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 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NO TRAUMA ABDOMINAL  IMAGING IN ABDOMINAL TRAUMA Fabiano R. Lucchesi 1 ; Claudio B. Laguna 1 ; Carlos R. Monteiro 2 ; Cecília H. M. A. Prado 2  & Jorge Elias Jr 3 1 Médicos Residentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 2 Médicos Assistentes do Serviço de Radiologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. 3 Docente do Centro de Ciências das Imagens e Física Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. CORRESPONDÊNCIA : Prof. Dr Jorge Elias Júnior – Av. Bandeirantes, 3900 – HCFMRP-USP – Campus Universitário, CEP: 14048-900 – Ribeirão Preto – São Paulo. E-mail: [email protected] .br LUCCHESI  FR; LAGUNA  CB; MONTEIRO  CR; PRADO  CHMA & ELIAS Jr  J. Diagnó stic o po r imagem no trauma abdominal. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 401-418, out./dez. 1999.  RESUMO: A presente revisão objetiva descrever os recentes avanços tecnológicos dos métodos de diagnóstico por imagem e sua atual aplicabilidade no manuseio dos pacientes com trauma abdominal, bem como as principais apresentações pelos métodos de imagem dos diversos órgãos envolvidos. UNITERMOS: Traumatismos Abdominais. Diagnóstico por Imagem. Radiologia. 401 1. INTRODUÇÃO Verifica-se, nos últimos anos, um aumento na incidência dos casos de trauma, nos serviços de emer- gências hospitalares, o que motiva a racionalização e hierarquização do atendimento ao politraumatizado, com formação de equipes especificamente treinadas para a assistência no local do trauma (atendimento pré-hospitalar) bem como nos hospitais de referência, que apresentam ambientes físicos adequadamente projetados e equipados para a otimização do atendi- mento, numa tentativa de promover significativa re- dução da morbidade e mortalidade ligadas ao trauma. Nas últimas décadas, os métodos de diagnóstico por imagem tornaram-se um recurso indispensável no aten- dimento inicial, complementando o exame clínico, e, também, no seguimento evolutivo dos pacientes poli- traumatizados. Abordaremos, resumidamente, as prin- cipais indicações e as contra-indicações dos exames de imagem nos traumas abdominais e suas apresen- tações radiológicas mais comuns. 2. PRINCÍPIOS GERAIS Os ferimentos por arma de fogo resultam em lesão intraperitonial em cerca de 96%, e atingem, prin- cipalmente, o fígado, o intestino delgado e o estôma- go, enquanto o trauma fechado acomete, predominan- temente, o baço, o fígado e o retroperitônio (1) . Tradicionalmente, a avaliação do abdome, no politraumatizado, tem sido feita através do exame fí- sico que, quando indicado, é complementado pelo la- vado peritonial. A técnica do lavado peritonial é sim- ples, com baixa taxa de complicações, custo reduzido, podendo ser realizada em qualquer hospital. Apesar de serem descritas sensibilidade e especificidade aci- ma de 96% para o lavado peritonial, as desvantagens da técnica incluem a baixa especificidade para o sítio do sangramento e a impossibilidade de detecção de lesões diafragmáticas ou retroperitoniais (1/4) . A radiografia simples tem uma indicação limi- tada nos casos de trauma abdominal, podendo, po- rém, ser útil na localização de corpos estranhos, como Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: TRAUMA II  32: 401-418, out./dez. 1999 Capítulo III

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  • DIAGNSTICO POR IMAGEM NO TRAUMA ABDOMINAL

    IMAGING IN ABDOMINAL TRAUMA

    Fabiano R. Lucchesi1; Claudio B. Laguna1; Carlos R. Monteiro2; Ceclia H. M. A. Prado2 & Jorge Elias Jr3

    1Mdicos Residentes do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo. 2MdicosAssistentes do Servio de Radiologia do Hospital das Clnicas de Ribeiro Preto. 3Docente do Centro de Cincias das Imagens e FsicaMdica do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo.CORRESPONDNCIA: Prof. Dr Jorge Elias Jnior Av. Bandeirantes, 3900 HCFMRP-USP Campus Universitrio, CEP: 14048-900 Ribeiro Preto So Paulo. E-mail: [email protected]

    LUCCHESI FR; LAGUNA CB; MONTEIRO CR; PRADO CHMA & ELIAS Jr J. Diagnstico por imagem no traumaabdominal. Medicina, Ribeiro Preto, 32: 401-418, out./dez. 1999.

