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Adriana Maureci Martins DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DE PROJETOS DE PRODUTOS DA EMPRESA PORTOBELLO S/A Administração Geral TIJUCAS – SC 2007 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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Adriana Maureci Martins

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DE PROJETOS

DE PRODUTOS DA EMPRESA

PORTOBELLO S/A

Administração Geral

TIJUCAS – SC

2007

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ADRIANA MAURECI MARTINS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE

ESTÁGIO

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO DE

PROJETOS DE PRODUTOS DA EMPRESA

PORTOBELLO S/A

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão – CECIESA - Tijucas.

TIJUCAS – SC, 2007

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pelas dádivas,

sabedoria e paciência que concede

a mim, a cada dia da minha vida.

Aos meus pais Valdeci e Maureci,

aos meus irmãos Cláudio e Carlos e

ao meu filho Heverson que sempre

acreditaram em mim e me apoiaram,

colaborando para que eu tivesse

perseverança para a realização de

mais esta etapa da minha vida.

Ao meu esposo Leandro pela força e

compreensão.

A todos os meus amigos (as) pelo

incentivo e apoio.

A minha orientadora de conteúdo,

Antônia Egídia de Souza, pelos

conhecimentos transmitidos e pela

confiança depositada.

A minha orientadora de campo,

Daniela Gomes Fernandes, pelas

experiências transmitidas, pelo apoio

e tempo dedicados.

EPÍGRAFE

“A mudança acontece como uma

parte normal dos ciclos da vida:

ciclos de vida do produto, ciclos de

vida da pessoa, ciclos de vida da

empresa. Não podemos mudar o

fato de que o fim existe, mas

podemos mudar a forma com que

lidamos com essa finitude.”

James A. Belasco & Ralph C.

Stayer.

EQUIPE TÉCNICA

1. Nome do estagiário

Adriana Maureci Martins

b) Área de estágio

Gestão de Projetos de Produtos

c) Orientador de campo

Daniela Gomes Fernandes

d) Orientador de estágio

Profª Antônia Egídia de Souza

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Portobello S/A.

b) Endereço

BR 101 - KM 163

Centro - Tijucas – SC

CEP 88.200-000 - Tijucas - SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Departamento de Marketing

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Daniela Gomes Fernandes – Coordenadora de Gestão de Projetos de Produtos

f) Carimbo e visto da empresa

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Tijucas, 06 de novembro de 2007.

A empresa PORTOBELLO S/A, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o

Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o estágio supervisionado,

pela acadêmica ADRIANA MAURECI MARTINS.

Gladys Milena Berns Carvalho do Prado

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo geral fazer um diagnóstico da gestão

de projetos de produtos da empresa Portobello S/A. Os objetivos específicos foram: fazer um levantamento da estrutura da gestão de projetos de produtos, identificar os objetivos da gestão de projetos de produtos, verificar os tipos de projetos de produtos, identificar como são definidas as ações da gestão de projetos de produtos e ferramentas utilizadas e realizar entrevista com pessoas chave envolvidas na gestão de projetos de produtos. Este trabalho foi caracterizado como uma pesquisa-diagnóstico, executado mediante a abordagem qualitativa. Os participantes da pesquisa deste trabalho foram compostos pelas dezenove pessoas-chave envolvidas na gestão de projetos de produtos da empresa. Para a coleta de dados foram utilizadas a entrevista semi-estruturada via e-mail, na qual se utilizou questões abertas que permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da pesquisa e a observação participante, uma técnica que constitui uma importante oportunidade, pois viabiliza a percepção da realidade de alguém de “dentro” do estudo de caso. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo, tendo por base as respostas dos entrevistados. Através dos dados coletados na entrevista e na observação participante realizada junto às pessoas chave envolvidas na gestão de projetos de produtos, tornou-se possível identificar os principais problemas na gestão de projetos de produtos da empresa, que basicamente são no planejamento, alinhamento interdepartamental e comunicação.

Palavras-chave: Diagnóstico; Gestão de Projetos de Produtos; Empresa Portobello

S/A.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................10

1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................10

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .....................................................................................11

1.3 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................11

2 REVISÃO TEÓRICA.............................................................................................12

2.1 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO .............................................................................12

2.2 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO ..............................................................................13

2.2.1 PLANEJAMENTO .................................................................................................13

2.2.1.1 Tipos de Planejamento .................................................................................16

2.2.2 ORGANIZAÇÃO...................................................................................................20

2.2.3 DIREÇÃO OU INFLUÊNCIA ....................................................................................22

2.2.4 CONTROLE ........................................................................................................24

2.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .............................................................................28

2.4 GESTÃO DE PROJETO ...........................................................................................30

2.4.1 ESTRUTURA DE GESTÃO DE PROJETOS ...............................................................33

2.4.2 GERENCIAMENTO DE PROJETOS .........................................................................36

2.4.2.1 Grupos de processos....................................................................................36

2.4.2.2 Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos ........................37

2.4.3 CICLO DE VIDA DE PROJETO ...............................................................................39

2.4.4 GESTÃO DE COMPETÊNCIA .................................................................................43

2.4.5 HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA A GESTÃO DE PROJETOS ...................................44

3 MÉTODO ..............................................................................................................46

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...........................................................................46

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ..............................................................................46

3.3 COLETA DE DADOS...............................................................................................47

3.4 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................................48

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ..............................................................49

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA............................................................................49

4.1.1 GRUPO PORTOBELLO.........................................................................................49

4.1.2 PORTOBELLO S/A..............................................................................................50

4.1.2.1 Desenho Organizacional...............................................................................53

4.2 RESULTADO DA PESQUISA ....................................................................................57

4.2.1 ESTRUTURA DA GESTÃO DE PROJETOS DE PRODUTOS DA PORTOBELLO S/A ...........57

4.2.2 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PROJETOS DE PRODUTOS DA PORTOBELLO S/A ............58

4.2.3 TIPOS DE PROJETOS DE PRODUTOS DA PORTOBELLO S/A .....................................59

4.2.4 AÇÕES DA GESTÃO DE PROJETOS DE PRODUTOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS PELA

PORTOBELLO S/A ........................................................................................................60

4.2.5 PERCEPÇÃO DAS PESSOAS-CHAVE ENVOLVIDAS SOBRE A GESTÃO DE PROJETOS DE

PRODUTOS DA PORTOBELLO S/A ..................................................................................63

4.2.6 SUGESTÕES A PARTIR DA PESQUISA COM AS PESSOAS CHAVE DA GESTÃO DE

PRODUTOS DA PORTOBELLO S/A ..................................................................................68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................71

6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................73

ANEXOS ...................................................................................................................76

DECLARAÇÃO.........................................................................................................80

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS.....................................................................81

10

1 INTRODUÇÃO

O processo de globalização tem provocado a busca de soluções desafiadoras

para as empresas que competem no mercado internacional, tanto nos países

centrais como nos países emergentes. Para competir e gerar valor para os

acionistas, as empresas são compelidas a inovações de tecnologias, processos,

produtos e, sobretudo, projetos.

O acelerado ritmo de mudanças ocasionado pelas demandas de mercado e

pelas novas tecnologias, dentre outras variáveis, transformou a gestão de projetos

num fator de competitividade para muitas organizações.

Um dos grandes desafios das organizações de todo o mundo é garantir que

suas estratégias se transformem nos resultados esperados. Os projetos têm papel

fundamental neste processo, pois são eles que materializam as estratégias

empresariais, integrando recursos e esforços rumo aos objetivos organizacionais.

Nesse ambiente, diretores, gerentes e equipes de projetos passam a

necessitar de estruturas, métodos, competências e ferramentas que suportem o

adequado desenvolvimento de seus projetos.

A Portobello, como uma empresa inovadora e competitiva no mercado

nacional e internacional de revestimento cerâmico, busca constantemente soluções

para obter resultados positivos. Para tanto, possui várias estratégias, sendo uma

delas a gestão de projetos de produtos. No entanto, o questionamento é como

alcançar resultados positivos diante de tanta concorrência?

Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo geral fazer um

diagnóstico da gestão de projetos de produtos da empresa Portobello S/A.

1.1 Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo geral fazer um diagnóstico da gestão de

projetos de produtos da empresa Portobello S/A.

11

1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste projeto são:

� Fazer um levantamento da estrutura da gestão de projetos de produtos da

Portobello S/A.

� Identificar os objetivos da gestão de projetos de produtos da Portobello S/A.

� Verificar os tipos de projetos de produtos da Portobello S/A.

� Identificar como são definidas as ações da gestão de projetos de produtos e

ferramentas utilizadas na Portobello S/A.

� Identificar a percepção das pessoas-chave envolvidas sobre a gestão de projetos

de produtos da Portobello S/A.

1.3 Justificativa

Este trabalho justifica-se pela necessidade da Portobello S/A identificar as

dificuldades e propor soluções, visando uma melhoria no processo de gestão de

projetos de produtos. Além disso, o presente trabalho proporcionou maior

conhecimento da gestão de projetos de produtos e suas eventuais dificuldades e

falhas.

É oportuno dizer que, também, houve interesse da acadêmica em ampliar

seus conhecimentos em gestão de projetos de produtos, especificamente nas

perdas ocorridas no processo, contribuindo para possíveis melhorias do mesmo.

Este estudo foi original, por não ter sido realizado até então um estudo nesta

área na empresa e no curso de administração de Tijucas.

Quanto à viabilidade deste trabalho, o mesmo teve a possibilidade de ser

realizado, pois a acadêmica dispõe de material para pesquisa, de acesso às

informações e contato com as pessoas envolvidas.

Com os resultados obtidos a empresa poderá avaliar sua situação, de onde

pretende partir até onde quer chegar.

12

2 REVISÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados os referenciais teóricos que nortearam este

estudo. Porém, antes de abordar o tema deste trabalho serão apresentados alguns

conceitos considerados importantes para realização do mesmo.

2.1 Conceito de Administração

Segundo Terry (apud SILVA, 2005), administração é alcançar os objetivos

da organização por meio de pessoas ou recursos e consistem no planejamento,

organização, atuação e controle para determinar e alcançar os objetivos.

Para Silva (2005, p.6), “administração é a utilização eficiente e eficaz dos

recursos através de um conjunto de atividades dirigidas, no sentido de alcançar os

objetivos ou metas organizacionais”.

No entender de Drucker (apud SILVA, 2005), administração é ter o controle

sobre as ações das pessoas e o processo de tomada de decisão para alcançar as

metas predeterminadas.

Para Appley (apud SILVA, 2005), administração é obter resultados através

dos esforços de outras pessoas.

Administração, em sua conceituação tradicional, é definida como um

conjunto de princípios e normas que tem por objetivo, planejar, organizar, dirigir,

coordenar e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se associam para

atingir um resultado comum (LACOMBE, 2003, p. 48).

Conforme Chiavenato (2000), administração expressa a ação de oferecer

serviço ou auxílio. O mesmo autor afirma ainda, modernamente falando, que

administração representa todas as atividades relacionadas com o planejamento,

organização, direção e controle da ação empresarial e não apenas, o governo e a

condução de uma empresa.

13

2.2 Funções da Administração

São atividades básicas a serem desempenhadas por administradores para

alcançar os resultados determinados e almejados pela organização (SILVA, 2005).

Para Stoner & Freeman (1999, p. 5), “um processo é um modo sistemático

de fazer coisas”.

Segundo Stoner & Freeman (1999), administração é alcançar os objetivos

das organizações através da realização das tarefas por outros indivíduos.

O autor afirma ainda que o conceito de administração muda conforme o

ambiente das organizações, e que, até hoje, não existe uma definição aceita

universalmente.

2.2.1 Planejamento

Conforme Lacombe, (2003), pensar antecipadamente o objetivo que se

almeja alcançar e definir os meios e recursos para consolidar esse objetivo.

Para Certo (2003), planejamento é o processo utilizado pelas empresas a

fim de determinar como atingirão seus objetivos, suas metas, e como fará para

chegar onde deseja. Ou seja, além de definir os objetivos, mostra também os

caminhos a serem percorridos para conseguir alcança-los.

Utilizando termos mais formais, Certo (2003, p. 103), conceitua o

planejamento como sendo o “desenvolvimento sistemático de programas de ação

destinados a alcançar objetivos de negócio estabelecidos de comum acordo por

meio da análise, da avaliação e da seleção das oportunidades previstas.”

O mesmo autor afirma ainda que o planejamento é a atividade gerencial

fundamental, seja qual for o tipo de organização que esteja sendo gerenciada.

Ressalta ainda que um dos desafios do gerente moderno é realizar um planejamento

sólido, não importando o tamanho, a finalidade, o ramo de atividade ou o grau de

complexidade da organização.

Segundo Maximiano (2000), o processo de planejamento pode ser definido

de várias maneiras:

14

� Planejar é definir objetivos ou resultados a serem alcançados;

� É definir meios para possibilitar a realização de resultados;

� É interferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a outra situação

desejada, dentro de um intervalo definido de tempo;

� É tomar no presente, decisões que afetem o futuro, para reduzir sua incerteza.

Para Roney (apud CERTO, 2003), o planejamento possui dois tipos de

objetivos: o protetor e o afirmativo. O protetor é aquele que visa minimizar os riscos

e as incertezas sobre o negócio, deixando claro todas as conseqüências que

determinadas ações gerenciais podem acarretar à organização. Já o objetivo

afirmativo é aquele comprometido em aumentar o grau de sucesso da organização.

Coloca ainda um terceiro objetivo no planejamento que é o direcionar e concentrar

esforços dentro da organização.

Existem vantagens e desvantagens no planejamento. Entre as vantagens

pode ser citado o fato de que ele auxilia os gerentes a permanecerem orientados

para o futuro. Segundo Certo (2003), utilizando o planejamento os gerentes podem

basear suas tomadas de decisões considerando sempre o amanhã, e como estas

decisões afetarão os rumos da empresa. Além de tornar o processo de decisão uma

atitude coordenada entre os gerentes, o planejamento permite ainda que os

objetivos da empresa sejam sempre lembrados.

Quando se refere às desvantagens oriundas do planejamento, Certo (2003),

informa que um planejamento muito enfatizado pode tomar muito o tempo dos

gerentes. Se o gerente gastar muito do seu tempo com o planejamento, acabará

negligenciando a organização, a influência e o controle. O gerente deve buscar

sempre o equilíbrio entre estas funções a fim de garantir o sucesso da organização

para a qual trabalha.

Conforme Certo (2003), são etapas do processo de planejamento: definir os

objetivos organizacionais; enumerar formas alternativas de atingir os objetivos;

desenvolver premissas sobre a qual cada alternativa se baseia; escolher a melhor

alternativa para atingir os objetivos; desenvolver planos para conseguir a alternativa

escolhida; colocar os planos em ação.

