 79.795,40 Km2, aproximadamente 6,4 % do Estado, abrangem 39

municípios, contendo aproximadamente 50% da população do Pará. A faixa costeira do

Estado do Pará, para efeito de implementação das ações do gerenciamento costeiro, foi

dividida, de acordo com suas peculiaridades regionais, em três setores. Estes, após

discussão dos membros do Comitê Gestor e embasado no decreto nº 5.300/2004,

passou por uma reformulação, resultando na seguinte classificação: Setor 1 - Insular

Estuarino, constituído pelo arquipélago do Marajó, fazendo parte os municípios de Afuá,

Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Santa

Cruz do Arari, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Soure; Setor 2 - Continental

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23

Estuarino, formado pelos municípios de Abaetetuba, Ananindeua, Barcarena, Belém,

Benevides, Colares, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Santo Antônio do Tauá, São

Caetano de Odivelas, São João da Ponta e Vigia; e o Setor 3 - Costa Atlântica do

Nordeste Paraense, composto pelos municípios de Augusto Corrêa, Bragança,

Capanema, Curuçá, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Primavera, Quatipuru,

Salinópolis, Santarém Novo, São João de Pirabas, Terra Alta, Tracuateua e Viseu.

Quadro 4- Municípios que fazem parte da Zona Costeira – Setor 3 – Costa Atlântica do Nordeste Paraense.

Zona Costeira / Setor 3 Costa Atlântica do Nordeste Paraense

Área km2

(2010)

População (2010)

Densidade Demográfica

hab/km2 (2010)

População Estimada

(2018)

PIB (2016) a preços correntes (R$ 1.000)

PIB per capita (2016)

IDHM (2010)

IDEB 2017 (**)

Augusto Corrêa 1.091,54 40.497 37,10 45.516 309.292,57 6.993,30 0,520 2.5

Bragança 2.091,92 113.227 54,13 126.436 1.057.723,37 8.607,70 0,600 2.7

Capanema 613,57 63.639 103,53 68.616 984.039,14 14.740,17 0,655 2.6

Curuçá 672,67 34.294 50,98 39.540 265.955,65 6.927,55 0,582 2.6

Magalhães Barata 323,74 8.115 24,95 8.523 65.092,11 7.844,31 0,597 *

Maracanã 857,19 28.376 33,16 29.429 209.733,66 7.315,95 0,570 2.6

Marapanim 795,98 26.605 33,42 28.220 218.382,41 7.949,56 0,609 2.4

Primavera 258,60 10.268 39,71 10.792 120.120,87 11.429,20 0,577 2.5

Quatipuru 324,25 12.411 38,06 13.512 83.228,51 6.333,02 0,543 2.2

Salinópolis 237,49 37.421 157,40 40.424 413.517,93 10.514,59 0,647 2.3

Santarém Novo 229,51 6.141 26,76 6.664 48.418,73 7.469,72 0,587 2.8

São João de Pirabas 705,79 20.647 29,26 22.842 149.606,35 6.736,90 0,539 2.4

Terra alta 206,41 10.262 49,72 11.591 69.613,34 6.181,26 0,605 2.6

Tracuateua 936,13 27.455 29,39 30.656 231.472,19 7.769,35 0,531 2.5

Viseu 4.915,05 56.716 11,54 61.049 663.531,92 11.170,38 0,515 2.0

Fonte: IBGE, 2018. IDEB 2017. Elaborado por RIBEIRO & RODRIGUES, 2018. * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados. ** IDEB referente a 3ª série do Ensino Médio.

2.4. MACRORREGIÃO HIDROGRÁFICA COSTA ATLÂNTICA NORDESTE

Os rios que cortam o Estado pertencem a três Regiões Hidrográficas Nacionais:

Amazônica, Atlântico Nordeste Ocidental e Tocantins-Araguaia. Os principais rios do

Estado são: Amazonas, Tocantins, Tapajós, Xingu, Jari e Pará. A Resolução nº 4 de

2008, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, dividiu a hidrografia do Estado em

07 Macrorregiões Hidrográficas (MRHs), que agrupam as bacias hidrográficas dos

principais 17 rios, que são: MRH Calha Norte, MRH Baixo Amazonas, MRH Tapajós,

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MRH Xingu, MRH Portel-Marajó, MRH Costa Atlântica Nordeste e MRH Tocantins-

Araguaia. Essa divisão objetiva fortalecer a gestão integrada do território e possibilita

um redirecionamento para manutenção da disponibilidade hídrica e da biodiversidade

local.

A Macrorregião Hidrográfica Costa Atlântica Nordeste, ocupa 9,5% da área do

estado. Formada pelas bacias dos rios Acará, Moju, Capim, Guamá, Gurupi e bacias

costeiras (Mojuim, Maracanã, Marapanim e outros). Esses rios nascem em planaltos

sedimentares e desembocam na baía do Guajará e no Oceano Atlântico. São rios de

água branca ou barrenta porque transportam uma grande quantidade de argila e areia

em suspensão nas suas águas (SEMAS/PA, 2012; ATLAS GEOGRÁFICO ESCOLAR

DO ESTADO DO PARÁ, 2013 apud PERHPA, mimeo).

Quadro 5 - Municípios que fazem parte da Macrorregião Hidrográfica Costa Atlântica Nordeste.

Município / MRH Costa Atlântica-Nordeste

Área km2 (2010)

População (2010)

Densidade Demográfica

hab/km2 (2010)

População Estimada

(2018)

PIB (2016) a preços correntes (R$ 1.000)

PIB per capita (2016)

IDHM (2010)

IDEB (2017)

**

Brasil 8.515.759,09 190.732.694 22,40 208.494.900 0,727 3.8

Pará 1.247.955,23 7.581.051 6,07 8.513.497 0,646 3.1

1.Abaetetuba 1.610,40 141.100 87,61 156.292 1.249.255,29 8.222,36 0,628 3.1

2.Abel Figueiredo 614,27 6.780 11,04 7.382 79.657,59 11.095,92 0,622 2.8

3.Ananindeua 190,50 471.980 2.477,55 525.566 6.710.890,31 13.137,13 0,718 2.7

4.Augusto Correa 1.091,54 40.497 37,10 45.516 309.292,57 6.993,30 0,520 2.5

5.Barcarena 1.310,33 99.859 76,21 122.294 5.012.996,94 42.290,57 0,662 2.6

6.Belém 1.059,40 1.393.399 1.315,26 1.485.732 29.426.953,03 20.350,00 0,746 2.9

7.Benevides 187,83 51.651 274,99 61.689 1.289.648,08 21.553,05 0,665 2.5

8.Bom Jesus do Tocantins 2.816,47 15.298 5,43 16.841 153.484,42 9.373,09 0,589 3.1

9.Bonito 586,73 13.630 23,23 16.038 108.301,20 6.958,89 0,546 2.2

10.Bragança 2.091,92 113.227 54,13 126.436 1.057.723,37 8.607,70 0,600 2.7

11.Breu Branco 3.941,91 52.493 13,32 64.738 536.481,45 8.551,28 0,568 2.5

12.Cachoeira do Piriá 2.461,96 26.484 10,76 33.178 171.562,79 5.338,15 0,473 2.7

13.Capanema 613,57 63.639 103,53 68.616 984.039,14 14.740,17 0,655 2.6

14.Castanhal 1.028,89 173.149 168,29 198.294 3.602.938,80 18.709,66 0.673 2.7

15.Colares 609,79 11.381 18,66 12.040 72.433,27 6.179,79 0.602 3.2

16.Curuçá 672,67 34.294 50,98 39.540 265.955,65 6.927,55 0,582 2.6

17.Dom Eliseu 5.268,79 51.319 9,74 58.956 656.087,58 11.459,84 0,615 2.2

18.Goianésia do Pará 7.023,88 30.436 4,33 39.857 373.792,93 9.664,48 0,560 2.8

19.Igarapé-Açu 785,98 35.887 45,66 38.588 333.828,97 8.890,96 0,595 2.6

20.Igarapé-Miri 1.996,84 58.077 29,08 62.355 367.353,51 6.054,45 0,547 2.9

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25

21.Jacundá 2.008,31 58.077 29,08 62.355 367.353,51 6.054,45 0,547 2.3

22.Magalhães Barata 323,74 8.115 24,95 8.523 65.092,11 7.844,31 0.597 *

23.Maracanã 857,19 28.376 33,16 29.429 209.733,66 7.315,95 0.570 2.6

24.Marapanim 795,98 26.605 33,42 28.220 218.382,41 7.949,56 0.609 2.4

25.Moju 9.094,11 70.018 7,70 80.988 868.214,85 11.041,92 0,547 2.5

26.Nova Esperança do Piriá 2.809,61 20.158 7,18 21.291 181.182,59 8.741,38 0,502 2.5

27.Nova Timboteua 489,85 13.670 27,91 15.218 115.947,29 7.839,04 0,609 3.1

28.Paragominas 19.341,86 97.819 5,06 111.764 2.665.945,79 24.560,29 0,645 2.8

29.Peixe Boi 451,34 7.854 17,44 8.073 60.335,44 7.669,43 0,581 2.9

30.Primavera 258,60 10.268 39,71 10.792 120.120,87 11.429,20 0,577 2.5

31.Quatipuru 324,25 12.411 38,06 13.512 83.228,51 6.333,02 0,543 2.2

32.Rondo do Pará 8.246,43 46.964 5,70 51.903 517.584,07 10.257,31 0,602 2.9

33.Salinópolis 237,49 37.421 157,40 40.424 413.517,93 10.514,59 0,647 2.3

34.Santa Bárbara do Pará 278,15 17.141 61,62 20.704 146.396,44 7.291,75 0,627 2.6