    RESUMO: A presente reviso objetiva descrever os recentes avanos tecnolgicos dosmtodos de diagnstico por imagem e sua atual aplicabilidade no manuseio dos pacientes comtrauma abdominal, bem como as principais apresentaes pelos mtodos de imagem dosdiversos rgos envolvidos.

    UNITERMOS: Traumatismos Abdominais. Diagnstico por Imagem. Radiologia.

    401

    1. INTRODUOVerifica-se, nos ltimos anos, um aumento na

    incidncia dos casos de trauma, nos servios de emer-gncias hospitalares, o que motiva a racionalizao ehierarquizao do atendimento ao politraumatizado,com formao de equipes especificamente treinadaspara a assistncia no local do trauma (atendimentopr-hospitalar) bem como nos hospitais de referncia,que apresentam ambientes fsicos adequadamenteprojetados e equipados para a otimizao do atendi-mento, numa tentativa de promover significativa re-duo da morbidade e mortalidade ligadas ao trauma.Nas ltimas dcadas, os mtodos de diagnstico porimagem tornaram-se um recurso indispensvel no aten-dimento inicial, complementando o exame clnico, e,tambm, no seguimento evolutivo dos pacientes poli-traumatizados. Abordaremos, resumidamente, as prin-cipais indicaes e as contra-indicaes dos examesde imagem nos traumas abdominais e suas apresen-taes radiolgicas mais comuns.

    2. PRINCPIOS GERAISOs ferimentos por arma de fogo resultam em

    leso intraperitonial em cerca de 96%, e atingem, prin-cipalmente, o fgado, o intestino delgado e o estma-go, enquanto o trauma fechado acomete, predominan-temente, o bao, o fgado e o retroperitnio(1).

    Tradicionalmente, a avaliao do abdome, nopolitraumatizado, tem sido feita atravs do exame f-sico que, quando indicado, complementado pelo la-vado peritonial. A tcnica do lavado peritonial sim-ples, com baixa taxa de complicaes, custo reduzido,podendo ser realizada em qualquer hospital. Apesarde serem descritas sensibilidade e especificidade aci-ma de 96% para o lavado peritonial, as desvantagensda tcnica incluem a baixa especificidade para o stiodo sangramento e a impossibilidade de deteco deleses diafragmticas ou retroperitoniais(1/4).

    A radiografia simples tem uma indicao limi-tada nos casos de trauma abdominal, podendo, po-rm, ser til na localizao de corpos estranhos, como

    Medicina, Ribeiro Preto, Simpsio: TRAUMA II32: 401-418, out./dez. 1999 Captulo III

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    projtil de arma de fogo, e na determinao de fratu-ras. Eventualmente, na dependncia de indicao cl-nica, pode-se realizar urografia excretora simplificada,tambm conhecida como "one shot", no intuito de de-terminar leses renais antes do encaminhamento dopaciente ao centro cirrgico(5).

    A ultra-sonografia vem, de maneira crescente,fazendo parte do algoritmo de atendimento dos paci-entes politraumatizados devido a sua rapidez, ao seucarter porttil e no invasivo, podendo ser repetidosempre que necessrio. Pode, tambm, ser utilizadopara monitorar a evoluo dos pacientes hemodina-micamente estveis. Porm, trata-se de uma tcnicadependente de operador, limitada pelo tecido subcut-neo excessivo, gs no tubo digestivo e enfisema sub-cutneo, aspectos que dificultam a transmisso do fei-xe sonoro(4). A sensibilidade do ultra-som varia, na li-teratura, entre 69 a 99%, enquanto a especificidade,entre 86 e 100 %(6). A sensibilidade isolada para odiagnstico de hemoperitnio descrita to alta quan-to 91 e 94%(4,7). Yoshii et al.(8), em trabalho compre-endendo 1.239 pacientes avaliados num perodo de 15anos, relatam sensibilidade de 94,6%, especificidadede 95,1%, com sensibilidade para o fgado de 92,4%,bao de 90%, rins de 92,2%, pncreas de 71,4% eintestino de 34,7%.

