diagnóstico da situação da criança, do adolescente e do ... · de políticas públicas mais...
TRANSCRIPT
Diagnóstico da Situação da Criança, do Adolescente e do Jovem
em Belo Horizonte
LIVRO 4. CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E
DO JOVEM EM BELO HORIZONTE
LIVRO 4. CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
Belo Horizonte
2013
Os dados apresentados e sua interpretação são de responsabilidade de seus autores e não traduzem,
necessariamente, a opinião dos contratantes da pesquisa. Os dados, figuras, gráficos, tabelas, cartogramas,
quadros e as interpretações apresentadas neste diagnóstico podem ser reproduzidos para fins educacionais e de
pesquisa, desde que citada a fonte. São dados públicos e a pesquisa foi financiada pelo Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente - FMDCA de Belo Horizonte - MG. Vedada a sua comercialização, nos
termos da Lei de Direitos Autorais do Brasil.
Realização: Prefeitura de Belo Horizonte
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Execução: Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre Ltda.
Revisão: Ev´Ângela Barros
Projeto Gráfico: Dener Antônio Chaves
Editoração: Editora São Jerônimo
Capa: Robert de Andrade
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Luciana de Oliveira M. Cunha, CRB-6/2725)
D536 Diagnóstico da situação da criança, do adolescente e do jovem em Belo
Horizonte [recurso eletrônico]: Livro 4.: configurações familiares / Cooperativa de
Trabalho de Professores Universidade Livre; Amadeu Roselli-Cruz/ Dener Antônio
Chaves / Dilma Fróes Vieira / Dimas Antônio Souza / Marco Antônio Couto
Marinho, coordenação. – Belo Horizonte: UNILIVRECOOP, 2013.
1 CD-ROM
Inclui bibliografia
Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader
ISBN 978-85-66939-05-7 (obra compl.)
ISBN 978-85-66939-19-4
1. Crianças – Condições sociais – Belo Horizonte (MG). 2. Adolescentes –
Condições sociais – Belo Horizonte (MG). 3. Família – Aspectos sociais. 4.
Indicadores sociais. I. Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade
Livre. II. Título: Livro 4.: configurações familiares.
CDD 305.23098151
CDU 308-053.2/.6(815.1)
Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre Ltda - UNILIVRECOOP
R. Eurita, 768 CEP: 31010-210 Belo Horizonte – MG Tel.: (31) 3646-5781 - E-mail: [email protected].
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte – MG
Rua Eurita, 587 – Bairro Santa Tereza – Belo Horizonte/MG – CEP: 31.010-210 Tel.: (31) 3277-5685 – E-mail: [email protected]
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE
SECRETARIA MUNICIPAL DE POLÍTICAS SOCIAIS
SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre - UNILIVRECOOP
Planejamento e Execução da Pesquisa
Pesquisadores:
Amadeu Roselli-Cruz
Coordenação Geral
Dimas Antônio de Souza
Coordenação Executiva
Dener Antônio Chaves
Dilma Fróes Vieira
Marco Antônio Couto Marinho
Coordenação Técnica
Marco Antônio Couto Marinho
Técnico Responsável
Walter Ernesto Ude Marques
Consultor
CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE -
2013/2015
Representantes da Sociedade Civil
Titulares
Associação Profissionalizante do Menor – ASSPROM
Associação Projeto Providência
Associação Casa Novella
Associação Comunitária do Bairro Felicidade – ABAFE
Inspetoria São João Bosco
Instituto Ajudar
Pró Bem – Assessoria e Gestão Criança
Ordem Religiosa das Escolas Pias – Padres Escolápios
Escola de Esportes Visão da Vida
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE/BH
Suplentes
Centro de Desenvolvimento Comunitário Vila Leonina
Associação Unificada de Recuperação e Apoio – AURA
Cooperação para o Desenvolvimento e Moradia Humana
Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de M.G RECIVIL
Instituição Beneficente Martim Lutero
Creche Dora Ribeiro
Instituto Missionário dos Sacramentinos de N. Senhora /Seminário Maior Padre Julio Maria
Grupo de Desenvolvimento Comunitário
Organização Educacional João XXIII
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência de Funcionários do BB
Representantes Governamentais
Titulares
Fundação Municipal de Cultura
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social – SMAAS
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação – SMPL
Municipal Adjunta de Esportes
Secretaria Municipal de Políticas Sociais-SMPS
Secretaria de Administração Regional Municipal
Secretaria Municipal de Finanças
Secretaria Municipal de Educação – SMED
Secretaria Municipal de Governo
Secretaria Municipal de Saúde
Suplentes
Fundação Municipal de Cultura
Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social – SMAAS
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação – SMPL
Secretaria Municipal Adjunta de Esportes
Secretaria Municipal de Políticas Sociais-SMPS
Secretaria de Administração Regional Municipal
Secretaria Municipal de Finanças
Secretaria Municipal de Educação – SMED
Secretaria Municipal de Governo
Secretaria Municipal de Saúde
AGRADECIMENTOS
Aos Conselheiros, aos funcionários e aos componentes da Mesa Diretora do Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte (CMDCA/BH) gestões
2010 – 2012 e 2013 – 2015.
Aos membros do Grupo de Trabalho responsável pelo acompanhamento da produção
desse Diagnóstico.
Aos participantes dos Grupos de Trabalho (01 - Cultura, Educação e Trabalho; 02 -
Sistema de Garantia de Direitos e Violações; 03 - Família e Saúde) do “Seminário de
Apresentação do Diagnóstico da Situação da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte”,
realizado pela UNILIVRECOOP em parceria com o CMDCA, em 20 de maio de 2013, no
auditório da Prefeitura deste município.
Agradecimentos Institucionais
AFISCON – Assessoria Fiscal, Contábil, Jurídica e Tributária;
AMAS - Associação Municipal de Assistência Social;
Associação dos moradores do DANDARA
CAPUT - Centro de Atendimento e Proteção a Jovens Usuários de Tóxicos;
CCBH - Centros de Cultura de Belo Horizonte;
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas;
CDPCM-BH - Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município;
CEAPA - Central de Acompanhamento de Penas Alternativas;
CEAS - Conselho Estadual de Assistência Social;
CECRIA - Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes;
CEDCA - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente;
CEDEPLAR – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais;
CEFAR - Centro de Formação Artística;
Centro POP/ Miguilim - Centro de Referência Especializado para População de Rua para
Crianças e Adolescentes;
CERSAM i- Centro de Referência de Saúde Mental da Infância e da Adolescência;
CERSAM-AD - Centro de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas;
CMT - Centro Mineiro de Toxicomania;
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social;
CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social;
CT - Conselhos Tutelares;
DATA-SUS de Minas Gerais;
DEICC - Delegacia de Investigação de Crimes Cibernéticos;
DEPCA - Delegacia Especializada de Proteção à Criança ao Adolescente;
DIHPP - Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil de
Minas Gerais;
DOPCAD - Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente;
DPMG - Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais;
DRPD - Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida;
FECTIPA - Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente;
FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais;
FMC - Fundação Municipal de Cultura;
FMDCA - Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência;
Fórum Estadual e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente;
Fórum da Juventude;
FPM - Fundação de Parques Municipais;
GECMES - Gerência de Coordenação de Medidas Socioeducativas;
GECOM/SARMU - Gerência Regional de Comunicação Social da Secretaria de
Administração Regional Municipal;
GEEPI – Gerência de Epidemiologia e Informação;
GEIMA - Gerência de Informação Monitoramento e Avaliação;
GEINE – Gerência de Inserção Especial;
GERED - Gerências Regionais de Educação;
GME/SUASE-SEDS - Gerência de Mapeamento Estatístico da Subsecretaria de Atendimento
às Medidas Socioeducativas da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais;
GVSI - Gerência de Vigilância em Saúde e Informação;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
IEPHA-MG - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais;
JIJ/BH - Juizado da Infância e da Juventude de Belo Horizonte;
MAP - Museu de Arte da Pampulha;
MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
MHAB - Museu Histórico Abílio Barreto;
MPMG - Ministério Público do Estado de Minas Gerais;
NAF - Núcleos de Apoio à Família;
NAMSEP - Núcleo de Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH;
NAVCV - Núcleo de Atendimento a Vitimas de Crimes Violentos;
NUPSS - Núcleo de Psicologia e Serviço Social;
OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas;
PBH – Prefeitura de Belo Horizonte;
PCMG - Polícia Civil do Estado de Minas Gerais;
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais;
PRODABEL - Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte;
PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
SCOMPS - Secretarias Municipais de Coordenação de Gestão Regional, vinculadas à
Secretaria Municipal de Coordenação de Política Social;
SDH/PR - Secretaria Direitos Humanos da Presidência da República;
SEC - Secretaria Estadual de Cultura;
SEDESE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social;
SEDH - Secretaria de Direitos Humanos;
SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social;
SEEJ - Secretaria de Estado de Esporte e Lazer;
SEF - Setor de Estudos Familiares;
SEF/VIJ-BH - Setor de Estudos Familiares da Vara da Infância e da Juventude de Belo
Horizonte;
Sumário
Prefácio .............................................................................................................................. 15
Apresentação ..................................................................................................................... 17
Leia-me .............................................................................................................................. 19
Lista de Gráficos ............................................................................................................... 21
Lista de Siglas ................................................................................................................... 22
Lista de Tabelas ................................................................................................................. 28
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 29
4.1 FAMÍLIAS: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IDENTIFICADAS NO MUNICÍPIO DE
BELO HORIZONTE (2010-2012) ........................................................................................... 35
4.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DAS FAMÍLIAS POR REGIONAIS
ADMINISTRATIVAS ............................................................................................................. 42
4.3 FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS INSERIDOS NO CADÚNICO .......................................... 47
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 65
15
Prefácio
Diagnóstico da Infância e Adolescência: Um norte para as políticas públicas
Garantir a primazia do atendimento à criança e ao adolescente pelas políticas públicas
sociais conforme determina a Carta Maior de nosso país, a Constituição Federal de 1988,
exige avaliar a efetividade dos serviços prestados a esse público. A partir da criação do
Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Brasil passou a
pautar-se por uma legislação desafiadora, que impulsiona o poder público e a sociedade civil a
encontrar soluções cada vez mais eficientes para assegurar, de fato, os direitos da infância e
da adolescência brasileiras.
Signatário de diversos pactos internacionais referentes a essa causa, o país
responsabiliza-se também por cumprir a Declaração Universal dos Direitos das Crianças,
aprovado em 1959, e, em nível continental, o Pacto de São José da Costa Rica, celebrado em
1969, que estabelece, em seu artigo 19, que “toda criança tem direito às medidas de proteção
que sua condição de menor requer por parte da família, da sociedade e do Estado”.
Alguns anos depois da criação do ECA, em 1994, testemunhamos a realização do
primeiro diagnóstico para dar transparência à realidade de nossas crianças e adolescentes em
Belo Horizonte. Hoje, damos mais um importante passo na consolidação dos avanços ao
apresentarmos à sociedade a edição renovada deste importante documento.
O Diagnóstico da Situação da Infância e Adolescência no Município de Belo
Horizonte, idealizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA – , em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, traz uma compreensão sobre a
rede de atenção a nossas crianças e adolescentes e aponta as diversas realidades e situações
vivenciadas por esse público na capital mineira.
O presente documento detalha o contexto de avanços e desafios em que nos
encontramos perante esta temática, constituindo-se como mais uma ferramenta de
informações para a elaboração e o planejamento das ações do município destinadas à infância
e juventude. As estatísticas e os dados revelados nesta pesquisa contribuem para a construção
de políticas públicas mais eficientes, para a criação de metas e objetivos norteadores da
aplicação de recursos públicos, bem como expõem os avanços na oferta de serviços,
programas e projetos a essa prioritária parcela da população.
No que tange às políticas sociais, o Diagnóstico também contribuirá para o
enfrentamento de violações de direitos, combatendo vulnerabilidades sociais em que vivem
16
muitas de nossas crianças e adolescentes. A partir dele, será possível agir com maior
assertividade na busca de soluções para a promoção social, ponto fundamental da atuação do
Estado, o que renova o nosso compromisso de garantir um futuro promissor para as novas
gerações.
Maria Gláucia Brandão
Secretária Municipal de Políticas Sociais
Marcelo Alves Mourão
Secretário Municipal Adjunto de Assistência Social
17
Apresentação
O Diganóstico da Situação da Criança, do Adolescente e do Jovem de Belo Horizonte,
é um processo de construção de uma prática que busca estabelecer parâmetros para
formulação, implementação e controle social sobre as Políticas Públicas para a infância e a
adolescência em Belo Horizonte, através de uma reunião de dados, da análise conjunta dos
problemas e das potencialidades do nosso município.
Este processo se iniciou em 2011 e passou por vários momentos de reflexão, discussão
e dificuldades que envolveram todos os conselheiros do CMDCA – Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente –, dos pesquisadores e dos técnicos dos serviços
responsáveis pelas políticas públicas e pelas informações e dados sobre as mesmas.
O contexto em que se coloca este diagnóstico é também parte do processo e com ele
aprendemos muito, posto que esta prática seja inovadora.
políticas públicas reorientadas no contexto das reformas democráticas constituíram
um avanço dos direitos civis e a consolidação da política social como fundamento do Estado
de direito. No Brasil, o processo de consolidação da cidadania social tem suas especificidades
dadas pela ausência da relação entre direitos civis e políticos com a implementação de
políticas públicas que efetivem estes direitos.
A permanente disputa entre interesses individuais e privados com os direitos coletivos
e comuns interfere na distribuição de recursos e definição de prioridades. As políticas sociais,
por si sós, certamente não dariam conta de todas as mazelas sociais, mas podem contribuir
muito para impedir que as desigualdades se reproduzam.
Neste contexto o Diganóstico da Situação da Criança, do Adolescente e do Jovem
agora publicado pelo CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente de Belo Horizonte, tem o papel fundamental de orientar, formular, deliberar e
exercer o controle social sobre as políticas públicas voltadas para o atendimento à criança e ao
adolescente.
Para que se possam exercer estas funções com responsabildiade e competência e para
que possamos assumir essa atribuição que o Estatuto da Criança e do Adolescente nos
determina, é preciso que os conselhos de direitos produzam conhecimento a respeito da
realidade social das crianças e adolescentes em seu município. A forma mais coerente de se
fazer um retrato desta realidade é através da produção de um diagnóstico.
Conhecer a realidade da infância e da adolescência do município é fundamental para o
fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos e para elaboração de políticas públicas
18
mais eficazes. Um diagnóstico pode nos oferecer conhecimento sobre os principais problemas
que atingem as crianças e os adolescentes, pode apontar ações prioritárias para a garantia
desses direitos e, principalmente orientar melhor as escolhas de alocação de recursos nos
orçamentos para a implementação dessas ações.
O CONANDA emitiu em 2010 uma resolução, a de número 137, que definiu
parâmetros para essa gestão de políticas dirigidas à infância e à adolescência. Essa resolução
diz que é preciso haver um diagnóstico que oriente a formulação de planos de ação nos
municípios. Os conselhos municipais poderão se fortalecer na medida em que se apropriarem
da ideia de que, para deliberar e formular políticas precisam empreender bons diagnósticos da
situação da criança e do adolescente – diagnósticos permanentes que se traduzam, como parte
do processo de deliberação sobre as Políticas para a infância e para a Adolescência.
