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DIAGNÓSTICO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DA SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – PREVIC Camila Pinheiro Pozzer Wilma Vieira Evangelista Lacerda

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DIAGNÓSTICO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DA SUPERINTENDÊNCIA

NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – PREVIC

Camila Pinheiro Pozzer

Wilma Vieira Evangelista Lacerda

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Painel 06/001 Em busca de Ambientes de Trabalho mais saudáveis no Setor Público

DIAGNÓSTICO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DA SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA

COMPLEMENTAR –PREVIC

Isidro-Filho

Camila Pinheiro Pozzer Wilma Vieira Evangelista Lacerda

RESUMO

Trata-se do diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, via pesquisa

quantitativa e qualitativa, com posterior apresentação de recomendações que

subsidiem a formulação de Política e de Programa de QVT para os servidores no

âmbito da PREVIC. O objetivo é apresentar o resultado do diagnóstico de QVT na

Previc, especificamente as percepções dos servidores e colaboradores relativas aos

indicadores de qualidade de vida no trabalho. Para isso, foram utilizados os seguintes

instrumentos: (1) questionário para levantamento de dados demográficos pessoais e

funcionais; e uma (1) escala de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), composta por

27 itens distribuídos em 5 fatores com bons índices de precisão (Ribeiro e Paz, 2010

e 2012):Suporte à execução da tarefa (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,78), Relacionamento interpessoal

( 𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,81 ), Respeito ( 𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,80 ), Incentivo ao crescimento profissional

(𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,77), Recompensas (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 – 0,78); além de duas (2) perguntas abertas

sobre a percepção dos servidores da autarquia em relação a fatores geradores de

bem-estar e mal-estar no trabalho. Participaram da pesquisa 107 servidores e

colaboradores da autarquia. Os principais resultados encontrados mostram problemas

que estão na base da percepção da baixa qualidade de vida no trabalho da Previc: a

ausência de um sistema de recompensas justo; a falta de capacitação dos gestores

para o exercício do papel gerencial; a forte representação social de desvalorização

dos servidores; o sofrimento com a falta de respeito e o assédio moral; a falta de apoio

da organização para o bom desempenho das atividades; dentre outros. Concluiu-se

que a qualidade de vida no trabalho da Previc está comprometida e que é preciso

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urgentemente reverter este cenário de mal-estar. Por isso, a instituição precisa

assumir o compromisso de assegurar um ambiente de trabalho positivo e saudável

aos seus profissionais.

Palavras-chave: Qualidade de vida. Trabalho. Previc.

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SUMÁRIO

1. TABLE OF CONTENTS

1. introdução ............................................................................................................. 5

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 8

2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................... 8

2.2. OBJETIVOESPECÍFICO ................................................................... 8

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 8

3.1. Pressupostos .................................................................................... 8

3.2. Participantes da pesquisa ................................................................. 9

3.3. Cenário da pesquisa ......................................................................... 9

3.4. Procedimentos de coleta de informações ......................................... 9

3.5. Procedimentos de análise das informações .................................... 11

4. RESULTADOS ................................................................................................... 12

4.1. RESULTADO DA PESQUISA QUANTITATIVA DA ESCALA DE QVT

12

4.1.1. Perfil dos respondentes ............................................................... 12

5. Considerações Finais ........................................... Error! Bookmark not defined.

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1. INTRODUÇÃO

O mundo do trabalho é um campo que requer pesquisa sobre suas práticas

cotidianas, pois confere ao homem e à sociedade um modo de organização subjetiva

social e individual, que percorre um caminho histórico e se insere numa determinada

cultura, perpassando uma visão de homem e uma visão de mundo (Martins, 2008).

O trabalho deve ser compreendido para além de seu sistema econômico

hegemônico e suas demandas organizacionais. Ele deve ser compreendido também

em suas nuances valorativas, na sua contextualização e por meio das demandas do

trabalhador.

Uma compreensão mais ampla sobre o trabalho apresenta-o subjetivamente

por meio de seus aspectos singulares, determinados pelos espaços sociais em que

se desenvolve e pela singularidade das pessoas que lhe experienciam. O trabalho,

num prisma ontológico, não é apenas um sistema de produção, mas também

apresenta uma natureza subjetiva. O trabalho é um processo no qual se insereo

sistema dominante de produção, não somente como uma atividade econômica, mas

como um modo de vida e organização social (González Rey, 2004).

Os primeiros estudos em Psicologia Industrial compreenderam o ser humano

como um indivíduo cujos comportamentos seguem leis e são passíveis de

universalização. Essa visão de homem seguiu a lógica do acúmulo de capital e a

ascensão capitalista, consolidando-se como ferramenta para aumentar a

produtividade e eficiência máxima do trabalhador (Veronese, 2003).

Estudos posteriores em Psicologia Organizacional foram desenvolvidos frente

à necessidade de crescimento produtivo de economias abaladas com a Segunda

Guerra Mundial, e da ascensão do Fordismo, modelo de produção fundamentalmente

vertical, rígido, controlador, em massa, em que o ser humano é visto como uma força

de trabalho que precisava ficar isolada para produzir mais e cujo aprendizado

despedia um custo desnecessário à instituição (Martins, 2008).

Diante do cenário econômico de modo instrumentalista, a Psicologia

Organizacional, em seu desenvolvimento, construiu um novo modelo de trabalhador

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que seguia o ideal competitivo e a busca por status, em que o trabalhador é

comprometido e dedicado à instituição, é parte de uma equipe e ao mesmo tempo

responsável pela sua carreira, necessitando de constante qualificação e com

capacidade infinita de aprender, desenvolver-se, criar, saber relacionar-se e trabalhar

em grupo, pois está inserido em uma cultura organizacional (González Rey, 2004).

Em prol do alcance das metas organizacionais, o mercado de trabalho passa a

exigir que o trabalhador seja flexível em relação às mudanças drásticas dos processos

de trabalho, e que saiba lidar com as transformações da tecnologia. Nesse sentido,

criou-se uma nova visão de homem, que deixa de caracterizar o trabalhador como um

mero aparato ao sistema organizacional, onde seus interesses são desconsiderados

e passa a considerar a saúde mental do trabalhador como um elemento fundamental

para alcançar as metas organizacionais (Veronese, 2003).

Por meio de uma abordagem em saúde no trabalho, Dejours (1992) trata a

organização do trabalho como elemento importante da constituição psíquica do

trabalhador, situando-a em termos de prazer e sofrimento, ao considerar o espaço de

trabalho como gerador de sofrimento patogênico, que leva ao adoecimento e que

possibilita o surgimento de soluções mobilizadoras de um estado saudável, a partir de

mecanismos de defesa elaborados individualmente e coletivamente. Nessa visão de

homem, o trabalhador é visto como agente do trabalho e não apenas um elemento

controlado pelo aparato organizacional.

Dejours(1992) enfatiza o impacto do trabalho na constituição subjetiva do

trabalhador e evidencia o espaço de trabalho como meio precursor da organização

psíquica do trabalhador, que mostra as condições de trabalho e elementos centrais

para compreensão do trabalho no comprometimento da saúde do homem.