    A tomografia computadorizada possui a vanta-gem de poder avaliar as leses de rgos parenqui-matosos, tanto intra quanto retroperitoniais, bem comoa presena e quantificao de lquido livre na cavida-de abdominal, de leses sseas e de partes moles,porm envolve a remoo do paciente at o departa-mento de radiologia, uso de contraste iodado, customais elevado, necessidade de estabilidade hemodin-mica e cooperao do paciente para o adequado posi-cionamento durante a realizao do exame, apresen-tando dificuldade relativa em detectar leses do tratogastrintestinal. A sensibilidade e especificidade des-critas na literatura, para tomografia computadorizada,situam-se acima dos 97%(1,2,4).

    O protocolo da tomografia computadorizadaconvencional compreende cortes axiais com espessu-ra de 10 mm e incremento de 10 mm, abrangendo-seabdome e pelve, para que no seja subestimada a pre-sena de possvel hemoperitnio, e exige a utilizaode contraste iodado endovenoso, oral e, eventualmen-te, por via retal. O uso do contraste endovenoso obri-gatrio nos casos de trauma, exceto se houver contra-indicaes, como alergia ou insuficincia renal e, paratanto, infundem-se, inicialmente, 50ml de contraste

    iodado a 60% com velocidade de infuso de 2-3ml/s eo restante a 1ml/s. Em crianas, a dose utilizada decontraste de 2ml/kg de peso. O contraste oral iodado1 a 2%, num volume de 500 ml, deve ser iniciado 30minutos antes do exame e 250ml imediatamente doincio do exame, preferencialmente gelado. Quandoem funo da gravidade clnica do paciente no sepuder administrar previamente o contraste, deve-seoferecer 120 a 180 ml imediatamente antes de se ini-ciar o exame para contrastao do estmago e duo-deno. O contraste iodado, numa concentrao de 2 a3 %, por via retal, infundido imediatamente antes doincio do exame, num volume de 150 ml, no intuito demelhor delineamento do intestino grosso(1,9,10,11). Kellyet al. recomendam a realizao da fase no contras-tada para a identificao de hematomas hepticoshiperdensos, que se tornam isodensos na fase con-trastada(12).

    imprescindvel a utilizao de janelas parapartes moles (largura de janela estreita) e pulmonar(largura de janela ampla), para que seja possvel adeteco de leses parenquimatosas, de lquido livree de pneumoperitnio. A arteriografia teve a sua indi-cao reduzida em funo do surgimento dos demaismtodos diagnsticos menos invasivos(2).

    3. HEMOPERITNIO

    Em funo dos recessos anatmicos e da aoda gravidade, o lquido livre intraperitonial acumula-se, preferencialmente, na pelve, no espao de Morison(espao compreendido entre o fgado e o rim direito,que se comunica, cranialmente, com o espao perie-ptico e, caudalmente, com a goteira parietclica di-reita) (Figura 1), topografia perieptica e periesplni-ca (Figura 2) e ao longo das goteiras parietclicas,mais direita. Assim, obrigatrio que os cortestomogrficos alcancem a pelve nos casos de trauma,e que o espao de Morison seja atentamente avalia-do, pois, em 97% dos casos de lacerao heptica ouesplnica, ocorrer acmulo de lquido nesta regio(13).O tipo de lquido coletado poder ser composto, isola-damente, por sangue, bile, urina, contedo da ala in-testinal lesada, lquido de lavado peritonial ou, ainda,associao dos mesmos.

    O ultra-som claramente demonstra o acmulode lquido com uma coleo anecica, localizada, pre-ferencialmente, nos recessos peritoniais supracita-dos(14).

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    Figura 2 Tomografia computadorizada, apresentando lquido periesplnico (1) e perieptico (2) em paciente com trauma heptico(no mostrado no corte tomogrfico).

    Figura 1 - Ultra-som, mostrando lquido (sangue) coletado no espao de Morison (seta) em paciente com trauma esplnico, vistocomo coleo anecica.

