pim livro objeto - luiz modesto c4658e1

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Universidade Paulista UNIP Luiz Henrique Nogueira Modesto (C4658E-1) Blendah Aguiar (C63230-9) Talita Bonfim (C5656B- 7) Joshua Lopes (C6100G-0) Livro Objeto Referente a disciplina: Projeto Integrado Multidisciplinar Profa. Ana Claudia SANTOS / SP 2015

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Page 1: PIM Livro Objeto - Luiz Modesto C4658E1

Universidade Paulista – UNIP

Luiz Henrique Nogueira Modesto (C4658E-1)

Blendah Aguiar (C63230-9)

Talita Bonfim (C5656B- 7)

Joshua Lopes (C6100G-0)

Livro Objeto

Referente a disciplina: Projeto Integrado Multidisciplinar – Profa. Ana Claudia

SANTOS / SP

2015

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Luiz Henrique Nogueira Modesto (C4658E-1)

Blendah Aguiar (C63230-9)

Talita Bonfim (C5656B- 7)

Joshua Lopes (C6100G-0)

Livro-objeto

Trabalho apresentado como requisito para

obtenção de aprovação na disciplina Projeto

Integrado Multidisciplinar, no curso de Design

Gráfico, na Universidade Paulista.

Prof. Ana Claudia

Referente a disciplina: Projeto Integrado Multidisciplinar – Profa. Ana Claudia

SANTOS / SP

2015

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Sumário

Parte 1 ................................................................................................................................... 1

1. Resumo ...................................................................................................................................... 1

2. Introdução ................................................................................................................................. 2

3. História e Origens ...................................................................................................................... 3

3-1 Idade Média ........................................................................................................................ 3

3-2. Produção Avant-guarde ..................................................................................................... 4

3-3. Dada e Surrealismo ............................................................................................................ 4

3-4. Picasso e Braque ................................................................................................................ 5

3-5. A reorganização do Avant-garde pós guerra ..................................................................... 5

3-6. Dieter Roth e Ed Ruscha ..................................................................................................... 5

3-7. No Brasil ............................................................................................................................. 6

3-8. Arte Conceptual ................................................................................................................. 7

3-9. Anos 80 e 90 – Ascensão digital ......................................................................................... 7

4. O que é o “Livro Objeto”? ......................................................................................................... 9

4-1. Edições de luxo................................................................................................................. 10

4-2. Anti-livro........................................................................................................................... 10

4-3. Acessibilidade, divulgação e aceitação ............................................................................ 11

5. Críticas ..................................................................................................................................... 11

6. Conclusão ................................................................................................................................ 12

7. Referências .............................................................................................................................. 12

Parte 2 ................................................................................................................................. 12

1. Resumo .................................................................................................................................... 12

2. Introdução ............................................................................................................................... 13

3. História em quadrinhos ........................................................................................................... 14

3. Quadrinhos no Brasil ............................................................................................................... 17

4. A era de ouro dos quadrinhos ................................................................................................. 20

5. A era de prata dos quadrinhos ................................................................................................ 21

6. Era de bronze do quadrinhos .................................................................................................. 27

6.1 O fim da Era de Bronze ...................................................................................................... 27

7. A era moderna dos quadrinhos ............................................................................................... 28

8. Conclusão ................................................................................................................................ 31

9. Referências .............................................................................................................................. 32

Anexo................................................................................................................................... 34

Tema 1 – Abuso de Poder ........................................................................................................... 34

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Tema 2 - Apocalipse .................................................................................................................... 35

Tema 3 – Caminhando com os deuses ........................................................................................ 36

Tema 4- Discriminação ................................................................................................................ 37

Tema 5 – Pais e Filhos ................................................................................................................. 38

Tema 6 – Sexo ............................................................................................................................. 39

Tema 7 – Vigilantismo ................................................................................................................. 40

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Parte 1

1. Resumo

Livros objetos são uma forma de arte difícil de ser definido, porque essa

classificação abrange uma ampla gama de trabalhos artístico. Podemos dizer que livros

objeto são todo e qualquer trabalho de artes plásticas que utilize o livro como mídia de

transmissão ou base da criação.

Esta forma de expressão artística é antiga. Ela tem as suas primeiras aparições na

Idade Média e vem mudando e evoluindo até os dias de hoje.

Existem diversos “ramos” em que podemos encontrar livros objetos. Desde

livros que são mais esculturas a serem apreciadas do que algo para de lido até livros

ricamente decorados e trabalhados providos de textos artes, desenhos, fotografias e até

mesmos origamis em sua composição.

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2. Introdução

O objetivo deste capítulo é apresentar uma visão compreensiva sobre o livro

objeto. Abordaremos neste documento diversos aspectos desta distinta forma de

expressão artística: suas origens na idade média, sua história através dos séculos e sua

evolução até as expressões modernas dos dias de hoje. Abordaremos também as suas

características únicas e faremos um apontamento dos artistas de maior expressão. Por

final, buscaremos mostrar sua aceitação e criticismo.

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3. História e Origens

A história nos mostra que a fabricação dos primeiros exemplares de livros que

podem a vir ser chamados de livros-objeto ou livro artístico, foi feita há séculos. No

entanto foi no século 20 que houve uma exploração mais formal e direcionada deste

tema. Esta exploração aconteceu de forma não linear em diversos lugares e dentro de

diversos movimentos artísticos. Os poetas se conscientizaram da visualidade da escrita e

da página, enquanto os artistas plásticos resgatavam a origem visual das palavras.

Valendo-se de diferentes tipografias, colagens, fragmentos de texto e utilizando a escrita

como um elemento plástico, artistas começaram a repensar como esta podia ser

utilizada, conferindo-lhe ambiguidade e criando variações do seu significado.

3-1 Idade Média

Apesar de artistas estarem envolvidos na

produção de livros na Europa desde de o começo

do período medieval, a maior parte dos autores

reconhece o artista e poeta visionário William

Blake como mais antigo representante do estilo.

Livros como Songs of Innocence foram

escritos, ilustrados, impressos, coloridos e

emendados por Blake e sua esposa Catherine. Eles tinham como característica a fusão

de textos escritos à mão com imagens intensamente vívidas. Trabalhos de destaque, sem

antecedentes óbvios. Estes livros serviriam como inspiração para outros livros artísticos,

que envolveriam publicações e distribuições próprias com a integração de imagem,

texto e forma.

Existem outros exemplos de livros

artísticos que vieram antes como o Book of Kells

(O Livro de Kells, também conhecido como

Grande Evangeliário de São Columba, é um

manuscrito ilustrado com motivos ornamentais) e

Três Riches Heures du duc Berry (As mais ricas

Book of Kells. Grande Evangeliário de

São Columba.

Bíblia de Gutemberg. Berlin.

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horas do Duque de Berry, um manuscrito francês de preces canônicas), além da muito

conhecida Bíblia de Gutenberg.

3-2. Produção Avant-guarde

Enquanto a Europa entrava na primeira guerra mundial, muitos grupos de

artistas do continente começaram a concentrar o seus esforços em panfletos, pôsteres,

manifestos e livros. Estes grupos gravitaram para estes trabalhos como uma maneira de

burlar as galerias tradicionais, disseminar ideias, criar trabalhos de artes que poderiam

ser acessíveis ao cidadão comum e escapar da censura.

Essa postura radicalista é melhor exemplificada pelos Futuristas Italianos, em

particular, por Filippo Marinetti. A publicação do seu Manifeste du Futurisme

(Manifesto do futurismo) na França teve recepção aclamada e o autor usou a fama para

lançar um tour europeu promovendo movimentos locais que estavam direcionados a

produção de livros e panfletos com características artísticas (elementos do que é

chamado hoje de Design Gráfico). O mais influente destes movimentos, no que diz

respeito a criação de livros artísticos aconteceu na Rússia, quando Marinetti visitou em

1914 para divulgar os princípios futurista da velocidade, perigo e cacofonia.

3-3. Dada e Surrealismo

O dadaísmo foi um movimento artístico que surgiu na Europa, no ano de 1916.

Possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais.

Portanto, o dadaísmo foi um movimento com forte conteúdo anárquico. O movimento,

fruto do trabalho de artistas exilados na Suíça, país neutro durante a Grande Guerra,

tinha como centrais em muitas de suas encarnações: livros-objeto, manifestos e teatro

absurdista. A Dadaísmo nascido em Berlim, iniciado por Richard Huelsenbeck depois

de deixar Zurique em 1917, seria responsável pela publicação de muitos livros-objeto

marcantes como The Face of the Dominant Class (1921), uma série política satirizando

a burguesia Alemã.