Com o intuito de compreender as condições de trabalho relacionada são bem-

estar dos trabalhadores, torna-se mais fortalecido, a cada dia, o movimento de busca

do bem-estar, que se reflete no mundo da gestão organizacional como o movimento

em busca da Qualidade de Vida no Trabalho.

Nesse sentido, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar -

Previc, via Coordenação-Geral de Recursos Humanos, propôs a realização do Projeto

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Diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, estrategicamente, o passo

inicial imprescindível para a definição de políticas e práticas a serem implantadas na

instituição, que assegurem qualidade de vida à coletividade organizacional.

A Previc é uma autarquia de natureza especial, criada pela Lei nº 12.154, de

23 de dezembro de 2009, é dotada de autonomia administrativa e financeira, e

patrimônio próprio, e está vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social,

com sede e foro no Distrito Federal e atuação em todo o território nacional. Ela possuiu

5 órgãos descentralizados: Escritórios Regionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Atualmente, esta autarquia é composta por 260 servidores. E tem por finalidade

a fiscalização e a supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência

complementar e a execução das políticas estabelecidas para o regime de previdência

complementar operado pelas referidas entidades.

A realização do diagnóstico de QVT na Previc deu-se devido à necessidade de

a instituição primar pela proteção e promoção à saúde do trabalhador, para o

desenvolvimento de ações que visam à QVT e que beneficiarão a produtividade dos

seus servidores e colaboradores e, consequentemente, a qualidade dos serviços

prestados pela autarquia à sociedade brasileira.

A melhoria nas condições de trabalho tem impacto na melhoria do desempenho

individual e institucional. A valorização da atividade do trabalhador e de suas

competências é de grande relevância para o atingimento das metas organizacionais.

Para tanto, é importante compreender o trabalhador como indivíduo integrado a

diversos aspectos da vida que afetam a produtividade no trabalho: saúde física e

mental, relacionamentos interpessoais, autoconhecimento, objetivos profissionais e

pessoais, questões financeiras, dentre outros. Todas essas dimensões proporcionam

condições para a construção de um modo de vida que envolve a saúde integral do

trabalhador (González Rey, 2004).

A organização pode promover meios para a formação de uma cultura saudável,

que leve em consideração a subjetividade individual e social do trabalhador. Para

tanto, a organização precisa fomentar um modo de vida com qualidade para que o

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trabalhador construa o sentido subjetivo de pertencimento, contribuindo para o

sentimento de felicidade com o trabalho e colaborando para a construção de laços

afetivos com a instituição, visto que isso reflete de maneira positiva no

desenvolvimento de sua atividade laboral (González Rey, 2004).

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Apresentar o diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, realizado

na Previc, por meio de pesquisa quali-quantitativa, e, a partir dos seus resultados,

apresentar as recomendações que subsidiarão a formulação da Política e do

Programa de QVT para os servidores e colaboradoresem exercício naPrevic (Sede e

Escritórios Regionais).

2.2. OBJETIVOESPECÍFICO

Apresentar o resultado do diagnóstico de QVT na Previc, especificamente as

percepções dos servidores e colaboradores relativas aos indicadores de qualidade de

vida no trabalho.

3. METODOLOGIA

3.1. PRESSUPOSTOS

Para realizar o diagnóstico de qualidade de vida no trabalho da Previc, os

seguintes pressupostos foram considerados:

QVT e bem-estar pessoal nas organizações são dimensões

complementares. A QVT aborda o ambiente de trabalho numa perspectiva

cognitiva e objetiva; o bem-estar aborda as cognições e afetos do indivíduo

em relação ao ambiente de trabalho;

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A QVT é uma responsabilidade da gestão, mas tem o papel ativo dos

trabalhadores;

A QVT e o bem-estar implicam em relações de reciprocidade entre a

organização e os trabalhadores, em que estes devem realizar suas

atividades de forma a possibilitar a sobrevivência e o crescimento da

organização, e esta, por sua vez, deve oferecer um ambiente com as

condições adequadas para o alcance de suas metas sem comprometer a

saúde dos trabalhadores;

A QVT e o bem-estar são afetados tanto por características organizacionais

quanto individuais;

A organização não é totalmente responsável pela saúde individual do seu

trabalhador, mas é responsável por encorajar relacionamentos positivos e

por construir e manter ambientes adequados à ocorrência desses

relacionamentos e do bem-estar do trabalhador;

O ambiente de trabalho e a estrutura corporativa contribuem para a emissão

de comportamentos caracterizados por tensão e estresse, portanto, são

também fortes influenciadoras do bem-estar;

As características pessoais são moderadoras ou mediadoras do impacto do

ambiente organizacional sobre os membros organizacionais,

consequentemente sobre o bem-estar/pessoal nas organizações e sobre as

percepções de QVT.

3.2. PARTICIPANTES DA PESQUISA

A pesquisa foi aplicada a todos os servidores e colaboradores da Previc que

trabalham na autarquia há mais de três meses, de todos os níveis hierárquicos.

3.3. CENÁRIO DA PESQUISA

Previc Sede (Brasília) e Escritórios Regionais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo

Horizonte, Recife e Porto Alegre).

3.4. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE INFORMAÇÕES

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Instrumentos: um (1) questionário e uma (1) escala, ambos online/virtual,

compostos por questões fechadas e abertas.

No diagnóstico foram utilizadas 2 estratégias para coleta de informações:

1ª) Aplicação de um (1) questionário para levantamento dos seguintes dados

demográficos pessoais e funcionais:

Tempo de serviço;

Área de lotação;

Nível hierárquico (chefia/não chefia);

Escolaridade;

Sexo.

2ª) Aplicação de uma (1) escala de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT):

o Escala composta por 27 itens distribuídos em 5 fatores com bons

índices de precisão (Ribeiro e Paz, 2010 e 2012):

Suporte à execução do trabalho (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,78):

Liberdade de execução do trabalho;

Jornada de trabalho;

Sistema de comunicação;

Suporte tecnológico;

Infraestrutura material;

Ambiente físico saudável.

Respeito (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,80):

Respeito à liberdade de expressão do trabalhador;

Respeito aos direitos trabalhistas;

Respeito à privacidade;

Valorização do trabalho do indivíduo pela organização.

Recompensas (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,78):

Reconhecimento do trabalhador quanto à qualidade do serviço

prestado e a lealdade dele;

Promoções;

Recompensas por competência;

Remuneração;

Promoção do lazer.

Incentivo ao crescimento profissional (𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,77):

Capacitação;

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Apoio da organização no desenvolvimento de competências

do trabalhador;

Realização profissional dos membros da instituição;

Investimento para que ele sinta orgulho por fazer parte dela e

não queira sair dela;

Programa de Qualidade de Vida no Trabalho.

Relacionamento interpessoal(𝑎𝑙𝑝ℎ𝑎 = 0,81):

Apoio dos superiores;

Relações sociais entre chefia e subordinado e entre os pares;

Respeito entre chefia e subordinado e entre os pares.

2 perguntas abertas:

Quais ações de qualidade de vida no trabalho você gostaria

de sugerir?

Quais fatores você considera que são geradores de bem-estar

e de mal-estar no trabalho?

