diagnÓstico do setor de transporte aÉreo no modelo … · no brasil, eua e europa: indicadores...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
DIAGNÓSTICO DO SETOR DE TRANSPORTE AÉREO NO
MODELO LOW COST NO BRASIL, EUA E EUROPA:
INDICADORES OPERACIONAIS E FINANCEIROS 2010 - 2018
Felipe Brum Moreira Ulisses de Carvalho
Agosto de 2020
DIAGNÓSTICO DO SETOR DE TRANSPORTE AÉREO NO MODELO LOW COST
NO BRASIL, EUA E EUROPA: INDICADORES OPERACIONAIS E FINANCEIROS
2010 - 2018
FELIPE BRUM MOREIRA ULISSES DE CARVALHO
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia Civil da Escola Politécnica,
Universidade federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.
Orientador: Respicio Antonio do Espírito Santo Jr.
Rio de Janeiro
Agosto de 2020
i
DIAGNÓSTICO DO SETOR DE TRANSPORTE AÉREO NO MODELO LOW COST
NO BRASIL, EUA E EUROPA: INDICADORES OPERACIONAIS E FINANCEIROS
2010 - 2018
Felipe Brum Moreira Ulisses de Carvalho
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.
Examinado por:
________________________________________________ Prof. Respicio Antonio do Espírito Santo Junior, D.Sc.
________________________________________________ Eng. Erivelton Pires Guedes, D.Sc.
________________________________________________ Prof. Giovani Manso Ávila, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
AGOSTO DE 2020
ii
de Carvalho, Felipe Brum Moreira Ulisses
Diagnóstico do Setor de Transporte Aéreo no
Modelo Low Cost no Brasil, EUA e UE: Indicadores
Operacionais e Financeiros 2010 - 2018/ Felipe Brum
Moreira Ulisses de Carvalho – Rio de Janeiro:
UFRJ/ESCOLA POLITÉCNICA, 2020.
XVII, 100 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Respicio Antonio do Espírito Santo Jr.
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Civil, 2020.
Referências Bibliográficas: p. 74-78.
1. Indicadores Operacionais e Financeiros de
Empresas Aéreas. 2. Economia e Finanças Aplicadas ao
Transporte Aéreo. 3. Finanças Corporativas. 4. Low Cost.
I. Espirito Santo Jr, Respicio A. II. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, UFRJ, Engenharia Civil. III. Diagnóstico do
Setor de Transporte Aéreo no Modelo Low Cost no Brasil,
EUA e UE: Indicadores Operacionais e Financeiros 2010 -
2018.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais por todo o apoio que me foi dado ao
longo da minha vida, por me proporcionarem aprendizados e experiências únicas que
me tornaram o homem que sou hoje.
Agradeço também aos amigos que fiz durante toda essa jornada, que sempre
estiveram presentes e solícitos quando eu mais precisei. À minha namorada por sempre
me motivar e nunca desacreditar de mim.
E agradeço ao meu orientador Respício pela orientação e tempo disponibilizados
para a preparação e conclusão dessa monografia.
iv
“Just because you don't announce your plan doesn't mean you don't have one.”
Herb Kelleher
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
DIAGNÓSTICO COMPARATIVO DO SETOR DE TRANSPORTE AÉREO NO
MODELO LOW COST NO BRASIL, EUA E EUROPA: INDICADORES
OPERACIONAIS E FINANCEIROS 2010 - 2018
Felipe Brum Moreira Ulisses de Carvalho
Agosto de 2020
Orientador: Respicio Antonio do Espírito Santo Jr.
Curso: Engenharia Civil
A desregulamentação do transporte aéreo pelos governos impulsionou o mercado
desse setor de forma a promover uma competição entre as diversas empresas que nele
operavam. Com isso, surgiram muitas companhias aéreas de baixo-custo, conhecidas
como Low Cost. Isso fez com que muitas empresas do ramo se reajustassem para se
manterem no mercado de forma competitiva. Com a intenção de entender melhor o que
configura e como opera uma empresa que segue este modelo de negócio, este trabalho
tem o objetivo de realizar um diagnóstico que compare os indicadores operacionais e
financeiros dentre elas, analisando o cenário nacional, americano e europeu. Para isso,
serão utilizados dados encontrados nos relatórios anuais das próprias companhias
escolhidas assim como nos anuários da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Ao
final, será apresentado como as empresas aéreas brasileiras deveriam se apresentar
de forma a estar no mesmo patamar de baixo-custo do que as outras com as quais elas
foram comparadas.
Palavras-chave: Indicadores Operacionais e Financeiros de Empresas Aéreas,
Economia e Finanças Aplicadas ao Transporte Aéreo, Finanças Corporativas, Low Cost.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to Escola Politecnica/UFRJ as a partial
fulfillmet of the requirements for the degree of Civil Engineering.
DIAGNOSTIC OF THE LOW COST AIRLINE INDUSTRY IN BRAZIL, USA AND EU:
OPERATIONAL AND FINANCIAL INDICATORS 2010 - 2018
Felipe Brum Moreira Ulisses de Carvalho
June 2020
Advisor: Respicio Antonio do Espírito Santo Jr.
Course: Civil Engineering
The deregulation of air transport by governments boosted the market for this sector in
order to promote competition between the various companies that operated in it. As a
result, many low-cost airlines have emerged. This caused many companies in the
industry to readjust themselves to remain competitive in the market. With the intention of
better understanding what constitutes and how a company that follows this business
model operates, this work aims to make a diagnosis that compares the operational and
financial indicators among them, analyzing the national, American and European
scenario. For this, data found in the annual reports of the chosen companies will be used,
as well as in the annuals of the National Civil Aviation Agency (ANAC). At the end, it will
be made a conclusion on how Brazilian airlines should present themselves in order to be
at the same low-cost level as the others with which they were compared.
Keywords: Operating and Financial Indicators for Airlines, Applied Air Transport
Economics and Finance, Corporate Finance, Low Cost.
vii
Sumário
1. Introdução .......................................................................................................... 1
1.1. Apresentação do Tema .................................................................................. 1
1.2. Objetivo .......................................................................................................... 2
1.3. Metodologia .................................................................................................... 2
2. Histórico das Empresas Aéreas Low Cost .......................................................... 3
3. Impacto de Fatores Econômicos nas Empresas Aérea ...................................... 4
3.1. Renda ............................................................................................................. 4
3.2. Taxa de Juros ................................................................................................. 5
3.3. Taxa de Câmbio ............................................................................................. 6
3.4. Preço do Combustível .................................................................................... 7
4. Indicadores ........................................................................................................ 8
4.1. Indicadores Operacionais ............................................................................... 8
4.1.1. ASK ......................................................................................................... 8
4.1.2. RPK ....................................................................................................... 12
4.1.3. Load Factor ........................................................................................... 15
4.1.4. RASK .................................................................................................... 16
4.1.5. PRASK .................................................................................................. 17
4.1.6. CASK .................................................................................................... 17
4.1.7. RRPK (Yield) ......................................................................................... 19
4.1.8. Breakeven Load Factor (BLF) ................................................................ 23
4.2. Indicadores Financeiros ................................................................................ 25
4.2.1. Indicadores de Liquidez ......................................................................... 25
viii
4.2.1.1. Capital de Giro Líquido ...................................................................... 26
4.2.1.2. Liquidez Corrente ............................................................................... 26
4.2.1.3. Liquidez Seca .................................................................................... 30
4.2.1.4. Liquidez Imediata ............................................................................... 32
4.2.2. Indicadores de Rentabilidade ................................................................ 34
4.2.2.1. Margem Bruta .................................................................................... 35
4.2.2.2. Margem Operacional .......................................................................... 38
4.2.2.3. Margem Líquida ................................................................................. 40
4.2.2.4. Retorno sobre Ativo ........................................................................... 43
4.2.2.5. Retorno sobre Patrimônio Líquido ...................................................... 45
4.2.3. Indicadores de Atividade ....................................................................... 48
4.2.3.1. Giro do Ativo ...................................................................................... 48
4.2.3.2. Giro do Contas a Receber .................................................................. 50
4.2.3.3. Número de dias do Contas a Receber ............................................... 53
4.2.3.4. Giro do Estoque ................................................................................. 55
4.2.3.5. Número de dias do Estoque ............................................................... 57
4.2.3.6. Giro do Contas a Pagar...................................................................... 60
4.2.3.7. Número de dias do Contas a Pagar ................................................... 60
4.2.4. Indicadores de Estrutura de Capital ....................................................... 60
4.2.4.1. Grau de Endividamento...................................................................... 61
4.2.4.2. Índice de Endividamento Geral .......................................................... 63
4.2.4.3. Índice de Cobertura de Juros ............................................................. 66
ix
5. Cenário do setor aéreo durante a crise global da pandemia do COVID-19 ...... 68
6. Conclusão ........................................................................................................ 70
7. Recomendação de Trabalhos Futuros ............................................................. 73
8. Referências Bibliográficas ................................................................................ 74
9. Anexos ............................................................................................................. 78
x
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – ASK no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................................. 9
Gráfico 2 – ASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................... 10
Gráfico 3 – ASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................................. 11
Gráfico 4 – RPK no Mercado Americano de 2010 a 2018 ........................................... 13
Gráfico 5 – RPK no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................................. 14
Gráfico 6 – RPK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................................. 15
Gráfico 7 – RRPK (Yield) no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................. 20
Gráfico 8 – RRPK (Yield) no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................................. 21
Gráfico 9 – RRPK (Yield) no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................... 22
Gráfico 10 – Liquidez Corrente das LCCs de 2010 a 2018 ......................................... 29
Gráfico 11 – Liquidez Seca das LCCs de 2010 a 2018 ............................................... 32
Gráfico 12 – Liquidez Imediata das LCCs de 2010 a 2018 ......................................... 34
Gráfico 13 – Margem Bruta das LCCs de 2010 a 2018 ............................................... 37
Gráfico 14 – Margem Operacional das LCCs de 2010 a 2018 .................................... 40
Gráfico 15 – Margem Líquida das LCCs de 2010 a 2018 ............................................ 42
Gráfico 16 – ROA das LCCs de 2010 a 2018 ............................................................. 45
Gráfico 17 – ROE das LCCs de 2010 a 2018 ............................................................. 47
Gráfico 18 – Giro do Ativo das LCCs de 2010 a 2018 ................................................. 50
Gráfico 19 – Giro do Contas a Receber das LCCs de 2010 a 2018 ............................ 52
Gráfico 20 – Número de Dias do Contas a Receber das LCCs de 2010 a 2018 ......... 54
Gráfico 21 – Giro do Estoque das LCCs de 2010 a 2018 ............................................ 57
Gráfico 22 – Número de Dias do Estoque das LCCs de 2010 a 2018 ......................... 59
xi
Gráfico 23 – Grau de Endividamento das LCCs de 2010 a 2018 ................................ 63
Gráfico 24 – Índice de Endividamento Geral das LCCs de 2010 a 2018 ..................... 65
Gráfico 25 – Índice de Cobertura de Juros das LCCs de 2010 a 2018 ........................ 67
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1 – ASK no Mercado Americano de 2010 a 2018 .............................................. 9
Tabela 2 – ASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................... 10
Tabela 3– ASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................................... 11
Tabela 4 – RPK no Mercado Americano de 2010 a 2018 ........................................... 13
Tabela 5 – RPK no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................... 14
Tabela 6 – RPK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .............................................. 15
Tabela 7 – CASK no Mercado Americano de 2010 a 2018 ......................................... 18
Tabela 8 – CASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................. 18
Tabela 9 – CASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ........................................... 19
Tabela 10 – RRPK (Yield) no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................ 19
Tabela 11 – RRPK (Yield) no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................... 20
Tabela 12 – RRPK (Yield) no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .............................. 22
Tabela 13 – Load Factor X BLF no Mercado Americano de 2010 a 2018 ................... 23
Tabela 14 – Load Factor X BLF no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ....................... 24
Tabela 15 – Load Factor X BLF no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ..................... 24
Tabela 10 – Liquidez Corrente no Mercado Americano de 2010 a 2018 ..................... 27
Tabela 11 – Liquidez Corrente no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................ 28
Tabela 12 – Liquidez Corrente no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ....................... 28
Tabela 19 – Liquidez Seca no Mercado Americano de 2010 a 2018 ........................... 30
Tabela 20 – Liquidez Seca no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................. 31
Tabela 21 – Liquidez Seca no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................. 31
Tabela 22 – Liquidez Imediata no Mercado Americano de 2010 a 2018 ..................... 33
xiii
Tabela 23 – Liquidez Seca no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................. 33
Tabela 24 – Liquidez Imediata no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ....................... 33
Tabela 25 – Margem Bruta no Mercado Americano de 2010 a 2018 .......................... 36
Tabela 26 – Margem Bruta no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................. 36
Tabela 27 – Margem Bruta no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................. 37
Tabela 28 – Margem Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018 ................ 38
Tabela 29 – Margem Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................... 39
Tabela 30 – Margem Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .................. 39
Tabela 31 – Margem Líquida no Mercado Americano de 2010 a 2018 ....................... 41
Tabela 32 – Margem Líquida no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................... 41
Tabela 33 – Margem Líquida no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ......................... 42
Tabela 34 – ROA no Mercado Americano de 2010 a 2018 ......................................... 43
Tabela 35 – ROA no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................. 44
Tabela 36 – ROA no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ........................................... 44
Tabela 37 – ROE no Mercado Americano de 2010 a 2018 ......................................... 46
Tabela 38 – ROE no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................................. 46
Tabela 39 – ROE no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ........................................... 46
Tabela 40 – Giro do Ativo no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................ 48
Tabela 41 – Giro do Ativo no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................................ 49
Tabela 42 – Giro do Ativo no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .............................. 49
Tabela 43 – Giro do Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a 2018 ........ 51
Tabela 44 – Giro do Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........... 51
xiv
Tabela 45 – Giro do Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .......... 52
Tabela 46 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a
2018 ........................................................................................................................... 53
Tabela 47 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018
................................................................................................................................... 53
Tabela 48 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a
2018 ........................................................................................................................... 54
Tabela 49 – Giro do Estoque no Mercado Americano de 2010 a 2018 ....................... 56
Tabela 50 – Giro do Estoque no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................... 56
Tabela 51 – Giro do Estoque no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ......................... 56
Tabela 52 – Número de Dias do Estoque no Mercado Americano de 2010 a 2018 .... 58
Tabela 53 – Número de Dias do Estoque no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........ 58
Tabela 54 – Número de Dias do Estoque no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ....... 59
Tabela 55 – Grau de Endividamento no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............ 61
Tabela 56 – Grau de Endividamento no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............... 62
Tabela 57 – Grau de Endividamento no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .............. 62
Tabela 58 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Americano de 2010 a 2018. 64
Tabela 59 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .... 64
Tabela 60 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ... 65
Tabela 61 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Americano de 2010 a 2018 ... 66
Tabela 62 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ....... 67
Tabela 63 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ..... 67
xv
Lista de Anexos
Anexo 1 – Receita Líquida no Mercado Americano de 2010 a 2018 ........................... 78
Anexo 2 – Receita Líquida no Mercado Europeu de 2010 a 2018............................... 78
Anexo 3 – Receita Líquida no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................. 78
Anexo 4 – Custo Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018 ...................... 79
Anexo 5 – Custo Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .......................... 79
Anexo 6 – Custo Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ........................ 79
Anexo 7 – Balanço Patrimonial Padronizado (Portaria ANAC Nº380/SAS, 5 de fevereiro
de 2018) .................................................................................................................... 80
Anexo 8 – Demonstração do Resultado do Exercício Padronizado (Portaria ANAC
Nº380/SAS, 5 de fevereiro de 2018) ........................................................................... 83
Anexo 9 – Total de Ativos no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................ 89
Anexo 10 – Total de Ativos no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................. 89
Anexo 11 – Total de Ativos no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................ 89
Anexo 12 – Ativo Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018 ......................... 90
Anexo 13 – Ativo Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ............................ 90
Anexo 14 – Ativo Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ........................... 90
Anexo 15 – Estoques no Mercado Americano de 2010 a 2018 ................................... 91
Anexo 16 – Estoques no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ...................................... 91
Anexo 17 – Estoques no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ..................................... 91
Anexo 18 – Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a 2018 ..................... 92
Anexo 19 – Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ......................... 92
Anexo 20 – Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ....................... 92
xvi
Anexo 21 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Americano de 2010 a 2018 . 93
Anexo 22 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ..... 93
Anexo 23 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .... 93
Anexo 24 – Total Passivo no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................ 94
Anexo 25 – Total Passivo no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................................ 94
Anexo 26 – Total Passivo no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 .............................. 94
Anexo 27 – Passivo Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018 .................... 95
Anexo 25 – Passivo Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................ 95
Anexo 26 – Passivo Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ...................... 95
Anexo 30 – Passivo Não Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............. 96
Anexo 31 – Passivo Não Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................ 96
Anexo 32 – Passivo Não Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............... 96
Anexo 33 – Patrimônio Líquido no Mercado Americano de 2010 a 2018 .................... 97
Anexo 34 – Patrimônio Líquido no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................ 97
Anexo 35 – Patrimônio Líquido no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ...................... 97
Anexo 36 – Lucro Bruto no Mercado Americano de 2010 a 2018 ............................... 98
Anexo 37 – Lucro Bruto no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ................................... 98
Anexo 38 – Lucro Bruto no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ................................. 98
Anexo 39 – Lucro Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018 ..................... 99
Anexo 40 – Lucro Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018 ........................ 99
Anexo 41 – Lucro Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ....................... 99
Anexo 42 – Lucro Líquido no Mercado Americano de 2010 a 2018 .......................... 100
xvii
Anexo 43 – Lucro Líquido no Mercado Europeu de 2010 a 2018 .............................. 100
Anexo 44 – Lucro Líquido no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018 ............................ 100
1
1. Introdução
1.1. Apresentação do Tema
Em 1906 Santos Dumont realizava o primeiro voo de sucesso de um avião
impulsionado por um motor a gasolina e com isso se iniciava a história da aviação no
mundo. De início, essas aeronaves serviam apenas para exposições e posteriormente
para combate na Primeira e Segunda Guerra Mundial. Porém, principalmente no pós-
guerra, o setor aéreo sofreu um excepcional avanço tecnológico, com uma ampla
disponibilidade de aeronaves, aeroportos e mão de obra especializada, como aviadores,
técnicos e mecânicos. A partir desse ponto, as atenções se voltaram para o transporte
aéreo comercial e isso tudo foi impulsionado pela Guerra Fria e pela Corrida Espacial
que proporcionaram um grande desenvolvimento de forma acelerada.
