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“Neste mês pensemos nos muitos missionários, homens e mulheres, que, para anunciar o Evangelho, superaram obstáculos de todos os tipos, e deram verdadeiramente a vida” Papa Francisco, Angelus na praça de São Pedro, 6 de Outubro de 2013 Dezembro 2014

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“Neste mês pensemos nos muitos missionários, homens e mulheres, que, para anunciar o Evangelho, superaram

obstáculos de todos os tipos, e deram verdadeiramente a vida”Papa Francisco, Angelus na praça de São Pedro, 6 de Outubro de 2013

Dezembro 2014

Artigos 3 Mensagem P. Giovanni Salerno msp

9 “Pax Christi” P. Agustín Delouvroy msp (belga)

13 São João XXIII

20 Aumenta-nos a Fé Irmãs Missionárias Servas dos Pobres do TM

24 A vida do Movimento Crónica

30 Desde o Mundo

AVISO IMPORTANTENunca vos canseis de rezar pelos sacerdotes, especialmente nestes momentos em que parece que se desencadearam sobre a Igreja todas as forças do mal, enfurecen-do-se de maneira particular contra os ministros sagrados do Senhor. Rezai para que permaneçam fiéis à sua vocação, para sejam Santos, para que sejam, em definitivo, nada mais e nada menos que aquilo que devem ser: “Alter Christus”. Acompanhai com a vossa oração os Sacerdotes e diáconos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo!

Com autorização eclesiástica “pode imprimir-se” (Vigário Geral da Arquidiocese de Cuzco).Não é permitido a reprodução parcial ou total dos artigos contidos nesta revista, sem prévia autorização.

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MensagemPadre Giovanni Salerno, msp

Caríssimos amigos, Laudetur Iesus Christus!

Aproxima-se o Santo Natal e para nós missionários aumenta cada vez mais a tristeza que experimentava Jesus ao ver tantas povoações que viviam como ove-lhas sem pastor.

No longínquo 1566, um grande mis-sionário franciscano, o P. Alfonso Maldo-nado, deixava o Peru para ir a Espanha pedir ajuda espiritual, dirigindo-se ao mosteiro carmelita de Ávila para pedir essa ajuda a Santa Teresa de Jesus, que, recentemente, havia começado a refor-ma do Carmelo.

A Santa, ao ouvir a triste realidade dos nossos irmãos do Peru, entrou numa pro-funda crise e queria renunciar à reforma do Carmelo para ir evangelizar no Peru. Porém, Jesus deu-lhe a compreender que, para ajudar os pobres dos Andes e os missionários dos diferentes continen-tes, era necessário fundar mosteiros para que as religiosas se sacrificassem pelos missionários e pelos pagãos.

Santa Teresa, simplesmente por ter ou-vido falar da pobreza das pessoas do Peru e da sede da Palavra de Deus que elas

tinham, e sem conhecer pessoalmente os pobres, entrou em crise, ao contrário de muitos jovens de hoje que tiveram a oportunidade de viver perto de muitos pobres do Peru e ver a necessidade que há de pessoas dedicadas a eles.

Os nossos irmãos camponeses, nas numerosas aldeias da Alta Cordilheira do Peru, vivem ainda como na época do P. Alfonso Maldonado. Vivem em cabanas, vivem uma existência inumana; não co-nhecem o colchão nem o duche; não têm farmácias nem médicos, nem sequer cen-tros de saúde. Porém, apesar de serem pobres, têm uma alma com a qual invo-cam a Deus, invocam e esperam o sacer-dote que lhes dê os tesouros da Igreja: a Palavra de Deus e os Sacramentos.

Também no ano 1542, São Francis-co Xavier, desde as Índias, escrevia ao seu Pai espiritual, Santo Inácio de Loyo-la: “Muitos deixam de se fazer cristãos nestas terras, por não haver quem se ocupe de tão santas obras. Muitas vezes me vem ao pensamento ir aos colégios da Europa, levantando a voz como um homem que perdeu o juízo e, principal-mente, à Universidade de Paris, falando na Sorbonne aos que têm mais letras

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Os pobres dos Andes peruanos recebem com alegria a chegada de um missionário Servo dos Pobres TM.

que vontade para se disporem a frutifi-car com elas. Quantas almas deixam de chegar à glória e vão para o inferno por negligência deles!”.

Esta realidade torna-se cada vez mais triste pela falta de generosidade de mui-tos jovens.

Em muitos países ocidentais existe uma rejeição de Cristo, ainda mais, existe uma rejeição de qualquer tipo de ética. Isto leva a uma imoralidade latente em muitos ambientes educativos, a situa-ções familiares trágicas, etc. Porém, nes-tes mesmos países também se observa o respeito e o amor devidos Àquele que nos criou e que nos constituiu naquilo que somos. Existem, por exemplo, casais que conservam uma educação católica “anti-sísmica”, isto é, são casais que dão

importância ao dom da vida e à educa-ção dos filhos.

Com alegria, conheci muitos destes jovens, vindos de famílias profunda-mente cristãs, que vieram para oferecer parte do seu tempo como voluntários em Cuzco, na nossa Cidade dos Rapazes. Porém, que tristeza ao ver que alguns deles, chamados por Deus, não tiveram coragem de dar um sim generoso e re-gressaram aos seus países!

A estes jovens não lhes importou ver a pobreza material de tantos irmãos in-dígenas, não lhes importou ver a fome e a sede da Palavra de Deus que têm os nossos irmãos indígenas nos Andes.

Um dos últimos jovens que veio para oferecer as suas férias em Cuzco tinha todos os dons para ser um santo missio-

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As casas dos camponeses dos Andes peruanos.

nário. Porém, partiu “escandalizado” por dois “grandes motivos”, segundo nos dizia ele próprio: o primeiro, porque, ao visitar a missão de Cusibamba a 3900 metros sobre o nível do mar, onde vivem as nos-sas Irmãs Missionárias e que podem ter a missa só aos domingos devido à falta de sacerdotes, viu uma das nossas Irmãs, mi-nistra extraordinária da comunhão, distri-buir a comunhão aos fiéis. O outro motivo foi porque viu um dos nossos sacerdotes missionários, durante a santa Missa, dar o sinal da paz com a mão aos fiéis, depois de ter tocado a santa eucaristia.