Para que os servidores respondessem ao diagnóstico, utilizou-se ferramenta

informatizada, via link para dar acesso ao questionário e às escalas,

3.5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES

Primeiramente, as informações foram compiladas em planilha de Excel e

depois foram comparadas no software SPSS, Statistical Package for the Social

Sciences (pacote estatístico para as ciências sociais).

Posteriormente, fez-se a análise das respostas às questões abertas.

Quadro 1. Cronograma

Atividades Período

Levantamento bibliográfico 14 a 30/09/2015

Elaboração do plano de ação 05 a 16/10/2015

Revisão do texto e discussão do plano 19 a 27/10/2015

Elaboração do diagnóstico em ferramenta informatizada

03 a 13/11/2015

Disponibilização do diagnóstico informatizado aos servidores

17/11/2015

a 08/02/2016

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Compilação das respostas 22/02 a 14/03/2016

Análise das informações levantadas 19/03 a 28/04/2016

Elaboração do Relatório Executivo sobre o diagnóstico de QVT

02 a 09/05/2016

Apresentação dos resultados 13/05/2016

*Por motivo de volume de trabalho e desenvolvimento de ações de qualidade de vida, o cronograma

foi alterado diversas vezes.

4. RESULTADOS

Neste tópico serão apresentados os resultados que foram obtidos com os

instrumentos utilizados como suporte ao diagnóstico de QVT. Para a análise dos

dados quantitativos foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais.

Já para os dados qualitativos, foram privilegiadas a análise de conteúdo categorial e

a análise de dados textuais.

4.1. RESULTADO DA PESQUISA QUANTITATIVA DA ESCALA DE QVT

4.1.1. Perfil dos respondentes

Tabela 1: Quantidade de respondentes por unidade de exercício na Previc Sede e Escritórios Regionais.

Unidade de exercício

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 2 1,9 1,9 1,9

Distrito Federal

85 79,4 79,4 81,3

Minas Gerais 1 0,9 0,9 82,2

Pernambuco 5 4,7 4,7 86,9

Rio de Janeiro 3 2,8 2,8 89,7

Rio Grande do Sul

6 5,6 5,6 95,3

São Paulo 5 4,7 4,7 100,0

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Total 107 100,0 100,0

A partir da Tabela 1, observa-se que a maior parte dos respondentes são

profissionais que atuam no Distrito Federal, mais especificamente 177 servidores

atuam em Brasília. E também se pode ver que houve pouca participação dos

Escritórios Regionais no diagnóstico aplicado. No total, existem 83 servidores em

exercício nos 5 escritórios, sendo 10 em MG; 7 em PE; 30 em RJ; 13 em RS; e 23 em

SP. Além disso, verificou-se uma baixa adesão dos servidores e colaboradores neste

diagnóstico, haja vista que, do total de servidores em exercício na Previc Sede e

Escritórios Regionais (260), apenas 107 o responderam.

Tabela 2: Quantidade de respondentes por diretoria na Previc Sede.

Brasília

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 26 24,3 24,3 24,3

DIACE 19 17,8 17,8 42,1

DIFIS 11 10,3 10,3 52,3

DIRAD 21 19,6 19,6 72,0

DISUP 11 10,3 10,3 82,2

DITEC 18 16,8 16,8 99,1

Procuradoria 1 0,9 0,9 100,0

Total 107 100,0 100,0

A Sede da Previc em Brasília é composta por 5 diretorias:

DIACE: Diretoria de Assuntos Atuariais, Contábeis e Econômicos;

DIFIS: Diretoria de Fiscalização;

DIRAD: Diretoria de Administração;

DISUP: áreas vinculadas ao Diretor-Superintendente;

DITEC: Diretoria de Análise Técnica.

A partir da Tabela 2, nota-se que, dos respondentes que identificaram a

diretoria a qual pertencem, a maior parte atua em diretoriais finalísticas da autarquia.

Além disso, vê-se que a Diretoria de Administração (DIRAD – 19,6%) foi a que mais

teve adesão ao diagnóstico dentre as diretorias identificadas, seguida pela Diretoria

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de Assuntos Atuariais, Contábeis e Econômicos (DIACE – 17,8%) e pela Diretoria de

Análise Técnica (DITEC –16,8%).

Tabela 3: Quantidade de respondentes por área de lotação na Previc Sede e Escritórios Regionais.

Lotação

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 49 45,8 45,8 45,8

ACS 3 2,8 2,8 48,6

AUDITORIA 2 1,9 1,9 100,0

CGAC 3 2,8 2,8 53,3

CGAT 6 5,6 5,6 58,9

CGCP 2 1,9 1,9 60,7

CGDC 2 1,9 1,9 62,6

CGFD 2 1,9 1,9 64,5

CGIG 2 1,9 1,9 66,4

CGMA 1 0,9 0,9 67,3

CGMC 1 0,9 0,9 68,2

CGMI 2 1,9 1,9 70,1

CGPA 3 2,8 2,8 72,9

CGPL 3 2,8 2,8 75,7

CGRE 1 0,9 0,9 77,6

CGRH 9 8,4 8,4 86,0

CGTI 4 3,7 3,7 89,7

CGTR 7 6,5 6,5 96,3

CGPE 1 0,9 0,9 97,2

ERRS 1 0,9 0,9 98,1

OUVIDORIA 2 1,9 1,9 100,0

PROCURADORIA 1 0,9 0,9 76,6

Total 107 100,0 100,0

Abaixo, descrição das siglas das áreas da Previc que foram identificadas no

diagnóstico como participantes da pesquisa:

ACS: Assessoria de Comunicação Social;

AUDITORIA: Auditoria;

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CGAC:Coordenação-Geral de Pesquisas Atuariais, Contábeis e

Econômicas;

CGAT:Coordenação-Geral para Alterações;

CGCP: Coordenação-Geral de Controle de Processos;

CGDC: Coordenação-Geral de Apoio à Diretoria Colegiada;

CGFD: Coordenação-Geral de Fiscalização Direta;

CGIG: Coordenação-Geral de Informações Gerenciais;

CGMA: Coordenação-Geral deMonitoramento Atuarial;

CGMC: Coordenação-Geral de Monitoramento Contábil;

CGMI: Coordenação-Geral de Monitoramento dos Investimentos;

CGPA:Coordenação-Geral de Planejamento e Ação Fiscal;

CGPE: Coordenação-Geral de Projetos Especiais;

CGPL: Coordenação-Geral de Patrimônio e Logística;

CGRE: Coordenação-Geral de Regimes Especiais;

CGRH: Coordenação-Geral de Recursos Humanos;

CGTI: Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação;

CGTR:Coordenação-Geral de Autorização para Transferência, Fusão,

Cisão, Incorporação e Retirada;

DIACE: Diretoria de Assuntos Atuariais, Contábeis e Econômicos;

ERRS: Escritório Regional do Rio Grande do Sul;

OUVIDORIA: Ouvidoria;

PROCURADORIA: Procuradoria.

