plano territorial de desenvolvimento rural sustentado
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TERRITÓRIO CENTRAL
ESTADO DE RONDÔNIA
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO
RURAL SUSTENTADO
OUTUBRO DE 2007 Secretaria de Desenvolvimento Territorial
Ministério do Desenvolvimento Agrário
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I. Apresentação A construção de políticas de integração social avança e cresce consideravelmente no Brasil, ainda que pese algumas dificuldades de articulação e mesmo de representação sócio-política. Visando uma maior maximização na utilização de recursos (humanos, materiais, econômicos, etc), em 2003 foi criado pelo Governo Federal o Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT, no âmbito da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. O “Território” não é visto como mais uma figura político – administrativa (ao lado da União, dos Estados, dos municípios e do Distrito Federal). Passa a ser visto muito mais como uma relação de processos específicos. Assim, o conceito adotado pela SDT para definir Território, é de “um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial”. Em Rondônia, foram selecionados três Territórios, entre estes o Território Central, formado por 12 municípios, sendo: Ji-Paraná, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Vale do Paraíso, Urupá, Mirante da Serra, Theobroma, governador Jorge Teixeira, Nova União, Teixeirópolis e Vale do Anari. Atualmente as ações de mobilização são realizadas pelo Fórum de Implementação das Ações do Território Central de Rondônia – FIATEC. Dentre um de seus produtos o FIATEC, em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre - PESACRE e de outras entidades, apresenta este documento, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) do Território Central de Rondônia. Este documento não pretende ser único e nem está acabado. Tem apenas a intenção de contribuir para mais um passo na busca do desenvolvimento sustentado e com responsabilidade no Território Central de Rondônia. II. Aspectos metodológicos de construção do PTDRS. Foram vários os passos dados (e outros ainda estão por vir e fazer). Contudo, a região do Território Central já contava com certo capital social e certa articulação entre seus atores e atrizes sociais. A região já contava com ações do pró-ambiente e de fóruns e planos de desenvolvimento locais, etc. Isto em parte contribuiu (e até mesmo facilitou) o entendimento e absorção da proposta de desenvolvimento territorial.
Um dos primeiros eventos aconteceu em novembro de 2003, numa reunião no Centro de Treinamento da Emater – Centrer, em Ouro Preto do Oeste, quando foram convidados prefeitos, vereadores, secretários municipais, presidente de
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sindicatos, presidentes de associações, presidentes de Conselhos de Desenvolvimento Rurais, entre outros, onde foi apresentada a proposta da implantação de um território de desenvolvimento. A partir daí seguiu-se vários outros eventos:
• Oficinas de sensibilização e mobilização: Foram realizadas 12 Oficinas (municipais, territoriais e estaduais). Nestas oficinas, foram realizados nivelamentos conceituais sobre a abordagem territorial na estratégia de desenvolvimento rural sustentável. Como produto criou-se uma equipe de trabalho denominada Comissão de Instalação das Ações Territoriais - CIAT (hoje Fórum de Implemantação de Ações do Território Central – FIATEC), com a responsabilidade de conduzir o processo de construção do PTDRS.
• Estudo propositivo. O Estudo Propositivo do Território Rural Central em Rondônia foi construído com base em informações primárias e secundárias do Estado do Rondônia com ênfase nos 12 municípios que compõem o Território. Foram realizadas reuniões com o núcleo técnico, visitas técnicas, etc. Foi concluído em outubro de 2005.
• Seminário territorial de desenvolvimento sustentável Neste seminário, além das exposições e discussões sobre a estratégia de desenvolvimento territorial, as informações obtidas nos levantamentos preliminares e sistematizadas foram apresentadas aos participantes que, então, puderam referendar, retificar ou contribuir com novas informações.
• Eventos territoriais de planejamento e gestão de desenvolvimento Foram realizados 21 eventos de planejamento (oficinas, reuniões, etc). Nestas eventos aconteceram nivelamentos de conceitos utilizados no processo de implementação de uma estratégia de desenvolvimento territorial, propostas de projetos, planos de trabalho e outros assuntos.
• Oficina territorial de concepção do desenvolvimento territorial Foram realizadas três oficinas para construção da visão de futuro. Nelas foram apresentadas informações sistematizadas dos levantamentos preliminares. Com estas informações, discutidas, complementadas e referendadas, os participantes passaram, então, a elaborar a Visão de Futuro e os Eixos Aglutinadores.
• Reuniões de arranjos Institucionais de projetos Foram relaizadas 12 (doze) reuniões. Estas reuniões, forma realizadas
paralelamente a elaboração do PTDRS, em função da necessidade de definir a forma de gestão dos projetos que foram aprovados durante este tempo. Estas reuniões foram retratadas junto as prefeituras proponentes dos PRONAT.
• Reuniões técnicas do FIATEC Foram realizadas 14 (quatorze) reuniões técnicas. Nestes momentos eram identificados e registrados assuntos onde haveriam a necessidade de um maior aprofundamento e, eram distribuidas a devidas atribuições.
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Um plano de desenvolvimento nunca estará terminado. A dinâmica das
relações humanas é constante, não permite um simples “acabou”; as situações e as
pessoas estão em constante transformações. O PTDRS do Território Central estará
sendo periodicamente avaliado e renovado em informações e projetos.
Este documento está sendo apresentado em 12 (doze) encartes: os 11
(onze) primeiros encartes se referem ao diagnóstico e tem por base o Estudo
Propositivo (EP) realizado em 2005. O 12º encarte apresenta os programas e
projetos frutos do amadurecimento e dos acordos entre os atores e as atrizes sociais
em busca do desenvolvimento sustentado para o Território Central. Ou seja, é na
prática o próprio plano territorial de desenvolvimento rural sustentado.
A proposta de apresentar este documento por encartes, não é em si
inovadora. É uma metodologia utilizada nos planos de manejos de uso múltiplos de
unidades de conservação. A metodologia foi adaptada para facilitar o acesso às
informações e para atualizá-las rapidamente sempre que se fizer necessário, sem
levar a perda total do documento. Sua linguagem, dentro do possível, pretender ser
a mais fácil possível, permitindo o entendimento do mais variado público.
Será usado constantemente e pretendemos leva-lo ao conhecimento do
público em geral, servindo de base para a elaboração de projetos e na construção
de outras propostas de desenvolvimento sustentado.
FIATEC
Composição do Fórum de Implementação das Ações do Território Central de Rondônia – FIATEC
MUNICÍPIO
STR / ONGs
CMDRS
Prefeituras
EDUCAÇÃO
Grupo de Mulheres
Theobroma José Milton da Silva Mauro Antonio Laudaci Gomes Oliveira
Ji-paraná Vitalina Figueiredo
José
Antônio Tâmara Macedo Adalgizo Viana Adélia
Jaru Elessandra Dutra João da Cruz
José Luiz
Mendes Neuman. da Silva Brito
Vale do Paraíso Rivelino Neto Freitas Noemi Usanovit
Teixeirópolis Samuel Bonifácio Eliane Ventura Iraci Barros
P. Medice Euzilene do Nascimento Maurício Amarílio Francisco
Marinalva Caetano dos
Anjos Fany Gomes da Silva
Ouro Preto do Oeste João Vilmar Rabel Eroni Pedro
Vale do Anari Ari Borges João Ramalho Walter Borges Agrimario Maria de Penha
Jorge Teixeira Laudemir Batista Santos
Urupá Ademir Pinheiro Gilmar Delecrode Jacileide C. de Lima
Solange Menezes
Maria Helena
Nova União José Carlos Wagner Eneias Barbosa
Mirante da Serra Sebastião Martins Walter Borges Sonia Maria Teixeira
Renata Rosa de Souza (Articuladora Territorial) Jânio Nascimento de Aquino (Articulador Estadual) Celso Franco Damasceno (Rede Nacional de Colaboradores)
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SUMÁRIO PÁGINA
1 CONFIGURAÇÃO ESPACIAL
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2 ASPECTOS HISTÓRICOS
10
3 ASPECTOS GEOAMBIENTAIS
25
4 POPULAÇÃO
31
5 ORGANIZAÇÃO SOCIAL
41
6 ESTRUTURA AGRÁRIA
48
7 ASPECTOS ECONÔMICOS
62
8 SERVIÇOS SOCIAIS
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9 INFRA-ESTRUTURA
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10 CULTURA E LAZER
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11 SERVIÇO DE APOIO À PRODUÇÃO
98
12 PROGRAMAS E PROJETOS
103
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO (ZSEE – RO)
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1. Configuração espacial
O Estado de Rondônia está localizado na parte oeste da região Norte do
Brasil, com uma extensão de 238.512 km2, correspondendo a 6,79% da região e a
2,86% do Território Nacional (figura 1.1). Situa-se entre as coordenadas geográficas
de 7º50' e 13º43' de latitude sul e 66º48' e 59º50' a oeste de Greenwich (longitude),
em área abrangida pela Amazônia Ocidental. O Estado limita-se ao norte e nordeste
com o Amazonas, a leste e sudeste com o Mato Grosso, a oeste com a Bolívia e a
noroeste com o Acre. Apresenta uma população estimada em 1.379.789 habitantes
com densidade demográfica de 5,8 habitantes/km2. (Censo 2000).
O nome do Estado é em homenagem a Cândido Mariano da Silva Rondon, o
Marechal Rondon, militar e sertanista, que implantou linhas telegráficas, realizou o
mapeamento de terrenos e principalmente estabeleceu relações cordiais com os
índios, ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.
Figura 1.1 – Regiões geopolíticas do Brasil
Fonte: www.brazadv.com
Legenda
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
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1.2. Desenvolvimento territorial
A proposta de desenvolvimento territorial sustentável considera as
peculiaridades locais e regionais, e as reivindicações feitas a longo de várias
décadas, no sentido da construção de uma política pública coletiva e participativa do
poder público e da sociedade civil permitindo não somente a descentralização de
projetos mas, também a maximização dos recursos.
Em Rondônia foram homologados três territórios: Território Madeira Mamoré,
Território Vale do Jamari e Território Central (figura 1.2)
Figura 1.2 – Posição dos Territórios rurais em Rondônia
Fonte: SDT/MDA
O Território Central é um espaço físico, geograficamente definido, contínuo,
compreendendo cidades e espaços rurais de 12 municípios: Ji-Paraná, Jarú, Ouro
Preto do Oeste, Presidente Médici, Vale do Paraíso, Urupá, Mirante da Serra,
Theobroma, Governador Jorge Teixeira, , Nova União, Teixeirópolis e Vale do Anari.
Foi incluído no Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios
Rurais (PRONAT), em 29 de julho de 2003 e pelo Conselho Estadual de
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Desenvolvimento Rural Sustentável de Rondônia (CEDRS). Abrange uma área de
28.225 Km2, onde habitam 311.915 pessoas (Censo 2000). Figura 1.3 - Localização do Território Central em Rondônia.
Fonte: SDT / MDA
No Território Central estão localizados 24 Projetos de Assentamento da
Reforma Agrária (P.A.), com mais 4.300 famílias beneficiadas.
Em seu espaço geopolítico estão localizadas cinco Unidades de
Conservação, a saber:
- Reserva Biológica Jarú (no município de Vale do Anari e Ji-Paraná)
- Parque Nacional do Pacaás Novos (no município de Governador Jorge Teixeira)
- Parque Municipal Chico Mendes (no município de Ouro Preto do Oeste)
- Reservas Extrativistas Aquariquara e Itaúba (no município de Vale do Anari).
Também estão presentes duas Terras Indígenas:
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- T.I. Igarapé Lurdes (no município de Ji-Paraná) e
- T.I. Uru-Eu-Wau-Wau.( no município de Gov. Jorge Teixeira)
De um modo geral, estas áreas protegidas encontram-se bastante
ameaçadas por ações de depredação: roubo de madeira, caça e pesca ilegal e
grilagem de terras.
2. Aspectos históricos 2.1 - Ocupação humana
O processo de povoamento do espaço físico que constitui o estado de
Rondônia começou no século XVIII, durante o ciclo do ouro, quando mineradores,
comercializadores, militares e padres jesuítas fundaram os primeiros arraiais e vilas
nos vales dos rios Guaporé e Madeira.
A decadência desse ciclo de produção aurífera causou a involução
populacional desses arraiais, vilas e cidades surgidas no auge deste ciclo, com o
êxodo dos portugueses e paulistas que formavam o topo da sociedade da época.
Mas ficam os negros remanescentes do escravismo, os mulatos e os índios já
aculturados.
No século XIX, no primeiro ciclo da borracha, em sua fase primária, atraiu
basicamente nordestinos e bolivianos para o trabalho nos seringais, mas não gerou
núcleos de povoamento nesse espaço geográfico tendo em vista o conceito
econômico, que não produzia riquezas locais, por tratar-se de uma economia de
exportação, cujos principais núcleos localizavam-se em Manaus, no Estado do
Amazonas e Belém, no Pará.
No entanto, no Século XX, os sub-ciclos gerados em decorrência da
construção e funcionamento da Ferrovia Madeira-Mamoré, o ferroviário, e das
Estações Telegráficas da Comissão Rondon, o do telégrafo, atraíram povoadores
para as terras rondonienses originários de várias regiões brasileiras e de outros
países, que se fixaram e formaram núcleos urbanos.
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram, principalmente,
matogrossenses, paulistas e nordestinos, que trabalhavam nos serviços de
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telegrafia, e acomodavam-se em suas cercanias gerando pequenos núcleos
urbanos, como Ariquemes, Presidente Pena ou Urupá, Pimenta Bueno e Vilhena.
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré atraiu vários contingentes migratórios
destinados ao trabalho nas obras da ferrovia, nos setores técnicos e administrativos
da empresa construtora com seus diversos ramos de exploração, comercialização e
serviços, e ao comércio que se formava ao redor.
Nesta fase de imigrações instalaram-se em terras rondonienses (notadamente
nos núcleos urbanos de Porto Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-
Mirim e Costa Marques); turcos, sírios, judeus, gregos, libaneses, italianos,
bolivianos, indianos, cubanos, panamenhos, porto-riquenhos, italianos, barbadianos,
tobaguenses, jamaicanos.
A migração ocorreu com a fixação de nordestinos procedentes dos estados
do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de amazonenses, paraenses
e matogrossenses.
O segundo ciclo da Borracha, iniciado em 1942, funcionou completamente
diferenciado do primeiro e encontrou a região com sua infra-estrutura em fase de
consolidação. Os povoadores dos seringais eram nordestinos, mas divididos em
duas categorias, os seringueiros civis e os soldados da borracha, estes,
incorporados ao Batalhão da Borracha.
Os núcleos urbanos desenvolveram-se. O sistema de saúde pública melhorou
consideravelmente e as ações de governo estenderam-se para o interior. A
geopolítica regional passa por total transformação tendo em vista a criação do
Território Federal do Guaporé em terras desmembradas dos estados de Mato
Grosso e do Amazonas.
Nesse período, as estações telegráficas da Comissão Rondon funcionavam
como receptores de uma ocupação humana, procedente do Mato Grosso, destinada
á pecuária, formando grandes latifúndios onde funcionavam antigos seringais.
O ciclo do Diamante promoveu mudanças substanciais na ocupação humana
e desenvolvimento dos povoados de Vila de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta
Bueno, enquanto o ciclo da Cassiterita expandiu a ocupação humana no espaço
físico que compreende as microrregiões de Porto Velho e Ariquemes.
O ciclo da Agricultura, cuja atração migratória começou desordenadamente
em 1964, fixou em Rondônia, contingentes migratórios procedentes do Mato Grosso,
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Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Amazonas, Pará, Acre e do Nordeste, destacando-se os estados do Ceará, Bahia,
Piauí, Paraíba e Sergipe.
As microrregiões formadas pelos municípios de Vilhena, Pimenta Bueno e
Rolim de Moura, receberam migrantes mato-grossenses, gaúchos e paranaenses,
em sua maioria. As microrregiões formadas pelos municípios de Cacoal, Presidente
Médice e Ji-Paraná, recebem gaúchos, paranaenses, paulistas, e nordestinos, em
sua maioria. Migrantes capixabas, paranaenses, mineiros e baianos formam a
maioria dos que se fixaram nas microrregiões de Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.
As regiões de Porto Velho e Guajará-Mirim receberam povoadores, mas em
menor escala e de categorias diferentes, considerando-se que o ciclo da Agricultura
atraiu, em princípio, uma migração rural-rural, para, em seguida, fixarem-se
migrantes de características rural-urbana. 2.2 - Aspectos históricos dos municípios do Território Central Resumidamente, os municípios do Território Central, tiveram suas formações
atreladas aos ciclos da borracha; a implantação de estações telegráficas através da
Comissão Rondon; a abertura da rodovia BR – 364; aos projetos de colonização e
núcleos urbanos implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária - INCRA e, mais recentemente pelos desmembramentos dando origem a
vários municípios.
Figura 2.1 – Instalação de poste telegráfico
Fonte: www.amazonia.no.sapo
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Ji-Paraná Localizada no vale do rio Ji-Paraná, sua sede, a cidade de mesmo nome, está
na confluência do citado rio com o rio Urupá. A área hoje limitada pelo município
começou a ser ocupada pelos nordestinos transmudados em seringueiros, a partir
do século XIX que, enfrentando a oposição aguerrida dos índios Muras (Parintins),
Urupás e Jarús, penetraram no rio Ji-Paraná a partir de sua foz no rio Madeira, em
Calama, para exploração e produção de borracha, alcançando seu médio o alto
curso, estabelecendo-se em seringais. Ao lugarejo em torno dos barracões sede dos
seringais do vale do Urupá, o denominaram com este nome, pelo qual ficou
conhecido nas transações comerciais dos centros abastecedores (casas aviadoras)
desses seringais, em Manaus e Belém. Em 1909 a Comissão Rondon ao atingir a
foz do rio Urupá, no lugarejo existente, o Tenente – Coronel Cândido Mariano da
Silva Rondon, instalou um posto telegráfico, denominado Presidente Afonso Pena
em homenagem ao então Presidente da República Afonso Augusto Moreira Pena.
Nome que gradativamente se impõem, substituindo o de Urupá.
O estágio de desenvolvimento da Vila de Rondônia e de sua área de
influência a fez ser elevada a categoria de município, através da Lei nº 6.448, de 11
de outubro de 1977, com a denominação de Ji - Paraná, em homenagem ao
caudaloso rio Ji-Paraná que atravessa toda sua área, de sul para norte, dividindo a
cidade, sua sede político- administrativa em dois setores urbanos.
Figura 2.2 – Localização do município de Ji – Paraná em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
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Ji – Paraná em linguagem indígena significa rio machado (ji = machado e
paraná = rio). O rio Ji- Paraná também é conhecido como rio Machado.
Seus limites são: ao norte Vale do Anari; ao sul, Presidente Médici, Alvorada
d´Oeste e Ministro Andreaza; a leste, o Estado do Mato Grosso; a oeste, Urupá,
Teixeirópolis e Ouro Preto do Oeste. Possui uma área de 6.899,2 Km²
Jaru A cidade de Jaru, sede do município de mesmo nome, está situada no vale do
rio Jarú, surgiu em torno de um dos postos telegráficos instalados em 1912 pela
Comissão de Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso / Amazonas, chefiada pelo
então Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon. Porém, o vale do rio Jarú era
ocupado pelos seringais e seringueiros desde o século XIX, apesar da resistência
imposta pela nação indígena dos Jarus, que a tinham sob seu domínio, ocupando
uma extensa área que se estendia desde o rio Jaru, afluente da margem esquerda
do rio Ji – Paraná, até as margens do alto curso do rio Madeira. Em 1915 a
Comissão Rondon procedeu à exploração de estudos do rio Jaru, mantendo este
nome em homenagem aos seus primitivos habitantes, os Jarus
A ocupação atual do vale do rio Jaru, ocorreu a partir de 1975, com a
instalação do Projeto Integrado de Colonização Padre Adolpho Rohl pelo Incra, para
assentamentos de colonos oriundos principalmente das regiões Centro- Sul do País.
O seu desenvolvimento demográfico e econômico resultou na elevação da
área do Projeto, a categoria de município tendo a localidade de Jarú, como sede
municipal elevada à categoria de cidade.
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Figura 2.3 – Localização do município de Jaru em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
O município foi criado pela Lei nº 6.921, de 16 de junho de 1981,
desmembrado de Ariquemes e Ji-Paraná.
Seus limites são: ao norte, Theobroma; ao sul, Mirante da Serra; a leste, Vale do
Paraíso, Ouro Preto do Oeste e Nova União e, a oeste, Cacaulândia e governador
Jorge Teixeira. Tem uma área de 2.909,6 Km²
Ouro Preto do Oeste
Originou-se do primeiro Projeto Integrado de Colonização, implantado em
1970, implantado pelo INCRA para assentamento de colonos migrados das regiões
Centro-Sudeste-Sul do País. Porém, desde o século XIX os seringueiros do rio
Urupá extraiam borracha e colhiam castanha do Pará em suas florestas.
A sede do município foi localizada a margem da rodovia BR- 364, distante 40
km da vila de Rondônia, hoje a cidade de Ji-Paraná, sendo denominada Ouro Preto,
em homenagem a serra e seringal com este nome, situados na área delimitada pelo
Projeto de Colonização.
O núcleo inicial a sua adjacência desenvolveram-se rapidamente,
aumentando a sua população, a produção agropastoril, o comércio e a indústria,
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atingindo expressiva importância social e econômica, sendo elevada a categoria de
município pela Lei nº 6.921, de 16 de junho de 1981, desmembrado do Ji - Paraná.
Recebendo essa denominação em homenagem a serra e seringal com este
nome.
Figura 2.4 – Localização do município de Ouro Preto do Oeste em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município Limites: ao norte, Jarú e Vale do Paraíso; ao sul, Teixeirópolis e Nova União;
a leste, Ji-Paraná; a oeste, Jarú.
Área geográfica: 1.978,20 km
Presidente Médici A cidade de Presidente Médici e o município de mesma denominação do qual
é sede político-administrativa, foi povoada por migrantes oriundos das regiões
Centro-Sul do País, que aí se estabeleceram a partir de 1970, contra a vontade do
senhor Milton de Andrade Rios que os tinha como grileiros, invasores das terras que
considerava serem e sua propriedade, visto tê-las adquirido do senhor Luiz Márcio
Pereira de Almeida, como parte integrante da Fazenda Presidente Hermes, situada
entre os igarapés Preto e Leitão.
Os primeiros colonos chegaram ao local na margem da BR-364, na década
de 1960, instalaram-se em apenas quatro barracas no meio do lamaçal, dando-lhes
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o nome de “Trinta e Três”, por distar 33 km da vila de Rondônia, atual cidade de Ji-
Paraná. Seus moradores, todos agricultores, socorriam de alguma forma os
motoristas e passageiros das viaturas que ficavam retidos nos imensos atoleiros
conhecidos como Muqui, nas proximidades do rio de mesmo nome. O lugarejo
crescia em número de habitantes e casas com a chegada de novos colonos que
nele se estabeleciam apesar da situação litigiosa. No primeiro semestre de 1972,
sua população atingia mais de 800 habitantes e os ônibus que ligavam Cuiabá (Mato
Grosso) a Porto Velho, faziam pontos de parada no local, agora com aspecto de vila
e com duas denominações: Nova Jerusalém e Nova Canaã, ostentando-os em
placas distintas colocadas pelos líderes de cada grupo de agricultores em frente de
suas respectivas casas. Ainda neste ano, os colonos realizaram eleições para
escolher um único nome para a localidade, sendo posto em votação os dois nomes
supracitados e mais Getúlio Vargas, Fátima do Norte, Cruzeiro do Sul e Presidente
Médici, havendo sido escolhido este último, o qual foi oficializado em 1973, ao ser o
local elevado à categoria de sub-distrito, pelo Coronel Theodorico Gauva, na época
governador de Rondônia.
Em decorrência de seu desenvolvimento sócio-econômico, foi elevado a
município pela Lei nº 6.921 de 16 de junho de 1981, desmembrado de Ji- Paraná,
mantendo o nome, em homenagem ao Ex-presidente Emílio Garrastazu Médici.
Figura 2.5 – Localização do município de Presidente Médici em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Seus limites são: ao norte, Ji- Paraná; ao sul, Castanheira e Nova Brasilândia
do Oeste; a leste, Ministro Andreaza e Cacoal; a oeste, Alvorada do Oeste.
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Possui uma área de 1.693,4 Km².
Vale do Paraíso O município de Vale do Paraíso surgiu do Núcleo Urbano de Apoio Rural -
NUAR através do pólo Noroeste. Este projeto de desenvolvimento urbano e
colonização foi feito pelo INCRA, através da abertura de estradas vicinais, e
distribuição de propriedades rurais a família de baixa renda, mediante a implantação
da linha 200, numa extensão de 36 quilômetros, partindo da BR-364, com sede no
município de Ouro Preto do Oeste. Estas famílias eram constituídas de migrantes de
diversas regiões do país, principalmente dos Estados de Santa Catarina, Paraná,
Minas Gerais e Espírito Santo.
afluente do Rio Jarú,
O município do Vale do Paraíso, integrante do Projeto de Colonização Ouro
Preto. Seu nome é originado do igarapé Paraíso em cujo vale fica localizada a
cidade sede do município. Foi criado pela Lei nº 367, de 13 de fevereiro de 1992,
desmembrado de Ouro Preto do Oeste.
Figura 2.6 – Localização do município de Vale do Paraíso em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Limites: ao norte, Theobroma e Ji-Paraná; ao sul, Ouro Preto do Oeste; a
leste, Ouro preto do oeste; a oeste, Jaru e Theobroma.
Área geográfica: 967,20 km²
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Urupá Foi criado pela Lei nº 368, de 13 de fevereiro de 1992, desmembrado de Ouro
Preto do Oeste e Alvorada do Oeste. Seu nome é em homenagem ao rio Urupá,
importante afluente do rio Ji-Paraná. Sua origem é do NUAR Urupá, integrante do
Projeto de Colonização Ouro Preto. É destacado pólo agrícola e pecuário.
Figura 2.7 – Localização do município de Urupá em Rondônia
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Limites: ao norte, Nova União e Teixerópolis; ao sul, Alvorada do Oeste; leste,
Ji-Paraná; a oeste, Mirante da Serra.
Área geográfica: 849,70 km²
Mirante da Serra
Surgiu do NUAR Mirante da Serra, integrante do Projeto de Colonização Ouro
Preto / Incra. Tornando-se importante centro produtor agrícola, atingindo relevante
destaque social e econômico, foi transformado em município pela Lei nº 369, de 13
de fevereiro de 1992, desmembrado de Ouro Preto do Oeste. Seu nome é em
homenagem a serra do Mirante, presente em seu território.
Figura 2.8 – Localização do município de Mirante da Serra em Rondônia
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Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Limites: ao norte, Nova União e Jaru; ao sul, Alvorada do oeste; a leste,
Urupá, Nova União; a oeste; Governador Jorge Teixeira e São Miguel do Guaporé. Área geográfica: 1.253,70 Km² .
Theobroma Surgiu do NUAR Theobroma, integrante do Projeto de Colonização Padre
Adolfo Rohl. O seu desenvolvimento econômico como pólo cacaueiro proporcionou
condições de transformado em município pela Lei nº 371, de 13 de fevereiro 1992,
desmembrado de Jarú. Seu nome é em homenagem a planta do cacau, cuja
denominação científica é Theobroma.
Figura 2.9 – Localização do município de Theobroma em Rondônia
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Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Seus limites são: ao norte, Vale do Anari; ao sul, Jaru; a leste, Vale do
Paraíso e Ji- Paraná; a oeste, Ariquemes.
Área: 4.902,4 Km²
Governador Jorge Teixeira
Criado pela Lei nº 373, de 13 de fevereiro de 1992, desmembrado de Jarú e,
tendo esta denominação em homenagem ao Governador Jorge Teixeira de Oliveira,
criador do Estado de Rondônia e seu primeiro governante. O município surgiu do
Núcleo Urbano de Apoio Rural - NUAR Pela (ou Pedra) Branca, integrante do
Projeto de Colonização Padre Adolfo Rohl. É importante centro econômico
agropecuário.
Figura 2.10 – Localização do município de Governador Jorge Teixeira em Rondônia
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Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Seus limites são: ao norte, Monte Negro, Cacaulândia; ao sul, São Miguel do
Guaporé, a leste, Jaru e Mirante da Serra; a oeste, Campo Novo de Rondônia e
Guajará Mirim.
