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DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O PASSO A PASSO FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA

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DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES

ACADÊMICOS: O PASSO A PASSO

FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA

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FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA Desmistificando a elaboração de slides acadêmicos: o passo a passo Desmistificando a

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DESMISTIFICANDO A ELABORAÇÃO

DE SLIDES ACADÊMICOS:

O PASSO A PASSO Desmistificando a elaboração de slides acadêmicos: o passo a passo Desmistificando a

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DIREITOS AUTORAIS

Essa obra está licenciada sob uma licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional

(CC BY-NC-SA 4.0)

Você tem o direito de:

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distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.

Termos da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR.

Capa: Adaptada da imagem original de Dorothe (2021).

Catalogação na fonte: Renata Santana CRB 15/689 - PB

S586d

Silva, Francisco de Assis da Costa

Desmistificando a elaboração de slides acadêmicos: o passo a passo

[recurso eletrônico] / Francisco de Assis da Costa Silva – Patos - PB: Edição

do autor, 2020.

Dados eletrônicos (1 arquivo: 7,5 MB)

Livro eletrônico.

Inclui bibliografia.

ISBN e-book: 978-65-00-20959-4.

1. 1. Criação de slides. 2. Elaboração de slides. 3. Software de apresentação.

2. 4. Apresentação de slides. I. Título

CDD 004

CDU 004

Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/capa-do-livro-vintage-5954318/.

Page 4: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

Com especial reconhecimento, externamos os nossos

agradecimentos a duas mulheres incríveis: Prof.ª Dra. e

advogada Sônia Correia Assis da Nóbrega e a universitária

recém-aprovada Maria Regina Costa da Silva. Duas gerações,

dois mundos, duas cabeças e duas histórias de vidas marcantes.

O que têm em comum: a mais pura essência da

representatividade feminina em sua mais nobre forma de ser.

Muito obrigado pela força, pelo incentivo, pela revisão, pelas

sugestões e por terem paciência nessa dura tarefa.

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“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se

cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”

Leonardo Da Vinci.

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8 INTRODUÇÃO

11 1 PROGRAMAS PARA CRIAÇÃO DE

SLIDES

12

1.1 PowerPoint

16 1.2 Impress

17

1.3 Apresentações Google

19

1.4 Keynote

20

1.5 Prezi

22

1.6 Outros programas

23 2 O PLANEJAMENTO E O TEMPO DE

APRESENTAÇÃO

25 2.1 O tempo de apresentação

27 2.2 Ensaiar é fundamental

30 3 O SLIDE MESTRE

34

3.1 Plano de fundo (Background)

36

3.1.1 Plano de fundo claro

39

3.1.2 Plano de fundo escuro

40

3.1.3 Plano de fundo com texturas

41

3.1.4 Plano de fundo com marca d´água

42

3.2 Estilo de fonte

Page 7: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

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3.3 Numeração automática de slides

50 4 O SLIDE DE APRESENTAÇÃO

52

4.1 Algumas observações relevantes

55 5 O ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO

60 5.1 Algumas observações relevantes

63 6 ESTRUTURANDO A APRESENTAÇÃO

63 6.1 O título do slide

65

6.2 O uso de textos nos slides

65

6.2.1 Slides com muito texto

67

6.2.2 Disposição de texto em tópicos e subtópicos

70

6.2.3 Slides apenas com palavras-chave

71

6.2.4 Quantidade de palavras por linha e linhas por slide

72

6.2.5 Tamanho da fonte

74

6.2.6 Pontuação

75

6.2.7 Espaçamento

77

6.2.8 Alinhamento

79

6.2.9 Destacar palavras ou textos

79

6.3 Ilustrações e tabelas

83

6.3.1 Imagens

88

6.3.2 Gráficos x Tabelas

90

6.4 Animações

96

6.5 Transição de slides

97

6.6 Vídeos e áudios

99 6.7 Citações

102 6.8 Referências

103 6.9 Erros de digitação, ortográficos e gramaticais

103 6.10 Obrigado!

109 7 RECOMENDAÇÕES GERAIS

114 REFERÊNCIAS

117 Slides de referência

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8

Com a tecnologia disseminando-se mais e mais na área educacional, é de se

esperar que o uso de software de apresentação para a criação e apresentação de

trabalhos acadêmicos dos mais diversos tipos seja uma atividade frequente e intensiva.

Esse tipo de programa torna essas ações mais simples, eficientes e agradáveis. É um

processo irreversível e parece que estamos cada dia mais dependentes dessa situação.

Os programas de apresentação oferecem cada vez mais recursos interessantes,

atrativos e sofisticados para trabalhar com slides. E, diante de tantas possibilidades,

vemo-nos gradativamente aguçados e interessados em utilizá-los. Desse modo,

tornaram-se extremamente úteis e relevantes desde o ensino fundamental até o ensino

superior em todos os níveis de formação acadêmica. Isso sem enumerar o uso em

outras áreas como no mundo corporativo. Tudo isso ratifica a importância desse tipo

de software no tocante à criação e elaboração de apresentações de modo geral.

No âmbito universitário, as aulas, os seminários, as palestras, as reuniões

técnicas, os workshops, as defesas de trabalhos de conclusão de curso, de dissertações

de mestrado e de teses de doutorado são atividades que utilizam softwares de

apresentação. Dessa maneira, podemos classificá-las em duas categorias: as que são ou

as que não são partes de um sistema de avaliação. As apresentações preparadas pelo

professor para as atividades em sala de aula, assim como as voltadas para palestras e

workshops, por exemplo, não são passíveis de um procedimento avaliativo. Portanto,

geralmente os autores têm uma maior flexibilidade para estruturar a apresentação e,

muitas vezes, não são consideradas de boa qualidade, já que, por algumas razões, não

foi possível criar uma apresentação convincente, seja por falta de tempo, de um bom

domínio da ferramenta que se utilizou ou mesmo por falta de conhecimento de como

elaborar uma apresentação aprazível.

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9

Em contrapartida, existem as apresentações consideradas mais formais, tais

como as desenvolvidas para as defesas de trabalhos de conclusão de curso,

dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em comum, todas têm a característica

de serem integrantes de um processo avaliativo. Para mais, existe todo um

procedimento envolvido e requer uma maior preocupação na estruturação da

exposição. Ainda que os dois tipos de apresentações especificados tenham muito em

comum estruturalmente, a essência, as preocupações e os objetivos são bem diferentes.

Um dos grandes entraves em todo esse processo de criação de slides é porque

diferentemente da parte escrita dos trabalhos acadêmicos que são normatizados

através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não existe nenhuma

norma que rege a elaboração das apresentações.

Independentemente de não existir nenhuma normativa definida para as

apresentações, há consenso geral e predomina também o bom senso sobre

determinadas situações. Mas a verdade é que, embora tão frequente e essencial no

entorno acadêmico, percebe-se uma grande dificuldade dos discentes tanto no

manuseio dos programas como na elaboração e criação dos slides. Ademais, parece

existir uma certa resistência sobre esse contexto, o que é de se estranhar, considerando

essa necessidade ao longo da vida acadêmica, bem como até mesmo da profissional.

Em princípio, a preparação de slides parece uma tarefa difícil ou complicada,

sobretudo para quem não tem conhecimento e domínio sobre os softwares de

apresentação. É uma tarefa desafiadora e como qualquer outra atividade, exige-se

compromisso e dedicação.

A preparação dessa obra faz parte das observações sentidas na prática docente

ao longo de muitos anos de atividades nas disciplinas de Informática e Pesquisa

Aplicada. O contato com os discentes trouxe à tona uma realidade evidente de

dificuldade em todo esse contexto de trabalhar com slides. Soma-se a essa constatação

a resistência de aprender e trabalhar com os programas de apresentação, embora a

tecnologia esteja tão correntemente inserida em seus universos. A partir daí, então,

surgiu a necessidade e a ideia de elaborar um material que ajudasse e abordasse essas

questões, bem como servisse de orientação.

O principal objetivo desse livro é, por conseguinte, apresentar, compartilhar e

divulgar uma série de dicas, orientações, estratégias e observações consideradas

extremamente úteis e que vão ajudar no trabalho de elaboração, criação e apresentação

de slides. É uma espécie de guia que serve de base e orientação em todo esse processo.

A ideia é auxiliar e direcionar o discente para que toda essa atividade se torne uma

tarefa interessante, eficaz, agradável e também menos complexa e estressante. E o

resultado final pode fazer uma significativa diferença por toda a extensão do ciclo

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acadêmico. Essa produção está pensada inicialmente para os alunos de graduação,

mas, seguramente, também servirá de alguma forma para os outros níveis, seja do

ensino não universitário ou até mesmo para os de pós-graduação.

Esperamos imensamente com esse trabalho, colaborar para que se possam

produzir slides cada vez melhores e eficientes. Além do mais, que o processo de

preparação, criação e apresentação de slides se torne uma experiência menos

traumática e mais aprazível, assertiva e objetiva na trajetória universitária. Sem mais

delongas, esperamos que desfrute desse livro e tenha muito êxito nas próximas

aventuras pelo peculiar mundo das apresentações.

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Uma pergunta recorrente sobre o tema das apresentações é: Qual o melhor

programa para preparar uma apresentação? Não entraremos no mérito dessa questão,

pois isso é extremamente complexo. Há muitas controvérsias e questionamentos

quando se compararam determinados softwares. Dessa maneira, mereceria um

capítulo à parte para se discutir. A ideia aqui não é determinar o melhor, mas divulgar

alguns dos mais populares e utilizados aplicativos voltados para a área de

apresentação disponíveis no mercado de software e outros ainda um pouco

desconhecidos.

Destarte, estaremos fugindo de clichês dominantes sobre esse tema, que

prevalecem e induzem a pensar que somente existe o clássico e longevo programa da

Microsoft, o PowerPoint, como software de apresentação. Quando pensamos em

preparar uma apresentação, naturalmente nos vem à cabeça o nome PowerPoint,

mesmo para aqueles que não conhecem ou sabem manuseá-lo. Esse domínio ou quase

senso comum pela opção PowerPoint é consequência direta de que a grande e absoluta

maioria de usuários teve acesso ao entorno computacional através dos produtos da

empresa Microsoft, líder mundial na produção de software.

Não adentraremos em detalhes sobre vantagens e desvantagens, prós e contras

ou ensinaremos a usar qualquer programa. O propósito é propagandear alguns outros

conhecidos softwares e apontar algumas de suas características. Assim sendo, os

usuários de computadores saberão que há outras alternativas, alguns também de

excelente qualidade para prepararem uma exposição. Podem ser aplicativos mais

simples ou complexos; tradicionais que requerem instalação no computador ou apenas

disponíveis on-line, ou seja, sem necessidade de baixar e instalar no computador;

gratuitos ou que exigem algum tipo de pagamento para poder usá-los. Encontramos

disponíveis no mercado de software uma variedade de programas que atendem aos

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mais diversos tipos de usuários e necessidades e com uma vasta gama de material

sobre esses softwares disponível na Internet.

Uma observação procedente que fazemos é que no momento da necessidade de

iniciar uma preparação, o programa mais indicado é aquele que o usuário possui mais

familiaridade com a ferramenta. Não adianta de última hora sair migrando ou se

encucando com comentários de que o melhor seria aquele ou outro programa. O ideal

é usar o que dispõe, o que ofereça algumas funcionalidades e que atenda, de alguma

forma, às suas necessidades para elaborar a apresentação. Mas se a questão é que

carece preparar uma super ultra exposição, então a coisa ganha outra dimensão e

prepare o bolso.

Mas se futuramente decidir se aventurar e conhecer mais sobre esse mercado,

seja bem-vindo a um seleto e interessante mundo na área de softwares de

apresentação. E a Internet está à sua inteira disposição para ser navegada e explorada

sobre o tema. Um detalhe considerável é que antes de decidir migrar totalmente para

um determinado software, lembre-se de que isso demandará tempo para aprender a

trabalhar com o programa e paciência para se situar na nova aplicação. Encontramos

muito material disponível na Internet para consulta. No início, é normal se questionar

se valerá a pena. Com o tempo, descobrirá que tudo foi somente uma questão de

adaptação, até porque as novas versões de programas são sempre pensadas para

tornar as ferramentas mais fáceis e interativas.

1.1 PowerPoint

O mais popular, conhecido e utilizado software de apresentação é, sem

nenhuma dúvida, o PowerPoint. Trata-se de uma das aplicações do pacote Office, que

é uma suíte de aplicativos de escritório da empresa Microsoft.

O programa é considerado um dos mais completos no mercado de software de

apresentação. Além de muito afamado, de fato, é uma excelente opção na hora de

preparar uma apresentação. Exibe uma interface interativa bastante intuitiva e um

leque de recursos muito interessantes para a criação de apresentações sofisticadas e

elaboradas.

Para computadores pessoais, a última versão do PowerPoint foi lançada através

do pacote Office 2019 e está disponível tanto para o ambiente Windows da Microsoft

como para o macOS da Apple.

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Figura 1 – Tela principal do Microsoft PowerPoint 2016.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Um detalhe super importante e, muitas vezes desconhecido do grande público,

é que esse pacote de software é um software proprietário. Esse tipo de software tem a

característica de que o usuário geralmente tem de pagar por uma licença de uso para

poder instalá-lo e utilizá-lo em seu computador, pelo menos em vias normais e legais.

Além disso, esse tipo de software, também chamado de software não livre, é aquele

que “seu uso, redistribuição ou modificação é proibido, ou requer que você peça

permissão, ou é restrito de tal forma que você não possa efetivamente fazê-lo

livremente.” (FSF, 2019, on-line).

Ademais, o custo pago pela licença, muitas vezes, é caro para o grande público

e por isso este tipo de software geralmente é objeto de «cópia não autorizada de

software1» ou mais comumente chamada de pirataria de software. A utilização de

cópias não autorizadas de software é um fenômeno mundial que afeta tanto os países

pobres quanto os das regiões mais ricas do planeta.

1 Usamos a expressão «cópia não autorizada de software» em concordância com a sugestão de Stallman (2004),

que recomenda usar expressões neutras como "cópia proibida" ou "cópia não autorizada" de software ao invés

de pirataria, se acha que a cópia ilegal não é o mesmo que sequestrar e assassinar.

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Portanto, se tem esse programa instalado em seu computador e não pagou pela

licença de uso, está usando uma cópia não autorizada de software e, sendo assim, está

infringindo a lei. Moral da história: é um fora da Lei.

Ademais dessa forma tradicional, o programa é vendido como parte integrante

do Microsoft 3652, antigo Office 365, que é uma versão on-line por assinatura do

conjunto de aplicativos do Microsoft Office. Em outras palavras, também tem de pagar

para utilizar essa modalidade. Nesse caso, está disponível para ser usado tanto em

computadores pessoais quanto em dispositivos móveis, smartphones ou tablets, com

sistemas Windows, macOS, iOS e Android. Um comparativo entre essas duas versões

do Microsoft Office, a tradicional e a on-line, pode ser encontrado no próprio site da

empresa Microsoft3.

Mas se não deseja ou não está em condições de pagar pelo uso de uma licença

de software tampouco por um serviço de assinatura, a Microsoft oferece uma versão

gratuita do Office, o Office Online, que pode ser acessada nos computadores pessoais

por um navegador da Web. A única exigência é que para se ter acesso, o usuário tem

de possuir ou criar uma conta do serviço de e-mail da Microsoft, por exemplo,

@outlook ou @hotmail. Para usuários de dispositivos móveis, há a versão gratuita

denominada Office Mobile, a qual está disponível para ambientes iOS e Android.

Evidentemente, essas versões on-line, embora muito similares às outras, não

propiciam ao usuário todos os recursos existentes nas versões pagas, que são

completas. Ainda assim, são recursos suficientes para a preparação de determinadas

apresentações. Mas deixando claro, para não criar falsas expectativas, dependendo da

necessidade, menos elaboradas e sofisticadas.

2 Mais informações em: https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/what-is-microsoft-365. 3 Mais informações em: https://support.microsoft.com/pt-br/office/qual-%c3%a9-a-diferen%c3%a7a-entre-o-

microsoft-365-e-o-office-2019-ed447ebf-6060-46f9-9e90-a239bd27eb96?ui=pt-br&rs=pt-br&ad=br.

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Figura 2 – Tela principal do Microsoft PowerPoint on-line.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint on-line.

Frente ao exposto, quiçá a pergunta que não queira calar: vale a pena pagar pelo

pacote Office da Microsoft? Vai depender, incontestavelmente, de uma série de

considerações, mas será o seu bolso que lhe melhor responderá essa questão. Por outro

lado, se é daqueles que usam uma cópia não autorizada de software, a questão passa

a ser: continuará usando esse tipo de cópia de software e sendo um fora da Lei?

Evidentemente que esperamos que não!

Uma curiosidade intrigante é que existe outro produto on-line da Microsoft

destinado à categoria de programas de apresentação de slides, o Microsoft Sway4.

Ainda desconhecido do grande público, também integra a família de produtos do

Office. É bastante similar ao PowerPoint.

4 Mais informações em: https://sway.office.com/.

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1.2 Impress

Outro programa bastante usado na área de software de apresentação em

computadores pessoais é o Impress, que integra o pacote de aplicações LibreOffice5.

Esse pacote é software livre e distribuído gratuitamente, através do site do projeto.

Figura 3 – Tela principal do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

Um software, para ser considerado livre, deve ser distribuído de tal modo que

o usuário tenha a liberdade de instalá-lo, utilizá-lo, copiá-lo, estudá-lo, modificá-lo,

adaptá-lo, aperfeiçoá-lo e redistribuí-lo com ou sem modificações, cobrando ou

gratuitamente. Também é requisito obrigatório que o código fonte do programa esteja

disponível (STALLMAN, 2004). Os programas livres, normalmente, são distribuídos

gratuitamente e, por conseguinte, ao contrário dos proprietários, não exigem o

pagamento de uma licença de uso de software.

A importância desses programas reside, sobretudo, em romper o monopólio

que tinha o software não livre, especialmente o proprietário, em determinadas áreas

5 Mais informações em: https://pt-br.libreoffice.org/.

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consideradas estratégicas para a disseminação das Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC).

O Impress apresenta uma interface amigável, simples e conhecida do grande

público, especialmente para os usuários que já trabalharam com o PowerPoint em

versões anteriores. É considerado uma das melhores alternativas frente ao PowerPoint.

Pense nisso antes de usar cópias não autorizadas de software. Um detalhe importante

sobre o pacote LibreOffice é que existem versões desse conjunto de aplicações para

plataformas Linux, Windows e macOS.

1.3 Apresentações Google

O Apresentações Google6, mais conhecido como Google Slides, é um programa

on-line da empresa Google destinado à apresentação de slides. Ao longo dos anos, tem

se tornado cada vez mais popular entre os usuários de computadores e dispositivos

móveis.

Figura 4 – Tela principal do Apresentações Google.

Fonte: Captura de tela do Apresentações Google.