A partir da Tabela 3, vê-se que, dos respondentes que identificaram suas áreas

de lotação, as que tiveram maior participação neste diagnóstico foram,

respectivamente: Coordenação-Geral de Recursos Humanos (CGRH); Coordenação-

Geral de Autorização para Transferência, Fusão, Cisão, Incorporação e Retirada

(CGTR); e Coordenação-Geral para Alterações (CGAT). Também se observa que

grande parte dos servidores e colaboradores que participaram do diagnóstico não

quiseram identificar as áreas em que trabalham (45,8%), apesar de, na divulgação da

pesquisa, via e-mail institucional, ter sido garantido o sigilo dos participantes.

Tabela 4: Quantidade de respondentes por cargos da Previc.

Cargos da Previc

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 27 25,2 25,2 25,2

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Administrador 1 0,9 0,9 26,2

Agente Administrativo 4 3,7 3,7 29,9

Analista Administrativo 6 5,6 5,6 35,5

Comissionado sem vínculo 8 7,5 7,5 43,0

Contador 1 0,9 0,9 43,9

Datilógrafo 1 0,9 0,9 44,9

Economista 1 0,9 0,9 45,8

Especialista em Previdência Complementar

31 29,0 29,0 74,8

Outro 18 16,8 16,8 91,6

Técnico Administrativo 9 8,4 8,4 100,0

Total 107 100,0 100,0

A partir da Tabela 4, nota-se que a maior parte dos respondentes ocupam o

cargo de Especialista em Previdência Complementar.Além disso, verificou-se que a

maioria deles respondeu ao diagnóstico, pois, atualmente, a autarquia é composta por

39 deles.Ainda se observou que, dos respondentes que identificaram seus cargos,

apenas metade dos Analistas Administrativos responderam ao diagnóstico, pois, do

total na instituição (13), apenas 6 responderam ao diagnóstico. Também se verificou

que houve grande participação dos Técnicos Administrativos, pois do total existente

na Previc (11), 9 responderam ao diagnóstico.

Tabela 5: Quantidade de respondentes por cargos requisitados para trabalhar na Previc.

Cargos Requisitados

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 64 59,8 59,8 59,8

Agente Administrativo 3 2,8 2,8 62,6

Analista Técnico Administrativo

1 0,9 0,9 63,6

Auditor Fiscal 25 23,4 23,4 86,9

Contador 1 0,9 0,9 87,9

Especialista em Políticas Públicas e Gestão

Governamental 1 0,9 0,9 88,8

Outro 8 7,5 7,5 96,3

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17

Procurador Federal 1 0,9 0,9 97,2

Técnico do Seguro Social 2 1,9 1,9 99,1

Técnico em Assuntos Educacionais

1 0,9 0,9 100,0

Total 107 100,0 100,0

A partir da Tabela 5, observa-se que a maior parte (59,8%) dos servidores e

colaboradores requisitados para trabalhar na Previc não quiseram identificar o cargo

que ocupam, em comparação com os que se identificaram, apenas 40,2%, mesmo

tendo sido disseminado que a identidade deles seria mantida em sigilo pelas

pesquisadoras. Além disso, nota-se que houve uma grande participação dos Auditores

Fiscais da Receita Federal do Brasil, pois, do total de auditores em exercício em

Brasília (52), 25 responderam ao diagnóstico.

Tabela 6: Quantidade de respondentes por atribuição que exercem na Previc Sede e Escritórios Regionais.

A partir da Tabela 6, depreende-se que nenhum diretor (D.A.S 5) participou do

diagnóstico, nem mesmo o Diretor de Administração. Denota-se, ainda, que a

autoridade máxima do órgão também não participou da pesquisa, o Diretor-

Superintendente (D.A.S 6). Observa-se que, pela falta de participação da alta gestão

da autarquia, não foi possível obter resultados sobre a percepção dos dirigentes

superiores da instituição em relação à qualidade de vida no trabalho da organização.

Mas, do total de ocupantes de D.A.S na Previc Sede e Escritórios Regionais (97), 35

participaram do diagnóstico.

Atribuição

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 15 14,0 14,0 14,0

Apoio administrativo (terceirizado ou estagiário)

4 3,7 3,7 17,8

Atividade técnica sem cargo comissionado

53 49,5 49,5 67,3

Chefia (D.A.S 1 a 4) 35 32,7 32,7 100,0

Total 107 100,0 100,0

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Tabela 7: Quantidade de respondentes por nível de escolaridade.

Escolaridade

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 2 1,9 1,9 1,9

Médio completo 3 2,8 2,8 4,7

Pós-graduação 48 44,9 44,9 49,5

Superior completo 49 45,8 45,8 95,3

Superior incompleto 5 4,7 4,7 100,0

Total 107 100,0 100,0

A partir da Tabela 7, é possível dizer que 90,7% dos respondentes apresentam

nível superior completo ou pós-graduação, o que é um reflexo do quadro de servidores

em exercício na Previc, pois a maior parte deles possuiu esses graus de escolaridade.

Tabela 8: Quantidade de respondentes por sexo.

Válido Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem cumulativa

Em branco 2 1,9 1,9 1,9

Feminino 40 37,4 37,4 39,3

Masculino 65 60,7 60,7 100,0

Total 107 100,0 100,0

A partir da Tabela 8, identifica-se que a maior parte dos respondentes é do sexo

masculino, o que também é um reflexo do quadro de servidores em exercício na Previc

Sede e nos Escritórios Regionais, pois a autarquia é composta, em sua maioria, por

homens, existindo, atualmente, 166 homens e 94 mulheres em exercício na

instituição.

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Tabela 9: Estatística da escala de QVT.

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A Tabela 9 expressa a estatística feita a partir das respostas à Escala de Qualidade

de Vida no Trabalho (Ribeiro e Paz, 2010, 2011, 2012), tipo Likert, com cinco pontos

(0 = discordo/vermelho; 1 = Concordo pouco/rosa claro; 2 = Concordo

razoavelmente/amarelo; 3 = Concordo muito/verde claro; e 4 = Concordo totalmente-

verde escuro), composta por 27 itens distribuídos em 5 fatores: Suporte à execução

do trabalho; Respeito; Recompensas; Incentivo ao crescimento profissional; e

Relacionamento interpessoal. Todos com alfas de cronbach superiores a 0,70.

Na tabela 9, os itens 3, 4, 7, 12, 13 e 20 foram agrupados, pois são pertencentes

ao fator suporte à execução do trabalho.

Em relação ao fator suporte à execução do trabalho, os servidores consideram

que a autarquia assegura razoavelmente uma jornada de trabalho adequada (2,600).

Esta é a terceira maior média de todos os itens da escala de QVT.

Também se pode afirmar que os servidores e colaboradores da Previc, que

responderam ao diagnóstico, concordam razoavelmente (2,038) sobre a instituição

dar liberdade para executar o trabalho com o estilo pessoal, uma média muito próxima

do pouco concordam, o que mostra que a autarquia está perto de dar pouca liberdade

de execução do trabalho com estilo pessoal.

Além disso, os respondentes também concordam que a autarquia oferece

razoavelmente (2,000) a infraestrutura material necessária para a execução do

trabalho, uma média também muito próxima do pouco concordam, o que mostra que

a Previc está muito perto de oferecer uma pouca infraestrutura material necessária

para se trabalhar nela.