O surrealismo, apesar de focado com mais intensidade na poesia e teoria, criou

grandes trabalhos que continuaram a tradição do Livre d’Artist na mesma medida que a

subvertia. Exemplos disso são: o Une Semaine de Bonté de Marx Ernst que tinha

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colagens de livros vitorianos e a capa do Le Surréalime de Marcel Duchamp que

continha seios de borracha rosa tridimensionais na capa. Um importante artista russo

que criou livros-objeto foi Alexei Remizov que era caracterizado por misturar fantasia e

realidade dura com criatividade em seus livros artísticos.

3-4. Picasso e Braque

Pablo Picasso, considerado o artista mais influente do século 20 e George

Braque, que foi juntamente com Picasso, um co-fundador do cubismo, fizeram diversos

trabalhos com colagem de palavras, pedaços de jornal, partituras musicais inaugurando

uma significativa tendência da arte moderno-contemporânea. O termo “colagem” foi

criado pelos dois artistas.

3-5. A reorganização do Avant-garde pós guerra

Depois da vitória aliada na segunda guerra mundial, muitos artistas começaram a

tentar reestabelecer contatos que transcendiam as fronteiras nacionais. Muitos poetas e

artistas começaram a explorar e experimentar com as funções e formas do livro de

maneira mais aprofundada.; Letristas franceses e Artistas CoBrA da Holanda

começaram a desconstruir o livro sistematicamente. Um bom exemplo disso foi o

trabalho de Isidore Isou Le Grand Désordre (A grande desordem) que desafiava o leitor

a colocar em ordem o conteúdo de um envelope para criar uma narrativa concisa.

"Nos anos 50 artistas da Europa criaram um interesse pelo livro, sob a influência da teoria

modernista tentaram reconstruir posições estabelecidas antes da guerra."

- Dieter Schwarz

3-6. Dieter Roth e Ed Ruscha

Um dos grandes nomes deste meio e citado

muitas vezes como responsável por definir o

conceito moderno de livro-objeto, Dieter Rosch

produziu, nos anos 50 e 60, um grande acervo de

trabalhos que desafiavam a forma convencional

do livro. Ele criava livros com buracos dentro, Cologne Divisions, approx. 150 folhas

cortadas de jornais Cologne · 2 x 2.3

cm. Encadernamento por adesivo,

caixa de papelão publicado pela

Galerie der Spiegel, Köln 1965

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permitindo que pessoas vissem mais de uma página ao mesmo tempo. Roth também foi

um dos primeiros artistas a reutilizar histórias em quadrinhos, jornais e restos de

impressão. Apesar de produzidos originalmente na Islândia, em edições extremamente

limitadas, os livros de Roth seriam produzidos em tiragens cada vez maiores na Europa

e na América do Norte. Eventualmente seus trabalhos foram coletados e divulgados

juntos pela editora alemã Hansjörg Mayer que, nos anos 70, fez a disponibilidade dos

seus livros alcançar uma escala inédita para trabalhos do gênero.

Ao mesmo tempo, no Estados Unidos da América, Ed Ruscha publicou seu

primeiro livro Twenty Six Gasoline Stations (Vinte seis postos de gasolina, 1963) em

uma edição inicial de 400 exemplares e que foi expandida para mais de 4000 no final de

década. É um livro que lida com uma viagem simples pela famosa Route 66 (Rota 66)

de Los Angeles até Oklahoma. Ruscha decidiu que distribuiria seu livro primeiramente

nos postos de gasolina por onde passou durante a

viagem, assim desviando completamente das

divulgações tradicionais. O trabalho de Ruscha era

caracterizado pelo uso de fotografias

acompanhadas por frases soltas e palavras

desconexas como em Every building in Sunset

Strip (Todos os Prédios da Sunset Strip, 1966) e

no Royal Road Test (O Grande Teste de Estrada,

1967).

3-7. No Brasil

No nosso país, essa exploração e experimentação da forma e propósito do livro

veio com os trabalhos realizados pelos poetas concretistas e neoconcretistas e das

colaborações entre poetas e artistas plásticos. Estes criadores, tinham como missão

reinventar as palavras, sons e formatos inspirados pelos livros. Eles tentavam quebrar as

barreiras da literatura tradicional criando conteúdos que provocavam a imaginação com

enredos cujo o significado era subjetivo a interpretação do observador.

Augusto de Campos, nascido em 14 de fevereiro de 1931, São Paulo, um

escritor, crítico de música e artes visuais, que com seu irmão Haroldo de Campos foi um

dos fundadores da poesia concreta movimento no Brasil, foi um dos primeiros a

envolver-se com esse tipo de expressão artística no cenário nacional. Sua colaboração

Every building on Sunset Strip, Ed

Ruscha.

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7

com o artista plástico espanhol Julio Plaza

González criou obras memoráveis como

Poemóbiles (1974) e Caixa Preta (1975). Estas são

coleções de poemas-objetos, raras na bibliografia

nacional, que materializam o projeto da poesia

concreta que busca uma “arte geral da palavra”,

ou seja, integrar som, visualidade e sentido de

cada vocábulo. O texto se torna uma escultura

móvel no formato do papel fazendo com que o

leitor/espectador interaja com a obra.

Outros artistas brasileiros de destaque neste meio são: Lygia Clark, Waltercio

Caldas, Mira Schendel, Alex Hamburguer, Renina Katz e Lygia Pape.

3-8. Arte Conceptual

A “primeira onda” da arte conceptual foi iniciada nos anos 60 e 70. O livro

objeto foi um das peças centrais do movimento. Na América do Norte, exibições como

a January 5-31 foram exclusivamente dedicadas a este tipo de arte visual. Trabalhos de

artistas consagrados como Lawrence Weiner, Douglas Huebler Joseph Kosuth e Robert

Barry foram promovidos. Alguns exemplos de destaque foram: o trabalho de Sol LeWitt

Brick Wall (Parede de concreto, 1977) que registava sombras fugazes em um parede de

concreto; Reality (Realidade, 1972) de Kozlowski que utilizava um texto de um outro

livro, Kant´s Critique of Pure Reason, retirando as palavras e deixando somente a

pontuação; e finalmente o Concrete book (Livro concreto) que é realmente um livro

feito de concreto.

3-9. Anos 80 e 90 – Ascensão digital

Nos anos 80, seguindo uma onda de trabalhos esculturais, é possível perceber o

surgimento de trabalhos artísticos ambiciosos, tanto em complexidade como em escala.

Eles ocupam quartos inteiros e alguns até usam vídeos e computadores. Muitos destes

foram feitos por artistas que, anteriormente, estavam envolvidos com livros-objeto.

Houve uma tentativa de explorar a natureza do livro em forma eletrônica, como

hypertext (HTTP), disquetes, CD-ROM ou uma vasta coletânea mutável na forma de

Poemobiles. Augusto de Campos e

Julio Plaza.

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arquivo. Atualmente, isso vem funcionando como uma extensão do livro artístico, com

uma grande diferença em relação a seus antecessores: pode ser produzido em massa.

Todas as grandes produtoras de histórias em quadrinhos do mundo estão explorando o

gênero e já fazem e-comics (quadrinhos eletrônicos) que estão disponíveis

comercialmente.

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4. O que é o “Livro Objeto”?

Hoje nos encontramos em uma época em que as fronteiras estão sendo

continuamente movidas, em contraponto ao pensamento tradicional. Os antigos padrões

artísticos se encontram menos nítidos, o que permite o surgimento de novas formas de

expressão. A busca por interação com o público é uma grande busca das artes

contemporâneas e isso gera uma mistura das técnicas e segmentos do meio artístico.

Desde a pré-história podemos observar que o homem tentava colocar no plano

físico, sob a forma de pinturas, as imagens de seus pensamentos. Com o surgimento da

palavra escrita ser humano foi capaz de, através de um código, evocar imagens na mente

dos leitores. Palavras e imagens sempre foram complementares umas às outras. Palavras

sempre pediam imagens e imagens precisavam de contexto verbal.

Na linguagem, o uso de metáforas, ironias, ambiguidades e ricas descrições dão

ao texto uma dimensão material. A capacidade de construir imagens a partir de

descrições verbais é intrínseca ao homem. No campo visual, é possível afirmar que,

quando pensamos, construímos imagens. Ordenar e entender o mundo, como ele é

exposto a nós, é impossível sem imagens.

Então, é natural que existam na cultura humana tentativas de explorar e unir

estes dois aspectos essenciais da compreensão humana. Uma dessas tentativas é o livro-

objeto.