Entretanto, as empresas aéreas ainda eram regulamentadas, o que as
impossibilitava de competir através do preço, uma vez que o mesmo era fixado pelo
governo. Apenas em 1978 o presidente dos EUA Jimmy Carter assinou o Airline
Deregulation Act, dando liberdade para as empresas estabelecerem o preço das suas
tarifas aéreas (ARAÚJO,2004). Este ato é de extrema importância para o surgimento
das empresas low cost, tendo em vista que sem o mesmo todo o conceito de atingir um
mercado com preços mais baixos ao baixar os custos operacionais não faria sentido.
Segundo a definição presente no site da ICAO, uma LCC é uma empresa aérea
com uma estrutura de custos baixos em relação ao resto do setor e que oferta baixas
tarifas e taxas. Essas empresas podem ser independentes, a divisão ou subsidiária de
uma grande empresa tradicional. Em 2015, as empresas aéreas de baixo custo
transportaram 28% do total de passageiros marcado para todo o segmento, o que
significou um aumento de 10% quando comparado com os números de 2014, mostrando
todo o potencial de crescimento desse mercado.
2
1.2. Objetivo
Tendo em vista o crescimento desse estilo de negócio no mercado de transporte
aéreo, este trabalho tem por objetivo realizar um estudo da situação econômico-
financeira das empresas aéreas no modelo low cost. Será feito um estudo dos
indicadores financeiros e operacionais com a finalidade de se obter uma maior
compreensão de como as empresas de baixo custo se comportam em relação a sua
eficiência e saúde financeira nos mais diferentes mercados.
Com isso, espero criar relações entre os mais diversos fatores e decisões
estratégicas com os valores apresentados pelos indicadores como ASK, RPK, Load
Factor, RASK, PRASK, CASK, RRPK (Yield) e Breakeven Load Factor. Além disso,
visualizar como essas métricas impactam financeiramente os indicadores como
Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Imediata, Margem Bruta, Margem
Operacional, Margem Líquida, Retorno sobre Ativo, Retorno sobre Patrimônio Líquido,
Giro do Ativo, Giro do Contas a Receber, Giro do Contas a Pagar, Grau de
Endividamento, Índice de Endividamento Geral e Índice de Cobertura de Juros.
Por fim, este trabalho tem como objetivo analisar projeções feitas por referências
do mercado para cenários adversos, usando como exemplo a crise causada pela
pandemia do COVID-19 que está acontecendo em 2020.
1.3. Metodologia
A metodologia adotada neste trabalho se inicia com a pesquisa bibliográfica,
tomando como referência artigos e livros de grande notoriedade no setor de transporte
aéreo, tanto nacional quanto internacional. Após isso, foram coletados dados referentes
ao caráter financeiro e operacional das empresas estudadas dentro da série histórica
de 2010 a 2018, se utilizando de fontes oficiais. Os valores de transporte aéreo e
econômicos foram quase que em sua totalidade obtidos dos relatórios financeiros anuais
emitidos pelas próprias companhias aéreas e dos relatórios da Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC). Além disso, foram consultadas fontes de prestígio no mercado
3
como a International Civil Aviation Organization (ICAO), International Air Transport
Assiociation (IATA) e a consultoria McKinsey. Com esses dados, foram calculados os
indicadores estudados, que foram analisados de acordo com os autores de referência.
Para efeito comparativo, foram selecionadas empresas aéreas low cost de
acordo com a sua relevância na região em que as mesmas atuam. Também foi levado
em conta a disponibilidade de dados confiáveis dessas empresas, tendo em vista que
muitas delas são de capital aberto que são auditadas. Baseado nisso, foram
selecionadas as empresas brasileiras Azul e Gol, as empresas americanas Southwest,
Jetblue e Spirit, e as empresas europeias Ryanair, Easyjet e Air Baltic, totalizando oito
casos a serem estudados.
Por fim, foi feito um estudo comparativa do cenário nacional com o internacional
a fim de entender como as empresas brasileiras se posicionam nesse setor de baixo
custo e o quais são os indicadores de maior impacto para obter sucesso nesse modelo
de negócio.
2. Histórico das Empresas Aéreas Low Cost
O conceito de uma companhia aérea de baixo custo começou nos anos 70 pela
empresa americana Southwest Airlines com o objetivo de trazer competitividade através
de baixos preços. Com isso, foi criado um incômodo para as companhias aéreas
tradicionais que perderam uma quantidade significativa do mercado que antes era
controlado pelas mesmas (DOGANIS, 2006).
Nos Estados Unidos da América as primeiras empresas que seguiram este
modelo foram a Pacific Southwest, New York Air, Jet America, entre outras. Entretanto,
muitas delas não sobreviveram a esse mercado competitivo, até porque além das novas
empresas que surgiam, muitas companhias tradicionais começaram a criar subsidiárias
low cost para disputar essa parcela de passageiros que usava apenas o preço como
sua medida de decisão de compra (FONSECA; GOMES; BARCELLOS, 2016).
4
Já na Europa, tudo começou na Inglaterra e na Irlanda, que se basearam no
modelo da Southwest para criar a EasyJet e Ryanair. Seu sucesso foi atribuído a um
cenário econômico favorável para LCCs (OLIVEIRA, 2001). Como exemplo disso pode
ser observada a liberdade para companhias de países membros operarem dentro da
União Europeia e a existência de muitos aeroportos pouco usados e com baixas tarifas
aeroportuárias.
Com isso, este modelo de negócio no setor aéreo se popularizou rapidamente,
tendo dado origem a grandes participantes do mercado atual nos mais diversos países
do mundo. Isso pode ser observado nas principais empresas de hoje em dia, como Air
Asia, Norwegian, JetStar, IndiGO, Vueling, Air Canada e muitas outras. Isso para não
citar as que serão estudadas neste trabalho, também figuram entre as maiores nos
mercados brasileiro (GOL e Azul), americano (Southwest, Jetblue e Spirit) e europeu
(EasyJet, Ryanair, Air Baltic).
3. Impacto de Fatores Econômicos nas Empresas Aérea
Assim como todo setor, o aéreo é influenciado por diversos fatores
macroeconômicos, alguns com mais e outros com menos influência. Dentre os principais
estão:
Renda
Taxa de Juros
Taxa de Câmbio
Preço do Combustível
3.1. Renda
O crescimento econômico de um país é comumente atrelado à variação do
Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos valores finais de mercado de todos os
bens e serviços produzidos durante um período de tempo (IBGE). Como a situação
econômica de um país é um dos fatores que pode gerar a demanda para o setor aéreo,
5
é justo que a variação do PIB seja usada como um medidor para as companhias aéreas
(PEOPLES,2014).
Porém, segundo HOLLOWAY (2008), também é necessário distinguir a
demanda por motivo da viagem. Viagens a trabalho são mais simples de serem
analisadas pois podem ser feitas projeções de demanda baseando-se apenas no PIB.
O que muda na demanda dentro desse tipo de viagem é se ela for doméstica ou
internacional. No primeiro caso, deve se usar apenas o PIB do país, mas no segundo é
necessário fazer uma média entre destino e origem. Outra alternativa é projetar baseado
na variação do lucro das empresas, que é considerado por alguns analistas uma medida
mais realista.
Já no caso de viagens de turismo ou a lazer, o melhor dado se torna o PIB per
capita, por se aproximar mais do que seria uma possível medida de renda disponível
por pessoa (HOLLOWAY, 2008).
Apesar de geralmente a demanda por viagens estar atrelada a uma pequena
parcela da população com maior poder aquisitivo, no caso das low costs essa parcela
aumenta devido à baixa exigência de renda tanto familiar quanto de empresas. Mesmo
assim, em alguns mercados, como o brasileiro, ainda não é possível atingir uma grande
quantidade de pessoas com esses preços devido a desigualdade na distribuição de
renda. Entretanto, nos outros mercados estudados (europeu e americano) existe uma
demanda reprimida, que faz com que a renda exigida para gerar demanda por transporte
aéreo seja menor.
3.2. Taxa de Juros
O financiamento de suas operações acaba tornando a taxa de juros um fator
substancial para as empresas do setor aéreo. Isso se deve ao fato de que os juros têm
influência direta na captação de aportes financeiros junto aos bancos e outras
instituições.
6
Segundo FONSECA, GOMES e QUEIROZ (2013), pouco mais de um terço das
aeronaves em circulação são propriedade de ALC (aircraft leasing companies), o que
evidencia a importância da taxa de juros para o setor aéreo. Esse crescimento desse
modelo de negócio representa uma grande demanda de financiamento para as agências
de crédito à exportação como a US Bank, BNDES, COFACE, entre outros.
O portifólio das ALC é principalmente constituído por Boeings e Airbus, que
compõem a maior parte da frota das empresas estudadas neste trabalho. Logo,
podemos ver como esse modelo de negócio impacta nas LCCs. Tendo em vista que as
mesmas buscam uma forma de otimizar seus custos e o leasing apresenta um caminho
para poder utilizar aeronaves nas suas operações sem precisar comprá-las.
Comparando o cenário brasileiro com o internacional, podemos ver que mesmo
as taxas de juros oferecidas pelo BNDES, que são menores que as de outras instituições
financeiras, ainda assim são maiores do que as taxas vistas em outros países. Isso pode
ser observado ao compararmos a Taxa SELIC, que norteia as taxas de juros no Brasil,
com a Taxa LIBOR, que é usada como benchmark no mercado internacional. Enquanto
a Taxa SELIC, hoje, gira em torno de 3% a 4%, a Taxa LIBOR se encontra entre 0% e
1%. (Dados do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve Economic Data)
3.3. Taxa de Câmbio
Como neste estudo estamos analisando empresas de diferentes países com
diferentes moedas, inclusive o próprio dólar, é importante ressaltar que para as
empresas americanas esse fator não se aplica, tendo em vista que a moeda com a qual
elas geram receita é a mesma que é utilizada pela grande maioria do mercado
internacional. Porém, a grande maioria do setor aéreo, a taxa de câmbio é um fator de
grande importância nas operações financeiras, tendo em vista que muitos dos
empréstimos tomados e investimentos são cotados em dólar.
7
Por outro lado, vamos ver a influência da taxa de câmbio nos custos da empresa,
que são constituídos principalmente por combustível, tripulação, leasing e manutenção
de aeronaves (NETTO, 2017). Entre essas despesas, apenas a tripulação é cotada na
moeda local enquanto os outros são em dólar.
Como o combustível da aviação se trata de um commodity, ou seja, um produto
que é negociado apenas baseado apenas na oferta e demanda internacional, ele é
cotado em dólar por se tratar de uma referência monetária. Mais à frente deste estudo
iremos falar sobre a influência do preço do combustível como fator, mas agora o enfoque
é na taxa de câmbio.
3.4. Preço do Combustível
Considerados um dos fatores de mais importância, os gastos com combustível
são ponto crítico em todo o setor de transporte aéreo. Segundo o relatório “Fuel Fact
Sheet” da IATA, seus gastos equivalem a cerca de 23,7% das despesas de uma
companhia aérea, o que representa um aumento de 4,7% em relação ao valor absoluto
do ano anterior (IATA, 2019).
Para evitar gastos inesperados referentes ao preço do combustível, as
companhias aéreas têm o recurso de comprar contratos futuros que estabelecem um
preço que elas comprarão este commodity durante um certo período de tempo, tornando
assim esse um custo fixo (BEERS, 2019). Porém, existe um risco atrelado a esta
operação, tendo em vista que se o preço cair, as empresas estão comprando por um
valor acima do que está sendo disponibilizado no mercado.
De acordo com MORRELL (2007), companhias aéreas adotam três medidas
para lidar com a variação de preço do combustível. Porém, das três manobras, uma não
é muito comum no transporte de passageiros e mais rara ainda em empresas de baixo
custo. Essa manobra é a de repassar os custos com o aumento do preço do combustível
para os consumidores. Vale ser mencionada por ser uma estratégia usada para
8
transporte de carga em alguns casos, porém não iremos nos aprofundar no assunto
neste trabalho. Das outras duas que restam, uma faz menção ao hedge que é o mesmo
que os contratos futuros antes mencionados. Essa abordagem é muito usada pela
Southwest, que tem o costume de realizar tal operação para a grande maioria do
combustível utilizado pela empresa, bem mais do que outras companhias. Por fim, o
último meio de otimizar os gastos com combustível adotado por empresas no mundo
todo é o fuel tankering. Ele consiste em aproveitar os aeroportos com os menores preços
para encher o tanque da aeronave, mesmo que seja mais do que o necessário para
percorrer o trecho que ela vá voar em seguida. Porém, existe uma falha nessa medida
que é o fato de o avião ficar mais pesado com o tanque cheio e, sendo assim, diminuindo
a carga paga que ele poderia transportar e consumindo ainda mais querosene
(MORRELL, 2007).
4. Indicadores
4.1. Indicadores Operacionais
Muitos setores da indústria apresentam seus indicadores específicos e não seria
diferente com o setor aéreo. Indicadores como ASK, RPK, Load Factor, RASK, entre
outros, são fundamentais a fim de entender como se situa uma empresa e que decisões
tomar a partir desse entendimento. Para isso, cada um deles será explicado e analisado
neste capítulo.
4.1.1. ASK
O Available Seat Kilometers (ASK), é um valor obtido pela multiplicação do
número de assentos disponíveis nos voos pela distância em quilômetros que foram
voados pelas aeronaves da companhia (FONSECA; GOMES, 2014). Este indicador
representa a oferta, ou seja, a capacidade da companhia disponível para gerar renda.
Porém, este dado avulso não fornece informação suficiente para analisar a empresa,
9
sendo necessário ser combinado com outros indicadores que ainda serão estudados
neste trabalho. Sua fórmula é a seguinte:
��� = �º �� �������� ������í���� � ����â���� ��� ���� �� ��
Vale ressaltar que, neste estudo, estamos observando empresas dos Estados
Unidos da América, onde se usa o Available Seat Miles (ASM). Entretanto, para a melhor
análise dos dados, este valor foi padronizado para ASK ao ser multiplicado por 1,609.
No gráfico 1 e na tabela 1 abaixo, podemos ver como se comportou o ASK no
mercado americano dos anos 2010 a 2018.
Gráfico 1 – ASK no Mercado Americano de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 1 – ASK no Mercado Americano de 2010 a 2018
ASK (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 158.385.281.028 55.903.096.000 13.064.956.107
2011 194.011.186.224 59.906.288.000 15.048.257.777
2012 206.172.609.990 64.480.675.000 18.253.672.179
2013 209.723.611.848 68.903.816.000 22.302.981.337
2014 210.785.366.813 72.395.346.000 26.291.288.478
2015 226.066.767.081 79.256.122.000 34.185.065.004
2016 238.971.980.059 86.274.580.000 41.020.898.286
2017 247.482.014.848 90.115.263.000 47.614.845.771
10
60
110
160
210
260
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
ASK (EUA)
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
10
2018 257.110.401.177 96.348.529.000 58.733.298.038
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Com base nesses dados, podemos ver que por mais que o porte das empresas
seja bem distinto, como pode ser observado na proporção dos números, o crescimento
delas no mercado se deu de forma muito similar.
