diagnóstico de conservação - museu do motor
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Trabalho para a disciplina de Conservação e Preservação de Bens Culturais da UFRGS, sobre Diagnóstico de Conservação do Museu do Motor da cidade de Porto Alegre, RSTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUÇÃO EM MUSEOLOGIA
DÉBORA COSTA MAJEWSKI
GISELA TEXEIRA DE AGUIAR
PATRÍCIA GABRIELA MACHADO BARBOSA
SILVANA FERNANDES DE FRAGA
DIAGNÓSTICO DE CONSERVAÇÃO
Trabalho realizado como requisito para obtenção de conceito final da disciplina de Conservação e Preservação de Bens Culturais, da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ministrada pela professora Dra. Jeniffer Alves Cuty
PORTO ALEGRE
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................3
1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO ..............................................................................5
1.1.1 Histórico ............................................................................................................5 1.2 Acervo ...................................................................................................................7
2 DIAGNÓSTICO DE CONSERVAÇÃO.....................................................................9
2.1 Ambiente organizacional .......................................................................................9
2.1.1Documentação ..................................................................................................12
2.1.2 Organização/Equipe .........................................................................................13
2.2 Ambiente Físico ...................................................................................................15
2.2.1 Macro ambiente ................................................................................................16
2.2.2 Médio ambiente ................................................................................................22
2.2.3 Micro ambiente ................................................................................................ 30
3 VALORAÇÃO DO ACERVO ..................................................................................33
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................38
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41
ANEXOS .................................................................................................................. 43
Anexo 1 – Estatuto do Museu .................................................................................. 44
Anexo 2 – Registro Nacional do Museu ................................................................... 47
Anexo 3 – Registro Regional do Museu ....................................................................48
Anexo 4 – Livro tombo .............................................................................................. 49
Anexo 5 – Planta baixa do Museu ............................................................................ 55
Anexo 6 – Imagens do Museu do Motor ................................................................... 56
Anexo 7 – E-mail de apresentação para coordenação do Museu ............................59
Anexo 8 – Consulta atribuição valor do acervo com o coordenador docente ...........63
Anexo 9 – Consulta atribuição valor do acervo com o diretor do Museu ..................66
Anexo 10 – Comunicação professora Jeniffer Cuty ..................................................69
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INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo realizar um estudo acadêmico em cumprimento
ao pré-requisito de avaliação da disciplina de conservação e preservação de bens
culturais voltados à Conservação Preventiva de uma instituição.
Neste trabalho, analisaremos o funcionamento do Museu do Motor através de
um mapeamento de seu funcionamento no tocante ao ambiente organizacional e
físico, com vistas à elaboração de um diagnóstico de conservação. Para tanto há
necessidade de conhecermos o meio ambiente do museu em um sentido amplo, do
macro ao micro ambiente, além de considerar todos os seus aspectos
organizacionais necessários a uma instituição cultural O ambiente organizacional
inclui a missão, funções, recursos e atividades institucionais do museu. Ambos são
em grande parte interdependentes e desempenham um papel relevante para que o
museu atinja sua função.
Para entendermos a trajetória do Museu o Motor, fez-se necessário
conhecermos o histórico, o acervo, as características, o funcionamento desta
instituição, suas especificidades, bem como algumas de suas limitações.
Nosso trabalho consistiu em visitas ao Museu do Motor, coleta de material e
informações, ensaio fotográfico, telefonemas, correspondências e e-mails aos
dirigentes do Museu além de reuniões de nosso grupo.
Enfrentamos diversas dificuldades para localizar bem como sistematizar as
informações já que as mesmas não estão facilmente disponíveis e concentram-se na
pessoa do diretor. Aliado a este fato, o prédio em que está localizado o Museu
encontra-se em reforma. Recentemente em nossa última visita constatamos que o
acervo da exposição permanente foi totalmente transferido para viabilizar as obras.
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Figura 1 - Imagem de parte da reforma do prédio
Reprodução: Ronaldo Milanez (2014)
Realizamos também um ensaio sobre a valoração do acervo do Museu do
Motor com vistas à implantação de um Programa de Gerenciamento de Riscos.
É importante salientar que o Museu do Motor integra a Rede de Museus da
UFRGS, conforme REMAM (2014, p.4),
A REMAM – Rede de Museus da UFRGS visa potencializar e qualificar a atuação museológica, ressaltando a valorização da memória de e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando como aglutinador dos diferentes espaços museais da Universidade, fomentando a articulação entre os mesmos, de modo a favorecer a mediação, parceria, intercâmbio de informações e incentivo à qualificação.
Figura 2 - Selo de vinculação do Museu do Motor ao REMAM
Reprodução: Débora Majewski (2014)
De acordo com Cuty (2010), a Rede de Museus é um projeto que busca
conhecer esses espaços museais, observando como se formam e se mantém seus
acervos, como se dá o trabalho de preservação e conservação, pesquisa e
comunicação museológica nos espaços internos da Universidade. O projeto é
coordenado pelo Museu da UFRGS e pelo Curso de Graduação em Museologia
dessa Universidade
Outro fato que merece destaque sobre este Museu é sua importância quanto
ao carácter pedagógico que o mesmo desempenha junto aos alunos da Engenharia
Mecânica – UFRGS uma vez que se trata de instituição de pesquisa discente. Além
disso é uma ferramenta poderosa no sentido de despertar nos alunos a importância
da educação patrimonial.
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1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO
1.1 Histórico
A origem do Museu do Motor remonta ao ano de 1991, quando um grupo de
alunos do curso de engenharia mecânica da UFRGS se deparou com um lote de
motores abandonados da escola de engenharia que iriam ser sucateados. Entre
esses motores, estava um raro motor estacionário Otto, de 1894, único da marca em
funcionamento no Brasil.
De acordo com consulta realizada no site do Museu do Motor – que se
encontra desatualizado - foi ainda nos porões da escola, que estes estudantes
começaram a recuperar este e outros motores encontrados, como diversão e
aprendizado prático. Ao saberem que os motores e outros maquinários seriam
vendidos como ferro-velho, os alunos procuraram o então chefe do DEMEC,
Departamento de Engenharia Mecânica, Prof. Alberto Tamagna que apoiou o grupo
e autorizou o uso de uma sala do DEMEC para que servisse de local para o
acondicionamento destes objetos. Contando com doações de material e peças para
a reforma dos motores e, com o empenho dos alunos, conseguiram em 1º de
setembro de 1994, inaugurar oficialmente o Museu do Motor. De 1997 à 2003 teve
sua própria equipe, a “Otto Boys” que participava de competições nacionais e
construção de carros “tipo mini-baja”. O Museu do Motor, realizava também oficinas,
visitas agendadas com mediação, cursos de extensão, mostras e exposições, que
em função da reforma, estão prejudicadas.
Além de conservar, pesquisar e expor peças que contam a história da
evolução da tecnologia mecânica, o museu assumiu outros papéis que vão além do
conceito de museu universitário de tecnologia. O Museu foi a concretude de um
sonho de um grupo de alunos da década de 90 que lutou para preservar um acervo
com peças raras que remontam ao final do século XIX, começo do XX, e abrangem
até os dias atuais.
