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Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos

Municípios Vinculados à Base Local Tailândia

Contrato n.º: 010/2015-NEPMV

Objeto da Contratação: Contratação de empresa

especializada na realização de serviço de

monitoramento ambiental e monitoramento de

projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão

Ambiental Municipal através do Projeto Municípios

Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais

firmados pelo Programa Municípios Verdes –

NEPMV e os municípios Paraenses.

Contratada: Floram Engenharia e Meio Ambiente –

Ltda.

Produto: 7 – Diagnóstico da Gestão Ambiental

Municipal nos Municípios vinculados à Base Local

Tailândia.

Fevereiro/2017

FICHA TÉCNICA

IDENTIFICAÇÃO DO CONTRATO

Número do contrato: 010/2015 – NEPMV

Objeto da contratação: Contratação de empresa especializada na realização de serviço de monitoramento

ambiental e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal através do

Projeto Municípios Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios Verdes –

NEPMV e os municípios Paraenses.

Contratante: Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes

Contratado: Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Produto: 7 – Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos Municípios vinculados à Base Local Tailândia.

IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO PRODUTO (CONTRATADA)

Razão social Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

CNPJ: 02.479.401/0001-00

Inscrição Estadual: 010.775.497

Endereço: Rua 23 de Maio n° 140 – Centro – Eunápolis/BA

CEP: 45820-075

Telefone: (73) 3281-3190

Representante legal: Paulo Tarcísio Cassa Louzada

E-mail: [email protected]

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO E RESPONSABILIZA-SE

TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS

Paulo Tarcísio Cassa Louzada:

Eng. Agrônomo, MBA Internacional em Meio Ambiente e Mestre em Solos CREA/MG 34.536/D / Responsável Legal / [email protected] Augusto Luciani Carvalho Braga:

Biólogo, MBA em Gestão Empresarial, Especializando em Direito Ambiental e Mestre em Ecologia Aplicada CRBio 44.253/04-D / Coordenação técnica e produção de relatórios / [email protected] Samira Kuwar:

Eng. Florestal, Especialista em Auditoria e Perícia Ambiental CREA/RS 149889 / Coordenação setorial e produção de relatórios / [email protected]

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO

Andréa de Oliveira Mesquita:

Bióloga. Mestre em Ecologia Aplicada. CRBIO 62643/04D / Produção de relatórios / [email protected] Isabel Mascarenhas Oliveira:

Geógrafa, Mestre em Ecologia Aplicada. Crea 89.145/D/ Produção de Relatórios / [email protected] Caroline Pinheiro:

Engenheira Florestal. Mestre em Produção Vegetal. CREA/BA 53405 / Produção de relatório / [email protected] Hybsen Silva Pinheiro:

Engenheiro Agrônomo CREA/BA 52.626/D / Geoprocessamento e análise espacial / [email protected] Ticiane Viana:

Engenheira Florestal CREA/BA 77993 / Produção de relatório / [email protected] Eduarda Gabriela Santos Cunha:

Engenheira Florestal, Mestre em Ciência Florestal / CREA/BA 84660/ Produção de relatório / [email protected] Desirée Antéia Jastes Fernandes

Engenheira Florestal, Mestre em Ciências Ambientais / Técnico de referência na base local / [email protected]

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 13

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 15

OBJETIVO .................................................................................................................................................... 21

METODOLOGIA ........................................................................................................................................... 23

Área de Estudo ........................................................................................................................................ 23

Métodos ................................................................................................................................................... 26

Elaboração do Questionário On-line .............................................................................................. 26

Aplicação e Preenchimento do Questionário ................................................................................. 27

Tabulação e Análise dos dados ..................................................................................................... 29

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL ............................................................................. 31

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Goianésia do Pará .............................. 31

Identificação do Município .............................................................................................................. 31

Sistema Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................ 31

Legislação Ambiental ........................................................................................................... 32

Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................ 33

Recursos Financeiros ........................................................................................................... 34

Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 34

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................ 34

Licenciamento Ambiental Municipal ..................................................................................... 35

Atividades Impactantes .................................................................................................... 36

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................... 38

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................... 38

Infraestrutura e equipamentos .............................................................................................. 38

Equipe da Secretaria ............................................................................................................ 40

Instrumentos para o controle do desmatamento ............................................................................ 41

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ............................................................................... 42

Instrumentos de Cooperação ......................................................................................................... 43

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ........................................................... 43

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ....................... 45

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Igarapé-Miri ........................................ 46

Identificação do Município .............................................................................................................. 46

Sistema Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................ 46

Legislação Ambiental ........................................................................................................... 47

Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................ 48

Recursos Financeiros ........................................................................................................... 49

Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 49

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................ 49

Licenciamento Ambiental Municipal ..................................................................................... 50

Atividades Impactantes .................................................................................................... 51

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................... 53

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................... 53

Infraestrutura e equipamentos .............................................................................................. 53

Equipe da Secretaria ............................................................................................................ 55

Instrumentos para o controle do desmatamento ............................................................................ 56

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ............................................................................... 56

Instrumentos de Cooperação ......................................................................................................... 57

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ........................................................... 58

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ....................... 59

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Jacundá .............................................. 60

Identificação do Município .............................................................................................................. 60

Sistema Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................ 60

Legislação Ambiental ............................................................................................................ 61

Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 62

Recursos Financeiros ........................................................................................................... 62

Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 62

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ......................................... 63

Licenciamento Ambiental Municipal ...................................................................................... 63

Atividades Impactantes .................................................................................................... 65

Campanhas de Educação Ambiental .................................................................................... 66

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................... 67

Infraestrutura e equipamentos .............................................................................................. 67

Equipe da Secretaria ............................................................................................................ 68

Instrumentos para o controle do desmatamento ............................................................................ 70

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ............................................................................... 70

Instrumentos de Cooperação ......................................................................................................... 71

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ........................................................... 72

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ....................... 73

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Moju .................................................... 75

Identificação do Município .............................................................................................................. 75

Sistema Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................ 75

Legislação Ambiental ............................................................................................................ 76

Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 77

Recursos Financeiros ........................................................................................................... 77

Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 77

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ......................................... 78

Licenciamento Ambiental Municipal ...................................................................................... 79

Atividades Impactantes .................................................................................................... 80

Campanhas de Educação Ambiental .................................................................................... 82

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................... 82

Infraestrutura e equipamentos .............................................................................................. 82

Equipe da Secretaria ............................................................................................................ 84

Instrumentos para o controle do desmatamento ............................................................................ 85

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ............................................................................... 86

Instrumentos de Cooperação ......................................................................................................... 87

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ........................................................... 87

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ....................... 89

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Tailândia ............................................. 90

Identificação do Município .............................................................................................................. 90

Sistema Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................ 90

Legislação Ambiental ........................................................................................................... 91

Conselho Municipal de Meio Ambiente ................................................................................ 92

Recursos Financeiros ........................................................................................................... 93

Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................................. 93

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................ 93

Licenciamento Ambiental Municipal ..................................................................................... 94

Atividades Impactantes .................................................................................................... 95

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................... 97

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente ........................................................................... 97

Infraestrutura e equipamentos .............................................................................................. 97

Equipe da Secretaria ............................................................................................................ 99

Instrumentos para o controle do desmatamento .......................................................................... 100

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ............................................................................. 101

Instrumentos de Cooperação ....................................................................................................... 102

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal ......................................................... 102

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas ..................... 104

ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL TAILÂNDIA .............................................................................. 105

Secretarias Municipais de Meio Ambiente ............................................................................................. 105

Conselho Municipal de Meio Ambiente.................................................................................................. 111

Recursos Financeiros e Fundo Municipal de Meio Ambiente ................................................................ 113

Legislação Ambiental Municipal ............................................................................................................ 114

Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização ............................................................................... 116

Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental ......................................................... 123

Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão à Programas ............................... 125

DIFICULDADES E ENTRAVES ................................................................................................................. 133

RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................................. 135

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................... 139

RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO ........................................................................................... 141

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 143

ANEXOS .................................................................................................................................................... 145

Lista de Quadros

Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental ................................................................. 28

Quadro 5.1- Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Goianésia do Pará. ............. 33

Quadro 5.2 – Atividades impactantes no município de Goianésia do Pará. ........................................................... 37

Quadro 5.3 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Goianésia do Pará. .................................. 39

Quadro 5.4 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Goianésia do Pará. ............................................................................................................. 43

Quadro 5.5 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Igarapé-Miri. ....................... 48

Quadro 5.6 – Atividades impactantes no município de Igarapé-Miri. ..................................................................... 52

Quadro 5.7 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura de Igarapé-Miri. ........... 54

Quadro 5.8 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Igarapé-Miri ........................................................................................................................ 57

Quadro 5.9 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Jacundá. ............................. 61

Quadro 5.10 – Atividades impactantes no município de Jacundá. ......................................................................... 66

Quadro 5.11 – Estrutura da Secretaria Municipal de e Meio Ambiente e Turismo de Jacundá. ............................ 67

Quadro 5.12 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Jacundá. ............................................................................................................................. 71

Quadro 5.13 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Moju. ................................ 76

Quadro 5.14– Atividades impactantes no município de Moju. ................................................................................ 81

Quadro 5.15 – Estrutura da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Moju. ................... 83

Quadro 5.16 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Moju. ................................................................................................................................... 87

Quadro 5.17 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Tailândia........................... 92

Quadro 5.18 – Atividades impactantes no município de Tailândia. ........................................................................ 96

Quadro 5.19 – Estrutura da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tailândia. ............ 98

Quadro 5.20 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Tailândia ........................................................................................................................... 102

Quadro 6.1 - Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia. ................................................................................................................................. 106

Quadro 6.2- Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia. ............................................................................................................. 109

Quadro 6.3 - Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA nº 120/2015 dos municípios licenciadores. .............................................................................................................................................. 121

Quadro 6.4 - Situação dos grupos de combate ao desmatamento dos municípios da Base Local Tailândia. ..... 129

Quadro 6.5 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV nos municípios da Base Local Tailândia. .................................................................................................... 129

Quadro 6.6 - Taxa anual de desmatamento em 2015 nos municípios da Base Local Tailândia. ......................... 130

Quadro 6.7 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Tailândia. .................................................................................................................................................... 130

Lista de Figuras

Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Tailândia. ................................ 25

Figura 5.1 e Figura 5.2 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Goianésia do Pará. ............................................................................................................................................................. 40

Figura 5.3 e Figura 5.4 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de e Meio Ambiente e Turismo de Jacundá. ....................................................................................................................................................... 68

Figura 5.5 e Figura 5.6 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Moju......................................................................................................................................................... 84

Figura 5.7 e Figura 5.8 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tailândia. ................................................................................................................................................. 99

Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia. ............................................................................. 107

Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia. .................................................................................................................................................... 107

Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das SEMMAs. ................................................................................................................................................... 109

Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional ..................................... 110

Figura 6.5- Presença de profissionais com registro no conselho de classe. ........................................................ 111

Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia (A); Periodicidade da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C); Resoluções deliberadas por cada um dos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (D). ................................................................ 112

Figura 6.7- Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais ..................................................... 113

Figura 6.8 - Municípios da Base Local Tailândia com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera ambiental. ................................................................................................................................................... 115

Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Tailândia. ....................................................... 115

Figura 6.10 - Municípios da Base Local Tailândia que realizam o licenciamento ambiental municipal (A) e que possuem delegação competência do estado para licenciamento (B). ........................................................ 118

Figura 6.11 - Atividades que os municípios da Base Local Tailândia realizam o licenciamento ambiental municipal ................................................................................................................................................................... 119

Figura 6.12 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local Tailândia. .................................................................................................................................................... 122

Figura 6.13 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Tailândia nos últimos 12 meses. ................................................................................................................................ 124

Figura 6.14 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental. ................................................................................................................................................................... 124

Figura 6.15- Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a construção e a produção de saberes. ........................................................................................................ 125

Figura 6.16 - Atuação associada aos órgãos estadual e federal de meio ambiente. ........................................... 126

Figura 6.17 – Participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Tailândia (A) e tipo de participação (B). ......................................................................................................................................... 127

Figura 6.18 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Tailândia quanto à existência de termos de cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D). ........ 127

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APA – Área de Proteção Ambiental

APP - Áreas de Preservação Permanente

CAR – Cadastro Ambiental Rural

CF – Constituição Federal

CMMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente

COEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente

COGES – Comitê Gestor do Programa Municípios Verdes

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará

FMMA – Fundo Municipal de Meio Ambiente

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IDEFLOR-BIO – Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade

IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LAR – Licenciamento Ambiental Rural

LC – Lei Complementar

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MPE – Ministério Público Estadual

MPF – Ministério Público Federal

NEPMV – Núcleo Executivo do Programa Municípios Verdes

ONG – Organização Não Governamental

PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PMV - Programa Municípios Verdes

PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental

PPCAD – Plano de Prevenção, Controle e alternativas ao Desmatamento

PRA – Programa de Regularização Ambiental

PRODES - Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal

RL – Reserva Legal

SECTEMA - Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Moju

SECTMA - Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tailândia

SEMAS – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade

SEMATUR - Secretaria Municipal de e Meio Ambiente e Turismo de Jacundá

SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Pesca e Aquicultura de Igarapé-Miri

SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente

SISMUMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente

SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

TC – Termo de Compromisso

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 13

APRESENTAÇÃO

O presente relatório é apresentado em atendimento ao contrato 010/2015

– NEPMV que tem como objeto a realização dos serviços de monitoramento ambiental

e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da gestão ambiental

municipal através do Programa Municípios Verdes/Fundo Amazônia, referente ao

Edital de Concorrência 005/2015.

Este relatório tem como base a gestão ambiental municipal realizada pelo

órgão ambiental municipal enquanto ator e gestor do processo. Em vista deste recorte

o diagnóstico pode não abarcar ações de gestão ambiental empreendidas por outros

setores da sociedade civil e/ou governo que possam estar sendo empreendidos nos

municípios ou região, mas que não tem o envolvimento do órgão ambiental municipal.

Esta etapa corresponde ao diagnóstico da gestão ambiental municipal nos

municípios vinculados à Base Local Tailândia, que corresponde ao produto 07 do

contrato 010/2015-NEPMV. O documento encontra-se estruturado em 11 (onze)

capítulos, incluindo esta apresentação que é o Capítulo 1 do relatório e anexos.

No Capítulo 2 de introdução são apresentados conceitos básicos e

históricos importantes para entendimento das atividades desenvolvidas pelo

Programa Municípios Verdes (PMV) e conceitos da gestão ambiental. No Capítulo 3

são apresentados os objetivos do diagnóstico da gestão ambiental municipal.

O Capítulo 4 é referente à metodologia utilizada para organização e

realização do diagnóstico, a qual se estrutura em elaboração de questionário que

embasa o diagnóstico, encaminhamento destes às secretarias e tratamento e análise

dos dados levantados. A etapa de desenvolvimento, contendo o diagnóstico

propriamente dito da gestão ambiental dos municípios integrantes da Base Local é

apresentada no Capítulo 5 e o Capítulo 6 traz a análise integrada global dos dados

destes municípios. No Capítulo 7 são apresentadas as dificuldades e entraves à

elaboração do presente diagnóstico, enquanto no Capítulo 8 são descritas as

principais recomendações para a gestão ambiental dos municípios.

Por fim, as considerações finais são apresentadas no Capítulo 9 e no

Capítulo 10 é apresentada a declaração de responsabilidade sobre o Produto. O

Capítulo 11 traz as referências bibliográficas que subsidiaram a elaboração do

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 14

relatório. Integra ainda o relatório os anexos contendo os dados tabulados do

questionário de gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 15

INTRODUÇÃO

O Programa Municípios Verdes foi inspirado na experiência bem-sucedida

do município paraense de Paragominas que, após ter sua história associada à

expansão de atividades econômicas que incentivavam desmatamento, lançou no

começo de 2008 o projeto “Paragominas - Município Verde”, projeto bem-sucedido

que teve objetivo de enfrentar os altos índices de desmatamento a partir da realização

de um pacto local (PMV, 2013).

O Programa Municípios Verdes (PMV), criado em 2011, é um consolidado

programa do Governo do Pará, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado

de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), o Ministério Público Estadual (MPE),

o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos

Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os municípios envolvidos, a sociedade civil,

terceiro setor e a iniciativa privada.

O principal objetivo do PMV é combater o desmatamento e fortalecer a

produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental

e fundiário, com foco no estabelecimento de pactos locais contra o desmatamento, na

implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na estruturação da gestão

ambiental municipal (PMV, 2016). O primeiro passo para a adesão ao PMV é a

assinatura pelo município do Termo de Compromisso (TC) com o Ministério Público

Federal (MPF), visando dar estabilidade jurídica e política ao programa (PMV, 2013).

Dos cento e quarenta e quatro municípios do estado do Pará, 107 já tiveram sua

adesão consolidada ao programa, superando a meta do PMV de atingir 100

municípios em 2015 (PMV, 2016).

Ao assinar o TC, o município se compromete a cumprir um conjunto de

metas, a serem monitoradas e validadas pelo PMV, e passa a estar habilitado a

receber benefícios como o desembargo ambiental, incentivos fiscais e passa a ter

prioridade na alocação dos recursos públicos estaduais, nos termos da Resolução nº

01/2012 do Comitê Gestor do PMV. São sete as metas a serem cumpridas, as quais:

(1) Celebrar o pacto local contra o desmatamento com a sociedade e governos locais;

(2) Criar o grupo de trabalho municipal de combate ao desmatamento ilegal; (3)

Realizar as verificações em campo dos focos de desmatamento ilegal e reportar ao

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 16

programa; (4) Manter a taxa anual de desmatamento abaixo de 40 Km² (com base nos

critérios do PRODES/INPE); (5) Possuir mais de 80% da área municipal cadastrada

no Cadastro Ambiental Rural (CAR); (6) Não fazer parte da lista dos municípios que

mais desmatam na Amazônia e (7) Ter sua gestão ambiental minimamente

estruturada (PMV, 2013).

Para auxiliar os municípios a cumprirem as metas acima citadas, o PMV

busca viabilizar ações que contribuam efetivamente para o fortalecimento e

estruturação dos sistemas municipais de meio ambiente. O PMV estimula o município

a garantir uma gestão ambiental adequada, através da qual se permita o

compartilhamento das decisões entre os vários segmentos da sociedade,

privilegiando os múltiplos olhares na proteção ambiental e a formação da cidadania

ambiental. Nesse sentido a gestão ambiental, deve embasar-se em processos efetivos

de formulação e implementação de uma política capaz de garantir diretrizes e normas

para ações eficientes e eficazes.

A gestão administrativa descentralizada está prevista na Constituição

Federal de 1988 que afirma em seu artigo 18° que a organização político-

administrativa da República Federativa do Brasil é constituída pela União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, todos detentores da capacidade de auto-organização e

normatização própria, autogoverno e autoadministração, o que lhes confere

autonomia no sistema de gestão e deliberação no âmbito de suas esferas legais de

competências e atuação.

Em sede constitucional o artigo 30°1 expressa claramente o dever dos

municípios para os atos legislativos, sendo de competência destes entes federativos

legislarem sobre assuntos de interesse local2, bem como, a título de competência

comum, suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. Neste patamar,

cabe aos municípios, a fim de atender a seus interesses locais, decorrentes de suas

1Art. 30 - Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 2Apesar de difícil conceituação, interesse local refere-se àqueles interesses que disserem respeito mais diretamente às necessidades imediatas dos municípios, mesmo que acabem gerando reflexos no interesse regional (Estados) ou geral (União), pois, como afirmado por Fernanda Dias Menezes, ‘‘é inegável que mesmo atividade e serviços tradicionalmente desempenhados pelos municípios, como transporte coletivo, polícia das edificações, fiscalização das condições de higiene de restaurante e similares, coleta de lixo, ordenação do uso do solo urbano, etc., dizem secundariamente com o interesse estadual e nacional. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. p. 301).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 17

peculiaridades, suplementar a legislação da União e Estado fornecendo uma proteção

mais efetiva e restritiva ao meio ambiente, ao passo que, nesta esfera, deve ser

considerado o princípio da predominância dos interesses, de forma que à União

caberão as matérias de interesse geral, no âmbito e relevância nacional, aos Estados

as de relevância regional, enquanto aos municípios repousarão as competências de

âmbito local, na esfera de sua territorialidade3.

