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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ESPÍRITO SANTO

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

ESPÍRITO SANTO

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O QUE É MEIO AMBIENTE?

Para esta pergunta poderemos obter as mais diferentes e variadas

respostas, que indicam as representações sociais, o conhecimento científico, as

experiências vividas histórica e individualmente com o meio natural. Para a

realização da educação ambiental popular, é importante termos um conceito que

oriente as diferentes práticas. Assim, definimos meio ambiente como o lugar

determinado ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em

relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de

criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação

do meio natural e construído.

Nesta definição de meio ambiente fica implícito que:

1 - Ele é "determinado": - quando se trata de delimitar as fronteiras e os

momentos específicos que permitem um conhecimento mais aprofundado. Ele é

"percebido" quando cada indivíduo o limita em função de suas representações

sociais, conhecimento e experiências cotidianas.

2 - As relações dinâmicas e interativas indicam que o meio ambiente está em

constante mutação, como resultado da dialética entre o homem e o meio natural.

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3 - Isto implica um processo de criação que estabelece e indica os sinais de uma

cultura que se manifesta na arquitetura, nas expressões artísticas e literárias, na

tecnologia, etc.

4 - Em transformando o meio, o homem é transformado por ele. Todo processo

de transformação implica uma história e reflete as necessidades, a distribuição,

a exploração e o acesso aos recursos de uma sociedade.

A definição de meio ambiente acima exige um aprofundamento teórico

que conta com a contribuição de diferentes ciências que se aglutinam no que se

convencionou chamar de Ciência Ambiental. Tem se tornado cada vez mais

claro e consensual que a Ciência Ambiental só se realizará através da

perspectiva interdisciplinar.

A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos

geográficos e biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais,

de outro. Nenhum deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do

conhecimento sobre essa problemática. À Ciência Ambiental cabe o privilégio de

realizar a síntese entre as ciências naturais e as ciências humanas, lançando

novos paradigmas de estudo onde não se "naturalizarão" os fatores sociais e

nem se "socializarão" os fatores naturais. Diferentes áreas de estudo de

disciplinas diversas podem contribuir para o desenvolvimento da Ciência

Ambiental dentro da ideia de interdisciplinaridade.

No entanto, esta ideia enfrenta algumas dificuldades para se concretizar,

tanto em nível teórico como em nível prático. Se, atualmente, temos cada vez

mais trabalhos teóricos que se baseiam no conhecimento acumulado nas

diferentes ciências (incluindo as exatas), podemos ainda notar a dificuldade para

muitos autores se lançarem nas ciências que não dominam com a mesma

profundidade atingida nas suas especialidades. Esses autores não ousam trilhar

por ciências onde não terão o mesmo reconhecimento de seus pares e ainda

serem alvos fáceis de críticas dos especialistas dessas outras ciências.

Devemos também considerar o extremo corporativismo ainda presente nos

meios acadêmicos e científicos, que impede a troca de experiências e

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informações entre cientistas de especialidades diferentes e supostamente

antagônicas.

A Ciência Ambiental exige dos atores envolvidos conhecimento

aprofundado, espírito curioso e modéstia diante do desconhecido. Na sua fase

atual, que é de busca da síntese e da perspectiva interdisciplinar, é fundamental

a troca de conhecimentos de origens científicas diversas, possibilitando dar

algumas respostas às complexas questões que fazem parte do seu quadro

teórico.

ALGUNS PARADIGMAS DA

CIÊNCIA AMBIENTAL

Desenvolvimento Sustentado

Observamos que nos últimos anos o conceito de desenvolvimento

sustentado tem substituído na literatura especializada os conceitos de

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desenvolvimento alternativo e ecodesenvolvimento. Porém, esses conceitos são

originados da Conferência de Estocolmo de 1972, sendo que o de

desenvolvimento alternativo lhe é anterior. A partir dessa Conferência, o

ecodesenvolvimento foi o conceito mais fundido na literatura especializada, até,

principalmente, a publicação do Report Brundtland em 1987.

Pearce et al (1989) observam que existem diferentes definições de

desenvolvimento sustentado que ilustram as diferentes perspectivas

apresentadas, sobretudo na segunda metade da década de 80, na literatura

anglo-saxônica. À parte esta questão de conceitualização, o que nos parece

importante enfatizar é que atualmente as propostas de desenvolvimento

econômico que não levam em consideração os fatores ambientais estão

condenadas ao esquecimento.

As recentes mudanças no cenário político internacional têm mostrado que

tanto sob o capitalismo como sob o socialismo a questão ambiental tem um peso

político muito grande que interessa tanto a uns quanto a outros. Motivo pelo qual

a ideia de desenvolvimento sustentado tem estado presente nos debates e

acordos internacionais. Porém, ela não se apresenta de forma homogênea,

como já foi assinalado por Pearce et al (1989).

Nas sociedades capitalistas periféricas, a ideia de desenvolvimento

sustentado não pode se restringir à preservação de recursos naturais, visando o

abastecimento de matérias primas às gerações futuras, como tem sido

enfatizado nos países de capitalismo avançado. Elementos básicos das

necessidades humanas e intimamente dependentes da problemática ambiental,

como transportes, saúde, moradia, alimentação e educação, estão longe de

terem sido resolvidos.

Nos pontos comuns e divergentes entre sociedades capitalistas

desenvolvidas e periféricas, podemos considerar que, para a realização do

desenvolvimento sustentado em nível global, é de fundamental importância o

estabelecimento de uma nova ordem econômica e ecológica, onde países dos

hemisférios Norte e Sul possam dialogar em igualdade de condições. Porém,

esse diálogo (se ocorrer) não será sem dificuldades, pois a falta de

homogeneidade dos países do Terceiro Mundo e a passividade frente ao poderio

econômico (e militar) dos países do Norte são duas dificuldades evidentes.

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Em face disso, qualquer que seja o conceito de desenvolvimento,

dificilmente podemos garantir, pacificamente, às gerações futuras de qualquer

parte do globo, o patrimônio natural e cultural comum da humanidade.

Participação Social

Os movimentos ecológicos surgidos nas sociedades capitalistas

desenvolvidas nos anos 70 se caracterizam inicialmente por uma crítica ao

modelo de sociedade industrial. A esse início "contracultura", foram se

aglutinando tanto os movimentos preservacionistas de espécies animais e

vegetais, como movimentos pacifistas e anti-nucleares.

O surgimento e a evolução desses movimentos devem ser vistos dentro

do contexto da participação civil em sociedades democráticas. A

organização de grupos e a posterior constituição de "partidos verdes" só se

tornaram possíveis graças à crescente mobilização da população frente a

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decisões do Estado. Nos países onde a democracia é incipiente, a organização

da população se faz com resultados menos satisfatórios, mas não menos

combativos. É importante assinalar que a visão de Estado e da participação da

sociedade civil nas diferentes ideologias políticas, que se posicionam nos países

da América Latina, influi na prática de organizações civis frente à questão

ambiental. Se o que aparece com mais frequência é a ideia de autonomia frente

ao Estado, no entanto ela apresenta conotações ideológicas muito diferentes.

Num primeiro momento, tivemos a influência das ideias autonomistas surgidas

nos anos 60, onde se caracteriza a perspectiva crítica ao Estado centralizador e

autoritário, às suas opções de desenvolvimento e de saque ao meio ambiente

com as suas consequências sociais.

No entanto, esta posição mais crítica foi perdendo terreno nos últimos

anos a favor de tendências que, embora contrárias à interferência do Estado, se

posicionam e atuam no terreno das ideias neo-liberalizantes. A participação da

população nas questões ambientais tem basicamente se destacado nos grandes

centros urbanos, mas também fora deles, aglutinando diferentes camadas

sociais em torno de questões específicas.

Inúmeras entidades ecológicas e/ou ambientalistas surgiram no

continente nos últimos anos, porém com penetração mais localizada, e muitas

delas atreladas a interesses econômicos e políticos nem sempre muito claros.

Podemos considerar que essa quantidade de novas organizações ocorre

devido ao processo de democratização. A atuação de cada um desses

movimentos e a sua continuidade ficará por conta daqueles que: apresentarem

respostas aos graves problemas ambientais puderem discuti-las

democraticamente e tiverem meios econômicos e técnicos para viabilizá-las.

Várias propostas de participação têm sido colocadas à sociedade, porém

só a autonomia dos movimentos sociais frente ao Estado, aos partidos políticos,

meios de comunicação de massa, monopólios econômicos e seitas religiosas

poderá garantir o seu potencial crítico ao modelo de desenvolvimento,

favorecendo a consolidação da democracia no continente. Isso não ocorrerá, no

entanto, sem o desenvolvimento da consciência de cidadania, possível através

da educação popular ambiental.

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A POPULAÇÃO E O CONSUMO

EXAGERADO

Pode-se afirmar que o rápido crescimento populacional em todo o mundo

causa uma necessidade muito grande de bens de consumo. A cada momento,

surgem novos modelos, novas tecnologias, novos produtos, sempre

aumentando o consumismo.

O consumo excessivo, por sua vez, gera desperdício. Existe uma

diferença entre o consumo por necessidade e aquele de significado simbólico. O

consumo de significado simbólico é aquele pelo qual o cidadão tende a desejar

sempre um novo modelo de aparelho ou produto sem ter em vista a sua real

finalidade. Cita-se como exemplo, um telefone celular que tem como fim, efetuar

e receber ligações. No entanto, existem diversos modelos, cada vez mais

modernos, mais avançados e que desempenham não só a sua função principal,

mas também inúmeras outras. Juntamente com a mídia e a publicidade, as

empresas “criam necessidade” destes bens, induzindo o cidadão ao consumo,

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muitas vezes, desnecessário. De acordo com Branco (2002): O consumismo é

um processo eticamente condenável, pois faz com que as pessoas comprem

mais do que realmente necessitam. Por meio de complexos sistemas de

propaganda, que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares,

industriais e produtores induzem a população a adquirir sempre os novos

modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras e outras utilidades,

lançando fora o que já possuem.