As vantagens de planejar são muitas, mas algumas são consideradas de

maior importância, segundo Welsch (1994, p. 64-65):

15

� Coordenação de atividades: as atividades de organização podem ser

coordenadas de maneira apropriada com base no processo de planejamento.

� Decisões antecipadas: em qualquer situação, ter tempo para pensar e

amadurecer uma decisão é algo importante. Pode revelar novas perspectivas ou

permitir novas abordagens.

� Comprometimento a priori: decidir antecipadamente faz com que a percepção

coletiva de comprometimento seja afetada, já que o comportamento de uma área

não significa o comportamento da empresa, que é o que se almeja no processo

de planejamento.

� Possível maior transparência: o sistema de planejamento pode trazer maior

transparência entre as várias áreas da empresa pelo fato de trabalharem e

discutirem juntas as etapas.

� Definição de responsabilidades: o planejamento e o controle em uma

organização exigem que as responsabilidades sejam definidas, por unidade de

negócios, por departamento ou mesmo por centro de resultados, dependendo do

conceito utilizado. Sem a definição de responsabilidades tanto a autoridade como

a cobrança de resultados não pode ser exercida.

� Destaque para eficiência: desempenho inadequado é evitado na fase de

planejamento, já que o controle pressupõe zelar para que o nível planejado de

eficiência seja atingido. Resultados considerados insatisfatórios devem ser

avaliados e não aceitos pela organização no momento do planejamento.

� Possível maior entendimento mútuo: ao ser mais transparente, a organização

permite aos seus executivos melhor entendimento das áreas que não são da sua

responsabilidade, o que constitui em importante benefício para ela, em alguns

casos, eliminando problemas e, em outros, fortalecendo o relacionamento inter-

funcional.

� Força a auto-análise: quando dada área da empresa vislumbra o plano de

negócios, pode auto-avaliar-se frente aos desafios que pretende superar no

futuro.

� Permite a avaliação do processo: significa que uma organização não deveria

considerar-se melhor ou pior em função da comparação com o ano anterior, mas

sim considerar que o seu desempenho é mais ou menos favorável do que o

previsto e comprometido no plano. O referencial passado, histórico, permite o

16

entendimento parcial dos fatores, mas se revela inadequado em termos de onde

se pretende chegar, no ambiente percebido quando se planejou.

2.2.1.1 Tipos de Planejamento

Em uma organização segundo Oliveira (1999), pode-se distinguir três tipos

de planejamento: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento

operacional. Esses são interligados, e suas interações influenciam de um

planejamento para outro.

Alguns exemplos de tipos de planejamento podem ser observados no

quadro 1.

Quadro 1: Tipos e níveis de planejamento nas empresas.

Fonte: Oliveira (1999, p. 44).

Percebe-se de acordo com o quadro acima que o planejamento estratégico

está ligado à alta gerência, o planejamento tático à média gerência e o planejamento

operacional ligado a execução.

NÍVEL

ESTRATÉGICO

Planejamento Mercadológico

Planejamento Financeiro

Planejamento de produção

Planejamento de recursos humanos

Planejamento organizacional

TÁTICO

Plano de preços e produtos

Plano de despesas

Plano de capacidade de produção

Plano de recrutamento e seleção

Plano diretor de sistemas

Plano de promoção

Plano de investimentos

Plano de controle de qualidade

Plano de Treinamento

Plano de estrutura organizacional

Plano de vendas

Plano de compras

Plano de estoque

Plano de cargos e salários

Plano de rotinas administrativas

Plano de distribuição

Plano de fluxo de caixa

Plano de utilização de mão-de-obra

Plano de promoções

Plano de informações gerenciais

Plano de pesquisas de mercado

Plano orçamentário

Plano de expedição de produtos

Plano de capacitação interna

Plano de comunicações

TIPO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

OPERACIONAL

17

a) Planejamento estratégico

Segundo Oliveira (1999, p. 46), “o planejamento estratégico é conceituado

como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser

seguido pela empresa, com vista a obter um nível de otimização na relação da

empresa com o seu ambiente”.

O autor afirma ainda que o planejamento estratégico é elaborado geralmente

pela alta gerência e abrange toda a estrutura organizacional de uma organização e,

relaciona-se com objetivos de longo prazo. Os níveis mais altos da empresa

responsabilizam-se pela formulação de objetivos, seleção dos caminhos a serem

percorridos para alcançar os objetivos predeterminados, levando em conta às

condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada.

Para Ansoff (1977), planejamento estratégico é o nível em que as decisões a

serem tomadas dizem respeito principalmente a problemas externos da empresa,

mais comumente às linhas de produtos e serviços e aos mercados atendidos. Um

programa de diversificação de produtos de mercados é sempre de uma atividade de

ordem estratégica, e como tal da maior importância para a empresa.

O processo de elaboração do planejamento estratégico, de acordo com

Lunkes (2003), segue basicamente os seguintes passos:

� Sensibilização: é a etapa em que todos na empresa devem saber a visão global,

devem envolver-se e ser envolvidos, motivados e entender seu papel dentro do

planejamento estratégico. Todos na empresa devem compreender o porquê de

usar o planejamento estratégico: dinâmica do ambiente, geração de flexibilidade,

interação dinâmica, integração interna da empresa e revitalização do espírito

empreendedor.

� Missão: relaciona o negócio com a possibilidade de satisfazer a alguma

necessidade do ambiente, define a razão e o ser da empresa. Corresponde a um

horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar.

� Fatores-chave do sucesso: são atributos que a empresa deve dispor para ser

bem-sucedida em suas atividades. É onde a empresa deve ter os melhores

resultados, como por exemplo: preço, custo, qualidade, tempo e inovação, entre

outros.

18

� Oportunidades: são situações do ambiente que a empresa pode aproveitar para

aumentar sua produtividade, enquanto as ameaças são situações do ambiente

que colocam a empresa em risco.

� Análise interna: é importante a empresa ver seus pontos fortes e fracos, além da

competência diferencial e da vantagem frente aos concorrentes.

� Política empresarial: envolve regras e diretrizes que orientam o comportamento e

o procedimento interno e externo da empresa.

� Definição de estratégias: são modos e cursos de ação, utilizando seus pontos

fortes e fracos levando em conta também as oportunidades e ameaças do

ambiente.

� Definição de metas e objetivos: é a delimitação de alvos que a empresa pretende

atingir, estabelecendo responsabilidades a cada área da empresa. Nesta etapa é

feita a análise em termos de coerência, de importância e de grupo.

O planejamento estratégico segundo Oliveira (1999), deve ser elaborado da

forma mais democrática e transparente possível, com valorização dos recursos

intangíveis da empresa, deve proporcionar gestão participativa e sensibilidade para

a valorização das intenções, atitudes e ações dos empregados e gestores. Estes

fatores não devem ser vistos isoladamente, cujo entendimento deve ser de junção e

integração, pois somente assim é possível elaborar um planejamento estratégico

eficiente.

b) Planejamento tático

Para Oliveira (1999), o planejamento tático é desenvolvido por profissionais

da média gerência e aplica-se a departamentos específicos.

Para Ansoff (1977), este tipo de planejamento volta-se para a melhor

estruturação possível dos recursos (humanos, físicos e financeiros). Neste caso, um

projeto de reformulação de sistemas de informações ou um projeto de reorganização

de uma divisão ou departamento são exemplos de atividades que, programadas

para dado período, estariam enquadradas nesta categoria.

No entender de Oliveira (1999, p. 46), “o planejamento tático tem por

objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.

19

Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas

estabelecidas no planejamento estratégico”.

Oliveira (1999), apresenta uma sistemática de desenvolvimento dos

planejamentos táticos como mostra a figura 1.

Figura 1: Desenvolvimento de planejamentos táticos.

Fonte: Oliveira (1999, p. 47).

O planejamento estratégico, para que possa funcionar, faz-se necessário,

além de envolver o planejamento tático (dentro deste os setores mercadológico,

financeiro, RH, produção e organizacional) e operacional, devem ter os resultados

esperados pelas unidades organizacionais, assim como os resultados aprestados

por tais unidades.

c) Planejamento operacional

Para Oliveira (1999), é no planejamento operacional que as estratégias

estabelecidas são formalizadas, através de documentos escritos, das metodologias

de desenvolvimento e implantação.

Para Ansoff (1977), o planejamento operacional é aquele em que as

atividades previstas buscam a utilização dos recursos da empresa da maneira mais

eficiente possível em dado período.

20

Conforme Oliveira (1999), os planejamentos operacionais correspondem a

um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, onde cada um dos

planejamentos operacionais deve conter um detalhe:

� Os recursos necessários para o seu desenvolvimento e implantação;

� Os procedimentos básicos a serem adotados;

� Os produtos ou resultados finais esperados;

� Os prazos estabelecidos;

� Os responsáveis pela sua execução e implantação.

2.2.2 Organização

Segundo Certo (2003, p. 197), “organizar é o processo de estabelecer o uso

ordenado de todos os recursos do sistema administrativo”. Assim, organizar seria

reunir de forma ordenada os recursos necessários para atingir os objetivos

propostos. Afirma ainda o autor que a organização permite determinar o que cada

um fará e que recursos utilizará, bem como visualizar os esforços individuais dos

funcionários a fim de combinar suas ações em prol dos objetivos.

No entender de Certo (2003), a organização é uma função de suma

importância para o sistema administrativo, sendo um mecanismo primordial para que

os gerentes transformem o que era plano em ação. O processo de organizar permite

ao gerente criar e manter relações entre os recursos da empresa, permitindo assim,

escolher quais deles serão utilizados em cada uma das atividades, quando, como e

onde serão utilizados. Ao organizar, o gerente evita que esforços sejam repetidos

em diferentes setores e que recursos permaneçam ociosos.

Alguns teóricos da administração consideram a organização tão importante

que sugerem a criação de um departamento exclusivamente para ela dentro das

empresas. Sugerem algumas das principais atividades deste departamento:

� Reorganização do sistema administrativo da empresa a fim de aumentar sua

eficiência e produtividade;

21

� Buscar o aprimoramento das habilidades administrativas, através de

planejamento, buscando enquadra-las e adapta-las às necessidades do sistema

administrativo;

� Proporcionar um clima favorável.

Para Certo (2003), cinco as principais etapas do processo de organização e

podem ser identificadas pela figura 2.

Figura 2: As cinco principais etapas do processo de organização.

Fonte: Certo (2003, p. 198).

Na primeira etapa, inicia-se o processo de organização através do

estabelecimento de planos e objetivos, pois através do planejamento a empresa

alcançará suas metas e poderá determinar a alocação dos recursos, concretizando

assim os planos.

A segunda e terceira etapa do processo tratam das tarefas que devem ser

desempenhadas, ou seja, é hora do gerente dividir as tarefas que por sua vez

podem ser subdivididas.

A quarta etapa do processo cuida da distribuição de recursos para as sub-

tarefas.

ETAPA 1Refletir sobre os planos e

objetivos

ETAPA 2Estabelecer as tarefas

principais

ETAPA 5Avaliar os

resultados da estratégia

organizadora implementada

ETAPA 4Destinar recursos e instruções para as

subtarefas

ETAPA 3Dividir as tarefas

principais em subtarefas

22

Na quinta etapa do processo ocorre a avaliação da estratégia organizacional

implementada. São coletadas informações que devem fornecer dados a serem

utilizados no aprimoramento da organização atual.

Como mostra a figura 2, as etapas vão se repetindo de forma continuada e

será através da repetição que os gerentes poderão obter o feedback que os

orientará no aperfeiçoamento da organização.

2.2.3 Direção ou Influência

Tendo realizado o planejamento e organizado os recursos, o gerente vai

orientar os indivíduos da organização na direção da realização das atividades que

levem ao atingimento das metas propostas.

Esse processo de orientação e direcionamento dos indivíduos é tratado por

alguns autores como direção ou influência. O processo exige que o gerente se

concentre nos indivíduos a fim de proporcionar um bom relacionamento entre eles,

possibilitando-lhe também que atue como árbitro para dirimir questões como moral e

na solução de conflitos que porventura surjam no ambiente (CERTO, 2003).

A administração das empresas está fortemente marcada pelos estilos com

que os administradores dirigem o comportamento das pessoas dentro delas.

Os estilos de direção dependem das suposições que os administradores têm

a respeito do comportamento humano dentro das empresas. McGregor (apud

CHIAVENATO, 2000), distingue duas concepções opostas de estilos de direção,

baseadas em concepção antagônicas acerca da natureza humana, a saber: a Teoria

X (ou tradicional) e a Teoria Y (ou moderna).

A Teoria X desenvolve um estilo de direção que se restringe a aplicação e

ao controle de energia humana unicamente em direção aos objetivos empresariais.

A administração, segundo a Teoria X, se caracteriza pelos seguintes

aspectos:

� A administração é responsável pela organização dos recursos da empresa

(dinheiro, materiais, equipamentos e pessoas) no interesse exclusivo de seus

objetivos econômicos.

23

� A administração é um processo de dirigir os esforços das pessoas, incentiva-las,

controlar suas ações e modificar o seu comportamento para atender às

necessidades da empresa.

� Sem esta intervenção ativa por parte da direção, as pessoas seriam passivas em

relação ás necessidades da empresa, ou mesmo resistiriam a elas. As pessoas,

portanto, devem ser persuadidas, recompensadas, punidas, coagidas e

controladas: as suas atividades devem ser padronizadas e dirigidas em função

dos abjetivos e necessidades da empresa.

� Como as pessoas são primariamente motivadas por incentivos econômicos

(salário), a empresa deve utilizar a remuneração como meio de recompensa

(para o bom trabalhador) ou punição (para o empregado que não se dedique à

realização de sua tarefa).

A Teoria X ainda leva as pessoas a fazerem exatamente aquilo que a

organização pretende que elas façam, independentemente de suas opiniões ou seus

objetivos pessoais.

A Teoria Y desenvolve um estilo de direção aberto, dinâmico e

extremamente democrático, por meio do qual administrar é um processo de criar

oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos, encorajar o crescimento

individual e proporcional orientação quando a objetivos (CHIAVENATO, 2000).

O autor afirma ainda que a administração, segundo a Teoria Y, se

caracteriza pelos seguintes aspectos:

� A motivação, o potencial de desenvolvimento, a capacidade de assumir

responsabilidade, de dirigir o comportamento para os objetivos da empresa são

fatores presentes nas pessoas e não são criados nas pessoas pela

administração. É responsabilidade da administração, proporcionar condições

para que as pessoas reconheçam e desenvolvam, por si mesmas, estas

características.

� A tarefa essencial da administração é criar condições organizacionais e métodos

de operação por meio dos quais as pessoas possam atingir melhor as seus

objetivos pessoais, enquanto dirigindo seus propósitos esforços em direção aos

objetivos da empresa.