6 Mais informações em: https://www.google.com/intl/pt-BR/slides/about.

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Para uso individual, o programa é completamente gratuito e a única exigência

para se ter acesso à ferramenta é que se tenha uma conta eletrônica do Google. Além

dessa opção, o programa também compõe o conjunto de produtos que formam o

Google Workspace, anteriormente conhecido como G Suite, que é um pacote de

serviços da empresa Google à disposição do mundo empresarial. Nesse caso,

necessita-se adquirir um plano de assinatura mensal para ter acesso a todos os

serviços. Naturalmente, como ocorrem com outros softwares, existem diferenças,

embora não sejam tão significativas, entre as duas versões do programa. Encontram-

se funcionalidades adicionais à versão paga, sobretudo relacionadas à integração de

serviços entre as aplicações que compõe o Google Workspace.

O programa pode ser acessado em computadores pessoais com sistemas

Windows, macOS ou Chrome OS e acesso à Internet através dos mais conhecidos e

usados navegadores web: Google Chrome, Mozilla Firefox, Microsoft Edge, Safari,

entre outros. Também pode ser utilizado em dispositivos móveis com sistemas

Android e iOS. Em tal caso, basta fazer o download gratuitamente do aplicativo.

A interface do programa, do mesmo modo que as funcionalidades, são muito

semelhantes às do PowerPoint, conforme se pode ver na imagem Figura 3,

anteriormente exposta. E é justamente nesse ponto que a familiaridade com o

programa da Microsoft contribui para a aceitação e consolidação desse software. O

programa vem cada vez mais ganhando espaço no mundo das apresentações,

considerando a praticidade de toda ferramenta on-line, que pode ser operada desde

qualquer lugar. Além disso, é considerado interessante e articulado, sobretudo no

aspecto de trabalho colaborativo. De outro ponto de vista, o PowerPoint, nas versões

pagas, é considerado mais completo e oferece mais recursos que facilitam a criação de

apresentações mais elaboradas e sofisticadas.

As semelhanças entre os dois programas, Apresentações Google e PowerPoint,

na versão on-line, são evidentes e isso só reforça a contenda para abocanhar um

importante, crescente e essencial nicho do mercado tecnológico, que atinge desde o

usuário convencional até o empresarial. Como pudemos observar, essa disputa

Microsoft PowerPoint X Google Apresentações é recheada de detalhes e promete cada

vez mais uma competição frenética e acirrada entre dois gigantes da tecnologia

mundial. E quem sai ganhando com isso somos nós, usuários, que acabamos tendo

serviços de qualidade gratuitamente. No entanto, esta qualidade gratuita seja muito

relativa, considerando uma série de aspectos que existem por trás de toda essa

benevolência. Como isso, não é objeto de discussão, pelo menos nesse momento,

paramos por aqui e que faça uso da melhor forma possível de todos esses serviços.

Page 19: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

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1.4 Keynote

Outra ferramenta disponível no mercado para trabalhar com slides é o Keynote

da Apple. O programa integra o conjunto de aplicativos do iWork da empresa.

Indubitavelmente, é uma alternativa aos programas do Microsoft Office.

Figura 5 – Tela principal do Keynote on-line.

Fonte: Captura de tela do Keynote on-line.

Esse programa é distribuído gratuitamente em todos os computadores pessoais

e dispositivos móveis da linha Apple. Também pode ser acessado on-line7, bastando

para isso ter uma conta Apple (ID Apple). Em tal caso, segundo o próprio site de

suporte da Apple8, os sistemas operacionais compatíveis para acessar o programa são:

OS X 10.9 ou posterior e Windows 7 ou posterior. Quanto aos navegadores

compatíveis, são: Safari 9.1.3 ou posterior no sistema macOS, Google Chrome nos

sistemas macOS ou Windows e Microsoft Edge no ambiente Windows. E ainda

adverte: talvez não funcione com outros navegadores.

A versão on-line do programa oferece menos recursos que a outra versão

disponibilizada para os sistemas da Apple. Contudo, de maneira geral, é considerado

7 Mais informações em: https://www.icloud.com/keynote. 8 Mais informações em: https://support.apple.com/pt-br/HT201484.

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um bom programa, possui uma interface elaborada e intuitiva e oferece recursos

importantes na hora de criar slides.

Esse programa ainda é desconhecido do grande público de usuários de

computadores pessoais porque durante anos esteve apenas, exclusivamente,

disponível para computadores com sistema macOS e para dispositivos móveis com

sistema iOS, ambos sistemas operacionais desenvolvidos pela Apple. À vista disso,

acabou sendo usado unicamente por um grupo seleto de usuários de produtos da

Apple.

1.5 Prezi

Outra opção para a criação de slides disponível no mercado de software é o

Prezi9 da Empresa de mesmo nome Prezi Inc. Trata-se também de um programa on-

line para a criação e o trabalho com slides, mas com a característica de que pode ser

usado igualmente sem Internet, ou seja, off-line. É um programa que tem se tornado

gradativamente mais conhecido, pois é muito utilizado em palestras e conferências.

Figura 6 – Tela do Prezi.

Fonte: Captura de tela do Prezi.

9 Mais informações em: www.prezi.com.

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O acesso ao software se dá através de um cadastro que o usuário pode efetivar

no próprio site do programa. Existe tanto a versão gratuita como a paga.

Notoriamente, esta oferece outros recursos além dos que já existem na versão gratuita.

Em ambas as versões, o acesso é feito diretamente no site, usando computadores

pessoais com sistemas Windows e macOS através de qualquer um dos navegadores

web mais populares, pois o programa é compatível com a maioria deles. Há também

versão para dispositivos móveis com sistemas Android e iOS.

É uma interessante opção frente aos outros softwares de apresentação

anteriormente expostos, considerando que apresenta uma interface gráfica, estrutura

e metodologia de trabalho diferentes desses programas, que são em geral muito

parecidos. Uma das características marcantes do Prezi é a possibilidade de preparar

apresentações não lineares.

O PowerPoint funciona de forma linear, ou seja, o usuário cria sua apresentação slide após slide. Cada slide tem um lugar fixo e não é possível ver o todo de sua ideia. Temos, portanto, de forma metaforizada, uma ideia de sucessão de fatos, mas não necessariamente de interligação dos mesmos. Claro que sabemos que essas interligações podem ser feitas por quem é responsável pelo processo formativo, [...]. Já as apresentações não lineares do Prezi permitem que o docente interligue as ideias em sua apresentação, mostrando o quadro geral e focando em pontos específicos. Além disso, é possível mudar completamente a ordem, de acordo com a reação e/ou participação das pessoas envolvidas no momento da interação. Portanto, o PowerPoint e o Prezi possuem níveis diferentes e graduados de interação (D’ÁGUA; SILVA, 2016, p. 162).

Outro interessante recurso do programa é a possibilidade de permitir a

execução de zoom sobre imagens ou textos. Dessa forma, pode-se aproximar ou afastar

o elemento selecionado, evidenciando assim aspectos relevantes que se deseja

enfatizar de forma mais consistente. Essa funcionalidade tornou-se tão destacável que

a Microsoft decidiu incorporar a partir de 2016 esse recurso no PowerPoint.

Page 22: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

22

1.6 Outros programas

Se pensa que a lista é só isso, está muito enganado. Existem inúmeros

aplicativos disponíveis no mercado para a elaboração de slides. A ideia não é ser

exaustivo, mas apresentar rapidamente alguns desses programas. Sem entrar em

detalhes, listamos a seguir outras ferramentas capazes de proporcionar um agradável

e interessante trabalho na preparação de slides. Maiores informações sobre esses

softwares podem ser encontradas na Internet, particularmente nos sites oficiais.

Outros conhecidos, em ordem alfabética, são: Adobe Spark, authorSTREAM,

Canva, CustomShow, Deckset, Emaze, FlowVella, Focuoftwaressky, Genially

(também conhecido como Genial.ly), Haiku Deck, WPS Office, Knovio, Ludus,

Piktochart, PowToon, PresentiaFX, RawShorts, Slidebean, SlideDog, SlideRocket,

Slides, Swipe, Visme, WPS Presentation e Zoho Show.

Page 23: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

23

Uma boa apresentação começa necessariamente com um bom planejamento da

configuração dos slides. Nessa etapa, é sumamente pertinente estruturar e esboçar os

tópicos que serão abordados. Para isso, obviamente, o trabalho acadêmico - o Trabalho

de Conclusão de Curso (TCC), a dissertação de mestrado, a tese de doutorado ou

mesmo o conteúdo de um artigo ou seminário - servirá de base para a preparação do

material a ser apresentado. Essa etapa é de vital importância para uma apresentação

de sucesso. Essa preocupação é ainda maior quando relacionada a uma avaliação para

um processo seletivo, por exemplo, para o cargo de professor.

Nessa fase, começam-se a definir, selecionar, priorizar, organizar e roteirizar as

informações imprescindíveis e interessantes para a apresentação. Desse modo, evita

desorientar-se na distribuição das informações nos slides. Ao enfatizar e se concentrar

em determinados assuntos, corre-se o risco de não sobrar mais espaço para outros;

alguns, inclusive, mais atrativos para o contexto da apresentação. Obviamente, uma

considerável parte do conteúdo do trabalho acadêmico não comporá os slides, pois o

objetivo de uma apresentação não é reproduzir todos os tópicos do trabalho

acadêmico, mas sim sintetizá-los e destacar os aspectos mais significativos para

compreender e reforçar o interesse pela temática. Por isso, é comum, por exemplo,

perceber em determinadas apresentações que o autor procura deter-se mais nos

resultados e na conclusão.

A disposição e a relação e conexão entre as informações, fortalecendo uma linha

de raciocínio, são fundamentais para que se tenha uma apresentação clara e objetiva

sobre o que se deseja realmente transmitir. O cuidado aqui é não sair copiando e

colando partes do conteúdo do trabalho acadêmico e embaralhar-se totalmente num

amontoado de informações não essenciais, que acabam poluindo e dificultando na

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24

hora da apresentação. Portanto, evite o excesso e, sobretudo, a embromação.

Geralmente não funciona. O segredo, então, é ser prático e sem rodeios.

Ao contrário do que se faz e pensa, destinar um tempo para a estruturação,

organização e preparação de slides acaba sendo uma fase importante e crucial para o

sucesso de uma apresentação. Costumo comentar com os alunos que o estresse que se

passa por deixar para preparar a apresentação de última hora não compensa o tempo

desperdiçado ao de não se dedicar à elaboração dos slides.

Apresentamos a seguir um diagrama com um passo a passo para ajudar na

organização de uma apresentação. Embora apresente alguns pontos que achamos não

necessários e em linhas gerais não recomendamos, como a elaboração de slides com as

referências, é uma ótima orientação no planejamento da exposição.

Figura 7 – Diagrama para a estruturação de uma apresentação.

Fonte: REATEGUI, 2020, p. 122.

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25

Para exemplificar essa preocupação com a organização dos slides,

reproduzimos parte de uma matéria publicada na revista Superinteressante

relacionada a esse tema.

Flórida, 2003. Após dois anos de problemas e adiamentos, o ônibus espacial Columbia finalmente é lançado com sucesso. Exceto por um detalhe quase imperceptível. Durante o lançamento, um pequeno pedaço de espuma se solta e acerta a asa esquerda do ônibus espacial. Preocupada, a Nasa monta um esquema de emergência para decidir rapidamente o que fazer. Os engenheiros estudam profundamente o caso, trocam centenas de e-mails e produzem um relatório a respeito. São 3 arquivos de PowerPoint, com as piores características que uma apresentação pode ter. Em vez de um texto lógico e ordenado, com começo, meio e fim, as ideias são picotadas num labirinto de bullets, gráficos e setinhas – cada slide tem nada menos do que 6 níveis de tópicos e subtópicos. As informações importantes (provas de que o Columbia corre perigo) estão lá, mas organizadas de forma contraditória. Como não conseguem chegar a uma conclusão, os diretores da Nasa resolvem não fazer nada. Doze dias depois, o ônibus espacial se desintegra ao entrar na atmosfera terrestre, matando os 7 astronautas a bordo. A comissão formada para investigar o caso

aponta 3 causas para a tragédia. Danos na asa do Columbia, erros da Nasa e as benditas apresentações – isso porque, para fazer as ideias caber nos slides, os engenheiros usaram abreviações que mudaram ou enfraqueceram o sentido de algumas informações. “O uso endêmico do PowerPoint ilustra bem os problemas de comunicação da Nasa”, concluiu a investigação do governo dos EUA. (GARATTONI, 2009, p. 68, grifo nosso).

2.1 O tempo de apresentação

Ao final do planejamento, o autor terá uma ideia aproximada de quantos slides

necessitará para a apresentação do conteúdo do seu trabalho. A partir desse ponto, é

começar a elaborá-los. Mas a dúvida sempre recai sobre a seguinte indagação: Precisa-

se de quantos slides para a apresentação? Isso, depende, consideravelmente, do tempo

que o autor terá para apresentá-los. Essa situação depende do tipo de trabalho

acadêmico que será objeto da apresentação e pode, inclusive, variar de instituição para

instituição. Portanto, outra questão chave em todo esse processo é o tempo que será

disponibilizado para a apresentação.

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26

O item tempo é, de fato, um importante elemento de preocupação e atenção.

Sem embargo, infelizmente, não existe uma regra a ser seguida que funcione para

todas as situações. Não existe um número ideal de slides a ser elaborados para uma

determinada quantidade de tempo. Tudo depende do que se pretende expor e como

foram organizados os slides. Assim sendo, a observação que fazemos é que é relevante

que se tente cumprir o tempo estabelecido e previamente informado para a

apresentação. Não se deve extrapolá-lo, mas tampouco negligenciar e utilizá-lo

indevidamente. A ideia é aproveitá-lo suficientemente bem para consolidar a

apresentação.

Para a relação tempo/slide, encontramos na Internet uma tendência que

recomenda a famosa regrinha de que, para cada slide, destina-se, em média, um

minuto de apresentação. Há quem sugira uma relação entre 1 a 2 minutos por slide e

até mesmo uma média de 3 minutos/slide. De fato, “uma preocupação frequente é

definir quantos slides colocar na sua apresentação. Esse número depende da fluência

e do modo que o apresentador os utiliza. Uma média inicial é prever um slide por

minuto, desde que os slides ilustrem conceitos e não contenham longos textos.”

(ROMANI; TRAINA, 2009, p. 31). Mas, como comentado no parágrafo anterior, isso

não é preceito. Ao longo de oito anos atuando na disciplina Pesquisa Aplicada,

pudemos observar que, para a defesa de projeto de monografia em que os alunos

dispõem de 20 minutos para apresentá-lo, tivemos alunos que apresentaram de 10 a

35 slides. Não entraremos aqui no mérito das apresentações, mas de qualquer forma,

em ambos os casos, as apresentações foram convincentes.

À vista disso, o tempo de apresentação é informado para que se possa organizar

e evitar justamente que se perca na quantidade de slides a ser preparado. Assim sendo,

evitam-se apresentações que em determinado momento sentimos uma sensação de

maratona, que tem de acabar o mais rápido possível, ou de marcha fúnebre, pois

precisa-se aproveitar ao máximo esses últimos momentos. Tudo isso torna a

apresentação cansativa, monótona e desinteressante. Esse tempo está determinado nas

regras de funcionamento dos mais diversos cursos e instituições de ensino superior. O

tempo médio, por exemplo, destinado a uma exposição de TCC é de aproximadamente

20 minutos. Já para o mestrado, é em torno de 30 a 40 minutos e para o doutorado, ao

redor de 40 a 50 minutos. O que acontece se ultrapassar o tempo? Isso dependerá da

banca e da situação. Dessa maneira, recomendamos que isso não ocorra. Evite

apresentações longas, que, naturalmente, podem se tornar entediantes.

Efetivamente,

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27

É necessário adequar a apresentação para aproveitar bem os recursos e programar-se para cumprir o tempo corretamente. Descumprir o limite de tempo pode comprometer a apresentação, que pode ter que ser interrompida ou finalizada atropeladamente. É obrigação do apresentador se organizar para cumprir o tempo determinado, seja ele de 5, 10, 60 minutos ou mais, uma vez que a audiência também se planeja para assisti-la no tempo planejado. (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 27).

É considerável ressaltar que o fator tempo que estamos comentando em todo

momento está diretamente relacionado tão somente ao de exposição do trabalho. Não

confundir, por exemplo, com o tempo destinado às indagações, aos questionamentos,

às discussões ou aos debates em outras situações tal como o concedido para que se

responda às inquirições dos membros de uma banca de defesa de um trabalho

acadêmico.

2.2 Ensaiar é fundamental

Finalizada a etapa de elaboração dos slides, inicia-se a fase de atenção com a

apresentação oral em si. Além de averiguar o tempo realmente necessário para fazer a

apresentação, os ensaios servem como termômetro para sondar as possíveis dúvidas e

erros, estudar e revisar os pontos mais relevantes e que necessitam ser melhor

explorados e adquirir confiança, tranquilidade e domínio do conteúdo a ser explanado.

Sem embrago, independentemente do tempo disponibilizado para a apresentação dos

slides, a recomendação mais legítima é ensaiar, ensaiar, ensaiar e ensaiar para o ato da

exposição. Uma recomendação infalível: jamais tente decorar a sua apresentação,

afinal de contas não se está fazendo um teste para um canal televisivo.

Inegavelmente,

o mais importante para se saber se a apresentação ocupará o tempo que lhe foi dado é ensaiá-la. Ou seja, apresente antes para você mesmo, mas falando em voz alta e de preferência com um espelho à sua frente. Não adianta mentalizar a fala, pois isso nos engana com relação ao tempo, dicção e postura. Infelizmente, é muito comum as pessoas acharem que para se prepararem para uma apresentação basta olhar a sequência e imaginar o que falar. Essa abordagem leva a se errar ao medir o tempo e muitas

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vezes também a se perder no que falar. (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 31).

O que geralmente se esquece ou sente dificuldade no ensaio, existe

naturalmente uma grande possibilidade de também acontecer na apresentação. E,

diante disso, só mesmo a ajuda divina. Por conseguinte, atravanca-se a exposição,

serve-se de famosos vícios de linguagem e fica-se com a famosa cara do «ééééééé» ou

«aí, aí, aí». E aí?

Esse também é o momento dos últimos ajustes na apresentação, já que,

diferentemente da parte escrita do trabalho, os slides não são submetidos previamente

aos membros da banca. Também é a oportunidade de testar e sentir a apresentação,

verificar se os recursos usados estão funcionando e detectar possíveis dificuldades que

poderão surgir no ato da apresentação. Assim como os slides devem estar impecáveis

na hora da exposição, a apresentação deverá ser extremamente convincente. E isso se

consegue com muito, mas muito ensaio. Aqui vale a máxima da expressão popular: «a

pressa é inimiga da perfeição», assim como também o improviso. Vivem em eterna

crise e nunca se acertam. A prática, por sua vez, tem uma relação muito estreita e

amorosa, quase conjugal, com a perfeição.