Organizações internacionais não governamentais calcularam que a

extrapolação das taxas de consumo em países desenvolvidos alcançaram

índices, que serão necessários três planetas Terra para satisfazer o

consumismo. O consumismo exagerado, somado ao aumento populacional no

globo terrestre, faz com que existam cada vez maiores indústrias. Estas, por sua

vez, consomem grande quantidade de energia elétrica e matérias prima, gerando

grandes quantidades de lixo, causando enormes impactos ambientais. Além

disto, ocorre um esgotamento de recursos não-renováveis, aqueles que uma vez

consumidos não podem ser repostos, como o petróleo e os minérios.

O crescimento populacional leva a um grande crescimento industrial e

consequentemente a um crescimento das cidades, acarretando poluição. É

inegável que a sociedade contemporânea vê o processo de industrialização

como um processo positivo, uma vez que gera desenvolvimento econômico e

social, e neste contexto pode ser realmente vista como tal. A grande

problemática diz respeito aos recursos naturais que são utilizados como se

fossem infinitos e a falta de preocupação com os impactos ambientais que são

gerados. Uma ótima solução para este problema pode ser encontrada na

educação, que diante desta concepção pode mudar o atual paradigma da

sociedade atual com o conceito de desenvolvimento sustentável, que será

descrito posteriormente.

Existe uma informação popular de que as cidades são ecossistemas

urbanos. Entretanto, para ser um ecossistema é necessário que ele seja

autossuficiente. Isto quer dizer que deve possuir uma fonte primária – ou

produtores - representada pelas plantas que tem a função de produzir energia.

Deve possuir também uma fonte secundária, representada pelos animais - os

consumidores - que consomem a energia produzida pelas plantas, gerando

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excrementos. Por fim, estes excrementos são decompostos por bactérias e

outros microrganismos - os decompositores - que geram componentes

essenciais para a vida das plantas.

Conforme texto escrito por Branco (2002), a cidade corresponde

simplesmente à etapa consumidora do sistema. Ela não canaliza o fluxo de

energia, pois recebe elementos químicos, organizados de forma orgânica, de

fora. Da lavoura vem os vegetais, e da pecuária, a carne, o leite e outros produtos

para o consumo alimentício, das florestas, a madeira; das áreas de mineração

toda a fonte de matérias primas. Sobretudo, não há reciclagem, não há retorno

desses componentes químicos, uma vez que os resíduos da cidade são

soterrados em aterros sanitários de lixo ou simplesmente lançados ao solo, aos

rios na forma de esgoto, e na atmosfera, na forma de gases, fumaças e poeiras.

Pode-se constatar, diante desta problemática, que o consumo exagerado

causa poluição dos rios, do solo e do ar. Afirmar que um ecossistema está

poluído é o mesmo que dizer que ele está alterado em sua composição e

estrutura por materiais que o ambiente não é capaz de assimilar. Diante de tal

situação, o grande desafio é que todo cidadão passe a pensar seriamente na

necessidade de reciclar, adotar um novo estilo de vida e de padrões de consumo.

Esta missão é um dever de todos: do cidadão, do governo e das empresas.

Surge então, o conceito de desenvolvimento sustentável que apareceu pela

primeira vez durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro.

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O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

Uma das questões mais abordadas relacionadas ao meio-ambiente é a

do desenvolvimento sustentável, uma forma de desenvolvimento econômico que

prega que se deve atender às necessidades do presente sem comprometer as

gerações futuras. O desenvolvimento sustentável não diz respeito a abandonar

o consumo para preservar os recursos naturais, o que seria totalmente inviável

na sociedade atual, mas sim de mudar hábitos e padrões de consumo e

produção para suprir as necessidades da população, como moradia, educação,

saúde e alimentação, mas também diminuir o desperdício e o consumismo

desenfreado.

A educação para o consumo sustentável tem papel fundamental na

mudança do paradigma antropocêntrico que prega que o desenvolvimento

econômico é mais importante. O grande desafio deste tipo de desenvolvimento

é a busca do equilíbrio entre a preservação ambiental e a economia de um país.

A dominação e extrapolação devem dar espaço ao zelo, o cuidado e a

responsabilidade.

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Gomes (2006)17, relata em seu artigo: O paradigma antropocêntrico faz

com que o crescimento econômico seja visto como a solução de todos os

problemas. A questão é que a economia está interligada aos demais

subsistemas e é dependente da biosfera finita que lhe dá suporte. Assim, a

economia não é um sistema fechado, e todo o crescimento econômico afeta o

meio ambiente e é por ele afetado, já que economia e meio ambiente são um

sistema único e consequentemente interagem. Deste modo, é preciso mudar a

trajetória do progresso e fazer uma transição para a economia sustentável, para

que o futuro do planeta não reste comprometido.

A sustentabilidade existe para garantir uma melhor qualidade de vida para

todas as gerações futuras, combinando interesses ecológicos, sociais

oferecendo oportunidades de negócios para empresas que possam melhorar a

vida das pessoas e do mundo.

Branco (2002)18, relata que: (...) desenvolvimento sustentável, ou

desenvolvimento autossustentado, é obtido de forma compatível com a

preservação dos recursos naturais de um determinado país. Em outras palavras,

trata-se de um desenvolvimento não-predatório. Aconselha-se o planejamento

de um país ou região, baseado em um levantamento de todas as suas

necessidades, comparando-as com todas as suas potencialidades, isto é, com

sua capacidade de fornecimento dessas necessidades, de forma sustentável,

sem desgastes, obedecendo à sua capacidade e velocidade de renovação ou

reciclagem natural.

Outra grande importância do desenvolvimento sustentável é a questão

preventiva. Se assim ocorresse, não ocorreriam tantos gastos com medidas

corretivas ambientais que são um tanto onerosas. Estima-se que nos Estados

Unidos são investidos cerca de 400 dólares per capita, por ano, com a

preservação ambiental. Neste contexto, pode-se levantar a questão do consumo

sustentável, que segue a mesma linha de pensamento citada anteriormente

quando se conceituou o desenvolvimento.

O consumo sustentável tem como objetivo a preservação do meio

ambiente de modo que o consumidor também é responsável, repensando as

atitudes da empresas que fabricam os produtos, as reais necessidades de

consumo, evitando o desperdício e a produção excessiva de resíduos sólidos.

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Além das questões ambientais o consumo sustentável também leva em

consideração a questão das desigualdades sociais, a publicidade que cria

necessidade com relação a produtos nem tão essenciais assim, além da saúde

e segurança do consumidor.

O consumidor deve ser incentivado a fazer com que seu ato de consumo

seja, também, um ato de cidadania. Cada cidadão deve analisar o que consome

e fazê-lo de modo que a coletividade atual ou futura não seja prejudicada. Neste

caso deve haver uma maior conscientização através da informação e da

educação. Deste modo, a sociedade não mais compactuará com empresas não

éticas, que não tem preocupação clara com o meio ambiente, que explorem o

trabalho infantil e escravo e que respeitem as leis trabalhistas e ambientais.

A ÉTICA E O CONSUMO

Os hábitos de consumo refletem diretamente na atitude das empresas. O

consumo consciente faz com que a responsabilidade social e empresarial

aumentem significativamente. Para a empresa conquistar e manter uma boa

imagem no mercado, não basta apenas prestar bons produtos ou serviços e

pagar seus tributos. Necessita também ter consciência ética e ambiental.

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Em países onde as desigualdades sociais são evidentes, como no Brasil,

a questão da ética no consumo é bastante abordada. Ética é uma palavra difícil

de conceituar. No entanto a sua etimologia grega diz respeito a fazer o bem. Por

isto, pode-se relacionar ética com o bem coletivo em detrimento ao bem próprio.

Uma empresa considerada ética, na sociedade atual, é aquela que, além

de prestar bom serviços, fornecer bons produtos e pagar seus impostos, também

leva em consideração às questões sociais e o respeito à legislação. Cita-se como

questões sociais que devem ser respeitadas, a exploração do trabalho infantil e

escravo, boas condições de trabalho para seus funcionários, respeito ao meio

ambiente, condições adequadas de segurança, entre outras.

No que diz respeito ao consumo, o INMETRO (2002)25, afirma que:

Comprar eticamente significa que o consumidor faz suas escolhas de compra de

forma consciente, recusando produtos e serviços produzidos que não atuam de

forma ética na sociedade – ou seja, não respeitam leis de proteção ao

consumidor, ao meio ambiente, trabalhistas, entre outras. Para consumir com

ética é necessário que o consumidor procure informação a respeito do produto

que está comprando. Estas informações podem ser obtidas no Serviço de

Atendimento ao Consumidor (SAC) da própria empresa, nos Órgãos de Defesa

do Consumidor e em outras associações de consumidores.

Outra questão fundamental para que a empresa seja ética é o

cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Este assegura todos

os direitos básicos do consumidor em seu art. 6O, como a saúde e segurança

do consumidor, a informação e educação, a proteção contra publicidade abusiva

e enganosa, entre outros. O CDC também protege o consumidor contra práticas

e cláusulas contratuais abusivas, além de assegurar que os produtos viciados

sejam substituídos ou ressarcidos. Segundo o INMETRO (2002) (...) empresas

que desrespeitam a lei, adulterando instrumentos de medição – balanças,

bombas de combustível, taxímetro, ou falseando as informações de peso,

metragem e quantidades anunciadas na embalagem dos produtos nunca

poderão ter a pretensão de se denominar socialmente responsáveis ou éticas.