Em média (1,800), os servidores e colaboradores concordam que a instituição

investe pouco em um ambiente físico saudável para se trabalhar. E também

concordam (1,629) que a Previc fornece pouco suporte tecnológico bom para o

desempenho do trabalho. Além disso, consideram que a autarquia tem um sistema

pouco claro de comunicação (1,200), média mais baixa deste fator e a terceira pior

média de todos os itens da escala.

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Os itens 1, 22, 23 e 24 fazem parte do fator respeito, na tabela 9.

Sobre o fator respeito, os servidores, em média (2,705), concordam que a

Previc respeita razoavelmente a privacidade dos profissionais. Esta foi a maior média

do fator respeito e a segunda maior média de todos os itens da escala de QVT.

Também concordam razoavelmente (2,362) que instituição respeita a legislação que

regula a relação funcional com os servidores/colaboradores e que respeita

razoavelmente a liberdade de expressão (2,105). Entretanto, os servidores concordam

que o trabalho deles, em média (1,581), é pouco valorizado pela Previc. Esta foi a

média mais baixa deste fator e uma das mais baixas de todos os itens da escala de

QVT.

Na mesma tabela, o terceiro agrupamento, que contém os itens 2, 10, 17, 19 e

21, está relacionado ao fator recompensas.

Sobre as recompensas, os respondentes concordam razoavelmente que a

Previc remunera de forma justa os servidores e colaboradores. Esta foi a maior média

deste fator (2,305) e uma das mais altas de todos os itens da escala de QVT. Porém,

eles acreditam que a instituição recompensa pouco a competência deles no trabalho

(1,505) e que também reconhece pouco os bons profissionais (1,533) e os que são

leais (1,476). Em média, eles consideram que a Previc pouco reconhece a lealdade

dos servidores. Além disso, concordam que a autarquia tem um sistema de promoção

pouco justo (1,095). Esta foi a menor média deste fator e a segunda pior média de

todos os itens da escala de QVT.

Os itens 6, 11, 18, 25, 26 e 27 envolvem o fator incentivo ao crescimento

profissional, na referida tabela.

No que se refere ao incentivo ao crescimento profissional, os servidores

acreditam que a Previc oferece pouco treinamento para eles (1,657) e que pouco

possibilita a realização profissional deles (1,486). Além disso, também consideram

que a instituição promove poucos eventos de recreação e lazer (1,914) e que investe

pouco na segurança de seus profissionais (1,800). Os itens mais críticos deste fator

referem-se ao pouco orgulho que eles sentem por trabalhar nesta autarquia (1,267).

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E neste fator encontra-se a pior média de todos os itens da escala: os respondentes

acreditam que a Previc não investe para que os servidores não deixem a organização

(0,876).

Por fim, os itens 5, 8, 9, 14, 15 e 16 referem-se ao fator relacionamento

interpessoal, agrupados na tabela 9.

No que tange ao fator relacionamento interpessoal, os servidores pouco

concordam sobre a Previc apoiar o desenvolvimento pessoal deles (1,762). Esta foi a

menor média deste fator, seguida por estimular o apoio dos superiores a seus

servidores/colaboradores (1,895), pois acreditam que há pouco apoio dos superiores

aos profissionais que atuam nesta instituição. Porém, neste fator, identificou-se a

maior média de todos os itens da escala, qual seja o de a Previc exigir o respeito dos

servidores/colaboradores aos seus superiores (2,781).

Entretanto, os respondentes concordam razoavelmente de que a autarquia

exige respeito dos superiores para aos seus subordinados (2,162). A terceira pior

média deste fator está relacionada ao estímulo da Previc ao bom relacionamento entre

chefias e subordinados (1,914), pois os servidores acreditam que a Previc pouco

estimula o bom relacionamento entre chefes e técnicos, assim como concordam

razoavelmente que a instituição possibilita relações agradáveis entre os servidores

(2,019), uma média muito próxima do pouco concordam, o que mostra que a Previc

está muito perto de possibilitar relações pouco agradáveis entre os profissionais da

autarquia.

A partir da tabela 9, observa-se que, em relação à Previc, nenhum servidor

concordou muito ou concordou totalmente com nenhum dos 27 itens da escala, o que

é um indicativo preocupante em relação à qualidade de vida existente no trabalho da

organização.

Já sobre os resultados das perguntas abertas, por meio da análise de conteúdo

categorial e da análise de dados textuais, teve-se como principais informações obtidas

as descritas abaixo pelos respondentes:

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4.2. RESULTADO DA PESQUISA QUALITATIVA DA ESCALA DE QVT

4.2.1. Quais ações de qualidade de vida no trabalho você gostaria de sugerir?

o Suporte à execução do trabalho

Gestão

Quando a gestão é ruim, não há ações de qualidade de vida que resolva;

Mudança urgente dos erros ou reforma também urgente.

Jornada de trabalho

Home-office oficial (com tecnologia adequada, como processo

eletrônico, metas claras de trabalho e normatização da

atividade);

Teletrabalho;

Trabalho remoto, horário corrido, parte do horário dedicado a

estudos;

Sistema de comunicação

Mais comunicação interna;

Há uma excessiva estratificação hierárquica e o constante

tratamento sigiloso para com informações que afetam a vida

profissional do servidor, gerando desconforto generalizado;

Report constante sobre decisões que influenciam o dia a dia;

Transparências das deliberações da Diretoria Colegiada. As

reuniões deveriam ser abertas à participação dos servidores

da Autarquia, já que todos têm o dever de sigilo funcional;

Transparência, compromisso e maior proximidade da direção

com os servidores;

Maior participação dos servidores nas decisões estratégicas

do órgão. Avalio que esta característica, que considero ser de

implementação simples em um órgão de poucos servidores

como a Previc, tenha piorado substancialmente no último ano.

Ambiente físico saudável

Melhoria do ambiente físico de trabalho;

Ambiente físico mais saudável (melhor infraestrutura para o

trabalho, como mobiliário adequado)

Manutenção predial;

Cadeiras ergonômicas e novas para todos servidores;

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Implantação de vestiários para quem pratica esporte possa

deixar suas vestes bem acomodadas;

Ar condicionado;

Melhorar o estacionamento;

Sala de descanso com sofá, televisão, revistas etc;

Restaurante e cantina.

Suporte tecnológico

Internet rápida e melhor estrutura para vídeo conferência;

Acesso à internet;

Melhoria tecnológica.

o Respeito

Valorização do trabalho do indivíduo pela organização

Respeito aos trabalhos produzidos (na maioria das vezes

fazemos o trabalho e ele é esquecido e arquivado na mesa do

superior);

Igualdade de tratamento entre carreira da Previc com as

demais carreiras que não pertencem à Previc.

o Recompensas

Promoção

Os critérios de promoção não são claros, regras e processos

mais transparentes, tais quais ocorrem em outros órgãos da

administração pública, certamente seriam apreciados;

Possibilitar a realização profissional de seus servidores, ter um

sistema de promoção justo;

Envolvimento real dos servidores nos temas de interesse

comum: carreira, metas, avaliações.

o Incentivo ao crescimento profissional

Capacitação

Existe a percepção de que a capacidade dos servidores da

carreira é subavaliada e, ainda assim, de haver pouco

investimento no aprimoramento e treinamento dos servidores;

Curso de idioma;

Treinamento e desenvolvimento individual;

Palestras mensais sobre saúde do servidor;

Que de fato o mapeamento de competências fosse usado na

alocação dos servidores, evitando a atual pessoalidade,

subjetividade e coleguismo dos empregados;

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25

Possibilidade de se desempenhar uma atividade ligada à

formação, experiência profissional e interesse dos servidores.