Área: 5.091,6 Km²
Nova União Criado pela Lei nº 566, de 20 de junho de 1994, desmembrado de Ouro Preto
do Oeste, situado na região central do Estado, surgiu de um núcleo agropecuário.
Sua denominação é uma alusão ao esforço de seus fundadores em prol do
seu desenvolvimento.
Figura 2.11 – Localização do município de Nova União em Rondônia.
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Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Limites: ao norte, Jarú e Ouro Preto do Oeste; ao sul, Urupá; a leste, Ouro
Preto do Oeste e Teixeirópolis e a oeste, Jarú e Mirante da Serra.
Área geográfica: 455,80 km².
Teixeirópolis Criado pela Lei nº 571, de 22 de junho de 1994, desmembrado de Ouro Preto
do Oeste e Alvorada do Oeste. Surgiu de um núcleo agropecuário. O seu nome é
em homenagem ao Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, primeiro Governador de
Rondônia.
Figura 2.11 – Localização do município de Nova União em Rondônia.
24
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Limites: ao norte, Ouro Preto do Oeste; ao sul, Urupá; a leste, Ji-Paraná e a
oeste, Nova União.
Área geográfica: 455,80 km².
Vale do Anari
Criado pela Lei nº 572, de 22 de junho de 1994, desmembrado de
Machadinho do Oeste, surgiu de um núcleo agropecuário. Seu nome é em
homenagem ao vale do rio Anari, onde está localizado o município.
Figura 2.11 – Localização do município de Vale do Anari em Rondônia.
25
Fonte: Copiart’s Legenda:
Localização do município
Seus limites são: ao norte, Machadinho do Oeste; ao sul, Theobroma e Ji-
Paraná; a leste, Estado do Mato Grosso; a oeste Ariquemes.
Área: 3.136,3 Km²
3. Aspectos geoambientais 3.1 - Clima
Segundo informações do Atlas Geoambiental de Rondônia, o clima do
Território Central corresponde ao Equatorial quente e úmido. Segundo a
classificação internacional de Köppen, o clima é do tipo Aw, isto é, tropical chuvoso,
com estação seca definida.
Por estar no reverso da encosta setentrional do planalto brasileiro, recebe
influências das massas de ar do Brasil central, que por sua vez influencia na
dinâmica das chuvas. A temperatura média anual está em torno dos 25ºC e o índice
pluviométrico varia de 1.500 mm a 2.000 mm. O período seco corresponde aos
meses de maio e setembro.
A média anual de temperatura do ar varia entre 24º C a 26º C, com
temperatura máxima entre 30º C a 34º C (de junho a agosto) e, a mínima oscilando
entre 17º C a 23º C (novembro a abril).
O período chuvoso ocorre de outubro a abril e, o período mais seco em junho,
julho e agosto. Os meses de maio e setembro são considerados de transição.
Em uns poucos dias do ano, entre os meses de junho, julho e/ou agosto, a
região sofre influência de anticiclones que se formam nas altas latitudes e
atravessam a cordilheira dos Andes, pelo sul do Chile, se deslocando para a região
amazônica, causando o fenômeno da “friagem”, (uma brusca queda de temperatura)
A média anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no verão e em
torno de 75% nos meses mais frios.
26
3.2 - Solos
Os solos encontrados no Território Central são na grande parte compostos
por latossolos. Os latossolos são solos bem intemperizados, ou seja, bem
desenvolvidos: solos profundos (de um a dois metros) ou muito profundos (mais de
dois metros), bem drenados, pouca diversificação de cor e textura, apresentam
maiores resistência aos processos erosivos e, no geral, são solos com baixa
fertilidade sendo necessária correção e adubação, exceto o latossolo vermelho com
fertilidade natural entre média e alta.
A aptidão agrícola natural do solo do Território Central é, genericamente,
restrita para mecanização excessiva. Contudo, o que se apresenta é sua pesada
utilização no agropastoreio.
As terras de boa e média fertilidade natural estão localizadas nas grandes
propriedades (fazendas de exploração extensiva de gado de corte) e mais
recentemente em alguns projetos de assentamento de reforma agrária.
3.3 - Relevo
O relevo do Território Central é constituído predominantemente sobre rochas
do embasamento cristalino, com altitude média variando entre os 200 a 300 metros,
sendo que há pontos ondulados e fortemente ondulados.
Há limitações nas áreas de relevo fortemente ondulado, principalmente devido
à alta declividade da topografia e ao alto teor de alumínio nos solos álicos, pois
sobre estes solos foram implantados os projetos integrados de colonização (PIC) e
assentamentos de reforma agrária do Território nas décadas de 70 a 90.
3.4 - Vegetação
A cobertura original do Território Central aponta para a Floresta Ombrófila.
Isto significa, de uma forma mais simplificada, a presença de floresta tropical.
A Floresta Ombrófila Aberta tem como característica a descontinuidade do
dossel permitindo a luz solar alcance o sub-bosque favorecendo a regeneração, com
árvores de até 30 metros de altura. Naturalmente ocorre a presença de palmeiras
27
como o babaçu (Orbgynia ssp), o patauá (Jessenia bataua). As espécies arbóreas
de interesse comercial são: mogno (Swietenia macrophylla), o cedro (Cedrella
odorata), a cerejeira (Torresia acreana) entre outras. A Floresta Ombrófila Aberta
Submontana ocorrem em relevos mais acentuados, variando entre 100 m a 600 m.
A Floresta Ombrófila Densa, caracteriza-se pela maior densidade do estrato
superior e menor presença do sub-bosque, com árvores de até 45 metros de altura.
As espécies de valor comercial são maçaranduba (Manikara amazônica), angelim
pedra (Dinizia excelsa), castanheira do Pará (Bertolletia excelsa), entre outras. A
Floresta Ombrófila Densa Submontana também ocorre em relevos variando entre
100 m a 600 m, sendo mais comum a presença de cipós, bambus e sororocas.
3.5 - Hidrografia. A hidrografia do Território Central é constituída, principalmente pela bacia do
rio Machado (ou Ji-Paraná), segundo maior afluente do rio Madeira. Há internamente
as microbacias do médio rio Machado, alto rio Jarú, baixo rio Jarú e rio Urupá, todos
integrantes da bacia do rio Ji- Paraná (ou Machado).
Uma parte do Território sofre influência da bacia do rio Jamari.
3.6 - Recursos minerais
No Território Central existem ocorrências de diversos minerais não metálicos
e metálicos. Entre os não metálicos destacam-se areia e granito. Nos metálicos
predomina a ocorrência de ouro e manganês.
A figura 3.1 mostra as bacias hidrográficas e a ocorrência de minerias no
Território Central
Figura 3.1 – Bacias hidrográficas e minerais presentes no Território Central
28
Fonte: Marcelo Rayson dos Santos Legenda Bacia do rio Jamari Bacia do rio Machado Minerais metálicos Sn estanho Minerias não metálicos gr granito 3.7 - Passivo ambiental
Por se tratar de um Território com longa história de ação antrópica, isto é, da
ação humana, oriundo dos projetos de colonização e de assentamentos, a grande
maioria dos municípios, apresentam elevadas taxas de desmatamento de Rondônia.
O quadro 3.1 retrata a situação atual do grau de desmatamento existente no
Território Central.
Quadro 3.1 - Taxa de desmatamento dos municípios do Território Central
Municípios Área do Município
(Km²) Taxa de Desmatamento
(%) Gov. Jorge Teixeira 5.071,30 21,99
Jaru 2.897,90 71,10
Ji-Paraná 6.894,70 34,96
Mirante da Serra 1.248,80 42,24
Nova União 800,90 72,16
Ouro Preto do Oeste 1.970,40 79,27
Presidente Médici 1.686,70 78,05
Teixeirópolis 454,00 91,32
Theobroma 2.190,10 46,72
Urupá 846,40 75,71
29
Vale do Anari 3.123,50 67,16
Vale do Paraíso 963,30 67,16
.Fonte: IBGE-Censo Demográfico, 2000.
Esta alta taxa de desmatamento é devido ao modelo produtivo instalado nas
pequenas e médias propriedades, que tem sua principal raiz a exploração intensiva
dos recursos naturais devido a práticas das derrubadas, queimadas, extração de
madeira, lavoura de subsistência, pecuária extensiva, assoreamento de cursos
d’água, retirada das matas ciliares, etc Tais práticas levaram a uma agricultura
migratória que pressionou as áreas de floresta na busca de fertilidade natural do
solo, contribuindo para o surgimento do elevado passivo ambiental observado na
Tabela 1.
O município de Ji-Paraná apresenta a menor taxa de desmatamento, pois na
criação de novos municípios, a partir de seu desmembramento, ficou com maiores
áreas de preservação permanente.
Atualmente, a região que compreende os municípios de Ouro Preto do Oeste,
Mirante da Serra, Vale do Paraíso, Urupá, Teixeirópolis e Nova União é uma das
mais degradadas do Estado, com aproximadamente 70% da área territorial dos
municípios desmatados, sendo que em alguns casos já supera tal número nas suas
respectivas áreas. O município de Teixeirópolis já desmatou mais de 90% de sua
área e Ouro Preto do Oeste se aproxima de 80%. O desmatamento é indiscriminado,
inclusive sobre as matas ciliares, nas áreas de preservação permanentes, nas
encostas dos morros, provocando a diminuição do volume de água e assoreamento
dos rios. Outro fator preocupante é a poluição dos rios com resíduos dos laticínios e
uso indiscriminado de agrotóxicos, como nos casos dos rios Boa Vista (em Ouro
Preto do Oeste), Pregão (em Mirante da Serra), e Cornélio (em Teixeirópolis). Todos
os indicadores apontam para um rápido processo de degradação dos recursos
naturais, sem que isso represente melhorias significativas quanto aos aspectos
econômicos e sociais, como a qualidade de vida, ocupação e renda e aumento da
produção.
3.8 - Unidades de conservação
30
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi
instituído, no Brasil, em 18 de julho de 2000, através da Lei Nº 9.985 e está se
consolidando de modo a ordenar as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e
municipal.
A consolidação do Sistema busca a conservação in situ da diversidade
biológica a longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo
conservacionista. Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade
entre as diferentes categorias de unidades de conservação, organizando-as de
acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso: Proteção Integral e Uso
Sustentado
No Território Central estão presentes ambas as categorias, além, de Terras
Indigenas. A tebela abaixo apresenta as unidades de conservação e os municípios
de abrangência.
Unidade de Conservação e Terras Indígenas
Municio(s) de abrangência no Território Central
UC – Proteção integral
Reserva Biológica Jarú Ji – Paraná e Vale do Anari
UC – Uso sustentado
Parque Nacional Pacaás Novos Governador Jorge Teixeira
Reserva Extrativista Itaúba Vale do Anari
Reserva Extrativista Aquariquara Vale do Anari
Parque Municipal Chico Mendes Ouro Preto do Oeste
Terras indígenas
T.I. Uru-Eu-Wau-Wau Gov. Jorge Teixeira, Jarú e Mirante da Serra.
T.I. Igarapé Lurdes Ji - Paraná Fonte: Atlas Geoambiental de Rondônia (informação adaptada por Celso Franco Damasceno)
A imagem de satélite abaixo, mostra o grau de antropismo na região central
do Estado.
Figura 3.2 – Imagem de satélite mostrando o grau de antropismo no Território Central.
31
Fonte: Embrapa (adaptado por Marcelo Rayson dos Santos)Legenda: Perímetro do Território Central
Áreas florestadas Áreas antropisadas Campos e montanhas Lago e rios
4. População
O Território Central compreende uma área de 28.225 km2, correspondendo a
11,9% da área total do Estado de Rondônia. Sua população está estimada em
311.915 habitantes, correspondendo a 22,6% da população total do Estado, destes,
178.272 (cerca de 57,2%) são habitantes residentes na zona urbana e 133.643
(cerca de 42,8%) são habitantes residentes na zona rural (Censo 2000).
A densidade demográfica do Território é de 11,1 habitantes/km2, bem mais
elevada que a densidade demográfica do Estado. Os municípios mais populosos são
Ji-Paraná, Jarú e Ouro Preto do Oeste, porém as maiores densidades demográficas
são encontradas em Ouro Preto do Oeste, Jaru e Urupá (20,8; 18,2 e 17,9
habitantes por km2, respectivamente).
O Quadro 4.1, abaixo, demonstra a relação entre população e índices
demográficos
Quadro 4.1 – Municípios, população residente e índices demográficos
32
População Residente (hab.) Índices Demográficos
Municípios Área (Km²) Total Urbna Rural
Desidade Demográfica
(hab/km²)
Índice de Urbanização
(%)
Razão de Dependência
(%)
Gov. Joge Texeira 5.067,3 13,641 1.558 12.083 2,7 11,4 68,3
Jaru 2.944,0 53.600 29.577 24.023 18,2 55,2 59,2
Ji-Paraná 6.896,7 106.800 91,013 15.787 15,5 85,2 56,6
Mirante da Serra 1.191,8 13.154 5.733 7.421 11,0 43,6 65,7
Nova União 807,1 8.233 1.329 6.904 10,2 16,1 64,9
Ouro Preto do Oeste 1.970,1 40.884 26,541 14.343 20,8 64,9 59,0
Presidente Medici 1.758,4 26.365 12.174 14.191 15,0 46,2 58,9
Texeirópolis 459,9 5.618 1.154 4.464 12.2 20,5 63,2
Theobroma 2.197,4 11,140 1.515 9.625 5.1 13,6 60,4
Urupá 831,8 14.880 4.002 10.878 17,9 26,9 63,0
Vale do Anari 3.135.1 7.737 1.836 5.901 2,5 23,7 66,6
Vale Paraíso 965,3 9.863 1.840 8.023 10,2 18,7 60,9
a) Total do Território 28.225 311.915 178.272 133.643 11,1 57,2 b)Total do Estado 237.576 1.379.787 884.523 495.264 c)%de a/b 11,9 22,6 20,2 27,0 60,7
Fonte: Censo Agropecuária do IBGE,1995/1996.
O município de Ji-Paraná apresenta índice de urbanização de 85,2%, seguido
por Ouro Preto do Oeste e Jaru. O elevado índice de urbanização em Ji-Paraná
decorre do desmembramento de sua área territorial no processo de criação de
novos municípios, ficando praticamente só com a população urbana. O município de
Ouro Preto do Oeste também passou por processo semelhante. Os demais
municípios possuem a maioria de sua população no meio rural por se originarem de
Núcleos Urbanos dos Projetos de Colonização instalados na década de 70.
Essa significativa taxa de urbanização em Ji-Paraná também decorre do fato
desse município apresentar-se com maior oferta, comparando com os demais
municípios, de serviços básicos de infra-estrutura em termos de saúde, educação,
cultura e lazer, como também de indústrias de beneficiamento da produção agrícola
e de serviços. A razão de dependência nos municípios está entre 59,8% e 68,3%,
indicando que mais de 60% da população é dependente do meio rural.
4.1 - Comentários sobre o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. O IDH tem o objetivo de ser (é) um índice (número) que permite indicar e comparar a qualidade de
33
vida da população de 177 países. Também pode ser calculado para um estado, município ou região.
Os critérios para obtenção do IDH. O IDH também tem a particularidade de na sua avaliação da qualidade de vida da população
considerar critérios abrangentes dessa população, pois considera os aspectos econômicos, e outras
características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.
Entenda o significado de IDH e seus indicadores. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) avalia o nível de desenvolvimento humano dos países
utilizando como critérios quatro indicadores; expectativa de vida, alfabetização de adultos, taxa bruta
de matrícula e PIB per capita em dólares PPC (paridade do poder de compra, que elimina diferenças
de custo de vida entre países).
Variação do IDH. O IDH varia de zero (0) (em países com nenhum desenvolvimento humano) até um (1) (países com
desenvolvimento humano total).
Países (ou regiões) com IDH de zero até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo;
Países (ou regiões) com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento
humano (é o caso do Brasil com IDH de 0,792). Países (ou regiões) com IDH superior a 0,800 têm
desenvolvimento humano considerado alto. Fonte: www.geocites.com.br (autor:Prof. Silvio Araújo de Sousa: - texto adaptado)
A importância do IDH tanto para o Território Central como para todo o Estado
de Rondônia, consiste no fato de que este índice não considera apenas a dimensão
econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que
influenciam a qualidade da vida humana, contribuindo como um contraponto a outro
indicador, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita o qual considera apenas a
dimensão econômica do desenvolvimento. Utiliza os números de expectativa de vida
ao nascer para aferir a longevidade e mede a educação por meio do índice de
analfabetismo e da taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. Além disso, a
renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de
compra, o que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Estas três
dimensões referidas têm a mesma importância no índice que varia de zero a um e
refletem o crescimento do IDH do Território Central aonde as maiores contribuições
vieram da Educação (0,810), seguida pela Longevidade (0,692) e pela Renda
(0,663).
34
O IDH do Território (0,698) é inferior ao do Estado (0,735) e inferior ao do
Brasil (0,766). Ji-Paraná (0,753) apresenta o maior IDH do Território seguido por
Jaru (0,729). Theobroma e Urupá apresentam os menores índices de qualidade de
vida do Território (Quadro 4.2)
Quadro 4.2 - Indicadores de Desenvolvimento Humano
Município IDH-M Longevidade Educação Renda
Governador Jorge Texeira 0,683 0,677 0,751 0,620
Jarú 0,729 0,725 0,807 0,656
Ji-Paraná 0,753 0,699 0,853 0,707
Mirante da Serra 0,691 0,677 0,759 0,636
Nova União 0,680 0,681 0,782 0,578
Ouro Preto do Oeste 0,772 0,677 0,814 0,690
Presidente Médici 0,707 0,677 0,808 0,637
Teixeirópolis 0,685 0,677 0,773 0,606
Theobroma 0,661 0,644 0,759 0,561
Urupá 0,671 0,677 0,754 0,561
Vale do Anari 0,688 0,677 0,754 0,583
Território 0,698 0,692 0,810 0,663
Estado 0,735 0,688 0,810 0,663
País 0,766 0,727 0,833 0,683 Fonte: Censo Agropecuária do IBGE,1995/1996.
O IDH apresenta-se relativamente baixo em alguns municípios do Território,
principalmente naqueles que estão localizados fora do eixo da Rodovia BR-364 e
por terem sido criados mais recentemente. Por estarem mais distantes esses
municípios não possuem infra-estrutura e serviços básicos que contribuam para o
aumento do IDH.
4.2 - Domicílios em situação de pobreza
O Território Central apresenta 80.656 domicílios, destes 26,7% são domicílios
pobres, com saneamento inadequado e cujos responsáveis familiares têm renda de
até um salário mínimo por mês e freqüentaram a escola por apenas quatro anos.
35
Esse percentual é superior ao do Estado de Rondônia (22,9%) como também aos
dos Territórios Vale do Jamari (22,3%) e Madeira-Mamoré (14,3%). (Quadro 4.3)
Quadro 4.3 – Indicadores de pobreza no Território Central
Domicílios pobres Municípios Domicílios totais
Q %
Governador Jorge Teixeira 3.221 1.024 31,8
Jaru 13.649 3.521 25,8
Ji-Paraná 28.740 6.236 21,7
Mirante da Serra 3.305 1.183 35,8
Nova União 2.003 751 37,5
Ouro Preto do Oeste 10.751 2.784 25,9
Presidente Médici 6.868 2.246 32,7
Teixeirópolis 1.391 439 31,6
Theobroma 2.723 934 34,3
Urupá 3.589 1.339 37,3
Vale do Anari 1.961 339 17,3
Vale do Paraíso 2.455 729 29,7
a) Território 80.656 21.525 26,7
b) Estado 354.391 81.155 22,90
c) % de a/b 22,8 26,5 Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
Os municípios que apresentam o menor percentual de domicílios pobres são
Ji-Paraná e Vale do Anari. Os municípios de Nova União e Urupá apresentam o
maior percentual de domicílios pobres com 37,5% e 37,3%, respectivamente. A
grande maioria dos municípios do Território Central se encontra desestruturado na
disponibilização de serviços sociais e de infra-estrutura básica como: saúde,
saneamento básico, cultura, lazer e educação.
4.3 - Comentários sobre os indicadores de pobreza
36
Característica comum a uma parcela significativa da população dos
municípios é a situação de pobreza - os chamados excluídos sociais, homens e
mulheres que sobrevivem do trabalho individual e esporádico de baixa renda e baixa
qualificação profissional, trabalhadores rurais, sem terra, bóias frias, parceiros,
meeiros, pequenos produtores.
Atualmente os moradores e moradoras do Território, tanto adultos quanto
crianças recorrem sempre aos centros urbanos próximos, como as cidades de Ji-
Paraná e Ouro Preto do Oeste em busca de auxílio médico e ambulatorial. A
população do Território anseia por melhoria e acesso a postos de saúde e hospitais
equipados com o mínimo de infra-estrutura, como também serem atendidas por
agentes comunitários e que tenham comunicação e transporte específicos para a
saúde.
Esses entraves podem ser superados mediante maiores investimentos em
postos de saúde e hospitais públicos preparados para atendimento ambulatorial e
emergencial, sistema de saúde preventiva para o setor rural, atendimento às
mulheres, e reconhecimento dos conhecimentos tradicionais (conhecimento
empírico das populações tradicionais). O apoio a essas iniciativas para melhorar o
sistema de saúde no Território deve se dar por meio da Secretaria Municipal de
Saúde, Prefeitura, Secretaria Estadual de Saúde, Comunidade Solidária, Fundação
Nacional de Saúde, Funai.
4.4 - População indígena. Descrição de cada povo:
Uru-eu-uau-uau
A área indígena, Uru-eu-uau-uau está localizada no relevo central do Estado
abrangendo os municípios de Guajará Mirim, Costa Marques, Nova Mamoré, Campo
Nova de Rondônia, Monte Negro, Cacaulândia, , Alvorada do Oeste, São Miguel do
Guaporé e Seringueiras. Especificamente no Território Central Governador Jorge
Teixeira, Mirante da Serra e Jaru
Suas terras guardam as maiores nascentes de rios de importantes bacias
hidrográficas de nosso Estado: Madeira, Mamoré e Guaporé. Este espaço é de
37
grande importância não só por abrigar toda uma diversidade de culturas,
biodiversidade e comunidades indígenas.
Os Uru-eu-uau-uau, são de população muito jovem, uma vez, que os mais
velhos morreram nos primeiros contatos com os não índios, Muito de suas tradições
já foram esquecidas, mas ainda caçam e pescam com arco e flecha como seus
antepassados embora alguns usem de espingardas e outros objetos de utilização
pelo não índio.
Os trabalhos de contato foram realmente na década de 80 (do século
passado) nos dois primeiros anos, pela FUNAI, liderada pelo índigenista Apoena
Meirelles, que por meio amigável manteve seus primeiros contatos. O povo contava
com mais de 800 índios, essencialmente nômades e sua quase extinção se deu pela
invasão dos não índios em suas terras trazendo consigo doenças como a malária
lembrando que os assassinatos dados pela invasão contribuíram e muito.
Já contam com certa estabilidade começando sua recuperaração. Hoje
possuem roças fartas para a alimentação e condições favoráveis de saúde. É um
povo trabalhador e dinâmico, constituído quase que, somente por jovens e mantém
um bom relacionamento com a sociedade majoritária, ao mesmo tempo em que sua
cultura vem renascendo ao longo de sua reconstrução.
Por terem poucas mulheres na tribo, trazem consigo certa preocupação, pois
há muitos homens solteiros e que não dispõe de mulheres para casamento, isso
pode causar uma série de mudanças na organização social e familiar desse povo.
Amondava.
O Povo Amondava vive na área Indígena Uru-eu-uau-uau, no posto indígena
Trincheira, cerca de 45 km de distancia do município de Mirante da Serra, sua
população atual é de 63 índios. Antigamente, andavam com o povo Uru-eu-uau-uau,
mas se desentenderam por diversos motivos e um destes motivos eram suas
mulheres; culminado sua separação e constituindo outro grupo.
Sua significativa diminuição populacional se deu da mesma forma de tantos
outros como relatado do povo Uru-eu-uau-uau, sua agricultura é própria do
sedentarismo e de grandes extensões de terras e cultivam as roças de milho,
mandioca, batata entre outros. Contam com atendimento médico e odontológico
38
voluntário uma vez a cada mês, vindo do município de Ouro Preto do Oeste, bem
como apoio da Pastoral do Menor do mesmo município.
Foi também constituída a associação Amondava para projetos de âmbito
educacional, saúde e alternativas econômicas.
Já acontecem desde 1997 casamentos dentro das famílias devido à falta de
mulheres para constituição de novas famílias.
Povo Gavião.
O povo Gavião se alto denomina “Falcão” e vivem no PI Lourdes, próximo ao
igarapé Lourdes, afluente do rio Machado, distante cerca de 65 km de Ji-Paraná,
numa região de floresta tropical densa e montanhas baixas.
Durante a 2ª Guerra, a procura pela borracha trouxe os não-índios para as
áreas dos índios Gaviões. Isto causou a morte de muitos, através de pneumonia,
gripes e resfriado.
Os Gaviões eram primariamente caçadores e horticultores, pescavam
preferencialmente em rios grandes e utilizavam do arco e flecha e também do timbó
para tal. Cultivavam a mandioca, milho, batata-doce, cará, algodão e tabaco.
Em 1977 a área dos Gaviões foi demarcada. Em 1992 cederam a pressão
dos madeireiros para suprir sua necessidade de moradia e acesso através de uma
estrada que seria feita pelos exploradores e está causando uma série de divisões
entre os índios.
Povo Zoró.
Os Zoró foram atraídos em 1977, pelo Índigenista Apoena Meirelloes. Eram
cerca de 520 índios e hoje contam com apenas 250 pessoas que vivem na área
indígena dos Zoró, perto de Jí-Paraná e mais 20 que vivem com os Gaviões no AI
Igarapé Lourdes. Como os demais, sua terras foram invadidas pelos seringueiros,
colonos e principalmente madeireiros o que gerou grande conflito.
Em 1982 os Zoró foram vítimas de inúmeras agressões dos não-indios.
Tiveram suas malocas e roças queimadas e atacados a tiros, forçando-os irem a
guerra em busca de expulsar os inimigos, dando então em 1992 a total expulsão dos
39
invasores e dando inicio a exploração madeireira. Antes os Zoró vivam basicamente
dos esforços individual ou coletivo, faziam suas próprias casas e mantinham seus
próprios caminhos; as roças eram feitas em conjunto com todos os homens.
Devidos ao contato com o não-indio se fizeram influenciar fazendo com que
os costumes majoritários penetrassem no cotidiano principalmente pelas suas
dificuldades no deslocamento, fazendo aquisição de caminhonetes, pois a cidade
mais próxima para atendimento médico ficava á 118 km de distancia, Ji-Paraná.
Com a exploração da madeira houve separação por parte dos Zoró ficando
uma parte na aldeia e outra na barreira montada para impedir as invasões nas áreas
indígenas na divisa de Rondônia, próximo ao município de Aripuanã (MT) e Espigão
do Oeste (RO), distante 145 km de Cacoal. Os índios que ficaram na aldeia são
também envolvidos na exploração da madeira. No entanto, estão mais bem
localizados dispondo de áreas de roça e desfrutam de boas condições de saúde. Os
que foram para a barreira não possuem roça, nem maloca, nem liderança tradicional
e estão em situação precária de saúde, expostos a muitas doenças como, diarréia e
a gripe. São os mais jovens que fazem os contatos com as madeireiras. Em menos
de um ano através da exploração de madeira, construíram quatro casas, poços,
banheiros, instalação elétrica e escolas. Compram alimento e sustentam seus
funcionários. E já começaram criar gado para ocupar uma área de quase 50.000 ha
de pasto.
Índios isolados.
Em Rondônia ainda existem muitos povos indígenas isolados, Isto é, que
ainda não mantiveram contato com os não-índios. A FUNAI, através de expedições
tem constatado a presença de indígenas desconhecidos em varias regiões,
identificando-os por área de localização.
Em nosso território não é diferente, pois na região do rio Muquí, nas
proximidades do município de Urupá, existem um sub grupo de Uru-eu-uau-uau, que
perambulam as margens do rio Muqui, a noroeste da área Indígena do Uru-eu-uau-
uau. Já foram realizadas varias tentativas de contato, em uma delas quase obteve
sucesso: Os indigenistas conseguiram aproximar-se, porém os indígenas
alardearam uma imensa gritaria, fazendo-os fugirem apressadamente, conseguiram
40
tirar fotos do acampamento e visualizar seu terreiro. Este grupo foi denominado
jurureí, embora nada se saiba sobre ele.