A preservação do meio ambiente e o cumprimento da legislação

direcionada a este assunto também é levada em conta. Neste contexto, as

empresas que minimizam as agressões ambientais, economizam energia e

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água, desenvolvem produtos ou embalagens recicláveis, retornáveis ou

biodegradáveis, são consideradas éticas. Infelizmente, ainda existem cidadãos

que acreditam que o cuidado de não poluir o ambiente é da empresa. Além disso,

nem sempre esta questão é vista como um diferencial na hora de optar por outro

fabricante. O consumidor deve dar preferência às empresas que não explorem

o trabalho infantil e escravo, e também que tenham preocupação com o meio

ambiente, que desenvolvam e apoiem campanhas e projetos educativos

voltados para os seus empregados e para a comunidade.

O consumidor deve também reclamar seus direitos sempre que se sentir

lesados ou ameaçado em seus direitos, não compactuar com a ilegalidade, não

consumindo produtos ilícitos ou piratas, entre outras ações.

O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA

MUDANÇA DE PARADIGMA DA

SOCIEDADE ATUAL

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Segundo Gomes (2006), existe uma grande crise na educação, que tem

suas causas no modelo capitalista atual. Dá-se mais valor ao “ter” do que ao

“ser”. O consumismo desenfreado, a falta de preocupação como o ser humano

e a falta de análise crítica são problemas evidentes entre os jovens. Além disso

a mídia e a publicidade incitam o consumidor a ter sempre um produto novo,

jogando fora o anterior e assim aumentando a produção de lixo. Esta crise impõe

a necessidade de novos modelos que possam substituir as antigas estruturas

vigentes que hoje, encontram-se defasadas. Visa-se atualmente, uma educação

que enfatize a ética, a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade.

As novas dimensões educativas colocam ênfase no componente ético e

são orientadas à transformação do indivíduo: educação para a paz, para a

saúde, para o consumo e para educação ambiental. A educação ambiental é

necessária na formação de indivíduos com uma nova racionalidade ambiental,

capaz de superar a crise global presenciada atualmente.

A educação ambiental também entra como grande aliada na

conscientização do consumo responsável. Ela tem como objetivo fazer com que

o ser humano se sinta parte da natureza, utilize o consumo sustentável como

recurso, compreenda o meio ambiente como problema e também como o

sistema em que se vive e consequentemente, depende-se dele. Tem-se a

importância de buscar uma nova ética na educação, focada na ideia do consumo

sustentável e da preservação ambiental, uma vez que a saúde e a qualidade de

vida da espécie humana estão fortemente ligadas a estas questões.

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COMO EVITAR O DESPERDÍCIO E

SER UM CONSUMIDOR

CONSCIENTE

Consumo da água

A água é um elemento essencial a vida do ser humano e de todas as

espécies. Com relação ao corpo humano, cerca de 70% dele é formado por este

elemento. A superfície terrestre também apresenta esta proporção. No entanto

97,2% corresponde aos oceanos que possuem apenas água salgada, não

podendo ser utilizada como água potável. Sendo assim, apenas 2,8% da água

do planeta está disponível para uso do ser humano.

Como evidenciado anteriormente, o crescimento populacional vertiginoso

levou a um consumo excessivo deste elemento tão importante, essencial para a

vida no planeta. Estima-se que em 2010, cerca de 70% da população mundial

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terá falta de água potável, que é a água própria para ser bebida, geralmente,

submetida a processos de tratamento.

A maior parte da água consumida é dada pelas indústrias. Somente 10%

do consumo é feito pela população em suas residências. Mesmo assim, a

economia de água nos domicílios domésticos pode fazer diferença significativa

segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002), uma vez que

uma pessoa pode chegar ao consumo absurdo de 300 mil litros de água por dia

em banho, cuidados com a higiene, comida, lavagem de louça e roupa, etc.

Ainda existe o grande problema que diz respeito às águas contaminadas.

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002): ...“a crescente

urbanização provoca a concentração de geração de dejetos humanos, que

normalmente, não são coletados para tratamento ou são despejados nos rios in

natura. Os rios são vítimas de conceito muito antigo que são elementos de

dispersão do esgoto... Há quantidade de lixo, esgoto e produtos químicos, que

tornam suas águas contaminadas. Os esgotos domésticos também são uma

grande ameaça à saúde pública, e a falta de tratamento adequado é a causa da

alta mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos.”

Pequenas atitudes podem reverter esse quadro. Apoiar e divulgar

algumas atitudes e incentivar a população a consumir com responsabilidade este

recurso podendo fazer grande diferença. Sugere-se: evitar vazamentos e

torneiras pingando; limitar o tempo do banho; não escovar os dentes com a

torneira aberta, usar a máquina de lavar com a carga máxima, economizando

assim, não só a água, mas também energia elétrica; usar balde em vez de

mangueira para lavar carros; exigir que os órgãos de controle ambiental e

indústrias se responsabilizem pelos resíduos tóxicos que produzem, entre

outros.

Geração de resíduos sólidos

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Como relatado anteriormente, a crescente industrialização e

concentração de populações nos grandes centros urbanos, o lixo passou a ser

um problema, uma vez que não consideramos o lixo com material reutilizável.

Como exemplo, podemos citar os metais, que utilizam grande quantidade de

matéria-prima e energia, e logo após o uso são jogados no lixo, poluindo, assim

o meio ambiente. O lixo orgânico também apresenta uma séria problemática,

pois ocorre muito desperdício. Por isso, existe a necessidade de mudar a cultura

do cidadão atual. Deve-se considerar a premissa de que o lixo é um recurso

natural a ser novamente utilizado pela natureza, e não como algo que será

simplesmente jogado fora.

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002), a

produção de lixo é diretamente proporcional ao nosso consumo. Quanto mais

uma população consome, mais recursos naturais são utilizados e muito mais lixo

é gerado. O lixo produzido nos grandes centros urbanos tem como destino, os

aterros sanitários e os lixões. O lixão é um lugar onde se concentra, a céu aberto,

grande parte de resíduos, sem controle ambiental e sanitário algum. Isso gera

contaminação do solo, da água, dos animais e da população em geral. O aterro

sanitário é onde são depositados os resíduos sólidos e orgânicos em solo

impermeabilizado, possibilitando um melhor controle de proteção ambiental e a

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saúde. Ainda assim os aterros não dão conta de receber tamanha quantidade de

lixo e, além disso, as áreas que foram ou estão sendo utilizadas como aterros

não podem ser reutilizadas, sendo totalmente perdidas.

O lixo hospitalar e resíduos industriais perigosos, em regra, são

mandados para os incineradores, que é a queima do lixo. Na atualidade, uma

alternativa para estes métodos, e que hoje em dia é considerada a melhor forma

de reaproveitar o lixo é a reciclagem. Segundo INMETRO (2002): A reciclagem

reduz o consumo dos recursos naturais, o consumo de energia, o volume de lixo

e a poluição do globo terrestre. Além disso, a reciclagem pode ser tornar uma

poderosa fonte de lucro.

Os resíduos orgânicos podem ser reutilizados na forma de adubos e

rações animais pela técnica de compostagem, ou mesmo no uso doméstico. A

técnica de compostagem consiste em fazer um composto para adubação com

material orgânico, com solo e dimensões apropriadas. Os resíduos sólidos que

podem ser reciclados são:

· as latas de aço;

· embalagens PET, ou seja, as garrafas de plástico utilizadas em refrigerantes,

entre outros produtos;

· vidro, material 100% reciclável. Uma tonelada de vidro reciclado gera uma

tonelada de vidro, economizando 1300 quilos de matéria-prima em minérios;

· latas de alumínio, também 100% reciclável. Poupa-se 95% de energia que

necessária para produzi-la;

· embalagens multicamada conhecidas como “longa vida” ou tetra Pack.

Uma tecnologia já desenvolvida permite que esses embalagens possam

ser reutilizadas com um substituto da madeira, entre outros materiais:

· papel, material que utiliza 2.385 quilos de madeira para sua confecção, além

de 44 mil litros de água e 7.600 quilowatts de energia. Sem considerar os

poluentes atmosféricos e detritos produzidos. Com sua reciclagem economiza-

se 60% da água e 20% de energia utilizada em sua fabricação;

· pneus. O Conselho Nacional do Meio Ambiente atribui aos fabricantes de pneus

e importadores a responsabilidade pelo destino dos que não tiverem mais

condições de uso. A reutilização de pneus pode ser evidenciada no próprio setor

automotivo, na construção civil, em parques, entre outros;

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· pilhas e baterias. A resolução do Conama de julho de 2000 estabelece que as

baterias de telefone devem ser destinadas aos postos de coleta dos fabricantes.

Energia

Grande parte da energia elétrica utilizada nas cidades provém das Usinas

Hidrelétricas. A geração de energia pelas usinas hidrelétricas consiste em

aproveitar as quedas de água, que por sua vez, é convertida em tal energia

através de turbinas.

O aumento do consumo de energia e a falta de investimentos do governo

gera crises desde o ano de 2001, os chamados apagões. Nestes casos,

drásticas medidas devem ser tomadas. Os reservatórios das hidrelétricas de

certas regiões praticamente se esgotaram em épocas de estiagem.

Outro fato marcante foi à crise do petróleo ocorrida na década de 70 do

século passado. Este acontecimento pôs em alerta os países consumidores

devido ao embargo deste produto pelos países produtores. Neste contexto, tanto

por causa da crise do petróleo como também por causa dos apagões, toda a

mídia e veículos de comunicação iniciaram uma intensa campanha para a

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redução do consumo de energia elétrica. As lâmpadas comuns foram

substituídas pelas fluorescentes, os sistemas elétricos de aquecimento foram

substituídos pelos sistemas a gás ou coletores de energia solar, além do

consumo consciente de chuveiros elétricos e eletrodomésticos.

