desenvolvimento sustentável no varejo: um estudo em redes de

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO VAREJO: UM ESTUDO EM REDES DE SUPERMERCADOS LARISSA SOARES DE LIMA MOTA (FESP) MARÍLIA PASSOS DUARTE (FESP) VANESSA BRAZ CASSOLI (FESP) Resumo A preocupação com o meio ambiente tem gerado muita discussão atualmente, devido à degradação ambiental que o planeta vem sofrendo nos últimos anos. Com o aumento das indústrias, aumentaram também os índices de poluição que agride a naturezaa e prejudica a qualidade de vida da sociedade. As organizações estão começando a colaborar para que minimizem os impactos ambientais. O presente trabalho procurou demonstrar a importância do desenvolvimento sustentável e a necessidade da inserção do mesmo no setor varejista. Partindo dessas considerações este estudo teve como objetivo identificar se o varejo supermercadista adota práticas de desenvolvimento sustentável em seu processo de comercialização. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo, envolvendo entrevista pessoal com os gerentes de seis redes de supermercados do município de Passos, e uma pesquisa de observação nas lojas, para identificar se existem práticas de desenvolvimento sustentável no processo de comercialização. Para avaliação dos dados foi utilizada abordagem qualitativa. O resultado da pesquisa mostrou que os gerentes acreditam que as empresas que aderem ao desenvolvimento sustentável ganham vantagem competitiva, mas são realizadas poucas práticas de sustentabilidade no processo de comercialização no setor supermercadista, pois a população ainda não está muito conscientizada quanto a essa questão, sendo necessário iniciar um processo de educação ambiental nas escolas, com crianças e adolescentes, que são o futuro do planeta. Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, comércio varejista, educação ambiental. 20, 21 e 22 de junho de 2013 ISSN 1984-9354

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

NO VAREJO: UM ESTUDO EM REDES

DE SUPERMERCADOS

LARISSA SOARES DE LIMA MOTA

(FESP)

MARÍLIA PASSOS DUARTE

(FESP)

VANESSA BRAZ CASSOLI

(FESP)

Resumo A preocupação com o meio ambiente tem gerado muita discussão

atualmente, devido à degradação ambiental que o planeta vem

sofrendo nos últimos anos. Com o aumento das indústrias, aumentaram

também os índices de poluição que agride a naturezaa e prejudica a

qualidade de vida da sociedade. As organizações estão começando a

colaborar para que minimizem os impactos ambientais. O presente

trabalho procurou demonstrar a importância do desenvolvimento

sustentável e a necessidade da inserção do mesmo no setor varejista.

Partindo dessas considerações este estudo teve como objetivo

identificar se o varejo supermercadista adota práticas de

desenvolvimento sustentável em seu processo de comercialização. Para

isso, foi realizada uma pesquisa de campo, envolvendo entrevista

pessoal com os gerentes de seis redes de supermercados do município

de Passos, e uma pesquisa de observação nas lojas, para identificar se

existem práticas de desenvolvimento sustentável no processo de

comercialização. Para avaliação dos dados foi utilizada abordagem

qualitativa. O resultado da pesquisa mostrou que os gerentes

acreditam que as empresas que aderem ao desenvolvimento sustentável

ganham vantagem competitiva, mas são realizadas poucas práticas de

sustentabilidade no processo de comercialização no setor

supermercadista, pois a população ainda não está muito

conscientizada quanto a essa questão, sendo necessário iniciar um

processo de educação ambiental nas escolas, com crianças e

adolescentes, que são o futuro do planeta.

Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, comércio varejista,

educação ambiental.

20, 21 e 22 de junho de 2013

ISSN 1984-9354

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

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1. INTRODUÇÃO

A conservação do meio ambiente é um fator de forte influência no mercado e as

empresas são cada vez mais exigidas a adotar práticas adequadas de uso dos recursos naturais

e de diminuição dos níveis de poluição.

No início, a preocupação da sociedade se limitava ao controle da poluição. Se antes as

empresas apenas tratavam os produtos antes de levá-los ao mercado, atualmente elas também

têm se preocupado em analisar todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até o

descarte final, com os propósitos de reduzir resíduos industriais, minimizar desperdícios,

evitar que os produtos deem defeitos e assim adquirir aceitação do consumidor consciente.

O consumidor responsável se preocupa com o aumento dos desastres ambientais,

mudando sua visão perante o processo de compra, tomando como critério de decisão a

ecoeficiência do produto. Ele analisa qualidade, preço e o impacto que o produto pode causar

na natureza. Na hora da compra, pressupõe-se que os consumidores preferem produtos cuja

produção tem menor impacto no meio ambiente.

O presente trabalho buscou identificar se o varejo supermercadista no município de

Passos (MG) adota práticas de desenvolvimento sustentável no seu processo de

comercialização, na dimensão de preservação ambiental. Os supermercados foram escolhidos

como campo de estudo por sua forte presença no cotidiano dos consumidores, representando a

principal fonte de fornecimento de dezenas de categorias de produtos.

A pesquisa teve como objetivos específicos: verificar se existe uma política de

sustentabilidade em supermercados de Passos; identificar se no mix de produtos oferecidos

nas redes de supermercados de Passos existem itens de apelo sustentável; identificar ações

que estimulem os compradores a adotar práticas de sustentabilidade nas compras; e identificar

se os gerentes dos estabelecimentos pesquisados acreditam que ganham vantagem competitiva

ao aderir ao desenvolvimento sustentável.

2. MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Primordialmente, a extração de alimentos da natureza feita pelo homem era somente

para suprir suas necessidades fisiológicas. Porém, o aumento da produção de alimentos

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

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possibilitou um aumento da população, que passou a ocupar mais espaço no ambiente natural

intensificando a sua destruição.

