destaques - apotec · sociedades - ficha doutrinária processo: n.º 2013003575 – ive, n.º 6176,...

26
MARÇO 2015 - Página | 1 Copyright © 2014 DFK | Se desejar cancelar a subscrição desta informação, por favor clique aqui. www.dfk.pt [email protected] [email protected] Atualidade Legislativa 2 IRS Instruções de preenchimento da Declaração Mensal de Remunerações IRS tabelas de retenção do IRS para 2015 Região Autónoma da Madeira SS crime de abuso de confiança contra a Segurança Social IVA pedido de reembolso inscrição no regime mensal SS pensões mínimas do regime geral da segurança social retificação Fiscalidade verde retificação Orientações da Administração Fiscal 4 IVA regime forfetário dos produtores agrícolas IVA entrega que o cooperador faz à Adega Cooperativa, da sua produção de uva IRS IRC IS alteração de rubricas nas Guias de Retenção na Fonte esclarecimento ISV fiscalidade verde comprovativo da autonomia no modo elétrico dos veículos plug-in IS verba 10 da TGIS conversão automática da penhora em hipoteca ou penhor IMT isenção de IMT na aquisição de imóveis, no âmbito do processo de insolvência Fiscalidade verde declaração voluntária da quantidade de sacos plásticos leves IMI redução de taxa do IMI para prédios urbanos destinados a produção de energia Síntese da execução orçamental de janeiro de 2015 Jurisprudência 5 SS conceito de ‘trabalhador fronteiriço, em situação de desemprego parcialIVA operações constitutivas de uma prática abusiva IRS determinação da matéria tributária métodos indiretos indicadores objetivos de atividade IRC provisões princípio da especialização IRS ajudas de custo rendimentos do trabalho tributação ónus de prova IRS liquidação adicional forma da notificação caducidade do direito à liquidação IVA prazo de preclusão do exercício do direito à dedução em IVA IVA julgamento da matéria de facto correção à matéria coletável artigo 19.º n.º 3 do CIVA IRS união de facto domicílio fiscal IRC noção de custos IRS notificações em sede de IRS: CPPT, CPT e CIRS IRS mais-valias artigo 51.º do CIRS IRS Cláusula geral anti abuso Agenda fiscal de março 24 Destaques

Upload: vonhan

Post on 08-Dec-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 1

Copyright © 2014 DFK | Se desejar cancelar a subscrição desta informação, por favor clique aqui.

www.dfk.pt

[email protected] [email protected]

Atualidade Legislativa 2

IRS – Instruções de preenchimento da Declaração Mensal de Remunerações

IRS – tabelas de retenção do IRS para 2015 – Região Autónoma da Madeira

SS – crime de abuso de confiança contra a Segurança Social

IVA – pedido de reembolso – inscrição no regime mensal

SS – pensões mínimas do regime geral da segurança social – retificação

Fiscalidade verde – retificação

Orientações da Administração Fiscal 4

IVA – regime forfetário dos produtores agrícolas

IVA – entrega que o cooperador faz à Adega Cooperativa, da sua produção de uva

IRS – IRC – IS – alteração de rubricas nas Guias de Retenção na Fonte – esclarecimento

ISV – fiscalidade verde – comprovativo da autonomia no modo elétrico dos veículos plug-in

IS – verba 10 da TGIS – conversão automática da penhora em hipoteca ou penhor

IMT – isenção de IMT na aquisição de imóveis, no âmbito do processo de insolvência

Fiscalidade verde – declaração voluntária da quantidade de sacos plásticos leves

IMI – redução de taxa do IMI para prédios urbanos destinados a produção de energia

Síntese da execução orçamental de janeiro de 2015

Jurisprudência 5

SS – conceito de ‘trabalhador fronteiriço, em situação de desemprego parcial’

IVA – operações constitutivas de uma prática abusiva

IRS – determinação da matéria tributária – métodos indiretos – indicadores objetivos de atividade

IRC – provisões – princípio da especialização

IRS – ajudas de custo – rendimentos do trabalho – tributação – ónus de prova

IRS – liquidação adicional – forma da notificação – caducidade do direito à liquidação

IVA – prazo de preclusão do exercício do direito à dedução em IVA

IVA – julgamento da matéria de facto – correção à matéria coletável – artigo 19.º n.º 3 do CIVA

IRS – união de facto – domicílio fiscal

IRC – noção de custos

IRS – notificações em sede de IRS: CPPT, CPT e CIRS

IRS – mais-valias – artigo 51.º do CIRS

IRS – Cláusula geral anti abuso

Agenda fiscal de março 24

Destaques

Page 2: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 2

IRS – Instruções de preenchimento da Declaração Mensal de Remunerações

Foi publicado no Diário da República n.º 21/2015, 1.º Suplemento, Série I de 30.01.2015 a Portaria n.º 17-A/2015 que aprova as instruções de

preenchimento da Declaração Mensal de Remunerações - AT, para cumprimento da obrigação declarativa a que se refere a subalínea i) da

alínea c), e a alínea d), do n.º 1 do artigo 119.º, do Código do IRS.

Fiscalidade – fatura da sorte – alterações

Foi publicada no Diário da República n.º 26/2015, Série I de 06.02.2015 a Portaria n.º 23/2015 que procede à primeira alteração à Portaria n.º

44-A/2014, de 20 de fevereiro, que aprova o regulamento do sorteio «Fatura da Sorte».

IRS – tabelas de retenção do IRS para 2015 – Região Autónoma da Madeira (Circular n.º 3/2015)

SS – trabalhadores independentes – revogação

Foi publicado no Diário da República n.º 30/2015, Série II de 02.12.2015 o Despacho n.º 1516/2015 que procede à revogação do Despacho n.º

45/SESS/92, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 118, de 22 de maio de 1992.

Fiscalidade – Região Autónoma dos Açores – Orçamento para 2015 13-02-2015

Foi publicado no Diário da República n.º 31/2015, Série I de 13.02.2015 o Decreto Regulamentar Regional n.º 3/2015/A que executa o

Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2015.

Fiscalidade – Convenção relativa à Assistência Administrativa Mútua em Matéria Fiscal

Foi publicado no Diário da República n.º 33/2015, Série I de 17.02.2015 o Aviso n.º 4/2015 que torna público que a República Portuguesa

depositou o seu instrumento de ratificação da Convenção relativa à Assistência Administrativa Mútua em Matéria Fiscal, adotada em

Estrasburgo, em 25 de janeiro de 1988, conforme revista pelo Protocolo de Revisão à Convenção relativa à Assistência Mútua em Matéria

Fiscal, adotado em Paris, em 27 de maio de 2010.

SS – crime de abuso de confiança contra a Segurança Social – uniformização de jurisprudência

Foi publicado no Diário da República n.º 35, I Série de 19.02.2015 o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 2/2015 que fixa que no crime

de abuso de confiança contra a Segurança Social, previsto e punido pelos artigos 107.º, número 1, e 105.º, números 1 e 5, do Regime Geral

das Infrações Tributárias (RGIT), o prazo de prescrição do procedimento criminal começa a contar-se no dia imediato ao termo do prazo

legalmente estabelecido para a entrega das prestações contributivas devidas, conforme dispõe o artigo 5.º, número 2, do mesmo diploma.

BF – Região Autónoma da Madeira – Proposta de Lei

Foi publicado no JORAM, Série I, n.º 19 de 18.02.2015 a Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira n.º 3/2015/M

Proposta de Lei à Assembleia da República em defesa das micro, pequenas e médias empresas na região autónoma da madeira.

IVA – pedido de reembolso – inscrição no regime mensal

Foi publicada no Diário da República, n.º 37, II Série, de 23.02.2015 a Declaração de retificação n.º 144/2015 que procede à retificação ao

Despacho Normativo n.º 17/2014, de 26 de dezembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 249, de 26 de dezembro de 2014

Fiscalidade – Conta provisória da Região Autónoma da Madeira, de 1 de janeiro a 31 de março

Foi publicada no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira, n.º 32, Série I de 23.02.2015 a Declaração 2/2015 que procede à publicação

da Secretaria Regional do Plano e Finanças de 28 de junho de 2013 referente à Conta provisória da Região Autónoma da Madeira, de 1 de

janeiro a 31 de março.

Atualidade Legislativa

Início Legislat

iva

Page 3: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 3

OE 2015 – retificação

Foi publicada no Diário da República n.º 40/2015, Série I de 26.02.2015 a Declaração de Retificação n.º 5/2015 que retifica Lei n.º 82-B/2014,

de 31 de dezembro, Orçamento do Estado para 2015

SS – pensões mínimas do regime geral da segurança social – retificação

Foi publicada no Diário da República n.º 41/2015, Série I de 27.02.2015 a Declaração de Retificação n.º 7/2015 que retifica a Portaria n.º 286-

A/2014, de 31 de dezembro, dos Ministérios das Finanças e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, que estabelece as normas de

atualização das pensões mínimas do regime geral da segurança social para o ano de 2015, publicada no Diário da República n.º 252, 1.ª série,

2.º suplemento, de 31 de dezembro de 2014

Fiscalidade verde – retificação

Foi publicada no Diário da República n.º 41/2015, Série I de 27.02.2015 a Declaração de Retificação n.º 6/2015 que retifica Lei n.º 82-D/2014,

de 31 de dezembro, que «Procede à alteração das normas fiscais ambientais nos sectores da energia e emissões, transportes, água, resíduos,

ordenamento do território, florestas e biodiversidade, introduzindo ainda um regime de tributação dos sacos de plástico e um regime de

incentivo ao abate de veículos em fim de vida, no quadro de uma reforma da fiscalidade ambiental»

Início Legislat

iva

Page 4: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 4

IVA – regime forfetário dos produtores agrícolas (Ofício circulado 30169)

IVA – sumos de frutos e produtos hortícolas, na vertente do setor "healthyfood", transmitidos no âmbito de um serviço de alimentação e

bebidas

Processo: nº 8006, por despacho de 2015-02-04, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira – AT

IVA – facto gerador e exigibilidade – fatura – entrega que o cooperador faz à Adega Cooperativa, da sua produção de uva, não

possuindo qualquer contrato de fornecimento ou de comissão

Processo: nº 8126, por despacho de 2015-02-04, do SDG do IVA, por delegação do Diretor Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira – AT

IRS – IRC – IS – alteração de rubricas nas Guias de Retenção na Fonte – esclarecimento

ISV – fiscalidade verde – comprovativo da autonomia no modo elétrico dos veículos plug-in (Ofício Circulado 25041)

IRS – IRC – IS – retificação ao ofício circulado n.º 90019 de 29.12.2014 – pagamento de retenções na fonte (Ofício Circulado 90019)

IS – verba 10 da TGIS – conversão automática da penhora em hipoteca ou penhor Ficha doutrinária

Processo: n.º 2014000518 – IVE, n.º 6579, com despacho concordante, de 28.02.2014, do Diretor Geral da Autoridade Tributária Aduaneira

IMT – isenção de IMT na aquisição de imóveis, no âmbito do processo de insolvência, que se destine à constituição de novas

sociedades - Ficha doutrinária

Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, com despacho concordante, de 19.02.2014, do Diretor Geral da Autoridade Tributária Aduaneira

IMT – contagem do prazo de isenção de IMT, na aquisição de prédios para revenda, em processo de execução fiscal, cujo pagamento é

efetuado nos termos do artigo 256.º n. 1 alínea f) do CPPT - Ficha doutrinária

Processo: n.º 2013003576 – IVE, n.º 6189 , com despacho concordante, de 05.02.2014, do Diretor Geral da Autoridade Tributária Aduaneira

Fiscalidade verde – declaração voluntária da quantidade de sacos plásticos leves (Ofício circulado 35043)

IMI – redução de taxa do IMI para prédios urbanos destinados a produção de energia a partir de fontes renováveis – artigo 44.º -A do

EBF (Circular n.º 4/2015)

IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015 (Ofício circulado 20174/2015)

Síntese da execução orçamental de janeiro de 2015

Orientações da Administração Fiscal

Início Legislat

iva

Page 5: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 5

Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJUE)

SS – Reenvio prejudicial – Regulamento (CEE) n.° 1408/71 – artigo 71.° – conceito de ‘trabalhador fronteiriço, em situação de

desemprego parcial’ – não concessão de prestações de desemprego pelo Estado-Membro de residência e pelo Estado-Membro

competente (No processo C 655/13)

O artigo 71.°, n.° 1, alínea a), i), do Regulamento (CEE) n.° 1408/71 do Conselho, de 14 de junho de 1971, relativo à aplicação dos regimes de

segurança social aos trabalhadores assalariados, aos trabalhadores não assalariados e aos membros da sua família que se deslocam no

interior da Comunidade, na sua versão alterada e atualizada pelo Regulamento (CE) n.° 118/97 do Conselho, de 2 de dezembro de 1996,

conforme alterado pelo Regulamento (CE) n.° 1606/98 do Conselho, de 29 de junho de 1998, deve ser interpretado no sentido de que um

trabalhador fronteiriço que, imediatamente após o final de uma relação de trabalho a tempo inteiro com um empregador num Estado-Membro, é

contratado a tempo parcial por outro empregador nesse mesmo Estado-Membro tem a qualidade de trabalhador fronteiriço em situação de

desemprego parcial, na aceção dessa disposição.

IVA – reenvio prejudicial – Diretiva 2006/112/CE – dedução do imposto pago a montante – operações constitutivas de uma prática

abusiva – direito fiscal nacional – procedimento especial nacional no caso de suspeitas sobre a existência de práticas abusivas em

matéria fiscal – princípios da efetividade e da equivalência (No processo C 662/13)

A Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, deve ser

interpretada no sentido de que não se opõe à aplicação prévia e obrigatória de um procedimento administrativo nacional, como o previsto no

artigo 63.° do Código de Procedimento e de Processo Tributário, no caso de a Administração Tributária suspeitar da existência de uma prática

abusiva.