Complementarmente, nossa Carta Magna, em seu artigo 23, incisos III, VI

e VII define como competências comum4, da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios, a proteção aos documentos, obras e outros bens de valor cultural,

histórico, artístico ou natural, proteção ao meio ambiente e combate à poluição, bem

como a preservação de florestas, fauna e flora, determinando ainda, em seu parágrafo

único, que as normas para cooperação entre os entes federativos serão fixadas

através de Lei Complementar.

Neste sentido, a Lei Complementar n°140/20115, estabelece as atribuições

dos entes federativos no âmbito de suas competências, determinando as normas para

a cooperação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios nas ações

administrativas relativas ao disposto nos termos dos incisos III, VI e VII, em

concordância ao parágrafo único do art. 23 da CF/88, ficando implícito no diploma

legal em testilha a necessidade de se estabelecer instrumentos de gestão

descentralizados e participativos, integrando a cooperação das diferentes esferas da

República Federativa do Brasil.

Assim sendo, em seu artigo 9º, a Lei Complementar 140/2011, define as

ações administrativas de competência Municipal, dentre as quais se encontram

previstas, expressamente, a competência municipal para o exercício da gestão dos

recursos ambientais no âmbito de suas atribuições (inciso II), do controle e

fiscalização das atividades e empreendimentos cuja atribuição de licenciamento e

3"O interesse local se caracteriza pela predominância e não pela exclusividade do interesse para o município, em relação ao do Estado e da União. Isso porque não há assunto municipal que não seja reflexamente de interesse estadual e nacional. A diferença é apenas de grau, e não de substância." (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. p. 121). 4Constitucionalmente definida como cumulativa entre todos os entes federativos. 5 Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,

para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

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autorização ambiental lhe seja cometida (inciso XIII), a promoção do licenciamento

ambiental das atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar

impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais de

Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da

atividade, observada a competência dos demais entes federativos (inciso XIV, alínea

“a”) e a aprovação, no âmbito de suas competências, a supressão e manejo de

vegetação, florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e

unidades de conservação instituídas pelo Município, salvo em Áreas de Proteção

Ambiental - APA (inciso XV, alínea “a”).

No âmbito do estado do Pará, a Lei Estadual n° 5.887/1995 dispõe sobre a

Política Estadual do Meio Ambiente e cria em seu artigo 7º o Sistema Estadual do

Meio Ambiente (SISEMA). Esta mesma normativa traz em seu artigo 8º a estrutura

funcional do SISEMA, com a inclusão de como órgãos locais definidos como os

organismos ou entidades municipais responsáveis pela gestão ambiental nas suas

respectivas jurisdições.

Quanto à descentralização da gestão ambiental do Estado do Pará tem

destaque a Resolução COEMA nº 120/2015 que dispõe sobre as atividades de

impacto ambiental local, de competência dos Municípios. Esta resolução lista em seu

anexo único as atividades e/ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental

municipal, traz recomendações e bem como define que manterá uma Lista Oficial dos

Órgãos Ambientais Municipais Capacitados ao exercício da gestão ambiental

municipal, lista esta que é renovada continuamente, sendo a mais recente a relação

do anexo único do Comunicado SEMAS disponível em

https://www.semas.pa.gov.br/wp-content/uploads/2016/08/comunicado.pdf (Anexo

IV).

Desta forma, os municípios devem organizar-se administrativa e

legislativamente para exercerem as suas atribuições, utilizando das prerrogativas e

do poder legal para proteger o meio ambiente.

Dentro deste contexto foi elaborado o presente relatório como parte

integrante do contrato 010/2015-NEPMV, o qual tem como objetivo geral o

fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal através do Projeto Municípios

Verdes/Fundo Amazônia e dos Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios

Verdes – NEPMV e os municípios paraenses. Outras ações que integram este

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contrato referem à elaboração de planos de trabalho e de diagnósticos temáticos

(Situação dos Pactos, Dinâmica do Desmatamento), à realização de seminário de

nivelamento e de reuniões específicas, produção e execução de Planos de

Monitoramento e consolidação de relatório final de execução do contrato.

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OBJETIVO

Este relatório tem como objetivo geral apresentar o diagnóstico da gestão

ambiental municipal dos municípios integrantes da Base Local Tailândia, os quais:

Goianésia do Pará, Igarapé-Miri, Jacundá, Moju e Tailândia.

Especificamente pretende-se com este diagnóstico:

Estabelecer um panorama geral da organização, infraestrutura, política e

gerenciamento do sistema de Gestão Ambiental Municipal de forma individual

para cada município e de forma integrada por Base Local;

Fornecer dados para a atualização de informações de Gestão Ambiental na

base de dados do PMV e divulgação em sitio de internet sobre esse tema;

Propor recomendações para a melhoria do sistema de Gestão Ambiental

Municipal, bem como apontar problemas ou incongruências deste;

Embasar a reunião de divulgação dos resultados para que estes possam ser

validados junto aos municípios;

Subsidiar o Plano de Monitoramento, etapa seguinte à qual irá realizar o

acompanhamento junto aos municípios quanto ao atendimento dos

compromissos assumidos nos pactos.

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METODOLOGIA

O Projeto Fundo Amazônia/PMV, adotou como uma das estratégias para

atingir seus objetivos, o monitoramento de suas atividades e dos Pactos Locais nos

municípios beneficiários, que foram agrupados em Bases Locais considerando a sua

localização geográfica e a acessibilidade. Ao todo, o Projeto PMV/Fundo Amazônia

prevê a implantação de 20 Bases Locais no Estado do Pará contemplando os 107

municípios que atualmente fazem parte do Programa, sendo que nesta primeira etapa

foram instaladas 08 Bases Locais que atendem 44 municípios e o Distrito de Castelo

dos Sonhos em Altamira.

Fazem parte dos 44 municípios atendidos na primeira fase do Projeto, os

13 municípios presentes na lista de prioritários do MMA sob a categoria embargados,

os 06 municípios com desmatamento monitorado e considerados sob controle devido

à exclusão da lista de embargados do MMA e 21 municípios localizados no entorno

dos municípios considerados embargados ou “sob pressão”.

O Diagnóstico da Gestão Ambiental dos 44 municípios integrantes do PMV

contemplados na primeira etapa do projeto serão apresentados por Bases locais.

A fundamentação metodológica para elaboração dos estudos foi

estabelecida pelo PMV, sendo o formato de questionário o determinado para a coleta

de dados da pesquisa. As etapas que resultaram na estruturação do relatório foram a

elaboração do questionário, aplicação deste à distância (on-line) e tabulação e análise

dos dados seguida de escrita do relatório propriamente dito. Todas as etapas foram

elaboradas em escritório, não tendo havido pesquisa de campo presencial ou

aplicação de entrevistas.

Área de Estudo

O presente relatório tem como área de estudo os municípios integrantes da

base local Tailândia, os quais: Goianésia do Pará, Igarapé-Miri, Jacundá, Moju e

Tailândia.

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Conforme a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), os municípios de Goianésia da Pará e Jacundá estão inseridos na

mesorregião Nordeste paraense, enquanto os demais municípios estão localizados

na mesorregião Sudeste paraense. Em relação à classificação das microrregiões,

Moju e Tailândia estão inclusos na microrregião de Tomé-Açu; Goianésia do Pará na

microrregião Paragominas; Igarapé-Miri na microrregião de Cametá; e Jacundá na

microrregião de Tucuruí. Os limites geográficos do município se encontram ilustrados

pela Figura 4.1 a seguir.

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Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Tailândia.

Fonte: Floram (2016).

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Métodos

Elaboração do Questionário On-line

O levantamento dos dados referente ao contexto atual da Gestão Ambiental

Municipal no estado do Pará teve como base a aplicação de um questionário on-line

disponibilizado para ser respondido pelos municípios.

Um questionário padrão foi elaborado pela equipe do PMV, o qual foi

designado em contrato como responsável por tal tarefa, e disponibilizado para

aplicação pela equipe da Floram. O questionário reunia tanto perguntas abertas

quanto perguntas fechadas, sendo que algumas perguntas eram compostas.

Para melhor organização e entendimento, o questionário foi divido em duas

partes, sendo a primeira relativa às informações de ordem institucional e a segunda

quanto à atuação do órgão municipal de meio ambiente. Estas partes foram

subdivididas em seções de temática comum, as quais continham perguntas

específicas. Listam-se abaixo as seções das duas partes do questionário.

PARTE 1

Dados Gerais

Legislação Municipal e a Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

Equipe Técnica do Órgão Municipal de Meio Ambiente

Equipamentos e infraestrutura à disposição do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

Recursos financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente

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PARTE 2

Licenciamento Ambiental realizado pelo Órgão Municipal de Meio Ambiente

Questão Ambiental e sua importância no âmbito municipal

Ações Gestão Ambiental desenvolvidas pelo Órgão Municipal de Meio

Ambiente

Medidas e ações propostas pelo Programa Municípios Verdes

Sistema Municipal de Meio Ambiente

Tributação Ambiental (ICMS Verde) e medidas de incentivo à preservação

Ambiental no âmbito Municipal

O questionário foi elaborado para ser respondido usando a ferramenta

gratuita da plataforma do Google Forms6 a qual gera um questionário eletrônico (on-

line).

Aplicação e Preenchimento do Questionário

A Floram foi nomeada para ser a gerenciadora da aplicação dos

questionários e os Secretários de Meio Ambiente dos municípios foram designados

para responder os mesmos. Nos casos em que o Secretário não pudesse responder

o questionário este poderia designar alguém de sua confiança e com conhecimento a

respeito da gestão ambiental municipal para respondê-lo.

De modo a dar suporte e instrução às secretarias na execução desta tarefa

os técnicos da Floram da Base Local entraram em contato com todos os Secretários

através de e-mail e telefone. Neste contato foi ressaltada a importância da

participação dos municípios na elaboração do diagnóstico da gestão ambiental

municipal. Foi solicitado que as secretarias de meio ambiente designassem um

responsável pelo preenchimento do formulário que tivesse domínio da gestão

6 Disponível em: https://apps.google.com.br/intx/pt-BR/products/forms/

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ambiental local e disponibilidade para o atendimento das demandas da pesquisa. Em

cada município foi aplicado um questionário completo.

O questionário eletrônico da plataforma do Google Forms foi enviado para

as SEMMAs por meio de uma conta de e-mail do Google que foi criada exclusivamente

para responder ao questionário on-line.

O Quadro 4.1 apresenta os e-mails criados para que as Secretarias

tivessem acesso ao questionário de gestão ambiental.

Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental

Município E-mail

Goianésia do Pará [email protected]

Igarapé-Miri [email protected]

Jacundá [email protected]

Moju [email protected]

Tailândia [email protected]

O contato das bases com as secretarias municipais foi realizado pela

Floram de modo a explicar o procedimento para o preenchimento do questionário on-

line, tendo sido fornecido detalhes sobre a conta de e-mail que foi criada para este

fim, com entrega formalizada de usuário e senha dos e-mails para os Secretários. Foi

informado que o link com o questionário on-line seria enviado exclusivamente para o

e-mail criado e que o usuário deveria estar “logado” (conectado a conta de e-mail)

para preencher o questionário. Dificuldades em contatar algumas secretarias foram

contornadas com insistentes tentativas. A disponibilização para as secretarias dos

links para acesso às duas partes do questionário de gestão ambiental foi realizada no

dia 29 de abril de 2016 por meio do e-mail específico criado. Os e-mails enviados

podem ser consultados no Anexo I deste relatório.

Após o envio do e-mail com o link foi realizado novo contato por telefone

para confirmar o recebimento do mesmo.

O apoio ao pesquisado foi realizado por meio da internet e telefone. A

equipe responsável pela aplicação acompanhou sistematicamente o envio e

preenchimento dos questionários entre os dias 29/04/2016 e 16/05/2016.

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A utilização da plataforma do Google Forms permite o acompanhamento

em tempo real, em modo on-line, o preenchimento do questionário. Esta ferramenta

permitiu que fosse realizado o acompanhamento do desenvolvimento da pesquisa e

da atuação das secretarias municipais de meio ambiente.

Tabulação e Análise dos dados

A tabulação dos dados brutos foi gerada de forma automática no formato

de planilha on-line pela plataforma Google Forms. A planilha on-line foi exportada para

o programa Microsoft Office Excel, versão 2007, onde foram processadas as análises

que integram o relatório. Os questionários tabulados são apresentados no Anexo II.

A análise preliminar dos dados brutos foi realizada pela equipe da Floram

por meio de leitura minuciosa das respostas dos itens do questionário buscando

possíveis inconsistências nas respostas apresentadas. Caso constatada a

incoerência a equipe da Floram buscou esclarecimentos pertinentes a partir do

contato com o responsável pelo preenchimento do questionário. Foram solicitadas às

prefeituras que encaminhassem para a Floram Engenharia e Meio Ambiente as leis

ambientais municipais, no entanto, a empresa não teve acesso a muitas das

normativas existentes. Com isso, não foi possível a checagem e análise completa de

partes que tangem tal panorama.

Os dados disponibilizados pelos municípios foram analisados de forma a

se desenhar um retrato da estrutura da gestão ambiental municipal, abrangendo seu

papel e forma de atuação. Para tal, análises quantitativas e qualitativas foram

empreendidas, tendo sido ainda realizadas avaliações tanto individuais para cada

município quanto avaliações integradas referentes ao conjunto dos municípios que

integram as bases locais.

Para elaboração do diagnóstico da gestão ambiental, levou-se em

consideração a interpretação dos dados coletados pela aplicação do questionário,

bem como referências bibliográficas e consultas à legislação pertinente. Foram

analisados os dados referentes à estrutura institucional e a estrutura operacional das

Secretarias de Meio Ambiente. De modo a se estabelecer um panorama da atuação

dos sistemas ambientais avaliados foi verificada a existência de órgão municipal de

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meio ambiente, conselho municipal de meio ambiente, fundo de meio ambiente,

política municipal de meio ambiente e de instrumentos normativos ligados à temática

ambiental. Além disso, foi verificado se o município realiza o licenciamento, a

fiscalização e o monitoramento ambiental, e se há existência de corpo técnico efetivo

e habilitado para o exercício destas funções, bem como se há espaço físico e

equipamentos disponíveis para a operacionalização das secretarias.

A implementação de medidas e ações de gestão ambiental associadas à

atuação das secretarias de meio ambiente municipais foram avaliadas, bem como a

atuação vinculada ao PMV. A gestão ambiental do município foi avaliada também

quanto ao seu caráter participativo e associativo sendo averiguado a existência de

cooperação, convênio, consórcios, articulações ou outras formas de integração com

outros municípios ou outras instituições atuantes no âmbito ambiental (órgãos

ambientais federais e estadual, Ministério Público Federal e Estadual, etc.).

A atuação da gestão ambiental municipal descrita pelo questionário

respondido pelas próprias secretarias municipal de meio ambiente foi confrontada com

dados disponíveis como referências técnicas e legislação pertinente. Quando

identificados desvios estes foram apontados de modo a buscar a proposição de

melhorias na gestão ambiental municipal.

De modo a ilustrar o diagnóstico foi solicitado aos Secretários cópia da

Política Municipal de Meio Ambiente e fotografias das estruturas da Secretaria e da

Política Municipal de Meio Ambiente, quando existente.

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DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Goianésia

do Pará

Identificação do Município

Município: Goianésia do Pará

Prefeito: Antonio Pego

Secretário de Meio Ambiente: Jailson Marques Pereira

Responsável pelas informações: Jailson Marques Pereira

Vínculo da responsável pelas informações: concursado (efetivo)

Telefone: (94) 992496819

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Rua Pedro Soares De Oliveira S/N - Colegial - Goianésia Do Pará -

6839000 - Em frente a Praça Dos Três Poderes

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O município de Goianésia do Pará possui Sistema Municipal de Meio Ambiente

(SMMA) instituído pela Lei Municipal nº 233/2009. O município possui uma secretaria

exclusiva para tratar das questões ambientais.

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 (Anexo III) e o anexo único do Comunicado SEMAS

que traz a relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão

ambiental de forma plena e/ou parcial (Anexo IV), a Secretaria Municipal de Meio

Ambiente de Goianésia do Pará (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local. Entre as atribuições da Secretaria Municipal de Meio

Ambiente estão a fiscalização, educação ambiental, cadastro ambiental,

licenciamento ambiental e monitoramento.

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No que tange aos recursos organizacionais, a SEMMA possui cadastro de

atividades a licenciar e/ou impactantes, procedimentos administrativos internos,

cadastro técnico ambiental, fluxo de processo, controle de processos, termos de

referência ao processo de licenciamento ambiental, termo de notificação, termo de

apreensão, termo de inutilização e auto de infração.

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma Secretaria específica e estruturado junto com o

Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) e o Fundo Municipal de Meio

Ambiente. O CMMA, o FMMA e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, integram,

na qualidade de órgãos locais, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981.

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Goianésia do Pará possui Política Municipal de Meio

Ambiente instituída pela Lei Municipal n° 233/2009.

Sobre o ICMS Verde, a SEMMA informou que não possui norma específica

que o regulamente.Contudo, a SEMMA utiliza como referência a Lei Estadual 7.628

de 12 de julho de 2012, que criou, no Estado do Pará, o critério ecológico de passe

do ICMS. Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto 775 de 26 de junho de 2013 e pela

Portaria SEMA 1.562 de 7 de junho de 2013.

O Quadro 5.1 apresenta as lesgilações do município de Goianésia do Pará

relacionadas à gestão ambiental.

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Quadro 5.1- Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Goianésia do Pará.

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 233/2009

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 233/2009

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 234/2009

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 235/2009

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 233/2009

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Utilizam a do Estado

Lei de Diretrizes Urbanas Emenda a Lei Orgânica Municipal nº 001/2011

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Emenda a Lei Orgânica Municipal nº 001/2011

Lei de Política de incentivos voltados à preservação/recuperação ambiental Utilizam a do Estado

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Não possui

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SEMMA, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) de Goianésia do Pará foi criado pela Lei Municipal n° 234/2009 e possui

caráter consultivo, deliberativo, fiscalizador e assessoramento.

O CMMA é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal, deliberativo no âmbito de sua competência, agente fiscalizador

da legislação ambiental municipal e de assessoramento sobre as questões

ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa sobre este

disponha quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de

escolha de suas representações. Atualmente, o CMMA de Goianésia do Pará é

formado 16 conselheiros, sendo oito representantes do poder público e oito

representantes da sociedade civil organizada, ou seja, possui composição paritária.

Entre as instituições participantes do CMMA foram citados órgãos municipais

setoriais. Nos últimos 12 meses, o CMMA só se reuniu para realização de reuniões

extraordinárias.

No tocante as resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA não

deliberou resoluções.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)

está disposta no art. 4º da Lei Complementar nº 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Goianésia do Pará possui FMMA instituído pela Lei

Municipal nº 235/2009. O fundo possui conta bancária própria e de acordo com a

SEMMA, os recursos do fundo não são utilizados rotineiramente.

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, a SEMMA informou que o CMMA

acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A SEMMA recebe recursos advindos da prefeitura. O valor aproximado dos

recursos provindos deste órgão para pagamento de despesas como salários e energia

varia entre R$ 20.000,00 a R$ 40.000,00 por mês. A SEMMA informou que os valores

das taxas de licenciamento são repassados diretamente para a prefeitura.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a SEMMA, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA.

Em consulta ao site do Programa Municípios Verdes (PMV) é possível

observar que o município de Goianésia do Pará recebeu repasse do ICMS Verde

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equivalente a R$ 302.899,457 em 2014 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro

de 2015) a R$ 210.308,288.