De acordo com Philippi Jr. e Pelicioni (2005), a descoberta do fogo, a prática da

agricultura, a domesticação dos animais, o transporte pelas águas, a Revolução Industrial e a

era da informática, foram períodos que marcaram a história da civilização, com alterações nos

padrões de consumo e produção, resultando no processo acelerado de urbanização, aumento

dos índices de poluição e modificações ambientais.

Esse acelerado ritmo de industrialização e concentração de contingentes

populacionais em áreas urbanas, principalmente a partir de 1960, passou a provocar

profundos impactos no meio ambiente, tanto físicos como econômicos e sociais,

promovendo a atividade industrial a fator determinante nas transformações ocorridas

(ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002, p. 5).

Segundo Moura (2004), o homem sempre gerou resíduos sem se preocupar, já que os

recursos naturais eram abundantes. A preocupação passou a existir quando um grave

problema ocorreu em Londres, onde grande parte das indústrias usava carvão para a produção

de energia, que em sua queima sem tratamento, emitia grande quantidade de enxofre e

material particulado na atmosfera, ocasionando o fenômeno denominado smog: uma inversão

térmica que impediu a entrada da luz do sol, causando problemas respiratórios e mais de 100

mortes devido à poluição.

A partir desse episódio, surgiu, na década de 1970, o conceito de “desenvolvimento

sustentável”, que admite o uso de recursos naturais no presente, desde que não comprometa o

uso desses mesmos recursos por gerações futuras (MOURA, 2004).

A conscientização ambiental ao longo da segunda metade do século XX ocorreu

paralelamente ao aumento das denúncias sobre os problemas de contaminação do

meio ambiente. O processo desencadeado gerou um grande número de normas e

regulamentos internacionais que foram reproduzidos nos Estados nacionais e, ao

mesmo tempo, surgiram inúmeros órgãos responsáveis para acompanhar a aplicação

desses instrumentos legais, como secretarias, departamentos [...] (DIAS, 2010, p.

29).

Segundo Moura (2004), na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e

o Desenvolvimento, que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro, a Eco-92, ficou evidenciada

uma mudança generalizada de maior preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento

sustentável. As empresas passaram a se preocupar com a racionalização do uso de energia e

de matérias-primas, empenhando-se na promoção de reciclagem e reutilização de materiais.

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Através da conscientização e da difusão dos conhecimentos, é possível mudar o

modo de encarar o meio ambiente, por meio de ações que busquem o

comprometimento de todos os setores da sociedade. A mudança nos padrões de

consumo e de produção existentes poderá levar à redução dos impactos ambientais

negativos (BRANDALISE, 2008, p. 33).

Brandalise (2008) afirma que o indivíduo consciente coopera com a sustentabilidade,

constituindo um processo dinâmico onde todos devem participar, não somente as instituições

do governo e as organizações, atuando de forma espontânea em benefício da economia,

sociedade e meio ambiente.

O cidadão conscientemente sustentável está fundamentado na ética ambiental,

compreendendo a necessidade de conservar os recursos naturais, adquirindo produtos

ecológicos que suprem necessidades básicas, que sejam de empresas ecologicamente

sustentáveis e que lhes garantam a qualidade de vida.

2.1. Responsabilidade social e sustentabilidade nas empresas

O tema responsabilidade social, de acordo com Smith (1994) citado por Serpa e

Fourneau (2007), há algumas décadas é alvo de inúmeros debates no meio acadêmico e

empresarial. Observa-se uma transformação no próprio conceito: de uma concepção antes

baseada na caridade e no altruísmo, para uma associação entre responsabilidade social e

estratégia empresarial; para as empresas, atuar como organização transformadora da

sociedade passou a ser considerada uma importante fonte de vantagem competitiva.

Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), a sociedade exige das organizações

um posicionamento mais adequado e responsável em relação ao desenvolvimento sustentável,

que vem se destacando na qualidade de vida da população. Nos anos 1980, os gastos com

proteção ambiental começaram a ser vistos como investimento para o futuro e como vantagem

competitiva. A atitude passa de defensiva e reativa, para ativa e criativa.

No início a preocupação era unicamente em controlar a poluição. Não se pensava em

reduzir os elementos adversos, apenas tratá-los antes de lançá-los ao ambiente. Mas segundo

Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), com a perspectiva de inovação, o foco muda para a

prevenção dos efeitos de produção, eficiência no uso dos recursos, economia de insumos e

minimização de desperdícios, para integrar os interesses ambientais e os econômicos.

A transparência dos negócios, a sustentabilidade, os stakeholders e o crescimento, para

Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), são características fundamentais para a reputação das

organizações e reconhecimento junto à sociedade. No ambiente dos negócios, a discussão

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sobre responsabilidade socioambiental busca o estado de equilíbrio entre o social e o

funcional, que caracteriza um desafio aos profissionais das empresas para articular interesses.

Segundo Ferro (2009), a Deloitte – organização internacional que presta serviços de

auditoria e consultoria, com atuação no Brasil - realizou um estudo para identificar as

práticas, visões e preocupações das empresas em relação à sustentabilidade. A pesquisa

revelou que a adoção de práticas sustentáveis já acontece em todas as etapas da cadeia

produtiva, que as empresas têm mudado seus produtos e processos de produção por exigência

de consumidores e também nos mostra que a sustentabilidade é um fator fundamental na

escolha de fornecedores, com um amplo conjunto de práticas exigidas por parte das empresas

no momento de contratá-los.

Responsabilidade Ambiental em uma organização é a inclusão no planejamento

corporativo, no modelo de gestão e no foco do negócio, de uma abordagem

preventiva aos desafios ambientais e de incentivos a métodos de produção e

tecnologias que não agridam ao meio ambiente. Buscando minimizar os efeitos com

os problemas ambientais diversos que surgem naturalmente, como subprodutos

indesejados de uma atividade produtiva, como: poluição; resíduos; esgotamento dos

recursos naturais; mudanças no ecossistema; entre outros. A certificação ISO 140001

pode ser considerada como uma carta de intenções e o início para que uma

organização busque um programa de responsabilidade ambiental (RODRIGUES,

2006, p. 21)

Na visão de Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), a responsabilidade

socioambiental é considerada a extensão na gestão de uma empresa. A atuação no impacto

social deve estar presente nas decisões e no gerenciamento do negócio, na contratação e

demissão de pessoal, nas políticas de compra, no consumo de recursos não renováveis, na

política de marketing e comunicação ao consumidor, na segurança, e nas condições de

trabalho, na relação com a concorrência, entre outros. A demonstração de preocupação com

práticas e impactos ambientais é um diferencial de uma empresa comprometida com a

sociedade.