Outra alternativa é a utilização de fontes de energia renováveis.

Pesquisadores brasileiros tem estudado a produção de energia a partir de

biomassa de combustíveis, como a energia advinda do bagaço de cana-de-

açúcar, gerando álcool. Outras fontes de energia renováveis são o sol, o vento,

a água, o carvão vegetal, o álcool e o biogás. É importante que o consumidor de

energia elétrica tome pequenas medidas como reduzir o consumo durante os

horário de pico que se dá entre as 18h00min e 21h00min, observar o selo de

energia Procel dos eletrodomésticos, aproveitar o máximo da luz do sol durante

o dia, entre outros.

Outros hábitos que contribuem para o consumo

responsável

· Consumir produtos que contribuam para a conservação das florestas.

· Deve-se sempre verificar a procedência dos produtos consumidos, verificando

se estão de acordo com a legislação ambiental. A ISSO 14000 são regras que

tratam da gestão ambiental. A certificação ISSO 14000 significa que a Instituição

possui um sistema de gestão documentado.

· Utilizar a máquina de lavar roupa com sua capacidade máxima.

· Verificar o consumo de energia pelos eletrodomésticos através do selo de

energia Procel, que classifica estes produtos do menos eficientes até o mais

eficiente.

· Procure andar a pé, principalmente quando for a algum lugar que se localize

perto da sua casa. Este hábito é saudável e ajuda a conservação de meio

ambiente.

· Procure oferecer carona aos seus colegas, familiares ou amigos. Muitas vezes,

não há necessidade de sair de casa com mais de um carro.

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· Imprima suas minutas em rascunhos ou revise-as na tela do computador. A

indústria de papel é a que mais degrada o meio ambiente com o corte de árvores,

sem falar no consumo excessivo de água e energia.

· Utilize as folhas frente e verso.

· Separe o lixo seco do lixo orgânico.

· Reutilize materiais, plásticos, vidros, papéis e etc.

· Troque as sacolas plásticas doadas no mercado por uma sacola de pano ou de

palha que possam ser utilizadas diversas vezes.

· Evite desperdícios de comida e de qualquer espécie. Restos de comida

representam 60% do lixo que vem dos lares brasileiros.

· Regule o termostato da geladeira.

· Prefira lâmpadas led (light emitting diode). Elas conjugam a alta tecnologia de

consumo de energia.

· Lave a seco quando possível.

· Prefira pilhas recarregáveis.

· A maioria dos blackouts, no Brasil, ocorre entre 18h30min e 21h30min, por isso,

deve-se reduzir o consumo, especialmente nesses horários.

· Janelas fechadas e paredes pintadas com cores escuras aumentam a

necessidade de luz artificial no quarto. Além disso, uma janela grande e aberta

faz com que o ar circule mais, propiciando bem-estar e contribuindo com o meio

ambiente.

· Caso necessário deixar o computador ligado todo o tempo (downloads de

músicas, vídeos, etc.), lembre-se de deixar o monitor desligado. Esta peça é a

responsável por até 70% do consumo de energia.

· Reutilize. Antes de jogar fora, pergunte a alguém se está interessado, compre

coisas usadas quando possível, reaproveite sacos plásticos e materiais de vidro.

· Mude a dieta. Ao menos uma vez por semana, procure não consumir carne

vermelha. A produção deste alimento é responsável por 18% das emissões de

gases no planeta e para processar 1 kg de carne vermelha são gastos 200 litros

de água.

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BURGOS (2007) em seu artigo, ressalta a importância da utilização de

novas tecnologias, como a utilização de álcool como combustível, uma vez que

um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes na

atmosfera em comparação com a gasolina. Além disso, cita-se também a

utilização da energia eólica em larga escala e energia solar em casos mais

imediatos, como o uso de eletrodoméstico. Porém BURGOS enfatiza: A nova

receita para salvar o mundo é investir com vontade em novas tecnologias.

Algumas foram inventadas, mas precisam de ajustes para se tornarem

economicamente atraentes. Já outros desafios para diminuir o impacto negativo

do homem no ambiente demandam de pequenas revoluções tecnológicas. De

uma forma ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter grandes avanços no

curto espaço de tempo que temos. A solução apontada pelo autor da matéria

está no investimento em pesquisas e oportunidades econômicas que estão

gerando lucro para grandes empresas. Tecnologias limpas e “energia verde”

prosperarão e serão transformadas em grandes cifras.

Além disso, a o comportamento sustentável utilizados por algumas

empresas, não só é bom para a publicidade, podendo também minimizar custos.

Uma gigante do ramo de higiene pessoal mudou o formato das embalagens de

um xampu, economizando o equivalente a 15 milhões de recipientes por ano;

várias empresas de coleta de lixo no mundo estão não só reciclando com

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também transformando dejetos orgânicos em combustível por meio de mini

usinas; shoppings estão trocando seus vasos sanitários por novos modelos que

consomem 6 litros de água por descarga (cerca de cinco vezes menos que os

modelos domésticos).

BURGOS (2007), no entanto, não isenta o consumidor de mudar seus

hábitos, uma vez que deixar a responsabilidade ambiental apenas nas mãos do

governo e das grandes empresas, esperando uma solução milagrosa para a

salvação do planeta, até agora, não gerou resultados positivos.

BIODIVERSIDADE E SEU

POTENCIAL ECONÔMICO

O Brasil é considerado o primeiro país em biodiversidade do globo. Ainda

assim, de acordo com estimativas do Ibama, nem 1% das espécies brasileiras

são conhecidas pela ciência. Boa parte dessas espécies podem vir a ser extintas

antes mesmo de serem descritas por pesquisadores. A bioprospecção e o

desenvolvimento de bioprodutos são alternativas de desenvolvimento

socioeconômico que justificam a preservação dos biomas nativos,

impulsionando ainda o conhecimento sobre a biodiversidade.

No século XXI, o mercado mundial abre perspectivas totalmente

inovadoras, nas quais direciona-se grande esforço na busca de novos produtos

para fins medicinais, cosméticos, suplementos nutricionais, produtos agrícolas,

entre outros, voltados ao prolongamento da vida com qualidade. Exemplos

dessas inovações não faltam. Só em 1998, os medicamentos movimentaram 300

bilhões de dólares em todo o mundo, sendo que 40% dos produtos têm origem

direta ou indiretamente de fontes naturais. No Brasil, as vendas atingiram a

marca de 11 bilhões de dólares, havendo ainda um espaço enorme para

ampliação desse mercado. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

estimou em pelo menos 2 trilhões de dólares o valor potencial do banco genético

brasileiro.

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Só na floresta tropical, pesquisas recentes apontam para um potencial de

mais de trezentos novos bioprodutos, derivados de produtos naturais

disponíveis. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam para a utilização

de plantas na cura de enfermidades por parte de 85% da população mundial

(cerca de 4 bilhões de pessoas). Cerca de 20% de todo o faturamento das

empresas de produtos farmacêuticos é empregado na descoberta de novas

drogas. Dentre estas, o mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria,

cosméticos, principalmente no que se refere às lifestyles drugs, drogas que

reúnem saúde e rejuvenescimento, vem apostando alto nas inovações,

especialmente na diversificação de insumos naturais provenientes das florestas

tropicais. O faturamento nacional desse setor atingiu, em 1999, a marca dos 12

milhões de dólares. Dentro desse processo, os produtos farmacêuticos de

origem natural ganham terreno e já representam 17% do mercado mundial.

As florestas tropicais úmidas são, também, ricas fontes de

microrganismos, fontes potenciais de novos compostos de ação antibiótica e de

drogas imunodepressoras, as quais, entre outros importantes resultados,

aumentam consideravelmente o grau de sucesso de transplantes de órgãos.

Outra área de interesse é a pesquisa de toxinas encontradas em venenos e

peçonhas de animais. No escritório de Patentes do Governo dos Estados Unidos,

foram registradas, recentemente diversas patentes de toxinas de aranhas e

escorpiões, sendo algumas de bioinseticidas seletivos, princípios

neurobloqueadores e substâncias terápicas para doenças cardíacas; além de

registros de patente de toxinas de serpentes, sendo a maioria voltada para o uso

em terapias de controle de pressão arterial.

BIODIVERSIDADE E SEU

POTENCIAL ECONÔMICO PARA

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O DESENVOLVIMENTO LOCAL E

REGIONAL

O futuro do desenvolvimento do país depende da forma como serão

administradas suas potencialidades. Pouco vale o desenvolvimento de novos

produtos que gerem bilhões de dólares em lucros no mercado internacional se

esses lucros não se refletirem em benefícios sociais, principalmente às

comunidades locais, e em especial, aquelas que detém o conhecimento

tradicional sobre a biodiversidade.

Uma política de indução e fomento ao uso sustentável dos componentes

da biodiversidade, com o apoio da biotecnologia, deve ser concretizada como

um novo norteador de estratégias produtivas, que não favoreçam novas

economias de enclave, mas permitam o estabelecimento de cadeias produtivas

que unam o interior aos centros urbanos que forem abrigar as atividades finais

das cadeias. Nesse sentido, é preciso vencer a distância que separa grande

parte das iniciativas extrativistas de hoje, pouco vinculadas ao restante da cadeia

produtiva, e a bioindústria emergente, em geral pouco comprometida com as

populações da floresta. Para isso, torna-se fundamental vencer o desafio, não

solucionado nos ciclos econômicos regionais anteriores, de orquestrar o

funcionamento conjunto da ciência com a produção, acoplando às cadeias

produtivas as cadeias de conhecimento correspondentes.