Embora a caracterização do Museu do Motor da UFRGS seja como um
museu universitário de tecnologia, o museu exerce um papel complementar no
sentido de suprir algumas lacunas que o ensino formal de graduação de engenharia
não contempla. Além disso é uma oportunidade para reforçar laços sociais,
6
humanizar o ambiente acadêmico além de desenvolver uma importante consciência
de educação patrimonial.
O Museu do Motor está localizado no saguão principal da entrada da
Escola de Engenharia, e desempenha um papel importante de materializar um
passado nostálgico que não deve ser esquecido. Este presente que hoje se vivencia,
pavimenta um futuro de uma engenharia tecnológica moderna e eficiente. É
importante ter consciência que isso somente foi possível a partir de motores como
os constantes no acervo do Museu.
Neste sentido, citamos Polak (1989, p.12),
“a memória é uma atualização do passado ou a presentificação do passado, e é também o registro do presente que permanece como lembrança. A memória pode ser considerada uma evocação do passado. É a capacidade que o homem possui de reter e guardar o tempo que se foi salvando-o da perda total.’’
Em algumas das visitas realizadas por nosso grupo constatamos, o vínculo
afetivo que existe por parte dos alunos em relação ao Museu e ao seu diretor.
Alguns alunos já formados, estabelecidos em suas carreiras profissionais,
demonstram imenso carinho por este patrimônio, fazendo questão de visitar o
Museu, para reverenciar um passado, que está exposto no hall de entrada da Escola
de sua formação. Essas visitas se revestem de uma certa aura de saudosismo, além
de mobilizar conteúdos afetivos e simbólicos.
Figura 3 - Imagem do prédio do Museu do Motor – antiga Escola Parobé
Repdrodução: Ronaldo Milanez (2014)
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1.2 Acervo
O acervo do Museu do Motor é constituído de peças encontradas na Escola de
Engenharia, que estão arroladas no Livro Tombo, de doações de alunos,
professores e funcionários, mas que não estão devidamente documentados.
O grande destaque da coleção é o motor Otto de 1894, que, além de ser
exemplar único no Brasil, deu origem ao Museu. Esse motor estacionário, com Ciclo
de quatro tempos, além de ser uma verdadeira relíquia, representa a marca que
mudou o conceito dos motores utilizados até hoje na quase totalidade dos veículos
automotores no mundo. O motor Otto detém um grande valor simbólico na instituição
pesquisada.
Figura 3 - Imagem do Motor Otto Figura 4 - Imagem da Placa do Motor Otto
Reprodução: Silvana Fraga (2014) Repdrodução: Site do Museu do Motor (s/ ano)
O acervo do museu é composto por 38 peças tombadas (motores, periféricos de
motores e componentes/equipamentos automotivos). Possui, também, biblioteca,
hemeroteca, mapas, pôsteres didáticos, vídeos, etc., que estão disponíveis para
consulta.
Destacam-se ainda:
o Turbohélice em corte que equipava os aviões Electra II (da ponte aérea
Rio-São Paulo), doada pela VARIG;
o Motor em corte com acionamento por motor elétrico trifásico, para fins didáticos;
8
o Miniaturas de motor V8 e rotativo Wankel, com acionamento elétrico, para demonstração;
o Motores do início do século XX;
o Primeiros motores produzidos pela indústria nacional, em meados dos
anos 50 e início dos 60;
Para fins didáticos o acervo do Museu do Motor foi dividido em sete
categorias:
1. Motores (como citado acima);
2. Periféricos de motores;
3. Componentes automotivos;
4. Equipamentos automotivos;
5. Equipamentos didáticos interativos;
6. Materiais bibliográficos:
a) Livros históricos;
b) Periódicos da área da mecânica (mais de 800 revistas datadas desde
1966);
c) Documentos administrativos;
d) Documentos didáticos (provas, apostilas, pôsteres didáticos);
e) Documentos históricos (mapas, plantas).
7. Material audiovisual (slides, microfilmes, fitas VHS, fotos, pôsteres visuais).
Também se pode dividir o mesmo em função de sua natureza física:
Acervo tridimensional
Acervo bibliográfico
Acervo audiovisual
O acervo encontra-se em razoável estado de conservação, inclusive com alguns
motores em condições de funcionamento. Vários outros aguardam restauração.
Cabe também destacar:
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A biblioteca e hemeroteca não estão organizadas;
Não foram localizadas fichas catalográficas dos motores e peças
tombadas;
Além das 38 peças tombadas existem vários outros motores passíveis de
tombamento
Não localizamos inventário atualizado.
2 DIAGNÓSTICO DE CONSERVAÇÃO
O Museu é constituído por um universo de funções e atividades. Dentre essas
funções destacamos de acordo com (Noble, 1970, apud Mensch, 1992): coletar,
conservar, estudar, interpretar e exibir. Segundo o ICOM (1970), o Museu hoje não
é mais um simples depósito de objetos. Ele tem por missão adquirir objetos dentro
do programa específico de: pesquisa científica, educação, preservação e valorização
da herança nacional e internacional, natural e cultural.
Além do acervo, das exposições, da reserva técnica, especial atenção deve ser
dada ao inventário, documentação e gestão de coleções.
2.1 Ambiente organizacional
Ao nos referirmos ao ambiente organizacional é necessário que adentremos na
alma do museu e sua forma de gestão. Sabemos que um sistema de Gestão
eficiente não pode prescindir de um sistema de informações, portanto é fundamental
que busquemos apoio em outras áreas do conhecimento como a própria ciência da
informação. É o ambiente organizacional que abrigará toda a documentação
essencial para o bom funcionamento da instituição. A documentação museológica
representa um dos pilares fundamentais para a gestão dos museus e destina-se ao
tratamento da informação em todos os âmbitos, desde a entrada do objeto no museu
até a exposição, sendo mais do que um simples registro e controle – é um
instrumento importante de pesquisa museológica. A documentação exige um
continuado e incansável esforço de coleta, registro, classificação e organização de
tais documentos. Um museu que não mantém atualizadas e em bom estado as
informações relativas a seu acervo, deixa de cumprir uma de suas principais
funções, ou talvez a mais importante, que é a preservação de sua memória.
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Um sistema efetivo e organizado de informações constitui-se em uma
importante fonte de pesquisa científica, bem como um instrumento de transmissão
de conhecimento, no entanto apresenta inúmeras vulnerabilidades conforme afirma
Orna & Pettitt (apud FERREZ, 1994),
“Na média dos museus, a documentação, por si, não é prioritária, provavelmente porque é invisível. A documentação é produto de várias pessoas: registradores, curadores, conservadores, etc. Por isso, ela varia de acordo com os interesses profissionais, assim como com os pontos-de-vista pessoais dos indivíduos envolvidos. O resultado é que a documentação dos acervos é, geralmente, muito desigual e raramente integrada num sistema completo”. (p.2)
Cabe destacar que, dependendo do porte, das características, da natureza da
instituição a documentação varia, assumindo especificidades, para melhor atender
seu objeto.