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, o município de

Goianésia do Pará possui capacidade para exercer a gestão ambiental local, em

conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria SEMAS

nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS (Anexo IV) que traz a relação

de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de forma

plena e/ou parcial.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº 120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/20159 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e Municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

Seguindo o disposto nas legislações supraditas, o município de Goianésia

do Pará realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto

local. As atividades licenciadas pelo município são as seguintes: agrossilvipastoril,

pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial, queima controlada, posto de

combustível, limpeza de pasto degradado (limpeza de juquira) e licença ambiental

rural. As principais demandas para licenciamento ambiental no município,

7 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 8 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf 9 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

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considerando área urbana e rural são de postos de combustíveis, serrarias, limpeza

de vegetação secundária, bovinocultura, piscicultura e reflorestamento.

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local pelo

município, a SEMMA afirmou que não monitora as atividades que licencia. Tal aspecto

demonstra que há uma falta de controle por parte do órgão ambiental local quanto às

atividades e empreendimentos instalados e operando no município, o que podem vir

a causar impactos locais significantes.

O município afirmou ter delegação de competência do estado para a

atividade de licenciamento nos termos do artigo 5° da Lei Complementar nº 140/2011

e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013, entretanto não informou as atividades

para as quais possui a delegação.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental, sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981 e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199510. De acordo com a SEMMA, o apoio

do governo Estadual/ Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas, etc), financeira, de infraestrutura

e no comando e controle (auxílio em ações de fiscalização, monitoramento).

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido, o Quadro 5.2 apresenta as principais atividades

impactantes do município de Goianésia do Pará. É possível observar que o

desmatamento ilegal, extração ilegal de produtos florestais, transporte ilegal de

10 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

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produtos florestais, descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos, a pesca predatória e

falta de saneamento básico são as atividades que mais causam impacto no município.

De fato, o desmatamento ilegal pode ser considerado uma das atividades

mais impactantes em Goianésia do Pará, uma vez que o município possui 54,5% da

área territorial municipal desmatada.

O descarte ilegal de resíduos sólidos juntamente com a falta de

saneamento básico também foi apontado como atividades mais impactantes. Tais

atividades podem gerar passivos relacionados à poluição do solo, visual, da água, do

ar e de proliferação de vetores causadores de doenças.

No geral, as atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente em

Goianésia do Pará foram classificadas quanto ao grau de impacto, em sua maioria,

como “requer acompanhamento/ monitoramento”.

Quadro 5.2 – Atividades impactantes no município de Goianésia do Pará.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal mais impactante

Queimada ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

requer acompanhamento/monitoramento

Extração ilegal de produtos florestais mais impactante

Transporte ilegal de produtos florestais mais impactante

Contaminação do solo requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do ar (fumaça) requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído menos impactante

Pesca predatória mais impactante

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

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Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses, o município promoveu sete campanhas de

conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas relacionados ao

Licenciamento Ambiental Rural (LAR), Cadastro Ambiental Rural (CAR), destinação

dos resíduos sólidos, queimadas e desmatamento, sendo que todas foram

promovidas pelo Governo Municipal.

A SEMMA tem sido demandada pela população para promover campanhas

de educação ambiental no município quanto aos temas de monitoramento de queima

e destinação dos resíduos sólidos.

Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente abordada nas

disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar (transversal).

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A SEMMA de Goianésia do Pará funciona em uma sede anexo da

Prefeitura. No que se refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas

que viabilizam a atividade técnica, estão disponíveis na SEMMA os equipamentos

listados no Quadro 5.3.

A SEMMA possui acesso à internet com boa qualidade de conexão. A

secretaria não possui sistema de gerenciamento de atividades informatizado,

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 39

ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de trabalho da secretaria e na

busca de informações.

Quadro 5.3 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Goianésia do Pará.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 6 Quatro aquisição prefeitura e dois doados pelo

Estado

Notebook/ laptop 1 Prefeitura

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Sim -

Carro 1 Doado pelo Estado (Ideflor-Bio)

Moto 4 Doada pelo Estado (SEMAS)

Embarcação 1 Doado Pelo Estado ( Idelflor-Bio)

Receptor GPS 1 Doado pelo IMAZON

Decibelímetro 1 Doado pelo Estado (SEMAS)

Máquina fotográfica 1 Doado pelo Estado( SEMAS)

Internet Sim Qualidade da conexão: Boa

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual do município de Goianésia do Pará, em termos do apoio ao exercício de

fiscalização e licenciamento revelou-se insatisfatória. Considerando o número de

funcionários da SEMMA, especialmente da área técnica (8 funcionários), o número de

computadores e notebooks revela-se insuficientes para a realização dos trabalhos da

secretaria. O número limitado de equipamentos como carro, embarcação,

decibelímetro e câmera fotográfica se mostrou insuficiente, pois, caso qualquer um

destes venha a sofrer algum dano que impeça o seu uso, as atividades de fiscalização

e monitoramento a serem realizadas pela SEMMA poderão ser inviabilizadas.

Recomenda-se, que os equipamentos a disposição da SEMMA devem ser

suficientes para suprir minimamente o número de equipes a sua disposição, com

intuito de garantir a frequência e a efetividade das ações de fiscalização e

monitoramento ambiental das atividades potencialmente degradadoras do meio

ambiente desenvolvidas no município.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 40

A Figura 5.1 e Figura 5.2 mostra a infraestrutura da SEMMA de Goianésia

do Pará.

Figura 5.1 e Figura 5.2 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Goianésia do Pará.

Fonte: Floram (2016).

Equipe da Secretaria

A SEMMA conta com um total de 13 funcionários, distribuídos entre a área

administrativa (um), técnica (oito) e de serviços gerais (quatro). Destes, cinco

funcionários são efetivos, sendo quatro profissionais efetivos na área técnica e um na

área administrativa.

Em relação à escolaridade, a equipe da SEMMA é composta por dois

profissionais de nível fundamental, três de nível médio e oito de nível superior

completo, sendo que destes, quatro possuem pós-graduação. Os tipos de habilitação

para os profissionais com nível superior são: um engenheiro agrônomo, um biólogo,

um engenheiro florestal, um geógrafo, três gestores ambientais e um pedagogo.

Apenas quatro profissionais possuem registro no conselho profissional.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

Considerando a equipe declarada pela SEMMA de Goianésia do Pará, o

corpo técnico pode ser considerado satisfatório. Contudo, faz-se necessária a inclusão

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 41

de um profissional da área de segurança do trabalho para verificar as análises do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e Planos de Gerenciamento de Riscos,

tendo em vista que a SEMMA emite licenças para postos de combustíveis. Salienta-

se também a necessidade de incluir mais profissionais da engenharia florestal e

agronômica, especialmente porque a SEMMA apontou o desmatamento como

atividade mais impactante ao município e também possui demandas para

licenciamento de atividades como limpeza de vegetação secundária, bovinocultura,

piscicultura e reflorestamento.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é

recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do

município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para

exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.

No que tange as capacitações dos profissionais da SEMMA, nos últimos 12

meses os técnicos participaram de capacitação de Qualificação da Gestão Ambiental

dos Municípios do Pará.

Instrumentos para o controle do desmatamento

O município de Goianésia do Pará assinou o Termo de Compromisso com

o Ministério Público Federal em 03/02/2011 e o Pacto pelo Controle do Desmatamento

em 29/03/2011. O município assinou o Repacto pelo Combate ao Desmatamento, pelo

Desenvolvimento Sustentável e a Regularização Ambiental em 09 de junho de 2016.

Em relação à criação do grupo de combate ao desmatamento, este ainda

não legalmente instituído pelo município de Goianésia do Pará. Ressalta-se que em

10 de junho de 2016 foi assinado o termo de adesão para criação do grupo de combate

ao desmatamento e no dia 12 de setembro de 2016 foi encaminhado para o setor

jurídico da Prefeitura Municipal de Goianésia de Pará o decreto de criação para

assinatura do prefeito. Contudo, até o presente momento este ainda não foi assinado.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 42

Além dos instrumentos supracitados, como o pacto e grupo de combate ao

desmatamento, o município de Goianésia do Pará realizou uma oficina participativa

para tratar do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento

(PPCAD). Os participantes, por meio das discussões nas oficinas participativas

associado aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento

do município de Goianésia do Pará identificaram as principais problemáticas para o

combate ao desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar essas

dificuldades. Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do PPCAD

municipal que será um documento norteador para o combate ao desmatamento e ao

desenvolvimento sustentável do município.

Por outro lado, a SEMMA informou que os desmatamentos ocorridos em

áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas não estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou

reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

O município de Goianésia do Pará não possui norma específica

disciplinando o PRA no município. Entretanto, a SEMMA informou que executa o

Programa.

Nenhuma política de incentivos voltados a preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. Além disso, não são adotadas nenhuma outra

política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental em

Goianésia do Pará. Salienta-se que embora a SEMMA tenha afirmado que o município

não adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização

ambiental, sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos

do PRA, segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente, o

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 43

município possui 71,03% (Quadro 5.4) de CAR da área total cadastrável (SEMA-

01/201611).

Quadro 5.4 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Goianésia do Pará.

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Goianésia do Pará 6.452,60 91,87 4.583,14 71,03 578,94 8,97

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Instrumentos de Cooperação

O município de Goianésia do Pará não possui nenhum tipo de acordo de

cooperação ou convênio com órgãos ou instiuições públicas ou privadas.

A SEMMA informou que não faz parte de nenhum tipo de consórcio com

outros municípios e, de acordo com a Secretaria, o Ministério Público Estadual

participa da gestão ambiental local.

Considerando as articulações institucionais, a SEMMA informou que

participa de conselhos gestores municipais, de associações e instituições de

secretários.

Sobre a participação do MPE na gestão ambiental de Goianésia do Pará, a

SEMMA informou que o órgão é participativo, citando como exemplo a verificação de

denúncias, pedidos de informações e recomendações de melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

11 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503093

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De acordo com a SEMMA de Goianésia do Pará, o PMV contribui na gestão

ambiental municipal por meio de apoio na estruturação interna e no funcionamento

das atividades, fortalecendo assim a gestão nos municípios.

Evidencia-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Goianésia do Pará:

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Goianésia do Pará

assinou o Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental

em 29 de março de 2011 e o Repacto pelo Combate ao Desmatamento, pelo

Desenvolvimento Sustentável e Regularização Ambiental em 09 de junho de

2016.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O município assinou o Termo

de Adesão para criação do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento.

Contudo, até o momento, o decreto de criação do grupo ainda não foi publicado.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Goianésia do Pará alcançou

71,03 % da área de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Goianésia do Pará

possui taxa de desmatamento anual menor que 40 km2. Em 2015, a taxa anual

foi de 25,1 km2.

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município de Goianésia

do Pará não realizou a verificação em campo dos boletins de alerta de

desmatamento em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Goianésia do Pará não integra a lista dos municípios que mais desmatam na

Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:

O município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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O município de Goianésia do Pará cumpriu 5 das 7 metas estabelecidas

pelo PMV. As metas relacionadas ao CAR (Meta 3) e a criação do grupo de combate

ao desmatamento (Meta 2) não foram totalmente cumpridas.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Nenhuma política de incentivos voltados a preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município de Goianésia do Pará. Não foram adotadas,

também, nenhuma outra política ambiental federal ou estadual com caráter de

regularização ambiental.

Entretanto, o município realiza o “Natal Ecológico”, na qual são utilizados

materiais reciclados a partir de doações das escolas e da comunidade, que são

tratados e decorados, proporcionando uma bela ornamentação nos principais pontos

da cidade.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental e audiências públicas.

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Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Igarapé-

Miri

Identificação do Município

Município: Igarapé-Miri

Prefeito: Roberto Pina Oliveira

Secretário de Meio Ambiente: Benedito do Socorro Oliveira da Costa

Responsável pelas informações: Benedito do Socorro Oliveira da Costa

Vínculo da responsável pelas informações: concursado (efetivo)

Telefone: (91) 99229-3937

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Trav. Suplicio de Moraes, s/n – Santa Clara - CEP 68430-000 – Igarapé-

Miri/PA.Anexo II do Polo Universitário UAB-UEPA.

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a

relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de

forma plena e/ou parcial, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pesca e

Aquicultura de Igarapé-Miri (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local.

O município de Igarapé-Miri possui Sistema Municipal de Meio Ambiente

(SISMUMA), mas não informou a lei de criação do referido sistema. O município

dispõe de uma secretaria exclusiva para tratar das questões ambientais. Entre as

atribuições da SEMMA estão a fiscalização, educação ambiental e monitoramento.

No que tange aos recursos organizacionais, a SEMMA informou que não

dispõe de sistema que determine os procedimentos de atuação do órgão no município.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 47

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente, de acordo

com a SEMMA, encontra-se em processo de estabelecimento no município, mas já

conta com com uma secretaria específica e estruturada junto com o Conselho

Municipal de Meio Ambiente (CMMA) e o Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA).

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Igarapé-Miri não possui lei específica que estabaleça a

Política Municipal de Meio Ambiente.

A SEMMA declarou que o município possui Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº 4.948/2006, que

é requisito legal para municípios com população superior a 20.000 habitantes,

conforme prevê a Lei Federal nº 10.257/2001.

Segundo a SEMMA, o município de Igarapé-Miri não possui Plano

Ambiental que contemple as características locais e regionais.

Sobre o ICMS Verde, a SEMMA informou que o município de Igarapé-Miri

não dispõe de lei específica que o regularmente.

O Quadro 5.5 apresenta as lesgilações do município de Igarapé-Miri

relacionadas à gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 48

Quadro 5.5 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Igarapé-Miri.

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Encontra-se na Câmara Municipal de

Vereadores para aprovação

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 4.989/2010

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 5.022/2011

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 5.022/2011

Política Municipal de Meio Ambiente Não possui

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Não possui

Lei de Diretrizes Urbanas Não possui

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 4.948/2006

Lei de Política de incentivos voltados à preservação/recuperação ambiental

Não possui

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Não possui

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SEMMA, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) de Igarapé-Miri foi criado pela Lei Municipal nº 5.022/2011 e possui caráter

consultivo, deliberativo, normativo e fiscalizador.

O CMMA é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal, deliberativo no âmbito de sua competência, agente fiscalizador

da legislação ambiental municipal e normativo sobre as legislações ambientais. O

ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa sobre este disponha quanto à

autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de escolha de suas

representações. Atualmente, o CMMA de Igarapé-Miri é formado por 16 conselheiros,

sendo 8 representantes do poder público e 8 representantes da sociedade civil

organizada, o que caracteriza uma composição paritária. Entre as instituições

participantes do CMMA foram citados órgãos municipais setoriais, ONGs locais,

Câmara dos Vereadores e órgãos de pesquisa. Nos últimos 12 meses, o CMMA se

reuniu pelo menos uma vez por mês.

No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA

deliberou apenas uma resolução.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 49

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)

está disposta no art. 4º da Lei Complementar n 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Igarapé-Miri possui FMMA pela Lei Municipal nº

5.022/2011. O Fundo possui conta bancária própria e de acordo com a SEMMA, os

recursos do fundo são utilizados rotineiramente na realização de fiscalizações,

estruturação da secretaria, trabalhos de educação ambiental e capacitação dos

servidores.

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, a SEMMA informou que o CMMA

não acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A SEMMA recebe recursos advindos da prefeitura, de convênios, de

projetos e outras fontes. O valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura para

pagamento de despesas como salários e energia é superior a R$ 80.000,00 por mês.

Ainda segundo a SEMMA, os valores anuais dos recursos provindos de

convênios, projetos e outras fontes são de até R$ 1.000,00, para cada tipo de fonte.

A SEMMA não dispõe de recursos provindos de fonte própria (multas taxas,

etc.).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a SEMMA, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA. Contudo, a SEMMA afirmou ter ciência de que quando este recurso for

repassado, a definição da forma de utilização deverá ser feita em acordo com o

CMMA.

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de

Igarapé-Miri recebeu repasse do ICMS Verde equivalente a R$ 214.067,5712 em 2014

e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 283.548,6713.

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, o município de

Igarapé-Miri possui capacidade para exercer a gestão ambiental local, em

conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria SEMAS

nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a relação de

municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de forma plena

e/ou parcial.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº 120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/201514 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

12 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 13 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf 14 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

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Embora o município de Igarapé-Miri tenha a capacidade para exercer a

gestão ambiental local, em conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016,

atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016, a SEMMA informou que o município

não realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto

local. Ainda segundo a SEMMA, as principais demandas para licenciamento ambiental

no município, considerando área urbana e rural são: comércio em geral, marcenaria,

movelaria em geral, postos flutuantes e terrestres de combustíveis e de gás de

cozinha, manejo de açaizais e de indústrias de beneficiamento de açaí, palmito e

frutas.

Quanto à delegação de competência do Estado para a atividade de

licenciamento nos termos do artigo 5° da Lei Complementar N° 140/2011 e da

Instrução Normativa SEMAS Nº 005/2013, a SEMMA de Igarapé-Miri informou que

não possui tal delegação.

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local

licenciadas pelo município, a SEMMA afirmou que não monitora, pois ainda não

licencia.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental, sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981 e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199515. De acordo com a SEMMA, o apoio

dos governos Estadual e Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas,

a partir de capacitação, orientação, elaboração de normativas, entre outros temas.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

15 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

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Nesse sentido o Quadro 5.6 apresenta as principais atividades impactantes

do município de Igarapé-Miri. É possível observar que a contaminação do solo, o

descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos, o descarte ilegal de resíduos sólidos

agrossilvipastoris, barulhos e ruídos, a pesca predatória e a falta de saneamento

básico são as atividades que mais causam impacto no município.

O descarte ilegal de resíduos sólidos, juntamente com a falta de

saneamento básico, pode gerar passivos relacionados à poluição do solo, visual, da

água, do ar e de proliferação de vetores causadores de doenças. Impactos

relacionados à contaminação do solo e descarte ilegal de resíduos agrossilvipastoris

podem estar associados ao manejo do açaí.

Em relação ao desmatamento ilegal, de fato, esta atividade pode ser

considerada uma das menos impactantes tendo em vista as baixas taxas anuais de

desmatamento. Em 2015, a taxa anual de desmatamento foi de 0,3 km2. Por outro

lado, Igarapé-Miri detém 46,94 % de remanescentes florestais, o que requer

acompanhamento para que não ocorra desmatamento ilegal de modo que o município

consiga diminuir ainda mais suas taxas de desmatamento, caminhando para o

desmatamento líquido zero.

A SEMMA apontou que a invasão e degradação florestal de áreas

protegidas requer acompanhamento quanto ao grau de impacto. Contudo, sabe- que

o município não possui unidades de conservação e terras indígenas.

Quadro 5.6 – Atividades impactantes no município de Igarapé-Miri.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal menos impactante

Queimada ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

requer acompanhamento/monitoramento

Extração ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Transporte ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do solo mais impactante

Contaminação do ar (fumaça) menos impactante

Contaminação da água requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris mais impactante

Barulho/ruído mais impactante

Pesca predatória mais impactante

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Quadro 5.6 – Atividades impactantes no município de Igarapé-Miri.

Atividade Grau de Impacto

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses, o município de Igarapé-Miri não promoveu

campanhas de conscientização ambiental.

A SEMMA tem sido demandada pela população para promover campanhas

de educação ambiental no município quanto aos temas de agricultura sustentável,

agroecologia e sustentabilidade.

Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente abordada nas

disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar (transversal).

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A SEMMA de Igarapé-Miri possui sede própria com quatro salas. No que

se refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a

atividade técnica, estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.7.

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A SEMMA possui acesso à internet, porém de acordo com a mesma, a

qualidade da conexão é ruim. A secretaria não possui sistema de gerenciamento de

atividades informatizado, ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de

trabalho da secretaria e na busca de informações.