4.5 - Populações tradicionais No Território Central, especificamente, no município do Vale do Anari, estão
localizadas as Reservas Extrativistas (Resex) Itaúba e Aquariquara. Nas duas Resex
habitam em torno de 60 famílias que historicamente ficaram a margem de várias
políticas públicas. A geopolítica destes extrativistas é bastante forte com o município
de Machadinho do Oeste (localizado no Território Vale do Jamari), pois ali existem
outras 14 Reservas Extrativistas. Até meados dos anos 90 (do século passado)
predominava a extração de borracha como fonte de renda para estas famílias.
Atualmente, em ambas as resex estão em fase de implantação projetos de manejo
florestais comunitários. A produção obtida nos roçados de lavoura branca
(mandioca, milho, arroz) complementa suas rendas.
Antigamente habitavam em residências construídas e cobertas com
palmeiras, porém, a Resex Itaúba hoje, já dispõe de energia elétrica e casa de
alvenaria ou de madeira.
A Resex Aquariquara possui plano de desenvolvimento e ambas possuem
plano de utilização. Porém, o principal instrumento de gestão é o plano de manejo
de uso múltiplo das unidades de conservação, ainda em construção. Legalmente as
duas Resex são geridas pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental –
Sedam, através de um comitê gestor, formado por várias outras entidades
governamentais e não governamentais.
Boa parte dos moradores das duas Resex são sócios da Associação dos
Seringueiros do Vale do Anari – ASVA, ligada a Organização dos Seringueiros de
Rondônia – OSR.
Ameaças e pressões de todos os tipos põem em risco a integridade física de
seus moradores e, consequentemente, a sustentabilidade destas Unidades de
Conservação.
5. Organização social
41
5.1 – O capital social no Território Central
O capital social pode ser entendido como um conjunto de relações (pessoais,
sociais e institucionais) mobilizadas pelas pessoas, organizações e movimentos
sociais visando um determinado fim; tem na sua raiz em processos que são, a um só
tempo, baseadores e geradores de confiança, reciprocidade e cooperação. Implica a
habilidade de pessoas e grupos a estabelecerem relações duradouras, obter
recursos financeiros, materiais, cognitivos e empreender ações com a finalidade de
reduzir custos das transações por meio da associação, da administração, da compra
e da venda conjunta, do uso compartilhado de bens da obtenção e difusão das
informações.
O Território Central apresenta um bom capital social. Possui um setor público
bem organizado em diferentes áreas. Algumas prefeituras possuem debilidade na
prestação de serviços essenciais para a agricultura familiar devido ao baixo fluxo de
arrecadação de impostos. Assim, as prefeituras são os principais órgãos públicos
proponentes de obras de infra-estrutura a partir dos programas constitucionais que
apóiam o desenvolvimento do Território.
5.2 - As organizações.
Os principais órgãos públicos federais presentes no Território são:
• Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC): órgão de
pesquisa, assistência técnica e extensão rural que tem um campo experimental em
Ouro Preto do Oeste e atua em todo o Território Central; além de outros servidores,
conta com técnicos distribuídos em cinco escritórios localizados nos municípios de
Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Mirante da Serra, Jarú e Urupá.
• Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA): órgão de pesquisa
com campos experimentais em Ouro Preto e Presidente Médice. É reconhecida no
Território por trabalhos experimentais consolidados na área dos sistemas
agroflorestais, melhoria da qualidade do café e do guaraná, sistemas alternativos de
42
criação de pequenos animais e hortaliças; entre outros servidores, conta com
técnicos distribuídos em dois escritórios, nos municípios de Ouro Preto Oeste e
Presidente Médice.
• Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA): órgão responsável
pela execução dos projetos de assentamentos de reforma agrária. É um parceiro na
oferta de assistência técnica e social aos assentados da reforma agrária. Está
presente com unidades avançadas em Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru; entre
outros servidores, conta com técnicos localizados no escritório do município de Ji-
Paraná.
• Delegacia do Federal da Agricultura (DFA-RO) é um parceiro na implantação dos
órgãos colegiados que tratará do desenvolvimento, da inspeção e da fiscalização da
agropecuária no Estado; entre outros servidores, contra com técnicos distribuídos
em dois escritórios, localizados nos municípios de Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná.
• Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é uma parceira importante na
consolidação de programas de apoio à comercialização da produção da agricultura
familiar, relacionando com o Programa da Compra Direta da produção da agricultura
familiar e o Programa Fome Zero.
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) é o órgão de fiscalização ambiental importantíssimo para o Território, pois
implementa programas educativos e preventivos às queimadas e ao desmatamento
irracional das áreas de preservação permanente; entre outros servidores, conta com
técnicos lotados no escritório do município de Ji-Paraná.
Dos órgãos públicos estaduais destacam-se pela aproximação maior com a
agricultura familiar os seguintes:
• Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico
e Social (SEAPES) é o principal parceiro no âmbito do governo estadual no apoio às
ações de implantação do desenvolvimento Territorial no Estado. No âmbito da
43
SEAPS, merece destaque a Secretaria Executiva Estadual do PRONAF e a Câmara
Técnica de apoio ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável
(CEDRS); sua representação no Território Central está localizada no município de Ji-
Paraná.
• Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril de Rondônia (IDARON)
responsável pela qualidade sanitária da produção agropecuária do Estado é um
parceiro importante na construção de projetos setoriais e principalmente na
estratégia de implantação das pequenas agroindústrias familiares; contra com
técnicos distribuídos nos 12 Municípios, que compõe o Território Central, exercendo
as seguintes atividades: fiscalização de produtos de origem anima e vegetal;
educação sanitária (palestras e reuniões); fiscalização da armazenagem, uso e
vendas de agrotóxicos; combate a febre aftosa, brucelose, raiva, anemia infecciosa
eqüina, tuberculose (sanidade animal); sanidade vegetal e classificação de grãos.
• Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia
(EMATER) é uma das entidades de assessoria e assistência técnica para os
produtores rurais, entre outros servidores, conta com técnicos distribuídos nos 12
escritórios existentes no Território.
• Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) é um parceiro
essencial na resolução do principal problema do Território: o grande passivo
ambiental. Dispõem de técnicos de campo, entre outros servidores, localizados no
escritório de Ji-Paraná.
A organização da sociedade civil do Território Central varia muito entre os
municípios e isto é devido ao seu tempo de existência. De um modo geral, as
associações de agricultores familiares antecedem aos Sindicatos dos Trabalhadores
Rurais. Este fato deu-se em função da presença marcante dos órgãos públicos,
principalmente os federais, tutelando a organização social da população assentada
no Território. As principais organizações são:
44
• Associação dos Seringueiros do Vale do Anari (ASVA), - filiada a Organização
dos Seringueiros de Rondônia (OSR) – está localizada no município do Vale do
Anari, desenvolvendo atividades de gestão compartilhada das Reservas Aquariquara
e Itaúba. A forma de conquistas e acesso a estas unidades de conservação de uso
sustentado ocorreu por meio da reivindicação e organização do movimento de
seringueiros de Rondônia a partir da década de 80 junto ao governo do Estado e
contou com o apoio do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e demais
segmentos do movimento social local.
• Associação dos Produtores Alternativos (APA) que conta com lideranças e
técnicos localizados na sede da entidade, em Ouro Preto do Oeste. Além disso,
ainda existem 22 produtores técnicos, residentes em propriedades rurais do mesmo
município.
• Articulação Central das Associações Rurais de Ajuda Mutua – ACARAM e,
Cooperativa os Produtores rurais Organizados para ajuda Mutua – COOCARAN,
ambas localizada no município de Ji-Paraná. São parceiros na implementação dos
investimentos produtivos, principalmente nos setores de agregação de valor à
produção, principalmente no café, guaraná, arroz, mandioca e feijão.
• Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) dos municípios de Ouro Preto do
Oeste, Mirante da Serra e Vale do Paraíso.
• Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Rondônia - FETAGRO, parceira
na formulação de propostas sustentáveis para a agricultura familiar. Sua sede fica
localizada em Ji-Paraná.
• Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR) dos municípios de Presidente Médici,
Ji-Paraná, Nova União, Jaru, Theobroma, Vale do Anari, Teixeirópolis e
Governadores Jorge Teixeira, filiados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura
de Rondônia (FETAGRO), sendo estes os principais mobilizadores voltados à
agricultura familiar e na identificação das demandas sociais para o Territorial
45
Central. Os STR’s de Ouro Preto do Oeste, Vale do Paraíso e Mirante da Serra não
são filiados a Fetagro.
• Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDRS) dos doze municípios
do Território Central. Principais fóruns locais de implementação das ações
territoriais, principalmente no acompanhamento dos investimentos na área de infra-
estrutura e na identificação das principais demandas da agricultura familiar do
Território.
• Comissão Pastoral da Terra (CPT-RO): entidade ligada à Igreja Católica com
atuação junto aos sindicatos de trabalhadores rurais, associações e cooperativas.
Atua na área de formação e capacitação administrativa e na agroecologia.
Entidades não governamentais prestadoras de serviços e assessoria:
• Cooperativa de Trabalho Agroambiental de Rondônia – Cootraron: dispõem de
seis técnicos prestando serviços através do programa ATES, através de convênio
com o Incra / RO, no município de Jaru, no distrito de Tarilândia, desenvolvendo
atividades de capacitação, elaboração e acompanhamento de projetos da linha
Pronaf, visitas técnicas e reuniões comunitárias.
• Cooperativa Multiprofissional e Mútua de Acidentes de Trabalho e Doenças
Ocupacionais (MILENIO): desenvolvia atividades de assessoria técnica (através de
convênio junto ao Incra) nos municípios de Vale do Anari e Governador Jorge
Teixeira. No início de 2007 deixou de prestar estes serviços junto ao Incra.
• Associação Estadual de Cooperação Agrícola (AECA): desenvolvia atividades de
assessoria técnica (através de convênio junto ao Incra) nos municípios de Nova
União e Presidente Médice. Contudo, em meados de 2005, a AECA deixou de
prestar estes serviços junto ao Incra.
Mesmo havendo reservas extrativistas e terras indígenas no Território Central
é bastante incipiente a participação destas populações nos debates e demais
46
eventos voltados ao desenvolvimento territorial. Talvez, isto se deva a pouca
sensibilização junto a estes atores e atrizes sociais. Já existe uma discussão interna
no Fiatec de como (re)iniciar esta interação.
Em termos gerais na maioria das vezes esse conjunto de organizações rurais
e urbanas atua de forma isolada o que as fragiliza tornando-as com baixo poder de
articulação no acesso às políticas públicas e programas que visem o
desenvolvimento sustentável do Território, ou seja, na pratica, fica ineficiente o
capital social articulado no Território.
Entre os principais mecanismos vigentes de democracia participativa, se
encontram os colegiados de representantes governamentais e da sociedade civil,
tipificados, por exemplo, pelos Conselhos de Saúde, de Assistência Social, da
Criança e do Adolescente, de Educação, do Trabalho, Conselhos Municipais de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Conselho Estadual de
Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS), Conselhos do Meio Ambiente e outros
organizados em nível municipal e estadual. São instrumentos legalmente instituídos
com mandatos importantes e que, somente agora têm recebido o devido apoio dos
sistemas formais de poder.
Uma primeira medida para reverter esta situação é que o Estado apóie
decisivamente tais instâncias. Este apoio significa, em termos práticos, dotá-los de
capacidade real de decisão e gerenciamento de recursos orçamentários e extra-
orçamentários. Devido o nível de capacitação destes conselhos e conselheiros, será
necessário um intenso (e extenso) programa de capacitação dos mesmos, para que
possam exercer, em plenitude, seus mandatos legais. Tal programa seria de caráter
permanente e contínuo, tendo em vista a rotatividade natural do pessoal destes
conselhos. A meta seria que nenhum conselheiro eleito pudesse assumir suas
funções sem um treinamento específico. Nesta mesma linha, se trataria de estender
aos participantes de Organizações da Sociedade Civil, a possibilidade de receber o
mesmo treinamento que o oferecido a técnicos governamentais. Em conjunto, essas
medidas podem significar, em curto prazo, importantes melhorias no desempenho
dos programas governamentais, na sensibilização e mobilização de recursos sociais
qualificados e efetivos benefícios às comunidades rurais e urbanas.
Esse cenário convergiu consensualmente para a necessidade de uma gestão
que contemple algumas questões, entre outras, disseminar pólos agroindustriais
47
diversificados em consonância com vocações locais e regionais; fortalecer em meio
a pequenos agricultores, populações ribeirinhas, tradicionais e indígenas o
cooperativismo, o associativismo e a capacitação tecnológico-gerencial;
A gestão para o desenvolvimento territorial sustentado no Território Central é
realizada pelo Fórum de Implementação das Ações do Território Central de
Rondônia – FIATEC. O FIATEC possui regimento interno e, apesar de não ter uma
agenda específica de reuniões, seus membros se reúnem, na prática, pelo menos
uma vez por mês. Atualmente, a composição do FIATEC é de 36 (trinta e seis)
integrantes, entre técnicos e lideranças comunitárias, fazendo com que todos os 12
municípios estejam representados por instituições públicas e organizações não
governamentais. O quadro 5.1, abaixo apresenta a composição do Fiatec
Quadro 5.1: Composição do Fórum de Implementação das Ações do Território Central de Rondônia – FIATEC
Município Instituições
Ji-paraná Prefeitura, Fetagro, Projeto Padre Ezequiel, STR, Coocaram
Jarú Prefeitura, Ceplac, Emater, STR, EFA, Cootraron
Ouro Preto do Oeste Emater, Ceplac, APA
Presidente Médice Prefeitura, STR
Vale do Paraíso Emater, EFA.
Urupá Prefeitura, Emater, STR,
Mirante da Serra Prefeitura, Ceplac,
Theobroma Prefeitura, STR
Gov. Jorge Teixeira Prefeitura
Nova União Prefeitura
Teixeirópolis Prefeitura, Emater
Vale do Anari Prefeitura, STR Fonte: Articuladora territorial (entrevista pessoal)
6. Estrutura agrária. 6.1 - Comentários sobre a utilização da terra no Território
48
No Território Central a quantidade de terra destinada a culturas temporárias
(66.524 ha) é superior a total de área destinada ao cultivo de culturas permanentes
(39.242 ha), o que corresponde respectivamente a 26,2% e 22,0% da área total do
Estado destinado ao cultivo dessas culturas. Dos três territórios existentes em
Rondônia, o Central é o que possui o maior percentual de área utilizada com
culturas permanentes, principalmente o café. A área destinada a pastagens
plantadas no Território Central equivale a 682.606 ha contra 64.126 ha de pastagens
nativas. Em termos de florestas nativas a área corresponde a 676.795 ha,
correspondendo a 13,3% do total do Estado. Dos três Territórios, este é o que
apresenta o menor percentual de floresta nativa, os índices de desmatamento são
bastante elevados em todos os municípios (Quadro 6.1)
As áreas em descanso representam 22.371 ha, o equivalente a 32,3% do total
do Estado. Já as áreas produtivas e não utilizadas representam 30.440 ha.
Em temos de município, Ouro Preto do Oeste apresenta a maior quantidade
de área com culturas permanente e temporária (14.687 ha e 7.935 ha) e com
pastagens plantadas (182.266 ha). Ji-Paraná apresenta a segunda maior área
destinada a pastagens plantadas (130.075 ha) e a maior área com florestas nativas
(308.923 ha).
A quantidade de terra destinada à pastagens indica uso de forma extensiva, e
é visivelmente mais elevada que a quantidade de terra destinada ao cultivo de
culturas anuais e permanentes, porém próxima a quantidade de área com florestas
nativas. Isso reflete no grande passivo ambiental que este Território apresenta,
principalmente em termos de área desmatada e/ou desflorestada. Analisando o
resultado do processo de ocupação e colonização agrícola do Estado de Rondônia,
que ocorreu concentrando-se no eixo da BR-364, fica evidente a substituição de
áreas de florestas nativas por cultivos agrícolas e gramíneas destinadas à formação
de pastagens. Outro impacto significativo ocorre em relação à biodiversidade, é a
exploração florestal seletiva de madeira, envolvendo apenas espécies florestais de
maior interesse econômico, provocando o empobrecimento genético e econômico
das florestas nativas, que ainda não podem ser mensurados.
Quadro 6.1 - Utilização da terra
49
Utilização da Terra (hectares)
Culturas Pastagens Florestas Em
Descanso
Prod. não
Utiliz.
Total Municípios
Perm. Temp. Nat. Plant Nat Plant.
Gov Jorge Teixeira 5.115 3.854 123 34.925 50.168 709 4.422 2.893 102.536
Jaru 9.417 6.995 20.289 101.470 53.976 1.766 3.422 7.378 207.721
Ji-Paraná 3.968 3.334 15.373 130.075 308.923 697 1.927 3.244 468.952
Mirante da Serra 4.954 2.731 540 19.793 27.695 729 1.770 1.208 59.919
Nova União
Ouro Preto do
Oeste 14.687 7.935 11.357 182.266 77.738 1.585 3.835 4.809
305.346
Presidente Médici 6.624 6.052 2.925 98.306 49.735 771 2.059 5.128 172.297
Teixeirópolis
Theobroma 4.973 2.820 1.778 56.337 68.870 575 1.433 3.274 141.139
Urupá 6.816 3.161 538 27.855 13.505 197 1.808 1.359 53.438
Vale do Anari
Vale do Paraíso 9.970 2.360 11.203 31.579 26.185 315 1.695 1.147 91.540
a) Total do Território
66.524 39.242 64.126 682.606 676.795 7.344 22.371 30.440 1.602.888
b) Total do Estado 254.334 177.974 343.369 2.578.700 5.090.420 41.040 69.220 236.626 8.890.440
c) % de a/b 26,2 22,0 18,7 26,5 13,3 17,9 32,3 12,9 18,0
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
Todas estas atividades continuam sendo praticadas no Estado, porém de
forma e intensidade distintas das praticadas nas décadas anteriores (70 e 80), em
função das limitações dos recursos naturais, do contexto socioeconômico e da
dificuldade de acesso a terra. Destaca-se a atividade de pecuária bovina extensiva,
que é a atividade rural predominante no Estado.
Apesar das áreas desmatadas em Rondônia serem predominantemente
ocupadas por pastagens extensivas, bem como o fato que a pecuária vem
50
aumentando significativamente ano a ano, parte das áreas com pastagens plantadas
não estão sendo utilizadas corretamente com a reforma das pastagens, uso da
calagem, adubação, controle de erosão, ficando transformadas temporariamente em
áreas de pastagens sujas ou capoeiras, ou seja, são áreas que foram desmatadas e
estão subutilizadas. Paralelo à expansão da pecuária no Estado, surgem os
problemas das queimadas, que fazem parte do processo tradicional de limpeza das
áreas para a formação e manutenção tanto de pastagens quanto de agricultura.
A transformação de áreas com florestas nativas em agricultura ou pastagem é
uma atividade executada de forma mecanizada (que em muitas áreas tem suas
limitações tecnológicas devido ao relevo não ser favorável a tal prática) e
principalmente por mão de obra braçal. Nesta última, a prática das queimadas
ocorre invariavelmente em todos os desmatamentos e, posteriormente, na prática de
limpeza de manutenção dos cultivos e pastagens. Acrescido a isso, a maioria dos
produtores rurais não acredita e não têm incentivos satisfatórios para a adoção de
tecnologias mais adequadas, como práticas agroflorestais, manejo florestal
comunitário, etc, além da inexistência de educação ambiental efetiva e direcionada
para a área rural o que poderia contribuir com a redução da conversão de florestas
nativas e manter a produtividade agrícola florestal sustentada. É, portanto, um
grande problema ambiental no Estado, derivado de uma série de outros problemas,
que atinge inevitavelmente todas as áreas de vegetação original. O desmatamento a
cada ano aumenta as áreas de capoeiras e pastagens sujas.
6.2 - Comentários sobre o pessoal ocupado e a condição do produtor
O Território Central apresenta 19.246 estabelecimentos rurais (quadro 6.4).
Ouro Preto do Oeste apresenta a maior quantidade de estabelecimentos rurais
seguindo por Presidente Médici e Jaru. Os grupos de atividades econômicas mais
praticadas no Território são:
- lavoura temporária praticada em 2.691 estabelecimentos, cujas principais culturas
produzidas são arroz, feijão, milho, mandioca;
51
- lavoura permanente, praticada em 2.606 estabelecimentos rurais produz o café
(em maior quantidade), banana, cacau, cupuaçu, coco da Bahia, açaí, pupunha;
- pecuária (principalmente bovina) é praticada em 9.483 estabelecimentos;
- produção mista (lavoura e pecuária) é praticada em 4.104 estabelecimentos.
Nota-se que em cerca de 50% dos estabelecimentos rurais a atividade de
pecuária bovina está presente.
A produção de horticultura e produtos de viveiro, silvicultura e exploração
florestal, pesca e aqüicultura e carvão vegetal são distribuídas de forma menos
significativas nos demais estabelecimentos rurais.
Quadro 6.4 - Estabelecimentos rurais segundo o grupo de atividade econômica.
Estabelecimentos Rurais Por Grupos de Atividade Econômica
Municípios
Total de Estab. Rurais
Lavoura Temp.
Hort. e Prod. de Viveiro
Lavoura Perman.
Pecuária
Prod. Mista (Lavoura e Pecuária)
Silvic. Expl. Flor.
Pesca e Aqüicultura
Carvão Vegetal
Gov.Jorge
Teixeira 1.267 291 3 247 448 274 4 0 0
Jaru 2.748 260 16 306 1.577 567 21 0 1
Ji-Paraná 2.488 145 26 172 1.830 241 76 0 0
Mirante da
Serra 1.536 501 22 311 332 344 26
0
0
Nova União 0
Ouro Preto do
Oeste 4.005 346 19 560 2.174 864 38 2
2
Pres. Médici 2.863 478 23 431 1.303 598 28 2 0
Teixeirópolis
0
Theobroma 1.227 168 1 160 659 226 13 1 0
52
Urupá 1.904 391 7 191 608 688 19 0 0
Vale do Anari
0
Vale do
Paraíso 1.208 111 117 228 552 302 15 0
0
a) Total do Território
19.246 2.691 234 2.606 9.483 4.104 240 5 3
b) Total do Estado
76.956 17.616 593 15.876 26.475 14.447 1.608 325 16
c) % de a/b 25,2 15,3 39,5 16,4 35,8 28,4 14,9 1,5 18,8
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
O número de trabalhadores, ou seja, a força de trabalho nos
estabelecimentos rurais é mais representativa nos estabelecimentos com áreas de
mais de 20 a 200 ha. Ouro Preto do Oeste apresenta o maior número de
trabalhadores nos estabelecimentos seguido por Jaru, Presidente Médici e Ji-Paraná
(17.531, 14.174, 12.684 e 12.666, respectivamente).
O Quadro 6.5 mostra que dos 1.592.788 ha ocupados por diferentes
atividades econômicas, 926.814 ha estão destinados com pecuária; 94.998 ha com
lavouras permanentes; 337.918 ha com lavouras temporárias; 208.843 ha com
produção mista (lavoura e pecuária). As atividades silviculturais somam 20.631 ha.
Quadro 6.5 - Comparativo sobre a utilização da área, conforme a atividade econômica (Território, Estado e SC).
Destinação da área Território Estado SC Categoria do trabalhador
ha % ha % ha % 1. Lavoura Temporária 337.918 21,2 1.206.794 13,6 2.166.376 32,8 2. Horticultura e produção de viveiro 1.692 0,1 14.314 0,2 37.380 0,6 3. Lavoura permanente 94.998 6,0 785.416 8,8 200.528 3,0 4. Pecuária 926.814 58,2 5.364.258 60,3 2.142.791 32,4
53
5. Produção mista 208.843 13,1 969.539 10,9 1.300.056 19,7 6. Silvicultura 20.631 1,3 536.074 6,0 746.421 11,3 7. Pesca e aqüicultura 1.886 0,1 9.545 0,1 10.815 0,2 8. Carvão vegetal 6 0,0 4.500 0,1 8.479 0,1 Total 1.592.788 100,0 8.890.440 100,0 6.612.846 100,0
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
Comparando a utilização da área conforme atividade econômica no Território,
no Estado e Santa Catarina os percentuais de área destinada à lavoura temporária
no Território (21,2%) é superior a do Estado (13,6%) e inferior a Santa Catarina
(32,8%). O percentual de área destinada à atividade de pecuária no Território
(58,2%) está pouco abaixo do percentual do encontrado para o Estado (60,3%), mas
bem mais elevado quando comparado com Santa Catarina (32,4). O elevado
percentual de área destinada à pecuária indica uma tendência dessa atividade no
Território evidenciando a mudanças de cenários do Estado de Rondônia.
O Território apresenta 89.007 pessoas (Quadro 6.6) com algum tipo de
ocupação nos estabelecimentos rurais, correspondendo a 29,2% do total do Estado,
destas 82.138 residem nos estabelecimentos rurais. Cerca 82,3% são responsáveis
e familiares não remunerados, 5,3% são empregados permanentes nos
estabelecimentos rurais, 4,0% são de empregados temporários, 1,4% são parceiros
e 7,0% estão em outra condição ocupação nos estabelecimentos rurais (Quadro
6.6).
Quadro 6.6 - Pessoal ocupado conforme a categoria (Território, Estado e SC).
Pessoal Ocupado
Território Estado SC Categoria do trabalhador Nº
% Nº % Nº %
1. Responsáveis e familiares não
remunerados 73.260 82,3 258.374 84,8 618.552 86,1
2. Empregados permanentes 4.716 5,3 15.112 5,0 42.504 5,9 3. Empregados temporários 3.594 4,0 16.154 5,3 46.959 6,5
54
4. Parceiros 1.237 1,4 2.840 0,9 5.016 0,7 5. Outra condição 6.200 7,0 12.043 4,0 5.436 0,8 a) Total de ocupados 89.007 100,0 304.523 100,0 718.467 100,0 b) Residentes nos estabelecimentos rurais 82.138 274.320 616.275 c) % de b/a 92,28 90,1 85,8 Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
A condição do produtor nos estabelecimentos rurais do Território Central está
distribuída como segue: 90,8% é proprietário do estabelecimento sendo superior ao
do Estado (85,7%) e Santa Catarina (84,3%). Os arrendatários representam apenas
0,4%, os parceiros 3,0% e ocupantes representam 5,7% cada. Fica claro e evidente
que os estabelecimentos rurais são ocupados por seus proprietários e que grande
maioria mora nos estabelecimentos rurais. (Quadro 6.7) Quadro 6.7- Distribuição dos estabelecimentos rurais, conforme a condição do produtor (Território, Estado e SC).
Estabelecimentos Rurais
Território Estado SC
Condição do Produtor
Nº % Nº % Nº % 1. Proprietário 17.485 90,8 65.916 85,7 171.498 84,3 2. Arrendatário 86 0,4 910 1,2 12.114 6,0
3. Parceiro 578 3,0 4.144 5,4 6.131 3,0 4. Ocupante 1.100 5,7 5.986 7,8 13.604 6,7 Total Geral 19.249 100,0 76.956 100,0 203.347 100,0
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
6.3 - Comentários sobre o perfil fundiário do Território Central
A expansão da fronteira agropecuária em Rondônia, teve início a partir de
1970 com a implantação de Projetos de Colonização do Governo Federal,
gerenciados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA,
alterando a maior parte da estrutura de posse e uso da terra por meio da
substituição de grandes áreas de seringais nativos por um novo contexto fundiário,
55
inserindo a fronteira agrícola no sistema produtivo nacional com grande incentivo
para a pecuária bovina.
Os principais fatores que caracterizaram o tipo de ocupação que ocorreu em
Rondônia entre 1970 e 1990 foram:
• O aumento da ocupação rural pela atividade agropecuária, refletindo o abandono
do padrão típico Amazônico que era característico até 1960, provocando uma
explosão da exploração predatória do extrativismo vegetal com corte raso das
florestas para o preparo da área e exploração de madeiras de lei (madeiras nobres);
• Formação de um eixo econômico ao longo da BR-364, na parte central do Estado,
com a perda da importância da ocupação ribeirinha. Ganham importância as cidades
surgidas em função dos Projetos de Colonização, como Ouro Preto do Oeste,
Cacoal, Jaru, Rolim de Moura e Ariquemes;
• Avanço sobre o Vale do Guaporé no sentido de Costa Marques, via BR-429 com o
surgimento de novos núcleos populacionais;
• A partir de 1985, inverte-se o fluxo com os migrantes, que passam a procurar mais
as áreas urbanas e a ocupação no setor secundário e terciário da economia;
• A área ocupada com imóveis rurais que correspondia em 1970 a 7% atinge em
1991 cerca de 57% da área territorial de Rondônia.