SS – reenvio prejudicial – Regulamento (CEE) n.° 1408/71 – seguro de velhice e morte – artigo 46.° a, n.° 3, alínea c) – liquidação das

prestações – regras nacionais anticumulação – derrogação – conceito de ‘seguro voluntário ou facultativo continuado’ – pensão

nacional ao abrigo de um regime de seguro obrigatório – possibilidade de requerer a dispensa da inscrição durante um determinado

período – alcance do certificado emitido pela instituição competente de outro Estado-Membro – Regulamento (CEE) n.° 574/72 – artigo

47.° (No processo C 114/13)

O artigo 46.°A, n.° 3, alínea c), do Regulamento (CEE) n.° 1408/71 do Conselho, de 14 de junho de 1971, relativo à aplicação dos regimes de

segurança social aos trabalhadores assalariados, aos trabalhadores não assalariados e aos membros da sua família que se deslocam no

interior da Comunidade, na versão modificada e atualizada pelo Regulamento (CE) n.° 118/97 do Conselho, de 2 de dezembro de 1996,

conforme alterado pelo Regulamento (CE) n.° 1992/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2006, deve ser

interpretado no sentido de que engloba a parte da prestação correspondente a um período de seguro durante o qual o interessado tinha o

direito de obter uma dispensa de inscrição no regime de seguro obrigatório, caso essa inscrição, durante o período em questão, afete o

montante da prestação de segurança social.

IEC – reenvio prejudicial – Diretivas 92/12/CEE e 2008/118/CE – âmbito de aplicação – óleos minerais e produtos energéticos – óleos

lubrificantes utilizados para fins que não os de carburantes ou combustíveis de aquecimento – exclusão – imposto especial de

consumo cobrado sobre o consumo de produtos energéticos, aplicado por um estado-membro em conformidade com as regras do

regime do imposto especial de consumo harmonizado – conceito de ‘formalidades ligadas à passagem de fronteiras’ – artigo 110.°

TFUE – prazo de pagamento em certos casos mais curto para as aquisições intracomunitárias do que para os produtos adquiridos no

mercado nacional (No processo C 349/13)

O artigo 3.°, n.° 3, da Diretiva 92/12/CEE do Conselho, de 25 de fevereiro de 1992, relativa ao regime geral, à detenção, à circulação e aos

controlos dos produtos sujeitos a impostos especiais de consumo, e o artigo 1.°, n.° 3, da Diretiva 2008/118/CE do Conselho, de 16 de

dezembro de 2008, relativa ao regime geral dos impostos especiais de consumo e que revoga a Diretiva 92/12, devem ser interpretados no

sentido de que não obstam a que produtos não abrangidos pelo âmbito de aplicação destas diretivas, tais como os óleos lubrificantes utilizados

para fins que não os de carburantes ou de combustíveis de aquecimento, sejam submetidos a um imposto regulado por regras idênticas às do

regime do imposto especial de consumo harmonizado previsto nas referidas diretivas, desde que o facto de submeter os referidos produtos a

esse imposto não dê origem a formalidades ligadas à passagem de fronteiras no comércio entre os Estados-Membros.

Jurisprudência (Sumários)

Início Legislat

iva

Page 6: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 6

IR – reenvio prejudicial – livre circulação de capitais – fiscalidade direta –dedutibilidade das prestações de alimentos pagas como

contrapartida de uma doação a título de sucessão entre vivos – exclusão para os contribuintes não residentes (No processo C-559/13)

O artigo 63.° TFUE deve ser interpretado no sentido de que se opõe a uma legislação de um Estado-Membro que recusa a um contribuinte não

residente que tenha obtido, nesse Estado-Membro, rendimentos comerciais gerados por participações numa sociedade, que lhe foram

transmitidos por um familiar por efeito de um contrato sucessório, deduzir desses rendimentos as prestações que pagou a esse familiar a título

de contrapartida dessa transmissão, ao passo que a mesma legislação confere essa dedução a um contribuinte residente.

SS – reenvio prejudicial – Segurança social dos trabalhadores migrantes – artigo 45.° TFUE – artigo 3.°, n.° 1, do Regulamento (CEE) n.°

1408/71 – prestações de velhice – princípio da não discriminação – trabalhador colocado, num Estado-Membro, em regime de pré-

reforma com redução da prestação de trabalho antes da passagem à reforma – tomada em consideração para efeitos da aquisição do

direito à pensão de velhice noutro Estado-Membro (No processo C 523/13)

O princípio da igualdade de tratamento consagrado no artigo 3.°, n.° 1, do Regulamento (CEE) n.° 1408/71 do Conselho, de 14 de junho de

1971, relativo à aplicação dos regimes de segurança social aos trabalhadores assalariados, aos trabalhadores não assalariados e aos

membros da sua família que se deslocam no interior da Comunidade, na versão alterada e atualizada pelo Regulamento (CE) n.° 118/97 do

Conselho, de 2 de dezembro de 1996, alterado pelo Regulamento (CE) n.° 1992/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de

dezembro de 2006, opõe-se a uma disposição de um Estado-Membro segundo a qual a concessão da pensão de velhice após a passagem à

pré-reforma com redução da prestação de trabalho pressupõe que a pré-reforma com redução da prestação de trabalho tenha decorrido

exclusivamente ao abrigo das disposições nacionais desse Estado-Membro.

O princípio da igualdade de tratamento consagrado no artigo 3.°, n.° 1, do Regulamento n.° 1408/71, na versão alterada e atualizada pelo

Regulamento n.° 118/97, alterado pelo Regulamento n.° 1992/2006, deve ser interpretado no sentido de que, para efeitos do reconhecimento,

num Estado-Membro, da pré-reforma com redução da prestação de trabalho que decorreu nos termos da legislação de outro Estado-Membro,

há que proceder a um exame comparativo dos requisitos de aplicação dos regimes de pré-reforma com redução da prestação de trabalho

desses dois Estados-Membros para determinar, casuisticamente, se as diferenças identificadas podem comprometer a realização dos objetivos

legitimamente prosseguidos pela legislação em causa deste primeiro Estado-Membro.

Fiscalidade – reenvio prejudicial – livre circulação de capitais – legislação fiscal – imposto sobre as doações – isenção fiscal aplicável

a uma ‘propriedade rústica’ – inexistência de isenção fiscal quando está em causa uma propriedade situada no território de outro

Estado-Membro (No processo C 133/13)

O artigo 63.° TFUE deve ser interpretado no sentido de que não se opõe à legislação de um Estado-Membro, como a que está em causa no

processo principal, por força da qual a isenção do imposto sobre as doações que incide sobre determinadas propriedades protegidas, por estas

pertencerem ao património cultural e histórico nacional, está limitada às propriedades situadas no território desse Estado-Membro, desde que

não sejam excluídas dessa isenção propriedades suscetíveis de integrarem o património cultural e histórico do referido Estado-Membro, apesar

de estarem situadas no território de outro Estado-Membro.

IRS – reenvio prejudicial – liberdade de estabelecimento – legislação fiscal – imposto sobre o rendimento das pessoas singulares –

sujeito passivo não residente – dedutibilidade de despesas atinentes a um monumento histórico ocupado pelo seu proprietário – não

dedutibilidade, quanto a um monumento, unicamente por este não ser classificado no Estado da tributação, ao passo que o é no

Estado da residência (No processo C 87/13)

O artigo 49.° TFUE deve ser interpretado no sentido de que não se opõe à legislação de um Estado-Membro que, em nome da proteção do

património cultural nacional, reserva a dedutibilidade de despesas conexas com os monumentos classificados exclusivamente aos proprietários

de monumentos sitos no seu território, desde que essa possibilidade seja aberta aos proprietários de monumentos suscetíveis de integrarem o

património cultural e histórico desse Estado-Membro, apesar de estarem situados no território de outro Estado-Membro.

Fiscalidade – tributação das empresas estrangeiras controladas — direito de estabelecimento — livre circulação de capitais —

contornar a legislação nacional — justificação — proporcionalidade (Nos processos apensos E-3/13 e E-20/13 de 09.07.2014) 26-02-

2015

Início Legislat

iva

Page 7: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 7

Fiscalidade – livre circulação de pessoas — artigo 28º do Acordo EEE — Diretiva 2004/38/CE — Diretiva 90/365/CEE — direito de

residência — direito de sair do estado de origem — tratamento fiscal menos favorável (No processo E-26/13)

Fiscalidade – reenvio prejudicial – artigos 56.° TFUE e 57.° TFUE – Diretiva 96/71/CE – artigos 3.°, 5.° e 6.° – trabalhadores de uma

sociedade com sede num Estado-Membro A, destacados para trabalhar num Estado-Membro B – salário mínimo previsto pelas

convenções coletivas do Estado-Membro B – Legitimidade de uma organização sindical com sede no Estado-Membro B –

Regulamentação do Estado-Membro A que proíbe a transferência para um terceiro de créditos relativos às remunerações (No processo

C 396/13)

Em circunstâncias como as do processo principal, a Diretiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 1996,

relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços, lida à luz do artigo 47.° da Carta dos Direitos

Fundamentais da União Europeia, opõe-se a que uma regulamentação do Estado-Membro da sede da empresa que destacou trabalhadores

para o território de outro Estado-Membro, nos termos da qual a cessão de créditos resultantes de relações laborais é proibida, possa obstar a

que um sindicato, como o Sähköalojen ammattiliitto ry, intente uma ação num órgão jurisdicional do segundo Estado-Membro, onde o trabalho

é executado, para cobrar, em benefício dos trabalhadores destacados, créditos salariais relativos ao salário mínimo, na aceção da Diretiva

96/71 e que lhe foram cedidos, sendo essa cessão conforme ao direito em vigor nesse último Estado-Membro.

O artigo 3.°, n.os 1 e 7, da Diretiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro de 1996, relativa ao destacamento de

trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços, lido à luz dos artigos 56.° e 57.° TFUE, deve ser interpretado no sentido de que: não se

opõe a um cálculo do salário mínimo à hora e/ou à tarefa baseado na categoria salarial dos trabalhadores, conforme previsto pelas convenções

coletivas pertinentes do Estado-Membro de acolhimento, desde que esse cálculo e essa classificação sejam efetuados segundo regras

vinculativas e transparentes, o que incumbe ao órgão jurisdicional verificar; as ajudas de custo diárias como as que estão em causa no

processo principal devem considerar-se parte do salário mínimo, em condições idênticas àquelas a que está sujeita a inclusão dessas ajudas

no salário mínimo pago aos trabalhadores locais aquando de um destacamento dos mesmos no interior do Estado-Membro em causa; uma

compensação pelo tempo de deslocação, paga aos trabalhadores desde que a deslocação diária que efetuam para chegar ao local de trabalho

e voltar seja superior a uma hora, deve ser considerada parte do salário mínimo dos trabalhadores destacados na medida em que esse

requisito esteja preenchido, o que incumbe ao órgão jurisdicional nacional verificar; o pagamento do alojamento desses trabalhadores não deve

ser considerado um elemento do seu salário mínimo; os subsídios sob a forma de vales de refeição entregues aos referidos trabalhadores não

devem ser considerados parte do seu salário mínimo, e; – o subsídio de férias que deve ser concedido aos trabalhadores destacados pelo

período mínimo das férias anuais pagas corresponde ao salário mínimo a que têm direito durante o período de referência.

Fiscalidade – reenvio prejudicial – livre circulação de trabalhadores – artigo 45.° TFUE – igualdade de tratamento dos trabalhadores

não residentes – vantagem fiscal que consiste na isenção de ajudas de custo pagas pelo empregador – vantagem concedida através

de um limite fixo – trabalhadores originários de um estado-membro que não é aquele em que trabalham – condição de residência a

uma certa distância da fronteira do Estado-Membro em que trabalham (No processo C 512/13)

O artigo 45.° TFUE deve ser interpretado no sentido de que não se opõe a uma legislação nacional, como a que está em causa no processo

principal, em que um Estado-Membro prevê, a favor dos trabalhadores que residiam noutro Estado-Membro antes de começarem a trabalhar

no seu território, a concessão de uma vantagem fiscal que consiste na isenção fixa de ajudas de custo por despesas de expatriação até 30%

da base tributária, com a condição de esses trabalhadores terem residido a uma distância superior a 150 quilómetros da sua fronteira, a menos

que, o que compete ao tribunal de reenvio verificar, esses limites tenham sido fixados de uma forma que essa isenção conduza

sistematicamente a que haja uma clara compensação em excesso das despesas de expatriação efetivas.

Início Legislat

iva

Page 8: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 8

Tribunal Constitucional (TC)

IVA – prazo de prescrição – execução fiscal – artigo 49.º n.º 1, n.º 2 e n.º 3 da LGT (processo 9/2013)

Jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo (STA)

Fiscalidade – livre circulação de capitais – dividendos – sujeito passivo não residente – convenção para evitar a dupla tributação (processo

0890/13)

Atendendo ao primado do direito comunitário e resultando da jurisprudência do TJUE

que os tratamentos desiguais permitidos pela alínea a) do n.º 1 do art. 58.º do Tratado CEE devem ser distinguidos das discriminações

proibidas pelo n.º 3 deste mesmo artigo e;

que para que uma regulamentação fiscal possa ser considerada compatível com as disposições do Tratado relativas à livre circulação de

capitais, é necessário que a diferença de tratamento diga respeito a situações não comparáveis objetivamente ou se justifique por razões

imperiosas de interesse geral, é de anular a retenção na fonte efetuada pelo substituto tributário a entidade não residente, se ficou provado que

aquela restrição, substanciada em maior tributação de entidade não residente, não pode ser neutralizada, em concreto, por via da Convenção

celebrada entre os Estados para evitar a dupla tributação.

IRS – determinação da matéria tributária – métodos indiretos – indicadores objetivos de atividade – caducidade do direito à liquidação

(processo 01385/14)

O n.º 2 do art. 45.º da LGT prevê a redução do prazo de caducidade do direito à liquidação para três anos, designadamente, nos casos «de

utilização de métodos indiretos por motivo de aplicação à situação tributária do sujeito passivo dos indicadores objetivos da atividade»

previstos naquela Lei, justificada pela inexistência nesses casos de inspeção interna ou externa por parte da AT.

O uso dos indicadores objetivos de atividade, previstos no art. 89.º da LGT, só será possível após a concretização da via regulamentar

necessária para o efeito, o que ainda não aconteceu.

A utilização de métodos indiretos na determinação da matéria tributável, na sequência de inspeção e através das “margens médias de lucro

líquido” a que se refere o art. 90.º, n.º 1, alínea a), da LGT, não concretiza a aplicação dos “indicadores objetivos de atividade”, previstos no art.

89.º da LGT e, por isso, nessa situação não se aplica o prazo reduzido dito em I, mas antes o prazo previsto no n.º 1 do art. 45.º da LGT.

IRC – provisões – princípio da especialização´ Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo (processo 0652/14)

As provisões são registos contabilísticos de verbas destinadas a fazer face a um encargo imputável ao exercício, mas de comprovação futura, ou já

comprovado mas de montante incerto.

IRS – ajudas de custo – rendimentos do trabalho – tributação – ónus de prova (processo 0901/14)

O imposto sobre o rendimento de pessoas singulares incide tendencialmente sobre todos os rendimentos originados na prestação de trabalho.

Todavia, quando esteja em causa o pagamento pela entidade patronal ao trabalhador de: a. ajudas de custo e importâncias auferidas pela

utilização de automóvel próprio; b. em serviço da entidade patronal; c. que não excedam os limites legais; d. desde que sejam observados os

pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado; e. e dessas verbas tenham sido prestadas contas até ao termo do exercício, ficam

excluídas da incidência em IRS.

Tratando-se, como se trata, no art. 2.º do CIRS de uma verdadeira norma de delimitação negativa de incidência ou de exclusão de tributação

de IRS, competia à Administração Tributária alegar, para poder provar em seguida, ou, que as quantias pagas a título de ajudas de custo não

se destinaram a reembolsar os recorridos de despesas decorrentes da sua deslocação, porque elas não tinham tido lugar ou não ocorreram

com a extensão apresentada, ou, que ultrapassaram os limites legais estabelecidos para a exclusão da respetiva tributação, dado que estes

elementos são ainda factos fundamentadores ou enformadores do ato tributário.

Não se pode concluir pelo carácter remuneratório de certas ajudas de custo apenas da verificação de que o seu valor se repete ao longo dos

meses, ou é pago a todos os funcionários. Assim recai sobre a Administração Tributária o ónus de prova quer de o valor das ajudas de custo

exceder os limites legais, quer da verificação da falta dos pressupostos da sua atribuição.

Início Legislat

iva

Page 9: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 9

LGT - revisão oficiosa – ato de liquidação – juros indemnizatórios (processo 0722/14)

O art. 43.º, n.º 1 da Lei Geral Tributária estabelece que são devidos juros indemnizatórios quando se determine, em reclamação graciosa ou

impugnação judicial, que houve erro imputável aos serviços de que resulte pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente

devido, sem definir o momento a partir do qual são os mesmos devidos.

O n.º 3, c) do mesmo preceito consagra que também são devidos juros indemnizatórios, «quando a revisão do ato tributário por iniciativa do

contribuinte se efetuar mais de um ano após o pedido deste, salvo se o atraso não for imputável à Administração Tributária».

O legislador considera que o prazo de um ano é o prazo razoável para a Administração decidir o pedido de revisão e executar a respetiva

decisão, quando favorável ao contribuinte, afastando-se da indemnização total dos danos a partir do momento em que surgiram na esfera

patrimonial do contribuinte.

IS – oposição à execução fiscal – duplicação de coleta – tabela do imposto de selo (processo 0993/14)

A duplicação de coleta, prevista como fundamento de oposição à execução fiscal na alínea g) do n.º 1 do art. 204.º do CPPT, é definida pelo

n.º 1 do art. 205.º do mesmo Código como a situação que se verifica «quando, estando pago por inteiro um tributo, se exigir da mesma ou

diferente pessoa um outro de igual natureza, referente ao mesmo facto tributário e ao mesmo período de tempo», o que significa que a

duplicação de coleta exige a verificação cumulativa dos seguintes requisitos: i) o facto tributário ser o mesmo, ii) ser idêntica a natureza do

imposto já pago e o que, de novo, se exige, iii) referirem-se ambos os impostos ao mesmo período temporal.

Do regime transitório constante do art. 6.º da Lei n.º 55-A/2012, de 29 de Outubro, decorre com clareza que para o ano de 2012 e para efeitos

de liquidação de IS aos proprietários de prédios urbanos com afetação habitacional e um VPT superior a €1.000.000,00 (verba 28 TGIS), o

único facto tributário situa-se em 31 de Outubro de 2012, a única liquidação pela AT deve ser feita até ao final de Novembro de 2012, a única

taxa a aplicar no caso de prédios avaliados nos termos do CIMI é de 0,5% e o imposto deverá ser pago numa única prestação até 20 de

Dezembro de 2012.

Se, com referência a um determinado prédio e ao ano de 2012, foi efetuada e paga nesse ano liquidação de IS nos termos supra referidos (i.e.,

ao abrigo do disposto no n.º 1 do art. 6.º da Lei n.º 55-A/2012), e a AT efetua nova liquidação em 2013, por referência ao ano de 2012 e ao

mesmo prédio, ainda que agora mediante a invocação do n.º 2 do art. 6.º da Lei n.º 55-A/2012 e sendo a coleta fixada com base no VPT do

prédio em 31 de Dezembro de 2012, há duplicação de coleta.

O facto de se invocarem normas de incidência diversas (o n.º 1 do art. 6.º da Lei n.º 55-A/2012, na primeira liquidação e n.º 2 do mesmo artigo,

na segunda) e de serem diversos os modos de calcular a matéria tributável (VPT) em nada releva para efeitos de afastar a duplicação de

coleta, pois o facto tributário, o imposto e o período de tributação são os mesmos.

IRS – liquidação adicional – forma da notificação – caducidade do direito à liquidação (processo 01940/13)

Após a alteração introduzida na redação do art. 149.º do CIRS pelo DL n.º 198/2001, de 3 de Julho, apenas são efetuadas por carta registada

com a.r. as notificações a que se refere o art. 66.º do CIRS, ou seja, as notificações referentes a atos de fixação ou alteração da matéria

tributável previstos no art. 65.º desse Código. E, portanto, uma liquidação adicional de IRS, na medida em que materialize e revele um desses

atos, terá de ser notificado por carta registada com aviso de receção.

Dado que o art. 149.º do CIRS estabelece no seu n.º 5 que ao regime das notificações se aplicam as regras estabelecidas no CPPT, há que

observar o disposto no n.º 3 do art. 39.º do CPPT, segundo o qual havendo aviso de receção, a notificação considera-se efetuada na data em

que ele for assinado, sendo que, nos termos do n.º 5, no caso de o aviso de receção ser devolvido ou não vier assinado por o destinatário se

ter recusado a recebê-lo ou não o ter levantado no prazo previsto no regulamento dos serviços postais e não se comprovar que entretanto o

contribuinte comunicou a alteração do seu domicílio fiscal, a notificação será efetuada nos 15 dias seguintes à devolução por nova carta

registada com aviso de receção, presumindo-se a notificação se a carta não tiver sido recebida ou levantada, sem prejuízo de o notificando

poder provar justo impedimento ou a impossibilidade de comunicação da mudança de residência no prazo legal.

Início Legislat

iva

Page 10: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 10

IRC – aplicação da lei no tempo – juros indemnizatórios – inconstitucionalidade (processo 0470/14)

Nas tributações autónomas não se trata de tributar um rendimento no fim do período tributário, mas determinado tipo de despesas, que

constituem o facto gerador de imposto, uma vez que cada despesa é um facto tributário autónomo, a que o contribuinte fica sujeito, venha ou

não a ter rendimento tributável em IRC, no fim do período, sendo irrelevante que esta parcela de imposto só venha a ser liquidada num

momento posterior e conjuntamente com o IRC.

A taxa a aplicar a cada despesa é a que vigorar à data da sua realização, uma vez que o facto tributário se verifica no momento em que se

incorre nas despesas sujeitas a tributação autónoma, não se estando perante um facto complexo, de formação sucessiva ao longo do ano,

mas perante um facto tributário instantâneo.

Não pode a lei agravar o valor da taxa de tributação autónoma, relativamente a despesas já efetuadas aquando da sua entrada em vigor,

incorrendo a norma do artigo 5.º, n.º 1, da Lei n.º 64/2008, de 5 de Dezembro, ao determinar a retroação de efeitos a 1 de Janeiro de 2008 da

alteração do artigo 81.º, n.º 3, do CIRC, em inconstitucionalidade por violação da proibição imposta no artigo 103.º, n.º 3, da Constituição.

Uma vez que a AT está sujeita ao princípio da legalidade (cfr. art. 266.º, n.º 2, da CRP e art. 55.º da LGT), não pode deixar de aplicar uma

norma com fundamento em inconstitucionalidade, a menos que o TC já tenha declarado a inconstitucionalidade da mesma com força

obrigatória geral (cfr. art. 281.º da CRP) ou se esteja perante o desrespeito por normas constitucionais diretamente aplicáveis e vinculativas,

como as que se referem a direitos, liberdades e garantias (cfr. art. 18.º, n.º 1, da CRP), o que não é o caso.

IVA – impugnabilidade (processo 01198/12)

A condição de impugnabilidade prevista no n.º 2 do art. 97.º do CIVA apenas faz sentido quando a discordância do sujeito passivo com a

liquidação oficiosa se refira ao quantum da obrigação tributária, uma vez que o art. 88.º do CIVA lhe concede um meio administrativo simples e

expedito de eliminar essa liquidação oficiosa da ordem jurídica, procedendo à entrega da declaração em falta (denominada, expressivamente,

de substituição), mas já não quando o fundamento da impugnação se refira ao próprio ano da obrigação tributária.

Não teria sentido impor a quem pretende impugnar a liquidação oficiosa que lhe foi efetuada ao abrigo do art. 88.º do CIVA, com o fundamento

de que não estava obrigado a apresentar a declaração periódica para efeitos de IVA, a prévia apresentação de uma declaração de

substituição, ainda que, como sustenta a sentença recorrida, “a zeros”.

A exigência de apresentação das declarações de substituição como condição de abertura da via contenciosa prevista no n.º 2 do art. 97.º do

CIVA deve ser interpretada restritivamente, reconduzindo o alcance da norma aos limites que decorrem da sua razão de ser (cessante ratione

legis cessat eius dispositio), o que conduz ao afastamento dessa exigência em casos, como o dos autos, em que a discordância do

impugnante com a liquidação oficiosa não se manifesta em relação ao montante da liquidação, mas à prática do ato de liquidação em si.

Início Legislat

iva

Page 11: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 11

Jurisprudência do Tribunal Central Administrativo Norte-Sul (TCA)

IVA – prazo de preclusão do exercício do direito à dedução em IVA (processo 05273/12)

O direito à dedução nasce no momento em que o imposto dedutível se torna exigível, de acordo com o estabelecido pelos artigos 7.º e 8.º,

efetuando-se mediante a subtração ao montante global do imposto devido pelas operações tributáveis do sujeito passivo, durante um período

de declaração, do montante do imposto dedutível, exigível durante o mesmo período.

Estabelece o artigo 91.º/2, do CIVA [versão vigente] o seguinte: «Sem prejuízo de disposições especiais, o direito à dedução ou ao reembolso

do imposto entregue em excesso só poderá ser exercido até ao decurso de 5 anos após o nascimento do direito à dedução ou pagamento em

excesso do imposto, respetivamente.

As normas referidas pretendem delimitar o momento em que a dedução do imposto pode ser efetuado pelo sujeito passivo e impedir que possa

ser efetuado em momentos diferentes dos que se encontrem legalmente previstos, não deixando o momento à escolha do sujeito passivo.

No caso, a contribuinte, no prazo de cinco anos contados da data da liquidação do imposto não deduziu o mesmo, pelo que mostra-se

precludido o referido direito.

Nem a renúncia à isenção operada em 1995, nem a declaração de isenção de 1992, afetam o decurso do prazo preclusivo para o exercício de

direito à dedução, constituído com a liquidação do imposto na data da transação, ou seja, em 1989, e exaurido em 1994.

IRS – retenção na fonte não entregue – notificação para pagamento das quantias retidas e não entregues – caducidade do direito à

liquidação – prescrição (processo 07981/14)

É da finalidade do recurso reapreciar a decisão recorrida e não proferir decisão sobre matéria não suscitada na instância inferior e que não seja

de conhecimento oficioso.

Em caso de substituição tributária a entidade obrigada à retenção é responsável pelas importâncias retidas e não entregues nos cofres do

Estado (art. 28.º da LGT), constituindo retenção na fonte as entregas pecuniárias efetuadas por dedução nos rendimentos pagos ou postos à

disposição do titular pelo substituto (art. 34.º da LGT).

No caso do IRS, a natureza de pagamentos por conta da retenção na fonte está genericamente prevista no n.º 1 do art. 98.º do CIRS, apenas

não tendo tal natureza os rendimentos sujeitos a taxas liberatórias especiais (art. 71 CIRS), mas mesmo estes passarão a ter tal natureza se o

contribuinte optar pelo seu englobamento.

Face a retenções na fonte sobre rendimentos sem que se tenha procedido à entrega dessas quantias retidas, a AF, in casu, limitou-se a apurar

esses montantes que notificou para pagamento, não se procedendo, nesse apuramento, a verdadeira liquidação.

Na situação em apreço, não há, assim, por falta de verdadeira liquidação, lugar à aplicação do instituto da caducidade, mas, unicamente, da

prescrição.

SS – cálculo do valor da pensão (processo 10063/13)

O DL. n.º 187/2007 veio desenvolver, como consta do seu preâmbulo, o regime jurídico da Lei n.º 4/2007, de 16/1, que “aprova as bases gerais

do sistema de segurança social”.

De acordo com aquele diploma o regime das pensões do regime geral de segurança social nele contemplado (cfr. art. 1.º), obedece às regras

de cálculo das pensões estabelecidas nos artigos 32.º (regras aplicáveis aos beneficiários inscritos a partir de 1 de Janeiro de 2002) e 33.º

(regras aplicáveis aos beneficiários inscritos até 31 de Dezembro de 2001);

O ato impugnado que fixou o valor da pensão da aqui Recorrente por aplicação do art. 101.º, n.º 1 do DL. n.º 187/2007, não é inconstitucional,

como se decidiu no Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 188/2009, por não violar os princípios da segurança jurídica, da proteção da

confiança, da proporcionalidade, não violando, igualmente, o princípio da igualdade.

IVA – reclamação – prestação de garantia – determinação do VPT nos prédios rústicos (processo 00983/14.3BEBRG)

Garantia idónea é aquela que se mostra adequada a assegurar o pagamento da dívida exequenda e acréscimos legais, e não apenas a que

resulta dos bens referidos no art. 199.º/,1,2 do CPPT.

Se assim não fosse, carecia de sentido o art. 199.º/4 CPPT admitir como garantia a penhora já feita sobre os bens necessários para assegurar

o pagamento da dívida exequenda e acrescido ou a efetuar em bens nomeados para o efeito pelo executado no prazo referido no n.º 7, pois

que tal penhora poderá incidir sobre quaisquer bens, e não apenas sobre aqueles que o legislador enunciou expressamente.

Início Legislat

iva

Page 12: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 12

O valor patrimonial dos prédios rústicos não é calculado com base na sua área ou localização, mas antes de acordo com o modo específico

descriminado na lei previsto no art. 7.º/1 do CIMI. Esse valor corresponde ao produto do seu rendimento fundiário pelo fator 20, arredondado

para a dezena de euros imediatamente superior (definindo-se nos arts. 18.º e segs.. do CIMI o conceito e modo de apuramento do rendimento

fundiário).

Para além desta, a avaliação também poderá ser direta. Neste caso há lugar à medição da área dos prédios, observando-se os critérios

enunciados nos art. 21 a 30 do CIMI (art. 34.º/2,3 CIMI). Esta avaliação incide sobre os prédios omissos ou sobre aqueles em que se

verificarem modificações nas culturas ou erro de área de que resulte alteração do valor patrimonial tributário (art. 34.º do CIMI).

O critério da aplicação do coeficiente da desvalorização da moeda é um critério legal para determinar o valor dos prédios rústicos oferecidos

em garantia (art. 199.º CPPT), por força do disposto na alínea b) do n.º 1 do art. 250.º do CPPT que remete para alínea c) do n.º 1 do art. 27.º

do Decreto - Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro.

Pois se o bem se destina a garantir o pagamento da dívida exequenda e poderá ter de ser vendido para esse fim, então o seu valor poderá ser

encontrado nos mesmos moldes em que é determinado o valor base dos bens para venda, nos termos do disposto no art. 250.º do CPPT.

LGT – mais-valias - impugnação da matéria de facto – falta de fundamentação – audiência prévia – errónea quantificação (processo

00651/05.7BEBRG)

No que concerne à invocada oposição entre a decisão e os fundamentos, tal nulidade constitui vício da estrutura lógica da sentença, por

contradição entre as suas premissas, de facto e de direito, e a conclusão: os fundamentos invocados pelo juiz não conduziriam ao resultado

expresso na decisão; conduziriam, isso sim, a resultado oposto, ou seja, existe um vício real no raciocínio do julgador, uma real contradição

entre os fundamentos e a decisão: a fundamentação aponta num sentido e a decisão segue caminho oposto ou, pelo menos, direção diferente.

A contradição relevante em termos da nulidade prevista no artigo 668.º n.º1 alínea c) do CPC é a havida entre a decisão e os fundamentos

usados na sentença, não entre esta e o arrazoado constante do processo, cuja discrepância é suscetível de configurar, antes, erro de

julgamento.

O que distingue esta invocada nulidade do correspondente erro de julgamento é que ela é vício formal, ostensivo, detetável com relativa

facilidade pelo próprio julgador, de tal forma que pode ser ele mesmo a supri-la, enquanto o erro de julgamento tem a ver com a interpretação e

aplicação das normas legais convocadas, traduzindo-se em possível, mas eventualmente errada, subsunção dos respetivos factos ao direito.

Por isso mesmo, esgotado que está o poder jurisdicional do tribunal a quo, este erro de julgamento apenas poderá ser remediado pelo tribunal

ad quem em sede de recurso jurisdicional.

A nulidade da sentença por omissão de pronúncia está diretamente relacionada com o dever que é imposto ao juiz, pelo art. 660.º n.º 2 do

CPC, de resolver todas as questões que as partes tenham submetido à sua apreciação, e de não poder ocupar-se senão das questões

suscitadas pelas partes, salvo se a lei lhe permitir ou impuser o conhecimento oficioso de outras.

Após a entrada em vigor da LGT a A. Fiscal está vinculada ao cumprimento do dever de audiência prévia, sendo inaplicável o regime acolhido

pelo CPA quanto à dispensa de audição, porém, é dispensada a audição no caso de a liquidação se efetuar com base na declaração do

contribuinte (cf. n.º 2 al. a) do artigo 60.º da LGT).

Nos termos do disposto no artigo 10°, n° 1, al. a) do CIRS, conjugado com o n.º 4, al. a) do mesmo preceito legal, constituem mais-valias os

ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de alienação onerosa

de direitos reais sobre bens imóveis, sendo que o ganho sujeito a IRS é constituído pela diferença entre o valor de realização e o valor de

aquisição, líquidos da parte qualificada como rendimento de capitais, sendo caso disso.

Nos termos do disposto no artigo 44.º, n.º 3 do CIRS (atual, 46.º, n.º 3), o valor de aquisição de imóveis construídos pelos próprios sujeitos

passivos corresponde ao valor patrimonial inscrito na matriz ou ao valor do terreno, acrescido dos custos de construção devidamente

comprovados.

A comprovação dos custos de construção, que o Recorrente pretende ver acrescidos ao valor de aquisição, recai sobre o sujeito passivo, pois

que o ónus da prova dos factos constitutivos dos direitos recai sobre quem os invoque (cfr. artigo 74.º, n.º 1 da LGT e 342.º, n.º 1 do Código

Civil).

Não logrando os Impugnantes, ora Recorrentes, demonstrar os custos de construção da moradia unifamiliar que pretendiam ver acrescidos ao

valor do terreno, para efeitos de cálculo do respetivo valor de aquisição, como, sublinhe-se, lhe competia, não merece censura a atuação da

Administração Tributária quando os desconsiderou ao abrigo do artigo 46.º, n.º 3 do CIRS.

Início Legislat

iva

Page 13: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 13

IRS – oposição – nulidade da sentença por oposição entre a decisão e os fundamentos – rendimento derivado de obrigação de não

concorrência – lei interpretativa (processo 01687/06.6BEPRT)

No que concerne à invocada oposição entre a decisão e os fundamentos, tal nulidade constitui vício da estrutura lógica da sentença, por

contradição entre as suas premissas, de facto e de direito, e a conclusão: os fundamentos invocados pelo juiz não conduziriam ao resultado

expresso na decisão; conduziriam, isso sim, a resultado oposto, ou seja, existe um vício real no raciocínio do julgador, uma real contradição

entre os fundamentos e a decisão: a fundamentação aponta num sentido e a decisão segue caminho oposto ou, pelo menos, direção diferente.

Embora não seja líquido o enquadramento da realidade material apontada nos autos no âmbito do processo de oposição, situação que também

não foi equacionada nos autos, sendo que não cabe nesta altura procurar refúgio em análises formais, decorre expressamente do artigo 43.º/2

da referida Lei, que a redação por ela introduzida ao n.º 4 do artigo 9.º do CIRS, aprovado pelo DL 442-A/88, de 20 de Novembro, tem natureza

interpretativa, o que vale por dizer que essa nova redação não veio trazer nada de novo, pois já resultava do ordenamento jurídico que os

incrementos em causa constituíam rendimentos do ano em que eram pagos ou postos à disposição dos titulares.

A este n.º 4 foi atribuída, pela própria Lei que o introduziu, “natureza interpretativa”, tratando-se pois de uma interpretação autêntica, do próprio

legislador, que vem, por esta forma, fixar vinculativamente o alcance que, ab initio, deve ser atribuído ao preceito interpretado, de modo que, e

na medida em que a norma interpretativa integra-se na norma interpretada, retroagindo os seus efeitos ao início da vigência desta, no caso em

análise resultando, inequivocamente, demonstrado que os incrementos foram pagos ao recorrente em 2001, é manifesto que os mesmos

devem ser tributados em IRS.

IVA – julgamento da matéria de facto – correção à matéria coletável – artigo 19.º n.º 3 do CIVA (processo 00693/08.0BEBRG)

Ao TCA assiste o poder de alterar a decisão de facto fixada pelo tribunal “a quo” desde que ocorram os pressupostos vertidos no art. 712.º, n.º

1 do CPC (atual art. 662.º), incumbindo-lhe, nessa medida, reapreciar as provas em que assentou a decisão impugnada objeto de controvérsia,

bem como apreciar oficiosamente outros elementos probatórios que hajam servido de fundamento à decisão sobre aqueles pontos da

factualidade controvertidos, desde que estejam em causa factos com interesse para a decisão de causa que não tenham sido contemplados na

decisão posto em crise.

O artigo 19.º n.º 3 do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado só exclui o direito à dedução do imposto que resulte de operação

simulada.

Sobre a administração tributária recai o ónus de provar os factos constitutivos do direito à liquidação adicional e sobre o sujeito passivo recai o

ónus de provar os factos constitutivos do direito à anulação dessa liquidação – artigo 74.º, n.º 1 da Lei Geral Tributária.

No caso, estando demonstrado que a recorrida adquiriu a mercadoria em causa, teria a administração tributária que recolher indícios bastantes

de que a recorrida sabia ou devia saber que quem lhe estava a vender não era a pessoa que figurava nas faturas.

E não tendo tal acontecido, concluímos que a administração tributária não recolheu indícios que legitimam a sua atuação no sentido de não

aceitar a dedução do IVA mencionado nas faturas em causa nos autos, ou seja, não cumpriu com o ónus que sobre si impendia no sentido de

fundamentar as liquidações impugnadas.

IRS – declaração de rendimentos – efeitos – art. 65.º, n.º 3, do CIRC (processo 01533/06)

O não cumprimento do ónus especial de alegação previsto no artigo 685.º-B, do CPC, aqui aplicável, e hoje, reforçado no artigo 640.º do novo

CPC, quando se pretenda impugnar o julgamento da matéria de facto, determina que o tribunal de recurso não se pronuncie sobre tal questão;

Independentemente de existir, já, uma declaração oficiosa de rendimentos, ainda que esteja em curso, ou tenha terminado, um procedimento

de revisão do rendimento fixado, não existindo, ainda, liquidação, sempre terá de produzir efeitos a declaração apresentada na sequência da

notificação prevista no art. 65.º, n.º 3, do CIRC, na redação em vigor até à entrada em vigor da Lei n.º 53-A/2006, de 29-12.

Deve ser deferido o pedido de intimação do Diretor-Geral dos Impostos, formulado ao abrigo do art. 147.º do CPPT, a proceder ao tratamento

de declaração de rendimentos, para efeito de IRS do ano de 2000, apresentada em 30 de Dezembro de 20014, na sequência de noti ficação

efetuada ao abrigo do art. 65.º, n.º 3, do CIRC, bem como à consequente liquidação e à notificação da mesma ao requerente.

IRS – manifestações de fortuna – residente – declaração de rendimentos – tributação – métodos indiretos (processo 08331/15)

No que respeita à residência do recorrente, para efeitos fiscais (e não quaisquer outros), em particular, no campo da incidência pessoal do IRS,

respeitante ao ano de 2008, o tribunal recorrido julgou não provado o facto de que aquele, então, não residia em Portugal e justificou a

formação da sua convicção. Não podemos deixar de acolher esta valoração de todos os elementos de prova disponíveis. Até porque nada

impede as pessoas, no exercício das suas liberdades cívicas, de fixarem residência em mais que um local.

Início Legislat

iva

Page 14: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 14

Concluímos que o recorrente era, para efeitos fiscais, residente em Portugal no ano de 2008, nos termos da alínea b) do n.º 1, do art. 16.º do

CIRS e, nessa medida, era sujeito passivo de IRS pela totalidade dos seus rendimentos, pelo que, atento o disposto no artigo 57.º n.º 1 do

CIRS, encontrava-se obrigado a apresentar a declaração de rendimentos relativa ao referido ano, pelo que não o tendo feito encontram-se

reunidas as condições legais para, de acordo com o estipulado no n.º 1 e n.º 4 do art. 89.º-A da LGT, se proceder à fixação do rendimento

tributável por métodos indiretos.

IRS – falta de fundamentação (processo 07442/14)

A elevação à categoria de garantia do contribuinte do dever de fundamentação facilmente se percebe quando atentamos nos objetivos deste

instituto, quer se trate do propósito de pacificação das relações entre a Administração e o administrado, quer na perspetiva da defesa do

contribuinte, quer, ainda, tendo em vista o próprio autocontrole da Administração.

A fundamentação do ato tributário, como de qualquer ato administrativo, deve ser clara (as razões de facto e de direito não podem ser

confusas ou ambíguas, sob pena de não se dar a conhecer o que determinou o agente a praticar o ato ou a escolher o seu conteúdo),

congruente (o conteúdo do ato tem de ter uma relação lógica com os fundamentos invocados) suficiente (por forma a tornar claros os

pressupostos tidos em conta pelo autor do ato) e tem que ser expressa.

A AT não cumpre o seu ónus de fundamentar se, lido o relatório inspetivo, não se alcança a referência feita, concomitantemente, a suprimentos

- “suprimentos veículos (12 meses)” e a “suprimentos (14 meses)” – e a rendimentos do trabalho dependente, nem tão pouco o que possam

ser “suprimentos veículos” ou, também, a menção simultânea a compensações por quilómetros de utilização de viaturas próprias e a ajudas de

custo e, por outro lado, a rendimentos do trabalho dependente.

Não é de aceitar a posição da Administração que pretende retirar efeitos, em relação à fundamentação das correções, da circunstância de o

sujeito passivo não ter exercido o direito de audição, por aí ver “a oportunidade de aquele vir a ser detalhadamente elucidado quanto à

eventual falta de fundamentos da decisão em apreço”.

É que não é o sujeito passivo, pela via do exercício do direito de audição, que tem o dever de contribuir para a correta fundamentação do ato.

É a Administração que, independentemente do exercício do direito de audição, tem o dever de fundamentar os seus atos, dever esse que se

assume como um direito dos administrados.

BF – regime dos benefícios fiscais – regime de interpretação das normas que consagram benefícios fiscais – benefício fiscal consagrado

no art. 42, n.º 1, do E.B.F. – dívidas de SISA – privilégio creditório imobiliário – promessa de compra e venda (processo 08259/14)

De acordo com a lei, os benefícios fiscais devem considerar-se medidas de carácter excecional, instituídas para tutela de interesses públicos

extrafiscais relevantes e que sejam superiores aos da tributação que impedem (cfr. art. 2.º, n.º 1, do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado

pelo dec. lei 215/89, de 1/7).

Do ponto de vista jurídico, e na ótica da relação jurídica de imposto, os benefícios fiscais consubstanciam, antes de mais, factos que estando

sujeitos a tributação, são impeditivos do nascimento da obrigação tributária ou, pelo menos, de que a mesma surja em plenitude. Na verdade,

enquanto facto impeditivo, o benefício fiscal traduz-se sempre em situações que estão sujeitas a tributação, isto é, que são subsumíveis às

regras jurídicas que definem a incidência objetiva e subjetiva do imposto. E, precisamente porque o benefício fiscal constitui um facto

impeditivo da tributação-regra, a sua extinção ou falta de pressupostos de aplicação tem por efeito imediato a reposição automática dessa

mesma tributação, como estabelece o art. 12, n.º 1, do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

As normas que consagram benefícios fiscais não são suscetíveis de integração analógica, embora admitam a interpretação extensiva (cfr. art.

9.º, do EBF). O benefício fiscal consagrado no art. 42.º, n.º 1, do EBF, deve considerar-se um benefício automático, dado que resulta direta e

imediatamente da lei ou, por outras palavras, o direito ao benefício opera "ope lege", pela simples verificação dos respetivos pressupostos (cfr.

art. 4.º, do EBF).

Embora no presente processo esteja em causa um benefício automático, há que aplicar-lhe, por expressa remissão do n.º 6, do art. 12.º, do

EBF, as condições cumulativas previstas nas al. a) e b), do n.º 5 do mesmo preceito, para os benefícios dependentes de reconhecimento, pelo

que, ainda que haja uma dívida tributária em incumprimento, não se pode impedir a produção de efeitos a tais benefícios se essa dívida tiver

sido objeto de reclamação, impugnação ou oposição com a prestação de garantia idónea, quando exigível.

Início Legislat

iva

Page 15: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 15

As dívidas de sisa gozam de garantia real que se consubstancia em privilégio creditório imobiliário sobre os bens transmitidos, nos termos do

disposto nos artº 744.º, n.º 2, do C. Civil, e 130.º, do C.I.M.S.I.S.S.D. 7. Resultando a liquidação de sisa impugnada da celebração de três

contratos promessa de compra e venda, sendo que estes, pela sua natureza (incluindo as promessas com eficácia real), conferem meros

efeitos obrigacionais, não opera com a sua celebração, a transmissão da propriedade do bem a que respeitam (cfr. art. 410.º e 413.º, do C.

Civil). Por consequência, não emergiu o privilégio creditório invocado pelo recorrente, situação jurídica que a lei consigna à transmissão da

propriedade e não, como aconteceu, à promessa de compra e venda, mesmo com eficácia real.

IRS – ato tributário e facto tributário – noção – conceito de rendimento tributário em sede de CIRS (conceção de rendimento-acréscimo)

– interpretação das normas de incidência tributária – rendimentos de capitais. art. 5.º, n.º 1, DO CIRS – art. 5.º, n.º 2, al. h), do CIRS

adiantamento por conta de lucros – art. 7.º, do CIRS – art. 6.º, n.º 4, do CIRS – ónus da prova (processo 08216/14)

O ato tributário tem sempre na sua base uma situação de facto concreta, a qual se encontra prevista abstrata e tipicamente na lei fiscal como

geradora do direito ao imposto. Essa situação factual e concreta define-se como facto tributário, o qual só existe desde que se verifiquem todos

os pressupostos legalmente previstos para tal. As normas tributárias que contemplam o facto tributário são as relativas à incidência real, as

quais definem os seus elementos objetivos. Só com a prática do facto tributário nasce a obrigação de imposto. A existência do facto tributário

constitui, pois, uma condição “sine qua non” da fixação da matéria tributável e da liquidação efetuada.

Na construção do conceito de rendimento tributário o CIRS adota a conceção de rendimento-acréscimo, segundo a qual a base de incidência

deste tributo abrange todo o aumento do poder aquisitivo do contribuinte, incluindo nela, de um modo geral, as receitas irregulares e ganhos

fortuitos, os quais também devem ser considerados manifestações de capacidade contributiva.

As normas de incidência dos tributos bem como as que concedem isenções ou exclusões de tributação, devem ser interpretadas nos seus

exatos termos, sem o recurso à analogia, tornando prevalente a certeza e a segurança na sua aplicação.

A definição de rendimentos de capitais, introduzida pela Lei 30-G/2000, de 29/12, no art. 5.º, n.º 1, do CIRS, traduz e incorpora uma regra de

incidência tão ampla que é capaz de englobar qualquer situação, envolvente de valores mobiliários, que não seja tributada noutra das

categorias de rendimentos em que opera o IRS.

O art. 5.º, n.º 2, al. h), do CIRS, sistematicamente inserido na categoria de incrementos patrimoniais (normas de incidência real), consagra

como rendimentos de capitais sujeitos a incidência de IRS os lucros, incluindo o adiantamento por conta de lucros, colocados à disposição dos

respetivos associados.

Por sua vez, o art. 7.º, do CIRS, define o momento da sujeição à tributação dos rendimentos de capitais, ou seja, define o momento em que o

imposto se torna exigível.

O art. 6.º, n.º 4, do CIRS, consagra uma presunção relativa a rendimentos de capitais, de que as quantias escrituradas em quaisquer contas de

sócios de sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, quantias essas que não resultem de mútuos, da prestação de trabalho ou do

exercício de cargos sociais, presumem-se feitos a título de lucros ou adiantamento dos lucros.

Não se encontram reunidos os factos índice que permitem à A. Fiscal fazer o enquadramento de valores contabilísticos como rendimentos da

categoria E, colocados à disposição dos sócios, nos termos previstos no art. 5.º, n.º 1 e 2, al. h), do CIRS, quando não se pode valer da

presunção prevista no art. 6.º, n.º 4, do CIRS.

IRS – ato tributário e facto tributário – noção – conceito de rendimento tributário em sede de CIRS (conceção de rendimento-acréscimo) –

interpretação das normas de incidência tributária – rendimentos de capitais – art. 5.º, n.º1, do CIRS – art. 5.º, n.º2, al. h), do CIRS –

adiantamento por conta de lucros – art. 6.º, n.º4, do CIRS - art. 28.º, n.º1, da LGT – situação de substituição tributária – art. 103.º do CIRS

(processo 06136/12)

Levando em consideração, segundo um prudente critério, a tutela mais eficaz dos interesses em presença no âmbito do presente processo,

deve concluir-se pela necessidade de apreciação, em primeiro lugar, do recurso apresentado pelo recorrente (...), desde logo, por uma questão

de prioridade temporal, apesar de entre os dois recursos não se estabelecer qualquer relação de subsidiariedade, visto terem por objeto partes

distintas do dispositivo da decisão recorrida (cfr. art. 124.º, do CPPT).

O ato tributário tem sempre na sua base uma situação de facto concreta, a qual se encontra prevista abstrata e tipicamente na lei fiscal como

geradora do direito ao imposto. Essa situação factual e concreta define-se como facto tributário, o qual só existe desde que se verifiquem todos

os pressupostos legalmente previstos para tal. As normas tributárias que contemplam o facto tributário são as relativas à incidência real, as

quais definem os seus elementos objetivos. Só com a prática do facto tributário nasce a obrigação de imposto. A existência do facto tributário

Início Legislat

iva

Page 16: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 16

constitui, pois uma condição “sine qua non” da fixação da matéria tributável e da liquidação efetuada.

Na construção do conceito de rendimento tributário o CIRS adota a conceção de rendimento-acréscimo, segundo a qual a base de incidência

deste tributo abrange todo o aumento do poder aquisitivo do contribuinte, incluindo nela, de um modo geral, as receitas irregulares e ganhos

fortuitos, os quais também devem ser considerados manifestações de capacidade contributiva.

As normas de incidência dos tributos bem como as que concedem isenções ou exclusões de tributação, devem ser interpretadas nos seus

exatos termos, sem o recurso à analogia, tornando prevalente a certeza e a segurança na sua aplicação.

A definição de rendimentos de capitais, introduzida pela Lei 30-G/2000, de 29/12, no art. 5.º, n.º1, do CIRS, traduz e incorpora uma regra de

incidência tão ampla que é capaz de englobar qualquer situação, envolvente de valores mobiliários, que não seja tributada noutra das

categorias de rendimentos em que opera o IRS.

O art. 5.º, n.º2, al.h), do CIRS, sistematicamente inserido na categoria de incrementos patrimoniais (normas de incidência real), consagra como

rendimentos de capitais sujeitos a incidência de IRS os lucros, incluindo o adiantamento por conta de lucros, colocados à disposição dos

respetivos associados. Esta tributação em IRS passou a fazer-se através de uma técnica de englobamento parcial dos lucros distribuídos nos

termos do art. 40.º-A, n.º 1, do CIRS, assim tentando o legislador ultrapassar o problema da dupla tributação dos lucros distribuídos, tanto em

sede de IRC, como de IRS.

O art. 6.º, n.º4, do CIRS, consagra uma presunção relativa a rendimentos de capitais, de que as quantias escrituradas em quaisquer contas de

sócios de sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, quantias essas que não resultem de mútuos, da prestação de trabalho ou do

exercício de cargos sociais, presumem-se feitos a título de lucros ou adiantamento dos lucros. Com esta presunção o legislador quis resolver a

qualificação das quantias escrituradas nas contas correntes dos sócios, cuja "causa" jurídica não tenha sido expressamente declarada, assim

conduzindo a que tais montantes tenham o tratamento dos lucros distribuídos, ou seja, se houver opção pelo englobamento, este faz-se por

metade do valor nos termos do citado art. 40.º-A, do CIRS.

O art. 28.º, n.º1, da L.G.T., consagra uma situação de substituição tributária, na qual o sujeito passivo originário de imposto é a entidade

obrigada à retenção na fonte, mais ficando o substituído desonerado do seu pagamento, ressalvando a possibilidade de ser chamado a título

de responsabilidade subsidiária, conforme dispõe o n.º3 do mesmo normativo.

O art. 103.º, do CIRS, o qual reproduz nos seus três primeiros números, o disposto no aludido art. 28.º, da L.G.T., do exame de tal norma não

se pode concluir que o substituído tributário (no caso os impugnantes) se deva considerar sujeito passivo originário de imposto.

IVA – artigo 18.º, n.º 1, do CIVA, Sexta Diretiva Do Conselho, de 17 de Maio de 1977 (processo 03147/09)

Quando uma operação é constituída por um conjunto de elementos e de atos, há que tomar em consideração todas as circunstâncias em que

se desenvolve a operação em questão, para determinar, por um lado, se se está em presença de duas ou mais prestações distintas ou de uma

prestação única e, por outro, se, neste último caso, esta prestação única deve ser qualificada de entrega de bens ou de prestação de serviços.

Perante uma prestação complexa única (confeção e comercialização de produtos alimentares), para se saber se deve ser qualificada de

entrega de bens ou de prestação de serviços, há que tomar em consideração todas as circunstâncias em que se desenrola a operação, para

encontrar todos os elementos característicos e identificar os elementos predominantes.

IRC – donativos – artigo 39.º, n.º 1, al. a) do CIRC (processo 02884/09)

O legislador não contemplou, a possibilidade de para além das entidades previstas no artigo 39.º, n.º 1 al. a) do CIRC, o preceito abrangesse

outras, que não as aí previstas, designadamente as fundações.

E, não contemplou tal possibilidade pela simples razão de estarmos perante uma tipologia taxativa, não podendo comportar por isso outras

concretizações não previstas no preceito legal em causa.

BF – art. 31.º n.º 2 do EBF – circular n.º 7/2004, de 30 de março (processo 00946/09.0BEPRT)

Na vigência do n.º 2 do art. 31.º do EBF na redação introduzida pela Lei n.º pela Lei n.º 32-B/2002, de 30 de Dezembro, as mais-valias e as

menos-valias realizadas pelas SGPS mediante transmissão onerosa de partes de capital, desde que detidas por período não inferior a um ano

e bem assim os encargos financeiros suportados com a sua aquisição, não concorrem para a formação do lucro tributável das sociedades.

O método de apuramento de quais os encargos financeiros suportados com a aquisição daquelas partes sociais, deve visar um critério de

imputação direta e real e não o critério indireto ou presumido previsto na Circular n.º 7/2004, de 30 de Março.

Início Legislat

iva

Page 17: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 17

As interpretações veiculadas nas circulares emanadas pela ATA devem respeitar as normas jurídicas primárias que lhes servem de referência,

sob pena de assim se estar a introduzir norma jurídica inovatória, e por isso ilegal.

IVA – IRS – arresto – responsáveis subsidiários – justo receio (processo 00974/14.4BEPNF)

Ao arresto contra bens do responsável subsidiário pelo pagamento do imposto, aplicam-se os mesmos pressupostos que para o arresto de

bens do devedor originário, para além da alegação e da prova, esta ainda que perfunctória (fumus boni iuris e summaria cognitio), a cargo do

requerente do arresto, de que aquele se encontra em condições de contra ele vir a ser decretada (de futuro) a reversão da execução fiscal;

Resultando da factualidade assente não só a qualidade jurídica de administrador/gerente, constante do registo, mas também indícios seguros

de terem os Recorrentes praticado diversos atos típicos da administração da sociedade devedora originária, tendo-se por verificados os

requisitos legais previstos nos artigos 136.º e 214.º do CPPT, podem ser arrestados bens dos responsáveis subsidiários.

Estando em causa dívidas de IVA e de IRS, ou seja de impostos retidos ou repercutidos em terceiro, o requerente do arresto beneficia da

presunção legal estipulada no n.º 5 do artigo 136.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

IMI – verificação de graduação de créditos (processo 01331/10.7BEPRT)

A partir da entrada em vigor do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, em 1 de Dezembro de 2003, e por força das disposições

combinadas do seu artigo 122.º e do artigo 744.º do Código Civil, os créditos provenientes de IMI só gozam de privilégio creditório imobiliário

desde que inscritos para cobrança no ano corrente na penhora ou ato equivalente e nos dois anos anteriores.

Tendo presente que a penhora do imóvel foi efetuada em 14-01-2009, beneficiam de privilégio creditório os créditos de IMI, respeitantes ao

imóvel penhorado, inscritos para cobrança nos anos de 2007, 2008, 2009, encontrando-se nestas condições os créditos reclamados de IMI dos

anos de 2006, 2007 e 2008, inscritos para cobrança, respetivamente em 2008 e 2009, discriminados na certidão de dívidas junta aos presentes

autos, isto é, inscritos para cobrança no ano da penhora e nos dois anos anteriores, devendo, assim, ser graduados de acordo com o privilégio

creditório de que gozam à luz do disposto no artigo 122.º n.º 1 do CIMI e dos artigos 735.º e 744.º n.º 1 do Código Civil e os Juros de Mora

gozam dos mesmos privilégios que as dívidas objeto de incidência nos termos do art. 8.º do DL 73/99, de 16 de Março.

IRS – abatimentos ao rendimento líquido global – art. 56.º, do CIRS – conceito de pensão de alimentos – agregado familiar – filhos

maiores que não tenham mais de 25 anos (processo 08315/14)

Os abatimentos expressam despesas socialmente relevantes, cuja existência reduz a capacidade contributiva do sujeito que as suporta. A

consideração fiscal das despesas socialmente relevantes assume atualmente, por regra, a forma de deduções à coleta (cfr. art. 78.º, do CIRS).

O único abatimento que sobrevivia no IRS, em 2006, era o relativo a pensões de alimentos e estava previsto no citado art. 56.º, do CIRS,

normativo entretanto já revogado pela Lei 64-A/2008, de 31/12.

O poder paternal compreende a obrigação de prestar alimentos (cfr. arts. 1878.º, n.º 1, e 1874.º, n.º 2, do C. Civil). Não definindo o CIRS o

conceito de pensão de alimentos, deve valer aqui a noção civilística que nos diz que os alimentos abrangem tudo o que é indispensável ao

sustento, habitação e vestuário, mais compreendendo a instrução e educação do alimentado no caso de este ser menor (cfr. art. 2003.º, do C.

Civil).

Ainda de acordo com a lei civil, se no momento em que atingir a maioridade ou for emancipado o filho não houver completado a sua formação

profissional manter-se-á a obrigação de alimentos na medida em que seja razoável exigir aos pais o seu cumprimento e pelo tempo

normalmente requerido para que aquela formação se complete (cfr. art. 1880.º, do C. Civil).

Na senda do regime civil, surge-nos o art. 13.º, n.º 4, al. b), do CIRS, norma que inclui como dependentes do agregado familiar, além do mais,

os filhos maiores que, não tendo mais de 25 anos nem auferindo anualmente rendimentos superiores ao salário mínimo nacional mais elevado,

tenham frequentado no ano a que o imposto respeita o 11.º ou 12.º anos de escolaridade, estabelecimento de ensino médio ou superior ou

cumprido serviço militar obrigatório ou serviço cívico. Concluindo, de acordo com esta norma até aos 25 anos de idade, se o filho não auferir

rendimentos superiores ao salário mínimo e, além do mais, frequentar estabelecimento de ensino médio ou superior, integra o agregado

familiar como dependente e, como tal, as suas despesas de educação podem estar sujeitas a abatimento nos termos do art. 56.º, do CIRS.

As pensões providas ao abrigo do citado art. 1880, do C. Civil (cfr. processo especial previsto no art. 989.º, do C.P.Civil), podem também ser

sujeitas a abatimento nos termos do art. 56.º, do CIRS, sendo que este último preceito não estabelece qualquer limite de idade do alimentado.

No entanto, salvo melhor opinião, a possibilidade de abatimento ao rendimento líquido prevista no revogado art. 56.º, do CIRS, devia

concatenar-se com o conceito de agregado familiar previsto no citado art. 13.º, do mesmo diploma legal, pois que é este conceito que opera

Início Legislat

iva

Page 18: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 18

para efeitos de tributação do rendimento das pessoas que o constituem (cfr. art. 13.º, n.º 2, do CIRS). Assim sendo, tal possibilidade de

abatimento somente se pode verificar relativamente a elementos do agregado familiar, noção que inclui como dependentes, além do mais, os

filhos maiores que não tenham mais de 25 anos.

IRS – união de facto – domicílio fiscal (processo 08313/14)

As pessoas que vivem em união de facto necessitam, para beneficiar do direito a serem tributadas segundo o regime de tributação dos sujeitos

passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens estabelecido no artigo 14.º do CIRS, de comprovar que essa união de

facto perdura há, pelo menos, dois anos, que possuíram durante esse período de tempo o mesmo domicílio fiscal e apresentarem declaração

de rendimentos assinada por ambos os sujeitos passivos unidos de facto.

Sendo o domicílio fiscal das pessoas singulares, em regra, o local da residência habitual e, consequentemente, esta residência habitual o lugar

determinado para o exercício de direitos e cumprimento dos deveres previstos nas normas tributárias (art. 19.º, n.º 1, al. a), Lei Geral

Tributária), é essa identidade que deve ser respeitada pelo sujeito passivo e é essa a identidade que deve ser respeitada pela Administração

Fiscal, designadamente para apurar se estão ou não preenchidas as condições que a lei exige para que duas pessoas que vivem em união de

facto beneficiem do regime consagrado no artigo 14.º n.º 1 do CIRS.

Não sendo a comunicação da alteração de domicílio fiscal um elemento constitutivo do direito referido anteriormente, não pode a omissão

dessa formalidade constituir fundamento para o não reconhecimento desse mesmo direito.

Tendo resultado provado que, quando os Impugnantes apresentaram as declarações conjuntas de rendimentos para efeitos de IRS, viviam há

mais de vinte anos em condições análogas às dos cônjuges e que ao longo de todos esses anos ambos residiram na mesma casa, devem

julgar-se verificados os requisitos plasmados no artigo 14.º n.º s 1 e 2 do CIRS.

IRC – noção de custos – requisito da indispensabilidade de um custo – provisões – noção e requisitos do relevo contabilístico enquanto

custos – juros de mora – noção – créditos resultantes da actividade normal da sociedade – integrantes da constituição da provisão para

créditos de cobrança duvidosa – subsídios jurisprudenciais relativos à aplicação do art. 23.º, do CIRC – contratos de aluguer de longa

duração (al. d) – enquadramento no art. 23.º, do CIRC (processo 08137/14)

A base de incidência do IRC encontra-se consagrada no art. 3.º, do CIRC, sendo, nos termos do seu n.º 2, definido o lucro tributável como o

resultante da “diferença entre os valores do património líquido no fim e no início do período de tributação, com as correções estabelecidas

neste Código”. Por outro lado, é no art. 17.º e seg. do mesmo diploma que se consagram as regras gerais de determinação do lucro tributável,

especificando-se no art. 23.º quais os custos que, como tal, devem ser considerados pela lei.

Para o conceito fiscal de custo vale a definição constante do aludido art. 23.º, do CIRC, a qual, depois de nos transmitir, de uma forma ampla, a

noção de custos ou perdas como englobando todas as despesas efetuadas pela empresa que, comprovadamente, sejam indispensáveis para

a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva, procede a uma enumeração meramente exemplificativa de várias

despesas deste tipo. Estamos perante um conceito de custo que se pode considerar comum ao balanço fiscal e ao balanço comercial. A

definição fiscal de custo, como conceito mais amplo do que sejam os custos de produção e de aquisição, parte de uma perspetiva ampla de

atividade e de necessidade da empresa, assim estabelecendo uma conexão objetiva entre a atividade desta e as despesas que,

inevitavelmente, daqui decorrerão. E fá-lo com uma finalidade claramente fiscal, a qual consiste em distinguir entre custos que podem ser

aceites para fins fiscais e que, por isso, vão influenciar o cálculo do lucro tributável e os que não podem ser aceites para tal efeito. Os custos

ou perdas da empresa constituem, portanto, os elementos negativos da conta de resultados, os quais são dedutíveis do ponto de vista fiscal

quando, estando devidamente comprovados, forem indispensáveis para a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva

da empresa em causa. A ausência de qualquer destes requisitos implica a não consideração dos referidos elementos como custos, assim

devendo os respetivos montantes ser adicionados ao resultado contabilístico.

O requisito da indispensabilidade de um custo tem sido jurisprudencialmente interpretado como um conceito indeterminado de necessário

preenchimento casuístico, em resultado de uma análise de perspetiva económica-empresarial, na perceção de uma relação de causalidade

económica entre a assunção de um encargo e a sua realização no interesse da empresa, atento o objeto societário do ente comercial em

causa, sendo vedadas à A. Fiscal atuações que coloquem em crise o princípio da liberdade de gestão e de autonomia da vontade do sujeito

passivo. Não obstante, se a A. Fiscal duvidar fundadamente da inserção no interesse societário de determinada despesa, impende sobre o

contribuinte o ónus de prova de que tal operação se insere no respetivo escopo societário.

Início Legislat

iva

Page 19: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 19

Ao abrigo do princípio contabilístico da prudência, os agentes económicos devem adotar uma postura de ceticismo perante todos os proveitos

não realizados e, bem assim, incluir nas respetivas demonstrações financeiras os efeitos que traduzam a compensação das possíveis perdas

daqueles montantes. Nestes termos, aos ativos que traduzam créditos sobre terceiros devem ser associados os efeitos das incertezas que

sobre eles venham a recair. A estas componentes negativas do rédito, refletidas nas demonstrações financeiras para compensação de

prováveis perdas no valor dos ativos, era dada a designação de provisões, realidades que atualmente se designam por imparidades.

As contas de provisões são aquelas onde se inscrevem as verbas destinadas a contrabalançar encargos ou prejuízos estimados e atuais de

provável processamento futuro ou apenas de montante atualmente incerto. A provisão cria-se com um fim imediato em vista, nomeadamente o

de fazer face a um ou mais créditos que se creem mal parados.

As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os eventos a que se reportam e, bem assim, as que forem utilizadas para

fins diversos dos expressamente previstos na lei fiscal, considerar-se-ão proveitos ou ganhos do respetivo exercício (cfr. art. 33.º, §2, do antigo

C.C.I.; art. 33.º, n.º 2, do CIRC).

Os juros de mora (resultantes da "mora debitoris") pressupõem que a prestação se tenha tornado certa, exigível e líquida. O momento da

constituição em mora, o qual tem a ver com a exigibilidade da prestação, depende da natureza da obrigação. Sendo a obrigação pura, só

existe mora depois de o devedor ser interpelado para cumprir (cfr. art. 805.º, n.º 1, do C. Civil). Pelo contrário, se a obrigação tiver prazo certo,

não será necessário a interpelação para que haja mora, a qual se verifica logo que vencida a obrigação (cfr. art. 805, n.º 2, al. a), do C. Civil).

Mais se deve recordar que nos termos do art. 804.º, do C. Civil, a simples mora constitui o devedor na obrigação de reparar os danos causados

ao credor. Por outro lado, dispõe o art. 806.º, n.º 1, do mesmo diploma, que na obrigação pecuniária a indemnização corresponde aos juros a

contar do dia da constituição em mora. Os juros de mora, como se percebe, são uma das consequências patrimoniais da mora do devedor e

representam para o credor o direito a uma remuneração pela quantia em dinheiro de que se viu privado, por certo tempo e por efeito do não

cumprimento pontual da obrigação.

Configurando-se como uma das consequências patrimoniais do incumprimento da obrigação principal - sendo que não vem questionada a

correta identificação contabilística de tais juros enquanto integrantes da constituição da provisão para créditos de cobrança duvidosa efetuada

pela sociedade recorrida para efeitos do art. 34.º, do CIRC - não podem os juros de mora deixar de integrar também o conceito de "créditos

resultantes da atividade normal" da mesma sociedade, como da de qualquer credor e, nessa medida, constituir um custo dedutível, nos termos

do disposto no art. 33.º, n.º 1, al. a), do CIRC.

Quanto ao enquadramento no aludido art. 23.º, do CIRC, deve fazer-se menção a três subsídios jurisprudenciais relativos à aplicação de tal

normativo: a-É entendimento da jurisprudência que a A. Fiscal não pode avaliar a indispensabilidade dos custos à luz de critérios incidentes

sobre a oportunidade e mérito da despesa de cariz subjetivista. Um custo é indispensável quando se relacione com a atividade da empresa,

sendo que os custos estranhos à atividade da empresa serão apenas aqueles em que não seja possível descortinar qualquer nexo causal com

os proveitos ou ganhos (ou com o rendimento, na expressão atual do código - cfr. art. 23.º, n.º 1, do CIRC), explicado em termos de

normalidade, necessidade, congruência e racionalidade económica; b- Um custo indispensável não tem de ser um custo que diretamente

implique a obtenção de proveitos. Há vários custos que só mediatamente cumprem essa função e que nem por isso deixam de ser

considerados indispensáveis, nos termos do art. 23.º, do CIRC; c- A questão do ónus da prova da indispensabilidade do custo passa ao lado

da presunção de veracidade da escrita corretamente organizada (cfr. art. 75.º, n.º 1, da L.G.T.) pois não se questiona a veracidade (existência

e montante) da despesa contabilizada mas a sua relevância, face à lei, para efeitos fiscais, no caso, da sua qualificação como custo dedutível,

em sede do citado art. 23.º, do CIRC.

Os contratos de aluguer de longa duração (ALD), se bem que, naturalmente, sujeitos ao império da autonomia da vontade privada, emergente

do art. 405.º, do C. Civil, é habitual reportar este tipo de contrato às normas jurídicas aplicáveis contidas no dec. lei 354/86, de 23/10, diploma

relativo ao exercício da indústria de aluguer de veículos automóveis sem condutor (com as atualizações derivadas dos dec. lei 373/90, de

27/11, 44/92, de 31/3, e 77/2009, de 1/4).

No caso "sub judice" estão em causa custos com rescisão de contratos de ALD, por motivo de sinistro com perda total dos veículos segurados,

sendo tais montantes correspondentes ao diferencial entre o valor recebido das companhias de seguros pela sociedade recorrida, a título de

indemnização, e o valor das viaturas no momento do sinistro, mais tendo a impugnante contabilizado esse diferencial como custo, restituindo-o

ao cliente.

A entrega dos referidos montantes aos clientes locatários não constitui uma mera liberalidade, estranha ao objeto e atividade social da

sociedade impugnante, antes assentando em genuína motivação empresarial, pelo que se deve concluir que tais custos são fiscalmente

dedutíveis, nos termos do art. 23.º, do CIRC.

Início Legislat

iva

Page 20: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 20

IRC – nulidade da sentença quando os seus fundamentos estão em oposição com a decisão – art. 615.º, n.º 1, al. c), do CPC – conceito de

custos em sede de IRC – pagamento a entidades não residentes e sujeitas a um regime fiscal privilegiado – art. 59.º, do CIRC – ónus da

prova (processo 08126/14)

Nos termos do preceituado no citado art. 615.º, n.º 1, al. c), do C. P. Civil, é nula a sentença quando os seus fundamentos estejam em

oposição com a decisão. Encontramo-nos perante um corolário lógico da exigência legal de fundamentação das decisões judiciais em geral

consagrado no art. 154.º, n.º 1, do C. P. Civil. O vício em análise, o qual tem como premissa a eventual violação do necessário silogismo

judiciário que deve existir em qualquer decisão judicial, terá lugar somente quando os fundamentos da sentença devam conduzir, num

processo lógico, a uma decisão oposta ou, pelo menos, diferente da que foi adotada. No processo judicial tributário o vício de oposição entre

os fundamentos e a decisão, como causa de nulidade da sentença, está previsto no art. 125.º, n.º 1, do CPPT.

Para o conceito fiscal de custo vale a definição constante do aludido art. 23.º, do CIRC, a qual, depois de nos transmitir, de uma forma ampla, a

noção de custos ou perdas como englobando todas as despesas efetuadas pela empresa que, comprovadamente, sejam indispensáveis para

a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva, procede a uma enumeração meramente exemplificativa de várias

despesas deste tipo. Estamos perante um conceito de custo que se pode considerar comum ao balanço fiscal e ao balanço comercial. A

definição fiscal de custo, como conceito mais amplo do que sejam os custos de produção e de aquisição, parte de uma perspetiva ampla de

atividade e de necessidade da empresa, assim estabelecendo uma conexão objetiva entre a atividade desta e as despesas que,

inevitavelmente, daqui decorrerão. E fá-lo com uma finalidade claramente fiscal, a qual consiste em distinguir entre custos que podem ser

aceites para fins fiscais e que, por isso, vão influenciar o cálculo do lucro tributável e os que não podem ser aceites para tal efeito. Os custos

ou perdas da empresa constituem, portanto, os elementos negativos da conta de resultados, os quais são dedutíveis do ponto de vista fiscal

quando, estando devidamente comprovados, forem indispensáveis para a realização dos proveitos ou para a manutenção da fonte produtiva

da empresa em causa. A ausência de qualquer destes requisitos implica a não consideração dos referidos elementos como custos, assim

devendo os respetivos montantes ser adicionados ao resultado contabilístico.

Consagrava o art. 59.º, do CIRC, o procedimento de pagamento a entidades não residentes e sujeitas a um regime fiscal privilegiado (cfr. art.

65.º, do CIRC, atualmente em vigor).

Da exegese da norma deve concluir-se que não são dedutíveis fiscalmente as importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a entidades

residentes num território com um regime fiscal claramente mais favorável a não ser que o contribuinte demonstre que estão cumpridos dois

requisitos, que são: a- Estarmos perante operações efetivamente realizadas; b- Que não têm um carácter anormal ou que o montante em

causa não é exagerado.

Estamos perante norma anti-abuso específica, criada com o objetivo de combater a fraude e evasão fiscal, dada a sua cada vez maior

dimensão internacional, resultante da crescente internacionalização das empresas, da maior mobilidade das pessoas e dos capitais e do

próprio desenvolvimento das técnicas utilizadas para o efeito, tudo conforme se retira do exame do preâmbulo do citado dec. lei 37/95, de 14/2,

para o efeito se invertendo o ónus da prova que passa a onerar o sujeito passivo nos termos do n.º 1 do preceito.

No seu n.º 2, o preceito consagra índices ou pressupostos que à Administração Fiscal cumpre demonstrar querendo acionar a norma (cfr. art.

74.º , n.º 1, da L.G.T.): quando o território de residência da pessoa singular ou coletiva constar da lista aprovada por portaria do Ministro das

Finanças ou quando aquela aí não for tributada em imposto sobre o rendimento idêntico ou análogo ao IRS ou ao IRC, ou quando,

relativamente às importâncias pagas ou devidas mencionadas no número anterior, o montante de imposto pago for igual ou inferior a 60% do

imposto que seria devido se a referida entidade fosse considerada residente em território português.

A introdução da solução da inversão do ónus da prova ora em exame foi adotada por inspiração do art. 238.º -A, do Côde Géneral des Impôts

francês. Trata-se da aplicação da regra de não aceitação de encargos dedutíveis quando em causa estão pagamentos efetuados a pessoas

singulares ou sociedades instaladas em paraísos fiscais, a menos que o sujeito passivo faça prova dos vetores supra identificados:

o Estarmos perante operações efetivamente realizadas;

o Que não têm um carácter anormal ou que o montante em causa não é exagerado.

Mais se deverá referir que não exige a lei qualquer formalismo nestas provas, assim vigorando quanto às mesmas o sistema da prova livre e

podendo socorrer-se o sujeito passivo de todos os meios de prova permitidos pela lei (cfr. v.g. art. 352.º e seg. do C. Civil). No que diz respeito

à prova da veracidade da operação não bastará a exibição de documentos escritos, nomeadamente contratos celebrados entre as partes, já

que estes se presumem simulados, nem a demonstração do pagamento do preço, pois tal não é posto em causa. O que deve ser objeto de

prova é antes a efetiva prestação de serviços, ou o recebimento de um empréstimo, ou seja, o facto comercial que esteve na origem do

pagamento do mesmo preço que surge como custo a deduzir em sede de IRC. Já quanto à prova da inexistência do carácter anormal ou

Início Legislat

iva

Page 21: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 21

exagerado das despesas esta deve passar pela demonstração de que o contrato, cuja veracidade se provou, se apresenta equilibrado. Para

esse efeito, o sujeito passivo deverá demonstrar qual a importância real das vantagens auferidas pelo contrato em causa, tal como fazer prova

que os encargos estabelecidos constituem a justa remuneração dessas vantagens, mormente, por comparação com os custos de serviços

análogos no mercado.

SISA – matéria coletável do imposto de SISA – conhecimento imediato do pedido previsto no art. 113.º, n.º 1, do CPPT, é obrigatório – sujeito

passivo da relação jurídico-tributária de SISA – aquisição de imóveis para revenda – perda de isenção – art. 11.º, § 3, do C.I.M.S.I.S.S.D. –

noção de compra e venda prevista na norma – art. 16.º, § 1, do C.I.M.S.I.S.S.D (processo 05326/12)

Os desvios do formalismo processual previsto na lei constituirão nulidades secundárias, com o regime de arguição previsto no art. 199.º, do C.

P. Civil. Neste caso, tratando-se de irregularidade anterior à decisão final, a sua arguição deve ser efetuada junto do próprio Tribunal recorrido,

em consonância com o preceituado no citado art. 199.º, do C. P. Civil. Mais, as irregularidades não qualificadas como nulidades principais ou

de conhecimento oficioso (cfr. art. 98.º, do C.P.P.T.) ficam sanadas com o decurso do prazo em que podem ser arguidas, o que significa que

tudo se passa como se elas não tivessem sido praticadas. Por último, se o interessado, além de pretender arguir a nulidade processual, quiser

também interpor recurso da decisão que foi proferida, deverá cumulativamente apresentar requerimentos de arguição da nulidade e de

interposição de recurso, não podendo fazer a arguição da nulidade neste último.

O conhecimento imediato previsto no art. 113.º, n.º 1, do C.P.P.T., é obrigatório, tanto no caso de estar em causa apenas resolução de

questões de direito, como no caso de estar em causa também, ou exclusivamente, questões de facto, como se infere da redação imperativa

adotada no mesmo preceito (“...conhecerá...”). No caso de estar em causa a resolução de questões de facto, o conhecimento imediato não

deixa de ser obrigatório, mas a questão de saber se o processo fornece os elementos necessários envolve alguma subjetividade, a mesma que

está ínsita na possibilidade de o juiz realizar ou ordenar todas as diligências que considerem úteis ao apuramento da verdade, conforme estatui

o art. 13.º, n.º 1, do C.P.P.T. De qualquer modo, só no caso de o juiz entender ser de realizar ou ordenar diligências de prova poderá deixar de

conhecer imediatamente do pedido.

O sujeito passivo da relação jurídico-tributária de sisa era o transmissário, ou seja, aquele que recebia os bens imóveis transmitidos (no caso

de venda é o comprador) e a matéria coletável do imposto (pressuposto objetivo genérico de qualquer relação jurídico-tributária) era constituída

pelo valor do imóvel, correspondendo o conceito fiscal de transmissão ao do direito privado, isto é, só é transmissão a perda relativa e a

aquisição derivada de direitos, excetuando os casos em que a lei fiscal dispuser o contrário (arts. 7 e 19, do C.I.M.S.I.S.D.).

A isenção de sisa prevista no art. 11.º, § 3, do C.I.M.S.I.S.S.D., é uma isenção real condicionada, a título resolutivo, na medida em que

caducará se ao prédio adquirido for dado destino diferente, ou se a venda for efetuada para além do prazo fixado na lei ou se for, novamente,

vendido para revenda (cfr. art. 16.º , § 1, do C.I.M.S.I.S.S.D.). Esta caducidade da isenção do tributo ou a perda da sua eficácia apenas se

mantém enquanto se verificarem os pressupostos que a condicionaram, operando automaticamente e com efeitos “ex tunc”, logo que verificado

algum dos factos que a lei enumera como constituindo condição resolutiva deste benefício fiscal, mais cabendo, então, ao sujeito passivo

solicitar a liquidação da sisa (art. 91.º, do C.I.M.S.I.S.S.D.) no prazo de 30 dias, contados da data da referida ocorrência.

A doutrina e jurisprudência são unânimes em considerar que os contratos de alienação a que se referem os arts. 11, § 3, e 16, § 1, do

C.I.M.S.I.S.S.D., são os de compra e venda devidamente formalizados, suscetíveis de operar a transmissão civil dos imóveis segundo o direito

privado, não relevando as simples promessas de venda, ainda que acompanhadas da tradição do imóvel.

O art. 16.º, § 1, do C.I.M.S.I.S.S.D., consagra três pressupostos da caducidade do benefício de isenção de Sisa, os quais não são cumulativos

(imóvel a que é dado destino diferente; falta de venda no prazo de três anos; venda do imóvel novamente para revenda), antes operando

separadamente, pelo que a prova de um deles era suficiente para que ocorresse a citada caducidade.

IRS – notificações em sede de IRS: CPPT, CPT e CIRS (processo 05873/12)

A falta de notificação do ato de liquidação, antes ou após o decurso do prazo de caducidade do direito à liquidação, configura ineficácia desse

ato tributário e constitui, por isso, fundamento de oposição à execução fiscal, e isto independentemente de também ser considerado

fundamento de ilegalidade do acto de liquidação, e por conseguinte, poder ser invocado em impugnação judicial;

Nas situações em que a notificação do ato de liquidação nunca ocorreu (ou ocorreu de forma irregular) ou, pelo menos, não ocorreu antes da

instauração da execução fiscal, está-se perante uma situação de ineficácia do ato de liquidação, que constitui fundamento de oposição

enquadrável na alínea i) do n.º 1 do art. 204.º do CPPT;

Início Legislat

iva

Page 22: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 22

Nas situações em que a notificação do ato de liquidação ocorreu, mas se verifica que essa notificação foi realizada já depois de decorrido o

prazo de caducidade do direito de liquidação, está-se perante um fundamento de oposição à execução fiscal enquadrável na alínea e) do n.º 1

do art. 204.º do CPPT;

A liquidação de IRS do ano de 1997 com base na declaração modelo 2 de IRS entregue pela Oponente, e que foi efetuada pela AT fora do

prazo previsto na alínea b) do art. 79.º do CIRS, deveria ter sido notificada à Oponente por carta registada, nos termos do disposto no n.º 2 do

art. 65.º do CPT, presumindo-se a sua notificação no 3.º dia útil posterior ao do registo ou no 1º dia útil seguinte a esse, caso esse dia não seja

dia útil (cfr. n.º 2 do art. 65.º do CPT);

A liquidação de IRS do ano de 1998 e 1999, com base nas respetivas declarações modelo 2 de IRS entregues pela Oponente, e que foram

efetuadas fora do prazo previsto no art. 79.º do CIRS, deveriam ter sido notificadas por carta registada, nos termos do disposto no n.º 3 do art.

38.º do CPPT, presumindo-se a sua notificação no 3.º dia útil posterior ao do registo ou no 1º dia útil seguinte a esse, caso esse dia não seja

dia útil (cfr. n.º 1 do art. 39.º do CPPT).

Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD)

IRS – mais-valias – artigo 51.º do CIRS (N.º do Processo: 300/2014-T)

Foi desconsiderado pela AT os encargos financeiros, suportados pelo sujeito passivo na aquisição e melhoramento de imóvel para venda, no cálculo

da mais-valia.

Vem este centro de arbitragem dar razão ao sujeito passivo quanto à inclusão desses encargos por quanto na interpretação dos conceitos do artigo

51.º, é fundamental, ter em consideração os princípios constitucionais e legais, sobre que assenta, em especial o principio já referido da igualdade e

da capacidade contributiva, que visam fundamentalmente tributar o rendimento liquido do sujeito passivo e do seu agregado familiar.

Ao não considerar que os encargos financeiros de um empréstimo, um instrumento comum na aquisição de imoveis, como fazendo parte do calculo

do rendimento liquido do sujeito passivo, mesmo que os conceitos do artigo 51.º não sejam precisos, estar-se-ia a violar os princípios sobre que

assenta o IRS e em concreto, no caso em apreço a categoria H - Incrementos patrimoniais, porque de fato tem de existir um nexo de causalidade

entre o incremento patrimonial e a tributação do rendimento real.

Porque de facto o rendimento real do sujeito passivo suportou os encargos financeiros que teve para obter o rendimento. Só após a dedução dos

encargos reais que o sujeito passivo teve com a aquisição e alienação do imóvel, é que se pode de facto respeitar o princípio da capacidade

contributiva e tributar o seu rendimento real, porque a realidade, é que o sujeito passivo apenas teve aquele incremento patrimonial, sendo que os

encargos financeiros foram pagos ao mutuante e tributados na esfera jurídica deste. Ao valor de aquisição terão de ser acrescidos certos encargos e

despesas, tidos como necessários para a obtenção do ganho de mais-valia.

Temos, assim, de determinar se os encargos suportados pela requerente, estão intrinsecamente conectados como a aquisição e/ou alineação do

imóvel, e demonstrar se sem os encargos a requerente teria obtido a mais-valia, ou seja, teria a requerida obtido a referida mais-valia sem ter

incorrido nos encargos ou despesas suportados, em conformidade com o principio da capacidade contributiva.

A requerente recorreu ao financiamento junto da banca para a compra e renovação do imóvel, no qual se comprovou que os empréstimos contraídos

foram destinados a aquisição e remodelação do imóvel, pelo que estão intrinsecamente conectados com o imóvel, relacionados então com a sua

aquisição e posterior alienação.

IRS – Cláusula geral anti abuso (N.º do Processo: 234/2014-T)

Considerou o Centro de arbitragem não se ter demonstrado a verificação cumulativa de todos os requisitos exigidos para aplicação da cláusula geral

antiabuso, não havendo lugar à aplicação da estatuição do artigo 38.º, n.º 2, da Lei Geral Tributária, conducente à ineficácia dos negócios jurídicos no

âmbito tributário, contrariamente ao que entendeu a Autoridade Tributária e Aduaneira.

IMT – isenção prevista no art. 20.º do Decreto-Lei n.º 423/83 de 5 de dezembro (Nº do Processo: 110/2014-T)

Considerou este improcedente o pedido de ilegalidade da liquidação adicionais em sede de IMT, pelo fato de "O conceito de «instalação», para efeitos

dos benefícios a que se reporta o n.º 1 do art. 20.º, do Decreto-Lei n.º 423/83, de 5 de Dezembro, reporta-se à aquisição de prédios (ou de frações

autónomas) para construção de empreendimentos turísticos, depois de devidamente licenciadas as respetivas operações urbanísticas, visando

beneficiar as empresas que se dedicam à atividade de promoção/criação dos mesmos e não os adquirentes de frações autónomas em

empreendimentos construídos/instalados em regime de propriedade plural, uma vez que esta tem a ver com a «exploração» e não com a «instalação".

Início Legislat

iva

Page 23: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 23

IRS – prazos da inspeção tributária – cláusula geral anti abuso (N.º do Processo: 240/2014-T)

Considerou o Centro de arbitragem não se ter demonstrado a verificação cumulativa de todos os requisitos exigidos para aplicação da cláusula geral

antiabuso, não havendo lugar à aplicação da estatuição do artigo 38.º, n.º 2, da Lei Geral Tributária.

IS – Verba 28 da TGIS, terrenos para construção (N.º do Processo: 44/2014-T)

Considera este Tribunal que as liquidações contestadas estão feridas de ilegalidade, na medida em que incidem sobre um prédio inscrito, na matriz,

como terreno para construção, conceito este em que, pelas razões que foram expostas, não está incluído no conceito de “prédios com afetação

habitacional” previsto na verba 28.1 da TGIS.

IUC – incidência subjetiva – presunção legal (N.º do Processo: 50/2014-T)

Quando, na data da verificação do facto gerador do imposto, o veículo automóvel primitivamente objeto de contrato de locação financeira tiver já sido

alienado, embora o direito de propriedade continue registado em nome do primitivo proprietário, o sujeito passivo do IUC é o novo proprietário,

contanto que aquele ilida a presunção decorrente do registo. A transmissão da propriedade ocorre por mero efeito do contrato, não carecendo de

qualquer ato subsequente. O registo automóvel não tem natureza constitutiva, antes visando dar publicidade à situação dos veículos através de

presunções, ilidíveis, da existência do direito e da respetiva titularidade.

Não pode a AT estribar-se na ausência de atualização do registo para, questionando a perfeição dos contratos de compra e venda, atribuir ao primitivo

proprietário a qualidade de sujeito passivo de IUC e, assim, exigir deste o cumprimento da obrigação de imposto.

Início Legislat

iva

Page 24: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 24

Até ao dia 10

IRS

Entrega da Declaração Mensal de Remunerações, por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho

dependente sujeitos a IRS, ainda que dele isentos, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, nos termos dos artigos 2.º e 12.º do

Código do IRS, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições

obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

Segurança Social

Entrega da Declaração de Remunerações na Segurança social.

IVA

Envio da Declaração Periódica, por transmissão eletrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mostrem devidos, pelos sujeitos passivos do

regime normal mensal, relativa às operações efetuadas em janeiro.

Pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a efetuar nos balcões dos serviços de finanças ou dos CTT ou ainda (para importâncias não

superiores a € 100 000,00), através do multibanco, correspondente ao imposto apurado na declaração respeitante a janeiro, pelos sujeitos passivos

abrangidos pela periodicidade mensal do regime normal.

Até ao dia 16

IMT

Os notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades e profissionais com competência para

autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, devem submeter, até ao dia 15 de cada mês, à Autoridade

Tributária e Aduaneira, os seguintes elementos:

Em suporte eletrónico (Modelo11), uma relação dos atos ou contratos sujeitos a IMT, ou dele isentos, efetuados no mês antecedente, contendo,

relativamente a cada um desses atos, o número, data e importância dos documentos de cobrança ou os motivos da isenção, nomes dos

contratantes, artigos matriciais e respetivas freguesias, ou menção dos prédios omissos;

Cópia das procurações que confiram poderes de alienação de bens imóveis em que, por renúncia ao direito de revogação ou cláusula de natureza

semelhante, o representado deixe de poder revogar a procuração, bem como dos respetivos substabelecimentos, referentes ao mês anterior;

Cópia das escrituras ou documentos particulares autenticados de divisões de coisa comum e de partilhas de que façam parte bens imóveis.

IRS

Entrega da Declaração Modelo 11, por transmissão eletrónica de dados, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções

notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a

registo predial, ou que intervenham em operações previstas nas alíneas b), f) e g do n.º 1 do artigo 10.º, das relações dos atos praticados no mês

anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

IRC

Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)

SELO

Entrega das importâncias liquidadas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

Agenda fiscal de março

Início Legislat

iva

Page 25: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 25

IRS

Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).

IVA

Entrega da Declaração Recapitulativa, por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que no mês anterior

tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços a sujeitos passivos registados noutros Estados Membro, quando

tais operações sejam aí localizadas nos termos do art.º 6.º do CIVA, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das

transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso (ou em qualquer mês do trimestre) excedido o montante de

€ 50.000.

Entrega da Declaração Recapitulativa, por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos isentos ao abrigo do art.º 53.º que tenham

efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos registados noutros Estados Membro, no mês anterior, quando tais operações sejam aí localizadas

nos termos do art.º 6.º do CIVA.

Segurança Social

Entrega das contribuições, do mês anterior, para efeitos de Segurança Social (SS).

Até ao dia 25

IVA

Comunicação, por transmissão eletrónica de dados, dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que

tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em território português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

Até ao dia 31

IRC

Entrega da Declaração de alterações, por transmissão eletrónica de dados, para opção pelo regime especial de tributação de grupos de sociedades

(RETGS) ou para comunicação de inclusão ou de saída de sociedades do perímetro (exceto, neste último caso, se a alteração ocorreu por cessação

de atividade) ou ainda de renúncia ou cessação de aplicação do regime, nos casos em que o período de tributação coincida com o ano civil.

Entrega da Declaração de alterações, por transmissão eletrónica de dados, pela sociedade dominante para optar pelo regime previsto no n.º 5 do

artigo 67.º do CIRC, relativamente aos gastos de financiamento líquidos do grupo.

Entrega da Declaração de alterações, por transmissão eletrónica de dados, para a opção (ou renúncia) pela não concorrência para a determinação do

lucro tributável dos lucros e prejuízos imputáveis a estabelecimento estável situado fora do território português, caso o período de tributação coincida

com o ano civil.

Pagamento da totalidade ou da 1.ª prestação do pagamento especial por conta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de

entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e não residentes com estabelecimento

estável, com período de tributação coincidente com o ano civil.

IRS

Entrega da Declaração de rendimentos Modelo 3, em suporte de papel, pelos sujeitos passivos com rendimentos da Categoria A (trabalho dependente)

e H (pensões). Se tiverem auferido rendimentos destas categorias provenientes do estrangeiro, juntarão à declaração o Anexo J; se tiverem Benefícios

Fiscais, deduções à coleta, acréscimos ou rendimentos isentos sujeitos a englobamento apresentarão, com a declaração, o Anexo H.

Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRS, enquadrados no regime simplificado da categoria B, que queiram optar pelo

regime da contabilidade organizada.

Início Legislat

iva

Page 26: Destaques - APOTEC · sociedades - Ficha doutrinária Processo: n.º 2013003575 – IVE, n.º 6176, ... IRS – declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de janeiro de 2015

M A R Ç O 2 0 1 5 - P á g i n a | 26

Copyright © 2014 DFK | Se desejar cancelar a subscrição desta informação, por favor clique aqui.

www.dfk.pt

[email protected] [email protected]

Entrega da Declaração Modelo 13, por transmissão eletrónica de dados, pelas instituições de crédito e sociedades financeiras que intervenham nas

operações com valores mobiliários, warrants autónomos e instrumentos financeiros derivados.

IUC

Liquidação, por transmissão eletrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC), relativo aos veículos cujo aniversário da

matrícula ocorra no presente mês.

As pessoas singulares também poderão solicitar a liquidação em qualquer serviço de finanças.

IVA

Entrega da Declaração Modelo 1074, em triplicado, donde constarão as aquisições efetuadas durante o ano anterior pelos retalhistas sujeitos ao

regime de tributação previsto no art.º 60.º do CIVA.

IRS/IVA

Entrega da declaração Modelo 30, referente aos pagamentos de rendimentos, obtidos em Portugal, efetuados em janeiro a não residentes.

IMI

Envio pelas câmaras municipais, por transmissão eletrónica, dos elementos relativos à constituição, aprovação, alteração ou receção, ocorridas no

mês anterior:

Alvarás de loteamento, licenças de construção, plantas de arquitetura das construções correspondentes às telas finais, licenças de demolição e de

obras, pedidos de vistorias, datas de conclusão de edifícios e seus melhoramentos ou da sua ocupação, bem como todos os elementos

necessários à avaliação dos prédios;

Plantas dos aglomerados urbanos à escala disponível donde conste a toponímia;

Comunicações prévias de instalação, modificação ou encerramento de estabelecimentos previstos no n.º 1 do artigo 2.º do Dec-Lei n.º 48//2011, de

1 de abril, efetuadas nos termos daquele diploma;

Licenças de funcionamento de estabelecimentos afetos a atividades industriais.

A presente Webletter destina-se a ser distribuída entre clientes e colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstrata, não

devendo servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto.

NOTAS:

∙ Os valores monetários expressos nas guias ou declarações devem ser indicados em euros.

∙ Não foram considerados os feriados municipais.

∙ As informações constantes deste documento são passíveis de ser alteradas, nomeadamente nos prazos, por força de legislação que vier a ser

produzida

Início Legislat

iva