Já no gráfico 2 e na tabela 2 abaixo, podemos ver como se comportou o ASK no
mercado europeu dos anos 2010 a 2018.
Gráfico 2 – ASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 2 – ASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ASK (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIR BALTIC
2010 86.032.643.906 62.945.000.000 -
2011 101.943.432.940 69.318.000.000 -
2012 114.463.755.455 72.182.000.000 -
2013 117.183.309.100 74.223.000.000 -
2014 125.367.648.500 79.525.000.000 2.794.466.403
2015 128.221.210.000 83.846.000.000 2.636.601.307
2016 140.708.659.000 87.724.000.000 3.882.835.616
2017 157.535.581.000 95.792.000.000 4.961.495.000
2018 170.127.615.000 104.800.000.000 6.184.725.000
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
ASK (EU)
RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
11
Analisando esses dados, é possível observar que na Ryanair e EasyJet seu
crescimento se deu de forma parecida, apesar do fato de a Ryanair haver apresentado
uma ascensão mais rápida. Por outro lado, podemos ver, com os dados que foram
obtidos, que a Air Baltic apresenta número muito inferiores por se tratar de uma
companhia que atua em uma região mais restrita e por ser mais recente do que as
outras. Mesmo assim, ela ainda apresentou um considerável crescimento.
Por fim, no gráfico 3 e na tabela 3, podemos ver como se comportou o ASK no
mercado brasileiro dos anos 2010 a 2018.
Gráfico 3 – ASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol e Dados dos Anuários da ANAC (2010-2018)
Tabela 3– ASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ASK (BR)
ANO AZUL GOL
2010 5.127.916.667 45.900.000.000
2011 8.637.362.515 48.500.000.000
2012 11.007.171.000 46.176.388.000
2013 14.438.154.000 49.383.025.000
2014 19.692.396.000 49.503.319.000
2015 23.953.707.000 49.741.910.000
2016 22.869.000.000 46.329.375.000
2017 25.300.000.000 46.691.178.000
2018 29.353.000.000 48.057.833.000
0
10
20
30
40
50
60
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
ASK (BR)
AZUL GOL
12
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol e Dados dos Anuários da ANAC (2010-2018)
Já olhando os dados da Azul e da Gol, fica claro que a Gol, apesar de muito
presente no mercado, se encontra estagnada em relação a Azul que está em ascensão
quase que constante salvo no ano de 2016 quando apresentou uma pequena queda.
4.1.2. RPK
O Revenue Passenger Kilometers (RPK), se refere ao dado obtido pela
multiplicação do número de passageiros pagantes pela distância, em quilômetros,
percorridas nos voos da companhia (FONSECA; GOMES, 2014). Este indicador
representa a demanda, ou seja, o quanto a empresa gera renda através dos seus
passageiros. Entretanto, este indicador não leva em conta poltronas ocupadas por
programas de milhagem ou funcionários da companhia. Essa observação é de grande
importância para a definição do indicador, porém não apresenta tanto impacto no valor
do mesmo para as LCCs, tendo em vista que, geralmente, as mesmas não se encontram
associadas a programas de fidelidade. Sua fórmula é a seguinte:
��� = �º �� ����������� �������� � ����â���� ��� ���� �� ��
Vale ressaltar que, neste estudo, estamos observando empresas dos Estados
Unidos da América, onde se usa o Revenue Passenger Miles (RPM). Entretanto, para
a melhor análise dos dados, este valor foi padronizado para RPK ao ser multiplicado por
1,609.
No gráfico 4 e na tabela 4 abaixo, podemos ver como se comportou o RPK no
mercado americano dos anos 2010 a 2018.
13
Gráfico 4 – RPK no Mercado Americano de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 4 – RPK no Mercado Americano de 2010 a 2018
RPK (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 125.577.569.903 45.500.911.000 10.723.011.555
2011 157.010.290.770 49.393.082.000 12.882.857.532
2012 165.525.841.211 54.002.867.000 15.548.927.089
2013 167.896.279.544 57.660.124.000 19.309.750.592
2014 173.828.528.997 60.841.117.000 22.783.214.740
2015 189.057.305.311 67.112.999.000 28.954.455.399
2016 200.799.959.474 73.400.971.000 34.724.812.099
2017 207.627.644.780 76.009.160.000 39.590.268.808
2018 214.515.616.098 81.721.110.000 49.273.016.811
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Conforme o ASK, podemos observar que no mercado americano as empresas
estudadas apresentaram um crescimento semelhante nesse período de tempo. Isso é
um bom sinal pois mostra que a quantidade de passageiros pagantes parece estar
acompanhando a disponibilidade de assentos. Entretanto, isso será melhor avaliado nos
indicadores Load Factor e Breakeven Load Factor.
Já no gráfico 5 e na tabela 5 abaixo, podemos ver como se comportou o RPK no
mercado europeu dos anos 2010 a 2018.
10
60
110
160
210
260
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
RPK (EUA)
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
14
Gráfico 5 – RPK no Mercado Europeu de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 5 – RPK no Mercado Europeu de 2010 a 2018
RPK (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 72.149.285.653 56.128.000.000 -
2011 85.690.342.502 61.347.000.000 -
2012 94.262.381.796 65.227.000.000 -
2013 96.323.750.400 67.573.000.000 -
2014 103.732.873.600 72.933.000.000 1.956.126.482
2015 113.162.579.000 77.619.000.000 1.871.986.928
2016 130.563.914.000 81.496.000.000 2.873.298.356
2017 148.644.247.000 89.685.000.000 3.767.067.000
2018 162.544.398.000 98.522.000.000 4.635.268.000
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
As mesmas conclusões podem ser tiradas com base nos dados do mercado
europeu, onde a crescente das empresas low cost é perceptível através desses
indicadores. Porém, por se tratar de uma empresa de porte muito inferior as outras, os
números da AirBaltic acabam não tendo o mesmo peso em comparação com as outras
empresas estudadas neste trabalho.
Por fim, no gráfico 6 e na tabela 6, podemos ver como se comportou o ASK no
mercado brasileiro dos anos 2010 a 2018.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
RPK (EU)
RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
15
Gráfico 6 – RPK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol e Dados dos Anuários da ANAC (2010-2018)
Tabela 6 – RPK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
RPK (BR)
ANO AZUL GOL
2010 4.245.915.000 30.600.000.000
2011 7.004.901.000 33.200.000.000
2012 8.723.928.000 32.242.273.000
2013 11.563.573.000 34.587.165.000
2014 15.702.044.000 38.085.191.000
2015 19.137.746.000 38.409.571.000
2016 18.236.000.000 35.927.690.000
2017 20.760.000.000 37.224.246.000
2018 24.156.000.000 38.423.437.000
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol e Dados dos Anuários da ANAC (2010-2018)
Assim como vemos no ASK, é evidente que a Gol, apesar de muito presente no
mercado, se encontra estagnada em relação a Azul que está em ascensão quase que
constante e muito rápida.
4.1.3. Load Factor
O Fator de Aproveitamento, mais conhecido como Load Factor, utiliza dos
indicadores ASK e RPK para obter a proporção de passageiros pagantes por assentos
ofertados. Ele é o principal indicador da eficiência da comercialização, já que tem como
0
10
20
30
40
50
60
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
ões
RPK (BR)
AZUL GOL
16
resultado o percentual de vendas sobre o que foi produzido pela companhia (FONSECA;
GOMES, 2014). Sua fórmula é a seguinte:
���� ������ =���
���
Segundo FONSECA e GOMES (2014), este indicador normalmente se encontra
entre 55% e 85% levando em conta a indústria aérea de transporte de passageiros como
um todo. Empresas que se encontram abaixo dessa faixa podem estar deixando de
render lucros, enquanto as que se encontram acima da do valor máximo desse intervalo
possivelmente estão perdendo passageiros para a concorrência. Entretanto, estima-se
que para que uma LCC seja rentável, seu load fator deve estar acima de 80%, o que
pode ser observado num estudo feito com dados da Airline Business em junho de 2016,
no qual se observa que o fator médio de aproveitamento das trinta maiores companhias
aéreas de baixo custo é de 84,1% (Airline Business, 2016).
Para que a análise dos dados seja mais precisa, somente este indicador não é
suficiente. É necessário comparar o load fator com o breakeven load fator de cada
empresa. Este indicador será estudado mais para frente deste documento.
4.1.4. RASK
O Revenue per Available Seat Kilometers (RASK), nos dá o valor obtido pela
divisão da receita operacional líquida da empresa pelo ASK. Seguindo a linha do ASK,
este indicador representa a demanda, ou seja, o quanto a empresa gera renda através
da unidade produzida, porém em forma unitária (FONSECA; GOMES, 2014). Sua
fórmula é a seguinte:
���� =�������� ������
���
Devem ser levadas em conta as receitas de passageiro e de carga da empresa,
sendo que a última tem um impacto mais significativo nas LCCs já que as mesmas têm
17
o costume de não incluir o transporte da bagagem na sua venda de bilhetes, sendo
assim, o passageiro paga um valor adicional que muitas vezes se aproxima bastante do
valor investido na passagem.
4.1.5. PRASK
O Passenger Revenue per Available Seat Kilometers (PRASK), é o resultado
obtido pela divisão da receita de venda de passageiros da empresa pelo ASK. Também
é associado a demanda, entretanto levando em conta apenas o quanto a empresa gera
renda através dos seus passageiros (FONSECA; GOMES, 2014). Sua fórmula é a
seguinte:
����� =�������� ������ �� �����������
���
Tendo em vista que o denominador da sua fórmula é uma subdivisão do valor
usado no cálculo do RASK, seu resultado pode ser considerado uma parcela deste outro
indicador citado.
4.1.6. CASK
O Cost per Available Seat Kilometers (CASK), é obtido através do mesmo
processo do RASK, porém neste caso se leva em conta os custos divididos pelo ASK.
Serve como medidor da eficiência econômica da companhia (FONSECA; GOMES,
2014). Sua fórmula é a seguinte:
���� =�������� ������
���
Este indicador é um dos mais observados nas LCCs, tendo em vista que estas
empresas costumam apresentar valores abaixo das companhias tradicionais. Esta
comparação pode ser bem observada em função da etapa média voada, que é uma
média aritmética das distâncias de todos os trajetos percorridos pela empresa. Isso é
18
verdade pois em voos mais longos, que são mais comuns em empresas tradicionais,
existe a tendência de diluir este indicador.
Na tabela 7 abaixo, é possível acompanhar a evolução do CASK das empresas
do mercado americano de 2010 a 2018.
Tabela 7 – CASK no Mercado Americano de 2010 a 2018
CASK (EUA) (USD/km)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,0702 0,0616 0,0545
2011 0,0771 0,0698 0,0616
2012 0,0799 0,0714 0,0627
2013 0,0783 0,0728 0,0615
2014 0,0780 0,0732 0,0600
2015 0,0700 0,0656 0,0478
2016 0,0702 0,0617 0,0458
2017 0,0717 0,0668 0,0474
2018 0,0730 0,0765 0,0506
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Já na tabela 8 abaixo, é possível acompanhar a evolução do CASK das
empresas do mercado europeu de 2010 a 2018.
Tabela 8 – CASK no Mercado Europeu de 2010 a 2018
CASK (EU) (EUR/km)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,030 0,038 -
2011 0,031 0,038 -
2012 0,032 0,041 -
2013 0,036 0,041 -
2014 0,035 0,042 0,076
2015 0,036 0,046 0,077
2016 0,036 0,043 0,073
2017 0,032 0,055 0,069
2018 0,032 0,058 0,065
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Por fim, na tabela 9, é possível acompanhar a evolução do CASK das empresas
do mercado brasileiro de 2010 a 2018.
19
Tabela 9 – CASK no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
CASK (BR) (BRL/km)
ANO AZUL GOL
2010 0,178 0,117
2011 0,196 0,137
2012 0,246 0,171
2013 0,330 0,151
2014 0,255 0,165
2015 0,274 0,166
2016 0,277 0,163
2017 0,274 0,159
2018 0,286 0,187
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
4.1.7. RRPK (Yield)
O Revenue per Revenue Passenger Kilometers (RRPK) ou Yield, é a receita
unitária, ou seja, a receita gerada pela venda de passagens pelo RPK. Dessa forma,
diferentemente do PRASK, são levados em conta apenas os assentos vendidos nas
aeronaves. É de grande importância por indicar se o valor das passagens condiz com o
que o consumidor está disposto a pagar. Sua fórmula é a seguinte:
���� =�������� ������ �� �����������
���
Na tabela 10 e no gráfico 7, podemos ver o comportamento do RRPK das
empresas do mercado americano de 2010 a 2018.
Tabela 10 – RRPK (Yield) no Mercado Americano de 2010 a 2018
RRPK (EUA) (USD/km)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,096 0,083 0,073
2011 0,100 0,091 0,083
2012 0,103 0,092 0,085
2013 0,105 0,094 0,086
2014 0,107 0,096 0,085
2015 0,105 0,096 0,074
2016 0,101 0,090 0,067
2017 0,102 0,092 0,067
2018 0,102 0,094 0,067
20
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Gráfico 7 – RRPK (Yield) no Mercado Americano de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Analisando esse gráfico, podemos perceber um crescimento parecido nas três
empresas estudadas até o ano de 2014 seguido de uma leve queda nos preços das
tarifas da Southwest e da JetBlue, mas nada que fugisse muito do padrão apresentado
por essas empresas anteriormente. Isso pode ter sido causado pelo aumento da
demanda por LCCs no país ou pela inserção de novas companhias aumentando a
concorrência no setor. Como a Spirit apresenta um menor marketshare acabou sendo
muito mais impactada por esses fatores do que as outras duas, o que explica a queda
muito mais brusca nos preços das suas tarifas.
Na tabela 11 e no gráfico 8, podemos ver o comportamento do RRPK das
empresas do mercado europeu de 2010 a 2018.
Tabela 11 – RRPK (Yield) no Mercado Europeu de 2010 a 2018
RRPK (EU) (EUR/km)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,041 0,062 -
2011 0,042 0,065 -
2012 0,047 0,073 -
2013 0,051 0,074 -
2014 0,049 0,077 0,151
0,060
0,065
0,070
0,075
0,080
0,085
0,090
0,095
0,100
0,105
0,110
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
RRPK (Yield)
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
21
2015 0,050 0,083 0,152
2016 0,050 0,070 0,100
2017 0,045 0,064 0,092
2018 0,044 0,068 0,088
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Gráfico 8 – RRPK (Yield) no Mercado Europeu de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Com base nesse gráfico, é perceptível um comportamento relativamente estável
das tarifas de Ryanair e EasyJet, que além disso apresentam valores bem inferiores aos
apresentados inicialmente pela AirBaltic por se tratarem de gigantes do setor low cost
europeu. Dito isso, não foi possível obter dados da AirBaltic anterior ao ano de 2014 por
não serem disponibilizados pela empresa, porém esse alto valor apresentado nos
primeiros anos pode se dar devido a uma baixa demanda na região onde atuam ou
talvez parte de alguma estratégia devido a mudança recente de CEO que foi feita no
ano de 2012.
Na tabela 12 e no gráfico 9, podemos ver o comportamento do RRPK das
empresas do mercado brasileiro de 2010 a 2018.
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
0,140
0,160
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
RRPK (Yield)
RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
22
Tabela 12 – RRPK (Yield) no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
RRPK (BR) (BRL/km)
ANO AZUL GOL
2010 0,205 0,228
2011 0,246 0,227
2012 0,311 0,251
2013 0,453 0,259
2014 0,342 0,264
2015 0,327 0,255
2016 0,366 0,275
2017 0,374 0,257
2018 0,381 0,276
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 9 – RRPK (Yield) no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Em relação aos dados apresentados pelo mercado brasileiro, existe uma
dificuldade na relação com a outras low cost estudadas neste trabalho, devido ao fato
de que Azul e Gol não são exclusivamente de baixo custo, sendo assim, o preço da
passagem muitas vezes inclui bagagem, um fato que em companhias deste modelo não
é uma prática comum. Apesar disso, é possível perceber um aumento acelerado dos
preços das tarifas da Azul, que por se tratar de uma companhia nova, pode ser explicado
por uma política inicial de preços muito baixos que, estrategicamente, serve para ganhar
mercado rapidamente.