O processo de ensaio, muitas vezes, é cansativo e monótono, mas deve

acontecer. Comece lendo a sua apresentação. Em seguida, passe a fazer ensaios, vários,

sozinho. Em seguida, se conseguir, obviamente, busque algum membro da família ou

amigo para assistir a uma demonstração. Outra opção bastante utilizada hoje em dia,

fruto do desenfreado avanço tecnológico cada vez mais presente em nossas vidas, é

gravar os ensaios. E, nesse caso, prepare-se para talvez se assustar com o que está

prestes a assistir. Mas não desista, pois conseguirá!

É significativo tentar encontrar e ajustar em todos esses ensaios um tempo

médio de apresentação quase ou similar ao disponibilizado para a apresentação. Mas

lembre-se de que, muitas vezes, esse tempo dos ensaios pode ser muito diferente do

tempo real em que será feita a exposição do trabalho. E isso ocorre, ocasionalmente,

quando não se realiza essa etapa de ensaios com cuidado e atenção.

Na prática,

Uma apresentação de sucesso transmite a ideia do trabalho de forma clara, concisa, objetiva e dentro do prazo. Quem consegue explorar os recursos disponíveis nos softwares de apresentações pode valorizar ainda mais o trabalho. Preparar uma boa apresentação é tarefa trabalhosa e pode-se levar muito tempo para deixá-la interessante.

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Mas, certamente, o esforço despendido vale a pena! (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 27).

A apresentação pode ser um diferencial na avaliação final. E como todo

trabalho, como o próprio nome já determina, exigirá esforço, atenção, preparação,

dedicação e muito, mas muito trabalho. Isso se quiser e acreditar que sempre poderá

fazer melhor. Portanto, não desperdice a oportunidade de conquistar o seu espaço.

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Um recurso extremamente importante, interessante e essencial na elaboração

dos slides é o uso do slide mestre. Desconhecido de um grande número de usuários,

esse slide serve de base para toda a apresentação. Possui a característica de

uniformizar, padronizar e personalizar os slides de forma que o usuário não tenha de

se preocupar com determinados detalhes ao longo do trabalho como por exemplo,

alguns recursos de formatação - estilo de fonte, cor e tamanho da fonte, espaçamentos

e alinhamentos – e também plano de fundo, numeração automática dos slides, entre

outros. É uma espécie de slide principal.

Na verdade, trata-se de “um slide com um conjunto específico de características

que atuam como um modelo e é usado como o ponto inicial para criar outros slides.

Estas características incluem plano de fundo de slides, objetos no plano de fundo, a

formatação de qualquer texto usado, e quaisquer gráficos de plano de fundo.”

(SCHOFIELD et al., 2016, p. 22).

É fundamental que o primeiro passo na criação dos slides seja configurar o slide

mestre. A partir daí, o processo de elaboração é muito mais simples e ágil, pois toda a

formatação aplicada ao slide mestre servirá automaticamente como padrão para os

slides que serão criados por toda a extensão da apresentação. Isso é primordial para a

uniformidade dos slides e consequentemente da apresentação. A padronização de

uma exposição é tão necessária que a presença desse recurso de slide mestre vem

reforçar esse contexto. Mas vale destacar que existem situações em que a alteração

deve ocorrer especificamente em um determinado slide e não no conjunto. Assim

sendo, não é necessário alterar a configuração do slide mestre.

Ao não acionar o slide mestre, o processo de formatação é manual e pode

retardar a finalização do trabalho. Certamente, o tempo que gastará em todo esse

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processo manual poderia ser melhor aproveitado se dedicasse a entender, aprender e

usar o slide mestre.

Pode-se configurar um slide mestre para a capa, também chamado de slide de

apresentação, e outro para os demais slides que compõem a apresentação. Esses

modelos podem ser exportados para outras apresentações. O usuário pode, por

exemplo, criar seu próprio padrão e personalizar as suas apresentações. Desse modo,

cada vez que iniciar a criação de uma apresentação poderá utilizar o modelo

personalizado.

A função do slide mestre no Impress do LibreOffice está localizada na Barra de

menu Exibir. A seguir, exibimos a localização para ativar esse recurso bem como a

janela de configuração do slide mestre, mostradas nas Figuras 8 e 9, respectivamente.

Figura 8 – Barra de menu Exibir/opção Slide mestre do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

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Figura 9 – Tela de configuração do slide mestre do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

No PowerPoint da Microsoft, o slide mestre é encontrado na guia Exibir, no

grupo Modos de exibição mestres. Nas Figuras a seguir, 10 e 11, respectivamente,

exibimos a localização para ativar esse recurso bem como a janela de configuração do

slide mestre.

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Figura 10 – Guia Exibir/grupo Modos de exibição mestres/opção Slide mestre do PowerPoint.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Figura 11 – Tela de configuração do slide mestre do PowerPoint.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

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Três dos elementos principais que devem ser configurados essencialmente no

slide mestre são: o plano de fundo, o estilo de fonte a ser utilizado no decorrer da

apresentação e a numeração automática dos slides.

3.1 Plano de fundo (Background)

Um ponto chave e determinante na elaboração de uma apresentação é que

modelo de design ou plano de fundo, também conhecido como background, usar na

elaboração dos slides. Ainda que essa decisão possa ser tomada em qualquer fase do

projeto de criação dos slides, é interessante estabelecer o quanto antes, pois isso pode

afetar o resultado final da apresentação.

A seleção do design ou plano fundo de tela é importante porque servirá de base

para toda a apresentação. Essa uniformidade é interessante para não confundir a

plateia e transmite um aspecto de organização e profissionalismo. Esse detalhe

consegue fazer uma diferença significativa no contexto da apresentação. Alguns

cuidados e detalhes, ao escolher determinado modelo ou plano de fundo, são capazes

de produzir resultados excelentes. O ideal é que tal modelo seja configurado

diretamente no slide mestre.

Pode-se optar por um design de slide preexistente ou um tema predefinido

disponível no programa, produzir o seu próprio modelo de slide, formatar e usar um

plano de fundo de cor única, importar um modelo de apresentação ou buscar um

modelo, gratuito ou mesmo de pagamento à disposição na Internet. Ao eleger essa

última opção, observe que há uma expressiva quantidade de modelos na rede,

sobretudo, pensados para o ambiente corporativo. Atente que esses modelos

incorporam outros elementos não interessantes para apresentações voltadas para o

mundo acadêmico.

Para criar uma apresentação interessante, não precisa ser um especialista no

programa objeto da tarefa mas deve-se saber utilizar alguns recursos da ferramenta

necessários para gerar uma boa apresentação. Produzir seu próprio modelo, além de

personalizar a sua apresentação, é uma oportunidade de fugir dos designs já tão

conhecidos e usados por usuários de determinados programas. Seja audacioso e

criativo. Isso será um diferencial.

O background não precisa ser o elemento principal do slide, quer dizer, é

apenas um elemento complementar para todo o conteúdo. Assim sendo, não tem de

ser chamativo para não comprometer a apresentação e dificultar a visualização das

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informações nos slides. É importante selecionar corretamente a cor da fonte que será

usada para apresentar o conteúdo dos slides. Essa cor precisa contrastar com a do

plano de fundo usado. Dessa maneira, facilitará a visibilidade do conteúdo do slide

tanto para o autor como para a plateia. Aqui também há a preocupação com a

uniformidade das cores ao longo de todos os outros slides.

Um detalhe relevante na hora de decidir sobre o plano de fundo está

relacionado à iluminação e ao tamanho do ambiente em que será apresentado o

trabalho. Por isso, é importante o contraste das cores dos elementos que compõem o

slide com a cor do plano de fundo. Entender e aplicar corretamente o jogo das cores

nesse contexto amiúde é um desafio. Assim sendo, na dúvida, opte pela tradicional e

costumeira combinação, inclusive sugerida por Lane (2010), consultor de

apresentações, especializado em teoria de comunicação visualmente interativa: cor da

fonte da letra bege clara ou branca deve-se usar plano de fundo escuro. Para a fonte

preta ou muito escura, use plano de fundo claro. Desse modo, o resultado final é que

os slides terão uma aparência mais profissional.

Não obstante, existem combinações desastrosas que precisam

irremediavelmente ser evitadas. Nesse sentido, ainda de acordo com a opinião de Lane

(2010, on-line),

Submeter seu público a uma combinação de azuis e vermelhos brilhantes é uma prática horrível e, infelizmente, isso acontece com muita frequência. O mesmo acontece quando se misturam as cores vermelha e verde. O esquema de cores vermelho e verde também resvala o problema do daltonismo, que afeta, aproximadamente, 7% dos homens e 1% das mulheres. A incapacidade de diferenciar entre as cores vermelha e verde é a forma mais comum de daltonismo. Por exemplo, suponha que você inclua texto verde em um fundo vermelho, [...]. Se o sombreamento da cor do texto (a quantidade de escuridão) contrasta mal com o sombreamento da cor do fundo, alguns leitores não serão capazes de ler o texto de forma alguma. Para evitar esses problemas, essas duas cores nunca devem ser misturadas, especialmente, ao combinar texto e plano de fundo (tradução nossa).

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3.1.1 Plano de fundo claro

O plano de fundo branco é, sem nenhuma dúvida, um dos mais utilizados nas

apresentações. Isso reforça que as cores claras, especialmente a branca, são realmente

interessantes na hora de priorizar o plano de fundo a ser usado na apresentação.

Existem diversas combinações possíveis que podem ser usadas, mas a opção

plano de fundo branco com a fonte de letra preta é, seguramente, uma das melhores e

mais usadas. É o curinga perfeito quando se está em dúvida pela seleção de cores. Essa

conjunção, por exemplo, é ideal para ambientes não muito espaçosos, pois facilita a

visualização da projeção, sobretudo de quem está mais distante do apresentador.

Apresentamos a seguir alguns modelos apropriados com plano de fundo

branco com a fonte de letra preta. É importante aclarar que os slides que utilizaremos

nos exemplos são baseados, na sua grande maioria, nos modelos apresentados pelos

alunos. Quando necessário, serão dados os devidos créditos.

Slide 2

Slide 1

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Alguns designs não são indicados porque o elemento gráfico ocupa uma

significativa área do slide, diminuindo o espaço destinado à informação. Vejamos os

exemplos a seguir.

Slide 3

Slide 4 Slide 5

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Outros por terem realmente um layout desinteressante. Vejamos alguns.

Aqui observamos homenagens ao período de alfabetização e letreiros de beira de

estrada. Mas a apresentação não é para esses momentos nostálgicos. Por conseguinte,

descarte esses modelos.

Outra observação que fazemos ao usar o plano de fundo branco numa

apresentação é que sobre o fundo exista algum elemento gráfico para melhor destacar

os elementos que compõem a apresentação. Por exemplo, jamais apareça com uma

apresentação com o background exclusivamente branco.

Esse design é extremamente enfadonho, monótono e cansativo. Para mais, passa

a impressão de que desconhece os recursos disponíveis no programa que usou para a

elaboração da exposição, não se preocupou ou não teve tempo de preparar a

apresentação ou mesmo que é relapso, o que, geralmente, quando acontece, é verdade.

Slide 8

Slide 6

Slide 7

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3.1.2 Plano de fundo escuro

Uma opção adicional é associar texto com a cor da fonte clara ou branca com

plano de fundo escuro. Aqui, destaca-se o tão questionável, odiado e antipatizado

fundo totalmente preto com o texto na cor branca. Essa relação de amor e ódio com

essa combinação é crítica. Entretanto, é uma associação perfeita, funcional, sofisticada

e considerada um pouco mais formal. Nessa situação, não necessita de nenhum

elemento gráfico para ser adicionado, já que a própria cor do plano de fundo já é

destacável.

Mas tenha cautela ao preferir usar esse design. O plano de fundo deve ter uma

tonalidade escura e não qualquer outra variação. Vejamos alguns modelos

desinteressantes.

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Slide 10

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O azul aconselhável é o azul-escuro e não essa variação. Com esse azul, não se

chegará ao céu. Consciente dessa situação e de que os slides não estão bons, já está se

antecipando em fazer uma própria mensagem de condolências com plano de fundo

cinza fúnebre.

Evite também modelos com elementos gráficos dispersos nos slides,

independentemente do plano de fundo. Assim sendo, esses elementos tampouco são

indicados porque o elemento gráfico limita ou ocupa uma significativa área do slide,

diminuindo o espaço destinado à informação. Não se deve invadir a área gráfica de

um modelo de slide.

3.1.3 Plano de fundo com texturas

Algumas críticas relacionadas ao uso de plano de fundo com texturas seguem a

linha de que “a utilização de texturas de fundo dificulta a leitura e torna imprevisível

a legibilidade do texto no momento da projeção, considerando que, muitas vezes,

Slide 11

ti idades práticas presentação do hard are do microcomputador.

so dos programas inux ducacional, i re ffice riter , ompris, geograph , ux ath, o illa irefox e jogos.

Slide 12

Slide 13

Slide 14

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desconhecemos a qualidade/definição do projetor onde faremos nossa apresentação,

a tela de projeção, etc;” R I, 2020, p. 112 .

Mesmo entendendo a problemática, podemos dizer que temos encontrado um

plano de fundo com textura nas apresentações e a experiência tem sido algo bastante

positiva. Esse modelo, apresentamos a seguir.

3.1.4 Plano de fundo com marca d´água

utra ponderação alorosa é que jamais use marca d’água nos slides. Isso pode

dificultar a visualização e leitura do conteúdo dos slides, o que seria desastroso.

Ademais, torna-se cansativo para a plateia. Essa situação é distinta, por exemplo, do

que ocorre no mundo corporativo, onde usar o logotipo da empresa como marca

d’água é uma prática comum e questão de personali ação. O importante não é a beleza

do slide, já que é apenas um complemento para facilitar a exposição. Seja objetivo! A

simplicidade nesse caso é extremamente recomendável. Aqui vale a máxima da

famosa frase atribuída a Leonardo da Vinci: «A simplicidade é a máxima sofisticação».

Ademais, caso use uma imagem que não seja do arquivo pessoal, deve-se

obrigatoriamente fazer a devida citação para evitar problemas de direitos autorais.

Esse tema será abordado posteriormente no capítulo 6 em maiores detalhes.

Slide 15

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Para demonstrar a pro lemática do uso de marca d’água nos slides, decidimos

exibir dois exemplos a seguir, Slides 1610 e 1711, que reforçam a argumentação da

temática em discussão. Os modelos mostrados não foram utilizados pelos alunos. As

imagens originais não continham informações sobre as respectivas fontes e, por isso,

não as usamos. Desse modo, decidimos buscar imagens parecidas e com o mesmo

conteúdo para exemplificar os modelos apresentados pelos discentes. As imagens

expostas foram modificadas das originais extraídas do site Pixabay12, que é um banco

de imagens gratuito e livre. Apesar de no site mencionar: «Atribuição não requerida»,

aproveitamos para comentar a necessidade de sempre atribuir os respectivos créditos.

Entendemos que, por uma questão de respeito e de direitos autorais, é preciso

continuamente citar os autores das imagens.

3.2 Estilo de fonte

Uma boa apresentação começa também pela escolha de uma fonte agradável

para representar e visualizar as informações que serão expostas. Assim como existe o

cuidado em relação a que fonte se deve usar para facilitar a leitura do trabalho escrito,

a mesma preocupação se aplica na hora de definir que fonte utilizar para a elaboração

dos slides. A fonte selecionada tem de garantir uma boa visibilidade das informações

projetadas e, consequentemente, facilitar a leitura por parte da plateia. É fundamental

que a fonte a ser usada em todos os slides deva ser configurada diretamente no slide

mestre.

10 Fonte: Adaptada da imagem original de Miroslaw Kolaczynski (2018). Disponível em:

https://pixabay.com/pt/photos/gato-felino-animal-de-estima%C3%A7%C3%A3o-3504008/. Acesso em: 31

mar. 2021. 11 Fonte: Adaptada da imagem original de Jean-Pierre Duretz (2012). Disponível em:

https://pixabay.com/pt/photos/cavalos-natureza-gr%C3%A1tis-animal-2031089/. Acesso em: 31 mar. 2021. 12 Mais informações em: https://pixabay.com/pt/.

Slide 16

Slide 17

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43

Similarmente, servindo-se do mesmo critério usado para a parte escrita do

trabalho, a fonte selecionada será a única utilizada em toda a extensão dos slides. A

ideia é mesmo padronizar a fonte para todos os slides que compõem a apresentação.

Há quem defenda colocar tipografias distintas para o título e o conteúdo dos slides. É

adequado “utili ar uma única fonte na apresentação, tal e duas para diferenciar

títulos de outros textos.” R I, 2020, p. 112). Mas não aconselhamos. Não se

devem mesclar fontes diferentes numa mesma apresentação, assim como acontece

num trabalho escrito. Isso reforça a ideia de organização e integração entre as partes

dos slides.

Com relação à tipografia das fontes, existe o modelo de fonte com serifa,

tam ém conhecida como serifada, que é “aquela com pequenos traços e

prolongamentos nas hastes, que facilita a legibilidade, como ocorre em fontes como a

Times New Roman, comumente utili ada em tra alhos acadêmicos.” SI N ;

OLIVEIRA; BRAGA, 2020, p. 282). Algumas das mais conhecidas fontes com serifa são:

Times New Roman, Garamond, Liberation Serif, Georgia, Century e Courier New.

São usadas, especialmente, para textos impressos como: teses, dissertações,

artigos científicos, trabalhos acadêmicos, livros, revistas e jornais. Em contrapartida,

não são atraentes para serem exibidas em projeções de tela.

De outra forma, existem as fontes sem serifa, também designadas de Sans-Serif

em francês, ou seja, sem os pequenos traços nas hastes. Algumas das mais conhecidas

fontes sem serifa são: Arial, Calibri, Liberation Sans, Tahoma, Verdana e Helvetica. São

recomendadas e bem aceitas para projeções em telas porque facilitam a visualização

das informações. São muito populares e usadas na Internet.

Se praticamente existe um consenso de que para a parte escrita de um trabalho

acadêmico a fonte mais recomendável é a Times New Roman, o mesmo acontece para

a fonte a ser usada na elaboração de slides. Nesse caso, a indicada é a Arial. Mas nada

impede que se faça a opção por outra fonte, desde que seja sem serifa.

Vejamos a seguir um exemplo utilizando estilos de fontes com e sem serifa. Os

slides apresentados têm a mesma estrutura, o mesmo tamanho de fonte e o mesmo

conteúdo. Diferem somente no estilo de fonte. O Slide 18 utiliza a fonte Arial, sem

serifa, e o 1913, a fonte Times New Roman, com serifa.

13 Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

Page 44: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

44

Vale evidenciar que existem muitas outras fontes disponíveis nas ferramentas

que, dependendo da situação, podem ser usadas nas apresentações. Algumas,

inclusive, consideradas muito sofisticadas. Mas muito cuidado ao usar esse tipo de

fonte numa apresentação. Alguns problemas relacionados a esses tipos considerados

sofisticados é que, diferentemente, dos tipos mais tradicionais de tipografia, podem

não estar disponíveis no computador que será usado na apresentação e lhe causar

problemas de configuração da fonte. O resultado pode não ser o esperado. Além do

mais, esse tipo de fonte costuma ter aspectos extravagantes ou excesso de detalhes que

podem dificultar a visualização das informações projetadas.