35.Santa Izabel do Pará 717,66 59.466 82,86 69.746 629.597,12 9.301,73 0,659 2.7

36.Santa Luzia do Pará 1.356,12 19.424 14,32 19.852 146.556,20 7.574,75 0,546 2.6

37.Santa Maria do Pará 457,72 23.026 50,31 24.725 267.996,01 11.139,12 0,598 3.2

38.Santarém Novo 229,51 6.141 26,76 6.664 48.418,73 7.469,72 0,587 2.8

39.Santo Antônio do Tauá 537,62 26.674 49,61 31.038 311.778,27 10.348,11 0,632 2.4

40.São Caetano de Odivelas

743,45 16.891 22,72 17.970 121.144,13 6.925,69 0,585 *

41.São Francisco do Pará 479,57 15.060 31,40 15.833 195.061,19 12.651,52 0,608 2.2

42.São João da Ponta 195,92 5.265 26,87 6.059 40.344,46 6.856,64 0,583 2.2

43.São João de Pirabas 705,79 20.647 29,26 22.842 149.606,35 6.736,90 0,539 2.4

44.Terra alta 206,41 10.262 49,72 11.591 69.613,34 6.181,26 0,605 2.6

45.Tracuateua 936,13 27.455 29,39 30.656 231.472,19 7.769,35 0,531 2.5

46.Ulianópolis 5.088,45 43.341 8,52 57.632 1.304.770,78 23.408,58 0,604 2.5

47.Vigia 539,08 47.889 88,83 53.191 365.351,09 7.066,07 0,617 2.8

48.Viseu 4.915,05 56.716 11,54 61.049 663.531,92 11.170,38 0,515 2.0

Fonte: IBGE, 2018. IDEB 2017. Elaborado por Ribeiro & Rodrigues, 2019. * Número de participantes no SAEB insuficiente para que os resultados sejam divulgados. ** IDEB referente a 3ª série do Ensino Médio.

A Macrorregião Hidrográfica Costa Atlântica-Nordeste, ocupa pouco menos de

10% do território paraense, e é constituída por seis unidades de planejamento, tais

quais: UPLAN Moju, composta pelos rios Moju, Capim, Gurupi, Acará e Guamá e a

UPLAN Costa Atlântica, na qual o principal corpo d’agua é o rio Piriá, que se encontram

inseridos os municípios de Acará, Ananindeua, Augusto Corrêa, Aurora do Pará,

Barcarena, Belém, Benevides, Bonito, Bragança, Bujaru, Cachoeira do Piriá, Capanema,

Capitão Poço, Castanhal, Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Dom Eliseu, Garrafão do

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26

Norte, Igarapé-Açú, Inhangapi, Ipixuna do Pará, Irituia, Mãe do Rio, Magalhães Barata,

Maracanã, Marapanim, Marituba, Moju, Nova Esperança do Piriá, Nova Timboteua,

Ourém, Paragominas, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru, Salinópolis, Santa Bárbara do

Pará, Santa Izabel do Pará, Santa Luzia do Pará, Santa Maria do Pará, Santarém Novo,

Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São

Francisco do Pará, São João da Ponta, São João de Pirabas, São Miguel do Guamá,

Tailândia, Terra Alta, Tomé-Açú, Tracuateua, Ulianópolis, Vigia e Viseu estão

completamento inseridos dentro da macrorregião, enquanto que Baião, Goianésia do

Pará, Rondon do Pará, Jacundá e Mocajuba, encontram-se parcialmente inseridas.

3 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO E ÁREA DE ESTUDO 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CURUÇÁ

3.1.1 Localização

O município de Curuçá com uma área de 672,675 km2, pertencente a

mesorregião do Nordeste Paraense, microrregião do salgado e politicamente

pertencente a Região de Integração Guamá. O município de Curuçá encontra-se

localizado entre as coordenadas latitude 0° 44′ 24” sul e longitude 47° 51′ 7” oeste,

entre (05) cinco municípios, fazendo divisa ao norte com o oceano Atlântico, ao sul com

o município de Terra Alta, ao sudeste com o município de São João da Ponta, a leste

com o município de Marapanim e a oeste com o município de São Caetano de

Odivelas, distante 136 quilômetros da capital, Belém.

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27

Figura 1- Mapa de Localização do Município de Curuçá.

Fonte: Instituto Peabiru. Projeto Casa Virada – Fase 2, 2012.

3.1.2 Histórico e Ocupação do Município

A origem do município de Curuçá está relacionada à chegada dos missionários

da Companhia de Jesus na localidade atualmente conhecida como Abade, no século

XVII. Como a região não lhes provia as condições básicas de sobrevivência, pelo fato

de a água ser salgada, partiram em busca de outro lugar para se instalar. Encontraram,

às margens do rio Curuçá, uma feitoria de pesca e ali mesmo fundaram uma fazenda,

com o mesmo nome do Rio, que na língua tupi significa “cruz”. A fazenda, erguida sob a

devoção de Nossa Senhora do Rosário, posteriormente, deu origem à atual cidade de

Curuçá, cujo significado é “lugar em que há seixos ou cascalhos” (FIGUEIREDO, 2007

apud FREIRE, 2013).

Quanto a formação administrativa, podemos dizer que Curuçá foi elevada à

categoria de vila com a denominação de vila Nova Del Rei, em 1757, extinta em 1758 e

elevada novamente a categoria de vila com a denominação de Curuçá, pela lei nº 167,

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28

de 21/11/1850. Em 1869, é criado o distrito de Marapanim e anexado a vila de Curuçá.

No ano de 1874, a lei nº 802, desmembra da vila de Curuçá o distrito de Marapanim,

sendo elevado à categoria de município. E Curuçá é emancipado à condição de cidade

pela lei nº 236, de 14/05/1895. No ano de 1930, pelo decreto estadual nº 6, o município

de Curuçá é extinto, sendo seu território anexado aos municípios de São Caetano de

Odivelas e Vigia. No ano de 1931, pela Lei estadual nº 111, é criado município de

Marapanim, passando o distrito de Curuçá a pertencer ao município de Marapanim

desmembrado dos municípios de São Caetano de Odivelas e Vigia. Em 1932, o decreto

estadual nº 680, transfere o distrito de Curuçá do município de Marapanim para o de

Castanhal. Elevado novamente à categoria de município com a denominação de

Curuçá, pelo decreto nº 1136 de 28/12/1933, desmembrado do município de Castanhal.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito

sede. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 4 distritos:

Curuçá, Lauro Sodré, Murajá e Ponta de Ramos, permanecendo em divisão territorial

datada de 2007.

Assim, segundo a Lei Municipal nº 1.813, 28 de novembro de 1997, que dispõe

sobre o Feriado Municipal o dia 04 de outubro, data de emancipação política do

município de Curuçá, por ser essa data no ano de 1857, o ano em que o município de

Curuçá passa a ter os seus poderes legalmente constituídos na organização Política do

Estado do Pará, completando no dia 04/10/2018, 260 anos de fundação. E segundo a

Lei Municipal nº 1.856/2001, institui feriado municipal o dia 14 de maio, por ser essa

data 14/05/1895, o dia em que Curuçá é elevada à categoria de cidade, sendo

comemorado no dia 14 de maio de 2019, 124 anos de emancipação política da cidade.

3.1.3 Aspectos Demográficos e Populacionais Segundo o último Censo Demográfico (2010), Curuçá tem uma população total

de 34.294 habitantes, e uma densidade demográfica de 50,98 hab/km2 (IBGE, 2010).

Estima-se que em 2018 a população do município foi de 38.959 habitantes, conforme

Gráfico 1.

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29

Gráfico 1 - Série histórica da população do município de Curuçá.

Fonte: IBGE, 2018. Organizado por Rodrigues, 2018. *População Estimada.

Curuçá ocupa o quinquagésimo sexto lugar em população do Pará, com

população de 34.294 habitantes, de acordo com dados do IBGE, 2010. Onde, o período

de 2000 a 2007, foi o de maior crescimento (29%).

Constituindo-se 51% (17.568) do sexo masculino e 49% (16.726) do sexo

feminino, conforme podemos verificar no gráfico 2.

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30

Gráfico 2- População, segundo o sexo e população urbana e rural do município de Curuçá.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Segundo o gráfico 2, acima, a maioria das pessoas do município de Curuçá

residem na zona rural, representada por 65% (22.121), enquanto 35% (12.173) residem

na zona urbana.

Em relação à faixa etária da população, o gráfico 3, abaixo, mostra que, segundo

dados do IBGE, 2010, 32% (11.004) se constituíam de crianças e adolescentes, 28%

(9.476) de jovens e adultos, 30% (10.280) se constituíam de pessoas adultas e 10%

(3.534), se caracterizava por pessoas idosas.

Gráfico 3- Faixa etária da população do município de Curuçá.

Fonte: IBGE, 2018. Censo Demográfico, 2010.

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31

3.1.4 Aspectos Sociais e Econômicos: educação, saúde, atividades produtivas, mercado de trabalho, indicadores econômicos e índice de desenvolvimento humano.

3.1.4.1 Educação

Segundo dados do IBGE, do ano de 2010, 67% (18.136) da população do

município de Curuçá estavam sem instrução ou com fundamental incompleto, acima da

média do estado (60%). No fundamental completo e médio incompleto, o município

apresentava um percentual de 17%, igualando a média estadual (17%). No nível de

escolaridade do médio completo e superior incompleto, o município ficava abaixo da

média do Estado, com 15% (4.086), entretanto, era no nível superior completo que o

município apresentava sua maior dificuldade, apresentando apenas 1% (225), ficando

abaixo do percentual do Estado de 4%, conforme tabela 1.