“Os Livros-objeto rompem as fronteiras que circunscrevem o livro em sua forma

tradicional, extrapolam o conceito livro e se assumem como objetos de arte. Apresentam-se

como uma forma alternativa, uma terceira linguagem que ocupa um vazio entre a literatura e as

artes plásticas. São poemas visuais, trabalhados em função da espacialidade e pelo que há de

matéria em suas constituições”

- Luiz Henrique Nobre de Miranda

Os “livros-objeto” ou “livros artísticos” são obras de arte que utilizam o formato

do livro como mídia para a sua realização. Eles são normalmente publicados em edições

pequenas e muitas vezes são realizados como trabalhos únicos (somente um exemplar).

Eles são em sua essência, tanto obras visuais artísticas como obras literárias. São

objetos de percepção.

Estas obras exploram os limites entre a literatura e as artes plásticas. Tentam

ocupar o espaço que divide estas duas formas de expressão. Não se deseja clareza e

distinção, mas sim uma fusão de ambos e uma nova abordagem da arte e cultura. A

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10

estrutura do livro passa a ser capturada de maneira distinta e vemos nascer uma nova

forma expressiva.

A leitura destes é feita de maneira interpretativa através na associação de

palavras ou frases soltas com a arte presente. Estes livros são caracterizados pelo

discurso mínimo, as imagens são usadas não somente para suportar o conteúdo literário,

mas para promover significado e adicionar dimensão a mensagem. A história tem um

embasamento visual e ganha amplitude graças a flexibilidade deste tipo de mídia.

Na construção dos livros-objeto, vários aspectos do objeto livro são explorados

plasticamente, como o fato de que um livro proporciona prazer intelectual através de seu texto,

mas também prazer táctil e visual. O livro pode ter uma leitura contínua, que desenha uma linha,

da capa à sua última página, mas que mantém uma relação de interatividade com o leitor, que

poderia ser chamado de manipulador, regente daquela orquestra de páginas, que, hora abre

aleatoriamente o livro e pode fazer uma leitura ao acaso, como em um livro de poema.

- Marcelo Terça-Nada!

Se é possível identificar duas categorias dentro deste meio, elas seriam: as

Edições de Luxo e os “Anti-livros”. As edições de luxo dão grande atenção ao

artesanato delicado e de alta qualidade. Os anti-livros são aqueles que desafiam as

limitações convencionais da forma.

4-1. Edições de luxo

Com relação às edições de luxo, nós pudemos ver alguns artistas (como Helmut

Newton e John Wolseley) cujo trabalho consistia basicamente artes plásticas e visuais,

que por ventura, voltaram-se para o “belo livro” como forma de expressão. Estes artistas

se empenharam em fazer livros de alta qualidade em edições limitadas, não destinadas

ao público geral, que não pode pagar por eles ou apreciá-los. Estes livros são, em sua

grande parte, invólucros acidentais de texto, cuja estrutura não é particularmente

relevante ao livro, que incluem imagens visuais que adquirem a função de texto.

4-2. Anti-livro

Com relação aos “anti-livros”, nós achamos a história destes bem documentada.

Os livros iluministas de Blake (mencionado em História e Origens – Idade Média),

estabelecem-no como o progenitor espiritual desta linha. Estes tipos de obras são

interessantes, pois são feitos das mais diversas maneiras e porque exploram o meio e

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desenvolvem uma tão necessária política de subversão. Ao mesmo tempo, estes livros

sofrem com o limitado apelo à audiências maiores.

4-3. Acessibilidade, divulgação e aceitação

Os livros-objeto representam uma evolução possível, e perfeitamente aceitável,

do livro em forma tradicional, que prevaleceu desde Gutemberg e que o livro-objeto

complementa, sem evidentemente substituir. É uma introdução de uma terceira

dimensão, em que o livro se desdobra e o conjunto desperta a imaginação do leitor.

Os exemplos mais comuns de livros objeto podem ser encontradas na literatura

infantil:

“Nesta esfera a obra assume um caráter lúdico, ou seja, a criança tem também a

oportunidade de brincar com o livro, abrindo e montando as páginas, formando castelos ou

outras tantas estruturas mágicas”

- Site - Brasil Escola

No entanto, seria um erro assumir que temas infantis sejam os únicos abordados

neste tipo de obra. Livros objeto que engajam temas adultos de grande peso emocional e

significância complexa são encontrados nas mais diversas formas em muitas galerias do

mundo todo, como a Franklin Furnace em Nova York, NY-EUA e o Museu de Artes

Murilo Mendes em Juiz de Fora, MG-BR.

5. Críticas

Existem algumas críticas mencionadas em diversos artigos e fontes que debatem

o assunto. Não cabe a nós dar respostas, mas expandir o tema para futuros debates ou

pesquisas a serem desenvolvidos. As mais comuns são:

- Aonde o livro-objeto fica situado em relação as tradições do artesanato e artes

plásticas.

- A definição do que é um livro-objeto e se ele difere do livro artístico, das edições de

luxo ou dos trabalhos plásticos utilizando livros, etc.

- Quando um livro-objeto pode ser chamado de livro. Quando ele é mais uma revista ou

uma coletânea de panfletos, ele ainda pode ser chamado de livro?

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- Alguns trabalhos são mais próximos a esculturas do que a livros, então, eles ainda

podem ser classificados como livro-objeto?

6. Conclusão

Os livros objetos são exemplos perfeitos da constante evolução e metamorfose

do panorama da arte. Utilizando uma mídia universalmente conhecida os artista a

renovam, transformam e reinventam o seu uso e a maneira com que tratamos e o que

chamamos de livro.

Suas variações são demasiadas para contar, mas todas elas exploram a fusão

entre leitura e artes plásticas trazendo em cada edição um novo sopro de inspiração e

criação.

7. Referências

Portal INFOESCOLA, Livros-objeto, disponível em: http://www.infoescola.com/

literatura/ livros-objeto/, Acesso em 23/03/2015.

POLINKORN, Harry, From book to anti-book, Visible Language, 1991

WIKEPEDIA, Artist´s book, disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/

Artist%27s_book, Acesso em: 23/03/2015

TERÇA NADA, Marcelo. Livro-Objeto/Poesia Objeto – monografia apresentada no

ano de 2000 na Escola de Belas Artes da UFMG dentro do PAD Artes Plásticas.

DRUCKER, Joanna. The Artist’s Book as Idea and Form - Johanna Drucker.

Granary Books 1995

MIRANDA, Luiz Henrique Nobre. Arquitetura do livro objeto: Fala e Forma – Tese

de pós graduação apresentada no Faculdade de Letras do Rio de Janeiro em 2006.

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Parte 2

1. Resumo

O tema do livro objeto apresentado por este grupo são quadrinhos. Particularmente,

como os quadrinhos retratam os diversos aspectos da sociedade. Então devemos

também explorar, como os quadrinho evoluíram com a sociedade.

O presente trabalho tem por objetivo analisar as Histórias em Quadrinhos, Historia do

Quadrinhos no Brasil, Era de Ouro, Era de Prata, Era de Bronze e Era Moderna, Era

Moderna, onde os personagens principais são os super-heróis e sua importância

semiótica dentro de um contexto de uma sociedade globalizada. Desde que surgiram, as

histórias em quadrinhos tem enfrentado, de maneira quase generalizada, o preconceito.

Nesse sentido, abordo a forma como os quadrinhos têm impacto sobre a sociedade.

Dessa forma, é possível lançar um olhar crítico sobre as histórias em quadrinhos e

estabelecer parâmetros sobre o papel dos mesmos e sua real importância dentro meios

de comunicação de massa. O trabalho trata também do histórico dos quadrinhos e como

ele evoluiu de acordo com os valores e necessidades da sociedade onde estava inserido.

Palavras Chaves: História em Quadrinhos, Era de Ouro, Era de Prata, Era de Bronze e

Era Moderna dos Quadrinhos

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2. Introdução

Existe um ditado muito conhecido que diz que " uma imagem vale mais que

mil palavras", más, e se essa imagem viesse acompanhada de palavras? E se esses essas

imagens se transformassem em personagens, com sentimentos e personalidade

próprios? E se esses personagens interagissem entre eles e com os leitores, despertando

todo o tipo de emoções? Temos então uma história em quadrinhos.

De um modo geral, as histórias em quadrinho costumam acompanhar a vida

das pessoas desde a infância. Com o passar dos anos o que muda é o tipo de quadrinhos.

Existem quadrinhos para todos os gostos, de vários gêneros e formatos, desde gibis, até

tirinhas de jornais.

O presente trabalho tem por objetivo adentrar o universo das histórias em

quadrinhos, analisando as suas origens e a sua evolução. Serão citadas todas as fazes da

história em quadrinhos, e a sua chegada ao Brasil.