Não se preocupe com a aparência, sofisticação ou elegância que transmite a

fonte, mas sim com a clareza e funcionalidade. Nesse caso, pode optar seguramente

pelos estilos tradicionais e comuns. Na dúvida, opte sempre pela simplicidade. E o

estilo Arial atende a todos esses requisitos.

3.3 Numeração automática de slides

Uma informação que precisa aparecer nos slides, obrigatoriamente, diz respeito

à numeração. Todos os slides devem ser numerados, exceto o slide de apresentação,

muitas vezes também chamado de capa da apresentação. Esse slide é contado para

efeito de totalização do número de slides, mas não é numerado. A ideia de usar a

numeração de slides é a mesma do sumário da parte escrita do trabalho. É uma forma

de facilitar o acesso à informação mais rapidamente.

Slide 19

Slide 18

Page 45: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

45

A numeração é importante para administrar o tempo e determinar a percepção

do ritmo da apresentação: dependendo da quantidade de slides que falta para encerrar

a exposição, precisa-se acelerar ou moderar para se ajustar ao tempo, para guiar as

perguntas do pessoal da banca ou da plateia, referindo-se diretamente ao número do

slide que deseja maiores esclarecimentos ou explicações, para os espectadores

atrasados, já que evidencia o quanto da apresentação já se perdeu e, em algumas

ocasiões, servem de alerta para que os próximos a apresentarem comecem a se

preparar psicologicamente. Para os mais espontâneos, somente mais uma

apresentação. Para os dramáticos de carteirinha, o início de uma tortura e a preparação

para o embate.

A numeração dos slides tem de ser feita de forma automática. Esse processo

necessita ser configurado diretamente no slide mestre para que o padrão seja aplicado

em todos os slides diretamente. O formato mais utilizado de numeração é o de «X/Y»,

quer dizer, X é o slide atual e mostrado na tela e Y, o total de slides da apresentação.

Outro formato usado é «slide X de Y». Outros preferem apenas o formato X, que é a

exibição apenas do número do slide sem mostrar o total de slides. Considerando os

recursos existentes nas ferramentas, esse modelo deve ser descartado. Inserir a

numeração automática nos slides é uma atividade fácil e disponível em todos os

softwares de apresentação. Mas, para funcionar adequadamente, precisa estar ajustada

no slide mestre. Vejamos os exemplos.

Slide 20

Slide 21

Page 46: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

46

Para se usar o formato X/Y de forma automática, existem alguns detalhes que

devemos aclarar. O Impress do LibreOffice faz isso automaticamente através do slide

mestre, inserindo dois campos: «Número do slide/Total de slides». Apenas separe os

dois campos com uma barra (/).

Slide 22

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47

Figura 12 – Localização dos campos Número do slide/Total de slides no Impress do LibreOffice.

Fonte: Captura de tela do Impress.

No PowerPoint, esse processo também deve ser feito no slide mestre, mas o

programa não oferece a possibilidade de inserir o número total de slides

automaticamente como no Impress. Assim, essa informação precisa ser colocada

manualmente.

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48

Figura 13 – Configuração da numeração no slide mestre no PowerPoint da Microsoft.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

No exemplo apresentado, o campo «nº» corresponde ao número do slide sendo

exibido na tela e /25 é o que se precisa adicionar manualmente. Assim sendo, a

apresentação teria 25 slides no total. Uma preocupação existente é que, caso haja

mudança no total de slides, essa informação tem de ser atualizada no slide mestre e a

numeração ser reinserida para aparecer a nova quantidade de slides. Por isso, é

aconselhável que esse processo de numeração somente ocorra no final da elaboração

da apresentação. Essa precaução não existe no Impress, pois, como todo o processo é

automático e realizado através de campos, uma vez que haja mudança no número total

de slides, o programa automaticamente realiza a atualização.

Mas não se preocupe com tantos detalhes. Todo esse processo apresentado para

esses dois programas é facilmente encontrado em sites e vídeos disponíveis na

Internet, que ensinam o passo a passo de como inserir a numeração de slides através

do slide mestre.

Por outro lado, jamais faça esse processo manual e individualmente para cada

slide. Geralmente quando não se sabe usar o slide mestre, a opção mais prática é inserir

a numeração através de uma caixa de texto. Isso não é aconselhável porque algumas

vezes a caixa se desloca na passagem de um slide para outro e fica perceptível que não

se está usando o processo automático. Além de que, muitas vezes, altera-se a

quantidade de slides da apresentação e isso exigirá a atualização em cada slide, o que

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49

tem de ser feito manualmente. Pior ainda quando se esquece de atualizar um dos slides

e aparece na apresentação algo do tipo: 27/26, o que é um erro inadmissível.

A fonte a ser usada na numeração é a mesma utilizada para toda a apresentação

e configurada também no slide mestre. O tamanho recomendado para a exibição da

numeração é de 18 a 20 e deve, preferencialmente, estar em negrito. A numeração dos

slides normalmente aparece na margem direita inferior do slide, mas, dependendo do

modelo de design selecionado, pode também ser exibido em outras partes dos slides.

Vejamos alguns exemplos.

Slide 23

20

Slide 24

Slide 25

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50

Para começar...

O primeiro slide, obrigatoriamente, deve ser o slide de apresentação, também

reportado em algumas situações como capa. Esse slide é como se fosse o seu cartão de

apresentação. Por conseguinte, já tem que transmitir um pouco do que será a sua

exposição. Um slide bem organizado, estruturado, objetivo e aprazível despertará a

curiosidade e o interesse da plateia. Além do mais, se na nossa cultura popular «a

primeira impressão é a que fica», no provérbio norte-americano, «você nunca tem uma

segunda chance de causar uma primeira impressão14» (DOYLE; MIEDER; SHAPIRO,

2012).

A abertura de sua apresentação é um momento importante no qual você tem toda a atenção do público. Se souber utilizar este momento adequadamente, você poderá manter a atenção dos ouvintes por toda sua exposição oral. O primeiro slide da apresentação, aqui chamado de capa, traz suas credenciais e é o slide que normalmente fica exposto até que você inicie efetivamente sua fala. (REATEGUI, 2020, 104).

O slide de apresentação precisa conter um cabeçalho institucional com o nome

da instituição e departamento, entre outras informações institucionais, o título da

apresentação, o nome do discente e, em alguns casos, do orientador e do coorientador.

Também se coloca, geralmente, a cidade e a data da apresentação.

14 You never get a second chance to make a first impression.

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51

Naturalmente, ao iniciar a criação dos slides, o programa já disponibiliza como

primeiro layout de slide o de apresentação para começar a inserir as informações.

Usando o slide mestre, pode-se transformar esse slide de apresentação no padrão para

todas as outras apresentações.

O formato do slide de apresentação é livre e vale a criatividade do autor para

organizar, estruturar e apresentar as informações da melhor forma possível, de forma

que fique agradável e interessante na hora da apresentação. Apresentamos a seguir

alguns modelos básicos, simples, interessantes e criativos que ilustram o formato do

slide de apresentação

No Slide 26 percebe-se que o cabeçalho institucional está centralizado no slide.

Já no 27, com o aparecimento do logotipo da instituição, recomendamos que o

cabeçalho seja alinhado à esquerda, passando a ideia de que é uma única estrutura.

Mas podemos ousar e ser mais criativos, conforme se observa nos modelos de

Slides 2815 e 2916 a seguir.

15 Slide extraído da apresentação de Gloria Londoño Monroy. 16 Slide extraído da apresentação de Mariella Adrián García.

Slide 27

Slide 26

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52

É importante esclarecer que estamos exemplificando modelos de estruturas de

organização do slide de apresentação. Nos exemplos acima, Slides 28 e 29, não

sugerimos a configuração do roteiro de apresentação juntamente com as informações

pertinentes ao slide de apresentação. Por se tratarem de assuntos distintos,

aconselhamos apresentá-los em slides também diferentes, ou seja, um slide para a capa

e outro separado e único para o roteiro, que seria o slide seguinte ao de apresentação.

4.1 Algumas observações relevantes

• Recomendamos o título do trabalho em maiúsculas e negrito. No caso de o título

ocupar mais de três linhas sugerimos a escrita normal da língua portuguesa, ou seja,

apenas a primeira letra maiúscula e as demais minúsculas.

• A contagem dos slides da apresentação, para efeito de numeração, começa a partir

do primeiro, mas este jamais será numerado.

• Nas situações em que aparece a identificação do orientador, o nome do aluno vem

sempre acima. Lembre-se: o trabalho foi executado pelo aluno sob a orientação do

professor.

• Segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a escrita correta é

coorientador e não mais co-orientador.

• A redução da palavra Professor é apenas Prof. e não Prof.º. Para Professora, existe

alguma controvérsia. Encontramos algumas citações e recomendações em manuais

de redação disponíveis na rede como: Profª., Profª, Prof.ª e Profa. No entanto,

segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP)17, a forma correta

17 Mais informações em: https://www.academia.org.br/nossa-lingua/reducoes.

Slide 29

Slide 28

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53

é Prof.ª ou prof.ª. Já para a palavra Doutora: D.ra, Dr.a e Dra. Portanto, para citar uma

professora doutora, recomendamos usar a redução Prof.ª Dra. Contudo, a mais

amplamente utilizada no meio acadêmico é: Profa. Dra., embora essa opção não

conste no VOLP.

• Na escrita da data, os nomes dos meses devem ser escritos em minúscula. Por

exemplo, o correto é maio e não Maio. Já na língua inglesa, esses precisam ser sempre

escritos iniciando em maiúsculas: May e não may.

• Em alguns modelos disponibilizados ao alunado como roteiro, os professores

colocam a palavra Aluno(a). Na elaboração final do trabalho, o discente repete a

estrutura e acaba, muitas vezes, sendo motivo de chacota: «Professor, ele deixou

assim porque tem dúvidas sobre a sua identidade de gênero». Não entrando na

discussão de designação de gênero, é oportuno explicitar apenas a opção: Aluno,

Aluna ou mesmo usar uma palavra mais neutral como discente. Alguns chegam a

usar graduando.

Apresentamos a seguir um modelo de slide, Slide 3018, contendo um resumo

das orientações repassadas anteriormente.

O estilo de fonte usado no slide acima foi Arial. Os respectivos tamanhos da

fonte para cada uma das partes do slide podem ser conferidos no slide a seguir. Vale

destacar que não são tamanhos padrões. Para o modelo adotado, esses tamanhos são

plenamente adequados.

18 Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

Slide 30

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54

Vale ressaltar que os modelos de slides apresentados no decorrer do livro são

apenas para ilustrar os comentários descritos nos capítulos. Portanto, podem não estar

devidamente adequados aos padrões que esperamos para o produto final do trabalho.

Slide 31

24

32

28

18

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55

O segundo slide é o do roteiro da apresentação. A partir desse slide, a

apresentação ganha um formalismo porque a estrutura e a formatação utilizadas nesse

slide servirão de base para todos os demais, visando à uniformidade da exposição. Em

vista disso, esse slide definirá o padrão a ser seguido com relação à formatação tanto

do título como do conteúdo dos slides, às estruturas, ao estilo de fonte, à cor e ao

tamanho da fonte, aos espaçamentos, aos alinhamentos, ao background, à numeração

dos slides, entre outros. À vista disso, é indispensável utilizar o slide mestre para

produzir essa padronização.

O roteiro da apresentação deve vir necessariamente em apenas um slide, já que,

conforme as estruturas dos trabalhos acadêmicos, seja TCC, dissertação de mestrado,

tese de doutorado ou mesmo atividade de alguma disciplina, no geral, o esqueleto é

algo como: Introdução, Revisão de literatura, Material e métodos, Análise de

resultados e Conclusão. Logo, “o ideal é que você use este início da apresentação para

convencer a plateia sobre o interesse de seu estudo, de maneira breve e contundente.”

(REATEGUI, 2020, p. 105).

Os Slides 32 e 3319,a seguir, apresentam modelos básicos e clássicos de um

roteiro de apresentação.

19 Slide adaptado do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

Page 56: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

56

A diferença entre os modelos consiste na forma de organização e apresentação

da revisão de literatura. No caso do Slide 32, todos os slides correspondentes ao tema

da revisão de literatura terão como título: REVISÃO DE LITERATURA, conforme se

pode visualizar a seguir nos Slides de 34 a 3620.

20 Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

Slide 32

Slide 33

Slide 35

Slide 34

Slide 36

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Com relação ao Slide 33, observa-se que existe um subtópico no tópico de

revisão de literatura. Nesse caso, os slides referentes à revisão não terão como título

REVISÃO DE LITERATURA, mas os nomes dos subtópicos abordados na revisão,

conforme se pode observar a seguir nos Slides de 37 a 3921. Essa orientação é

interessante porque na apresentação do slide do roteiro os temas tratados na revisão

estarão expostos no próprio slide. Por outro lado, aproveitar-se-á melhor o espaço dos

slides relacionados à revisão, já que os títulos dos slides serão os assuntos principais

do tema. Além disso, ganha-se em objetividade na elaboração e apresentação dos

slides.

Em conformidade com o exposto no capítulo anterior, alguns modelos incluem

o próprio roteiro no slide de apresentação. Veja abaixo o Slide 4022 como modelo dessa

exemplificação.

21 Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha. 22 Slide extraído da apresentação de Gloria Londoño Monroy.

Slide 38

Slide 37

Slide 39

Page 58: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

58

Embora não muito utilizado em nosso meio acadêmico, na hipótese de que essa

seja a opção do orientador, pode-se até discutir e argumentar em contra, mas deve-se

acatar e aquiescer. Afinal de contas, é esse personagem enigmático, equilibrado,

coerente e determinado quem tem a palavra final. Assunto vencido, consumado e

encerrado. Fica para a próxima.

Um recurso cada vez mais usado e que ajuda a potenciar a sua apresentação é

o uso da repetição do slide de roteiro antes de cada tópico do roteiro como forma de

situar os desatentos ou mesmo os retardatários durante a sua apresentação. À vista

disso, reproduz-se o slide de roteiro antes da exibição de cada tópico, destacando-se o

tópico a ser exibido e esmaecendo os demais. Um exemplo dessa situação é

apresentado nos Slides de 41 a 43.

Slide 40

Slide 42

Slide 41

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59

Outra opção para esse contexto é criar uma barra de menu contendo palavras

chaves do roteiro, que se torna padrão em todos os slides e destacar em cada situação

a caixa de menu correspondente ao assunto em destaque. Observe esse cenário nos

Slides 44 e 4523.

Outra possibilidade para esse enquadramento é repetir o slide de roteiro e

destacar o assunto a ser abordado através de um recurso de forma com animação. No

caso a seguir, Slides de 46 a 48, o círculo duplo apresenta uma animação do tipo

volante no momento da apresentação do slide.

23 Slides extraídos da apresentação de Gloria Londoño Monroy.

Slide 43

Slide 45

Slide 44

Page 60: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

60

5.1 Algumas observações relevantes

• A partir do slide de roteiro, obrigatoriamente, a numeração deverá aparecer em todos

os slides, ou seja, esse slide corresponderá ao número 2. Lembre-se de que o primeiro,

o slide de apresentação, é contado para efeito de numeração, mas jamais numerado.

• Jamais utilize mais do que um slide para o roteiro. É desnecessário! Em linhas gerais,

podemos considerar o conteúdo do slide de roteiro como sendo os capítulos de um

trabalho acadêmico.

• Na hora da explanação, seja objetivo na explicação do roteiro. Não é o momento de

detalhar absolutamente nada, apenas apresentar uma ideia geral do trabalho.

Portanto, não desperdice muito tempo. A não ser que, deliberadamente, essa seja a

intenção quando não se prepara realmente uma boa apresentação.

Slide 47

Slide 46

Slide 48

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61

• Apresente todos os tópicos do roteiro de apresentação automaticamente de uma vez

ao invés de separados. Não é o caso de deixar transparecer que um elemento surpresa

possa aparecer.

• O título do slide de roteiro deve ser apenas ROTEIRO ou ROTEIRO DE

APRESENTAÇÃO. Evite ÍNDICE e jamais use SUMÁRIO. Pior ainda, quando se

coloca a numeração correspondente ao slide, como se fosse realmente um sumário.

Isso é aplicado exclusivamente à parte escrita do trabalho. Exemplos disso, são

apresentados nos Slides 49 e 50.

• Um erro crucial que vale ser mencionado é usar apenas letras maiúsculas para todo

o conteúdo do roteiro de apresentação. Veja o Slide 51.

O uso de letras maiúsculas em todo o conteúdo de um texto ou mensagem passa

a impressão de que o autor está zangado e gritando, ao invés de parecer destacar algo

Slide 51

Slide 49

Slide 50

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62

como alguns pensam ou pretendem, além, obviamente, de dificultar a leitura, que

chega a ser irritante em alguns momentos. A mesma teoria se aplica aos slides.

Mas se esse é o seu caso, angustiado com toda a pressão do trabalho, ainda não

é chegado o momento de externar ou expor o seu sentimento. Não precisa gritar, pois

a apresentação está apenas começando. Lembre-se de que ainda irá fazer uso da

garganta e da voz no decorrer da apresentação.

Page 63: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

63

O conteúdo de um slide pode ser texto, imagem, gráfico, tabela, diagrama, entre

outros, ou a combinação de um ou mais desses elementos, conforme discutiremos a

seguir.

Apontando um pouco mais de detalhes,

Basicamente, podemos afirmar que um slide é estruturado por três elementos gráficos: -Textos (textos curtos, frases, palavras-chave etc.). -Imagens (fotos, ilustrações, gráficos etc.). -Formas (marcadores, símbolos, caixas em diversos formatos (retângulos, círculos etc.), linhas (fragmentada, contínua, pontilhada etc.), sombras, transparências, etc.). Vídeos, sons e recursos animados ou interativos não estão sendo considerados como elementos gráficos, mas sim como elementos/recursos audiovisuais. (OLIVEIRA, 2020, p. 9, grifo do autor).

6.1 O título do slide

A preocupação com a formatação do título do slide de roteiro de apresentação,

como comentado anteriormente no capítulo 5, é pertinente porque todos os demais

títulos dos slides deverão ter o mesmo formato. Esse título precisa ser objetivo, claro e

não muito extenso. Pode aparecer apenas com a primeira ou com todas as letras em

maiúsculas; com ou sem negrito; à esquerda, centralizado ou à direita; com um

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64

determinado estilo e tamanho de fonte; cor da fonte dependendo do plano de fundo;

e o conteúdo ser extremamente fiel ao que estava no slide de roteiro.

Um pormenor relevante é que a estrutura dos títulos necessita ser uniforme, ou

seja, o formato atribuído ao primeiro slide de título e conteúdo, no caso o do roteiro,

servirá de base e tem de ser estendido para todos os demais slides da apresentação.

Por exemplo, ao decidir usar o título ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO todo em letras

maiúsculas, em negrito, alinhado à esquerda, com a fonte Arial, tamanho 36, cor da

fonte preta, determinada altura e posição na parte superior do slide, todos os títulos

dos outros slides aparecerão nesse formato. Por conseguinte, necessita reter esse

padrão de estrutura, formatação e aparência ao longo de toda a apresentação. Isso

reforça a ideia de organização e facilita uma melhor leitura da apresentação por parte

da plateia. À vista disso, é indispensável comentar, mais uma vez, a necessidade de

utilizar o slide mestre para produzir essa uniformidade. Vejamos os slides a seguir

com um padrão de formatação de título de slide.