As organizações apresentam três dimensões do desenvolvimento sustentável. No

aspecto econômico, as empresas têm que ser economicamente viáveis, dando retorno ao

investimento realizado pelo capital privado. No social, há uma relação da empresa com o

funcionário, procurando oferecer melhores condições de trabalho e oportunidades para

portadores de deficiência. No ambiental, adota produção mais limpa, oferece condições para o

1 ISO 14000 define os elementos de um Sistema de Gestão Ambiental, a avaliação de desempenho ambiental, a

rotulagem ambiental e a análise de ciclo de vida. Fonte: HARRINGTON, H. James e KNIGHT, Alan. A

Implementação da ISO 14000 – Como atualizar o Sistema de Gestão Ambiental com Eficácia. São Paulo:

Atlas, 2001.

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desenvolvimento da cultura ambiental na organização, desenvolve uma postura de

responsabilidade ambiental e procura participar de atividades governamentais no que diz

respeito ao meio ambiente, de acordo com Dias (2010).

Nos anos 1990, de acordo com Neto (2011), ganhou força a noção de “qualidade por

toda a empresa”. No início deste milênio a questão da “sustentabilidade por toda a empresa”

tem sido bastante divulgada, as empresas e seus stakeholders entenderam que é preciso

produzir de maneira sustentável, pois só assim a empresa permanecerá e seguirá competitiva

nesse novo mercado onde os consumidores cada vez mais conscientes de seu poder de compra

exigem posturas adequadas para um futuro melhor para toda a sociedade.

Algumas empresas já buscam colocar em seus produtos os chamados selos verdes, que

certificam os produtos como sendo produzidos dentro de padrões sustentáveis. Segundo o

Instituto Akatu (LISTAS..., 2007), a necessidade desses selos surgiu na Europa, quando os

consumidores passaram a questionar a procedência da madeira que era utilizada em móveis,

que logo impactou o mundo todo. Um produto certificado nem sempre é mais caro, mas caso

seja, uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu em parceria com a Faber Castell, mostrou

que 37% dos consumidores brasileiros se dispõem a pagar um preço mais elevado, por

produtos reconhecidamente não nocivos ao meio ambiente. Compromissos sociais também

somam pontos no olhar do consumidor, de acordo com essa mesma pesquisa que revelou que

22% dos consumidores disseram premiar as que combatem ações nocivas aos trabalhadores,

como o trabalho infantil, e um a cada quatro entrevistados valorizam empresas que empregam

deficientes físicos.

As grandes empresas devem pautar suas atividades no desenvolvimento sustentável

para todas as regiões, afirma Félix (2003). Uma empresa responsável e cidadã procura cuidar

do meio ambiente para que gerações futuras desfrutem também dos ecossistemas,

participando da conscientização da comunidade em relação às questões ecológicas.

Uma pesquisa realizada pela Market Analysis Brasil em associação com a empresa

canadense Globescan, por iniciativa do Instituto Akatu e do Instituto Ethos, com 800

consumidores, entre 16 e 69 anos de idade, nas cidades de São Paulo, Rio de

Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília, que

teve por objetivo conhecer a percepção dos consumidores quanto à RSE, aponta os

seguintes dados:

77% dos entrevistados declaram ter muito interesse em saber como as

empresas tentam ser socialmente responsáveis;

75% da população concorda que “como consumidor, posso interferir na

maneira como uma empresa atua de forma responsável”;

30% buscaram informações sobre a RSE;

12% premiaram empresas comprando seus produtos ou falando bem delas a

outras pessoas, devido às suas ações de RSE;

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35% dos líderes de opinião declaram ter “premiado” ou “pensado em

premiar” empresas por motivos ligados positivamente à sua

responsabilidade social, contra 24% da média da população como um todo;

34% dos consumidores de países desenvolvidos premiaram empresas devido

ao exercício da RSE, frente a 21% dos de países em desenvolvimento e a

12% dos do Brasil (INSTITUTO ETHOS, 2008, citado por OLIVEIRA;

GOUVÊA, 2010).

Segundo Voltolini (2008) já é bastante aceito que a sustentabilidade é o equilíbrio

entre os resultados econômicos, ambientais e sociais. Ela agrega valor ao negócio, se bem

implantada impacta positivamente a reputação, torna a cadeia produtiva mais eficiente, reduz

riscos inerentes à operação, valorizando a marca e também as ações de mercado.

2.2. A valorização do consumidor para o desenvolvimento sustentável

A degradação ambiental causada pela produção e pelo consumo dos recursos naturais

se tornou evidente aos olhos do consumidor. A qualidade de vida do ser humano tem sido

afetada pelo grande consumo de produtos industrializados produzidos através de recursos

naturais que têm condicionado um ambiente impróprio para se habitar, diz Giglio (2005).

A relação do ser humano com seu meio ambiente apresenta imediatamente a questão

de como ele constrói as condições de vida, as quais são reflexos das opções

econômicas adotadas. Cabe salientar aqui que a qualidade de vida do homem é uma

consequência direta da qualidade ambiental. Ambas são interdependentes e

relacionam-se diretamente com a questão econômica (SEIFFERT, 2006, p. 17).

Para Brandão (2010), o consumidor quer comprar sempre, hoje e no futuro, e na hora

da compra ele prefere produtos cuja produção terá menor impacto no meio ambiente e feita

por uma companhia que utiliza práticas de responsabilidade social.