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3. História em quadrinhos

Histórias em Quadrinhos são narrativas feitas com desenhos sequenciais e

normalmente acompanhados de textos curtos de diálogo e algumas descrições da

situação, convencionalmente apresentados no interior de figuras chamadas balões e as

primeiras manifestações das Histórias em Quadrinhos são no começo do século XX, na

busca de novos meios de comunicação e expressão gráfica. Os quadrinhos se tornaram

um dos mais importantes veículos de comunicação de massa e criaram linguagem

própria, com uma série de signos inovadores, em grande parte incorporada

posteriormente pelo cinema, pela televisão e pela publicidade.

Nos anos de 1895-1900 surgiram nas tiras de jornais dominicais nos Estados

Unidos, os primeiros personagens das Histórias em Quadrinhos. Dentre os quais, o

primeiro a fazer fama: Yellow Kid, de Richard Outcault. Alguns anos depois, o êxito de

Yellow Kid levou Rudolph Dirks a produzir Katzenjammer Kids, a primeira criação a

desenvolver totalmente as características da moderna tirinha: usava balões, tinha elenco

permanente e era dividida em quadros.

A novidade se espalhou pelo mundo. O Japão e a Europa se mostraram terrenos

férteis para material de Historia em Quadrinhos e surgiram muitos cartunistas célebres

no início do Século XX. A revolução estética ficou à cargo de Little Nemo in the

Slumberland, lançado em 1905 por Winsor McCay, que usava pela primeira vez a

perspectiva em seus desenhos.

Nessa época os quadrinhos começavam a se tornar um elemento indispensável

nos jornais diários. Foi quando George Herriman lançou Krazy Kat, a história de um

mundo poético, ao mesmo tempo surreal e cômico, no qual, com extrema simplicidade

gráfica, eram expostas as relações entre os membros de um pequeno elenco de

personagens. Essa foi a primeira tirinha para o público adulto e inaugurou as histórias

com animais, que culminaria com o aparecimento do famoso Gato Félix, de Pat

Sullivan, e do Mickey Mouse, de Walt Disney. Em 1930, Hergé cria Tintin, cujo êxito

se prolongou por anos..

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15

No ano seguinte surgiram Betty Boop, de Max Fleischer e Tarzan, de Harold

Foster. Buck Rogers e Popeye (criado por Elzie Crisler Segar) também estrearam em

1931.

A década de 30 trouxe ainda criações quase imortais para os quadrinhos, que

introduziram a aventura como tema principal. Alex Raymond, criou Flash Gordon, Jim

das Selvas e o agente secreto X-9. Chester Gould criou Dick Tracy. Lee Falk concebeu

o Fantasma e o Mandrake.

O sucesso das histórias de aventura gerou as revistas exclusivamente sobre

quadrinhos. As primeiras foram as japonesas (da década de 20). Em 1933 surgiu a

primeira revista americana de quadrinhos, a Funnies on Parade. Depois vieram a

Famous Funnies, Tip Top Comics, King Comics, Action Comics (onde Jerry Siegel e

Joe Shuster criaram o Super-Homem) e Detective Comics (onde Bob Kane, em 1939,

criou o Batman).

Com a disputa da Segunda Guerra Mundial, muitos personagens, sobretudo os

heróis, passaram a se envolver em tramas de guerra e violência. Surgiram então, outros

personagens célebres, como Capitão Marvel, Tocha Humana, Namor - O Príncipe

Submarino, e toda uma legião de justiceiros devotados à causa da paz .

Em meio a tantos, a Marvel Comics criou, sob a batuta de Stan Lee e Jack Kirby, o

Capitão América. O personagem, que tem o uniforme inspirado na bandeira americana e

um escudo de um metal indestrutível. O personagem tinha todas as características ideais

de um americano, como senso de justiça e liberdade e força para lutar pela preservação

destes ideais, contra os inimigos alemães e nessa mesma época, foi lançada a revista

Mad (que satirizava as historietas clássicas) e também o personagem The Spirit, de Will

Eisner.

Fora do controle dos jornais, editados em suas revistas próprias, os quadrinhos

foram ficando mais violentos. Surgiam personagens e revistas especializados em terror e

violência. Contra essa tendência, se organizaram pais e educadores do todo o mundo e

até legisladores de países europeus e, principalmente dos Estados Unidos, levantaram a

voz contra os quadrinhos. Eles achavam influenciavam negativamente as crianças e

queriam proibir suas publicações.

A situação foi ficando cada vez mais tensa e o governo americano chegou ao

ponto de censurar vários quadrinhos de heróis. O principal defensor da ideia dizia que

as ajudavam negativamente na formação dos jovens americanos. Chegaram a insinuar

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que a amizade entre o Batman e o Robin sugeria uma relação "homossexual" e que isso

afetava as crianças.

A perseguição da justiça, aliada ao fim da Guerra, fez despencar as vendas de

revistas de quadrinhos, pois os heróis já eram o carro-chefe da Nona Arte na época. A

criação de códigos de ética e de postura por parte das editoras, para combater a censura,

só foi dar resultados alguns anos mais tarde.

Enquanto o mercado de revistas e heróis desmoronava, as tirinhas de jornais

voltaram aos dias de glória e surgiram personagens importantes, como Asterix - o

Gaulês, de Albert Uderzo e René Goscinny, Mortadelo e Salaminho e Os Smurfs, de

Peyo. O personagem Pogo, de Walt Kelly, a qual fez muito sucesso na época.

A década de 60 marcou a recuperação do mercado de heróis. Isso se deveu a

vários motivos. O código de ética, que previa menos violência já estava em vigor a

algum tempo, a perseguição da justiça americana já estava em baixa e as editoras

lançaram heróis com características mais humanas e filosóficas, com dramas

psicológicos e problemas cotidianos.

Surgiram nessa época personagens como o Homem-Aranha, o Quarteto

Fantástico, o Thor - o Deus do Trovão e o Surfista Prateado. Todos foram criados pela

editora Marvel, concebidos pelas mentes dos mestres Stan Lee e Jack Kirby.

Surgiram personagens femininas que inspiravam a moda das mulheres no mundo

inteiro. Surgiram também personagens eróticas como Vampirella, de Jean-Claude

Forrest, Jodelle, de Guy Peelaert, Valentina, de Guido Crepax. No fim da década, surgiu

o gênero underground, que abordava o submundo das drogas e do sexo livre, satirizando

as situações. Em 1973, Hagar - o Horrível, é criado por Dirk Browne e vira sucesso

rapidamente.

Nas últimas décadas do século XX, os heróis se firmaram e ganharam mais

revistas. Os criadores de histórias (roteiristas e desenhistas) passaram a ser celebridades

mundialmente famosas.

Revistas alternativas, na linha sexo-terror, surgiram e fizeram sucesso com

edições de alto nível gráfico, sempre destinadas ao público adulto. São dessa fase

revistas como Zulu, Hara-Kiri e a mais clássica de todas, Heavy Metal.

Os personagens continuaram a aparecer. Surgiram Tank Girl, de Jamie Hurlott,

Hellblazer, de Alan Moore e Sandman, de Neil Gaiman. É dessa época também a febre

X-Men, os heróis mutantes, que se firmou como a maior vendedora de revistas da

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atualidade. Garfield, de Jim Davis e Calvin, de Bill Waterson se firmaram como os

maiores personagens de tirinhas de jornais do fim do século XX.

No fim da década de 90 surge uma editora de peso, a Image Comics, fundada por ex-

funcionários da Marvel e da DC Comics (as duas maiores produtoras de heróis), que

achavam que não tinham o espaço necessário para criar seus personagens e tinham que

seguir as ordens dos editores. Da Image saiu o maior sucesso editorial do fim do século:

Spawn, de Todd McFarlane, que se tornou tão popular quanto o Super-Homem e o

Batman.

O século termina consagrando McFarlane como um dos grandes nomes das

História em Quadrinhos, ao lado de gênios como Alan Moore, Frank Miller e do

desenhista Alex Ross, que deu uma realidade nunca antes vista nos desenhos. Ross foi o

primeiro desenhista a ganhar tanta fama quanto os roteiristas de quadrinhos de heróis.

3. Quadrinhos no Brasil

Tudo começou com Angelo Agostini, que, radicado no Brasil, escreveu, em

1869 (muito antes de Yellow Kid), As Aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma

viagem à corte, uma autêntica história em quadrinhos. Quinze anos depois ele seria

responsável pela criação dos primeiros quadrinhos brasileiros de longa duração, com as

Aventuras do Zé Caipora.