A presença de título nos slides algumas vezes é controvérsia. Existem os

defensores de que não se deve colocá-lo em todos os slides. Os mais radicais

recomendam usar apenas no primeiro. Outros, mais serenos, que não necessita repetir

o título naqueles casos referentes ao assunto com muitos slides. Por exemplo, uma

apresentação com dez slides com o título RESULTADOS. Diante disso, recomenda-se

usar apenas nos dois primeiros e deixar os outros sem título. Pensamos completamente

diferente e defendemos absolutamente o contrário.

Um slide jamais aparecerá sem um título. Isso precisa ser evitado, pois pode

comprometer a estética do slide. O título é uma forma de ser transparente e situar a

plateia durante a apresentação. Por exemplo, uma pessoa que chega atrasada à

Slide 52

Slide 53

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65

apresentação, não sabe em que ponto ou qual a essência do slide que está sendo

exibido, caso não haja um título no slide. Vejamos exemplos.

Um erro muito comum relacionado aos títulos dos slides é que, durante a

exposição, há uma tendência de que o apresentador leia o título do slide sempre que

há uma transição de um assunto para outro. Isso não deve acontecer. Com o título no

slide, fica explícito quando se começa um novo assunto.

6.2 O uso de textos nos slides

É chegada a hora de começar a preparar os slides com o conteúdo da

apresentação propriamente dita. E, assim sendo, surgem as dúvidas de sempre: Por

onde começar? Quantas linhas e palavras por slide? Posso mesclar texto e imagem?

Devo usar todo o espaço destinado ao conteúdo do slide ou melhor dividir o conteúdo

em dois slides? etc.

6.2.1 Slides com muito texto

Uma das situações mais comum envolve o uso de slides apenas com texto. Mas

muito texto! E isso não tem que ocorrer ou pelo menos deve ser evitado. São muitos os

autores (OLIVEIRA, 2020; REATEGUI, 2020; ROMANI; TRAINA, 2009) que

preconizam que o excesso de texto nos slides estorva a apresentação. Isso porque

“Além de comprometer o visual da apresentação, tornando-o sem graça e cansativo,

Slide 54 Slide 55

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66

você, orador, será obrigado a disputar a atenção da plateia, pois ao usar uma

quantidade grande de informações, seu público certamente tentará lê-las e

automaticamente não prestará atenção em sua fala.” (OLIVEIRA, 2020, p. 9).

Há quem defenda que o excesso de informações nos slides pode, por exemplo,

permitir que o espectador possa ter mais facilidade de entender o assunto, bem como

tempo para fazer as devidas anotações. Isso pode realmente acontecer numa palestra,

num curso ou numa aula, mas não numa apresentação de trabalho acadêmico. Existe

um tempo a ser cumprido e isso pode prejudicar o andamento dos slides bem como a

própria apresentação.

No entanto, existem situações em que isso pode ocorrer. Slides com textos

longos “só são bem-vindos se forem parte ativa da apresentação oral, como por

exemplo, em uma apresentação sobre literatura, onde é imprescindível a leitura de

trechos de obras, juntamente com a plateia, com a finalidade de provocar reflexões e

explicações sobre o tema.” (OLIVEIRA, 2020, p. 9).

Destarte, jamais sobrecarregue os seus slides com texto. Isso pode, literalmente,

sacrificar e deteriorar a sua apresentação. Lembre-se de que não é necessário colocar

nos slides tudo o que está contido no trabalho escrito, tampouco na íntegra o que

precisa falar ou explicar sobre o assunto. A própria estrutura de um slide já determina

que isso não tem que suceder. Além do mais, muitos dos detalhes estão contidos na

parte escrita do trabalho. Veja alguns exemplos.

Esses tipos de slides são exatamente o que não pode jamais acontecer. O excesso

de texto ou frases muito longas em um slide remete a uma poluição, de fato, literal,

sobrecarrega a apresentação e deve ser evitado. Isso muitas vezes ocorre pela

facilidade de copiar/colar os trechos do trabalho acadêmico no slide numa tentativa

Slide 56

Slide 57

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67

de se evitar esquecer alguma coisa que é considerado importante na hora da

apresentação. Mas isso culmina transformando a apresentação em um ato entediante,

cansativo, desmotivante, enfadonho, angustiante, monótono e desinteressante e,

consequentemente, pouco atrativo. Ao contrário, transmite a impressão de algo

complexo e desorganizado.

O impacto desse cenário é que passa a impressão ou desconfiança de que a

grande quantidade de informação no slide é provocada pelo despreparo e

desconhecimento sobre o assunto, insegurança ou falta de tempo para se preparar.

Desse modo, preferiu arriscar-se com esse formato. Também pode caracterizar que não

teve tempo para se dedicar na elaboração dos slides, não sabe usar apropriadamente

os recursos existentes no programa, não teve a preocupação de pelo menos tentar

elaborar algo um pouco mais interessante, não estava interessado pela apresentação

ou que, de fato, é relapso. Em síntese, seus slides não merecem a atenção!

Ainda sobre o excesso de texto nos slides, o que temos observado ao longo de

todos esses anos é que o apresentador acaba sendo intimidado pela overdose de

palavras constantes nos slides. Desse modo, na incerteza de que se poderá lembrar de

todo o conteúdo ali exposto, acaba sendo naturalmente direcionado à tentação de ler

o contido nos slides. E é tudo o que, absolutamente, não pode acontecer. Jamais!

Ao optar pela decisão de ler, a impressão que passará é a de que é inseguro, não

se preparou adequadamente, não tem domínio do assunto ou não ensaiou o suficiente.

Tanto é assim que na reportagem da Revista Superinteressante sobre a ciência do slide

perfeito, uma das dez dicas dos maiores especialistas em PowerPoint sobre o assunto

foi a de que “Não repita para o público, em hipótese nenhuma, as frases que estão

escritas nos slides. Isso fará com que você seja ignorado.” (GARATTONI, 2009, p. 71).

Por outro lado, tampouco ignore os slides. Não faça de conta que não estão ali

ou que está cansado deles, já que teve tanto trabalho. E, por isso, fica todo o tempo de

costas. Esse não é o momento de externar essa crise de relacionamento. Os slides têm

a missão de guiar, orientar e facilitar a condução da apresentação. Por conseguinte,

devem ser apreciados e observados durante toda a apresentação.

6.2.2 Disposição de texto em tópicos e subtópicos

Ao preferir usar textos nos slides, seja por qual razão, reduza ao máximo a

quantidade, use frases pequenas e objetivas e organize as informações nos slides. O

ideal é utilizar o mínimo de texto possível. Uma das principais razões para decidir pelo

Page 68: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

68

uso de textos é a circunstância de não se ter conhecimentos necessários para manusear

adequadamente os recursos disponíveis nos programas para preparar a apresentação.

Outras razões são:

Apesar da recomendação de uso de imagens para ilustrar sua fala, em algumas situações isto pode não funcionar:

• quando você precisa apresentar uma citação direta; • quando você necessita trazer um conceito formal definido por

determinado autor; • quando o tópico em questão não for facilmente representável por

imagens. Nestes casos, podemos recorrer aos recursos textuais, lembrando que textos breves ajudarão o público a acompanhar sua fala sem necessariamente aumentar a carga cognitiva irrelevante. O uso de sequências de tópicos revelados um a também pode ajudar na apresentação de cada ideia sem aumentar demasiadamente a carga cognitiva irrelevante. (REATEGUI, 2020, p. 111).

Exemplificando melhor o contexto,

A dica é sempre usar texto corrido o mínimo possível. O texto deve ser direto e curto - não precisa formar frases completas. A Figura a seguir apresenta o mesmo conteúdo de duas formas: texto corrido e estrutura de tópicos. No slide a esquerda, a audiência pode tentar ler o texto e não conseguir prestar atenção ao que está sendo dito, desanimando e perdendo o interesse. Já o slide a direita força a audiência a acompanhar o que você estará falando.

Fonte: ROMANI; TRAINA, 2009, p. 29.

Page 69: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

69

No cenário de optar realmente pela composição de apenas texto nos seus slides,

a forma ideal de distribuir as informações é organizá-las em estruturas de tópicos e

subtópicos para melhor representá-las. Tanto os tópicos quanto os subtópicos devem

conter frases com os elementos principais que servirão de base para a argumentação

do discurso e curtas, preferencialmente, com não mais que duas linhas, o que significa

que não se deva extrapolar esse número, mas forçosamente tentar não exceder.

Dessa maneira, as informações nos slides ficarão mais organizadas, seguirão

uma ordem coerente e lógica, que servirá de guia durante a apresentação, e conterão a

essência do que é mais interessante abordar sobre os assuntos. Seja conciso e

pragmático. O propósito é destacar as ideias principais e não os argumentos e

explicações, que serão complementados durante a exposição. Vejamos os Slides 5824 e

59.

Os tópicos e subtópicos serão identificados por marcadores distintos e poderão

ter o mesmo tamanho de fonte, ou a fonte do tópico será um pouco maior, mas não

mais que dois pontos, da do subtópico. Assim, “é importante criar uma boa estrutura

visual para o material apresentado, diferenciando títulos, subtítulos e textos por meio

de tamanhos/tipos de fonte marcadamente distintos.” (REATEGUI, 2020, p. 112).

Ademais, o subtópico é recuado com relação ao tópico, ficando o seu marcador abaixo

da primeira letra da primeira palavra do tópico correspondente, de forma a

caracterizar a estrutura. Outro detalhe significativo é utilizar apenas um nível de

subtópico. Dessa forma, além de esteticamente mais agradável, também facilita o

entendimento da plateia e a explanação do apresentador.

24 Slide modificado do trabalho acadêmico de Guilherme Santos Souza.

Slide 59

Slide 58

Page 70: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

70

Os marcadores usados para reforçar a distinção de tópico e subtópico serão

padrão em todos os slides. Na verdade, “deve-se manter consistência na formatação

de elementos similares (títulos, subtítulos, marcadores, ...) ao longo de toda a

apresentação.” (REATEGUI, 2020, p. 112). É pertinente, preferencialmente, não usar

marcadores numéricos para não confundir com números ou com uma lista numerada.

Tampouco usar marcadores que tenham um símbolo já associado a algum significado.

Por exemplo, , que está associado à exclusão. Veja o exemplo do Slide 60.

Para não ter problemas com os formatos adotados, pode-se usar o slide mestre

para estandardizar os marcadores e os tamanhos das fontes dos tópicos e subtópicos,

assim como o recuo dos subtópicos.

Evite usar nos slides expressões como, por exemplo, na opinião de, segundo

fulano, de acordo com beltrano, desde o ponto de vista de sicrano e outras que

caracterizam uma citação, seja direta ou indireta. Priorize a citação indireta. Muito

provavelmente sentirá a necessidade de usar uma citação direta, como é o caso de citar

determinados parágrafos de uma lei, necessários para aclarar a explanação. Não é

proibida a citação direta, conforme discutimos anteriormente, apenas se tenta evitar o

excesso de texto nos tópicos.

6.2.3 Slides apenas com palavras-chave

Já foi aventado que não é recomendável o uso excessivo de textos nos slides.

Também que o uso de texto precisa ser usado com prudência. Outro formato que tem

de ser terminantemente preterido é o uso apenas de palavras-chave. Isso cria um certo

aspecto de adivinha: o que vou falar? Ou nos moldes das telenovelas brasileiras: cenas

Slide 60

Estrutura de tópico:

➢ Marcador;

Tamanho: 28.

Estrutura de subtópico:

✓ Marcador;

Tamanho: 26;

Recuado.

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71

do próximo capítulo. Enfim, nem muito nem tão pouco. Veja os exemplos dos Slides

61 e 62.

A preocupação com esse tipo de estrutura reside na situação de que o

apresentador pode esquecer de comentar alguns aspectos relevantes para a

apresentação. De resto, pode se perder no tempo da apresentação, uma vez que ao não

se lembrar do que necessita comentar, acaba improvisando e pode prolongar mais do

que o necessário em determinada abordagem, excedendo ou prejudicando o tempo

disponível para a apresentação.

6.2.4 Quantidade de palavras por linha e linhas por slide

Diante do exposto, surge a pergunta: existe limite de linhas por slide? São várias

propostas que encontramos na Internet para responder a essa questão. Há opção de

limitar a apenas cinco linhas por slide; outras ficam entre seis e dez linhas por slide.

Em situações extremas, recomenda-se usar 12 linhas.

Quando o assunto é especificamente a quantidade de palavras por linhas,

consultando, mais uma vez a Internet, encontramos sugestões das famosas regrinhas,

que variam do 6 x 6: 6 linhas x 6 palavras, ou seja, um limite de seis linhas dispostas

nos slides e em cada linha não mais que seis palavras. Também há quem sugere a regra

do 7 x 7: sete linhas por sete palavras, 5 x 7: cinco linhas por sete palavras, 6 x 7: seis

linhas por sete palavras, 7 x 8: sete linhas por oito palavras e, em casos mais extremos,

7 x 10: sete linhas por dez palavras.

Slide 61

Slide 62

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72

Claramente são sugestões para orientar no sentido de melhor organizar

esteticamente a apresentação. Mas existem uma série de detalhes por trás de todas

essas recomendações, seja pela fonte tipográfica usada, tamanho dessa fonte,

espaçamento e tamanho do slide, entre outros. Portanto, indubitavelmente, o bom

senso e a melhor distribuição determinarão a quantidade de linhas e palavras nos

slides.

Independentemente da quantidade de linhas e palavras no slide, tente

aproveitar o máximo possível a área destinada ao conteúdo, mas atente ao padrão que

está seguindo. Nada de diminuir tamanho de fonte, ajustar, apertar, mudar estrutura,

suprimir palavras ou abreviar palavras, enfim, para caber tudo no mesmo slide. Se não

couber as informações num slide e ficar faltando, por exemplo, apenas uma linha de

conteúdo, o correto é criar um novo slide, repetir o título e inserir o conteúdo da linha

nesse slide. Muito melhor que abarrotar tudo num único slide. Não se paga ainda pela

quantidade de slides numa apresentação realizada nas instituições públicas de ensino

superior. Talvez em breve! Veja o exemplo dessa situação nos Slides 63 e 6425.

6.2.5 Tamanho da fonte

Um cuidado especial ao usar apenas texto nos slides está relacionado ao

tamanho da fonte a ser usada para o conjunto de informações presentes no slide. Essa

atenção é marcante porque também tem implicação direta no produto final da

apresentação.

25 Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

Slide 63

Slide 64

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73

Consultando a Internet sobre o assunto, não existe um entendimento sobre os

tamanhos a serem usados. Isso é difícil de ser determinado porque envolve algumas

questões. Por exemplo, o estilo de fonte a ser usado, a escolha do tamanho do slide, o

tamanho do ambiente onde acontecerá a exposição, entre outras. Quanto maior o

espaço físico onde ocorrerá a apresentação, maior também será o tamanho da fonte a

ser usada nos slides para que todos os presentes no local possam visualizá-los

adequadamente de qualquer local.

Ainda sobre esse tema, encontramos na Internet sugestões de tamanho da fonte

para os títulos dos slides que variam desde 28 até 50. Já para o texto, o tamanho

recomendado oscila entre 20 a 36. De acordo com a nossa experiência ao longo dos

anos, sugerimos os tamanhos de 30 a 32 para os títulos e de 26 a 28 para o conteúdo

dos slides com apenas textos. Esses tamanhos não comprometem a visualização dos

slides, mesmo em lugares de tamanho mediano, que são, geralmente, os destinados às

apresentações no âmbito acadêmico.

Ainda que não exista um consenso sobre que tamanhos de fontes usar no slide,

é concordância absoluta de que tamanho da fonte muito pequeno, evidentemente, não

é recomendável, ou melhor, não deve ser usado para os slides que contêm apenas

textos. Isso, jamais!

Slide 65

32

28

18

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74

6.2.6 Pontuação

No caso de tópicos contendo apenas palavras-chave ou títulos de seções, como

no caso de objetivos geral e específicos apresentados no Slide 6726 a seguir, não é

interessante pontuar. A pontuação tanto entre tópicos com frases, como no Slide 6627,

como entre subtópicos de um determinado assunto, como no Slide 67, deve ser ponto

e vírgula (;) até o último, que conterá o ponto (.) final. Esse ponto final encerra em

ambas as situações o conteúdo relacionado ao assunto do tópico ou subtópico. Todos

os subtópicos necessitam ser pontuados.

O que deve ser evitado é não usar nenhuma pontuação no slide. Isso

confunde, por exemplo, se, de fato, os tópicos ou subtópicos relacionados ao assunto

encerraram num determinado slide ou continuam no seguinte.

No caso do Slide 66 apresentado previamente, o ponto (.) final no terceiro tópico

após a palavra Fibrinogênio significa que não existem mais tópicos referentes ao

assunto Introdução e, por conseguinte, não existe mais nenhum slide sobre o tema. No

Slide 67, o ponto (.) final após a palavra fundamentais no único subtópico do tópico

Geral revela que não existe mais nenhum subtópico sobre esse tema. No outro tópico,

Específicos, o último subtópico do slide encerra-se com ponto e vírgula (;) e não com o

ponto (.) final. Em tal caso, significa, evidentemente, que ainda existe, no mínimo,

outro slide contendo mais informações sobre os objetivos específicos.

26 Slide adaptado da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega. 27 Slide extraído do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

Slide 67

Slide 66

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75

6.2.7 Espaçamento

Existem dois tipos de espaçamento que pode ser configurado num slide. O

espaçamento acima/embaixo ou antes/depois, dependendo do software usado, do

parágrafo e o entre linhas. Dependendo do programa, algumas vezes, o espaçamento

entre parágrafos pode vir configurado com um valor diferente de zero. Vejamos os

casos do Impress e do PowerPoint.

Figura 14 – Configuração de espaçamento entre parágrafos e linhas no Impress do LibreOffice.

Fonte: Captura de tela do Impress.

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76

Figura 15 – Configuração de espaçamento entre parágrafos e linhas no PowerPoint da Microsoft.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Isso não é interessante porque se perde um pouco de espaço na área destinada

ao conteúdo do slide. Portanto, utilizando-se mais uma vez do slide mestre, deve-se

alterar essa configuração e colocar zero para todas as opções relacionadas ao

espaçamento entre parágrafos.

O espaçamento entre linhas de um slide, geralmente, é simples. Esse

espaçamento deve ser uniforme em todos os slides. No caso entre tópicos, deve-se usar

um espaço simples em branco separando os conteúdos. Nos subtópicos, a ideia é

aproveitar ao máximo a estrutura dos slides e, portanto, não se separam os conteúdos

com uma linha em branco. Deve-se ajustar um pouco o espaçamento entre as linhas,

de forma que seja maior que o espaçamento simples e menor que o espaço de uma

linha simples em branco. Isso é feito para melhorar e facilitar a organização dos

conteúdos, além de ser esteticamente mais agradável. Vejamos os Slides 6828 e 6929.