Outro ponto importante que devemos conhecer refere-se aos dez agentes de
deterioração, conforme conteúdo abordado em aula, a fim de saber qual o impacto
dentro da instituição no caso de um bem (ou o próprio prédio que abriga o Museu)
sofrer degradação, deterioração. A partir do conhecimento da magnitude do risco em
relação ao percentual do valor do bem para o acervo é possível estabelecer
prioridades de gestão. Dentre esses agentes de deterioração, destacamos a
ocorrência do fenômeno “dissociação”, o qual é definido por Pedersoli e Mattos
(2013, p.67) como, “Dissociação: deficiência de organização, tornando a localização e
acesso ao bem ou as informações referentes ao mesmo dificultado ou inviável, ocasionando
perda de valor para o acervo.”
Figura 5 - Imagem de dissociação Figura 6 - Imagem de dissociação
Reprodução: Ronaldo Milanez (2014) Reprodução: Ronaldo Milanez (2014)
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Figura 7 - deterioração/ferrugem/motor exposto – área externa
Repdrodução: Ronaldo Milanez (2014)
No caso do Museu do Motor, constatamos que essa é uma área de muita
fragilidade, constituindo sua maior deficiência. Não foram encontrados os registros
catalográficos da biblioteca, da hemeroteca e de algumas peças do acervo. Além
disso, existem motores que nem sequer constam no Livro Tombo.
Inúmeros expedientes e “e-mails” (conforme anexos) foram enviados afim de
obtermos maiores informações a respeito do funcionamento da instituição.
Registramos também que o próprio site do Museu está desatualizado. Constatamos
que a trajetória do diretor do Museu confunde-se com a própria história da
instituição. Muito embora haja disponibilidade e boa vontade do mesmo existe um
problema crônico de gestão, que imaginamos não ser diferente dos demais Museus
da UFRGS. Em cada declaração, em cada ato, percebemos seu amor e
envolvimento com o Museu. Neste período de estudo e observações, percebemos
que a instituição opera e funciona graças ao trabalho voluntário de seu diretor. Este
possui um sólido conhecimento sobre o acervo e a história de cada objeto que
integra a instituição.
Para que o Museu do Motor afirme-se como um verdadeiro Museu há
necessidade que o mesmo seja reconhecido e profissionalizado. Diversas ações
podem ser implementadas, no entanto não está no objetivo deste trabalho apontá-
las.
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2.1 .1 Documentação
De acordo com consulta ao site do IBRAM, verificamos que existem definições
importantes para o bom funcionamento dos Museus. Podem fazer parte do
regimento interno, por exemplo, a estrutura administrativa; as responsabilidades das
unidades; as atribuições de dirigentes e servidores; as regras de funcionamento de
órgãos colegiados; diretrizes sobre a associação de amigos; as disposições sobre o
público como horários, restrições à entrada, diretrizes para exercício das atividades
de segurança, vigilância e gestão de risco; regras para a cobrança de ingressos,
entre outros destacamos o que preconiza o IBRAM:
Regimento Interno: documento de organização interna do museu que traz as
definições importantes para o funcionamento da unidade. Podem fazer parte
do regimento interno, por exemplo, a estrutura administrativa; as
responsabilidades das unidades; as atribuições de dirigentes e servidores; as
regras de funcionamento de órgãos colegiados; diretrizes sobre a associação
de amigos; as disposições sobre o público como horários, restrições à
entrada, necessidade de agendamento de visita; diretrizes para exercício das
atividades de segurança, vigilância e gestão de risco; regras para a cobrança
de ingressos;
Plano Museológico: na Lei no 11.904/2009, o plano museológico é tratado em
seção específica e pode ser considerado bem detalhado, em relação a outros
aspectos técnicos igualmente presentes na legislação. Já no primeiro artigo
desta seção fica estabelecido que: “Art. 44. É dever dos museus elaborar e
implementar o Plano Museológico” Conceituado no artigo 45 como ferramenta
básica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador,
indispensável para a identificação da vocação da instituição museológica para
a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das ações de cada
uma de suas áreas de funcionamento, bem como fundamenta a criação ou a
fusão de museus, constituindo instrumento fundamental para a
sistematização do trabalho interno e para a atuação dos museus na
sociedade. Abrange definições originadas no museu como a aplicação de
diretrizes estabelecidas pela entidade a qual esteja vinculado. O regimento é
importante por formalizar os procedimentos a serem seguidos e as
responsabilidades envolvidas, permitindo visibilidade e favorecendo a
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comunicação aos envolvidos. O decreto que regulamenta o Estatuto de
Museus define melhor a abrangência dos programas recomendados na lei.
Além destes programas, inclui a acessibilidade universal, sendo determinado
que os museus deverão ter ações efetivas que possibilitem adaptações das
suas sedes, se necessário, e conceba os seus programas, como os de
exposição, educativo-cultural, pesquisa e outros, de modo a contemplar os
mais diversos públicos e explicitar sua atuação nesta área em seus
programas ou constituir um programa específico.
Para Costa (2010), a documentação do museu deve ser constituída por:
a) Aquisição (coleta, doação, legado, empréstimo, compra e permuta);
b) Arrolamento;
c) Registro ou inventário;
d) Classificação;
e) Catalogação (fichas).
No tocante da documentação do Museu do Motor, registramos o que segue:
Estatuto do Museu – “Trata-se apenas de uma proposta sem data” (anexo n°
1);
Cadastro no SEM/RS em 2006 - (Sistema Regional de Museus – anexo n° 2);
Livro Tombo – Anexo 4, onde constam 38 motores tombados (anexo n° 4);
Obs.: Constatamos que vários motores não estão arrolados/registrados.
Política de descarte e aquisição (não identificado);
Plano museológico (não identificado);
Inventário (não identificado)
2.1.2 Organização/Equipe
O Museu do Motor é administrado por uma Comissão Discente e um
Coordenador Docente, sendo que essa função é desempenhada por um professor
do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade, no impedimento deste,
responderá pelo Museu o Chefe do Departamento de Engenharia Mecânica.
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De acordo com o coordenador docente, professor Pedro Barbosa, o Museu é
considerado comunitário por entender que sua gestão sempre teve participação
ativa dos estudantes do curso de Engenharia Mecânica da UFRGS. Em reunião
realizada com o coordenador transpareceu-nos que seu cargo é mais uma
formalidade do que efetivamente a função de uma coordenadoria.
É constituído de três seções:
SOR - Seção de Oficina e Restauração;
SAR - Seção de Arquivo e Registros;
SAP - Seção de Acervo e Patrimônio.
A Comissão Discente é formada por cinco alunos, regularmente matriculados na
graduação da Universidade (mínimo terceiro semestre), preferencialmente do curso
de Engenharia Mecânica, sendo os cargos assim distribuídos:
• Coordenador discente – Pedro Barbosa Mello
• Diretor – Júlio César Salgado Gaudioso
• Vice-Diretor
• Tesoureiro
• Chefe da Seção de Acervo e Patrimônio (Curador do Museu)
• Chefe da Seção de Arquivo e Registros
• Chefe da Seção de Oficina e Restauração
Atualmente a equipe de trabalho do Museu do Motor, é composta por
apenas duas pessoas: o diretor, engenheiro mecânico formado pela UFRGS, que
está no museu desde 2004 e um estagiário-bolsista de 20 horas semanais do curso
de engenharia mecânica.