Conto-vos estas coisas com tristeza, porque sei que este jovem não é o único que pensa assim. Existem muitos jovens que se creem bons, profundamente ca-tólicos, marianos, etc., porque vão todos

os dias à santa Missa, participam todos os anos nalguma peregrinação importante e estudam nas Universidades católicas. Porém, estes jovens esquecem-se da Pa-lavra de Jesus: “Viste-me pobre, doente, faminto..., e escapaste” (cfr. Mt 25, 31-46).

Apesar de serem tão escrupulosos, esquecem-se de que a Santa Mãe Igre-ja canonizou dois grandes homens que, depois de terem tocado a Eucaristia du-rante a santa Missa, davam a mão aos cardeais e aos bispos e também a mui-tas crianças. Refiro-me a dois grandes Papas, São João XXIII e São João Paulo II.

Como podemos catalogar estes jo-vens que se dizem profundamente ca-tólicos? Que resposta dariam ao Santo Padre que diz que frente à situação de tantos irmãos nossos, a Igreja tem que se

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interpelar, e convida a todos os homens, a católicos e também aos de boa vonta-de, a tomar consciência dos que sofrem?

Neste Natal, nos Andes, como em muitas regiões do Terceiro Mundo, ha-verá silêncio, escuridão, tristeza e sofri-mento de muitas crianças e de muitos doentes que ao não encontrarem um medicamento, como por exemplo um simples antibiótico, sofrem consequên-cias muito tristes e dolorosas. Para eles haverá tristeza, sobretudo, porque não sabem que Jesus veio para eles e que os continua a amar com ternura.

É doloroso o facto de que muitos sa-cerdotes, na sua larga vida de apostola-do, nunca falaram aos jovens da riqueza do celibato, do tesouro da virgindade, da beleza e importância da vocação missio-naria “ad gentes”. Se um sacerdote não fala disto, deixa a Igreja mais pobre.

Tu, querido sacerdote, que na Noite de Natal receberás muitas felicitações natalícias da parte dos fiéis, não podes ficar tranquilo em consciência se pensas apenas no futuro da tua paróquia e não pensas também na promoção das voca-ções missionárias.

E tu, jovem que rezas e que participas em peregrinações, não pensas no dom da vida que Deus te deu para que o dês aos teus irmãos? Não pensas que toda a tua boa formação que recebeste, todas as peregrinações nas quais participaste, não são para te catalogar de bom, mas para te preparar a uma entrega a favor daqueles que te necessitam?

Uma erupção do vulcão Eyjafjallajökull na Islândia, nos dias 20 de Março e 14 de Abril de 2010, expulsou uma grande quantidade de cinza vulcânica na atmos-fera num raio de vários quilómetros e

Uma família camponesa dos Andes peruanos.

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obrigou a fechar o espaço aéreo na maior parte do norte da Europa a partir do dia 15 de Abril, impedindo ou afetando seria-mente os planos de viagem de milhares de passageiros durante vários meses.

Penso que o nosso dever, como mis-sionários, é um dever profético: a nossa voz tem que provocar fogo de amor. A nossa consagração, o nosso sacerdócio e o nosso baptismo não têm valor se deve-ras não são como um magma que surge com força, como o do vulcão Eyjafjalla-jökull, que produz uma sacudidela nas consciências e que se ouve de perto e de longe, sem ter medo de que faltem de-pois os donativos de roupa, de dinheiro, etc., coisas que, ao fim e ao cabo, acal-mam as consciências, mas não resolvem o problema de fundo.

O missionário sempre confia na divi-na providência e experimenta a riqueza e o poder das Palavras de Jesus: “Procurai primeiro o Reino de Deus, e tudo o mais se vos dará por acréscimo” (cfr. Mt 6, 33).

Estas minhas pobres palavras saem do meu coração como o magma incan-descente desse imponente vulcão da Islândia, para os jovens que gastam a sua vida nas discotecas, nas imoralida-des, nas drogas, e também para todos os jovens que se creem bons católicos, porque frequentam universidades ca-tólicas ou porque participam nas pere-grinações a distintos santuários, e para muitos sacerdotes, párocos, religiosos e religiosas, pastores de almas, que não vibram de espírito missionário, para que despertem e promovam as vocações missionárias “ad gentes” e na Igreja local,

a fim de que, ao morrer, não deixem ape-nas cinzas na Igreja.

Quando não se é generoso com o Se-nhor, quando não se promovem as vo-cações missionárias, fomenta-se a morte de muitas almas.

Olhemos para as seitas, que não des-cansam, nem na Europa nem nos países do Terceiro Mundo. Jesus diz: “Eu vim lan-çar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já estivesse ateado!” (Lc 12, 49). Porém, com muita frequência e por culpa dos homens da Igreja, da Igreja se tem ape-nas a cinza, sem perspetiva de futuro.

Feliz Natal a todos!

P. Giovanni Salerno msp.

Os pobres dos Andes peruanos durante o trabalho no campo.

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Bem-vindos à Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres”

A nossa morada:Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo) EspanhaTel. 0034-925-390066 Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

Aqui há um lugar também para ti!

A Casa de Formação “Santa Maria Mãe dos Pobres” é um lar para os jovens que desejam ser sacerdotes Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

“Por favor, peço-vos que rezeis por mim: por favor, fazei-o! E não esqueçais: «caminhar pela vida», nunca «perambular pela vida»! Obrigado!”

Papa Francisco, Discurso no encontro com os Jovens das dioceses dos Abruzos e Molise no Santuário Mariano de Castelpetroso,Sábado 5 de Julho de 2014

Se és um jovem rapaz entre os 18 e os 30 anos, e queres preparar-te connosco para as próximas JMJ-2016 em Cracóvia, esperamos-te no próximo mês de Agosto de 2015 no nosso Seminário de Ajofrín (Toledo – Espanha) para participar no “Campus Internacional Missionário 2015”.