24

A Teoria Y representa o moderno estilo de direção apregoado pela Teoria

Comportamental e teorias administrativas posteriores: propõe um estilo de direção

participativo e democrático, baseado nos valores humanos e sociais. Enquanto a

Teoria X é uma administração por meio de controles externos impostos ao

indivíduo, a Teoria Y funciona como uma administração por objetivos que realça a

iniciativa individual.

Para Certo (2003), dentro do subsistema “influenciar” o gerente deve

considerar como imprescindíveis quatro atividades: liderar, motivar, valorizar grupos

e comunicar.

Segundo o mesmo autor, uma parte dos recursos disponíveis na

organização, pode ser transformada em comportamento adequado aos objetivos da

empresa. O gerente consegue essa transformação se for capaz de desempenhar as

quatro atividades supra citadas.

O autor afirma ainda que “a capacidade de influenciar os outros é um

determinante básico do sucesso que um gerente terá” (CERTO, 2003, p. 291).

Todas essas atividades são necessárias e úteis, no entanto, a mais

importante delas é comunicar. Para ser um bom gerente é necessário seja um bom

comunicador. Todas as atividades exigem que o gerente se comunique com os

demais funcionários e se ele não fizer isso corretamente, sua atuação e os objetivos

da empresa poderão estar comprometidos (CERTO, 2003).

2.2.4 Controle

De acordo com Certo (2003), controlar é fazer com que o planejamento seja

executado da forma como foi concebido.

O controle, de acordo com Frezatti (2000), deve ser um instrumento que

permita à empresa entender quão próximos estão seus resultados em relação ao

que planejou para dado período.

Nessa abordagem, é importante definir e acompanhar o todo e as partes,

isto é, que as metas podem ou não ter sido atingidas. Por outro lado, também é

fundamental entender como foi atingido, o que só se pode entender com

detalhamento de indicadores específicos de cada área da organização.

25

De acordo com Sanvicente e Santos (1983, p. 22), “controlar é,

essencialmente, acompanhar a execução de atividades da maneira mais rápida

possível, e comparar o desempenho efetivo com o planejado, isto é, o que tinha sido

originalmente considerado desejável, satisfatório ou viável para a empresa e suas

subunidades”.

A importância do processo de planejamento é bastante óbvia. A menos que tenhamos um processo de ação bem traçado, jamais saberemos com exatidão quais as ações necessárias para atingir nossos objetivos. É preciso ter um mapa para identificar o tempo e o alcance de todas as ações pretendidas. O processo de planejamento é capaz de nos fornecer esse mapa. Mas simplesmente fazer o mapa não é suficiente. Caso não o sigamos ou façamos uma curva errada pelo caminho, há chances de que nunca alcancemos os resultados desejados. Um plano é apenas tão bom quanto nossa capacidade de executá-lo. Devemos desenvolver métodos de mediação e controle que nos alertem quando nos desviarmos dos planos, para que ações corretivas possam ser tomadas. (DEWELT apud CERTO, 2003, p. 4).

Como pode ser observado na citação acima, o controle sobre a execução

das ações é imprescindível para o sucesso do planejamento. Através do controle é

possível acompanhar o desenvolvimento das ações implementadas e se estas estão

caminhando na direção dos objetivos estabelecidos.

[...] um esforço sistemático da administração dos negócios para comparar o desempenho com o padrão, os planos e as metas estabelecidas para determinar se o desempenho está de acordo com esses padrões; caso contrário, tomar qualquer ação corretiva necessária para garantir que os funcionários e outros recursos da empresa sejam utilizados da maneira mais eficaz e eficiente na conquista dos objetivos da empresa. (MOCKLER apud CERTO, 2003, p. 418).

O processo de controle se realiza através das etapas de “medição do

desempenho, comparação entre o desempenho medido e os padrões, tomada de

ações corretivas” (CERTO, 2003, p. 418).

Para Welsch (1994), o controle deve envolver processos de avaliação de

desempenho, comparação do desempenho real com os objetivos, planos, políticas,

padrões, análise dos desvios dos mesmos, tomada de ação corretiva provocada

pelas análises efetuadas, acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de

26

natureza corretiva e adição de informações ao processo de planejamento para

desenvolver os ciclos futuros da atividade administrativa.

De acordo com Goldeket, (2001) para que o controle seja eficaz, a empresa

deve seguir alguns requisitos.

� A empresa deve considerar o controle como essencial;

� Os responsáveis devem sentir entusiasmo pelo controle orçamentário;

� O controle é, em grande parte, um problema psicológico. Ignorar esse aspecto é

abrir caminho para o insucesso;

� Antes de implantar o sistema, e essencial realizar uma análise crítica da

empresa. Depois da implantação do sistema de controle, esta deverá ser repetida

a intervalos regulares de tempo;

� Cada tarefa determinada deve ter relação causal com as atividades da empresa;

� Deve ser integral, isto é, deve abranger todas as atividades da empresa;

� É essencial quando se quer proporcionar uma base sólida para descentralizar a

autoridade e as responsabilidades;

A realização de objetivos depende de informação sabre os objetivos e o

sistema. O processo de controle produz e usa informações para tomar decisões. As

informações e decisões permitem manter o sistema orientado para o objetivo.

Segundo Maximiano (2000), as etapas do processo de controle são:

� Definição de padrões de controle: para controlar, é preciso saber o que deve ser

controlado. A definição e o conhecimento de padrões de controle permitem

avaliar eficazmente o desempenho e tomar decisões corretas. Padrões de

controle podem ser objetivos ou padrões de comportamento, que fornecem os

critérios para a avaliação do desempenho. Os objetivos podem ser anunciados

de diversas maneiras: implícitos ou explícitos,.representando os padrões dentro

dos quais os sistemas devem se manter. Os padrões de comportamento podem

ser definidos como obrigações ou proibições, ou como normas de conduta.

Certos padrões de comportamento são definidos como normas ou leis. Se forem

desrespeitadas, causam sanções.

� Aquisição de informações: significa os meios ou instrumentos utilizados para

coletar e apresentar as informações sobre o sistema para permitir a tomada de

27

decisão. Algumas formas de obter informações são: inspeção visual, dispositivos

mecânicos ou eletrônicos de contagem e medição, tais como catracas, cartões

de ponto e sistemas computadorizados de informações; questionários, como

usados em aviões e hotéis; e sistemas autorizados de captura de informações,

como feixes de raios laser que lêem códigos de barras.

� Comparação e ação corretiva: na etapa final do processo de controle,a

informação sobre o desempenho real é comparada com os objetivos ou padrões.

Com base nessa comparação pode-se iniciar uma ação para corrigir ou reforça a

atividade ou desempenho. A comparação pode indicar três situações:

desempenho real igual ao esperado, quando o objetivo é realizado, uma ação de

reforço pode ser apropriada; desempenho real abaixo de esperado, em que uma

ação corretiva deve ser posta em prática para fazer o desempenho chegar até o

nível desejado.

Na visão de Keuning (apud MAXIMIANO, 2000), ênfase do processo de

controle e o formato do sistema de controle dependem, entre outros fatores,

segundo do nível hierárquico conforme a hierarquia diminui, aumenta o grau de

especialização e detalhe da informação necessária para o controle como mostra a

figura 3 da página seguinte.

O controle estratégico no nível estratégico tem duas finalidades:

acompanhar e avaliar o desempenho da organização na realização de sua missão e

acompanhar os fatores externos que influenciam a organização. É o controle

estratégico que produz as informações da análise interna, ou seja, os pontos fortes e

os pontos fracos, e externa, ou seja, as ameaças e oportunidades.

Os controles administrativos numa organização focalizam as áreas

funcionais: produção, marketing, finanças, recursos humanos e assim por diante.

São controles que produzem informações especializadas e possibilitam a tomada de

decisão em cada uma dessas áreas.

O controle operacional focaliza as atividades e o consumo de recursos em

qualquer área funcional. Cronogramas, diagramas de precedência e orçamentos são

as principais ferramentas de planejamento e, simultaneamente de controle

operacional.

28

Figura 3: Controle e níveis hierárquicos

Fonte: Adaptado de Keuning, (apud MAXIMIANO, 2000, P. 471)

Observando as etapas do processo de controle, percebe-se que o gerente

não vai somente estabelecer as diferenças entre desempenho medido e esperado,

não vai fazer somente a verificação, atuando como um expectador. O controle

efetivo e dinâmico será feito através da tomada de decisão que poderá mudar os

rumos de como as ações têm sido desenvolvidas até então. O controle tem esse

caráter modificador, dependendo dos resultados observados. Caso as ações

estejam realmente contribuindo para a consecução dos objetivos, elas serão

somente acompanhadas, dispensando as alterações.

2.3 Estrutura Organizacional

Estrutura organizacional é o sistema formal de tarefas e relacionamentos de

autoridade que controla como as pessoas coordenam suas ações e usam os

Estratégico

Tático

Operacional

29

recursos para atingir os objetivos organizacionais, assim como também a

coordenação e as formas de motivação, ou seja, é a forma pela qual as atividades

de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas (STONER, 1992).

É a maneira pela qual as atividades da organização são divididas,

organizadas e coordenadas, se referem à configuração dos órgãos e equipes da

organização (CHIAVENATO, 2004).

Para Oliveira (2002), a organização de uma empresa é a ordenação e o

agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados

estabelecidos.

Para qualquer organização, uma estrutura adequada é a que propicia

respostas eficazes aos problemas de coordenação, que pode ser gerenciada e

modificada através do processo de desenho organizacional.

Os benefícios de uma estrutura organizacional adequada, de acordo com o

autor citado anteriormente são:

� Identificação das tarefas necessárias;

� Organização das funções e responsabilidades;

� Informações, recursos, e feedback aos empregados;

� Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;

� Condições motivadoras.

Todas as organizações, de acordo com Heldman (2005) e Maximiano

(2002), são estruturadas segundo uma destas três modalidades: funcional, por

projetos ou matricial.

� Organização funcional: é o tipo mais comum conhecido também como o método

tradicional de organização de empresas. Estes tipos de organização giram em

torno de especialidades e são agrupadas por função ou departamentos. O

trabalho executado nos departamentos é especializado e requer que os

funcionários tenham aptidões específicas e experiência nas funções para cumprir

as responsabilidades de cada um.

30

� Organizações por projetos: são praticamente o oposto das organizações

funcionais. O enfoque esse tipo de organização é o próprio projeto. A idéia que

respalda uma organização estruturada por projetos é cultivar a lealdade com

relação aos projetos, e não com relação aos gerentes ou chefes. Neste tipo de

organização, os recursos são dedicados aos projetos e suas metas, e as funções

de apoio, como RH e contabilidade, também podem responder diretamente aos

gerentes de projetos, que são responsáveis pela tomada de decisões

relacionadas aos projetos e à aquisição de recursos.

� Organizações matriciais: surgiram para minimizar as diferenças entre os pontos

fortes e fracos das organizações funcionais e das estruturadas por projetos e

para melhor explorá-los. Neste tipo de organização, os projetos são atendidos,

técnicas eficientes de gerenciamento de projetos são aplicadas, ao mesmo

tempo em que também se mantém a estrutura hierárquica da organização.

2.4 Gestão de projeto

A administração de um projeto é a ação de tomar decisões que envolvem o

uso de recursos, para desempenhar atividades temporárias, com a finalidade de

alcançar um resultado.

Segundo Figueiredo & Figueiredo (2003, p. 4), “projeto é um conjunto de

tarefas inter-relacionadas objetivando alcançar uma meta temporal predeterminada”.

Um projeto é um empreendimento temporário, com datas de início e término

definidas, que tem por finalidade criar um produto ou serviço único e que está

concluído quando suas metas e objetivos foram alcançados e aprovados pelos

stakeholders (HELDMAN, 2005, p. 2).

O autor salienta que stakeholders são as partes interessadas no projeto e

têm algo a ganhar ou a perder como conseqüência do projeto.

Para Figueiredo & Figueiredo (2003), stakeholders são as diversas partes,

pessoas, grupo de pessoas ou organizações juridicamente estabelecidas envolvidas

no projeto.

31

Conhecer e aplicar os princípios e as técnicas da administração de projetos

são habilidades importantes para todas as pessoas que se envolvem com projetos

sejam elas gerentes ou não. Essas pessoas devem estar familiarizadas com os

princípios, os conhecimentos e as técnicas da gestão de projetos (MAXIMIANO,

2002).

As principais características dos projetos, de acordo com Viana (2005), são a

temporariedade e a individualidade:

� Temporariedade: significa que todo projeto possui um início e um fim definidos,

ou seja, é um evento com duração finita, determinada em seu sujeito.

� Individualidade do produto ou serviço produzido pelo projeto, significa realizar

algo que não tenha sido realizado antes. Como o produto de cada projeto é

único, suas características precisam ser elaboradas de maneira progressiva de

modo a garantirem as especificações do produto a ser desenvolvido.

Além destes, Wildeman (apud VIANA, 2005), enfatiza que existem outras

características:

� Raridade: a definição dos objetivos do projeto faz com que ele seja único, ou

relativamente pouco freqüente.

� Restrições: com relação ao tempo, capital e recursos limitados.

� Multidisciplinaridade: os esforços realizados entre áreas diferentes da

organização ou entre organizações requerendo integração; o trabalho

interdisciplinar necessita de coordenação através dos limites organizacionais;

diversas habilidades podem requerer coordenação específica.

� Complexidade: objetivos divergentes entre as partes envolvidas no projeto

necessitam de gerenciamento, a tecnologia pode ser modificada em métodos e

análises, a tecnologia pode ser complexa por si mesma.

A gestão de projetos, de acordo com Reis (2007), se desenvolve

basicamente em quatro etapas: conhecimento da realidade, decisão, ação e crítica,

que interagem durante todo o andamento do projeto, possibilitando durante das

atividades, os objetivos sejam revistos e adequados à realidade, não significa que o

projeto perdeu o rumo traçado inicialmente.

32

A habilidade em planejamento facilita muito a concretização de idéias, até

porque é através deste exercício que os parâmetros para a atuação da organização

serão delimitados. Quanto mais profundo for o conhecimento sobre a realidade com

que se trabalha, melhores as chances de alocarmos os recursos que possuímos a

serviço das transformações pretendidas.

A etapa da realidade abrange a análise da situação, o diagnóstico e

prognóstico dos indicadores da situação e as variáveis de influência. Estes três itens

básicos devem fornecer dados e informações capazes de produzir um conhecimento

sobre a situação a ser enfrentada.