O município de Urupá concentra cerca de 50% das famílias assentadas pelo
INCRA em todo o Território Central
A atuação do INCRA em Rondônia deu-se por meio dos Projetos Fundiários,
Projetos Integrados de Colonização, Projetos de Assentamento Dirigido, Projetos de
Assentamentos Rápido e, mais recentemente, da implantação da política de reforma
agrária.
Os municípios que apresentam o maior número de estabelecimentos rurais
são: Ouro Preto do Oeste (com 4.005 estabelecimentos cuja área corresponde a
305.346 ha.), seguido por Presidente Médici (com 2.863 estabelecimentos que
ocupam 172.299 ha.) e Jarú (com 2.748 estabelecimentos que ocupam 205.721
ha.). Ji-Paraná possui 2.488 estabelecimentos que ocupam maior quantidade de
área quando comparado com os outros municípios que compõem o Território.
Analisando os percentuais de estabelecimentos rurais conforme os grupos de áreas,
temos: até 10 ha. – 16,8% dos estabelecimentos, mais de 10 a 20 ha. – 11,3% dos
estabelecimentos, mais de 20 a 50 ha. – 24,8% dos estabelecimentos, mais de 50 a
56
100 ha. – 25,8% dos estabelecimentos (o percentual de estabelecimentos até 100
ha. é de 78,7%), mais de 100 a 200 ha. – 16,7 dos estabelecimentos, mais de 200 a
500 ha. – 3,7% dos estabelecimentos, mais de 500 a 1000 ha. – 0,6%
estabelecimentos e mais de 1.000 ha. – 0,3% dos estabelecimentos rurais. No
Território apenas 0,3% representam os estabelecimentos com área acima de 1.000
ha., porém a área ocupada por esses estabelecimentos é de 27,9% correspondendo
a 444.445 ha. (Ji-Paraná apresenta 63,3% deste total). Esse percentual está abaixo
do percentual do Estado (47,30%). Isso evidencia que a estrutura fundiária do
Território apresenta-se com concentração de terras, porém não tão elevada se
comparado com o Território Madeira-Mamoré onde a área ocupada pelos
estabelecimentos rurais nesse grupo de área corresponde a 71,1%. (Quadro 6.8)
Quadro 6.8 - Área ocupada e número de estabelecimentos rurais, conforme os grupos de área.
Área ocupada (ha)
Municípios
Total de estabelecimentos Até 10
Mais de 10 a 20
Mais de 20 a 50
Mais de 50 a 100
Mais de 100 a 200
Mais de 200 a 500
Mais de 500 a 1000
Mais de 1000
Área total
Governador
Jorge Teixeira 1.267 384 917 8.484 30.640 35.263 12.799 2.154 11.894 102.535
Jaru 2.748 1.346 3.048 19.087 58.504 75.762 30.862 8.228 8.884 205.721
Ji-Paraná 2.488 1.895 5.043 19.766 37.534 57.748 43.911 21.677 281.378 468.952
Mirante da Serra 1.536 2.531 2.303 11.989 18.687 7.627 7.521 1.710 7.450 59.818
Nova União
Ouro Preto do
Oeste 4.005 4.372 5.025 24.253 72.755 103.053 46.546 12.845 36.497 305.346
Presidente
Médici 2.863 3.843 7.981 25.238 32.946 31.028 23.439 9.847 37.977 172.299
Teixeirópolis
Theobroma 1.227 419 801 5.731 36.222 20.702 8.956 10.615 57.693 141.139
Urupá 1.904 1.472 5.125 28.932 11.396 3.210 2.263 1.588 1.452 55.438
Vale do Anari
Vale do Paraíso 1.208 1.214 1.341 9.006 24.045 27.073 13.763 3.879 1.220 81.541
a) Total do 19.246 17.476 31.584 152.486 322.729 361.466 190.060 72.543 444.445 1.592.789
57
Território
b) Total do Estado
76.954 86.085 113.126 562.340 1.146.466 1.211.462 948.985 613.594 4.208.382 8.890.440
c) Part. no Total (%)
25,01 1,1 2,0 9,6 20,3 22,7 11,9 4,6 27,9 100,0
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
Embora existam 24 projetos de colonização e assentamentos do INCRA e
esses tenham contribuído para melhorar a estrutura fundiária do Território, estes
dados reforçam a idéia da permanência da concentração fundiária tanto no Território
como no Estado.
O valor anual bruto da produção (VABP) animal e vegetal do Território
conforme o grupo de áreas dos estabelecimentos foi de R$ 87.879,00 sendo que os
maiores valores foram encontrados nos seguintes grupos de áreas: mais de 20 a 50
ha. (18,61%); mais de 50 a 100 ha., (26,51%); mais de 100 a 200 ha., (23,97%).
Ouro Preto do Oeste apresenta o maior VABP (R$ 24.157,00) seguido por Jarú (R$
13.774,00). No geral o VABP do Território é significativo sendo, aproximadamente,
de 26% do total do Estado. (Quadro 6.9)
Quadro 6.9 - Valor anual bruto da produção
VABP animal e vegetal (R$ 1.000,00) Municípios Até 10
ha de 10 a 20
ha De 20 a 50 ha
De 50 a 100 ha
De 100 a 200 ha
De 200 a 500 ha
De 500 a 1000 ha
Mais de 1000 ha
Total
Gov. Jorge Teixeira 72 99 596 1.478 1.438 346 17 43 4.089
Jaru 634 438 1.735 4.544 4.446 1.215 396 366 13.774
Ji-Paraná 534 928 2.087 2.496 2.967 1.641 723 663 12.039
Mirante da Serra 1.481 520 1.368 1.445 352 152 27 200 5.535
Nova União
Ouro Preto do Oeste
1.898 1.067 2.986 6.133 7.247 2.600 699 1.527 24.157
Pres. Médici 1.672 1.625 2.883 2.780 1.819 1.007 388 636 12.810
Teixeirópolis
Theobroma 60 76 296 1.871 661 139 113 406 3.622
Urupá 453 879 3.701 1.026 182 67 32 7 6.347
Vale do Anari
Vale do Paraíso 294 162 710 1.522 1.951 536 292 39 5.506
a) Total do Território
7.098 5.794 16.352 23.295 21.063 7.703 2.687 3.887 87.879
b) Total do Estado 39.078 24.119 56.810 72.802 56.837 28.099 14.209 42.251 334.205
c) Participação no 8,1 6,6 18,6 26,5 24,0 8,8 3,1 4,4 100,00
58
Estado (%) Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995 / 1996.
6.4 - Comentários sobre o acesso ao credito do PRONAF
O sistema de crédito proporciona o processo de concentração e centralização
do capital, por sua capacidade de mobilização a aglutinação de recursos líquidos em
grande escala. No Território, o crédito rural apesar de alguns entraves tem
contribuído amplamente para o desenvolvimento do setor primário e econômico.
O Pronaf é um programa federal em execução no Estado de Rondônia sob a
Coordenação da SEAPES destinado ao apoio, organização e fortalecimento
institucional dos atores sociais locais envolvidos na gestão participativa do
desenvolvimento dos Territórios rurais para a promoção, implementação e
integração das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da agricultura familiar.
No Território existem mais de 18.000 famílias que são público-alvo das
políticas de crédito do Pronaf (A, B, C, D e E). A previsão para a demanda por
crédito do Pronaf A no ano de 2005 foi de R$ 3.639.500,00 para 380 famílias,
representando 14,12% da demanda total do Estado.
Em 2004 foram concedidos 8.886 contratos no Pronaf, sendo a maioria para o
grupo E (5.436) seguido pelo grupo de C (2.348). Em termos de modalidade
apresentam-se 8.886 contratos, destes 6.117 para custeio, com recurso liberado de
R$ 25.079.918,88 e 2.769 com recurso equivalente a R$ 32.746.590,37 para
investimentos.
Em termos gerais, a demanda por crédito no Território apresenta-se maior
que os recursos disponibilizados e existe uma desorganização dessa demanda bem
como a ausência de determinadas linhas de crédito e de investimentos para a
agroindústria e que sejam direcionados para a agricultura familiar e ainda a limitação
de recursos para o investimento público. Muitas famílias encontram-se com
restrições ao crédito por falta de titulação da terra e por inadimplência junto aos
bancos.
Uma alternativa para a superação desses entraves poderia ser a otimização
dos recursos disponíveis estabelecendo prioridades dos mesmos bem como
59
priorizar os programas de abrangência territorial a fim de maximizar e otimizar o uso
os recursos disponíveis.
Quadro 6.10 - Créditos do PRONAF, concedidos em 2004, por grupo e por modalidade.
Metas atingidas em 2004
Por grupo Por modalidade Município
Grupos Contratos R$ 1,00 Modalidade Contratos R$ 1,00
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
3 R$ 14.507,88 custeio 190 949.470,69
A 9 122.107,44 investimento 170 2.326.353,64
B
C 32 127.290,57
A/C
D 316 3.013.918,46
Gov. Jorge
Teixeira
E
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
198 872.179,29 custeio 1.333 5.462.626,13
A 14 62.936,56 investimento 301 3.845.065,79
B
C 426 1.258.713,36
Jaru
A/C
D 968 16.516.053,44
E 28 597.809,26
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
A investimento 376 3.115.771,60
B 144 143.870,41
C 54 219.994,47
A/C
D 308 3.494.635,62
E
Ji- Paraná
Identificado / não
registrado 1 16.205,00
Mirante da
Serra
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
72 383.026,85 custeio 958 3.930.980,24
60
A 232 1.992,607,38 investimento 598 6.938.753,25
B
C 375 1.104.498,57
A/C
D 864 7.094.965,56
E 13 294.536,13
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
2 62.597,87 custeio 227 807.379,03
A 3 27.876,17 investimento 90 1.350.834,31
B 1 999,10
C 115 183.884,12
A/C
D 190 1.792.925,06
Nova União
E 6 89.931.02
Metas atingidas em 2004
Por grupo Por modalidade Município
Grupos Contratos R$ 1,00 Modalidade Contratos R$ 1,00
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
6 43.152.89 custeio 635 3.589.989,62
A investimento 259 3.311.065,58
B
C 137 777.739,19
A/C
D 697 5.105.141,32
E 54 975.021,80
D 592 4.633.970,35
Ouro Preto
E 23 531.963,40
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
61 298.824,73 custeio 913 2.993.334,84
A 4 53.009,73 investimento 281 3.572.019,96
B
C 422 790.378,13
A/C 92 257.208,47
D 592 4.633.970,35
Presidente
Médici
E 23 531.963,40
A
B
C 27 57.010,83 custeio 178 899.246,15
Teixeirópolis
A/C investimento 76 848.820,54
61
D 223 1.604.364,14
E 4 86.691,72
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
5 16.991.58 custeio 289 1.110.265,35
A 10 104.504,20 investimento 212 3.034.458,93
B
C 48 170.960,25
A/C
D 434 3.812.127,77
Theobroma
E
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
19 101.467 custeio 356 1.093.138.92
A investimento 18 94.758,00
B
C 203 488.751,75
A/C
D 149 543.518,19
Vale do
Anari
E 3 54.160,00
A 5 42.676,43 custeio 289 1.239.616,09
B investimento 181 2.210.703,19
C 102 225.426,85358
A/C
D 358 3.105.987,30
Vale do
Paraiso
E 5 78.231,70
Exigibilidade
bancária (com
enquadramento)
9 41.825,37 custeio 606 2.158.891,15
A 60 737.355,42 investimento 207 2.095.985,58
B
C 407 1.118.439,22
A/C
D 337 2.357.256,72
Urupa
E
Total 8.886 57.817.512,26 8.886 57.817.509,25
Fonte:Pronaf, 2005. www.mda.gov.br/ pronaf
7. Aspectos econômicos
62
7.1 - Comentários sobre as informações econômicas do Território
Excluindo o município de Ji-Paraná a economia do Território Central no geral
é extremamente frágil.
Depois de Ji-Paraná, Jarú é o município que apresenta a segunda maior
arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) do
Território. Os municípios supra citados e Ouro Preto do Oeste apresentam melhores
condições de infra-estrutura e serviços básicos e estão localizados estrategicamente
no eixo da Rodovia BR-364 o que contribui no fácil acesso e na instalação de boa
estrutura comercial e diversificada (Quadro 7.1).
Quadro 7.1 – Valores absolutos
Valores absolutos
Municípios Renda total (1)
Renda Per
Capita (2)
Produção Animal e Vegetal
(3)
Arrecadação de ICMS
(R$ 1000)
Trabalhadores nos Estabelecimentos
Rurais
Trabalhadores nas
Empresas com CNPJ
Gov. Jorge Teixeira 2.178,00 159,64 4.089 2.032.320,80 8.258 57
Jaru 10.627,00 198,26 13.775 11.145.775,00 14.174 4.545
Ji-Paraná 28.770,00 269,38 12.038 20.056.028,90 12.666 13.594
Mirante da Serra 2.323,00 178,58 5.533 1.758.778,40 5.010 432
Nova União 1.025,00 124,54 4.380 1.251.317,90 3.577 29
Ouro Preto do Oeste 9.989,00 243,83 16.059 7.292.901,00 10.983 3.035
Pres. Médici 4.682,00 177,60 12.808 2.568.842,40 12.684 819
Teixeirópolis 827,00 147,28 3.736 1.173.644,30 2.971 37
Theobroma 1.249,00 112,11 3.625 1.864.681,00 6.643 104
Urupá 1.909,00 128,29 6.348 1.516.747,40 7.240 290
Vale do Anari 1.758,00 227,27 2.737 1.193.421,00 3.333 23
Vale do Paraíso 1.730,00 175,39 5.507 1.496.929,90 4.802 97
a) Total do Território 67.047,00 90.615 53.351.388,10 92.341 23.062
b) Total do Estado 320.800,00 334.211 262.444.804,20 304.523 152.223
% a / b 20,9 27,10 30,3 15,2
(1) Em R$mil / mês (2) Em R$ / mês (3) Em R$ mil/ ano Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995/1996.
As maiores rendas per capita foram observadas nos municípios de Ji-Paraná
(R$ 269,38), Ouro Preto do Oeste (R$ 243,83) e Vale do Anari (R$ 227,27).
Ouro Preto do Oeste apresentou o maior valor de produção animal e vegetal,
seguindo por Jaru e Presidente Médici. O número de trabalhadores nas empresas
63
com CNPJ é de 23.062 e nos estabelecimento rurais é de 92.341 mostrando que a
força de trabalho nos estabelecimentos rurais é bem mais elevada que nas
empresas com CNPJ. Em todos os municípios que compõem o Território o número
de trabalhadores em estabelecimentos rurais é superior ao número de trabalhadores
em empresas rurais com CNPJ o que demonstra que este Território apresenta
grande importância social.
A economia deste Território também é fortemente influenciada pelos repasses
de recursos do Governo Federal e da União, tais como: FUNRURAL, aposentadorias
pelo INSS e FUNDEF, etc.
O PIB de Rondônia apresentou um aumento significativo passando de R$ 5,0
bilhões em 1999 para R$ 7,2 bilhões em 2000, um crescimento de 45,01% no
período, superior ao crescimento do PIB brasileiro (38,21%), porém inferior ao da
região Norte (56,49%), de acordo com Relatório de Gestão da SEAPS, em 2004.
Por setor econômico, o terciário, que abrange o comércio, armazenagem,
transporte, sistema bancário, saúde, educação, telecomunicações, fornecimento de
energia, água e esgoto, administração pública e serviços em geral, é o mais
importante na constituição do PIB rondoniense, representando cerca de 54,0%.
O setor secundário, que abrange a indústria, a construção civil e a geração de
energia, representa cerca de 28,8%. O setor primário, com aproximadamente 17,2%,
correspondendo à agropecuária e ao extrativismo. Ressalta-se que os setores
primário e secundário juntos representam 46,0% da composição do PIB estadual,
boa parte do comércio movimenta mercadorias produzidas no próprio Estado, assim
como, o setor financeiro concede empréstimos a produtos da atividade
agropecuária, extrativista e agroindustrial. Logo, parte considerável do PIB do setor
terciário é formada em decorrência da dimensão dos setores primários e
secundários da economia do Estado. Em Rondônia o setor terciário é formado em
grande parte por indústrias de transformação da base primária.
Em termos gerais Rondônia exporta para os principais blocos econômicos,
sendo a Ásia seu maior comprador, seguida pela União Européia, Estados Unidos,
MERCOSUL e Oriente Médio. Os produtos mais exportados são: madeira serrada,
laminada e outros tipos de madeira beneficiadas, ocupando 47,73% do total das
exportações, seguida pela carne bovina e miúdos, granitos, café, palmito dentre
outros. Em relação às importações, estas se concentram nos Bens de Capital e
64
Bens Intermediários, onde o maior volume refere-se à importação de insumos
industriais. 7. 2 - Produção agrícola Comentários sobre a rentabilidade da produção agropecuária
O valor anual da produção (VAP) animal e vegetal por tipo de atividade
econômica no Território Central, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE
1995/1996 (Quadro 7.2), foi de R$ 87.879,00 e apresenta-se distribuído da seguinte
forma: 65,7% destinado à produção animal, destes 58,7% para a produção de
grande porte (pecuária bovina), 2,3% para a produção de médio porte e 4,8% para a
produção de aves e pequenos animais; 34,3% destinado à produção vegetal, destes
17,3% para a produção de lavouras permanentes, 13,9% para a produção de
lavouras temporárias, 1,4% para a produção de fruticultura e horticultura e 1,7%
silvicultura e exploração florestal.
Quadro 7.2 - Valor anual da produção (VAP) animal e vegetal por tipo de atividade
VAP Produção animal Produção Vegetal
Município Total (R$ mil)
Grande porte
Médio porte
Aves e Pequenos animais
Lavouras permanentes
Lavouras temporárias
Fruticultura e
horticultura
Silvicultura e
exploração florestal
Gov. Jorge Teixeira 4.089 1.319 130 243 1.317 1.016 42 22
Jaru 13.777 9.072 197 438 2.210 1.490 109 261
Ji- Paraná 12.039 8.749 219 609 1.045 962 246 209
Mirante da Serra 5.533 1.820 158 302 1.411 1.471 156 215
Nova União
Ouro Preto do Oeste 24.156 15.985 460 1.069 3.857 2.208 249 330
Presidente Médici 12.806 6.854 360 639 2.088 2.362 317 186
Teixeirópolis
Theobroma 3.624 1.891 116 250 818 525 2 22
Urupá 6.348 2.638 289 435 1.066 1.680 84 156
Vale do Anari
Vale do Paraíso 5.507 3.240 80 204 1.395 538 50
a) Total do Território 87.879 51.568 2.009 4.189 15.207 12.252 1.205 1.451
65
b) Total do Estado 334.211 151.855 8.705 19.719 69.167 69.879 5.417 9.469
c) Participação por atividade (%)
100,00 58,7 2,3 4,8 17,3 13,9 1,4 1,7
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE 1995/1996
O Território possui 19.246 estabelecimentos agropecuários que ocupam área
equivalente a 1.592.789 ha. e apresenta 89.008 pessoas ocupadas tendo um VABP
de R$ 87.879,00. Comparando com Santa Catarina percebe-se que as áreas das
propriedades rurais tanto no Território como no Estado são mal distribuídas. Os
indicadores de desempenho convergem para essa afirmação, pois a área média no
Território é de 82,8 ha./estabelecimento, no Estado 115,0 ha./estabelecimento e em
Santa Catarina é de 32,5 ha./estabelecimento (Quadro 7.3).
Quadro 7.3 – Dados absolutos
Localidade Dados absolutos é índices
Território Estado SC 1. Dados absolutos 1.1. Estabelecimentos agropecuários 19.246 76.954 203.3471.2. Área ocupada 1.592.789 8.890.440 6.612.8461.3. Pessoal ocupado 89.008 304.519 781.6941.4. VABP (R$ 1.000,00) 87.879 334.205 3.270.4712. Indicadores de desempenho 2.1. Área média (há/estb) 82,8 115,5 32,52.2. Pessoal ocupado 2.2.a. por estabelecimento 4,62 3,96 3,52.2.b. por hectare 0,06 0,03 0,112.3. Valor anual bruto da produção animal e vegetal (R$ 1,00) 2.3.a. por estabelecimento 4.566,09 4.342,92 16.090,002.3.b. por hectare 55,17 37,59 494,002.3.c. por trabalhador ocupado 967,32 1.097,48 4.550,58
Fonte: Estudo Propositivo
O pessoal ocupado por estabelecimento é de 4,62 no Território, 3,96 no
Estado e 3,5 em Santa Catarina. O desempenho por hectare também é baixo sendo
0,06 no Território, 0,3 no Estado e 0,11 na região Sul, o que reflete o grande número
de pessoal ocupado nos estabelecimentos rurais, mas sem remuneração. O VABP
66
animal e vegetal por estabelecimento e por hectare é superior ao do Estado, mas
bem abaixo de Santa Catarina, enquanto por trabalhador ocupado está abaixo da
média do Estado e da região Sul.
O Território e o Estado possuem aparentemente uma elevada área de terra
subutilizada quando se compara com a região Sul, porém apesar da legislação
florestal ser diferenciada nessas regiões, essas áreas não são subutilizadas porque
existe atividade agroextrativista no Território (exploração de madeireira, coleta de
castanha, exploração de seringa, coleta de sementes, óleos e essências, entre
outros).
Em termos de mão-de-obra e áreas a serem trabalhadas existe grande
necessidade de incentivos que possam fomentar a agricultura familiar levando em
consideração as peculiaridades da região Norte propiciando a cada área melhor
ocupação e que cada componente da unidade familiar seja valorizado de forma mais
eficiente principalmente com serviços básico e de infra-estrutura, com isso podendo
elevar a renda per capita contribuindo para diminuir a pobreza rural do Território.
A área plantada (hectares) e a produção (kg / ha) apresentam-se com maior
expressividade para as culturas de milho, café e mandioca. Destas o café é a
lavoura mais difundida entre a agricultura familiar do Território Central principalmente
a variedade Conillon que possui boa adaptabilidade edafoclimática à região além de
apresentar ponto de maturação no período de estiagem, o que facilita o seu
beneficiamento (da colheita ao pré-beneficiamento). O quadro 7.4 apresenta a área
plantada e a produção no ano de 2005 para principais culturas do Território Central.
67
Quadro 7.4 - Área plantada (ha) e produção (kg / ha) em março de 2005 das principais culturas do Território Central Arroz Feijão Milho Café Mandioca Banana Cacau
Município Á.P P.O Á.P. P.O Á.P P.O. Á.P. P.O. Á.P. P.O. Á.P P.O. Á.P. P.O
Gov. Jorge
Teixeira 1.698 2.853 576 576 3.157 4.356 1.001 1.390 5.390 5.418 1.559 1.485 304 304
Jaru 1.331 2.795 365 730 7.795 5.496 1.912 1.470 7.680 7.680 1.670 1.670 4.453 4.453
Ji - Paraná 717 1.291 583 583 4.915 4.545 1.248 1.248 6.750 7.038 625 641 325 325
Mirante da
Serra 1.576 2.364 1.567 1.717 3.902 4.016 1.858 1.858 3.780 3.948 905 926 327 327
Nova União 400 560 554 568 1.107 1.139 988 988 2.538 2.646 557 571 124 124
Ouro Preto
do Oeste 500 1.000 310 413 1.663 1.746 2.374 2.638 8.100 8.100 2.923 2.923 1.125 1.125
Pres. Médici 1.200 1.800 1.245 1.245 3.780 3.780 1.819 1.819 10.000 10.000 1.160 1.160 58 58
Teixeirópolis 573 1.203 339 580 2.452 2.590 480 408 1.250 1.250 371 371 74 74
Theobroma 2.093 3.767 105 157 3.048 4.316 1.880 1.880 8.526 9.548 965 974 465 465
Urupá 615 1.722 620 886 2.988 4.464 1.623 1.591 3.040 3.762 1.086 1.160 257 257
Vale do
Anari 1.450 1.740 218 218 1.234 1.234 2.135 2.135 3.500 3.500 585 585 108 108
Vale do
Paraíso 880 1.478 346 397 4.730 4.256 4.000 4.000 2.340 2.340 800 800 246 246
Total do Território
13.043 22.573 6.828 8.070 40.771 41.938 21.318 21.425 62.894 65.230 13.206 13.266 7.866 7.866
Total do Estado
93.417 214.468 42.288 46.708 240.380 262.363 101.678 103.490 450.839 480.484 58.117 67.980 18.682 18.682
Fonte: CGEA-RO/IBGE A.P. área plantada P.O. produção obtida
De uma forma geral o Território apresenta elevado potencial para produção,
mas o desempenho por hectare ainda é relativamente baixo quando comparando
com a região Sul.
O Território é o principal produtor das culturas temporárias que constituem a
cesta básica, tais como o arroz, feijão e milho e mandioca. Estas lavouras estão
localizadas nas áreas de assentamento mais recentes, onde a fertilidade natural dos
solos ainda favorece este tipo de cultura que são mais exigentes. A cultura da
banana já teve no Território a sua principal base produtiva do Estado – no município
de Ouro Preto do Oeste. Com a incidência da doença fúngica denominada “sigatoka
negra” nos anos 80, praticamente erradicou-se as lavouras de banana da variedade
maçã e prata.
Destacam-se os municípios de Jaru, Ji-paraná, Governador Jorge Teixeira e
Vale do Paraíso como tendo as maiores áreas plantadas e maiores produções
obtidas no primeiro trimestre de 2005 de milho do Território. Tal fato explica-se em
função da grande incidência de agricultores familiares assentados recentemente e
ao fato da existência de solos propícios à cultura (boa fertilidade natural).
As culturas temporárias do arroz, feijão e milho são as principais lavouras
cultivadas nas áreas de ocorrência de agricultura familiar mais recente, pois se
desenvolvem bem nos primeiros três anos aproveitando a fertilidade natural dos
solos que decresce ano após ano em virtude da não reposição de nutrientes.
O cultivo da mandioca para o fabrico de farinha é a principal fonte de renda
para a maioria dos agricultores familiares do Território, visto que há boa demanda
nos municípios devido ao hábito alimentar.
7.3 - Produção pecuária
O quadro 7.5 apresenta o rebanho de bovino de corte, de leite e de bubalinos
existente no Território e no Estado de Rondônia no ano de 2004. No Território
também são produzidos eqüinos, muares, suínos, ovinos, caprinos e aves.
Quadro 7.5 - Rebanho bovino de corte, de leite e de bubalinos existentes em 2004 no Território Central
68
Município Gado de corte Gado de leite Bubalinos
Jaru 215.177 288.827 116
Ji -Paraná 295.893 192.639 94
Gov. Jorge Teixeira 72.553 125.428 0
Mirante da Serra 19.062 80.610 64
Nova União 31.650 87.697 139
Ouro Preto do Oeste 92.510 259.043 147
Presidente Médici 176.825 111.950 171
Teixeirópolis 20.233 66.297 28
Theobroma 141.699 91.904 0
Urupá 32.392 107.152 0
Vale do Anari 48.051 52.028 0
Vale do Paraíso 22.128 128.266 141
Total do Território 1.168.171 1.591.841 898
Total de Rondônia 7.609.697 3.061.743 4.653
Fonte: IDARON / RO
O quadro acima indica a forte tendência da pecuarização do Território Central,
principalmente na criação extensiva de gado nelore. Tal avanço da pecuária dá-se
em função do grande índice de encapoeiramento das lavouras dos agricultores
familiares que são abandonadas pelo seu esgotamento após sucessivos ciclos de
intensas explorações.
Boa parte do rebanho concentra-se em médias e grandes propriedades,
muitas delas originadas pela concentração fundiária de pequenas propriedades.
Isto se constata nos municípios de Ji-Paraná e Jarú, pois são mais antigos na
ocupação das terras pelos agricultores familiares que foram assentados nas
décadas de 70 e 80. As propriedades de agricultores familiares que possuem
rebanho bovino (leite) desenvolvem estas atividades em áreas que já foram lavouras
anuais e que se apresentam degradadas. As áreas que foram implantadas com o
propósito inicial da criação de gado, ao longo dos anos se mostraram inviáveis e
insustentáveis nos aspectos produtivos e econômicos para a agricultura familiar.