Em 1905 começaram a surgir outras histórias em quadrinhos nacionais com o

lançamento da revista O Tico-Tico. Surgiu o personagem Chiquinho, de Loureiro.

Também graças à revista, surgiram Lamparina, de J. Carlos, Zé Macaco e Faustina, de

Alfredo Storni, Para-choque e Vira-Lata, de Max Yantok e Reco-Reco, Bolão e

Azeitona, de Luis Sá.

Em meados de 1930, Adolfo Aizen lançou o Suplemento Juvenil, com o qual

introduziu no Brasil as histórias americanas. O sucesso o levou a editar mais duas

revistas: Mirim e Lobinho. Em 1937, Roberto Marinho entrou no ramo com O Globo

Juvenil e dois anos depois lançou o Gibi, nome que passaria a ser também sinônimo de

revistas em quadrinhos.

Na década de 50, começaram a ser publicados no Brasil, pela Editora Abril, as

histórias em quadrinhos da Disney. A revista Sesinho, do SESI, permitiu o

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aparecimento de figurinhas carimbadas das Historia em Quadrinhos no país, como

Ziraldo, Fortuna e Joselito Matos.

Para enfrentar a forte concorrência dos heróis americanos, foram transpostos

para os quadrinhos nacionais aventuras de heróis de novelas juvenís radiofônicas, como

O Vingador, de P. Amaral e Fernando Silva e Jerônimo - o herói do Sertão, de Moisés

Weltman e Edmundo Rodrigues. Personagens importados tiveram suas versões

brasileiras, como o Fantasma.

A partir da década de 60, multiplicaram-se as publicações e os personagens

brasileiros. Destaque para Pererê, de Ziraldo (que mais tarde criaria O Menino

Maluquinho), Gabola, de Peroti, Sacarrolha, de Primaggio e toda a série de personagens

de Maurício de Sousa, dentre os quais, Mônica, Cascão e Cebolinha.

Maurício de Sousa é o maior nome dos quadrinhos nacionais. Foi o único a viver

exclusivamente dos lucros de suas publicações. A Turma da Mônica é o maior sucesso

do ramo no país, em todos os tempos. Virou uma linha de produtos que vão desde

sandálias, a macarrões, passando por material escolar, roupas, etc. Também já foram

produzidos desenhos animados longa-metragem com os personagens.

O jornal Pasquim ficou famoso por suas tirinhas de quadrinhos, principalmente

os de Jaguar. O cartunista Henfil também se destaca nessa época. Daniel Azulay

também criou e manteve um herói brasileiro, o Capitão Cipó, que representou um dos

melhores momentos dos quadrinhos nacionais.

A Editora Abril passa a publicar os heróis da Marvel e da DC Comics no Brasil,

com as revistas Capitão América e Heróis da TV. Posteriormente, com Batman, Super-

Homem, Homem-Aranha e Incrível Hulk, dentre outros.

A partir da década de 80, os grandes jornais brasileiros passam a inserir

trabalhos de autores nacionais em suas tirinhas, antes exclusivamente americanas.

Dentre eles, destacam-se Miguel Paiva (Radical Chic), Glauco (Geraldão), Laerte

(Piratas do Tietê), Angeli (Chiclete com Banana), Fernando Gonsales (Níquel Náusea) e

Luís Fernando Veríssimo (As Cobras). Também a edição brasileira da revista americana

Mad passa a publicar trabalhos com autores brasileiros.

Nos anos 90 o mercado brasileiro cresce um pouco mais. Novas revistas em

quadrinhos de heróis passam a ser editadas no país, sobretudo da recém criada Image

Comics. A Editora Abril continua na frente das rivais e publica a Spawn norte-

americana.

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O Brasil entra no Século XXI com o mercado de quadrinhos em expansão. A

Editora Globo continua a publicar com grande sucesso os gibis da Turma da Mônica; a

Editora Abril segue firme com os quadrinhos de heróis das americanas Marvel, DC e

Image; a revista Heavy Metal americana lança sua edição brasileira, a Metal Pesado, e

editoras menores publicam materiais de outras origens. Alguns cartunistas nacionais

lançam a revista caricata Bundas.

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4. A era de ouro dos quadrinhos

A Era Ouro foi um período em que as Histórias em Quadrinhos conquistaram

seu espaço e começou 1938 e foi até os anos 50, pois era a época de revitalização da

econômica dos EUA e do avanço Nazista. O primeiro personagem reflete isso em suas

histórias em Quadrinhos, com isso tem o surgimento de um super-herói o Superman, ele

surgiu na revista Action Comics número 1, publicado pela DC Comics. O sucesso foi

tão grande que o gênero super-heróis começou a dominar as páginas de revistas. Assim

nos meses seguintes a DC lançaria Aquaman, Gavião Negro, Lanterna Verde, Flash,

Mulher-Maravilha, Batman e Robin. A cada mês eles venderam meio milhão de

exemplares porém a guerra acabou e junto com a guerra, foi a propriedade dos super-

heróis.

Por volta de 1945, os heróis foram trocados por aventuras de humor juvenil,

animais como os de Walt Disney, ficção científica, faroeste, romance e paródias. E nos

50 os comics tiveram um problema chamada "A Sedução do Inocente".

A Sedução do Inocente era um livro de Fredric Wertham que relatava que as Histórias

em Quadrinhos de super-heróis era prejudiciais ao comportamento e a educação dos

leitores (violência, sexo, homossexuais e cenas de crimes e assassinatos), escolhas e

grupos de pais queimaram comics e leis baniram as revistas em quadrinhos, assim as

vendas caíram drasticamente e os editores criaram o Código de Ética dos Quadrinhos,

uma censura.

Assim vários super-heróis da Era de Ouro foram reformulados entre fim dos

anos 50 e o dos anos 60 pelas editoras Marvel Comics e DC Comics. Flash, Lanterna

Verde, Gavião Negro, Capitão América, Tocha Humana, etc. Foram modificados e com

essa reformulação, foi iniciado um novo período de sucesso que foi chamado Era de

Prata.

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5. A era de prata dos quadrinhos

A Era de Prata dos Quadrinhos foi um período de avanço artística e sucesso

comercial nos quadrinhos americano, predominantemente aqueles no gênero de super-

heróis. Após a Era de Ouro dos Quadrinhos e um interregno no início e meados da

década de 1950, a Era de Prata é considerada a abranger o período de 1956 a por volta

de 1970, e foi sucedido por Idade do Bronze e modernos. Um número de escritores e

artistas de quadrinhos importantes contribuíram para a primeira parte da época,

incluindo escritores Stan Lee, Gardner Fox, John Broome, e Robert Kanigher, e artistas

Curt Swan, Jack Kirby, Gil Kane, Steve Ditko, Mike Sekowsky, Gene Colan, Carmine

Infantino, John Buscema, e John Romita, Sr. Até o final da Era de Prata, uma nova

geração de talentos tinha entrado no campo, inclusive escritores Denny O'Neil, Gary

Friedrich, Roy Thomas, e Archie Goodwin, e artistas como Neal Adams, Herb Trimpe,

Jim Steranko, e Barry Windsor Smith.

A popularidade e circulação de livros em quadrinhos sobre super-heróis

diminuiu após a Segunda Guerra Mundial, e histórias em quadrinhos sobre horror,

crime e romance tomou ações maior do mercado. No entanto, a controvérsia surgiu por

supostas ligações entre quadrinhos e delinquência juvenil, concentrando-se, em

particular, sobre os títulos de crime e horror. Em 1954, os editores implementou o

Comics Code Authority para regular o conteúdo cômico. Na esteira dessas mudanças,

os editores começaram a introduzir histórias de super-heróis de novo, uma mudança que

começou com a introdução de uma nova versão da DC Comics é The Flash em

Showcase. Em resposta à forte demanda, DC começou a publicar mais títulos de super-

heróis, incluindo Justice League of America, o que levou a Marvel Comics a seguir o

exemplo começando com Fantastic Four Comics Era de Prata se tornaram

colecionáveis, com uma cópia de Amazing Fantasy, a estreia de Homem-Aranha.

O historiador de quadrinhos e produtor de cinema Michael Uslan traça a origem

do termo "Silver Age" para a coluna de cartas de Justice League of America # 42, que

foram colocados à venda 09 de dezembro de 1965. Carta escritor Scott Taylor de

Westport, Connecticut, escreveu: "Se vocês continua trazendo de volta os heróis da Era

de Ouro, as pessoas daqui a 20 anos estará chamando esse década dos anos sessenta de

prata! " De acordo com Uslan, a hierarquia natural de bronze de prata de ouro, como em

medalhas olímpicas, pegou. "Os fãs imediatamente entristeceram-se com isso, refiná-lo

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mais diretamente em uma versão Era de Prata da Idade de Ouro. Muito em breve, ele

estava em nosso vernáculo, substituindo tais expressões como ... 'Second Heroic Age of

Comics" ou "The Modern Age' dos quadrinhos. Ele não era "muito antes de

concessionários foram ... especificando que era uma história em quadrinhos da época

dourada para venda ou uma história em quadrinhos da Era de Prata para a venda.