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
0,400
0,450
0,500
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
RRPK (Yield)
AZUL GOL
23
4.1.8. Breakeven Load Factor (BLF)
O Breakeven Load Factor (BLF), funciona como um ponto de equilíbrio de uma
companhia aérea, seu valor estipula o Load Factor necessário para que a empresa não
tenha prejuízo operacional, ou seja, qual a proporção de passageiros pagantes sobre a
capacidade total que uma aeronave deve ter para se tornar rentável (FONSECA;
GOMES, 2014). Dessa forma a análise do Load Factor se torna muito mais simples. Sua
fórmula é a seguinte:
��� =����
����
Nas tabelas 13, 14 e 15 abaixo, vemos a evolução do load factor em relação ao
BLF de todas as companhias low cost abordadas neste estudo durante o período de
2010 a 2018.
Tabela 13 – Load Factor X BLF no Mercado Americano de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
LOAD FACTOR X BLF
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
LOAD FACTOR
BLF LOAD
FACTOR BLF
LOAD FACTOR
BLF
2010 79,29% 72,81% 81,39% 74,22% 82,07% 74,84%
2011 80,93% 77,35% 82,45% 76,56% 85,61% 74,07%
2012 80,29% 77,36% 83,75% 77,43% 85,18% 73,94%
2013 80,06% 74,28% 83,68% 77,10% 86,58% 71,81%
2014 82,47% 72,86% 84,04% 76,60% 86,66% 70,72%
2015 83,63% 66,76% 84,68% 68,63% 84,70% 64,56%
2016 84,03% 69,44% 85,08% 68,80% 84,65% 68,54%
2017 83,90% 70,38% 84,35% 72,40% 83,15% 71,04%
2018 83,43% 71,26% 84,82% 81,63% 83,89% 75,03%
24
Tabela 14 – Load Factor X BLF no Mercado Europeu de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Tabela 15 – Load Factor X BLF no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LOAD FACTOR X BLF
ANO AZUL GOL
LOAD FACTOR BLF
LOAD FACTOR BLF
2010 82,80% 86,94% 66,67% 51,36%
2011 81,10% 79,92% 68,45% 60,34%
2012 79,26% 79,00% 69,82% 68,08%
2013 80,09% 72,93% 70,04% 58,47%
2014 79,74% 74,54% 76,93% 62,27%
2015 79,89% 83,76% 77,22% 65,23%
2016 79,74% 75,62% 77,55% 59,40%
2017 82,06% 73,10% 79,72% 61,84%
2018 82,29% 75,06% 79,95% 67,47%
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Como é comum em companhias aéreas de baixo custo, podemos observar que
a grande maioria dos BLFs apresentados são baixos e normalmente atendidos pelas
companhias estudadas. Porém, ainda assim, existem alguns destaques a serem feitos.
Podemos ver que nos mercados europeu e americano, por esse modelo de
negócio já ser muito mais consolidado, nenhuma das empresas apresentou dificuldade
em superar o BLF dos anos estudados. Já no Brasil, a Azul apresentou altos valores de
Breakeven Load Factor em relação à outra empresa do mesmo mercado e não
LOAD FACTOR X BLF
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
LOAD FACTOR BLF
LOAD FACTOR BLF
LOAD FACTOR BLF
2010 83,86% 72,58% 89,17% 61,55% - -
2011 84,06% 72,75% 88,50% 58,63% - -
2012 82,35% 69,54% 90,36% 55,99% - -
2013 82,20% 70,11% 91,04% 55,55% - -
2014 82,74% 71,92% 91,71% 54,60% 70,00% 50,16%
2015 88,26% 71,98% 92,57% 55,33% 71,00% 50,32%
2016 92,79% 72,06% 92,90% 60,89% 74,00% 73,31%
2017 94,36% 72,58% 93,62% 86,06% 75,93% 74,21%
2018 95,54% 73,27% 94,01% 84,80% 74,95% 73,61%
25
conseguiu superá-lo em 2010 e 2015. É algo compreensível, tendo em vista que em
2010 ela ainda era uma empresa recém-criada.
Esses dados comprovam que, no geral, todas as empresas estudadas neste
trabalho operam de forma rentável, não ficando muito abaixo do BLF nunca.
4.2. Indicadores Financeiros
Estes indicadores são muito utilizados tanto para decisões de gestão
empresarial, como para possíveis investimentos de terceiros na companhia. Os
principais indicadores de finanças corporativa serão explicados e examinados neste
capítulo, comparando os diferentes mercados das low cost no mundo de acordo com as
companhias escolhidas para este estudo. O padrão adotado nesta análise é o
estabelecido pela ANAC na Portaria Nº380/SAS de 5 de fevereiro de 2018 para
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial.
4.2.1. Indicadores de Liquidez
Esse grupo de índices mensura a saúde financeira de uma empresa, ou seja, a
capacidade da mesma de cumprir com as suas dívidas. Para isso, serão necessários
dados como os diferentes tipos de ativos e passivos que constam no Balanço
Patrimonial.
Além disso, é fundamental o entendimento dos termos que serão usados ao
longo dos cálculos como Ativos Circulante e Não Circulante, e Passivos Circulante e
Não Circulante. Por exemplo, segundo ROSS; WESTERFIELD; JORDAN e LAMB
(2013), Ativo é um recurso da empresa como resultado de eventos passados e o qual
pode gerar futuros benefícios. Já o Passivo representa a parte do patrimônio que a
empresa deve a terceiros, ou seja, uma obrigação derivada de eventos passados que
vai resultar na saída de recursos no futuro. Tendo isso em mente, podemos partir para
os conceitos de Circulante e Não Circulante, que se encontram atrelados à liquidez do
item. Circulante são os ativos ou passivos realizáveis até o final do exercício seguinte,
26
o que equivale a 1 ano. Já os Não Circulante são os que só serão realizáveis após esse
prazo citado anteriormente.
Dentro do Ativo Circulante se encontra basicamente o caixa e os equivalentes
de caixa, as aplicações financeiras, o contas a receber e o estoques. Enquanto isso no
Passivo Circulante de uma companhia aérea consta o contas a pagar, empréstimos e
financiamentos que vencem em 1 ano, obrigações trabalhistas, tarifas aeroportuárias e
tributos a serem pagos (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013).
4.2.1.1. Capital de Giro Líquido
Com o Ativo e Passivo Circulante é possível identificar uma folga financeira, ou
seja, um indicador da capacidade da empresa em honrar seus compromissos a curto
prazo. Este indicador é o Capital de Giro Líquido, que mostra o quanto dos bens
liquidáveis a curto prazo é capaz de pagar pelas dívidas a curto prazo (ROSS;
WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013). Com esse valor, podem ser tomadas decisões
como tomar novos empréstimos ou a venda de ativos para quitar a dívida. Seu valor é
obtido pela fórmula:
������� �� ���� �í����� = ����� ���������� − ������� ����������
Apesar de ser de suma importância, não serão calculados valores por se tratar
de um dado absoluto, ou seja, não nos fornece um número que possa servir de
referência em comparação com as demais empresas estudadas.
4.2.1.2. Liquidez Corrente
O indicador Liquidez Corrente é a medida mais popular de liquidez, ele
representa o quanto a empresa possui de recursos no curto prazo para liquidar as
dívidas também de curto prazo (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013). Assim
como o Capital de Giro Líquido, é calculado usando os valores dos Ativos e Passivos
Circulantes, só que nesse caso ao invés da diferença, é feita uma relação dos Ativos
27
sobre os Passivos. Isso torna o resultado obtido aplicável ao nosso estudo tendo em
vista que é um valor relativo. O valor de referência para este indicador é 1,00, que
significaria que a empresa pode pagar todas as suas dívidas de curto prazo com os
recursos de maior liquidez. Valores maiores que 1,00 são considerados bons por
mostrarem que a empresa pode cumprir com as suas obrigações sem grandes
sacrifícios, já valores menores que 1,00 podem significar que as dívidas não serão
honradas.
Entretanto, este indicador não garante o cumprimento das dívidas, porque isso
deve ser feito em conjunto com uma boa estratégia de gerenciamento. Para que a
empresa tenha solvência, é necessária uma gestão que leve em conta os ciclos de
entrada de receitas, giro de estoques e pagamento de fornecedores. Segundo
MORRELL (2007), um índice de Liquidez Corrente muito elevado pode significar que a
empresa não está investindo nela mesma a receita gerada de forma adequada ou talvez
esteja se preparando para uma aquisição de outras companhias. Este indicador também
é conhecido como Current Ratio no mercado internacional e sua fórmula é a seguinte
�������� �������� =����� ����������
������� ����������
Nas tabelas 16, 17 e 18 e no gráfico 10, podemos ver o comportamento da
Liquidez Corrente das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
Tabela 16 – Liquidez Corrente no Mercado Americano de 2010 a 2018
LIQUIDEZ CORRENTE (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 1,29 1,25 1,17
2011 0,96 1,15 1,95
2012 0,91 0,68 1,98
2013 0,79 0,56 1,93
2014 0,74 0,62 2,00
2015 0,54 0,60 2,20
2016 0,66 0,70 1,83
2017 0,70 0,56 1,93
2018 0,64 0,61 1,61
28
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 17 – Liquidez Corrente no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LIQUIDEZ CORRENTE (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1,98 1,42 -
2011 1,89 1,48 -
2012 2,14 1,05 -
2013 1,97 1,05 -
2014 1,51 0,89 0,50
2015 1,72 0,72 0,50
2016 1,43 0,92 1,36
2017 1,56 1,04 0,68
2018 1,23 0,97 0,32
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 18 – Liquidez Corrente no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LIQUIDEZ CORRENTE (BR)
ANO AZUL GOL
2010 0,50 1,63
2011 0,88 0,87
2012 0,51 0,51
2013 0,51 1,03
2014 0,71 0,71
2015 0,49 0,44
2016 0,53 0,43
2017 0,99 0,29
2018 0,87 0,22
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
29
Gráfico 10 – Liquidez Corrente das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Com base no gráfico elaborado, podemos ver que no geral há uma redução no
valor dos indicadores das companhias aéreas com ênfase na GOL que começa essa
série como uma das melhores e ao final de 2018 se posiciona com o pior indicador
dentre as empresas estudadas. Isso pode ser atribuído a uma queda brusca nos valores
de caixa e equivalentes de caixa, representados nos Anexos 21, 22 e 23.
Em relação ao mercado americano, o que se destaca é o crescimento repentino
deste indicador na Spirit, que após analisar os Anexos 21, 22 e 23, pode ser explicado
pelo aumento substancial e de caixa e equivalentes de caixa.
Já quanto às empresas europeias, vale exaltar os excelentes números da
Ryanair, que, mesmo em queda, ainda se encontra financeiramente saudável.
Entretanto, a queda ao longo dos anos deve servir de um sinal de alerta para esta
companhia.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
LIQUIDEZ CORRENTE
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
30
4.2.1.3. Liquidez Seca
O mesmo conceito de Liquidez Corrente é o mesmo aplicado a Liquidez Seca,
só que mais rigoroso em relação a liquidez dos ativos considerados. Neste índice são
apenas considerados os ativos de maior liquidez, excluindo assim os estoques por se
tratarem de recursos que requerem mais esforço para serem transformados em dinheiro
(ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013). Além do fato de que, caso haja
necessidade de venda dos estoques com rapidez, é provável que os preços fiquem
abaixo do valor real de mercado.
Uma peculiaridade do setor de transporte aéreo, como mostrado em VASIGH,
FLEMING e HUMPHREYS (2015), é a exclusão de ativos como slots e direito de uso de
portões nos aeroportos. Em outros países, a Liquidez Seca é conhecida também como
Quick Ratio ou Acid Test. Seu valor é obtido pela fórmula:
�������� ���� =����� ���������� − ��������
������� ����������
Nas tabelas 19, 20 e 21 e no gráfico 11, podemos ver o comportamento da
Liquidez Seca das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
Tabela 19 – Liquidez Seca no Mercado Americano de 2010 a 2018
LIQUIDEZ SECA (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 1,22 1,21 1,17
2011 0,87 1,12 1,95
2012 0,81 0,66 1,98
2013 0,70 0,54 1,93
2014 0,69 0,60 2,00
2015 0,50 0,58 2,04
2016 0,61 0,68 1,67
2017 0,64 0,54 1,67
2018 0,58 0,58 1,48
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
31
Tabela 20 – Liquidez Seca no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LIQUIDEZ SECA (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1,98 1,42 -
2011 1,89 1,48 -
2012 2,13 1,05 -
2013 1,97 1,05 -
2014 1,51 0,89 0,48
2015 1,72 0,72 0,46
2016 1,43 0,92 1,29
2017 1,56 1,04 0,62
2018 1,23 0,97 0,27
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 21 – Liquidez Seca no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LIQUIDEZ SECA (BR)
ANO AZUL GOL
2010 0,47 1,53
2011 0,85 0,83
2012 0,48 0,48
2013 0,48 1,00
2014 0,68 0,68
2015 0,47 0,41
2016 0,50 0,39
2017 0,95 0,25
2018 0,82 0,19
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
32
Gráfico 11 – Liquidez Seca das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Em comparação ao gráfico 10 de Liquidez Corrente, podemos ver que não há
grandes mudanças no comportamento das empresas quando são descontados os
estoques do valor dos ativos circulantes.
4.2.1.4. Liquidez Imediata
Seguindo a mesma crescente dos dois últimos indicadores, a Liquidez Imediata
é ainda mais conservadora em relação a liquidez dos ativos a serem considerados.
Neste indicador são apenas considerados caixa e equivalentes de caixa, ou seja, os que
podem ser usados imediatamente para cumprir com as dívidas de curto prazo (ROSS;
WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013). Em inglês, este índice recebe o nome de Cash
Ratio. Sua fórmula é a seguinte:
�������� �������� =����� � ������������ �� �����
������� ����������
Nas tabelas 22, 23 e 24 e no gráfico 12, podemos ver o comportamento da
Liquidez Imediata das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
LIQUIDEZ SECA
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
33
Tabela 22 – Liquidez Imediata no Mercado Americano de 2010 a 2018
LIQUIDEZ IMEDIATA (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,38 0,43 0,39
2011 0,18 0,48 1,51
2012 0,24 0,11 1,51
2013 0,24 0,12 1,58
2014 0,22 0,18 1,73
2015 0,21 0,14 1,72
2016 0,25 0,19 1,32
2017 0,22 0,14 1,21
2018 0,23 0,20 1,20
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 23 – Liquidez Seca no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LIQUIDEZ SECA (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,95 0,86 -
2011 1,10 0,93 -
2012 1,49 0,51 -
2013 0,65 0,73 -
2014 0,76 0,30 0,04
2015 0,35 0,37 0,04
2016 0,37 0,45 0,83
2017 0,41 0,43 0,16
2018 0,44 0,50 0,05
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 24 – Liquidez Imediata no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LIQUIDEZ IMEDIATA (BR)
ANO AZUL GOL
2010 0,20 1,18
2011 0,22 0,34
2012 0,18 0,19
2013 0,21 0,47
2014 0,15 0,45
2015 0,17 0,19
2016 0,15 0,12
2017 0,23 0,09
2018 0,29 0,04
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
34
Gráfico 12 – Liquidez Imediata das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Já analisando o gráfico 12, vemos diferenças significativas em relação aos
gráficos de Liquidez Corrente e Liquidez Seca. A mudança principal é percebida nos
números da Ryanair, que caem drasticamente em relação aos outros indicadores
financeiros apresentados por ela. Isso se deve ao fato de seus ativos circulantes se
apoiarem mais em investimentos financeiros de curto prazo do que em caixa e
equivalente de caixa, como pode ser visto em outras empresas. Outro ponto a ser
destacado é a alteração no traçado do gráfico da Azul, que apresenta menos oscilações
do que nos outros indicadores de liquidez. A explicação para isso se dá porque em
alguns anos, como 2017, a empresa optou por investimentos a curto prazo, mas isso
não foi uma estratégia adotada em todos os anos.
4.2.2. Indicadores de Rentabilidade
Estes indicadores estão cotados por muitos investidores como os mais
importantes, tendo em vista que através deles é possível mensurar o quanto o capital
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
LIQUIDEZ IMEDIATA
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
35
investido está gerando lucro. Bons resultados nesses índices também servem de como
um bom sinal em relação a solvência da empresa.
Comparando valores absolutos como lucro e receita, esses indicadores
relativizam o dado obtido através deles, o que significa que são boas medidas para
comparação de empresas dos mais diversos portes.