Deve-se ressaltar que todas as tarefas/atividades do museu são cumpridas,
basicamente, pelo Diretor, sendo que os serviços de portaria, segurança e limpeza
dos espaços são exercidos por funcionários terceirizados pela Universidade. Fomos
informadas que o Museu não possuí recursos financeiros para sua manutenção
dependendo exclusivamente de verba destinada pelo Departamento de Engenharia
Mecânica.
O Museu conta ainda, esporadicamente com voluntários, estagiários,
bolsistas e assessores ligados à Universidade.
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2.2 Ambiente Físico
O objetivo do diagnóstico de ambiente físico é relacionar o acervo
museológico do Museu do Motor com os dez agentes de deterioração e suas
consequências frente a um gerenciamento inadequado.
Conforme Froner o diagnóstico é uma “ferramenta adaptável e flexível às
necessidades e condições institucionais; portanto deve ser aplicada visando a
implementação de uma política de preservação” (2008, p.4).
Identificar os riscos consiste em verificar os perigos, os agentes e os
mecânicos que podem causar danos e perdas de valor ao patrimônio, que parte de
uma detalhada inspeção do macro, médio e micro ambiente, a fim de estabelecer
quais sãos riscos, o que pode acontecer, quando, onde, como e por que. Para
melhor identificar e agrupar esses agentes é necessário contar uma equipe
interdisciplinar. Abaixo citamos os dez agentes:
Forças físicas: fadiga, manuseio incorreto, acidentes público, desastres
naturais;
Criminosos: vandalismo, roubo;
Fogo: através da combinação combustível, comburente e ignição e sua forma
de reação;
Água: vazamento, tempestades, granizo, inundações, lençóis freáticos;
Pragas: microrganismos, roedores, insetos aves e morcegos;
Poluentes: gases, poluentes particulados, produtos de limpeza;
Luz: ultravioleta, infravermelha, fontes naturais ou elétricas;
Temperaturas incorretas: oscilações bruscas;
Umidade relativa incorreta: U.R.I em combinação com temperaturas
inadequadas é um acelerador no processo hidro lítico;
Dissociação: deficiência de organização, ocasionando perda de valor ao
acervo.
A partir da identificação dos agentes, e um conhecimento prévio do acervo e
edifício do museu partiremos para uma análise de segurança ambiental no médio
ambiente, definindo assim, quais serão as medidas ativas e passivas a serem
tomadas.
16
2.2.1 Macro ambiente
Utilizaremos a definição de Froner, na qual afirma que o macro ambiente
pode ser compreendido como o “situ”, o local em que se encontra localizada a
instituição.
Lembramos a importância de considerar o entorno da instituição. Para tanto
citamos Coelho (apud CUTY, 2012, p.109),
a paisagem representa uma expressão material e simbólica que a sociedade dá ao meio, e que para além de uma análise estrita das formas, faz-se necessário a busca pela substância da paisagem na relação entre forma e conteúdo, materialidade e representação, paisagem e imaginário coletivo. (LUCHIARI, 2001, p. 15-16)
Entorno
O Museu do Motor localiza-se no Campus central, no prédio da Engenharia
Mecânica, sito à Rua Sarmento Leite, 425, no Centro Histórico de Porto Alegre, está
em uma área movimentada, com um grande fluxo de veículos (pesados e
particulares) que causam trepidação bem como liberação de poluentes, gasosos
(CO2) e particulados (fumaça, poeira, mp10) que são transportados pelo ar,
liberado pelos veículos que circulam nas grandes Avenidas, Osvaldo Aranha e João
Pessoa, O Parque Farroupilha e a Rua Paulo Gama, estão localizados dentro do
perímetro de localização Museu.
Em consequência de fatores variados, oscilações climáticas e a dinâmica
de massas de ar que atuam diretamente na temperatura, chuvas e umidade relativa
do ar, existem uma variação no seu entorno que afetarão interna e externa no prédio
do Museu.
Observou-se que, seu elevado número de árvores facilita o aumento do
nível de umidade relativa do ar, e nos períodos de chuvas prolongadas provoca
alguns alagamentos, que ocorrem na ala norte (pátio interno) por haver um desnível
em relação ao resto da construção. O asfalto também é um fator para alagamentos
do prédio, pois acaba por criar uma área impermeável, não acontecendo uma
drenagem natural da água, que ficará a mercê dos esgotos e sua capacidade de
vazão.
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Figura 8 - Imagem área do campus central
Fonte: Google Maps. Acessado em 30 de maio de 2014.
Pluviometria
Nos períodos de chuvas prolongadas, que acontecem entre junho e setembro,
na cidade, como mostra tabela abaixo, a possibilidade de alguns alagamentos, é
corrente no Museu, o pátio interno da ala norte, possui um desnível em relação ao
resto da construção e sofre com alagamentos que atingem o interior do prédio. O
asfalto das avenidas João Pessoa e Osvaldo Aranha, deve ser considerado para
alagamentos do prédio, pois acaba por criar uma área impermeável, não
acontecendo assim, uma drenagem natural da água, que fica a mercê dos esgotos e
sua capacidade de vazão.
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De acordo com o 8º Distrito de Meteorologia, a média histórica da Precipitação Pluviométrica de Porto Alegre é de:
- Janeiro: 100,1mm
- Fevereiro: 108,6mm
- Março: 104,4mm
- Abril: 86,1mm
- Maio: 94,6mm
- Junho: 132,7mm
- Julho: 121,7mm
- Agosto: 140,0mm
- Setembro: 139,5mm
- Outubro: 114,3mm
- Novembro: 104,2mm
- Dezembro: 101,2mm
Figura 8 – Tabela de dados sobre o volume de chuva da cidade de Porto Alegre, RS. Fonte: Site do Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre da Prefeitura Municipal
O nivelamento entre pátio e térreo se faz necessária, assim como um sistema
de drenagem da água das chuvas, para evitar e bloquear os alagamentos vem
ocorrendo ao longo do tempo.
Figura 9 – Imagem do piso do Museu parcialmente alagado devido à chuva do dia 04/07/2014
Reprodução – Débora Majewski (2014)
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Figura 10 – Imagem da área externa do Museu parcialmente alagado devido à chuva do dia 04/07/2014
Reprodução – Débora Majewski (2014)
Temperatura e U.R.I
A cidade de Porto Alegre possui um clima subtropical úmido, e caracteriza-se
por grandes índices de flutuações de temperatura e U.R.I. Como podemos observar
através da tabela abaixo, temos uma temperatura média anual de 19,5º, variando
entre 2º a 39º, e uma umidade relativa média anual em torno de 76%.
Estas características climáticas influenciam o entorno em questão, pois
deixam os agentes livres para agirem, tanto negativamente como positivamente.