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    O aspecto do hemoperitnio, na tomografia com-putadorizada, depender do momento em que o exa-me realizado, pois o coeficiente de atenuao dosangue sofre alteraes conforme os estgios de de-gradao da hemoglobina. O sangue fresco extrava-sado apresenta coeficiente de atenuao entre 35 e45 unidades Hounsfield (UH), prximo ao sanguecirculante, porm menor que os tecidos abdominaisrealados, aps utilizao de contraste endovenosoiodado, aparecendo, portanto, hipodenso.O sanguecoagulado em funo da retrao do cogulo e da se-parao do plasma, apresenta um coeficiente de ate-nuao mais elevado em torno de 60 a 80 UH, even-tualmente chegando at 100 UH, tornando-se portan-to mais denso. Com a lise do cogulo, acelerada pelosmovimentos respiratrios e pelo peristaltismo intesti-nal, ocorre uma reduo no contedo protico, comresultante diminuio do coeficiente de atenuao, tor-nando-se o lquido cada vez mais hipodenso, at apro-ximar-se do valor da gua(1). De acordo com Federle& Jeffrey Jr, o hemoperitnio com menos de 48 horassempre apresenta coeficiente de atenuao acima de30 UH(9,13). O coeficiente de atenuao afetado poruma srie de outros fatores alm dos descritos anteri-ormente e um exemplo o nvel do hematcrito nopaciente anmico, onde ocoeficiente ser, conseqen-temente, menor, e outroexemplo a largura da ja-nela utilizada para visibiliza-o da imagem, uma vezque as janelas utilizadas parapartes moles abdominais(entre 250 e 500 UH) noso to estreitas como as decrnio, promovendo, assim,uma diminuio do contras-te entre tecidos de densida-des similares.

    So descritos doisoutros sinais tomogrficosno hemoperitnio: sinal docogulo sentinela ("sentinelclot sign")(11) e o efeito he-matcrito(1). O primeiro re-fere-se presena de umarea mais densa em um lo-cal especfico intra-abdomi-nal, podendo corresponder aostio de hemorragia inicial

    (hematoma), sendo til na identificao do local dosangramento. O efeito hematcrito decorre da sepa-rao do plasma pela retrao do cogulo, posicio-nando-se superiormente ao mesmo.

    4. TRAUMA HEPTICOO trauma heptico pode resultar em hemato-

    mas intraparenquimatosos, subcapsulares, lacerao,contuso, leso vascular ou das vias biliares. O localmais freqente de leso o lobo direito, principalmen-te nos segmentos posteriores.

    O hematoma subcapsular, caracteristicamente,assume um formato semilunar, cncavo-convexo,exercendo efeito de massa sobre o parnquima sub-jacente, localizado, geralmente, anterolateralmente aolobo direito (Figura 3). A lacerao apresenta-se comoimagem hipodensa, linear ou ramificada, acompanhan-do os vasos portais e na periferia do rgo(1,9,10,11)(Figura 4 a 6). Mirvis et al.(15) graduaram a leso he-ptica em cinco graus atravs dos achados tomogr-ficos (Tabela I). Segue, em adendo anexo, a classifi-cao da "Organ Injury Scale" (OIS), que a maisseguida atualmente , por representar o Colgio Ame-ricano de Cirurgies(16,17).

    Figura 3 - Tomografia computadorizada, apresentando coleo perieptica (seta) devido alacerao por trauma..

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    Figura 4 - Tomografia computadorizada, apresentando lacerao heptica, vista comohipodensidade.

    Figura 5 - Laceraes hepticas superficiais, vistas na tomografia computadorizada.

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    Figura 6 - Extensa leso heptica com destruio lobar do parnquima, vista na tomografia computadorizada.

    Tabela I - Classificao tomogrfica do traumaheptico

    Grau 1 avulso capsular, laceraes super-ficiais < 1cm de profundidade, hematomasubcapsular com espessura mxima < 1cm.

    Grau 2 Lacerao com profundidade entre 1 a3cm, hematoma central ou subcapsular comdimetro entre 1 a 3cm.

    Grau 3 Lacerao com profundidade > 3cm,hematoma central ou subcapsular com dimetro >3cm.

    Grau 4 Hematoma central ou subcapsular comdimetro > 10cm, destruio lobar do parnquima(macerao) ou desvascularizao.

    Grau 5 Destruio bilobar do parnquima oudesvascularizao.