Contata-nos: [email protected]

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Quando participamos na eucaristia, o sacerdote convida-nos a trocar “um sinal de paz”. Este rito foi revalorizado com a reforma litúrgica do Concilio Vaticano II. Realizamo-lo depois da oração do “Pai--Nosso” e antes do rito da “fração do Pão”, isto é, do “gesto da fração do Pão prati-cado por Cristo na Última Ceia, e que serviu para designar, nos tempos apos-tólicos, toda a acção eucarística, e que significa que os fiéis, apesar de muitos se tornam um só Corpo, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo” (Instrução geral do Missal Romano, n. 83).

Qual é essa paz que nos oferece Jesus? Em que consiste? Trata-se acaso daquela paz de que falamos quando dizemos: “Deixa-me em paz!”? Ou referimo-nos, antes, à paz que testemunhou Santo Agostinho quando disse: “Criaste-nos para Vós e o nosso coração vive inquie-to enquanto não repousa em Vós” (Con-fissões I, 1,1)? Ou terá antes a ver com a experiência de São Francisco de Assis? “Certa vez indo a cavalo perto de Assis, veio-lhe ao encontro um leproso. Em-bora tivesse muito horror aos leprosos, violentando-se, apeou-se e ofereceu-lhe

uma moeda, beijando-lhe a mão. Após ter recebido dele o beijo da paz, mon-tou a cavalo e prosseguiu seu caminho. Desde então começou cada vez mais a desprezar-se, até conseguir, pela graça de Deus, a mais perfeita vitória sobre si mesmo. Poucos dias depois, levando consigo muito dinheiro, dirigiu-se ao le-prosário, e, reunindo todos os leprosos, deu a cada um uma esmola, beijando--lhes a mão. Ao afastar-se, o que lhe pa-recia amargo mudara-se em doçura” (A legenda dos três companheiros, IV).

Este rito litúrgico da paz ilumina tam-bém o carisma dos Missionários Servos dos Pobres TM e constitui para este caris-ma uma fonte quotidiana de renovação. O nosso Movimento nasceu para se co-locar ao serviço da Igreja, que é mistério de caridade e de paz para a salvação dos pobres. Nasceu para dar um sinal concre-to e palpável deste grande mistério. Com efeito, se nós, os membros da Igreja, não deixamos que este mistério de caridade, de serviço e de paz se “encarne” na nossa própria vida, o mistério da Igreja brilhará com menor vigor no meio do mundo.

Que nos diz a nossa Mãe Igreja sobre este rito na celebração da Missa? “Segue

P. Agustín Delouvroy, msp (belga)Pax Christi

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o rito da paz, no qual a Igreja implora a paz e unidade para si própria e para toda a família humana, e os fiéis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento. Quanto ao próprio sinal com que se dá a paz, as Conferências Episcopais determinarão como se há-de fazer, tendo em conta a mentalidade e os costumes dos povos. Mas é conveniente que cada um dê a paz com sobriedade apenas aos que estão mais perto de si” (Instrução geral do Missal romano, n. 82).

A melhor maneira para cumprir este rito é dirigir com simplicidade um sinal de paz à pessoa do nosso lado direito e do nosso lado esquerdo e, ao mesmo tempo, recordar o que significa e pedir a Deus, a quem vamos receber na Euca-

ristia, o dom de uma caridade concreta, fiel e efetiva para com o nosso próximo.

Este gesto deve ser cordial. Não tem, necessariamente, que ir acompanha-do de uma efusão de sentimentos. Mas deve proceder da nossa vontade trans-formada pela graça. A caridade consiste em algo muito mais humano e profundo que simples sentimentos efémeros. No intercâmbio da paz é a nossa vontade que se compromete na presença do Rei da Paz sobre o altar (e nunca deixá-lo ali sozinho) a ver e amar a Deus no nosso próximo e a fortalecer-se no desejo de aceitar o último lugar para servir... como o Mestre, por Ele, com Ele e Nele.

Para viver melhor este rito, resulta mui-to útil meditar sobre as duas dimensões essenciais da Santa Missa: a Eucaristia é o

Os Missionários Servos dos Pobres TM levam a paz aos pobres dos Andes peruanos.

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Sacrifício do Corpo e do Sangue de Cristo para a nossa Salvação e é, simultaneamen-te, o Banquete que reúne os batizados, na alegria do Céu e no Amor divino. A Missa é a celebração do Sacrifício de Cristo que nos ama até ao extremo e, graças a isto, é também o Banquete do Amor de Cristo que nos faz gozar a comunhão de Deus.

O sacrifício e a comunhão encontram--se intimamente relacionados na vida de cada um. Os esposos que lutam todos os dias para conservar vivo o amor que os une, o trabalhador que se esforça por vi-ver a sua profissão como autêntico servi-ço e que renuncia, portanto, às riquezas, ao poder e ao prestígio, o religioso que se esforça por viver a vida comunitária com espírito fraterno. Todos eles sabem muito bem que a comunhão no amor e na verdade só se pode alcançar através de grandes e contínuos sacrifícios.

O Banquete do Cordeiro que o Senhor prepara para partilhar com a sua Igreja (cf. Lc 14, 15-24) é o fruto do Sacrifício de Cristo e do sacrifício de todos em Cristo.

Não cremos que a paz e o amor sur-girão simplesmente suscitando belos sentimentos e belos pensamentos. Sem a verdade do sacrifício, a caridade cristã é como uma caixa vazia. E o entusias-mante é que, ao descobrirmos o “preço” que tem o amor ao próximo, também descobrimos melhor o “preço” que Cristo pagou na cruz pela salvação do mundo.

Assim nos damos conta de que o rito da paz e do intercâmbio da paz, que for-ma parte dele, não se reduz a um sorri-so ou a um gesto amável que trocamos naquele momento para exercer, limitado àquele momento, algo de caridade ou, pior ainda, para simular que existe algo de caridade entre nós. Segundo esta ló-

Um Sacerdote Missionário Servo dos Pobres TM celebra a Santa Missa numa das povoações dos Andes peruanos.

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gica, teríamos então que partilhar a paz rigorosamente com todos e cada um, e talvez também enviar imediatamente alguém para dar de comer aos pobres, visitar os doentes, etc.

Este rito tem muito que ver com o que recordava Bento XVI na sua encíclica “Deus caritas est”: “Para a Igreja, a carida-de não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua na-tureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência” (n. 25).