Quadro 5.7 – Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura de Igarapé-Miri.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 1 Cessão

Notebook/ laptop 0 -

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Não -

Carro 0 -

Moto 1 Cessão

Embarcação 0 -

Receptor GPS 0 -

Decibelímetro 1 Cessão

Máquina fotográfica 0 -

Possui Internet Sim Qualidade da conexão: ruim

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual do município de Igarapé-Miri, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e

licenciamento revelou-se insatisfatória. O município declara que a maioria das

atividades desenvolvidas em seu território quanto ao nível de impacto são

classificados como “requer acompanhamento/monitoramento” e “mais impactantes”.

Entretanto, a SEMMA não possui uma infraestrutura que permita fiscalizar as

intervenções e explorações ilegais que ocorrem sob sua responsabilidade, já que não

possui autonomia de locomoção por falta de veículos automotivos, não possuem

equipamentos que viabilizem o registro das irregularidades por meio de fotografias e

coordenadas geográficas e possui apenas um computador para registro de

fiscalização.

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Página 55

Equipe da Secretaria

A SEMMA conta com um total de cinco funcionários, distribuídos entre a

área administrativa (um), técnica (três) e de serviços gerais (um). Destes, dois

funcionários são efetivos, sendo um profissional efetivo na área técnica e um na área

administrativa.

Em relação à escolaridade, a equipe da SEMMA é composta por um

profissional de nível fundamental, três de nível médio e um de nível superior completo,

sendo este um engenheiro agrônomo. Dois profissionais possuem registro em

conselho profissional de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

Considerando a equipe declarada pela SEMMA de Igarapé-Miri, o corpo

técnico pode ser considerado insatisfatório, haja vista a necessidade de uma

secretaria de meio ambiente possuir um quadro multidisciplinar contemplando

analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade

ambiental das atividades ou empreendimentos de forma correta.

Ressalta-se que é recomendado que a equipe técnica seja formada por

servidores concursados do município, tendo em vista a autonomia funcional dos

mesmos e a segurança para exercer suas atividades, sem submissão a interesses

particulares e/ou políticos.

No que tange às capacitações dos profissionais da SEMMA, nos últimos 12

meses, os técnicos participaram de capacitações relacionadas a gestão ambiental e

ao CAR.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 56

Instrumentos para o controle do desmatamento

De acordo com o site do PMV, o município de Igarapé-Miri assinou o Termo

de Compromisso com o Ministério Público Federal em novembro de 2010 e celebrou

o Pacto pelo Combate ao Desmatamento, pelo Desenvolvimento Sustentável e a

Regularização Ambiental em junho de 2016. Entretanto, o responsável da SEMMA

por responder o questionário de gestão ambiental disponibilizado pela Floram

informou que estes compromissos não foram assumidos pelo órgão.

Em relação ao Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Igarapé-

Miri, este foi criado pela Portaria Municipal nº 407/2016 em 03 de agosto de 2016.

Além dos instrumentos supracitados, o município de Igarapé-Miri realizou

uma oficina participativa para tratar do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas

ao Desmatamento (PPCAD). Os participantes, por meio das discussões nas oficinas

participativas associado aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do

Desmatamento do município de Igarapé-Miri identificaram as principais problemáticas

para o combate ao desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar

essas dificuldades. Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do

PPCAD municipal que será um documento norteador para o combate ao

desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do município.

Por outro lado, de acordo com a SEMMA, os desmatamentos ocorridos em

áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas não estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou

reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 57

O município de Igarapé-Miri não possui norma específica disciplinando o

PRA no município e também não executa o Programa. Nenhuma política de incentivos

voltados a preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município.

Salienta-se que embora a SEMMA tenha afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente, Igarapé-Miri

possui 46,43% (Quadro 5.8) de CAR da área total cadastrável (SEMA-01/201616).

Quadro 5.8 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Igarapé-Miri

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Igarapé-Miri 1.671,00 83,68 775,86 46,43 560,94 33,57

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Instrumentos de Cooperação

A SEMMA informou que Igarapé-Miri possui ações cooperadas com órgão

ambiental estadual para capacitação técnica relacionada ao CAR. Por outro lado,

afirmou que não possui ações cooperadas com órgão ambiental federal.

Em relação aos termos de cooperação, a SEMMA afirmou possui um termo

de cessão com o programa “Pará Rural”. Segundo a SEMMA, o município não possui

convênios com outras instituições e não faz de consórcio com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais que possibilitam a troca de

experiências, a construção e a produção de saberes, a SEMMA informou que

participar de fóruns, associações de entes federados e/ou instituições, associações

de municípios, de secretários, seminários e capacitações. Como exemplo, a SEMMA

16 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503309

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 58

informou a participação de cursos relacionados à qualificação da gestão ambiental e

capacitação técnica para realização do CAR.

De acordo com a SEMMA, o Ministério Público Estadual participa da gestão

ambiental local a partir da verificação de denúncias e pedido de informações.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a SEMMA, o PMV contribui na gestão ambiental municipal

fornecendo a infraestrutura da SEMMA e capacitações técnicas.

Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Igarapé-Miri:

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Igarapé-Miri assinou o

Pacto pelo Combate ao Desmatamento, pelo Desenvolvimento Sustentável e a

Regularização Ambiental em junho de 2016.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: No dia 03 de agosto de 2016 foi

expedida a Portaria Municipal nº 407/2016 que cria o Grupo Municipal de

Combate ao Desmatamento de Igarapé-Miri.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Igarapé-Miri alcançou 46,43 %

da área de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Igarapé-Miri possui

taxa de desmatamento anual menor que 40 km2. Em 2015, a taxa anual foi de

0,3 km2.

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: Para o município de Igarapé-

Miri não houve alerta de desmatamento em 2016.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 59

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Igarapé-Miri não integra a lista dos municípios que mais desmatam na

Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:

O município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

O município de Igarapé-Miri cumpriu 6 das 7 metas estabelecidas pelo

PMV. Apenas a meta relacionada ao CAR (Meta 3) não foi totalmente cumprida.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Nenhuma política de incentivos voltados à preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra

política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

O município informou que adota como estratégia para auxiliar o processo

de gestão o “Projeto de Agricultura Sustentável” e o “Projeto de Agroecologia Parceiro

do Campo”.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

realiza campanhas públicitárias, promove palestras e debates, audiências públicas e

eventos participativos,como mutirões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 60

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Jacundá

Identificação do Município

Município: Jacundá

Prefeito: Itonir Aparecido Tavares

Secretário de Meio Ambiente: Valmir Batista da Silva

Responsável pelas informações: Valmir Batista da Silva

Vínculo da responsável pelas informações: comissionado (temporário)

Telefone: (94) 99135-0065

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Rod. PA-150, Km 85, Parque Industrial, CEP 68590-000, Jacundá - PA

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O município de Jacundá possui Sistema Municipal de Meio Ambiente

(SISMUMA), porém não possui uma secretaria exclusiva para tratar das questões

ambientais. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Jacundá

(SEMATUR) foi instituída pela Lei Municipal nº 2.304/2001 e dentre suas atribuições

estão a: fiscalização, educação ambiental e monitoramento.

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a

relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de

forma plena e/ou parcial, a SEMATUR possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local.

No que tange aos recursos organizacionais, a SEMATUR possui

organograma da estrutura do órgão, cadastro de atividades a licenciar e/ou

impactantes, procedimentos administrativos internos, fluxo de processo, controle de

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 61

processos, termo de notificação, termo de apreensão, termo de inutilização e auto de

infração.

Legislação Ambiental

O município de Jacundá possui Política Municipal de Meio Ambiente

instituída pela Lei Municipal nº 2.471/2009.

A SEMATUR declarou que o município possui Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº 2.411/2006, que

é requisito legal para municípios com população superior a 20.000 habitantes,

conforme prevê a Lei Federal nº 10.257/2001.

Segundo a SEMATUR, o município de Jacundá afirmou ter Plano

Ambiental, aprovado ou não pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acordo

com as características locais e regionais.

Sobre o ICMS Verde, a SEMATUR informou que o município não possui lei

específica que o regulamenta.

O Quadro 5.9 apresenta as lesgilações do município de Jacundá

relacionadas à gestão ambiental.

Quadro 5.9 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Jacundá.

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Não possui

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 2304/2001

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 2269/2000

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 2259/2000

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 2471/2009

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Lei nº 2471/2009 e Lei nº 2456/2009

Lei de Diretrizes Urbanas Não possui

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 2411/2006

Lei de Política de incentivos voltados à preservação/recuperação ambiental

Lei nº 2471/2009 e Lei nº 2456/2009

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Não possui

Lei de taxas Lei Municipal nº 2487/2010

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 62

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SEMATUR, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) de Jacundá foi criado pela Lei Municipal nº 2.269/2000 e possui caráter

consultivo e deliberativo.

O CMMA é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência sobre as questões

ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e que a lei que versa sobre este

disponha quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de

escolha de suas representações. Atualmente, o CMMA de Jacundá é formado por 15

conselheiros, sendo 8 representantes do poder público e 7 representantes da

sociedade civil organizada, ou seja, não possui composição paritária. Entre as

instituições participantes do CMMA foram citados órgãos municipais setoriais, ONGs

locais, Câmara dos Vereadores e órgãos de polícia. Nos últimos 12 meses, o CMMA

se reuniu a cada três meses.

No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA

deliberou 15 resoluções.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)

está disposta no art. 4º da Lei Complementar nº 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Jacundá possui FMMA instituído pela Lei Municipal nº

2.259/2000. O fundo possui conta bancária própria e CNPJ e de acordo com a

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 63

SEMATUR, os recursos do fundo são utilizados rotineiramente, sendo aplicados na

fiscalização, infraestrutura da secretaria e capacitação dos servidores

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, o município informou que o CMMA

não acompanha os gastos com a gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos de

fonte própria, da prefeitura e de projetos. O valor aproximado dos recursos provindos

da prefeitura e utilizados para pagamento de despesas como salários e energia é

acima de R$ 80.000,00 por mês. Os valores oriundos de fonte própria (multas, taxas,

etc.) e de projeto são superiores a R$ 80.000,00.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a SEMATUR, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA. Entretanto, a SEMMA afirmou que a forma de utilização destes recursos é

estabelecida pelo prefeito.

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de

Jacundá recebeu repasse do ICMS Verde equivalente a R$ 169.636,0417 em 2014 e

em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 321.058,4318.

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, o município de

Jacundá possui capacidade para exercer a gestão ambiental local, em conformidade

17 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 18 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf

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Página 64

com a Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e

o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a relação de municípios que possuem

capacidade para exercer a gestão ambiental de forma plena e/ou parcial.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº 120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/201519 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

Seguindo o disposto nas legislações supraditas, o município de Jacundá

realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local.

Segundo a SEMATUR, as atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

agrossilvipastoril, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial, construção civil,

queima controlada, pesquisa e lavra mineral, posto de combustível e limpeza de pasto

degradado (limpeza de juquira). Ainda de acordo com a SEMATUR, as principais

demandas para licenciamento ambiental no município, considerando área urbana e

rural são de postos de combustível, depósitos de GLP (gás liquefeito do petróleo),

telefonia celular, fábrica de gelo, extração mineral, pecuária, limpeza de pastagem,

madeireiras, laminadoras, cerâmicas, indústria de ração animal, frigorífico,

piscicultura, laticínio, sistema de tratamento de efluentes e reflorestamento.

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local

licenciadas pelo município, a SEMATUR afirmou que monitora todas as atividades que

licencia.

A SEMATUR afirmou que o município de Jacundá não possui delegação

de competência do estado para a atividade de licenciamento nos termos do artigo 5°

da Lei Complementar n° 140/2011 e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental, sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981 e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

19 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 65

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199520. De acordo com a SEMATUR, o

apoio do governo Estadual/Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas), de infraestrutura e no comando

e controle, auxiliando em ações de fiscalização e monitoramento.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido o Quadro 5.10 apresenta as principais atividades

impactantes do município de Jacundá. É possível observar que a queimada ilegal, o

descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos, o barulho/ruído, a pesca predatória e a

falta de saneamento básico são as atividades que mais causam impacto no município.

A SEMATUR classificou a queimada legal como uma das atividades mais

impactantes no município. Por outro lado, classificou a contaminação do ar (fumaça)

como menos impactante, o que demonstra uma dificuldade na classificação do grau

de impactos pela SEMATUR, uma vez que queimadas ocasionam fumaças, devendo

assim, a contaminação do ar também ser classificada como “mais impactante” no

município de Jacundá.

A pesca predatória, de fato, pode ser considerada como mais impactante

em Jacundá, considerando que o município é faz parte da Área de Proteção Ambiental

(APA) do Lago de Tucuruí, tornando-se propício para a atividade pesqueira ilegal.

O desmatamento ilegal foi classificado quanto ao grau de impacto como

“requer acompanhamento”. Esta informação é corroborada pelo fato de Jacundá

possuir mais de 70% da sua área territorial desmatada, restando apenas 13,75% de

áreas com florestas, o que requer um acompanhamento das florestas remanescentes

para que estas não sejam alvo de novos desmatamentos.

20 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Quadro 5.10 – Atividades impactantes no município de Jacundá.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Queimada ilegal mais impactante

Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

menos impactante

Extração ilegal de produtos florestais menos impactante

Transporte ilegal de produtos florestais menos impactante

Contaminação do solo requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do ar (fumaça) menos impactante

Contaminação da água requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído mais impactante

Pesca predatória mais impactante

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses, o município de Jacundá promoveu duas campanhas

de conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas relacionados ao

desmatamento ilegal, Cadastro Ambiental Rural (CAR), Licenciamento Ambiental

Rural (LAR) e a pesca predatória, sendo promovidas pelos Governos Municipal e

Estadual.

A SEMATUR tem sido demandada pela população para promover

campanhas de educação ambiental no município quanto aos temas de poluição

sonora, saneamento e piscicultura.

Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente abordada nas

disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar (transversal).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A SEMATUR de Jacundá possui sede própria com sete salas. No que se

refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a

atividade técnica, estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.11.

A SEMATUR possui acesso à internet, porém de acordo com a mesma, a

qualidade da conexão é ruim. A secretaria não possui sistema de gerenciamento de

atividades informatizado, ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de

trabalho da secretaria e na busca de informações.

Quadro 5.11 – Estrutura da Secretaria Municipal de e Meio Ambiente e Turismo de Jacundá.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 5 Própria

Notebook/ laptop 2 Própria

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Sim -

Carro 3 Dois com emendas parlamentares e um

cessão de uso do IDEFLOR-Bio

Moto 8 Doação e cessão

Embarcação 2 Própria e s cessão

Receptor GPS 4 Própria e doação

Decibelímetro 5 Própria

Máquina fotográfica 1 Própria

Possui Internet Sim Qualidade da conexão: ruim

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

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Página 68

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual do município de Jacundá, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e

licenciamento revelou-se satisfatória. O órgão possui acesso à internet e a programas

de georreferenciamento, ferramentas atualmente extremamente importantes no

auxílio na descoberta de focos de ilegalidades ou no monitoramento da expansão de

áreas devastadas. A existência de carro e de embarcação para apoiar as ações da

SEMATUR também é condizente com sua competência de órgão fiscalizador.

Recomenda-se, que os equipamentos da SEMATUR sejam suficientes

para suprir minimamente o número de equipes a sua disposição, com intuito de

garantir a frequência e a efetividade das ações de fiscalização e monitoramento

ambiental das atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente

desenvolvidas no município.

A Figura 5.3 e Figura 5.4 mostra a infraestrutura da SEMATUR de Jacundá.

Figura 5.3 e Figura 5.4 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de e Meio Ambiente e Turismo de Jacundá.

Fonte: Floram (2016).

Equipe da Secretaria

A SEMATUR conta com um total de 20 funcionários, distribuídos entre a

área administrativa (seis), técnica (oito) e de serviços gerais (seis). Destes

profissionais, nenhum é efetivo do órgão. Destaca-se a inexistência funcionário efetivo

na área técnica da SEMATUR, na qual é recomendado que a equipe técnica seja

formada por servidores concursados do município, tendo em vista a autonomia

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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funcional dos mesmos e a segurança para exercer suas atividades, sem submissão a

interesses particulares e/ou políticos.

Em relação à escolaridade, a equipe da SEMATUR é composta por três

profissionais de nível fundamental, 14 de nível médio, três de nível superior completo,

sendo que destes, um possui pós-graduação. Além disso, há um estagiário atuando

na secretaria. O quadro técnico é composto por um biólogo, um engenheiro ambiental

e um engenheiro Florestal. Dois profissionais de nível superior possuem registro nos

respectivos conselhos de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

Considerando a equipe declarada pela SEMATUR, o corpo técnico pode

ser considerado insatisfatório. Faz-se necessário, por exemplo, a inclusão de um

profissional da área socioeconômica, para fins de analisar impactos e propor medidas

no campo socioambiental. Salienta-se também a necessidade de incluir de um

profissional da área de segurança do trabalho para verificar as análises do Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais e Planos de Gerenciamento de Riscos, tendo em

vista que a SEMATUR emite licenças para postos de combustíveis. A SEMATUR

também emite licenças para pesquisa e lavra mineral, o requer um profissional da

geologia. Ademais, ressalta-se a necessidade de incluir mais profissionais da

engenharia florestal e agronômica, especialmente porque a SEMATUR apontou o

desmatamento ilegal como atividade que requer acompanhamento e também o

município realiza licenciamentos de atividades agrossilvipastoris, pesca e aquicultura.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta.

No que tange às capacitações dos profissionais da SEMATUR, nos últimos

12 meses, os técnicos participaram de capacitações de licenciamento, fiscalização e

monitoramento ambiental.

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Página 70

Instrumentos para o controle do desmatamento

O município de Jacundá assinou o Termo de Compromisso com o

Ministério Público Federal em janeiro de 2011 e o Pacto de Redução do

Desmatamento e Regularização Ambiental no ano de 2011, que contava com 13

(treze) entidades signatárias. Em junho de 2016, o município de Jacundá assinou a

Repactuação pelo Combate a Pesca Predatória, pelo Combate ao Desmatamento,

pelo Desenvolvimento Sustentável e a Regularização Ambiental com a adesão de 12

(doze) entidades signatárias.

O Grupo de Trabalho Multifuncional e Participativo para o Combate a Pesca

Predatória e o Desmatamento Ilegal foi criado pelo Decreto Municipal nº 028/2016 em

25 de agosto de 2016.

Além dos instrumentos supracitados, o município de Jacundá realizou uma

oficina participativa para tratar do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao

Desmatamento (PPCAD). Os participantes, por meio das discussões nas oficinas

participativas associado aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do

Desmatamento do município de Jacundá identificaram as principais problemáticas

para o combate ao desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar

essas dificuldades. Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do

PPCAD municipal que será um documento norteador para o combate ao

desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do município.

Por outro lado, de acordo com a SEMATUR, os desmatamentos ocorridos

em áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas não estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 71

passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou

reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

O município de Jacundá não possui norma específica disciplinando o PRA

no município. A SEMATUR não executa o Programa e não há nenhuma política de

incentivos voltados à preservação e recuperação ambiental criada pelo município. Não

foram adotadas, também, nenhuma outra política ambiental federal ou estadual com

caráter de regularização ambiental.

Salienta-se que embora a SEMATUR tenha afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente, o Jacundá possui

68,56% (Quadro 5.12) de CAR da área total cadastrável (SEMA-01/201621).

Quadro 5.12 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Jacundá.

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Jacundá 1.678,34 83,57 1.150,67 68,56 192,00 11,44

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Instrumentos de Cooperação

A SEMATUR informou que o município de Jacundá possui ações

cooperadas com órgão ambiental estadual para ações de fiscalizações. Também

afirmou que possui ações cooperadas com órgão ambientais federais, embora não

tenha especificado quais tipo de ações são realizadas.

Em relação aos termos de cooperação, a SEMATUR informou que Jacudá

possui termo de cooperação técnica com o Ideflor-Bio e a SEMAS. Também foi

21 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503804

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 72

declarado pela SEMATUR, que o município possui convênio com o IMAZON e BNDES

para compartilhamento/cessão de equipamentos e veículos.