A partir do conhecimento da realidade que foi possível produzir, da

interpretação que se fez sobre todos os elementos levantados, passa-se à etapa de

decisão, que compreende:

� Diferentes alternativas para enfrentar a situação

� Uma estratégia política para sua realização

� Os recursos necessário-disponíveis à realização da estratégia escolhida

Nesta etapa, é importante estabelecer objetivos, metas e prazos. Objetivos

são resultados esperados de alguma ação ou decisão. Para defini-los com clareza,

é necessário identificar as expectativas a respeito dos resultados pretendidos, tanto

por parte da equipe, quanto do público alvo.

Nesta etapa, também será decidido o planejamento operacional, ou seja, as

atividades, prazos, estimativa de custos, as responsabilidades de cada membro da

equipe, indicadores de resultados e de avaliação, elaboração de orçamento,

responsabilidades de outras instituições envolvidas.

No caso da ação o importante é o controle, em diversos níveis:

� O projeto está sendo realizado?

� Da forma como está sendo realizado, o projeto atingirá seus objetivos?

� Que modificações estão sendo solicitadas pelos participantes?

� O projeto está conforme o cronograma?

� O consumo de recursos está conforme o previsto?

� Que ações devem ser tomadas para assegurar que o projeto atinja o resultado?

33

Embora a crítica deva ser exercida durante todo o percurso, não se deve

dispensar esta etapa, em que o projeto será avaliado como um todo. A avaliação

deve servir, antes de tudo, para se obter conhecimento: sobre o problema inicial, os

processos utilizados, os recursos, a gestão realizada.

Desta forma, o aprendizado sobre a realização de projetos deve servir para

que novas decisões sejam tomadas.

A gestão de projetos, portanto, precisa ser percebida como um processo

dinâmico: realiza a crítica do que está sendo feito, incorporando o conhecimento

adquirido na relação com o grupo, transformando-se num indicador para os próximos

passos, onde o importante é o projeto gerar resultados e não, simplesmente, seguir

um plano estabelecido.

2.4.1 Estrutura de Gestão de Projetos

Em qualquer tentativa de organização, deve-se escolher uma estrutura

apropriada que melhor se adapte à estrutura da empresa.

Uma estrutura de gestão de projetos, de acordo com Certo (2003), é

representada principalmente por meio de gráficos chamados organogramas. Ainda

para o autor (2003, p. 201), o organograma “é construído por em forma de pirâmide,

na qual os indivíduos situados nas proximidades do topo da pirâmide têm mais

autoridade e responsabilidades do que aqueles situados nas proximidades da base.”

O organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma

empresa, mostrando como estão dispostos os órgãos ou setores, a hierarquia e as

relações de comunicação existentes entre eles.

De acordo com Rocha (1987), é característico de um organograma,

visualizar quem é quem na estrutura, possibilitando melhor compreensão dos fluxos

de autoridade e demonstra a importância hierárquica bem como a atividade exercida

de especialização dos mesmos onde o organograma apresenta vantagens,

permitindo rapidamente melhor visualizar quem é quem na estrutura, ou seja, quais

os órgãos de assessoramento, quem está subordinado a quem, quais os órgãos que

mantêm ligações funcionais, possibilita melhor compreensão dos fluxos de

autoridade, dos relacionamentos formais de caráter hierárquico ou funcional,

34

demonstra a importância dos órgãos em termos hierárquicos, assim como as

atividades exercidas de especialização dos mesmos.

Para Araújo (2001), o organograma é um gráfico representativo da estrutura

formal da organização em dado momento. E os objetivos que procura alcançar são

os de demonstrar, por meio do gráfico:

� A divisão do trabalho, mediante o fracionamento da organização, em unidades da

direção, assessorias, conselhos, gerências, superintendências, departamentos,

divisões, serões, serviços, setores, etc;

� A relação superior-subordinado, o que deixa implícito os procedimentos relativos

à delegação de autoridade e responsabilidade;

� O trabalho desenvolvido pelas frações organizacionais. Dependendo da técnica

de elaboração aplicada, poderá evidenciar, além do tipo de trabalho

desenvolvido, mais: o detalhamento do tipo de trabalho; os cargos existentes; os

nomes dos titulares da unidade; a quantidade de pessoas por unidade; a relação

funcional, além da relação hierárquica;

� Permitir a análise organizacional, facilitada por uma boa elaboração, o que

significa dizer: organograma com linhas bem definidas, esclarecimento das

convenções utilizadas, abreviações e siglas, mediante uso de legenda colocada

na própria folha do gráfico.

De acordo com Cury (2005) e Lacombe (2003), existem vários tipos de

organogramas:

� Clássicos - o organograma clássico também é chamado de vertical. É o mais

comum tipo de organograma, elaborado com retângulos que representam os

órgãos e linhas que fazem a ligação hierárquica e de comunicação entre eles.

� Não clássicos - são todos os demais tipos como abaixo:

� Em barras - são representados por intermédio de longos retângulos a partir de

uma base vertical, onde o tamanho do retângulo é diretamente proporcional à

importância da autoridade que o representa.

� Em setores (setorial, setograma) - são elaborados por meio de círculos

concêntricos, os quais representam os diversos níveis de autoridade a partir do

círculo central, onde localiza-se a autoridade maior da empresa.

35

� Radial (solar, circular) - o seu objetivo é mostrar o macrossistema das empresas

componentes de um grande grupo empresarial.

� Lambada - apresentam, apenas, grupos de órgãos que possuam características

comuns.

� Bandeira - apresentam grupos de órgãos que possuem uma missão específica e

bem definida na estrutura organizacional, normalmente em quatro níveis.

� Organograma Linear de Responsabilidade (OLR) - possui um diferenciador em

relação aos demais organogramas, pois a sua preocupação não é apresentar o

posicionamento hierárquico, mas sim o inter-relacionamento entre diversas

atividades e os responsáveis por cada uma delas.

� Informativo - apresenta um máximo de informações de diversas naturezas

relacionadas com cada unidade organizacional da empresa.

Dentro dos sistemas administrativos de gestão de projetos, de acordo com

Certo (2003), estão os tipos básicos de estrutura:

� Estrutura formal: pode ser definida como a relação entre os recursos da empresa

do modo como foram planejadas pela gerência.

� Estrutura informal: pode ser definida como os padrões de relacionamento que

surgem em virtude das atividades informais dos membros da empresa, no qual

envolve normas e valores individuais e relações sociais e tende a ser moldada

por elas.

As vantagens de se utilizar estruturas de gestão de projeto, segundo Viana

(2005) são as seguintes:

� Clara definição de autoridade através da presença do gerente do projeto;

� Processo de comunicação simplificado porque todas as pessoas se reportam ao

mesmo gerente de projeto, que está focado nas metas e nos objetivos do projeto;

� Desenvolvimento de especialidades com o aprendizado na atividade de projetos;

� A empresa voltada para projeto tem foco e prioridade diferenciados para seus

projetos, dando força para a busca do atingimento das metas e dos objetivos.

36

As desvantagens da estrutura da gestão de projetos, de acordo com o

mesmo autor são:

� Duplicação de esforços em projetos com igualdade de prioridades sendo

desenvolvido ao mesmo tempo;

� No término do projeto, corre-se o risco de perda da equipe em função da

insegurança criada;

� Competição interna na empresa por poder e recursos;

� Dificuldade na reintegração das pessoas da equipe à estrutura convencional da

empresa com o fim do projeto.

2.4.2 Gerenciamento de Projetos

O gerenciamento de projetos proporciona inúmeras vantagens sobre as

demais formas de gerenciamento, tendo se mostrado eficaz.

2.4.2.1 Grupos de processos

O gerenciamento de projetos, segundo Heldman (2005), é um esforço voltado

à integração, uma ação ou a falta dela em determinada área poderá afetar outras

áreas. O gerenciamento de projetos é realizado através de processos. A sua

aplicação visa aumentar a chance de sucesso do projeto. Cabe ao gerente do

projeto e sua equipe determinar quais processos são adequados ao projeto

específico.

Os processos de gerenciamento de projetos reúnem-se em cinco grupos,

onde são executados por pessoas e são inter-relacionados como as fases do

projeto.

Os grupos de projetos segundo Heldman (2005) são:

� Iniciação: Define e autoriza o projeto ou uma fase do seu ciclo de vida;

� Planejamento: Define e refina os objetivos e planeja a ação necessária para

alcançar os objetivos e o escopo para os quais o projeto foi empreendido;

37

� Execução: Integra pessoas e outros recursos para realizar o plano de

gerenciamento do projeto;

� Monitoramento e controle: mede e monitora o progresso do projeto. Identifica

variações em relação ao plano de gerenciamento do projeto (linha de base ou

baseline) de modo a corrigi-las e garantir que os objetivos sejam atingidos;

� Encerramento: Formaliza a aceitação do produto, serviço ou resultado e conduz

o projeto ou uma fase a um final ordenado.

2.4.2.2 Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos

“O PMBOK® (Project Manegement Body of Knowledge – Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamentos de Projetos) estrutura o conhecimento em

Gestão de Projetos em 9 áreas” (HELDMAN, 2005). O conhecimento apresenta-se

organizado em processos, ferramentas e técnicas utilizadas para gerenciar uma

determinada área. As áreas são: gerenciamento do escopo, gerenciamento do

tempo, gerenciamento do custo, gerenciamento da qualidade, gerenciamento dos

Recursos Humanos, gerenciamento da comunicação, gerenciamento dos riscos e

gerenciamento de aquisições do projeto.

� Gerenciamento do Escopo do Projeto - assegura que o projeto inclua todas

atividades para que se alcancem os resultados esperados.

� Gerenciamento do Tempo do Projeto - assegura que o projeto seja concluído no

prazo previsto.

� Gerenciamento do Custo do Projeto - assegura que o projeto seja concluído

dentro do orçamento aprovado.

� Gerenciamento da Qualidade do Projeto - assegura que o projeto satisfaça todas

às necessidades para as quais ele foi criado.

� Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto - assegura que todos os

recursos humanos envolvidos no projeto sejam empregados de forma eficaz.

� Gerenciamento da Comunicação do Projeto - assegura que seja feita a coleta,

divulgação, armazenamento e disposição apropriada das informações do projeto

para todos os envolvidos.

38

� Gerenciamento dos Riscos do Projeto - assegura que os riscos do projeto sejam

identificados, analisados e que planos de contingência sejam desenvolvidos.

� Gerenciamento de Aquisições do Projeto - processos necessários para aquisição

de produtos e serviços a fim de cumprir o escopo do projeto.

Na gestão de projetos, de acordo com o Guia do PMBOK® (apud

MAXIMIANO, 2002), existem cinco grupos de processos, no qual pode-se observar

na figura 4 um resumo destes processos e das ligações entre eles.

Figura 4: Processos de administração de projeto.

Fonte: Maximiano (2002, p. 45)

O processo de início é o reconhecimento das necessidades e do

compromisso de iniciar um projeto ou uma fase de um projeto.

O processo de planejamento é a definição de um esquema para atender as

necessidades que motivou o início do projeto.

O processo de execução é a coordenação de pessoas e outros recursos

para realizar o plano.

O processo de controle é o monitoramento e avaliação do progresso e

implementação de ações corretivas para garantir a realização de objetivos.

Identificação e

esclarecimento de

necessidades

Planejamento do Projeto

Execução do Projeto

Controle do Projeto

Conclusão do Projeto

39

O processo de encerramento é a aceitação formal do resultado do projeto ou

fase do projeto e conclusão de trabalhos.

2.4.3 Ciclo de Vida de Projeto

Todo projeto começa com uma idéia, passando por várias fases antes de ser

utilizado. Portanto, todo projeto supõe um ciclo de vida que, de acordo com

Maximiano (2002), é a seqüência de fases que vão do início ao fim de um projeto,

cujo entendimento permite a visualização sistemática do mesmo, possibilitando o

estudo e a aplicação das técnicas de administração de projetos.

De acordo com o Guia PMBOK® (apud HELDMAN, 2005), o ciclo de vida do

projeto define as fases que conectam o início de um projeto ao seu final. A definição

do ciclo de vida do projeto pode ajudar o gerente de projetos a esclarecer se deve

tratar o estudo de viabilidade como a primeira fase do projeto ou como um projeto

autônomo separado. Quando o resultado desse esforço preliminar não é claramente

identificável, é melhor tratar esses esforços como um projeto separado.

Ainda de acordo com o mesmo autor, não existe uma única melhor maneira

para definir um ciclo de vida ideal do projeto, onde algumas organizações

estabeleceram políticas que padronizam todos os projetos com um único ciclo de

vida, enquanto outras permitem que a equipe de gerenciamento de projetos escolha

o ciclo de vida mais adequado para seu próprio projeto. Além disso, as práticas

comuns do setor freqüentemente levarão ao uso de um ciclo de vida preferencial

dentro desse setor.

Um clico de vida, segundo Maximiano (2002) tem as seguintes fases,

conforme pode ser observadas na figura 5 da página seguinte.

Figura 5: Ciclo de vida do projeto.

Fonte: Maximiano (2002, p. 47)

Entrega Desenvolvimento

Desenho Idéia

40

A primeira fase é a da descoberta da idéia ou visão do produto, no qual, de

alguma forma surge a inspiração de um processo criativo, podendo ser do

planejamento estratégico da empresa, da encomenda de um cliente ou de uma

oportunidade identificada no mercado. A idéia transforma-se em um modelo mental

ou representação do produto que deverá ser fornecido ao final do projeto.

A segunda fase, a do desenho ou projeto do produto, é quando o modelo

mental transforma-se num desenho detalhado do produto, geralmente é feito um

protótipo ou maquete do produto. Na terceira fase, a do desenvolvimento, é quando

o produto e gradativamente elaborado. Na quarta e última fase, é a da entrega, onde

no final do projeto, o produto é apresentado ao cliente.

No entanto, é importante salientar que cada projeto tem um ciclo de vida

específico, onde o número de fases pode aumentar ou diminuir.

Para que se tenha um melhor controle do projeto e se crie interdependência

entre as atividades, dividem-se os projetos em algumas fases, constituindo o

chamado ciclo de vida do projeto. O ciclo de vida do projeto define quais técnicas de

trabalho serão utilizadas em cada fase e quais pessoas estarão envolvidas em cada

fase.

Cada fase do projeto, de acordo com Valeriano (1988), é caracterizada por

um completar um ou mais “marcos”. Os marcos são resultados de trabalhos que

podem ser verificados e medidos, por exemplo, um estudo de viabilidade ou a

elaboração de um protótipo. A conclusão de uma fase do projeto é caracterizada

pela revisão dos trabalhos e dos padrões de desempenhos, para determinar se o

projeto terá continuidade e detectar e corrigir os desvios.

Existem diferentes versões para o ciclo, desde que as que contêm poucas

fases até aqueles que contém várias delas, dependendo do tipo de projeto e da

complexidade envolvida, tornando necessária a necessidade de um detalhamento

mais aprofundado das fases do projeto.