Umidade: causada ou por U.R elevada ou por chuvas, ela penetra no prédio
por capilaridade;
Vegetação: afeta também de maneira positiva, pois quanto mais árvores e
quanto mais velhas as mesmas, mais elas capturam dióxido de carbono
(CO2), liberadas pelos veículos que transitam, em contra partida, haverá um
aumento de U.R, causada pelo excesso de transpiração da vegetação dos
parques;
Poluentes particulados: conjunto de poluentes suspensos como a poeira,
gases, fumaça proveniente de combustão, que serão levados para dentro do
Museu através da abertura janelas e portas;
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Iluminação natural: incidência solar afetará o prédio e seu acervo.
Dados climatológicos para Porto Alegre
Mês Jan Fev Mar Abr Ma Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatur
a máxima
registrada
(°C)
39,2 39 38,1 35,6 32,7 31,6 32,2 34,9 38 38,2 39 39,8 39,8
Temperatur
a máxima
média (°C)
30,2 30,1 28,3 25,2 22,1 19,4 20,3 20,4 21,8 24,4 26,7 29 24,8
Temperatur
a média
(°C)
24,6 24,6 23,1 19,9 16,9 14,3 14,4 15,2 16,8 19,1 21,2 23,3 19,5
Temperatur
a mínima
média (°C)
20,5 20,8 19,3 16,3 13 10,7 10,7 11,5 13,1 15 17 18,9 15,6
Temperatur
a mínima
registrada
(°C)
10,1 12,6 9,6 6,8 3 0,4 -0,2 0,3 2,2 5,8 8 10 -0,2
Precipitaçã
o (mm)
105,
9 99,2
104,
7 77,3 90
138,
4
118,
5
137,
1
142,
2
121,
3 92,4 93,4
1 320,
2
Dias de
chuva 9 8 8 7 8 9 9 9 10 9 8 7 101
Umidade
relativa (%) 71 74 75 77 81 82 81 79 78 74 71 69 76
Horas de
sol 239
208,
1
200,
7
180,
3
166,
1 136
148,
6
151,
1
151,
2
201,
9
216,
6
245,
2
2 244,
8
21
Figura 11 – Tabela de dados sobre o clima da cidade de Porto Alegre, RS
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (médias climatológicas: período de 1961 a 1990;85
86
87
67
88
89
68
período dos recordes de temperatura: 1961 a 2013).80
81
Incidência Solar
Através da localização no Google Maps, percebemos que a entrada principal
do Museu está voltada para o Leste. As orientações, Leste e Oeste apresentam
características parecidas em relação à incidência dos raios solares, mas em horários
diferentes do dia.
As fachadas voltadas para o Leste recebem sol pela manhã, enquanto as
fachadas direcionadas para o Oeste, o sol bate à tarde, ambientes voltados para o
Oeste, no entanto, costumam ser mais quentes, já que o sol da tarde é mais intenso
e deixa o imóvel com temperaturas mais altas à noite, tanto no verão quanto no
inverno. Já no Sul o sol é sempre um problema, pois no inverno não incide com
força e no verão somente nas primeiras horas do dia, no hemisfério Sul. O sol do
Norte é o mais ideal, pois nosso inverno úmido, ele será o melhor durante todo o dia.
Com a construção do novo prédio da Engenharia, o prédio do Museu, será
sombreado, o que poderá aumentar a umidade na edificação. Já a coleção de
motores que se encontra no saguão não recebe radiação direta, sua conservação
não é influenciada por este fator.
22
Figura 12 – Planta baixa do Museu do Motor
Fonte: Museu do Motor (s/ ano)
2.2.2 Médio ambiente
Prédio
O Museu ocupa o térreo do antigo prédio do Instituto Parobé, que inicialmente
cumpria a função de abrigar uma escola/internato, foi construído em 1928, tendo em
sua estrutura original três andares, o prédio já sofreu algumas intervenções para sua
preservação e atualmente passa pelo processo de adaptações para acessibilidade
Universal e melhorias nas instalações elétricas e hidráulicas, ainda sobre a
construção, ela possui paredes espessas e um pé direito alto, de 6m, o primeiro
andar e os dois próximos tem 4m, também há piso frio em todos os andares, e
aproximadamente 150 janelas que funcionam ora para ventilação, ora para
iluminação natural.
A pintura do prédio externa e interna fazem uma composição de rosa e azul
(clores claras), que também são facilitadores de reflexão solar, colaborando assim
para o controle de temperatura do predial.
Na área externa de convivência do prédio, há um número elevado de arvores,
principalmente ao sul, o que contribuem para uma elevação de umidade do ar, e
acidentes naturais, como queda de arvores e o sombreamento natural.
Além do acervo, o prédio continua mantendo sua função acadêmica, onde
aulas são ministradas regularmente.
Existe um pequeno jardim a Leste, na área externa, por onde se da o acesso
ao interior do prédio. Ao Sul, existem algumas arvores que fazem um leve
sombreamento. A calçada possuiu piso tátil e encontra-se em bom estado de
conservação. Observa-se também toda a fachada da entrada principal esta próximo
à calçada, sem nenhum tipo de grade ou muro, tornando-se vulnerável a
vandalismo, o que descaracteriza a arquitetura original. Também há um
estacionamento, e a Oeste foi construído um novo prédio da Universidade.
23
Figura 13 – Imagem da entrada do Museu e na calçada o piso tátil
Reprodução: Débora Débora Majewski (2014)
Figura 14 – Imagem das grades em torno do Prédio do Museu
Reprodução: Débora Débora Majewski (2014)
24
Luz
Conforme NBR 5413, a iluminância local é de 100 a 500 lux. Para materiais
resistentes como metais (maior parte do acervo Museu do Motor), é classificado
como pouco sensível. A iluminância é sem limite (geralmente 300 lux), mas esta
sujeito ao calor radiante, a reserva técnica deve manter uma luminosidade de 50 lux,
enquanto a sala para restaurações até 1000 lux, mas levando em consideração o
curto período de permanência das coleções nestes ambientes.
O Museu possui um sistema de iluminação variável, que conta com a luz
natural que entra através das muitas janelas, e pelo uso de lâmpadas fluorescentes
e incandescentes, dispostas de maneira aleatória, sem controle sobre a emissão de
radiações (UV e IR), níveis de iluminância e tempo de exposição dos objetos a
esses níveis.
O uso do Luxímetro (lúmen/m²) é recomendado para controle de radiações,
pois tanto a radiação visível como a invisível causa deterioração, podendo ser leves
ou irreversíveis, como por exemplo, a oxidação nos motores, periféricos e
equipamentos e acidificação ou ressecamento nos papeis, entre outros malefícios.
Umidade Interna e Temperatura
Observou-se que o elevado número de árvores aumenta o nível de umidade
relativa do ar, que já é alto durante o ano. A umidade penetra no prédio, através de
capilaridade causada por chuvas ou lençóis freáticos, vazamentos hidráulicos,
problemas nos telhado ou calhas entupidas.
Constatou-se a existência infiltrações e umidade nas paredes, a uma altura
aproximada de 1,50m do solo, o que pode ser de capilaridade causada pelas
chuvas. Tal constatação se deu pela formação de bolhas, perda pictórica e de
argamassa.
Aliado a isso existem modificações na temperatura causadas pela atividade
humana, tais como, limpeza do espaço, abertura de portas e janelas.