Sobre a participação de consórcios com outros municípios, a SEMATUR

informou que participa de consórcios que tem como objeto a realização de

fiscalizações. O consórcio envolve os municípios de Goianésia do Pará, Breu Ranco,

Tucuruí, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Itupiranga.

Considerando as articulações institucionais que possibilitam a troca de

experiências, a construção e a produção de saberes, a SEMATUR informou que

participar de fóruns, conselhos gestores municipais, associações de entes federados

e/ou instituições, de secretários. Como exemplo, citou a participação no COGES,

fórum de secretários e secretarias de outros municípios.

De acordo com a SEMATUR, o Ministério Público Estadual participa da

gestão ambiental local por meio de verificação de denúncias, pedido de informações

e com recomendações de melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a SEMATUR de Jacundá, o PMV contribui na gestão

ambiental municipal fornecendo informações sobre a Gestão Ambiental.

Ressalta-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Jacundá:

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Jacundá assinou o

Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental em 30 de

março de 2011 e o Repacto pelo Combate à Pesca Predatória e ao

Desmatamento, pelo Desenvolvimento Sustentável e pela Regularização

Ambiental em 13 de junho de 2016.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 73

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O Grupo de Trabalho

Multifuncional e Participativo para o Combate a Pesca Predatória e o

Desmatamento Ilegal foi criado pelo Decreto Municipal nº 028/2016 em 25 de

agosto de 2016.

Meta - Atingir 80 % do CAR: O município de Jacundá alcançou 68,56 % da área

de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Jacundá possui

taxa de desmatamento anual menor que 40 km2. Em 2015, a taxa anual de

desmatamento foi de 3,3 km2.

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município de Jacundá não

realizou a verificação em campo dos boletins de alerta de desmatamento

recebidos em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Jacundá não integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:

O município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

O município de Jacundá cumpriu 5 das 7 metas estabelecidas pelo PMV.

Apenas as metas relacionadas ao CAR (Meta 3) e a verificação dos boletins de alerta

de desmatamento (Meta 5) não foram totalmente cumpridas.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Nenhuma política de incentivos voltados à preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra

política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

O município não adota nenhuma estratégia diferenciada e própria que

venha a auxiliar o processo de gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 74

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMATUR informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

realiza campanhas públicitárias, promove palestras e debates, audiências públicas e

eventos participativos, como mutirões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 75

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Moju

Identificação do Município

Município: Moju

Prefeito: Deodoro Pantoja Da Rocha

Secretária de Meio Ambiente: Mara Crhistina Pereira do Nascimento

Responsável pelas informações: Elias de Moraes Santos

Vínculo da responsável pelas informações: comissionado (temporário)

Telefone: (91) 991586294

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Praça dos Estudante, Nº 100, Bairro Centro - CEP: 68.450-000 - Moju/PA.

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a

relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de

forma plena e/ou parcial, a Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio

Ambiente (SECTEMA) possui capacidade para exercer a gestão ambiental local e

realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local.

O município de Moju possui Sistema Municipal de Meio Ambiente

(SISMUMA) instituído pela Lei Municipal nº 825/2009. Segundo a SECTEMA, o

município não possui secretaria exclusiva para tratar das questões ambientais. Entre

as atribuições da SECTEMA estão a fiscalização, educação ambiental, cadastro

ambiental, licenciamento ambiental e monitoramento.

No que tange aos recursos organizacionais, a SECTEMA possui

organograma da estrutura do órgão, cadastro de atividades a licenciar e/ou

impactantes, procedimentos administrativos internos, fluxo de processo, controle de

processos, termo de notificação, termo de apreensão e auto de infração e termos de

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 76

referência ao processo de licenciamento ambiental, tais como: termo de referência

para licenciamento de indústria madeireira, LAR, extração de minério, postos de

combustíveis, fabricação de artefatos cerâmicos, piscicultura e comércio em geral.

Legislação Ambiental

O município de Moju possui Política Municipal de Meio Ambiente instituída

pela Lei Municipal nº 823/2009.

A SECTEMA declarou que o município possui Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº 777/2006, que é

requisito legal para municípios com população superior a 20.000 habitantes, conforme

prevê a Lei Federal nº 10.257/2001.

Segundo a SECTEMA, o município não possui Plano Ambiental que

contemple as características locais e regionais. Sobre o ICMS Verde, a SECTEMA

informou que este é regulamentado pela Lei Municipal nº 923/2015.

O Quadro 5.13 apresenta as lesgilações do município de Moju relacionadas

à gestão ambiental.

Quadro 5.13 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Moju.

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 825/2009

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Não informou

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 825/2009

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 823/2009 Art. 33

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 823/2009

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Lei nº 823/2009

Lei de Diretrizes Urbanas Não possui

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 777/2006

Lei de Política de incentivos voltados à preservação/recuperação ambiental

Lei nº 823/2009

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Lei Municipal nº 923/2015

Lei de taxas Lei Municipal nº 008/2012

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 77

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SECTEMA, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) de Moju foi criado pela Lei Municipal nº 825/2009 e possui caráter consultivo,

deliberativo e normativo.

O CMMA é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência e normativo quanto

às leis ambientais. Considera-se ideal que o Conselho seja paritário, logo, o CMMA

de Moju é formado atualmente por 22 conselheiros, sendo 11 representantes do poder

público e 11 representantes da sociedade civil organizada. Entre as instituições

participantes do CMMA foram citados órgãos municipais setoriais, sindicatos e

moradores de comunidades da zona rural. Nos últimos 12 meses, o CMMA se reuniu

a cada três meses.

No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA não

deliberou resoluções.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)

está disposta no art. 4º da Lei Complementar nº 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Moju possui FMMA instituído pela Lei Municipal nº

823/2009. O fundo possui conta bancária própria e CNPJ. De acordo com a

SECTEMA, os recursos do fundo são utilizados rotineiramente sendo aplicados na

fiscalização, infraestrutura da secretaria, educação ambiental, capacitação dos

servidores e licenciamento ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 78

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, a SECTEMA informou que o CMMA

não acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A SECTEMA de Moju recebe recursos advindos de fonte própria e da

prefeitura. O valor aproximado dos recursos provindos da prefeitura para pagamento

de despesas como salários e energia é acima de R$ 80.000,00 por mês, enquanto os

recursos anuais aproximados provindos de fonte própria, a partir de multas e taxas,

variam entre R$ 40.000 a R$ 60.000.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a SECTEMA, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA. Esta informação vai de encontro ao disposto no artigo 1º da Lei Municipal nº

923/2015, que prevê que 25% dos recursos provenientes do ICMS Verde sejam

aplicados no FMMA e os outros 75% sejam repassados ao Tesouro do Poder

Executivo Municipal. O artigo 2º da Lei Municipal nº 923/2015 acrescenta ainda que

os 75% dos repasses destinados ao Tesouro do Poder Executivo Municipal deverão

ser utilizados em benefício da SECTEMA.

Segundo a SECTEMA, a forma de utilização dos recursos do ICMS Verde

é estabelecida pela Prefeitura Municipal de Moju.

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de Moju

recebeu repasse do ICMS Verde equivalente a R$ 306.101,7322 em 2014 e em 2015

(excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 428.980,6923.

22 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 23 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 79

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, o município de Moju

possui capacidade para exercer a gestão ambiental local, em conformidade com a

Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o

anexo único do Comunicado SEMAS que traz a relação de municípios que possuem

capacidade para exercer a gestão ambiental de forma plena e/ou parcial.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº 120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/201524 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

Seguindo o disposto nas legislações supraditas, o município de Moju

realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local.

Segundo a SECTEMA, as atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

agrossilvipastoril, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial, construção civil,

pesquisa e lavra mineral, posto de combustível e limpeza de pasto degradado

(limpeza de juquira). Ainda de acordo com a SECTEMA, as principais demandas para

licenciamento ambiental no município, considerando área urbana e rural são do

comércio em geral, postos de combustíveis, indústria madeireira, Licenciamento

Ambiental Rural (LAR), extração de minério, fabricação de artefatos cerâmicos e

piscicultura. A SECTAMA possui termos de referência ao processo de licenciamento

ambiental, tais como: termo de referência para licenciamento de indústria madeireira,

LAR, extração de minério, postos de combustíveis, fabricação de artefatos cerâmicos,

piscicultura e comércio em geral.

24 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 80

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local

licenciadas pelo município, a SECTEMA afirmou que monitora todas as atividades que

licencia.

A SECTEMA informou que o município de Moju não possui delegação de

competência do Estado para a atividade de licenciamento ambiental.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental, sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981 e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199525. De acordo com a SECTEMA, o

apoio do governo Estadual/Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas,

a partir da capacitação, orientação e elaboração de normativas, e de infraestrutura.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido o Quadro 5.14 apresenta as principais atividades

impactantes do município de Moju. É possível observar que o desmatamento ilegal, a

falta de saneamento básico e as queimadas ilegais são as atividades que mais

causam impacto no município. Todas as demais atividades foram descritas como

“requer acompanhamento/monitoramento”.

De fato, o desmatamento ilegal pode ser considerado uma das atividades

mais impactantes no município de Moju, especialmente quando se analisa os dados

sobre desmatamento no município. De acordo com os dados do INPE/PRODES

(INPE, 2016), a área acumulada total desmatada em Moju, até 2015, foi de 4.319,6

km2, o que corresponde a 47,32% da área territorial municipal. Diante das altas taxas

de desmatamento, em 2011, Moju passou a fazer parte da Lista do MMA dos

25 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Municípios que necessitam de ações prioritárias de prevenção, monitoramento e

controle do desmatamento ilegal26, conforme a Portaria nº 175/2011 do Ministério do

Meio Ambiente. Devido ao fato de Moju estar na lista do MMA e à situação geral do

desmatamento e do monitoramento das florestas nativas, o PMV27 classifica o

município como “Embargado”.

A falta de saneamento básico também foi apontada como uma das

atividades mais impactantes. Esta atividade pode gerar passivos relacionados à

poluição do solo, visual, da água, do ar e de proliferação de vetores causadores de

doenças.

Quadro 5.14– Atividades impactantes no município de Moju.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal mais impactante

Queimada ilegal mais impactante

Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

requer acompanhamento/monitoramento

Extração ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Transporte ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do solo requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do ar (fumaça) requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído requer acompanhamento/monitoramento

Pesca predatória requer acompanhamento/monitoramento

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

26 Os critérios para a entrada do município na Lista do MMA, de acordo com a Portaria MMA nº 322/2012 são: 1) área total de floresta desmatada; 2) área total de floresta desmatada nos últimos três anos; 3) aumento da taxa de desmatamento em pelo menos dois, dos últimos três anos e 4) aumento do desmatamento de 2011 igual ou superior a 80 km2. Os critérios para a saída do município na Lista do MMA, de acordo com a Portaria MMA nº 411/2013 são: 1) possuir 80% de seu território inscrito no CAR (exceto UC de proteção integral e terras indígenas homologadas) e 2) o desmatamento anual deve ser igual ou inferior a 40 km2. 27 O PMV classifica os municípios em cinco categorias: 1) Municípios Verdes: Correspondem aqueles municípios que atenderam as metas do PMV; 2) Consolidados: Possuem o desmatamento consolidado na maior parte de seu território, com menos de 60% de remanescente florestal; 3) Florestal: Possuem baixo risco de desmatamento, além de possuírem mais de 60% de remanescente florestal; 4) Sob Pressão: Devido aos índices de desmatamentos correm risco de figurar na lista do MMA; 5) Embargados: Figuram na lista do MMA como municípios que mais desmatam na Amazônia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 82

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses, o município promoveu duas campanhas de

conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas relacionados ao

Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Resíduos Sólidos, sendo promovidas pelo Governo

Municipal.

A sociedade local não tem demandado ações ou campanhas de educação

ambiental por parte da SECTEMA.

Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente abordada nas

disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar (transversal).

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A SECTEMA de Moju funciona em sede alugada com oito salas. No que se

refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a

atividade técnica, estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.15.

A SECTEMA possui acesso à internet, porém de acordo com a mesma, a

qualidade da conexão é ruim. A secretaria não possui sistema de gerenciamento de

atividades informatizado, ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de

trabalho da secretaria e na busca de informações.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 83

Quadro 5.15 – Estrutura da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Moju.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 2 Doação

Notebook/ laptop 0 -

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Sim -

Carro 1 Doação

Moto 5 Doação

Embarcação 0 -

Receptor GPS 6 Doação

Decibelímetro 0 -

Máquina fotográfica 3 Doação

Possui Internet Sim Qualidade da conexão: ruim

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual do município de Moju, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e

licenciamento revelou-se insatisfatória. Considerando o número de funcionários na

área técnica (9), o número de computadores, notebooks/laptop revela-se insuficientes

para atender as demandas da SECTEMA. Observa-se também a quantidade limitada

de veículos para realização das atividades de fiscalização e monitoramento das

atividades licenciadas pelo município, especialmente porque Moju é classificado como

“Embargado” pelo PMV e declarou ter como atividade mais impactante o

desmatamento ilegal. A falta de decibelímetro também inviabiliza as medições de

ruídos e consequentemente a verificação da conformidade das emissões de ruídos

dos empreendimentos de acordo com os parâmetros estabelecidos em legislação,

sendo necessária a aquisição deste equipamento.

Recomenda-se, que os equipamentos a disposição da SECTEMA devem

ser suficientes para suprir minimamente o número de equipes a sua disposição, com

intuito de garantir a frequência e a efetividade das ações de fiscalização e

monitoramento ambiental das atividades potencialmente degradadoras do meio

ambiente desenvolvidas no município.

A Figura 5.5 e Figura 5.6 mostram a infraestrutura da SECTEMA e alguns

de seus equipamentos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 84

Figura 5.5 e Figura 5.6 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Moju.

Fonte: Floram (2016).

Equipe da Secretaria

A SECTEMA conta com um total de 31 funcionários, distribuídos entre a

área administrativa (7), técnica (9) e de serviços gerais (15). Destes, apenas um

funcionário é efetivo e está lotado na área administrativa do órgão. Destaca-se a

inexistência funcionário efetivo na área técnica da secretaria, na qual é recomendado

que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do município, tendo

em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para exercer suas

atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.

Em relação à escolaridade, a equipe da SECTEMA é composta por 13

profissionais de nível fundamental, oito de nível médio, dez de nível superior completo,

sendo que destes, oito possuem pós-graduação. As habilitações dos profissionais

com nível superior são: um advogado, um engenheiro agrônomo, um engenheiro

florestal, dois engenheiros ambientais, um pedagogo e um sociólogo. Dos

profissionais citados, cinco possuem registro no respectivo conselho de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

Considerando a equipe declarada pela SECTEMA de Moju, o corpo técnico

pode ser considerado satisfatório. Contudo, recomenda-se um profissional da área de

segurança do trabalho para verificar as análises do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais e Planos de Gerenciamento de Riscos, tendo em vista que a SEMMA

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 85

emite licenças para postos de combustíveis. A SECTEMA também licencia atividades

relacionadas à extração de minério, o que requer um profissional na área de geologia.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta.

No que tange às capacitações dos profissionais da SECTEMA, nos últimos

12 meses os técnicos participaram de capacitação de fiscalização ambiental.

Instrumentos para o controle do desmatamento

O município de Moju assinou o Termo de Compromisso com o Ministério

Público Federal em março de 2011 e o Pacto para Redução do Desmatamento e

Regularização Ambiental no ano de 2012, que contava com 35 signatários. Em 30 de

maio de 2016, município assinou a Repactuação pelo Combate ao Desmatamento,

pelo Desenvolvimento Sustentável e a Regularização Ambiental com a adesão de 20

entidades signatárias.

O grupo municipal de combate ao desmatamento, denominado em Moju

como Grupo de Trabalho Multi-Institucional e Participativo, foi criado pelo Decreto

Municipal nº 043/2012. Ressalta-se que em 31 de maio de 2016, os signatários da

Repactuação pelo Combate ao Desmatamento, Desenvolvimento Sustentável e

Regularização Ambiental do município de Moju assinaram um termo de compromisso

para formalizar a criação de um novo grupo de combate ao desmatamento contendo

novas diretrizes e novos membros. Contudo, até o presente o momento, o novo grupo

ainda não foi formalizado legalmente.

Além dos instrumentos supracitados, como o pacto /repacto e o grupo de

combate ao desmatamento, o município de Moju realizou uma oficina participativa

para tratar do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento

(PPCAD). Os participantes, por meio das discussões nas oficinas participativas

associado aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento

do município de Moju identificaram as principais problemáticas para o combate ao

desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar essas dificuldades.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 86

Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do PPCAD municipal que

será um documento norteador para o combate ao desmatamento e ao

desenvolvimento sustentável do município.

Por fim, de acordo com a SECTEMA, os desmatamentos ocorridos em

áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou

reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

Segundo a SECTEMA, o município de Moju não possui norma específica

disciplinando o PRA e também não executa o Programa. Nenhuma política de

incentivos voltados a preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município.

O município também não adotou nenhuma outra política ambiental federal ou estadual

com caráter de regularização ambiental.

Salienta-se que embora a SECTEMA tenha afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente, Moju possui

69,71% (Quadro 5.16) de CAR da área total cadastrável (SEMA-01/201628).

28 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1504703

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 87

Quadro 5.16 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Moju.

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Moju 8.947,97 98,39 6.237,75 69,71 920,63 10,29

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Instrumentos de Cooperação

Segundo a SECTEMA, o município de Moju não possui ações cooperadas

com órgão ambiental estadual e federal. Além disso, o município não termos de

cooperação e convênios com instituições públicas e/ou privadas. O município de Moju

também não participa de consórcios com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais que venham a possibilitar a

troca de experiências, a construção e a produção de saberes,a SECTEMA declarou

que o município de Moju não participa.

A SECTEMA aformou também que o Ministério Público Estadual não

participa da gestão ambiental do município de Moju.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a SECTEMA de Moju, o PMV contribui na gestão ambiental

municipal fornecendo capacitação técnica e doação de infraestrutura para a

SECTEMA.

Evidencia-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Moju:

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 88

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Moju assinou o Pacto

para Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental no ano de 2012.

Em 30 de maio de 2016, município assinou a Repactuação pelo Combate ao

Desmatamento, pelo Desenvolvimento Sustentável e a Regularização

Ambiental.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O Grupo de Trabalho Multi-

Institucional e Participativo foi criado pelo Decreto Municipal nº 043/2012.

Ressalta-se que em 31 de maio de 2016 foi assinado um termo de

compromisso para formalizar a criação de um novo grupo de combate ao

desmatamento contendo novas diretrizes e novos membros. Contudo, até o

presente o momento, o novo grupo ainda não foi formalizado legalmente.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Moju alcançou 69,71 % da área

de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Moju possui taxa

de desmatamento anual menor que 40 km2. Em 2015, a taxa anual foi de 25,70

km2.

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município não respondeu

a todos os boletins de alerta de desmatamento recebidos em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Moju integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:

O município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

O município de Moju cumpriu 4 das 7 metas estabelecidas pelo PMV. As

metas relacionadas ao CAR (Meta 3), verificação em campo dos boletins de alerta de

desmatamento (Meta 5) e não estar na lista dos municípios que mais desmatam na

Amazônia (Meta 6) não foram totalmente cumpridas.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 89

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Nenhuma política de incentivos voltados à preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município e este também não adotou nenhuma outra política

ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

O município não adota nenhuma estratégia diferenciada e própria que

venha a auxiliar o processo de gestão.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SECTEMA informou que realiza campanhas

públicitárias, promove palestras e debates, audiências públicas e eventos

participativos,como mutirões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 90

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Tailândia

Identificação do Município

Município: Tailândia

Prefeito: Rosinei Pinto De Souza

Secretário de Meio Ambiente: Leonardo Miranda Biancardi

Responsável pelas informações: Leonardo Miranda Biancardi

Vínculo da responsável pelas informações: concursado (efetivo)

Telefone: (91) 991661153

E-mail Secretário de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Rodovia – PA 150 km 135, Próximo ao Laticínio, Bairro: Industrial, CEP:

68695-000, Tailândia - Pará

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a

relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental de

forma plena e/ou parcial, a Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio

Ambiente de Tailândia (SECTMA) possui capacidade para exercer a gestão ambiental

local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto

ambiental local.

O Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMUMA) de Tailândia e

SECTMA foi instituído pela Lei Municipal nº 185/2006. O município possui secretaria

exclusiva para tratar das questões ambientais. Entre as atribuições da SECTMA estão

a fiscalização, educação ambiental, cadastro ambiental, licenciamento ambiental e

monitoramento.

No que tange aos recursos organizacionais, a SECTMA possui fluxo de

processo, controle de processos, termo de notificação, termo de apreensão e auto de

infração

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 91

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma secretaria específica e estruturado junto com o

Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) e o Fundo Municipal de Meio

Ambiente (FMMA).

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Tailândia possui Política Municipal de Meio Ambiente

instituída pela Lei Municipal nº 185 /2006.

A SECTMA declarou que o município possui Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº 001 de 2006, que

é requisito legal para municípios com população superior a 20.000 habitantes,

conforme prevê a Lei Federal nº 10.257/2001.

O município afirmou que não possui Plano Ambiental que contemple as

características locais e regionais, nem possui lei específica que regulamente o ICMS

Verde.

O Quadro 5.17 apresenta as lesgilações do município de Tailândia

relacionadas à gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 92

Quadro 5.17 - Legislação municipal relacionada à gestão ambiental do município de Tailândia.

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 185/2006

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 185/2006

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 185 de 2006

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 185/2006

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 185 /2006

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Não possui

Lei de Diretrizes Urbanas Não possui

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 001 de 2006

Lei de Política de incentivos voltados à preservação/recuperação ambiental

Não possui

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Não possui

Lei de taxas Lei Municipal nº 321 /2016

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SECTEMA, o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) de Tailândia foi criado pela Lei Municipal nº 185 de 2006 e possui caráter

consultivo, deliberativo e normativo.

O CMMA é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência e normativo sobre

as legislações ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa

sobre este disponha quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no

processo de escolha de suas representações. Atualmente, o CMMA de Tailândia é

formado por 16 conselheiros, sendo seis representantes do poder público e dez

representantes da sociedade civil organizada, ou seja, não possui composição

paritária. Entre as instituições participantes do CMMA foram citados órgãos municipais

setoriais, Câmara dos Vereadores, Ministério Público e sindicatos. Nos últimos 12

meses, o CMMA não se reuniu em nenhum momento.

No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o CMMA

deliberou quatro resoluções.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 93

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA)

está disposta no art. 4º da Lei Complementar nº 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Tailândia possui FMMA instituído pela Lei Municipal nº

185/2006. O fundo possui conta bancária própria e de acordo com a SECTMA, os

recursos do Fundo não são utilizados rotineiramente.

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, o município informou que o CMMA

não acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A SECTMA recebe recursos advindos exclusivamente da prefeitura. O valor

aproximado dos recursos provindo do órgão oriundos do tesouro municipal para

pagamento de despesas como salários e energia não foi informado pela Secretaria.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a SECTMA, os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA. A SECTMA afirmou que CMMA é o responsável por estabelecer o uso dos

recursos do fundo.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 94

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de

Tailândia recebeu repasse do ICMS Verde equivalente a R$ 360.432,1029 em 2014 e

em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 323.715,1730.

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, o município de

Tailândia possui capacidade para exercer a gestão ambiental local, em conformidade

com a Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e

o anexo único do Comunicado SEMAS que traz a relação de municípios que possuem

capacidade para exercer a gestão ambiental de forma plena e/ou parcial.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº 120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/201531 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

Seguindo o disposto nas legislações supraditas, o município de Tailândia

realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local.

Segundo a SECTMA, as atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

agrossilvipastoril, pesca e aquicultura, industrial, construção civil, pesquisa e lavra

mineral, posto de combustível e limpeza de pasto degradado (limpeza de juquira).

Ainda de acordo com a SECTEMA, as principais demandas para licenciamento

ambiental no município, considerando área urbana e rural são do comércio em geral,

29 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 30 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf 31 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 95

postos de combustíveis, atividades de agropecuária, agricultura, desdobro de

madeira, plantio de dendê, entre outras.

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local

licenciada pelo município, a SECTMA afirmou que monitora todas as atividades que

licencia.

A SECTMA afirmou que o município de Tailândia possui delegação de

competência do Estado para a atividade de licenciamento nos termos do artigo 5° da

Lei Complementar n° 140/2011 e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental, sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981 e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199532. De acordo com a SECTMA, o apoio

do governo Estadual/Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas) e financeira.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido o Quadro 5.18 apresenta as principais atividades

impactantes do município de Tailândia. É possível observar que a contaminação do

solo, descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos, descarte ilegal de resíduos líquidos,

barulhos/ruídos e a falta de saneamento básico são as atividades que mais causam

impacto no município.

O descarte ilegal de resíduos sólidos, juntamente com a falta de

saneamento, pode gerar passivos relacionados à poluição do solo, visual, da água,

do ar e de proliferação de vetores causadores de doenças. A contaminação do solo,

32 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 96

apontada como uma das atividades mais impactantes, pode estar relacionada às

extensas plantações de dendê, que porventura utilizam agrotóxicos, o que pode levar

a contaminação do solo.

Chama-se a atenção ao fato da SECTMA apontar o desmatamento ilegal,

a extração e o transporte ilegal de produtos florestais como atividades menos

impactantes. Sabe-se que atualmente, Tailândia possui 50,41% da área territorial

municipal desmatada, o que ocasionou diversos impactos negativos sobre a fauna,

flora, solo do município. Além disso, o município já integrou a lista do MMA como um

dos que mais desmatam na Amazônia (Portaria MMA nº102/2009), requerendo ações

prioritárias para o combate ao desmatamento. Em 2013, por meio da Portaria MMA nº

412/2013, o município de Tailândia saiu da lista do MMA e atualmente, segundo a

classificação do PMV, é considerado “Município Verde”, uma vez que Tailândia

conseguiu atingir todas as metas estabelecidas pelo programa.

Quadro 5.18 – Atividades impactantes no município de Tailândia.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal menos impactante

Queimada ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

menos impactante

Extração ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Transporte ilegal de produtos florestais menos impactante

Contaminação do solo mais impactante

Contaminação do ar (fumaça) requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos líquidos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris menos impactante

Barulho/ruído mais impactante

Pesca predatória menos impactante

Caça menos impactante

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 97

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses, o município de Tailândia promoveu três campanhas

de conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas sobre o Projeto

Florestalidade, a Caminhada no Dia da Árvore e o Evento do Dia do Meio Ambiente,

em parceria com a Secretaria de Educação do município, sendo promovidas pelo

Governo Municipal.

A SECTMA informou que tem sido demandada pela população para

promover campanhas de educação ambiental no município quanto aos temas de

resíduos sólidos, coleta seletiva, preservação de corpos hídricos, preservação de

Áreas de Preservação Permanente e preservação de área de Reserva Legal.

Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente abordada nas

disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar (transversal).

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A SECTMA de Tailândia possui sede própria com seis salas. No que se

refere aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a

atividade técnica, estão disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.19.

A SEMMAT possui acesso à internet com boa qualidade de conexão. A

secretaria não possui sistema de gerenciamento de atividades informatizado,

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 98

ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de trabalho da secretaria e na

busca de informações.

Quadro 5.19 – Estrutura da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tailândia.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 11 Própria

Notebook/ laptop 3 Própria

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Sim -

Carro 1 (01 TRÍTON - L 200

BRANCA ANO – 2015) Cessão

Moto 7 5 Cedidas e 2 próprias

Embarcação 0 -

Receptor GPS 5 3 Próprios e 2 cedidos

Decibelímetro 1 Própria

Máquina fotográfica 1 Própria

Possui Internet Sim Qualidade da conexão: boa

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual do município de Tailândia, em termos do apoio ao exercício de fiscalização e

licenciamento revelou-se satisfatória. Contudo, recomenda-se a aquisição de mais

veículos (carro), decibelímetro e máquina fotográfica, pois o número limitado destes

equipamentos pode inviabilizar as atividades de fiscalização e monitoramento a serem

realizadas pela SECTMA, caso qualquer um destes venha a sofrer algum dano que

impeça o seu uso.

Recomenda-se, que os equipamentos a disposição da SECTMA devem ser

suficientes para suprir minimamente o número de equipes a sua disposição, com

intuito de garantir a frequência e a efetividade das ações de fiscalização e

monitoramento ambiental das atividades potencialmente degradadoras do meio

ambiente desenvolvidas no município.

A Figura 5.7 e Figura 5.8 mostram a infraestrutura da SECTMA e alguns de

seus equipamentos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 99

Figura 5.7 e Figura 5.8 – Salas e equipamentos da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Tailândia.

Fonte: Floram (2016).

Equipe da Secretaria

A SECTMA de Tailândia conta com um total de 15 funcionários, distribuídos

entre a área administrativa (dois), técnica (12) e de serviços gerais (um). Destes, oito

funcionários são efetivos, todos eles lotados na área técnica do órgão.

Em relação à escolaridade, a equipe da SECTMA é composta por sete

profissionais de nível médio e oito de nível superior completo, sendo que destes, cinco

possuem pós-graduação. Os profissionais com ensino superior completo possuem as

seguintes habilitações: dois engenheiros agrônomos, um engenheiro florestal, um

pedagogo, dois engenheiros sanitaristas e um analista jurídico.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

Considerando a equipe declarada pela SECTMA de Tailândia, o corpo

técnico pode ser considerado satisfatório. Contudo, faz-se necessário a inclusão de

profissionais da área socioeconômica, para fins de analisar impactos e propor

medidas no campo socioambiental. Além disso, a SECTMA emite licenças para postos

de combustíveis, o que requer um profissional da área de segurança do trabalho para

verificar as análises do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e Planos de

Gerenciamento de Riscos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 100

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é

recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do

município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para

exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.

No que tange as capacitações dos profissionais da SECTMA, nos últimos

12 meses os técnicos participaram de capacitações de apresentação do SIGAM,

Qualificação da Gestão Ambiental dos Municípios do Pará e de Elaboração do Plano

de Resíduos Sólidos dos Municípios do Pará.

Instrumentos para o controle do desmatamento

O município de Tailândia assinou o Termo de Compromisso com o

Ministério Público Federal em janeiro de 2011 e o Pacto para Redução do

Desmatamento e Regularização Ambiente no ano de 2011, que contava com 40

signatários. Em agosto de 2016, o município assinou a Repactuação pelo Combate

ao Desmatamento, Combate a Degradação Florestal, pelo Desenvolvimento

Sustentável, e a Regularização Ambiental.

Em Tailândia foi definido que o grupo será composto pelas mesmas

instituições membras do Conselho Municipal de Meio Ambiente da última eleição e

que as possíveis mudanças de instituições serão registradas em atas nas próximas

reuniões do Conselho. Assim, no dia 21 de setembro de 2016, ocorreu a reunião para

reativar o Conselho Municipal de Meio Ambiente e consequentemente o Grupo

Municipal de Combate ao Desmatamento. Com isso, o decreto de criação do Grupo

Municipal de Combate ao Desmatamento foi redigido e aprovado por todos os

presentes na reunião. Contudo, até o presente momento, o decreto de criação do

grupo não foi assinado pelo prefeito de Tailândia.

Além dos instrumentos supracitados, como o pacto/repacto e o grupo de

combate ao desmatamento, o município de Tailândia realizou uma oficina participativa

para tratar do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento

(PPCAD). Os participantes, por meio das discussões nas oficinas participativas

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 101

associado aos resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento

do município de Tailândia identificaram as principais problemáticas para o combate

ao desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar essas dificuldades.

Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do PPCAD municipal que

será um documento norteador para o combate ao desmatamento e ao

desenvolvimento sustentável do município.

Por fim, de acordo com a SECTMA, os desmatamentos ocorridos em áreas

protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às áreas de preservação permanente (APPs) ou

reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

O município de Tailândia não possui norma específica disciplinando o PRA

no município, mas executa o Programa. Nenhuma política de incentivos voltados à

preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município, assim como nenhuma

outra política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

Salienta-se que embora a SECTMA tenha afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente, o município de

Tailândia possui 85,62% (Quadro 5.20) de CAR da área total cadastrável (SEMA-

01/201633).

33 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1507953

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 102

Quadro 5.20 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV no município de Tailândia

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Tailândia 4.399,50 99,31 3.767,06 85,62 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Instrumentos de Cooperação

Segundo a SECTMA, o município de Tailândia não possui ações

cooperadas com órgão ambiental estadual e federal. Além disso, a SECTMA afirmou

que não possui termos de cooperação ou convênios com instituições públicas e/ou

privadas. Tailândia também não participa de consórcios com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais que venham a possibilitar a

troca de experiências, a construção e a produção de saberes, a SECTMA afirmou

participar de conselhos gestores municipais, mas não apontou quais.

De acordo com a SECTMA, o Ministério Público Estadual participa da

gestão ambiental local por meio de verificação de denúncias, pedido de informações,

transição penal, com recomendações de melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a SECTMA de Tailândia, o PMV tem contribuído de forma

muito positiva no fortalecimento da gestão ambiental, por meio de doação de

equipamentos que possibilitam atuação efetiva no combate ao desmatamento.

Evidencia-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Tailândia:

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 103

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O Pacto para Redução do

Desmatamento e Regularização Ambiente foi assinado no ano de 2011. Em agosto

de 2016, o município assinou a Repactuação pelo Combate ao Desmatamento,

Combate a Degradação Florestal, pelo Desenvolvimento Sustentável, e a

Regularização Ambiental.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: No dia 21 de setembro de 2016

ocorreu a reunião para reativar o Conselho Municipal de Meio Ambiente e

consequentemente o Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento. Foi

definido que o grupo será composto pelas mesmas instituições membras do

Conselho Municipal de Meio Ambiente da última eleição e que as possíveis

mudanças de instituições serão registradas em atas nas próximas reuniões do

Conselho. Com isso, o decreto de criação do Grupo Municipal de Combate ao

Desmatamento foi redigido e aprovado por todos os presentes na reunião. Foi

informado que o decreto será protocolado pela SECTEMA no setor jurídico da

prefeitura para posterior assinatura do prefeito de Tailândia. Contudo, até o

presente momento, o decreto ainda não foi expedido.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Tailândia alcançou 85,62 % da

área de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Tailândia possui

taxa de desmatamento anual menor que 40 km2. Em 2015, a taxa anual foi de

6,7 km2.

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município de Tailândia

realizou a verificação em campo do boletim de alerta desmatamento recebido

em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Tailândia não integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados:

O município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 104

O município de Tailândia cumpriu 6 das 7 metas estabelecidas pelo PMV.

Apenas a meta relacionada à criação do grupo de combate ao desmatamento (Meta

2), não foi totalmente cumprida.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

O município informou que adota como estratégia para auxiliar o processo

de gestão, a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com mais de 84% das

propriedades abrangidas no município e a criação de viveiro de mudas para

arborização do município.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SECTMA informou que realiza campanhas públicitárias

e promove palestras e debates.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 105

ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL TAILÂNDIA

Esta análise integra dados dos diagnósticos dos sistemas de gestão

ambiental dos municípios da Base Local Tailândia de modo a subsidiar políticas e

ações regionais de planejamento.

Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Todos os municípios da Base Local Tailândia possuem secretarias de meio

ambiente, sendo que no correspondente a 80% dos municípios a secretaria é

exclusiva e em 20% dos municípios a secretaria é conjunta (Jacundá e Tailândia).

Nos municípios de Igarapé-Miri, Jacundá e Tailândia, as Secretarias de meio ambiente

possuem sede própria. Já a Secretaria do município de Moju funciona em sede

alugada, enquanto a Secretaria de Goianésia do Pará exerce suas funções em um

anexo da prefeitura municipal.

As secretarias de meio ambiente de Goianésia do Pará e Jacundá são as

que dispõem de todos os equipamentos e veículos básicos necessários a possíveis

funções de licenciamento, controle e fiscalização do órgão ambiental em

funcionamento. A secretaria de Igarapé-Miri é a com menor infraestrutura dos

municípios da Base Local Tailândia, não possuindo notebook/ laptop, carro,

embarcação, GPS ou máquina fotográfica. Goianésia do Pará e Moju contam no geral

com poucas unidades de equipamentos e veículos.

O Quadro 6.1 demonstra os dados e a análise estatística da amostra de

equipamentos da Base Local Tailândia. A distribuição dos equipamentos e veículos

entre as secretarias municipais de meio ambiente é para metade dos itens avaliados

assimétrica, e para os itens computador, notebook/ laptop, moto e embarcação os

valores de média e mediana são iguais demonstrando simetria na distribuição.

Destaca-se, no entanto, as secretarias de Moju e Tailândia não possuem notebook/

laptop e embarcação, respectivamente.

Em 80% das secretarias municipais de meio ambiente da Base Local

Tailândia há o uso de programas de georreferenciamento e em todas as secretarias

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 106

da amostra há internet, ferramentas que atualmente tem se mostrado extremamente

importantes no auxílio ao controle, descoberta e monitoramento de aspectos

ambientais relevantes. Apenas a secretaria de Igarapé-Miri não possui programas de

georreferenciamento. Nenhuma das secretarias faz uso de sistemas de

gerenciamento de informações ambientais informatizado (Figura 6.1).

Exceto pela secretaria municipal de meio ambiente de Igarapé-Miri, todas

as demais secretarias da Base Local Tailândia possuem ao menos um tipo de recurso

organizacional, conforme demonstra a Figura 6.2. Goianésia do Pará é o município

com mais recurso.

As ferramentas mais comuns, as quais são usadas 80% das secretarias,

não estando presente somente em Igarapé-Miri, são: Fluxo de processo, Controle de

processos, Termo de notificação, Termo de apreensão e Auto de infração.

Quadro 6.1 - Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia.

Município Computador Notebook/

laptop Carro Moto Embarcação GPS

Decibelímetro

Máquina fotográfica

Goianésia do Pará

6 1 1 4 1 1 1 1

Igarapé-Miri 1 0 0 1 0 0 1 0

Jacundá 5 2 3 8 2 4 5 1

Moju 2 0 1 5 0 6 0 3

Tailândia 11 3 1 7 0 5 1 1

Total 25 6 6 25 3 16 8 6

Máximo 11,0 3,0 3,0 8,0 2,0 6,0 5,0 3,0

Mínimo 1,0 0,0 1,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0

Média 5,0 1,5 1,5 5,0 1,0 3,2 2,0 1,2

Mediana 5,0 1,5 1,0 5,0 1,0 4,0 1,0 1,0

Desvio Padrão 3,9 1,3 1,0 2,7 1,0 2,6 2,0 1,1

Coeficiente de variação (%)

78,7 86,1 66,7 54,8 100,0 80,9 100,0 91,3

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 107

Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia.

Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 108

O quadro de funcionários das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia possui 48% do pessoal lotado na área técnica, conforme

demonstrado na Figura 6.3A. A área de serviços gerais possui 32% do quadro de

funcionários e a área administrativa 20%. A maior parte do quadro de funcionários que

compõe as áreas administrativas e técnicas não tem, entretanto estabilidade, sendo

os funcionários efetivos dessas áreas correspondentes a 18% e 35%,

respectivamente (Figura 6.3C e Figura 6.3D). Nenhuma das secretarias há previsão

para realização de concurso público (Figura 6.3B). Um estagiário compõe o quadro

de funcionários das secretarias municipais da Base Local Tailândia, estando lotado

em Jacundá.