Lamentavelmente, estamos dema-siado acostumados a viver o mistério da Igreja duma maneira minimalista e farisaica, quando a única Igreja do Nosso Senhor é um mistério inigualá-vel de caridade. Digam-me, que insti-tuição exerceu mais que a Igreja Cató-lica a caridade no decorrer da história da humanidade? Contraditoriamente, os membros da Igreja também fizeram muitas vezes o mal, porém, nenhuma outra instituição foi portadora de paz como a Igreja. No entanto, ao contem-plar o mistério de caridade que palpi-ta no coração da Igreja, não podemos deixar de constatar que a obra de ca-ridade e de paz realizada pelos mem-bros da Igreja poderia ter sido muito maior e que, sobretudo, poderia ser muito maior aqui e agora.

Para que a Igreja Católica seja de ver-dade o que é, torna-se importante recu-perar este rito da paz na sua simplicidade e profundidade. Os batizados têm neces-sidade de se reunir sempre de novo ao redor de Cristo e renovar o sinal da paz.

Os nossos Missionários Servos dos Pobres TM levam a Santa Eucaristia às aldeias dos Andes peruanos.

No exercício da caridade, “A ação prá-tica resulta insuficiente se não for palpá-vel nela o amor pelo homem, um amor que se nutre do encontro com Cristo” (Bento XVI, Deus caritas est, n. 34). Com efeito, o amor vem do alto e não de nós próprios: “Não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expia-ção pelos nossos pecados” (1Jo 4, 10).

De fato, o amor autêntico nunca é ad-quirido de uma vez para sempre. O amor autêntico é sempre algo novo, sob pena de morrer. Eis aqui outra razão para não nos cansarmos de repetir este gesto da paz. E é ao renovar este gesto que a Igreja é enviada sempre de novo ao meio dos pobres, aos que não conhecem a paz.

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Angelo Giuseppe Roncalli (1881-1963), nasceu a 25 de Novembro de 1881, em “Sotto il Monte”, pe-quena aldeia rural que se encontra na província de Bérgamo (Itália). A 13 de Julho de 1904, obteve em Roma o doutoramento em Teologia e, a 8 de Agos-to desse mesmo ano, pouco tempo depois de fazer 23 anos, foi ordenado sacerdote em Roma, onde começou os estudos de Direito Canónico. Porém, teve que interromper os estudos, porque foi cha-mado para desempenhar o cargo de secretário do novo bispo de Bérgamo, Monsenhor Giacomo Radini Tedeschi. Desempenhou este cargo durante dez anos e simultaneamente ensinou História Ecle-siástica, Patrologia, Apologética e Teologia Funda-mental no Seminário diocesano.

Durante a Primeira Grande Guerra Mundial, cumpriu com especial esmero durante três anos a sua tarefa de capelão militar e dedicou-se ao cui-dado pastoral do hospital militar de Bérgamo. Em 1920, o Papa Bento XV confiou-lhe a presidência em Itália da Obra da Propagação da Fé.

Em 1925, em Roma, foi consagrado bispo e en-viado como Visitador Apostólico à Bulgária, onde em 1931 chegou a ser Primeiro Delegado Apos-tólico, até ao dia em que foi nomeado Delegado Apostólico da Turquia e da Grécia (1934).

Depois de ter sido Núncio Apostólico na França, a partir de 1944, foi criado Cardeal pelo Papa Pio XII no consistório de 12 de Janeiro de 1953 e depois foi designado Patriarca de Veneza, onde chegou a 5 de Março desse mesmo ano. Com a morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontífice a 28 de Outubro de 1958 e escolheu como nome o de João XXIII.

Conhecido em todo o mundo como o “Papa buono” (Papa bom), pela sua extraordinária pro-ximidade às pessoas, foi ele quem, a 25 de Abril de 1959, quando nem sequer tinha seis meses na Sede de Pedro, anunciou a convocação do Concilio Ecuménico do Vaticano II, a cuja abertura presidiu a 11 de Outubro de 1962.

São João XXIIIP. Pierfilippo Giovanetti msp (italiano)

Morreu a 3 de Junho do ano seguinte e, por-tanto, não pôde ver o desenvolvimento completo do Concílio. Porém, podemos considerar a gigan-tesca obra do Concílio como um legado do Papa João XXIII, juntamente com o seu testemunho de vida e o seu magistério. Publicou sete encíclicas, das quais as mais conhecidas são as duas encícli-cas sociais: Mater et Magistra, de 1961, e Pacem in terris, de 1963.

Sobre ele conhecem-se muitíssimas anedotas, que revelam a sua simplicidade e proximidade, como, por exemplo, quando duplicou o salário dos carregadores da “cadeira gestatória” e como expli-cação disse: “Eu peso o dobro de Pio XII”.

Foi beatificado por João Paulo II a 3 de Setembro de 2000, com o Papa Pio IX, e canonizado no pas-sado 27 de Abril, Domingo da Divina Misericórdia, pelo Papa Francisco, com o mesmo Pontífice que o tinha beatificado, São João Paulo II, o Grande.

Como disse o Santo Padre na homilia da Missa de Canonização, quando fala dos dois novos pontí-fices elevados à honra dos altares, “foram sacerdo-tes e bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da his-tória; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria”.

A João XXIII acorreu Monsenhor Alcides Men-doza Castro, naquele tempo jovem bispo de Aban-cay (Peru), quando necessitou de religiosos dispos-tos a fundar uma prelatura no Peru, para o apoiar no cuidado pastoral do enorme rebanho de que estava encarregado. Com a sua autorização, che-garam ao país andino os primeiros agostinianos para fundar a prelatura de Chuquibambilla. Neste primeiro grupo de missionários agostinianos, en-contrava-se o nosso fundador, o Padre Giovanni Salerno, que chegou ao Peru no longínquo 1968.

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Oração ao Menino JesusÓ Santo Menino Jesus, que derramas as tuas graças sobre os que te invocam,

volta os teus olhos para nós, prostrados diante da tua santa imagem,e ouve a nossa oração.

Confiamos-te muitos pobres necessitados,que confiam no teu divino Coração.

Estende sobre eles a tua mão omnipotente e socorre-os nas suas necessidades.