Primeiramente vamos estudar as margens de rentabilidade, que comparam os
lucros da empresa com relação a receita líquida. Com esses dados é possível
acompanhar onde estão os possíveis erros da empresa ao longo da sua Demonstração
de Resultados do Exercício (DRE). Logo, é muito importante conhecer bem a estrutura
da DRE e seus principais itens. Um esquema sobre o assunto é apresentado a seguir.
Após esses indicadores, serão abordados os índices que relacionam os valores
de lucro líquido com os ativos que a empresa possui e com o capital aportado pelos
acionistas.
4.2.2.1. Margem Bruta
A Margem Bruta é obtida pela relação do Lucro Bruto com a Receita Líquida.
Este indicador serve para evidenciar como a empresa se comporta financeiramente em
relação aos custos dos bens e serviços produzidos, já que a Receita Líquida é a soma
dos valores do Lucro Bruto com estes custos (SILVA; DE SOUZA; MACHADO, 2016).
Esses custos também são chamados de custos diretos e no setor de transporte aéreo
correspondem principalmente a gastos com combustível, seguros, manutenção,
36
depreciação e amortização das aeronaves, leasing operacional, salários e encargos dos
funcionários que trabalham diretamente com o produto final, tarifas aéreas, entre outros.
Em inglês esse indicador é conhecido como Gross Margin e é obtido pela seguinte
fórmula:
������ ����� =����� �����
������� �����
Nas tabelas 25, 26 e 27 e no gráfico 13, podemos ver a evolução da Margem
Bruta das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
Tabela 25 – Margem Bruta no Mercado Americano de 2010 a 2018
MARGEM BRUTA (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 8,2% 8,8% 8,8%
2011 4,4% 7,1% 13,5%
2012 3,6% 7,5% 13,2%
2013 7,2% 7,9% 17,1%
2014 11,7% 8,9% 18,4%
2015 20,2% 19,0% 23,8%
2016 17,4% 19,1% 19,0%
2017 16,1% 14,2% 14,6%
2018 14,6% 3,8% 10,6%
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 26 – Margem Bruta no Mercado Europeu de 2010 a 2018
MARGEM BRUTA (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 13,5% 31,0% -
2011 13,5% 33,7% -
2012 15,6% 38,0% -
2013 14,7% 39,0% -
2014 13,1% 40,5% 28,3%
2015 18,4% 40,2% 29,1%
2016 22,3% 34,5% 0,9%
2017 23,1% 8,1% 23,3%
2018 23,3% 9,8% 22,2%
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
37
Tabela 27 – Margem Bruta no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
MARGEM BRUTA (BR)
ANO AZUL GOL
2010 -5,0% 23,0%
2011 1,5% 11,8%
2012 0,3% 2,5%
2013 8,9% 16,5%
2014 6,5% 19,1%
2015 -4,8% 15,5%
2016 5,2% 23,4%
2017 10,9% 22,4%
2018 8,8% 15,6%
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 13 – Margem Bruta das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Ao observar o gráfico, podemos ver que a empresa que se encontra na pior
situação é a Azul, que em alguns anos inclusive apresentou esta margem negativa.
Além disso, outro destaque está na queda abrupta da margem bruta da EasyJet no ano
de 2017. Verificando seu DRE, podemos ver que apesar dos Custos de Bens e Serviços
-10,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
MARGEM BRUTA
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
38
Vendidos apresentarem um crescimento contínuo, a geração de receitas parou de
acompanhar essa ascensão neste ano.
No geral, vemos que empresas mais consolidadas nos seus mercados coo
Southwest, JetBlue e RyanAir são as que menos variam ao longo dos anos, não
apresentando oscilações muito maiores que 10%.
4.2.2.2. Margem Operacional
Conhecida como EBIT (Earnings Before Interest and Tax), a Margem
Operacional é obtida pela relação do Lucro Operacional com a Receita Líquida. Para
chegar no Lucro Operacional, devem ser descontados além dos custos diretos, os
indiretos, apenas não descontando despesas financeiras e impostos (SILVA; DE
SOUZA; MACHADO, 2016). Os custos indiretos normalmente são representados em
despesa com vendas, marketing e alguns gastos administrativos. Estas despesas
normalmente se apresentam como custo fixo, ou seja, não variam de acordo com o
volume de vendas. Por isso, para reduzi-las são necessárias mudanças na operação.
Na aviação é comum que ocorram fusões ou aquisições de modo a tornar a operação
mais eficiente e consequentemente melhorar a Margem Operacional. Outro nome para
este indicador é Operating Margin e sua fórmula é:
������ ����������� =����� �����������
������� �����
Nas tabelas 28, 29 e 30 e no gráfico 14, podemos ver a evolução da Margem
Operacional das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
Tabela 28 – Margem Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018
MARGEM OPERACIONAL (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 6,2% 4,3% 2,6%
2011 2,1% 3,2% 11,5%
2012 4,0% 4,2% 13,2%
2013 6,8% 5,1% 17,1%
39
2014 9,8% 10,7% 18,3%
2015 17,6% 17,1% 23,5%
2016 17,0% 17,7% 18,0%
2017 15,4% 13,0% 13,2%
2018 14,4% 2,9% 6,2%
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 29 – Margem Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018
MARGEM OPERACIONAL (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 11,4% 6,3% -
2011 11,6% 7,2% -
2012 14,4% 8,2% -
2013 13,3% 11,2% -
2014 11,7% 12,8% 7,5%
2015 17,4% 14,6% 7,5%
2016 26,3% 10,6% 0,0%
2017 22,1% 6,4% 5,6%
2018 22,5% 7,9% 1,6%
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 30 – Margem Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
MARGEM OPERACIONAL (BR)
ANO AZUL GOL
2010 -10,1% 5,5%
2011 -6,1% -13,3%
2012 -6,3% -19,6%
2013 1,8% -7,3%
2014 1,5% -9,5%
2015 -12,0% -35,3%
2016 0,3% 13,8%
2017 7,5% -4,2%
2018 9,6% -11,1%
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
40
Gráfico 14 – Margem Operacional das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
No gráfico 14, o que mais chama atenção é a queda em quase todos os números
apresentados pela GOL, que acaba por ter a maior parte do indicador nesta série
histórica com valor negativo. Isso mostra o quanto a empresa não está sendo rentável
com seus custos operacionais. A Azul também sofre do mesmo problema, porém de
forma mais leve. Essa similaridade de comportamento pode ter alguma relação com o
mercado na qual operam.
Em relação ao resto dos mercados estudados, podemos ver que o
comportamento da Margem Operacional se dá de forma semelhante ao da Margem
Bruta, com exceção da EasyJet, que apresenta uma redução considerável nos valores
de 2010 a 2016 em relação ao seu posicionamento na Margem Bruta quanto ao resto
das empresas.
4.2.2.3. Margem Líquida
Também conhecida internacionalmente como Net Margin ou Profit Margin, a
Margem Líquida é obtida pela relação do Lucro Líquido com a Receita Líquida. É de
-40,0%
-30,0%
-20,0%
-10,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
MARGEM OPERACIONAL
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
41
estrema importância pois já leva em conta todas as despesas financeiras e imposto de
renda além dos custos diretos e indiretos, ou seja, engloba o resultado da empresa
como um todo e por isso é o indicador mais estudado para ver o quanto da receita gera
lucro realmente para a companhia. Caso a receita aumente muito de valor e o lucro
líquido se mantenha, isso vai ser percebido na Margem Líquida, que vai diminuir. E isso
pode ser um sinal que existe alguma despesa ao longo do DRE que está limitando a
capacidade de gerar lucro (SILVA; DE SOUZA; MACHADO, 2016). Sua fórmula é a
seguinte:
������ ����� =����� �����
������� �����
Nas tabelas 31, 32 e 33 e no gráfico 15, podemos ver a evolução da Margem
Líquida das empresas de baixo custo do setor aéreo de 2010 a 2018.
Tabela 31 – Margem Líquida no Mercado Americano de 2010 a 2018
MARGEM LÍQUIDA (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 3,8% 2,6% 9,3%
2011 1,1% 1,9% 7,1%
2012 2,5% 2,6% 8,2%
2013 4,3% 3,1% 10,7%
2014 6,1% 6,9% 11,7%
2015 11,0% 10,6% 14,8%
2016 10,8% 11,0% 11,4%
2017 15,9% 16,0% 15,7%
2018 11,2% 2,5% 4,7%
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 32 – Margem Líquida no Mercado Europeu de 2010 a 2018
MARGEM LÍQUIDA (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 10,2% 4,1% -
2011 10,3% 6,5% -
2012 12,8% 6,6% -
2013 11,7% 9,3% -
2014 10,4% 9,9% 3,3%
2015 15,3% 11,7% 6,5%
42
2016 23,9% 9,1% 0,1%
2017 19,8% 6,0% 1,1%
2018 20,3% 6,1% 1,3%
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 33 – Margem Líquida no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
MARGEM LÍQUIDA (BR)
ANO AZUL GOL
2010 -10,1% 3,1%
2011 -6,1% -10,0%
2012 -6,3% -18,7%
2013 0,4% -8,1%
2014 1,5% -11,1%
2015 -12,1% -43,9%
2016 -1,9% 11,2%
2017 6,6% -0,3%
2018 7,6% -11,0%
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 15 – Margem Líquida das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Analisando o gráfico 15, vemos um comportamento parecido ao apresentado
pelos indicadores da Margem Operacional. Outro ponto é que o setor aéreo brasileiro
se encontra com a Margem Liquida negativa em quase a totalidade dos anos estudados,
-50,0%
-40,0%
-30,0%
-20,0%
-10,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
MARGEM LÍQUIDA
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
43
ao contrário dos outros mercados internacionais que não apresentaram nenhum ano
sem lucro líquido.
4.2.2.4. Retorno sobre Ativo
Este indicador serve como meio de medir o quanto uma empresa gera lucros em
relação ao valor dos seus ativos. Isso serve para mostrar se está sendo bem feita a
administração desses bens possuídos pela companhia. Cada setor apresenta um
padrão de valores apresentados por esse indicador e no setor aéreo eles tendem a ser
menores do que a maioria dos outros, de acordo com VASIGH, FLEMING e
HUMPHREYS (2015).
O ROA (Return on Assets) é um ótimo medidor, segundo MAVERICK (2019),
para companhias aéreas, já que seus principais ativos são suas aeronaves que geram
a maior parte de suas receitas. Vale ressaltar que o peso das aeronaves sobre os ativos
de uma empresa, depende da estratégia de leasing adotada por cada empresa.
Entretanto, devido ao seu alto valor, mesmo empresas que se apoiam menos na
aquisição de aeronaves, podem ter seus ativos altamente influenciados pela sua frota
própria. Sua fórmula é a seguinte:
������� ����� ����� =����� �����
����� �� ������
Nas tabelas 34, 35 e 36 e no gráfico 16, podemos ver o comportamento do ROA
ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 34 – ROA no Mercado Americano de 2010 a 2018
ROA (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,03 0,01 0,15
2011 0,01 0,01 0,10
2012 0,02 0,02 0,12
2013 0,04 0,02 0,15
2014 0,06 0,05 0,14
2015 0,10 0,08 0,13
44
2016 0,09 0,08 0,08
2017 0,13 0,12 0,10
2018 0,09 0,02 0,03
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 35 – ROA no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ROA (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,04 0,03 -
2011 0,04 0,05 -
2012 0,06 0,06 -
2013 0,06 0,09 -
2014 0,06 0,10 0,08
2015 0,07 0,11 0,16
2016 0,14 0,08 0,00
2017 0,11 0,05 0,01
2018 0,12 0,05 0,01
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 36 – ROA no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ROA (BR)
ANO AZUL GOL
2010 -0,10 0,02
2011 -0,08 -0,08
2012 -0,04 -0,17
2013 0,00 -0,07
2014 0,02 -0,11
2015 -0,12 -0,41
2016 -0,02 0,13
2017 0,05 0,00
2018 0,06 -0,15
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
45
Gráfico 16 – ROA das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Pelo gráfico, é perceptível que as empresas brasileiras obtiveram números muito
inferiores às empresas de outros mercados, sendo as únicas que apresentaram
resultados negativos. Isso é devido ao lucro líquido negativo que elas tiveram nesses
anos, fruto de uma má gestão dos ativos. Entretanto, podemos ver que a Azul está em
um traçado crescente de 2015 até o final da série em 2018, alcançando até resultados
positivos e superando empresas como JetBlue, Spirit e EasyJet no último ano estudado,
o que é um ótimo sinal para o futuro da empresa.
4.2.2.5. Retorno sobre Patrimônio Líquido
Também conhecido como ROE (Return on Equity), este indicador segue a
mesma linha do ROA, só que nesse caso serve para mostrar o quanto uma empresa
gera lucros em relação ao valor aportado pelos acionistas. Ele mostra a capacidade da
empresa de honrar a remuneração pelo investimento realizado pelos investidores. Ao
contrário do ROA, não deve variar muito de acordo com o setor já que mede a relação
direta entre empresa e investidor (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013).
-0,50
-0,40
-0,30
-0,20
-0,10
0,00
0,10
0,20
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ROA
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
46
Porém, pode variar bastante de acordo com a estrutura de capital adotada por cada
empresa. Sua fórmula é a seguinte:
������� ����� ������� ����� =����� �����
������� �����
Nas tabelas 37, 38 e 39 e no gráfico 17, podemos ver o comportamento do ROE
ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 37 – ROE no Mercado Americano de 2010 a 2018
ROE (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,07 0,06 -0,69
2011 0,03 0,05 0,16
2012 0,06 0,07 0,19
2013 0,10 0,08 0,23
2014 0,17 0,16 0,22
2015 0,30 0,21 0,26
2016 0,26 0,18 0,19
2017 0,35 0,24 0,24
2018 0,25 0,04 0,08
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 38 – ROE no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ROE (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,11 0,08 -
2011 0,13 0,13 -
2012 0,17 0,14 -
2013 0,17 0,20 -
2014 0,16 0,21 -0,06
2015 0,21 0,24 -0,29
2016 0,43 0,16 0,00
2017 0,30 0,11 0,08
2018 0,32 0,11 0,10
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 39 – ROE no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ROE (BR)
ANO AZUL GOL
2010 - 0,07
47
2011 - -0,34
2012 -0,49 -2,06
2013 0,04 -0,59
2014 -0,27 -
2015 - -
2016 -0,13 -0,33
2017 0,18 -
2018 0,22 -
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 17 – ROE das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Primeiramente, para explicar as lacunas nos traçados de GOL e Azul, o motivo
é que este indicador deixa de fazer sentido em anos nos quais o Lucro Líquido e o
Patrimônio Líquido apresentam valores negativos, logo, não foram calculados nesses
anos. Essa situação normalmente significa um prejuízo muito maior que o esperado ou
uma sequência de anos com prejuízo acumulado.
De uma forma geral no gráfico, é perceptível que as empresas brasileiras
apresentam um comportamento muito irregular neste indicador em relação às
americanas e europeias.
-2,50
-2,00
-1,50
-1,00
-0,50
0,00
0,50
1,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ROE
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
48
4.2.3. Indicadores de Atividade
Estes indicadores mostram a eficiência operacional de uma empresa. São
analisadas as operações desde estoque até a política de crédito. Relacionando esses
itens do Balanço Patrimonial com os da DRE, é possível avaliar a capacidade de usar
ativos para gerar receitas.
4.2.3.1. Giro do Ativo
Semelhante ao ROA, o Giro do Ativo é obtido pela relação dos ativos de uma
empresa com um item do DRE. Só que nesse caso ao invés do Lucro Líquido, neste
indicador o resultado é obtido em relação a Receita Líquida (ROSS; WESTERFIELD;
JORDAN; LAMB, 2013). Esses dois indicadores se assemelham muito nas razões de
serem importantes, tendo em vista que a maior parcela dos ativos de uma companhia
aérea é composta pelas aeronaves, mas enquanto o ROA media a capacidade desses
ativos gerarem lucro, o Giro do Ativo mede a capacidade de eles gerarem receita.