O consumidor “verde”, tendo como base a ecoeficiência, torna-se cada vez mais

exigente e desponta com uma nova visão ambiental empresarial. Dentro da racionalidade

ecológica escolhe o produto, observa preço e qualidade ecologicamente corretos e se o

produto não é prejudicial ao meio ambiente em nenhuma etapa de seu ciclo de vida. Pode-se

considerar a verdadeira mola propulsora das tecnologias limpas (BRANDALISE, 2008).

Ao adotar uma postura de interesse nas causas sociais, os consumidores se sentem

atraídos pelas ofertas realizadas pelas empresas. Oliveira e Gouvêa (2010) acreditam que a

efetivação da Responsabilidade Social Empresarial - RSE - no comportamento do consumidor

proporciona vantagem competitiva às empresas.

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Entretanto, uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo mostra uma postura

contraditória dos brasileiros com relação a questões ambientais. Para Marinho (2010) o

problema tende a persistir, uma vez que não se abrem mão do conforto e da conveniência para

defender o meio ambiente, como no resultado de que 85% dos habitantes de São Paulo

costumam usar as sacolas plásticas do varejo, consideradas mais práticas que levar sacolas

reutilizáveis. Segundo essa mesma pesquisa, na hora de escovar os dentes ou fazer a barba os

paulistanos são mestres em desperdiçar água. A maioria diz que fica 5 minutos com a torneira

aberta e só muda de hábitos quando sente estar afetando seu próprio bolso.

Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro se tornou a capital mundial do meio

ambiente ao longo de 11 dias. Na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Sustentável, a Rio+20, cientistas, ativistas ambientais e chefes de estado buscaram apontar o

caminho e estabelecer compromissos de governos e empresas para as próximas décadas,

conciliando os anseios de uma classe média global emergente e a necessidade de frear o ritmo

com que os 7 bilhões de humanos consomem os recursos do planeta.

Segundo Régis (2012), as expectativas para a Rio+20 foram muitas, mas vieram

seguidas de frustrações com as duas décadas em que houve menos avanços na área ambiental

do que pretendiam os organizadores do evento Eco-92. Cientistas e autoridades no centro das

discussões da Rio+20 alertaram que mudanças muito mais profundas serão necessárias se o

homem pretende, de fato, manter o planeta habitável para gerações futuras.

2.3. Sustentabilidade no varejo

A tendência é que as grandes redes de supermercados apostem cada vez mais em lojas

“verdes”. Apesar de sua construção exigir um custo maior, o montante de investimento vem

caindo, segundo Vialli (2010). Nessas lojas “verdes” são utilizadas técnicas de construção

ecológica, com sistemas de economia de energia, captação de água da chuva e telhados que

aproveitam a luz natural. Ali são vendidos produtos orgânicos com certificações

socioambientais e são disponibilizados centros de coleta seletiva, criando um valor de

satisfação aos olhos do consumidor ecologicamente responsável.

[...] redes como o Carrefour oferecem produtos que vêm de fazendas onde é possível

rastrear a produção. “Hoje, 12% dos produtos perecíveis podem ser rastreados, o que

significa que a carne, por exemplo, não vem de fazendas onde houve desmatamento

ilegal” (PIANEZ, 2010, citado por VIALLI, 2010).

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O tema sustentabilidade entrou definitivamente nas estratégias de varejo que, se bem

praticadas, permitem reduzir desperdícios e perdas, sendo assim, minimizam custos e geram

receitas adicionais, aproximando clientes, fornecedores e colaboradores. Segundo Serrentino

(2010), a rede Wal-Mart reposicionou sua marca a partir de 2005 com base em três metas:

alcançar 100% do uso de energia renovada, zerar resíduos e vender produtos que ajudem as

pessoas e o ambiente, numa execução definida como “abordagem 360°”, que envolve

operações, fornecedores, consumidores e colaboradores.

A rede Pão de Açúcar também tem adotado novas posturas em algumas de suas

unidades para tornar a prestação de serviços mais responsável do ponto de vista ambiental e

social, afirma Prado (2008). A loja de Indaiatuba (SP), que foi construída no local por razões

logísticas e em função do histórico que o município possui quanto à preocupação com a

redução de impactos ambientais e o grau de conscientização da população, foi a primeira

unidade que além de reunir todas as iniciativas de sustentabilidade experimentadas em outras

lojas da bandeira, cumpriu os requisitos para obter certificação do Green Building Council,

que é uma organização que dissemina a importância de desenvolver a indústria da construção

sustentável no Brasil e demonstra iniciativas a serem adotadas por elas durante o processo de

construção para tornar as edificações mais sustentáveis. A loja ganhou certificação LEED2,

em que o estabelecimento cumpre com 80% das exigências do selo verde, sendo o primeiro

supermercado a adquiri-lo seis meses após o início de seu funcionamento.

[...] implantação de programas de sustentabilidade no varejo pressupõe alguns

elementos: ter metas e métricas claras e compartilhadas em todos os níveis da

empresa e seus fornecedores; contar com o comprometimento da cúpula – o

processo vem de cima; praticar o que se prega e ter consistência nas ações; avaliar

impacto e retorno econômico das frentes de ação. Sustentabilidade caminha junto

com lucratividade. Negócios sem rentabilidade não são sustentáveis. No futuro não

haverá lojas “verdes”, pois todas elas serão. O aprendizado e disseminação de boas

práticas tornarão as questões ambientais, trabalhistas e de relação com a comunidade

commodities entre as empresas de varejo. E o planeta agradecerá (SERRENTINO,

2010).