Recomendações:
25
Que os sensores de U.R e T, estejam posicionados próximos às coleções,
para controle correto das oscilações. Observar para técnicos realizaram a
leitura dos gráficos em segurança;
Uso de material hidrofugantes nas paredes para fins de conservação e
proteção contra umidade;
No térreo, recomenda-se o uso de sistema mecânico para o controle da
temperatura através de ventiladores. Na reserva técnica existência de
desumificadores.
Instalações Hidráulicas
Constatou-se um vazamento junto à sala 101 de restauração, causado por
uma inundação no banheiro anexo a esta sala. A água que é um agente perigoso
não deveria estar próxima às coleções, pois os motores são compostos de ligas
metálicas, onde, embora os elementos químicos, como o ferro e cobre entre outros
se façam presentes, estão combinadas com diversos elementos de, que conferem
ampla variedade de propriedades físicas, químicas , bem como alterações em sua
estrutura original, podendo acarretar uma corrosão generalizada, localizada ou
seletiva, pois a velocidade de reação é extremante dependente da U.R.I e de
poluentes.
Em 2009, houve um sinistro entre o feriado de natal e o ano novo causado por
um curto circuito no ar condicionado (que ficou ligado no feriado), afetando a coleção
de livros raros, sobre mecânica, que datam do início do século XX.
Figura 15 – Sinistro no Museu
26
Reprodução: Priscila Chagas Oliveira (2009)
Figura 16 – Sinistro no Museu
Reprodução: Priscila Chagas Oliveira (2009)
Figura 17 – Sinistro no Museu
Reprodução: Priscila Chagas Oliveira (2009)
Instalações Elétricas
Em conversa com o engenheiro responsável pelas novas adaptações do
prédio e em observações às instalações, constatou-se que as redes e a caixa central
estão sobrecarregadas. Com a maior demanda de energia, devido a aquisição de
novos equipamentos de ar condicionado para as salas de aula, elevador e material
didático (computadores e redes) para os web espaços, a rede antiga corre riscos de
ficar sobrecarregada.
Recomendações:
27
Caso as caixas não sejam trocadas, existe risco de curto circuito ou incêndio,
acarretando danos irreversíveis ao acervo;
Manter extintores de incêndio adequados em local de fácil acesso, bem como
sinalização de saídas de emergência.
Ventilação/Filtração
Conforme o caderno de Conservação Preventiva 1, observou-se a importância
da qualidade do ar do prédio, bem como a necessidade de implementar-se um
sistema de ventilação adequado. No caso do Museu do Motor existe uma ótima
ventilação natural, devido à existência de 150 janelas (aproximadamente) com
vidros.
Por ser um prédio de paredes grossas, o Museu do Motor, possui alta inércia
térmica. No caso de abrir as janelas para ventilação pode não alterar a
temperatura, mas poderá influenciar na U.R.I;
Vidros verdes e filmes refletores de raios infravermelho os quais devem ser
aplicados diretamente sobre as portas e janelas.
Telhado e Calhas
O telhado possui características do início do século XX, como suas três
cúpulas de liga metálica de cobre. Essa técnica de usar metais flexíveis era para
facilitar o desenho arredondado das cúpulas, que seguiam somente um padrão
estético. Para manter o conforto térmico recebeu telhas de cerâmica e forro de
madeira, que funcionam como um colchão de ar natural. Observou-se que as telhas
e calhas devem receber manutenção periódica, pois não há infiltrações oriundas das
mesmas.
Recomenda-se para estabilizar o clima dentro do prédio, que se
mantenha um bom isolamento térmico, assim ele reduzirá o efeito do calor originado
pela irradiação solar.
28
Fogo
O fogo é o inimigo de qualquer Museu, portanto todas as medidas de
segurança possíveis para combater os riscos de incêndio devem ser tomadas, já
que suas consequências podem ser irreversíveis.
A instituição não conta com um sistema de controle de incêndio. Não há
hidrantes próximo à calçada, nem mesmo extintores de incêndio. Não foram
observados detectores de fumaça, nem mangueiras de incêndio no térreo.
Um mapa de rota fuga (NBR10898) é pré-requisito obrigatório, para segurança
do público e funcionários que se encontram no prédio. Deve haver sinalização no
caminho de rota de fuga a ser seguido, caso haja necessidade de uma evacuação
urgente do local, a fim de evitar pânico e desordem, levando a acidentes graves.
O acesso ao prédio pelas brigadas de Incêndio, irá esbarrar em um ponto
crítico: as janelas do prédio são gradeadas, a portaria controla a porta lateral,
mantendo sempre chaveada. A porta principal é acessada pelos estudantes através
dos cartões, enquanto o público em geral somente entra com autorização dos
seguranças.
Os seguranças devem ter orientações especificas no caso de incêndio.
Observar acondicionamento dos materiais inflamáveis em lugares adequados, seguir
recomendações do corpo de bombeiros e evitar instalações elétricas inadequadas,
para manter o acervo, o prédio e o publico em segurança.
Manter extintores de incêndio sinalizados corretamente carregados e
adequados, a fim de facilitar o seu uso e acesso, levando em consideração alguns
aspectos como:
Tipo de agente extintor, em função do material combustível presente;
Área a ser protegida pelo extintor, em função do risco do local;
Distância máxima a percorrer até alcançar o extintor, em função do risco do
local;
Altura máxima e mínima de instalação;
Sinalização para fácil localização.
29
Classe
A
Triângulo
verde
Sólidos, como madeira e
papel
Classe C Círculo azul
Incêndios de equipamentos elétricos
Segurança (Avaliação de Segurança – Ameças/Vulnerabilidade/Riscos)
“O Estatuto de Museus (lei nº 11.904) e o IBRAM (lei nº 11.906) determinam
que, os museus garantirão a conservação e a segurança de seus acervos”, (Artigo
21), bem como “dos usuários, dos respectivos funcionários e das instalações” (Artigo
23).
Constamos que: segurança do Museu do Motor e de todo o prédio é feita por
uma equipe terceirizada, que não possui treinamento adequado para este tipo de
Instituição. Isso ocorre em todos os Museus da Rede REMAN, o que cria uma
necessidade de um plano de prevenção de furtos ou roubos ou acidentes com as
coleções e público.
Diálogo entre o diretor, equipe do Museu (bolsistas) e segurança se faz
necessário para identificar riscos em destaque:
Medidas a serem tomadas em caso de desastres naturais como chuvas,
fumaça, controle da poluição através da abertura de portas e janelas e
eventual queda de árvores no entorno do prédio;
Contato para emergências médicas em caso de acidentes com visitantes ou
funcionários;
Monitoramento através de rondas e circuito de TV, para evitar vandalismo na
área expositiva e na edificação.
30
Para uma segurança adequada, a administração do Museu deve possuir uma
gestão de políticas clara constante no plano museológico a ser implantada por toda
a equipe do Museu, de forma participativa.
2.2.3 Micro ambiente
De acordo com Rosado (2008), “A maneira correta de manusear, embalar e
transportar um determinado objeto museológico depende do conhecimento da sua técnica
de construção e da sua sensibilidade aos agentes de degradação.”.