    Tabela II - Causas de erros diagnsticos no traumaheptico, na tomografia computadorizada

    Falso Negativo Falso Positivo

    Trauma em fgadocom esteatose

    Nvel areo dentro doestmago ou presena desonda nasogstrica,promovendo artefato.Artefato de endurecimentodo feixe.

    A tomografia tambm pode ser til no segui-mento da resoluo das leses decorrentes do traumaheptico. Deve ser ressaltado que, durante a resolu-o do hematoma, a rea lesada pode parecer maishipodensa, com maiores dimenses em funo de efei-to osmtico e de limites mais regulares. As principaiscausas de erros diagnsticos na tomografia computa-dorizada esto listados na Tabela II.

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    Figura 7 - Lacerao heptica, apresentando-se como faixa hipoecica pelo ultra-som (seta).

    localizao pericapsular apresenta um contorno irre-gular (Figura 10); eventualmente, a individualizaoda cpsula esplnica ajuda na localizao do sangra-mento(14,20).

    Mirvis et al.(21) tambm graduaram a injriaesplnica em quatro graus atravs dos achados tomo-grficos (Tabela IV). Na fase no contrastada da to-mografia computadorizada, o hematoma intraesplnico visibilizado como rea isodensa ou discretamentehiperdensa em relao ao parnquima esplnico ehipodensa na fase contrastada (Figuras 11 e 12). Nacontuso, a rea hipodensa tem limites mal definidos,enquanto, na lacerao, a rea focal hipodensa linear ou ramificada(1,9,10,11).

    Na avaliao ultra-sonogrfica, o sangramentoagudo aparece ecognico, tornando-se hipoecico naprimeira semana e resolvendo-se, geralmente, em cer-ca de duas a trs semanas(14,18,19) (Figura 7).

    5. TRAUMA ESPLNICOAtualmente, as equipes cirrgicas vem, progres-

    sivamente, adotando uma conduta mais conservado-ra, na tentativa de preservao do parnquima espl-nico, uma vez que h uma maior chance de infeconaqueles pacientes esplenectomizados. Entretanto , noh uma boa correlao entre os achados dos mtodosde imagem e prognstico do manuseio conservadordo paciente, necessitando a teraputica ser estabele-cida com base em critrios clnicos, hemodinmicos,em associao com os achados dos mtodos de ima-gem. As principais causas de diagnstico errneos solistadas na Tabela III.

    No exame de ultra-som realizado na sala deurgncia, o sangue apresenta-se hiper ou hipoecico,identificando-se o parnquima esplnico com ecotex-tura heterognea (Figuras 8 e 9 b). possvel que osangue se apresente isoecognico em relao ao pa-rnquima adjacente, dificultando o diagnstico, dandoa impresso de uma esplenomegalia. O sangue, quan-do coletado em topografia subcapsular, tem uma for-ma cncava convexa, (Figura 9a) enquanto o de

    Tabela III - Causas de erro na anlise tomogrficado trauma esplnico1. Artefato de movimento, simulando hematoma

    subcapsular.2. Efeito de volume parcial.3. Lobulao esplnica, principalmente no lobo

    superior.4. Infarto esplnico prvio.5. Lquido periesplnico devido a ascite ou lavado

    peritonial.6. Gordura entre o bao e alas intestinais no

    contrastadas.

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    Figura 9a - Leso esplnica com hematoma subcapsular (setas), vista no ultra-som.

    Figura 8 - Rotura esplnica com imagem anecica central, vista na ultra-sonografia.

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    Figura 10 - Leso esplnica com hematoma periesplnico no restrito pela cpsula (seta), vista no ultra-som.

    Figura 9b - Leso esplnica heterognea, vista no ultra-som, indicando hematoma na fase aguda do trauma.

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    visibilizada como uma rea focal e irregular do parn-quima, sem realce na fase contrastada, associada aaumento localizado ou difuso do rim, enquanto, nasfases tardias, podem existir imagens focais hiperden-sas dentro do parnquima, representando urina extra-vasada com contraste concentrado. J a lacerao apa-rece como rea linear, irregular, hipodensa dentro doparnquima renal, havendo extravasamento de urinana presena de comprometimento do sistema coletor.O hematoma subcapsular apresenta aspecto lentifor-me, hipodenso, comprimindo o parnquima subjacen-te. As imagens de falha de enchimento dentro do sis-tema coletor podem representar cogulos. O compro-metimento dos vasos renais, seja por ruptura ou portrombose, manifesta-se atravs de rins com dimen-ses reduzidas e sem efeito nefrogrfico (Figuras 13a 16). Nos casos de avulso da pelve renal ou ureter,nota-se rim com funo conservada associado a grandeextravasamento de urina e ausncia de contraste noureter distal(1,9,10,11).