O comércio varejista é um setor que trabalha muito próximo aos consumidores, e estes

estão muito presentes no cotidiano dessas empresas, assim a visibilidade de ações que as

valorizam é um importante ingrediente para o sucesso. A rede Pão de Açúcar tem investido

2 LEED – Leadership in Energy and Environmental Design – Liderança em Energia e Design Ambiental, é o

selo verde com maior reconhecimento internacional no setor de construção civil. Fonte: SPITZCOVSKY,

Débora. Certificação LEED: tudo sobre o principal selo de construção sustentável no Brasil. Planeta

Sustentável. São Paulo: 2012. Disponível em:

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/certificacao-leed-o-que-e-como-funciona-o-que-

representa-construcao-sustentavel-675353.shtml. Acesso em: 17/05/2012.

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tão maciçamente em sustentabilidade que, de acordo com a pesquisa “As empresas mais

sustentáveis segundo a mídia” realizada pela Revista Imprensa (EMPRESAS..., 2011), a rede

foi a primeira colocada dentre as que mais estiveram presentes no noticiário durante o ano de

2010, de maneira positiva em razão de práticas e ações sustentáveis, seguida pelo Wal-Mart,

primeiro colocado no ano anterior.

Para fortalecer a imagem perante a sociedade as empresas vêm adotando ações

sustentáveis como a redução de desperdícios e perdas, a venda de produtos ambientalmente

corretos e também têm adaptado suas lojas com o intuito de reduzir os impactos ao meio

ambiente.

Segundo Bernardo (2010), um projeto criado pela empresa Fields vem tentando

solucionar o problema das sacolas plásticas, que no Brasil são consumidas num número de 12

bilhões anualmente. Utilizando um sistema de tecnologia reversa, o “Sistema Transvoll”

consiste em substituir as sacolas de supermercado por um carrinho que permite encaixar

diversas caixas dobráveis, confeccionadas de pet reciclado ou outras embalagens de materiais

recicláveis, possibilitando ao cliente levar suas caixas para casa e reutilizá-las em suas

próximas compras.

Um protocolo de intenções que prevê a colaboração mútua no desenvolvimento de

ações conjuntas em campanhas de educação ambiental foi assinado entre a Associação

Paulista de Supermercados - APAS - e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, na abertura

do 24º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, que teve

como tema a “sustentabilidade em nome do consumidor”. Segundo Duarte (2008), a questão

ambiental necessita de engajamento e de consumidores conscientes, por meio de mutirões

ambientais, divulgação interna e externa, distribuição de materiais e apresentação de

propostas relacionadas aos temas das campanhas de mobilização social, assim será possível o

cumprimento das intenções propostas.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Vergara (2009, p. 42):

[...] pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de

determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e

definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa

classificação.

IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 20, 21 e 22 de junho de 2013

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Quanto aos meios, o estudo foi realizado através de pesquisa de campo, envolvendo

entrevista pessoal com gerentes de supermercados e pesquisa de observação em lojas

supermercadistas, com o intuito de identificar, nas seções dos supermercados analisados, a

presença de produtos sustentáveis e indícios de prática de sustentabilidade ambiental.

Para avaliação da pesquisa de campo e da pesquisa de observação, utilizou-se

abordagem qualitativa, que segundo Minayo (2007), é um método que se aplica ao estudo das

relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, resultado do

entendimento que as pessoas fazem da maneira como vivem, constroem, sentem e pensam.

A pesquisa foi realizada no município de Passos, localizado no sudoeste mineiro nas

margens da rodovia MG 050, de fácil acesso aos grandes centros industriais e estradas rurais

na região. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) Passos

conta com uma população estimada de 106.290 mil habitantes.

Os supermercados foram escolhidos como campo de estudo por sua forte presença no

cotidiano dos consumidores, a principal fonte de dezenas de categorias de produtos. Segundo

listagem fornecida pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Passos,

existiam no município em setembro de 2011, 126 estabelecimentos do tipo supermercado ou

mercearia.

A amostra usada na pesquisa foi do tipo não probabilística por tipicidade, que de

acordo com Vergara (2009, p. 47) é “[...] constituída pela seleção de elementos que o

pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo

conhecimento dessa população”. Definiu-se para este estudo, portanto, analisar redes de

supermercados, aqui classificadas como empresas supermercadistas que possuem duas ou

mais lojas, sejam todas elas localizadas em Passos ou pertencentes a uma rede maior com

atuação na região ou no Estado. Na listagem de 126 estabelecimentos fornecida pela

Secretaria de Indústria e Comércio, identificaram-se seis empresas dentro desse critério, que

nesse estudo são denominadas como Rede A, Rede B, Rede C, Rede D, Rede E e Rede F.

Quanto aos sujeitos estudados, a pesquisa teve como público-alvo gerentes das redes

de supermercados selecionadas. Havendo mais de um gerente por rede, a abordagem foi ao

gerente geral da empresa ou ao gerente da loja mais antiga de cada rede, consistindo, portanto,

em seis gerentes pesquisados, denominados como GA, GB, GC, GD, GE e GF.

A entrevista com os gerentes foi do tipo individual, mediante um roteiro de entrevista

embasado em informações já descritas no referencial teórico, em estrutura semiaberta, ou seja,

que apresenta perguntas ou tópicos ordenados, mas que permite também inclusões, exclusões,

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mudanças em geral nas perguntas, explicações ao entrevistado quanto a alguma pergunta ou

alguma palavra, o que lhe dá um caráter de abertura.

Os dados coletados nas entrevistas e na observação das lojas, em novembro e

dezembro de 2011, foram analisados qualitativamente e comparados à literatura sobre o tema.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente observou-se a incidência de ações, produtos ou estrutura das redes de

supermercados voltados à sustentabilidade, que são apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Incidência de ações, produtos ou estrutura voltados à sustentabilidade.