28 Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira. 29 Slide modificado do trabalho acadêmico de Guilherme Santos Souza.

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77

No Slide 68, o espaçamento entre os tópicos é de uma linha simples em branco.

No slide 69, o espaçamento entre os subtópicos é de 12 pontos, ou seja, menor que o

espaço de uma linha simples em branco, mas com um espaço mínimo para que as

informações não fiquem amontoadas. Sendo assim, organiza-se melhor a distribuição

das informações e aproveita-se mais a estrutura do slide.

6.2.8 Alinhamento

Todo o conteúdo de texto de um slide é alinhado à margem esquerda do slide,

independentemente se é tópico ou subtópico. Se analisarmos bem, a ABNT NBR 6023

(2018) também preconiza o mesmo para as referências. Isso se deve ao fato de que

como o tamanho da fonte dos textos é considerável e o espaço destinado ao conteúdo

do slide é um tanto limitado, ao se justificar, por exemplo, pode resultar em muito

espaço entre as palavras, o que esteticamente não é aprazente. E alinhar à esquerda

condiz com a nossa situação de escrever e ler a partir da margem esquerda para a

direita. O alinhamento justificado é o aplicado à parte escrita de um trabalho

acadêmico, pois ajusta visualmente o texto e produz uma melhor organização e

uniformidade.

Para melhor entender esse contexto, mostramos a seguir dois slides com o

mesmo conteúdo e a mesma formatação, mas o Slide 70 com as informações alinhadas

à margem esquerda e o Slide 7130, com o alinhamento justificado.

30 Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

Slide 68

Slide 69

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78

Em outros sistemas de escrita que se iniciam a partir da margem direita de uma

página, como o árabe e o hebraico, o alinhamento é à direita. Um exemplo desse

cenário em árabe é apresentado no Slide 7231. Mas não use esse artifício para

fundamentar a sua decisão. O indicado e desejado é o alinhamento à margem

esquerda.

31 Slide modificado da apresentação do Dr. Ahmed Ghalab Mohamed sobre sensoriamento remoto. Disponível

em:

https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj2

nLqU7u3vAhVWH7kGHU21DmQQFjAEegQIDRAD&url=http%3A%2F%2Fwww.aun.edu.eg%2Fmegwrm

%2Fsub%2Fworkshop2%2Fremote1.ppt&usg=AOvVaw2u2XV_enTQzvP2YT84WoQJ. Acesso em: 31 mar.

2021.

Slide 70

Slide 71

Slide 72

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79

6.2.9 Destacar palavras ou textos

Outro ponto que merece um comentário está relacionado à necessidade de

destacar determinados conteúdos nos slides.

Os recursos mais utilizados para evidenciar algo no conteúdo dos slides são:

colorir letras, usar aspas duplas, utilizar letras maiúsculas ou aplicar os recursos de

fontes: itálico, negrito ou sublinhado. Em alguns casos, chega-se a combinar um ou

mais desses elementos.

Use apenas o negrito se precisar realmente destacar algo. O uso das aspas

duplas só deve ser utilizado nos casos de citação direta, obedecendo à ABNT NBR

10520 (2002). Como habitualmente não se usa citação direta nos slides, necessita ser

evitada. O itálico somente é recomendado para grafar palavras estrangeiras que ainda

não tenham sido incorporadas ao nosso idioma ou nomes científicos de espécies. As

letras maiúsculas são empregadas apenas nos títulos. O sublinhado é reservado para

ações vinculadas a hiperlink sobre palavras ou textos. Também é interessante

esquivar-se do uso de letras coloridas, que “são muito úteis para destacar informações

em tabelas ou diagramas.” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30). Portanto, livre-se do uso

indiscriminado de realces nos slides.

6.3 Ilustrações e tabelas

Além de texto, é muito usual aparecer nos slides algum tipo de ilustração. De

acordo com a ABNT NBR 14724 (2011), que especifica os princípios gerais para a

elaboração de trabalhos acadêmicos, uma ilustração pode ser um desenho, um

esquema, um fluxograma, uma fotografia, um gráfico, um mapa, um organograma,

uma planta, um quadro, um retrato, uma figura, uma imagem, entre outros.

Dependendo do tipo de curso e área de conhecimento, o uso de algum tipo de

ilustração nos slides é mais usual que outros. Mas, inegavelmente, as imagens, os

gráficos e os quadros são alguns dos mais utilizados em geral. Outro elemento muito

usado para representar as informações são as tabelas.

Outros tipos de ilustrações são as formas nas suas mais variadas opções: simples

e de símbolos, fluxograma, textos explicativos, lista, processo, pirâmide, ciclo,

hierarquia, entre outras. É relevante aclarar que alguns desses tipos de formas podem

não estar disponíveis no software utilizado para a elaboração da apresentação.

Page 80: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

80

Sempre que possível use elementos gráficos para representar o conteúdo dos

slides. O uso desses recursos é muito indicado, porque transmite à apresentação um

maior dinamismo, organização e elegância. De mais a mais, propicia que a

apresentação se torne mais atraente, envolvente, agradável e elucidativa de se

visualizar e acompanhar. Isso porque comumente são mais aprazíveis de contemplar

do que uma grande quantidade, por exemplo, de textos ou números expostos. Oferece

um maior dinamismo à exposição. Também reforça a ideia de preocupação, de

dedicação e de compromisso em elaborar os slides, além de melhor uso dos recursos

de que o software dispõe. Na realidade, “ir construindo os gráficos, figuras, diagramas

e tabelas aos poucos demanda mais tempo para preparar a apresentação, mas os

resultados finais são muito melhores!” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).

À vista disso, para ser mais assertivo, ao invés de somente utilizar textos numa

apresentação, é extremamente aconselhável explorar o uso de texto associado aos mais

diversos tipos de ilustrações de forma a facilitar e melhor representar as informações

nos slides. A seguir mostramos alguns exemplos de apresentações que usam esses

modelos.

Os Slides 7332 e 7433 utilizam como formas: retângulos com cantos arredondados

com diferentes tipos de setas. Inclusive, com aplicação do recurso de rotação nas setas.

Caso necessário, reserve unicamente um slide para exibir a ilustração. Desse

modo, terá mais flexibilidade para construir o elemento, ajustar melhor as informações

e formatar adequadamente o tamanho da fonte a ser utilizada.

Nos Slides 75 e 7634 foram usados efeitos de forma para melhor destacar as

informações.

32 Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira. 33 Slide extraído do trabalho acadêmico de Samuel Fernandes Garcia. 34 Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

Slide 73

Slide 74

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81

Nos slides 77 e 7835 foram empregadas caixas de textos e chaves.

Os slides 79 e 8036 manipulam elipses e caixas de textos, que, agregadas, formam

um quadro.

35 Slides extraídos da apresentação de Gloria Londoño Monroy. 36 Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

Slide 75

Slide 76

Slide 77

Slide 78

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82

Uma preocupação especial com relação ao uso de elementos gráficos com textos

é com o tamanho da fonte a ser utilizada. Tente servir-se de tamanhos próximos aos

sugeridos para os slides com apenas textos. Existe uma maior flexibilidade quanto a

esse tamanho, uma vez que está atrelado ao elemento gráfico selecionado. Embora a

rigidez do tamanho não seja tanto como nos casos de slides com somente textos,

também deve-se evitar utilizar fontes pequenas. Mas existem algumas situações que

exigem realmente um tamanho pequeno para melhor se ajustar à forma, conforme se

pode ver no Slide 8137.

Ao evadir-se dos tamanhos muito pequenos, os espectadores mais distantes da

projeção, sobretudo em ambientes de tamanho considerável, agradecem pela

37 Slide extraído da apresentação de Mariella Adrián García.

Slide 79

Slide 80

Slide 81

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83

sensibilidade de não forçar o uso de binóculo para assistir a sua apresentação, como

acontece muitas vezes em grandes eventos esportivos ou musicais.

6.3.1 Imagens

O uso de imagens é bastante recomendado e essencial nos slides, pois torna a

apresentação mais rica, atraente e aprazível. Aqui se aplica a velha, e imaginemos o

quão é velha, e conhecida expressão popular: «Uma imagem vale mais que mil

palavras» de suposta autoria do filósofo chinês Confúcio, que viveu alguns séculos

antes de Cristo. Ademais, a imagem facilita na hora da exposição, uma vez que não se

precisa decorar nada, apenas entender o objetivo a que se pretende e evidenciar na

explanação. De mais a mais, “também evita a criação de uma apresentação que nada

mais é do que um conjunto de anotações para auxiliá-lo a lembrar do que precisa falar

em cada instante, anotações que possivelmente não vão ajudar o público a melhor

compreender sua mensagem.” (REATEGUI, 2020, p. 111).

Mas, como qualquer elemento, assim como para os textos, o seu uso requer

alguns cuidados.

[...] é preciso ter controle e critérios ao aplicar imagens em sua apresentação, lembre-se que apresentação com slides não é álbum de

figurinha! O ponto de partida é saber selecioná-las corretamente a fim de potencializar o conteúdo. As imagens tem a responsabilidade de tornar mais atraentes seus slides e ilustrar sua fala, desde que o foco continue em seu discurso. Dependendo das suas escolhas, as imagens podem estabelecer diferentes atmosferas para sua apresentação, com apelos visuais divertidos, inusitados, inesperados ou simplesmente informacionais. (OLIVEIRA, 2020, p. 10, grifo do autor).

Um dos erros mais comuns é usar imagem em um slide sem nenhum propósito.

A imagem é útil e fundamental quando se usa para identificar e extrair informações

durante a exposição. Mas se apenas compõe o slide e não tem nenhuma utilidade que

não seja meramente embelezá-lo, deve ser retirada. Aqui cabe bem outra conhecida

expressão popular: não adianta querer «encher linguiça». A imagem só deve estar

presente se estiver relacionada e contextualizada com o que se está apresentando. Sua

presença é substancial e significativa para aclarar um assunto abordado. Efetivamente,

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84

“todo elemento inserido em um slide deve ter uma razão de estar ali. Evite inserir

elementos apenas com a função decorativa, tente sempre alinhá-los com o conteúdo.”

(OLIVEIRA, 2020, p. 11).

Com relação à imagem a seguir, Slide 82, a foto38 apresentada é apenas

ilustrativa, já que a imagem original foi empregada indevidamente. Conforme a

indicação no slide, a imagem foi obtida de uma página de Internet. Mas a original está

disponível em um banco de imagens que exige o pagamento de uma taxa de R$ 45,00

para utilizá-la. A aluna comentou que não solicitou a permissão de uso e tampouco

pagou algo para adquiri-la. Desse modo, acreditamos que não tinha permissão de uso.

Além de a foto não ter sido explorada durante a explanação do assunto, o que

reforça a ideia de uso sem propósito, cabe uma advertência sobre a citação

correspondente. Esse assunto será discutido posteriormente, mas é considerável

destacar que a fonte de uma imagem não pode ser um link de uma página de Internet.

Muito cuidado ao decidir usar determinada imagem na apresentação. Se não é

do arquivo pessoal, só deve utilizá-la se estiver seguro da fonte original, inclusive se

tem permissão para reproduzi-la. Isso evita alguns problemas e constrangimento. Essa

preocupação ainda é maior caso tenha obtido a imagem da Internet.

[...] evite coletar imagens aleatoriamente na internet. Afirmo isso por duas razões básicas, a primeira é que você não corre o risco de ter problemas com violação de direitos autorais. Sempre que usar imagens que não são da sua autoria ou que você não tenha certeza da origem, referencie o lugar (livro, site etc.) de onde ela foi extraída.

38 Fonte: Imagem de Ewa Pniewska (2012). Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/labrador-c%C3%A3o-

animal-c%C3%A3ozinho-vista-380800/. Acesso em: 8 abr. 2021.

Slide 82

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85

A segunda razão é que existem muitas imagens com qualidades (resolução) ruins na internet e isso pode comprometer o visual da sua apresentação, conferindo-lhe um ar de amadorismo sem tamanho. (OLIVEIRA, 2020, p. 10).

O delito de violação de direitos autorais está previsto no artigo 184 do Código

Penal, que determina que violar direitos de autor e os que lhe são conexos pode

originar penas de: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa; ou reclusão, de

2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, dependendo do caso (BRASIL, 2003). Por

conseguinte, não é uma questão puramente de honestidade, mas também de

cumprimento de lei.

Uma solução disponível para sanar esse problema é:

Para aqueles que não dispõem de ferramentas, tempo ou habilidades para produzir suas próprias imagens, minha sugestão, baseado em minha experiência profissional, é sempre usar os bancos de imagens livres. Na internet é possível encontrar centenas de bancos repletos de imagens livres de direitos autorais que podem ser aplicadas em apresentações. Em muitos destes bancos, as imagens estão organizadas em categorias o que facilita bastante a busca e a seleção. (OLIVEIRA, 2020, p. 10).

O uso de imagens da Internet requer muita atenção. O fato de uma imagem ser

acessível na rede não significa que possa ser utilizada para qualquer fim. Por exemplo,

pode estar disponível apenas para uso não comercial. É indispensável saber como a

imagem é licenciada. Essa questão é tão séria que recentemente o Google Busca, um

serviço da empresa Google, passou a informar mais claramente sobre o licenciamento

das imagens.

Agora, mais compreensível, ao selecionar o sistema de buscas de imagens do

Google imagens, na opção de Direitos de uso do menu Ferramentas, vide figura 16,

dispomos de três opções: visualizar todas as imagens, independentemente do tipo de

licenciamento; imagens com licenças Creative Commons, que são licenças mais

permissivas; e licenças comerciais e outras, que geralmente são licenças mais

restritivas.

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86

Figura 16 – Interface do Google imagens/Ferramentas/ Direito de uso.

Fonte: Captura de tela do Google imagens.

Creative Commons é o nome de uma organização não governamental sem fins

lucrativos. O objetivo principal desta organização é ajudar os autores e criadores a

distribuir livremente suas obras para uso do público em geral e, assim, expandir o

número de obras criativas acessíveis a todos (BAIN et al., 2007). Para adentrar no

mundo das licenças Creative Commons, basta consultar a página oficial do projeto39

ou a da seção brasileira40.

Outra opção de obter imagens na Internet é acessar diretamente os repositórios

digitais de imagens ou também referenciados como banco de imagens. Podemos

encontrar repositórios com acesso gratuito ou que cobram pelo acesso às imagens ou

mistos, que combinam as duas opções anteriores. Além de imagens, uns oferecem

também vídeos, músicas, ilustrações, entre outras opções. Existe uma grande

quantidade de bancos de imagens gratuitos, até mesmo que oferecem imagens

também de excelente qualidade. Alguns dos mais conhecidos são: Pixabay41, Pexels42,

Fotos públicas43 e StockSnap44. Alguns, inclusive, sequer exigem que as imagens sejam

39 Mais informações em: https://creativecommons.org/. 40 Mais informações em: https://br.creativecommons.net/. 41 Mais informações em: https://pixabay.com/pt/. 42 Mais informações em: https://www.pexels.com/pt-br/. 43 Mais informações em: https://fotospublicas.com/. 44 Mais informações em: https://stocksnap.io/.

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87

devidamente creditadas. Mas, em todo caso, é sempre recomendável, ético e prudente

atribuir os créditos da imagem.

Como exposto, o tema de direitos autorais de imagem não é simples, requer

cuidados e conhecimento sobre o licenciamento das imagens. Portanto, sempre que

possível, tente usar suas próprias imagens.

Também deve-se ponderar se a imagem realmente está de acordo, por exemplo,

com os padrões esperados. Por exemplo, certa vez um aluno de Medicina Veterinária

apresentou um slide sobre procedimento de anestesia espinhal com uma imagem do

procedimento sendo executado sem as luvas. Obviamente, isso é inconcebível e

considerado um grave erro procedimental e que jamais pode ocorrer. A banca foi

incisiva e o constrangimento foi perceptível.

Outra preocupação com relação ao uso de imagem a ser utilizada na

apresentação está relacionada com a sua qualidade. Devem-se usar, preferencialmente,

imagens de alta resolução, que são mais nítidas e de melhor qualidade e de tamanho

apropriado para se ajustar perfeitamente ao espaço do slide. Desse modo, oferecem

uma melhor visualização e não comprometem a exposição. A nitidez e a qualidade da

imagem são componentes imprescindíveis na hora de decidir em usar uma imagem na

apresentação.

O mais comum é que se utilize uma imagem por slide. Em geral, aparece

centralizada. Caso venha com uma legenda associada, é preferível que seja alinhada à

esquerda e a legenda à direita. Em algumas ocasiões, dependendo do tamanho, podem

aparecer duas imagens no mesmo slide, seja em sentido vertical ou lado a lado. Nesse

caso, é primordial que haja uma conexão entre as imagens, a ponto de justificar a

circunstância. Mais que isso, analise se têm um tamanho adequado para serem usadas,

se não produzem um excesso de informação ou se o slide não fica visualmente

carregado. Observe atentamente a distribuição, a harmonia e a disposição das

imagens, que precisam ser uniforme e padrão.

Evite usar imagens pequenas ou reduzidas. Procure respeitar o tamanho

original da imagem, pois, às vezes, expandi-la acaba afetando a qualidade e,

consequentemente, a nitidez. Mas vale ressaltar que existem programas que podem

ajudar nesse processo. Tome precaução também com imagens provenientes de

material escaneado. O resultado pode não ser o esperado.

Quanto ao tamanho da fonte para descrever a identificação e a fonte da imagem,

o tamanho recomendado é 18 ou 20. Caso a identificação da imagem ocupe mais de

uma linha, a segunda linha deve ser alinhada abaixo da primeira letra da primeira

palavra do título. Outro detalhe é com relação ao símbolo separador da palavra

Page 88: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

88

designativa da ilustração da identificação. Os símbolos costumeiramente usados são:

o hífen (-), o travessão (–) ou dois pontos (:). O detalhe é que tem de estandardizar o

símbolo a ser utilizado. Um resumo dessas orientações pode ser visto a seguir no Slide

8345.

Outra ponderação diz respeito à quantidade de imagens utilizada numa

apresentação. Obviamente, não existe um número determinado. Mas o bom senso

predomina. Use a quantidade que achar relevante, interessante e essencial para validar

a apresentação.

6.3.2 Gráficos x Tabelas

Outros dois elementos bastante comuns nos slides são os gráficos e as tabelas,

muito usados para expor dados quantitativos. Sempre que possível, opte por gráfico

pela facilidade de se visualizar e de interpretar as informações representadas,

comparando com o conjunto de dados numéricos expostos numa tabela. As tabelas são

mais habitualmente usadas na parte escrita dos trabalhos.

Ao optar por tabela, tenha o cuidado de verificar se a quantidade de colunas e

linhas usadas podem ser bem visualizadas no slide. Usualmente, selecionam-se as

partes mais relevantes para melhor reproduzir as informações. Dessa maneira, reduz-

se a quantidade de linhas e de colunas necessária. Outra forma de destacar os dados

mais interessantes constantes na tabela é utilizar escala de cores para destacá-los, seja

uma coluna, uma linha ou mesmo alguns dados aleatórios constantes na tabela. Outro

recurso pode ser o uso de animação.