Na segunda Guerra Mundial, quando os quadrinhos desde entretenimento

escapista barato e descartável, que pode ser lido e depois descartados pelas tropas, a Era

de Ouro dos quadrinhos coberto final dos anos 1930 para a década de 1940. Uma série

de grandes super-heróis foram criados durante este período, incluindo Superman,

Batman, Mulher Maravilha, Capitão Marvel e Capitão América. Nos anos seguintes

comics foram responsabilizados por um aumento nas estatísticas de criminalidade

juvenil, embora este aumento mostrou-se em proporção direta com o crescimento da

população. Quando menores infratores mostraram-se interessados em ler quadrinhos,

ele foi apreendido como um denominador comum; um crítico notável foi Fredric

Wertham, autor do livro Seduction of the Innocent, que tentou transferir a culpa para a

delinquência juvenil dos pais das crianças para as histórias em quadrinhos que leem. O

resultado foi uma queda na indústria de quadrinhos. Para abordar as preocupações do

público, em 1954, o Comics Code Authority foi criado para regular e controlar a

violência em quadrinhos, marcando o início de uma nova era.

A Era de Prata começou com a publicação da DC Comics Showcase, que

introduziu a versão moderna do flash. No momento, apenas três super-heróis Super-

Homem, Batman e Mulher Maravilha ainda foram publicados sob seus próprios títulos.

De acordo com a DC comics escritor Will Jacobs, Superman estava disponível em

"grande quantidade, mas pouca qualidade." Batman estava melhor, mas os quadrinhos

eram "sem brilho" em comparação com suas "aventuras atmosféricas" anteriores da

década de 1940, e Wonder Woman, depois de ter perdido o escritor original e artista, já

não era "idiossincrática" ou "interessante". Jacobs descreve a chegada do Showcase 4

nas bancas como "implorando para ser comprado," a cobertura contou com uma tira de

filme ondulante que descreve o Flash correndo tão rápido que ele havia fugido da

armação. Editor Julius Schwartz, escritor Gardner Fox e Carmine Infantino artista foram

algumas das pessoas por trás da revitalização do Flash. Robert Kanigher escreveu as

primeiras histórias de o Flash reviveu, e John Broome foi o escritor de muitos dos

primeiros histórias

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Com o sucesso do Showcase, vários outros super-heróis foram retrabalhados

1940 durante o mandato de Schwartz, incluindo o Lanterna Verde, o Átomo, e o Gavião

Negro, bem como a Liga da Justiça da América. Os artistas DC responsáveis incluído

Murphy Anderson, Gil Kane e Joe Kubert. Apenas os nomes dos personagens

permaneceu o mesmo; Seus trajes, localidades e identidades foram alteradas, e as

explicações científicas imaginativas para seus superpoderes em geral tomou o lugar da

magia como um modus operandi em suas histórias. Schwartz, um fã de ficção científica

ao longo da vida, foi a inspiração para a re-imaginando Lanterna Verde o personagem

Golden Age, engenheiro ferroviário Alan Scott, possuía um anel alimentado por uma

lanterna mágica, mas seu substituto Silver Age, piloto de testes Hal Jordan, tinha um

anel alimentado por uma bateria alienígena e criado por uma força policial

intergaláctica.

Em meados dos anos 1960, DC estabeleceu que os personagens que aparecem

nas histórias em quadrinhos publicadas antes da Era de Prata viveu um paralelo Terra a

empresa apelidou Terra 2. Personagens introduzidas na Era de Prata em diante viveram

na Terra 1. Foi estabelecido que as duas realidades foram separados por um campo

vibracional que podia ser cruzado, deve envolver um enredo super-heróis de mundos

diferentes se unindo.

Embora o Flash é geralmente considerado como o primeiro super-herói da Era

de Prata, a introdução do Caçador de Marte em Detective Comics antecede Showcase

por quase um ano, e pelo menos um historiador considera este personagem o primeiro

super-herói da Era de Prata. No entanto, comics historiador Craig Shutt, autor do

Comics Buyer Guia coluna "Pergunte ao senhor Silver Age", discorda, lembrando que a

Caçador de Marte estreou-se como um detetive que usou suas habilidades alienígenas

para resolver crimes, no "detetive peculiar" veia do contemporâneo personagens da DC

que estavam "detectives TV, detetives indianas, detetives sobrenaturais, detetives

animal". Schutt sente o Caçador de Marte só se tornou um super-herói em Detective

Comics, quando ele recebeu uma identidade secreta e outros apetrechos de super-heróis,

dizendo: "Se o Flash não vir, eu duvido que o Caçador de Marte lideraria o ataque de

sua posição de backup em Detective para uma nova era super-herói ". Tentativas

frustradas para reavivar do arquétipo do super-herói popularidade incluem o Capitão

Cometa, que estreou em estranhas aventuras, 1953 revival do Rocket Man sob o título

Jet Zip de St. John Publishing Company; Lutando americano, criado em 1954 pela

equipe de Capitão América de Joe Simon e Jack Kirby; Sterling Comics 'Capitão Flash

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e seu back up recurso Tomboy nesse mesmo ano; 1954 55 reavivamento de Ajax /

Farrell Publishing da Lady Fantasma; Strong Man, publicado pela revista Enterprises

em 1955; Charlton Comics 'Nature Boy, lançado em março de 1956, e seu renascimento

do Besouro Azul no ano anterior; e revivals vida curta Atlas Comics de Capitão

América, Tocha Humana e Namor, a partir de Jovens Comics .

Dos desenhos animados de animais super-heróis foram já viveu. SuperMouse e

Mighty Mouse foram publicadas continuamente em seus próprios títulos a partir do

final da Idade de Ouro até o início da Era de Prata. Rato Atomic ganhou seu próprio

título em 1953, com duração de 10 anos, e Coelho Atómica, mais tarde chamada Bunny

Atómica, foi publicado entre 1955 e 1959. Na Inglaterra, a série Marvelman foi

publicado durante o interregno entre os dourados e de prata Ages, substituindo- as

reimpressões britânicos das histórias Capitão Marvel após Fawcett deixou de publicar as

aventuras do personagem.

A DC Comics provocou o renascimento super-herói com suas publicações de

1955 a 1960. Marvel Comics, em seguida, aproveitou o interesse reavivado em super-

herói das histórias contadas com histórias sofisticadas e caracterização. Em contraste

com épocas anteriores, os personagens da Era de Prata eram "duvidar falho e eu".

A DC adicionado ao seu impulso com a sua 1960 introdução de Justice League

of America, uma equipe composta por personagens da companhia de super-heróis mais

populares. Martin Goodman, um seguidor de publicação tendência com sua linha Atlas

Comics dos anos 1950, por esta altura chamado Marvel Comics ", mencionou que ele

tinha notado um dos títulos publicados pela National Comics parecia estar vendendo

melhor que a maioria. Era um livro chamado The Justiça League of America e foi

composta por uma equipe de super-heróis ", editor da Marvel Stan Lee lembrou em

1974. Goodman dirigido Lee para produzir da mesma forma um livro equipe de super-

heróis, resultando em O Quarteto Fantástico.

Sob a orientação do editor escritor Stan Lee e artistas / plotters colegas, como

Jack Kirby e Steve Ditko, Marvel começou a sua própria ascensão à proeminência. Com

uma inovação que mudou a indústria de quadrinhos, O Quarteto Fantástico, iniciou um

estilo naturalista de super-heróis com falhas humanas, medos e demônios interiores, que

disputavam e preocupados com os gostos de dinheiro do aluguel. Em contraste com os

arquétipos de super-heróis “certinhos” do momento, este marcou o início de uma

revolução. Com obras de arte dinâmica por Kirby, Steve Ditko, Don Heck, e outros que

complementam colorido, prosa cativante de Lee, o novo estilo se tornou popular entre

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os estudantes universitários que poderiam identificar com a angústia e natureza

irreverente dos personagens como Homem-Aranha, os X Men e Hulk durante um

período de agitação social e ao surgimento de uma contracultura dos jovens. Leitores de

quadrinhos da Era de Prata foram cientificamente mais inclinados do que as gerações

anteriores. Assim, histórias em quadrinhos da Era de Prata explicou fenômenos de

super-heróis e origens através da ciência, em oposição a Idade de Ouro, que comumente

invocada magia ou misticismo.