Itens observados RS – A RS - B RS - C RS - D RS - E RS - F

Seções específicas para produtos

ecológicos Não Não Não Não Não Não

Sinalização visual sobre

sustentabilidade Não Sim Sim Sim Não Não

Lixeiras convencionais Não Sim Não Sim Não Não

Lixeiras para coleta seletiva Não Não Não Não Não Não

Coletores de pilhas e baterias Sim Sim Sim Não Não Não

Sacolas retornáveis Não Sim Sim Sim Não Não

Divulgação sobre ações sustentáveis

ou conscientização dos

consumidores quanto à

sustentabilidade

Não Sim Sim Sim Não Não

Fonte: Dados da Pesquisa. RS = Rede de Supermercado.

Em seguida observaram-se as seções que contêm produtos ecológicos, orgânicos ou

com embalagem ecológica, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Seções que contêm produtos ecológicos, orgânicos ou com embalagem

ecológica.

Seções observadas RS - A RS - B RS - C RS - D RS - E RS - F

Alimentos Sim Sim Sim Sim Sim Sim

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Bebidas Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Higiene Pessoal Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Papelaria Sim Não Sim Sim Sim Sim

Produtos de limpeza Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Produtos orgânicos Sim Sim Sim Sim Não Sim

Fonte: Dados da Pesquisa. RS = Rede de Supermercado.

A rede de supermercado A não possui em suas diretrizes de negócio nenhuma prática

de sustentabilidade ambiental, mas em uma reforma realizada na padaria, segundo o GA,

colocou-se um filtro na chaminé do forno para minimizar a emissão de poluentes.

De acordo com o GA o supermercado não possui lixeiras para coleta seletiva, apenas

lixeiras comuns para uso interno e como observado na Tabela 1, a loja possui coletores de

pilhas e baterias. Já existe grande procura de sacolas ecológicas que ainda não estão

disponíveis para venda. Em substituição às sacolas plásticas são oferecidas caixas de papelão.

Estão disponíveis para venda produtos à base de reciclagem, no setor de papelaria, e

com embalagem reciclável em vários setores do supermercado. Os produtos orgânicos são

encontrados no setor de hortifruti, mas existe pouca divulgação e os clientes não têm o hábito

de consumir, o que pôde ser identificado também na pesquisa de observação. Esse fato

contraria dados de autores sobre o tema, segundo os quais o consumidor considera a sua

qualidade de vida, o meio ambiente e deseja que as empresas pensem mais ecologicamente.

De acordo com o referencial teórico, os selos verdes certificam que os produtos estão

sendo produzidos dentro dos padrões de sustentabilidade. Na Rede de Supermercado A, os

clientes sempre olham a data de validade, mas não costumam perguntar sobre o selo verde.

Os produtos sustentáveis são mais caros, e a diferença do preço influencia na hora da

compra. Como o percentual de clientes conscientizados ainda é pequeno, a venda dos

produtos comuns é maior. De acordo com o gerente da rede:

Quem já está conscientizado quanto à sustentabilidade, não se preocupa com o

preço, mas quem está começando a entender a sua importância agora, assusta com

valor alto das mercadorias (GA).

O GA acredita que supermercados que colaboram para a preservação do meio

ambiente atraem mais clientes de classe A. Já em um supermercado de periferia, onde a

maioria dos clientes é de classe C, aderir ao desenvolvimento sustentável é difícil, pois a

preocupação é com preço baixo. Isso contraria informações que indicam que o grande nome

da sustentabilidade no varejo é o Wal-Mart, que atende clientes de todas as classes sociais.

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A rede de supermercado B adota algumas práticas de sustentabilidade ambiental em

suas diretrizes de negócio, sendo elas a coleta de pilhas usadas, que em parceria com uma

faculdade são enviadas para a Gerdau de Belo Horizonte, tendo a garantia de que esse

trabalho está realmente colaborando com o meio ambiente, pois antes desta parceria acontecer

o supermercado não tinha como descartar ecologicamente esse material. Também identificou-

se na pesquisa de observação, como demonstra a tabela 2, a presença de coletores de pilhas e

baterias e lixeiras convencionais, no setor de hortifruti e em pontos de degustação.

Na rede B foram implantadas lixeiras para coleta seletiva nas lojas, mas não tiveram

resultado, devido ao fato de a prefeitura não recolher separadamente o lixo e as pessoas não

respeitarem a indicação de cada lixeira. A separação do lixo gerado é feita pelo próprio

supermercado, onde os plásticos e papelões, que representam a maioria, são doados para

entidades ou vendidos. O supermercado B além de divulgar em jornais, redes sociais e no site

da empresa suas práticas de sustentabilidade, também possui sinalização visual que foi

possível identificar na observação feita na loja.

Na construção física das suas lojas não foi utilizado nenhum recurso ecológico, mas a

rede B tem feito pequenas adaptações, com planejamento de desenvolvimento sustentável

para futuras lojas.

O supermercado B oferece e incentiva o cliente a usar sacolas ecológicas há 2 ou 3

anos, e estas estão expostas na loja, podendo ser observado na tabela 1. Seu primeiro passo foi

substituir as sacolas plásticas pelas sacolas oxi-biodegradáveis. Realizaram uma ação de um

dia sem sacolas plásticas, para conscientizar o cliente da importância quanto ao uso de sacolas

retornáveis. Muitos clientes aderiram à ideia e outros compram mas não reutilizam.

Observou-se que o supermercado B também oferece na frente dos caixas de todas as lojas,

caixas de papelão, para que os clientes possam levar suas compras.

Segundo a GB, no mix de itens vendidos pelo supermercado, existem produtos com

embalagem reciclável, mas não produtos reciclados, o que pode ser observado na tabela 2. A

empresa está iniciando a venda de produtos orgânicos nos setores de hortifruti, bebidas,

embutidos e azeites. A procura por esses produtos tem sido maior no setor de hortifruti e

embora não possam ser considerados produtos orgânicos, os diet e light também têm sido

muito procurados. Os produtos orgânicos, por serem diferenciados, possuem um preço mais

alto, mas o cliente que procura esse tipo de produto paga por isso, embora os comuns sejam

mais vendidos. Os clientes não têm o hábito de analisar a procedência dos mesmos.