Esperamos que este processo de diagnóstico se torne uma prática permanente, que as
questões apontadas por este documento referenciem a elaboração de programas e projetos
governamentais e não governamentais para crianças e adolescentes. Nossa expectativa é de
que possamos produzir o fortalecimento de uma efetiva rede de defesa da infância e
adolescência e que principalmente, possamos contribuir para a construção de políticas
públicas comprometidas com a consolidação da cidadania e a efetivação dos direitos de
crianças, adolescentes e jovens no âmbito municipal.
Esperamos que esta “noção da realidade local” faça despertar desejos de mudanças. É
no município que se articula a proteção integral da criança e do adolescente. É para onde deve
convergir o diálogo entre todas as instâncias governamentais e não governamentais voltadas
para esse propósito. É nas cidades que as redes de atendimento e de garantia dos direitos se
fortalecem, para que esse esforço se traduza na definição de políticas públicas eficazes e num
atendimento de qualidade, objetivando uma justiça social maior.
Márcia Cristina Alves
Presidente do CMDCA
19
Leia-me
Este Livro compõe o conjunto de resultados da pesquisa Diagnóstico da Situação da
Infância, Adolescência e Jovem de Belo Horizonte, realizada pela Cooperativa de Trabalho de
Professores Universidade Livre - UNILIVRECOOP, desenvolvida durante o período de maio
de 2012 a junho de 2013.
O Diagnóstico teve como objetivo geral conhecer a realidade da criança e do
adolescente e jovem até 21 anos em Belo Horizonte para subsidiar ações e tomadas de
decisões do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente – o CMDCA/BH –
e as instâncias governamentais e não governamentais na formulação e execução de suas
políticas e programas.
A elaboração do presente Diagnóstico partiu do CMDCA e da Secretaria de Municipal
Adjunta de Assistência Social (SMAAS), tendo sido financiada com recursos do Fundo
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA) de Belo Horizonte. Ressalta-
se que 18 anos é o lapso de tempo entre a realização do Diagnóstico ora apresentado e o
último desta natureza ocorrido neste município: Diagnóstico Crianças e Adolescentes de Belo
Horizonte, em 1994.
A apresentação do relatório final do Diagnóstico foi organizada por temas e
distribuídas em quatorze livros, contemplando as áreas propostas e investigadas na pesquisa
sendo:
Livro 1. Diagnóstico da situação da criança, do adolescente e do jovem em Belo Horizonte:
notas teórico-metodológicas e considerações gerais;
Livro 2. Pesquisa nos conselhos tutelares;
Livro 3. Caracterização sociodemográfica da população infantojuvenil nas regionais
administrativas do município;
Livro 4. Configurações familiares;
Livro 5. Condições de saúde;
Livro 6. Educação;
Livro 7. Trabalho, profissionalização e renda;
Livro 8. Acesso à cultura, ao esporte e ao lazer;
Livro 9. Análise das violações de direitos preconizados no ECA;
Livro 10. Sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente;
Livro 11. Política de atendimento à criança e ao adolescente: assistência social e rede de
entidades registradas no CMDCA;
20
Livro 12. Juventudes em Belo Horizonte – 2013.
Livro13. Catálogo da rede de atendimento à criança, ao adolescente e ao jovem – Belo
Horizonte – 2013;
Livro 14. Catálogo de dissertações e teses sobre a temática da criança, do adolescente e do
jovem até 21 anos nas instituições de ensino superior UFMG e PUC Minas – 2005
a 2012.
A seguir, no presente Livro 4, apresentamos uma caracterização das configurações
familiares no município de Belo Horizonte, a partir de informações censitárias do IBGE e
CadÚnico, principalmente, que constituem o principal conteúdo empírico através dos quais
elaboramos a análise diagnóstica.
Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre – UNILIVRECOOP
Julho de 2013
21
Lista de Gráficos
GRÁFICO 4.1: Distribuição percentual dos tipos de famílias nuclear simples e monoparental
feminina - Regionais administrativas de Belo Horizonte – 1995. ............................................ 33
GRÁFICO 4.2: Percentual de famílias Única e Convivente - Minas Gerais e Belo Horizonte –
2010. ......................................................................................................................................... 37
GRÁFICO 4.3: Percentual de pessoas componentes, por tipos de famílias residentes em
domicílios particulares - Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010............................................. 38
GRÁFICO 4.4: Percentual de famílias principais e conviventes por classes de rendimento
mensal domiciliar per capita - Minas Gerais e Belo Horizonte - 2010. ................................... 39
GRÁFICO 4.5: Percentual de pessoas que residiam há menos de 10 anos ininterruptos no
município - Belo Horizonte – 2010. ......................................................................................... 40
22
Lista de Siglas
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABNT – Associação Brasileiras de Normas Técnicas
ACODEST - Associação Comunitária de Desportos Santa Terezinha
AEE – Atendimento Educacional Especializado
AGAP-MG - Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Minas Gerais
AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
AIH - Autorização de Internação Hospitalar
AMAS - Associação Municipal de Assistência Social
APS - Atenção Primária à Saúde
ASCOM - Assessoria de Comunicação
ASSPROM – Associação Profissionalizante do Menor
BDTD - Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações
BH – Belo Horizonte
BPC - Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social
BPC na Escola - Sistema de Informações do Programa BPC na Escola
CadÚnico - Cadastro Único
CAPS - Centros de Atenção Psicossocial
CAPUT - Centro de Atendimento e Proteção a Jovens Usuários de Tóxicos
CBO - Código Brasileiro de Ocupações
CC - Centro Cultural
CCBH - Centro de Cultura de Belo Horizonte
CCJG - Centro Cultural Jardim Guanabara
CCLN - Centro Cultural Lagoa do Nado
CCLR - Centro Cultural Lindéia-Regina
CCPE - Centro Cultural Padre Eustáquio
CCSF - Centro Cultural Salgado Filho
CCSG - Centro Cultural São Geraldo
CCVM - Centro Cultural Vila Marçola
CCVN - Centro Cultural Venda Nova
CDC - Centro de Defesa de Cidadania
CDC - Código de Defesa do Consumidor
CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas
CDPCM-BH - Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município
CEAPA - Central de Acompanhamento de Penas Alternativas
CEAS - Conselho Estadual de Assistência Social
CECRIA - Centro de Referencia, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes
CEDCA - Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente
CEDEPLAR – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais
CEDOC - Biblioteca e Centro de Documentação e Pesquisa
CEFAR - Centro de Formação Artística
CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
CEIP - Centros de Internação Provisória
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
Centro POP/ Miguilim - Centro de Referência Especializado para População de Rua para
Crianças e Adolescentes
CEPAI - Centro de Atenção Psíquica
CEPAI - Centro Psíquico da Adolescência e da Infância
CEPAI - Centro Psíquico da Adolescência e Infância
23
CERSAM - Centros de Referência em Saúde Mental
CERSAM i- Centro de Referência de Saúde Mental da Infância e da Adolescência
CERSAM-AD - Centro de Referência em Saúde Mental – Álcool e Drogas
CERSAMI - Centros de Referência em Saúde Mental Infantil
CEVAE - Centros de Convivência Ecológica
CF - Constituição Federal
CGR - Centro Geral de Reabilitação Estadual
CIA/BH - Centro de Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de
Belo Horizonte
CID – Classificação Internacional Doenças
CID-10 - 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças da OMS
CINDS - Centro Integrado de Informações de Defesa Social
CIPTA - Câmara Interinstitucional de Proteção ao Trabalhador Adolescente
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CMDCA/BH – Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente de Belo
Horizonte
CMT - Centro Mineiro de Toxicomania
CMT - Consórcio Metropolitano de Transportes
CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNDCA - Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
COLTEC/UFMG – Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais
COMAD - Conselho Municipal Antidrogas
COMPETI - Comissão Municipal Interinstitucional Permanente de Erradicação do Trabalho
Infantil
CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CONEP - Conselho Estadual do Patrimônio
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais
CPC - Conceito Preliminar de Curso
CPCDMG - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento
CPMI - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
CRAV - Centro de Referência Audiovisual
CRCMG - Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais
CREAB - Centro de Reabilitação da Unidade de Referência Secundária
CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CRM-MG - Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais
CT - Conselho Tutelar
CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social
DATASUS - Banco de Dados do Sistema Único de Saúde
DEICC - Delegacia de Investigação de Crimes Cibernéticos – DEICC
DEPCA - Delegacia Especializada de Proteção à Criança ao Adolescente
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
DIHPP - Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil de
Minas Gerais
DIU - Dispositivo Intrauterino
DOM - Diário Oficial do Município
DOPCAD - Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente
DPMG - Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais
DRPD - Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida
24
DSM-IV - 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da
Associação Psiquiátrica Americana
DST – Doença Sexualmente Transmissível
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
EEFFTO - Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
EJA – Educação de Jovens e Adultos
EPP - Empresas de Pequeno Porte
ESF - Equipes de Saúde da Família
ESF - Estratégia de Saúde da Família
ESF - Programa Estratégia Saúde da Família
ESFL - Entidades Sem Fins Lucrativos
ESPRO – Ensino Social Profissionalizante
FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador
FECTIPA - Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente
FECTIPA - Fórum de Estadual e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente
FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
FIA – Fundo Municipal para a Infância e Adolescência
FIC - Festival Internacional de Coro
FIC – Ficha de Inscrição Cadastral
FIES Técnico – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
FIT - Festival Internacional de Teatro
FMC - Fundação Municipal de Cultura
FMDCA - Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência
FPM - Fundação de Parques Municipais
FSC - Fundação Clóvis Salgado
FUNJOBI - Fundação São João Bosco para Infância
GECMES - Gerência de Coordenação de Medidas Socioeducativas
GECOM/SARMU - Gerência Regional de Comunicação Social da Secretaria de
Administração Regional Municipal
GEEPI – Gerência de Epidemiologia e Informação
GEIMA - Gerência de Informação Monitoramento e Avaliação
GEINE – Gerência de inserção Especial
GERED - Gerências Regionais de Educação
GME/SUASE-SEDS - Gerência de Mapeamento Estatístico da Subsecretaria de Atendimento
às Medidas Socioeducativas da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
GT – Grupo de Trabalho
GVSI - Gerência de Vigilância em Saúde e Informação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICEC - Instituto Cidadania, Educação e Cultura
ICMEC-ONG - Centro Internacional para Crianças, Desaparecidas e Exploradas
IDH - Índice de Desenvolvimento Urbano
Iepha-MG - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais
IGC - Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição
IJUCI - Instituto Jurídico para Efetivação da Cidadania
IML - Instituto Médico Legal
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
IQVU - Índice de Qualidade de Vida Urbana
ITC - Instituto Telemig Celular
ITU - Infecção do Trato Urinário
IVS - Índice de Vulnerabilidade Social
25
JIJ/BH - Juizado da Infância e da Juventude de Belo Horizonte
LA - Liberdade Assistida
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social
MAP - Museu de Arte da Pampulha
MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ME - Microempresas
MEC - Ministério da Educação
MHAB - Museu Histórico Abílio Barreto
MinC - Ministério da Cultura
MPMG - Ministério Público do Estado de Minas Gerais
MS - Ministério da Saúde
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NAF - Núcleos de Apoio à Família
NAMSEP -Núcleo de Atendimento às Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH
NAVCV - Núcleo de Atendimento a Vitimas de Crimes Violentos
NOB - Norma Operacional Básica
NOB-RH/SUAS – Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de
Assistência Social
NUPSS - Núcleo de Psicologia e Serviço Social
NUPSS - Núcleo de Psicologia e Serviço Social
OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONGs – Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PAEFI - Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
PAIF- Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
PAI-PJ - Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental
PAIR - Programa de Ações Integradas e Referências de Enfrentamento à Violência Sexual
Infanto-Juvenil no Território Brasileiro
PAM - Pronto Atendimento Médico
PBH – Prefeitura de Belo Horizonte
PCMG - Polícia Civil do Estado de Minas Gerais
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais
PDMI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado
PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PIA - Plano Individual de Atendimento
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNAS – Política Nacional de Assistência Social
PNDH - Programa Nacional de Direitos Humanos
PNDH III - Plano Nacional de Direitos Humanos III
PNE – Plano Nacional de Educação
PNE - Portadores de Necessidades Especiais
POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares
PPAG - Plano Plurianual de Ação Governamental
PPCAM - Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte
PPCD - Programa de Prevenção e Combate à Desnutrição
26
PPP – Parcerias Práticas Participativas
PPP – Projeto Político Pedagógico
PPPs – Parcerias Práticas Participativas
PRODABEL - Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte
PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
PSB - Proteção Social Básica
PSC - Prestação de Serviços à Comunidade
PSE – Programa Saúde na Escola
PSE - Proteção Social Especial
PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
RAIS-2011 - Relação Anual de Informações Sociais de 2011
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social
RMBH - Região Metropolitana de Belo Horizonte
RMBH - Região Metropolitana de Belo Horizonte
SAI/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
SAMRE - Seção de Atendimento das Medidas Restritivas de Liberdade
SAMU – Serviço Atendimento Municipal de Urgência
SCFV - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
SCOMPS - Secretarias Municipais de Coordenação de Gestão Regional, vinculadas à
Secretaria Municipal de Coordenação de Política Social
SDH/PR - Secretaria Direitos Humanos da Presidência da República
SEC - Secretaria Estadual de Cultura
SEDESE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social
SEDH - Secretaria de Direitos Humanos
SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social
SEEJ - Secretaria de Estado de Esporte e Lazer
SEF - Setor de Estudos Familiares
SEF/VIJ-BH - Setor de Estudos Familiares da Vara da Infância e da Juventude de Belo
Horizonte
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAD - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SEPI - Setor de Pesquisa Infracional da Vara da Infância e da Juventude
SEPI/TJMG - Setor de Pesquisa Infracional da Vara da Infância e da Juventude do Tribunal
de Justiça do Estado de Minas Gerais
SES - Secretaria de Estado de Saúde
SESC – Serviço Social do Comércio
SESCOOP - Serviço Nacional de Cooperativismo
SESI – Serviço Social da Indústria
SEST - Serviço Social do Transporte
SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica
SIBEC - Sistema de Benefícios ao Cidadão
SICON - Sistema Integrado de Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família
SIGPS - Sistema de Informação e Gestão das Políticas Sociais
SIGPS - Sistema de Informações Gerenciais das Políticas Sociais
SIH - Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade
27
SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SINASC - Sistema de Informações de Nascidos Vivos
SINASE - Sistema Nacional de Acompanhamento das Medidas Socioeducativas
SIPIA – Sistema de Informação Para Criança e Adolescente
SISAprendizagem - Sistema de Informações Estratégicas
SISJOVEM – Sistema de Acompanhamento e Gestão do Projovem Adolescente
SISNAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SISPETI – Sistema de Controle e Acompanhamento do PETI (SUASWEB)
SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
SIT - Sistema de Informações Territoriais
SMAAS - Secretária Municipal Adjunta de Assistência Social
SMAES - Secretaria Municipal Adjunta de Esportes
SMAL - Secretaria Municipal Adjunta de Lazer
SMARU - Secretaria Municipal de Regulação Urbana