Não considero razoável a Previc não ter avaliado a escolha da

área de conhecimento no concurso com a alocação interna

dos servidores. Não vejo nenhum trabalho sendo feito nesse

sentido.

Programa de qualidade de vida no trabalho

Implementação de plano de saúde específico à carreira;

Realização de eventos ao ar livre, de saúde e bem-estar,

educação alimentar, meditação, cuidados com a saúde física

e psicológica;

Sistema de prevenção de acidente de trabalho;

Apoio a atividades físicas;

Aliar a ginástica laboral com massagem relaxante;

Ginástica laboral para os Escritórios Regionais.

Parceria com escolas e creches.

o Relacionamento interpessoal

Integração

Eventos para integração das pessoas que trabalham na

Autarquia;

Mais oportunidades de interação dos servidores;

Maior interação entre servidores;

Ações do RH a fim de promover o entrosamento entre os

servidores das Diretorias;

Benefícios culturais (sorteios de ingressos para teatro, cinema,

concertos...);

Ações de solidariedade;

4.2.2. Fatores geradores de bem-estar no trabalho

o Suporte à execução do trabalho

Gestão

Gestão de atividades voltadas ao cumprimento das atividades

finalísticas da Previc, menos interferência/ruído político, que

compromete o senso de finalidade do trabalho desenvolvido;

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26

Adoção de mecanismos para eliminar o lobby externo

prejudicial aos interesses dos participantes;

Boa reputação do órgão, gestão voltada a resultados, prática

alinhada ao discurso, pessoas com caráter nos cargos de

liderança;

Sensação de que o órgão está progredindo em função dos

planos de melhoria e sua implementação.

Liberdade de execução do trabalho

Autonomia no exercício do trabalho;

Liberdade de criação;

Jornada de trabalho

Horário flexível;

Teletrabalho;

Home-office;

Jornada corrida;

Controle por produtividade.

Sistema de comunicação

Transparência, compromisso e maior proximidade da direção

com os servidores;

Transparência;

Comunicação clara e efetiva.

Infraestrutura material

Infraestrutura adequada para o trabalho;

Suporte material;

Estrutura de trabalho;

Livros e material de estudo/apoio.

Suporte tecnológico

O adequado suporte tecnológico, iniciando com acesso à

internet com velocidade adequada e acesso aos bancos de

dados de outros órgãos públicos;

Modernização do aparato tecnológico necessário à realização

do trabalho.

o Respeito

Implantação efetiva de corregedoria na autarquia, que

estimule denúncias pertinentes ao invés de coibir;

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27

Tratamento isonômico entre a carreira da Previc e as demais

não pertencentes.

Respeito ao sistema legal;

Respeito aos horários e rotinas, em geral.

Saber que o trabalho executado foi devidamente valorizado

por aqueles a quem se destina, ou seja, que foi realmente

utilizado.

o Recompensas

Reconhecimento

Reconhecimento profissional;

Reconhecimento dos trabalhos executados;

Sentir-se reconhecido;

Promoção

Definição de critérios claros e justos na promoção de

servidores;

Oportunidades iguais para todos os servidores;

Plano de carreira;

o Incentivo ao crescimento profissional

Capacitação

Definição de critérios claros e justos no regramento para

concessão de auxílios, bolsas de estudo e licenças;

Curso de capacitação para formação de líderes e não apenas

de chefes;

Investimento em qualificação dos servidores;

Participação em eventos externos para se ter uma visão do

resultado do nosso trabalho no mercado;

Incentivo à capacitação com bolsas de estudos e gratificação

por cursos;

Capacitação;

Sentir-se valorizado na organização, principalmente, por meio

da promoção mais objetiva de desenvolvimento profissional

(por exemplo, tendo processo de bolsas com características

menos subjetivas e proporcionar cursos que a Autarquia

necessite do conhecimento e não cursos genéricos);

Trabalhar conforme minha qualificação;

Adoção de concurso interno que possibilite mobilidade dos

servidores entre as áreas e nos escritórios regionais;

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28

Liberdade de escolha de sua lotação, por meio de concurso de

remoção interna.

o Relacionamento interpessoal

Integração

Relacionamento da equipe;

O bom relacionamento entre colegas;

A convivência com alguns colegas;

Integração com os colegas e outras diretorias;

Relacionamento com a direção da autarquia;

Respeito entre chefia e subordinados e entre os pares

Confiança e respeito entre servidores e chefia;

Respeito e ambiente acolhedor;

4.2.3. Fatores geradores de mal-estar no trabalho

o Suporte à execução do trabalho

Gestão

Escolha inadequada dos gestores pela Previc;

Ocupação de cargos por pessoas que não têm a completa

competência técnica;

Colocação de pessoas em cargos de liderança sem as

mínimas condições técnicas ou gerenciais;

D.A.S e F.G. por política e não por competência técnica;

A sensação de captura (rent seeking) dentro da Diretoria

Colegiada não é nada agradável;

Processo de decisão;

Distorção entre a fala e as atitudes dos superiores em todos

os segmentos que tangem a gestão da Previc (muito se falou,

mas nada se concretizou);

A não inserção dos servidores no processo de construção da

Previc é um fator de mal-estar no trabalho, ou seja, as coisas

acontecem de cima para baixo e só tomamos conhecimento

quando estão implementadas. Isso gera um mal-estar terrível.

Abundância de atividades e solicitações precipitadas e inúteis,

levando o servidor a “enxugar gelo”;

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29

Falta de profissionalismo e competência na gestão

operacional, requerendo tarefas urgentes e sem importância,

estabelecendo planos e prazos que raramente são cumpridos

ou cobrados;

As solicitações frequentes de trabalhos de última hora, com

prazo curto para entrega;

Imposição de algumas atividades para pessoas que não são

capacitadas, gerando insegurança, insatisfação e

desmotivação;

Falta de direcionamento, pensamento de curto prazo;

Ausência de direcionamento do órgão e da chefia;

Não ter definições estratégicas organizacionais e setoriais

bem definidas;

Falta de senso de finalidade, de futilidade do trabalho

realizado;

Ineficiência da entidade;

Desorganização da rotina de trabalho;

Influência de entidades e/ou associações, indefinição quanto

à real natureza da Previc (se sistema financeiro nacional ou

agência reguladora);

A falta de percepção de que estamos trabalhando em uma

autarquia séria, que não é blindada pela legislação faz com

que muitas pessoas queiram deixar a Previc;

Interferências políticas em detrimento dos aspectos técnicos;

Aproveitamento do cargo público para vantagens pessoais,

puxa-saquismo e carreirismo exacerbado.