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Para a GB, há uma tendência que as empresas se adaptem para colaborar com o meio

ambiente, pois a sustentabilidade é um grande diferencial para a sua imagem, que é muito

valorizada pelos clientes, e suas ações colaboram com o aumento das vendas, ganhando

vantagem competitiva.

A rede de supermercado C possui em suas diretrizes de negócio ações pontuais,

projetos de conscientização juntamente com a Polícia Ambiental. No ano de 2010, com o

apoio da Coca-Cola, a empresa realizou palestras em escolas, com foco na reciclagem, com o

objetivo de conscientizar as crianças e os jovens quanto à importância da preservação. Essas

ações realizadas pela empresa têm pouca divulgação nos pontos de venda, pois acreditam que

sustentabilidade é uma questão de educação.

A empresa C procura adquirir equipamentos que vão agredir menos o meio ambiente e

que estejam vinculados a retorno econômico. Na cobertura das lojas, por exemplo, foram

utilizadas telhas fabricadas dentro de padrões ambientalmente corretos, o que é uma

tendência.

As lojas da rede C possuem somente lixeiras para coleta de pilhas e baterias, como

também pôde ser notado na pesquisa de observação, e as mesmas não são utilizadas

corretamente, sendo que os clientes costumam jogar lixos diversos dentro delas. Segundo o

gerente da rede de supermercado C:

As lojas não possuem lixeiras para coleta seletiva porque é uma questão cultural e a

sociedade ainda não possui consciência de separar corretamente o lixo, o poder

público, responsável pela coleta do lixo, não o recolhe separadamente e as entidades

que fazem esse tipo de coleta estão pouco estruturadas (GC).

O supermercado C oferece sacolas ecológicas com um baixo custo. No início da

campanha os clientes compraram bastantes sacolas retornáveis, depois as vendas caíram, e

poucos as reutilizaram. O supermercado também oferece caixas de papelão para transportar as

compras, mas a maioria dos clientes continua usando as sacolas plásticas, que tem um

segundo uso, como sacos de lixo. Observou-se que as sacolas retornáveis e as caixas de

papelão ficam expostas nos caixas.

Como pode ser observado na tabela 2, no mix de itens vendidos pelo supermercado C

estão disponíveis produtos orgânicos, que são: azeite orgânico, arroz orgânico, açúcar

orgânico, vinho orgânico e também no setor de hortifruti. A procura por esses produtos é

baixa. De acordo com o GC poucos clientes, os que prezam pela saúde, analisam a

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procedência e optam por comprar estes tipos de produtos, que são mais saudáveis. Os

produtos comuns são mais vendidos, pois os orgânicos são mais caros.

A rede de supermercado D divulga sua preocupação com a sustentabilidade na mídia,

incentiva os clientes a comprar sacolas retornáveis e oferece caixas de papelão para

transportar as compras. No começo da campanha a venda de sacolas retornáveis foi grande,

mas não houve a reutilização das mesmas. As caixas de papelão também não têm muita

aceitação, os clientes preferem mesmo as sacolas plásticas. A empresa fez uma campanha de

dois dias sem sacolas plásticas, os clientes reclamaram, mas tiveram que utilizar as caixas de

papelão e até mesmo as sacolas retornáveis.

Na construção física da loja C não foi utilizado nenhum recurso ecológico, o que já

tem acontecido nas grandes redes de supermercados, como mostra o referencial teórico. O

supermercado possui somente lixeiras comuns, como foi observado no setor de hortifruti,

degustação e na entrada da loja, que não são utilizadas corretamente pelos clientes.

O supermercado D já chegou a colocar um setor somente de produtos orgânicos, mas

não teve muita aceitação, fazendo com que os produtos perdessem a validade. Hoje existem

poucos produtos orgânicos disponíveis na loja, que se encontram no setor de hortifruti e em

alguns outros setores, como também pode ser observado na tabela 2.

A loja D vende produtos de marca própria com selo verde, mas segundo o gerente

poucos consumidores analisam a procedência dos produtos. Conforme a revisão bibliográfica,

algumas empresas colocam os selos verdes em seus produtos que os certificam como

produzidos dentro de padrões sustentáveis e esses produtos nem sempre têm preço superior

aos convencionais. Mas para o GD eles são mais caros e por isso são menos vendidos. Na

opinião do GD, os clientes valorizam muito a imagem de uma empresa, sendo assim, os

supermercados que colaboram com o meio ambiente ganham vantagem competitiva.

A rede de supermercado E informa sua preocupação com a sustentabilidade em

folhetos e orienta a sociedade quanto ao uso das sacolas retornáveis, que segundo o GE, são

vendidas ou doadas, dependendo do valor da compra. Também são fornecidas caixas de

papelão, mas na opinião do GE o resultado não é positivo, pois os consumidores preferem as

sacolas plásticas para usar em casa como sacos de lixo. Ao realizar a pesquisa de observação

não foram identificados folhetos para divulgação e nem sacolas ecológicas.

Na construção da loja D não foi utilizado nenhum recurso ecológico e o supermercado

não possui lixeiras para coleta seletiva, nem lixeiras convencionais e coletores de pilhas e

baterias, o que também pode ser analisado na Tabela 1.

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Entre os produtos vendidos na loja, de acordo com o GE, há alguns que agridem

menos o meio ambiente, como a Coca-cola de 600 ml, cujo petróleo usado na fabricação do

plástico da embalagem é substituído por etanol. Segundo ele também há produtos orgânicos

no setor de hortifruti, o que não foi identificado na Tabela 2, mas os produtos sustentáveis não

são procurados, porque são mais caros e os clientes se preocupam somente com o preço.

A rede de supermercado F, segundo o gerente, vende sem margens de lucro sacolas

retornáveis, é realizada uma divulgação interna, mas poucos clientes aderem à ideia, e como

mostra a Tabela 1, não estavam expostas na loja as sacolas retornáveis. O supermercado

possui filtros na chaminé da padaria, para que a fumaça agrida menos o meio ambiente.