O resultado de quem optou pela exploração única de gado é o êxodo para
novas áreas de fronteira agrícola do estado e região.
O perfil da agricultura familiar mostra como principal atividade a pecuária
bovina sendo destinada à produção de leite. A característica desta atividade é a
baixa produtividade por animal, pois o plantel carece de melhoramento genético,
apresentando uma produtividade média de 2,5 litros/animal.
69
Há outros aspectos que contribuem para esta baixa produtividade; quais
sejam: baixa qualidade nutricional das pastagens, baixa adoção de tecnologias
adaptadas à região e ao modo de produção familiar, perfil genético das matrizes
leiteiras ainda não apropriadas para a região amazônica. Outro aspecto negativo
desta atividade é a baixa remuneração em termos de preço do leite. Os principais
aspectos que influenciam no preço são o monopólio dos Laticínios na compra da
produção a granel, a baixa qualidade do leite, ausência de tecnologia na ordenha e
conservação da produção na propriedade, transporte precário até os compradores e
a descapitalização dos agricultores.
A razão de existir esta atividade em meio à agricultura familiar é a falta de
capital para tornar produtivas as áreas que viraram pastagens em virtude da
degradação dos solos após inúmeras lavouras anuais e bianuais. Uma das
alternativas é a agroindustrialização coletiva da produção transformando-a em
derivados para atuar nos mercados locais e também no fornecimento de produtos
lácteos para as instituições municipais e estaduais por meio do programa da compra
direta da produção familiar via Prefeituras e CONAB.
O desenvolvimento de pequenos animais ainda é incipiente no Território, pois
as pesquisas e programas não estão voltados para as espécies de pequeno porte
como os caprinos, ovinos e aves.
7.4 - Subsistema de produção
O Território contempla quatro distintos eixos produtivos: agrícola, pecuária
bovina, agroextrativista e agroflorestal.
O sistema de produção agrícola consiste em uma combinação de culturas
anuais alimentares (arroz, milho, feijão, mandioca e seus derivados) com culturas
perenes (café, cupuaçu, banana, cacau, guaraná, laranja, etc.), hortaliças, melancia,
frutíferas com a criação de animais de pequeno (piscicultura, aves e suínos) e de
grande porte (bovino), podendo ser caracterizado como um sistema de cultivo
múltiplo. A agricultura alimentar constitui-se, na maioria dos casos, no componente
dominante do sistema, porém a pecuária bovina principalmente de leite em pequena
escala vem assumindo uma importância cada vez maior no Território. A
70
funcionabilidade desse sistema dá-se pela entrada de insumos modernos que
associados à entrada de recursos naturais propicia a produção das culturas.
Apresenta baixa diversidade de comunidade de espécies quando comparada
com os outros sistemas (agroextrativista e agroflorestal). Está organizado na forma
de produção familiar com a presença do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR),
- de acordo com José Fernandes Rego em Análise econômica do sistema de
produção familiar rural da região do vale do Acre, 2003 - associações e
cooperativas. Este sistema é um dos que mais altera a estrutura do sistema
ecológico devido À sua forma de produção que é predominantemente itinerante, com
práticas de derruba e queima, e prática de pecuária extensiva para bovinocultura.
Nesse eixo produtivo também está em expansão no Território, embora de forma
tímida, a atividade apícola para a produção de mel, piscicultura e suinocultura.
A forma de acesso à terra predominante é mediante a política de reforma
agrária do INCRA. Outras formas de acesso são por compra, posse, troca,
arrendamento e herança. A política agrária do INCRA tem tido importante e
significativo impacto no meio rural tanto em termos de Território como em termos de
Estado de Rondônia.
O sistema de produção pecuária bovina é caracterizado pela criação de
gado zebuíno tanto de corte como de leite. A funcionabilidade desse sistema
consiste na entrada de insumos modernos que associados a entradas de recursos
naturais (áreas de florestas primárias como em secundárias (capoeiras),
abandonadas pelos agricultores após esgotamento nutricional). Apresenta a mais
baixa diversidade de comunidade de espécies quando comparada com os outros
sistemas. As propriedades de agricultores familiares que possuem rebanho bovino
desenvolvem esta atividade em áreas que já foram de lavouras temporárias e que
estão degradadas, mas também utilizam a técnica de derruba-queima da floresta
nativa para formar novas pastagens. Neste sistema de produção o nível de impacto
ou perturbação ao ecossistema é bastante elevado devido à forma de produção
extensiva e degradante ao meio ambiente.
O sistema de produção agroextrativista é caracterizado pela combinação
da atividade extrativista de extração de madeira associado a uma agropecuária de
subsistência complementar. A funcionabilidade do componente extrativo consiste em
71
entradas quase que exclusivamente naturais, exceto o insumo de energia humana e
na saída de produtos extrativos da floresta. O ecossistema natural de enorme
riqueza e diversidade de espécies é a principal base produtiva onde o trabalhador
extrativista intervém com o propósito de atender às suas necessidades. O plano de
manejo é simples consistindo num projeto de manejo comunitário para a retirada da
madeira. Neste sistema de produção o nível de impacto ou perturbação ao
ecossistema é realizado para minimizar danos ambientais, porém, a extração
madeireira mesmo que seja de impacto reduzido sempre irá causar impactos ao
meio ambiente.
No Território Central estão presentes duas Reservas Extrativistas: Itaúba e
Aquariquara, ambas localizadas no município de Vale do Anari.
A atividade de pecuária mesmo dentro das Resex é praticada de forma
extensiva; para a lavoura temporária e permanente o sistema é de derruba-queima
da vegetação primária. Porém, há intensas atividades de exploração florestal
madeireira de forma ilegal uma vez que existe grande debilidade em termos de
vistoria e fiscalização dessa atividade por parte das instituições competentes.
Não há por parte do governo programas com ações direcionadas para o
fortalecimento desse eixo produtivo aliado a fragilidade das associações e
cooperativas existentes dentro das Resex que não possuem estrutura de
funcionamento nas áreas de gestão, recursos humanos e materiais e inexistência de
incentivo a produção extrativista. Isso resulta na decadência da produção
agroextrativista e no atual processo de degradação ambiental em que se encontram
as Resex existentes no Território Central.
Neste Território existem duas reservas indígenas: T.I. Uru-Eu-Aw-Aw
(abrangendo os municípios de Gov. Jorge Teixeira, Jarú e Mirante da Serra) e, T.I
Igarapé Lurdes (no município de Ji- Paraná) onde toda a produção, principalmente
de mandioca, é para o consumo de subsistência.
O sistema de produção agroflorestal compreende a associação de culturas
perenes (espécies frutíferas, cacau, cupuaçu, pupunha para palmito) e espécies
florestais, constituindo o sistema do tipo silvoagrícola consorciado com eventual
intercalação de culturas anuais alimentares e ocasionais complementação do
criatório de animais. Neste sistema se observa uma riqueza e diversidade maior de
espécies do que nos sistemas de produção agrícola, porém menor que nos sistemas
72
extrativistas. O manejo é simples e a funcionabilidade compreende a transformação
principalmente de entradas de recursos naturais e da força de trabalho humana em
produtos e frutas regionais destinadas ao mercado.
A forma predominante de acesso a terra nesse sistema é a compra.
Produzem várias frutíferas consorciadas com espécies florestais. Estão organizados
em associações e são representados por lideres de comunidades.
7.5 - Comentários sobre o subsistema de produção
Os agricultores familiares são assentados, produtores familiares, ribeirinhos,
seringueiros, acampados e indígenas que estão localizados em Projetos de
Assentamento (PA e PIC), Resex, terras indígenas e em propriedades próximas às
margens dos rios. A maioria dos produtores está em transição. O excedente da
produção é direcionado ao nicho de mercado existente.
A produção orgânica de café, cacau e palmito de pupunha tem se mostrado
como produtos inovadores no sistema produtivo do Território. A produção de café de
forma tradicional e de banana apresenta-se em declínio. A Olericultura (tomate,
repolho), pecuária de corte e de leite, cacau, grãos, maracujá e a piscicultura estão
em ascendência no Território. A base econômica da agricultura familiar no Território
ainda está restrita ao café e o gado.
As cadeias produtivas fortalecedoras do subsistema de produção familiar e
que mais geram emprego e renda, são a do café e a do gado de leite. Porém, essas
cadeias não apresentam um ciclo de fortalecimento da AF se levarmos em
consideração os subsistemas de transformação e comercialização.
Os quatro eixos produtivos identificados no Território ainda não possuem
capacidade competitiva o que tem contribuído geração de conflitos e fragilidades,
tais como:
• Baixa produção e qualidade dos produtos, além da falta de organização da
produção e dos produtores, produção não diversificada imperando a monocultura e
tecnologia inadequada para a produção;
• Deficiência de mão-de-obra na unidade familiar;
• Indefinição da política ambiental no Estado;
• Falta de pesquisa adequada e voltada para produção familiar;
73
• Ineficiência das instituições de pesquisa para o desenvolvimento ou melhoria de
variedades de sementes adaptadas às condições edafoclimáticas da região;
• Elevado custo de transporte dos produtos;
• Instituições financiadoras de crédito não considerarem a não vocação para a
agricultura extensiva, tanto por parte dos produtores como em termos de região
Norte, que não apresenta condições edafoclimáticas satisfatórias para o cultivo de
determinadas culturas consideradas exóticas para a região, mas que são
financiadas pelos bancos. Outro fato é a falta de seguro para o cultivo de culturas,
principalmente de café e de grão como arroz, feijão e milho, pois a região Norte
apresenta elevado índice de perda de safra devido a queimadas acidentais.
• Os assentamentos apresentam-se com alta rotatividade de pessoas devido à falta
de infra-estrutura, que faz com que os assentados migrem em sua maioria para a
periferia dos centros urbanos mais próximos em busca de melhor qualidade de vida.
Nas áreas das RESEX, que estão em processo avançado de degradação ambiental
devido à invasão da pecuária bovina e o “saqueamento” dos seus recursos naturais,
principalmente a madeira, há uma carência muito grande de infra-estrutura básica
produtiva e social capaz de dinamizar e sustentar a sócio-economia em bases que
proporcione o desenvolvimento sustentável.
• Falta de tecnologia de produção adequada à região (melhor definição de qual a
melhor forma de plantar, colher, armazenar, transformar e comercializar os produtos
da AF);
• O elevado custo dos insumos eleva o custo final da produção;
• A grande oscilação dos preços dos produtos (quando planta o preço está alto,
porém, na época da colheita o preço está baixo) leva ao desestímulo da produção;
• Faltam canais eficientes de distribuição da produção (logística) como central de
comercialização que de fato funcione;
• Assistência técnica (ATES e ATER) insuficiente e mal qualificada e a tradição
cultural do produtor que está intimamente associado ao paradigma dos seus
antepassados, sendo resistentes à introdução de novas alternativas para uma
produção sustentável;
• Baixa capacidade de visão do produtor que os limita a ver a potencialidade das
principais cadeias produtivas existentes no Território.
• Baixa credibilidade dos produtores junto às associações e cooperativas. Os sócios
das associações e cooperativas são em sua maioria desarticulados entre si, o que
74
proporciona baixa participação dessas organizações nos processos e tomadas de
decisões no Território e isso decorre da ausência de capacitação em gestão social
para estas organizações.
Mesmo desarticuladas, essas organizações com apoio do STR e em parceria
com a Fetagro, os movimentos sociais, o Movimento de Pequenos Agricultores
(MPA) tem como meta o trabalho de grupos na subsistência da agricultura familiar e,
têm contribuído para a melhoria e desenvolvimento do sistema produtivo do
Território.
Outra significativa cooperação tem se dado por parte da Igreja católica (pelas
atividades da Comissão Pastoral da Terra - CPT) principalmente na área social.
Os solos Território Central apresentam fertilidade natural. No entanto, com o
mau uso durante anos o mesmo vem se esgotando gradativamente, necessitando
de reposição através de adubação, preferencialmente com a implantação de usinas
de compostagem nos 12 municípios.
O Território apresenta elevado número de organizações públicas e privadas
que estão começando a melhor se articularem para o desenvolvimento do setor
produtivo; boa malha viária para escoamento da produção e comercialização dos
produtos. Uma grande potencialidade para o sistema produtivo do Território seria a
criação de um modelo de unidade demonstrativa diversificada para o produtor ter
como exemplo. Outra potencialidade é o avanço do turismo rural, com
direcionamento para a agroecologia, por exemplo, a criação de pousadas rurais e
pólos de agroecoturismo.
8. Serviços sociais 8.1 - Educação
Comentários sobre a Educação Os indicadores de educação (Quadro 8.1) mostram que o setor educacional,
mesmo diante das iniciativas governamentais, ainda apresenta debilidades. O
percentual de analfabetos com 15 anos ou mais no Território é de 26,2%, inferior ao
do Estado e mais que duas vezes comparando com o Território Madeira-Mamoré
75
(9,3%). O índice de matrículas nas escolas de jovens com idade entre 7 a 14 anos é
de 90,2% no Território, mas este percentual chega apenas a 76,9% no Vale do Anari
O Território apresenta 79.055 responsáveis por domicílios com menos de quatro
anos de freqüência à escola, correspondendo a 22,8% do total do Estado.
Quadro 8.1 – Índices de educação
Analfabetismo Escolaridade de 7 a 14 anos Escolaridade dos
responsáveis por domicílios
Analfabetismo com 15 anos e mais População de 7 a 14 anos Responsáveis por domicílios
Analfabetos Matriculas nas
escolas
Menos de 4 anos de freqüência à
escola
Municípios
Total
Nº %
Total
Nº %
Total
Nº %
Gov. Jorge Teixeira 8.531 1.709 20,0 2.752 2.284 83,0 2.958 1.780 60,2
Jaru 35.503 5.400 15,2 9.919 8.945 90,2 13.566 6.237 46,0
Ji - Paraná 72.103 8.222 11,4 19.089 17.697 92,7 28.084 9.769 34,8
Mirante da Serra 8.453 1.682 19,9 2.478 2.214 89,3 3.145 1.659 52,8
Nova União 5.253 932 17,7 1.537 1.369 89,1 1.998 1.058 53,0
Ouro Preto do Oeste 27.302 3.840 14,1 7.425 6.739 90,8 10.659 4.446 41,7
Presidente Médici 17.808 3.068 17,2 4.837 4.506 93,2 6.803 3.304 48,6
Teixeirópolis 3.709 654 17,6 1.062 929 87,5 1.388 741 53,4
Theobroma 7.240 1.325 18,3 2.132 1.854 87,0 2.535 1.424 56,2
Urupá 9.502 1.723 17,9 2.859 2.486 87,0 3.555 1.864 52,4
Vale do Anari 4.839 970 20,0 1.497 1.151 76,9 1.938 1.086 56,0
Vale do Paraíso 6.462 1.173 18,2 1.822 1.618 88,8 2.426 1.306 53,8
Totais do Território 206.803 30.698 14,8 57.409 51.792 90,2 79.055 34.674 43,9
Totais do Estado 904.030 117.253 13,0 232.001 347.194 134.564 38,7
c) % (a/b) 22,9 26,2 22,3 22,8 25,8
Fonte: Censo Agropecuário do IBGE, 1995 / 1996.
A cidade de Ji-Paraná é provida de melhores investimentos de infra-estrutura
para o setor educacional o que reflete nos menores índices de analfabetismo
quando comparado com os demais municípios que compõem o Território.
Esse Território tem se apropriado de políticas públicas e programas com
ações direcionadas para o fortalecimento da educação, porém mesmo diante dessas
iniciativas o setor educacional do Território ainda passa por fragilidades,
principalmente nos municípios que são pouco providos de infra-estrutura básica.
A educação formal ainda é bastante deficiente e não atinge muitas
comunidades existentes no Território, o que pressupõem a necessidade maiores
76
investimentos nesse setor. O sistema educacional rural apresenta inúmeros entraves
como: ensino é oferecido, a exemplo da maioria dos lugares da Amazônia, somente
da primeira à quarta série do ensino fundamental e para os filhos continuarem os
estudos além do ensino básico, muitas famílias abandonam suas casas e vão para
as cidades próximas; o índice de analfabetismo de adultos responsáveis familiares é
extremamente elevado; existe elevado número de crianças e jovens em idade
escolar (de sete a 14 anos) fora da escola (10%); e o sistema de educação formal
apresenta-se longe da realidade local.
Para superação desses problemas propõe-se o fortalecimento da educação,
cultura, esporte e lazer no campo que inclua não somente assentados, mas também
ribeirinhos, indígenas e extrativistas. Outra estratégia para melhorar a educação no
campo seria a participação dos agricultores familiares nas discussões do programa
de educação no campo coordenado pela FETAGRO e SDT/MDA, e a partir desse
processo trabalhar propostas alternativas para uma melhor educação no meio rural.
As estratégias de articulação com órgãos e instituições governamentais e não
governamentais também fazem parte de esforço. Essa iniciativa deve ser apoiada
por entidades governamentais como: Secretaria Municipal de Educação como
parceiro efetivo na contratação e treinamento de professores, fornecedor de material
e merenda escolar; Secretaria Estadual de Educação como parceiro potencial
viabilizando o ensino de 5ª a 8ª série, viabilizando o ensino supletivo e criando e
fortalecendo a associação das Casas Famílias Agrícolas; SDT/MDA, e MEC. Como
estratégia política nesse processo recomenda-se fomentar momentos de discussões
nas instâncias deliberativas do Território com objetivo prepará-los para estarem se
articulando e buscando parcerias que possibilite a mudança da atual realidade.
De um modo geral o ensino fundamental e médio no Território Central na
zona rural desenvolve critérios semelhantes aos adotados na área urbana.
Universidades.
Para a área rural no momento somente a ULBRA de Ji-paraná
disponibiliza dois cursos, sendo de Engenharia Agronômica e Medicina Veterinária e
em 2007 foi implantado o curso de Engenharia Ambiental pela UNIR de Ji-Paraná.
Não há nenhum curso federal na área das ciências agrárias no Território. Porém, a
77
UNIR, através do Pronera realizou, em 2006, a formação de educadores (em nível
superior) em habilitação específica para o meio rural.
As demais universidades privadas disponibilizam cursos para ciências
humanas e exatas, Geografia, História, Pedagogia, Direito, Sociologia, Filosofia,
Física, Matemática, Administração, Letras, Ciências Contábeis, Biologia.
Pedagogia da alternância.
No município de Presidente Médici há a Escola Agrícola Ronaldo Aragão,
com o ensino fundamental com uma média de 80 alunos.
Voltadas ao ensino rural, estão em fase de implantação duas escolas: um em
Jarú e outra em Ji-Paraná.
Existem no Território Central duas Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s): uma
esta localizada no município de Vale do Paraíso e atende somente ao ensino
fundamental e é trabalhada por um modelo de gestão onde as próprias famílias
fazem a gerencia da mesma, mas sua abrangência é em todo o território. Possui
atualmente 100 alunos. A outra EFA (Itapirema) está localizada no município de Ji-
Paraná e é destinada ao ensino médio e técnico em agropecuária sendo gerida pela
associação de pais. Sua abrangência é em todo o Território, possuindo atualmente
139 de alunos.
A Escola Família Agrícola adota uma pedagogia própria voltada à formação
integral do ser humano visando à qualificação e habilitação profissional de jovens
rurais. Está integrada aos princípios e fins da educação nacional consubstanciada
no artigo 2º da Lei 9,394/96.
A Pedagogia da Alternância enfatiza o meio como fator privilegiado do
processo ensino-aprendizagem, valoriza os laços familiares e a herança cultural
camponesa, dentro de um projeto de educação buscando o desenvolvimento rural
baseado no resgate da cidadania e na organização comunitária. Contribui para
melhoria na produção agrícola e outras atividades rurais economicamente viáveis e
ecologicamente corretas propiciando a vida e o futuro no campo com qualidade e
dignidade.
A Pedagogia da Alternância consiste na organização da formação em
espaços e tempos diferenciados: um período letivo no centro educativo alternado por
um período letivo no meio sócio-profissional. Assim, o ir e vir, casa-escola-casa
78
representa uma "aprendizagem contínua na descontinuidade das atividades sócio-
pedagógicas, técnicas, econômicas e políticas".
Nas palavras de F. Nartinell Gufre "a autêntica alternância escola-trabalho
não é uma simples justaposição destes dois elementos, mas supõe sua interação
refletida: a escola se vê enriquecida pelo trabalho, e o trabalho pela escola".
A Alternância está baseada no princípio de que a vida ensina mais que a
escola, por isso o tempo escolar é alternado e integrado com o tempo familiar. Nesta
pedagogia a ação educativa não está vinculada à mera comunicação dos
conhecimentos, atos que exigem somente compreensão. Para a sala de aula,
busca-se a construção do conhecimento a partir do conhecimento empírico do meio
rural, por isso todos: pais, educandos, educadores, lideranças, comunidades,
entidades estão envolvidos no processo.
A Pedagogia da Alternância acredita na experiência coletiva como elemento
da verdadeira aprendizagem, crítica e dialética. Ela modifica o meio, participa de sua
evolução, de sua promoção. Para a concretização destes ideais têm-se como fios
condutores alguns instrumentos pedagógicos, como:
• Plano de estudo - é uma pesquisa feita na família e/ou comunidade sobre um
tema escolhido previamente pelos alunos, pais e monitores/professores. A
organização desta se dá no final das sessões escolares onde os alunos participam
da elaboração do roteiro, contando com a colaboração dos monitores para a
sistematização da mesma.
• Colocação em comum - é uma estratégia de socialização da pesquisa do plano
de estudo, onde ocorre debate, problematização, perguntas e síntese, de cada aluno
e do grupo.
• Caderno da realidade - é um "diário" da vida do aluno em seu processo educativo
na Escola Família Agrícola. É um elo orgânico entre a escola, família e comunidade.
Nele são registrados os temas de cada plano de estudo, as folhas de pesquisa, o
texto síntese pessoal e da colocação em comum, relatórios de visitas de estudo e
palestras, estágios, ilustrações, mapas, fotos, etc. O Caderno da realidade é um dos
instrumentos mais eficazes, concretos para observar o processo evolutivo da
aprendizagem dos alunos, portanto, um excelente meio de avaliação.
79
• Visita de estudo - atividades constantes organizadas a partir de cada tema de
plano de estudo. Objetiva despertar o jovem a confrontar os conhecimentos de cada
um e da família com os conhecimentos dos outros, conhecimentos estes
relacionados aos planos de estudo.
• Intervenções externas - usado para complementar o tema do plano de estudo em
estudo. São convidadas pessoas profissionais, entidades do meio para promover
palestras, cursos e seminários com os alunos na escola para dar uma visão de
maior abrangência dobre o tema.
• Atividades de retorno - a partir de um tema estudado na escola e em casa o
aluno é motivado a desenvolver práticas experimentais na escola ou na propriedade
onde a família trabalha. Essas atividades constituem-se em meios concretos de
comprovar hipóteses levantadas no plano de estudo, assim como buscar soluções
para os problemas levantados a partir do plano de estudo.
• Visita às famílias - é um instrumento usado para integrar os espaços e tempos
diferentes na Escola Família Agrícola e na Família. Devidamente planejadas e
organizadas de forma sistemática, visando: - Conhecer a realidade do aluno e seu meio; - Acompanhar as experiências dos alunos, realizados a partir do Plano de Estudo; - Conscientizar as famílias sobre seu papel na educação dos filhos e co-autores das
alternâncias.
• Caderno da alternância (acompanhamento) - é um meio de manter a
comunicação entre a escola e a família, fazendo a ligação entre os dois momentos
vividos pelo aluno.
• Projeto profissional do aluno - além de requisito curricular para a conclusão do
curso, o projeto é um meio de inserção profissional ou geração de trabalho e renda.
O projeto é a garantia da permanência do jovem no campo, com subsídios para suas
80
atividades coordenadas e previamente sistematizadas através de um projeto de
melhoria.
• Avaliação - a avaliação na Escola Família Agrícola é um instrumento que
acontece como processo contínuo e busca acompanhar o processo do aluno.
Busca-se avaliar o conjunto: aprendizagem e atitudes. A avaliação não está nas
mãos de cada educador de forma individualizada, mas da equipe que sustenta e
avalia em conjunto. 8.2 - Saúde. Comentário geral
O que mais causa atendimentos nos postos de saúde e hospitais do Território
Central é a malária e bronco pneumonia (Quadro 8.2). A malária tem maior
incidência no início e no final do período chuvoso. A bronco pneumonia tem sua
ocorrência nos meses de verão, devido ao excesso de calor, baixa umidade do ar e
pela fumaça em decorrência das queimadas na região.
Todos os municípios dispõem de pelo menos um centro de saúde. Existe uma
forte dependência em cuidados mais especiais, sendo estes remetidos aos maiores
centros urbanos (Ji-Paraná, Ouro Preto e, em caso extremos Porto Velho ou mesmo
para fora do Estado)
Quadro 8.2 – Número de hospitais, clínicas e doenças mais frequentes Município Nº hospitais / centro de
saúdes / clínicas Doenças mais freqüentes (atendimento público)
Vale do Anari 5 Malária,
Gov. Jorge Teixeira - Bronco pneumonia, entero-infecção,
cólicas, crises asmáticas, malária
Ji Paraná -
Ouro Preto 15 Malária,
Urupá 14
Theobroma 01 Malária, bronco pneumonia
Teixeirópolis 4
Vale do Paraiso 15
Mirante da Serra 7
81
Nova União 2 Fonte: FIATEC / TC / RO, 2007
9. Infra-estrutura
9.1 - Energia
A demanda por energia elétrica ainda é grande apresentando um déficit atual
de 5.059 famílias. Existia uma previsão para começar a execução das ações a partir
do segundo semestre de 2005 (Quadro 9.1). O Território rural Central também tem
sido beneficiado com o programa de eletrificação rural por meio da ação de
construção de rede elétrica monofásica, bem como por meio do Programa de
Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios (PRODEEM), um programa de
sistemas de energia solar que foram instalados em comunidades de alguns
municípios do Território. Existe a necessidade de se ampliar a rede elétrica rural
para dar suporte às pequenas agroindústrias familiares bem como estar
proporcionando infra-estrutura básica por meio dessa ação ao agricultor familiar.
Em 2005, o número de consumidores era de 168.494 (entre domicílios,
empresas, órgãos públicos, propriedades rurais, indústrias, etc) (Quadro 9.2).
Quadro 9.1 - Previsão de investimento do Luz pra todos” no Território Central
Município Déficit de ligaçõesGovernador Jorge Teixeira 363
Jaru 525
Ji - Paraná 593
Mirante da Serra 525
Ouro Preto do Oeste 295
Presidente Médici 493
Vale do Anri 1.036
Vale do Paraíso 357
Urupá 872
Total do Território 5.059 Fonte: Coordenação Programa “Luz para todos” – SEAPES / Rondônia. 2005
82
Quadro 9.2. – Número de consumidores
Município Nº consumidores 867 Vale do Anari
1800 Gov. Jorge Teixeira
146.724 Ji Paraná
9.659 Ouro Preto
2.199 Urupá
1.827 Theobroma
920 Teixeirópolis
1.201 Vale do Paraíso
2.377 Mirante da Serra
920 Nova União
168.494 Total Fonte: CERON / 2005
9.2 - Agroindústrias
As principais indústrias de transformação existentes no Território são:
laticínios; curtume; beneficiadoras de café e arroz; frigoríficos; movelarias e
serrarias; e agroindústria de frutas e de farinha. As indústrias de laticínio são de
pequeno e médio porte e as demais são artesanais. Os empresários dos laticínios e
frigoríficos estão organizados em associações com apoio das prefeituras. Vale
ressaltar que o município de Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru possuem
indústrias não somente direcionada para a área rural.
As cadeias produtivas envolvidas neste subsistema são: pecuária bovina
(com gado de corte e leite), madeira, mandioca, café, pupunha e frutas. As
agroindústrias (laticínios e frigoríficos) são as maiores absorvedoras de força de
trabalhado desse subsistema no Território além de fortalecer a renda da agricultura
familiar.
Esse subsistema é provido de algumas fragilidades e/ou conflitos, tais como:
• As beneficiadoras de café são em sua maioria mal estruturadas e com pessoal mal
qualificado nas etapas de beneficiamento de café, o que contribui para um produto
final de baixa qualidade;
• O modelo de agroindústrias implantados no Território não está adaptado para a
agricultura familiar;
83
• Ausência de energia elétrica com capacidade para o resfriamento do leite nas
comunidades mais distantes.
• Carência de assistência técnica adequada que possa garantir a segurança
alimentar;
• Na exploração madeireira não há uma fiscalização eficiente por parte das
instituições competentes e da sociedade como um todo, a maioria das madeireiras
está explorando os recursos madeireiros sem planos de manejo contribuindo para a
degradação das Resex’s;
• A presença das casas de cerealistas e atravessadores que compram a produção
de grão do produtor por um preço menor que o praticado no mercado, gerando
monopólio.
• Baixo preço do leite e elevado custo do produto industrializado. Existe a
necessidade de investimentos ou ações para melhorar a qualidade dos produtos e
que possam diminuir o custo da produção de leite, aumentar a produção e a
produtividade;
• Falta de preparo tecnológico das indústrias para diversificação da produção e seus
derivados contribuindo para a baixa na qualidade dos produtos e regularidade de
oferta;
• Os setores industriais são desarticulados;
• Falta de políticas públicas e apoio técnico para as agroindústrias;
• Existe grande deficiência de crédito devido à insipiência da organização limitando o
acesso ao investimento;
Várias esferas governamentais e organizações têm contribuído para o
desenvolvimento desse subsistema de transformação, apesar do setor rural não
estar ainda preparado para absorver as ofertas de investimentos nessa área.
Os produtores precisam de apoio para implantar seus próprios laticínios e
agroindústrias nos municípios em termos de cooperativas, pois o Território Central
apresenta produção satisfatória para estes fins, como exemplo, a iniciativa da
Associação dos Produtores Agrícolas (APA) e Reflorestamento Econômico
Consorciado e Adensado (RECA) com o domínio da produção, transformação e
comercialização do palmito e da COOCARAN com produção, transformação e
comercialização do café. Grande parte da produção de café e de palmito é
comercializada em outros Estados.
84
9.3 - Comercialização
O café produzido e comercializado em Rondônia geralmente não se enquadra
nos padrões mínimos da classificação oficial, que é o tipo 8 que significa com até
360 defeitos, pois apresenta em média 400 a 500 defeitos. Contudo, duas entidades
dos agricultores familiares do Território vêm realizando um bom trabalho na melhoria
da qualidade do café robusta. Em 2002 a TUCUMÃ e a ACARAM comercializaram
sua produção após campanha de melhoria da qualidade do café robusta, variedade
Conillon, obtendo um ganho de 10,4% acima do preço praticado pelo mercado local.
A qualidade obtida foi Tipo 8 com 360 defeitos. Já no ano de 2003 a
qualidade do café comercializado foi do Tipo 5 com 55 defeitos, sendo exportado
para o mercado justo, através da Fundação Holandesa Max Havelaar-FLO. Este
processo de Comercialização trouxe para os agricultores familiares um ganho real
de 70% em relação ao preço praticado pelo mercado local.
Subsistema de Comercialização
Os cerealistas, atravessadores, agricultores, cooperativas e associações são
os principais atores desse subsistema. A venda dos produtos geralmente é realizada
de forma individual, pois grande parte não está organizada. Existem algumas ações
pontuais para o leite e café.
A maioria dos agricultores comercializa os produtos em feira livre, mercado
municipal e com o atravessador.
O mercado local é o grande consumidor da produção de grãos (milho, arroz e
feijão) e frutíferas. A madeira grande parte é comercializada com outros Estados
como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A produção de grãos de café em coco,
após beneficiamento (secagem e torrefação) e industrialização é comercializada no
Território, mas grande parte da produção é exportada para outros Territórios e para
outros Estados.
Em alguns municípios do Território, na época das chuvas, não há como
escoar a produção, pois as linhas (ramais/estradas vicinais) são completamente
intrafegáveis, surge então a presença do atravessador que compra o produto na
propriedade do agricultor por um preço bem abaixo do praticado no mercado e
vende para os cerealistas nos centros comerciais da cidade.
85
Existem outras fragilidades/conflitos como:
• O desconhecimento do funcionamento ou ciclo das cadeias produtivas existentes
no sistema produtivo do Território. As associações não conhecem o processo de
comercialização dessas cadeias produtivas, ou ainda, desconhecem os produtos
derivados de determinadas cadeias produtivas que podem ser comercializados;
• A produção não é padronizada e planejada para a comercialização devido ao
desconhecimento das cadeias produtivas. O excedente da produção, ou seja, o que
sobra do autoconsumo não é suficiente para demonstração em centro e/ou espaço
para comercializar os produtos, como feiras agropecuárias;
• Falta de credibilidade das associações que em sua maioria foram criadas para
captação de recursos e não apresentam planejamento e organização. Atualmente os
produtores preferem vender os seus produtos de forma individual;
• O modelo de associativismo existente no Território está ultrapassado e necessita
ser revisto;
• Esses produtores apresentam grande debilidade na prática de comercialização de
seus produtos embora possam contar com o apoio de esferas governamentais, mas
essas não apresentam um processo de organização e de articulação do sistema
produtivo para que se possa ter melhor desempenho da produção, maior
produtividade, produtos de boa qualidade, regularidade de oferta que possa garantir
o abastecimento do mercado.
O Território apresenta-se com boa demanda para o consumo e apresenta vias
de transporte acessíveis para a comercialização dos produtos da AF. Outra
potencialidade são os mercados externo (Peru, Bolívia, Venezuela e Europa) e
interno (intercâmbio entre cooperativas e associações para melhorar a
comercialização dos produtos). Possui diversificado meiosde comunicação para
divulgar os produtos da AF (rádio, tv, sindicatos).
A participação das mulheres e jovens no sistema produtivo, social e ambiental
do Território, embora tímida, tem-se dado de forma positiva, mas é primordial que
aconteça um processo de sensibilização e mobilização das mulheres e jovens como
organização no campo. O papel desses atores nesse processo de desenvolvimento
territorial é extremamente importante e pode ser alcançado mediante apoio cultural e
educacional apropriado para os jovens da área rural e apoio a iniciativas de
organizações de mulheres mediante fortalecimento das agroindústrias de frutas e a
produção de artesanatos com produtos oriundos da floresta. Vale ressaltar que as
86
mulheres são capazes de atuar diretamente em todas as fases do sistema produtivo
do Território, porém necessitam serem inseridas no processo de desenvolvimento
territorial de forma ativa como os homens.
Os jovens enfrentam limitações de acesso a programas e políticas públicas,
pois o sistema de formação e educação é deficiente e inadequado para a área rural.
Existe a necessidade de se melhorar a comunicação em termos de
informações, mobilização e sensibilização desses grupos nas ações territoriais bem
como promover a motivação para a participação desses atores nas ações territoriais
por meio de seminários que propiciem a inclusão social de jovens e mulheres nas
ações territoriais além de envolvê-los nas discussões sobre educação no campo.
Um exemplo de sucesso está na Feira Estadual da Produção da Agricultura
Familiar – FEPAF, que acontece anualmente em Ji-Paraná quando são
apresentados produtos e sub-produtos da agricultura familiar. Outra iniciativa são as
feiras livres de Jarú, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici e Ji-Paraná onde são
comercializados a produção da agricultura familiar diretamente com os
consumidores. Alguns produtores são beneficiados com a compra antecipada feita
pela CONAB.
9.4 - Rodovias.
A principal rodovia de Rondônia e também do Território Central é a atual BR –
364. Esta rodovia corta o Estado de norte a sul, ligando as cidades de Cuiabá (MT) –
Porto Velho (RO) – Rio Branco (AC). As principais cidades de Rondônia estão
localizas ao longo de seu eixo. Outra rodovia importante do Território Central é a
BR-429.
87
Fonte: www.dnit.gov.br Legenda:
rodovias
cidades
capitais
10. Cultura e lazer O Território possui um bom potencial turístico a ser explorado, principalmente
na área de eco-turismo e turismo rural, devido a presença de unidades de
conservação, como a Reserva biológica de Jaru, o Parque municipal Chico Mendes,
em Ouro Preto do Oeste e as Reservas extrativistas Aquariquara e Itaubá, no Vale
do Anari. Porém, a implantação destas atividades deve ser procedida de estudos
aprofundados e capacitação permanente permitindo o envolvimento direto da
população local como beneficiária dos empreendimentos.
88
Além desses potenciais turísticos possíveis de serem viabilizados
economicamente, o Território oferece ainda áreas que podem ser exploradas de
comum acordo através de parcerias entre órgãos públicos municipais, estaduais e
federais, além da iniciativa privada, tais como:
De um modo geral, o município de Ji- Paraná é o que apresenta melhor oferta
destinada a cultura e lazer no Território Central. O município dispõe de instalações
(como teatro e biblioteca), contudo, voltadas a atender ao público urbano.
Em Ji-Paraná, o turista poderá visitar o Museu das Comunicações Cândido
Mariano da Silva Rondon, prédio construído pelo Marechal Rondon, em 1912, e que
serviu de base para a primeira estação telegráfica. Posteriormente este prédio foi
destinado às agências de Correios e Telégrafos e em maio de 1985 foi restaurado.
No seu interior encontram-se expostos vários instrumentos telegráficos utilizados por
Rondon no início deste século, assim como várias correspondências expedidas e
recebidas na ocasião de sua passagem pela região.
No Território Central ocorrem grandes feiras agropecuárias destinadas ao
agronegócio. O calendário destas feiras, geralmente, está vinculado à feira anual de
Porto Velho, que inicia o certame. Uma das principais, inclusive por ter repercussão
nacional e que vem sendo realizada desde 1980, é a exposição agropecuária e
industrial de Ji-Paraná (Expojipa), onde são expostos, animais de diversas espécies,
equipamentos agrícolas, industriais, veículos, painéis retratando o trabalho
desenvolvido por diversas empresas particulares e públicas que atuam na região.
As feiras agropecuárias são realizadas em quase todos os municípios: Ji-
Paraná, Ouro Preto do Oeste, Jarú, Mirante da Serra, Urupá, Vale do Paraíso,
Presidente Médici e Vale do Anari. Acontecem cavalgadas, concursos de leite,
exposição e leilões de animais, exposição de maquinário, feiras, shows, rodeios.
Estes eventos são realizados, geralmente entre os meses de junho a outubro.
Observa-se a presença cada vez maior da população local de também de outras
regiões do Estado.
Para atende a pequenos empresários, no segundo semestre do ano é
realizada a Feira da Pechincha, também em Ji-Paraná, reunindo artesões e
comerciantes em geral para expor seus produtos. Esta feira é realizada pelo
SEBRAE - Rondônia, com o apoio do município e demais entidades afins. Atrai
compradores de toda a região.
89
A partir de 2004 começou a ser realizada a Feira Estadual da Produção da
Agricultura Familiar – FEPAF. Esta feira tem por objetivo apresentar a produção da
agricultura familiar de Rondônia, fechamento de negócios e capacitação continuada
tendo em vista ser um espaço de trocas de experiências.
O lazer em praticamente todo o Território é realizado em clubes e
associações, com jogos de futebol e festas avulsas.
No município de Theobroma é forte a presença e atuação de um grupo de
Folia de Santos Reis, formado por agricultores, oriundos de vários Estados
brasileiros, expressando a religiosidade popular e cultural rural.
O grupo de folia se reúne todos os anos no dia 25 de dezembro e cantando e
tocando músicas anunciando o nascimento de Jesus Cristo e desejando um feliz ano
novo. Ao final da cantoria é solicitado uma colaboração para a festa do dia 06 de
janeiro, onde os “comes e bebes” são oferecidos gratuitamente aos presentes.
Outro evento cultural acontece no Centro de Tradições Gaúchas – CTG, com
a prova do laço, realizado uma vez por ano (entre os meses de maio e junho). O
evento com a duração de três dias, acontece numa localidade a oito quilômetros da
cidade. São realizadas provas individuais e coletivas. Uma boa parte das pessoas
que acorrem ao local se acomoda em barracas ao redor. São constantes a utilização
de trajas típicos da região dos pampas (bombacha, botas, chapéus, etc). As noites
acontecem o fandango gaúcho.
O turismo como alternativa de desenvolvimento sustentável para o Território Central
O Estado de Rondônia, no contexto da Amazônia, possui grandes
potencialidades turísticas, considerando a sua posição geográfica, sua economia,
suas características fundiárias, sua história e principalmente suas riquezas naturais.
Dentre as potencialidades turísticas de Rondônia, destacam-se sua natural vocação
para o ecoturismo, turismo de pesca, turismo rural e turismo cultural.
Os vales dos rios Madeira, Machado, Guaporé e Mamoré, dentre outros,
respondem por esta vocação, com suas águas, cachoeiras, áreas de pesca, floresta
vicejante e natural. O vale do Guaporé, especialmente, atrai o interesse de muita
gente ao redor do mundo, pela sua magia, pela sua beleza, pela sua história, pela
sua gente e seu folclore. Rondônia oferece vantagens únicas para o ecoturismo. Foi
90
o primeiro Estado brasileiro a estabelecer seu zoneamento sócio-econômico-
ecológico, orientando a ocupação de seus espaços e definindo áreas prioritárias
para a implantação desta atividade econômica.
Cerca de 35% do território estadual são constituídos por unidades de
Conservação (UC’s): parques nacionais, estaduais e municipais, reservas indígenas
e extrativistas, assegurando assim, as condições básicas para um desenvolvimento
sustentável.
Aliada ao correto manejo dos recursos naturais e devidamente planejada, a
atividade turística surge como uma excelente alternativa econômica para o nosso
estado, como vetor de geração de emprego e renda, mas, principalmente como
instrumento para promover a qualidade de vida das populações locais.
Além das características da chamada floresta úmida, o Estado abriga ainda
uma continuação do ecossistema do Pantanal, o que proporciona uma possibilidade
única em termos de recursos ecológicos.
Rondônia é uma atração especial para o ecoturismo, porque detém uma
mega biodiversidade ainda inexplorada, abrigando diferentes ecossistemas e
oferecendo oportunidades únicas para observação da flora e fauna, além de
atrativos histórico-culturais, riquezas naturais, rios navegáveis e piscosos,
maravilhosos lagos e cachoeiras, além de fantásticos igapós (áreas alagadas) no
interior das florestas.
No Território Central, temos a ocorrência das seguintes Unidades de
Conservação com vocação para o ecoturismo::
- Parque Nacional Pacaás Novos, com área: 764.801 há, com abrangência nos
municípios de São Francisco do Guaporé, Alvorada do Oeste, Mirante da Serra,
Gov. Jorge Teixeira, Guajará Mirim, Nova Mamoré, Campo Novo, São Miguel do
Guaporé
– Área Indígena Igarapé Lourdes, com área de 185.533,57 hectares e população de
420 índios da Etnia Gavião e 217 índios da Etnia Arara, localizada no município de
Ji-Paraná
– Reserva Biológica do Jaru, com área de 268.150ha., e abrangência nos
municípios de Ji-Paraná,Vale do Anari e Ouro Preto do Oeste;
91
- Arquipélago das Cabaçaranas - Conjunto de ilhas e ilhotas no leito do rio
Machado, numa extensão de 50 kms fluviais, no trecho compreendido entre os
municípios de Ji-Paraná e Pres. Médici, no Território Central.
– Parque Municipal Chico Mendes, com área de aproximadamente 800 hectares,
localizado no município de Ouro Preto do Oeste, no Território Central
Políticas públicas de apoio ao desenvolvimento do turismo em Rondônia
Zoneamento sócio-econômico-ecológico.
Como forma de disciplinar o desenvolvimento do estado, a sociedade civil
organizada e a decisão política de algumas gestões, elaborou o Zoneamento Sócio-
Econômico-Ecológico – ZSEE, como um dos principais instrumentos de
planejamento da ocupação e controle de utilização dos recursos naturais do Estado.
Instituído pela Lei Complementar nº 233 de 06 de Julho de 2000, o ZSEE tem por
objetivo orientar a implementação de medidas para a elevação do padrão
socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as
potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos recursos naturais, permitindo
que se realize o pleno desenvolvimento das funções sociais e do bem-estar de todos
de forma sustentável.
A sua implementação foi prevista através de zonas e sub-zonas definidas
para efeito de planejamento das ações a serem desenvolvidas pelos setores
públicos e privado do Estado.
As zonas foram definidas pelo grau de ocupação, vulnerabilidade ambiental e
aptidão de uso, bem como pelas Unidades de Conservação. Para efeito de
implementação, foram estabelecidas 03 (três) zonas de ordenamento territorial e
direcionamento de políticas públicas do Estado (ver anexo).
Programa de Ecoturismo da Amazônia Legal - PROECOTUR
O modelo de desenvolvimento sustentável, preconizado na estratégia de
desenvolvimento do Estado de Rondônia, confere ao turismo, especialmente ao
Ecoturismo, uma posição de atividade econômica emergente, visto tratar-se de uma
92
atividade compatível com a preservação do ambiente natural e a conseqüente
valorização das comunidades residentes no entrono das Unidades de Conservação.
O Ecoturismo representa, pois, a consolidação da estratégia de planejamento
implementada pelo – Plano Agropecuário e florestal de Rondônia - Planafloro,
concebida em seu zoneamento como forma de adaptação a um novo modelo de
desenvolvimento, menos impactador, gerador de empregos e de valorização
humana.
O grande potencial das áreas protegidas do Estado permite o vislumbre de
um cenário positivo para os próximos vinte anos, considerando-se as alternativas
que se criam com o advento dessa atividade econômica.
Entretanto, o Estado de Rondônia não contava com um instrumento técnico,
concreto e detalhado, explicitando as áreas prioritárias para serem trabalhadas, o
volume de investimentos, sua localização espacial, o impacto dinamizador, sua
viabilidade econômica e a sustentabilidade ambiental.
Assim sendo, o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, através da Secretaria de Coordenação da Amazônia – SCA, da
Organização dos Estados Americanos - OEA, do Governo do Estado, e de outras
entidades governamentais e não governamentais, numa convergência de interesses,
desenvolveram algumas ações que culminam na elaboração do Programa de
Desenvolvimento do ECOTURISMO no Estado de Rondônia – PROECOTUR.
O potencial de recursos naturais do Estado de Rondônia, até o momento
identificado, confere-lhes condições favoráveis para tornar-se um destino
ecoturístico, necessitando portanto, da seleção de um pólo, tanto pela extensão e
diversidade dos ecossistemas naturais, como pela diversidade sócio-cultural e pelas
condições de acesso. Grande parte desses recursos naturais encontra-se protegida
em UCs de uso direto e indireto, cujo manejo recomenda a opção do ecoturismo
como alternativa de utilização racional sustentável.
Nesse sentido, o Governo do Estado, a iniciativa privada, (setor privado de
empreendedores, operadores, associações de classe, Universidades e ONGs),
imbuídos da necessidade de se criar alternativas de desenvolvimento para as
comunidades do entorno das áreas protegidas, concordaram em implantar projetos
para nortear a política de Ecoturismo do Estado de Rondônia.
93
Atrativos turísticos
O Território é rico em atrativos naturais (Quadro 10.1); eventos desportivos
(provas de motocross,, provas de vôos livre, provas de caiaque, de canoagem);
eventos religiosos e folclóricos; exposições agropecuárias; projetos de
assentamentos e acampamentos rurais. O Território Central, possui um grande
potencial turístico, com vocação para as modalidades de ecoturismo, turismo de
aventura, turismo de pesca, turismo científico, turismo cultural e turismo rural, dentre
outras modalidades.
Quadro 10.1 - Principais atrativos por município:
MUNICÍPIO ATRATIVOS (potencial) VOCAÇÕES
Ouro Preto do Oeste
Parque Municipal Chico Mendes;
Área de Pesquisa do INPA;
Área de Pesquisas da CEPLAC;
Bosque Municipal;
Praça dos Pioneiros;
Praça da Lliberdade
Festa do motocross
Festa do fuscacross
Flor do cacau
Festa da colheita
Festa de Nª Sª Aparecida
Ecoturismo; turismo de
aventura; turismo científico;
turismo ecológico, turismo
rural
Ji-Paraná
Festa de Dom Bosco
Arquipélago das Cabaçaranas;
Rio Machado
Rio Urupá
Seringal do Senhor Simião;
Reserva Biológica do Jaru;
Terra Indígena Igarapé Lourdes
Teatro Dominguinhos
Museu das Comunicações
Ecoturismo, turismo Ecológico,
turismo de eventos turismo
rural, turismo de pesca e
turismo cultural,
Festa do maracujá Ecoturismo, turismo ecológico,
94
Presidente Médici
Festa de São João Batista
Morro do Muqui
Arquipélago das Cabaçaranas;
Cachoeira dos Macacos;
Cachoeira do Cavalo;
Comunidade Tradicional do
Distrito do Riachuelo;
Comunidade Tradicional do
Distrito de Estrela de Rondônia;
Sítio Arqueológico do Riachuelo
turismo cultural, turismo rural e
agroturismo
Nova União
Festa São Roque
Assentamento Margarida Alves;
Assentamento Palmares
RPPN Vale das Antas
Área de Reserva Legal em bloco,
de aprox. 3.000ha.
Ecoturismo, turismo ecológico,
turismo cultural, turismo rural e
agroturismo
Vale do Paraíso
Rio Paraíso,
Ecoturismo, turismo ecológico,
turismo cultural, turismo rural e
Agroturismo
Teixeirópolis
Festa de São José Operário
Parque das Cachoeiras,
Rios Cornélio e Mandi
Ecoturismo
Vale do Anari
Rio Anari, rio Jaru, Rebio Jaru,
Seringal. Jovem,
Sítio arqueológico
Resex Aquariquara e Itaúba
Turismo de pesca, ecoturismo,
turismo científico e Turismo
Rural
Jaru
Rios Jaru, Tocfone, São
Domingos, Ubirajara, Mororó.
Reserva indígena Uru-Eu-Wau-
Wau,
Assentamentos: D’Jaru-UAru.
Etapa Estadual do Motocross,
Festa de S.J.Batista,
Exposições Agropecuárias
(Agrishow e Expoaja),
Bingão das mães,
Turismo de Pesca, Ecoturismo
e Turismo de Aventura e
Turismo Rural
95
Festa do Produtor Rural,
Canoagem do rio Jaru.
Rodeio Crioulo e Festa da APAE.
Sítio Arqueológico .
Gov. Jorge Teixeira Festival de som automotivo,
Distrito de Colina Verde.
Theobroma
Rio Jaru, Praias, Rio Toxfone, Rio
Niterói, Rio Piraji, Rio Soledade,
Serra do Padre, Cachoeira do
Salvino, Cachoeira dos Platôs,
Seringal do Sr. Chico Souza.
Evento: prova de laço e Grupo de
Folia de Reis. Sitio Arqueológico
da LH. 605.
Reserva de banhado de igapó
com variedades de orquídeas e
bromélias aéreas, denominado de
Lagoa Santa Maria. Obs.
Ocorrência de corcodilo grande.
Assentamentos: Lagoa Nova, Rio
Branco, Santa Catarina,
Primavera, Antonio Conselheiro,
Lamarca. Acampamentos:
Antonio Conselheiro II,
Lamarquinha, Meia-Meia, Vale
Encantado, com aprox. 2.000
assentados, todos sobreviventes
do Massacre de Carumbiara.
Turismo cultural, Turismo
Rural, turismo de pesca,
turismo científico,
Urupá
Rio Urupá, Assentamento do
Distrito Nova Aliança, Ilhas,
Praias e Corrediras.
Turismo Cultural, Turismo
Rural
Mirante da Serra
Festa Nª Sª Aparecida
Rio Pregão,
Parque Nacional dos Pacaás
Novos,
Parque municipal Banhado das
Turismo Científico,
Ecoturismo, Turismo
Ecológico e Turismo Rural
96
Capivaras,
Reserva em bloco dos Amigos do
Chico do Boi.
Assentamento Pe. Ezequiel.
Maratona do Avestruz Fonte: FIATEC – Território Central – outubro de 2007
Empreendimentos turísticos
A despeito do grande potencial atrativo, a estrutura turística receptiva ainda é
incipiente. A ocorrência predominante é de pequenos balneários nas proximidades
dos centros urbanos. Por outro lado, a rede hoteleira convencional ainda carece de
investimentos para melhorar a sua qualidade. (Quadro 10.2)
Quadro 10.2 - Empreendimentos turísticos no Território
MUNICÍPIO EMPREENDIMENTOS NATUREZA OURO PRETO DO OESTE Fazendinha Agroecológica,
Coimbra Park Hotel,
Rural e Turismo de Aventura
Rural
JI-PARANÁ Balneário do Bernardi e
Lagoa Dourada
Lazer urbano
PRESIDENTE MÉDICI Pau D’Alho Hotel Fazenda Rural e Ecológico
NOVA UNIÃO Safári Park Hotel Rural e Ecológico
VALE DO ANARI Balneário do senhor Zé do
Pampa.
JARU Pesque-Pague da LH. 627,
Amazon Park –
Balneários: Bela Vista, Sol de
Verão, Parque das Ilhas,
Rancho Fundo, Andorinha e
Primavera.
Lazer urbano
Fonte: Diagnóstico Turístico de Rondônia – IMR - 2004
Infra-estrutura de acesso
Todos os municípios do Território Central são acessados através de estradas
estaduais pavimentadas, sempre a partir da BR-364, sendo que no município de Ji-
paraná, existe um aeroporto que permite a ligação dos moradores do território com o
Centro Sul do Brasil e demais regiões.
97
Principais entraves:
A pesar de contar com várias entidades governamentais e não
governamentais que direta ou indiretamente, promovem ações voltadas ao lazer (e
ao turismo) estas ações ainda não são efetivamente coordenadas.
Os entraves para o desenvolvimento do turismo na região estarão, em parte,
resolvidos com:
− Elaboração de um plano territorial de desenvolvimento de turismo sustentável.
− Programa de capacitação em turismo de gestores municipais, empreendedores,
técnicos e produtores rurais;
− Desenvolvimento de um plano de marketing turístico territorial.
− Créditos com carências e prazos mais flexíveis.
11. Serviços de apoio à produção Assistência técnica para a agricultura familiar
Atualmente no Território existem 24 projetos de assentamento (P.A)
demandantes das políticas de reforma agrária do INCRA, com 6.203 famílias
beneficiadas (Quadro 11.1)
Quadro 11.1 – Número de P.A ‘s e nº de famílias
Atendimento potencial Município
P.A. Nº Famílias
Gov. Jorge Teixeira 2 492
Jaru
Ji - Paraná 2 328
Mirante da Serra 1 199
Ouro Preto do Oeste 2 110
Presidente Médici 3 203
Vale do Anari 2 460
Vale do Paraíso 2 151
Urupá 3 3.026
98
Nova União 2 562
Teixerópolis
Theobroma 5 672
Total do Território 24 6.203 Fonte: Incra / Rondônia, 2005.
Assistência técnica através do INCRA (ATES):
Em 2005, a demanda por AT foi de 19.053 famílias, sendo 6.203 são
potencialmente demandantes de Assessoria Técnica, Social e Ambiental por
(ATES). Chega-se a este total se forem somados os moradores das duas reservas
extrativistas e das duas reservas indígenas presentes no Território Central e; 12.850
por Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). A quantificação de técnicos
demandados por número de famílias é de 62 para ATES e 80 para ATER (Quadro
11.2).
Quadro – 11.2 - Demanda por ações de AT Qualificação
Especificação de demanda Famílias
Técnicos demandados
Assentados (reforma agrária) 6.203 62
Produtores familiares, indígenas, ribeirinhos e
seringueiros. 12.850 80
Total 19.053 142
O serviço de ATES visa prestar assessoria técnica, social e ambiental às
famílias assentadas nos projetos de assentamento que são reconhecidos pelo
INCRA, tornando-as unidades de produção estruturadas, inseridas de forma
competitiva no processo de produção voltado para o mercado, integrado a dinâmica
de desenvolvimento municipal, territorial e regional de forma ambientalmente
sustentável.
Os serviços de ATES do INCRA vem sendo realizados por técnicos de outras
instituições pelo fato da instituição não dispor de recursos humanos suficientes e
99
qualificados para este fim. No Território os serviços de ATES eram realizados, até
2007 pelas seguintes operadoras (Quadro 10.3):
• Associação Estadual de Cooperação Agrícola (AECA) com três técnicos de nível
superior e seis técnicos de nível médio, (deixou de realizar estes serviços a partir
de 2005)
• EMATER com seis técnicos de nível superior e três técnicos de nível médio;
• Cooperativa de Trabalho Agro-ambiental de Rondônia (COOTRARON) com três
técnicos de nível superior e três técnicos de nível médio;
• Cooperativa Multiprofissional e Mútua de Acidentes de Trabalho e Doenças
Ocupacionais (MILENIO) com dois técnicos de nível superior e três técnicos de
nível médio (deixou de realizar estes trabalhos a partir de 2007).