Usando esses dois valores em conjunto é capaz dizer se o gerenciamento dos ativos
está com problema nos custos ou na geração de receitas. Quanto maior o valor deste
indicador, melhor, já que ele mostra a quantidade de vezes que a empresa conseguiu
faturar com os seus ativos. Também é conhecido em inglês pelo termo Total Asset
Turnover e sua fórmula é a seguinte:
���� �� ����� =������� �����
����� �� ������
Nas tabelas 40, 41 e 42 e no gráfico 18, podemos acompanhar o Giro do Ativo
ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 40 – Giro do Ativo no Mercado Americano de 2010 a 2018
GIRO DO ATIVO (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,78 0,57 1,64
2011 0,87 0,64 1,44
2012 0,92 0,70 1,43
49
2013 0,91 0,74 1,40
2014 0,92 0,74 1,20
2015 0,93 0,74 0,85
2016 0,87 0,69 0,74
2017 0,84 0,72 0,64
2018 0,84 0,73 0,64
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 41 – Giro do Ativo no Mercado Europeu de 2010 a 2018
GIRO DO ATIVO (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,40 0,74 -
2011 0,42 0,77 -
2012 0,49 0,90 -
2013 0,55 0,97 -
2014 0,57 1,01 2,43
2015 0,46 0,97 2,38
2016 0,58 0,85 0,99
2017 0,55 0,85 0,87
2018 0,58 0,84 0,72
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 42 – Giro do Ativo no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
GIRO DO ATIVO (BR)
ANO AZUL GOL
2010 1,03 0,77
2011 1,23 0,76
2012 0,57 0,90
2013 0,93 0,84
2014 1,19 1,01
2015 0,98 0,94
2016 0,79 1,17
2017 0,75 1,26
2018 0,78 1,32
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
50
Gráfico 18 – Giro do Ativo das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Este gráfico, observado junto ao gráfico obtido no cálculo do ROA, nos ajuda a
entender os desafios que as empresas brasileiras encontram. No gráfico do ROA
(gráfico 16), Azul e GOL apresentam valores inferiores as outras empresas estudadas,
o que poderia significar uma dificuldade de gerar receitas com os ativos que possuem,
talvez por má gestão. Entretanto, como vemos no gráfico de Giro do Ativo (gráfico 18),
estas mesmas empresas apresentam valores superiores, o que nos aponta que a
dificuldade no mercado brasileiro está na gestão de despesas operacionais e
financeiras. Ou seja, a geração de receitas acompanha o tamanho da estrutura das
operações, porém os custos são muito superiores.
4.2.3.2. Giro do Contas a Receber
Ao realizar uma venda, existe um prazo preestabelecido no qual a empresa já
vai haver computado o valor como ativo, porém só receberá o valor ao final deste prazo.
Esses valores são referentes ao contas a receber e o Giro do Contas a Receber é a
medida do número de ciclos que este valor fica no caixa da empresa durante o ano em
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Giro do Ativo
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
51
exercício. Vale lembrar que apesar de prazos mais longos para o pagamento de
compras possam atrair consumidores, se mal geridos, podem ser prejudiciais à saúde
financeira da companhia. Isso se deve ao fato de que a empresa necessita de uma certa
quantidade de capital para operar naturalmente, e este valor é chamado Capital de Giro
(ROSS; WESTERFIELD; JORDAN; LAMB, 2013). Como no caso do setor aéreo não é
comum que as empresas deixem em aberto o valor das vendas a prazo, VASIGH,
FLEMING e HUMPHREYS (2015) dizem que se deve utilizar o total das receitas obtidas
pelas vendas. Em inglês, este indicador leva o nome de Accounts Receivable Turnover
e sua fórmula é a seguinte:
���� �� ������ � ������� =������� ��� ������
������ � �������
Nas tabelas 43, 44 e 45 e no gráfico 19, podemos acompanhar o Giro do Contas
a Receber ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 43 – Giro do Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a 2018
GIRO DO CONTAS A RECEBER (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 62,07 44,99 82,49
2011 52,37 44,59 69,44
2012 51,47 47,00 57,98
2013 42,24 42,18 71,17
2014 50,97 42,77 85,15
2015 41,81 47,18 75,76
2016 37,16 38,28 56,40
2017 31,94 28,62 53,60
2018 38,67 36,29 69,72
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 44 – Giro do Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018
GIRO DO CONTAS A RECEBER (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 67,45 15,32 -
2011 71,73 20,92 -
2012 85,25 15,99 -
2013 87,06 21,95 -
2014 86,69 22,64 6,66
52
2015 94,08 22,75 6,97
2016 98,88 21,52 5,99
2017 122,43 18,35 3,65
2018 124,15 14,46 5,37
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 45 – Giro do Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
GIRO DO CONTAS A RECEBER (BR)
ANO AZUL GOL
2010 12,90 23,03
2011 6,65 21,29
2012 6,68 24,88
2013 12,13 27,57
2014 8,20 28,57
2015 9,59 21,14
2016 9,91 12,98
2017 8,50 15,70
2018 8,61 19,89
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 19 – Giro do Contas a Receber das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Giro do Contas a Receber
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
53
4.2.3.3. Número de dias do Contas a Receber
Complementando o indicador Giro do Contas a Receber, este índice serve para
dar um valor mais palpável e de fácil entendimento ao pôr sua unidade em dias. Assim
sua comparação com outros giros pode ser feita de forma mais direta. Para obter o
Número de Dias do Contas a Receber é necessário apenas dividir o número de dias no
ano, 365 dias, pelo Giro do Contas a Receber. De acordo com ROGERS (2009), no
setor aéreo os valores devem estar perto de 1 dia no mínimo e 30 dias no máximo,
sendo que quanto maior o valor, pior a situação da companhia. Sua fórmula é:
�ú���� �� ���� �� ������ � ������� =365
���� �� ������ � �������
Nas tabelas 46, 47 e 48 e no gráfico 20, podemos acompanhar Número de Dias
do Contas a Receber ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 46 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO CONTAS A RECEBER (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 5,88 8,11 4,42
2011 6,97 8,18 5,26
2012 7,09 7,77 6,30
2013 8,64 8,65 5,13
2014 7,16 8,53 4,29
2015 8,73 7,74 4,82
2016 9,82 9,54 6,47
2017 11,43 12,75 6,81
2018 9,44 10,06 5,23
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 47 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO CONTAS A RECEBER (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 5,41 23,82 -
2011 5,09 17,45 -
2012 4,28 22,82 -
2013 4,19 16,63 -
2014 4,21 16,13 54,80
2015 3,88 16,05 52,36
54
2016 3,69 16,96 60,94
2017 2,98 19,89 100,07
2018 2,94 25,25 67,91
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 48 – Número de Dias do Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO CONTAS A RECEBER (BR)
ANO AZUL GOL
2010 28,30 15,85
2011 54,88 17,14
2012 54,63 14,67
2013 30,10 13,24
2014 44,50 12,77
2015 38,07 17,27
2016 36,84 28,12
2017 42,94 23,24
2018 42,39 18,35
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 20 – Número de Dias do Contas a Receber das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Como era de esperar, as empresas mais consolidadas no mercado low cost,
como Southwest, JetBlue, Spirit e Ryanair apresentam os menores valores, o que é algo
comum neste modelo de negócio. GOL e EasyJet têm bons valores também, mas se
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Número de Dias do Contas a Receber
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
55
encontram num patamar inferior das outras. Por fim, Azul e AirBaltic apresentam os
piores valores, o que pode significar uma política de crédito com longos prazos, trazendo
malefícios ao fluxo de caixa da empresa, que por sua vez causa a necessidade de criar
dívidas.
4.2.3.4. Giro do Estoque
Este indicador serve como um excelente medidor da necessidade de capital de
giro. Isso por que através dele, é possível ver a capacidade da empresa de fazer seus
estoques e tornarem caixa, ou seja, se o Giro de Estoque for alto, significa que a
empresa não tem grandes custos com estocagem (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN;
LAMB, 2013). Por outro lado, baixa quantidade de estoque também pode ser algo
negativo, tendo em vista que pode significar a incapacidade da empresa de atender a
demanda dos seus clientes. É um bom índice de quais produtos são vendidos mais
rapidamente, ou seja, não geram custos de estocagem por muito tempo. No setor aéreo
existe uma peculiaridade, a que o produto final que é vendido não é um bem e sim um
serviço, que não pode ser estocado.
Sendo assim, para aplicar este indicador no setor de transporte aéreo será usado
como parâmetro os estoques de peças de reposição da frota. Nesse caso, podemos
dizer que também existem prejuízos causados pela falta ou pelo excesso de estoque.
Caso uma companhia possua muitas peças, isso pode ser custoso para as operações.
Por outro lado, se as peças se encontram escassas isso pode acarretar em
cancelamentos e atrasos de voos que são extremamente prejudiciais.
Segundo VASIGH, FLEMING e HUMPHREYS (2015), uma estratégia bastante
adotada pelas empresas low cost é a padronização das aeronaves utilizadas em suas
operações. Dessa forma, uma única peça pode atender várias aeronaves da sua frota.
Nas empresas estudadas neste trabalho, praticamente toda as frotas são padronizadas
com modelos da Boeing ou Airbus, variando entre companhias. Sua fórmula é:
56
���� �� ������� =����� ��� ���� ��������
��������
Nas tabelas 49, 50 e 51 e no gráfico 21, podemos acompanhar o Giro do Estoque
ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 49 – Giro do Estoque no Mercado Americano de 2010 a 2018
GIRO DO ESTOQUE (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 45,74 70,33 -
2011 37,32 83,64 -
2012 35,11 127,94 -
2013 35,16 104,44 -
2014 48,06 115,26 -
2015 50,87 118,18 22,23
2016 49,75 113,28 21,58
2017 42,24 109,44 12,86
2018 40,69 94,49 27,80
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 50 – Giro do Estoque no Mercado Europeu de 2010 a 2018
GIRO DO ESTOQUE (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1034,40 - -
2011 1163,44 - -
2012 1323,93 - -
2013 1542,89 - -
2014 1751,24 - 124,47
2015 2195,76 - 89,56
2016 1538,09 - 83,49
2017 1649,61 - 60,50
2018 1482,08 - 57,87
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 51 – Giro do Estoque no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
GIRO DO ESTOQUE (BR)
ANO AZUL GOL
2010 89,63 31,45
2011 89,42 44,01
2012 40,46 57,24
2013 56,09 63,82
2014 56,93 58,75
57
2015 70,95 41,46
2016 59,06 41,39
2017 46,05 41,52
2018 41,95 49,76
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 21 – Giro do Estoque das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
O que se destaca nos valores apresentados pelas empresas estudadas no Giro
de Estoque são os da RyanAir, que são apresentam resultado muito superiores as
demais. Isso se dá por este indicador ser obtido pela divisão dos custos pelos
estoques, e, como nesta empresa os estoques têm valores irrisórios, o indicador
aumenta de forma exagerada. A causa disso é a padronização das aeronaves e uma
parceria que a RyanAir fez com uma terceirizada, de modo que ela não precise
estocar as peças de reposição para sua frota.
4.2.3.5. Número de dias do Estoque
Da mesma maneira que o Número de Dias do Contas a Receber, este indicador
serve para dar um valor mais tangível para o Giro de Estoque ao pôr sua unidade em
dias. Sendo assim, unifica a análise em comparação aos outros índices que se
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Giro do Estoque
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
58
apresentam com o número de dias. Também é conhecido em inglês como Days of
Inventory e sua fórmula é a seguinte:
�ú���� �� ���� �� ������� =365
���� �� �������
Nas tabelas 52, 53 e 54 e no gráfico 22, podemos acompanhar o Número de
Dias do Estoque ao longo dos anos de 2010 a 2018.
Tabela 52 – Número de Dias do Estoque no Mercado Americano de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO ESTOQUE (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 7,98 5,19 -
2011 9,78 4,36 -
2012 10,40 2,85 -
2013 10,38 3,49 -
2014 7,59 3,17 -
2015 7,17 3,09 16,42
2016 7,34 3,22 16,91
2017 8,64 3,34 28,38
2018 8,97 3,86 13,13
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 53 – Número de Dias do Estoque no Mercado Europeu de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO ESTOQUE (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,35 - -
2011 0,31 - -
2012 0,28 - -
2013 0,24 - -
2014 0,21 - 2,93
2015 0,17 - 4,08
2016 0,24 - 4,37
2017 0,22 - 6,03
2018 0,25 - 6,31
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
59
Tabela 54 – Número de Dias do Estoque no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
NÚMERO DE DIAS DO ESTOQUE (BR)
ANO AZUL GOL
2010 4,07 11,61
2011 4,08 8,29
2012 9,02 6,38
2013 6,51 5,72
2014 6,41 6,21
2015 5,14 8,80
2016 6,18 8,82
2017 7,93 8,79
2018 8,70 7,34
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 22 – Número de Dias do Estoque das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Alguns dos dados da Spirit e todos os dados da EasyJet não foram fornecidos
em relação aos estoques, isso pode ser devido a um processo de padronização total da
frota que, quando bem feita, pode tornar o valor dos estoques desprezíveis. De qualquer
forma, como a redução de variedade nos modelos de aeronaves é algo comum no setor
low cost, todas as empresas estudadas apresentam valores baixos neste indicador. O
destaque fica para a Ryanair que apresenta os menores valores devido a sua
padronização total da frota com Boeings 737.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Número de Dias do Estoque
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
60
4.2.3.6. Giro do Contas a Pagar
Na realização uma compra, existe um prazo preestabelecido no qual a empresa
já vai haver computado o valor como passivo, porém só pagará o valor ao final deste
prazo. Esses valores são referentes ao contas a pagar e o Giro do Contas a Pagar é a
medida do número de ciclos que este valor fica no caixa da empresa durante o ano em
exercício. Como no caso do setor aéreo não é comum que as empresas deixem em
aberto o valor das despesas com fornecedores a prazo, VASIGH, FLEMING e
HUMPHREYS (2015) dizem que se deve utilizar as despesas operacionais excluindo a
depreciação. Entretanto, sua importância se deve mais ao estudo do Capital de Giro ao
ser relacionado com o Giro do Contas a Receber. Como neste trabalho não vamos nos
aprofundar no tema, este indicador será abordado de maneira introdutória. Em inglês,
este indicador leva o nome de Accounts Payable Turnover e sua fórmula é a seguinte:
���� �� ������ � ����� =������ ��� ������� ������������
������ � �����
4.2.3.7. Número de dias do Contas a Pagar
Segue o mesmo raciocínio dos outros prazos, trazendo o giro que está em ciclos
para dias de forma a facilitar o entendimento e a comparação. Também é conhecido em
inglês como Days of Accounts Payable e sua fórmula é a seguinte:
�ú���� �� ���� �� ������ � ����� =365
���� �� ������ � �����
4.2.4. Indicadores de Estrutura de Capital
Estrutura de capital é uma forma de identificar de onde uma empresa tirar os
recursos necessários para realizar suas operações. Esses recursos podem ser
provenientes do capital de terceiros ou de capital próprio. Estes indicadores servem para
avaliar como essas duas fontes de capital se situam dentro de todo o capital usado pela
companhia.
61
Ao optar por se apoiar mais sobre empréstimos e leasing, por exemplo, a
empresa não é obrigada a compartilhar dos lucros com os seus credores. Porém, tem a
obrigação de pagá-los independente do resultado apresentado, seja lucro ou prejuízo.
Além disso, assumir despesas com instituições financeiras tem outros benefícios, uma
vez que essas despesas são dedutíveis do Imposto de Renda (IR). Por outro lado, ao
ser mais baseada no capital aportado por investidores, a empresa deve a esses que
nela investiram, uma participação dos seus lucros. Outro ponto é que ao aumentar sua
dívida a terceiros, uma empresa acaba ficando muito suscetível ao comportamento das
taxas de juros, que pode ser imprevisível e causar prejuízo.
4.2.4.1. Grau de Endividamento
É o indicador básico para mostrar a estrutura de capital na qual a empresa opera.
Diferentemente de outros indicadores, este não apresenta um benchmark uma vez que
ele só representa se a empresa se apoia mais no capital de terceiros, que seriam os
valores altos de Grau de Endividamento, ou em capital próprio, que seriam os valores
baixos. Ela ajuda na tomada de decisão em relação a captação de recursos que uma
empresa pode recorrer. Isso porque, como VASIGH, FLEMING e HUMPHREYS (2015)
afirmam, apesar de também ter vantagens, uma estrutura de capital mais inclinada para
a tomada de empréstimos, acaba deixando a empresa mais exposta as variações das
taxas de juros, que é um fator de muita importância no setor aéreo, como já foi dito
anteriormente. Também é conhecido em inglês como D/E Ratio (Debt-to-Equity Ratio)
e sua fórmula é a seguinte:
���� �� ������������� =����� �������
������� �����
Nas tabelas 55, 56 e 57 e no gráfico 23, podemos acompanhar o Grau de
Endividamento nos anos de 2010 a 2018.