Apesar do modelo econômico vigente ser predatório, algumas iniciativas

contemplam o desenvolvimento econômico de forma sustentável, com o manejo

de produtos florestais, principalmente nos estados do Acre, Amapá e Amazonas.

No Acre, foram atendidas mais de quatro mil famílias de seringueiros, índios e

ribeirinhos, no fortalecimento dos segmentos de cadeias produtivas de produtos

da floresta. O processo foi iniciado pela borracha e castanha, e já ampliou o

leque de produtos explorados com os estudos de mais treze cadeias produtivas,

com o apoio do Probem. Os estímulos do governo levaram mais de três mil

famílias a retornarem para essa atividade produtiva, sendo que destas, cerca de

mil famílias voltaram a morar na floresta, deixando a periferia de cidades.

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Aproximadamente 500 famílias manejam hoje a copaíba para extração

sustentável de óleo. Outras quinhentas se beneficiam da coleta da castanha de

andiroba, que é comercializada para a usina de óleos florestais dos índios

Yawanawá.

Na Floresta Nacional de Tapajós, a produção de couro ecológico e a

extração de óleo de andiroba vêm crescendo a cada ano, possibilitando o

aumento da renda familiar em atividades compatíveis com o manejo daquela

unidade de conservação. Em parceria com o MMA, a Ong Amigos da Terra

montou um banco de dados na internet, onde coloca o produtor amazônico em

contato com o comprador. São 20 empreendimentos comunitários e 400

produtos.

Para que esta nova política pública seja ampliada para toda a região e

alcance resultados até então atingidos por programas em escala demonstrativa,

visualizam-se as seguintes demandas, a serem atendidas:

1. Necessidade de fomento ao desenvolvimento de instrumentos que

permitam a implantação de novos modelos econômicos, estabelecidos

com base na utilização sustentável dos recursos da biodiversidade

regional;

2. Direcionamento da atual tendência de crescente uso econômico da

biodiversidade, atendendo à necessidade de fomentar o ramo/setor e

disciplinar suas atividades, com base em prioridades estabelecidas a

partir de políticas públicas direcionadas à equidade social e à

sustentabilidade ambiental;

3. Zelo pela geração e repartição de benefícios socioeconômicos e

ambientais aos atores sociais participantes;

4. Necessidade de capacitação para o aprimoramento socioeconômico e

tecnológico das comunidades e demais atores econômicos que efetiva e

potencialmente vivem deste ramo/setor de atividades, para que suas

atividades ganhem escala;

5. Importância de se estabelecer estudos e conhecimento sobre as cadeias

produtivas de bioprodutos, como base para se estruturar as ações de

intervenção das políticas públicas;

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6. Atender à necessidade de alavancar a competência e capacitação

regional para atender ao atual crescimento da biotecnologia e da

bioindústria, principalmente no que se refere a:

1. Manejo e utilização sustentável dos componentes da

biodiversidade;

2. Pesquisa e desenvolvimento direcionados à obtenção de

bioprodutos;

3. Formação e desenvolvimento de novos empreendimentos

(bioempreendimentos).

SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO

PAPEL DAS COMUNIDADES

Sem dúvida, a utilização sustentável de componentes da biodiversidade

constitui o novo desafio a encarar, condição essencial para o progresso na

apropriação dos meios de produção, atualmente limitados pela pequena

variedade de espécies da floresta manejados e comercializados, o que vem

colocando a chamada “economia da floresta em pé” ainda em condições de

desvantagem em relação às práticas agrícolas e agroflorestais baseadas na

substituição da floresta.

Duas dinâmicas econômicas em crescimento, cujos atores são,

predominantemente, pequenos produtores, os sistemas extrativistas e a

chamada colonização agrícola, necessitam urgentemente de novas alternativas

de geração de renda a partir da floresta, de forma a valorizar cada vez mais a

biodiversidade ainda presente, ao mesmo tempo em que possibilitem a

recuperação econômica de grandes extensões de áreas degradadas, criadas a

partir de tecnologias inadequadas às condições naturais existentes.

Tal desafio vem esbarrando no despreparo dessas organizações

populares para tratar o tema da biodiversidade, cujas nuances envolvem

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princípios legais e padrões tecnológicos relativamente novos, cujo

desenvolvimento e definições ainda não estão completas. Alguns temas, como

o acesso ao conhecimento tradicional e a repartição de benefícios derivados,

contêm indefinições legais com frentes de discussão ainda abertas no nível

internacional. Além disso, a atual legislação de regularização de novos produtos,

cujo ordenamento é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária – Anvisa, torna este processo proibitivo para pequenos

empreendedores, dados os custos, que alcançam, em média, cerca de dez mil

dólares para validação de um novo produto.

Para inserir de forma plena estas comunidades no processo de

apropriação dos componentes da biodiversidade, constituindo o controle social

necessário para evitar a formação de novos enclaves econômicos na região, e

garantir a repartição dos benefícios oriundos dessa nova dinâmica, faz-se

necessário um amplo processo de capacitação desse segmento social, com

base na resolução dos obstáculos à construção de novas cadeias produtivas,

sob os aspectos legais, tecnológicos, institucionais e organizacionais. Tal

processo precisa ser construído de forma participativa, onde as demandas sejam

identificadas pelos próprios atores, com apoio dos especialistas nas diversas

áreas a serem abordadas.

SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DE

P&D

O Brasil pertence a uma minoria de países que se distingue pelo nível de

desenvolvimento da pesquisa científica, que inclui um sistema acadêmico

complexo e instituições de pesquisa consolidadas. Para se ter uma ideia da

capacidade técnico-científica do país, a publicação de artigos na imprensa

especializada internacional cresceu a uma taxa 57% superior à média mundial e

o número de doutores no Brasil dobrou, nos últimos anos.

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No entanto, é importante ressaltar que os rumos do desenvolvimento

científico e tecnológico adotados nas últimas décadas não foram suficientemente

convergentes para produzir o necessário conhecimento demandado para mudar

com agilidade o panorama da ocupação das regiões rurais, sobretudo as

amazônicas. O conhecimento da composição da biodiversidade e do

funcionamento dos ecossistemas ainda é deficiente, e as informações

levantadas encontram-se de forma fragmentada e dispersa.

Na atual conjuntura, em que o mundo começa a sofrer uma mudança de

paradigma tecnológico de grandes proporções (de commodity para speciality), o

país, e sobretudo a Amazônia, ainda sem conseguir resolver os problemas

causados pelos antigos paradigmas, vê-se à frente de um grande desafio:

adequar suas estruturas de produção econômica, científica e tecnológica às

novas estratégias de transformação de recursos naturais.

Alguns fracassos ocorreram em tentativas passadas de encontro entre

ciência e desenvolvimento regional, como no caso da implantação do Plano de

Valorização Econômica da Amazônia - PVEA, que começou a ser implantado no

início da década de 50. Tais fracassos foram ocasionados principalmente pela

disritmia entre uma estratégia de desenvolvimento mal desenhada e os prazos

necessários para geração dos conhecimentos requeridos, que extrapolavam em

muito a própria duração prevista do Plano. Assim, um sistema regional de C&T

ainda em formação foi desestruturado, cristalizando um divórcio entre as

necessidades locais e as prioridades científicas, cujo entendimento é necessário

e a reversão, difícil.

Em quadros como esse, de pouca sintonia entre produção científica e

estratégia de desenvolvimento, a ciência regional desenvolveu-se de forma

difusa e no dia-a-dia, foi deixando de lado a concentração e a objetividade que

caracterizam os grandes progressos tecnológicos em países do primeiro mundo,

onde a ciência sempre andou lado a lado e integrada ao desenvolvimento

econômico e sociocultural.

Especialmente no campo da biotecnologia, o país já entra, inicialmente,

na condição de vagão atrelado a uma locomotiva. Este atrelamento, que agora

parece inevitável, abre também um interessante e importante espaço para o país

construir caminhos que lhe sejam próprios e peculiares. Este caminho de dupla

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influência só vai funcionar, entretanto, se dentro de um determinado espaço

existir diálogo entre os dois empreendimentos do binômio C&T, ou seja, pode-

se estar novamente frente a uma situação recorrente: a inexistência de

conhecimentos suficientes nas regiões, e de difícil produção nos prazos

requeridos, para sustentação das estratégias de desenvolvimento.

Essa pauta de trabalho deve ter a capacidade de mobilizar a ciência

regional para um processo de desfragmentação, ou seja, de mobilização e

convergência em torno de uma ação de resgate dos fragmentos de

conhecimento existentes e sua complementação. Essa ação deve ocorrer no

sentido de responder às demandas do processo tecnológico pretendido pela

sociedade, em consonância com os princípios da justiça ambiental,

contemplando inclusão social. Trata-se de ação complexa e gradual, onde o

empreendimento biotecnológico não pretende substituir a estrutura de pesquisa

existente no País e, mais especificamente, na região amazônica, mas interligar

as diversas competências nacionais. Os resultados desse esforço não se

apresentarão imediatamente, o que obrigará a estabelecer alternativas de

transição, que atendam às demandas de mais curto prazo.

Sem dúvida, alguns avanços ocorridos recentemente precisam ser

consolidados e fortalecidos, como a criação de fundos setoriais, uma grande

conquista na modernização e fortalecimento do sistema de financiamento da

ciência, tecnologia e inovação brasileiras, crescendo a sinergia entre as diversas

instâncias de governo, e destas com a sociedade, a partir da proliferação de

novas instituições executivas, novos fundos e novos fóruns.