    Mirvis, atravs dos achados tomogrficos,classificou o trauma renal em quatro graus(23) (Ta-bela V).

    Tabela IV - Classificao tomogrfica do traumaesplnico

    Grau 1 - avulso capsular, lacerao superficial ehematoma subcapsular com espessura < 1cm.

    Grau 2 - lacerao mais profunda (1 a 3 cm deprofundidade) ou central e hematoma capsular 3cm.

    Grau 4 - fragmentao ou desvascularizaoesplnica.

    6. TRAUMA RENAL

    A avaliao pelo ultra-som menos vantajosaque pela tomografia devido localizao retroperitonialdo rgo, limitando a visibilizao dos achados. Oshematomas podem apresentar-se com textura hipo,hiperecica ou heterognea, sendo que as coleesperirrenais tambm devem ser pesquisadas(22).

    Na tomografia computadorizada, a contuso

    Figura 11 - Leso esplnica grau III com rea central hipodensa extensa (seta), vista na tomografia computadorizada.

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    Figura 12- Leso esplnica difusa com fragmentao, vista na tomografia computadorizada, com contraste endovenoso,

    Figura 13 - Captao assimtrica de contraste renal, mostrada pela tomografia computadorizada, com hipodensidade, estendendo-se at a pelve renal. Leso renal grau II.

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    Figura 14 - Lacerao renal extensa (setas), com hematoma perirrenal, visualizada atravs da tomografia computadorizada.

    Figura 15 - Extensa coleo perirrenal, no sendo visualizado o rim esquerdo.

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    adequadamente a bexiga, veri-ficando-se qualquer extravasa-mento de contraste. A ultra-so-nografia demonstra a presenade material ecognico no inte-rior da bexiga (cogulos), bemcomo lquido livre intraperitonialou coletado no espao extra-peritonial (Figura 17). O extra-vasamento de contraste intra-peritonial coleta-se nos recessosplvicos, goteiras parietoclicas,espao entre alas intestinais, e,quando em topografia extra-peritonial, o contraste extrava-zado localiza-se ao redor da basevesical, parede abdominal ante-rior (espao de Retzius), escro-to, perneo e rea perirretal, nosofrendo alterao com a mu-dana de decbito do paciente(Figura 18). Eventualmente,pode-se associar tomografiacomputadorizada a qual poderauxiliar na avaliao de peque-nos extravasamentos(1,10,11).

    8. TRAUMA PANCRETICO raro como leso isolada, sendo, geralmente,

    diagnosticado na laparotomia ou em exames de con-trole. A taxa de falsos negativos elevada. Os acha-dos tomogrficos compreendem lacerao, edemafocal ou difuso, hemorragia intra ou peripancretica,lquido retroperitonial, espessamento da fascia renal,edema peripancretico e edema envolvendo o meso-clon transverso(9,10,11). A Tabela VI descreve a clas-sificao tomogrfica do trauma pancretico(1).

    9. TRAUMA DE VSCERA OCAComparativamente s leses de outros rgos,

    nos traumas abdominais fechados, as leses dasvsceras ocas apresentam uma menor incidncia re-lativa, sendo mais freqentes no intestino delgado, se-guindo-se no intestino grosso e estmago.

    As laceraes do intestino delgado apresentam-se como peritonite, nas horas subseqentes ao trau-ma, sendo os locais mais comuns o ngulo de Treitz ea vlvula leo-cecal, enquanto, no duodeno, compro-metem-se a segunda e terceira pores. A falta de

    Figura 16 - A arteriografia da leso apresentada na figura 15, demonstra ausncia decontrastao do hilo renal esquerdo.

    7. TRAUMA VESICAL

    A maioria das leses de bexiga so de localiza-o extraperitonial, freqentemente relacionadas a fra-tura da pelve. O exame radiolgico de escolha auretrocistografia injetora, devendo-se distender-se

    Tabela V - Classificao tomogrfica do traumarenal

    Grau 1 Discreta contuso renal, laceraosuperficial, pequenos hematomas subcapsularesou perinefrticos.

    Grau 2 Lacerao mais profunda, estendendo-se para o sistema coletor com extravasamentolimitado de urina extra-renal ou hematomaperinefrtico, de moderada a grande dimenso.

    Grau 3 Fragmentao renal, comprometimentoda vasculatura, grande extravasamento de urina egrande hematoma rapidamente progressivo.

    Grau 4 Avulso ou ruptura da pelve renal ouureter com o rim intacto.

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    Figura 18 - Ultra-som apresentando rotura vesical com demonstrao de hematoma perivesical.

    Figura 17 - Rotura vesical com extravasamento de contraste, mostrada pelauretrocistografia.

    especificidade e a demora no surgi-mento dos sinais, ao exame fsico, di-ficultam o diagnstico da leso intes-tinal. A demora no diagnstico e nacorreo da leso intestinal aumen-ta a mortalidade de 05 para 65%(9).O clon transverso o segmentomais atingido no intestino grosso,podendo as leses serem do tipo con-tuso, lacerao ou transeco.

    A radiologia convencionalmostra pneumo ou retropneumope-ritnio (Figuras 19 e 20), lquido ab-dominal, escoliose ou apagamento docontorno do msculo psoas, presen-tes em menos de 50% dos casos(24).Os hematomas intramurais so de-tectados como espessamento difu-so da prega ou como massas hiper-densas (60 a 80 UH) que provocamreduo do calibre ou obstruo dolmen(1).

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  • Diagnstico por imagem no trauma abdominal

    415

    O trauma fechado raramente causa leso gs-trica em funo da sua mobilidade, podendo ocorrerlacerao da mucosa ou perfurao transmural, apre-sentando-se como hematoma intramural , extra-sero-sa ou extravasamento de contraste oral ou ar(1).

    Os principais achados diagnsticos do traumade vscera oca, na tomografia computadorizada, es-to sumarizados na Tabela VII.

    10. TRAUMA DIAFRAGMTICOOcorre mais freqentemente em traumas fe-

    chados, variando entre 3 e 5% dos traumas abdomi-

    Tabela VI - Classificao tomogrfica do traumapancretico

    Grau 1 - contuso, lacerao com ducto intacto. Grau 2 - lacerao severa ou transeco do corpo

    e cauda com provvel leso do ducto pancretico.

    Grau 3 - transeco, hematoma , leso da cabeapancretica e do ducto.

    Grau 4 - grau 3 associado a ruptura duodenal.

    Figura 19 - Retropneumoperitnio ps trauma, visto emradiografia simples do abdome.Observe as linhas hiper-transparentes, delineando as estruturas retroperitoniais (se-tas).

    Figura 20 - Retropneumoperitnio evidenciado pela tomografia computadorizada (setas), delineando regio pararrenal anterior.

    rim

    psoas

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  • 416

    FR Lucchesi; CB Laguna; CR Monteiro; CHMA Prado & J Elias Jr

    nais que necessitam de laparotomia e 0,8 a 1,6% dostraumas torcicos importantes, com predomnio do ladoesquerdo. Os achados radiolgicos podem estar au-sentes em at 50% dos casos na fase inicial e incluemelevao ou irregularidade focal do contorno do dia-fragma, ar ou massa acima do diafragma aparente (Fi-guras 21 e 22), desvio do mediastino contra-lateral-mente, derrame pleural ou atelectasia. Deve-se pres-tar ateno s patologias que interferem no diagnsti-co da ruptura diafragmtica, como atelectasia, derra-me pleural, contuso pulmonar, paralisia do nervofrnico, derrame subpulmonar, hrnia paraesofgica.A tomografia computadorizada pode visualizar gordu-ra ou vscera abdominal pstero-lateralmente ao dia-fragma e confirmar defeito do seu contorno, sendoteis as imagens em reconstruo coronal e sagital(1,25).

    Tabela VII. Sinais tomogrficos de leso intestinaltraumtica

    Hematoma mesentrico ou intestinal# .

    Lquido livre intraperitonial sem causa visceralconhecida# .