SMC - Secretaria Municpal de Cultura
SMED - Secretaria Municipal de Educação
SMEL - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer
SMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SMPS - Secretaria Municipal de Políticas Sociais
SMSA – Secretária Municipal de Saúde
SMSA/BH - Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte
SNAS - Secretaria Nacional de Assistência Social
SNPDCA - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente
SPPE - Secretaria de Políticas Públicas de Emprego
SPTR - Sistema Público de Trabalho e Renda
SRTE - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
STR - Serviços Residenciais Terapêuticos
SUASE - Subsecretaria de Atendimento às Medidas Sócio Educativas
SUDECAP - Superintendência de Desenvolvimento da Capital
SUP - Serviço de Urgência Psiquiátrica
SUS – Sistema único de Saúde
SVSMS - Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
TDEs: Teses e Dissertações Eletrônicas
TEM - Ministério do Trabalho e Emprego
TJEMG - Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
TJMG - Tribunal de Justiça de Minas Gerais
UBS – Unidade Básica de Saúde
UCI – Unidade de Cuidados Intermediários
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UMEI - Unidade Municipal de Educação Infantil
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância
UNILIVRECOOP – Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre
UPA – Unidade Pronto Atendimento
URS - Unidades de Referência Secundária
UTI – Unidade de Tratamento Intensivo
VIJ-BH - Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte
28
Lista de Tabelas
TABELA 4.1: Quantidade e percentual de famílias, por tipos - Única e Conviventes - em
Minas Gerais e em Belo Horizonte – 2010............................................................................... 36
TABELA 4.2: Quantidade e percentual do número de pessoas componentes, por tipos de
famílias residentes em domicílios particulares - Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010. ....... 37
TABELA 4.3: Quantidade e percentual de famílias principais e conviventes por classes de
rendimento mensal domiciliar per capita – Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010. .............. 38
TABELA 4.4: Número e percentual de pessoas que residiam há menos de 10 anos
ininterruptos no município - Belo Horizonte - 2010. ............................................................... 40
TABELA 4.5: Número e percentual da população total e da população de 0 a 21 anos segundo
os tipos de unidade doméstica – Belo Horizonte - 2010. ......................................................... 41
TABELA 4.6: Número e percentual de pessoas responsáveis por domicílios, por sexo,
incluindo casos de responsabilidade partilhada entre mais de um morador – Regionais
Administrativas de Belo Horizonte - 2010. .............................................................................. 42
TABELA 4.7: Número e percentual de pessoas responsáveis pelo domicílio, por sexo, cuja
responsabilidade é de apenas um morador - Regionais Administrativas de Belo Horizonte -
2010 .......................................................................................................................................... 43
TABELA 4.8: Percentual de mulheres responsáveis por domicílio segundo as classes de
rendimento bruto (ou a retirada) mensal no trabalho principal – Regionais Administrativas de
Belo Horizonte – 2010. ............................................................................................................. 44
TABELA 4.9: Percentual de mulheres responsáveis por domicílio segundo a cor-raça
declarada ao IBGE – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2010. .......................... 45
TABELA 4.10: Comparação entre o total geral de famílias inseridas no Cadastramento Único
e total de Famílias que possuíam crianças, adolescentes e jovens de até 21 anos por Regional
Administrativa - Belo Horizonte - 2012 ................................................................................... 48
TABELA 4.11: Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária – Regionais
Administrativas de Belo Horizonte – 2012 .............................................................................. 49
TABELA 4.12: Pessoas de até 21 anos de idade cadastradas no CadÚnico por faixa etária
segundo a cor-raça, número absoluto - Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012
.................................................................................................................................................. 51
TABELA 4.13: Pessoas de até 21 anos de idade cadastradas no CadÚnico por faixa etária
segundo a cor-raça, número relativo - Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012 52
TABELA 4.14: População de 0 a 21 anos e de 22 anos e mais segundo o Curso mais elevado
que frequentou, no qual concluiu pelo menos uma série, número absoluto – Regionais
Administrativas de Belo Horizonte – 2012 .............................................................................. 54
TABELA 4.15: População de 0 a 21 anos e de 22 anos e mais segundo o Curso mais elevado
que frequentou, no qual concluiu pelo menos uma série, número relativo – Regionais
Administrativas de Belo Horizonte – 2012 .............................................................................. 56
TABELA 4.16: Pessoas cadastradas no CadÚnico segundo a forma de abastecimento de água
do domicílio – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012 ..................................... 59
TABELA 4.17: Pessoas cadastradas no CadÚnico segundo a forma como o lixo do domicílio
é coletado – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012 ......................................... 61
29
INTRODUÇÃO
O mundo contemporâneo tem se caracterizado por novas formas de organização
familiar, não mais aquelas constituídas a partir de bases clássicas, que necessariamente se
principiavam no casamento. As famílias e suas mudanças configuracionais, processadas no
decorrer da história, produziram novos arranjos familiares. Assim, reconhecemos que a
concepção do que é família constitui uma construção social relacionada às necessidades
sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade, em determinado
contexto histórico.
Nesse sentido, no cenário atual, a delimitação do que seja família torna-se um desafio,
pois a complexidade de arranjos dos grupos familiares exige a superação de preconceitos e
padrões pré-estabelecidos, e isso não representa tarefa simples para desconstruir padrões
prescritos. O reducionismo de se considerar a família somente a partir de um único padrão
idealizado em decorrência do modelo patriarcal, gerou preconceitos em relação às distintas
possibilidades de se viver em formas variadas, de se compor famílias, sendo rotulados
aqueles grupos diferenciados de “famílias desestruturadas”. Essas ideias preconceituosas
podem acarretar sérios prejuízos às políticas públicas e sociais.
A política pública destinada à criança, ao adolescente e ao jovem não pode negar as
diversas configurações familiares existentes, já que representaria uma postura segregacionista
e ilusória. Por outro lado, não se pode cair numa posição “familista” de acreditar que todos os
problemas se iniciam e terminam nas famílias, como se fosse um lugar exclusivo para a ação
das políticas públicas, pois se cairia em uma visão muito simplificada diante da complexidade
das relações humanas. Nesse aspecto, o artigo 227 da Constituição Federal apresenta uma
perspectiva mais abrangente acerca desta questão:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL,
1988).
Como determinado pelo Artigo 227, a responsabilidade é conjunta entre Estado,
sociedade e família (seja qual for seu arranjo), por isso a necessidade de que haja uma
consonância e reciprocidade entre tais atores. Ou seja, em hipótese alguma se pode partir do
pressuposto de que o arranjo familiar por si mesmo constitua um problema para a infância,
adolescência e juventude. Desta maneira, corrobora-se a posição de Zamberlam (2001) de que
30
a palavra família represente um termo o qual podemos apenas descrever, jamais qualificar,
pois toda tentativa de definição categórica de família resultou em nada menos que uma
construção de tipologias de arranjos familiares. Frente às transformações ocorridas na
modernidade, Kaslow citado por Szymanski (2002, p.37), identificou nove tipos de arranjos
familiares que se diferenciam basicamente devido à forma de sua composição:
1. Família nuclear, na qual se incluem duas gerações com filhos biológicos;
2. Famílias extensas, com três ou quatro gerações;
3. Famílias adotivas temporárias;
4. Famílias adotivas, que podem ser birraciais ou multiculturais;
5. Casais;
6. Famílias monoparentais – chefiadas por pai ou mãe;
7. Casais homossexuais, com ou sem crianças;
8. Famílias reconstituídas depois do divórcio;
9. Várias pessoas que convivem juntas, sem laços legais, ligadas com forte
compromisso.
Atualmente, no Brasil, o Censo Demográfico produzido pelo IBGE constitui uma
importante referência para o desenvolvimento de estudos socioespaciais envolvendo a
temática da família. Para a produção dos dados censitários, o IBGE (2012b) adota a seguinte
definição de família: “Conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência
doméstica ou normas de convivência, todos residentes na mesma unidade domiciliar (ou seja,
na mesma casa), ou pessoa que mora só em uma unidade domiciliar” (IBGE, 2012b).
Para a operacionalização técnica da definição de família adotada, até mesmo em
função da natureza dos dados levantados no Censo, o IBGE (2012b) trabalha com diversas
formas de caracterização das famílias, considerando junto a isso a própria condição
domiciliar. Duas tipologias fundamentais são utilizadas pelo IBGE (2012a) para a
caracterização da família: Família única e Famílias conviventes. Tais definições encontram-se
disponíveis nas recentes publicações do IBGE “Censo Demográfico 2010, Famílias e
Domicílios, Resultados da Amostra” e “Indicadores Sociais Municipais: uma análise dos
resultados do Censo Demográfico de 2010”. Ressalta-se que tais publicações trazem
informações gerais para o Brasil, unidades federadas, regiões macro, meso e micro, e também
por municípios.
31
Por Família única, o IBGE considera o “[...] núcleo familiar da pessoa responsável
pela unidade doméstica (que é também a pessoa responsável pelo domicílio) com apenas uma
família” (2012a). Foram consideradas Famílias conviventes os núcleos familiares diversos
residentes em uma mesma unidade doméstica (IBGE, 2012a). Ou seja, famílias que
compartilham o mesmo domicílio. Além disso, considera que “[...] a família da pessoa
responsável pela unidade doméstica (que é também a pessoa responsável pelo domicílio) foi
definida como a família convivente principal.” (IBGE, 2012a). “As demais famílias
conviventes constituem-se por: casal (duas pessoas vivendo em união conjugal); casal com
filho(s); mulher ou homem sem cônjuge e com filho(s), nomeadas como famílias segundas,
terceiras etc.” (IBGE, 2012a, p.36).
Ressalta-se que, nos Censos Demográficos anteriores, a quantidade de famílias
conviventes principais e segundas era equivalente, pois o IBGE classifica também como
“família” o conjunto de pessoas sem laços de parentesco. Tais casos referem-se às situações
nas quais “[...] a pessoa responsável reside unicamente com núcleos familiares formados por
agregados, pensionistas, empregado(a) doméstico(a) ou parente do(a) empregado(a)
doméstico(a). Cabe destacar que tais casos são residuais.” (IBGE, 2012, p.36).
Outra forma possível de identificação da condição familiar perpassa a forma de
classificação da espécie de unidade doméstica:
1) Unipessoal: quando constituída só por uma pessoa;
2) Nuclear: quando constituída por um casal com ou sem filho (por consanguinidade,
adoção ou de criação) ou enteado; uma pessoa (homem ou mulher) com filho(s)
(por consanguinidade, adoção ou de criação) ou enteado(s), independentemente da
pessoa que foi indicada como responsável pelo domicílio.
3) Estendida - quando constituída somente pela pessoa responsável com pelo menos
um parente, formando uma família que não se enquadrasse em um dos tipos
descritos pelo IBGE (2012b) como nuclear;
4) Composta – constituída pela “[...] pessoa responsável, com ou sem parente(s), e
com pelo menos uma pessoa sem parentesco (agregado (a), pensionista,
convivente, empregado (a) doméstico(a), parente do empregado(a) doméstico(a))”
(IBGE, 2012b, p.28).
No ano de 1994, a Associação Municipal de Assistência Social (AMAS) realizou a
pesquisa intitulada “Famílias de crianças e adolescentes: diversidade em movimento”,
envolvendo 1.041 famílias residentes no município de Belo Horizonte, com um nível de
32
confiança de 95%, e margem de erro estimada em 3%. O objetivo principal da pesquisa foi
“[...] a caracterização das famílias de crianças e adolescentes do ponto de vista de sua
estrutura, situação socioeconômica, dinâmica interna, arranjos entre seus componentes,
interação entre diversas instâncias sociais” (AMAS, 1995:9). Ressalta-se que tal pesquisa foi
a principal fonte utilizada para a caracterização das famílias presente no Diagnóstico Crianças
e Adolescentes de Belo Horizonte de 1994.
Sobre os tipos de arranjos familiares, a pesquisa AMAS (1995) identificou nove tipos:
a) Nuclear simples: família composta por um casal de cônjuges heterossexuais e os
filhos deste mesmo casal;
b) Monoparental feminina simples: família em que apenas a mãe está presente no
domicílio com filhos e/ou com outras crianças e adolescentes sob sua responsabilidade;
c) Monoparental masculina (simples ou extensa): família em que apenas o pai está
presente no domicílio com seus filhos e/ou com outras crianças e adolescentes sob sua
responsabilidade e/ou outros adultos sem filhos;
d) Nuclear extensa: família em que o pai e a mãe estão presentes no domicílio,
vivendo com seus filhos, outras crianças menores sob sua responsabilidade e também outros
adultos, com grau de parentesco ou não;
e) Monoparental feminina extensa: família em que apenas a mãe está presente no
domicílio, vivendo com seus filhos e/ou outros menores sob sua responsabilidade, e também
outros adultos com grau parentesco ou não;
f) Família convivente: famílias que moram juntas num mesmo domicílio;
g) Família nuclear reconstituída: família na qual algum dos genitores está vivendo em
nova união;
h) Família de genitores ausentes: família na qual nenhum dos genitores encontra-se
presente, em que outros adultos com algum grau de parentesco assumem a responsabilidade
pelas crianças ou adolescentes;
i) Família nuclear com crianças agregadas: família em que o pai e a mãe estão
presentes no domicílio e que, além de seus filhos, há a presença de outras crianças ou
adolescentes sob sua responsabilidade.
A pesquisa da AMAS (1995) identificou a predominância de dois tipos de família no
município: família nuclear simples (57%) e monoparental feminina simples e extensa com
(17%), que são aquelas chefiadas por mulheres sem companheiros. Este estudo apontou que
as famílias monoparentais femininas apresentavam-se como a maior tendência entre famílias
33
em situação de pobreza. O Gráfico 1 mostra a distribuição percentual destes dois tipos de
família em Belo Horizonte, referente ao período no qual tal pesquisa foi realizada.
GRÁFICO 4.1: Distribuição percentual dos tipos de famílias nuclear simples e monoparental feminina
- Regionais administrativas de Belo Horizonte – 1995.
Fonte: AMAS (1995).
Notas: Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
Quanto à questão da presença proporcional dos dois tipos de famílias expostas pelo
Gráfico 1, identificamos os seguintes índices entre as regionais: Barreiro com 63%, Centro-
Sul com 61,0%, e Venda Nova com 60%, sendo as que apresentaram maior proporção de
famílias do tipo nuclear simples. Quanto às famílias do tipo monoparental feminina,
verificou-se que a Regional Pampulha apresentou 25%, a Leste 19% e a Noroeste possuía
18%. Ressalte-se que não iremos aprofundar nas considerações sobre os resultados da
pesquisa AMAS (1995), pois não é este o objetivo do presente Diagnóstico.
Diferentemente do trabalho realizado pela AMAS (1995), utilizamos como principal
fonte de dados sociodemográficos para a caracterização das famílias o Censo Demográfico de
2010 do IBGE, que considera a família a partir da unidade domiciliar.
Após essa breve introdução, iniciaremos a apresentação dos dados censitários de 2010,
reconhecendo que a análise do contexto das famílias relaciona-se também às características
das pessoas residentes, com destaque para aqueles identificados como responsáveis pelo
domicílio, bem como pelas condições do próprio local de residência (o domicílio). Desta
forma, os dados sobre as condições do domicílio e de pessoas como a quantidade de
moradores, o acesso à infraestrutura urbana bem como a cor-raça, o sexo, a idade, a renda e
61%
55%
59%
59%
53%
60%
57%
51%
63%
12%
19%
14%
18%
25%
18%
16%
13%
11%
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0%
Centro-Sul
Leste
Nordeste
Noroeste
Pampulha
Venda Nova
Norte
Oeste
Barreiro
MONOPARENTAL
FEMININA
NUCLEAR SIMPLES
Tipos de família
Reg
ionai
s
Percentual
34
grau de escolaridade da pessoa responsável pelo domicílio são relevantes para a compreensão
do contexto social atual de nossas crianças, adolescentes e jovens.