Todo projeto, de acordo com Azevedo (2004) pode ser subdividido em fases

de desenvolvimento. A utilização desta divisão nos possibilita um melhor

acompanhamento e controle sobre os recursos gastos até o momento, quais as

correções necessárias e quanto ainda será gasto para atingir o objetivo, facilitando a

reutilização de experiências anteriores no projeto. Cada fase pode ser dividida em

estágios e estes por sua vez são subdivididos em atividades. Em geral, as fases são

iguais para todos os projetos e são elas: iniciação, planejamento, execução, controle

41

e finalização. Os estágios são específicos de acordo com a natureza do projeto. E as

tarefas são específicas de cada projeto. A conclusão de uma fase do projeto é

caracterizada pela entrega ou finalização de um determinado trabalho. Toda entrega

deve ser tangível e de fácil identificação, como por exemplo, um relatório

confeccionado.

Uma outra proposta sobre o ciclo de vida do projeto é apresentada por

Azevedo (2004), conforme a figura 6.

Figura 6: Fases do ciclo de vida.

Fonte: Azevedo (2004)

Fase de Iniciação: apresentação de uma necessidade e estruturação desta

necessidade num problema a ser resolvido. É essencial que a missão e objetivo

sejam definidos, bem como as estratégias que serão utilizadas.

Fase de Planejamento: nesta fase é detalhado tudo que será realizado no

projeto, incluindo cronograma, interdependências entre atividades, alocação dos

recursos envolvidos, análise de custos, etc., para que possa ser executado sem

dificuldades. Nesta etapa deve-se ter atenção especial para comunicação da equipe,

qualidade, riscos, aquisições e recursos humanos envolvidos.

42

Fase de Execução: execução de tudo que foi planejado. É importante

destacar que grande parte do orçamento e esforço será despendido nesta fase e na

anterior.

Fase de Controle: execução em paralelo com as fases de planejamento e

execução. O objetivo principal desta fase é acompanhar e avaliar tudo que está

sendo feito na situação atual, pautando-se na situação planejada. Caso o projeto

não esteja dentro do desejado, é nesta etapa que deverão ser realizadas ações

corretivas para que se volte ao rumo certo. A grande vantagem de utilizar está fase é

a possibilidade de sempre acompanhar de perto o projeto.

Fase de Finalização: é aqui que serão avaliadas todas as tarefas e fases

através de uma auditoria, interna ou externa (equipe de terceiros), todos os

documentos são entregues e podemos utilizar este momento para que toda a equipe

passe por um processo de aprendizado.

Segundo Viana (2005), o conhecimento das fases do ciclo de vida

proporciona uma série de benefícios, dentre eles:

� A correta análise do ciclo de vida determina o que foi, ou não, feito pelo projeto;

� O ciclo de vida avalia como o projeto está progredindo até o momento;

� O ciclo de vida permite que seja indicado qual o ponto exato em que o projeto se

encontra no momento;

� É possível identificar as mudanças inerentes à conclusão de cada fase.

De maneira geral, de acordo com Azevedo (2004), analisando o ciclo de vida

do projeto é possível visualizar algumas características comuns e importantíssimas

que nos leva a refletir acerca da tomada de decisão ao longo do projeto.

� Caso seja necessário alterar o escopo do projeto, o momento ideal de fazê-lo é

no início. E quando falo em mudança quero dizer qualquer tipo de mudança,

aumento de valor, correções, etc. Com o passar do tempo o custo de mudança

torna-se cada vez maior.

� A capacidade de adaptação de um projeto é maior no início, ficando menor com o

passar do tempo.

� A incerteza relativa à prazo e/ou custo tende a diminuir com o passar do tempo,

mas, de forma contrária, o valor arriscado no projeto tende a ser maior com seu

andamento.

43

As fases são realizadas quase que simultaneamente e cada uma constitui o

seu próprio ciclo. Cada fase pode ser considerada como um projeto, possuindo,

portanto uma iniciação, planejamento, execução, controle e finalização.

2.4.4 Gestão de competência

As competências gerais constituem os fundamentos das boas práticas de

gerenciamento de projetos.

Esse novo modelo, de acordo com Lara (apud CHIAVENATO, 2004),

estabelece um processo sistematizado, com metodologias específicas, passível de

mensuração e comparação de performances entre os vários colaboradores de uma

instituição, quando se deseja identificar pessoas dentro do perfil desejado.

A gestão por competências, ainda de acordo com o autor, é um sistema

gerencial que busca impulsionar os funcionários na competência profissional,

acrescentando capacidades e aumentando as já existentes. Competências são aqui

entendidas como as capacidades, os conhecimentos e as características pessoais

que distinguem os profissionais de alto desempenho daqueles de desempenho

regular em determinada função.

O gerenciamento baseado em competências, para Heldman (2005), é uma

ferramenta que identifica as competências essenciais, as habilidades e

conhecimentos determinantes da eficácia profissional e também as lacunas de

qualificação do funcionário para tarefas específicas e fornece recursos para

aperfeiçoar suas capacidades.

Competência, de acordo com Fleury (2000), é adquirir, usar, mobilizar,

integrar, desenvolver e transferir conhecimentos, recursos, habilidades e

experiências que agreguem valor à organização e valor social ao indivíduo,

buscando maximizar os resultados. Dessa forma, o grande desafio passa a ser como

buscar e preparar as pessoas que ajudarão a empresa a atingir os resultados,

identificando as competências que vão garantir a manutenção do sucesso no

presente e, principalmente, no futuro.

44

Com um modelo de gestão por competências, para a autora, as

organizações conseguirão alcançar seus objetivos através do alinhamento entre: a

missão, visão e valores; a estratégia do negócio e a estratégia do capital humano.

Hamel e Prahalad (1995), afirmam que na maior parte das vezes, é a

percepção do gerente sobre o funcionário que define a competência do mesmo. Se

for uma percepção correta é ponto a favor do funcionário. Na maior parte das vezes,

contudo, a percepção do gerente é incompleta. Ou, então, não compreendida pelos

funcionários. Ou, ainda, as percepções dos outros podem ser diferentes. Isso pode

tornar confuso e traiçoeiro o progresso de um funcionário pelo labirinto do

desenvolvimento profissional, que é por si mesmo repleto de obstáculos. Também

existem outras dificuldades, por exemplo, como e se os funcionários aprendem o

que é necessário para ser eficaz. Muitos através de tentativa e erro, outros de

suposições e até por boatos e lendas. O resultado é que cada funcionário possui

uma visão diferente e só parcialmente correta sobre o que é preciso para ser eficaz

no trabalho.

2.4.5 Habilidades necessárias para a gestão de projetos

O desempenho positivo da gestão de projetos depende de habilidades que

os administradores devem ter dos papéis que assumem em função das situações

que se apresentam.

De acordo com Silva (2005), as habilidades são necessárias para um bom

desempenho em qualquer tipo de atividade em qualquer tipo de situação. O autor

complementa ainda que habilidades são destrezas específicas para transformar

conhecimento em ação, que resulte no desempenho desejado para alcance dos

objetivos.

Para Maximiano (2002, p. 196), habilidades “são competências práticas,

aprimoradas pela experiência, que permitem ao gerente lidar com as dificuldades

dos projetos”.

Existem três tipos de habilidades essenciais para que o administrador possa

atuar com eficiência no processo, (KATZ apud SILVA, 2005):

45

� Habilidades técnicas: são as relacionadas ao desempenho de funções ou

trabalhos especializados dentro da empresa, no qual consistem no

conhecimento, nos métodos técnicos e nos equipamentos para a realização de

tarefas específicas;

� Habilidades humanas: são as relacionadas ao tratamento de pessoas,

consistindo na capacidade de discernimento para trabalhar com pessoas,

compreendendo suas atitudes e motivações, exercendo a liderança;

� Habilidades conceituais: são aquelas relacionadas à capacidade de perceber a

empresa de maneira total, consistindo na capacidade de compreender as

complexidades da organização, de modo global, e promover o ajustamento do

comportamento dos participantes da organização

Já para Maximiano (2002), as habilidades podem ser agrupadas em

diferentes categorias:

� Habilidades interpessoais: necessárias para a realização de tarefas em que há

pessoas envolvidas, por exemplo, clareza na comunicação de idéias e instruções

e solicitações para a equipe.

� Habilidades conceituais: necessárias para pensar em termos abstratos de

planejamento estratégico, enxergar o final do projeto no início das atividades,

desenvolver alternativas. O planejamento é também uma das funções cognitivas

superiores, que requer prática continuada para desenvolver-se.

� Habilidades analíticas: necessárias para entender situações valendo-se da

análise de dados, fazer diagnósticos, interpretar informações e tirar conclusões,

fazer projeções.

� Habilidades intrapessoais: relacionadas com o reconhecimento das próprias

forças e fraquezas, o autocontrole emocional e a capacidade de auto-análise em

todas as dimensões do comportamento.

� Habilidades pragmáticas: relacionadas com a competência técnica, que são

necessárias para colocar idéias em prática, mobilizar e fazer funcionar os

recursos do projeto, de modo a realizar atividades que produzem resultados:

capacidade pessoal de planejar o projeto, definir escopo, prazo e custo, preparar

orçamentos, organizar e dirigir a equipe, determinar a realização e controlar a

execução das atividades.

46

3 MÉTODO

Este capítulo tem por objetivo apresentar o método que foi utilizado para a

realização deste trabalho. Segundo Marconi e Lakatos (2003, p.46), “método é o

conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e

economia permitem alcançar os objetivos – conhecimentos validos e verdadeiros -,

traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do

cientista”.

3.1 Caracterização da Pesquisa

Este trabalho é caracterizado como uma pesquisa diagnóstico. Segundo

Roesch (1996), este tipo de pesquisa levanta e define problemas e possibilita maior

conhecimento sobre o ambiente investigado em determinada situação, em um

momento definido.

Desta forma, para a realização deste trabalho, foi utilizada a abordagem

qualitativa, para a posterior elaboração do diagnóstico. Esta abordagem é

apropriada para uma pesquisa diagnóstico, pois segundo Marconi e Lakatos (2003),

a pesquisa qualitativa pode proporcionar melhor visão e compreensão do contexto

do problema.

Este trabalho caracteriza-se ainda como um estudo de caso, pois conforme

Yin apud (ROESCH, 1996), é uma estratégia de pesquisa que procura examinar um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Portanto, ao definir empresa e

setor, buscando verificar os fenômenos que ocorrem sistematicamente em seu

contexto, percebe-se as características de um estudo de caso.

3.2 Participantes da Pesquisa

47

Fonseca e Martins (1996) definem população como um conjunto de pessoas

ou objetos que apresentam pelo menos uma característica em comum.

Já para Roesch (2005, p. 138), “População é um conjunto de pessoas ou

organizações que interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo”.

Os participantes da pesquisa deste trabalho foram as pessoas-chave

envolvidas na gestão e projetos de produtos da empresa Portobello S/A, totalizando

dezenove participantes.

Os participantes foram selecionados da seguinte forma: foi selecionado pelo

menos um colaborador de cada área envolvida na gestão de projetos de produtos,

sendo eles: o coordenador e dois técnicos da área P&D e design, o gerente da área

comercial, o gerente da exportação, o assessor da diretoria industrial, três gerentes

da área fabril, o gerente e a coordenadora da área de suprimentos, o gerente, a

coordenadora de marketing, a coordenadora e a assistente da gestão de projetos de

produtos e o analista de portfólio da área de marketing e três programadores de

produção.

3.3 Coleta de dados

Os dados foram coletados a partir de fontes primárias e secundárias. Para

Mattar (2000, p. 48), “dados primárias são aqueles que não foram antes coletados,

estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de

atender as necessidades especificas da pesquisa em andamento”.

Para a coleta dos dados primários foram utilizadas entrevistas semi-

estruturadas e observação participante. Na entrevista semi-estruturada utilizam-se

questões abertas que permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos

participantes da pesquisa. A observação participante segundo Gil (1999), é uma

técnica de coleta de dados que pode ocorrer no ambiente natural de vida dos

“observados”, podendo ser acompanhada de outras técnicas como, por exemplo,

entrevista auxiliando na coleta de dados. A técnica de observação participante

constitui uma importante oportunidade a partir do momento que viabiliza a percepção

da realidade de alguém de “dentro” do estudo de caso.

48

Para os dados secundários utilizou-se documentos da empresa relativo à

sua história e a estrutura da gestão de projetos de produtos. Mattar (2000), define

dados secundários sendo aqueles trabalhados por outros pesquisadores.

3.4 Análise dos dados

O objetivo principal do tratamento e análise de dados foi de permitir ao

estagiário estabelecer conclusões a partir dos dados coletados.

Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo, apresentada

de forma descritiva. A análise de conteúdo é um método de tratamento e análise de

informações colhidas por meio de técnicas de coleta de dados, consubstanciadas

em um documento (ROESCH, 2005).

49

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Este capítulo tem como finalidade apresentar o relatório de estágio

desenvolvido na empresa Portobello S/A sobre gestão de projetos de produtos.

4.1 Caracterização da empresa Esta etapa apresenta a empresa Portobello S/A., onde este estudo foi

desenvolvido, com o objetivo de identificá-la e, posteriormente realizar um

diagnóstico da gestão de projetos de produtos da empresa.

4.1.1 Grupo Portobello

O Grupo Portobello inclui em seu histórico mais de seis décadas de existência

e desde a sua idealização até a atualidade fixou seu lugar no mercado como

empresa inovadora e líder no ramo em que atua.

A seguir um breve histórico do Grupo Portobello.

Em 1944, Valério Gomes instalou em São João Batista-SC, sua terra natal, a

Usina Tijucas S/A – USATI, com o objetivo de produzir açúcar branco; em 1946

aconteceu a 1ª safra, produzindo 6 mil sacos de 50 kg de açúcar cristal branco; em

1956 houve a expansão através da compra da Usina Adelaide; em 1971 continuação

do processo de expansão por meio da compra das usinas São Pedro e Biguaçú,

atingindo uma capacidade de produção de açúcar de 28.000 toneladas/ano; a partir

de 1973 forma-se a Refinadora Catarinense S.A., fruto da fusão da empresa Usina

Adelaide e a USATI, com uma capacidade de refino de 280.000 ton. /ano; em1976

foi a pioneira no Brasil na exportação do açúcar refinado em embalagens de

consumo final.

Ainda na década de 70 o Grupo então denominado USATI, iniciou o processo

de diversificação de suas atividades, onde em 22 de dezembro de 1977 em Tijucas

– SC constitui a Cerâmica Portobello S/A.