O historiador de comics Peter Sanderson compara os anos 1960 DC a um grande

estúdio de Hollywood, e argumenta que, depois de ter reinventado o arquétipo do super-

herói, DC por esta última parte da década estava sofrendo de uma seca criativa. A

audiência para comics já não era apenas crianças, e Sanderson vê os anos 1960 a Marvel

como o equivalente cômico da Nouvelle Vague francesa, o desenvolvimento de novos

métodos de contar histórias que prendiam e agradavam leitores que eram adolescentes e

idosos e influenciando, assim, os escritores de quadrinhos e os artistas do futuro.

Um dos editores Top quadrinhos em 1956, Harvey Comics, interrompido seus

quadrinhos de terror quando o Código Comics foi implementado e procurou um novo

público-alvo. O foco de Harvey deslocado para crianças dos 6 aos 12 anos de idade,

especialmente as meninas, com personagens como Riquinho, Gasparzinho, o fantasma

amigável, e Little Dot. Muitas das histórias em quadrinhos da empresa contou com

jovens meninas que "desafiaram os estereótipos e enviou uma mensagem de aceitação

de quem é diferente." Apesar de seus personagens têm inspirado uma série de filmes

nostálgicos e faixas de mercadoria, quadrinhos Harvey do período não são tão

procurados no mercado dos colecionadores como

Os editores Gilberton, Dell Comics, e Gold Key Comics usaram suas reputações

como editores de revistas em quadrinhos saudáveis para evitar tornar-se signatários do

Código Comics e encontrou várias maneiras de continuar publicando quadrinhos de

horror temáticos, além de outros tipos. Extensos Classics de Gilberton linha Ilustrado

adaptado clássicos literários, com os gostos de Frankenstein ao lado de Don Quixote e

Oliver Twist; Classics Illustrated Júnior reimpresso versões em quadrinhos de clássicos

infantis, como O Mágico de Oz, Rapunzel, e Pinóquio. Durante o final dos anos 1950 e

os anos 1960, a Dell, que havia publicado quadrinhos em 1936, ofereceu série de

televisão licenciados quadrinhos de Twilight Zone para Top Cat, assim como inúmeros

títulos Walt Disney. Seu sucessor, Gold Key fundada em 1962 Ocidental Publishing

iniciou a sua própria etiqueta em vez de embalagens de conteúdo para parceiro de

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negócios Dell continuou com essas séries de TV e filmes adaptações licenciados, bem

como histórias em quadrinhos, estrelado por tais Warner Bros. Cartoons personagens

como Pernalonga e tal história em quadrinhos propriedades como Recruta Zero.

Com a popularidade do programa de televisão Batman, em 1966, os editores que

havia se especializado em outras formas começaram a adicionar títulos de super-heróis

exagerado em suas linhas. Como assim, novas editoras surgiram, muitas vezes usando o

talento criativo da Idade de Ouro. Harvey Comics 'Harvey Suspense marca lançou

Double Dare Adventures, estrelado por novos personagens, como homem Bee and

Magic Mestre. Dell publicou versões de super-heróis de Frankenstein, Drácula eo

Lobisomem. Gold Key fez versões de ação ao vivo licenciado e televisão super-herói

animado mostra como capitão de Nice, Frankenstein Jr. e The Impossibles, e continuou

as aventuras do personagem Pateta Walt Disney Pictures em Supergoof. Americana

Comics Group deu seu caráter estabelecido Herbie uma identidade de super-herói

secreto como o Fat Fury, e introduziu os personagens de Nemesis e Magic Man. Até

mesmo os icônicos adolescentes Archie Comics adquiriu superpoderes e identidades de

super-heróis em títulos cômicos, como Archie como Capt. Pureheart e Jughead como

Captain Hero. Archie Comics, também lançou sua linha Archie Aventura, que contou

com a Fly, o Jaguar, e uma reformulação do herói Golden Age da Shield. Além de seus

títulos individuais, eles se uniram em sua série grupo The Crusaders Poderosos, unidas

pela Comet e Flygirl juntar com três personagens com seus próprios títulos. Suas

histórias misturadas típico super-herói com o acampamento dos anos 1960.

Entre simples super-heróis da Era de Prata de outros que Marvel ou DC editores,

Charlton Comics ofereceu uma linha de super-heróis de curta duração com personagens

que incluíram Capitão Átomo, Judomaster, a pergunta, e Thunderbolt; Torre Comics

teve Dynamo, Noman e outros membros do grupo de super-heróis THUNDER

espionagem Agentes; e até mesmo Gold Key teve Doutor Solar, Man of the Atom.

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6. Era de bronze do quadrinhos

A Era de Bronze é um período da história dos quadrinhos compreendido entre o

fim dos anos 70 e a segunda metade dos anos 80. Esta foi uma época ainda conturbada

para o mundo, mas a Guerra Fria não era a ameaça central, então os quadrinhos

continuam com a tendência de insinuar seu momento histórico.

A Era de Bronze foi conhecida por inserir elementos mais sérios e sofisticados dentro

do mundo dos quadrinhos, principalmente em termos de caracterização e história. O

público alvo dos quadrinhos mudou, e ao invés de se direcionar para crianças em geral e

ser um produto barato, ele passa a ter um valor alto de comercialização e ser

direcionado para grupos de fãs, com lojas especializadas que sobrevirem até hoje.

Esta época dos quadrinhos tentava se libertar aos poucos do código de ética que

amarrou a Era de Prata. Momentos sérios foram colocados dentro das histórias, com

heróis enfrentando problemas pessoais realistas, como alcoolismo, uso de drogas e

racismo. Mas isso tudo sempre sendo apresentado de forma que houvesse uma

conclusão moral, um exemplo para o leitor seguir.

Enfrentamentos com o feminismo vieram à trazer versões femininas de muitos heróis,

como é o caso de She-Hulk, Mulher Aranha, Ms. Marvel. Super Heróis que vinham de

minorias também foram introduzidos, como é o caso de Luke Cage (de onde vem o

sobrenome fictício de Nicolas Cage), Blade, Tempestade e Cyborg.

Muitos acreditam que os X-Men foram criados nesta época, mas na realidade eles

apareceram em 1963, mas sua popularidade foi baixa em seu surgimento. Mas durante a

Era de Bronze, eles sofreram uma releitura, transformando a história dos mutantes em

uma história de racismo e de perseguição de minorias.

Esta época também viu nascer muitos quadrinhos de gêneros diferentes, como o de

“Espada e Magia”, trazendo grandes sucessos até os dias de hoje como os quadrinhos de

“Conan o Bárbaro”.

6.1 O fim da Era de Bronze

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Durante os anos de 1980 surgiria a arte de uma nova geração internacionais, das

quais se destacaram Frank Miller, Grant Morrison, Alan Moore dentre outros, que

fizeram com que os críticos considerassem de fato mais esse período como diferenciado

na história do gênero. Muitos o chamaram de Era Moderna dos Quadrinhos.

Os sinais dessa nova fase que viria substituir a Era de Bronze já haviam surgido

com a introdução dos chamados Graphic novel, termo popularizado por Will Eisner

para apresentar em 1978 seu trabalho Um Contrato com Deus. O celebrado autor achava

que comics não se aplicava a referida obra, que, apesar de ser em forma de quadrinhos,

não teria nada de engraçada. Utilizava-se de uma temática adulta e séria (No Brasil

sugeriu-se que o termo fosse traduzido para Arte sequencial). Frank Miller seria um dos

criadores dos anos 80 que apontaram como influência essa obra do mestre Eisner e a

popularização do novo formato inclusive para super-heróis seria então uma

característica marcante da nova era dos quadrinhos, a Era Moderna.

7. A era moderna dos quadrinhos

O período de tempo ao qual pertence a chamada Era Moderna dos Quadrinhos é

difícil de ser definido, uma vez que ainda estamos passando por ele. Também chamado

de Era de Ferro ou Era Sombria (ou Era Negra), podemos dizer que esse “movimento”

teve início no final dos anos 80, com o encerramento da maxi-série Crise nas Infinitas

Terras em 1986, que fechou o capítulo da Era de Bronze, e a publicação de duas obras

emblemáticas dos quadrinhos atuais: Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, e

Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.