Sala de Exposição
A Sala de Exposição, do Museu do Motor, se localiza no hall de entrada do
prédio da Faculdade de Engenharia. Por ser a entrada principal do prédio, há um
grande fluxo de pessoas que transitam por ali, entre estudantes, funcionários,
professores, visitantes.
Os motores ficam expostos nas laterais da escadaria que dá acesso ao outros
andares, dispostos sem nenhum tipo de ordem ou expografia específica. Nos
espaços atrás da escadaria, também estão distribuídos alguns motores, funcionando
o espaço, também, como depósito.
Os pontos de iluminação artificial não favorecem todos os ambientes
expositivos e a incidência de luz solar se dá pelas janelas localizadas na parte
frontal do prédio.
A rede elétrica é insuficiente para todo o ambiente expositivo, e muitos
motores não podem ser ligados por não existir uma fiação adequada que suporte a
voltagem necessária.
Os motores não apresentam nenhum tipo de identificação individual ou
número de incorporação fixadas neles e somente os que ficam nos dois primeiros
ambientes (ao lado da escadaria) possuem texto explicativo. Todo o acervo consta
no Livro Tombo da instituição, mas não possuem ficha catalográfica individualizada.
31
Manuseio
Antes do manuseio, deve ser feita uma avaliação rigorosa do estado de
conservação da peça, para verificar sua estabilidade estrutural. (ROSADO)
O manuseio deve ser feito por pessoal qualificado, sempre em mais de uma
pessoa, com vestuário e luvas adequadas.
Acondicionamento
O armazenamento/armazenamento dos motores dever ser individual,
normalmente em madeira (caixas ou armações) e em função das grandes
dimensões e peso não devem ser empilhados.
Apenas duas peças possuem expositores, em acrílico, pois são relativamente
pequenos e compõem um circuito eletro-mecânico.
Os outros motores expostos ficam diretamente sobre o piso de ladrilhos e
algumas peças apresentam focos de oxidação (ferrugem) no piso e no próprio
motor. O ideal seria que fossem acondicionados em pedestais ou suportes, de
madeira ou metal, previamente construído sob medida, para evitar corrosões e o
desgaste do piso, pois, também, o prédio é um patrimônio a ser preservado.
Transporte
O transporte dos motores, normalmente é feito por empresas especializadas,
pois dependem de guindastes e guinchos, e caminhões que suportem o peso
excessivo.
Os acondicionamentos para o transporte são em caixas acolchoadas e o
manuseio das peças sempre em esteiras ou carrinhos próprios para transporte e
nunca arrastar uma peça, pois causa atritos com o piso e podem causar trepidações,
fraturas nas peças e perda de material.
Dada à importância do acervo, optamos por destacarmos no início do
trabalho. Neste tópico abordaremos apenas as coleções.
32
Legenda:
1 Força Física
2 Furto/Vandalismo/Roubo
3 Fogo
4 Água
5 Pragas
6 Poluentes
7 UV/IR
8 Temperatura Incorreta
9 Umidade Incorreta
33
10 Dissociação
●Sala de Exposição
●Sala Higienização/Reparos
Administração
Acervo Bibliográfico
Oficina
Banheiro
3 VALORAÇÃO DO ACERVO
Ao trabalharmos com gerenciamento de risco necessariamente temos que refletir
sobre o valor do acervo que compõe o Museu. Isso se deve fundamentalmente
porque risco está associado a custos e, portanto, exigirá por parte dos profissionais
envolvidos tomadas de decisão, escolhas a fazer, prioridades a elencar. Perguntas
como, quais os bens que deverão ser restaurados, onde os recursos deveram ser
aplicados, envolvem um profundo conhecimento do valor de nosso patrimônio.
Nesse sentido concordamos com Pedersoli e Mattos (2013) quando afirmam que
a dificuldade de atribuir valor ao patrimônio, reside em seu carácter subjetivo,
condicionado ao contexto cultural em que se encontra.
SÍMBOLO PROPORÇÃO INTENSIDADE
4
ALTA
2
MÉDIA
1
BAIXA
34
Questões como estas devem nortear um estudo sólido e consistente de
atribuição de valor ao acervo de uma instituição, de acordo com Pedersoli e Mattos
(2013, p. 63), “quanto maior a clareza quando aos valores associados aos bens culturais,
melhores serão as condições de estimar perda de valor que poderiam sofrer [...]”.
Segundo estudos da área, podemos atribuir valor sob diversos aspectos de
um bem, como por exemplo, raridade, autenticidade, valor simbólico, valor histórico,
estado de conservação, valor educativo, valor rememorativo, entre outros. Em
consonância com Pedersoli e Mattos para atribuirmos valores ao patrimônio
devemos refletir sobre valor estético, social espiritual, econômico e histórico,
portanto reafirma sua característica subjetiva. De acordo com a carta de Veneza
(citada por Pedersoli e Mattos), a autenticidade é o principal atributo a ser
considerado em um estudo de atribuição de valor. Outra questão interessante para
reflexão refere-se ao fato de que ao atribuirmos valor a um
patrimônio/acervo/coleção, necessariamente estaremos pensando em seu reverso;
ou seja, a perda de valor e seu impacto sobre a instituição. Poderíamos fazer uma
analogia com o jogo da memória: o que lembrar, o que esquecer.
Abaixo, elencamos algumas características que poderão auxiliar em um
processo de valoração dos bens de uma instituição conforme Pedersoli e Mattos
(2013)
Constituição do bem;
Forma;
Antiguidade;
Estado de conservação;
Autoria;
Contexto físico e a relação com o sujeito.
Em nossas reflexões em grupo chegamos à conclusão que dada a
complexidade do processo de valoração de um acervo, devemos contemplar
diferentes olhares e pontos de vistas. Para o diretor do Museu, por exemplo, alguma
peça pode ter um valor inequívoco; no entanto, o público visitante pode ter outra
opinião, ancorando seus pressupostos em valores simbólicos e intangíveis.
35
Queremos dizer com isto que, para nos aproximarmos de um valor próximo a
realidade deveu privilegiar diversas fontes, não nos restringindo apenas ao um olhar.
Metodologicamente, para atribuição de valor do acervo do Museu do Motor,
optamos por considerar três amostras, cujas fontes são:
Alunos da Engenharia Mecânica;
As próprias alunas do Curso de Museologia;
A coordenação/direção do Museu (conforme anexo n° 8).
Obs.: Inicialmente, acordamos com o diretor do Museu, realizar pesquisa junto a
uma amostra de alunos de engenharia mecânica, a ser indicada por ele. No entanto,
dadas as dificuldades encontradas e já relatadas anteriormente, não foi possível
viabilizar a amostra de alunos. Dessa forma, trabalhamos com apenas duas fontes
(pesquisadores e direção do Museu). Cabe destacar também que existem estudos
que valoram a própria edificação onde está abrigado o Museu. Esclarecemos que,
em nossa análise, não consideramos o valor do prédio.