50

4.1.2 Portobello S/A

A Cerâmica Portobello foi o início da diversificação das atividades do grupo

Portobello, situada no mesmo local de sua fundação as margens da BR 101 na

cidade de Tijucas – SC preocupa-se com a qualidade dos produtos e serviços e a

satisfação dos seus clientes.

O complexo industrial da Portobello conta com oito unidades de fabricação,

numa área constituída de 153 mil m², instalada em uma área total de 993 mil m²,

com capacidade de produção de 18 milhões de m²/ano e aproximadamente12

milhões de peças/ano.

A localização na cidade de Tijucas foi à opção feita por apresentar atrativos

adicionais, como: localização estratégica entre os portos de Itajaí, Navegantes,

Imbituba e Paranaguá, a grande disponibilidade de matéria-prima na região, uma

ampla área livre para expansão de suas instalações e, portanto, maior possibilidade

de maximizar os lucros e distribuir seus produtos para o mercado em que atua.

A questão ambiental é uma das prioridades, onde, a preservação e o cultivo

de áreas verdes dentro e fora das dependências da empresa são incentivados. A

foto da página seguinte mostra uma visão ampla do parque industrial da Portobello

S/A.

Figura 7: Parque Industrial da Portobello S/A

Fonte:: Acervo da Empresa, 2004.

51

A área administrativa da empresa encontra-se junto ao parque fabril instalada

em um moderno escritório, com estacionamento próprio e de fácil acesso. Anexo ao

prédio da administração central fica uma loja PB Shop e o show room, onde

apresenta os produtos da Portobello de maneira moderna, personalizada e

harmônica.

O layout do parque industrial da Portobello se destaca internacionalmente

pelos seus processos, equipamentos (italianos) e o alto nível de automação que

consagram a empresa como a maior indústria cerâmica da América Latina

concentrada em um mesmo local.

Ao longo de sua trajetória a empresa foi criando unidades produtivas que se

caracterizam pelos formatos e tipos de cerâmica que produzem. As unidades

produtivas da Portobello são identificadas como: Portobello 1, Portobello 2 e 3,

Portobello 4, Portobello 5 e 6, Portobello 9 e Portobello 10.

A seguir um breve histórico da empresa Portobello S/A .

Em 1977 a Portobello foi Inaugurada; por volta de 1979 a empresa deu início

à produção na unidade Fabril PBI de grês1, com 568.000 m²/ano; em 1982

começaram as Exportações; em 1987 houve a ampliação do parque fabril de grês,

com a inauguração das unidades PBII e PBIII aumentando a produção para 1 milhão

de m²/mês; em 1991 houve a modernização dos equipamentos e início da produção

de revestimentos e sendo pioneira na tecnologia Belpoint2 e abertura do capital

social da empresa; em 1992 a empresa foi pioneira na comercialização de

porcelanato3 no Brasil, através de uma parceria de importação com a empresa

italiana Graniti Fiandre; em 1994 grande progresso para a Cerâmica Portobello.

Instalação das fábricas Portokoll (argamassas/rejuntes/produtos complementares),

peças especiais e terceira queima4 e monoporosa (revestimentos específicos para

parede). A produção sobe para 1,25 milhões de m²/mês. Também é aperfeiçoada a

Estação de Tratamento de Água, existente desde o nascimento da empresa, onde

todos os resíduos são separados e reaproveitados e a água é purificada. A empresa,

neste ano, conquista a ISO 9001 e estabelece o Sistema de Garantia de Qualidade

no projeto, desenvolvimento, produção, instalação e serviços associados. Em 1995 a

1 Tipo de cerâmica esmaltada destinada a aplicação em pisos, paredes e fachadas.

2 Tecnologia de montagem de telas para assentamento.

3 Tipo de cerâmica porcelânica esmaltada ou não de alta resistência e aplicável em varias áreas.

4 Unidade de fabricação de peças decorativas esmaltadas e rodapés para acabamento.

52

Portobello iniciou a produção dos grandes formatos grês 40X40 cm e 50X50 cm,

com 200 mil m²/mês; em 1997 a empresa instalou a Unidade de Polimento de

Porcelanato; em 1998 teve sua razão social alterada de Cerâmica Portobello S/A

para Portobello S/A. Foram construídas a subsidiária Portokoll Ltda., concentrando o

negócio de rejuntes e argamassas especiais, a divisão Portobello Shop,

concentrando as franquias de lojas especializadas na venda ao varejo de produtos

Portobello; em 1999 a Portobello implantou a nova fábrica de Porcelanato e

informatizou a força de venda VOP (Virtual Office Portobello); em 2000 a empresa

inaugurou a fábrica de Porcelanato; em 2002 deu início ao processo de implantação

do Sistema de Gestão Empresarial (ERP5 - ORACLE6); em 2003 a Portobello

pensando no meio ambiente, implantou o gás natural em todo parque fabril; em 2004

a empresa contava com 1.600 funcionários e gerava 6.000 empregos indiretos,

sendo que a comunidade local e seus colaboradores são beneficiários de uma

contínua ação social; finalmente em 2005 a empresa concretizou a implantação do

Sistema de Gestão empresarial (ERP - Oracle).

A empresa preocupa-se com as questões sociais que atingem todos os níveis

de sua hierarquia. A forte ação social que exerce no meio em que está inserida

oferece aos seus colaboradores melhores padrões de qualidade de vida, ponto

chave para que sejam formados profissionais capazes e motivados.

Num trabalho recente, realizado em 2006, a Portobello S/A modificou sua

missão, visão e valores transformando-as em Crenças, Compromissos e

Posicionamento como pode ser observado a seguir:

a) Crenças

A empresa Portobello S/A tem como Crença: “O ambiente em que vivemos é

a essência do nosso negócio. Somos apaixonados por design. Acreditamos que o

design pode transformar ambientes e emocionar pessoas. Nosso compromisso é

inovar sempre. Criar e distribuir produtos e serviços adequados ao nosso tempo e

que viabilizem o acesso ao design de um número de pessoas cada vez maior.

Devemos preservar e valorizar as relações humanas. Acreditamos que nossa

5 Enterprise Resource Planning, são sistemas de informações que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema.

6 un SGBD (sistema gerenciador de banco de dados) que surgiu no final dos anos 70.

53

gestão, evolução de nossos processos e tecnologia devem se desenvolver com

simplicidade, qualidade e em harmonia com o meio ambiente”.

b) Posicionamento

A empresa Portobello S/A tem como Posicionamento: “Portobello é a marca de

design que cria e distribui produtos e serviços contemporâneos de revestimento para

pessoas e empresas que buscam a viabilização de projetos e sonhos com

originalidade, qualidade e a um preço justo”.

c) Compromisso

A empresa Portobello S/A tem como Compromisso: “Inovar democratizando o

design”.

4.1.2.1 Desenho Organizacional

A seguir será apresentada a estrutura da empresa em estudo, ou seja, como

a empresa apresenta-se hierarquicamente.

A Portobello S/A possui uma estrutura organizacional composta por uma

presidência, que representa o conselho de acionistas do grupo, duas Gerências

Sênior, que reportam-se direto à presidência, um corpo de diretores, que atuam no

plano estratégico da empresa, uma estrutura de gerências atuando nas definições

táticas e um corpo operacional composto por analistas, assistentes, técnicos,

engenheiros, operadores, auxiliares e estagiários, que formam a equipe operacional

uma equipe preparada para enfrentar as exigências do mercado atual e futuro. O

anexo 1 mostra a estrutura funcional da Portobello S/A.

A Portobello S/A apresenta basicamente quatro canais de distribuição, cujas

principais definições são: Portobello Shop, Multimarca, Engenharia e Exportação.

A Portobello Shop apresenta um portfólio mais sofisticado onde as linhas são

completas e diferenciadas.

A Multimarca também apresenta um portfólio diferenciado, porém as linhas

são mais otimizadas.

54

O Canal Engenharia apresenta características específicas e sua estratégia

varia conforme cada projeto e sua negociação – necessidade de um portfólio técnico

e variado.

A Exportação é formada por vários mercados, no qual as necessidades, tipos

de produtos e gostos são muito variados em razão da cultura de cada país. Por isso

necessita trabalhar com praticamente todo o portfólio da Portobello S/A para atender

os diversos tipos de consumidores.

O nome Portobello representa um sólido grupo empresarial, com negócios

centrados nos ramos de revestimentos cerâmicos. Seus negócios estão estruturados

em diversas frentes e a empresa se mostra capaz de atender com alta qualidade aos

diferentes mercados em que atua. Além da Portobello S/A., especializada em

revestimentos cerâmicos, faz parte do Grupo às subsidiárias Portobello Shop e a

Portobello América.

A Portobello América Inc. realiza distribuição e vendas dos produtos

Portobello para a América do Norte. Foi inaugurada no começo de 1990, no estado

de Delaware, como empresa de vendas, marketing e distribuição para o mercado

norte-americano.

Inicialmente a empresa comercializou os produtos de duas fábricas:

Cerâmica Portobello e Seoul Ceramics. Durante os anos seguintes, outros

fabricantes e produtos foram acrescentados ao mix de produtos, porém a Seoul

Ceramics e a Cerâmica Portobello mantiveram sua posição mais influente na

corporação.

Hoje a empresa possui cinco escritórios e depósitos regionais, conforme

abaixo:

• Anaheim, Califórnia - engloba o Centro Corporativo e Administrativo, além do

departamento de Vendas e Marketing da Região Costa Oeste dos EUA;

• Rahway, New Jersey - é o departamento de Vendas e Marketing para a

região Nordeste dos EUA;

• Pompano Beach, Flórida -engloba o departamento de Vendas e Marketing da

região Sudeste dos EUA;

• Dallas, Texas - engloba o departamento de Vendas e Marketing da região

Centro-Sul da corporação;

55

• Wood Dale, Illinois - engloba o departamento de Vendas e Marketing da

região Meio-Oeste dos EUA.

Como parte integrante do grupo Portobello S/A, a Portobello Shop S/A,

nasceu em 1998, trazendo para o mercado um novo conceito: além de uma linha

exclusiva de produtos de alta qualidade, oferece ao cliente atendimento

personalizado e serviços que auxiliam no momento da decisão e facilitam o

desenvolvimento da obra.

A busca por tendências, novidades, revisão de conceito, criação de soluções

e design inovadores, resultou a criação da única rede de lojas especializadas em

revestimentos cerâmicos no Brasil, a Portobello Shop.

As lojas oferecem aos seus consumidores:

� Produtos exclusivos: a Portobello Shop possui uma linha de produtos exclusiva e

extremamente variada, que através de suas infinitas combinações, possibilita

ambientes totalmente personalizados.

� Atendimento especializado: a Portobello Shop possui uma equipe de Arquitetos e

Projetistas, prontos a auxiliar os clientes na concretização do projeto de seu

sonho.

� Medição da obra: verificação das medidas corretas dos ambientes a serem

revestidos, garantindo a precisão na metragem a ser comprada, evitando sobras

e transtornos de complementação, traduzindo conforto do planejamento

financeiro da obra.

� Equipe credenciada de assentadores: a Portobello Shop oferece ou indica

empresas especializadas, treinadas pelo Núcleo de Treinamento de

Assentadores, que asseguram a qualidade da aplicação do revestimento.

� Simulação de ambientes por computador: os projetos de paginação auxiliam na

visualização da melhor composição do revestimento cerâmico, maximizando a

possibilidade de combinação nos seus vários formatos e peças especiais,

aumentando o grau de certeza no momento da escolha do cliente.

56

� Logística de entregas programadas: através destes serviços, o cliente tem a

comodidade de programar a data de chegada do material em sua obra,

respeitando o seu melhor momento para este recebimento, minimizando as

chances de perda ou quebra da mercadoria.

� Assessoria técnica: todas as lojas possuem um assistente técnico especializado,

que além de tirar dúvidas de como proceder quanto à utilização do produto, é a

interface entre o cliente e a Portobello na resolução de eventuais problemas

relativos ao produto e seu uso.

A evolução dos mercados globalizados reforçou a importância da Qualidade e

da Inovação. A cada ano, consumidores mais exigentes e conscientes de seus

direitos exigem atualizações constantes às empresas de cerâmicas. Segundo a

Anfacer7 (2007) o setor cerâmico brasileiro já ultrapassa 653 milhões de m² de

produção de revestimento cerâmico, como mostra a figura a seguir.

Figura 8: Produção Brasileira de Revestimento Cerâmico

Fonte: http://www.anfacer.com.br/, acesso em 19/10/2007.

7 Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica.

57

A Portobello possui uma linha de revestimentos variada e diversificada. Para

isto, investe constantemente no desenvolvimento de novos produtos e em novos

equipamentos, atualizando sempre sua tecnologia para ficar em igualdade de

condições com os mais avançados produtores internacionais.

A medida que suas metas foram sendo atingidas, a Portobello foi crescendo

até o patamar atual, que permitiu uma maior participação no mercado, mas

sobretudo permitiu uma abertura no portfólio de produtos da empresa (com mais de

mil itens), dentro de uma escala economicamente viável e galgando patamares cada

vez mais nobres de mercado, seja pelos tipos de produtos ou pelo número de

alternativas oferecidas. A diversidade do portfólio é valorizada por apresentar

produtos de várias tipologias, formatos aplicações entre outros.

Hoje a Portobello atua na fabricação de revestimentos cerâmicos para

parede, piso, fachada, decoração e outros, com uma capacidade instalada de

1.500.000 m²/mês.

4.2 Resultado da pesquisa

Esta parte do trabalho apresenta o resultado da pesquisa do diagnóstico da

gestão de projetos de produtos da empresa Portobello S/A.

A pesquisa compõe-se em cinco partes, onde a primeira é constituída pela

descrição da estrutura da gestão de projetos de produtos da empresa, a segunda

identifica os objetivos da gestão de projetos de produtos, a terceira parte identifica

os tipos de projetos de produtos realizados pela empresa, a quarta parte identifica

as ações da gestão de projetos de produtos e ferramentas utilizadas e a quinta parte

refere-se a entrevistas realizadas com os envolvidos na gestão de projetos de

produtos.

4.2.1 Estrutura da gestão de projetos de produtos da Portobello S/A

Estrutura organizacional é o sistema formal de tarefas e relacionamentos de

autoridade que controla como as pessoas coordenam suas ações e usam os

58

recursos para atingir os objetivos organizacionais, assim como também a

coordenação e as formas de motivação, ou seja, é a forma pela qual as atividades

de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas (STONER &

FREEMAN, 1992).

As organizações podem apresentar dependendo de sua estrutura

organizacional, várias modalidades, entre elas: organização funcional, por projetos e

matricial.