Estende-a sobre as crianças, para as proteger;sobre as famílias, para conservar a sua unidade e o seu amor;

sobre os doentes, para os curar e santificar as suas penas;sobre os aflitos, para os consolar;

sobre todos os que, atormentados pela dor e pela miséria,invocam confiantemente a tua amorosa ajuda.

Estende-a também sobre nós, para nos abençoar.Concede, ó Pequeno Rei,

os tesouros da tua misericórdia e da tua paz ao mundo inteiro,e guarda-nos, agora e sempre, na graça do teu amor.

Ámen.

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Queres unir-te a nós, Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, que dedicam a maior parte do seu dia à oração e à Adoração Eucarística e reservam alguma horas de trabalho manual para ajudar os mais pobres?

Escolheste viver, ou melhor, Cristo escolheu-vos para que vi-vais com Ele o seu mistério pascal, através do tempo e do espa-ço. Tudo o que sois, tudo aquilo que fazeis cada dia, seja o Ofi-cio salmodiado ou cantando, os trabalhos a sós ou em equipas fraternas, o respeito à clausura ou ao silêncio, as mortificações voluntárias ou impostas pela Regra, tudo é assumido por Cristo para a redenção do mundo.

Nome

Mosteiro

Morada

Localidade Código Postal -

Envio-vos o meu compromisso de viver a obediência e pobreza da minha entrega a Deus no meu mosteiro, pelo Movimento dos Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, para que o Reino de Deus chegue aos mais pobres.

Assinatura Data - -

A VIDA CONTEMPLATIVA

Como Santa Teresinha de Jesus, tu podes também oferecer a tua vida a Deus, para bem dos mais necessitados.

Envia-nos o teu pedido de informação:

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Se palpita em ti uma chama missionária, não deixes que se apague, estás chamado/a a alimentá-la.

As nossas comunidades missionárias de sacerdotes e de seminaristas, de con-templativos a tempo inteiro, de jovens leigos, de religiosas e de casais propõem-se ajudar-te neste caminho.

Se és um/a jovem em atitude de busca interior que, durante um ano de experiência no Terceiro Mundo, com o coração aberto e à escuta do Senhor, queres discernir qual é a missão a que Deus te chama......os pobres esperam-te.

Se és um jovem interessado em viver um fim-de-semana ou alguns dias de silêncio e de oração num am-biente missionário na nossa Casa de Formação de Ajofrín (Toledo – Espanha)...esperamos-te.

Se sois um casal, que com os vossos filhos, estais decididos a vir ao Terceiro Mundo para abrir a vossa famí-lia aos mais pobres, como uma pequena igreja doméstica,...os pobres esperam-vos.

Se te sentes chamado/a a entregar-te em favor dos mais pobres, contagiando com o teu amor missioná-rio a realidade na qual vives, por meio da formação e animação de um grupo de apoio dos Missionários Servos dos Pobres TM...põe-te em contacto connosco.

Escreve para:

Queres colaborar connosco?

Contemplativo a tempo inteiroSeminaristaSacerdoteIrmão/IrmãJovem à procuraCasal consagradoOblatoSócio ou colaborador

Nome

MoradaLocalidade Código Postal -Telefone MailIdade Estado Civil

Profissão Habilitações literárias

ENVIAR PARA ESTA MORADA:

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

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LeigosEu, __________________________________________________________________________para agradecer a Deus o novo Carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, comprometo-me a permanecer unido a vós pela oração, conforme o modo assinalado:

Morada

Localidade Código Postal -

Telefone Mail

Assinatura Data - -

AcçãoFrequência

Diária Semanal Quinzenal Mensal Outra

Eucaristia

Adoração Eucarística

Terço

Todos este boletins de colaboração espiritual durante o ano 2015 poderão ser enviados para a nossa morada de Cuzco. Serão colocados aos pés da Virgem Maria, no altar da Capela do nosso Centro naquela cidade peruana.

A AJUDA MAIS IMPORTANTE PARA OS MISSIONÁRIOS

“Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre”.

Papa Francisco, Angelus na Praça de São Pedro, 6 de Julho 2014.

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Novos Leitores

Envia-nos os nomes de novos amigos aos quais possa agradar receber a nossa Revista. Na primeira secção, anota a tua própria direcção.

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Envio-lhes as moradas de algumas pessoas que considero que podem estar in-teressadas em receber a Revista Periódica do Movimento Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo.

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

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“Missão nos Andes... com Deus!”Livro pleno de historias anedóticas e pensamentos, onde o Padre Giovanni Salerno conta os seus anos de missão.

“Imitação de Cristo” Nova tradução, subdividida por dias, do livro que representa o guia espiritual dos Missionários Servos dos Pobres TM (disponível em italiano e espanhol).

Casais missionários Livrinho que apresenta a Fraternidade de casais missionários Servos dos Pobres TM. Casais que, com os seus filhos, estão ao serviço dos mais pobres.

DVDEm 55 minutos apresenta o carisma e as diferentes comunidades que caracterizam os Missionários Servos dos Pobres TM.

PARA PEDIR, GRATUITAMENTE, ESTE MATERIAL PÕE-TE EM CONTACTO CONNOSCO:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

AVISOS IMPORTANTES

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Nestes anos de missão permanente em Cusibamba, vimos uma mudança mui-to forte nos seus habitantes. Desde que começámos a viver na povoação, pude-mos propor a Adoração eucarística to-dos os dias, a Santa Missa dominical e um centro de assistência com o nome de “Divina Misericórdia”.

Este trabalho que começámos a fa-zer com os católicos (aproximadamente 20% dos habitantes) escandalizou os se-guidores de uma seita evangélica (cerca de 80% dos habitantes).

Aumenta a nossa fé“Senhor, eu creio, porém, ajuda a minha pouca fé!” (cf. Mc 9, 24)

Missionárias Servas dos Pobres TM

Para nós, é um trabalho árduo, pois te-mos que animar os católicos a aprofundar a sua fé. Encontrámos neles uma ignorân-cia muito grande a nível das verdades da fé, e muitos não sabem responder diante das afirmações dos evangélicos e assim deixam-se arrastar pelas dúvidas. Como a Sagrada Escritura diz que há que tratar de convencer os que têm dúvidas e as-sim salvá-los libertando-os do fogo, nós temos um grande ânimo de defender a nossa santa Igreja Católica e converter as suas ovelhas tresmalhadas.