A distribuição dos funcionários das secretarias de meio ambiente da Base

Local Tailândia e sua avaliação estatística é demonstrada no Quadro 6.2. Nota-se

uma grande diferença no número de funcionários das secretarias de meio ambiente

dos municípios da base. Igarapé-Miri é o município que tem menor número de

funcionários, apenas cinco. As secretarias de meio ambiente de Jacundá e Moju são

as que apresentam os maiores números de funcionários e Tailândia é a secretaria que

tem mais pessoal lotado na área técnica (Quadro 6.2).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 109

Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das SEMMAs.

Quadro 6.2- Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia.

Municípios Total de

profissionais Estagiários

Área administrativa

Área técnica Serviços gerais

Goianésia do Pará 13 0 1 8 4

Igarapé-Miri 5 0 1 3 1

Jacundá 20 1 6 8 6

Moju 31 0 7 9 15

Tailândia 15 0 2 12 1

Total 84 1 17 40 27

Máximo 31 1 7 12 15

Mínimo 5 0 1 3 1

Média 16,8 0,2 3,4 8,0 5,4

Mediana 15,0 0,0 2,0 8,0 4,0

Desvio Padrão 9,6 0,4 2,9 3,2 5,8

Coeficiente de variação (%)

57,2 223,6 84,7 40,5 106,9

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 110

Nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia

atuam profissionais de diferentes áreas de formação. Predominam agrônomos,

biólogos, engenheiros florestais e profissionais com curso técnico (Figura 6.4).

Goianésia do Pará e Moju são as secretarias mais bem estruturadas em termos de

funcionários com nível técnico/tecnólogo e superior. Destes profissionais, 45%

possuem registros nos conselhos de classe (Figura 6.5). Os dados dos profissionais

que possuem conselho de classe fornecido pela secretaria municipal de Tailândia não

puderam entrar na avaliação por se mostrarem inconsistentes.

Na maior parte das secretarias verifica-se a carência de profissionais

vinculados às áreas socioeconômicas, os quais dispõem de conhecimentos para

realizar avaliação de impactos ambientais, proposição de medidas, ações e

programas em relação ao meio antrópico, bem como atuar junto a comunidades

tradicionais e indígenas. Há ainda em 60% das secretarias carência de profissionais

das ciências biológicas, habilitados a tratar de aspectos relacionados à fauna, sendo

as secretarias de Igarapé-Miri, Moju e Tailândia as que não têm biólogo em seu quadro

de funcionários.

Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 111

Figura 6.5- Presença de profissionais com registro no conselho de classe.

*Os dados fornecidos pela secretaria municipal de Tailândia quanto ao registro de seus profissionais no conselho de classe não puderam entrar na avaliação já que se mostraram inconsistentes.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

Todos os municípios da Base Local Tailândia possuem conselhos de meio

ambiente com caráter deliberativo. Os conselhos são compostos por membros

titulares e suplentes. Como exposto na Figura 6.6A, observa-se que há mais

representatividade de entidades governamentais (52%) do que de entidades não

governamentais (48%). Em 60% dos municípios os conselhos são paritários, no

município de Tailândia a representação de entidades não governamentais é maior e

no município de Jacundá a representação de entidades do governo é predominante.

Cada conselho de meio ambiente dos municípios que integram a Base

Local Tailândia se reuniu com um tipo de frequência nos últimos 12 meses, como

demonstra a Figura 6.6B. O conselho de Igarapé-Miri é o mais ativo tendo se reunido

mensalmente nos últimos 12 meses. Já o conselho de Tailândia não se reuniu e no

conselho de Goianésia só ocorrem reuniões extraordinárias.

O equivalente a 80% dos conselhos de meio ambiente dos municípios que

integram a Base Local Tailândia não deliberaram resoluções nos últimos 12 meses,

sendo que somente o conselho de Jacundá o fez. Os conselhos de Goianésia do Pará

e Moju nunca deliberaram qualquer normativa, enquanto que o restante da amostra

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 112

(60%) já deliberou ao menos uma resolução desde a criação dos conselhos (Figura

6.6C e Figura 6.6D).

Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia (A); Periodicidade da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C); Resoluções deliberadas por cada um dos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (D).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 113

Recursos Financeiros e Fundo Municipal de Meio Ambiente

Todas as secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia

declaram ter como fonte de recursos os repasses da prefeitura. O correspondente a

40% das secretarias também confirmou a arrecadação própria (multas, taxas, etc.) e

uma secretaria afirmou receber recursos de projetos. A secretaria municipal de meio

ambiente de Jacundá é a que recebe repasses de maior número de fontes: própria,

prefeitura e projetos. As fontes dos recursos dos sistemas de gestão ambientais

declaradas pelos municípios da Base Local Tailândia de é demonstrado pela Figura

6.7 a seguir.

Figura 6.7- Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais

Todos os municípios da Base Local Tailândia possuem fundos municipais

de meio ambiente criados por leis municipais. Os recursos dos fundos são utilizados

rotineiramente (pelo menos a cada 03 meses) em 40% dos sistemas de gestão

ambientais da Base Local Tailândia, não sendo utilizados desta forma em Goianésia

do Pará, Moju e Tailândia. Foram citadas como ações financiadas com recursos dos

fundos: a fiscalização, infraestrutura da secretaria, educação ambiental, capacitação

dos servidores e licenciamento ambiental. Em 80% dos municípios as secretarias

municipais de meio ambiente declaram que seus conselhos de meio ambiente não

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 114

acompanham os gastos da gestão ambiental, dos recursos oriundos do fundo de meio

ambiente. Somente Goianésia do Pará afirmou que o faz, mas a mesma secretaria de

meio ambiente afirmou não usar os recursos rotineiramente.

Todos os municípios da Base Local Tailândia recebem repasses referentes

ao ICMS Verde instituído pela Lei Estadual nº 7.638/2012 (regulamentada pelo nº

775/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de Meio Ambiente nº 1.562/2013),

que em seu artigo 8º define que: “A destinação dos recursos oriundos do ICMS Verde

será definida em legislação municipal, com ênfase na operacionalização do Fundo

Municipal do Meio Ambiente, e sua gestão pelo Conselho Municipal do Meio

Ambiente”.

Apenas no município de Moju há regulamentação da destinação dos

recursos do ICMS Verde para o fundo municipal de meio ambiente. O repasse

referente ao ICMS Verde é feito para as prefeituras e não para os fundos de meio

ambiente e a destinação dos recursos não é informada ao conselho ou secretaria de

meio ambiente dos municípios.

Legislação Ambiental Municipal

Os municípios da Base Local Tailândia apresentam leis ambientais básicas

que estruturam legalmente o sistema municipal de meio ambiente e que asseguram o

estabelecimento formal das secretarias, conselhos e fundos ambientais.

Quanto à publicação de leis sobre temáticas específicas da esfera

ambiental (Figura 6.8), 80% os municípios da Base Local Tailândia possuem leis que

estabelecem a política (ou código) municipal de meio ambiente, não sendo a

publicação desta lei identificada apenas em Igarapé-Miri. O equivalente a 40% dos

municípios possui legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental de

impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento, sendo

Goianésia do Pará, Igarapé-Miri e Tailândia os municípios que declararam não a

possuir. Somente o município de Jacundá possui plano ambiental de acordo com as

características locais e regionais, sendo que os demais, Goianésia do Pará, Igarapé-

Miri, Moju e Tailândia, declaram não possuir. Todos os municípios dispõem de Plano

Diretor de Desenvolvimento Urbano (Figura 6.8).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 115

Referente aos recursos normativos, a secretaria de meio ambiente de

Igarapé-Miri declarou não ter nenhum. A Lei de Taxas é o recurso normativo mais

presente nos municípios da Base Local Tailândia sendo identificado em 60% dos

municípios. Nenhum município dispõe de normas para criação de UC / áreas

protegidas, de sanções, multa, penalidades, etc., de lei de incentivos, de Instruções

Normativas, Portarias ou de Resoluções (Figura 6.9).

Figura 6.8 - Municípios da Base Local Tailândia com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera ambiental.

Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Tailândia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 116

Como exposto anteriormente, dos municípios da Base Local Tailândia,

apenas o município de Moju possui lei municipal para regulamentar o uso dos recursos

do ICMS Verde conforme legislação estadual nº 7.638/2012 (regulamentada pelo

Decreto nº 775/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de Meio Ambiente nº

1.562/2013). Complementando este item de legislação ambiental destaca-se que os

conselhos de meio ambiente de Igarapé-Miri, Jacundá e Tailândia possuem

normativas deliberadas (Figura 6.6D).

Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização

A Resolução COEMA n° 120/2015 permite que os municípios exerçam o

licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local conforme

determina o art. 6º da Resolução CONAMA nº 237/1997. A definição do conceito de

impacto ambiental local é dada pela Resolução COEMA nº 120/2015, em seu artigo

1º, sendo:

“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e

o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as

condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos

ambientais, dentro dos limites do Município”.

O anexo único da Resolução COEMA nº 120/201534 define a tipologia de

impacto ambiental local / tipologia compartilhada entre Estado e Municípios

determinando assim a competência destes entes federados no que se refere ao

licenciamento ambiental. O Estado do Pará, por meio de normativas da SEMAS lista

municípios com esta capacidade, sendo que a normativa mais recente corresponde

ao Comunicado35 SEMAS que traz em Anexo Único a relação de municípios que

possuem capacidade para exercer a gestão ambiental.

34 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015. 35 Disponível em https://www.semas.pa.gov.br/wp-content/uploads/2016/08/comunicado.pdf

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 117

Dentro deste contexto, todos os municípios da Base Local Tailândia tem

capacidade para exercer a gestão ambiental.

O equivalente a 80% dos municípios afirmou que realiza licenciamento

ambiental municipal de atividades/empreendimentos com impacto local (Figura

6.10A). Especificamente a secretaria de meio ambiente de Igarapé-Miri, ainda que

tenha esta capacidade para exercer a gestão ambiental municipal declarou que não

realiza nenhum licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto

local ou monitoramento. Ressalta-se que no caso do município não apresentar

condições de exercer a gestão ambiental municipal o mesmo deve se declarar incapaz

ao Estado para que o mesmo possa suprir a demanda. No entanto, esta declaração

não foi realizada pelo município de Igarapé-Miri, ou ao menos ainda não foi publicada

pela SEMAS como nova atualização da Portaria SEMAS nº 179/2016. Ao não assumir

a função de órgão licenciador e ao não declarar incapacidade ao Estado o município

consente o estabelecimento de uma lacuna onde pode ocorrer a instalação e

operação de empreendimento e atividades com impactos locais sem regulamentação.

Os municípios da Base Local Tailândia que afirmam realizar licenciamento

ambiental municipal listam como atividades/ empreendimentos que licenciam

atividades agrossilvipastoril, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial,

construção civil, queima controlada, pesquisa e lavra mineral, posto de combustível,

limpeza de pasto degradado (limpeza de juquira) e licença ambiental rural (Figura

6.11). O município de Goianésia do Pará declara não monitorar atividades que

licencia, assim como o município de Igarapé-Miri que afirma não licenciar nem

monitorar. Os demais municípios monitoram as atividades que licenciam.

De forma complementar a capacidade para gestão ambiental atestada pelo

Estado do Pará, há ainda o instrumento Convênio Delegação de Competência definido

pelo do artigo 5º da Lei Complementar n° 140/2011 e Instrução Normativa 005/2013,

que estabelece os procedimentos para celebração de Convênio de Delegação de

Competência para o Licenciamento Ambiental entre a Secretaria de Estado de Meio

Ambiente e Municípios do Estado do Pará. No Convênio de Delegação de

Competência um termo é firmado entre a SEMAS e município. Neste o município

assume as atividades de licenciamento e de controle e fiscalização ambiental de

competência originária do Estado. Trata-se, portanto da ampliação das competências

do município para atividades de licenciamento e de controle e fiscalização ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 118

O termo de Convênio de Delegação de Competência é assinado com a descrição

específica das atividades e/ou empreendimentos que o município passará a ter

competência para licenciar, controlar e fiscalizar, sendo a Instrução Normativa SEMAS

nº 005/2013 o instrumento jurídico que estabelece os procedimentos para celebração

deste convênio entre SEMAS e municípios do Estado do Pará.

O correspondente a 40% das secretarias de meio ambiente da Base Local

Tailândia afirmaram não ter delegação de competência. As seguintes secretarias de

meio ambiente de Goianésia do Pará, Moju e Tailândia declararam ter delegação de

competência do estado (Figura 6.10B).

Figura 6.10 - Municípios da Base Local Tailândia que realizam o licenciamento ambiental municipal (A) e que possuem delegação competência do estado para licenciamento (B).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 119

Figura 6.11 - Atividades que os municípios da Base Local Tailândia realizam o licenciamento ambiental municipal

O artigo 8° da Resolução COEMA 120/201536 descreve que para a adesão

ao Programa Estadual de Gestão Ambiental Compartilhada, e assim o exercício da

competência do licenciamento ambiental os municípios deverão:

"I - Possuir quadro técnico próprio ou em consórcio, bem como outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas para o exercício da gestão ambiental, de competência do ente federativo;

II - Possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de polícia ambiental administrativa, disciplinando as normas e procedimentos do licenciamento e de fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local, bem como legislação que preveja as taxas aplicáveis;

III - Criar, instalar e colocar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente;

IV - Criar, implantar e gerir, por meio de comitê gestor, o Fundo Municipal de Meio Ambiente.

36 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/2015/11/05/resolucao-coema-no-120-de-28-de-outubro-2015/

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 120

V - Possuir, em sua estrutura, órgão executivo com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o exercício da gestão ambiental municipal e para a implementação das políticas de planejamento territorial;

VI - Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes;

1º Deverá ser observado, para fins de constituição da equipe técnica mínima, de que trata o inciso I do art. 8º desta Resolução, a tipologia e a classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo Município.

2º Considera-se Conselho Municipal de Meio Ambiente, para fins do disposto nesta Resolução, àquele que, efetivamente, tenha suas atribuições e composição previstas em Lei, assegurada a participação social, no mínimo paritária, com caráter deliberativo, e que possua regimento interno aprovado."

O Quadro 6.3 a seguir confronta as exigências do artigo 8° da Resolução

COEMA nº 120/2015 com as respostas fornecidas pelas secretarias de meio ambiente

dos municípios da Base Local Tailândia.

A secretaria de meio ambiente de Igarapé-Miri afirma não possuir

legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de

polícia ambiental administrativa. Esta pendência é incompatível com a adesão ao

programa estadual de gestão ambiental compartilhada já que ter esta normativa é uma

exigência presente no artigo 8° da Resolução COEMA 120/2015.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 121

Quadro 6.3 - Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA nº 120/2015 dos municípios licenciadores.

Característica

Municípios

Goianésia do Pará

Igarapé-Miri Jacundá Moju Tailândia

Possuir quadro técnico próprio ou em consórcio, bem como outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas para o exercício da gestão ambiental, de competência do ente federativo

Sim Sim Sim Sim Sim

Possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de polícia ambiental administrativa, disciplinando as normas e procedimentos do licenciamento e de fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local, bem como legislação que preveja as taxas aplicáveis

Sim Não Sim Sim Sim

Criar, instalar e colocar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente

Sim Sim Sim Sim Sim

Criar, implantar e gerir, por meio de comitê gestor, o Fundo Municipal de Meio Ambiente

Sim Sim Sim Sim Sim

Possuir, em sua estrutura, órgão executivo com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o exercício da gestão ambiental municipal e para a implementação das políticas de planejamento territorial

Sim Sim Sim Sim Sim

Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes

Sim Sim Sim Sim Sim

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

O município de Igarapé-Miri não possui ferramentas formais para executar

a fiscalização, os demais (75% da amostra) possuem ao menos três ferramentas

formais para executar a fiscalização (Termo de notificação, Termo de apreensão e

Auto de infração). No entanto, apenas com base no questionário aplicado não foi

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 122

possível identificar a atuação prática dos órgãos ambientais municipais quanto à

fiscalização de atividades potencialmente lesivas para o meio ambiente. Há indicativo

da prática da fiscalização nos municípios de Jacundá e Moju dos municípios onde há

declaração de existência de recursos provindos de fonte própria (ex.: multas, taxas

etc.).

Conforme informações das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia a atividade mais impactante apontada por todas as secretarias

da amostra é a falta de saneamento básico, seguida do descarte ilegal de resíduos

sólidos urbanos que foi descrita como mais impactante por 80% dos municípios.

Destaca-se que o município de Igarapé-Miri que classificou a pesca predatória como

mais impactante e não possui a disposição de sua secretaria de meio ambiente uma

embarcação. A maioria dos aspectos ambientais foi definida como pertencentes à

categoria “requer acompanhamento/ monitoramento,” o que ilustra a importância do

fortalecimento de ações de controle, monitoramento e fiscalização por parte dos

órgãos. A Figura 6.12 a seguir consolida as respostas dos municípios frente às

atividades.

Figura 6.12 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local Tailândia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 123

Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental

No correspondente a 80% das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia houve campanhas de conscientização ou de educação

ambiental nos últimos 12 meses. A secretaria de Igarapé-Miri foi a única que não

promoveu eventos do tipo. Em 80% dos municípios, a sociedade local demanda ações

ou campanhas de educação ambiental, já havendo temas demandados identificados.

Em todos os municípios que compõem a Base Local Tailândia a temática

ambiental foi abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar

(transversal) nos últimos 12 meses. Isto representa uma boa prática que deve ser

estimulada. A realização de campanhas em parceria com escolas municipais é uma

forma de se garantir a formação de uma consciência ambiental na nova geração, bem

como de se formar multiplicadores e formadores de opinião. A Figura 6.13 consolida

as respostas dos municípios frente às atividades voltadas para a educação ambiental

realizadas nos últimos 12 meses.

Quanto aos espaços que o município utiliza para garantir e estimular a

participação social na gestão ambiental, todas as secretarias municipais de meio

ambiente da Base Local Tailândia afirmaram usar estes espaços. Os espaços

descritos como mais usados, sendo indicados por 80% das secretarias municipais de

meio ambiente, foram audiências públicas e a promoção de palestras e debates

(Figura 6.14).

No que se refere ao uso de espaço de discussão para possibilitar a troca

de experiências, a construção e a produção de saberes, 80% das secretarias

municipais de meio ambiente da Base Local Tailândia declaram usar ao menos um

tipo de espaço (Figura 6.15). O tipo de espaço mais usado é associações entes

federados e/ou instituições-tipo de municípios, de secretários, usado por 60% das

secretarias.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 124

Figura 6.13 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Tailândia nos últimos 12 meses.

Figura 6.14 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 125

Figura 6.15- Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a construção e a produção de saberes.

Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão à

Programas

A gestão ambiental compartilhada entre entes federados é parte do

Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) nos termos da Lei Federal n°

6.938/198137, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA) segundo Lei

Estadual n° 5.887/199538. No que se refere ao apoio recebido do governo estadual

e/ou federal frente à gestão ambiental este foi reconhecido por todas as secretarias

municipais de meio ambiente (Figura 6.16A). O tipo de apoio mais comum é o técnico

(capacitação, orientação, elaboração de normativas, etc.), o qual foi apontado por

todas as secretarias, seguido do apoio com infraestrutura apontado por 60% das

secretarias. Apoios do tipo financeiro e de comando e controle (auxílio em ações de

fiscalização, monitoramento) foram indicados por 40% das secretarias (Figura 6.16B).

O correspondente a 40% das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia descreveram ter ações cooperadas com o órgão ambiental

estadual e somente 20% com o federal (Figura 6.16C e Figura 6.16D).

37 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm 38 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 126

Figura 6.16 - Atuação associada aos órgãos estadual e federal de meio ambiente.

A participação do Ministério Público Estadual na gestão ambiental dos

municípios é reconhecida por 80% das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia, somente não sendo indicada por Moju. A verificação de

denúncias, o pedido de informações e as recomendações de melhorias são os tipos

de ações das promotorias mais recorrentes apontados por 80% das secretarias

(Figura 6.17).