Fazendo uma análise da estrutura atual da Portobello é possível dizer que é

funcional, pois, é agrupada por funções ou departamentos. O trabalho executado

nos departamentos é especializado e requer que os funcionários tenham aptidões

específicas e experiência nas funções para cumprir as responsabilidades de cada

um. No entanto, a Portobello apresenta também algumas características da

organização matricial onde o gerenciamento de projetos é aplicado, ao mesmo

tempo em que também se mantém a estrutura hierárquica da organização.

A Portobello está passando por uma reestruturação onde a gestão de projetos

de produtos saiu de um departamento único que englobava diversas atividades do

processo e reportava-se à Diretoria Industrial.

Hoje a gestão de projetos de produtos da Portobello pertence ao departamento

de Marketing que se reporta direto a alta administração, conforme figura 8

apresentada anteriormente.

4.2.2 Objetivos da gestão de projetos de produtos da Portobello S/A

Neste item serão apresentados os objetivos da gestão de projetos de

produtos. A gestão de projetos de produtos deve ser vista como um instrumento

para o sucesso da empresa e utilizada para maximizar a utilização dos recursos

humanos, possibilitando o Lançamento Integrado de Produtos, provendo produtos

com melhor performance produtiva e comercial, em menor espaço de tempo.

Desta forma é necessário um alinhamento interdepartamental entre as

diversas áreas que interagem nas atividades inerentes a gestão de projetos de

produtos.

59

A seguir serão apresentados os objetivos da gestão de projetos de produtos

da Portobello S/A.

� Alinhamento e monitoramento das áreas envolvidas na gestão de projetos de

produtos;

� Informar as áreas envolvidas a situação em que encontram-se os projetos

através das ferramentas: Circular de Desenvolvimento e o Microsoft Project;

� Iniciar o projeto através do encaminhamento do documento - ficha de abertura de

projetos ao departamento desenvolvimento de produto;

� Aprovar protótipo, semi-industrial e primeira produção;

� Solicitar datas de semi-industrial e primeira produção;

� Realizar análise crítica do semi-industrial e primeira produção;

� Analisar criticamente o custo padrão dos produtos e dar um parecer final ao

Departamento Controladoria, sob aprovação da gerência.

Diante disso, percebe-se que a empresa tem bem definidos os objetivos da

gestão de projetos de produtos, que propiciam à mesma o desenvolvimento

contínuo.

4.2.3 Tipos de projetos de produtos da Portobello S/A

Neste item serão apresentados os tipos de projetos de produtos realizados na

empresa e qual a finalidade de cada um.

� Projeto de Lançamentos: são projetos que tem origem das tendências de

mercado ou necessidade de ampliação da linha do produto já existente através

dos inputs recebidos.

� Projetos Especiais: são projetos para atender a necessidade de clientes

especiais que necessitam de um produto diferenciado, para complemento de

obra ou até mesmo um produto que tenha saído de portfólio.

� Projetos para melhorias no processo, custo ou produto: são projetos realizados

para algum tipo de melhoria no processo, produto ou custo como, por exemplo,

alteração de matérias primas.

60

Cabe ressaltar que a nomenclatura utilizada para os tipos de projetos da

empresa, foi definida pela acadêmica.

4.2.4 Ações da gestão de projetos de produtos e ferramentas utilizadas

pela Portobello S/A

Neste item será apresentado como são definidas as ações da gestão de

projetos de produtos. Para maior entendimento, verificar fluxograma da gestão de

projetos de produtos que se encontra no anexo 2.

O processo de concepção ocorre através do fluxo operacional que elabora o

Plano Diretor. Após a apresentação e aprovação do Plano Diretor inicia-se o Plano

de Lançamentos a partir de premissas estratégicas da alta direção, necessidades

geradas pela análise do portfolio, tendências mundiais, capacidade industrial e

oportunidades para realização de outsourcing.

O processo de concepção abrange desde o recebimento nos inputs até a

obtenção do Plano de Lançamento composto dos projetos a serem desenvolvidos e

investimentos necessários para a realização dos mesmos.

O plano diretor e o plano de lançamento deverão atender as expectativas da

empresa no que tange à lucratividade, tamanho de portfólio e posicionamento de

liderança no mercado, representada pela diretoria.

A gestão de projetos de produtos faz o controle do fluxo operacional para

atendimento aos projetos definidos no plano de lançamento a partir da concepção de

novos produtos ou atualização de outros já existentes.

O fluxo operacional abrange desde a divulgação do plano de lançamento até

a disponibilização do produto nos pontos de venda de acordo com o mercado de

destino e data determinada. Considera ainda a disponibilização dos mecanismos de

apoio a venda (capacitação de equipe, amostras, materiais de merchandising, entre

outros).

As principais ferramentas utilizadas para a gestão de projetos de produtos são

a Circular de Desenvolvimento – onde constam todos os produtos contemplados no

61

processo de lançamento e o software Microsoft Project, através do qual se executa o

cronograma de todas as atividades que contemplam o Lançamento de Produtos.

O Microsoft Project é uma ferramenta utilizada nas organizações para

gerenciar e coordenar o trabalho de maneira mais eficaz, desde projetos que

ocorrem apenas uma vez a programas complexos ao longo de todo o ciclo de vida

do projeto, pois facilitam a percepção de pontos críticos que requerem providências.

No processo de lançamento estão vinculadas uma série de atividades, entre

elas: ações de marketing, encomenda do produto, definição da estrutura,

desenvolvimento de embalagem, protótipo, execução da ficha técnica, cadastro no

sistema, cálculo de custo, semi-industrial, primeira produção e análise crítica.

As ações de marketing na gestão de projetos de produtos correspondem ao

desenvolvimento do plano de marketing para lançamento do produto. Este plano

abrange as definições da estratégia de lançamento, canais de comercialização e o

plano operacional de lançamento do produto incluindo a definição dos nomes das

linhas e em seguida definição da estrutura, possibilitando a solicitação do cadastro

dos produtos. O plano operacional de lançamento de produto considera todas as

ações necessárias para que o produto chegue ao mercado com os instrumentos

necessários para sua comercialização e divulgação, distribuição de amostras,

capacitação, até a inclusão dos novos produtos no portfólio da empresa.

Entende-se como encomenda do produto a especificação do mesmo,

contendo suas informações técnicas, comerciais e financeiras de forma estruturada,

em formulário específico.

A estrutura dos projetos de produtos apresenta os pontos macros como o

número de itens por formato e por tipologia. No entanto cada projeto necessita de

uma definição estética, principalmente no que tange às peças especiais. A estrutura

completa das linhas deve ser apresentada ao gestor de projetos. Ela pode ser

modificada ao longo do andamento do projeto, desde que não cause impacto

significativo e que seja aprovado pelo grupo de produto.

O desenvolvimento de embalagem tem como objetivo o desenvolvimento das

embalagens para novos produtos, quando necessário. Ele inicia já no planejamento

do projeto com a determinação da necessidade ou não do desenvolvimento da nova

embalagem. O procedimento para desenvolvimento está contemplado num fluxo

específico descrito em norma.

62

O desenvolvimento do protótipo dos novos produtos ou então da atualização

dos produtos já existentes é de responsabilidade do setor de Desenvolvimento de

Produto. O protótipo representa a primeira materialização do conceito especificado

pelo solicitante, logo tem a finalidade de validar o entendimento a respeito da

encomenda, salvo os casos que o próprio cliente tenha enviado um produto modelo,

neste caso o protótipo tem como finalidade identificar o nível de aproximação com o

modelo proposto. Para as solicitações referentes a produtos que já tenham saído do

portfólio, não ocorre o desenvolvimento do protótipo, uma vez que as características

do produto e sua forma de produção já são bem conhecidas. A validação final do

protótipo ocorre pela área de gestão de projetos de produtos e/ou diretoria.

A ficha técnica é providenciada pelo Desenvolvimento de Produto logo após a

aprovação do protótipo e a fábrica deve definir o roteiro de produção. Estas

informações são passadas ao Cadastro Integrado que juntamente com as

informações recebidas da gestão de projetos de produtos procede ao

cadastramento.

O cálculo de custo tem por objetivo a formação do custo do produto. A partir

do cadastro concluído a área de custos efetua a formação de custo do produto,

utilizando a regra de negócio/metodologia definida pela empresa. Uma vez definido

o custo o gestor de projetos faz a análise crítica do mesmo e dá o parecer final a

área de custo.

O semi-industrial tem como objetivo fabricar o primeiro lote. Este processo

considera a produção dentro do ambiente fabril, onde são aplicadas diversas

variáveis de ambiente que podem dificultar a obtenção do produto anteriormente

desenvolvido em laboratório (protótipo), e exatamente por isto exigem mudanças

e/ou ajustes no processo fabril, aplicado posteriormente na primeira produção.

Com o objetivo de proporcionar visibilidade ao planejamento de produção,

esta atividade inicia já na divulgação do cronograma do projeto, informado pelo

gestor de projetos, a partir do qual pode-se realizar a programação da prova semi-

industrial. No caso das peças especiais o semi-industrial já representa o primeiro lote

de produção.

A primeira produção ocorre logo após possíveis mudanças e/ou ajustes no

processo fabril através da solicitação de data feita pelo gestor de projetos ou de

acordo com a necessidade da área comercial. Com base nas características do

produto e sua tipologia a área de programação conclui o planejamento de acordo

63

com a data de lançamento prevista no plano de lançamento e emite a ordem para a

fábrica onde ocorrerá a produção e conseqüentemente a disponibilização do produto

acabado para o mercado. A programação deve respeitar a data de desejo do

projeto. Somente o gestor de projetos de produtos poderá solicitar o cancelamento

de uma primeira produção já programada.

A análise crítica é realizada após concluídas as produções de semi-industrial

e primeira produção com o objetivo de levantar a qualidade atingida, identificar e

avaliar os problemas e dificuldades enfrentados. A partir desta análise poderá haver

necessidade de modificações e correções. A análise é realizada pelo gestor de

projetos e avaliada juntamente com as fábricas em questão e com o

desenvolvimento de produto.

O lançamento é a saída/resultado do processo de lançamento à chegada do

produto ao mercado. Torna-se concretizado a partir do momento que o cliente

encontra à sua disposição o produto e quando a equipe de vendas está capacitada

para oferecer o conceito do produto, assim como tem a sua disposição os

mecanismos de merchandising necessários para as ações de venda.

O sucesso do lançamento quanto ao conceito e demanda do mesmo pelo

mercado, está ligado ao sucesso do processo de concepção e não de lançamento,

uma vez que este é responsável em colocar no ponto de venda o produto que foi

especificado pelo processo de concepção. Cabe ao gestor de projetos de produtos

garantir a interação destes diversos processos para que seja alcançado o objetivo

principal, que é a chegada do produto ao mercado e aos seus canais de distribuição.

4.2.5 Percepção das pessoas-chave envolvidas sobre a gestão de

projetos de produtos da Portobello S/A

Neste item será apresentado o resultado da pesquisa realizada com as

pessoas chave da gestão de projetos de produtos da empresa. O objetivo foi de

levantar a percepção dos entrevistados sobre gestão de projetos da Portobello S/A.

Com relação ao setor responsável pela gestão de projetos de produtos da

Portobello, a maioria dos entrevistados sabe que é o Departamento de Marketing.

64

No entanto, alguns dos entrevistados afirmaram que não existe um setor específico

e que cada área está envolvida ou desenvolve projetos para melhorar o

desempenho da empresa, salientaram ainda que o trabalho em equipes

multifuncionais e colaboração são essenciais. Os entrevistados exemplificaram

dizendo que o trabalho em equipe pode ser a implantação de uma melhoria em um

equipamento (Manutenção+Engenharia Industrial+Produção), um novo software de

cotação de compras (Tecnologia de Informações - TI+Suprimentos), o

desenvolvimento de uma nova linha de produtos (Pesquisa e Desenvolvimento -

P&D+Marketing+Área Comercial+Produção+Terceiros+Suprimentos), etc. Todos os

profissionais que ocupam cargo de liderança devem desenvolver habilidades de

gestão de projetos, pois podem ser elencados conforme a necessidade do

desenvolvimento dos projetos, muitos deles interdepartamentais, e ainda alguns com

a prioridade de escopo e estrutura definidos pela Diretoria. Porém, alguns dos

entrevistados disseram ainda que as outras áreas também elaboram e executam

projetos, para alcançar o objetivo a que o projeto se propõe.

Observando os resultados da pesquisa, nota-se que o entendimento das

áreas envolvidas no processo de gestão de projetos de produtos, pode ser

melhorado, considerando que todos estão diretamente envolvidos.

Com relação à finalidade da gestão de projetos de produtos na Portobello, um

dos questionados respondeu dizendo que saberia a finalidade se estudasse a norma

que trata sobre o assunto. Para os que possuem uma visão definida da finalidade da

gestão de projetos de produtos, pode-se salientar que é de controlar as seguintes

etapas: iniciar, planejar, executar, controlar e finalizar os projetos, para atingir o

objetivo dentro do prazo e do orçamento estabelecidos, observando-se

principalmente os recursos (equipamentos, pessoal, orçamento e tempo).

Alguns dos entrevistados disseram que a finalidade da gestão de projetos de

produtos é acompanhar o desenvolvimento dos produtos, desde a sua criação até a

primeira produção, passando por várias etapas, iniciando-se pelo cadastro e

seguindo com o custo, programação de produção, aprovações de fábrica,

embalagem, e encaminhamento do produto ao cliente, além de analisar, criticar e

implementar as diversas ações relacionadas a projetos especiais que a área

comercial e/ou clientes solicitam à empresa buscar a integração entre o

desenvolvimento de produto com as condições fabris.

65

Apesar de as respostas dos questionados terem o mesmo enfoque em

relação à finalidade da gestão de projetos de produtos, existe a necessidade de

aperfeiçoamento dos envolvidos, considerando que os mesmos deveriam ter

conhecimento claro da finalidade da gestão de projetos de produtos.

Quando questionados sobre a importância da gestão de projetos, todos os

entrevistados foram unânimes em afirmar a sua importância na empresa.

Salientaram ainda que os projetos são desenvolvidos a partir da necessidade de

mudanças, em que ser capaz de promover estas mudanças conforme estabelecidas

pela estratégia da empresa, em tempo hábil e com baixo custo, é fundamental para

qualquer empresa que pretende se manter competitiva.

Para tanto, os entrevistados ainda ressaltaram que existe a necessidade do

conhecimento do mercado e, para que isso aconteça, é necessário ênfase aos

projetos de produtos, organizando e distribuindo metas, tarefas, conceitos e

prioridades, além de mudar conceitos e comportamentos, mantendo sempre uma

relação eficaz entre a demanda e a rentabilidade do negócio, nas mais diferentes

ações comerciais, servindo de centralizador e distribuidor das informações

necessárias referentes aos projetos.