Quadro 11.3 – Equipe técnica disponível
Equipes técnicas de campo Operadora
Nível superior Nível médio Total
AECA 3 6 9
Cootraron 3 4 7
Milênio 2 3 5
Emater / ATER 6 3 9
Emater / ATES 29 95 124
Total 43 111 154 Fonte: Incra e Seater / Rondônia, 2005
100
Fonte: Incra / RO. Legenda
P.A atendidos pela Cootraron
P.A atendido pela Emater
P.A atendido pela Emater (a partir de 2005)
P.A atendido pela Emater (a partir de 2006)
Outros agricultores familiares, indígenas, ribeirinhos, seringueiros e
pescadores existentes no Território são atendidos pela Emater, Ceplac, ong’s e
empresas privadas tendo em seus quadros profissionais de nível superior e médio,
dando apoio à produção, visando a qualificação dos produtos e, consequentemente
a melhoria da qualidade de vida das famílias atendidas. Porém, observa-se que
ainda existe deficiência na disponibilidade e distribuição destes profissionais, fato
que reflete no campo, uma vez que o ATES / ATER, não chega satisfatoriamente a
todas as famílias. Associado ao baixo nível tecnológico utilizado, isto tem
101
comprometido a sustentabilidade da produção e, em alguns casos, levando ao
endividamento de famílias, contribuindo para o aumento da pobreza rural.
Outras entidades presentes no Território Central também dão apoio na área
de extensão rural (Quadro 11.4).
Quadro 11.4 – Entidades, municípios e ações no Território
ENTIDADE MUNICÍPIO AÇÕES NO TERRITORIO
CEPLAC
Ouro Preto do Oeste; Jaru, Ji-
Paraná, Urupá, Mirante da
Serra
Acessória técnica, capacitação, elaboração
de projetos e pesquisa em saf’s como
cultivar principal cacau.
EMBRAPA Ouro Preto do Oeste e
Presidente Médice Pesquisa agroflorestal
APA
Ouro Preto do Oeste
Assessoramento técnico, elaboração de
projetos e capacitações, .
SEDAM Ji- Paraná Fiscalização e educação ambiental
IDARON Atuação nos 12 municípios Fiscalização sanitária e educação ambiental
IBAMA Ji- Paraná Fiscalização e educação ambiental
Capacitação e formação, elaboração de
projetos, acompanhamento de políticas
públicas.
FETAGRO Ji- Paraná
Educação ambiental no entorno da Reserva
Chico Mendes. INPA Ouro Preto do Oeste
Igreja / CPT JI- Paraná Projeto Padre Ezequiel
Proejto Terra Sem Males Fonte: FIATEC – Território Central
102
Território Central Estado de Rondônia
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável
12 - PROGRAMAS E PROJETOS
Outubro de 2007
103
AA GGEESSTTÃÃOO SSOOCCIIAALL DDOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO RRUURRAALL SSUUSSTTEENNTTÁÁVVEELL
As ações desenvolvidas no Território Central estão baseadas no coletivo e no
participativo. O coletivo primando para que mais atores e atrizes tenham a
possibilidade de contribuir com a proposta e participativo para que todas e todos
tenham direitos e deveres acordados e ajustados visando o interesse comum.
O Fiatec tem um regimento interno que institui a forma de relação e
organização entre as várias entidades governamentais e não governamentais que o
compõem.
Seguindo estes princípios a monitoria e a avaliação dos processos
demandados utilizará ferramentas como reuniões, oficinas, seminários, planos de
trabalhos, planos de uso, comododatos, cadastros, visitas técnicas, registros
fotográficos, listagem de presentes, atas e relatórios, pareceres, consultorias,
publicações, programas e projetos elaborados, etc. Dentro do possível, o Fiatec
espera se reunir pelo menos uma vez por mês.
De um modo geral, estas experiências compartilhadas nestes momentos
proporcionarão verdadeiros exercícios de como podemos está pensando a
integração de diversas políticas públicas existentes, onde poderemos traçar ações
comuns focadas na estratégia de desenvolvimento territorial.
RReessggaattee ddoo pprroocceessssoo ddee aappooiioo aaoo ddeesseennvvoollvviimmeennttoo tteerrrriittoorriiaall..
O processo de articulação para o desenvolvimento sustentado a região do
Território Central não teve seu início necessariamente com a proposta de
territorialidade. Outras ações anteriores foram (ou ainda estão) construídas.
O capital social do Território Central trabalhou momentos como: o Planafloro
e o Zoneamento socioeconômico e ecológico de Rondônia, Fórum DLis, programa
Pró – ambiente, orçamentos participativos, planos plurianuais, entre outras
iniciativas.
Um exercício propondo um resgate coletivo poderia contribuir com reflexões
no sentido de se estruturar numa linha do tempo, onde registraríamos fatos, atores
e processos.
A proposta de desenvolvimento territorial chegou em boa hora e foi recebida
por um capital social já ciente de processos de construções sociais particpativas.
104
Não podemos esquecer que, inicialmente trouxe sentimentos de dúvidas, egoísmo,
medo e descrédito.
Contudo, no decorrer do processo, a vivência de uma estratégia participativa
através de reuniões e oficinas, favoreceu: o fortalecimento dos atores e atrizes
sociais na tomada de decisão.
Talvez, o principal entrave foi o de “como pensar um projeto coletivo, onde a
princípio havia muito individualismo”. Assim, e aos pouco foram sendo
internalizados e compartilhados pelo atores do território o entendimento da
importância desse espaço para poderem está implementando o desenvolvimento da
sociedade.
Resumidamente podemos (tentar) fazer o seguinte resgate:
• Em 2003 houve visita do secretario da SDT, reuniões de trabalhos, oficinas
territoriais, elaboração de projeto territorial do PRONAF Infra-estrutura.
• Em 2004, aconteceu uma oficina estadual; várias oficinas territoriais; houve a
organização do território; reflexão sobre as políticas públicas para a Agricultura
Familiar; constituição da CIAT; elaboração de projetos; início da construção do
Plano de desenvolvimento (Visão de futuro).
• Em 2005 tivemos a elaboração do Estudo Propositvo. Contudo, um outro
instrumento potencial para o desenvolvimento territorial, o Plano Safra não
conseguiu ser viabilizado. Neste mesmo ano a CIAT criou novos mecanismos
internos de gestão, se transformou em FIATEC.
• Em 2006 começou a materialização do Plano Territorial de Desenvolvimento
Rural Sustentado
Em todos estes momentos houve entradas e saídas de atores e atrizes
sociais com as conseqüências (de avanços mais rápidos e/ou mais lentos) que
estas mobilizações trazem.
Assim o PTDRS do Território Central apresenta três momentos que
chamaremos de aproximações de visões de futuro. Construídas, reconstruídas (e
ainda a construir) sempre que o amadurecimento coletivo e participativo se fizer
presente.
105
106
• 1ª aproximação da visão de futuro
Estas primeiras idéias de identificação da visão de futuro foram formadas em
oficinas realizadas em 2004, em trabalhos de grupos propostos. Esta identificação
de idéias de desenvolvimento se deu por visualizações das reais situações
ocorridas conjuntamente nos 12 municípios do território. As propostas assim
surgidas de caráter a minimizar as problemáticas do território se deram de forma a
trabalhar as ações por micro região. Onde cada micro região iria propor projetos
unificados, buscando descentralizar o atendimento do território na época. Estas
micro-regiões estão identificadas diante da questão comercial, saúde e demandas
sociais.
• 2ª aproximação da visão de futuro.
Algumas das estratégias deslumbradas na primeira visão de futuro, não foram
contempladas nesta 2ª aproximação, pois foram consideradas mudanças nas
administrações municipais (entrada de novos prefeitos e novo secretariado),
questões políticas, casacão de mandatos. Os projetos da época foram elaborados
pelo núcleo técnico e houve ruídos de comunicação entre a entidade proponente e
entidades financeiras. O maior avanço foi o amadurecimento concepção territorial,
não sendo propostos mais projetos por município ou micro região.
• 3ª aproximação da visão de futuro.
Nesta visão os projetos já são identificados de forma integradora, mas ainda existe
uma dificuldade em identificar/ trabalhar com algumas propostas. Também começou
a gestão (dos projetos) por todos os municípios do território.
Matriz de planejamento territorial:
1ª aproximação da visão de futuro . ESTRATÉGIA AÇÃO RESULTADO RESPONSÁVEL RECURSOS PRAZO ENCAMINHAMENTOS Fortalecimento institucional das organizações da AF
Diagnóstico da situação atual; seminários de apresentação do diagnóstico; Capacitação; Instituir um banco de dados nas organizações
Conhecer a realidade das organizações; fortalecimento das organizações; obtenção e sistematização de dados das organizações
Prefeituras, EMATER, articulador, CMDRS/CIAT, CIAT/SDT, Senar, Sebrae.
MDA/DENACOP/SEAPS 01 Deve ser uma ação do PTDRS
Consolidação da CIAT, (espaço físico, veículo e equipamentos)
Divulgação das ações através dos meios de comunicação (boletins, jornais, TV, Rádios) e em eventos de organização social e formação no território; Intercâmbio entre territórios (CIAT);
CIAT consolidado com o território e o CEDRS
CIAT/SDT, SDT/MDA, SEAPS, ADA A partir de 2004
-Verificar a possibilidade de encontrar fontes financiadoras e parceiras;
Fortalecimento da Educação, Cultura, esporte e lazer no campo, incluindo ribeirinhos, índios e extrativistas.
-Sensibilização das famílias; -Capacitação de professores e gestores públicos
-Formação de capital social e técnico; -Fixação das famílias no campo; -Resgate da auto-estima e cidadania.
CIAT SDT/MDA A partir de 2004
Participar das discussões do programa de educação no campo coordenado pela FETAGRO, SDT/MDA;
CMDRS Intercâmbio entre Fundo criados; CIAT/ARTICULADORA, PREFEITURA, A partir de Verificar com o
107
organizados e atuantes
conselhos, capacitação contínua de conselheiros; Estimular a criação de fundo nos conselhos
conselhos capacitados; troca de conhecimentos
CIAT/SDT, SEE/PRONAF.
SDT/MDA, FETAGRO, CEAPS
2005 CEDRS e com a Gerência de Órgãos Colegiados/SDT/MDA
Organização da produção da AF
Organização das agroindústria familiares; Formação de multiplicadores em administração da unidade produtiva AF.
Conhecimento da diversidade da produção; conhecimento dos produtos agroindustrializados; melhor aproveitamento da propriedade
CIAT/ARTICULADORA SDT/MDA, SEAPS, PRONAF
Imediatamente -Acionar o Núcleo Técnico para analisa r as demandas.
Produção e comercialização: 1.aquisição de máquinas e equipamentos para beneficiamento da produção; 2.Diversificação da produção; 3.Potencializar a produção extrativista, ribeirinha e indígena;
-Acompanhamento e monitoramento; -Estabelecer um plano de uso dos equipamentos; -Organizar grupos de produção; -Estabelecer diálogo com Gestores Públicos. - Promover encontros com esses seguimentos; Contemplar todos os seguimentos da produção familiar
-Agregação de valor para o produtos; -Melhoria da renda; -Melhoria da qualidade; -Evitar êxodo, preço mínimo, e garantir a segurança alimentar; - Inclusão no Plano territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável.
-Entidades Gestoras e CIAT; -PMs, Associações, cooperativas de produção e Assistência técnica - CIAT e representações desses setores
Organizações locais, SDT/MDA, PMs e Estado
Imediatamente Idem
-Acionar o Núcleo Técnico para analisar as demandas.
108
ESTRATÉGIA AÇÃO RESULTADO RESPONSÁVEL RECURSOS PRAZO ENCAMINHAMENTOS Comercialização de produtos da AF do território
Diagnóstico da produção e consumo de produtos da AF no Território; Levantamento e divulgação de agroindústria familiares operantes e inoperantes.
-Maior número de produtos e organizações interessadas e diversidades de produtos da AF; -Maior participação na FEPAF
CMDRS, STRs, Articuladora, CIAT, FETAGRO, Associações, cooperativas, SDT/MDA
MDA SEAPs A partir de 2005
Propor a SDT/MDA a elaboração de um diagnóstico através de convênio; Discutir com a AF dos municípios alternativas de dinamização da comercialização municipal
-Gestão dos recursos financeiros pelas mulheres. -Inserir os jovens no processo de desenvolvimento territorial.
-Capacitação voltada para a gestão de negócios
Ampliação da participação de mulheres e jovens. Fortalecimento da renda familiar;
CIAT; CIAT
SAF/SDT/MDA e outras parcerias
Imediatamente -Levantamento das entidades que já desenvolvem temática de gênero, geração e etnia.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL: Criar Cooperativa de Credito;
-Elaborar Plano de Viabilidade; Buscar parcerias
-Facilidade de acesso ao crédito; Geração de renda;Apoio à produção;
CIAT, FETAGRO, Cootraron;
Pronaf Infra-estrutura, STR de Jaru.
2005;
-Elaborar Plano de Viabilidade; Buscar parcerias
Estabelecer Diretrizes para a capacitação no território
-Capacitação: para a gestão social e tecnológica -Construção de um centro de desenvolvimento humano no território
-Formação de capital social e técnico; -Fixação das famílias no campo; -Resgate da auto-estima e cidadania.
-CIAT, FETAGRO, UNIR, Outras faculdades.
Pronaf capacitação, Infra-estrutura, emendas parlamentares, SDT/MDA
A partir de 2005
Criar um Grupo de Trabalho dentro da CIAT
109
ESTRATÉGIA AÇÃO RESULTADO RESPONSÁVEL RECURSOS PRAZO ENCAMINHAMENTOS SAÚDE: 1. Saúde
Preventiva;
2. Saúde especializada no território.
Realização de um diagnóstico, incluir no PTDRS. (saneamento básico, ambiental, segurança alimentar etc.); -Valorizar conhecimentos tradicionais; -Priorizar o acesso ao saneamento básico; Mobilizar órgãos públicos e sociais e Estado;
-Melhor atendimento, diminuir a incidência de doenças e evita o deslocamento para outros centros
Organizações sociais e poder público, CIAT
SDT/MDA, MS, Governos municipais
02 anos Promover junto aos CMS e secretários de saúde municipais um encontro territorial.
MEIO AMBENTE: Recuperações dos igarapés urbanos
-Tratamento dos esgotos sanitários; Realizar campanhas de sensibilização, seminários; Inserir nas escolas, associações, STR’s e Igreja
-Água limpa e abundante; -População sadia; -Redução de doenças
-Organizações Sociais, CIAT, MDA, MMA, MS, Entidades Financeiras Internacionais
MDA, MMA, MS BNDES, CAIXA ECONMICA, Entidades Financeiras Internacionais.
A partir de 2005
-Sensibilizar os gestores públicos municipais; -Solicitar ao MMA um estudo das áreas em estudo; -buscar Assessoria técnica e parceiros; .Incluir no PPA.
110
2ª aproximação da visão de futuro Eixo aglutinador: infra-estrutura de transporte
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- Aquisição de veículo para o
transporte da produção
- Alta produção de origem
vegetal
- Estradas mal conservadas - Plano de ação - Aquisição de um caminhão bi-trem
para o transporte de calcário para o
Território Central
Eixo aglutinador: serviço de apoio à produção
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- Bases e serviços de apoio à
comercialização de produção
familiar
- Presença de entidades e
produtores
- Cadeia produtiva não
consolidada
- Levantar número de
beneficiários
- Levantar quantitativos e
qualitativos de produção
- Construção de um barracão para
instalação de equipamentos e
armazenamento da produção de bio-
diesel
- Fortalecer o FIATEC - Participação da sociedade
civil, e instituições de
assistência Técnica.
- Rotatividade dos
representantes, considerando
as eleições existentes dos
conselhos, municípios e
sociedade civil.
- Verificação das ações
concretas, elaboradas e
apoiadas pelo Fórum.
- Nº de Instituições apoiadas, e
políticas implementadas.
- Construção da sede do FIATEC
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- Desenvolvimento e / ou
disseminação de tecnologias
apropriadas
- Participação de várias
entidades
- Fraca comunicação
interinstitucional
- Baixa capacidade de gestão
- Definir e elaborar termo de
compromisso e participação.
- Produção de material de divulgação
(marketing)
111
de projetos e negócios
- Dificuldade de articulação
- Baixo aproveitamento das
políticas públicas existentes
- Fragilidade do associativismo
e cooperativismo
- Atores e atrizes sociais que
desconhecem a política do
desenvolvimento territorial.
- Duas oficinas de comunicação e
uniformização de programas e
projetos
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- Turismo rural - Presença de unidades de
conservação
- Alto passivo ambiental - Realizar estudo do potencial - Uma oficina de sensibilização para o
desenvolvimento sustentável através
do turismo eco-rural
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- Boa produção de origem
animal e vegetal
- Descentralização e
sustentabilidade de ações de
assessoria técnica rural
- Baixo relacionamento
institucional / produtivo
- Levantar demandas
específicas
- Doze oficinas de capacitação
produtiva
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- descentralização e
sustentabilidade de ações de
assessoria técnica rural
- desarticulação de ações
capacitações
- Levantar demandas
específicas
- Um curso de formação de agentes
comunitários de assessoria técnica
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- sustentabilidade político
institucional
- maior articulação institucional
- “individualismo” institucional - Levantar demandas de
projetos
- uma oficina de elaboração de
projetos
112
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- Dinamização da economia de
produção existente.
- 90% do credito voltados para
pecuária
- Arranjos produtivos
inexistentes.
- levantar demandas
específicas
- uma oficina de elaboração de cadeia
produtiva local
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- Cooperativas da Agricultura
Familiar no Território.
COOPAJA, COOCARAM, e
EFA’s
- Fragilidade de gestão e
organização das cooperativas .
- Gerenciamento das
cooperativas
- Nº de cooperativas e
associações falidas.
- elaboração de um programa de
educação cooperativista
- Fortalecimento da
organização associativista de
produtores da agricultura
familiar
- existência de cooperativas de
créditos
- Ausência de organização
central das associações.
- Nº de produtores da
Agricultura Familiar
- Aquisição de equipamentos para
cooperativa de crédito
Eixo aglutinador: serviços de apoio à produção
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- Modelos existentes de
transformação da produção
inadequados
- Demanda induzida dos
municípios que compõe o
Território.
- construção de uma unidade
demonstrativa de beneficiamento de
frutas tropicais para a EFA Itapirema
- Utilização de recursos de
informática nas unidades
produtivas familiares
- Avaliar efeitos de mudança
tecnológica
- Inclusão digital de alunos das
escolas EFA’s
- construção de um laboratório de
informática na EFA
- qualificação profissional para
a agricultura familiar
- Existência de EFA´s
- sua utilização como
instrumento de pesquisa.
- existência de Escolas Pólos.
- influência “urbana” - capacitar professores e demais
funcionários na pedagogia da
alternância
113
Eixo aglutinador: recuperação da cobertura vegetal
Linha de ação Pontos positivos Pontos negativos Diagnóstico Projeto
- educação ambiental - presença de EFA´s
- Programa ATES.
- Programa Pró-ambiente
- ações desarticuladas sobre
educação ambiental
- alto passivo ambiental
- definir locais e propriedades - aquisição de um veículo e
equipamentos para educação
ambiental no Território Central
- conservação ambiental - aquisição de equipamentos para a
coleta de sementes de essências
florestais para fomentar a produção e
o plantio de mudas
- conservação ambiental
- Viveiro de mudas existentes
- Inexistência de banco de
semente
- levantar demandas de
espécies.
- elaborar “termo de
compromisso” com agricultores
- aquisição de insumos para atender o
viveiro de mudas
114
3ª aproximação da visão de futuro Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano Projeto • Curso de formação de agentes comunitários de assessoria técnica
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico
• Alta produção agrícola e pecuária familiar • Interesse dos agricultores na melhoria da gestão de suas propriedades • Interesse dos agricultores na agroecologia • Possibilidade de agregação de valor na produção familiar • Presença de EFA’s
• Mão de obra técnica insuficiente para atender as demandas de assessoria técnica • Relação: 1 técnico / 100 famílias
Localização • Este projeto atenderá aos agricultores familiares dos 12 municípios do Território Central • Poderá ser desenvolvido utilizando a infra-estrutura do Centrer, da Ceplac e/ou da APA, todas localizadas em Ouro Preto do Oeste
Público beneficiário • Agricultores familiares, populações tradicionais, populações indígenas, ribeirinhos, • 150 pessoas capacitadas
Justificativa
• A pequena propriedade rural é insustentável quando se destina a monocultura, principalmente se está for baseada na pecuária extensiva. • A potencialização e a verticalização das atividades agrícolas, aliados a outros fatores, como crédito a assessoria técnica, são fatores de geração de renda e oportunidade de emprego dentro da pequena propriedade rural. • Reverter estes “conceitos e pré-conceitos” referentes à agricultura familiar requer mudanças de paradigmas através de espaços de reflexão e de aprendizagem garantindo, porém, que atores e atrizes sociais possam compartilhar novos conhecimentos tendo a aplicação prática visualizada imediatamente dentro da propriedade rural familiar. • Este projeto pretende capacitar agricultores, pescadores, ribeirinhos, extrativistas.e técnicos (homens e mulheres, jovens e adultos), potencializando as atividades de assessoria na produção oriunda da agricultura familiar. Objetivo
Estratégias
• Levantamento participativo de demandas e elaboração de cronograma de capacitação de acordo com calendário sazonal de produção. • Cada participante seja um multiplicador de sua capacitação • Realizar um breve levantamento das experiências já existentes no Território com relação a capacitação. Há a experiência das EFA´s que precisa ser potencializada, há a ação prática de produtores técnicos, uma iniciativa da APA – Associação de Produtores Alternativos que visa a formação de produtores técnicos. Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• Senar • Cootraron • Fetagro • APA • Embrapa • Emater • Ceplac
• Realizar capacitações • Levantar demandas e realizar capacitações • Levantar demandas, buscar apoio financeiro. • Realizar capacitações • Realizar capacitações • Levantar demandas e realizar capacitações • Levantar demandas e realizar capacitações
Indicadores de resultados
• 12 oficinas realizadas (uma por município)
115
• 300 pessoas capacitadas e realizando atividades de assessoria técnica • 900 pequenas propriedades rurais atendidas • 2700 visitas técnicas realizadas em um ano
Gestão
• Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC levantar os custos e gerir os recursos destinados à capacitação. • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano Projeto • Oficina de elaboração de projetos e captação de recursos.
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Alta demanda de apresentação de propostas e projetos • Interesse de atores e atrizes sociais na melhoria da gestão de projetos
• Mão de obra técnica insuficiente para atender demandas • Baixo nível técnico na elaboração de propostas técnicas
Localização • Território Central • Poderá ser realizado nas dependências da Ceplac, em Ouro Preto do Oeste
Público beneficiário • Técnicos, lideranças, agricultores familiares • 20 pessoas capacitadas
Justificativa • Baixa compreensão de (alguns) atores e atrizes sociais em diagnosticar, solucionar e conflitos e elaborar propostas participativamente. • Falta de clareza a quem encaminhar propostas • Este projeto pretende capacitar técnicos, lideranças e agricultores familiares (homens e mulheres, jovens e adultos), potencializando e aumentando suas perpesctivas na apresentação de propostas e políticas públicas para a agricultua familiar. Objetivo
Estratégias
• Levantar demandas de editais • Levantar problemas, identificar propostas e potencialidades. • Realizar capacitação com enfoque nos problemas e oportunidades • Cada pessoa capacitada atenderá as futuras demandas Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• Senar • Cootraron • Fetagro • Emater
• Realizar capacitação • Realizar capacitações • Levantar demandas, buscar apoio financeiro. • Realizar capacitações
Indicadores de resultados
• 20 pessoas capacitadas e elaborando projetos • 50 projetos elaborados • 20 projetos aprovados
Gestão
• Os projetos elaborados serão apresentados ao FIATEC para avaliação, validação e monitoria. • Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC levantar os custos e gerir os recursos destinados à capacitação. • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
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Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano Projeto • Oficina de elaboração de cadeia produtiva local
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Alta produção agrícola e pecuária familiar • Possibilidade de agregação de valor na produção familiar
• Indefinição de compromissos (da produção ao consumo final) • Pouco entendimento das inter-relações presentes e necessárias • Baixo nível técnico no esclarecimento e na elaboração de propostas
Localização • Território Central • Poderá ser realizado nas dependências do Centrer e/ou da Ceplac, ambos em Ouro Preto do Oeste
Público beneficiário • Técnicos, lideranças, agricultores familiares • 20 pessoas capacitadas
Justificativa • Baixa compreensão de (alguns) atores e atrizes sociais de entender e diagnosticar os diversos elos de uma cadeia produtiva. • Falta de clareza em propor soluções para solucionar conflitos. • Este projeto pretende capacitar técnicos, lideranças e agricultores familiares (homens e mulheres, jovens e adultos), na construção de cadeias produtivas locais potencializando e aumentando suas perpesctivas na produção da agricultura familiar. Objetivo
Estratégias • Levantamento de demandas e elaboração de cronograma de capacitação Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• Senar • Fetagro • Emater
• Realizar capacitação • Levantar demandas, buscar apoio financeiro. • Realizar capacitações
Indicadores de resultados
• 20 pessoas capacitadas e elaborando cadeias produtivas • 10 cadeias produtivas levantadas e elaboradas
Gestão
• As cadeias levantadas serão apresentadas ao FIATEC para avaliação, validação e monitoria. • Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC levantar os custos e gerir os recursos destinados à capacitação. • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano Projeto • Elaboração de programa de educação cooperativista
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico
• Interesse dos agricultores em gestão coletivas. • Possibilidade de crescimento da economia solidária local • Experiências locais (positivas ou não) de arranjos e ações associativistas (cooperativas de crédito e de produção). • Presença de EFA’s • Presença de IES’s
• Pouco esclarecimento entre papeis de associação, cooperativa e sindicatos. • Indefinição de compromissos sociais (gestão de empreendimentos) • Experiências duvidosas e/ou não êxitos, levando ao descrédito.
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Localização • Território Central • Poderá ser realizado nas dependências do Centrer, em Ouro Preto do Oeste
Público beneficiário • Técnicos, lideranças, agricultores familiares • 50 pessoas capacitadas • A compreensão (em alguns casos confusos) de atores e atrizes sociais sobre ações associativistas; suas diferenças, suas potencialidades, seus limites faz com a gestão de projetos e mesmo de entidades fique comprometida. Assim se faz necessário resgatar conceitos e práticas permitindo o crescimento sustentado da economia solidária.
Justificativa
• Este projeto pretende elaborar um programa de capacitação cooperativistas permitindo, depois, uma reconstrução de teorias e práticas de ações associativistas com ênfase na economia solidária da agricultura familiar. Objetivo
Estratégias • Definição de parcerias • Levantamento de demandas • Elaboração de projeto político pedagógico Entidade Contribuição
• Todas as entidades participativamente contribuirão na construção do projeto político pedagógico.
Arranjos institucionais
• Senar • Fetagro • Emater • Cootraron • EFA’s • Ceplac • IES’s • Associações de produtores • Cooperativas
Indicadores de resultados
• 01 projeto político pedagógico elaborado • (50 pessoas participando)
Gestão
• O projeto político pedagógico será apresentado ao FIATEC para avaliação, validação e monitoria. • Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC levantar os custos e gerir os recursos destinados à construção do projeto político pedagógico. • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano Projeto • Oficina de sensibilização para o desenvolvimento sustentado através do turismo eco-rural
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Presença de unidades de conservação e outros atrativos naturais • Interesse de atores e atrizes sociais no eco-desenvolvimento.
• Ausência de estudos aprofundados sobre potencialidades turísticas e eco-turísticas
Localização • Território Central • Poderá ser realizado nas dependências da Ceplac, em Ouro Preto do Oeste
118
Público beneficiário • Técnicos, lideranças, agricultores familiares. • 20 pessoas capacitadas • O ecoturismo e o turismo rural são propostas sustentadas de desenvolvimento e de projetos de baixo impacto ambiental, gerando emprego e renda a diversos atores e atrizes sociais. Contudo, exigem uma gestão profissional e a integração de várias entidades no seu desenvolvimento. Desta maneira, esta oficina pretende esclarecer aos interessados quais são algumas barreiras e desafios; as vantagens e benefícios deste tipo de empreendimento.
Justificativa
• Este projeto pretende sensibilizar técnicos, lideranças e agricultores familiares (homens e mulheres, jovens e adultos), sobre as potencialidades e possibilidades do eco-turismo e do turismo rural. Objetivo
Estratégias • Levantamento de possíveis locais de implantação para (dentro do possível) realizar visitas e estudos. • Realizar um diagnóstico participativo sobre as potencialidades eco-turísticas. • Convidar experiências de êxito ou não para exposição. Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• OSR • WWF • Universidades • Empresários
• Descrever experiências • Descrever experiências • Levantar demandas, realizar estudos • Descrever experiências
Indicadores de resultados
• 20 pessoas sensibilizadas
Gestão
• Caberá ao FIATEC levantar os custos e gerir os recursos destinados à capacitação. • Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: Fortalecimento institucional Programa • Fortalecimento do capital social e humano
Projeto
• Fortalecimento institucional do FIATEC • Aquisição de material de marketing • Aquisição de material de expediente • Aquisição de equipamentos e veículo • Construção física da sede do FIATEC
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico
• Aumento constante do interesse de atores e atrizes sociais na proposta do desenvolvimento territorial sustentado. • Participação efetiva de entidades no FIATEC • Proporcionar um espaço democrático e inclusão das instituições no debate e na articulação de políticas públicas • Efetivamente proporcionar o protagonismo dos atores sociais
• Deficiência na disseminação das informações que circulam durante os eventos; • Rotatividade das representações • Limitado o acesso dos atores aos recursos da internet; • Mudanças nos encaminhamentos que políticos nacionais podem alterar a proposta de desenvolvimento territorial sustentado
Localização • Território Central • Município de Ouro Preto
Público beneficiário • Integrantes do FIATEC, atores e atrizes sociais
119
• O Território Central apresenta um bom índice de organização social. Mesmo assim, ainda se recente da presença de populações tradicionais e indígenas nos eventos referentes a propostas de desenvolvimento territorial sustentado. Desta maneira, se torna necessária estimular e ir à busca deste atores (e de outros), sensibilizando-os e promovendo sua integração neste debates. A aquisição de material de marketing e de um veículo permitirá uma maior aproximação através de visitas. A construção da sede do FIATEC e a aquisição de equipamentos e material de escritório possibilitarão uma estrutura mínima compatível e necessária para atender a crescente demanda constante ao FIATEC.
Justificativa
• Este projeto pretende fortalecer as ações do FIATEC no Território Central a partir de uma base de infraestrutura suficiente para proporcionar a coordenação das ações territoriais e criar uma referência institucional visível para todos os atores sociais. Objetivo
Estratégias • Visitas técnicas e entrega de material de divulgação nas sedes de entidades ligadas à agricultura familiar • Sensibilizar os atores sociais e demonstrar a importância de cada instituição e de cada pessoa nesse processo de desenvolvimento • Estimular a participação de grupos de trabalhadores excluídos Entidade Contribuição Arranjos
institucionais • FIATEC • Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• Em um ano, 50 visitas técnicas realizadas nas sedes de entidades • 7 mil folderes distribuídos • Maior número de instituições efetivamente participando das ações do FIATEC • Em um ano, 300 visitas realizadas na sede do FIATEC
Gestão
• Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Será elaborado um plano de uso do veículo e dos equipamentos • Será elaborado um plano de trabalho • O FIATEC fará reuniões periódicas de avaliação e monitoria dos trabalhos • Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: infra-estrutura de transporte Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Aquisição de um caminhão bi-trem para o transporte de calcário para o Território Central
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Alta produção de origem vegetal • Atender aos agricultores familiares dos Territórios Madeira Mamoré e do Vale do Jamari • Parceria com o governo do Estado • Grande potencial produtivo
• Estradas mal conservadas • Auto custo de transporte • Dificuldade de obtenção do produto por parte dos agricultores menos capitalizados • Solo com deficiências minerais precisando de correção
Localização • Território Central Público beneficiário • Agricultores familiares
• O Território Central apresenta um bom índice de produção agrícola vegetal. Os seus solos indicam a preferência por culturas perenes, garantindo menores perdas de nutrientes devido à intemperismo. Porém, de um modo geral apresenta solos que precisam do uso de corretivos para combater a acidez, devido a utilização de técnicas agressivas ao longo dos tempos. O governo do estado tem um programa que garante a entrega de calcário aos agricultores, mas, estes têm que arcar com as despesas de transporte,ficam com altos custos para a agricultura familiar..
Justificativa
Objetivo • Este projeto pretende reduzir as dificuldades dos agricultores locais por meio da aquisição de um caminhão bi-trem para o transporte de calcário
120
no Território Central de Rondônia.
Estratégias
• Levantar demandas e acompanhar o calendário agrícola da região • Realizar um cadastro dos produtores a serem atendidos • Elaborar plano de uso do caminhão • Planejamento das ações de atendimento aos grupos de produtores ou comunidades a serem atendidas. Entidade Contribuição Arranjos
institucionais • FIATEC • Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• 4000 agricultores familiares atendidos • 120 toneladas de calcário distribuídas • Aumento do volume de produção do território
Gestão
• Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Será elaborado um plano de uso do veículo • Será elaborado um plano de trabalho • O FIATEC fará reuniões periódicas de avaliação e monitoria dos trabalhos • Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: serviço de apoio à produção Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Construção de um barracão para instalação de equipamentos e armazenamento da produção de bio-diesel
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • 675 hectares plantados de pinhão manso e mamona para a produção de bio-diesel • Equipamentos serão adquiridos.
• Cadeia produtiva indefinida
Localização • Urupá Público beneficiário • Agricultores familiares
• O Território Central apresenta uma área plantada de 675 hectares de pinhão manso e mamona voltadas a produção de bio-diesel. Neste processo estão diretamente beneficiadas 335 famílias podendo ainda gerar 900 empregos diretos e indiretos. Já existe uma infra-estrutura de equipamentos.
Justificativa
Objetivo • Este projeto pretende garantir a construção de um barracão para a instalação de equipamentos e o armazenamento da produção de bio-diesel. Estratégias • Levantar futuras demandas de plantio e de produção..
Entidade Contribuição Arranjos institucionais • FIATEC • Será definida através de um plano de trabalho Indicadores de resultados
• 335 agricultores familiares atendidos • 5000 toneladas de bio-diesel armazenados
Gestão • Será elaborado um plano de uso. • Será elaborado um plano de trabalho • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
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Eixo aglutinador: serviço de apoio à produção Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Aquisição de equipamentos para cooperativa de crédito.
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico
• Possibilidade de alavancar a modernização da agricultura do Território já em processo • Demandas existentes e para tomadas de crédito principalmente por parte de produtores menos capitalizados • Possibilidade de se criar um novo espaço de debate sobre outras formas de crédito rural que considere as particularidades da região norte • Proporcionar linhas de crédito para atividades produtivas não tradicionais e não induzidas pelas agências bancárias tradicionais • O custo operacional da cooperativa de crédito é menor, porque esta possui uma estrutura mais “enxuta” que a de um banco
• Demora na análise pelo BC para autorização de funcionamento da cooperativa • Despreparo dos atores locais para lidar com esse tipo de iniciativa • Baixa capacidade organizativa das organizações locais • Carência de estudos, pesquisas jornadas, ciclos de debate, seminários, congressos e outros eventos que possibilitem a constituição e ou o fortalecimento de instâncias organizativas regionais • Poucas cadeias produtivas organizadas
Localização • Município de Ji-paraná Público beneficiário • Agricultores familiares
Justificativa
• O cooperativismo de crédito ganha cada dia mais espaço devido a atender quase que prontamente as necessidades de pequenos agricultores familiares, que muitas vezes não tem acesso às linhas regulares de financiamento devido a grande burocracia existente. • O crédito rural foi importante para alavancar à modernização da agricultura. Ele pode agora, da mesma forma ser responsável pela introdução de um novo modelo de desenvolvimento rural. A questão que conta neste momento é a de como organizar o crédito, e o micro-crédito, para que estes se tornem ferramentas apropriadas para a mudança ou, a de como construir (novos) programas de crédito, que não repitam os erros e os procedimentos socialmente pouco eficazes do período da modernização, e que atenda a população rural de forma mais justa e ambientalmente equilibrada. • Deste modo o que se propõe também é a criação de um novo fórum para a discussão do crédito rural. Este espaço pode ser de nível local ou regional, com apoio e assessoria de entidades nacionais e estaduais. Nestes espaços, em que estariam representados os diferentes atores ligados ao meio rural, se poderia avaliar de forma mais transparente e participativa a “vocação regional”, debater as diferentes opiniões em torno do emprego dos recursos do crédito oficial, definir em conjunto com as instituições financeiras e órgãos de assistência técnica, os procedimentos operacionais para a próxima safra, incentivar iniciativas pioneiras (através de recursos destinados para este fim), etc.
Objetivo • Este projeto pretende viabilizar a aquisição de equipamentos para a cooperativa de crédito já algum tempo trabalhada e em fase de estruturação
Estratégias • Elaboração de projetos visando à estruturação da cooperativa • Capacitação de dirigentes e equipe técnica
Arranjos Entidade Contribuição
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institucionais • FIATEC • Federação dos Trabalhadores de Rondônia • Associações e cooperativas de produtores • Outras Instituições parceiras (SEBRAE, UNIR)
• Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• 500 agricultores familiares atendidos • 1000 operações de crédito realizadas
Gestão
• Comitê e/ou conselho gestor da Cooperativa. • Será elaborado um plano de trabalho • Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: serviços de apoio à produção Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Construção e aquisição de equipamentos para uma unidade demonstrativa de beneficiamento de frutas tropicais.
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico
• Boa produção de frutas • Estímulo à aplicação nas propriedades rurais • Estímulo à economia solidária • A produção poderá ser absorvida pela merenda escolar
• Modelos existentes de transformação inadequados (aspectos sanitários) • Poucas cadeias produtivas organizadas • Falta de planejamento das unidades produtivas • Baixa capacidade de gestão das cooperativas locais • Ausência de um programa de comercialização por parte das principais cooperativas locais • Ausência de estudos de mercado que respalde os investimentos em diversos setores da produção familiar
Localização • EFA Itapirema, em Ji-Paraná
Público beneficiário • Estudantes da EFA Itapirema • Agricultores familiares • A capacitação técnica deve ser continuada, pois, a cada dia surgem demandas e exigências legais que devem ser respeitadas para garantir a conquista de mercados. A EFA Itapirema, em Ji-Paraná, não dispõe de equipamentos necessários para atender seu corpo discente. Justificativa
• Este projeto pretende viabilizar a aquisição de equipamentos para uma unidade demonstrativa de beneficiamento de frutas tropicais e fortalecer a atuação e os resultados obtidos por esta instituições que recebe filhos de produtores rurais de todo o Estado de Rondônia Objetivo
Estratégias
• Proporcionar ensino, pesquisa e extensão para o corpo discente da EFA possibilitando a verticalização da produção da agricultura familiar. • Proporcionar capacitação para agricultores familiares e técnicos. • Elaboração de projetos e identificação de fontes de financiamento • Articulação com instituições parceiras tais como CEPLAC e EMBRAPA visando assessoramento necessário para funcionamento da unidade
Arranjos Entidade Contribuição
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institucionais • FIATEC • EFA Itapirema • CEPLAC • EMBRAPA
• Elaboração de proposta técnica • Sistema de monitoramento da unidade • Fortalecimento da unidade com o envolvimento e capacitação de alunos e gerência da escola • Possibilidade de novas investidas articuladas visando o fortalecimento da política territorial
Indicadores de resultados
• 140 alunos capacitados atendidos • 300 famílias de agricultores atendidos
Gestão
• Comitê e/ou conselho gestor da EFA Itapirema. • FIATEC • Caberá ao FIATEC levantar os custos e acompanhar a construção e aquisições • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: serviços de apoio à produção Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Construção de um laboratório de informática na EFA de Vale do Paraíso
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Inclusão digital • Melhorar a gestão da propriedade rural • Produzir capacidades locais
• Novos modelos de gestão da propriedade rural são informatizados, levando a exclusão digital
Localização • Escola Família Agrícola do município do Vale do Paraíso/RO.
Público beneficiário • Corpo docente e discente da EFA do Vale do Paraíso/RO. • Agricultores familiares • A pedagogia da alternância mostra-se compatível com a realidade da grande maioria dos agricultores e agricultoras familiares. A capacitação técnica deve ser continuada, pois, a cada dia surgem demandas e existe a necessidade de realizar comunicação e pesquisas de uma forma mais rápida, permitindo a conquista de mercados. A EFA de Vale do Paraíso, não dispõe de equipamentos de informática suficientes para proporcionar a inclusão digital de seu corpo discente e docente.
Justificativa
• Este projeto pretende viabilizar a aquisição de equipamentos de informática na EFA Vale do Paraíso contribuindo para a inclusão digital de filhos de agricultores familiares, contribuindo para a melhoria do ensino, da pesquisa e da extensão. Objetivo
Estratégias
• Capacitar corpo docente em informática • Capacitar monitores escolares em informática • Realizar capacitações voltadas ao apoio a agricultura familiar • Levantar potencialidades locais • Elaboração de projetos técnicos • Identificação de fontes de financiamento Entidade Contribuição Arranjos
institucionais • FIATEC • EFA Vale do Paraíso
• Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• 120 alunos atendidos • 60 famílias de agricultores atendidos
Gestão • Comitê e/ou conselho gestor da EFA Itapirema.
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• Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: Fortalecimento da produção familiar Programa • Fortalecimento da agricultura familiar Projeto • Capacitar corpo docente e funcionários na pedagogia da alternância
Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Presença de duas EFA’s • Formação de professores e funcionários distanciada da realidade da educação no campo e da pedagogia da alternância.
Localização • EFA do Vale do Paraíso e Itapirema (Ji-Paraná)
Público beneficiário • Corpo docente e funcionários das EFA’s Itapirema e Vale do Paraíso • Agricultores familiares • A pedagogia da alternância mostra-se compatível com a realidade da grande maioria dos agricultores e agricultoras familiares. A capacitação técnica de professores e funcionários deve ser continuada, permitindo uma renovação de práticas e procedimentos administrativos; de conceitos e práticas pedagógicas, diminuído a existência de conflitos e potencializando os recursos existentes. A qualificação deve ser vista como uma forma de desenvolvimento social.
Justificativa
Objetivo • Este projeto pretende viabilizar capacitação ao corpo docente e funcionários das EFA’s Itapirema e Vale do Paraíso
Estratégias
• Capacitação continuada ao corpo docente • Ensino, pesquisa e extensão voltados a agricultura familiar • Adoção de alternativas de produção sustentáveis para agricultura familiar • Intercâmbio de experiênicia. Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• FIATEC • EFA’s • UNIR • Outras IES
• Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• 20 professores atendidos • 11 funcionários atendidos
Gestão
• Comitê e/ou conselho gestor da EFA Itapirema. • Comitê e/ou conselho gestor da EFA Vale do Paraíso • FIATEC • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: educação ambiental Programa • Educação ambiental Projeto • Aquisição de veículo e equipamentos para educação ambiental Diagnóstico Potencialidades Fragilidades
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• Presença de duas EFA’s • Programa ATES • Programa Pró-ambiente
• Ações desarticuladas sobre educação ambiental • Alto passivo ambiental.
Localização • nos 12 municípios do Território Central
Público beneficiário
• Corpo docente, discente e funcionários das EFA’s Itapirema (Ji-Paraná) e Vale do Paraíso • Agricultores familiares, populações extrativistas e indígenas • Técnicos • Corpo docente e discente das escolas pólos do Território Central • Ações de educação ambiental devem ser contínuas e massivas permitindo um melhor entendimento de questões relacionadas a agressões ao meio ambiente, entre elas o respeito às unidades de conservação e terras indígenas; áreas protegidas, utilização sustentada dos recursos hídricos, etc. Isto deverá ser realizado através de uma linguagem compatível com a realidade dos agricultores e agricultoras familiares.
Justificativa
Objetivo • Este projeto pretende viabilizar aquisição de um veículo e de equipamentos para educação ambiental no Território Central.
Estratégias
• Realizar eventos sobre educação ambiental nas escolas (urbanas e rurais) para sensibilizar público jovem • Realizar eventos com enfoque agroecológico para agricultores familiares • Construir participativamente unidades demonstrativas nas unidades familiares de recuperação do passivo ambiental • Realizar eventos de visitas técnicas, intercâmbio e troca de experiência. • Realizar evento de capacitação / nivelamento entre as instituições envolvidas. Entidade Contribuição
• Será definida através de um plano de trabalho
Arranjos institucionais
• FIATEC • EFA’s • UNIR • Outras IES • Cootraron • Embrapa • Ceplac • Emater • Prefeituras
Indicadores de resultados
• Em um ano, 50 ações desenvolvidas (eventos diversos: palestras, cursos, seminários, oficinas, etc) • Em um ano, 1500 pessoas participando dos eventos, (30 pessoas / evento)
Gestão
• Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC construir um plano de trabalho • Caberá ao FIATEC construir uma matriz de monitoria e avaliação • Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
Eixo aglutinador: educação ambiental Programa • Educação ambiental
Projeto • Diminuir o passivo ambiental do Território Central
• Aquisição de equipamentos para coleta de sementes de essências florestais • Aquisição de insumos para atender ao viveiro de mudas
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Potencialidades Fragilidades
Diagnóstico • Presença de duas EFA’s • Programa ATES • Programa Pró-ambiente • Viveiro de mudas existente
• Alto passivo ambiental. • Inexistência de um banco de sementes • Ações desarticuladas
Localização • 12 municípios do Território Central
Público beneficiário
• Corpo docente, discente das EFA’s Itapirema (Ji- Paraná) e Vale do Paraíso • Agricultores familiares, populações extrativistas e indígenas • Corpo técnico de entidades parceiras • Corpo docente e discente das escolas pólos do Território Central
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Justificativa
• O Território Central apresenta um alto passivo ambiental. Ações de educação ambiental, de extensão rural, assessoria técnica e eventos devem sensibilizar agricultores sobre a necessidade de adequarem suas propriedades rurais a legislação vigente, tendo em vista que 80% da área das propriedades rurais devem ser recuperadas ao longo de 30 anos. • Deve ser estimulada a manutenção e recuperação das APP’s não somente por causa da legislação, mas, acima de tudo pela promoção da sustentabilidade da propriedade rural e da produção agrícola. • A diminuição do passivo ambiental tem impactos positivos para a sociedade em geral principalmente pela manutenção dos recursos hídricos. • Garante a integridade de unidades de conservação e terras indígenas. • As APP’s poderão, no futuro, ser mais uma fonte de geração de renda e emprego. s
Objetivo • Este projeto pretende viabilizar aquisição de equipamentos para coleta de sementes e produção de mudas de essências florestais.
Estratégias
• Implantar viveiros ns EFA’s e nas escolas pólos • Levantar demandas de sementes / mudas entre agricultores. • Levantar áreas públicas impactadas para realizar reflorestamento • Levantar propriedades com APP impactadas e sensibilizar agricultores para implantação de unidades demonstrativas em suas propriedades • Sensibilizar agricultores familiares para produzam suas próprias mudas em suas propriedades. • Construir parcerias com entidades de ATER / ATES. Entidade Contribuição
Arranjos institucionais
• FIATEC • EFA’s • UNIR • Outras IES • Cootraron • Embrapa • Ceplac • Emater • Prefeituras
• Será definida através de um plano de trabalho
Indicadores de resultados
• Em um ano, 3 toneladas de sementes coletadas. • Em um ano, 50 mil mudas de essências florestais produzidas
Gestão
• Será criado um comitê gestor formado pelo FIATEC e por outras entidades parceiras que definirão uma matriz de monitoria e avaliação, plano de trabalho, etc. • Caberá ao FIATEC definir custos • Caberá ao FIATEC definir proponente / executor
13 – Referências bibliografia Atlas geoambiental de Rondônia, 2005 (CD – Roon). Diagnóstico de Implantação do Proambiente no Pólo de Ouro Preto do Oeste – RO (DRP). APA. Ouro Preto do Oeste, 2003 Diretrizes para o desenvolvimento rural sustentável. CONDRAF. Brasília, 2006. ECHEVERRI, Rafael et ali. Ruralidade, territorialidade e desenvolvimento sustentável. IICA. Brasília, 2005 Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – Gestão social do Território: Experiência no Estado do Maranhão. Organizadores: Carlos Miranda, Cristina Costa. IICA. Brasília, 2005. Marco referencial para apoio ao desenvolvimento de territórios rurais. SDT / MDA. Brasília, 2005. Monitoramento e avaliação de projetos: métodos e experiências. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2004 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentado – guia para planejamento. Documento de apoio nº 02 – SDT / MDA. Brasília, 2005. Referências para a gestão social de territórios rurais. SDT / MDA, 2005. SEPÚLVEDA, Sérgio. Desenvolvimento microrregional sustentável; método para planejamento local. Brasília, 2005. VASCONCELOS, Sumaia Saldanha de: Estudo propositivo dinamização econômica do Território Rural Central. FASE/Pará – Rio Branco, 2005.
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ANEXOS
Mapa do Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia
ZONA 1 Áreas de usos agropecuários, agroflorestais e florestais
SUB DESCRIÇÃO DIRETRIZES
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ZONA
Zonas de ocupação da terra para diferentes usos, principalmente agropecuários, com graus variáveis de ocupação e de vulnerabilidade ambiental, que caracterizam diferentes subzonas.
Como diretriz geral, deve ser estimulado o desenvolvimento das atividades primárias em áreas já desmatadas ou antropizadas, com práticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente o solo, de uma forma a maximizar os custos de oportunidade representados pelo valr da floresta. Deve-se estimular também o manejo sustentado dos recursos florestais e, em particular, o reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, de preservação permanente (matas ciliares e de encostas) e da reserva legal, incluindo o aproveitamento alternativo da vegetação secundária (capoeira). Recomenda-se, ainda, a aplicação de políticas públicas compensatórias visando a manutenção dos recursos florestais remanescentes, evitando a sua conversão para sistemas agropecuários extensivos. As obras de infra-estrutura, tais como estradas, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso das subzonas.
1.1 São áreas com grande potencial social. Estão dotadas de infra-estrutura suficiente para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, sobretudo estradas de acesso; concentram as maiores densidades populacionais do Estado; nelas se localizam os assentamentos urbanos mais importantes. Os custos de oportunidade da preservação já se tornaram excessivamente elevados para garantir a conservação. Aptidão agrícola predominantemente boa. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa.
Os projetos de reforma agrária devem ser direcionados para estas áreas. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção e recuperação de, pelo menos, 20% da cobertura vegetal natural desta subzona. Nas áreas convertidas é recomendado o estímulo ao incremento da produtividade agropecuária, baseada em técnicas agrícolas mais modernas, inclusive a irrigação, com incentivos para agroindústrias, de forma a maximizar os custos de oprtunidade representados pelo valor da floresta.
1.2 São áreas com médio potencial social, onde predominam a cobertura florestal natural, em processo acelerado de ocupação, geralmente, não estão controlados. Aptidão agrícola predominantemente regular. Vulnerabilidade natural a erosão predominantemente baixa a média.
Os processos de ocupação necessitam esforços para a regularização fundiária e controle da exploração florestal e do desmatamento. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção de, pelo menos, 40% da cobertura vegetal natural desta subzona, com medidas compensatórias visanto a preservação dos recursos florestais remanescentes. Os desmatamentos incrementais devem estar condicionados às potencialidades e fragilidades naturais e ao uso da terra pretendido, e em especial no contexto de programas de reforma agrária em processo de implementação. Nas áreas convertidas é recomendado o estímulo ao incremento da produtividade agropecuária, baseada em técnicas agrícolas mais modernas, envolvendo insumos e
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práticas de manejo, observando as condições da aptidão agrícola desta subzona. 1.3 Áreas com claro predomínio da cobertura
vegetal natural, com expressivo potencial floresta, em processo de ocupação agropecuária incipiente, com conversão da cobertura vegetal natural, não controlado. Aptidão agrícola predominantemente restrita. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente média.
O ordenamento desta subzona deve priorizar o aproveitamento dos recursos naturais. As atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas, mas não estimulada a sua expansão. Os processos de ocupação necessitam de esforços para a regularização fundiária e controle de exploração florestal e do desmatamento. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção de, pelo menos, 70% da cobertura vegetal natural desta subzona, com medidas compensatórias visando a preservação dos recursos florestais remanescentes. Recomenda-se que eventuais desmatamentos incrementais sejam condicionados às potencialidades e fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural. Nas áreas convertidas é recomendado a implantação de consórcios agroflorestais, reflorestamentos e cultivos permanentes de um modo geral.
1.4 Áreas onde a infra-estrutura disponível propicia a exploração das terras, apesar das condições naturais que impõem restrições ao desenvolvimento de atividades de conversão da cobertura vegetal natural. Compreende ecossistemas de relevante interesse para a preservação dos recursos naturais, em especial os hídricos, já que alguns rios desta subzona apresentam expressivo potencial para aproveitamento hidrelétrico com pequenas centrais de produção. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente alta.
Nas áreas já desmatadas recomenda-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de um modo geral. Recomenda-se que eventuais desmatamentos incrementais sejam condicionados à vulnerabilidade à erosão,às potencialidades e fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção de, pelo menos, 80% da coberutra vegetal natural desta subzona, com mediadas compensatórias visando a preservação dos recursos florestais remanescentes.
ZONA 2 Áreas de Usos Especiais
Áreas de Conservação dos Recursos Naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável. SUB
ZONA DESCRIÇÃO DIRETRIZES
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2.1 Zonas onde as atividades de conversão das terras florestais são pouco expressivas. O capital natural, sobretudo o florestal, se apresenta ainda em condições satisfatórias de exploração, medeireira e não medeireira. O custo de oportunidade de preservação se mantêm entre baixo e médio, com boas possibilidades de conservar o estado natural. O valor das terras florestais pode ser incrementado mediante agregação de valor às existências florestais, através da exploração seletiva de seus produtos. Algumas áreas apresentam alto potencial para o ecoturismo e para atividades de pesca em suas diversas modalidades.
O ordenamento destas zonas deve priorizar o aproveitamento dos recursos naturais, evitando a conversão da cobertura vegetal natural. As atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas, sem expansão. As áreas de campos naturais podem ser utilizadas, sob manejo adequado, observando as suas características especificas. De um modo geral, devem ser fomentadas as atividades de manejo florestal e do extrativismo, especialmente pelas comunidades tradicionais, tais como estradas, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso das subzonas.
2.2 Apresentam ocupação inexpressiva. Os custos de oportunidade da preservação da floresta natural são baixos, facilitando a conservação das terras florestais no seu estado natural.
Destinadas à conservação da natureza, em especial da biodiversidade, com potencial para atividades científicas e econômicas de baixo impacto ambiental sob manejo sustentado. O aproveitamentos destas áreas deve se desenvolver sem conversão da cobertura vegetal natural e, quando extremamente necessário, somente em pequenas áreas para atender à subsistência familiar. As áreas já convertidas deveriam ser direcionadas para a recuperação. É recomendado também a criação de áreas protegidas de domínio público ou privado, devido às características específicas de sua biodiversidade, de seus hábitats e de sua localização em relação ao corredor ecológico regional.
ZONA 3 Áreas Institucionais
Áreas Institucionais, constituídas pelas áreas protegidas de uso restrito e controlado, previstas em Lei e instituídas pela União, Estado e municípios.
SUB ZONA DESCRIÇÃO DIRETRIZES
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3.1 Áreas constituídas pelas Unidade de Conservação de Uso Direto.
A utilização dos recursos ambientais deverá seguir os planos e diretrizes específicas das unidades instituídas, tais como Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado, Florestas Nacionais, Reservas Estrativistas e outras categorias estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
3.2 Áreas formadas pelas Unidades de Conservação de Uso Indireto.
Os usos devem se limitar às finalidades das unidades instituídas, tais como Estações Ecológicas, Parques e Reservas Biológicas, Patrimônio Espeleológico, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e outras categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação.
3.2 Áreas formadas pelas Terras Indígenas. Partes do território nacional de uso limitado por lei, onde o aproveitamento dos recursos naturais somente poderá ser efetuado mediante autorização ou concessão da União.
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