Nesse sentido, é preciso fortalecer, cada vez mais, as práticas de projetos

cooperados, organizados em redes interdisciplinares, envolvendo empresas e

instituições de P&D, capacitando localmente e replicando experiências bem

sucedidas. Tais projetos podem ser fortalecidos a partir de sua discussão em

fóruns locais que integrem as diversas demandas, estabelecendo instâncias que

possibilitem a decisão transparente sobre as prioridades e a viabilização de

recursos por meio de ampla participação dos diversos setores envolvidos.

O empreendimento biotecnológico carrega em si a necessidade de

articular produção, ciência, desenvolvimento tecnológico e ocupação sustentável

do espaço, além da necessidade de consolidar-se como uma alternativa

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concreta às soluções atualmente existentes. Conjugar a construção do espaço

regional com o caminhar da ciência é, neste sentido, o principal desafio histórico

a ser superado.

SITUAÇÃO E TENDÊNCIAS DO

PAPEL DOS

EMPREENDIMENTOS

INDUSTRIAIS E COMERCIAIS

Existem entraves reais à locação de bioindústrias em algumas regiões do

Brasil, especialmente na Amazônia, cuja superação, embora não seja

impossível, necessita enfrentar sérias dificuldades, quais sejam:

Ausência de uma rede de centros de pesquisa de excelência, considerada a

principal condição para a intensa geração de inovações que esta indústria

depende;

Ausência de complexa estrutura de serviços à produção, cruciais para a

trajetória entre a pesquisa básica e produto, tais como: indústrias de

equipamento para desenvolvimento conjunto de processos produtivos;

distribuidores, que têm papel decisivo nas relações produtor/usuário; firmas

de advocacia especializada em direitos de propriedade intelectual, repartição

de benefícios e bioparcerias; firmas especializadas na captação e alocação

de capital de risco; rede de hospitais e centros de pesquisa capazes de

realizar testes controlados de fármacos e outros produtos; etc.

Distância de aglomerados de outras atividades industriais cujos produtos ou

processos de produção integram ou são parcialmente paralelos às cadeias

produtivas da bioindústria;

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Baixíssima oferta de capital humano com o espectro de qualificações

necessário ao preenchimento dos requisitos da indústria, de pesquisadores

de ponta e pessoal de nível médio;

Distância dos centros de decisão, matrizes, e mesmo de filiais, das empresas

existentes nos diversos ramos da bioindústria atuantes no território brasileiro.

Para enfrentar tais disparidades e dar partida em um processo

considerado de fundamental importância na correção de rumos do

desenvolvimento regional, há que se trabalhar com atividades cujos padrões

tecnológicos podem resultar, com maior grau de sucesso, em geração

significativa de renda em empregos em bem mais curto prazo. Tal direção

recomenda priorizar, inicialmente, o desenvolvimento de fitoterápicos,

cosméticos, bebidas, alimentos e suplementos alimentares, considerando todo

o espectro de subsetores, produtos e processos associados a estas cadeias

produtivas. Tal estratégia compreende diversas vantagens:

A rede de instituições de pesquisa atual tem condições de atuar nas áreas;

Trata-se de nichos de mercado adequados às empresas nacionais de

pequeno e médio porte, muitas já atuantes na região e no país;

Os benefícios em termos de emprego, distribuição e multiplicação da renda

por unidade investida são maiores;

O potencial de geração de inovações competitivas é elevado;

A disseminação ampla de tecnologias permite a elevação posterior dos

patamares tecnológicos dos sistemas, por meio de políticas ativas de

benchmarking, entre outros fatores.

Esse esforço pode ser executado sem, necessariamente, abandonar-se

as hipóteses concretas de utilização de tecnologias intensivas em

conhecimento, mas em uma etapa intermediária, voltar-se à adaptação ou

mesmo imitação de tecnologias bem sucedidas, buscando a compreensão, o

uso e a modificação destas tecnologias, promovendo soluções que possam

imediatamente ser transferidas para a extensão, inclusive porque as

pesquisas destas soluções já partem de problemas concretos. Estes padrões

tecnológicos, ao mesmo tempo em que são facilmente assimiláveis pelos

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produtores, demandam e contribuem para a formação de grande número de

técnicos de nível médio.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A

CONSERVAÇÃO E O

APROVEITAMENTO

SUSTENTÁVEL DA

BIODIVERSIDADE

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolve diversas ações

voltadas para a prevenção dos danos e riscos ambientais causados, de uma

maneira geral, pelo crescimento socioeconômico predatório, e uma má utilização

dos recursos naturais, dentre outros fatores. Dentre as principais metas deste

Ministério estão a conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas, que

tem sido concretizada em ações que garantam o controle e a redução das taxas

de desmatamento e do extrativismo predatório, poluição dos ecossistemas

naturais, entre outros danos ao meio ambiente, assim como a valorização do

conhecimento tradicional, no uso e manejo da biodiversidade, realizado pelos

povos autóctones brasileiros.

Por esses motivos, tradicionalmente, as ações de natureza ambientalista,

sejam do governo ou de organizações da sociedade civil se concentram em

controlar ou impedir as atividades que causem danos relevantes ao meio

ambiente. Atualmente, o MMA tem assumido uma postura mais ativa em ações

diretamente relacionadas ao desenvolvimento social e econômico do país, por

meio de uma série de políticas transversais voltadas para o desenvolvimento

sustentável. Essas ações são baseados em princípios de inclusão social e de

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justiça ambiental, sendo fomentada a substituição de práticas predatórias ao

meio ambiente por práticas de consumo e produção sustentável, e de

desenvolvimento social e econômico por meio do aproveitamento sustentável

dos recursos naturais, o que pode ser caracterizado como sendo a garantia da

manutenção das “florestas em pé”.

De uma maneira geral, pode-se dizer que o movimento ambientalista e os

órgãos governamentais de meio ambiente estão desenvolvendo uma

compreensão, nas últimas décadas, que a melhor estratégia de se evitar a

degradação ambiental é a promoção do aproveitamento social e econômico da

biodiversidade. Diversos trabalhos nas áreas ambientais têm demonstrado que

o manejo sustentável dos recursos da biodiversidade dos biomas, preservados

ao longo do tempo geológico e ecológico, traz mais retorno sob diversos pontos

de vista, tais como: social, econômico, cultural e ambiental. Constata-se, cada

vez mais, que o uso predatório da natureza tem trazido benefícios apenas a curto

prazo, não sendo garantidas as condições de sustentabilidade para as gerações

futuras. Além disso, os benefícios do uso predatório da natureza, de uma

maneira geral, são socialmente excludentes, contribuindo para perpetuação das

desigualdades.

A ação de governo federal, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, no

que toca a política de utilização do patrimônio genético, deve se constituir por

dois componentes:

1. A normatização e regulamentação;

2. O fomento e a indução.

O componente normalização e regulamentação é competência do CGEN,

Conselho de gestão do Patrimônio Genético, órgão colegiado ao MMA, que

tem sua Secretaria Executiva inserida no DPG, Departamento do Patrimônio

Genético, vinculada à Secretaria de Biodiversidade e Florestas (MMA). O

principal programa no componente do fomento e indução é o Probem,

vinculado à Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável

(MMA)

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APRESENTAÇÃO DO PROBEM

O Probem - Programa Brasileiro de Bioprospecção e Desenvolvimento

Sustentável de Produtos da Biodiversidade é voltado para inserção de projetos

e ações relacionados ao aproveitamento sustentável dos recursos da

biodiversidade brasileira. Os projetos e ações de desenvolvimento sustentável

nessa linha dependem de pesquisas básicas e da articulação com organizações

governamentais, organizações sociais e populares, instituições de pesquisa,

comunidades, organizações não governamentais e outros segmentos envolvidos

nos processos.

O Programa visa fomentar e induzir o desenvolvimento econômico e

socioambiental no país a partir do acesso e utilização sustentável dos recursos

genéticos da biodiversidade. Portanto, deve ser concebido e estruturado com

base nas cadeias produtivas, buscando integrar de modo transversal, todas as

etapas econômicas, sociais e ambientais que movimentam e direcionam o uso

dos recursos da biodiversidade. A concepção de Programa faz com que este

seja de natureza fundamentalmente transversal, interagindo com todo um

amplo conjunto de atores (governamentais e não-governamentais) envolvidos na

cadeia produtiva de bioprodutos – desde o acesso para sua identificação e

extração na natureza, passando pela organização social da produção

econômica, até a realização econômica de seu valor no mercado, assim como o

conjunto de atores envolvidos na cadeia do conhecimento, que é empregado a

cada etapa da cadeia produtiva, promovendo a transformação dos recursos em

produtos de maior valor agregado.

As atividades prioritárias do Probem são voltadas para a articulação de

projetos-piloto nos biomas brasileiros, com a priorização do desenvolvimento das

cadeias produtivas de recursos estratégicos da biodiversidade. Nesses

processos são priorizadas as inovações técnicas, tecnológicas e culturais no

aproveitamento da biodiversidade, e do conhecimento tradicional associado.

As diretrizes dessas ações incluem um modelo de uso múltiplo e integrado

da biodiversidade, com agregação de valor e conhecimento das suas

potencialidades, inclusão social, justa repartição dos benefícios e justiça

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ambiental. Assim, as ações do Programa são adaptadas aos biomas e as

comunidades locais de cada polo.

Todas as etapas das cadeias produtivas devem se realizar de forma

ambientalmente sustentável e socialmente justa, em conformidade com os

princípios e diretrizes estabelecidos pela Convenção da Diversidade Biológica e

da Agenda 21 Brasileira. Assim, as ações do programa devem contribuir para a

conservação dos ecossistemas, com a preservação das espécies e da

variabilidade genética.