As respostas atenderam o objetivo da pergunta, contudo surgiram diferentes

posicionamentos. Este ponto pode ser considerado positivo, pois todos os

envolvidos na gestão de projetos de produtos da empresa a consideram

fundamental para o atingimento dos resultados estabelecidos pelo nível estratégico

da empresa, além de terem consciência de sua responsabilidade na eficácia dos

mesmos.

No que se refere às atividades desenvolvidas na gestão de projetos de

produtos da empresa, um dos questionados não soube responder a esta questão.

No entanto, para os demais, estas atividades podem variar conforme a natureza do

projeto, mas normalmente passam várias fases como: planejamento, que é o

detalhamento das ações a serem desenvolvidas, recursos necessários, cronograma,

análise de interdependência, e verificação do caminho crítico, análise de capacidade

dos recursos, estudos de custo, retorno sobre o investimento, etc.

Diz um dos entrevistados que normalmente são necessários vários

treinamentos e/ou padronização das novas operações quando o projeto envolve

mudança processual. Os entrevistados ressaltam ainda que é interessante fazer

uma reunião de conclusão com o grupo principal do projeto para trocar experiências

66

sobre o que deu certo e o que não saiu conforme o planejado, cujas conclusões

ajudarão no planejamento e execução dos projetos posteriores.

Observou-se que quase a totalidade dos entrevistados consegue definir

diversas atividades da área da gestão de projetos de produtos, porém percebeu-se

que as atividades ligadas à etapa concepção e mercado podem ser vistas com mais

clareza pelos envolvidos como parte integrante da gestão de projetos de produtos.

Com relação ao alinhamento interdepartamental na gestão de projetos da

Portobello, alguns questionados afirmaram que existe e que deve ser cumprido, pois

se alguma área envolvida não estiver comprometida, todo projeto poderá ser

prejudicado. Um dos entrevistados exemplificou com outro tipo de projeto da

empresa que a base deste alinhamento deve-se à implantação do ERP da Oracle

que foi um marco na gestão de projetos da Portobello S/A como um todo.

Foi um imenso exemplo de projeto que envolveu toda empresa, teve

inúmeros sucessos e insucessos, forçando as pessoas a trabalharem em equipe,

atravessando as barreiras dos departamentos. Afirmou ainda que a implantação do

Oracle abriu caminho para outros projetos multi-departamentais e ensinou a todos a

importância da disciplina e do uso de técnicas adequadas na gestão de projetos,

onde há uma visão maior sobre processos e não sobre departamentos e que ainda

existem muitos desafios neste sentido. A partir dessa afirmação, foi possível

identificar oportunidade de melhoraria na comunicação das pessoas envolvidas nos

projetos de produtos.

Por estas afirmações, percebe-se que a empresa precisa rever a questão do

alinhamento interdepartamental, pois um grupo gestor que realiza atividades

isoladamente pode não ter a visão do todo e, consequentemente, não atingir os

objetivos e metas da empresa no geral.

Considerando que o alinhamento interdepartamental é de fundamental

importância para o sucesso dos projetos de produtos, o retorno da pesquisa

demonstrou necessidade de melhorias, onde a maioria dos entrevistados

responderam que o alinhamento pode ser melhorado.

Referente à área específica de atuação de cada pessoa chave e a

importância da mesma na gestão de projetos de produtos, os entrevistados

demonstraram claramente o reconhecimento da importância de sua área na gestão

de projetos de produtos.

67

Observou-se que a totalidade dos entrevistados entendem claramente seu

envolvimento e importância no processo de gestão e onde suas áreas estão

inseridas. Apesar da identificação de alguns pontos fracos que necessitam de

melhorias, as áreas envolvidas no processo projetam-se inseridas e têm consciência

da importância dos seus respectivos papéis.

Quando questionados sobre o reconhecimento e a importância da gestão de

projetos para o sucesso de uma empresa, os entrevistados foram unânimes em

afirmar que sim. Que a Portobello S/A é uma empresa altamente inovadora, e

principalmente por este motivo, é necessário que a empresa tenha uma equipe

especializada na área de gestão de projetos de produtos, para efetuar um

acompanhamento eficaz nos lançamentos dos novos produtos, sendo uma empresa

que preza pela qualidade de seus produtos e sempre está lançando novidades. Sem

uma gestão de projetos de produtos eficiente e eficaz os lançamentos podem chegar

ao mercado com problemas, dificultando o controle da empresa sobre o portfólio de

produtos. Um desenvolvimento desencadeado de produtos inadequados ou

desnecessários pode levar a empresa a péssimos resultados.

Observou-se que a totalidade dos entrevistados reconhecem a importância

da gestão de projetos para o sucesso da empresa e exemplificaram de forma

consistente tal importância. Seguem algumas falas dos entrevistados retiradas da

pesquisa realizada em relação a importância da gestão de projetos para o sucesso

das empresas que devem ser destacadas.

� A Portobello é uma empresa altamente inovadora, e principalmente por este

motivo, é necessário que a empresa tenha uma equipe especializada na área de

gestão de projetos de produtos, para efetuar um acompanhamento eficaz nos

lançamentos dos novos produtos.

� As empresas devem se adaptar constantemente para reagir rapidamente às

mudanças ocorridas no ambiente competitivo e nos clientes. Acontece que as

mudanças não ocorrem rapidamente nas grandes empresas porque os

processos importantes, como produção, atendimento de pedidos, lançamentos

de novos produtos, são complexos e operados por muitas pessoas que têm

rotinas definidas com responsabilidades e metas. Às vezes toda uma área é

modificada, às vezes há um aumento de trabalho em uma área ou função para

68

que o todo seja melhorado. Para implementar uma melhoria ou mudar um

processo é preciso um esforço coordenado e persistência.

� É tendo uma excelente gestão de projetos de produtos que uma empresa/fábrica

como a Portobello pode se diferenciar dos demais competidores. É nesta

parceria “especial” e algumas vezes “exclusiva” que nossa marca passa a ser

reconhecida não somente como uma fornecedora de cerâmica, mas também

como uma fonte de soluções especiais.

� Não basta criar, mas sim saber o quê, como e quando criar.

Partindo dessas afirmações, pode-se considerar que existe a necessidade

de que as atividades sejam planejadas em conjunto com as pessoas envolvidas,

para que o resultado seja positivo e não aconteçam re-trabalhos.

Os entrevistados opinaram e sugeriram melhorias na gestão de projetos de

produtos da Portobello. Apesar de a maioria dos entrevistados terem bem claro

quais atividades a gestão de projetos de produtos desempenha na empresa,

percebe-se ainda a necessidade de maior alinhamento entre todos os envolvidos

para que possam seguir uma única linha de atividades, mesmo com projetos

distintos, além de todos terem conhecimentos dos vários projetos em andamento,

pois se percebe que há barreiras na comunicação, alinhamento e planejamento.

Sendo estes entraves resolvidos, os projetos poderiam ser mais facilmente

elencados e, consequentemente mais eficazes.

4.2.6 Sugestões a partir da pesquisa com as pessoas chave da gestão

de produtos da Portobello S/A

1) Reavaliar internamente o fluxo da gestão de projetos de produtos

� Definição clara das prioridades da empresa e estrutura, sponsors

(patrocinadores), key users (usuários chaves) e recursos, através da efetuação

das devidas modificações, conforme estrutura física atual objetivando a clareza

da estrutura da gestão de projetos de produtos para todas as pessoas chave

envolvidas, assim como melhorando consequentemente a comunicação entre as

mesmas.

69

2) Apresentar a nova estrutura da gestão de projetos de produtos

� Deve ser realizada reunião com a finalidade de apresentar a nova estrutura

visando o esclarecimento das responsabilidades da área dentro do processo,

melhorando assim a integração entre departamentos, principalmente no processo

produtivo, para conhecer as restrições fabris, com o objetivo de identificar o grau

de dificuldade no lançamento dos produtos, podendo mensurar com

antecedência o tempo que será necessário para disponibilizar tal produto no

mercado.

3) Esclarecer para os envolvidos que as atividades relativas à Concepção e

Mercado fazem parte da gestão de projetos de produtos.

� Deixar claro para os envolvidos através da apresentação da nova estrutura, que

as atividades relativas à Concepção e Mercado fazem parte da gestão de

projetos de produtos.

4) Automação do processo da gestão de projetos de produtos como um todo

� Essa automação ajudará em melhorar a integração entre os departamentos

envolvidos na gestão de projetos de produtos e proporcionará um

acompanhamento das etapas mais efetivo. Automatizar as ferramentas utilizadas

pela gestão de projetos de produtos também permitirá o alinhamento entre as

áreas e fará com que as informações cheguem com mais rapidez nas áreas

envolvidas.

5) Ampliar o relacionamento inter-pessoal dos gestores e/ou áreas envolvidas nos

projetos com as pessoas-chaves

� Devem ser realizados mais encontros com as pessoas-chave com o fim de

entender suas necessidades, dificuldades, entre outros, em relação aos projetos

em andamento.

6) Investimento na formação de lideranças em técnicas de gestão de projetos

� Este investimento proporcionará aos gestores e/ou áreas envolvidas nos projetos

de produtos, maior visibilidade aos projetos em andamento, podendo evitar um

excesso de projetos que normalmente compartilham os mesmos recursos e, até

70

mesmo, disciplinar as pessoas no sentido de ter paciência para encerrar os

projetos em andamento, pois a ânsia por iniciar novas mudanças poderá

atropelar as que estão em andamento.

7) Melhoria no planejamento dos projetos de produtos

� Mais tempo de planejamento antes de chegar à área fabril objetivando evitar que

os novos produtos em épocas de feira8, por exemplo, façam com que várias

etapas do processo de gestão de projetos de produtos sejam atropeladas. Isso

através do aperfeiçoamento de processos e prazos das áreas envolvidas como:

laboratório, cadastro, programação, controle de qualidade, expedição. Este tipo

de processo exige que nenhuma etapa seja suprimida sob pena de produzir um

resultado indesejado.

Percebe-se que existem várias melhorias que a empresa poderá efetuar

para que a gestão de projetos de produtos possa alcançar seu objetivo. Desta forma,

estas sugestões serão propostas para que a empresa avalie a possibilidade de

implementação.

8 REVESTIR – São Paulo, CERSAIE – Itália e COVERINGS – USA

71

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos grandes desafios das organizações de todo o mundo é garantir que

suas estratégias se transformem nos resultados esperados. A gestão de projetos de

produtos tem papel fundamental neste processo, pois são eles que materializam as

estratégias empresariais, integrando recursos e esforços rumo aos objetivos

organizacionais relacionados a produto.

Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo geral fazer um

diagnóstico da gestão de projetos de produtos da empresa Portobello S/A. Os

objetivos específicos foram: fazer um levantamento da estrutura da gestão de

projetos de produtos, identificar os objetivos da gestão de projetos de produtos,

verificar os tipos de projetos de produtos, identificar como são definidas as ações da

gestão de projetos de produtos e ferramentas utilizadas e realizar entrevista com

pessoas chave envolvidas na gestão de projetos de produtos.

No decorrer do trabalho foram identificadas algumas dificuldades. Entre elas o

tempo disponível das pessoas chave envolvidas no processo para obtenção de

informações necessárias para o alcance dos objetivos. Porém a principal dificuldade

foi devido à empresa estar passando por uma reestruturação e a gestão de projetos

de produtos estar migrando de um departamento denominado Produto, que foi

extinto, para outro departamento, o de Marketing, ocasionando assim transtornos

como indefinição nas responsabilidades que envolvem as pessoas chave no

processo de gestão de projetos de produtos.

O trabalho limitou-se na gestão de projetos de produtos da Portobello S/A,

não incluindo outros tipos de projetos realizados pela empresa. Diante das

descobertas ao longo do trabalho houve interesse por parte da acadêmica em

implementar as sugestões de melhorias, porém em função do tempo para execução,

o trabalho limitou-se apenas a um diagnóstico e sugestões de melhoria no processo

de gestão de produtos da empresa.

Por meio dos dados coletados na entrevista realizada junto às pessoas chave

envolvidas na gestão de projetos, foi possível identificar os principais problemas na

gestão de projetos de produto da empresa, que basicamente são no planejamento,

alinhamento interdepartamental e comunicação.

72

Portanto, em virtude dos dados apresentados, conclui-se que os objetivos

foram atingidos e a gestão de projetos poderá ser ajustada às necessidades e

exigências da empresa através da implantação das propostas de melhorias para a

área, buscando obter um melhor gerenciamento dos projetos, e conseqüentemente

um excelente resultado.

Através do conhecimento adquirido no período de sua vida universitária, bem

como a convivência na empresa, a acadêmica identificou e reconheceu

oportunidades de melhoria na gestão de projetos e as propôs buscando torná-la um

diferencial competitivo para a organização. Sabe-se que a empresa tem todas as

condições necessárias para executar as correções sugeridas, criando dessa forma

um diferencial competitivo e se tornando mais eficiente para enfrentar as mudanças

e turbulências pelo qual o mercado enfrenta.

A experiência foi positiva para a vida profissional da acadêmica e para

possíveis mudanças na gestão de projetos de produtos da Portobello S/A, visando

fortalecê-la.

73

6 REFERÊNCIAS

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74

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75

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76

ANEXOS

77

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79

ANEXO 3: Entrevista aplicada junto às pessoas chave envolvidas na gestão de

projetos de produtos na empresa Portobello S/A.

1. Qual o setor responsável pela gestão de projetos de produtos da

Portobello S/A?

2. Qual a finalidade da gestão de projetos de produtos na Portobello S/A?

3. Qual a importância da gestão de projetos de produtos na Portobello

S/A?

4. Que atividades são desenvolvidas na gestão de projetos de produtos na

Portobello S/A?

5. Na sua opinião, existe alinhamento interdepartamental na gestão de

projetos de produtos na Portobello S/A?

6. Onde a sua área está inserida e qual a importância da mesma na gestão

de projetos de produtos da Portobello S/A?

7. Você reconhece a importância da gestão de projetos para o sucesso de

uma empresa? Dê exemplos.

8. Dê sua opinião ou sugestões para possíveis melhorias na gestão de

projetos de produtos na Portobello S/A.

80

DECLARAÇÃO

A empresa PORTOBELLO S/A declara, para os devidos fins, que a

estagiária, ADRIANA MAURECI MARTINS, aluna do Curso de Administração do

Centro de Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do

Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária prevista para o período de 06/08/2007 a

26/11/2007, seguiu o cronograma de trabalho estipulado do Projeto de Estágio e

respeitou nossas normas internas.

Tijucas, 06 de novembro de 2007

___________________________________

Gladys Milena Berns Carvalho do Prado

81

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Adriana Maureci Martins

Estagiária

Profª. Antônia Egídia de Souza

Orientador de Estágio

Daniela Gomes Fernandes

Orientador de Campo

Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso

Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração