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n Assembleia Legislativa Tributários e Econômicos .............................................................................................................................2 Pró-Emprego especial para os setores automotivo, aeronáutico, aeroespacial e de defesa – PL 294/2012....................................................................................................................................................2 Congresso Nacional Tributários e Econômicos .............................................................................................................................4 Prorrogação do prazo de suspensão na Recuperação Judicial – PLS 248/2012 .......................................4 Proteção das empresas brasileiras que atuam no Exterior – PLS 240/2012 .............................................5 Alteração nos subsídios, descontos, isenções e encargos incidentes sobre a energia elétrica – PLS 255/2012....................................................................................................................................................6 Legislação Trabalhista .................................................................................................................................7 Período concessivo de férias do trabalhador coincidente com a dos filhos – PL 4113/2012 ...................7 "Selo Qualidade da Alimentação" do trabalhador da construção civil – PL 4144/2012 ..........................8 Pleno reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho – PL 4193/2012 ........................9 Alteração de remuneração das contas vinculadas do FGTS – PL 4173/2012 ........................................10 www.fiescnet.com.br Ano 3 – Número 12 – 12.9.2012

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As novas proposições em debate no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa Catarinense

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Assembleia Legislativa Tributários e Econômicos ............................................................................................................................. 2

Pró-Emprego especial para os setores automotivo, aeronáutico, aeroespacial e de defesa – PL 294/2012.................................................................................................................................................... 2

Congresso Nacional Tributários e Econômicos ............................................................................................................................. 4

Prorrogação do prazo de suspensão na Recuperação Judicial – PLS 248/2012 ....................................... 4 Proteção das empresas brasileiras que atuam no Exterior – PLS 240/2012 ............................................. 5 Alteração nos subsídios, descontos, isenções e encargos incidentes sobre a energia elétrica – PLS 255/2012.................................................................................................................................................... 6

Legislação Trabalhista ................................................................................................................................. 7

Período concessivo de férias do trabalhador coincidente com a dos filhos – PL 4113/2012 ................... 7

"Selo Qualidade da Alimentação" do trabalhador da construção civil – PL 4144/2012 .......................... 8 Pleno reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho – PL 4193/2012 ........................ 9

Alteração de remuneração das contas vinculadas do FGTS – PL 4173/2012 ........................................ 10

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Assembleia legislativa

Tributários e Econômicos

Pró-Emprego especial para os setores automotivo, aeronáutico, aeroespacial e de defesa – PL 294/2012 O Governador do Estado enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que altera a Lei do Pró-Emprego, estabelecendo que, para os projetos que tenham como objetivo a instalação, ampliação, diversificação ou modernização de atividades relacionadas aos setores automotivo, aeronáutico, aeroespacial e de defesa, o Estado pode:

• doar ou conceder o uso de imóveis;

• conceder subvenção econômica para aquisição de terrenos, locação durante a fase

pré-operacional e realização de obras de infraestrutura;

• construir ou ampliar condomínios e distritos industriais, tecnológicos e de inovação, em parceria com os Municípios; e

• executar obras de infraestrutura, para fins de instalação, ampliação, diversificação

ou modernização de atividades pela empresa beneficiária, que compreenderá a terraplenagem de terrenos, abertura de ruas e sua pavimentação, colocação de meio-fio, instalação, adequação e transferência das redes de energia elétrica de alta e baixa tensão, hidráulica, pluvial, cloacal, de telecomunicações e demais obras e serviços necessários ao adequado funcionamento dos empreendimentos.

Considera como atividades relacionadas ao setor automotivo a montagem ou fabricação de:

• veículos automotores terrestres de passageiros e de uso misto de duas rodas ou

mais e jipes;

• caminhonetas, furgões, pick-ups e veículos automotores, de quatro rodas ou mais, para transporte de mercadorias com capacidade máxima de carga não superior a quatro toneladas;

• veículos automotores terrestres de transporte de mercadorias com capacidade de

carga igual ou superior a quatro toneladas, veículos terrestres para transporte de 10 pessoas ou mais e caminhões-tratores;

• tratores agrícolas e colheitadeiras;

• tratores, máquinas rodoviárias e de escavação e empilhadeiras;

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• carroçarias para veículos automotores em geral;

• reboques e semi-reboques utilizados para o transporte de mercadorias; e

• partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos (acabados e semi-acabados) e pneumáticos, destinados aos produtos acima relacionados.

Para obtenção dos benefícios, os empreendimentos deverão observar requisitos, como:

• gerar, no mínimo, o valor do quantum recebido a título dos incentivos em

incremento de arrecadação do ICMS, em até oito anos.

• incrementar os níveis de tecnologia e competitividade da economia estadual;

• contribuir para o desenvolvimento sustentável do meio ambiente, para a desconcentração econômica e espacial das atividades produtivas e para o desenvolvimento local e regional;

• assumir a obrigação de iniciar a construção, ampliação, diversificação ou

modernização do empreendimento no prazo máximo de um ano, a contar da data de obtenção de todas as licenças e autorizações legais necessárias ao início dessas atividades.

Comentário O regime estadual de regras proposto tem por objetivo inicial a instalação da fábrica da BMW no Estado de Santa Catarina, no município de Araquari. Não obstante, o Governo pretende atrair o interesse de outras fábricas de veículos. Além dos incentivos fiscais estaduais, outro fator que motivou a decisão da multinacional instalar-se no Brasil foi o recente regime automotivo federal, estabelecido na Medida Provisória 563/2012, que implantou regras mais benéficas principalmente para novos investimentos no setor. A informação divulgada é que o investimento da montadora alemã no Estado será de R$ 1 bilhão, com a criação de 1,5 mil empregos na primeira etapa. Desse modo, a aparente renúncia fiscal concedida irá fomentar o desenvolvimento do Estado, em especial na área de entorno da região em que se instalará a montadora. Além de se ter um aumento significativo na arrecadação de ICMS, uma vez que a empresa beneficiada é obrigada, em oito anos, a recolher de ICMS, pelo menos, o valor equivalente aos incentivos auferidos. O início da produção de veículos está previsto para 2014. Tramitação

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O projeto foi recebido, em 04/9, pela Assembleia Legislativa, que concluiu sua apreciação em 05/9. O texto aprovado segue à sanção do Governador.

Congresso Nacional

Tributários e Econômicos

Prorrogação do prazo de suspensão na Recuperação Judicial – PLS 248/2012 Projeto do senador Eduardo Amorim (PSC/SE) estabelece que, na recuperação judicial, o prazo de 180 dias de suspensão da prescrição das ações e execuções contra a empresa devedora/recuperanda poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. Comentário O projeto altera a Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária (Lei de Falências), para estabelecer a possibilidade de prorrogação do prazo que suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor. Pela regra atual, tal suspensão em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 dias. Após o decurso desse prazo, fica restabelecido o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções contra o devedor. A impossibilidade de prorrogação do prazo de 180 dias causa danos à empresa, contrariando as finalidades do instituto da recuperação judicial, que são a manutenção e a recuperação da empresa. A alteração proposta, dessa forma, é tão somente permitir que o prazo de 180 dias possa ser prorrogado por uma única vez, por igual período. A medida merece apoio, visto que o prazo hoje fixado não é suficiente para a realização de alguns trâmites, como a homologação do quadro geral de credores e a aprovação do plano de recuperação pela Assembleia Geral de Credores; o que acaba tornando sem efeito o instituto da recuperação judicial. Os tribunais, inclusive o Superior Tribunal de Justiça, têm permitido a prorrogação do prazo, por entenderem que deve prevalecer a função social da empresa e a preservação dos empregos por ela gerados. Tramitação

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A matéria será apreciada pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Aguarda designação de relatoria na CAE.

Proteção das empresas brasileiras que atuam no Exterior – PLS 240/2012 De autoria do senador Romero Jucá (PMDB/PR), o projeto determina que compete ao Poder Executivo defender e proteger os interesses jurídicos e econômicos das empresas brasileiras, suas filiais, subsidiárias e controladas, diretas ou indiretamente, em relação a atos, leis ou regulamentos discriminatórios ou arbitrários de Estados em que atuem e que as prejudiquem, direta ou indiretamente. A proteção legal se dará, inclusive, em relação a atos, leis ou regulamentos, com efeitos extraterritoriais que afetem as empresas brasileiras em função de sua atuação em terceiros Estados. O Poder Executivo poderá, com fundamento no princípio da reciprocidade, aplicar medidas restritivas aos interesses jurídicos e econômicos das empresas nacionais dos Estados que estabeleçam medidas discriminatórias contra empresas brasileiras. Comentário O projeto tem por objetivo assegurar a proteção dos interesses das empresas brasileiras e suas controladas que atuam no exterior contra medidas restritivas ou arbitrárias dos Estados onde realizam suas atividades. Como bem sustenta o autor, regras e medidas arbitrárias e discriminatórias editadas por qualquer Estado que restrinjam, ainda que indiretamente, a expansão e o desenvolvimento das operações internacionais das empresas brasileiras devem ser desestimuladas e combatidas pelo Estado brasileiro. A proposta é, portanto, meritória. No entanto, mostra-se inócua, uma vez que se restringe a atribuir competência ao Poder Executivo para adotar as medidas de proteção cabíveis, sem nem mesmo indicar quais seriam essas medidas. Por outro lado, não se pode esquecer que o Brasil é signatário de acordos comerciais internacionais, regidos pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Dessa forma, conforme já se posicionou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mais efetivo seria reforçar a legislação multilateral que já prevê regras específicas para retaliações desse tipo e, bilateralmente, concluir acordos sobre proteção de investimentos que resguardem os interesses das empresas brasileiras no exterior. Tramitação O projeto aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Também será analisado pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

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Alteração nos subsídios, descontos, isenções e encargos incidentes sobre a energia elétrica – PLS 255/2012 Projeto do senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES) extingue as quotas anuais pagas por concessionários, permissionários e autorizados (a título de uso de bem público), e por todos os agentes que comercializem energia com consumidor final, e que hoje provêm os recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Também extingue o prazo de vigência da CDE, atualmente estabelecido em 25 anos. Antecipa o prazo para extinção da quota anual de Reserva Global de Reversão de 2035 para 2012, determinando que a Aneel deverá proceder à revisão tarifária de modo que os consumidores sejam beneficiados pela extinção do encargo. Estabelece que os seguinte itens serão financiadas pelo Tesouro Nacional por meio de recursos oriundos dos tributos federais administrados pela Receita Federal do Brasil:

• as ações decorrentes dos Programas Luz Para Todos e Tarifa Social para os consumidores residenciais de baixa renda, a partir de janeiro de 2013;

• os descontos especiais nas tarifas de energia elétrica aplicáveis aos consumidores enquadrados na classe rural, inclusive cooperativas de eletrificação rural, e aos relativos ao consumo na atividade de irrigação;

• o desconto concedido à tarifa de energia elétrica para as unidades consumidoras classificadas como serviço público de água, esgoto e saneamento, cabendo ao governo federal disciplinar a relação de custeio com as unidades consumidoras públicas dos demais entes federativos;

• os subsídios previstos para geração e consumo de fontes incentivadas (energia solar, biomassa, eólica e PCH) nas Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD);

• as isenções concedidas aos autoprodutores em relação à energia autoconsumida,

referentes ao pagamento dos encargos de CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas) e ESS (Encargo de Serviço do Sistema); e

• o custeio do encargo de CCC.

Comentário Conforme já mencionado no DELEG 11/2012, a tarifa média de energia no Brasil é uma das mais caras do mundo, em média mais de 50% do valor cobrado na maioria dos países, e superior a 134% da tarifa da China, Rússia e Índia.

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Isso ocorre em face dos encargos setoriais e dos tributos incidentes sobre o custo da energia elétrica, instituídos para financiar projetos e programas sociais. Não obstante a importância dessas medidas, tais encargos encarecem o produto nacional, afetando sua competitividade frente aos seus concorrentes externos. A redução dos custos da energia elétrica é demanda reiterada do setor patronal. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com a ABRACE, estuda a elaboração de um anteprojeto de lei, que substitui a cobrança de encargos e estabelece o autofinanciamento dos projetos de eficiência energética. O projeto atende, assim, a demanda da Indústria, ao extinguir encargos incidentes sobre a energia e, ainda, tem a vantagem de não prejudicar os projetos e programas sociais financiados com recursos de tais encargos, visto que remete seu financiamento para o Tesouro Nacional. Por fim, cumpre registrar o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, dia 30/8, em discurso durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), sobre o pacote de medidas do Governo para reduzir o custo da energia elétrica. A redução do custo, segundo ela, se dará por meio da diminuição dos encargos setoriais que oneram a energia. Tramitação A matéria foi encaminhada às Comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE). Na CI, a senadora Lucia Vânia (PSDB/GO) foi designada relatora.