O Programa desenvolve ações e projetos em polos de Bioprospecção e

desenvolvimento Sustentável de Produtos da Biodiversidade, onde são

implementadas as cadeias produtivas da biodiversidade eleitas como

estratégicas com a participação das comunidades e instituições parceiras. Dessa

forma os Polos Probem se baseiam em 3 redes interligadas, a fim de se

desenvolver integralmente as cadeias produtivas:

1- Rede de Coleta, Inventário e Cultivo;

2 – Rede de Pesquisa e Desenvolvimento;

3 – Rede de Marketing e Comercialização.

Diretrizes gerais para o Manejo: deve ser fomentando o desenvolvimento

de conhecimento e a implementação de técnicas de manejo que minimizem o

impacto e maximizem a produção e o aproveitamento desses recursos. Para

tanto, serão estabelecidos sistemas de aproveitamento múltiplo e integrado da

biodiversidade, priorizando bioprodutos estratégicos (especialmente os

endêmicos), por meio da associação de técnicas de sistemas agroflorestais,

agroecologia, permacultura, etc.

Diretrizes gerais para o Beneficiamento: o beneficiamento deve ser

realizado, numa primeira etapa preferencialmente por cooperativas de

produtores para que estes tenham o máximo de autonomia possível, ampliando

a renda das comunidades, e evitando a concentração dos lucros pelos

atravessadores. Na etapa de beneficiamento biotecnológico (se presente) serão

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priorizadas as instituições de P&D nacionais, sobretudo aquelas credenciadas

nas redes Probem.

Diretrizes gerais para o Comércio: os produtos devem ser devidamente

certificados pelos órgãos responsáveis, e registrados e autorizados pelo CGEN,

quando necessário. Deve ser promovida a educação ambiental e o marketing

ecológico. No caso de conhecimento tradicional associado ao bioproduto deve

ser implementadas as normas de repartição de benefícios previstas na

legislação.

O diferencial do Probem, em relação a outras políticas públicas de uso

sustentável dos recursos genéticos, é a agregação de valor e conhecimento a

biodiversidade. Para tanto, devem estar associadas as etapas das cadeias

produtiva e do conhecimento.

Deste modo, este Programa deve ter como Objetivos (Macro Objetivos):

1. Promover uma estrutura permanente de análise e promoção de

cadeias produtivas de recursos derivados da biodiversidade dos biomas

brasileiros, com vistas à sua ampliação e diversificação, com ênfase na

sustentabilidade ambiental e na inclusão social;

2. Promover o desenvolvimento das cadeias do conhecimento acerca

dos potenciais produtos da biodiversidade brasileira e da tecnologia

agregada para a utilização dos recursos genéticos de forma sustentável;

3. Articular projetos-piloto de desenvolvimento de bioprodutos, em

especial voltados à inserção das populações tradicionais em processos

produtivos derivados da bioprospecção e ao zelo pela justa repartição dos

benefícios;

4. Gerar subsídios para a formulação de políticas públicas para a

bioprospecção e o uso sustentável do patrimônio genético.

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Artigos para reflexão

Desenvolvimento sustentável: Como aliar

meio ambiente e economia

Cláudio Mendonça

O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, no século 20, serviu tanto para

promover a melhoria da qualidade da vida do ser humano, quanto para ampliar

a sua capacidade de autodestruição. Entre as heranças nefastas do último

século, encontram-se o desgaste sem precedentes dos recursos naturais, os

efeitos lesivos da poluição do ar e das águas, a destruição das matas e da

biodiversidade do planeta.

No início da década de 1960, os movimentos ecológicos já advertiam sobre as

graves ameaças que estavam impostas à biosfera. As manifestações e

discussões naquela década apontavam, também, para a insustentabilidade do

modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consumo e crescimento

econômico acelerado. Assim, aos poucos, os temas ambientais foram sendo

incorporados aos programas de governo das nações, aos partidos políticos e à

agenda dos organismos internacionais.

Movimentos ambientalistas

As Organizações Não-Governamentais (ONGs) começaram a surgir a partir da

década de 1960. O WWF ("World Wildlife Fund"), a primeira ONG ambientalista

de espectro mundial, foi criada em 1961. Está voltada para a defesa de espécies

ameaçadas de extinção, de áreas virgens e ao apoio a educação ambiental. Em

1971, o Greenpeace - criado para impedir um teste nuclear na costa do Alasca,

nos Estados - passou a ser o movimento ambientalista de maior projeção

internacional.

Desse modo, a discussão ambiental ganhou amplitude e adeptos em todo o

mundo ao colocar em pauta a questão da própria sobrevivência humana e

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assinalar a necessidade de mudanças nos nossos valores sociais e culturais,

bem como no modelo econômico das nações de um modo geral.

Conferência de Estocolmo

O primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais tem como

referência a Conferência de Estocolmo, promovida pela ONU, na Suécia, em

1972 (1ª Conferência Internacional para o Meio Ambiente Humano). Até então,

esse foi o maior evento de dimensão internacional dedicado exclusivamente à

avaliação das relações sociedade e natureza. O dia 5 de junho, que marcou o

início dos trabalhos da Conferência, foi oficializado pela ONU como o "Dia

Mundial do Meio Ambiente".

Na década de 1970, o mundo vivia no auge da Guerra fria. Os países socialistas

ligados à hoje extinta União Soviética não compareceram ao evento de

Estocolmo. Esses países boicotaram a conferência, em solidariedade à

Alemanha Oriental, cuja participação foi vetada pela ONU.

Sem a presença dos países socialistas, o principal embate do encontro de

Estocolmo ocorreu entre os países desenvolvidos do hemisfério Norte e os

países subdesenvolvidos do Sul. Enquanto os países do Norte, de modo geral,

defendiam a necessidade de implementar políticas ambientais rigorosas, os

países do Sul reclamavam o direito de perseguir o desenvolvimento econômico

e investir na industrialização.

O mundo subdesenvolvido não demonstrou nenhum interesse em adotar

mecanismos de proteção ambiental que bloqueassem as suas metas de

crescimento econômico. Os representantes desses países argumentavam que o

crescimento econômico era prioritário e necessário para modificar a condição

social precária em que vivia boa parte dos povos do mundo.

Uma conclusão contraditória

Essas divergências levaram a resultados práticos pouco promissores. Para

contemplar as diversas posições, a "Declaração de Estocolmo" estabeleceu uma

carta de princípios em que os países desenvolvidos concordavam com a

necessidade de transferir tecnologia e dar apoio financeiro aos países dispostos

a adotarem medidas ambientais corretas. Contudo, em contradição com o

próprio princípio e objetivo da conferência, considerava que a conquista do

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desenvolvimento econômico era uma meta tão prioritária quanto a preservação

do meio ambiente.

Nesse sentido, a posição brasileira na Conferência de Estocolmo foi tristemente

exemplar, ao declarar que o país abria as suas portas para a instalação das

indústrias poluidoras que tanto incomodavam a população dos países do Norte.

Deixava clara a ideia de que o Brasil preferia promover o crescimento econômico

a qualquer custo a se dedicar a políticas ambientais.

Na verdade, o grande avanço de Estocolmo foi o de sensibilizar a sociedade

mundial para os graves problemas ambientais que podiam e ainda podem

colocar em risco a sobrevivência da humanidade. A criação do PNUMA -

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - foi um de seus resultados

concretos. O PNUMA passou a ser a agência da ONU responsável pela

promoção de ações internacionais e nacionais relacionadas à proteção do meio

ambiente.

Visões de meio ambiente

Pelo menos três concepções sobre a relação da sociedade humana com o meio

ambiente, foram bem estabelecidas nessa primeira grande discussão

internacional. Para começar, podemos citar o desenvolvimentismo, que defende

o crescimento econômico a qualquer custo e não considera os danos ambientais

nem a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais. Essa concepção

confunde crescimento econômico com desenvolvimento e estimula o consumo

crescente de energia e de recursos naturais.

Em um lado totalmente oposto, encontra-se o preservacionismo, amparado na

ideia de que -no atual estágio do desenvolvimento da produção - é necessária

uma postura radical de preservação ambiental. Essa corrente teve origem nos

Estados Unidos, na verdade, ainda no século 19. Ela foi responsável pela criação

de importantes parques nacionais destinados à salvação da natureza original,

como são os casos do Parque Nacional de Yellowstone (1872), do Sequoia Park

(1890) e muitos outros. Em outras palavras, o preservacionismo defende a

proteção integral de determinado ecossistema com o objetivo de garantir a sua

intocabilidade.

Já o conservacionismo é um meio termo entre as duas correntes anteriores.

Admite a exploração dos recursos naturais, de forma racional e eficiente.

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Conservar significa, portanto, utilizar a natureza, mas garantindo a sua

sustentabilidade. Não significa guardar os recursos naturais e sim consumir

adequadamente: atender às necessidades do presente, levando em

consideração a necessidade do uso desses recursos no futuro. A visão

conservacionista tem caracterizado a maioria dos movimentos ambientalistas e

tornou-se consenso entre a maioria dos países, sendo o princípio que norteia a

política de desenvolvimento sustentável.

Recursos renováveis e não-renováveis

Tanto preservacionistas quanto conservacionistas consideram que a questão

ambiental não está restrita aos tipos de recursos utilizados - renováveis ou não-

renováveis - e sim aos recursos naturais em geral. Recursos renováveis são

aqueles que, uma vez utilizados, podem ser recuperados, como a vegetação, a

água, o ar e o solo. Os recursos não-renováveis são aqueles que se esgotam,

ou seja, que não podem ser repostos, como os minérios: o petróleo, o carvão, o

ferro, o manganês, o alumínio e outros.