45 Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

Slide 83

18

18

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89

É preciso cuidado especial com o uso de cores que já possuem uma semântica conhecida, como o vermelho (erro, problema, fim) e o verde (ok, correto, avançar). Use-os de acordo com seu significado, para não confundir a audiência. O uso de cores complementares é bastante recomendado, pois elas criam contraste de forma harmônica. Exemplos de cores complementares são: azul e laranja, vermelho e verde, amarelo e violeta. Seja consistente com o uso das cores na apresentação como um todo. [...]. As cores podem ser usadas para destacar palavras ou partes do texto, e são muito úteis para destacar informações em tabelas ou diagramas. (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).

As mesmas orientações e observações elencadas para o uso de imagens também

são pertinentes aqui, assim como para qualquer outra ilustração. Tanto os gráficos

quanto as tabelas devem ser identificados. Também a fonte necessita ser referenciada,

ainda que de autoria própria e deve-se primar pela transparência, qualidade e

tamanho que se ajustem perfeitamente ao slide.

Um erro muito recorrente nos trabalhos acadêmicos está relacionado ao uso de

tabela. Aqui vale um esclarecimento relevante. A ABNT NBR 14724 (2011) estabelece

que as tabelas devem ser padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). De acordo com as normas de apresentação tabular do IBGE, uma

tabela tem como elemento principal o dado numérico e “a moldura de uma tabela não

deve ter traços verticais que a delimitem à esquerda e à direita.” (IBGE, 1993, p. 15).

Caso haja essa delimitação, estamos nos referindo a quadros.

Figura 17 – Exemplo de tabela.

Page 90: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

90

Figura 18 – Exemplo de quadro.

Fonte: Elaboração própria, 2018.

A seguir, mostramos dois slides, Slides 84 e 8546, que utilizam um gráfico e um

quadro, respectivamente, para representar as informações durante uma apresentação.

6.4 Animações

Ao optar pelo uso de ilustrações, um recurso disponível nos programas que

combina adequadamente com esses elementos é o uso de animações. Essa conjunção é

perfeitamente viável e acrescenta ainda mais dinamismo ao grupamento de slides da

apresentação. Se utilizada apropriadamente, pode ser um diferencial na apresentação.

Mas, como qualquer recurso, o uso requer uniformidade, consistência, cuidados, e o

excesso deve ser refreado. Aqui também vale a máxima: seja objetivo.

46 Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

Slide 84 Slide 85

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91

Os softwares para desenvolver apresentações possuem inúmeros recursos para animar slides. Usados com parcimônia, eles podem deixar sua apresentação um sucesso. No entanto, exageros podem transformar a apresentação num desastre. [...] Use animação para chamar a atenção dos espectadores, mas sem provocar cansaço: animação em demasia torna a apresentação pesada e cansativa. Animações nas transições entre slides devem ser usadas com parcimônia, para valorizar o que merece destaque. Se você prevê que poderá precisar voltar para um slide anterior, nunca anime o que estiver entre aquele slide e o atual. (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).

Mas tenha cuidado, pois as “animações podem não funcionar adequadamente

em todos os equipamentos e versões de software, por isso é preciso testá-las antes ou

levar seu próprio equipamento para evitar transtornos.” (ROMANI; TRAINA, 2009, p.

31).

Há quem não aconselha o uso de animação em slides. Mas isso só faz sentido se

o emprega, por exemplo, por questão de estética ou somente para exibir texto sem estar

associado a algum tipo de ilustração. Portanto, analise se realmente faz sentido utilizá-

lo no contexto.

Outra observação pertinente é determinar se esse recurso se aplica à ilustração

como um todo ou individualmente a cada elemento que a compõe. Essa seleção é

estabelecida de acordo com o objetivo da representação. Lembre-se de que,

dependendo da escolha, ainda tem de controlar a quantidade de vezes que terá de

clicar no mouse ou no passador de slides para simplesmente passar os elementos

individuais da ilustração. Nessas situações, de fato, vale analisar racionalmente o

melhor uso do recurso. Na maioria das vezes, a opção pela exibição dos elementos

individuais reforça e melhor estrutura a apresentação. Vejamos os exemplos dos Slides

86 e 8747. No 86, é aplicada a animação de forma aos elementos individuais da

ilustração, que vão surgindo de acordo com a explanação. No 87, o formato final da

ilustração.

47 Slides extraídos da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

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92

Nos Slides 88 e 8948, são aplicados vários recursos de animação: esmaecer,

aparecer, diagonal para baixo e para a direita, flutuar para dentro e linhas com

movimentação que vão também surgindo no transcorrer da exposição até o formato

final representado no Slide 89.

48 Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

Slide 86 Slide 87

Slide 89 Slide 88

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93

Nos Slides 90 e 9149, exemplo de formatos que usam deslocamento de estruturas

durante a apresentação até o resultado final mostrado no Slide 91.

Uma preocupação adicional é com a sequência de exibição dos elementos

individuais da ilustração. É importante observar justamente a ordenação desses

elementos para que não ocorram erros durante a explicação. Isso é considerado um

erro relevante e corrobora a falta de atenção, zelo e desorganização na elaboração dos

slides. Veja o exemplo a seguir.

Na mesma linha, mas menos preocupante é a desatenção na sequência de

aparecimento da citação dos autores quando presente em slide com estrutura de

animação. Em tal caso, a citação aparece atrelada ao primeiro elemento da ilustração,

conforme se pode ver nos Slides 94 e 9550.

49 Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García. 50 Slides extraídos do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

Slide 91 Slide 90

Slide 92 Slide 93

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94

Uma ponderação necessária na hora de usar a animação recai sobre que tipo de

animação é a mais indicada para a sua apresentação. Quanto a isso, a mesma

orientação: o excesso também não é recomendado. Procure selecionar animações

discretas, sem firulas e funcionais. Efeitos bumerangue, laço, flash, girar, elástico,

loops, entre outros, são tipos que precisam ser descartados. Dessa forma, a orientação

é: “Não inclua animações que possam entediar a plateia. Lembre-se de que muitas

vezes, o menos é mais. Então, não anime tudo!” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 31).

Para complicar ainda mais a conjuntura, existem ainda por cima os que decidem

incorporar o uso sonoro ou o GIF51 animado associado aos efeitos de animação. Para

exemplificar esse contexto, mostramos a seguir alguns GIF que foram usados numa

determinada apresentação. Cada slide trazia um GIF animado na parte inferior da

margem da direita do slide. Alguns GIF representados são quase que imperceptíveis.

51 Acrônimo da expressão inglesa Graphics Interchange Format. Em português, Formato de Intercâmbio de

Gráficos.

Slide 94 Slide 95

Page 95: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

95

Figura 19 – GIF usados nos slides.

É desnecessário argumentar que foram utilizados indevidamente e desviou a

atenção de todos no decorrer de toda a apresentação. No tocante ao uso sonoro nos

slides, discutiremos esse recurso posteriormente quando abordaremos o aspecto de

transição dos slides.

Uma advertência aos usuários que decidem fazer uma cópia de segurança da

apresentação no formato PDF52 visando prevenir possíveis problemas que possam

ocorrer com o software e/ou o computador utilizado na apresentação é que esse

formato, em linhas gerais, não conserva as animações preparadas e contidas no

arquivo original da apresentação. Ainda que já seja possível incluir áudios, vídeos e

objetos interativos em arquivos nesse formato, a maioria dos visualizadores gratuitos

e mais usados não oferece esse recurso. Portanto, todo o trabalho de animação presente

nos slides será perdido. Mas, de todas as formas, não deixa de ser uma alternativa

pertinente para uma circunstância delicada em que se realmente necessita fazer a

apresentação.

52 É a sigla para a expressão inglesa Portable Document Format. Em português, Formato Portátil de Documento.

Page 96: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

96

6.5 Transição de slides

É muito recorrente o equívoco de considerar os recursos de animação e

transição de slides como sendo semelhantes. Apesar de que ambos incorporam efeitos

aos slides, na realidade, tratam-se de dois recursos distintos. A animação é o efeito que

aplicamos em alguns elementos dos slides como imagens, gráficos, formas, etc., ao

passo que a transição é o aplicado ao slide propriamente dito quando se passa de um

slide para outro durante a apresentação.

O recurso de transição de slides é bastante comum nos softwares de

apresentação. Geralmente, encontramos disponíveis diversos efeitos de transição

nessas ferramentas. Apesar de ter quem defenda o seu uso por considerar que é um

recurso atraente e que porta dinamismo às apresentações, consideramos que, na

prática, esses efeitos não contribuem muito para a essência de uma apresentação. Pode,

inclusive, resultar no contrário. Assim sendo, não é necessário ser aplicado nas

apresentações. A simplicidade nessa situação também é sensata.

Imaginemos uma apresentação que ao clicar com o mouse ou usar o passador

de slides para avançar para o próximo slide, o slide começasse a piscar, cair,

transformar-se em um aviãozinho de papel, num jogo de damas, etc. Alguns desses

efeitos de movimento nada discretos disponíveis em alguns programas são: Piscar,

Queda, Compressão, Avião, Xadrez, Barras, Jogo de damas, Vórtice, Noticiário, entre

tantos outros.

Para degenerar ainda mais o contexto, existem os que usam os recursos de

transição com efeitos sonoros. Conjecturemos que a cada passada de slide, a transição

venha acompanhada sonoramente de uma bomba, explosão, buzina de trem, cavalo

relichando e assim por diante. Evidentemente que se trataria de casos mais extremos

do uso desses recursos, porém completamente possível de acontecer em se tratando

de experiências com seres humanos providos de mentes extraordinárias e criativas.

Permita-nos relatar uma experiência nesse cenário. Participamos de uma

apresentação em que um aluno usou recursos de transição de slides com efeito sonoro

de uma chicotada. Se a finalidade era chamar a atenção ou impressionar, o objetivo foi

plenamente alcançado. Ninguém se lembra do conteúdo da sua apresentação, mas

todos recordam vivamente das chicotadas. É salutar advertir que esses tipos de

recursos podem deixar a apresentação mais lenta dependendo dos recursos de

hardware da máquina utilizada para a exposição.

Diante do exposto, aconselhamos não usar esses recursos na apresentação.

Utilize a forma padrão, melhor dizendo, sem nenhum recurso de transição na

Page 97: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

97

passagem de slides. A não ser que considere os seus slides nada envolventes ou que

não se preparou adequadamente para a exposição. Dessa forma, deduz que usar esses

recursos seria uma boa forma de distrair a banca e os espectadores para obscurecer

essa realidade. Lembre-se: o apresentador é a grande atração do palco e os slides são

os coadjuvantes que ajudarão a compor o cenário de uma apresentação. A seguir

exibimos dois slides que utilizam o efeito de transição de girar em sentido horário com

quatro raios durante a apresentação. O impacto mais parecia uma transversalidade

rumo ao túnel do tempo.

Quando falamos em transição de slides, naturalmente pensamos no processo de

avançar para o próximo slide da apresentação. Mas há quem decida fazer o contrário

durante a exposição, ou seja, retroceder para um determinado slide. Isso algumas

vezes ocorre nas apresentações e é considerado um erro. Portanto, precisa ser evitado.

Simplesmente, não faz sentido. Analise essa conjuntura durante a preparação dos

slides. Explore ao máximo cada slide durante a apresentação, de forma que não seja

necessário tal situação. Pode-se caracterizar uma falha na organização e elaboração dos

slides. Caso seja realmente imprescindível, a melhor solução seria repetir o slide.

6.6 Vídeos e áudios

Outros elementos que podem ser usados numa apresentação são o vídeo e o

áudio. Mas somente os utilizem se realmente forem essenciais para os propósitos da

apresentação.

Para ser utilizado, o vídeo deve, preferencialmente, estar armazenado no

próprio computador da apresentação. Alguns programas também oferecem a

possibilidade de usar vídeo disponível na Internet. Em tal caso, evidentemente, a rede

deve estar acessível e disponível no local da apresentação. É prudente pensar em um

Slide 105 Slide 106

Page 98: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

98

plano de contingência para o caso de perda de conexão com a Internet no momento da

apresentação. Nesses casos, alguns optam por baixar o vídeo a ser usado. Mas tenha

cuidado, porque nem sempre isso é possível e permitido. Sendo assim, seja prudente

ao descarregar o vídeo no computador e usá-lo na apresentação. Certifique-se se a ação

de baixar o vídeo é legal ou não. Além do mais, os vídeos também são protegidos por

direitos autorais.

Outra preocupação é comprovar se o formato do vídeo a ser usado é suportado

pelo programa, posto que existe uma grande variedade de formatos de arquivos de

vídeo disponíveis no mercado. É necessário selecionar um tipo de formato compatível

com o software em uso. Caso contrário, não será possível reproduzir o vídeo. Não

obstante, existem utilitários disponíveis na Internet que convertem arquivos de um

determinado formato para outro. Geralmente, os softwares de apresentação suportam

os formatos de arquivos de vídeos mais comuns e populares.

As versões mais recentes de alguns programas já incorporam os vídeos

diretamente na apresentação, de forma que não mais haverá problemas em transportar

a apresentação para qualquer outro computador ou dispositivo de armazenamento,

pois o arquivo de vídeo estará vinculado à apresentação como, por exemplo, uma

imagem. O único problema nesse caso é testificar que o vídeo não deixará o arquivo

de apresentação demasiado grande, o que poderá tornar a apresentação mais lenta ou

mesmo travar durante a exposição. Isso também pode dificultar de alguma forma o

envio da apresentação pela rede.

No caso de extrapolar o limite de tamanho permitido para anexos pelo servidor

de e-mail, pode-se optar por um serviço de correio eletrônico que disponibilize um

serviço de armazenamento em nuvem para administrar essa situação e incluir um link

de download para compartilhar o arquivo. Ademais, há um número crescente de

ferramentas simples de compartilhamento de arquivos que tornam essa tarefa ainda

mais fácil. É o caso, por exemplo, do WeTransfer53, que é um interessante serviço on-

line e completamente gratuito, que oferece hospedagem temporária de arquivos.

Algumas ponderações sobre o uso desse recurso são: deve ter uma identificação,

citar a fonte, ser de curta duração e de boa qualidade de áudio e imagem. Um cuidado

especial necessita ser tomado com relação ao tempo do vídeo. O bom senso aqui

prevalece. O excesso também é desaconselhável.

Além do vídeo, outro recurso de mídia que pode ser usado nos slides é o áudio.

As mesmas observações, cuidados e orientações elencadas e citadas anteriormente

53 Mais informações em: https://wetransfer.com/.

Page 99: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

99

para os vídeos são completamente pertinentes e aplicáveis para os arquivos de áudios

que se desejam inserir numa apresentação.

6.7 Citações

O uso de citações nos slides também é obrigatório, assim como no trabalho

escrito. Afinal de contas, os slides são um resumo do conteúdo da parte escrita. E não

as usar é caracterizado plágio. E plágio imperiosamente não pode ser subestimado,

considerando as diversas consequências jurídicas e administrativas que podem

acarretar.

O formato utilizado para fazer as devidas citações, tal como no trabalho escrito,

deve obedecer às normas da ABNT NBR 10520 (2002). Use, preferentemente, citações

indiretas, pois são mais objetivas e práticas nos slides. Existem algumas opções para

que se façam as citações nos slides. A seguir, apresentamos alguns exemplos de

citações nos slides.

A citação deve vir no final associada a cada tópico ou subtópico quando se

referir a autores distintos para cada sentença do slide, vide Slide 96, ou desmembrada

e imediatamente abaixo das sentenças e separada, conforme se pode ver no Slide 9754.

Outra forma de fazer alusão a todos os autores citados é especificá-los numa

citação conjunta. Nessa situação, divide-se o slide em duas colunas e,

preferencialmente, descreve-os na coluna da direita. Caso necessário, pode-se

continuar na linha seguinte, mas jamais separando as informações da citação. Por

exemplo: autores em uma linha e ano abaixo. A seguir, exibimos os Slides 98 com a

54 Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

Slide 96

Slide 97

Page 100: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

100

citação correta dos autores, e 9955, em que a citação dos autores LOPES; BIONDO;

SANTOS, 2007 está errada, pois houve uma separação dos autores da obra, o que não

é conveniente. O Slide 98 contém o mesmo conteúdo do Slide 96, reproduzido

anteriormente, mas com um formato diferente de citação, mas ambas estão corretas.

A sequência da citação nos slides apresentados anteriormente obedece ao que

preconiza a ABNT NBR 10520 (2002, p. 3), que designa que “as citações indiretas de

diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, devem ser

separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética.”.

No Slide 10056, que contém texto e ilustração, todo o conteúdo do slide foi

retirado de um único trabalho.

Atente para os detalhes inerentes às citações conforme orientação da ABNT

NBR 10520 (2002). Observe que a citação necessita estar presente no slide sempre que

necessária, mesmos nos casos em que uma determinada sentença de um autor fique

55 Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha. 56 Slide adaptado do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

Slide 98

Slide 99

Slide 100

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101

na última linha de um slide e outra na primeira do slide subsequente. Em ambos os

casos, a citação precisa ser feita.

No trabalho escrito, conforme a ABNT NBR 14724 (2011), toda ilustração deve

ter uma identificação na parte superior. Na parte inferior, deve ser citada a fonte

consultada, ainda que seja do próprio autor. O mesmo se aplica aos slides. Mas o que

observamos na prática é que nos slides tanto a identificação da ilustração quanto a

citação de autoria própria não são muito comuns. Não obstante, quando a fonte não é

citada, incontestavelmente, subtende-se que é do próprio autor. Mas isso requer

cuidado, pois, no caso de esquecimento da devida citação, isso pode provocar

constrangimentos no futuro. Por isso, uma boa tática é sempre documentar o trabalho

escrito assim como os slides com essas informações. Veja o exemplo do Slide 101.

Com relação às imagens, os mesmos cuidados com a identificação e a fonte

devem ocorrer. Outro pormenor é que qualquer alteração que venha a ocorrer na

imagem deve ser registrada e explicitada na descrição da fonte, através de expressões

como modificada de, alterada de, adaptada de, entre outras. Uma particularidade

importante: sempre que possível forneça a informação do número da página da fonte

original. Dessa forma, qualquer pessoa interessada na imagem terá acesso direto à

original consultando o seu trabalho.

Para imagens pessoais, é apropriado caracterizar esse detalhe. Podem-se usar

expressões do tipo: arquivo pessoal, fotografia do autor, entre outras, conforme o Slide

10257. Para a citação de imagens alteradas, considere fazer a citação como se estivesse

incluída na sentença, quer dizer, em letras maiúsculas e minúsculas e ano e número da

57 Slide extraído do trabalho acadêmico de Samuel Fernandes Garcia.

Slide 101

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102

página, se houver, dentro dos parênteses. Veja o exemplo do Slide 103. Nos demais

casos em que não houver modificação da imagem original, use letras maiúsculas para

a fonte. Se houver mais de um autor na obra, são separados por ponto e vírgula (;). O

ano e a página aparecem fora dos parênteses, de acordo com o Slide 10458.