Legislação Trabalhista

Período concessivo de férias do trabalhador coincidente com a dos filhos – PL 4113/2012 Projeto do deputado Antônio Bulhões (PRB/SP) estabelece o direito de férias dos pais coincidir com o período de férias coletivas da creche ou pré-escola de seus filhos. Comentário A preocupação do autor é compreensível. No entanto, a lei não pode transferir para o empregador o ônus de dispor da mão de obra de todos os funcionários que possuem filhos pequenos em creche ou pré-escola no período de recesso destas, o qual, em regra, acontece na mesma época do ano. Apesar de o afastamento do empregado em gozo de férias anuais remuneradas ser um direito assegurado constitucionalmente ao empregado (art. 7º, XVII), o período de concessão deve ser definido pelo empregador, conforme expressa o art. 136, da CLT. O legislador atentou, assim, para a necessidade de harmonizar o direito de férias do empregado com o direito de gestão do empregador.

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A própria legislação trabalhista vigente, que se caracteriza pela ampla proteção ao trabalhador, quando traz alguma exceção ao direito do empregador de decidir o período de férias conforme os interesses do empreendimento, o faz com a ressalva de não causar prejuízo para o serviço. Isso acontece, ao prever que “Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.“ (art. 136, §1º). Cabe, ainda, observar que o § 2º do mesmo art. 136 já privilegia o empregado estudante menor de 18 anos, concedendo-lhe o direito de fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Dessa forma, caso fosse aprovada a proposta, algumas empresas teriam boa parte de seus empregados em férias na mesma época, uma vez que o período de recesso de escolas, universidades, creches e pré-escolas geralmente coincidem. Tramitação A proposição será apreciada pelas Comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC).

"Selo Qualidade da Alimentação" do trabalhador da construção civil – PL 4144/2012 O deputado Luiz Pitiman (PMDB/DF) deseja criar o selo qualidade da alimentação do trabalhador da indústria da Construção Civil, denominado "Selo Qualidade da Alimentação". O referido Selo identificará a implantação e manutenção de um conjunto de processos que garantam a higiene e a segurança alimentar, definidos em regulamento, bem como a adequação da qualidade e quantidade do cardápio oferecido pelo estabelecimento fornecedor das refeições, em conformidade com as normas da ANVISA, do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), de portarias ministeriais, de normas regulamentadoras (NR) e de Convenção Coletiva do Trabalho da categoria. Sem prejuízo das disposições normativas em vigor que regulam a matéria (Portaria Interministerial 66/2006), as pessoas jurídicas da indústria da Construção Civil, conforme acordo em convenção coletiva, fornecerão aos seus empregados:

• refeição principal (almoço) com, no mínimo, 800 calorias; e

• refeição menor (desjejum) com, no mínimo, 300 calorias. Comentário

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Uma das propostas de ação identificada em Relatório de Avaliação do PAT foi a de estimular a adesão ao programa por parte das empresas da construção civil. A instituição de um selo de qualidade é, assim, segundo justifica o autor, uma forma de incentivar as empresas do setor a aderir programa de alimentação de qualidade a seus funcionários. Vale observar que a proposta não traz obrigatoriedade às empresas. O Selo que pretende instituir é facultativo e o fornecimento de refeição aos empregados nos termos propostos deverá ser objeto de negociação coletiva. Há que se considerar, todavia, a interpretação no sentido de que as empresas ficariam obrigadas a firmar convenção coletiva nessas condições, o que se mostra inconstitucional. Mais adequado, assim, suprimir tal dispositivo. Mesmo porque desnecessária sua previsão, vez que os sindicatos patronais e profissionais já estão autorizados a negociar benefícios e condições de trabalho em acordos ou convenções coletivas, as quais são reconhecidas pela Constituição Federal. Tramitação A proposição foi encaminhada às Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC); de Seguridade Social e Família (CSSF) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Na CDEIC, a matéria se encontra com o relator, o deputado Damião Feliciano (PDT/PB).