A nossa Mãe Santíssima é levada pelas Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM às aldeias longínquas dos Andes.

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Confiamos que Deus nos ajudará com a sua graça para conseguir que os católicos desta pequena aldeia re-gressem à firmeza na fé pelo nosso trabalho evangelizador e catequético, com a ajuda do magistério da Igreja e da Sagrada Escritura, pois sabemos que uma fé grande não se improvisa, mas é o resultado da semente caída em terra boa, ou seja da Palavra conservada num coração bom e reto para que frutifique com a perseverança.

Entre o trabalho árduo e as dificulda-des existem também grandes alegrias, como por exemplo, a que nos deu o jo-vem Reynaldo de 17 anos que, durante o mês de Janeiro, quis participar num curso para catequistas em Cuzco. O curso durou três dias, em regime de in-ternato. Ao regressar deste curso, a sua participação na Adoração Eucarística, na Santa Missa e nas catequeses na al-deia foram muito mais assíduas durante os dois meses das suas férias escolares.

Neste período, aprofundou a sua fé e experimentou que sem Deus não se pode viver. Ele deu-se conta de que, se se vem à Adoração, depois de um dia de trabalho árduo e estafante e tendo comido apenas umas poucas batatas ao almoço, sente-se que o cansaço é alivia-do como prometeu Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos” (Mt 11, 28).

Reynaldo está muito feliz pela sua ex-periência de fé e também porque pôde aprender muitíssimas coisas, como por exemplo, dirigir a recitação do Terço. Ele próprio quis e pediu para ir ensinar a sua

fé noutras aldeias. Ao ver isto, outro jo-vem entusiasmou-se também e desejou poder acompanhá-lo no ensino da fé católica. Reynaldo estuda e trabalha em Cuzco, porém, todos os fins de semana regressa à aldeia, onde participa muito nas atividades inspiradas na fé. Encon-trou a sua felicidade ao serviço do Se-nhor na evangelização.

Uma família pobre dos Andes peruanos recebe a nossa Mãe Santíssima na sua casa. A imagem é levada pelas Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM.

As Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM visitam as povoações dos Andes peruanos.

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Se desejas mais informações, preenche a ficha da pág. 16

O véu tradicional que usam as nossas Irmãs é sinal da sua total consagração a Cristo e de reparação pelos pecados do mundo.

Se és uma jovem e desejas viver connosco uma experiência de serviço, de convívio, de encontro com os pobres da Cordilheira, convidamos-te a participar no CAMPUS MISSIONÁRIO 2015, que se realizará na nossa Casa Mãe e nas nossas missões do Peru, no próximo mês de Agosto.

Esperamos por ti, contacta-nos: [email protected]

IRMÃS MISSIONÁRIAS Servas dos Pobres do Terceiro Mundo

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“Não vos contenteis com pequenas metas! Aspirai à felicidade, tende coragem, a coragem de sair de vós mesmos, e de jogar plenamente o vosso futuro juntamente com Jesus”.

Papa Francisco, Discurso no encontro com os Jovens das dioceses dos Abruzos e Molise no Santuário Mariano de Castelpetroso, Sábado 5 de Julho de 2014

SOS AOS JOVENS!!!

Nos missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo tu podes realizar este ideal, com uma vida de profunda oração e de generosa entrega ao serviço de muitos ir-mãos que sofrem todo tipo de marginalização.

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A vida do movimento

Os meninos do Lar São Tarcísio de visita ao Mosteiro de Santa Catarina em Arequipa.

Viagem ao ChileDurante o último Verão, nós, Missioná-rios Servos dos Pobres TM, organizámos diversos encontros no Chile. A primeira etapa foi Rengo (diocese de Roncagua), na região centro do país, onde se encon-tra o mosteiro das monjas beneditinas que desde há vários anos se ocupam da publicação da nossa revista em todos os aspetos práticos, assim como do seu en-vio postal dentro do país. Estas religiosas recebem sempre com muita alegria os nossos missionários, desejosas de saber notícias sobre o nosso trabalho com as crianças nas povoações da Cordilheira,

etc. E é o seu compromisso constante o que nos permite ser conhecidos no Chi-le. No fim dos três dias também houve ocasião para visitar o bispo da diocese.

Depois da visita ao Carmelo de Puerto Montt, no sul do país e da comunidade trapista de Quilvo, foi possível visitar em Santiago do Chile o mosteiro beneditino de “Las Condes”, que nos apoia e a tipo-grafia que desde alguns anos imprime a nossa revista.

Não faltou a devota peregrinação à tumba de São Alberto Hurtado e à obra fundada por ele: o Lar de Cristo. O San-to, com a sua famosa “carrinha verde”,

A Comunidade Contemplativa Missionários Servos dos Pobres TM em Querowasi-Andahuaylillas.

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percorria incansavelmente a cidade à procura das crianças da rua que depois levava para o Lar.

Tudo concluiu com um encontro com o “grupo de apoio” que nos acom-panha e ajuda desde tempo imemorá-vel e com uma visita ao Carmelo “São José” de Santiago.

Viagem à ColômbiaDesde os inícios da fundação dos Missio-nários Servos dos Pobres, o Padre Gio-vanni Salerno, seu fundador, sempre ani-mou os membros do Movimento a viajar a outros países para promover ali o amor cristão aos mais pobres e para fazer que os jovens desses países conheçam as muitas formas concretas que existem na Igreja para entregar toda a vida ao servi-ço do Senhor.

Neste sentido, do dia 26 de Julho ao dia 11 de Agosto, o Padre Agustín De-louvroy (belga) e o Irmão Carlos Jimé-nez Ortiz (colombiano) viajaram até à Colômbia. Ali foram acolhidos muito fraternalmente pelos membros da Fun-dação “Peregrinos do Amor”, fundada pelo leigo colombiano Marino Restrepo. Eles deram-lhe um grande testemunho de amor pelo Senhor, pela Igreja, pela oração e pela evangelização. Acolheram como um dom de Deus a presença dos dois missionários no meio deles e com muito espírito eclesial apoiaram-nos em tudo o possível para que pudessem levar adiante a sua missão neste país irmão.