Liberdade de execução do trabalho

Falta de autonomia no trabalho;

Zero liberdade para decisões. Dependência total da chefia,

que impõe seus "entendimentos" e posicionamentos, muitas

vezes contrário a própria legislação. Falta de independência e

autonomia no trabalho, desde o mais simples até o mais

complexo.

Jornada de trabalho

Indefinição de trabalho remoto;

Controles rígidos de horário.

Sistema de comunicação

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A falta de comunicação, transparência;

A falta de envolvimento/comunicação clara e transparente em

relação aos processos e decisões;

A falta de transparência das reuniões e decisões da Diretoria

Colegiada gera grande mal-estar e decepção com a Previc;

Falta de transparência em relação às decisões institucionais,

necessidade de internalização do planejamento estratégico;

Comunicação ruim;

Falta de informação;

Ambiente físico saudável

Ambiente físico com condições mínimas de habitabilidade;

Falta de um espaço físico agradável, saudável e funcional;

Temperatura do ar condicionado;

Falta de estacionamento seguro;

Falta de estrutura.

Infraestrutura material

Infraestrutura ruim;

Suporte tecnológico

Mais qualidade tecnológica;

TI insuficiente;

A falta de software que auxilie diretamente a atividade de

fiscalização;

Falta de estrutura tecnológica e sistemas inteligentes para a

fiscalização.

o Respeito

Valorização do trabalho do indivíduo pela organização

A Previc tem uma estrutura muito rígida e centralizada. É

preciso dar mais espaço para iniciativas individuais e valorizar

os servidores naquilo que eles têm de melhor;

Não valorização dos dirigentes da Previc sobre a unidade que

trabalho;

Falta de valorização do servidor;

o Recompensas

Reconhecimento

Não ser recompensado por minha competência;

Saber que aquele que se esforça para apresentar o melhor

trabalho possível tem o mesmo "reconhecimento" daqueles

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31

que fazem apenas o básico, cumprindo as tarefas, mas, sem

agregar mais nada;

Subestimar o seu potencial;

Promoção

Falta de regras justas e igualitárias.

o Incentivo ao crescimento profissional

Capacitação

Falta de treinamento formal para completar as competências

necessárias para o exercício da função (a começar pelas

chefias em gestão e liderança);

A impossibilidade de trabalhar em outras áreas da Autarquia.

o Relacionamento interpessoal

Integração

Interagir com outras pessoas, sejam colegas, chefes, clientes,

fornecedores, resulta muitas vezes em conflitos e problemas,

que aumentam ou pioram os quadros de estresse;

Falta de entrosamento dos setores;

Equipe desentrosada, pessoas insatisfeitas e não

comprometidas;

Não coleguismo.

Respeito entre chefia e subordinado e entre os pares

Desrespeito com o servidor;

Falta de respeito da chefia com o subordinado e entre os

colegas;

Assédio moral em algumas áreas;

Violação da ética e da moral, assédio moral, falta de caráter;

Assédio moral;

Chefia autoritária;

Controle, rigidez, incoerências, discursos descolados da

realidade;

Deslealdade;

Sentir-se injustiçado;

Indiferença e exclusão;

A fofoca é sem dúvida o fator desestimulante para seguir

adiante.

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32

5. CONCLUSÕES

A qualidade de vida no trabalho da Previc está comprometida. A conclusão

decorre das análises feitas a partir das percepções dos participantes da pesquisa,

servidores e colaboradores da autarquia, por meio de técnicas de coleta de

informações utilizadas para realizar o diagnóstico de QVT.

A convergência dos resultados pode ser observada pela coerência existente

entre os resultados da análise quantitativa/estatística e os resultados da análise

qualitativa dos conteúdos das frases e palavras que estão relacionadas ao mal-estar

no trabalho, bem como as sugestões dos respondentes para a qualidade de vida no

trabalho e o que provoca bem-estar para eles na organização.

A complementaridade das abordagens qualitativa e quantitativa deram

sustentação ao diagnóstico e, de formas congruente, os participantes chegaram à

mesma conclusão.

O suporte organizacional para a execução do trabalho compromete o

desempenho das atividades. Como principais problemas aparecem o suporte da área

de Tecnologia da Informação, que não tem atendido às necessidades das demais

áreas e precisa ser aprimorado, pois o diagnóstico evidenciou que há pouco suporte

tecnológico para o desempenho do trabalho da organização.

A gestão da Previc foi bastante criticada pelos respondentes, pela forma de os

dirigentes da autarquia gerir o trabalho da instituição, pois o diagnóstico evidenciou a

presença de uma gestão caracterizada por ser centralizadora e autoritária. Outro

problema identificado pelos respondentes é a ausência de uma gestão por

competência e a existência de um sistema de promoção pouco justo.

O sistema de recompensas na Previc é uma dimensão que está muito

comprometida em relação à qualidade de vida no trabalho, pois as recompensas pela

competência no trabalho, o reconhecimento dos bons servidores e dos servidores

leais e o sistema de promoção são reconhecidos como negativos pelos membros

componentes da organização. Um sistema de recompensas inadequado é o grande

cerne de insatisfação dos respondentes.

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33

O diagnóstico mostrou, ainda, que o sistema de comunicação da Previc é pouco

claro, com falta de transparência e comunicação ruim entre a alta gestão da Previc e

as áreas da instituição, demonstrando a inadequação da comunicação institucional,

bem como apresentou comunicação inadequada entre as chefias e os técnicos, além

de evidenciar os problemas relativos ao respeito profissional na autarquia, pois o

trabalho dos servidores é pouco valorizado pelos seus gestores e a instituição investe

pouco para que os servidores não saiam dela e reconhece pouco o trabalho deles.

O respeito profissional das pessoas que atuam na autarquia tem uma

representação social de desvalorização dos servidores e do trabalho por eles

executado na Previc. Os participantes consideram que há pouco investimento da

organização no desenvolvimento profissional deles. Os problemas relacionados ao

Plano de Carreira geram uma perspectiva negativa de futuro, a falta de perspectiva

profissional, são questões que provocam a diminuição da motivação e a percepção

de injustiça.

Outro ponto levantado pelo diagnóstico foi a falta de incentivo ao crescimento

profissional, pois mostrou que há um déficit de ações de capacitação. O incentivo ao

crescimento revelou-se como sendo desfavorável na Previc. É proeminente a não

realização profissional dos seus servidores. Questões relativas à gestão e à liderança

também estão atreladas à desfavorabilidade em relação ao crescimento profissional

na autarquia.

Os participantes da pesquisa consideram que muitos gestores não estão

preparados nem técnica nem politicamente para ocupar cargos de chefia. A falta de

competência e a necessidade de capacitação dos gestores é a grande ênfase no

conteúdo qualitativo dos respondentes.

Além disso, apontou que a implementação da mobilidade profissional é um

estímulo aos respondentes, mas que ainda não foi efetivada na organização.