O correspondente a 60% das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Tailândia afirmaram possuir termos de cooperação. O equivalente a 20%

das secretarias afirmaram ter convênios e consórcio para a gestão ambiental. O PRA

não é executado por 60% órgãos municipais de meio ambiente da Base Local

Tailândia, sendo somente executado em Goianésia do Pará e Tailândia (Figura 6.18).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 127

Figura 6.17 – Participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Tailândia (A) e tipo de participação (B).

Figura 6.18 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Tailândia quanto à existência de termos de cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Quanto ao Programa Municípios Verdes, todos os município da Base

Tailândia assinaram o Termo de Compromisso para Controle do Desmatamento com

o Ministério Público Federal. Além disso, todos os municípios fizeram a repactuação

em 2016, com exceção de Igarapé-Miri que celebrou seu primeiro pacto em 02 de

junho de 2016.

O equivalente a 40% das secretarias de meio ambiente afirmaram

identificar e informar ao órgão federal responsável os desmatamentos ocorridos em

áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas. Os municípios de Goianésia do

Pará, Igarapé-Miri e Jacundá são os que não têm feito este relato.

Moju é classificado pelo PMV na categoria “Embargado” e a prioridade de

ação neste município é o controle ao desmatamento e avançar no CAR. Goianésia do

Pará e Jacundá estão classificados como “Consolidados” por apresentarem médio

risco de desmatamento onde o foco principal é a inserção no CAR e a regularização

dos passivos ambientais. O município de Igarapé-Miri é de base “Florestal”

apresentando baixo risco de desmatamento. Neste a estratégia é fortalecer a

economia florestal voltada especialmente para a gestão de áreas protegidas. O

município de Tailândia é classificado como “Município Verde”.

A seguir serão apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelos municípios envolvidos:

Meta 1: Pacto contra o desmatamento

Os cinco municípios que integram a Base Local Tailândia assinaram o

pacto contra o desmatamento. Goianésia do Pará, Jacundá, Moju e Tailândia

assinaram o Repacto em 2016. O município de Igarapé-Miri assinou seu primeiro

pacto em 2016.

Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento

Apenas os municípios de Igarapé-Miri, Jacundá e Moju formalizaram a

criação do Grupo de Combate ao Desmatamento. Os demais municípios da Base

Local Tailândia precisam publicar os Decretos de criação do grupo para cumprirem

totalmente esta meta. O Quadro 6.4 apresenta o status atual de cada grupo.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Quadro 6.4 - Situação dos grupos de combate ao desmatamento dos municípios da Base Local Tailândia.

Municípios Criação do grupo Atividade do

grupo Assinatura do termo de adesão

Goianésia do Pará

Não - O termo de adesão foi assinado em 10 de junho de 2016. Até o presente momento o grupo não

foi criado legalmente

Igarapé-Miri Portaria Municipal nº

407/2016 Ativo -

Jacundá Decreto Municipal nº

028/2016 Ativo -

Moju Decreto Municipal nº

043/2012 Ativo

No dia 31 de maio de 2016 foi assinado o termo de adesão visando à criação de um novo grupo de combate ao desmatamento. Até o presente

momento este novo grupo não foi instituído

Tailândia Não -

No dia 21 de setembro de 2016 foi redigido o decreto de criação do grupo e encaminhado

para assinatura do prefeito. Até o grupo não foi criado legalmente

Meta 3: Atingir 80 % do CAR

De acordo com o Quadro 6.5, observa-se que apena o município de

Tailândia atingiu a meta de 80 % de cadastramento dos imóveis rurais considerando

as áreas das propriedades com CAR.

Quadro 6.5 – Demonstrativo das áreas cadastráveis, cadastradas e a ser cadastrada para atingir meta do PMV nos municípios da Base Local Tailândia.

Município

Área CAR Cadastrável (SEMA-05/2015)

Área CAR Cadastrada (SEMA-01/2016)

Área CAR a ser Cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

km² % Município km² % Cadastrada km² % Restante

Goianésia do Pará 6.452,60 91,87 4.583,14 71,03 578,94 8,97

Igarapé-Miri 1.671,00 83,68 775,86 46,43 560,94 33,57

Jacundá 1.678,34 83,57 1.150,67 68,56 192,00 11,44

Moju 8.947,97 98,39 6.237,75 69,71 920,63 10,29

Tailândia 4.399,50 99,31 3.767,06 85,62 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Meta 4: Desmatamento menor que 40 km²

Todos os municípios da Base Local Tailândia possuem taxa de

desmatamento anual menor que 40 km2 (Quadro 6.6).

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Quadro 6.6 - Taxa anual de desmatamento em 2015 nos municípios da Base Local Tailândia.

Município Taxa anual de desmatamento em 2015 (km2)

Goianésia do Pará 25,1

Igarapé-Miri 0,3

Jacundá 3,3

Moju 25,70

Tailândia 6,7

Fonte: INPE (2016)

Meta 5: Verificação em campo do desmatamento

Os municípios de Tailândia, Jacundá, Igarapé-Miri e Goianésia do Pará não

receberam boletim de alerta de desmatamento em 2016. O município de Moju realiza

a verificação em campo dos boletins de alerta de desmatamento que recebe.

Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia

Apenas Moju integra a lista dos municípios que mais desmatam na

Amazônia.

Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados

Todos os municípios da Base Local Tailândia possuem Sistema Municipal

de Meio Ambiente implantado e estruturado.

O Quadro 6.7 apresenta um resumo do status de cumprimento das metas

do PMV pelos municípios da Base Local Tailândia.

Quadro 6.7 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Tailândia.

Meta Goianésia do Pará

Igarapé-Miri

Jacundá Moju Tailândia

Meta 1: Pacto contra o desmatamento Sim Sim Sim Sim Sim

Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento

Não Sim Sim Sim Não

Meta 3: Atingir 80 % do CAR* Não Não Não Não Sim

Meta 4: Desmatamento menor que 40 km² Sim Sim Sim Sim Sim

Meta 5: Verificação em campo do desmatamento

Sim Sim Sim Sim Sim

Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia

Sim Sim Sim Não Sim

Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados

Sim Sim Sim Sim Sim

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Figura 6.19 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Tailândia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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DIFICULDADES E ENTRAVES

Dificuldades e entraves foram identificados ao longo do processo de

desenvolvimento deste produto, sendo que o item, ora apresentado, busca expor de

forma geral os percalços.

Ressalta-se que muitos problemas puderam ser sanados com novas

consultas aos responsáveis pelo preenchimento dos questionários, bem como com

consultas aos técnicos da Secretária Extraordinária do PMV. Tal abordagem integrou

a metodologia deste diagnóstico da gestão ambiental, sendo que o exposto no

presente item remete não a estas dificuldades, mas sim àquelas que não foram

resolvidas.

O primeiro, mas não mais importante ponto de dificuldade e entrave foi

decorrente da resistência de algumas secretarias de meio ambiente em retificar as

respostas dadas no questionário. Com isso, algumas secretarias não entregaram ou

não enviaram em tempo hábil os questionários revisados, o que acaba por

comprometer a obtenção de um diagnóstico mais fidedigno da realidade local. De toda

forma, esse tipo de situação foi abordado como parte do resultado do estudo, sendo

um indicativo da dificuldade de parte das secretarias em organizar e sistematizar suas

informações de gestão.

Além dos municípios que não retificaram suas respostas, outra dificuldade

encontrada está na incoerência de parte das respostas apontadas pelas secretarias

municipais de meio ambiente. Em assim sendo, mesmo que questionários tenham

sido revisados há incoerências que demonstram certa imaturidade dos sistemas de

gestão ambiental em boa parcela dos municípios. Notadamente, percebe-se que

respostas inconsistentes e incoerentes são mais recorrentes nos itens referentes ao

Licenciamento Ambiental, Gestão Compartilhada e Legislação Ambiental. Abaixo,

buscou-se elencar pontos de atenção que representam limitações do presente

relatório:

- Legislação ambiental: há afirmações contrárias ao exposto nas leis

ambientais, principalmente estaduais e municipais, podendo indicar tanto que não

houve consulta prévia às mesmas como que pode estar havendo transgressões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 134

- Conselhos de Meio Ambiente: conselhos foram declarados como

consultivos, mas tem claramente caráter deliberativo com inclusive resoluções

deliberadas. Há conselhos declarados como não paritários, em contrário à própria

normativa que o cria, sendo ainda observados conselhos com maior representação

de entidades governamentais

- Licenciamento Ambiental: há dificuldade de entendimento na maioria das

secretarias quanto à capacidade para exercer a gestão ambiental e a delegação de

competência do Estado. Há desconhecimento da competência para licenciar e das

atividades/empreendimentos que a competência abarca.

- Educação Ambiental: Desconhecimento das atividades de outras

secretarias que tem caráter de educação ambiental.

- Quadro de funcionários: Imprecisão quanto ao número de funcionários

das secretarias com diferentes informações prestadas a depender da pergunta feita.

- Gestão Compartilhada: Há desconhecimento de ações compartilhadas.

Há desconhecimento de convênios, consórcios e termos de cooperação ou

entendimento equivocado de conceitos.

Além do exposto foi ainda identificado que houve falta de respostas

objetivas e recorrência de respostas amplas, vagas ou que não respondiam a

pergunta o que dificultou a construção de uma análise mais coesa.

Por fim, pretende-se que a exposição destes pontos de fragilidade possa

servir tanto para relativizar o entendimento de algumas análises e apontamentos,

quanto para subsidiar encaminhamentos das próximas fases do programa,

notadamente o Plano de Monitoramento.

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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RECOMENDAÇÕES

As recomendações e encaminhamentos aqui expostos têm como base o

diagnóstico da gestão ambiental da Base Local Tailândia e a análise integrada dos

dados levantados.

Dentre os municípios que integram a Base Local Tailândia, o município de

Igarapé-Miri é o que apresenta sistema de gestão ambiental menos estruturado. Sua

secretaria de meio ambiente é a com menor infraestrutura dos municípios da Base

Local Tailândia. Esta não conta com notebook/ laptop, carro, embarcação, GPS,

máquina fotográfica ou programas de georreferenciamento. Destaca-se que o

município classificou a pesca predatória como atividade mais impactante e não possui

embarcação a disposição de sua secretaria de meio ambiente para ser usada em

ações de controle e fiscalização. O órgão ambiental de Igarapé-Miri é também o que

tem menor número de funcionários. O sistema de gestão ambiental do município não

possui nenhum tipo de recurso organizacional e tão pouco recursos normativos, sem

que tenha, portanto, ferramentas formais para executar a fiscalização. O município

Igarapé-Miri não possui lei que estabelece a política (ou código) municipal de meio

ambiente, não possui legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental de

impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento, não possui

plano ambiental de acordo com as características locais e regionais, e não executa o

PRA. A secretaria de Igarapé-Miri foi a única da Base Local Tailândia que não

promoveu campanha de conscientização ou de educação ambiental nos últimos 12

meses e nem realizou capacitação de seus funcionários neste período. A secretaria

de meio ambiente de Igarapé-Miri, ainda que tenha capacidade do Estado do Pará

para exercer a gestão ambiental municipal declarou que não realiza nenhum

licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local ou

monitoramento. O município de Igarapé-Miri não assinou o Termo de Compromisso

para Controle do Desmatamento com o Ministério Público Federal mas o celebrou o

Pacto local em 2016. Igarapé-Miri afirmou que não identifica e informa ao órgão federal

responsável os desmatamentos ocorridos em áreas protegidas, assentamentos,

projetos de desenvolvimento sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou

quilombolas. O município criou o grupo de trabalho para apoiar o combate e o controle

do desmatamento por meio da Portaria 407/2016. O município é de Base Florestal,

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

Página 136

mas precisa que seu sistema de gestão ambiental municipal seja reestruturado de

modo que este possa fortalecer sua economia florestal e atuar de forma contundente

na gestão ambiental como um todo e não somente nos aspectos referentes ao

desmatamento.

O sistema de gestão ambiental de Moju é bem mais estruturado que o de

Igarapé-Miri, no entanto este também precisa de um maior esforço de fortalecimento

principalmente em tendo sido o município classificado pelo PMV na categoria

“Embargado”. Falhas específicas na infraestrutura deste órgão ambiental que

precisam ser prontamente corrigidas são a falta de funcionários efetivos na área

técnica, a ausência de notebook/ laptop e embarcação e de maior número de veículos

e equipamentos à disposição.

A secretaria de meio ambiente de Jacundá é a melhor estruturada em

quantidade e tipos de equipamentos e veículos básicos necessários a possíveis

funções de licenciamento, controle e fiscalização. Em Tailândia, a secretaria também

é bem estruturada, mas não possui embarcação. Já em Goianésia do Pará o órgão

ambiental é bem estruturado em termos de funcionários com nível técnico/tecnólogo

e superior e de número de funcionários efetivos na área técnica, no entanto este órgão

apresenta infraestrutura subdimensionada e conta com poucas unidades de

equipamentos e veículos disponíveis, o que pode estar comprometendo ações de

licenciamento, controle e fiscalização deste órgão. Cabe destacar que Goianésia do

Pará afirmou não monitorar as atividades que licencia. Para todos os órgãos

ambientais é aconselhável que seja verificado se a atual infraestrutura disponível está

em coerência com as demandas e as necessidades da rotina de trabalho.

Especificamente para o item embarcações, o que se mostrou menos frequente nas

secretarias, recomenda-se que este seja disponibilizado para as secretarias que

tenham esta necessidade.

Diante do fato de que a maior parte dos funcionários das áreas

administrativas e técnicas das secretarias de meio ambiente da Base Local Tailândia

não são efetivos, há necessidade que os municípios realizem concurso público para

contratação de servidores. Ainda que Goianésia do Pará e Tailândia tenham

considerável número de técnicos efetivos na área técnica isto não ocorre para a área

administrativa destes órgãos. Em nenhuma das secretarias há previsão para

realização de concurso público, devendo este ponto ser reavaliado junto aos

Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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municípios. Outra possibilidade, caso não seja realmente possível a realização de

concursos neste momento, é que funcionários efetivos sejam deslocados de outras

secretarias municipais para integrar a secretaria de meio ambiente. A equipe dos

órgãos ambientais dos municípios deve ser formada por servidores concursados de

modo que estes tenham autonomia funcional e segurança para exercer suas

atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos. É recomendado

que a disponibilidade e as características das vagas a serem abertas em edital de

concurso público fossem coerentes com as demandas do órgão ambiental municipal.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a classificação

das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município. Os

profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados pelos

empreendimentos no meio ambiente. É de suma importância a equipe ser

multidisciplinar contemplando analistas dos meios físico, biótico e socioeconômico,

para haver uma correta avaliação da análise de viabilidade ambiental das atividades

ou empreendimentos. É aconselhável que haja uma melhor avaliação do quadro de

pessoal e das demandas das secretarias para compatibilizar a abertura de vagas com

as demandas.

Na maior parte das secretarias de meio ambiente da Base Local e Tailândia

observou-se uma carência nas por profissionais da área de socioeconômica, sendo

uma recomendação prioritária a inclusão de um profissional com esta habilitação. Tal

recomendação é mais urgente nos municípios que tem como demanda a atuação

junto às comunidades tradicionais e indígenas. Há também carência nas secretarias

de Igarapé-Miri, Moju e Tailândia de ao menos um profissional das ciências biológicas.

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Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os municípios que integram a Base Local Tailândia apresentam

secretarias de meio ambiente, conselhos de meio ambiente com caráter deliberativo,

e fundos municipais de meio ambiente criados por leis municipais e leis. Somente

Igarapé-Miri é o único município que não tem estabelecido política (ou código)

municipal de meio ambiente. Há, no entanto, muitos pontos de melhoria e necessidade

de correções de falhas e inconsistências identificadas nos sistemas de gestão

ambiental da Base Local Tailândia.

O presente relatório técnico, além de ter apresentado diagnóstico da gestão

ambiental dos municípios que integram a Base Local Tailândia e a análise integrada

dos dados levantados, buscou propor recomendações e apontar ações específicas

voltadas para a implementação prática dos sistemas de gestão ambiental destes

municípios. O trabalho, no entanto, limitou-se à análise dentro da metodologia

proposta de aplicação de questionário, mas de forma alguma pretendeu esgotar o

tema. A realidade da gestão ambiental municipal se faz muito mais complexa que o

exposto devendo ser a avaliação das limitações e a proposição de melhorias

contínuas.

Verifica-se que grande esforço de estruturação do sistema de gestão

ambiental faz-se necessário no município de Igarapé-Miri, enquanto que nos demais

municípios os esforços são de adequações, capacitações e acompanhamentos. Ainda

que os sistemas de gestão ambiental dos municípios que integram a Base Local

Tailândia estejam formalmente estruturados, a avaliação dos dados fornecidos pelas

secretarias municipais de meio ambiente identificou que é necessário que haja grande

fortalecimento da atuação propriamente dita destes.

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Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO

A Floram Engenharia e Meio Ambiente, representada por seu Responsável

Legal e Coordenador Geral do Contrato 010/2015, Eng. Agr.º Paulo Tarcísio Cassa

Louzada, pelo Coordenador Técnico do Contrato 010/2015, Biol. Augusto Luciani

Carvalho Braga e pela Coordenadora Setorial, Eng.ª Ftal. Samira Mahmud Kuwar, se

declaram responsáveis pela elaboração do presente relatório e atestam a veracidade

e qualidade das informações ora apresentadas.

Paulo Tarcísio Cassa Louzada CREA 34.536/D Coordenador Geral Engenheiro Agrônomo Augusto Luciani Carvalho Braga CRBIO 44.253/04-D Coordenador Técnico Samira Mahmud Kuwar CREA/RS 149889 Coordenadora Setorial

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Programa Municípios Verdes P7- Base Tailândia

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil.1988.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2ª ed. Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.

_______ Lei Federal N°. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02/09/1981, p.16.519.

______ Lei Federal N°. 10.257 de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, DOU de 11.7.2001 e retificado em 17.7.2001.

______. Lei Complementar n° 140 de 08 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para cooperação entre União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, DOU de 09/12/2011 e retificado em 12/12/2011.

______. CONAMA. Resolução n° 237 de 19 de dezembro de 1997. Regulamento os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos pela Política Nacional de Meio Ambiente. Brasília, DOU de 22/12/1997.

BURSZTYN, Maria Augusta Almeida. Gestão ambiental: instrumentos e práticas. Brasília: IBAMA, 1994.

KHOURY, L; Ligeiro, I; Rocha, P; Santana, J; Lima, L. Ministério Público do Estado da Bahia. O Papel do Ministério Público no Acompanhamento da Implementação dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente. IV Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Salvador. 2013;

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Portal Nacional de Licenciamento Ambiental. Disponível em <http://www.mma. gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=46>. Acesso em 10 mai. 2015.

MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 4. ed. São Paulo: R dos Tribunais, 2004.

NEVES, Estela Maria Souza Costa. Política ambiental, municípios e cooperação intergovernamental no Brasil. Revista do Instituto de Estudos Avançados, USP, n° 74. São Paulo, 2012.

PROGRAMA MUNICÍPIOS VERDES. Lições aprendidas e desafios para 2013/2014. Coordenação de Marussia Whately; Maura Campanili. – Belém, PA: Pará. Governo do Estado. Programa Municípios Verdes, 2013.

PRGRAMA MUNICÍPIOS VERDES. Disponível em http://municipiosverdes.com.br/base_de_dados>. Acesso em 20 de junho de 2016.

SCHULT, Sandra Irene Momm. Conselho Municipal de Meio Ambiente: um guia prático - Blumenau: Projeto Piava, 2006.

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ANEXOS

Anexo I – Cópia dos e-mails enviados para as Secretarias;

Anexo II - Questionários tabulados dos municípios de Goianésia do Pará, Igarapé-Miri, Jacundá, Moju e Tailândia;

Anexo III – Portaria SEMAS nº 179, de 11 de fevereiro de 2016 e Portaria SEMAS nº 1.421, de 12 de agosto de 2016;

Anexo IV – Comunicado SEMAS com a relação de municípios que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental;

Anexo V – Resolução COEMA nº 120 de 28 de outubro de 2015

.