    Pneumoperitnio e/ou retroperitnio* . Lquido retroperitonial no hemorrgico de origem

    desconhecida* .

    Espessamento da parede intestinal > 3mm.

    Padro obstrutivo agudo. Interrupo do lmen com ou sem extravasamento

    de contraste.# indicadores sensveis, porm inespecficos. indicadores pouco sensveis, mas especficos.

    Figura 21 - Rx do trax em AP. Grande opacidade comnvel lquido ocupando o hemitrax esquerdo.

    Figura 22 - Rx do trax em AP. A injeo de contraste porsonda nasogstrica demonstra que, na opacidade, trata-sedo estmago herniado atravs de lacerao do diafragma.

    LUCCHESI FR; LAGUNA CB; MONTEIRO CR; PRADO CHMA & ELIAS Jr J. Imaging in abdominal trauma. Medi-cina, Ribeiro Preto, 32: 401-418, oct./dec. 1999.

    ABSTRACT: In this update review, we describe recents improvements of diagnostic imagingand their role in practical assistance of abdominal trauma. We also analyze abdominal injury aswell as its main radiological features .

    UNITERMS: Abdominal Injuries. Diagnostic Imaging. Radiology.

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  • Diagnstico por imagem no trauma abdominal

    417

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    24 - RIZZO MJ; FEDERLE MP & GRIFFITHS BG. Bowel and me-senteric injury following blunt abdominal trauma: Evaluationwith CT. Radiology 173: 143-148, 1989.

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    Recebido para publicao em 08/12/1999

    Aprovado para publicao em 19/01/2000

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  • 418

    FR Lucchesi; CB Laguna; CR Monteiro; CHMA Prado & J Elias Jr

    ESPLNICA

    Grau 1 Hematoma: subcapsular, rea de superf-cie < 10%Lacerao: ruptura capsular com profundidade noparnquima < 1cm

    Grau 2 Hematoma : subcapsular, rea de superf-cie entre 10 e 50%, dimetro < 5cmLacerao : profundidade do parnquima entre 1 3cm,sem envolvimento de vasos parenquimatosos

    Grau 3 Hematoma : subcapsular, rea de superf-cie > 50% ou progressivo. Hematoma intraparen-quimatoso > 5cm.Lacerao: Profundidade > 3cm ou envolvendo vasos

    Grau 4 Lacerao de vasos hilares ou segmenta-res com desvascularizao > 25% do bao

    Grau 5 fratura esplnica, leso vascular hilar

    RENAL

    Grau 1 Contuso : hematria com examesurolgicos normaisHematoma: subcapsular, no expansivo sem laceraodo parnquima

    Grau 2 Hematoma : perirrenal no expansivo, li-mitado ao retroperitnioLacerao: profundidade no parnquima < 1cm, semextravasamento de urina

    Grau 3 - Lacerao : profundidade no parnquima> 1cm, sem extravasamento de urina

    ANEXO I

    Escala de Leso de rgos da Associao Americanade Cirurgia do Trauma

    Grau 4 Lacerao: estendendo se pela crtexrenal, medula e sistema coletor. Leso da artriaou veia renal com hemorragia contida

    Grau 5 lacerao: fratura renal, avulso do hilorenal com desvascularizao do rgo

    HEPTICA

    Grau 1 Hematoma : subcapsular, rea de superf-cie < 10 %Lacerao: ruptura capsular, profundidade noparnquima < 1 cm

    Grau 2 Hematoma : subcapsular, rea de superf-cie parenquimatosa entre 10 e 50%, dimetro < 10cmLacerao: profundidade no parnquima de 1 a 3 cm,comprimento < 10 cm

    Grau 3 Hematoma : subcapsular, rea de superf-cie > 50% ou expansivo.Hematoma parenquimatoso ou subcapsular roto. He-matoma intra parenquimatoso > 10 cm ou expansivoLacerao : profundidade > 3 cm

    Grau 4 Lacerao : ruptura do parnquima envol-vendo 25 a 75 % do lobo heptico ou um a trssegmentos de Coinaud no mesmo lobo

    Grau 5 Lacerao: ruptura do parnquima envol-vendo > 75 % ou > 3 segmentos de Coinaud nomesmo lobo. Leso das veias hepticas ou da veiacava inferior

    Grau 6 Avulso heptica