Dos problemas relacionados ao suporte à execução do trabalho, surgiram com

muita ênfase a gestão inadequada do trabalho e das pessoas, os critérios de

promoção que não são por competência, a comunicação ruim entre áreas, chefes e

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subordinados, a falta de autonomia no trabalho, a falta de suporte tecnológico e a

ausência do teletrabalho.

Além disso, o diagnóstico também apresentou que os servidores da Previc têm

pouco orgulho de trabalhar nela e que as relações entre os colegas e as chefias, bem

como os pares, são pouco agradáveis.

A pesquisa apresentou que há um grave problema de relacionamentos

interpessoais na autarquia, com a falta de entrosamento entre áreas e pessoas, pois

mostrou que tem um sério problema de falta de respeito entre chefia e subordinados

e entre os pares, com a existência de assédio moral.

O relacionamento interpessoal se revelou com problemas que merecem muita

atenção e muitos cuidados, pois agravam o clima de trabalho, tornando-o ruim e tenso,

com o desenvolvimento de uma cultura organizacional rígida, que admite o assédio

moral como tratamento entre as pessoas, bem como a predileção e o favorecimento

de alguns servidores em detrimento a outros. A forma de tratamento de algumas

chefias com seus subordinados é a ênfase desta dimensão.

A falta de material - equipamentos, mesas e cadeiras etc; o ambiente físico não

saudável, com problemas que comprometem a saúde física das pessoas, como a

temperatura do ar condicionado, a falta de restaurante e lanchonete e de uma sala de

descanso nas dependências da Previc.

Diante dos resultados negativos do diagnóstico, considera-se que é viável

reverter este quadro precário de qualidade de vida no trabalho da Previc. Para tanto,

é preciso o apoio da alta gestão da autarquia, com esforços para fazer com que seus

servidores tenham orgulho de pertencer a esta instituição.

Os resultados quantitativos e qualitativos do diagnóstico realizado evidenciam

a urgente necessidade de se formular a Política e o Programa de Qualidade de Vida

no âmbito da Previc. Após elaboração de ambos, por meio de uma construção coletiva

e participativa, é preciso divulgá-los amplamente na instituição, bem como planejar,

orientar, supervisionar, monitorar e avaliar a realização das ações de qualidade de

vida definidas em sua Política de QVT e em seu Programa.

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Além disso, a partir dos resultados, pode-se inferir que os servidores e

colaboradores da Previc que participaram do diagnóstico apresentaram fortes

indicadores de mal-estar no trabalho. Por isso, é de extrema importância desenvolver,

supervisionar e monitorar ações de promoção à saúde, prevenção de doenças e

melhoria da qualidade de vida dos servidores da PREVIC.

A organização precisa investir mais em ações, pesquisas e estudos para

melhoria da saúde e qualidade de vida dos servidores. A instituição precisa cuidar

melhor dos seus profissionais e priorizar o bem-estar deles na organização. Para isso,

uma das estratégias é o desenvolvimento da Política e do Programa de QVT, que são

de responsabilidade da área de Gestão de Pessoas, mas todas as áreas da autarquia

precisam se engajar nas ações de QVT para se atingir o sucesso de sua

implementação na Previc.

A Política de Qualidade de Vida e Bem-Estar no Trabalho compreende um

conjunto de ações com vistas ao alcance de um contexto de trabalho no qual as

condições, a organização e as relações sociais contribuam para a prevalência do bem-

estar dos profissionais na instituição.

A Política precisa conter diretrizes fundamentais como:

Adotar programa de qualidade de vida e bem-estar no trabalho que

privilegia a responsabilidade de todos, com ênfase nas relações de

reciprocidade entre servidor e organização;

Assegurar recursos para o custeio dos programas de qualidade de vida

e bem-estar no trabalho, oferecidos pela Previc;

Criar linhas alternativas de benefícios para permitir que os servidores

possam optar pela adesão aos programas que melhor atendam às suas

demandas e expectativas, referentes à assistência e promoção da saúde

e melhoria da qualidade de vida;

Desenvolver ações e programas baseados no diagnóstico prévio das

condições de trabalho, suporte, satisfação e motivação dos servidores;

Estabelecer programas que orientem os servidores em vias de se

aposentar, bem como identificar as variáveis que motivam ou

determinam os demais desligamentos;

Firmar parcerias institucionais para o desenvolvimento de ações de

qualidade de vida e bem-estar no trabalho;

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Monitorar a incidência de doenças e a prevenção de riscos à saúde e à

segurança de servidores, com apoio de pesquisas, ações de controle

médico e de assistência psicossocial, assim como ações de engenharia

de segurança do trabalho no âmbito dos riscos físico-ambientais;

Priorizar programas que viabilizem a realização de exames médicos

periódicos e que permitam atender necessidades que não constam nos

protocolos usuais de práticas de valorização de pessoas; e

Propiciar a adoção de práticas que permitam prevenir riscos à saúde

física e mental das pessoas.

Portanto, sugere-se algumas propostas de ações para a Previc, construídas

a partir do diagnóstico realizado com base na percepção dos servidores e

colaboradores e das observações e análises das pesquisadoras:

Definir estratégias, estruturar e implantar programa de comunicação

interna entre os dirigentes da Previc e as áreas técnicas, que privilegie

a transmissão de informação de forma transparente, com atenção ao

processo relacional e à geração de um espaço de diálogo mais próximo

entre chefias e subordinados;

Definir perfis ocupacionais para as posições de D.A.S, a partir dos

requisitos de formação acadêmica, experiência e competências

requeridas aos postos de trabalho, de forma a priorizar a ocupação de

cargos comissionados, por competência, e a assegurar a meritocracia;

• Elaborar e implantar o Programa de Desenvolvimento Gerencial

da Previc, a partir da identificação de competências gerenciais

requeridas pela organização;

Elaborar e implantar o Programa Previc contra Assédio Moral, com

ações de sensibilização dos gestores para combater o assédio moral na

autarquia, bem como a criação de canais de suporte aos servidores para

tratar deste tema e também desenvolver materiais informativos sobre

este assunto, divulgando-os amplamente na organização;

Regulamentar horário ou turno flexível, por meio da implementação do

teletrabalho, de modo a conciliar as necessidades do servidor, do serviço

e o interesse público; e

Regulamentar a política de mobilidade, de maneira a permitir que os

servidores exerçam suas atividades em outras áreas da instituição e

também nos Escritórios Regionais da Previc.

O trabalho é um dos principais pilares de construção da vida social, de

reconhecimento social e familiar e de estabelecimento da identidade das pessoas.

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O trabalho deve ser uma realização pessoal e profissional, não deve ser

sofrimento, deve ser gerador de saúde e bem-estar. Por isso, a Previc precisa assumir

o compromisso de assegurar um ambiente de trabalho positivo e saudável aos seus

profissionais.

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AUTORIA

Camila Pinheiro Pozzer –Psicóloga, Técnica em Assuntos Educacionais, Mestre em Saúde Pública e Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho, com seis anos de experiência no setor público, exercendo suas atividades na área de gestão de pessoas, com passagem pela Fundação Nacional de Saúde e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, atualmente trabalha na Superintendência Nacional de Previdência Complementar –Previc.

Endereço eletrônico: [email protected]

Telefone: (61) 9928-7604