TABELA DE VALORES
Elaboramos a seguinte tabela de valores considerando o acervo abaixo:
1. Amostra realizada pelas pesquisadoras/alunas
Motores ------------------------------------------------------------------------------- 80%
Motor Otto ---------------- 60%
Demais Motores --------- 20%
Periféricos /Componentes e Equipamentos automotivos --------------- 12%
Equipamentos didáticos interativos --------------------------------------------- 2%
Materiais bibliográficos e audiovisual ------------------------------------------- 6%
Total: -----------------------------------------------------------------------------------100%
36
2. Amostra com a direção do Museu
Enviamos pesquisa para o coordenador discente e o diretor. Somente
recebemos resposta do coordenador (anexo n° 8), conforme segue:
Motor Otto ------------------------------------------------------------------------ 95%
Demais peças do acervo ------------------------------------------------------ 5%
Total: -------------------------------------------------------------------------------100%
60% 20%
12%
2% 6%
Acervo do Museu do Motor (pesquisadoras)
Motor Otto
Demais motores
Periféricos /Componentes eEquipamentos automotivos
Equipamentos didáticos interativos
Materiais bibliográficos eaudiovisual
37
Muito embora este trabalho tenha como objetivo elaborar um diagnóstico de
conservação, julgamos importante destacar a importância da valoração do acervo
para que seja possível a implementação de um eficiente Gerenciamento de Risco
(plano ideal).
No quesito armazenamento, manuseio e conservação dos acervos, nos
deparamos com o ponto fraco da instituição. Não há um plano de conservação e
prevenção implantadas, por não haver disponibilidade de verba destinada a este
propósito. Também não se encontrou um plano de risco para as ameaças para as
coleções e edifício do Museu, provenientes de emergências naturais ou causadas
pela ação humana.
95%
5%
Acervo do Museu do Motor (direção)
Motor Otto
Demais peças do acervo
38
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizar este trabalho foi um desafio para nosso grupo! Durante o decorrer do
semestre tivemos a oportunidade de conhecer a situação “ideal” em termos de
conservação e preservação, o que na realidade não conseguimos identificar em
nosso objeto de estudo: Museu do Motor.
Enfrentamos muitas dificuldades para obter as informações já que as mesmas
concentram-se na figura de uma única pessoa: seu diretor. Registramos também
que nossas observações não se revestem de caráter pessoal, ao contrário, o
coordenador sempre nos atendeu de forma disponível e solícita.
Além das dificuldades relatadas, nos deparamos com nossa inexperiência
frente a uma realidade prática muito distante de nossos conhecimentos teóricos. A
cada visita, a cada incursão, a cada e-mail era uma sucessão frustrante de “nãos”
(não tem, não possui). Esse fato, inicialmente, gerou-nos uma frustração e certo
desestímulo, além de termos sidos surpreendidas por uma reforma no transcorrer do
trabalho. Registramos que ficamos curiosas e otimistas em relação ao resultado da
reforma, uma vez que entendemos que o Museu ficará em melhores condições de
funcionamento.
No entanto, o exercício acadêmico foi rico em aprendizados. Relembramos
muitas vezes o que nossa professora insistia em repetir durante as aulas: que um
dos objetivos da disciplina era que desenvolvêssemos um olhar crítico, mais acurado
e detalhado, que sem os conhecimentos técnicos obtidos durante o semestre,
passariam desapercebidos.
Fatos como vazamentos, motores expostos a intempéries, falta de condições
mínimas de trabalho saltaram-nos aos olhos. Mas sem dúvida o que mais nos
impactou foi no tocante ao ambiente organizacional e a fragilidade em que se
encontra a documentação do Museu. Entendemos que há necessidade de
implementar algumas ações mínimas de gestão como: organização do acervo,
regularização da Reserva Técnica, inventario, catalogação, regularização do livro
tombo, descarte de alguns motores, para citar apenas algumas. Uma gestão
documental bem organizado é um facho de luz que fornece uma direção segura
sobre os caminhos que se deve trilhar. Nesse sentido é importante um sólido
conhecimento sobre gestão em Museus e sobre a documentação mínima necessária
39
para que um patrimônio tão importante, como o que existe no Museu do Motor, seja
preservado e cumpra seu papel social.
Tais fatos serviram de alerta para a função de Museólogas, no tocante aos
desafios que enfrentaremos em nossa futura caminhada profissional.
Entendemos que o fato da instituição ser integrante da Rede de Museus da
UFRGS, é muito importante para seu futuro, já que existe linha de pesquisa que
contempla essa rede, assim como também o fato de que alguns alunos da
Museologia estagiarem nesta instituição, o que de uma forma ou outra contribui para
sua qualificação.
Também seria interessante conhecer e manter parcerias com museus da
mesma natureza, com o intuito de trocar experiências. Por sugestão da professora,
citamos o MAST – Museu de Astronomia, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
Trata-se de uma instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação –
MCTI. Outra parceria possível seria a aproximação junto ao Museu Militar de Porto
Alegre, dada pela similaridade de acervo (bens/equipamentos) que os mesmos
possuem.
No decorrer do semestre, também tivemos a preocupação de formalizar e
registrar nossos contatos com a instituição, o que de certa forma, comprovou o
quanto estávamos envolvidas com o tema, na busca incansável de informações e
maiores subsídios para embasar nossa avaliação.
No tocante as demais recomendações de melhoria, esclarecemos que as
mesmas estão inseridas ao longo do tópico ambiente organizacional (macro, médio
e micro ambiente).
Como o Museu desempenha um papel pedagógico e educacional junto à
comunidade acadêmica (Engenharia Mecânica), entendemos que deva ser instituído
um programa sistematizado que potencialize este papel, sensibilizando os alunos
para a importância da educação patrimonial.
Também é importante registrar que o trabalho em grupo exige dedicação e
envolvimento de todos. E acreditamos que todas nós, cada uma a sua maneira,
contribuiu para o resultado final.
40
Nossa frustração descrita inicialmente transformou-se em desafio e foi
gratificante constatarmos que nosso esforço foi reconhecido na 1ª etapa do
exercício, quando obtivemos um excelente conceito.
Foi um excelente exercício acadêmico!
41
REFERÊNCIAS
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junho de 2014, às 10:50.
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Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Porto Alegre, BR-RS, 2012,
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FERREZ, Helena D. Documentação museológica: teoria para uma boa prática. In: IPHAN.
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42
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ROSADO. Alessandra. Manuseio, embalagem e transporte de acervos. Belo Horizonte –
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UFRGS. Guia REMAM 2012-2014: conhecendo os acervos e museus da UFRGS/
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43
ANEXOS
44
Anexo 1 – Estatuto do Museu
45
46
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Anexo 2 – Registro Nacional do Museu
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Anexo 3 – Registro Regional do Museu
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Anexo 4 – Livro Tombo
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Anexo 5 – Planta baixa do Museu
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Anexo 6 – Imagens do Museu do Motor, Reprodução Ronaldo Milanez (2014)
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Anexo 7 – E-mail de apresentação para coordenação do Museu (24/04/2014)
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Anexo 8 – Consulta sobre atribuição de valor do acervo com o coordenador
docente
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Anexo 9 – Consulta sobre atribuição de valor do acervo com o diretor do
Museu. E-mail inicial em 24 de abril, reiterado em 27 de maio “ambos” sem
resposta
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69
Anexo 10 – Comunicação a professora Jeniffer Cuty, sobre as dificuldades em
obter informações junto ao Museu