35
4.1 FAMÍLIAS: ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IDENTIFICADAS NO
MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE (2010-2012)
Para a descrição e análise da situação atual1 das famílias residentes no município
utilizamos diferentes fontes, como o relatório Censo Demográfico 2010 Famílias e
Domicílios: Resultados da Amostra, publicado em 2010 pelo IBGE - que oferece dados
comparativos entre Belo Horizonte e Minas Gerais; os microdados do universo e amostra do
Censo Demográfico de 2010, relativos às pessoas e aos domicílios; dados extraídos a partir
dos cadastros de pessoas e de famílias no Cadastro Único.
Ressalta-se que o número de 689.681 famílias residentes no município, segundo o
documento Censo Demográfico 2010 Famílias e Domicílios: Resultados da Amostra, não
corresponde ao número de 768.685 domicílios particulares permanentes ocupados2
identificados nos resultados consolidados do Universo do Censo Demográfico. Apesar disso,
os dados do referido relatório do IBGE sobre famílias são úteis para a contextualização do
município em relação ao seu respectivo estado federado.
A Tabela 4.1, seguinte, apresenta a quantidade e o percentual de famílias residentes
em Belo Horizonte e em Minas Gerais, por tipos, única e convivente3, e oferece dessa forma a
comparação proporcional destes tipos entre Estado e Capital.
1 Atual no sentido de se tratar de dados relativamente recentes, registrados/levantados nos anos de 2010, no caso
do IBGE, 2011 no caso dos questionários do Censo SUAS e de dezembro de 2012 relativos aos CadÚnico. 2 Corresponde aos domicílios construídos com a finalidade exclusiva de servir para habitação e que, durante a
data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas (IBGE, 2012b).
3 No caso das famílias do tipo conviventes, o IBGE (2012a) reconhece a existência de famílias distintas
residindo em um mesmo domicílio. Por exemplo, um casal cujo filho casado (junto com a esposa) residem em
um mesmo domicílio, neste caso a família principal seria (o casal de pais) e a família segunda seria a do filho
com a nora e, se houvesse uma terceira família residindo no domicílio esta seria convivente terceira. Sobre os
cuidados metodológicos para o tratamento e uso da categoria famílias conviventes do IBGE, consultar Alves
(2005).
36
TABELA 4.1: Quantidade e percentual de famílias, por tipos - Única e Conviventes - em Minas Gerais
e em Belo Horizonte – 2010.
Área Geográfica
Famílias residentes em domicílios particulares (N) e (%)
Tipo de família
Total Única
Convivente
Principal Segunda Terceira Quarta Quinta
ou mais Total
convivente
Minas Gerais 4.854.073 356.416 356.851 26.471 2.243 164 742.144 5.596.218
Belo Horizonte 596.194 44.677 44.757 3.496 538 19 93.487 689.681
Minas Gerais 86,7 6,4 6,4 0,5 0,04 0,003 13,3 100
Belo Horizonte 86,4 6,5 6,5 0,5 0,08 0,003 13,6 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
Notamos, a partir da Tabela 4.1, que havia, dentre os tipos de famílias residentes tanto
em Belo Horizonte, como em Minas Gerais, predominância do tipo única com 86,4% e 86,7%
respectivamente. Única no sentido de não compartilhar o domicílio com outra família. Quanto
ao tipo convivente, quando há mais de uma família residente em um mesmo domicílio, em
Belo Horizonte observamos que 6,5% correspondem a “Principal”, 6,5% são “Segunda”,
0,5% “Terceira”, 0,04% “Quarta” e 0,003% “Quinta ou mais”. Enfim, a Tabela 1 mostra que
a distribuição percentual dos tipos de família tanto em Minas como em Belo Horizonte são
semelhantes e que, dentre as conviventes, as categorias “Quarta” e “Quinta ou mais” são
pouco expressivas em relação às demais, ou seja, são raros os domicílios compostos por
quatro, cinco ou mais famílias.
O Gráfico 4.2 expressa a diferença percentual entre famílias únicas e conviventes, para
Belo Horizonte e sua respectiva Unidade da Federação.
As famílias não possuem números acentuados de agregados, concentrando-se entre 3 e
4 membros. Esse indicador sintetiza uma mudança na configuração familiar nas últimas
décadas, marcada por uma acentuação da nuclearização familiar.
37
GRÁFICO 4.2: Percentual de famílias Única e Convivente - Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010.
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaborado por UNILIVRECOOP. 2012.
A seguir, a Tabela 4.2, mostra a distribuição percentual e o número de pessoas
componentes das famílias residentes em domicílios particulares em Belo Horizonte e em
Minas Gerais.
TABELA 4.2: Quantidade e percentual do número de pessoas componentes, por tipos de famílias
residentes em domicílios particulares - Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010.
Área Geográfica
Famílias únicas e conviventes principais residentes em domicílios particulares (N) e
(%)
Número de componentes
Total 2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas 6 pessoas
Minas Gerais 1.465.532 1.596.387 1.293.932 564.370 290.267 5.210.489
Belo Horizonte 190.805 203.199 157.813 62.701 26.353 640.872
Minas Gerais 28,1 30,6 24,8 10,8 5,6 100
Belo Horizonte 29,8 31,7 24,6 9,8 4,1 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
De acordo com a Tabela 4.2, identificamos que a presença de 3 pessoas é a quantidade
mais frequente em relação ao número de componentes das famílias: 31,7% em Belo
Horizonte e 30,6% em Minas Gerais, seguido de 2 pessoas com 29,8%, e 28,1%
respectivamente, e de 4 pessoas com 24,6% e 24,8% consecutivamente. Tal dado, disponível
86,4
13,6
86,7
13,3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Belo
Horizonte
Minas Gerais
Per
cen
tual
Família Única Famílias Conviventes
38
também no Gráfico 3, é coerente com o da quantidade média de 4 moradores por domicílio,
vista em 2010 para Belo Horizonte (IBGE, 2012a), e pode indicar uma tendência atual sobre o
número médio componentes familiares.
GRÁFICO 4.3: Percentual de pessoas componentes, por tipos de famílias residentes em domicílios
particulares - Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010.
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
A Tabela 4.3, a seguir, mostra a quantidade e a distribuição percentual das famílias,
únicas e conviventes, por classes de rendimento mensal domiciliar per capita.
TABELA 4.3: Quantidade e percentual de famílias principais e conviventes por classes de rendimento
mensal domiciliar per capita – Minas Gerais e Belo Horizonte – 2010.
Área Geográfica
Famílias únicas e conviventes principais residentes em domicílios particulares
Classes de rendimento nominal mensal familiar per capita (salário mínimo) - (N) e (%)
Total Até 1/4 Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Sem
rendimento
1/4 a 1/2 1/2 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 5 5
Minas Gerais 349.733 914.717 1.632.463 1.298.068 381.327 267.675 239.730 126.777 5.210.489
Belo Horizonte 14.115 60.498 142.204 168.720 72.517 70.275 95.971 16.573 640.872
Minas Gerais 6,7 17,6 31,3 24,9 7,3 5,1 4,6 2,4 100
Belo Horizonte 2,2 9,4 22,2 26,3 11,3 11 15 2,6 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaborado por UNILIVRECOOP.
Na Tabela 4.3 foi relevante pontuar, no Estado e em Belo Horizonte, que a proporção
de famílias com classes de rendimento de até ¼ de salário mínimo e de ¼ a ½, representavam
grupos familiares situados entre a extrema pobreza e a pobreza. Em Belo Horizonte havia
2,2% das famílias, 14.115, com rendimento per capita de até ¼ do salário mínimo; em Minas
Gerais eram 6,7% das famílias, 349.733. Quanto às famílias com rendimento de mais de ¼ a
½ salário mínimo, no município representavam 9,4% (60.498) e no Estado 17,6% (914.717).
29,831,7
24,6
9,8
4,1
28,1
30,6
24,8
10,8
5,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas 6 pessoasou mais
BeloHorizonte
Minas Gerais
Per
cent
ual
Pessoas Componentes
Área Geográfica
39
Se somarmos os valores relativos das duas menores classes de rendimento supramencionadas,
vemos que 74.613 (11,6%) famílias situavam-se entre a pobreza e a extrema pobreza no
município, e em Minas Gerais eram 1.264.450 (24,3%). Além disso, havia as famílias sem
rendimento com cerca de 2,6% (16.573) em Belo Horizonte e 126.777 (2,4%) no Estado.
Notamos também neste município que, apenas 15,0% das famílias, (95.971),
possuíam rendimento superior a 5 salários mínimos. Indicando a predominância de famílias
com baixa renda no município. O Gráfico 4.4, seguinte, contribui para a compreensão da
distribuição percentual apresentada na Tabela 4.3.
GRÁFICO 4.4: Percentual de famílias principais e conviventes por classes de rendimento mensal
domiciliar per capita - Minas Gerais e Belo Horizonte - 2010.
2,2
9,4
22,2
26,3
11,3 11,0
15,0
2,6
6,7
17,6
31,3
24,9
7,35,1 4,6
2,4
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
Até 1/4 Mais de
1/4 a 1/2
Mais de
1/2 a 1
Mais de
1 a 2
Mais de
2 a 3
Mais de
3 a 5
Mais de
5
Sem rendimento
BeloHorizonte
MinasGerais
Per
cent
ual
Classes de rendimento
Área Geográfica
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
A seguir, a Tabela 4.4 informa a quantidade e o percentual de pessoas que residiam há
menos de 10 anos ininterruptos no município. Tal dado é útil para expressar a intensidade dos
fluxos migratórios, ao mostrar quantos residiam há menos de 10 anos no município.
Considerando que em 2010 havia 2.375.151 pessoas residentes em Belo Horizonte, 247.786
(10,4%) residiam há menos de 10 anos no município, podendo indicar também a formação de
famílias jovens.
Destes (247.786 pessoas), 26,5% moravam no município entre 6 e 9 anos, 30,4% de 3
a 5 anos, 28,1% de 1 a 2 anos e 15,0% a menos de um 1 ano, como também informa o Gráfico
2.
40
TABELA 4.4: Número e percentual de pessoas que residiam há menos de 10 anos ininterruptos no
município - Belo Horizonte - 2010.
Belo Horizonte
Pessoas que residiam há menos de 10 anos ininterruptos no município
Tempo ininterrupto de residência no município Total
Menos de 1 ano 1 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 9 anos
(N) 37.161 69.582 75.436 65.607 247.786
(%) 15 28,1 30,4 26,5 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
GRÁFICO 4.5: Percentual de pessoas que residiam há menos de 10 anos ininterruptos no município -
Belo Horizonte – 2010.
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012a.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
A seguir, por meio da Tabela 4.5, apresentamos a quantidade e o percentual de
população total e a população de 0 a 21 anos residente, segundo o tipo de unidade doméstica
unipessoal, nuclear, estendida e composta adotado pelo IBGE (2012b) durante o Censo de
2010. Essa apresentação possibilita caracterizar os tipos mais frequentes de espécie de
unidade doméstica nos quais se encontra a população de crianças, adolescentes e jovens e, ao
mesmo tempo, propicia uma comparação com o modo como a população total do município
distribui-se segundo esses mesmos tipos.
15
28,1
30,4
26,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
Menos de 1 ano 1 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 9 anos
Per
cent
ual
Tempo de residência no município
41
TABELA 4.5: Número e percentual da população total e da população de 0 a 21 anos segundo os tipos
de unidade doméstica – Belo Horizonte - 2010.
Espécie de Unidade
Doméstica
População total População de 0 a 21 anos
(N) (%) (N) (%)
Unipessoal 109.142 4,6 2.241 0,3 Nuclear 1.565.425 65,9 00.968 69,7 Estendida 584.866 24,6 185.132 25,8 Composta 109.761 4,6 28.617 4,0 Subtotal 2.369.193 99,7 716.958 99,8 Não registrado 5.958 0,3 1.402 0,2
Total 2.375.151 100 718.360 100 Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012b.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 4.5, identificamos que a unidade do
tipo nuclear foi relativamente mais frequente entre a população total, com 65,9% (1.565.4250)
e, mais ainda, quando consideramos somente a população infantojuvenil com 69,7%
(500.968). Tal dado revelou um predomínio das famílias nucleares na cidade. Contudo, os
dados não distinguem entre os tipos de famílias nucleares simples e extensa, como
apresentado na pesquisa da AMAS-PBH (1995).
Quanto à proporção de crianças, adolescentes e jovens residentes em unidades
domésticas família estendida, em 2010, representavam 25,8% (185.132), enquanto que para a
população total do município esse valor relativo foi de 24,6% (584.866). Em relação à
composta, notamos o valor de 4,0% (28.617) e 4,6% (109.761), respectivamente. Ressalta-se
que o tipo unipessoal foi o que menos abrangeu a população infantojuvenil com 0,3% (2.241).
42
4.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DAS FAMÍLIAS POR REGIONAIS
ADMINISTRATIVAS
O conjunto de informações a seguir constitui-se de dados sobre pessoas e domicílios
produzidos pelo Censo Demográfico de 2010, ou seja, não diz respeito aos dois tipos de
famílias classificados pelo IBGE (2012b), como única e convivente. Trata-se das
características das pessoas responsáveis por domicílios particulares permanentes. Além disso,
tais informações são também utilizadas para identificação do contexto socioeconômico
familiar.
A Tabela 4.6, seguinte, apresenta a quantidade total de pessoas responsáveis por
domicílios particulares por sexo, residentes nas regionais administrativas, incluindo os casos
nos quais essa responsabilidade era exercida por mais de um morador.
TABELA 4.6: Número e percentual de pessoas responsáveis por domicílios, por sexo, incluindo casos
de responsabilidade partilhada entre mais de um morador – Regionais Administrativas de Belo
Horizonte - 2010.
Regional
Sexo
Masculino (N)
Feminino (N)
Total (N)
Masculino (%)
Feminino
(%)
Total
Regional (%)
Barreiro 52.075 33.583 85.658 60,8 39,2 100 Centro-Sul 54.828 47.663 102.491 53,5 46,5 100 Leste 40.344 36.628 76.972 52,4 47,6 100 Nordeste 51.711 39.957 91.668 56,4 43,6 100 Noroeste 47.804 39.984 87.788 54,5 45,5 100 Norte 36.437 27.675 64.112 56,8 43,2 100 Oeste 57.807 43.565 101.372 57,0 43,0 100 Pampulha 42.917 28.936 71.853 59,7 40,3 100 Venda Nova 46.762 34.364 81.126 57,6 42,4 100
Total 430.685 332.355 763.040 56,4 43,6 100 Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012b.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
A partir da Tabela 4.6, identificamos que, dentre as pessoas responsáveis por
domicílios, considerando toda a população residente no município em 2010, bem como nas
regionais administrativas, ainda havia predominância de responsáveis por domicílios do sexo
masculino com 56,4% (430.685), enquanto que 43,6% (333.355) constituíam-se de mulheres.