Durante a sua estadia, o Padre Agus-tín e o Irmão Carlos puderam realizar um apostolado muito variado e entu-

siasmante. Partilharam com os mem-bros dos “Peregrinos do Amor” muitos momentos, celebraram com eles várias vezes a Eucaristia e tiveram momentos de animação espiritual. Acompanharam também várias vezes o grupo dos jovens missionários desta fundação em distin-tos atos de evangelização.

Tiveram ainda a oportunidade de par-ticipar nalguns programas de rádio e te-levisão, e desta forma puderam divulgar com maior extensão o carisma dos Mis-sionários Servos dos Pobres e o urgente chamamento do Senhor e da Igreja ao descobrir as feridas do Senhor Jesus nas feridas da humanidade.

Não faltaram tão pouco algumas pa-róquias colombianas que acolheram generosamente os nossos dois missio-nários para que pudessem testemunhar diante dos fiéis os dons que o Senhor faz à sua Igreja em todo o mundo. E é também digno de mencionar o cordial acolhimento que eles receberam em dois colégios, onde se encontraram com muitos jovens alunos. Durante todos os encontros, não faltaram as manifes-

Os Irmãos Missionários Servos dos Pobres TM, com os rapazes do Lar São Tarcísio da Cidade dos Rapazes.

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Os seminaristas Missionários Servos dos Pobres TM, em Ajofrín (Toledo – Espanha).

tações de grande amor pelos pobres e pela evangelização por muitas pessoas que nos brindaram com um generoso apoio de distintas maneiras.

Finalmente, durante toda a viagem, o Padre Agustín e o Irmão Carlos pude-ram visitar alguns mosteiros de clausu-ra colombianos, para agradecer a essas nossas Irmãs contemplativas e confiar-lhes encarecidamente o Movimento e os pobres que o Senhor nos dá o privi-légio de servir.

Estamos convencidos de que, através da vida, da oração e dos sofrimentos de muitas almas consagradas, o Senhor quer operar de uma maneira muito fe-cunda para o bem de toda a Igreja e do mundo. A elas queremos associar tam-bém todas aquelas pessoas que durante esta viagem confiaram os seus sofrimen-tos e provas à oração dos Missionários Servos dos Pobres.

E não podemos esquecer em particu-lar os breves encontros, porém nada in-diferentes, com alguns doentes de gra-vidade que levam os seus padecimentos com grande espírito de fé. Tudo isto tem que ver com a missão da Igreja e não pouco! Damos graças a Deus por tudo isto e por todos, e pedimos-Lhe que os abençoe a todos.

AjofrínEntre os dias 4 e 24 de Agosto teve lugar em Ajofrín o Campus Internacional 2014, com o lema “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu”, que é tam-bém o lema da Jornada Mundial da Ju-ventude 2014.

Participaram dez jovens de diferentes nacionalidades. Entre as várias atividades que estavam previstas, pudemos contar com os passeios e as excursões, já clássi-cas, a Madrid, Toledo, Ávila, Segóvia e aos lindos Montes de Gredos, e em casa, para além de alguns trabalhinhos manuais que nunca prejudicam a saúde, houve distintas atividades desportivas, momen-tos de formação e, naturalmente, muitos momentos de encontro com o Senhor: Santa Missa, Adoração Eucarística e Terço.

No Campus internacional 2013, par-ticiparam o jovem francês Jean Therry, que pouco tempo depois viajou para o Peru e no passado mês de Setembro entrou no nosso Seminário, tal como o jovem colombiano, John Maurício Parra Cortés e o jovem Jesus de Nazaret, espa-nhol. Com eles, são treze os jovens que estudam na nossa Casa de Formação “Santa Maria Mãe dos Pobres” de Ajofrín.

No passado 12 de Outubro, fizeram os primeiros compromissos temporais os Irmãos José Ángel, Erick (ambos mexi-canos), Christian (espanhol), Guido (pe-ruano), Martin (francês) e Carlos (colom-biano). Renovou os seus compromissos

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Os jovens de vários países, que participaram no Campus 2014, no passado mês de Agosto no Seminário Santa Maria Mãe dos Pobres do TM, em Ajofrín (Toledo – Espanha).

O Padre Paolo Giandinoto (italiano) com os seminaristas menores na Cidade dos Rapazes em Andahuaylillas.

temporais o Irmão Mário Totic (croata). E o Irmão Rafael (mexicano), que no mês de Junho de 2014 terminou os estudos académicos, professou os compromis-sos perpétuos na capela da Cidade dos Rapazes em Cuzco.

Sem dúvida alguma, a maior alegria vivida nesta última temporada foi a da Ordenação sacerdotal do nosso queri-do diácono Paolo Giandinoto (italiano), que teve lugar no Sábado 29 de No-vembro na capela do nosso Seminário Santa Maria Mãe dos Pobres. O novo sacerdote MSPTM foi ordenado pelo senhor bispo auxiliar de Toledo, Dom Ángel Fernandez Collado. Confiamos o Padre Pablo às vossas orações para que seja um santo sacerdote Missionário Servo dos Pobres.

Importante: Caríssimos amigos, estamos conscientes de que com muita frequência, infe-lizmente, as notícias que publicamos na cróni-ca sobre “A Vida do Movimento” não são muito atuais. Os tempos necessários para recompilar os dados, escrever a Crónica, traduzi-la nas vá-rias línguas, enviá-la à tipografia e finalmente distribuí-la, como bem podeis imaginar, são muito longos e fazem com que este problema seja difícil de solucionar. Para que tenhais infor-mações mais atuais, sugerimo-vos que consul-teis a Crónica da Newsletter mensal, que podeis encontrar no nosso site: www.msptm.com

Obrigado pela sua ajuda...

Com a tua colaboração

uma criança mais

se alimentará nas nossas

casas de Cuzco, Perú

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Se te sentes chamado a entregar-te em favor dos mais pobres: Põe-te em contacto connosco!

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES DO TERCEIRO MUNDOP.O.Box 907Cuzco-Perú

www.msptm.com email: [email protected]

Cristo espera-te entre os mais pobres

AVISO IMPORTANTE

Caríssimos amigos, uma vez que o nosso Movimento ainda não está constituído como instituição em Portugal, todos os Donativos desde Portugal, devem ser feitos somente através de Cheque em nome de “Opus Christi Salvatoris Mundi”, ou por Transferência bancária para a nossa conta em Espanha:Titular: “Opus Christi Salvatoris Mundi” - CIF: G45531449Número de conta: ES05 2105 3068 6830 1002 2232Banco: Banco Castilla la Mancha.

Além disso, para que lhes possamos enviar os respectivos recibos, necessitamos que nos mandem os vossos dados pessoais: nome e apelidos, endereço completo, e número fiscal.Os recibos emitidos pela Associação do Movimento em Espanha, podem ser usados depois em Por-tugal pelos doadores em sede de IRS para que possam beneficiar de dedução no imposto sobre os montantes doados, isto é, para que possam usufruir do beneficio fiscal dos mesmos.A todos vós, o nosso muito obrigado pela vossa generosidade!

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Desde o MundoPobreza monetária ou pobreza multidimensional?

Vale a pena observar a diferença entre a pobreza monetária e a pobreza multi-dimensional, isto é, entre estas duas formas de considerar e medir a pobreza, porque os resultados são tão diferentes que falam por si mesmos.

“Branko Milanovic, economista do Banco Mundial, publicou recentemente um es-tudo onde verificou que entre os anos 1988 e 2008 os ganhos de 1% dos mais ricos do mundo tinham aumentado em 60%, enquanto que os dos 5% mais pobres não tinham sofrido nenhuma alteração.

O Peru conseguiu reduzir a pobreza monetária até 26%. Os que saíram da po-breza são considerados uma nova classe média, ainda que careçam do acesso à saú-de e educação de qualidade e ao emprego formal. Um dos grandes problemas que enfrentamos é o risco de que, sem as políticas públicas adequadas que mantenham o crescimento económico, venha a acontecer uma inversão, podendo eles cair nova-mente na pobreza.

Porém, de acordo com o índice de pobreza multidimensional, esta é de 37%.Qual é a diferença? Enquanto a pobreza monetária mede apenas os rendimen-

tos, a multidimensional mede também o acesso à saúde, à educação, à vivenda, ao emprego, à segurança pessoal, etc. Analisar a pobreza a partir da perspetiva multidi-mensional oferece uma visão mais concreta sobre a situação do país.

Sabias que quatro de cada dez crianças peruanas são pobres? 1,6 milhões de me-nores de idade são pobres multidimensionais.

De acordo com um estudo de Enrique Vasquez, 458 136 crianças deixaram de ir à es-cola no ano de 2012. 49% de adolescentes trabalham em média sete horas diárias por um sol (moeda peruana) à hora, enquanto 13,5% das adolescentes está grávida ou já é mãe. Em 2012, 815 757 crianças menores de cinco anos sofriam de desnutrição crónica e 981 800 crianças entre os 6 e os 11 anos de idade viviam em lares de déficit calórico, isto é, não tinham suficiente comida. (...) Esta é a realidade do Peru (...)” (Villegas Otero, Maria Cecília, Como faríamos? No “Correo”, Lima 29 de Março de 2014).

No “Correo”, Lima 29 de Março de 2014)

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Os amigos escrevem-nos..."Muito querido Padre Giovanni, os vossos desejos deste ano agradaram-nos muitís-

simo. O voo da borboleta missionária e o povinho eterno que só o Cordeiro pode abrir (postal desenhado e pintado pelos nossos meninos de Cuzco), deram a volta à pequena paróquia que me foi confiada, com 18 pessoas durante o Inverno e 2000 durante o Verão. Oxalá este postal suscite uma vocação! O presente entreguei-o a Mateo, um rapaz de 14 anos, inteligente e “limpo”, que reza."

Um pároco

"Reverendo Padre Giovanni, conheci-vos no ano 2000 e assumi o compromisso da adopção espiritual à distância de uma menina peruana.

O ano passado entrei num mosteiro. Este novo caminho que o Senhor me chama a percorrer não me permitirá continuar a contribuir materialmente para as vossas neces-sidades missionárias, porém, asseguro-vos a minha oração por todo o nosso importante e exigente apostolado.

Alegrar-me-ia se à menina que me foi confiada lhe falassem da minha entrada num mosteiro, assegurando-lhe que rezarei sempre por ela e que espero que ela faça o mesmo por mim.

Lembrar-me-ei sempre com sincero afeto e gratidão."Uma noviça

"Muito querido Padre Giovanni, gostaria exprimir-lhe o meu agradecimento pelos pre-ciosos presentes que gentilmente me enviou a semana passada. É muito pouco o que faço, porém, faço-o de coração e, se pudesse, faria mais. Porém, também aqui entre nós, lamentavelmente, não faltam as pessoas necessitadas. Obrigado pelo que você faz, com os seus missionários, por tantas pessoas abandonadas.

Desejo que possa continuar com a sua obra tão bonita e importante. Uno-me às suas orações."

Um pároco

PARA INFORMAÇÕES E OUTROS CONTACTOS:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

PortugalMosteiro de S. Bento de Singeverga4795-309 Roriz Sts.

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES

DO TERCEIRO MUNDO

“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”São as diferentes realidades missionárias (sacerdotes e irmãos consagrados, religiosas, casais missionários, sacerdotes e irmãos especialmente dedicados à vida de oração e contemplação, sócios, oblatos, colabo-radores, Grupos de Apoio) que partilham o mesmo carisma e fundadas pelo mesmo fundador.

“Opus Christi Salvatoris Mundi”Formado pelos membros do Movimento dos Mis-sionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, comprometidos num caminho de consagração mais profunda com as características da vida comunitária e da profissão dos conselhos evangélicos segundo a sua condição.

“Grupos de Apoio do Movimento”Comprometidos no aprofundamento e difusão do nosso carisma, trabalhando para conversão de todos e de cada um dos membros, graças à organização de encontros periódicos.

OblatosDoentes ou presos que oferecem os seus sofrimen-tos pelos pobres do Terceiro Mundo e, também, por todos os que aceitaram viver segundo o carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

ColaboradoresTodos os homens de boa vontade que se queiram enamorar cada vez mais dos pobres.