Tabela 55 – Grau de Endividamento no Mercado Americano de 2010 a 2018
62
GRAU DE ENDIVIDAMENTO (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 1,48 2,99 -
2011 1,63 3,02 0,60
2012 1,66 2,74 0,58
2013 1,64 2,44 0,54
2014 1,98 2,10 0,60
2015 1,90 1,69 1,07
2016 1,76 1,36 1,26
2017 1,60 1,07 1,35
2018 1,66 1,26 1,68
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 56 – Grau de Endividamento no Mercado Europeu de 2010 a 2018
GRAU DE ENDIVIDAMENTO (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1,66 1,67 -
2011 1,91 1,62 -
2012 1,72 1,39 -
2013 1,73 1,19 -
2014 1,68 1,06 -
2015 2,02 1,15 -
2016 2,12 1,03 3,25
2017 1,71 1,13 7,48
2018 1,77 1,15 9,93
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 57 – Grau de Endividamento no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
GRAU DE ENDIVIDAMENTO (BR)
ANO AZUL GOL
2010 - 2,09
2011 - 3,48
2012 12,54 11,32
2013 10,78 7,73
2014 - -
2015 - -
2016 7,38 -
2017 2,64 -
2018 2,73 -
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
63
Gráfico 23 – Grau de Endividamento das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
As lacunas no gráfico são explicadas pelo fato de que, nesses anos, as
empresas apresentaram Patrimônio Líquido negativo, o que invalida o cálculo do Grau
de Endividamento.
Através do gráfico 23, podemos ver que as empresas mais consolidadas no
mercado apresentam valores que pouco variam e se mantém baixos, o que mostra uma
maior presença do capital próprio na sua estrutura em comparação com as outras
empresas estudadas. Por outro lado, vemos AirBaltic e Azul com valores altos, alguns
anos com Patrimônio Líquido negativo e bastante oscilação. Isso pode ser justificado
por se tratarem de empresas jovens ou em processo de expansão acelerada, o que
consome muito o capital dos investidores.
4.2.4.2. Índice de Endividamento Geral
Segue a mesma linha do Grau de Endividamento, porém o Índice de
Endividamento Geral relaciona capital de terceiros com os valores dos ativos que a
empresa possui (NETTO, 2017). Seu valor de referência é 1,0, podendo ser interpretado
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
GRAU DE ENDIVIDAMENTO
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
64
de formas diferentes caso o indicador esteja acima ou abaixo deste valor. Caso seja
maior que 1,0, significa que os passivos superam os ativos em quantidade, o que
significa que o Patrimônio Líquido é negativo, o que é algo visto como prejudicial para a
saúde financeira da empresa. Sua fórmula é a seguinte:
����� �� ������������� ����� =����� �������
����� �����
Nas tabelas 58, 59 e 60 e no gráfico 24, podemos acompanhar o Índice de
Endividamento Geral nos anos de 2010 a 2018.
Tabela 58 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Americano de 2010 a 2018
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 0,60 0,75 1,22
2011 0,62 0,75 0,37
2012 0,62 0,73 0,37
2013 0,62 0,71 0,35
2014 0,66 0,68 0,37
2015 0,65 0,63 0,52
2016 0,64 0,58 0,56
2017 0,62 0,52 0,57
2018 0,62 0,56 0,63
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Tabela 59 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 0,62 0,63 -
2011 0,66 0,62 -
2012 0,63 0,58 -
2013 0,63 0,54 -
2014 0,63 0,52 2,40
2015 0,67 0,53 1,53
2016 0,68 0,51 0,76
2017 0,63 0,53 0,88
2018 0,64 0,53 0,91
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
65
Tabela 60 – Índice de Endividamento Geral no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL (BR)
ANO AZUL GOL
2010 1,00 0,68
2011 1,05 0,78
2012 0,93 0,92
2013 0,92 0,89
2014 1,07 1,03
2015 1,13 1,42
2016 0,88 1,40
2017 0,73 1,34
2018 0,73 1,52
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 24 – Índice de Endividamento Geral das LCCs de 2010 a 2018
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Com os dados apresentados no gráfico, podemos concluir que no geral até o
ano de 2014 todas as empresas se encontravam num a situação confortável com índices
perto ou abaixo de 1,0, que significa que possuíam ativos iguais ou maiores do que a
quantidade de dívidas contraídas pela empresa. Porém, a partir deste ponto, enquanto
as outras companhias seguem estáveis, a GOL passa a se endividar de forma
crescente, o que é alarmante. Outro destaque é os altos valores da AirBaltic nos anos
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
66
de 2014 e 2015, que pode significar um endividamento devido à expansão rápida que a
empresa estava passando.
4.2.4.3. Índice de Cobertura de Juros
Este indicador serve para mensurar a capacidade de uma empresa honrar suas
dívidas com o valor do seu Lucro Operacional. É uma boa medida de solvência, sendo
melhor que o cálculo do mesmo dê valores altos e acima de 1,0. Valores abaixo de 1,0
mostram uma situação em que os credores da empresa não serão pagos pelos seus
empréstimos ou que a empresa precisará aumentar suas dívidas (MORRELL, 2007).
Uma ressalva pode ser feita em relação ao cálculo do mesmo quando o Lucro
Operacional for negativo. Nesses casos, o indicador perde o significado, e, por isso, não
deve ser calculado. Também é conhecido em inglês como Times Interest Earned ou
Interest Coverage Ratio e sua fórmula é a seguinte:
����� �� ��������� �� ����� =����� �����������
�������� �����������
Nas tabelas 61, 62 e 63 e no gráfico 25, podemos acompanhar o Índice de
Cobertura de Juros nos anos de 2010 a 2018.
Tabela 61 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Americano de 2010 a 2018
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS (EUA)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 2,60 2,52 0,39
2011 2,23 2,46 2,65
2012 2,59 2,58 2,64
2013 2,66 2,51 2,68
2014 2,67 2,81 2,77
2015 2,68 2,61 2,71
2016 2,72 2,66 2,71
2017 35,49 4,33 5,31
2018 4,53 7,06 4,16
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
67
Tabela 62 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS (EU)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 9,55 2,81 -
2011 9,09 10,78 -
2012 8,72 5,11 -
2013 7,98 5,98 -
2014 8,62 4,44 1,80
2015 8,49 4,97 7,89
2016 10,58 7,28 0,33
2017 9,52 16,25 1,24
2018 10,00 4,31 5,91
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e Air Baltic (2010-2018)
Tabela 63 – Índice de Cobertura de Juros no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS (BR)
ANO AZUL GOL
2010 - 2,24
2011 - -
2012 - -
2013 1,27 -
2014 - -
2015 - -
2016 0,12 5,26
2017 8,97 -
2018 4,87 -
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Gráfico 25 – Índice de Cobertura de Juros das LCCs de 2010 a 2018
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS
SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT RYANAIR
EASYJET AIRBALTIC AZUL GOL
68
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue, Spirit, Ryanair, EasyJet, AirBaltic,
Azul e GOL (2010-2018)
Como pode ser visto, alguns dados estão faltando, e isso se dá pelo fato de as
empresas apresentarem Lucro Operacional negativo nesses anos, o que é uma situação
muito ruim. Esse cenário foi bastante presente no mercado brasileiro estudado,
composto por Azul e Gol. Como destaque positivo, pode se observar que a Southwest
conseguiu um índice de 35,49, que significa que para cara dólar de dívida que a empresa
tinha, ela dispunha de 35,49 dólares de lucro operacional para cobri-la. Esse índice
apresentado por ela em 2017 é um ótimo valor para qualquer empresa, independente
do setor na qual se encontra.
5. Cenário do setor aéreo durante a crise global da pandemia do COVID-19
Com a descoberta do COVID-19, também conhecido como Coronavirus, o
mundo parou suas atividades e principalmente suas viagens, sejam elas de qualquer
caráter. Por se tratar de um vírus altamente contagioso e que cada vez vem se
mostrando mais letal, é natural que o transporte aéreo fosse um dos primeiros setores
a serem paralisados. Com isso a receita gerada por passageiros chegou a zerar e não
tem nenhuma projeção de volta, tendo em vista que para isso seria necessária a
descoberta de uma cura para esta doença que não parece acontecer em um futuro
próximo. Esse cenário de crise, fez com que todo o setor repensasse o que vão fazer
nesse período e que começassem a fazer projeções de como irão aproveitar a chegada
de toda essa demanda reprimida quando a pandemia acabar.
Muitas linhas de pensamento surgiram a partir deste ponto, algumas que falam
do setor aéreo como um todo e outras mais específicas para o setor low cost.
Primeiramente, com a crise reduzindo drasticamente a receita das empresas aéreas,
que representam um importante setor da economia, os governos se prestaram a
oferecer subsídios e ajudas a empresas que provavelmente sofreriam ao longo de 2020
69
para sobreviver. Por outro lado, é possível que isso afete negativamente LCCs
europeias que muitas vezes operam em outros países e podem ter que cumprir medidas
mais rigorosas referentes a direitos trabalhista como uma medida protecionista dos
governos para garantir uma menor concorrência para suas empresas locais.
O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, ao ser entrevistado pela Reuters, projetou
que vai transportar cerca de 80 milhões de passageiros este ano, que seria um pouco
mais do que a metade do que era especulado no início do ano. Acredita-se que isso
seria possível devido à grande procura por passagens que deve ocorrer assim que
período de isolamento social recomendado passar. Mas mesmo assim, as tarifas não
estarão na mesma faixa de preço pré-crise, e só devem chegar a este valor em 2022
(HUMPHRIES, 2020).
Já a Southwest, apresentou um prejuízo de 94 milhões de dólares no primeiro
trimestre de 2020, resultado que ela não apresentava desde 2011. Entretanto, seu CEO,
Gary Kelly, declarou em entrevista à Skift que está confiante de que o ponto crítico foi
atingido na primeira semana de Abril de 2020, e que com a abertura de alguns estados
nos Estados Unidos ocorrendo, a empresa já seja capaz de retomar algumas de suas
operações. Além disso, ele conta com algumas medidas que a empresa pensa que vai
ajudar as pessoas a terem mais confiança em realizar viagens logo após essa
pandemia. Dentre essas medidas estão o uso obrigatório de máscaras por passageiros
e tripulantes, a distribuição de álcool em gel para higienizar as mãos e, a medida mais
drástica, operar com dois terços da capacidade, impossibilitando a reserva de assentos
do meio, promovendo o distanciamento social (SUMERS, 2020).
Robin Hayes, CEO da JetBlue, em entrevista à Skift, disse acreditar que esta
crise causará muitas mudanças no setor aéreo, principalmente em relação à segurança,
como a realização de testes em massa de funcionários e passageiros. Além disso, ele
também comenta sobre a interrupção na venda de assentos que se posicionam no meio
das fileiras e não sabe se isso vai se manter ou será apenas algo para um futuro próximo
70
pós-crise. Apesar disso tudo, ele relata que a empresa apresentava bons índices de
liquidez pré-crise então estaria numa posição confortável para esperar que a demanda
volte a crescer (SCHAAL, 2020).
Por fim, um cenário mais otimista para as empresas low cost, existe a visão de
que em um cenário de crise econômica, a população tende a optar pelos menores
preços, o que traria a demanda por viagens diretamente para as companhias aéreas de
baixo custo. Outro fator que beneficia este modelo de negócio é o que diz que devido à
pouca procura por aeronaves durante esse período, é possível que o preço das mesmas
diminua, conforme projetado pelo CEO da Allegiant, uma outra LCC americana, Maury
Gallagher, em entrevista à Skift (SUMERS, 2020).
6. Conclusão
Com todos os dados apresentados no trabalho, podemos ver como o modelo de
negócio low cost vem se apresentando como uma opção bastante rentável e com
grande potencial de crescimento. Porém, como se baseiam muito mais no preço da
passagem do que no serviço oferecido, é um mercado que fica muito vulnerável aos
fatores macroeconômicos abordados e à entrada de novos players que podem impactar
a demanda de cada companhia.
Apesar disso, o mercado brasileiro ainda tem muito a explorar deste setor de
baixo custo. A GOL Linhas Aéreas, apesar de ter entrado no mercado com essa
ideologia de baixo custo, hoje já se encontra com muitos preços considerados elevados
para este modelo além de muitas despesas operacionais e financeiras para sustentar
uma operação nesses moldes. Por outro lado, a Azul Linhas Aéreas ainda apresenta
alguns números preocupantes, mas, por se tratar de uma empresa recém-criada, é algo
compreensível, tendo em vista que ela ainda está se adequando ao mercado. Além
disso, é perceptível que ao final da série histórica, ela aparenta estar no rumo a uma
melhor rentabilidade. Lembrando que, estas empresas não se configuram totalmente de
71
baixo custo e muito disse se deve a pequena concorrência que elas encontram no
mercado brasileiro, muitas vezes atuando até sozinhas em determinados trechos.
Nesse estudo, o Brasil serve como um mercado no qual este modelo de negócio
ainda tem potencial para ser explorado, assim como podemos ver em diversas regiões
no mundo. As empresas brasileiras foram comparadas com dois mercados onde as
LCCs surgiram e já tem uma estrutura bem consolidada por trás dos seus casos de
sucesso.
Analisando de uma forma mais detalhada, passando ponto a ponto pelos
indicadores estudados mais relevantes, podemos entender de forma mais conclusiva
como estas empresas estão se portando no mercado.
Através do ASK e RPK, é possível ver um crescimento um pouco mais acentuado
na demanda por passagens do que na oferta de assentos na série histórica em questão.
Um destaque levando em conta estes indicadores é a GOL, que apresentou pequenas
variações no ASK ao longo dos anos, mas por outro lado aparenta acompanhar a
tendência do setor no RPK. Levando-se em conta apenas a diferença do valor de 2010
com o de 2018, a GOL apresentou um crescimento 3,605 vezes maior no RPK do que
no ASK. Outro ponto fora do padrão é o caso da RyanAir. Entretanto, nesta situação, a
diferença não se dá pelo pouco aumento de assentos ofertados, mas sim pela drástica
ascensão da demanda que fez com que o RPK multiplicasse em 2,253 vezes enquanto
o ASK cresceu 1,977 vezes.
Isso pode ser observado com mais clareza nos valores de Load Factor, uma vez
que todas as outras companhias aéreas estudadas não ultrapassaram uma variação de
5% enquanto RyanAir e GOL alcançam acréscimos de 11,68% e 13,28%
respectivamente.
Ao olharmos para os índices de liquidez, vemos que não há um comportamento
padrão para as companhias aéreas de baixo custo. Apesar de valores acima de 1,0
72
serem considerados bons indicadores, dependendo da estratégia de gerenciamento
adotada, uma empresa ainda pode se encontrar saudável financeiramente com um
indicador de liquidez abaixo disso. Algo que vale ressaltar nesses indicadores é que
algumas das empresas estudadas, como Spirit, RyanAir e EasyJet, apresentam pouca
ou nenhuma alteração do valor da Liquidez Corrente para a Liquidez Seca, o que pode
ser explicado pela padronização da frota, levando a estoques com valores muito pouco
significativos.
Ao abordarmos os indicadores de rentabilidade, podemos concluir que a
eficiência financeira das empresas brasileiras se encontra muito inferior ao restante do
setor estudado. A Azul, por exemplo, já apresenta valores negativos de Margem Bruta
nos anos de 2010 e 2015. Nas Margens Operacional e Líquida a situação só piora para
as empresas nacionais, tanto GOL quanto Azul têm resultados negativos na maioria da
série histórica, o que não acontece nas outras companhias deste estudo.
Outros indicadores como ROA e ROE, infelizmente, traduzem a mesma
disparidade de realidade entre o cenário nacional e os europeu e americano. Entretanto,
é possível ver, principalmente na Azul, um potencial de crescimento, uma vez que, em
2017, ela começa a apresentar valores que se assemelham e até superam algumas
LCCs estudadas, como AirBaltic, Spirit, JetBlue e EasyJet.
Outra conclusão obtida com esse estudo é a de que as empresas brasileiras não
têm problema em gerar receita com os seus ativos, o que talvez freie o seu crescimento
é a gestão de despesas operacionais e financeiras. Esse pensamento foi algo
observado pelo Giro do Ativo delas ser superior às demais, mesmo com um ROA abaixo.
Quanto aos indicadores de estrutura de capital, podemos concluir que, no geral,
as empresas mais consolidadas no mercado, já apresentam uma estrutura mais apoiada
em capital próprio, o que já era esperado. Por outro lado, ao abordarmos o
endividamento, pode se observar que todas as empresas deste estudo caminham ao
73
longo da série para a redução deste indicador, com exceção da GOL, que desde o início
da série histórica estudada, vai em sentido contrário às demais, ultrapassando o valor
de referência (1,0) em 2014.
Hoje em dia, na Europa e Estados Unidos, empresas de transporte aéreo de
baixo custo podem se preocupar mais com a demanda que vão atender do que com o
cenário econômico dos seus mercados, tendo em vista que estes são muito mais
estáveis que o brasileiro.