No mix de itens vendidos há produtos com embalagens recicláveis como refrigerantes,

produtos à base de reciclagem que se encontram no setor de papelaria e produtos orgânicos no

setor de hortifruti e na seção de produtos naturais, como sementes, soja, linhaça e gérmen de

trigo. Os produtos orgânicos são muito procurados por consumidores que se preocupam com a

saúde, eles costumam analisar também a procedência dos mesmos, segundo o gerente.

Produtos comuns por terem um preço mais acessível são mais vendidos.

O GF acredita que por se tratar de um supermercado de bairro afastado, a empresa

aderir ou não ao desenvolvimento sustentável não influencia na hora da compra. Verifica-se

que há procura por produtos orgânicos na rede de supermercado F.

A presente pesquisa mostra que nenhuma das seis redes de supermercados possui

seções específicas para produtos ecológicos e que em todas elas os produtos sustentáveis têm

preço superior aos convencionais.

Apenas as redes B e D possuem sinalização visual sobre sustentabilidade, apesar de

todos os gerentes acreditarem que uma empresa que divulga suas ações sustentáveis possui

vantagem competitiva sobre as outras. Não foram identificadas em nenhuma das redes lixeiras

para coleta seletiva, embora nas redes A, B e C tenham sido identificados coletores de pilhas e

baterias conforme mostra a tabela 1.

Na construção física das lojas das seis Redes de Supermercados pesquisadas no

município de Passos não foi utilizado nenhum recurso ecológico, a maioria delas possui

construção antiga, algumas fizeram pequenas adaptações para agredir menos o meio ambiente

e outras possuem planejamento.

Foi observado que existem produtos ecológicos nas seções de alimentos, bebidas,

higiene pessoal e produtos de limpeza em todas as seis Redes de Supermercados, pois a

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maioria dos fornecedores já está adaptando seus produtos devido ao grande apelo existente em

relação à preservação do meio ambiente.

Em pesquisa realizada por Figueiredo e Silva (2007), sobre a influência do marketing

social em uma rede de supermercado no município de Passos, foi constatado que o

desenvolvimento socioambiental era um assunto pouco difundido perante a população e que a

maioria das pessoas detinha pouco ou nenhum conhecimento sobre o assunto. Percebe-se que

quase não houve mudanças, apesar de grandes conferências como a Rio+20, que mobiliza o

mundo todo para uma conscientização ambiental.

Alguns dos gerentes entrevistados mencionaram que para se alcançar resultados

positivos com práticas sustentáveis dentro da loja, é necessário iniciar uma boa educação

ambiental nas escolas que é a formação de base para os cidadãos, incorporando dimensões

sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, para ampliar a noção de dever

quanto ao futuro do planeta, assim as redes de supermercados poderão cada vez mais

aumentar a comercialização de produtos ecologicamente corretos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O agravamento dos impactos sobre a natureza vem trazendo nas últimas décadas

discussões acerca de um desenvolvimento sustentável, que minimize os desastres ambientais e

ao mesmo tempo torne as empresas mais competitivas no mercado, por meio do compromisso

da empresa com o meio ambiente e com a sociedade.

As empresas que desejam ter uma boa imagem diante dos consumidores devem

promover ações em prol do meio ambiente, comprando de fornecedores comprometidos,

oferecendo produtos ambientalmente corretos e incentivando os clientes a terem atitudes

conscientemente sustentáveis. Essas ações passam a fazer parte do planejamento, garantindo

maior retorno financeiro.

Apesar de muitas evidências, ainda é pequeno o número de pessoas que adotam

atitudes conscientes, mesmo já existindo muita divulgação quanto à sustentabilidade. A

conscientização ambiental deve começar nas escolas, com a realização de trabalhos

pedagógicos para formar cidadãos que serão os responsáveis pelo futuro do planeta.

Diante desse cenário, o presente trabalho procurou abordar a percepção dos gerentes

de seis Redes de Supermercados do município de Passos (MG) quanto ao desenvolvimento

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sustentável no varejo. A pesquisa buscou identificar se existem práticas e itens de apelo

sustentável no processo de comercialização e qual a influencia na hora da compra.

A pesquisa realizada com os gerentes de seis Redes de Supermercados mostrou que

embora acreditem que a sustentabilidade é um importante fator para a empresa se manter no

mercado, é mínima a prática a favor do meio ambiente nas lojas.

No setor supermercadista de Passos ainda não há presença de “lojas verdes”. Os

gerentes entrevistados acreditam que o investimento para isso é muito alto, e por isso o que

eles têm feito são pequenas adaptações nas lojas, sendo que alguns afirmam possuir

planejamento de construção ecológica.

As pesquisadoras observaram que entre os produtos oferecidos pelas lojas há muita

variedade de produtos ecológicos, com embalagens recicláveis e/ou econômicas, que têm

bastante aceitação, pelo preço igual ou menor que o preço dos produtos convencionais. Já

quanto aos produtos orgânicos não há tanta diversidade, devido ao fato de os clientes

comprarem pouco, por serem mais caros.

Ressalta-se que, para os entrevistados, o investimento em ações sustentáveis é muito

alto e o retorno não é rápido. O preço é o fator que mais influencia na hora da compra e os

consumidores não estão dando a importância necessária aos produtos ecologicamente

corretos. A maioria dos supermercados oferece sacolas retornáveis e/ou caixas de papelão

para os clientes transportarem suas compras, essas são algumas práticas que podem conservar

o planeta ao longo dos anos, garantindo um futuro para as próximas gerações.

Embora os gerentes acreditem que ganham vantagem competitiva aderindo ao

desenvolvimento sustentável, no processo de comercialização das redes de supermercados

pesquisadas, são realizadas poucas práticas de sustentabilidade, devido ao fato de a população

não ter consciência e ainda estar pouco educada quanto à importância da conservação do meio

ambiente.

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