De fato, essa classificação encontra limitações, pois a exploração intensa de

uma floresta, a utilização de extensas áreas para produção agropecuária ou a

poluição de um rio pode levar à destruição irreversível de um ecossistema. É

também o caso do ar, cuja qualidade tem sido comprometida com a emissão de

gases que alteram a sua composição natural e tem provocado alterações

climáticas em todo o planeta. Portanto, apesar de serem classificados como

renováveis, alguns recursos não podem ser utilizados de forma inadequada sem

uma atitude que vise a sua conservação em longo prazo.

Desenvolvimento sustentável

Em 1973, um ano após a Conferência de Estocolmo foi elaborado o conceito de

ecodesenvolvimento, mencionado pela primeira vez por Maurice Strong,

Secretário Geral da Estocolmo/72. O ecodesenvolvimento - cujos princípios

básicos foram formulados posteriormente por Ignacy Sachs - valoriza as

possibilidades de um desenvolvimento capaz de criar um bem-estar social, a

partir das particularidades e anseios das populações locais. É contra a

padronização do modelo de desenvolvimento dos países ricos ocidentais,

baseado na sociedade de consumo. Propõe também a necessidade de um

modelo de desenvolvimento apoiado na preservação dos recursos naturais.

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Em 1983 a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, presidida pela primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem

Brundtland. Essa comissão realizou uma ampla avaliação dos problemas

ambientais relacionadas ao desenvolvimento econômico. Seu trabalho resultou

na publicação de um extenso relatório intitulado "Nosso Futuro Comum",

publicado em 1987 (Relatório Brundtland). Nele, ficou consolidado o conceito

de desenvolvimento sustentável, apoiado em políticas conservacionistas

capazes de promover o desenvolvimento, sem a dilapidação dos recursos do

planeta. Enfim, um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida

hoje, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras.

Algumas de suas recomendações propunham a redução do uso de matérias-

primas e energia, uso de fontes de energia renováveis, limitação do crescimento

populacional, combate à fome, preservação dos ecossistemas, industrialização

ecologicamente equilibrada, satisfação de necessidades básicas para toda a

humanidade, modificação dos valores e padrões da sociedade de consumo e a

responsabilidade do Estado na implementação de políticas baseadas na justiça

e equidade social. A sua viabilização depende da inclusão de políticas

ambientais no processo de tomada de decisões econômicas.

O conceito de desenvolvimento sustentável, apoiado numa visão ética

indiscutível, comprometida em preservar a natureza para as gerações futuras,

tornou-se consensual em quase todo o mundo. No entanto, a sua viabilidade

prática ainda precisa ser avaliada, pois é difícil definir até que ponto a exploração

econômica é compatível com a manutenção de um ambiente saudável.

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Desenvolvimento Sustentável

Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital

e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos

uma de suas metas: a participação da população.

A preocupação da comunidade internacional com os limites do desenvolvimento

do planeta data da década de 60, quando começaram as discussões sobre os

riscos da degradação do meio ambiente. Tais discussões ganharam tanta

intensidade que levaram a ONU a promover uma Conferência sobre o Meio

Ambiente em Estocolmo (1972).

No mesmo ano, Dennis Meadows e os pesquisadores do "Clube de Roma"

publicaram o estudo Limites do Crescimento. O estudo concluía que, mantidos

os níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos

recursos naturais, o limite de desenvolvimento do planeta seria atingido, no

máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da população

mundial e da capacidade industrial.

O estudo recorria ao neo-malthusianismo como solução para a iminente

"catástrofe". As reações vieram de intelectuais do Primeiro Mundo (para quem a

tese de Meadows representaria o fim do crescimento da sociedade industrial) e

dos países subdesenvolvidos (já que os países desenvolvidos queriam "fechar a

porta" do desenvolvimento aos países pobres, com uma justificativa ecológica).

Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de

ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados por Ignacy Sachs. Os

caminhos do desenvolvimento seriam seis: satisfação das necessidades

básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população

envolvida; preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; elaboração

de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras

culturas; programas de educação. Esta teoria referia-se principalmente às

regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à sociedade industrial. Foram

os debates em torno do ecodesenvolvimento que abriram espaço ao conceito de

desenvolvimento sustentável.

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Outra contribuição à discussão veio com a Declaração de Cocoyok, das Nações

Unidas. A declaração afirmava que a causa da explosão demográfica era a

pobreza, que também gerava a destruição desenfreada dos recursos naturais.

Os países industrializados contribuíam para esse quadro com altos índices de

consumo. Para a ONU, não há apenas um limite mínimo de recursos para

proporcionar bem-estar ao indivíduo; há também um máximo.

A ONU voltou a participar na elaboração de um outro relatório, o Dag-

Hammarskjöld, preparado pela fundação de mesmo nome, em 1975, com

colaboração de políticos e pesquisadores de 48 países. O Relatório Dag-

Hammarskjöld completa o de Cocoyok, afirmando que as potências coloniais

concentraram as melhores terras das colônias nas mãos de uma minoria,

forçando a população pobre a usar outros solos, promovendo a devastação

ambiental. Os dois relatórios têm em comum a exigência de mudanças nas

estruturas de propriedade do campo e a rejeição pelos governos dos países

industrializados.

No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Harlem Brundtland e Mansour

Khalid, apresentou um documento chamado Our Common Future, mais

conhecido por relatório Brundtland. O relatório diz que "Desenvolvimento

sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem

comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias

necessidades". O relatório não apresenta as críticas à sociedade industrial que

caracterizaram os documentos anteriores; demanda crescimento tanto em

países industrializados como em subdesenvolvidos, inclusive ligando a

superação da pobreza nestes últimos ao crescimento contínuo dos primeiros.

Assim, foi bem aceito pela comunidade internacional.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,

realizada no Rio de Janeiro, em 1992, mostrou um crescimento do interesse

mundial pelo futuro do planeta; muitos países deixaram de ignorar as relações

entre desenvolvimento socioeconômico e modificações no meio ambiente.

Entretanto, as discussões foram ofuscadas pela delegação dos Estados Unidos,

que forçou a retirada dos cronogramas para a eliminação da emissão de CO2

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(que constavam do acordo sobre o clima) e não assinou a convenção sobre a

biodiversidade.

O termo desenvolvimento sustentável define as práticas de desenvolvimento que

atendem às necessidades presentes sem comprometer as condições de

sustentabilidade das gerações futuras. Seus princípios consideram:

Os princípios do desenvolvimento sustentável são baseados nas necessidades,

sobretudo as necessidades essenciais e, prioritariamente, aquelas das

populações mais pobres; e limitações que a tecnologia e a organização social

impõem ao meio ambiente, restringindo a capacidade de atender às

necessidades presentes e futuras.

Em sentido amplo, a estratégia de desenvolvimento sustentável visa a promover

a harmonia entre os seres humanos e entre esses e a natureza. Para tanto, são

necessários:

Sistema político com efetiva participação dos cidadãos no processo de

decisão;

Sistema econômico competente para gerar excedentes e conhecimentos

técnicos em bases confiável e constante;

Sistema social capaz de resolver as diferenças causadas por um

desenvolvimento desigual;

Sistema de produção que preserve a base ecológica do desenvolvimento;

Sistema tecnológico que busque novas soluções;

Sistema internacional com padrões sustentáveis de comércio e

financiamento;

Sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.

O desenvolvimento sustentável não trata somente da redução do impacto da

atividade econômica no meio ambiente, mas principalmente das consequências

dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade, tanto presente

quanto futuro.

Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, elaborado em 1987, uma série de

medidas devem ser tomadas pelos países para promover o desenvolvimento

sustentável. Entre elas:

Limitação do crescimento populacional;

Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;

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Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;

Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com

uso de fontes energéticas renováveis;

Aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base

em tecnologias ecologicamente adaptadas;

Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades

menores;

Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).

Em âmbito internacional, as metas propostas são:

Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações

de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento);

Proteção dos ecossistemas supranacionais como a Antártica, oceanos, etc.,

pela comunidade internacional;

Banimento das guerras;

Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela

Organização das Nações Unidas (ONU).

O conceito de desenvolvimento sustentável deve ser assimilado pelas lideranças

de uma empresa como uma nova forma de produzir sem degradar o meio

ambiente, estendendo essa cultura a todos os níveis da organização, para que

seja formalizado um processo de identificação do impacto da produção da

empresa no meio ambiente e resulte na execução de um projeto que alie

produção e preservação ambiental, com uso de tecnologia adaptada a esse

preceito. Entre as empresas que aplicaram um projeto de desenvolvimento

sustentável são citadas 3M, McDonalds, Dow, DuPont, Pepsi, Coca-Cola e

Anheuser-Busch.

Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente

adequado de desenvolvimento sustentável são:

Uso de novos materiais na construção;

Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais;

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Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar,

a eólica e a geotérmica;

Reciclagem de materiais reaproveitáveis;

Consumo racional de água e de alimentos;

Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de

alimentos.

O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por

um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria,

a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta

constatação, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando

conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda,

ao fim da pobreza no mundo.

As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A

humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma

sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem

comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias

necessidades". Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples

palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou

seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance

de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da

qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que é possível

conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?

Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os

estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como:

"equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais

de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça

social".

Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como

parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada

isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca

tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A

diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à

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justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da

qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas

de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-

se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de

melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração,

portanto, a qualidade ambiental do planeta.

O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:

A satisfação das necessidades básicas da população (educação,

alimentação, saúde, lazer, etc);

A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de

modo que elas tenham chance de viver);

A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da

necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe

para tal);

A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);

A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e

respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do

massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);

A efetivação dos programas educativos.

Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital

e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos

uma de suas metas: a participação da população.

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BIBLIOGRAFIA

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