Ressalta-se que tal dado inclui os casos de responsabilidade compartilhada com cônjuge.
Além disso, como visto em Mendes (2002, p.01), a participação das mulheres na
responsabilidade ou corresponsabilidade pelo domicílio não é sinônimo de emancipação
feminina. Nas áreas empobrecidas, na maioria dos casos, a entrada das mulheres no mercado
43
de trabalho ocorre mais por vínculos precários e/ou informais, geralmente em função da
ausência de um cônjugue ou companheiro(a) (MENDES, 2002).
Essas mudanças na participação da mulher no rendimento familiar questionam o
modelo patriarcal idealizado por boa parte dos brasileiros. A ideia do homem associada à
condição de provedor ainda se manifesta nas interações familiares. Todavia, as mulheres vêm
cumprindo essa tarefa associada às demais atribuições que geram sobrecarga física e mental
para si.
A Tabela 4.7 apresenta o dado das pessoas responsáveis pelos domicílios particulares
nos quais a responsabilidade é exercida exclusivamente por uma única pessoa, por sexo, para
o município e regionais administrativas.
TABELA 4.7: Número e percentual de pessoas responsáveis pelo domicílio, por sexo, cuja
responsabilidade é de apenas um morador - Regionais Administrativas de Belo Horizonte - 2010
Regional Sexo
Masculino Feminino Total Regional (N) (%) (N) (%) (N) (%)
Barreiro 34.536 59,8 23.197 40,2 57.733 100 Centro-Sul 33.328 49,0 34.671 51,0 67.999 100 Leste 24.962 49,6 25.314 50,4 50.276 100 Nordeste 32.166 54,2 27.166 45,8 59.332 100 Noroeste 30.780 51,8 28.608 48,2 59.388 100 Norte 23.073 55,5 18.503 44,5 41.576 100 Oeste 36.473 55,0 29.795 45,0 66.268 100 Pampulha 26.156 57,0 19.712 43,0 45.868 100 Venda Nova 30.942 55,6 24.683 44,4 55.625 100
Total 272.416 54,0 231.649 46,0 504.065 100 Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
Quando se trata da responsabilidade pelo domicílio exercida exclusivamente por única
pessoa residente, por sexo, identificamos que a proporção de mulheres atingiu 46,9% na
Tabela 4.7, sendo superior ao dado mostrado na Tabela 4.6 (43,6%), que agrega também os
casos de responsabilidade partilhada entre mais de um morador. Ressalta-se a sobrecarga das
mulheres, como chefes de família, acrescida de baixos salários, em relação aos homens.
Torna-se necessário destacar que os salários e os rendimentos dos homens das camadas
empobrecidas representam um dos motivos da sua desagregação familiar, bem como seu
envolvimento com violência intrafamiliar, dependência química, criminalidade e outros
conflitos sociais, como se vê descrito em estudos acerca da relação entre masculinidade e
44
paternidade, numa sociedade desigual e patriarcal (MARQUES, 2001; OLIVEIRA, 2004;
FREIRE COSTA, 1979).
Tal dado mostra que, quando a responsabilidade é exercida por um único morador do
domicílio, a proporção de mulheres chefes de domicílio tende a ser maior do que quando se
trata de responsabilidade partilhada. Neste sentido, corroborando posição Mendes (2002), a
inserção das mulheres no mercado de trabalho dá-se geralmente de forma precária e/ou
informal.
Nesse aspecto, apresentaremos a seguir um aprofundamento sobre a caracterização
sociodemográfica desta população de mulheres que exerceram sozinhas a responsabilidade
pelos domicílios. Ressalta-se que, tais dados não incluem os casos de espécie de unidade
doméstica unipessoal, anteriormente mostrado através da Tabela 4.5, devido à
inexpressividade relativa da população de 0 a 21 anos, nos casos de domicílios com apenas
um morador/unipessoal (0,3%).
A partir da Tabela 4.8 apresentamos o percentual das mulheres que exercem a
responsabilidade exclusiva do domicílio, por regionais administrativas, segundo as classes de
rendimento bruto (ou a retirada) mensal no trabalho principal4.
TABELA 4.8: Percentual de mulheres responsáveis por domicílio segundo as classes de rendimento
bruto (ou a retirada) mensal no trabalho principal – Regionais Administrativas de Belo Horizonte –
2010.
Regional
Classes de rendimento em salário mínimo (%)
Total
regional Até ¼
De ¼
a ½
Total até
1/2 De ½ a 1
De 1 a
2 Total até
2
De 2 a
3
De 3 a
5
De 5 a
10
Acima
de 10
Barreiro 1,9 6,6 8,5 33,6 39,3 81,4 10,0 5,3 2,7 0,6 100 Centro-
Sul 0,2 2,2 2,4 18,7 16,6 37,7 7,4 9,5 23,9 21,5 100
Leste 0,7 3,8 4,5 30,7 30,9 66,1 8,9 10,7 10,2 4,0 100
Nordeste 2,1 5,7 7,8 39,2 36,2 83,2 7,9 5,4 3,0 0,5 100
Noroeste 0,6 4,0 4,6 30,7 35,0 70,3 10,3 7,0 8,6 3,9 100
Norte 0,6 3,1 3,7 26,7 30,2 60,6 10,5 13,7 11,2 3,9 100
Oeste 0,5 4,1 4,6 24,2 27,1 55,9 10,5 12,8 12,6 8,1 100
Pampulha 0,8 2,8 3,6 22,0 29,3 54,9 11,9 13,0 13,1 7,0 100 Venda
Nova 1,0 4,2 5,2 36,2 40,2 81,6 10,8 4,2 2,1 1,2 100
Total 0,9 4,0 4,9 28,8 31,3 65,0 9,8 9,2 10,1 6,0 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012b.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
Através da Tabela 4.8 identificamos, na coluna que mostra o percentual de mulheres
que tinham renda mensal de até 2 (dois) salários mínimos, os seguintes índices: Nordeste com
4 Reitera-se que tal dado exclui os casos de domicílios classificados como unidade doméstica unipessoal.
45
83,2%,Venda Nova com 81,6%, e Barreiro com 81,4% representando as três regionais com
maior concentração de mulheres responsáveis por domicílio com essa faixa de renda.
Na classe de rendimento menor, de até ¼ de salário mínimo também identificamos
maior concentração destas mulheres que assumem exclusivamente a responsabilidade pelos
domicílios, nas regionais Nordeste, Barreiro e Venda Nova, 2,1% (163 famílias), 1,9% (339
famílias) e 1,0% (165 famílias), respectivamente.
Somando os casos de rendimento de menos de ¼ até ½ salário mínimo, observamos
que 8,5% destas mulheres residiam na Regional Barreiro (831), na Nordeste 7,8% (506) e em
Venda Nova 5,2% (543), sendo que a quantidade média no município era de 4,9% (4.325
famílias). A distribuição desigual da população de mulheres responsáveis por domicílios entre
as regionais constitui um indicador relevante para a compreensão dos processos sociais e
políticos nos quais participam a infância, a adolescência e a juventude do município.
TABELA 4.9: Percentual de mulheres responsáveis por domicílio segundo a cor-raça declarada ao
IBGE – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2010.
Regional
Cor-raça (%) Total
Regional Branca Preta Amarela Parda Indígena Ignorado Total
Preta e
Parda
Barreiro 37,6 11,5 1,8 48,8 0,2 0,1 60,3 100
Centro-Sul 69,7 7,3 1,1 21,9 0,0 0,0 29,2 100
Leste 43,3 12,7 1,2 42,6 0,2 0,0 55,3 100
Nordeste 40,1 14,0 1,7 43,9 0,2 0,0 57,9 100
Noroeste 43,5 12,4 1,0 43,0 0,2 0,0 55,4 100
Norte 29,7 15,3 2,6 52,3 0,0 0,0 67,6 100
Oeste 49,0 12,1 0,8 37,7 0,4 0,0 49,8 100
Pampulha 51,3 10,4 1,2 37,1 0,0 0,0 47,5 100
Venda Nova 33,1 12,8 2,0 51,7 0,4 0,0 64,5 100
Total 44,6 12,0 1,5 41,7 0,2 0,0 53,7 100
Fonte: IBGE - Censo 2010, 2012b.
Elaboração: UNILIVRECOOP, 2013.
Quanto à distribuição de mulheres responsáveis por domicílios, segundo o item cor-
raça, exposta através da Tabela 4.9, observamos que 44,6% eram da cor-raça branca; 41,7%
pardas; 12,0 pretas; 1,5% amarelas e, 0,2% indígenas. As famílias monoparentais femininas,
chefiadas por mulheres pretas e pardas representavam 53,7% das mulheres responsáveis por
domicílios em Belo Horizonte, apresentando-se mais vulneráveis devido às condições
socioeconômicas. A proporção destas mulheres nas regionais administrativas foi de 67,6%, na
46
Regional Norte; 64,5% em Venda Nova; 60,3% na Barreiro; 57,9% na Nordeste; 55,4% na
Noroeste; 55,3% na Leste; 49,8% na Oeste; 47,5% na Regional Pampulha, e 29,2% na
Centro-Sul.
A seguir apresentaremos dados sobre famílias inseridas no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal, a partir dos cadastros atualizados em dezembro de
2012.
47
4.3 FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS INSERIDOS NO CADÚNICO
O conjunto de informações que serão apresentadas que utilizamos aqui foi
disponibilizado, em março de 2013, pela Gerência de Informação, Monitoramento e
Avaliação (GEIMA da SMAAS do município) e, se referem aos cadastros atualizados em
dezembro de 2012. É importante mencionar que nem todos os dados tinham identificada a
regional administrativa de residência dos indivíduos das famílias cadastradas, conforme é
identificado nas tabelas que apresentamos, a seguir, através da coluna “regional não
identificada”. Ressalta-se que, não iremos aqui apresentar uma análise histórica da pobreza
no município, nem uma caracterização aprofundada da situação dos cadastrados no CadÚnico,
e sim apresentar um retrato sobre a realidade social das crianças, adolescentes e jovens
componentes destas famílias em Belo Horizonte.
Atualmente o Cadastro Único5 (CadÚnico) representa outra fonte de dados, além dos
censos demográficos, que possibilita a caracterização da situação das famílias em condição de
pobreza nos municípios brasileiros. De modo geral, trata-se de famílias beneficiárias de
programas sociais com rendimento domiciliar per capita de até ½ salário mínimo ou cuja
renda domiciliar total seja de até 3 salários mínimos. O cadastramento único foi instituído
pelo Decreto n.º 3.877 de 24 de julho de 2001, com objetivo de abastecer uma base de dados
nacional, criada com a intenção de subsidiar o planejamento de políticas e de ações voltadas
ao enfrentamento da pobreza.
A Caixa Econômica Federal (CAIXA) é o órgão responsável por processar e
centralizar os cadastros, através dos quais é gerado para cada pessoa da família cadastrada um
Número de Identificação Social (NIS). O CadÚnico é utilizado pelos governos para
identificação dos potenciais beneficiários dos programas sociais como: Bolsa Família; Pró-
Jovem; Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); Tarifa Social de Energia
Elétrica; Minha Casa, Minha Vida; dentre outros.
Através do CadÚnico é possível realizar um diagnóstico socioeconômico dos
indivíduos que compõem as famílias cadastradas. Neste sentido, apresentaremos dados sobre
estes indivíduos segundo faixas etárias desagregadas (0 a 5 anos, 6 a 11 anos, 12 a 14 anos, 15
a 17 anos, 18 a 21 anos) e agregada (0 a 21 anos). Em alguns casos utilizamos também a
faixa etária de 22 anos e mais, que contribui para caracterizar os indivíduos adultos
5 Para maiores informações sobre o processo de cadastramento das famílias, participação dos municípios e do
próprio sistema operacional de preenchimento e armazenamento das informações do Cadastro Único consultar o
sítio eletrônico do Ministério de Desenvolvimento Social: < http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/cadastrounico
>.
48
cadastrados, oferecendo informações sobre o universo de pessoas adultas que compõem o
conjunto de famílias cadastradas no CadÚnico.
A Tabela 4. 10, a seguir, apresenta o total de famílias cadastradas em dezembro de
2012 e a quantidade de famílias que possuíam crianças, adolescentes e jovens com até 21 anos
de idade.
TABELA 4.10: Comparação entre o total geral de famílias inseridas no Cadastramento Único e total
de Famílias que possuíam crianças, adolescentes e jovens de até 21 anos por Regional Administrativa -
Belo Horizonte - 2012
Regional
Total Geral de Famílias
Inseridas
Famílias que possuíam
crianças, adolescentes e
jovens de até 21 anos
Percentual de Famílias
que possuíam crianças,
adolescentes e jovens
de até 21 anos em
relação ao Total de
Famílias Inseridas
(N) (%) (N) (%) (%)
Barreiro 16.399 8 14.275 8,8 87
Centro-Sul 8.049 3,9 5.592 3,4 69,5
Leste 12.345 6 10.338 6,4 83,7
Nordeste 15.696 7,6 13.494 8,3 86
Noroeste 12.024 5,9 9.332 5,7 77,6
Norte 14.716 7,2 12.667 7,8 86,1
Oeste 12.457 6,1 10.588 6,5 85
Pampulha 8.458 4,1 6.939 4,3 82
Venda Nova 17.951 8,7 15.610 9,6 87
Regional não identificada 87.238 42,5 63.529 39,1 72,8
Total 205.333 100 162.364 100 79,1
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
Segundo a Tabela 4.10, do total de 205.333 famílias cadastradas, 162.364 (79,1%)
possuíam pessoas componentes com idade de 0 a 21 anos. De modo geral, entre as regionais
identificadas, exceto na Centro-Sul, a presença de crianças, de adolescentes e de jovens até 21
anos ultrapassa o valor de 70%. Na Regional Venda Nova e Barreiro atinge 87% das famílias,
na Norte 86,1%, na Nordeste 86%, Oeste 85%, na Leste 83,7%, na Pampulha 82% e na
Noroeste 77,6%. Ressalta-se que, para 63.529 (39,1%) das famílias que possuíam pessoas de
0 a 21 anos de idade não havia regional identificada.
A partir da Tabela 4.11, apresentamos as pessoas cadastradas no CadÚnico segundo as
faixas etárias de 0 a 5 anos, 6 a 11 anos, 12 a 14 anos, 15 a 17 anos, 18 a 21 anos e de acima
de 21 anos.
49
TABELA 4.11: Pessoas cadastradas no CadÚnico por faixa etária – Regionais Administrativas de
Belo Horizonte – 2012
Regional
Número e percentual de pessoas cadastradas por faixa etária (anos)
0 a 5
6 a 11
12 a 14
15 a 17
18 a 21
Acima de 21
Total Regional
N % N % N % N % N % N % N %
Barreiro 4.644 6,7 8.466 12,3 5.763 8,4 6.126 8,9 7.108 10,3 36.841 53,4 68.948 100
Centro-Sul 2.146 6,9 3.900 12,5 2.596 8,3 2.584 8,3 3.001 9,6 16.978 54,4 31.205 100
Leste 3.822 7,1 6.625 12,3 4.342 8,1 4.475 8,3 5.474 10,2 29.041 54 53.779 100
Nordeste 4.838 7,4 8.220 12,7 5.381 8,3 5.457 8,4 6.429 9,9 34.632 53,3 64.957 100
Noroeste 3.017 6,5 5.572 12 3.670 7,9 3.809 8,2 4.477 9,6 26.026 55,9 46.571 100
Norte 5.080 8,4 7.987 13,2 4.982 8,2 5.025 8,3 5.407 8,9 32.202 53,1 60.683 100
Peste 4.211 8 6.784 12,9 4.285 8,1 4.306 8,2 5.033 9,6 27.979 53,2 52.598 100
Pampulha 2.250 6,6 4.230 12,3 2.750 8 2.951 8,6 3.443 10 18.721 54,5 34.345 100
Venda Nova 5.144 6,8 9.353 12,3 6.359 8,3 6.568 8,6 7.613 10 41.122 54 76.159 100
Regional não identificada 8.916 2,7 29.555 9 25.053 7,7 27.045 8,3 34.562 10,6 201.741 61,7 326.872 100
Total 44.068 5,4 90.692 11,1 65.181 8 68.346 8,4 82.547 10,1 465.283 57 816.117 100
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
Identificamos, na Tabela 4.11, que, do total de pessoas cadastradas no município, 57%
tinham idade igual ou superior a 22 anos, e 43% constituíam-se de crianças, adolescentes e
jovens com até 21 anos, sendo que: 5,4% eram crianças de 0 a 5 anos; 11,1% tinham de 6 a 11
anos; 8% eram adolescentes de 12 a 14 anos; 8,4% tinham de 15 a 17 anos e 10,1% eram
jovens com idade de 18 a 21 anos. Dentre as nove regionais administrativas, observamos, em
todas, que a participação percentual de crianças de 0 a 5 anos foi superior ao valor observado
para o município, de 5,4%. Sendo que as regionais Norte (8,4%), Oeste (8%) e Nordeste
(7,4%) foram as três com maiores proporções de crianças com 0 a 5 anos inscritas no
CadÚnico.
Sobre as crianças com idade de 6 a 11 anos, identificamos nas nove regionais valores
relativos superiores ao do município 11,1%. Os maiores percentuais desta faixa etária
encontravam-se nas regionais Norte (13,2%), Oeste (12,9%) e Nordeste (12,7%). Dentre os
adolescentes de 12 a 14 anos cadastrados, os valores relativos vistos nas regionais variam
pouco da média do município 8%. A participação relativa daqueles que possuíam de 15 a 17
anos foi mais expressiva nas regionais Barreiro (10,3%), Leste (10,2%), Venda Nova (10%) e
Pampulha (10%). Ressaltam-se os números de registros sem a identificação da regional de
residência dos cadastrados: 8.916 (2,7%) eram de crianças de 0 a 5 anos de idade; 29.555
(9%) eram de crianças de 6 a 11 anos; 25.053 (7,7%) eram de adolescentes de 12 a 14 anos;
27.045 (8,3%) dos de 15 a 17 anos; 34.562 (10,6%) eram de jovens de 18 a 21 anos e,
201.741(61,7%) das pessoas com 22 anos e mais.
50
Quanto a raça/cor da população de 0 a 21 anos, inscrita no CadÚnico, através das
Tabelas 4.12 e 4.13, a seguir, apresentamos o número e o percentual, respectivamente, por
faixas etárias: de 0 a 5 anos, de 6 a 11 anos, de 12 a 14 anos, de 15 a 17 anos e de 18 a 21
anos por regional administrativa.
51
TABELA 4.12: Pessoas de até 21 anos de idade cadastradas no CadÚnico por faixa etária segundo a
cor-raça, número absoluto - Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012
Faixa
etária
(anos)
Cor-raça
Pessoas cadastradas por regional administrativa e total por raça-cor - N
Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha Venda
Nova
Regional não
Identificada Total
0 a
5
Branca 1.418 614 1.071 1.036 966 1.461 1.209 674 1.451 2.515 12.415
Preta 465 293 474 440 289 455 396 182 433 833 4.260
Amarela 36 24 78 36 29 56 16 15 47 86 423
Parda 2.722 1.214 2.187 3.321 1.729 3.101 2.589 1.379 3.208 5.470 26.920
Indigena 3 1 12 5 4 7 1 0 5 12 50
Total 4.644 2.146 3.822 4.838 3.017 5.080 4.211 2.250 5.144 8.916 44.068
6 a
11
Branca 2.401 883 1.485 1.605 1.743 2.129 1.664 1.102 2.339 7.104 22.455
Preta 820 566 797 849 571 773 712 376 742 2.812 9.018
Amarela 36 41 59 40 30 60 26 15 61 164 532
Parda 5.203 2.405 4.265 5.718 3.223 5.015 4.370 2.731 6.199 19.442 58.571
Indígena 3 5 18 8 5 9 6 6 7 22 89
Total 8.463 3.900 6.624 8.220 5.572 7.986 6.778 4.230 9.348 29.544 90.665
12
a 1
4
Branca 1.557 507 786 962 1.001 1.204 934 612 1.596 5.338 14.497
Preta 562 405 510 585 394 520 489 255 501 2.460 6.681
Amarela 23 14 26 19 10 29 9 11 29 85 255
Parda 3.605 1.669 3.016 3.815 2.260 3.213 2.842 1.870 4.223 17.095 43.608
Indígena 1 1 3 0 3 6 1 0 2 22 39
Total 5.748 2596 4341 5381 3.668 4.972 4275 2748 6.351 25.000 65.080
15
a 1
7
Branca 1.547 472 719 964 994 1.117 956 583 1.575 5.449 14.376
Preta 602 432 541 602 411 561 488 280 536 2.749 7.202
Amarela 15 13 16 11 3 19 7 11 30 87 212
Parda 3.926 1.663 3.192 3.876 2.400 3.316 2.840 2.076 4.406 18.640 46.335
Indígena 1 4 5 4 0 5 3 0 3 18 43
Total 6.091 2.584 4.473 5.457 3.808 5.018 4.294 2.950 6.550 26.943 68.168
18
a 2
1
Branca 1.717 589 919 1.171 1.086 1.107 1.076 730 1.679 7.033 17.107
Preta 775 517 723 771 512 645 641 332 706 3.826 9.448
Amarela 25 8 17 19 16 12 11 17 23 120 268
Parda 4.506 1.878 3.804 4.462 2.856 3.595 3.274 2.362 5.161 23.356 55.254
Indígena 2 4 10 4 4 9 1 2 3 28 67
Total 7.025 2996 5473 6.427 4.474 5.368 5.003 3443 7.572 34.363 82.144
Tota
l d
e 0
a 2
1
Branca 8.640 3.065 4.980 5.738 5.790 7.018 5.839 3.701 8.640 27.439 80.850
Preta 3.224 2.213 3.045 3.247 2.177 2.954 2.726 1.425 2.918 12.680 36.609
Amarela 135 100 196 125 88 176 69 69 190 542 1.690
Parda 19.962 8.829 16.464 21.192 12.468 18.240 15.915 10.418 23.197 84.003 230.688
Indígena 10 15 48 21 16 36 12 8 20 102 288
Cor não
informada 136 5 5 2 6 57 58 3 72 365 709
Total
32.107 14.227 24.738 30.325 20.545 28.481 24.619 15.624 35.037 125.131 350.834
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
52
TABELA 4.13: Pessoas de até 21 anos de idade cadastradas no CadÚnico por faixa etária segundo a
cor-raça, número relativo - Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012
Faixa
etária
(anos)
Cor-raça
Pessoas cadastradas por regional administrativa e total por raça-cor - %
Barreiro Centro-Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha Venda Nova Regional não
Identificada Total
0 a
5
Branca 30,5 28,6 28 21,4 32 28,8 28,7 30 28,2 28,2 28,2
Preta 10 13,7 12,4 9,1 9,6 9 9,4 8,1 8,4 9,3 9,7
Amarela 0,8 1,1 2 0,7 1 1,1 0,4 0,7 0,9 1 1
Parda 58,6 56,6 57,2 68,6 57,3 61 61,5 61,3 62,4 61,4 61,1
Indígena 0,1 0 0,3 0,1 0,1 0,1 0 0 0,1 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
6 a
11
Branca 28,4 22,6 22,4 19,5 31,3 26,7 24,6 47,1 25 24 24,8
Preta 9,7 14,5 12 10,3 10,2 9,7 10,5 50,7 7,9 9,5 9,9
Amarela 0,4 1,1 0,9 0,5 0,5 0,8 0,4 24,6 0,7 0,6 0,6
Parda 61,5 61,7 64,4 69,6 57,8 62,8 64,5 44,1 66,3 65,8 64,6
Indígena 0 0,1 0,3 0,1 0,1 0,1 0,1 85,7 0,1 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 45,3 100 100 100
12
a 1
4
Branca 27,1 19,5 18,1 17,9 27,3 24,2 21,8 22,3 25,1 21,4 22,3
Preta 9,8 15,6 11,7 10,9 10,7 10,5 11,4 9,3 7,9 9,8 10,3
Amarela 0,4 0,5 0,6 0,4 0,3 0,6 0,2 0,4 0,5 0,3 0,4
Parda 62,7 64,3 69,5 70,9 61,6 64,6 66,5 68 66,5 68,4 67
Indígena 0 0 0,1 0 0,1 0,1 0 0 0 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
15
a 1
7
Branca 25,4 18,3 16,1 17,7 26,1 22,3 22,3 19,8 24 20,2 21,1
Preta 9,9 16,7 12,1 11 10,8 11,2 11,4 9,5 8,2 10,2 10,6
Amarela 0,2 0,5 0,4 0,2 0,1 0,4 0,2 0,4 0,5 0,3 0,3
Parda 64,5 64,4 71,4 71 63 66,1 66,1 70,4 67,3 69,2 68
Indígena 0 0,2 0,1 0,1 0 0,1 0,1 0 0 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
18
a 2
1
Branca 24,4 19,7 16,8 18,2 24,3 20,6 21,5 21,2 22,2 20,5 20,8
Preta 11 17,3 13,2 12 11,4 12 12,8 9,6 9,3 11,1 11,5
Amarela 0,4 0,3 0,3 0,3 0,4 0,2 0,2 0,5 0,3 0,3 0,3
Parda 64,1 62,7 69,5 69,4 63,8 67 65,4 68,6 68,2 68 67,3
Indígena 0 0,1 0,2 0,1 0,1 0,2 0 0,1 0 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Tota
l d
e 0
a 2
1
Branca 26,9 21,5 20,1 18,9 28,2 24,6 23,7 23,7 24,7 21,9 23
Preta 10 15,6 12,3 10,7 10,6 10,4 11,1 9,1 8,3 10,1 10,4
Amarela 0,4 0,7 0,8 0,4 0,4 0,6 0,3 0,4 0,5 0,4 0,5
Parda 62,2 62,1 66,6 69,9 60,7 64 64,6 66,7 66,2 67,1 65,8
Indígena 0 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0 0,1 0,1 0,1 0,1
Cor não
informada 0,4 0 0 0 0 0,2 0,2 0 0,2 0,3 0,2
Total
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
53
A partir das Tabelas 4.12 e 4.13, identificamos que, do total da população com idade
de 0 a 21 anos que estava inserida no CadÚnico, a cor-raça parda predominou em todas as
regionais, bem como para os casos em que não havia a identificação da regional: 19.962
(62,2%) da regional Barreiro; 8.829 (62,1%) da Centro-Sul; 16.464 (66,6%) da Leste; 21.192
(69,9%) da Nordeste; 12.468 (60,7%) da Noroeste; 18.240 (64%) da Norte; 15.915 (64,6%)
da Oeste; 10.418 (66,7%) da Pampulha; 23.197 (66,2%) em Venda Nova; e, 84.003 (67,1%)
não havia regional identificada. No total, os 230.688 pardos representavam 65,8% do total de
350.834 crianças, adolescentes e jovens com até 21 anos registradas no CadÚnico em
dezembro de 2012.
A cor-raça branca foi a segunda com maior participação absoluta e relativa, segundo o
identificado no NIS - Numero de Identificação Social do Cadastro Único: 8.640 (26,9%) da
população infantojuvenil da regional Barreiro; 3.065 (21,5%) da Centro-Sul; 4.980 (20,1%)
da Leste; 5.738 (18,9%) da Nordeste; 5.790 (28,2%) da Noroeste; 7.018 (24,6%) da Norte;
5.839 (23,7%) da Oeste; 3.701 (23,7%) da Pampulha; 8.640 (24,7%) em Venda Nova; e,
27.439 (21,9%) não havia regional identificada. A cor-raça branca representou 80.850
registros (23% do total da população de 0 a 21 anos registrada no CadÚnico no município.
Ainda de acordo com as Tabelas 4.12 e 4.13, a cor-raça preta foi a terceira mais
significativa em valores absolutos e relativos: 3.224 (10%) das pessoas com idade de 0 a 21
anos da Regional Barreiro; 2.213 (15,6%) da Centro-Sul; 3.045 (12,3%) da Leste; 3.247
(10,7%) da Nordeste; 2.177 (10,6%) da Noroeste; 2.954 (10,4%) da Norte; 2.276 (11,1%) da
Oeste; 1.425 (9,1%) da Pampulha; 2.918 (8,3%) em Venda Nova; e, 12.680 (10,1%) referiam-
se a casos em que a regional não foi informada. A referida população de cor-raça preta,
36.609, representou 10,4% do total de 350.834 crianças, adolescentes e jovens com até 21
anos registradas no CadÚnico no município. As demais categorias de raça/cor tiveram menor
representatividade: a amarela teve 1.690 registros (0,5% do total) e indígena 288 (0,1% do
total), além dos 709 registros nos quais a raça/cor não foi informada (0,2% do total).
A seguir, por meio das Tabelas 4.14 e 4.15, apresentamos o grau de escolarização das
pessoas cadastradas no CadÚnico, com números absolutos e relativos respectivamente,
segundo as faixas de 0 a 21 anos e de 22 anos ou mais, por Regional Administrativa.
54
TABELA 4.14: População de 0 a 21 anos e de 22 anos e mais segundo o Curso mais elevado que
frequentou, no qual concluiu pelo menos uma série, número absoluto – Regionais Administrativas de
Belo Horizonte – 2012
Curso
População de 0 a 21 anos por regional - N Total
0 a 21
anos Barreiro
Centro-
Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha
Venda
Nova
Regional não
identificada
Creche 8 16 6 9 15 12 19 10 19 14 128
Pré-escola 4 3 4 2 4 6 2 3 1 6 35
Classe de
alfabetização 15 3 3 5 6 17 4 4 12 13 82
Ensino
Fundamental
1ª a 4ª série
8.074 4.150 5.846 7.231 4.939 6.978 6.065 3.855 9.013 45.565 101.716
Ensino Fundamental
5ª a 8ª série
10.420 4.307 8.066 9.646 6.935 9.333 7.943 5.234 11.909 43.029 116.822
Ensino Fundamental
(9 anos)
131 38 59 82 63 94 162 107 63 93 892
Ensino
Fundamental Especial
23 7 8 30 11 10 13 13 38 26 179
Ensino Médio 7.644 2.336 6.601 8.189 5.762 7.537 6.071 4.016 9.182 29.797 87.135
Ensino Médio
Especial 27 5 15 43 11 20 11 22 33 20 207
Ensino
Fundamental
1ª a 4ª séries (EJA)
27 8 10 35 6 14 16 11 10 16 153
Ensino
Fundamental
5ª a 8ª séries (EJA)
78 21 45 94 39 32 36 22 37 44 448
Ensino Médio - EJA
50 2 35 23 23 20 23 13 21 26 236
Superior,
Aperfeiçoamento,
Mestrado,
Doutorado
109 61 149 162 182 165 155 110 158 936 2.187
Alfabetização
para Adultos (Mobral)
1 0 0 0 1 0 1 3 0 1 7
Nenhum 4 14 9 9 6 3 11 9 1 11 77
Total
Regional
0 a 21 anos
26.615 10.971 20.856 25.560 18.003 24.241 20.532 13.432 30.497 119.597 310.304
Curso
População de 22 anos e mais por regional – N Total
22 anos
e mais
Barreiro Centro-
Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha
Venda Nova
Regional não identificada
Creche 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Pré-escola 4 2 1 1 5 0 0 1 3 0 114
Classe de alfabetização
11 8 6 3 9 15 10 12 7 10 88
55
Ensino
Fundamental 1ª a 4ª série
1.622 1.035 1.239 1.495 1.807 1.473 1.256 892 1.885 14.654 46
Ensino
Fundamental 5ª a 8ª série
854 994 689 760 987 801 690 497 932 9.883 2.280
Ensino
Fundamental
(9 anos)
24 19 10 13 18 22 38 36 12 29 18
Ensino
Fundamental
Especial
16 8 7 20 11 5 6 15 12 15 23
Ensino Médio 831 563 934 945 1.100 850 878 631 1.042 11.961 17
Ensino Médio
Especial 2 2 2 7 3 1 3 4 0 7 91
Ensino Fundamental
1ª a 4ª séries
(EJA)
22 6 4 53 6 2 1 4 5 11 27.358
Ensino Fundamental
5ª a 8ª séries
(EJA)
15 14 4 18 8 6 6 3 3 11 17.087
Ensino Médio
– EJA 7 4 4 4 6 3 6 4 1 7 221
Superior,
Aperfeiçoamento,
Mestrado,
Doutorado
66 147 137 154 211 89 157 127 109 1.083 115
Alfabetização para Adultos
(Mobral)
2 1 1 1 3 5 0 0 1 4 19.735
Nenhum 2 6 0 0 4 2 1 2 3 3 31
Total
Regional
22 anos e mais
4.968 3.471 4.104 4.659 5.138 4.420 4.141 2.974 5.448 57.719 97.042
Sem
informação 37.370 16.770 28.822 34.740 23.432 32.024 27.931 17.943 40.216 149.646 408.894
Total
68.953 31.212 53.782 64.959 46.573 60.685 52.604 34.349 76.161 326.962 816.240
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
56
TABELA 4.15: População de 0 a 21 anos e de 22 anos e mais segundo o Curso mais elevado que
frequentou, no qual concluiu pelo menos uma série, número relativo – Regionais Administrativas de
Belo Horizonte – 2012
Curso
População de 0 a 21 anos por regional - % Total de
0 a 21
anos Barreiro
Centro- Sul
Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha Venda Nova
Regional não identificada
Creche 0,03 0,15 0,03 0,04 0,08 0,05 0,09 0,07 0,06 0,01 0,04
Pré-escola 0,02 0,03 0,02 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0 0,01 0,01
Classe de alfabetização
0,06 0,03 0,01 0,02 0,03 0,07 0,02 0,03 0,04 0,01 0,03
Ensino
Fundamental 1ª a 4ª série
30,3 37,8 28,0 28,3 27,4 28,8 29,5 28,7 29,6 38,1 32,8
Ensino
Fundamental 5ª a 8ª série
39,2 39,3 38,7 37,7 38,5 38,5 38,7 39,0 39,0 36,0 37,6
Ensino
Fundamental (9 anos)
0,5 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,8 0,8 0,2 0,1 0,3
Ensino
Fundamental
Especial
0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,04 0,1 0,1 0,1 0,02 0,1
Ensino Médio 28,7 21,3 31,7 32,0 32,0 31,1 29,6 29,9 30,1 24,9 28,1
Ensino Médio Especial
0,1 0,0 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1 0,0 0,1
Ensino Fundamental
1ª a 4ª séries
(EJA)
0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,05
Ensino Fundamental
5ª a 8ª séries
(EJA)
0,3 0,2 0,2 0,4 0,2 0,1 0,2 0,2 0,1 0,0 0,1
Ensino Médio
- EJA
0,2 0,0 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1
Superior,
Aperfeiçoamento,
Mestrado,
Doutorado
0,4 0,6 0,7 0,6 1,0 0,7 0,8 0,8 0,5 0,8 0,7
Alfabetização para Adultos
(Mobral)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nenhum 0,02 0,13 0,04 0,04 0,03 0,01 0,05 0,07 0 0,01 0,02
Total
Regional
0 a 21 anos
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Curso
População de 22 anos e mais por regional - % Total de
22 anos
e mais
Barreiro Centro-
Sul Leste Nordeste Noroeste Norte Oeste Pampulha
Venda
Nova
Regional não
identificada
Creche 0,02 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pré-escola 0,1 0,1 0,02 0,02 0,1 0 0 0,03 0,06 0 0,1
Classe de
alfabetização
0,2 0,2 0,1 0,1 0,2 0,3 0,2 0,4 0,1 0,02 0,09
57
Ensino
Fundamental 1ª a 4ª série
32,6 29,8 30,2 32,1 35,8 33,3 30,3 29,9 34,6 25,4 0,05
Ensino
Fundamental 5ª a 8ª série
17,2 28,6 16,8 16,3 19,2 18,1 16,7 16,7 17,1 17,1 2,4
Ensino
Fundamental
(9 anos)
0,5 0,6 0,2 0,3 0,4 0,5 0,9 1,2 0,2 0,05 0,02
Ensino
Fundamental
Especial
0,3 0,2 0,2 0,4 0,2 0,1 0,1 0,5 0,2 0,03 0,02
Ensino Médio 16,7 16,2 22,8 20,3 21,4 19,2 21,2 21,2 19,1 20,7 0,02
Ensino Médio
Especial
0,04 0,1 0,05 0,1 0,1 0,02 0,1 0,1 0,0 0,01 0,09
Ensino Fundamental
1ª a 4ª séries
(EJA)
0,4 0,2 0,1 1,1 0,1 0,05 0,02 0,1 0,1 0,02 28,2
Ensino
Fundamental
5ª a 8ª séries (EJA)
0,3 0,4 0,1 0,4 02 0,1 0,1 0,1 0,06 0,02 17,6
Ensino Médio
– EJA
0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,02 0,01 0,2
Superior,
Aperfeiçoamento,
Mestrado,
Doutorado
1,3 4,2 3,3 3,3 4,1 2 3,7 4,3 2 1,9 0,1
Alfabetização
para Adultos
(Mobral)
0,04 0,03 0,02 0,02 0,1 0,1 0 0 0,02 0,01 20,3
Nenhum 0,04 0,2 0 0 0,08 0,05 0,02 0,07 0,06 0,01 0,03
Sem Informação
29,9 19,1 25,9 25,4 18,7 25,9 26,3 25,1 26,3 34,7 30,7
Total
Regional
100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Total
8,5 3,8 6,6 7,9 5,8 7,4 6,4 4,2 9,3 40,1 100
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
De acordo com as Tabelas 4.14 e 4.15, na população de 0 a 21 anos, havia 310.304
indivíduos que forneceram informações sobre o curso mais elevado que frequentaram, no qual
concluíram pelo menos uma série, destes: 128 (0,04%) já cursaram creche; 35 (0,01%) já
cursaram pré-escola; 82 (0,03%) já cursaram classe de alfabetização; 101.716 (32,8%)
frequentaram Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série; 116.822 (37,6%) frequentaram Ensino
Fundamental de 5ª a 8ª série; 892 (0,3%), o Ensino Fundamental de 9 anos; 179 (0,1%), o
Ensino Fundamental Especial; 87.135 (28,1%), o Ensino Médio; 207 (0,1%) cursaram o
Ensino Médio Especial; 153 (0,05%), o EJA- Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série; 448
(0,1%) o EJA- Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série; 236 (0,1%) o EJA-Ensino Médio; 2.187
58
(0,7%) o Ensino Superior/Aperfeiçoamento/Mestrado/Doutorado; 7 (0,002%) Alfabetização
para Adultos (Mobral).
Dentre a população com idade superior a 21 anos, identificamos que, de modo geral,
do total de 97.042 indivíduos que constavam a informação sobre o curso mais elevado que
frequentaram, destacamos a elevada quantidade de pessoas 27.358 (28,2%), que haviam
frequentado somente até o Ensino Fundamental 1ª a 4ª séries. Além destes, havia 19.735
(20,3%) indivíduos que frequentaram até a Alfabetização para Adultos (Mobral); 17.087
(17,6%) indivíduos que frequentaram o EJA- Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série.
De modo geral, as duas Tabelas - 4.14 e 4.15 - evidenciaram que, dentre a população
adulta com idade superior a 21 anos, os níveis de escolarização são baixos, com elevada
proporção de pessoas que só tinham frequentado o Ensino Fundamental (primeiras séries e
ultimas série através de EJA) e curso de Alfabetização de Adultos, totalizando 64.180
(66,1%) desta população adulta. Por outro, lado, dentre a população com idade até 21 anos
havia apenas 2.187 (0,7%) que frequentaram o nível Superior. Se considerarmos a quantidade
total de jovens de 18 a 21 anos no CadÚnico, 82.547, (mostrado na Tabela 4.11) que
corresponde à faixa de idade teoricamente correspondente a essa etapa de ensino,
identificamos que 2.187 representa apenas 2,6% desta população. Esse quadro geral, da
escolaridade dos cadastrados, demonstrou que tais famílias e indivíduos possuíam baixos
níveis de escolarização, fator que pesa negativamente para a superação da situação de pobreza
ou de vulnerabilidade social em que possivelmente se encontram atualmente.
A seguir, apresentamos dados referentes aos domicílios das pessoas cadastradas no
CadÚnico nas faixas etárias de até 21 anos e de 22 anos e mais, no que diz respeito à forma
como se dá o acesso aos serviços de abastecimento de abastecimento de água (através da
Tabela 4.16) e de coleta de lixo (Tabela 4.17), por Regional Administrativa.
59
TABELA 4.16: Pessoas cadastradas no CadÚnico segundo a forma de abastecimento de água do
domicílio – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012
Faixa etária
(anos) Regional
Forma de abastecimento de água
Rede Geral de
Distribuição
Poço ou
nascente Cisterna Outra forma Não informado Total Regional
N % N % N % N % N % N %
0 a
21
Barreiro 13.918 97,5 50 0,4 10 0,1 287 2 10 0,1 14.275 100
Centro- Sul 5.344 95,7 14 0,3 1 0,02 170 3 53 0,9 5.582 100
Leste 10.166 98,3 16 0,2 6 0,1 92 0,9 57 0,6 10.337 100
Nordeste 13.079 96,9 25 0,2 9 0,1 356 2,6 24 0,2 13.493 100
Noroeste 9.193 98,5 14 0,2 7 0,1 74 0,8 44 0,5 9.332 100
Norte 12.254 96,8 32 0,3 20 0,2 286 2,3 69 0,5 12.661 100
Oeste 10.483 99 16 0,2 10 0,1 73 0,7 6 0,1 10.588 100
Pampulha 6.784 97,8 16 0,2 7 0,1 117 1,7 15 0,2 6.939 100
Venda Nova 15.360 98,4 70 0,4 29 0,2 129 0,8 21 0,1 15.609 100
Regional não
identificada 61.763 97,2 245 0,4 13 0 1.409 2,2 98 0,2 63.528 100
Total
158.344 97,5 498 0,3 112 0,1 2.993 1,8 397 0,2 162.344 100
0 a 21
22
ano
s o
u m
ais
Barreiro 2.199 97,6 5 0,2 3 0,1 24 1,1 23 1 2.254 100
Centro- Sul 843 38,8 1 0,05 0 0 69 3,2 1.260 58 2.173 100
Leste 1.935 92,5 2 0,1 4 0,2 18 0,9 132 6,3 2.091 100
Nordeste 2.240 96,4 4 0,2 1 0,04 28 1,2 51 2,2 2.324 100
Noroeste 2.525 93,6 1 0,04 4 0,1 15 0,6 154 5,7 2.699 100
Norte 1.957 93,8 5 0,2 2 0,1 21 1 102 4,9 2.087 100
Oeste 1.938 97,3 4 0,2 2 0,1 12 0,6 36 1,8 1.992 100
Pampulha 1.507 96,3 5 0,3 0 0 22 1,4 31 2 1.565 100
Venda Nova 2.351 96,8 11 0,5 7 0,3 10 0,4 50 2,1 2.429 100
Regional não
identificada 23.515 97,9 64 0,3 5 0,02 330 1,4 101 0,4 24.015 100
Total
41.010 94 102 0,2 28 0,1 549 1,3 1.940 4,4 43.629 100
22 ou mais
199.354 96,8 600 0,3 140 0,1 3.542 1,7 2.337 1,1 205.973 100 Total
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
A partir da Tabela 4.16, identificamos que a rede geral de distribuição foi o meio mais
utilizado para o abastecimento de águas dos domicílios, tanto para a faixa de 0 a 21 anos
como para a faixa de 22 anos e mais, com 97,5% (158.344) e 96,8% (199.354)
respectivamente. Ainda sobre essa forma de abastecimento de água, nos dados relativos à
60
população de 22 anos e mais, dentre as regionais, destacamos o baixo percentual de 38,8%
(843) observado para a Centro-Sul. Contudo, o elevado número de casos em que a regional
não é identificada 23.515 (97,9%) pode interferir sobre o baixo valor relativo dessa forma de
abastecimento na referida regional.
Quanto às demais formas de abastecimento de água, poço ou nascente representou
0,3% (498) para os domicílios de pessoas de 0 a 21 anos e 0,2% (102) para a faixa de 22 anos
ou mais; cisterna 0,1% (112) e 0,1% (28), respectivamente. Outras formas de abastecimento
representaram 1,8% (2.993) para os domicílios de pessoas de 0 a 21 anos e 1,7% (3.542) para
a faixa de 22 anos ou mais. Enfim, de modo geral, as pessoas cadastradas no CadÚnico
tiveram como forma predominante de abastecimento de água a rede geral de abastecimento.
A Tabela 4.17, a seguir apresenta o dado sobre a forma como ocorre a coleta de lixo,
nos domicílios das pessoas cadastradas no CadÚnico, em dezembro de 2012. De acordo com
tal Tabela, em relação aos domicílios da população de 0 a 21 anos e de 22 anos e mais,
observamos que: em 62.608 domicílios (30,4% do total), o lixo era coletado diariamente; em
20.581 (10%) o lixo era coletado indiretamente; em 1.654 (0,8%) o lixo era queimado na
propriedade do domicílio; em 1.230 (0,6%) domicílios, o lixo era jogado em terreno baldio ou
logradouro; 255 (0,1%) dos domicílios jogavam o lixo em rio ou mar; e 94.601 (45,9%)
domicílios utilizavam de outra forma de descarte do lixo. Para 25.044 (12,2% do total)
domicílios, não havia informação a respeito do destino do lixo.