Além disso, foram usados nesse estudo empresas consideradas benchmark
para todo o setor aéreo como Ryanair e Southwest. Entretanto, ao mesmo tempo, foram
abordadas companhias de menor porte, como a AirBaltic que poderiam estar encarando
grandes desafios para entrar nestes mercados que já se encontram saturados de
opções para o transporte.
7. Recomendação de Trabalhos Futuros
Tendo em vista a grande abrangência do setor de transporte aéreo, assim como
a sua relação com o mundo das finanças corporativas, muitos outros trabalhos podem
tomar estes dados como base para o diagnóstico e criação de outros indicadores.
O modelo de negócio low cost ainda pode ser considerado jovem e com isso
ainda há bastante espaço para produção de literatura sobre como se comportam os
seus mercados em todo o mundo.
Outro tema que pode ser aprofundado é o estudo de indicadores que relacionem
a quantidade de funcionários tripulados com as receitas geradas, assim como usar
dados de etapa média ou horas de voo.
Por último, pode ser estudado também como funciona a competitividade do
transporte aéreo com os rodoviário e ferroviário em regiões onde esses dois outros
modos de locomoção se encontram de maneira mais consolidada como na Europa.
74
8. Referências Bibliográficas
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Anuário do Transporte Aéreo (2010
a 2018). Disponível em: https://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-
estatisticas/mercado-de-transporte-aereo/anuario-do-transporte-aereo/dados-do-
anuario-do-transporte-aereo. Acesso em: 15 Dez. 2019.
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – ANAC. Relatório de demanda e oferta do
Transporte Aéreo das empresas brasileiras. Disponível em:
https://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/demanda-e-oferta-do-
transporte-aereo. Acesso em: 20 Dez. 2019.
SOUTHWEST AIRLINES. Southwest Airlines Annual Reports (2010 – 2018). Disponível
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9. Anexos
Anexo 1 – Receita Líquida no Mercado Americano de 2010 a 2018
RECEITA LÍQUIDA (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 12.104 3.779 781
2011 15.658 4.504 1.071
2012 17.088 4.982 1.318
2013 17.699 5.441 1.654
2014 18.605 5.817 1.932
2015 19.820 6.416 2.141
2016 20.289 6.584 2.320
2017 21.146 7.012 2.644
2018 21.965 7.658 3.323
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 2 – Receita Líquida no Mercado Europeu de 2010 a 2018
RECEITA LÍQUIDA (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 2.988 3.457 -
2011 3.630 3.968 -
2012 4.390 4.758 -
2013 4.884 5.009 -
2014 5.037 5.589 296
2015 5.654 6.419 285
2016 6.536 5.694 286
2017 6.648 5.735 348
2018 7.151 6.702 409
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 3 – Receita Líquida no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
RECEITA LÍQUIDA (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 869 6.979
2011 1.721 7.539
2012 2.717 8.104
2013 5.234 8.956
2014 5.366 10.066
2015 6.258 9.778
2016 6.670 9.867
2017 7.774 9.555
2018 9.205 10.622
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
79
Anexo 4 – Custo Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018
CUSTO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 11.116 3.446 712
2011 14.965 4.182 927
2012 16.465 4.606 1.144
2013 16.421 5.013 1.372
2014 16.437 5.302 1.576
2015 15.821 5.200 1.632
2016 16.767 5.324 1.879
2017 17.739 6.019 2.259
2018 18.759 7.370 2.972
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 5 – Custo Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018
CUSTO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 2.586 2.386 -
2011 3.141 2.629 -
2012 3.707 2.948 -
2013 4.166 3.056 -
2014 4.378 3.327 212
2015 4.611 3.785 202
2016 5.076 3.732 283
2017 5.114 5.272 267
2018 5.484 6.045 318
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 6 – Custo Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
CUSTO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 912 5.377
2011 1.696 6.646
2012 2.709 7.902
2013 4.766 7.476
2014 5.016 8.147
2015 6.560 8.260
2016 6.326 7.558
2017 6.925 7.411
2018 8.396 8.964
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
80
Anexo 7 – Balanço Patrimonial Padronizado (Portaria ANAC Nº380/SAS, 5 de fevereiro de 2018)
81
82
Fonte: Dados da Portaria ANAC Nº380/SAS, 5 de fevereiro de 2018.
83
Anexo 8 – Demonstração do Resultado do Exercício Padronizado (Portaria ANAC Nº380/SAS, 5 de fevereiro de 2018)
84
85
86
87
88
Fonte: Dados da Portaria ANAC Nº380/SAS, 5 de fevereiro de 2018
89
Anexo 9 – Total de Ativos no Mercado Americano de 2010 a 2018
ATIVO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 15.463 6.593 476
2011 18.068 7.071 746
2012 18.596 7.070 920
2013 19.345 7.350 1.181
2014 20.200 7.839 1.603
2015 21.312 8.644 2.531
2016 23.286 9.487 3.152
2017 25.110 9.781 4.146
2018 26.243 10.426 5.165
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 10 – Total de Ativos no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ATIVO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 7.563 4.655 -
2011 8.596 5.137 -
2012 9.001 5.302 -
2013 8.943 5.191 -
2014 8.812 5.533 122
2015 12.185 6.498 120
2016 11.218 6.713 288
2017 11.990 6.785 398
2018 12.362 7.949 571
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 11 – Total de Ativos no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ATIVO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 843 9.064
2011 1.394 9.891
2012 4.752 9.027
2013 5.613 10.638
2014 4.496 9.977
2015 6.381 10.368
2016 8.400 8.404
2017 10.317 7.604
2018 11.793 8.030
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
90
Anexo 12 – Ativo Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018
ATIVO CIRCULANTE (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 4.279 1.360 251
2011 4.345 1.628 443
2012 4.227 1.100 547
2013 4.456 1.056 649
2014 4.404 1.200 731
2015 4.024 1.373 1.026
2016 4.498 1.567 976
2017 4.815 1.206 1.282
2018 5.028 1.474 1.345
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 13 – Ativo Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ATIVO CIRCULANTE (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 3.063 1.762 -
2011 3.478 1.998 -
2012 3.876 1.638 -
2013 3.764 1.704 -
2014 3.444 1.557 36
2015 5.742 1.719 30
2016 4.822 1.773 72
2017 4.706 1.970 51
2018 4.189 2.274 37
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 14 – Ativo Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ATIVO CIRCULANTE (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 153 2.705
2011 464 3.138
2012 1.012 2.088
2013 1.344 3.566
2014 1.810 2.986
2015 1.846 2.462
2016 1.910 2.081
2017 3.304 1.548
2018 3.522 1.494
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
91
Anexo 15 – Estoques no Mercado Americano de 2010 a 2018
ESTOQUE (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 243 49 0
2011 401 50 0
2012 469 36 0
2013 467 48 0
2014 342 46 0
2015 311 44 73
2016 337 47 87
2017 420 55 176
2018 461 78 107
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 16 – Estoques no Mercado Europeu de 2010 a 2018
ESTOQUE (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 3 0 -
2011 3 0 -
2012 3 0 -
2013 3 0 -
2014 3 0 2
2015 2 0 2
2016 3 0 3
2017 3 0 4
2018 4 0 5
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 17 – Estoques no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
ESTOQUE (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 10 171
2011 19 151
2012 67 138
2013 85 117
2014 88 139
2015 92 199
2016 107 183
2017 150 178
2018 200 180
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
92
Anexo 18 – Contas a Receber no Mercado Americano de 2010 a 2018
CONTAS A RECEBER (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 195 84 9
2011 299 101 15
2012 332 106 23
2013 419 129 23
2014 365 136 23
2015 474 136 28
2016 546 172 41
2017 662 245 49
2018 568 211 48
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 19 – Contas a Receber no Mercado Europeu de 2010 a 2018
CONTAS A RECEBER (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 44 226 -
2011 51 190 -
2012 52 298 -
2013 56 228 -
2014 58 247 44
2015 60 276 41
2016 66 265 48
2017 54 313 95
2018 58 464 76
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 20 – Contas a Receber no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
CONTAS A RECEBER (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 67 303
2011 259 354
2012 407 326
2013 432 325
2014 654 352
2015 653 463
2016 673 760
2017 914 608
2018 1.069 534
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
93
Anexo 21 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Americano de 2010 a 2018
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 1.261 468 83
2011 829 673 343
2012 1.113 182 417
2013 1.355 225 531
2014 1.282 341 633
2015 1.583 318 804
2016 1.680 433 701
2017 1.495 303 801
2018 1.854 474 1.005
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 22 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Europeu de 2010 a 2018
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1.478 1.060 -
2011 2.028 1.264 -
2012 2.708 796 -
2013 1.241 1.192 -
2014 1.730 523 3
2015 1.185 867 3
2016 1.259 871 44
2017 1.224 808 12
2018 1.515 1.165 6
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 23 – Caixa e Equivalentes de Caixa no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 62 1.956
2011 113 1.230
2012 355 776
2013 546 1.636
2014 377 1.899
2015 622 1.072
2016 549 562
2017 762 477
2018 1.169 253
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
94
Anexo 24 – Total Passivo no Mercado Americano de 2010 a 2018
PASSIVO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 15.463 6.593 476
2011 18.068 7.071 746
2012 18.596 7.070 920
2013 19.345 7.350 1.181
2014 20.200 7.839 1.603
2015 21.312 8.644 2.531
2016 23.286 9.487 3.152
2017 25.110 9.781 4.146
2018 26.243 10.426 5.165
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 25 – Total Passivo no Mercado Europeu de 2010 a 2018
PASSIVO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 7.563 4.655 -
2011 8.596 5.137 -
2012 9.001 5.302 -
2013 8.943 5.191 -
2014 8.812 5.533 122
2015 12.185 6.437 120
2016 11.218 6.713 288
2017 11.990 6.785 398
2018 12.362 7.949 571
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 26 – Total Passivo no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
PASSIVO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 843 9.064
2011 1.394 9.891
2012 4.752 9.027
2013 5.613 10.638
2014 4.496 9.977
2015 6.381 10.368
2016 8.400 8.404
2017 10.317 7.604
2018 11.793 8.030
95
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
Anexo 27 – Passivo Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018
PASSIVO CIRCULANTE (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 3.305 1.085 214
2011 4.533 1.412 227
2012 4.650 1.608 277
2013 5.676 1.874 336
2014 5.923 1.936 366
2015 7.406 2.275 466
2016 6.844 2.223 532
2017 6.863 2.146 664
2018 7.905 2.418 835
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 28 – Passivo Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018
PASSIVO CIRCULANTE (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 1.550 1.238 -
2011 1.837 1.353 -
2012 1.815 1.560 -
2013 1.912 1.622 -
2014 2.275 1.753 71
2015 3.346 2.357 61
2016 3.370 1.918 53
2017 3.012 1.898 76
2018 3.413 2.341 115
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 29 – Passivo Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
PASSIVO CIRCULANTE (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 304 1.660
2011 525 3.596
2012 1.969 4.062
2013 2.632 3.447
2014 2.545 4.213
2015 3.738 5.542
2016 3.618 4.849
2017 3.334 5.409
2018 4.057 6.863
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
96
Anexo 30 – Passivo Não Circulante no Mercado Americano de 2010 a 2018
PASSIVO NÃO CIRCULANTE (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 5.921 3.854 366
2011 6.658 3.902 52
2012 6.954 3.574 60
2013 6.333 3.342 76
2014 7.502 3.374 234
2015 6.548 3.159 839
2016 8.001 3.251 1.225
2017 8.606 2.903 1.719
2018 8.485 3.397 2.402
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 31 – Passivo Não Circulante no Mercado Europeu de 2010 a 2018
PASSIVO NÃO CIRCULANTE (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 3.165 1.671 -
2011 3.805 1.824 -
2012 3.879 1.527 -
2013 3.759 1.195 -
2014 3.252 1.099 221
2015 4.804 1.081 123
2016 4.252 1.488 167
2017 4.555 1.703 275
2018 4.480 1.905 403
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 32 – Passivo Não Circulante no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
PASSIVO NÃO CIRCULANTE (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 540 4.475
2011 936 4.090
2012 2.432 4.233
2013 2.505 5.973
2014 2.247 6.097
2015 3.473 9.149
2016 3.781 6.912
2017 4.149 4.808
2018 4.573 5.367
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
97
Anexo 33 – Patrimônio Líquido no Mercado Americano de 2010 a 2018
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 6.237 1.654 -105
2011 6.877 1.757 467
2012 6.992 1.888 583
2013 7.336 2.134 769
2014 6.775 2.529 1.003
2015 7.358 3.210 1.225
2016 8.441 4.013 1.395
2017 9.641 4.732 1.763
2018 9.853 4.611 1.929
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 34 – Patrimônio Líquido no Mercado Europeu de 2010 a 2018
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 2.849 1.745 -
2011 2.954 1.960 -
2012 3.307 2.215 -
2013 3.273 2.373 -
2014 3.286 2.681 -170
2015 4.035 2.999 -64
2016 3.597 3.307 68
2017 4.423 3.184 47
2018 4.469 3.703 52
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 35 – Patrimônio Líquido no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 -1 2.929
2011 -68 2.206
2012 351 733
2013 476 1.219
2014 -296 -333
2015 -830 -4.322
2016 1.002 -3.357
2017 2.834 -2.613
2018 3.164 -4.200
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
98
Anexo 36 – Lucro Bruto no Mercado Americano de 2010 a 2018
LUCRO BRUTO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 988 333 69
2011 693 322 144
2012 623 376 174
2013 1.278 428 282
2014 2.168 515 355
2015 3.999 1.216 509
2016 3.522 1.260 441
2017 3.407 993 385
2018 3.206 288 351
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 37 – Lucro Bruto no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LUCRO BRUTO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 402 1.071 -
2011 488 1.339 -
2012 683 1.810 -
2013 718 1.953 -
2014 659 2.262 84
2015 1.043 2.534 83
2016 1.460 1.962 3
2017 1.534 464 81
2018 1.667 657 91
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 38 – Lucro Bruto no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LUCRO BRUTO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 -43 1.603
2011 25 893
2012 9 202
2013 468 1.480
2014 350 1.919
2015 -303 1.518
2016 344 2.309
2017 848 2.143
2018 809 1.658
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
99
Anexo 39 – Lucro Operacional no Mercado Americano de 2010 a 2018
LUCRO OPERACIONAL (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 745 161 20
2011 323 145 123
2012 685 209 175
2013 1.209 279 282
2014 1.816 623 353
2015 3.479 1.097 502
2016 3.450 1.164 417
2017 3.265 914 350
2018 3.164 219 205
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 40 – Lucro Operacional no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LUCRO OPERACIONAL (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 341 219 -
2011 421 285 -
2012 633 391 -
2013 651 549 -
2014 591 717 22
2015 982 922 21
2016 1.722 604 0
2017 1.470 369 19
2018 1.611 530 7
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 41 – Lucro Operacional no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LUCRO OPERACIONAL (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 -88 386
2011 -105 -1.000
2012 -172 -1.585
2013 96 -653
2014 81 -953
2015 -753 -3.447
2016 18 1.361
2017 581 -403
2018 886 -1.181
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)
100
Anexo 42 – Lucro Líquido no Mercado Americano de 2010 a 2018
LUCRO LÍQUIDO (EUA) (em Milhões de USD)
ANO SOUTHWEST JETBLUE SPIRIT
2010 459 97 72
2011 178 86 76
2012 421 128 108
2013 754 168 177
2014 1.136 401 225
2015 2.181 677 317
2016 2.183 727 263
2017 3.357 1.125 416
2018 2.465 188 156
Fonte: Relatórios Anuais da Southwest, JetBlue e Spirit (2010-2018)
Anexo 43 – Lucro Líquido no Mercado Europeu de 2010 a 2018
LUCRO LÍQUIDO (EU) (em Milhões de EUR)
ANO RYANAIR EASYJET AIRBALTIC
2010 305 141 -
2011 375 253 -
2012 560 315 -
2013 569 447 -
2014 523 556 10
2015 867 581 19
2016 1.559 521 0
2017 1.316 347 4
2018 1.450 407 5
Fonte: Relatórios Anuais da Ryanair, EasyJet e AirBaltic (2010-2018)
Anexo 44 – Lucro Líquido no Mercado Brasileiro de 2010 a 2018
LUCRO LÍQUIDO (BR) (em Milhões de BRL)
ANO AZUL GOL
2010 -88 214
2011 -105 -752
2012 -171 -1.513
2013 21 -725
2014 81 -1.117
2015 -755 -4.291
2016 -126 1.102
2017 517 -29
2018 704 -1.168
Fonte: Relatórios Anuais da Azul e Gol (2010-2018)