Tabela 1- Percentual (%) populacional de pessoas com 10 anos ou mais de idade de acordo com nível de instrução no estado do Pará e município de Curuçá.

Nível de Instrução Estado Curuçá

V. Absoluto % V. Absoluto %

Sem instrução e fundamental incompleto 3.596.735 60% 18.136 67%

Fundamental completo e médio incompleto 1.044.335 17% 4.633 17%

Médio completo e superior incompleto 1.146.771 19% 4.086 15%

Superior completo 247.457 4% 225 1%

Não determinado 27.006 0% 139 0%

TOTAL 6.062.304 100% 27.219 100%

Fonte: IBGE, 2010. Adaptado por Rodrigues, 2019.

É possível que esses dados já tenham melhorado, considerando que o município

faz parte do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a

Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) e o Projeto

EJA (Educação de Jovens e Adultos), ambos ofertados pela Escola de Ensino Médio e

Tecnológico Profª Maria de Nazaré Guimarães Macedo (EETEPA) e a Escola Estadual

de Ensino Fundamental Maria Hyluisa Pinto Ferreira, além de possuir um Pólo da

Universidade Federal do Pará (UFPA), vinculado ao Campi de Ananindeua, oferecendo

os cursos de Licenciatura em Química, Física e Matemática, parcerias constituídas

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entre a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e UFPA com a Prefeitura,

conforme informações de pesquisa de campo realizada no ano de 2019.

Quanto a frequência na escola ou creche, referente ao ano de 2010, o gráfico 4,

abaixo mostram que 66% (8.275) dos alunos em idade escolar, de creche a ensino

fundamental frequentavam a escola, 22% (2.701) em idade escolar do ensino médio,

8% (959) de jovens, 3% (450) de adultos e 1% (97) de idosos, frequentavam a escola.

Gráfico 4- Dados da População residente que frequentavam a escola ou creche em 2010 e quem nunca frequentou.

Fonte: IBGE, 2018. Elaborado por Ribeiro & Rodrigues, 2019.

No entanto, os dados também mostram o percentual de quem nunca frequentou

a escola. Onde, podemos verificar que 14% (529) de pessoas de 60 anos e pessoas

adultas, cada uma, nunca frequentaram a escola. Dados também mostram que 3%

(134) de idade jovem, 3% (98) de crianças e adolescentes e 66% (2.456) de crianças

de 0 a 4 nunca frequentaram a escola. O que nos remete para a observar a não

existência de creches no município no ano de 2010.

3.1.4.2. Saúde

O parâmetro da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), aponta que no

mínimo 01 médico deverá atender até 1.250 habitantes, no caso de Curuçá, segundo

dados da Secretaria Municipal de Saúde, o município possui 20 médicos, conforme

tabela 2 de especialidades, entretanto, esse número ainda possui um déficit de 26%.

Quanto aos odontólogos e aos enfermeiros, a OPAS recomenda 01 odontólogo para

cada 5.000 habitantes e 01 enfermeiro para cada 2.220 habitantes, nesse caso Curuçá,

nessas duas especialidades, em com dados da população de 2010, Curuçá atende os

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padrões da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), possui quantidade

suficiente de odontólogos e enfermeiros para atender a demanda de acordo com os

parâmetros da OPAS.

Tabela 2- Desempenho dos recursos humanos para a saúde do município de Curuçá em relação aos parâmetros da OPAS.

Profissional Nº de

Profissionais (2018)

Relação por habitante (*)

Recomendação OPAS

Médico 20 3.810 1.250

Odontólogo 7 4.899 5.000

Enfermeiro 22 1.559 2.220 Fonte: DATASUS, 2018. (*) Baseado na população do censo de 2010.

A tabela 3, abaixo, mostra as especialidades dos profissionais que atuam na

área da saúde, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde. Podemos

verificar que das especialidades de médico, observa-se que a maior carência há na

especialidade de médicos cardiologistas, pediatria e traumatologista.

Tabela 3- Especialidade de profissionais na área da saúde no município de Curuçá.

Especialidades Quantidade Atende pelo SUS

Não atende pelo SUS

Médico Clínico Geral 7 7 -

Médico da Saúde da Família 8 8 -

Médico Cardiologista 1 1 -

Médico Pediatra 2 2 -

Médico Ortopedista e Traumatologista 1 1 -

Médico em Radiologista e Diagnóstico por Imagem 1 1 -

Pedagogo 1 1 -

Psicólogo Clínico 5 5 -

Assistente Social 4 4 -

Técnico em Enfermagem 21 21 -

Técnico em Enfermagem da Saúde da Família 13 13

Auxiliar de Enfermagem 08 08 -

Auxiliar de Enfermagem da Saúde da Família 09 09 -

Técnico em Saúde Bucal 01 01 -

Técnico em Saúde Bucal da Saúde da Família 03 03 -

Auxiliar em Saúde Bucal 01 01 -

Auxiliar em Saúde Bucal da Saúde da Família 06 06 -

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Técnico em radiologia 01 01 -

Técnico em Laboratório de Farmácia 05 05 -

Agente Comunitário de Saúde 110 110 -

Agente de Combate as Endemias 09 09 -

Socorristas (exceto médicos e enfermeiros) 04 04 -

Atendente de Farmácia Balconista 01 01 -

Total 222 222 -

Podemos observar na tabela 4, abaixo, que até os anos de 2016, o município

contava com 21 estabelecimentos de saúde. Teve aumento no número de

estabelecimentos para 25 no ano de 2017 e para 28 no ano de 2018, segundo dados

do Datasus. Chama a atenção o aumento dos ambulatórios especializados e de

academias de saúde criadas em 2017 e aumentadas no ano de 2018, respectivamente.

Tabela 4- Estabelecimentos de Saúde do Município de Curuçá.

Estabelecimentos 2014 2015 2016 2017 2018

Secretaria de Saúde 1 1 1 1 1

Academia de Saúde – Polo - - - 1 2

Central de Regulação 1 1 1 1 1

Central de Gestão em Saúde 1 1 1 1 1

Centro de Apoio a Saúde da Família (CASF) 2 2 2 2 2

Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 1 1 1 1 1

Centro de Parto Normal - - - - -

Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 10 10 10 10 10

Clínica Especializada/Ambulatório Especializado 2 2 2 4 6

Farmácia 1 1 1 1 1

Hospital Geral - - - - 1

Unidade de Serviço de Apoio de Diagnóstico e Terapia - - - 1 1

Unidade Mista 1 1 1 1 -

Unidade Móvel de nível Pré-Hospitalar na área de urgência 1 1 1 1 1

TOTAL 21 21 21 25 28

Fonte: DATASUS, 2018.

3.1.4.3 Atividades Produtivas

Referente às atividades predominantes no município de Curuçá, em uma série

de uma década, podemos observar a predominância do setor de serviço, que não está

especificado, mas entenda-se também o comércio, com maior aumento no período de

2011 a 2014. Segundo dados do IBGE, o município apresentou nos anos de 2015 e

2014, 5% e 4% do setor da indústria, 35% e 29% correspondente ao setor agropecuário

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e 60% e 67% referente ao setor de serviço, entenda-se, também, como setor do

comércio, respectivamente, conforme podemos observar na tabela e no gráfico 5.

Gráfico 5- Setor da Economia: Agropecuária, Indústria e Serviços, nos anos de 2005 e 2014.

Fonte: IBGE, 2014. Organizado por Rodrigues, 2018.

3.1.4.4 Mercado de Trabalho Formal

Os dados abaixo do gráfico 6, apresentam o setor da administração pública

como a predominante, seguido pelo setor do comércio e pelo setor da agropecuária,

extração vegetal, caça e pesca. FREIRE (2013), em suas análises, observa que as

oportunidades de emprego no município de Curuçá, tem uma estreita dependência com

a política municipal, onde, durante as eleições, o município se divide em dois lados e só

consegue emprego quem se alia a algum candidato, porém, no caso do candidato

apoiado perder, as chances de arrumar trabalho tornam-se difíceis, só se mantendo nos

cargos públicos, quem é concursado, esse fator, entretanto, segundo a autora

impulsiona ainda mais o êxodo da população.

Gráfico 6- Trabalho Formal por Setor de Atividade.

Fonte: IBGE, 2018. MTE/RAIS, 2018. Elaborado por Rodrigues, 2018.

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Ainda, os dados do gráfico 7 mostram que os anos de maior ascenção do trabalho formal no município foram os anos de 2011, 2012 e 2017.

Gráfico 7- Trabalho Formal por Setor de Atividade.

Fonte: IBGE, 2018. MTE/RAIS, 2019. Elaborado por Rodrigues, 2018.

3.1.4.5 Indicadores Econômicos

O Produto Interno Bruto (PIB) é o indicador de desempenho econômico de um

país, estado ou município. Segundo o IBGE (2017), são “bens e serviços produzidos no

país descontadas as despesas com os insumos utilizados no processo de produção

durante o ano. É a medida do total do valor adicionado bruto gerado por todas as

atividades econômicas”. O Produto Interno Bruto do município de Curuçá em uma série

de 11 anos pode ser considerado crescente, conforme podemos visualizar na tabela 5.

Tabela 5- Composição do Produto Interno Bruto a Preço de Mercado Corrente 2005-2016 (Curuçá).

Ano

Valor Adicionado bruto a preço básico corrente

Impostos sobre produtos, líquidos de

subsídios

Produto Interno Bruto a preço de mercado

corrente

2006 74.744 1.992 76.736

2007 81.479 2.012 83.492

2008 97.574 2.687 100.261

2009 112.516 2.630 115.146

2010 129.255 3.516 132.771

2011 154.586 3.725 158.311

2012 162.791 4.009 166.800

2013 214.633 5.768 220.401

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2014 214.560 5.910 220.470

2015 234.571 7.179 241.751

2016 258.242 7.713 265.955

Fonte: IBGE, 2018. Elaborado por Ribeiro & Rodrigues, 2018.

O PIB do município de Curuçá vem evoluindo se considerada uma série histórica

de 2005 a 2014, chegando a superar 240 mil reais em 2015. A taxa média de

crescimento neste período foi de 14,39%, sendo o ano de 2013 o de melhor

desempenho (32,13), conforme podemos observar na Tabela 6.

Tabela 6- Taxa de crescimento anual do PIB Percapita.

Ano

Valor Adicionado Bruto a preços correntes

PIB Percapita (Preços Correntes)

Taxa de Crescimento Anual

2005 66.322 2.233 16,62

2006 76.736 2.529 15,70

2007 83.492 2.473 8,80

2008 100.261 2.801 20,08

2009 115.146 3.133 14,85

2010 132.771 3.850 15,30

2011 158.311 4.534 19,24

2012 166.800 4.696 5,36

2013 220.401 6.029 32,13

2014 220.470 5.929 0,03

2015 242.814 6.423 10,13

Fonte: IBGE, 2014. Elaborado por Ribeiro, 2018.

Dados da tabela 7, mostram que no ano de 2015, o município de Curuçá

ocupava a participação no PIB estadual de 0,18%, ficando na 83ª posição no ranking

dos 144 municípios paraenses e no PIB Percapita a posição de 127ª posição no ranking

estadual.

Tabela 7- Produto Interno Bruto Per Capita a Preço de Mercado Corrente 2005-2016 (Curuçá).

Ano PIB PIB PER CAPITA

Valor (R$ Mil) Participação Ranking no

Estado Valor (R$)

Ranking no Estado

2006 76.736 0,17 77 2.529 116

2007 83.492 0,16 80 2.473 136

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2008 100.261 0,16 75 2.801 131

2009 115.146 0,19 75 3.133 129

2010 132.771 0,16 79 3.850 118

2011 158.311 0,16 81 4.534 115

2012 166.800 0,16 83 4.696 127

2013 220.401 0,18 83 6.029 115

2014 220.051 0,18 83 5.929 122

2015 241.751 0,18 83 6.395 127

2016 265.955 91 6.927 126

Fonte: IBGE, 2014. Elaborado por Ribeiro, 2018.

3.1.4.6 Índice de Desenvolvimento Humano

Para se chegar ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), é

levado em consideração os indicadores relacionados à longevidade, educação e renda,

que a cada década é medido na esfera municipal. Ele é classificado em muito baixo

(0,000-0,499), baixo (0,500-0,599), médio (0,600-0,699) e alto (acima de 0,700). O

Gráfico 8, demonstra que o índice do município de Curuçá em 2010 é de 0,582, o que

situa esse município na faixa de desenvolvimento baixo, ou seja, IDHM entre 0,500 e

0,599.

Gráfico 8- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal baseado na Educação, Longevidade e Renda.

Fonte: IBGE, 2010. PNUD, 2013. Elaborado por Rodrigues, 2018.

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É possível que um novo cálculo a ser realizado no ano de 2020, aponte o

município para um aumento do seu Índice de Desenvolvimento Humano, de baixo para

médio ou alto, mas para isso é necessário que os gestores canalizem esforços e as

políticas públicas para uma educação, saúde, renda, lazer, meio ambiente de

qualidade.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 3.2.1 Contextualização e Localização

A proposta de três áreas para criação de três Unidades de Conservação

Municipais insere-se em área urbana e área rural. A localização do Lago Rio Quente de

38,35 hectares, situa-se em área urbana, entre o km 69 da Rodovia Estadual PA 136,

que liga os municípios de Curuçá e Castanhal e rua Esperança na vila Membeca. O

Rancho Fundo de 72,01 hectares, está localizado nas adjacências no povoado Valério,

na rua que dá acesso ao areal. E a área proposta para a APA Membeca e Valério de

249,70 hectares, contorna as duas primeira, abrangendo as comunidades do Valério e

a vila Membeca.

Figura 2- Mapa de localização das áreas propostas para criação.

Fonte: NUGEO/IDEFLOR-Bio, 2019.

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3.2.2 Características da População da vila Membeca e do povoado Valério 3.2.2.1 População, sexo, faixa etária, estado civil e religião

Em contagem realizada in locu foram identificadas 50 edificações na vila

Membeca e 16 edificações na comunidade do Valério. Estima-se que na vila Membeca

residam aproximadamente 50 famílias e uma população de aproximadamente 200

pessoas, enquanto a comunidade Valério, estima-se aproximadamente 16 famílias e

aproximadamente 64 pessoas, conforme podemos visualizar no quadro 6.

Quadro 6 - Número estimado de famílias e pessoas no entorno da área de estudo.

Comunidades Nº de Edificações

Nº de Famílias Estimado

População Estimada

Residências Visitadas

Famílias Entrevistadas

População da Pesquisa

Vila Membeca 50 50 200 21 21 83

Comunidade do Valério 16 16 64 7 7 21

Total 66 66 264 28 28 104

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

De acordo com a pesquisa familiar, a população na área é na sua maioria do sexo

masculino, representada por 54% (56) dos entrevistados, contra 46% (48) do sexo

feminino, ratificando os dados do município de Curuçá que apresenta 51% (17.568) de

população do sexo masculino.

Gráfico 9- Sexo da população das comunidades Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

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Confirmando esses dados, a comunidade Membeca apresenta 57% (47) do sexo

masculino e 43% (36) do sexo feminino. Já na comunidade do Valério, a maioria se

compõe do sexo feminino 57% (12) e a minoria do sexo feminino 42% (09), como

podemos verificar no gráfico 9.

Quanto a faixa etária da população, podemos observar na vila Membeca, 22%

(18) encontram-se com a idade de 0 a 12 anos, consideradas crianças pelo Estatuto da

Criança e do Adolescente. O número de adolescentes, considerados com a idade entre

13 a 17 anos representam 21 (17) da população pesquisada. A população jovem que

consideramos na idade de 18 a 29 anos, para os padrões amazônicos soma-se 06,

representando 7%. A população adulta, considerada pessoas que se encontram na

idade entre 30 a 59 anos, representa 36% (30). E por fim a população idosa que

constitui 14% (30) da população pesquisada, como podemos observar no gráfico 10.

Gráfico 10- Faixa Etária da População das comunidades Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

Em relação a faixa etária da população da comunidade do Valério, podemos

observar que, 24% (05) encontram-se com a idade de 0 a 12 anos. O número de

adolescentes, considerados com a idade entre 13 a 17 anos representam 5% (01) da

população pesquisada. A população jovem que consideramos na idade de 18 a 29 anos,

representam 9% (02). A população adulta, considerada pessoas que se encontram na

idade entre 30 a 59 anos, representa 33% (07). E por fim a população idosa que

constitui 29% (06) da população pesquisada, como podemos observar no gráfico 10.

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42

Com isso podemos observar que a comunidade do Valério apresenta uma população

com mais idade do que a vila Membeca.

Quanto ao estado civil, gráfico 11, a amostra da população da vila Membeca de

83 pessoas, apontou que 60% (50) são solteiros, 24% (20) são casados, 15% (12) se

encontram em União Estável e 1% (01) é viúvo. Enquanto, que na comunidade Valério,

43% (09) são considerados solteiros, 29% (06) são casados, 19% (04) possuem união

estável e 9% (02) se declararam viúvos. Podemos observar que ambas as localidades

se encontram na mesma proporção na variável estado civil.

Gráfico 11- Estado Civil da População das Comunidades de Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

Quanto à religião dos moradores, segundo a pesquisa familiar, podemos dizer

que na vila Membeca predomina a religião evangélica e na comunidade do Valério a

Católica. Pois, conforme gráfico 12, 64% (53) da população da vila Membeca se

considera evangélica, 29% (24) são da religião católica e 7% (06) não informaram. A

comunidade do Valério, responde por 95% (20) de católicos e 5% (01), evangélicos.

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Gráfico 12- Religião da População das Comunidades de Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018. 3.2.2.2 Padrão de Ocupação: origem dos moradores, tempo de residência e intenção de se mudar

A pesquisa também levantou informações sobre a origem dos moradores, tempo

de residência no local e pretensão de mudança para o outro lugar.

Conforme o gráfico 13, abaixo, podemos observar que os moradores da vila

Membeca possuem origem de várias localidades, e, apenas 24% (05) responderam ser

do próprio município de Curuçá, cujos resultados apresentaram o registro de 38% (08)

que vieram de Belém, 24% (05) oriundos do município de Curuçá, 19% (04) do

município de Viseu, 4% (01) são de origem do município de Santo Antônio do Tauá e

somam 5% (01), cada um, os moradores oriundos dos municípios de Bragança, São

Domingos do Capim e Bujaru. Isso configura as informações que obtivemos de que na

vila Membeca o padrão de ocupação se configura em uma área de ocupação.

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Gráfico 13- Origem da população das comunidades Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

O povoado Valério apresentou características de moradores com laços familiares

no município, apresentando dados de 71% (07) de moradores do município de Curuçá

e 29% (02) de moradores que vieram de outra região, no caso, na Região Nordeste.

Os moradores da vila Membeca apresentaram uma característica de diversidade

de tempo em que residem no local. Sendo que 48% (10) dos moradores declararam

viver naquele local entre 10 e 15 anos. Entre 1 a 3 anos, 19% (04), 3 a 5 anos, 5% (01),

5 a 10 anos 10% (02), 15 a 20 anos 10% (02), 20 a 30 anos 5% (01) e acima de 30 anos

5% (01). O que demonstra o pouco vínculo dos moradores com o local.

Gráfico 14- Tempo de residência da população das comunidades Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

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45

Na pesquisa das famílias amostradas na comunidade do Valério verificou-se que

15% (01) residem no local entre 1 a 3 anos. Entre 10 a 15 anos, 14% (01), entre 20 a 39

anos, 14% (01) e a maior parte 57% (04) declarou viver naquele local acima de 40. Isso

demonstra o vínculo que as pessoas possuem com o local o que suscita o

pertencimento das pessoas ao local.

Gráfico 15- Intenção de se mudar da população das comunidades Membeca e Valério.

Fonte: Pesquisa de campo, 2018.

A pesquisa, também, mostrou que 100% dos entrevistados, tanto moradores da

vila Membeca como do Valério não possuem intenção de se mudar para outro local.

Isso revela que o local apresenta características relevantes de moradia, principalmente

para os moradores da vila Membeca, onde, a pesquisa não demonstrou tanto vínculo

dos moradores com o local. A comunidade Valério, por outro lado, além de apresentar

características relevantes de morar no local, os residentes possuem afinidade familiar e

cultural com o local.

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46

3.2.3 Aspectos Sociais: educação, saúde, segurança alimentar, organização

social e violência

3.2.3.1 Educação

Em relação à educação na vila Membeca e na comunidade Valério, o estudo

abordou o nível de escolaridade dos moradores, a existência de escolas nas

comunidades, a merenda escolar, o transporte escolar e a abordagem ambiental nas

escolas. É possível que o nível de confiança das respostas seja insatisfatório,

considerando que as repostas foram dadas pelo entrevistado e não pelos diretamente

envolvidos, no caso, os alunos.

Da população pesquisada (83), na vila Membeca, 13% (11) não possuem

escolaridade, 68% (56) possuem o nível fundamental e 19% (16) se encontram

cursando o nível médio. Na comunidade do Valério, 24% (05) se encontram sem

escolaridade, 33% (07) se declararam com o nível fundamental e 43% (09) possuem o

ensino médio.

Gráfico 16- - Nível de Escolaridade da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Diante disso podemos concluir que a vila Membeca possui mais pessoas com

nível fundamental, enquanto a comunidade do Valério possui mais pessoas com o nível

médio.

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Vale ressaltar que não existem escolas nas comunidades consultadas, Membeca

e Valério. Conforme as informações colhidas, os estudantes da comunidade Membeca

frequentam a Escola Municipal de Ensino Fundamental Olinda Alves e Escola Municipal

de Ensino Fundamental Maria Hyluiza Pinto Ferreira. Assim como, os alunos da

comunidade do Valério estudam na Escola Privada Centro Educacional Sagrada

Família e na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Gonçalo Ferreira, que

também, atende alunos da vila Membeca.

Gráfico 17- Escolas que atendem a vila Membeca e a comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

No levantamento Institucional realizado nas escolas citadas, constatou-se que

90% das escolas visitadas possuem uma boa estrutura física, espaços adequados às

atividades escolares, carteiras escolares em bom estado de conservação e em

quantidade suficiente para todos os alunos. Em relação ao corpo docente, todas as

escolas apresentam em seu quadro professores com nível superior, sendo 95% com o

diploma de licenciatura. Existem também, em menor percentual professores com

Especialização, Mestrado e cursando Doutorado. Os Gestores de todas as escolas

possuem formação superior, sendo (04) quatro Pedagogos e (03) três Licenciados em

Letras e dentre esses (03) três com Pós-gradução (01) um Mestre em Educação e

Formação de Professores em Ciências e (02) dois com Especialização em Gestão

Escolar.

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Em relação aos problemas com as crianças, adolescentes e jovens, 100%

informaram que a maioria é de pequenos conflitos dentro do ambiente escolar, estes

sendo resolvidos na Direção ou Coordenação Pedagógica e nos casos mais graves são

chamados os pais e acionado o Conselho Tutelar.

Quanto a merenda escolar (gráfico 18) constatou-se que dos 21 entrevistados,

representante familiar, da vila Membeca, 28% (06) responderam que existe merenda

escolar nas escolas, 67% (14) responderam que não existe merenda escolar e 5% (01)

não soube informar. Na comunidade Valério, ficou dividido, 14% (01) respondeu que

sim e 14% (01) respondeu que não, e, 72% (05) não souberam informar. É possível que

esses dados não correspondam com a realidade, em virtude dos esforços da gestão

atual com a educação do município.

Gráfico 18- Existência de merenda escolar nas escolas que atendem os alunos da Vila Membeca e da Comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Referente ao transporte escolar (gráfico 19) podemos dizer que 100% (07) dos

entrevistados da comunidade do Valério respondeu que existe transporte escolar

regularmente para transportar os alunos. Já a vila Membeca, mesmo que 71% (15) dos

entrevistados tenham respondido que há transporte escolar regularmente, 29% (06)

respondeu não ter transporte escolar. Entretanto, em validação de dados com alunos

da EETEPA e servidores da prefeitura, foram unânimes em reforçar a existência de

transporte escolar regularmente para ambas as comunidades, como sendo mais uma

preocupação da gestão atual com a educação.

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Gráfico 19- Existência de Transporte Escolar que atendam a população da Vila Membeca e da Comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Conforme o gráfico 20, verificou-se que na vila Membeca, 14% (03) dos

entrevistados responderam que as escolas abordam a Educação Ambiental nas

escolas, 72% (15) responderam que não e 14% (03) não souberam informar, assim

como os entrevistados da comunidade do Valério não souberam informar. Mas, em

levantamento Institucional nas escolas do entorno, 95% dos entrevistados responderam

que desenvolvem algum trabalho como palestras para os pais, referente a temática

ambiental.

Gráfico 20- Abordagem do tema Educação Ambiental nas escolas que atendam a Vila Membeca e a Comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

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3.2.3.2 Saúde

Relacionado à saúde, três perguntas foram feitas aos entrevistados, doenças

ocorridas no local, existência de posto de saúde nas localidades e local de

atendimentos.

Quanto às doenças ocorridas na comunidade de Membeca, podemos verificar

que as doenças mais comuns são: verminose com 34% (04), diarréia com 17% (02),

dengue com 8% (01), malária com 8% (01) e outras com 33% (04), na opção “outras

doenças”, tiveram como resposta, câncer, pressão alta, zica e anemia.

Gráfico 21- Doenças ocorridas na população da Vila Membeca e da Comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Não existe posto de saúde específico nas comunidades pesquisadas. A

população de Membeca, quando precisa, acessa o posto de saúde localidade de Boa

Vista, enquanto a população da comunidade do Valério acessa os postos de saúde da

cidade de Curuçá e da localidade de Murujá.

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Gráfico 22- Existência de Posto de Saúde na vila Membeca e na comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Com relação a forma de atendimento de saúde, a pesquisa concluiu que na vila

Membeca, 37% (12) responderam receber atendimento do ACS, 30% (10) tem

atendimento no posto de saúde, 24% (08) realiza consulta em outra localidade (fora do

município), 6% (02) diz participar de campanhas de vacinação e 3% (01) tem

atendimento no Programa Saúde da Família. A comunidade Valério ratifica o

atendimento do ACS com 43% (03), atendimento em posto de saúde com 15% (01),

atendimento pelo Programa Saúde da Família, participação em campanhas de

vacinação e atendimento em outras localidades com 14% (01), cada um.

Gráfico 23- Atendimento à saúde da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

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3.2.3.3 Segurança Alimentar

Outro aspecto relacionado à saúde investigado na pesquisa de campo foi a

segurança alimentar. Podemos verificar no gráfico 24, abaixo, que dos 21 entrevistados

na vila Membeca, considerando que os entrevistados responderam mais de uma

resposta, foi que as famílias se alimentam de peixe 37% (17), aves 26% (12), carne 24%

(11), vegetais 9% (04) e marisco 4% (02). Ratificando essas informações, segue na

mesma direção a população da comunidade do Valério, onde, 58% (07) consomem

peixe, 17% (02) consomem aves e carne, cada um e 8% (01) consomem vegetais.

Gráfico 24- Segurança alimentar da população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Quanto ao local de compras das comunidades, verificou-se que toda compra é

feita fora das comunidades, considerando que não existe comércio nas áreas

estudadas, por isso as compras são realizadas no comércio de Curuçá.

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Gráfico 25- Local de compras da população da população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

3.2.3.4 Organização Social

De forma geral a organização social e política dos moradores que residem na vila

Membeca e no povoado Valério são poucas desenvolvidas. Conforme podemos

observar no gráfico 26, abaixo, 52% (11) dos entrevistados da vila Membeca,

responderam que possuem participação institucional, contra 48% (10) que não

participam de nenhum tipo de organização. No povoado Valério, os dados apontam

para uma maior participação em torno de 71% (5) e 29% (02) que não possuem

participação. Essa participação no povoado Valério pode se dá pela existência da

Associação Comunitária Valério Esporte Clube (ACVEC), criada no ano de 1979, de

CNPJ 84414380001-28, presidida pelo Senhor Arquelau de Jesus Pereira, possuindo

uma estrutura física no local. Entretanto, é uma Associação de vínculo familiar cujos

objetivos são esportivos, o que poderá ser fortalecida para que amplie os seus objetivos

e passe atuar na área ambiental.

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Gráfico 26- Nível de participação política da população da vila Membeca e da comunidade Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Figura 3- Sede da Associação Comunitária Valério Esporte Clube.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Por outro lado, na vila Membeca, dados de campo, por ocasião da aplicação de

formulários nas residências de moradores, não indicou a existência de nenhuma

associação na área. Entretanto, por ocasião do levantamento Institucional fomos

informados da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade do Rio Quente

(APRURQ de Curuçá), cuja data de abertura consta de 25/05/2007, de CNPJ

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09.082.112/0001-03, presidida pelo senhor Antonio dos Santos Pereira, o qual não foi

estabelecido contato até a data do fechamento deste diagnóstico.