Pleno reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho – PL 4193/2012 Projeto do deputado Irajá Abreu (PSD/TO) trata da eficácia e do pleno reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. Estabelece que as normas de natureza trabalhista, ajustadas mediante convenção ou acordo coletivo, prevalecem sobre o disposto em lei, desde que não contrariem as normas constitucionais e as normas de higiene, saúde e segurança do trabalho. Na ausência de convenção ou acordo coletivo, ou sendo esses instrumentos omissos, incompletos, inexatos, conflitantes ou de qualquer outra forma inaplicáveis, prevalecerá o disposto em lei. Comentário As convenções e acordos coletivos têm grande importância no cenário econômico nacional. Principalmente se analisada a atual legislação trabalhista, que apesar de visar o bem-estar do trabalhador e a devida regulamentação das relações trabalhistas, acaba por burocratizar excessivamente e engessar tais relações.

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Nesse sentido, ao comentar a atual conjuntura do mercado de trabalho, o autor observa que certos descumprimentos à CLT não podem ser atribuídos ao descaso dos empregadores, justificando a situação pelo fato de haver uma legislação complexa, que desmotiva investidores e onera empresários. A prevalência do negociado sobre o legislado, como propõe o projeto, é medida que tem sido defendida no setor industrial, haja vista a negociação coletiva possibilitar certa adequação das condições de trabalho às necessidades e capacidade da empresa, o que pode propiciar, em momentos de crise, a continuidade da atividade industrial e a manutenção dos postos de trabalho. O mecanismo também evita eventuais conflitos trabalhistas, uma vez que as condições de trabalho são reguladas pelas partes envolvidas, além do fato de as regras fixadas poderem ser revisadas e alteradas de comum acordo, acompanhando, assim, as modificações e o ritmo do mercado de trabalho. Tramitação O projeto encontra-se na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), aguardando designação de relatoria. Também será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Alteração de remuneração das contas vinculadas do FGTS – PL 4173/2012 O deputado Marco Tebaldi (PSDB/SC), deseja alterar a remuneração das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A reserva técnica do Fundo, para o atendimento de gastos eventuais não previstos, deverá ser investida em títulos públicos federais, cuja remuneração seja vinculada à taxa Selic ou, na impossibilidade desta, vinculada a índices de preços. A reserva técnica será formada por:

• reserva para contingências gerais cujo valor não será superior a 10% do valor total dos ativos do fundo, sendo constituída apenas na medida em que não comprometa a obtenção da rentabilidade estipulada para as contas vinculadas do Fundo;

• reserva para contingências constituídas face a eventos específicos, desde que exista a respectiva justificação fundamentada quanto à possibilidade real de sua ocorrência bem como estimativas quanto aos impactos econômicos e financeiros desses eventos sobre o Fundo; e

• a parcela do patrimônio líquido do Fundo que exceder o valor da reserva técnica

será distribuída, no prazo de 30 dias, às contas vinculadas de forma diretamente proporcional à antiguidade e ao valor do saldo médio de cada conta vinculada.

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As aplicações em habitação popular poderão, desde que mediante prévio ressarcimento pelo Tesouro Nacional, contemplar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do beneficiário, onde o valor do benefício seja concedido mediante redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel, dentre outras, a critério do Conselho Curador do FGTS. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros. Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 1% ao mês ou fração e multa. Comentário O deputado Tebaldi justifica sua proposta em face da necessidade de correção de distorções no funcionamento do FGTS, em especial, no tocante à remuneração dos depósitos das contas vinculadas do trabalhador. Segundo o autor, o Fundo apresenta uma expressiva rentabilidade, mas apenas uma ínfima parte de seus resultados econômicos é repassada aos trabalhadores. Nos termos da Lei do FGTS (Lei 8.036/1990), aos trabalhadores é devido tão somente a remuneração composta por taxa referencial (TR) + 3% ao ano, sendo que a TR apresentou variação de apenas 0,71% em 2009; 0,69% em 2010; e 1,21% em 2011. A diferença entre os resultados financeiros auferidos pelo Fundo e os pagamentos aos trabalhadores, o chamado patrimônio líquido do FGTS, foi de R$ 35,9 bilhões, no final de 2010, segundo demonstrações contábeis do FGTS, disponível em http://www.fgts.gov.br/downloads.asp. A proposta é distribuir o lucro obtido pelo FGTS para os trabalhadores. O Ministério da Fazenda tem se posicionado contrariamente à medida porque conta com os valores para subsidiar o repasse para a construção de moradias à população de baixa renda. Tramitação O projeto foi apensado ao PL 4566/2008. Serão apreciados pelas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Na CTASP, foi designado relator o deputado Roberto Santiago (PV/SP).