61
TABELA 4.17: Pessoas cadastradas no CadÚnico segundo a forma como o lixo do domicílio é
coletado – Regionais Administrativas de Belo Horizonte – 2012
Faixa etária
(anos) Regional
Coletado
diretamente
Coletado
indiretamente
Queimado ou
enterrado na
propriedade
Jogado em
terreno
baldio ou
logradouro
Jogado em rio
ou mar Outra forma Não informado Total Regional
N % N % N % N % N % N % N % N %
0 a
21
Barreiro 7.256 12 141 3,1 90 8,9 51 4,9 8 11,9 6.718 7,1 11 2,8 14.275 8,8
Centro- Sul 1.817 3 1.120 24,5 24 2,4 58 5,6 1 1,5 2.509 2,7 53 13,3 5.582 3,4
Leste 5.187 8,5 1.051 23 97 9,6 141 13,7 18 26,9 3.786 4 57 14,3 10.337 6,4
Nordeste 7.583 12,5 378 8,3 98 9,7 75 7,3 8 11,9 5.327 5,6 24 6 13.493 8,3
Noroeste 5.186 8,5 124 2,7 15 1,5 18 1,7 1 1,5 3.944 4,2 44 11,1 9.332 5,7
Norte 8.535 14,1 424 9,3 61 6 56 5,4 14 20,9 3.502 3,7 69 17,3 12.661 7,8
Oeste 6.678 11 217 4,7 21 2,1 32 3,1 4 6 3.630 3,8 6 1,5 10.588 6,5
Pampulha 3.857 6,4 76 1,7 20 2 13 1,3 0 0 2.958 3,1 15 3,8 6.939 4,3
Venda Nova 8.715 14,4 223 4,9 36 3,6 20 1,9 6 9 6.588 7 21 5,3 15.609 9,6
Regional não
identificada 5.854 9,6 818 17,9 549 54,3 568 55 7 10,4 55.634 58,8 98 24,6 63.528 39,1
Total 0 a 21 60.668 100 4.572 100 1.011 100 1.032 100 67 100 94.596 100 398 100 162.344 100
22
e m
ais
Barreiro 23 1,2 1.627 10,2 31 4,8 9 4,5 5 2,7 0 0 559 2,3 2.254 5,2
Centro- Sul 1.260 64,9 538 3,4 104 16,2 5 2,5 6 3,2 0 0 260 1,1 2.173 5
Leste 132 6,8 1.454 9,1 121 18,8 14 7,1 16 8,5 0 0 354 1,4 2.091 4,8
Nordeste 51 2,6 1.888 11,8 45 7 4 2 10 5,3 1 20 325 1,3 2.324 5,3
Noroeste 154 7,9 2.102 13,1 26 4 3 1,5 0 0 0 0 414 1,7 2.699 6,2
Norte 102 5,3 1.609 10,1 56 8,7 7 3,5 3 1,6 4 80 306 1,2 2.087 4,8
Oeste 36 1,9 1.627 10,2 41 6,4 3 1,5 4 2,1 0 0 281 1,1 1.992 4,6
Pampulha 31 1,6 1.257 7,9 9 1,4 2 1 2 1,1 0 0 264 1,1 1.565 3,6
Venda Nova 50 2,6 1.845 11,5 35 5,4 7 3,5 3 1,6 0 0 489 2 2.429 5,6
Regional não
identificada 101 5,2 2.062 12,9 175 27,2 144 72,7 139 73,9 0 0 21.394 86,8 24.015 55
Total 22 e mais 1.940 100 16.009 100 643 100 198 100 188 100 5 100 24.646 100 43.629 100
Total
62.608 30,4 20.581 10 1.654 0,8 1.230 0,6 255 0,1 94.601 45,9 25.044 12,2 205.973 100
Fonte: PBH/SMPS/GPTR - Dezembro/2012.
Elaboração: PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA - Equipe de Estudos Territoriais e Geoprocessamento, 2013.
Adaptado por UNILIVRECOOP, 2013.
62
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa sobre os arranjos familiares mostrou que, apesar de mais representativo, o
modelo nuclear não é exclusivo. Nas últimas décadas, os dados indicaram mudanças nas
configurações familiares e também diminuição no número de componentes (Gráfico 4.1;
Tabelas 4.1; 4.2 e 4.5). Assim, a nuclearização das famílias apresenta-se como tendência em
curso na contemporaneidade.
Aliado a esse processo, identificamos que, cada vez mais, os domicílios são ocupados
unicamente por um único grupo familiar (Tabela 4.1). Neste contexto, a participação feminina
na responsabilidade pelo domicílio, compartilhada ou exclusiva também foi expressiva
(Tabelas 4.7 e 4.8). Outro aspecto relevante sobre as famílias diz respeito ao seu rendimento
domiciliar per capita: em 2010, 55,6% das famílias do município tinham rendimento
domiciliar per capita de até 1 salário mínimo (Tabela 4.3; Gráfico 4.4). Junto a tudo isso, no
Livro de Caracterização Demográfica e Socioeconômica, identificamos que nos domicílios
onde havia crianças, adolescentes e jovens, os níveis de rendimento per capita tendeu a ser
menor.
Sabemos, através da bibliografia mais ampla sobre a temática, que a inserção das
mulheres no mercado de trabalho não corresponde à emancipação feminina, pois para muitas
delas, representa assumir uma dupla/tripla jornada de trabalho (fora e em casa). O aumento da
jornada de trabalho faz crescer o tempo de dedicação às tarefas (seja na realização, seja em
deslocamento, planejamento, etc.), aliado aos baixos rendimentos adquiridos através do
trabalho, gera demanda por serviços públicos.
As famílias tornam-se, portanto, cada vez mais dependentes de parceiros no
compartilhamento da responsabilidade perante às crianças, aos adolescentes e aos jovens,
prevista no Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, entre Família, Sociedade e Estado.
Tendo em vista o contexto dos arranjos familiares atuais cada vez mais nuclearizados, com
número de componentes relativamente menores ainda com rendimento domiciliar
relativamente baixo, no qual os adultos passam um bom tempo fora de casa exercendo
trabalho em busca de rendimentos para manutenção da vida no domicílio.
Atualmente, o maior parceiro das famílias, em relação ao cuidado e ao
desenvolvimento integral, tem sido as escolas. Contudo, as pesquisas realizadas junto às
escolas e aos conselhos tutelares, neste Diagnóstico, mostraram a necessidade de ampliação
63
dessa rede de cuidado, de cooperação e de compromisso com o desenvolvimento integral no
sentido expresso pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
O apoio às famílias, no cuidado integral, depende também de ações e políticas capazes
de contemplar a diversidade dos atuais arranjos familiares. Conforme preveem as diretrizes do
Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária de Belo Horizonte (2012, p.33), “o respeito à diversidade
inclui o trabalho com os diversos arranjos familiares, bem como com os objetivos de
igualdade de gênero e igualdade racial e étnica”. Outro aspecto que também merece mais
aprofundamento através de novas pesquisas, indicado pelo presente diagnóstico, refere-se ao
papel dos idosos nessas relações familiares.
Através da realização do presente Diagnóstico, reconhecemos que a centralidade da
família nas políticas públicas depende de ações que reforcem os vínculos familiares. Deste
modo não basta simplesmente aumentarmos as vagas pendentes em creches, por exemplo,
como demonstrou a pesquisa amostral que realizamos nas escolas, mas valorizar e promover a
convivência familiar e comunitária, de maneiras inovadoras de modo a privilegiar as relações
nos espaços públicos. Se ainda temos, no município, predominância de famílias de baixo
rendimento domiciliar per capita relativo, como tais famílias teriam condições de optar pelas
formas de lazer privadas, como propõem os shoppings centers? Como as famílias do
município, considerando a maior parcela 55,6%, segundo as classes de rendimento analisadas,
proverão o bem estar aos filhos através somente das relações de mercado? Ressaltamos, com
isso, que tais famílias dependem mais do poder público e do espaço público para o suprimento
de suas necessidades vitais do que as outras cujas classes de rendimento per capita eram mais
elevadas e que se encontravam mais distantes da linha de pobreza (até ½ salário mínimo) e
extrema pobreza (até ¼ de salário mínimo).
Deste modo, consideramos que a qualidade das relações sociais e comunitárias nas
grandes cidades, corroborando o que afirma Jane Jacobs (2009), depende de formas de
apropriações dos espaços públicos que privilegiem as pessoas, independentemente das
relações de mercado e de consumo. Desta forma, consideramos relevantes também para as
políticas públicas o desenvolvimento de mais ações destinadas ao lazer e acesso à cultura, de
modo comunitário, como fundamentais para o fortalecimento das relações familiares.
Consideramos necessárias políticas que ultrapassem os limites da assistência propriamente
dita, e que possam promover as relações familiares a partir de outras possibilidades de
convivência e de relação com o poder público.
64
Evidentemente, os níveis baixos de rendimento domiciliar per capita, predominantes
entre a população residente no município, em 2010, indicam ainda a necessidade das políticas
de assistência, mas destacamos que é preciso ir além e promover o acesso aos direitos
relacionados ao lazer, à cultura e ao esporte no âmbito da família. Os dados sobre as famílias
cadastradas no CadÚnico (público alvo das políticas de assistência social) mostram baixos
níveis de escolarização dos seus componentes, fator que pode pesar negativamente para a
superação da situação de pobreza ou de vulnerabilidade social que enfrentam.
Nesse sentido, reconhecendo a importância das relações comunitárias para o
desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, recomenda-se que as políticas
contemplem ações coletivas que envolvam ao mesmo tempo diferentes famílias de uma
mesma comunidade e não apenas atendam às famílias separadamente, como predominou nos
serviços.
As ações voltadas para a família devem incluir também aspectos relacionados à
melhoria do ambiente urbano, envolvendo a participação direta das crianças, adolescentes,
jovens, juntamente com adultos e idosos. Pode-se incluir aí a promoção de manifestações
culturais e de conservação e cuidado com o ambiente urbano, no sentido de valorizar
ocupações saudáveis e seguras no espaço público (JACOBS, 2009). Esse cuidado com as
relações sociais nos espaços públicos é entendido como fundamental para proporcionar a
efetivação da convivência comunitária, à medida que observamos na cidade um crescimento
dos serviços privados em geral.
Enfim, a partir das fontes de dados encontradas e disponíveis, utilizadas para
empreendermos a pesquisa, foi possível identificarmos algumas características relevantes
sobre as configurações familiares e seus aspectos socioeconômicos. Destacamos, contudo, que
nosso esforço de pesquisa não supre todas as questões e problemas relacionados à temática da
família, considerando o interior das relações entre seus membros, e que por isso,
recomendamos como necessários novas pesquisas e diagnósticos estritamente focadas nesta
temática. Assim, reconhecemos as limitações deste Diagnóstico de “olhar” a família a partir
de grandes bases de dados Censos Demográficos, CadÚnico, entre outras, sem atingir seu
núcleo a partir de questões cotidianas e relacionais entre seus membros. Apesar dessas
limitações, entendemos que o esforço de realização do Diagnóstico vai além dos dados sobre
família, alcança inúmeras outras áreas, e com isso contribui para a compreensão da situação
das crianças, adolescentes e jovens munícipes e de suas famílias.
65
REFERÊNCIAS
ALVES, José Eustáquio Diniz. A definição de família convivente do IBGE: cuidados
metodológicos necessários. Aparte - inclusão social em debate. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005,
p.1-4.
ALVES, José Eustáquio Diniz; CAVENAGHI, S. Família e domicilio no calculo do déficit
habitacional no Brasil. In: XI ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR. Salvador: BA, 23 a 27
mai. de 2005.
ANDERSON, Benedict. Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of
Nationalism. London: Verso, 1991.
BELO HORIZONTE. Associação Municipal de Assistência Social. Famílias de crianças e
adolescentes: diversidade e movimento. AMAS: Belo Horizonte, 1995.
BELO HORIZONTE. CADÚNICO. PBH/SMAAS/GPAS/GEIMA. Equipe de Estudos
Territoriais e Geoprocessamento. Belo Horizonte, 2013.
BELO HORIZONTE. Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, de Belo Horizonte.
2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.168 p.
CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(CMDCA). Diagnóstico: Crianças e Adolescentes de Belo Horizonte. Belo Horizonte,
1994.
FREIRE COSTA, Jurandir. Ordem Médica e Norma Familiar, São Paulo, Graal, 1979.
JACOBS, Janes. Morte e Vida das Grandes Cidades, Editora Martins Fontes, 2009. 558
pág.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010.
Famílias e domicílios: resultados da amostra. Indicadores Sociais Municipais: uma análise
dos resultados do Censo Demográfico de 2010. Disponível em: <http://
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_da_população/
resultados_do_universo.pdf>. Acesso em: 07 out. 2012 a.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censos Demográficos
1980, 1991, 2000 e 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: < www.ibge.gov.br >.
Acesso em: 07 Jun. 2012 b.
MARINHO, Marco Antônio Couto. Homicídios e metropolização no Brasil: um estudo a
partir da região metropolitana de Belo Horizonte. 2012. 197 f. Dissertação (Mestrado) -
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais. Belo Horizonte, 2012.
66
MENDES, M. A. Mulheres chefes de família: entre a sobrevivência e a autonomia.
Fragmentos de Cultura. v. 12, n.6, Goiânia. p. 1087-1102. 2002.
OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES. Relatório Metrópoles em Números: crescimento
da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011. Disponível em: <
http://observatoriodasmetropoles.net/download/ relatorio_automotos.pdf >. Acesso em: 13
dez. de 2012.
OLIVEIRA, Dagmar de Araújo. História de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Velloso S. A.,
1970.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-reitoria de
Graduação. Sistema de Bibliotecas. Padrão PUC Minas de normalização: normas da ABNT
para apresentação de teses, dissertações, monografias e trabalhos acadêmicos. 9. ed. rev.
ampl. atual. Belo Horizonte: PUC Minas, 2011. Disponível em:
<http://www.pucminas.br/biblioteca>. Acesso em: 02 jul. 2013.
RAMA, Germán W. Estrutura Social e Educação: Presença de Raças e Grupos Sociais na
Escola. In: Livros de Pesquisa, n. 69. São Paulo, p. 3-96, mai.1989.
PIZA, Edith; ROSEMBERG, Fúlvia. Cor nos censos brasileiros. Revista USP: São Paulo. p.
122-127, 1998. <Disponível em: www.usp.br/revistausp/40/13-edithpiza.pdf > Acesso em 12
nov. 2012.
SOARES, Sergio. et. al. Relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente:
elementos para formulação de um modelo de planejamento em saneamento. In: Cad. Saúde
Pública. Re: public health; 18(6): 1713-1724, nov.- dez. 2002. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/csp/v18n6/13268.pdf >. Acesso em: 15 dez. 2012.
SZYMANSKI, Heloisa. Entrevista reflexiva: um olhar psicológico sobre a entrevista em
pesquisa. In: __________ (Org). A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva.
Brasília: Plano Editora, 2002.
UDE MARQUES, Walter Ernesto. Infâncias (pré) ocupadas: trabalho infantil, família e
identidade. 1. ed. Brasília: Plano Editora, 2001. 229p.
ZAMBERLAM, Cristina de Oliveira. Os novos paradigmas da família contemporânea:
uma perspectiva interdisciplinar. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.