Dos entrevistados que possuem alguma forma de participação política, os dados

mostram que na vila Membeca, 50% (07) participam de igreja, 43% (06) participam de

sindicato e 7% (01) participam de Associação. Na comunidade do Valério podemos

observar que 57% (04) participam de Associação, 29% (02) participam de Igreja e 14%

(01) participam de Sindicato.

Gráfico 27- Tipo de participação política da população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Perguntado sobre a existência de algum tipo de trabalho Institucional nas

localidades de Membeca e Valério, pouco se percebe segundo as respostas dos

entrevistados. Conforme o gráfico 28, na vila Membeca 14% (03) responderam que

existem trabalho na área, mas a maioria, 86% (18) desconhecem trabalho Institucional

na área. Na comunidade Valério, dados demonstram que 29% (02) tem conhecimento e

71% (05) responderam que não existe algum tipo de trabalho de Instituições no local.

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Gráfico 28- Existência de trabalho Institucional na vila Membeca e na Comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

3.2.3.5 Violência

Um dos problemas enfrentados no Brasil e em específico no Pará é a violência.

Segundo O IPEA, 2017, a taxa de homicídio no estado do Pará chega em 45%,

ocupando o 5º lugar da federação em violência, mesmo o município de Curuçá não

estando inserido nos municípios mais violentos do estado, que hoje são Altamira,

Marabá, Marituba e Ananindeua, ele sofre também com esse problema social.

Mas quando questionado aos entrevistados quais seriam os maiores problemas

enfrentados na área, na vila Membeca a problemática da segurança veio em 3º lugar

com 18%, ficando atrás da saúde e da limpeza pública e na comunidade do Valério em

2º lugar, ficando atrás do transporte público, conforme podemos observar no gráfico 29,

abaixo.

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Gráfico 29- Problemas enfrentados pela população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

A pesquisa também perguntou o percentual de assaltos que a população já tinha

sofrido, podemos observar que o percentual sofrido na vila Membeca é menor que na

comunidade do Valério. Sendo que a vila Membeca apresentou 19% (04) de sim e 81%

(17) de não. Enquanto, que, a comunidade do Valério respondeu 43% (03) de sim, de

que já sofreram assalto, e 57% (04) de respostas “não”.

Gráfico 30- Nível de violência por meio de assaltos sofridos pela população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

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Dados de entrevistados que já presenciaram algum tipo de assalto nas duas

comunidades ratificam que a comunidade do Valério está mais vulnerável à violência do

que vila Membeca. Considerando que a pesquisa apontou que na vila Membeca (43%

(09) dos entrevistados já presenciaram algum tipo de assalto contra 57% (12) que

nunca presenciou. Enquanto, que, na comunidade do Valério 57% (04) dos

entrevistados responderam que já presenciaram assalto, contra 43% (03) que

respondeu que “não”.

Gráfico 31- Percentual de moradores da vila Membeca e da comunidade do Valério que já presenciaram assaltos.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Em relação ao número de vezes que a população de ambas as comunidades

presenciou um assalto varia. Observa-se (gráfico 32), que dados dos entrevistados da

vila Membeca apontam para 33% (03) que presenciou uma vez, 45% (04) que

presenciou duas vezes e 22% (02) que presenciou três vezes. Enquanto, que os

entrevistados da comunidade do Valério foram unânimes em afirmar que presenciaram

apenas uma vez, 100% (07).

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Gráfico 32- Número de vezes que a população da vila Membeca e da comunidade do Valério já presenciou assaltos.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Relatos afirmam que a comunidade do Valério perdeu uma parte de sua

qualidade de vida sofrendo um significativo assalto no ano de 2018 e atribuem esse

nível de violência à instalação do balneário Rancho Fundo, que nos finais de semana

comercializam bebidas e organizam festas com som de aparelhagem. Esse será, um

problema para a gestão das UCs resolver, haja vista que a prefeitura afirma que esse

espaço é de seu domínio, e durante a nossa pesquisa em campo todos os esforços

foram empenhados para conversar com os responsáveis do empreendimento, mas não

obtivemos êxito.

3.2.4 Aspectos Econômicos

Referente aos aspectos econômicos a pesquisa abordou as atividades

desenvolvidas pela população da vila Membeca e comunidade Valério, assim como,

atividades que compõem a renda familiar, acesso a benefícios sociais, acesso e tipos

de créditos e a renda média familiar.

3.2.4.1 Atividades Desenvolvidas

Na vila Membeca, a pesca artesanal foi apontada como uma atividade com 31%

(07) das respostas, em seguida consta o setor de serviço com 30% (07), 22% (05) foi

apontado o setor do comércio, 13% (03) também apontou a agricultura de subsistência

e 4% (01) dos entrevistados responderam desenvolver atividades de suinocultura. Na

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comunidade Valério apenas três atividades foram apontadas pelos entrevistados:

agricultura de subsistência com 57% (04), serviço com 29% (02) e suinocultura, com

14% (01).

Gráfico 33- Atividades desenvolvidas na vila Membeca e na comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Referente às atividades que compõem a renda, há sempre uma dificuldade na

hora da coleta de informações, entretanto, dados da pesquisa mostram que na vila

Membeca, 38% (08) dos entrevistados se declararam no trabalho informal, realizando

pequenos bicos quando aparecem. Os entrevistados que não souberam informar,

constou de 33% (07), considerado uma porcentagem significativa devido os

entrevistados não se sentirem à vontade para declararem suas atividades. Os quais se

declararam trabalhando com carteira assinada foi de 14% (03), os trabalhadores sem

carteira assinada foram de 10% (02) e os quais trabalham na administração pública foi

de 5% (01). Em relação a comunidade Valério, apenas duas atividades foram

mencionadas, também, compondo a renda, o funcionalismo público com 33% (01) e o

trabalho informal com 67% (02).

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Gráfico 34- Outras atividades que compõem a renda da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

3.2.4.2 Acesso a Benefícios Sociais

Vale ressaltar que uma parte significativa da renda da população da vila

Membeca e da comunidade Valério vem de benefícios do Programa Bolsa Família e de

aposentadoria. Onde, constatou-se, segundo dados do gráfico 35, que o bolsa família

atende na vila Membeca 69% (35) da população e na comunidade do Valério 46% (06).

Renda de aposentadoria atende 23% (12) na vila Membeca e 46% (06) na comunidade

do Valério, e outras rendas não identificadas pontuaram 8% (04) para a vila Membeca e

8% (01) na comunidade do Valério.

Gráfico 35- Acesso à benefícios da população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

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3.2.4.3 Acesso e Tipos de Créditos

A medição do acesso ao crédito demonstra a capacidade de crédito de uma

população. Segundo o gráfico 36, abaixo, podemos afirmar que a comunidade possui

melhor capacidade de tomar crédito. Sendo que a vila Membeca, apenas 10% (02) dos

entrevistados respondeu ter acesso ao crédito, enquanto 90% (19) responderam que

não possuem acesso ao crédito. Por outro lado, a comunidade do Valério apresentou

um percentual de 71% (05) que possuem acesso ao crédito em detrimento de 29% (02)

que responderam que não possuem acesso.

Gráfico 36- Acesso ao crédito da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

A pesquisa também procurou saber quais os tipos de crédito as pessoas

estavam acessando. Com os dados observou-se que o crédito acessado não se referia

aos programas para a produção e sim crédito para fins de empréstimos pessoais,

financiamentos ou consignado.

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Gráfico 37- Tipo de créditos acessado pela População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

3.2.4.4 Renda Média Mensal Familiar

Quanto a renda média mensal familiar podemos verificar que a comunidade do

Valério apresenta uma pequena elevação em relação a vila Membeca. Os dados do

gráfico 38, apresentam que 81% (17) das famílias da vila Membeca possuem renda

média mensal de até um salário mínimo e 19% (04), de ½ até um salário. Já na

comunidade Valério, 71% (05) possui renda familiar de ½ a um salário mínimo e 29%

(02) possui renda de até ½ salário mínimo.

Gráfico 38- Renda média mensal da População da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

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3.2.5 Utilização da Área, Relação de Vizinhança e principais Problemas

Referente ao uso das áreas pela população da vila Membeca e da comunidade

do Valério, observou-se, segundo o gráfico 39, que 70% (16) da população da vila

Membeca declarou ter uma boa relação com o Lago Rio Quente, 13% (03) declararam

não se relacionar com a área, ou seja, não utilizam a área, 13% (03) declararam que

utilizam a área para lazer e 4% (01) declarou sentir medo, pelo fato da área fazer divisa

com a área urbana por onde transita cotidianamente várias pessoas. Com relação a

comunidade do Valério, a relação se considera boa, 57% (03), não utilizam 29% (03) e

14% (01) utilizam para o lazer. Em relação a Comunidade do Valério, apesar de não

aparecer o item “sente medo”, detectado nas respostas dos moradores da comunidade

Membeca, a população reclama que a violência aumentou depois que se instalou o

balneário “Rancho Fundo”.

Gráfico 39- Relação da População da vila Membeca e da comunidade do Valério com a área.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Referente à relação da população de ambas as comunidades com a vizinhança

podemos afirmar, segundo os dados coletados, no gráfico 40 que a relação é

considerada boa, estável e de parentesco.

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Gráfico 40- Relação de vizinhança da população da vila Membeca e da comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

Por fim, os maiores problemas enfrentados pelas duas comunidades inclui: saúde, limpeza pública, segurança, transporte, educação, queimada e saneamento básico e caça.

Gráfico 41- Problemas enfrentados pela população da vila Membeca e na comunidade do Valério.

Fonte: Pesquisa de Campo, 2018.

4 LEVANTAMENTO INSTITUCIONAL O Levantamento Institucional é uma das etapas necessárias para o processo de

criação de Unidade de Conservação referente ao levantamento das potenciais

Instituições afins para ser parceiras no momento da realização da Consulta Pública e

posteriormente na implementação e gestão das Unidades de Conservação. As

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Instituições, dependendo de seu envolvimento e interesse, podem ser potenciais

parceiras na criação e gestão de Unidades de Conservação, principalmente na

composição do Conselho Gestor que deve ser criado para a Unidade.

Para este Levantamento Institucional foram extraídos informações do site da

prefeitura de Curuçá, de Decretos de Conselhos de UC Federal e de textos científicos,

onde, foram levantados os nomes de Instituições Governamentais e Não-

Governamentais envolvidos com a temática.

Posteriormente, foram aplicados três formulários de perguntas abertas e

fechadas com Instituições Governamentais, da esfera municipal, estadual e federal,

outro com as Organizações Não-Governamentais, como sindicatos, associações,

colônias de pescadores e o terceiro formulário foi aplicado em escolas acessadas pelos

moradores das comunidades Membeca e Valério, por ocasião do levantamento

socioeconômico. Além da aplicação dos formulários, foram coletadas as coordenadas

geográficas por meio de GPS e realizado registro fotográfico.

Em seguida, os formulários foram analisados e três questões, tabuladas e

transformadas em gráficos, tais como: conhecimento sobre Unidade de Conservação,

participação em conselhos e problemáticas ambientais, separados em dois blocos, um

referente as Instituições governamentais e outro às Institutições não-governamentais.

Abaixo, segue o quadro das Instituições levantadas no município de Curuçá.

4.1 INSTITUIÇÕES VISITADAS NO MUNICÍPIO DE CURUÇÁ Conforme se pode observar no quadro 7, abaixo, foram visitadas 34 Instituições

no município de Curuçá, sendo 20 Instituições da esfera municipal, 04 da esfera

estadual, 02 da esfera federal e 08 Instituições não governamentais, mas apenas 28

Instituições responderam os formulários, 20 das Instituições Governamentais e 08 das

Instituições Não-Governamentais.

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Quadro 7- Instituições visitadas no município de Curuçá.

Nº Instituições Responsáveis

01 Secretaria Municipal de Finanças Jean Carlos Fonseca Alves

02 Departamento Fundiário Denize de Souza

03 Secretaria Municipal de Obras, Urbanismo e Transporte Newton Roberto Alves de Campos

04 Secretaria Municipal de Educação Joaquim Ribeiro da Luz

05 Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Hyluiza Pinto

Ferreira

Sandra Maria Ferreira Atie

06 Escola de Ensino Fundamental Maria Hyluisa Pinto Ferreira Joelton da Silva Passinho

07 Escola Privada Centro Educacional Sagrada Família Roberta Michelle Pinto Lobato

08 Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Gonçalo

Ferreira

Raimundo Carlos de Morais

Santos 09 Secretaria Municipal de Turismo Rafaela Sayuri de Lima Ohashi 10 Secretaria Municipal de Assistência Social Ariana Almeida da Silva 11 Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Sandra Mônica Rodriguês 12 Secretaria Municipal de Meio Ambiente Luís Guilherme de Melo e Silva 13 Secretaria Municipal de Cultura Niltilene Pereira Gomes

14 Secretaria Municipal de Juventude Desporto e Lazer Roger Ferreira Guimarães Mendes

15 Secretaria de Integração Municipal Hítalo Magno da Silva 16 Secretaria Municipal de Agricultura Hamilton Brito dos Santos Alves 17 Secretaria Municipal de Saúde Maria do Socorro Pinheiro Ruivo 18 Coordenadoria de Vigilância à Saúde Anny Azevedo Ricartt

19 Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental Wanda Eurico Araújo de Carvalho

20 Câmara Municipal Antonio Maria da Silveira Ramos (Magnata)

21 Ministério Público Estadual/Promotorias de Justiça do Estado do Pará 2ª Entrância

Promotor Titular: Ney Tapajós Ferreira Franco

22 Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater)

Roberto Ianês da Rocha Vieira

23 Escola Estadual de Ensino Médio e Tecnológico “Maria de Nazaré Guimarães Macedo” (EETEPA)

Veruschka Silva Melo

24 Escola Estadual de Ensino Médio Profª Olinda Veras Alves Evanildo Sabino Borges

Rodrigues 25 Chefe da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá (RESEX

MGC) Patrick Rabelo Jacob

26 Núcleo Universitário de Curuçá (UFPA) Professora Jacira Nunes Ferreira

Roberta Michelle

27 Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura Familiar de Curuçá (Sintraf)

Cleide Palheta dos Santos

28 Colônia dos Pescadores de Curuçá Z-5 Júnior da Silva Costa 29 Associação Comunitária Valério Esporte Clube (ACVEC) Arquelau de Jesus Pereira 30 Associação Socioambiental e Cultura de Curuçá “Pretinhos do

Mangue” Edmilson Campos dos Santos (Cafá)

31 Associação dos Moradores do Bairro Rodoviário Airtoncley 32 Associação de Meliponicultores de Curuçá (Asmelc) Maria Liliana da Silva Rodrigues

33 Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá (Auremag)

José Roberto Garcia de Moraes

34 Associação de Pessoas Portadoras com Deficiência Manoel Neves de Sousa

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(APPD)/Núcleo

Fonte: Pesquisa de campo, 2018 e 2019.

4.1.1 Instituições Governamentais

Das 26 Instituições Governamentais visitadas, apenas 12 responderam as

perguntas apresentadas nos formulários sobre conhecimento de Unidade de

Conservação, pregunta era aberta e os entrevistados tinham a opção de responder

mais de três problemas.

No gráfico 42, abaixo, se observa que a maioria dos representantes de

Instituições governamentais, ou seja, 75% (09) dos entrevistados reponderam que

possuem conhecimento sobre Unidade de Conservação e 25% (03) responderam não

ter conhecimento. Isso nos remete a concluir que se dá em virtude do município de

Curuçá possuir uma Unidade de Conservação (RESEX Mãe Grande Curuçá), em 55%

de seu territorio, muito embora nas respostas dos entrevistados não ficou patente a

aproximação da RESEX com os gestores municipais.

Gráfico 42- Conhecimento de Unidades de Conservação e Participação em Conselhos.

Fonte: IDEFLOR-Bio, 2018/2019.

Quanto a participação em Conselhos os estudos apontam para o mesmo

percentual, 75% (09) dos entrevistados reponderam que suas Instituições participam de

algum tipo de conselho, contra 25% (03) que responderam não fazer parte de nenhum

conselho. Isso nos remete a observar uma forte participação das Instituições em

Conselhos, como espaços criados legalmente e também como forma de participação

democrática.

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Referente aos principais problemas ambientais, os representantes das

Instituições responderam como um dos principais problemas 29% (04) o lixão a céu

aberto, parece esse ser o problema que mais incomoda. Em seguida com 15% (02) foi

citado o uso incorreto de agrotóxico, principalmente relatado referente ao seu descarte.

Com 14% (02) foi apontado a problemática da queimada, fato já relatado,

principalmente por moradores da comunidade Membeca, referente às queimadas que

se dá no Lago Rio Quente.

Gráfico 43- Principais problemas ambientais levantados junto às Instituições governamentais.

Fonte: IDEFLOR-Bio, 2018/2019.

E os demais problemas apontados foram a falta de cuidado no uso da terra para

a lavoura, desmatamento, demarcação de terra do mangue, assoreamento de igarapés

e nascentes, caça e o consumo de drogas, com 7% (01), cada uma dessas

problemáticas apontadas.

4.1.2 Instituições Não-Governamentais

Observa-se nos gráficos abaixo (44) que 87% (07) dos entrevistados

responderam que possuem conhecimento sobre Unidade de Conservação e 13% (01)

responderam não possuir conhecimento sobre UC.

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Gráfico 44- Conhecimento de Unidades de Conservação e Participação em Conselhos.

Fonte: IDEFLOR-Bio, 2018/2019.

Quanto a participação em Conselhos, os estudos apontam para uma paridade

entre participação das Instituições em Conselhos 50% (04) e não participação 50%

(04), conforme podemos observar no gráfico acima.

Referente aos principais problemas ambientais, os representantes das

Instituições Não-Governamentais responderam que um dos principais problemas, com

23% (04) é o desmatamento nas nascentes e igarapés, em seguida foi apontado, com

11% (02) os conflitos nas pesca do camarão e caranguejo.

Gráfico 45 - Principais problemas ambientais levantados junto às Instituições Não-Governamentais.

Fonte: IDEFLOR-Bio, 2018/2019.

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Os demais problemas apontados com 6% (01) cada um foram, o lixão a céu

aberto, a pesca predatória, a retirada de mourões na ilha de Fora, a sujeira nas praias,

o uso de agrotóxico, o avanço da pecuária, a inacessebilidade aos prédios particulares,

a falta de incentivo para as questões ambientais, a cobrança no balneário Rancho

Fundo e a falta de estudos para a viabildiade de obras.

Os três problemas mencionados pelos entrevistados, que são comuns são, tanto

nas organizações governamentais como não-governamentais e que merece atenção

são, o lixão a céu aberto, o uso de agrotóxico e o desmatamento. Problemas, esses, já

apontados por MENEZES, et al. (2013), quando da realização de estudos de

indicadores de monitoramento ambiental no município e identificou que os principais

problemas ambientais nesse município estão relacionados com os despejo de lixo nos

mangues, rios e praias; o desmatamento e assoreamento de igarapés; pesca predatória

que vem ocasionando a diminuição da quantidade de pescado; a perda da

biodiversidade em decorrência do desmatamento e problemas relacionados com a

agricultura, ocasionando a perda da fertilidade do solo, devido ao uso de maquinário

pesado e uso indiscriminado de fertilizantes e pesticidas químicos (MENEZES, et al.,

2013, apud. ESTUMANO & ESPÍRITO SANTO, 2019).

5 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DAS ÁREAS

Das as áreas indicadas como proposta para criação de Unidades de

Conservação Municipais, nas categorias de manejo APA, Parque e REVIS, apenas a

categoria de Parque exige que a área seja integralmente de domínio público, entretanto

se faz necessário saber qual a situação fundiária da localidade denominada Rancho

Fundo, considerando que ambas as áreas a Prefeitura de Curuçá diz ser de domínio

público. Segundo o SNUC a categoria de manejo de APA pode conviver com

proprietários de terras, não havendo a necessidade de desapropriação, conforme sua

definição:

Área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais...é

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constituída por terras públicas ou privadas (SNUC, Art. 15, e § 1º, Lei 9.985/2000).

Já na categoria de manejo de Parque, a área total deve ser de domínio público

como podemos observar na definição do SNUC.

São áreas que tem por objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico ... é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. (SNUC, Art. 11 e § 1º, Lei 9.985/2000).

Em se tratando da categoria de manejo de REVIS, indica que a área pode

conviver com propriedades privadas, entretanto, deve haver compatibilização com os

objetivos da área, caso o contrário deve haver a desapropriação, como podemos

observar em sua definição no SNUC.

(...) proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória... pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ... a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei (Art. 13, § 1º e 2º, Lei 9.985/2000).

Além de que as áreas do Lago Rio Quente e do Rancho Fundo são consideradas Áreas de Preservação Permanentes (APP), porque são lagos e igarapés, assim definidas como:

área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Delimitada em zonas rurais ou urbanas como, I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; (Lei nº 12.651, de 25/05/2012, Art. 3º, inciso I; e Art. 4º, inciso I e II )

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O levantamento fundiário buscou saber a situação fundiária das áreas, realizou

pesquisa documental no Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de

Curuçá, por meio do ofício nº 004/2019 – DGBio/IDEFLOR-Bio, de 28 de março de

2019 e solicitado informações ao Departamento Fundiário da Prefeitura de Curuçá, por

meio do ofício nº 005/2019 – DGBio/IDEFLOR-Bio, de 28 de março de 2019. E,

também, solicitando do Instituto de Conservação da Biodiversidade Chico Mendes

(ICMBio), por meio do Chefe da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, manifestação

quanto à criação das Unidades de Conservação. Da resposta do Cartório, foi fornecido

a Certidão Negativa de Bens, de série H nº 000.329.213 em que cita que “...revendo os

Livros de Registro Geral arquivados (...) Não foram encontrados Registros Cartoriais de

Terra na Localidade do Lago Rio Quente e Rancho Fundo”. Em relação a resposta do

Departamento Fundiário da Prefeitura de Curuçá, nada foi constado referente à

localidade Rancho Fundo, apenas foi fornecido a relação de moradores do Rio Quente,

constando o número de 11 (onde) nomes de moradores (Apêndice 4).

Não foram enviados ofícios ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

e nem ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa), porque os levantamentos “in locu” com os

moradores das áreas e em levantamento Institucional nas diversas entidades públicas e

privadas não se detectou a existência de Territórios Remanescentes Quilombolas

(TRQ), Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAEX) e nem Projeto Estadual de

Assentamentos Agroextrativistas (PEAEX). Além de que foi consultado o Sistema de

Projetos de Reforma Agrária (SIPRA), banco de dados do INCRA/Superintendência

Regional do Estado do Pará-SR (01), que fornece a listagem dos Projetos de

Assentamentos, mas não foi encontrado Assentamento para ou no município de

Curuçá.

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6 CONCLUSÕES

O município de Curuçá se insere em quatro regiões físico-territoriais e

administrativas, quais são: a divisão estabelecida pelo IBGE desde 1989, que divide o

estado do Pará em 06 Mesorregiões e Microrregiões, a estabelecida em 2008 pelo

governo estadual, denominadas 12 Regiões de Integração, a estabelecida pelo

Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará (GERCO/PA) em 2004, Zona Costeira

Paraense – Setor 3: Costa Atlântica Nordeste Paraense, e a estabelecida pela

Resolução nº 04 de 2008, com Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado do

Pará (CERH/PA), que estabelece 07 Macrorregiões Hidrográficas (MRHs), na qual

consta a MRH Costa Atlântica Nordeste. O município de Curuçá possui um histórico de

conservação com a Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá de gestão federal com

aproximadamente 37.064ha.

Estimativas indicam que Curuçá possui aproximadamente 40 mil habitantes,

uma densidade demográfica de 50,98 há/km2, com a maioria da população vivendo em

área rural. O município, ainda, é considerado um município com nível baixo no

desempenho do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mas tende alcançar

patamares melhores, considerando que um dos itens que contribuem para o seu

desempenho é o investimento em Educação e se percebe um esforço da atual gestão

nesse sentido. A qualidade de vida, além das belezas naturais existentes no município

de Curuçá, também está relacionada aos investimentos em saúde, trabalho, emprego e

renda, e principalmente os quesitos em trabalho, emprego e renda precisam ser

melhorados no município de Curuçá.

A área delimitada para serem criadas legalmente as unidades de conservação se

encontram em duas comunidades que se diferenciam por suas características.

Enquanto a vila Membeca está localizada em área urbana, com uma população

estimada em 200 pessoas, oriundas de várias localidades com nível de escolaridade

baixo, convivendo com as queimadas no Lago Rio Quente. A comunidade do Valério

está localizada em área rural, se constitui de relação de parentesco, o nível de

escolaridade e o nível de renda é maior que a vila Membeca e convivem, atualmente,

com a problemática do problema da violência, segundo depoimentos em decorrência

das atividades de finais semanas no balneário do Rancho Fundo.

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7 RECOMENDAÇÕES

A criação de Unidades de Conservação, além de preservar e conservação a

biodiversidade é também para melhorar a qualidade de vida das pessoas, por isso,

recomendamos que toda ação desenvolvida nas futuras UCs possa vir acompanhado

de melhoramento para as comunidades locais, seja, na educação, saúde, geração de

trabalho e renda, infraestrutura e saneamento básico.

Recomenda-se a valorização da Associação Comunitária Valério Esporte Clube

(ACVEC), criada no ano de 1979, cuja revitalização deve se dá em sua estrutura física,

jurídica e em com ampliação de sua função social para a questão ambiental, assim

como seus objetivos e metas.

Recomendamos que na vila Membeca seja aprofundado a qualificação do nível

de organização da comunidade visando a criação de geração de trabalho e renda.

Recomendamos a elaboração do Projeto de Voluntariado focado na temática de

educação ambiental para intervenção emergencial nas comunidades do Valério e do

Membeca, a fim de que ambos os lagos tenham maior proteção e preservação.

Recomendamos que as comunidades do Membeca e do Valério, juntamente com

o poder público e iniciativa privada, elabore um projeto para instalação de postos de

leitura, um em cada comunidade, equipado com livros, doados ou não, e que duas

vezes por semana haja encontros com crianças, adolescentes, jovens e adultos para

troca de informações sobre a leitura realizada.

Após a criação das Unidades de Conservação, recomenda-se as ações

relacionadas à implementação que consiste em incluir: administração, capacitação

técnica, criação do Conselho Gestor, elaboração do Plano de Manejo, implantação de

infraestrutura, sustentabilidade financeira, elaboração do Plano de Comunicação e

Educação Ambiental, elaboração do Programa de Manejo de Recursos Naturais,

elaboração do Plano de Desenvolvimento e Valorização de Comunidades Locais,

elaboração do Plano de Uso Público, elaboração do Plano de Monitoramento e

Fiscalização, Pesquisa e Efetividade de Gestão.

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8 REFERÊNCIAS Brasil. Lei nº 12.651, de 25.05.2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm. Acesso em 28/07/2019. Brasil. Ministério do Meio Ambiente. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006/ Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA/SBF, 2011. 76p. CNRH, 2003. Resolução nº 32, de 15 de outubro de 2003. Institui a Divisão Hidrográfica Nacional. Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Brasília, Brasil. CERH, 2008. Resolução nº 4, de 3 de setembro de 2008. Dispõe sobre a divisão do estado em regiões hidrográficas e dá outras providências. Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Belém, Pará. ESTUMANO, Márcia Barroso & ESPÍRITO SANTO, Dewis Eduardo. Estudo do Meio Físico para a criação de Unidades de Conservação no Município de Curuçá/PA. IDEFLOR-Bio/DGBio. Belém/Pa, 2019, 50p. (mimeo). FERNANDES Jr., Aluisio José. RELATÓRIO DE FLORA DA ÁREA DESTINADA PARA

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APÊNDICES Apêndice 1: Ofício encaminhado ao Cartório de Curuçá

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Apêndice 2: Resposta do Ofício encaminhado ao Cartório de Curuçá

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Apêndice 3: Ofício encaminhado ao Departamento Fundiário da Prefeitura de Curuçá

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Apêndice 4: Resposta do Ofício encaminhado ao Departamento Fundiário da Prefeitura de Curuçá

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Apêndice 5: Ofício encaminhado ao Chefe da RESEX Mãe Grande Curuçá