Alguns eventos durante a Era de Bronze também foram definitivos para o

“amadurecimento” dos quadrinhos de super-heróis, como, por exemplo, alguns

trabalhos de John Byrne nas séries da Tropa Alfa e do Quarteto Fantástico; a sequência

genial do Demolidor produzida por Frank Miller; e algumas histórias dos X-Men

escritas por Chris Claremont, que popularizaram definitivamente o Wolverine entre os

leitores do mundo todo.

Outro fator importante para a Era Moderna foi o crescimento das editoras

independentes e sua aceitação pelos leitores. Assim, escritores e desenhistas que haviam

conquistado fama e respeito nas poderosas Marvel e DC, buscaram seu espaço em

editoras menores que, além da liberdade criativa, ofereciam algo inédito até então: os

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direitos autorais das obras pertenceriam aos autores, que também receberiam uma

porcentagem das vendas de cada revista. Essa novidade, aliada à chance dos autores

poderem publicar histórias que certamente seriam censuras e vetadas nas editoras de

grande porte, deu um novo impulso criativo ao meio.

Quem saiu ganhando com isso foram os leitores. Séries incríveis como

Miracleman, de Alan Moore; American Flagg!, de Howard Chaykin; Jon Sable, de

Mike Grell; GrimJack, de John Ostrander e Timothy Truman; e tantas outras, sacudiram

o mercado e forçaram as editoras Marvel e DC a mudarem sua postura editorial, abrindo

espaço para quadrinhos mais adultos e sem censura.

A Marvel já havia dado o primeiro passo com a espetacular revista de antologia

Epic Illustrated (de 1980 a 1986), que, sob a batuta do escritor e editor Archie Goodwin,

rivalizava com a própria Heavy Metal! Em seguida, Goodwin criou o selo editorial

EPIC, que lançou obras fantásticas como Dreadstar, de Jim Starlin; Moonshadow, de J.

M. DeMatteis, Jon J. Muth e Kent Williams; Groo, de Sergio Aragonés; etc.

A DC respondeu algum tempo depois com o selo Vertigo, que, embora tenha

surgido oficialmente em 1993, teve seu conceito semeado anteriormente por outras

séries: Swamp Thing (1984), de Alan Moore; HellBlazer (1988), de Jamie Delano;

Animal Man (1988) e Doom Patrol (1989), de Grant Morrison; e The Sandman (1989),

de Neil Gaiman; e Shade, The Changing Man (1990), de Peter Milligan e Chris

Bachalo. Exemplos da chamada “invasão britânica” dos quadrinhos americanos, esses

títulos prepararam o terreno para a Vertigo, que, durante muito tempo, foi sinônimo de

quadrinhos adulto.

Voltando ao terreno dos super-heróis, outro marco na Era Moderna foi a criação

da Image em 1992, uma editora independente criada pelos expoentes artísticos da

Marvel:Todd McFarlane, Jim Lee, Rob Liefeld, Marc Silvestri, Erik Larsen, Whilce

Portacio e Jim Valentino. Durante bastante tempo, os títulos da Image foram rotulados

como medíocres, pois ofereciam apenas visuais fantásticos, mas não tinham conteúdo

algum. É meio difícil negar isso, pois a primeira onda da Image não tinha realmente

muito a oferecer além de desenhos bonitos.

O mercado mudou completamente com a internet. Com ela, é possível ter acesso

a material lançado na hora. Vários autores se dedicam a fazer quadrinhos diretamente na

internet. Sabe aquele autor tailandês que só você conhece? Pois é, dá pra acessar o que

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ele fez meia horas depois de ele colocar na rede. As editoras se tornaram meras

inconveniências entre os autores e leitor. Cada vez mais o mercado independente se

firma como uma alternativa de qualidade. Hoje, é possível publicar a si mesmo, é

possível alcançar novos públicos pela wwweb.

O mercado de HQs no país, tradicionalmente, seguiu o molde do mercado

americano. Durante décadas, foram as revistas de super-herói as únicas a chegarem

aqui, o que levou a uma estagnação do mercado em certo ponto. Muitos leitores,

especialmente os mais velhos, são fãs única e exclusivamente desse tipo de material, e

são incapazes de fazer uma análise crítica dos comics americanos. Por causa disso,

demorou muito para que outros gêneros se estabelecessem. A grande mudança veio com

a chegada dos mangás, já que o material japonês foi um sucesso absoluto entre os

jovens e criou toda uma nova geração de leitores.

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8. Conclusão

Entre as décadas de 30 e 50, ficou claro a preocupação de diversas entidades, quando ao

grau de influência que uma forma de entretenimentos poderia gerar entre as crianças e

adolescentes.

O gênero da imagem, sem dúvidas, foi a educada através dos séculos, mas, com o

surgimento do cinema e das histórias em quadrinhos a narrativa ganhou um novos viés.

Não cabia mais ao texto gerar a percepção da imagem, pois ela própria faria a sua

narrativa por meio dos desenhos. O século XX trouxe uma nova maneira de ler os fatos,

as interpretações toma-se mais rápidas.

Esses meios de comunicação de massa também se tornam instrumentos de manipulação

ideológica, ajudando a criar uma versão história que, muitas vezes ultrapassa o conteúdo

do documento histórico. O cinema norte- americano, assim como os quadrinhos, criou

ícones que hoje estão presentes em diversas partes do globo. Do cowboy ao saldado da

Segunda - Guerra, do detive de sobretudo e chapéu ao super-herói de capa, os

personagens criados para entreter contaram a história de uma nação e ajudaram a

valorizar a cultura norte-americana. Esse poder que os quadrinhos possuem foi captado

pelos países onde eles adentram e gradativamente cada um acabou por adaptar a

narrativa original a sua realidade.

A maioria das histórias em quadrinhos sobre temas históricos tornaram-se narrativas

ilustradas, perdendo as características que fazem dos quadrinhos algo envolvente e

dinâmico para a leitor. As histórias que acrescentavam elementos ou buscavam uma

narrativa mais dividida e envolvente eram caracterizadas como perniciosas e não

confiáveis. Como vimos algumas destas formas de quadrinhos não devem ser analisadas

pelo conteúdo da narrativa mas sim pela analogia com o tempo de produção da obra.

Os quadrinhos americanos superam todos os outros. A construção dos personagens tem

como base a criação de mito do herói, tanto nas histórias comerciais de super-heróis,

desde a década de 30 como nas adaptação históricas produzida com maior ênfase na

década de 50.

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9. Referências

http://www.gocast.com.br/historia-das-historias-em-quadrinhos/ , Acessado em 15 de

Maio de 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda_desenhada , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_de_Ouro_da_banda_desenhada , Acessado em 15 de

Maio de 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_de_Prata_da_banda_desenhada , Acessado em 15 de

Maio de 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_de_Bronze_da_banda_desenhada , Acessado em 15 de

Maio de 2015

http://cenariohq.com.br/hqgraphicnovelmanga/ , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://www.dw.de/graphic-novel-algo-mais-do-que-hist%C3%B3ria-em-quadrinhos/a-

15364273 , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://www.conversacult.com.br/2012/09/graphic-novel-vs-comic-book-diferente.html ,

Acessado em 15 de Maio de 2015

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comics#A_Era_Moderna , Acessado em 15 de Maio de

2015

http://submundo-hq.blogspot.com.br/2012/03/biblioteca-historica-marvel-era-de-

ouro.html , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://www.judao.com.br/8/livros-hqs/a-era-de-ouro-do-homem-de-aco-e-dos-

quadrinhos/#.VWbz6NJViko , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://www.grifonosso.com/2011/06/eras-dos-quadrinhos-era-de-ouro/ , Acessado em

15 de Maio de 2015

http://devir.com.br/hqs/supremos_001.php , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://www.devir.com.br/hqs/supremos_002.php , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://desciclopedia.org/wiki/Era_de_Prata , Acessado em 15 de Maio de 2015

http://submundo-hq.blogspot.com.br/2012/04/biblioteca-historica-marvel-era-de.html ,

Acessado em 15 de Maio de 2015

http://ambrosia.virgula.uol.com.br/herois-reunidos-liga-da-justica-a-era-de-prata/ ,

Acessado em 15 de Maio de 2015

http://ozoombido.blogspot.com.br/2012/10/a-era-de-prata-dos-quadrinhos.html ,

Acessado em 15 de Maio de 2015

http://dicionario.sensagent.com/Era%20de%20Bronze%20dos%20quadrinhos/pt-pt/ ,

Acessado em 15 de Maio de 2015

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Anexo

Tema 1 – Abuso de Poder

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Tema 2 - Apocalipse

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Tema 3 – Caminhando com os deuses

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Tema 4- Discriminação

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Tema 5 – Pais e Filhos

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Tema 6 – Sexo

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Tema 7 – Vigilantismo