6.8 Referências

Ao contrário das citações, não se colocam referências nos slides quando a

apresentação está associada a um trabalho acadêmico como TCC, dissertação, tese,

artigo ou outro qualquer. Caso alguém tenha interesse nas referências, basta consultar

o referido trabalho, uma vez que, praticamente, todos estarão disponíveis na Internet.

De mais a mais, não é usual comentar ou explicar as referências numa apresentação.

As referências são recomendadas e mais utilizadas em palestras quando o

palestrante deseja proporcionar o material que serviu de base para a exposição, assim

58 Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

Slide 102

Slide 103

Slide 104

Page 103: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

103

como recomendar algumas obras, sites, vídeos, entre outros, caso alguém deseje se

aprofundar sobre o assunto.

6.9 Erros de digitação, ortográficos e gramaticais

Uma das principais preocupações ao término da elaboração dos slides é

certificar que não existem nos slides erros de digitação, ortográficos, gramaticais, entre

outros. Como a própria palavra já caracteriza: erros, e erros precisam ser evitados, pois

estorvam a apresentação e demonstram desleixo. Se isso é seriamente exigido no

trabalho escrito, a mesma regra e preocupação também se aplicam aos slides. Portanto,

antes da apresentação é extremamente recomendável pedir ou mesmo pagar a alguém

para fazer uma revisão e as devidas correções.

Em alguns casos, uma simples verificação ortográfica disponível nos programas

já pode diminuir alguns erros. Muitos, na prática, são desatenção e falta de tempo para

a revisão, ocasionada pela costumeira mania de deixar tudo para a última hora ou

mesmo porque não teve tempo suficiente. É ponderoso reforçar a possibilidade de

incorporar um dicionário mais completo ao software e assim dispor de uma

ferramenta mais ampla para efetivar esse tipo de revisão.

Uma estratégia que também pode ser usada é abandonar a apresentação por um

ou alguns dias, sentir a sensação de alívio profundo com algo que estava realmente lhe

consumindo e, passado esse período, volta a revisar e descobre-se que alguns erros e

detalhes passaram despercebidos e necessitam ser retificados.

Esse contexto de não se observar a revisão de erros em geral é tão perigoso que,

mesmo que os slides estejam bem elaborados e a exposição tenha sido convincente,

pode prejudicar a apresentação, causar constrangimento e resultar em algo

negativamente marcante. E como o ser humano parece gostar mais de recordar dos

aspectos negativos, os seus erros serão muito mais profundissimamente lembrados do

que a apresentação em si.

6.10 Obrigado!

E chegamos ao fim. Ufa, até que enfim!

De modo algum encerre a sua exposição com a famosa tela preta padrão

disponível em alguns softwares de apresentação. Ao encerrar repentinamente a

Page 104: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

104

apresentação desse modo, perdurará uma sensação de que ficou faltando algo. No

Slide 107, apresentamos a tela de encerramento do Impress do LibreOffice. No Slide

108, a do PowerPoint do Microsoft Office.

Finalize a apresentação com um slide contendo um, pelo menos: Obrigado!

Muito obrigado! Ou Obrigado pela atenção! É uma forma elegante e explícita de

determinar o fim da exposição. Esse slide serve como critério para determinar o fim da

apresentação e, portanto, também deve ser expressivo.

Esse agradecimento tem dupla função. Por um lado, agradecer a atenção e o

comparecimento dos presentes em participar da exposição, seja por interesse no

assunto, curiosidade ou solidariedade de apoio moral e afetivo. Por outro, responder

aos supostos aplausos que comumente acontecem ao término de uma apresentação.

Esse não é o objetivo principal, mas melhor que aconteça. Mas não se preocupe se não

ocorrer. Talvez a plateia não saiba que pode aplaudir ou que está tão inebriada com a

apresentação que ficou sem reação. Embora pareça redundante, mas não esqueça de

falar o obrigado ao término da apresentação. E por assim expressar, segue um:

Slide 107 Slide 108

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105

Em várias oportunidades nos deparamos com alunas que traziam no slide final:

Obrigado! No início, alertava que o correto gramaticalmente seria a mulher dizer:

Obrigada! Até que um dia, uma me interpelou: Só por isso, Professor. Mas se eu quiser

dizer obrigado, qual o problema? Apesar do mesmo esclarecimento, decidi buscar

alguma informação sobre esse assunto na Internet. E, de fato, existiam novidades. E já

são vários os artigos que expressam a possibilidade de as mulheres também usarem

obrigado para agradecer.

Do ponto de vista da tradição, trata-se simplesmente de um erro, um sinal de desleixo com o idioma. A maioria dos falantes nunca parou para pensar nisso, mas o sentido de nossa mais consagrada fórmula de agradecimento é “fico-lhe obrigado”, isto é, “passo, a partir deste momento a ser seu devedor”. Logo se vê que obrigado, aí, é um adjetivo. Naturalmente, exige que a ele se apliquem as flexões cabíveis de número e gênero: obrigada, obrigados, obrigadas. Acontece que esse papel de adjetivo vem se perdendo há muito tempo na palavra “obrigado” quando a empregamos com o sentido de “grato”. Hoje o termo costuma ser usado como interjeição, o que torna natural que seja compreendido como invariável. Portanto, o que de certo ponto de vista é um erro indiscutível também pode ser encarado como uma mutação linguística em curso. (RODRIGUES , 2014, on-line).

Ante o exposto, caso alguma aluna deseje colocar obrigado no último slide, já

sabe que, numa perspectiva mais moderna da nossa língua, isso é perfeitamente

possível. Em todo caso, deve estar preparada e ter em mente essa flexibilidade no caso

Slide 109

Page 106: DESMISTIFICANDO A CRIAÇÃO DE SLIDES ACADÊMICOS: O …

106

de ser advertida sobre um possível erro. Com classe, conhecimento e argumento,

justificará o uso e, muito possivelmente, impressionará a todos.

Assim como o primeiro slide, o de apresentação também tem o formato livre.

Sendo assim, podem-se colocar informações para contato, imagens, frases, etc. Mas

muito cuidado com o uso desses complementos. O fornecimento do contato é mais

comum para palestrantes que, gentilmente, fornecem um meio para que alguém da

plateia possa contatá-lo, acaso deseje obter mais informações e orientações sobre o

assunto. Na academia, é mais usual quando da participação em eventos como

congressos, simpósios, entre outros. Mas nada impede que possa ser utilizado noutro

tipo de apresentação. Veja o Slide 110.

Sobre o uso das imagens, é considerável que seja algo relacionada ao assunto

abordado. Não a utilize como marca d´água e seja cuidadoso com os direitos autorais,

caso não seja do arquivo pessoal. Certa vez um aluno apresentou um projeto cujo tema

envolvia um trabalho com cães e concluiu com um slide de obrigado com imagens de

gatos. Evite esse tipo de embate.

Um exemplo de agradecimento com imagem é mostrado no Slide 11159. Vale

comentar que decidimos buscar uma imagem no site Pixabay para exemplificar os

modelos apresentados pelos nossos discentes, uma vez que, nesses casos, a maioria

utiliza imagens sem citar a respectiva fonte. Apesar de no site mencionar: «Atribuição

não requerida», aproveitamos para comentar, mais uma vez, a necessidade de sempre

atribuir os respectivos créditos.

59 Fonte: Imagem de Jean-Pierre Duretz (2017). Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/cavalos-natureza-

gr%C3%A1tis-animal-2031089/. Acesso em: 31 mar. 2021.

Slide 110

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107

O uso de frases também segue na mesma direção. Se for relacionada ao contexto

da apresentação, poderá ser interessante. Em todo caso, é oportuno ter uma

justificativa para que esteja na apresentação. No slide 11260, a apresentação era

referente a um assunto da área de Direito. No Slide 113, relacionada ao tema de

software livre.

Mas muito cuidado na tentativa de parecer inovador, audacioso ou mesmo

diferente. Evite algo dos tipos, por digamos audaciosos além da conta, que serão

mostrados a seguir.

60 Slide extraído da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

Slide 112

Slide 113

Slide 111

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Diferentemente de um palestrante, que usualmente destina o último slide para

as perguntas, na academia e em eventos científicos, essa situação é previsível. É parte

integrante do processo que ao término da apresentação haverá um espaço para

perguntas ou questionamentos. Sendo assim, não se faz necessário um slide para

perguntas.

Slide 114 Slide 115

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A ideia desse capítulo é elencar alguns cuidados e preocupações que são

necessários antes e durante a apresentação. Serão reforçadas orientações consideradas

importantes para melhor assegurar uma apresentação mais tranquila, convincente e

sem surpresas desagradáveis, mas sem estender muito e fugir dos famosos clichês

sobre o assunto.

As dicas orientativas mais comuns, certamente, já foram comentadas e expostas

de certo modo em algumas ocasiões. Algo como:

• Falar de maneira clara, objetiva e devagar, mas sem robotizar;

• Mover-se, mas não tentar fugir do ambiente da apresentação;

• Não permanecer de costas para os espectadores durante a apresentação, como se

estivesse tentando invocar a ajuda divina;

• Evitar manter-se com as mãos na cintura, assemelhando-se a um personagem de

faroeste norte-americano;

• Esquivar-se das mãos no bolso;

• Ficar olhando repetidamente o relógio;

• Desligar o celular;

• Chegar atrasado ou muito próximo do horário da apresentação, querendo justificar

que isso é o normal do jeitinho, inconsequente e irresponsável, de ser do brasileiro;

• Entre tantas outras.

Outras observações que valem ser citadas são:

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110

✓ Não se posicionar na frente do projetor

Às vezes, sem perceber, o apresentador se posiciona de forma que alguma parte

de seu corpo fica no foco de luz do projetor e acaba sendo exibida na tela. Por exemplo,

o cotovelo. O caso é mais complicado quando se projeta uma grande parte do corpo.

Um erro corriqueiro em decorrência da má localização do projetor, de

desatenção ou mesmo desconhecimento é o apresentador ficar passando em frente da

apresentação.

✓ A ação de passar os slides

A forma mais corriqueira de passar os slides é através do mouse. Mas, algumas

vezes, dependendo do ambiente, fica um pouco complicado usar esse recurso. Outra

opção é utilizar um smartphone. Lembrando que para essa situação se faz necessário

instalar algum software para executar a ação. Uma das formas mais interessantes é

manusear um passador de slides.

✓ Destacar alguma coisa na projeção

Uma das formas que se utiliza para destacar alguma região ou algum ponto de

uma ilustração durante a projeção dos slides é usar um dedo, geralmente o indicador.

Para completar a ação, põe-se o dedo diretamente na tela de projeção, deixando as

íntimas impressões digitais.

Outros tentam colocar o dedo na frente da projeção de forma que a sombra faça

o efeito necessário para indicar exatamente o que se quer destacar na apresentação.

Nesses casos, é habitual encontrar o dedo vagando pelo espaço, tentando se ajustar ao

foco do projetor.

Pior ainda, os casos em que, mesmo afastado um pouco da projeção, tenta com

o dedo mostrar algo que deseja destacar na apresentação. E, para os desavisados ou

esquecidos, usar o dedo indicador para apontar algo é considerado um gesto de falta

de educação e, obviamente, muito rude.

O mouse também pode ser usado como recurso para destacar alguma coisa

durante a apresentação, acionando o botão direito sobre o slide que está sendo exibido.

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Se estiver apresentando no Impress, poderá ativar a opção de ponteiro do mouse como

caneta. No PowerPoint, surgem três possibilidades: apontador laser, caneta e marca-

texto. É só escolher a mais apropriada para o momento e o recurso será efetivado.

A melhor opção nessa situação é usar o recurso do laser do apontador. Mas só

o use para enfatizar algum ponto de um slide numa ilustração ou tabela que mereçam

destaque durante a exposição. Não aponte para palavras. Isso é considerado

desnecessário.

Mas cuidado com a condução do uso do laser do apontador. Quando se está

nervoso, o reflexo da tremedeira é retratado no ponto luminoso na projeção. Procure

relaxar.

✓ A falta de energia elétrica

Uma eventualidade que pode ocorrer e causar um grande estresse durante a

apresentação é a falta de energia elétrica. Se o equipamento utilizado durante a

apresentação tem bateria e está devidamente carregada, o problema, em princípio, está

resolvido. Por conseguinte, nunca se esqueça de carregar a bateria antes da

apresentação. Mas se a bateria descarrega rápido ou não funciona, seguramente não

será a solução para esse contratempo. Não pense em simplesmente parar e falar: vamos

esperar um pouco. Se tardar muito, uma vez que não temos condições de continuar a

apresentação, talvez seja melhor encerrá-la. Não pense que ficará livre tão facilmente.

Esse é apenas um dos improváveis casos, mas surpreendentemente usual que

pode acontecer durante a apresentação. À vista disso, é extremamente prudente

sempre pensar em uma estratégia para essa situação. O conhecido e popular plano B.

Um estratagema que funciona satisfatoriamente nessa ocasião é ter várias

cópias impressas de toda a apresentação e distribuí-las com a banca. E se houver

imagens nos slides, melhor que sejam coloridas. Desse modo, pode-se continuar a

apresentação um tanto quanto improvisada, mas seguindo a estrutura inicialmente

montada. Isso facilitará no transcorrer da atividade, mostrará a versatilidade diante

das adversidades e, seguramente, será bem avaliado.

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✓ Falha no funcionamento do equipamento

Tenha SEMPRE fé em Deus, mas jamais confie na tecnologia. É matreira,

ardilosa e inconstante. Em vista disso, não deposite total segurança no equipamento.

Aqui resgatamos uma das mais conhecidas e célebres Lei de Murphy: «Se algo pode

dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior

estrago possível.». Com efeito, trata-se de

uma das variantes da famosa Lei de Murphy, enunciada nos anos 1960 pelo engenheiro da Nasa Edward Murphy. Ela agrega um significado matemático aos eventos catastróficos, ao associar um caráter determinístico à maioria desses eventos. Assim, se existe uma probabilidade finita de algum evento catastrófico acontecer, em algum momento, ele certamente vai acontecer. A incerteza estaria presente somente no elemento temporal, ou seja, quanto tempo levaria para ocorrer. Eventos com essa classificação contrastam totalmente de outros que realmente poderiam ser chamados de acidentes, aqueles em que estão primordialmente associados a elementos aleatórios, randômicos, imponderáveis e, portanto, imprevisíveis. (JUSTO FILHO; PIQUEIRA, 2013, p. 181).

Diante disso, a estratégia de fazer cópias impressas dos slides também se aplica

perfeitamente nessas situações.

✓ Cópias de segurança da apresentação

À face do exposto anteriormente, outra preocupação profundamente séria é

fazer várias cópias de segurança da apresentação e, para isso, existem várias

alternativas. Faça cópias para dois ou mais pen drives, para o próprio e-mail, para um

disco rígido61 externo, para um serviço de armazenamento em nuvem gratuito ou pago

e para outros dispositivos, mas não utilize apenas uma dessas possibilidades.

Preferencialmente, use todas. Na pior das hipóteses, poderá até ser assaltado, roubado

ou perdido alguma, mas a apresentação estará salva de alguma forma. Mas se

certifique se realmente realizou a cópia, seja qual for a escolha. Dessa maneira,

assegura-se que foram devidamente copiadas com sucesso. É muito mais corrente do

61 Muitas vezes também referenciado como disco duro. Popularmente é mais conhecido como HD, do inglês

Hard Disk. Em inglês também é muito comum encontrar a abreviação HDD, de Hard Disk Drive.

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que se imagina o cenário desolador de quem descobre que a cópia não foi produzida

adequadamente.

✓ Saber explicar o que está nos slides

Uma orientação no tocante à elaboração dos slides e também do trabalho escrito

é somente colocar nos slides os conteúdos que tenha conseguido consultar, analisar,

estudar e aprender o suficiente para se sentir preparado para uma defesa. Evite querer

impressionar e utilizar algum assunto que não domina. Na maioria das vezes, fica tão

evidente que a banca irá questionar justamente sobre o tema em questão.

Outra indicação é tentar pronunciar corretamente as palavras estrangeiras

contidas nos slides. Se não estiver seguro, tente consultar alguém que saiba. Também

é possível encontrar na Internet diversos sites que ajudam e orientam na pronúncia

correta das palavras, principalmente da língua inglesa.

O conteúdo dos slides é de sua extrema responsabilidade. Assim sendo, tente

esquivar-se de passar por constrangimentos desnecessários. Ainda que estejamos num

ambiente acadêmico, aqui se aplica o provérbio da cultura popular: «Quem avisa,

amigo é».

Procure também fazer um checklist das coisas necessárias para o grande dia

apresentação. Desse modo, será mais fácil se ajustar e evitar estresse inoportuno antes

da apresentação. Mas se preferir deixar tudo para a última hora, prepare-se...

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114

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10520: Informação e documentação — Citações em documento — Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14724: Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023: Informação e documentação — Referências — Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. BAIN, M.; GALLEGO, M.; MARTÍNEZ, M.; RIUS, J. Aspectos legales y de

explotación del software libre (Parte I). Barcelona: Fundació per a la Universitat Oberta de Catalunya, 2007. Disponível em: https://openlibra.com/es/book/aspectos-legales-y-de-explotacion-del-software-libre-parte-i. Acesso em: 29 mar. 2021. BRASIL. Lei nº 10.695, de 1º de julho de 2003. Altera e acresce parágrafo ao art. 184 e dá nova redação ao art. 186 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, alterado pelas Leis nos 6.895, de 17 de dezembro de 1980, e 8.635, de 16 de março de 1993, revoga o art. 185 do Decreto-Lei no 2.848, de 1940, e acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.695.htm. Acesso em: 29 mar. 2021.

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116

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SLIDES DE REFERÊNCIA

Allyson Ramon da Cunha: Perfil do coagulograma de caninos acometidos com trombocitopenia no Hospital Universitário da UFCG, apresentado como requisito para aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Andréa Thais Lopes Ferreira: Doenças da medula espinhal em cães e gatos: estudo retrospectivo dos casos atendidos no Hospital Veterinário Prof. Ivon Macêdo Tabosa da UFCG, apresentado como requisito para aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Gloria Londoño Monroy: Relatos Digitales Personales (Digital Storytelling) como metodología pedagógica innovadora: impactos, facilidades y limitaciones, apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do Diploma de Estudios Avanzados (DEA).

Guilherme Santos Souza: Achados eletrocardiográficos e pressóricos de cães portadores de leishmaniose visceral canina, apresentado como requisito para aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Mariella Adrián García: Análisis de la Participación e Interacción en Conferencias Asíncronas en Red, apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutora.

Samuel Fernandes Garcia: Ação carrapaticida in vitro do sumo de pinhão roxo (Jatropha gossypiifolia L.) e do neem (Azadirachta indica) nas fêmeas ingurgitadas de Rhipicephalus sanguíneos, apresentado como requisito para aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Sônia Correia Assis da Nóbrega: A importância das decisões contra legem para a garantia dos direitos fundamentais: o caso do canabidiol, apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do grau de bacharela em Direito.

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FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS

UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA