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BEATRIZ LEAL MEIRELES DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE EM SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Medicamento e Assistência Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Medicamentos e Assistência Farmacêutica. Área de concentração: Medicamentos Assistência Farmacêutica. Orientadora: Professora Drª Djenane Ramalho de Oliveira. BELO HORIZONTE 2016

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Page 1: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

BEATRIZ LEAL MEIRELES

DESENVOLVIMENTO E VALIDACcedilAtildeO DE UM

INSTRUMENTO PARA AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE

EM SERVICcedilOS DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA

MEDICAMENTOSA

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Medicamento e Assistecircncia

Farmacecircutica da Faculdade de Farmaacutecia da

Universidade Federal de Minas Gerais como

requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Medicamentos e Assistecircncia Farmacecircutica

Aacuterea de concentraccedilatildeo Medicamentos Assistecircncia

Farmacecircutica

Orientadora Professora Drordf Djenane Ramalho de

Oliveira

BELO HORIZONTE

2016

Meireles Beatriz Leal M515d

Desenvolvimento e validaccedilatildeo de um instrumento para avaliaccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de gerenciamento da terapia medicamentosa Beatriz Leal Meireles ndash 2016

148 f il

Orientadora Djenane Ramalho de Oliveira

Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Farmaacutecia Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Medicamentos e Assistecircncia Farmacecircutica

1 Atenccedilatildeo farmacecircutica ndash Teses 2 Serviccedilos farmacecircuticos ndash Teses 3 Farmacecircutico e paciente ndash Teses I Oliveira Djenane Ramalho de II Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Farmaacutecia III Tiacutetulo

CDD 3621042

AGRADECIMENTOS

Aos principais incentivadores e responsaacuteveis pela minha trajetoacuteria minha matildee Maria

Margarida Leal Meireles e Gilberto de Sampaio Meireles Obrigada pelo apoio

incondicional e todo carinho

Aos meus irmatildeos Cristiane e Joatildeo Paulo por todo carinho e apoio constante em

minha jornada A todos os meus familiares pelo apoio em especialmente a Tia Neuza

por sempre acompanhou de perto e esteve sempre presente em minha caminhada

Agradeccedilo imensamente Tia Nicinha e toda sua famiacutelia que me acolheram em Belo

Horizonte com tanto carinho e que foram fundamentais para que eu pudesse ter a

chance de ingressar no programa de poacutes-graduaccedilatildeo

Agradeccedilo aos amigos que mesmo de longe estavam torcendo e mandando boas

energias Dentre eles agradeccedilo singularmente a Aline Samara S Vasconcelos por

se fazer presente na distacircncia e a Ariana Campos Tortelote pela presenccedila e estiacutemulo

constante pela paciecircncia apoio e companheirismo fraterno

Aos meus companheiros de morada Roberta de Arauacutejo Lopes pelo carinho e apoio

Samuel Rodrigues Almeida pelo auxiacutelio nas anaacutelises estatiacutesticas e discussotildees sobre

o meacutetodo Delphi e a Kirla Barbosa Detoni pelas discussotildees sobre o trabalho o

mestrado a profissatildeo e o cuidado e pelo carinho e companhia

Ao Tiago Marques Soares por toda paciecircncia nestes tempos de ansiedade por sua

dedicaccedilatildeo incansaacutevel nas correccedilotildees e formataccedilotildees por todo carinho nos meus

momentos de cansaccedilo e por ser verdadeiramente um parceiro e amigo de todas as

horas

Agrave cada colaborador que participou como juiz na avaliaccedilatildeo do instrumento elaborado

nesta pesquisa Por sua disponibilidade e boa vontade por dedicarem seu tempo para

enriquecer ainda mais os conhecimentos fomentados neste trabalho

Obrigada todos os membros do Centro de Estudos em Atenccedilatildeo Farmacecircutica

(CEAF) por compartilharem experiecircncia conhecimento e caminhada

Agradeccedilo a todos os professores e poacutes-graduandos do PPGMAF que contribuiacuteram

com valiosos conselho e questionamentos durante as disciplinas

Agradeccedilo ao Dr Mateus R Alves pela colaboraccedilatildeo participaccedilatildeo e contribuiccedilatildeo com

a pesquisa na fase de qualificaccedilatildeo do projeto e defesa da dissertaccedilatildeo

Agradeccedilo a Dra Mariana Gonzaga pela dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo na avaliaccedilatildeo deste

trabalho

Agrave Prof Dra Maria Auxiliadora que contribuiu com esta pesquisa durante sua fase

inicial na avaliaccedilatildeo de qualificaccedilatildeo

Agrave amiga e parceira Mestre Simone de Arauacutejo Medina Mendonccedila por toda sua

colaboraccedilatildeo em minha carreira desde o iniacutecio da faculdade ateacute a conclusatildeo do

mestrado Faltam-me palavras para expressar o carinho e gratidatildeo que sinto Sua

contribuiccedilatildeo em minha carreira e vida satildeo inestimaacuteveis Obrigada por toda paciecircncia

e incentivo vocecirc eacute um grande exemplo de profissional de sauacutede pesquisadora e

pessoa para mim

Agrave Prof Dra Djenane Ramalho de Oliveira pela competecircncia acadecircmica pela sua

dedicaccedilatildeo ao desenvolvimento da pesquisa e ensino em benefiacutecio do cuidado das

pessoas e em particular pelas ideias compartilhadas pelos ensinamentos recebidos

por seu entusiasmo estimulante que me fizeram ter um novo olhar sobre o cuidado o

cuidador e as relaccedilotildees terapecircuticas e humanas Sinto-me muito honrada por ter tido

oportunidade de trabalhar com vocecirc e por ter sido sua orientanda

ldquoO sucesso nasce do querer da determinaccedilatildeo e persistecircncia em se chegar a um objetivo

Mesmo natildeo atingindo o alvo quem busca e vence obstaacuteculos no miacutenimo

faraacute coisas admiraacuteveisrdquo

Joseacute de Alencar

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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P aacute g i n a | 133

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

P aacute g i n a | 142

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

P aacute g i n a | 144

SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 2: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

Meireles Beatriz Leal M515d

Desenvolvimento e validaccedilatildeo de um instrumento para avaliaccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de gerenciamento da terapia medicamentosa Beatriz Leal Meireles ndash 2016

148 f il

Orientadora Djenane Ramalho de Oliveira

Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Farmaacutecia Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Medicamentos e Assistecircncia Farmacecircutica

1 Atenccedilatildeo farmacecircutica ndash Teses 2 Serviccedilos farmacecircuticos ndash Teses 3 Farmacecircutico e paciente ndash Teses I Oliveira Djenane Ramalho de II Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Farmaacutecia III Tiacutetulo

CDD 3621042

AGRADECIMENTOS

Aos principais incentivadores e responsaacuteveis pela minha trajetoacuteria minha matildee Maria

Margarida Leal Meireles e Gilberto de Sampaio Meireles Obrigada pelo apoio

incondicional e todo carinho

Aos meus irmatildeos Cristiane e Joatildeo Paulo por todo carinho e apoio constante em

minha jornada A todos os meus familiares pelo apoio em especialmente a Tia Neuza

por sempre acompanhou de perto e esteve sempre presente em minha caminhada

Agradeccedilo imensamente Tia Nicinha e toda sua famiacutelia que me acolheram em Belo

Horizonte com tanto carinho e que foram fundamentais para que eu pudesse ter a

chance de ingressar no programa de poacutes-graduaccedilatildeo

Agradeccedilo aos amigos que mesmo de longe estavam torcendo e mandando boas

energias Dentre eles agradeccedilo singularmente a Aline Samara S Vasconcelos por

se fazer presente na distacircncia e a Ariana Campos Tortelote pela presenccedila e estiacutemulo

constante pela paciecircncia apoio e companheirismo fraterno

Aos meus companheiros de morada Roberta de Arauacutejo Lopes pelo carinho e apoio

Samuel Rodrigues Almeida pelo auxiacutelio nas anaacutelises estatiacutesticas e discussotildees sobre

o meacutetodo Delphi e a Kirla Barbosa Detoni pelas discussotildees sobre o trabalho o

mestrado a profissatildeo e o cuidado e pelo carinho e companhia

Ao Tiago Marques Soares por toda paciecircncia nestes tempos de ansiedade por sua

dedicaccedilatildeo incansaacutevel nas correccedilotildees e formataccedilotildees por todo carinho nos meus

momentos de cansaccedilo e por ser verdadeiramente um parceiro e amigo de todas as

horas

Agrave cada colaborador que participou como juiz na avaliaccedilatildeo do instrumento elaborado

nesta pesquisa Por sua disponibilidade e boa vontade por dedicarem seu tempo para

enriquecer ainda mais os conhecimentos fomentados neste trabalho

Obrigada todos os membros do Centro de Estudos em Atenccedilatildeo Farmacecircutica

(CEAF) por compartilharem experiecircncia conhecimento e caminhada

Agradeccedilo a todos os professores e poacutes-graduandos do PPGMAF que contribuiacuteram

com valiosos conselho e questionamentos durante as disciplinas

Agradeccedilo ao Dr Mateus R Alves pela colaboraccedilatildeo participaccedilatildeo e contribuiccedilatildeo com

a pesquisa na fase de qualificaccedilatildeo do projeto e defesa da dissertaccedilatildeo

Agradeccedilo a Dra Mariana Gonzaga pela dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo na avaliaccedilatildeo deste

trabalho

Agrave Prof Dra Maria Auxiliadora que contribuiu com esta pesquisa durante sua fase

inicial na avaliaccedilatildeo de qualificaccedilatildeo

Agrave amiga e parceira Mestre Simone de Arauacutejo Medina Mendonccedila por toda sua

colaboraccedilatildeo em minha carreira desde o iniacutecio da faculdade ateacute a conclusatildeo do

mestrado Faltam-me palavras para expressar o carinho e gratidatildeo que sinto Sua

contribuiccedilatildeo em minha carreira e vida satildeo inestimaacuteveis Obrigada por toda paciecircncia

e incentivo vocecirc eacute um grande exemplo de profissional de sauacutede pesquisadora e

pessoa para mim

Agrave Prof Dra Djenane Ramalho de Oliveira pela competecircncia acadecircmica pela sua

dedicaccedilatildeo ao desenvolvimento da pesquisa e ensino em benefiacutecio do cuidado das

pessoas e em particular pelas ideias compartilhadas pelos ensinamentos recebidos

por seu entusiasmo estimulante que me fizeram ter um novo olhar sobre o cuidado o

cuidador e as relaccedilotildees terapecircuticas e humanas Sinto-me muito honrada por ter tido

oportunidade de trabalhar com vocecirc e por ter sido sua orientanda

ldquoO sucesso nasce do querer da determinaccedilatildeo e persistecircncia em se chegar a um objetivo

Mesmo natildeo atingindo o alvo quem busca e vence obstaacuteculos no miacutenimo

faraacute coisas admiraacuteveisrdquo

Joseacute de Alencar

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

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2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

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Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

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SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

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de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

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SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 3: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

AGRADECIMENTOS

Aos principais incentivadores e responsaacuteveis pela minha trajetoacuteria minha matildee Maria

Margarida Leal Meireles e Gilberto de Sampaio Meireles Obrigada pelo apoio

incondicional e todo carinho

Aos meus irmatildeos Cristiane e Joatildeo Paulo por todo carinho e apoio constante em

minha jornada A todos os meus familiares pelo apoio em especialmente a Tia Neuza

por sempre acompanhou de perto e esteve sempre presente em minha caminhada

Agradeccedilo imensamente Tia Nicinha e toda sua famiacutelia que me acolheram em Belo

Horizonte com tanto carinho e que foram fundamentais para que eu pudesse ter a

chance de ingressar no programa de poacutes-graduaccedilatildeo

Agradeccedilo aos amigos que mesmo de longe estavam torcendo e mandando boas

energias Dentre eles agradeccedilo singularmente a Aline Samara S Vasconcelos por

se fazer presente na distacircncia e a Ariana Campos Tortelote pela presenccedila e estiacutemulo

constante pela paciecircncia apoio e companheirismo fraterno

Aos meus companheiros de morada Roberta de Arauacutejo Lopes pelo carinho e apoio

Samuel Rodrigues Almeida pelo auxiacutelio nas anaacutelises estatiacutesticas e discussotildees sobre

o meacutetodo Delphi e a Kirla Barbosa Detoni pelas discussotildees sobre o trabalho o

mestrado a profissatildeo e o cuidado e pelo carinho e companhia

Ao Tiago Marques Soares por toda paciecircncia nestes tempos de ansiedade por sua

dedicaccedilatildeo incansaacutevel nas correccedilotildees e formataccedilotildees por todo carinho nos meus

momentos de cansaccedilo e por ser verdadeiramente um parceiro e amigo de todas as

horas

Agrave cada colaborador que participou como juiz na avaliaccedilatildeo do instrumento elaborado

nesta pesquisa Por sua disponibilidade e boa vontade por dedicarem seu tempo para

enriquecer ainda mais os conhecimentos fomentados neste trabalho

Obrigada todos os membros do Centro de Estudos em Atenccedilatildeo Farmacecircutica

(CEAF) por compartilharem experiecircncia conhecimento e caminhada

Agradeccedilo a todos os professores e poacutes-graduandos do PPGMAF que contribuiacuteram

com valiosos conselho e questionamentos durante as disciplinas

Agradeccedilo ao Dr Mateus R Alves pela colaboraccedilatildeo participaccedilatildeo e contribuiccedilatildeo com

a pesquisa na fase de qualificaccedilatildeo do projeto e defesa da dissertaccedilatildeo

Agradeccedilo a Dra Mariana Gonzaga pela dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo na avaliaccedilatildeo deste

trabalho

Agrave Prof Dra Maria Auxiliadora que contribuiu com esta pesquisa durante sua fase

inicial na avaliaccedilatildeo de qualificaccedilatildeo

Agrave amiga e parceira Mestre Simone de Arauacutejo Medina Mendonccedila por toda sua

colaboraccedilatildeo em minha carreira desde o iniacutecio da faculdade ateacute a conclusatildeo do

mestrado Faltam-me palavras para expressar o carinho e gratidatildeo que sinto Sua

contribuiccedilatildeo em minha carreira e vida satildeo inestimaacuteveis Obrigada por toda paciecircncia

e incentivo vocecirc eacute um grande exemplo de profissional de sauacutede pesquisadora e

pessoa para mim

Agrave Prof Dra Djenane Ramalho de Oliveira pela competecircncia acadecircmica pela sua

dedicaccedilatildeo ao desenvolvimento da pesquisa e ensino em benefiacutecio do cuidado das

pessoas e em particular pelas ideias compartilhadas pelos ensinamentos recebidos

por seu entusiasmo estimulante que me fizeram ter um novo olhar sobre o cuidado o

cuidador e as relaccedilotildees terapecircuticas e humanas Sinto-me muito honrada por ter tido

oportunidade de trabalhar com vocecirc e por ter sido sua orientanda

ldquoO sucesso nasce do querer da determinaccedilatildeo e persistecircncia em se chegar a um objetivo

Mesmo natildeo atingindo o alvo quem busca e vence obstaacuteculos no miacutenimo

faraacute coisas admiraacuteveisrdquo

Joseacute de Alencar

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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P aacute g i n a | 133

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

P aacute g i n a | 142

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

P aacute g i n a | 144

SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 4: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

Agradeccedilo a todos os professores e poacutes-graduandos do PPGMAF que contribuiacuteram

com valiosos conselho e questionamentos durante as disciplinas

Agradeccedilo ao Dr Mateus R Alves pela colaboraccedilatildeo participaccedilatildeo e contribuiccedilatildeo com

a pesquisa na fase de qualificaccedilatildeo do projeto e defesa da dissertaccedilatildeo

Agradeccedilo a Dra Mariana Gonzaga pela dedicaccedilatildeo e colaboraccedilatildeo na avaliaccedilatildeo deste

trabalho

Agrave Prof Dra Maria Auxiliadora que contribuiu com esta pesquisa durante sua fase

inicial na avaliaccedilatildeo de qualificaccedilatildeo

Agrave amiga e parceira Mestre Simone de Arauacutejo Medina Mendonccedila por toda sua

colaboraccedilatildeo em minha carreira desde o iniacutecio da faculdade ateacute a conclusatildeo do

mestrado Faltam-me palavras para expressar o carinho e gratidatildeo que sinto Sua

contribuiccedilatildeo em minha carreira e vida satildeo inestimaacuteveis Obrigada por toda paciecircncia

e incentivo vocecirc eacute um grande exemplo de profissional de sauacutede pesquisadora e

pessoa para mim

Agrave Prof Dra Djenane Ramalho de Oliveira pela competecircncia acadecircmica pela sua

dedicaccedilatildeo ao desenvolvimento da pesquisa e ensino em benefiacutecio do cuidado das

pessoas e em particular pelas ideias compartilhadas pelos ensinamentos recebidos

por seu entusiasmo estimulante que me fizeram ter um novo olhar sobre o cuidado o

cuidador e as relaccedilotildees terapecircuticas e humanas Sinto-me muito honrada por ter tido

oportunidade de trabalhar com vocecirc e por ter sido sua orientanda

ldquoO sucesso nasce do querer da determinaccedilatildeo e persistecircncia em se chegar a um objetivo

Mesmo natildeo atingindo o alvo quem busca e vence obstaacuteculos no miacutenimo

faraacute coisas admiraacuteveisrdquo

Joseacute de Alencar

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

7 REFEREcircNCIAS

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Estrateacutegicos Departamento de Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos O

ensino e as pesquisas da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no acircmbito do SUSMinisteacuterio da

Sauacutede Secretaria de Tecnologia e Insumos Estrateacutegicos Departamento de

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Assistecircncia Farmacecircutica e Insumos Estrateacutegicos- Brasiacutelia ministeacuterio da Sauacutede

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Farmacecircutica no Mundo e no Brasil Projeto Farmaacutecia Estabelecimento de

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APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

P aacute g i n a | 142

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

P aacute g i n a | 144

SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 5: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

ldquoO sucesso nasce do querer da determinaccedilatildeo e persistecircncia em se chegar a um objetivo

Mesmo natildeo atingindo o alvo quem busca e vence obstaacuteculos no miacutenimo

faraacute coisas admiraacuteveisrdquo

Joseacute de Alencar

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

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1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

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Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

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Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

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servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

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Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

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Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

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2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

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Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

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o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

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relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

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mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

P aacute g i n a | 142

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

P aacute g i n a | 144

SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 6: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 16

11 JUSTIFICATIVA 17

12 OBJETIVO GERAL 21

13 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 21

2 REVISAtildeO DA LITERATURA 22

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GTM 22

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 27

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE 41

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI 49

3 MEacuteTODOS 59

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADES EM GTM 59

311 Levantamento Bibliograacutefico 59

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para a Funcionalidade do Serviccedilo de

GTM 60

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA aos Criteacuterios

Elegidos 60

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO PELA TEacuteCNICA DELPHI 62

321 Amostragem 62

322 Criteacuterios de Seleccedilatildeo dos Juiacutezes 62

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia 63

324 Primeira Rodada de Delphi 64

325 Segunda Rodada de Delphi 66

33 ASPECTOS EacuteTICOS 67

34 RIGOR DA PESQUISA 67

4 RESULTADOS 69

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE

CONFORMIDADE EM GTM 69

411 Levantamento Bibliograacutefico 69

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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P aacute g i n a | 133

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

P aacute g i n a | 141

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

P aacute g i n a | 142

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

P aacute g i n a | 143

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

P aacute g i n a | 144

SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

P aacute g i n a | 145

1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

P aacute g i n a | 146

SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

P aacute g i n a | 147

REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

P aacute g i n a | 148

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

Page 7: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA ...€¦ · o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert. Também fizeram argumentações sobre o instrumento

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de GTM ao MBAH 71

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO PELA TECNICA DELPHI 75

421 Anaacutelise de Perfil dos Especialistas Participantes que Compotildee o Grupo de

Juiacutezes 75

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi 77

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi 78

424 Resultados da Anaacutelise da Segunda Rodada de Delphi 84

5 DISCUSSAtildeO 91

51 ELABORACcedilAtildeO DE UM INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA

AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 91

511 Levantamento Bibliograacutefico 91

512 Criteacuterios Identificados 93

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES 102

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI 106

6 CONCLUSAtildeO 117

7 REFEREcircNCIAS 119

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO 133

APEcircNDICE B ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO 134

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA 136

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade 29

Quadro 02 - Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 30

Quadro 03 - Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM 32

Quadro 04 - Comparaccedilatildeo entre as demandas de um serviccedilo de GTM atraveacutes

da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos 38

Quadro 05 - Escala de Likert de grau de confianccedila 63

Quadro 06 -

Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de

GTM 70

Quadro 07 - Criteacuterios de GTM selecionados para a construccedilatildeo do

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades 72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Escala de forccedila de cosenso 65

Tabela 02 - Anaacutelise de consenso final 65

Tabela 03 - Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes 75

Tabela 04 - Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com

atividade 76

Tabela 05 - Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes da pesquisa 77

Tabela 06 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 1 79

Tabela 07 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 2 80

Tabela 08 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 3 82

Tabela 09 - Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada Delphi da Seccedilatildeo 4 82

Tabela 10 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 1 84

Tabela 11 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 2 86

Tabela 12 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 3 88

Tabela 13 - Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a primeira rodada Delphi

na Seccedilatildeo 4 89

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 -

Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de organizaccedilatildeo do instrumento

de avaliaccedilatildeo de conformidades da

ONA 61

Figura 02 - Fluxograma da Teacutecnica Delphi 68

Figura 03 - Organograma do instrumento proposto pela pesquisa 74

Figura 04 - Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades desenvolvido no presente estudo 78

LISTA DE SIGLAS

ASCP - American Society of Consultant Pharmacists

AF - Atenccedilatildeo Farmacecircutica

AMCP - Academy of Managed Care Pharmacy

ASHP - American Society of Health-System Pharmacists

APhA - American Pharmacists Association

BIREME - Biblioteca Regional de Medicina

CAC - Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees

CBA - Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

CCAH - Comissatildeo Conjunta de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais

CQH - Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo

EUA - Estados Unidos da Ameacuterica

FBH - Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

GTM - Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healtcare Organizations

IA - Instituiccedilotildees Acreditadoras

IAHCS - Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede

IPASS - Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede

IRA - Inter-rater Agreement

IVC - Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciecircncias da Sauacutede

MTM - Medication Therapy Management

MBAH - Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

NCQA - National Committee for Quality Assurance

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

ONA - Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

OPAS - Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede

OPSS - Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos de Sauacutede

PNAF - Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica

PPH - Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar

PRM - Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos

PACQS - Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo da Qualidade em Sauacutede

SciELO - Scientific Electronic Library Online

SINITOX - Sistema Nacional de Informaccedilatildeo Toacutexico-Farmacoloacutegica

SUS - SUS- Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LISTA DE SIacuteMBOLOS

- Dividido

= - Igual

ge - Maior e Igual que

le - Menor e igual que

gt - Maior que

lt - Menor que

+ - Adiccedilatildeo

- - Subtraccedilatildeo

sum - Soma de todos valores

- Percentual

X2 - Potecircncia de 2

RESUMO

O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) eacute o serviccedilo cliacutenico oferecido aos

pacientes no sistema de sauacutede baseado no referencial teoacuterico e filosoacutefico da Atenccedilatildeo

Farmacecircutica Esse serviccedilo tem demonstrado potencial para interferir positivamente

na morbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos na sociedade Entretanto

as dificuldades enfrentadas por farmacecircuticos e gestores para implantar e manter

serviccedilos inovadores como o GTM seguindo padrotildees que garantam a qualidade de a

oferta podem impossibilitar a consolidaccedilatildeo deste serviccedilo no sistema de sauacutede Neste

contexto ferramentas potencialmente uacuteteis satildeo os modelos de acreditaccedilatildeo que vem

se firmando como uma estrateacutegia capaz de garantir a qualidade e seguranccedila dos

serviccedilos de sauacutede No Brasil a acreditaccedilatildeo por meio da avaliaccedilatildeo de conformidade

foi proposta pelo Ministeacuterio da Sauacutede em 2001 e eacute regulamentada pela Organizaccedilatildeo

Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) Indica os criteacuterios aos quais os serviccedilos precisam

atender para garantir o miacutenimo de reprodutibilidade qualidade e seguranccedila Este

estudo teve como objetivo desenvolver e validar um instrumento de avaliaccedilatildeo de

conformidade baseado no modelo estipulado pela ONA e adaptado para serviccedilos de

GTM Para alcanccedilar tais objetivos foi realizado um levantamento bibliograacutefico com

intuito de elencar os criteacuterios miacutenimos que devem compor o serviccedilo de GTM Em um

segundo momento o instrumento proposto foi validado por meio da avaliaccedilatildeo de

conteuacutedo por especialistas denominados juiacutezes o meacutetodo de Delphi Colaboraram

como juiacutezes 21 farmacecircuticos com experiecircncia miacutenima de um ano com GTM

pesquisadores e docentes da aacuterea de variadas partes do Brasil Os juiacutezes avaliaram

o instrumento em rodadas sequenciais utilizando escala tipo Likert Tambeacutem fizeram

argumentaccedilotildees sobre o instrumento sugerindo alteraccedilatildeo retirada ou acreacutescimo de

itens A cada rodada foi realizada anaacutelise estatiacutestica dos pareceres por meio da Iacutendice

de Validade de Conteuacutedo e Inter rate-agreement (IRA) e avaliaccedilatildeo qualitativa das

argumentaccedilotildees As rodadas se encerraram quando todos os criteacuterios obtiveram

consenso miacutenimo de 85 e IRA ge61 No decorrer de duas rodadas de avaliaccedilotildees

19 itens foram modificados e 4 novos itens foram incorporados ao instrumento Apoacutes

aprovaccedilatildeo de todos os itens o instrumento reformulado foi considerado finalizado

Palavras-chave Gerenciamento da Terapia Medicamentosa Padratildeo de qualidade Acreditaccedilatildeo Teacutecnica Delphi

ABSTRACT

The Comprehensive Medication Management (CMM) is a clinical service based on the theoretical and philosophical framework of pharmaceutical care with purpose to optimize the use of drugs This service has shown the potential to positively affect the damage caused by the use of drugs in society However the difficulties faced by pharmacists and managers to deploy and maintain innovative services such as CMM following standards that ensure the quality of its offer may not allow for consolidation of service in the health system In this context a potentially useful tool is the accreditation models which has established itself as strategy able to ensure the quality and safety of health services In Brazil accreditation through conformity assessment was proposed by the Ministry of Health in 2001 and is regulated by the National Accreditation Organization (ONA) Indicates the criteria to which the services must meet to ensure the minimum of reproducibility quality and safety This study aimed to develop and validate by experts a compliance assessment tool based on the model ONA and adapted for CMM services To achieve these objectives a literature review was performed in order to list the minimum criteria which should make the CMM service The second time the proposed instrument was validated by content evaluation by experts called judges using the Delphi technique Collaborated as 20 pharmaceutical judges with a minimum one-year experience with CMM and researchers in the area of various parts of Brazil The judges evaluated the instrument in sequential rounds using Likert scale They also made arguments on the instrument suggesting alteration removal or addition of items Each round was carried out statistical analysis of the opinions through the Content Validity Index (CVI) and interrater-agreement (IRA) and qualitative evaluation of arguments The rounds are closed when all the obtained minimum consensus criteria of 85 and IRA ge61 During two rounds of reviews 19 items have been modified and 4 new items were added to the instrument After approval of all items the redesigned instrument was considered finalized

Keywords Comprehensive Medication Management Quality standard Accreditation

Delphi Technique

P aacute g i n a | 16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A morbimortalidade relacionada ao uso de medicamentos produz impacto negativo de

variadas naturezas para sociedade e por isso tem sido alvo de vaacuterios estudos

globalmente Nesse contexto medidas para a gestatildeo cliacutenica eficiente dos

medicamentos devem ser adotadas a partir desta perspectiva a fim de contribuir para

reduccedilatildeo do impacto social e econocircmico dos danos ocasionados por medicamentos

(HEPLER amp STRAND 1990 SOUZA 2003)

No Brasil um levantamento realizado em 2013 pelo Sistema Nacional de Informaccedilatildeo

Toacutexico-Farmacoloacutegica (SINITOX) revela que os medicamentos estatildeo em primeiro

lugar na lista dos agentes causadores de intoxicaccedilatildeo nos seres humanos aleacutem de

serem os principais causadores de oacutebitos por intoxicaccedilatildeo (SINITOX 2013)

De acordo com Ernst e Grizzle (2001) os problemas relacionados a medicamentos

continuam sendo um grave problema meacutedico e econocircmico para sociedade O

resultado do estudo realizado nos Estados Unidos da Ameacuterica (EUA) por tais

pesquisadores revelou que desde 1995 os custos relacionados a PRM mais que

dobraram atingindo um montante de 1774 bilhotildees de doacutelares por ano Estes custos

foram apresentados nas demandas de serviccedilo de emergecircncia internaccedilotildees

hospitalares e novas consultas meacutedicas (ERNESTamp GRIZZLE 2001)

As consequecircncias relacionadas agraves intoxicaccedilotildees e reaccedilotildees adversas satildeo os toacutepicos

mais explorados dentre os problemas relacionados ao uso de medicamentos

Entretanto outros problemas como a terapia duplicada interaccedilotildees medicamentosas

falta de adesatildeo e a falta de efetividade da farmacoterapia tambeacutem satildeo seacuterios

problemas que impactam de forma direta na vida dos pacientes e no sistema de sauacutede

como um todo (RAMALHO DE OLIVEIRA 2013)

Estudo sobre os resultados de 10 anos de implantaccedilatildeo de serviccedilos de GTM no sistema

de sauacutede Fairview Health Services (EUA) revelou que entre as 7 categorias de

Problemas Relacionados ao uso de Medicamentos (PRM) existentes as maiores

incidecircncias encontram-se nas categorias de ldquonecessidade de terapia adicionalrdquo e

ldquodose baixardquo representando 281 e 261 respectivamente de todos os PRM

identificados (RAMALHO DE OLIVEIRA BRUMMEL amp MILLER 2010)

P aacute g i n a | 17

Nesse contexto Atenccedilatildeo Farmacecircutica (AF) apresenta-se como uma praacutetica cliacutenica

centrada no paciente com a missatildeo de identificar resolver e prevenir PRM Por

definiccedilatildeo eacute a praacutetica na qual o profissional assume a responsabilidade pelas

necessidades farmacoterapecircuticas do paciente e responde por este compromisso

No decurso desta praacutetica a farmacoterapia responsaacutevel eacute fornecida com o propoacutesito

de conseguir resultados positivos paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2012)

O processo de cuidado da AF consiste em trecircs etapas avaliaccedilatildeo inicial plano de

cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados No entanto o processo de cuidado ocorre de forma

ciacuteclica sendo que novas avaliaccedilotildees do paciente elaboraccedilotildees de planos de cuidado e

avaliaccedilotildees de resultados satildeo realizados de forma contiacutenua durante todo

acompanhamento do uso de medicamentos pelo paciente (FREITAS et al 2006

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Diversos estudos demonstram os impactos positivos resultantes de serviccedilos baseados

no arcabouccedilo da atenccedilatildeo farmacecircutica em aspectos cliacutenicos econocircmicos e

humaniacutesticos em escala nacional e mundial Desse modo fica evidenciado o potencial

que esta praacutetica possui para interferir positivamente nos sistemas de sauacutede e na vida

dos pacientes (GOLCcedilALVES 2012 MEIRELES 2013 RAMALHO DE OLIVEIRA

2013 SOLUCcedilAtildeO 2005 STRAND et al 2004)

Conforme exposto AF eacute a praacutetica cliacutenica definida em Minnesota por Cipolle Strand e

Morley (2004) O serviccedilo cliacutenico oferecido aos pacientes no mundo real que pode ser

avaliado e reproduzido e que reflete todo o arcabouccedilo teoacuterico e eacutetico proposto pela

atenccedilatildeo farmacecircutica eacute denominado Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

(GTM)(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

11 JUSTIFICATIVA

O iniacutecio da deacutecada de noventa em detrimento da criaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

(SUS) traz consigo uma nova visatildeo de sauacutede por meio da adoccedilatildeo do conceito definido

pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) que propotildee sauacutede natildeo se trata apenas

da ausecircncia de doenccedila mas de um completo bem-estar fiacutesico mental e social

(SANTOS 2008)

P aacute g i n a | 18

Em 2004 o Conselho Nacional de Sauacutede atraveacutes da resoluccedilatildeo 338 aprovou a Poliacutetica

Nacional de Assistecircncia Farmacecircutica (PNAF) Este documento incorporou a AF como

parte das accedilotildees que devem ser desempenhadas dentro do ciclo da assistecircncia

farmacecircutica e a inaugurou no cenaacuterio da sauacutede puacuteblica brasileiro Portanto a AF foi

reconhecida como uma ferramenta com potencial de trazer melhorias a qualidade de

vida dos pacientes condizente com as bases ideoloacutegicas do sistema de sauacutede

brasileiro (RDC 338 2004)

A Organizaccedilatildeo Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) no ano de 2007 emitiu documento

oficial sobre o uso racional de medicamentos na perspectiva multiprofissional em que

definiu a implementaccedilatildeo da AF como uma das estrateacutegias que podem impactar

positivamente nas consequecircncias do uso de medicamentos no Brasil No entanto foi

destacado que ainda haacute insuficiecircncia de accedilotildees efetivas para promover a implantaccedilatildeo

da AF devido ao perfil de profissionais farmacecircuticos aleacutem de falta de estrutura e

condiccedilotildees de manutenccedilatildeo de acompanhamento farmacoterapecircutico

farmacovigilacircncia e erros de medicaccedilatildeo (OPAS 2007)

Analisando o desenvolvimento do modelo assistencial brasileiro em concordacircncia com

o conceito de sauacutede defendido pela OMS fica evidenciado que a AF eacute uma praacutetica

cliacutenica que se encaixa perfeitamente nos moldes da assistecircncia agrave sauacutede adotada pelo

Estado brasileiro Aleacutem disto fica claro seu potencial para atuar na modificaccedilatildeo do

cenaacuterio de sauacutede e trazer impactos positivos diretos e indiretos para a economia do

sistema os resultados cliacutenicos e principalmente a qualidade de vida do paciente

(GONCcedilALVES 2012 HEPLER amp STRAND 1990 NAU 2009 SOLUCcedilAtildeO 2005

STRAND et al 2004)

Entretanto apesar de ter sido muito debatida em meados de 1990 ainda hoje existem

diferentes visotildees a respeito da AF e algumas destas visotildees desconsideram a base

proposta pelos idealizadores desta praacutetica Tais divergecircncias tecircm dificultado o

reconhecimento e delineamento da AF no Brasil e em outros lugares do mundo Essa

situaccedilatildeo coloca em risco os resultados e assim a proacutepria sobrevivecircncia do serviccedilo

(ANGONESI amp SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

O aumento do investimento no campo da sauacutede e a necessidade de uma assistecircncia

digna jaacute evidenciavam a necessidade de estabelecer padrotildees de atendimento que

P aacute g i n a | 19

servissem de instrumentos de monitorizaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do atendimento prestado ao

paciente (POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Nesse sentido antes mesmo da criaccedilatildeo da AF desde a deacutecada de 70 a Enfermagem

atentou-se para a importacircncia de uniformizar sua praacutetica profissional Dessa forma foi

iniciado o desenvolvimento dos padrotildees de praacutetica com intuito de aumentar

efetividade e eficiecircncia de seus atendimentos de forma a manter a qualidade do

serviccedilo e garantir os melhores resultados para o paciente e o cliente (WHEBE amp

GALVAtildeO 2001)

Do mesmo modo Cipolle Strand e Morley (200) afirmam que assim como nas demais

profissotildees de sauacutede como Enfermagem Medicina e Odontologia a praacutetica cliacutenica

farmacecircutica deve possuir um processo uacutenico de cuidado Os referidos autores

apontam os padrotildees de praacutetica como instrumento responsaacutevel por tornar qualquer

profissional capaz de oferecer ao paciente um serviccedilo de qualidade completo e

uniforme e em qualquer cenaacuterio

No intuito de uniformizar a praacutetica de AF Cipolle Strand e Morley (2004) criaram

padrotildees de desempenho do profissional de AF para avaliar a praacutetica em cada fase do

processo avaliaccedilatildeo inicial plano de cuidado e avaliaccedilatildeo de resultados

Ramalho de Oliveira (2011) elaborou uma adaptaccedilatildeo com detalhamentos deste

modelo de avaliaccedilatildeo de desempenho na qual explica cada etapa do processo de

cuidado ao paciente e como ela deve ser avaliada de forma clara e objetiva para servir

como guia do desenvolvimento da praacutetica de AF em qualquer cenaacuterio (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

Com o crescente investimento no campo da sauacutede fica evidente que natildeo somente

nos serviccedilos de GTM assim como em todos os outros serviccedilos de assistecircncia agrave sauacutede

eacute necessaacuterio mecanismo para assegurar a qualidade dos atendimentos

(DONABEDIAN 2005) Portanto a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial

nos serviccedilos de sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados (COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003) Nesse contexto o processo de acreditaccedilatildeo surge como

instrumento importante na avaliaccedilatildeo do desempenho de instituiccedilotildees de sauacutede por ser

um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica ordenada e racionalizada dos recursos

globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 20

Em acircmbito nacional o Ministeacuterio da Sauacutede por meio da portaria nordm 1970GM em 25

de outubro de 2001 proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como

medida contida dentro do Programa de Garantia de Aprimoramento da Qualidade em

Sauacutede como um dos principais recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e

seguranccedila dos atendimentos hospitalares prestados independentemente de sua

complexidade porte ou viacutenculo institucional (BRASIL2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade que eacute

definido pela portaria 361 de 2011 como

ldquoProcesso sistematizado com regras preacute-estabelecidas devidamente acompanhado e avaliado de forma a propiciar adequado grau de confianccedila de que um produto processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-estabelecidos pela base normativa com o menor custo possiacutevel para a sociedade (BRASIL 2011 p3)rdquo

Este se trata de um modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas aleacutem de ser capaz de cumprir com confiabilidade o objetivo

proposto No Brasil a acreditaccedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede eacute coordenada pela

Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo (ONA) (BRASIL 2002 b 2014)

Como exposto a falta de uniformidade no desempenho da AF e as divergecircncias em

relaccedilatildeo a compreensatildeo e execuccedilatildeo desta praacutetica podem comprometer sua

consolidaccedilatildeo bom desenvolvimento e consequentemente os resultados beneacuteficos

esperados (FREITAS et al 2006 NAU 2009 OPAS 2007 PEREIRA et al 2009)

Nesse tocante o sistema de acreditaccedilatildeo regido metodologicamente pela avaliaccedilatildeo

de conformidade apresenta-se como modelo sistemaacutetico capaz de garantir resultados

miacutenimos e desejaacuteveis dos serviccedilos de GTM existentes no cenaacuterio atual Portanto o

presente estudo aponta o modelo de acreditaccedilatildeo como uma estrateacutegia uacutetil capaz de

colaborar com o desenvolvimento da praacutetica cliacutenica de GTM com intuito de garantir

uniformidade e confiabilidade dos mesmos Fica entatildeo evidenciado a necessidade de

investigar um modelo de avaliaccedilatildeo de conformidade adaptado para o serviccedilo de GTM

introduzido na realidade dos serviccedilos de sauacutedes brasileiros

P aacute g i n a | 21

Em face disso levantou-se o questionamento Quais criteacuterios deve conter um

instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM)

Atentando-se agrave supracitada questatildeo o intuito do presente estudo eacute elaborar um

instrumento para avaliaccedilatildeo da conformidade em serviccedilos de GTM segundo os criteacuterios

da ONA Assim espera-se gerar informaccedilotildees capazes de colaborar com a elaboraccedilatildeo

de estrateacutegias que visem melhorar o desempenho dos serviccedilos de GTM e contribuir

com a praacutetica da atenccedilatildeo farmacecircutica no cenaacuterio nacional

12 OBJETIVO GERAL

Criar um instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM com base na

metodologia e normativas da ONA e validaacute-lo por meio da teacutecnica de Delphi

13 OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Identificar os criteacuterios baacutesicos que devem compor o serviccedilo de GTM

b) Propor um modelo de instrumento para inspeccedilatildeo de conformidade em serviccedilos de

GTM segundo o modelo da ONA

c) Validar o instrumento utilizando a teacutecnica de Delphi

P aacute g i n a | 22

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 EVOLUCcedilAtildeO DA DEFINICcedilAtildeO DE ATENCcedilAtildeO FARMACEcircUTICA AO GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A evoluccedilatildeo da praacutetica de cuidado farmacecircutico se iniciou nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) e vem se desenvolvendo a mais de 140 anos (HOLLAND amp NIMMO

1999)

Impulsionado por mudanccedilas sociais tecnoloacutegicas e comerciais o perfil do

farmacecircutico foi se adaptando e trilhando novos rumos Nesta trajetoacuteria o farmacecircutico

passou pela fabricaccedilatildeo manipulaccedilatildeo distribuiccedilatildeo de medicamentos ateacute chegar ao

perfil cliacutenico que deu origem a atenccedilatildeo farmacecircutica (HOLLAND amp NIMMO 1999

PEREIRA amp FREITAS 2008)

Segundo Holland amp Nimmo (1999) as mudanccedilas do perfil profissional farmacecircutico

foram tatildeo acentuadas que parecem se tratar de profissionais totalmente diferentes

mas que por coincidecircncia utilizam um nome em comum ldquofarmacecircuticordquo

Contudo o perfil cliacutenico do farmacecircutico foi iniciado com o farmacecircutico inserido nos

hospitais onde o profissional comeccedilou a contribuir com os meacutedicos na tomada de

decisatildeo acerca da otimizaccedilatildeo da farmacoterapia Deste modo o farmacecircutico atuava

como coadjuvante e os meacuteritos dos resultados cliacutenicos relacionado ao uso adequado

dos medicamentos era sempre atribuiacutedo apenas ao proacuteprio prescritor (HOLLAND amp

NIMMO 1999)

Em 1990 Hepler e Strand chamam a atenccedilatildeo para uma inovadora definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica Nesta nova definiccedilatildeo a palavra responsabilidade atribui nova

direccedilatildeo a praacutetica farmacecircutica na qual o profissional passa a assumir um

compromisso e um papel autocircnomo no cuidado com finalidade de alcanccedilar resultados

definitivos para melhorar a qualidade de vida do paciente

A mudanccedila entre farmaacutecia cliacutenica e atenccedilatildeo farmacecircutica foi caracterizada como uma

mudanccedila de atitude O farmacecircutico sai dos bastidores e em conjunto com o paciente

assume uma responsabilidade pelos resultados do uso de medicamentos (HOLLAND

amp NIMMO 1999)

P aacute g i n a | 23

Para que se atenda satisfatoriamente agrave nova atribuiccedilatildeo relacionada ao GTM e se

incorpore outra perspectiva frente a funccedilatildeo do farmacecircutico cliacutenico neste iacutenterim este

profissional deve capacitar-se atraveacutes da aquisiccedilatildeo de novos conhecimentos e

habilidades (HOLLAND amp NIMMO 1999)

No entanto a interpretaccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funcionalidade da atenccedilatildeo

farmacecircutica difere em diversos paiacuteses Estudo feito em 1999 por Van Mil mostrou

que 30 paiacuteses ateacute aquele momento compreendiam atenccedilatildeo farmacecircutica como a

definiccedilatildeo original estipula por Hepler nos EUA 12 paiacuteses natildeo tinham definiccedilatildeo de

atenccedilatildeo farmacecircutica e outros 12 paiacuteses 12 paiacuteses possuiacuteam outras definiccedilotildees de AF

diferente da estabelecida por Hepler e Strand em 1990 Apesar das divergecircncias

todas as definiccedilotildees da praacutetica tratavam-se de uma atividade farmacecircutica com contato

direto e individual com paciente

O primeiro relato de definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica foi em 1975 quando Mikeal e

colaboradores iniciaram uma descriccedilatildeo da missatildeo da praacutetica farmacecircutica e a

descreveram como a atenccedilatildeo que um dado paciente requer e recebe com garantias

do uso seguro e racional dos medicamentos (PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN

MIL1999)

Entretanto o termo Atenccedilatildeo farmacecircutica foi utilizado a primeira vez com seu sentido

mais proacuteprio pelo pesquisador Brodie e seus colaboradores no ano de 1980 (BRASIL

2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL1999) ldquoA definiccedilatildeo das necessidades

farmacoterapecircuticas de um dado paciente e a provisatildeo natildeo apenas dos

medicamentos requeridos mas tambeacutem dos serviccedilos necessaacuterios (antes durante e

depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetivardquo

Nesta ocasiatildeo foi inaugurada a ideia de uma praacutetica de cuidado continuado e mais

abrangente (BRASIL 2010 VAN MIL1999) Apesar deste avanccedilo o foco da atividade

do profissional ainda natildeo se situava no paciente e sim no medicamento (BRASIL

2010)

Em 1985 Hepler afirma que a construccedilatildeo de uma filosofia condizente e bem delimitada

eacute um pressuposto baacutesico para o desenvolvimento de uma profissatildeo cliacutenica Assim a

farmaacutecia deveria realizar um pacto entre farmacecircuticos e seus pacientes e por

extensatildeo entre a profissatildeo farmacecircutica e a sociedade (BRASIL 2010) Jaacute em 1987

P aacute g i n a | 24

o mesmo autor desenvolveu sua primeira definiccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica na qual

ele afirma que deve haver uma relaccedilatildeo conveniente entre farmacecircutico e paciente

sendo este profissional responsaacutevel pelo controle do uso do medicamento atraveacutes de

habilidades e conhecimento (BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS 2008 VAN MIL

1999)

Jaacute em 1988 Strand e colaboradores criaram o Pharmacistrsquos Workup of Drug Therapy

(PWDT) um meacutetodo cliacutenico sistemaacutetico para tomada de decisatildeo para que os

farmacecircuticos pudessem identificar e atender todas as necessidades do paciente

relacionada ao uso de medicamentos Este foi um passo importante e para

documentaccedilatildeo e evoluccedilatildeo da cliacutenica farmacecircutica (BRASIL 2010)

Posteriormente em 1990 Hepler e Strand reformularam a definiccedilatildeo de AF cujo novo

conceito foi definido como ldquoA provisatildeo responsaacutevel da farmacoterapia com o

propoacutesito de obter resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientesrdquo (AGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2010 PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL1999)

Ainda no ano de 1990 Strand e colaboradores formularam a primeira classificaccedilatildeo

dos problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM) a qual foi dividida em

oito categorias Os autores definiram PRM como situaccedilatildeo indesejada relacionada ao

medicamento que tem potencial para impactar realmente ou potencialmente de forma

negativa nos resultados terapecircuticos (BRASIL 2010)

Atualmente a classificaccedilatildeo de PRM com 7 categorias distribuiacutedas entre problemas

relacionados a indicaccedilatildeo efetividade seguranccedila e conveniecircncia (BRASIL 2010

RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Nesta nova versatildeo destaca-se o potencial dos PRM

de impactar negativamente natildeo somente nos resultados cliacutenicos esperados mas

tambeacutem de forma mais ampla em dimensotildees psicoloacutegicas fisioloacutegicas socioculturais

e econocircmicas (BRASIL 2010 RAMALHO DE OLIVEIRA2013 STRAND et al 2004)

A definiccedilatildeo de AF foi readequada pelos autores dois anos apoacutes publicaccedilatildeo da

classificaccedilatildeo de PRM Definiu-se entatildeo alteraccedilatildeo do foco da praacutetica cliacutenica

farmacecircutica a qual passou a ser centrada no paciente Praacutetica centrada no paciente

na qual o profissional assume a responsabilidade pelas necessidades do paciente em

P aacute g i n a | 25

relaccedilatildeo aos medicamentos e um compromisso a respeito (PEREIRA amp FREITAS

2008 VAN MIL 1999)

Apoacutes anos de experiecircncias com a praacutetica de AF no Programa Minnesota

Pharmaceutical Care Project um grupo de pesquisadores da Universidade de

Minessota estabeleceu revisatildeo e reformulaccedilatildeo de atenccedilatildeo farmacecircutica em 1998

como ldquouma praacutetica na qual o farmacecircutico assume a responsabilidade de atender agraves

necessidades do paciente no que concerne a sua farmacoterapia e assume o

compromisso de resolvecirc-lasrdquo (BRASIL 2010)

A OMS definiu em 1993 a AF como ldquoo conjunto de atitudes valores eacuteticos funccedilotildees

conhecimentos responsabilidades e habilidades do farmacecircutico na prestaccedilatildeo da

farmacoterapia com o objetivo de alcanccedilar resultados terapecircuticos definidos na sauacutede

e qualidade de vida da populaccedilatildeordquo (BRASIL 2010)

Dez anos apoacutes o surgimento da AF nos EUA discussotildees lideradas pela Organizaccedilatildeo

Pan-Americana de Sauacutede (OPAS) Ministeacuterio da Sauacutede e OMS resultaram no

estabelecimento de uma proposta de consenso brasileiro sobre a definiccedilatildeo de atenccedilatildeo

farmacecircutica Nesta ocasiatildeo foi adotado e oficializado neste paiacutes a seguinte definiccedilatildeo

um modelo de praacutetica farmacecircutica desenvolvida no contexto da Assistecircncia

Farmacecircutica Compreende atitudes valores eacuteticos comportamentos habilidades

compromissos e co-responsabilidades na prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo e

recuperaccedilatildeoda sauacutede de forma integrada agrave equipe de sauacutede Eacute a interaccedilatildeo direta do

farmacecircutico com o usuaacuterio visando uma farmacoterapia racional e a obtenccedilatildeo de

resultados definidos e mensuraacuteveis voltados para a melhoria da qualidade de vida

Esta interaccedilatildeo tambeacutem deve envolver as concepccedilotildees dos seus sujeitos respeitadas

as suas especificidades bio-psico-sociais sob a oacutetica da integralidade das accedilotildees de

sauacutede (BRASIL2002 a)

Apesar da definiccedilatildeo estabelecida na proposta de consenso brasileiro envolver

elementos descritos pelos idealizadores da atenccedilatildeo farmacecircutica como a co-

responsabilidades e cuidado centrado no paciente o referido documento ao descrever

o seguimento faramcoterapecircutico admite que a praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica

engloba seis atividades sendo estas dispensaccedilatildeo educaccedilatildeo em sauacutede orientaccedilatildeo

farmacecircutica atendimento farmacecircutico registro sistemaacutetico das atividades

P aacute g i n a | 26

mensuraccedilatildeo e avaliaccedilatildeo dos resultados e seguimento faramcoterapecircutico (BRASIL

2002 a RAMALHO DE OLIVEIRA2011 )

Desse modo fica evidente que o modelo adotado pelo Brasil na proposta de consenso

natildeo seguiu o referencial teoacuterico de Cipolle Strand e Morley pois categorizou o

seguimento farmacoterapecircutico apenas como mais um dos componentes da atenccedilatildeo

farmacecircutica (BRASIL 2002 a) Para os idealizadores originais a atenccedilatildeo

farmacecircutica eacute o proacuteprio seguimento farmacoterapecircutico de forma registrada

devidamente acompanhada com objetivos bem definidos com finalidade de atuar na

prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede baseado em valores eacuteticos e filosoacuteficos

(BRASIL 2007 CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2000 DUPOTEY RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011 FREITAS et al 2006)

Liderado por Cipolle e Strand no ano de 2003 o governo Norte-Americano implantou

a cobertura do seguimento da farmacoterapia para beneficiaacuterios elegiacuteveis no

programa federal Medicare Prescription Drug Improvement and Modernization Act of

2003 (BRASIL 2010) Nesta ocasiatildeo foi inaugurado o termo Medication Therapy

Management (MTM) que em portuguecircs foi traduzido como Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa (GTM) (RAMALHO DE OLIVEIRA 2010)

Portanto o GTM nada mais eacute que o serviccedilo de seguimento farmacoterapecircutico

ofertado a pacientes no mundo real sustentado nos valores eacuteticos filosoacuteficos e

metodoloacutegicos da Atenccedilatildeo Farmacecircutica (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Em 2014 o Conselho Federal de Farmaacutecia (CFF) publicou para consulta puacuteblica um

documento sobre serviccedilos farmacecircuticos onde o referencial adotado para o ldquocuidado

farmacecircuticordquo eacute o referencial da atenccedilatildeo farmacecircutica de Cipolle Strand e Morley e a

aplicaccedilatildeo completa deste referencial eacute representada pelo ldquoacompanhamento

farmacoterapecircuticordquo identificado neste documento como equivalente ao GTM

Entretanto assim como na proposta de consenso o CFF natildeo reconhece como cuidado

farmacecircutico uacutenica exclusivamente o seguimento farmacoterapecircutico mas sim uma

seacuterie de atividades cliacutenicas farmacecircuticas (CFF 2014)

De acordo com exposto a definiccedilatildeo de Atenccedilatildeo Farmacecircutica foi muito debatida em

meados de 1990 Entretanto ainda hoje existem diferentes visotildees a respeito da

mesma e algumas destas natildeo consideram o referencial filosoacutefico proposto por seus

P aacute g i n a | 27

idealizadores Tais divergecircncias da praacutetica tecircm dificultado o reconhecimento e

delineamento da Atenccedilatildeo Farmacecircutica no Brasil e outros lugares do mundo Assim

a falta de padronizaccedilatildeo coloca em risco os resultados esperados e ateacute mesmo a

sobrevivecircncia da praacutetica (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009)

22 CARACTERIacuteSTICAS ESTRUTURANTES E PADRONIZACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

A qualidade da assistecircncia consiste na capacidade que o serviccedilo possui de gerar

impacto positivos para o paciente de modo geral e de reduzir os resultados

indesejados Portanto pode-se defini-la como a habilidade de alocar recursos e

processos de forma eficiente de modo a propiciar ganhos na sauacutede e qualidade de

vida do paciente (SESCAM 2009)

No intuito de atingir a qualidade da assistecircncia a padronizaccedilatildeo dos processos torna-

se importante para que o serviccedilo seja executado da forma mais eficiente (SIMENSON

amp McGIVNEY 2007)

O reconhecimento do serviccedilo de GTM como estrateacutegia nacional norte-americana para

otimizar os resultados da farmacoterapia e reduccedilatildeo de eventos adversos foi um marco

na evoluccedilatildeo dos serviccedilos farmacecircuticos (BRASIL 2010 AMCP2008)

Desse modo preocupada com a qualidade dos atendimentos prestados a American

Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em 2003 estabeleceu normas para

documentaccedilatildeo da praacutetica de GTM que norteassem a consulta de forma eficiente

Segundo a ASHP eacute essencial para uma boa avaliaccedilatildeo farmacecircutica que o profissional

registre o resumo da histoacuteria medicamentosa do paciente relatando alergias e suas

manifestaccedilotildees as intervenccedilotildees realizadas pelo farmacecircutico a lista de medicamentos

em uso os problemas relacionados a medicamentos reais e potenciais que justifiquem

vigilacircncia e achados da monitorizaccedilatildeo terapecircutica de medicamentos

Os registros dos achados de monitorizaccedilatildeo devem incluir Adequaccedilatildeo terapecircutica

incluindo meacutetodo de administraccedilatildeo duplicaccedilatildeo medicamentosa no regime do

paciente grau de adesatildeo dos pacientes aos medicamentos prescritos real ou

potencial interaccedilatildeo medicamento-medicamento medicamento-alimento teste de

laboratoacuterios e medicamento e interaccedilatildeo com doenccedila toxicidade do medicamento real

P aacute g i n a | 28

e potencial e efeitos adversos esperados sinais fiacutesicos e sintomas cliacutenicos

importantes que interferem na farmacoterapia do paciente educaccedilatildeo do paciente

relacionado ao uso de medicamento

Segundo a ASHP as consultas devem ser bem documentadas de forma a propiciar

aos outros profissionais do cuidado a possibilidade de resgate e manejo da histoacuteria

medicamentosa (ASHP 2003)

O documento da ASHP ainda apresenta outros aspectos importantes da

documentaccedilatildeo como (ASHP 2003)

Necessidade de garantir o sigilo e privacidade das informaccedilotildees do paciente

O registro de dados do farmacecircutico de forma que ele possa ser contatado

posteriormente

O uso de um padratildeo para registro da evoluccedilatildeo farmacecircutica (SOAP por exemplo)

Registro dos fatos de forma precisa concisa e objetiva

Ainda em 2003 Currie e colaboradores tambeacutem realizaram uma descriccedilatildeo dos pontos

necessaacuterios para coleta de informaccedilotildees do paciente e registro de informaccedilotildees

essenciais na documentaccedilatildeo da praacutetica Apesar de semelhanccedilas com o primeiro

detalhamento da ASHP eacute possiacutevel observar itens novos e de forma mais pontual e

objetiva Aleacutem disso o documento elaborado por Currie e colaboradores aborda

aspectos relacionados a haacutebitos e condiccedilatildeo de vida dos pacientes que podem interferir

no tratamento (CURRIE et al 2003)

Conforme os referidos autores satildeo pontos essenciais da documentaccedilatildeo o registro da

identificaccedilatildeo do paciente (nome data de nascimento sexo etc) dados

socioeconocircmicos e informaccedilotildees para contato histoacuterico de alergias e reaccedilotildees

adversas problemas de sauacutede atuais e passados haacutebitos de vida que interfiram no

tratamento regimes alimentares ou atividades fiacutesicas (CURRIE et al 2003)

Em relaccedilatildeo agrave lista de medicamentos os autores enfatizam que eacute necessaacuterio coletar

dados abrangentes Deve-se relatar natildeo somente os medicamentos mas tambeacutem

todas as substacircncias ativas utilizadas pelos pacientes medicamentos prescritos natildeo

prescritos ervas suplementaccedilotildees e outros (CURRIE et al 2003)

P aacute g i n a | 29

A Academy of Managed Care Pharmacy (AMCP) eacute uma sociedade Norte Americana

de profissionais dedicada a praacutetica de GTM Em 2006 a AMCP elaborou um

documento com a pretensatildeo de estabelecer itens indispensaacuteveis para praacutetica de GTM

de qualidade mediante consenso de especialistas O estudo define que uso seguro

efetivo apropriado e econocircmico satildeo os resultados esperados pela aplicaccedilatildeo de um

serviccedilo de GTM de qualidade e para tal eacute necessaacuterio que o programa de GTM

apresente as seguintes caracteriacutesticas (AMCP 2006)

Quadro 1 Itens indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM de qualidade conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Cuidado centrado no

paciente

Conhecer o histoacuterico socioeconocircmico educacional e cultural do

paciente faraacute com que o provedor de GTM seja assertivo em suas

intervenccedilotildees

Abordagem interdisciplinar

baseada em trabalho em

equipe

Eacute indispensaacutevel a colaboraccedilatildeo de outros profissionais de sauacutede de

modo a obter diferentes pontos vista do problema avalia-lo de forma

multifatorial e o mais completa possiacutevel

Comunicaccedilatildeo Torna-se fundamental a comunicaccedilatildeo efetiva entre todos os

envolvidos passando pela a prescriccedilatildeo dispensaccedilatildeo monitoramento

e educaccedilatildeo em sauacutede para o sucesso da terapia

Populaccedilatildeo alvo com

atendimento

individualizado

O serviccedilo deve ser programado para atender a populaccedilotildees

especiacuteficas Entretanto o GTM deve ser desenvolvido de forma

individualizada

Flexibilidade para ampliar

as aplicaccedilotildees

O serviccedilo deve ser estruturado e implementado de forma a ser capaz

de solucionar problemas das demais populaccedilotildees sobretudo dos

grupos de risco

Medicina baseada em

evidencia As accedilotildees do provedor devem estar embasadas em recursos

cientiacuteficos para trazer maior seguranccedila e efetividade do serviccedilo

Promoccedilatildeo do GTM

Divulgaccedilatildeo do GTM em outros locais e planos de sauacutede privados

(Este criteacuterio eacute importante no contexto em que foi gerado uma vez

que nos EUA o GTM eacute oferecido pelo sistema puacuteblico de sauacutede

ameacuterica nos programas MEDICAD e MEDCARE) Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

O documento elaborado pela AMPC tambeacutem destaca aspectos operacionais

indispensaacuteveis para o serviccedilo de GTM (AMCP 2006)

P aacute g i n a | 30

Quadro 2 Aspectos operacionais indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme Academy of Managed Care Pharmacy

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Existir um processo de

identificaccedilatildeo e captaccedilatildeo de

pacientes

Com identificaccedilatildeo de grupo de riscos para desenvolvimento de RAM

que tem baixo resultado da terapia medicamentosa O serviccedilo deve

realizar uma lista com criteacuterios de elegibilidade (O texto sugere

algumas caracteriacutesticas capazes de ajudar no rastreio destes

pacientes)

Serviccedilos para conhecer as

necessidades individuais

do paciente

Alguns serviccedilos podem ser ofertados pelo programa de GTM o texto

traz uma lista de possiacuteveis atividades que podem ser incorporadas

pelo provedor aleacutem de incentivar o trabalho colaborativo com demais

profissionais

Serviccedilos ajustados ao

puacuteblico alvo

Avaliar dados demograacuteficos caracteriacutesticas socioeconocircmicas

educacionais e culturais eacute tarefa importante para que o serviccedilo de

GTM seja aplicaacutevel a comunidade alvo

Coordenaccedilatildeo de cuidado Priorizar o cuidado coordenado ao inveacutes de assistecircncia fragmentada

Criar mecanismos para compartilhamento de informaccedilotildees entre o

provedor de GTM e demais profissionais de sauacutede envolvidos Documentaccedilatildeo adequada e

avaliaccedilatildeo de resultados O serviccedilo deve contar com registro das atividades e anaacutelise dos

documentos assim como outras formas de avaliaccedilatildeo dos resultados

Garantia da qualidade

A garantia da qualidade deve ser incluiacuteda na implantaccedilatildeo de um

programa de GTM Assim ao projetar o serviccedilo deve-se incluir

maneiras de avaliaccedilatildeo longitudinal para averiguaccedilatildeo do alcance de

metas

Comunicados do GTM Comunicaccedilatildeo eficiente com os membros do plano e prestadores de

serviccedilo A comunicaccedilatildeo deve ser regular e permanente incluir

benefiacutecios e limitaccedilotildees do serviccedilo Profissionais que podem

coordenar ou fornecer o

programa de GTM

Farmacecircutico contratado farmaacutecias hospitais outros

estabelecimentos de sauacutede ou provedor autocircnomo Educaccedilatildeo

continuada e treinamentos para os provedores do serviccedilo Sistema registro das

atividades faturamento e

pagamento do serviccedilo

padronizados

No que se refere ao pagamento do serviccedilo este depende de um

sistema de registro e faturamento realizado de forma sistematizada

para que gere um pagamento adequado

Fonte Adaptado do documento de consenso da AMPC (2006)

Dois anos apoacutes a publicaccedilatildeo deste guideline AMPC em parceria com a National

Committee for Quality Assurance (NCQA) realizou um estudo para verificar se os

criteacuterios de qualidade estabelecidos inicialmente pela instituiccedilatildeo eram de fato

P aacute g i n a | 31

condizentes com a realidade e capazes de fornecer um serviccedilo de GTM de qualidade

(AMPC2008)

O referido estudo revelou que a versatildeo 10 foi bem-sucedida no que se propocircs

entretanto foi identificado a necessidade de ser mais especiacutefica em suas descriccedilotildees

O estudo faz uma criacutetica ao modelo de avaliaccedilatildeo estabelecido pelo documento 10

alegando que ele natildeo se aplica a todos os ambientes em que podem ser

implementados o serviccedilo de GTM e ainda afirma que a populaccedilatildeo a ser considerada

nos estudos deve ser definida de acordo com o perfil da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo

eacute ofertado O documento tambeacutem criacutetica o posicionamento do primeiro documento ao

inferir que o GTM deve ser estabelecido sobre uma relaccedilatildeo face-a-face restritamente

(AMPC 2008)

Em documento elaborado pela American Society of Consultant Pharmacists (ASCP)

destacam-se caracteriacutesticas necessaacuterias para um serviccedilo de GTM realizado em

hospitais Apesar de ser direcionado para serviccedilos hospitalares o material apresenta

criteacuterios abrangentes e replicaacuteveis a qualquer cenaacuterio de praacutetica (ASCP 2007)

De acordo com o referencial teoacuterico referido espera-se do GTM a melhora no

entendimento do paciente acerca do tratamento medicamentoso aumento da adesatildeo

agrave farmacoterapia identificaccedilatildeo de reaccedilotildees adversas e utilizaccedilatildeo abusiva de

medicamentos otimizaccedilatildeo dos resultados da farmacoterapia reduccedilatildeo de eventos

adversos (ASCP 2007)

Segundo a ASCP o serviccedilo deve ser executado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal deve atuar na detecccedilatildeo de qualquer erro relacionada a

farmacoterapia deve avaliar o estado de melhora dos pacientes em relaccedilatildeo sua

condiccedilatildeo cliacutenica e ser realizado de forma colaborativa e multidisciplinar Aleacutem disso a

ASCP expotildee como elementos essenciais para garantia da qualidade a averiguaccedilatildeo

da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos Por fim a ASCP aponta o serviccedilo a

longo prazo como mais vantajoso para pacientes profissional e instituiccedilatildeo de sauacutede

de forma geral pois o farmacecircutico que o desempenha adquire melhor experiecircncia

cliacutenica estreita relaccedilatildeo com paciente tem acesso a informaccedilotildees mais abrangentes e

completas sendo assim mais capaz de desenvolver um trabalho efetivo e reduzir

custos para a instituiccedilatildeo (ASCP 2007)

P aacute g i n a | 32

No ano de 2007 a American Pharmacists Association (APhA) tambeacutem publicou um

documento no qual satildeo descritos elementos baacutesicos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM Neste material satildeo descritos elementos de desenvolvimentos de

estrutura fluxo e agendamento de pacientes treinamento de profissionais e recursos

financeiros (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Em relaccedilatildeo ao desenvolvimento da

praacutetica satildeo descritos como essenciais os seguintes elementos (SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Quadro 3 Elementos indispensaacuteveis para a praacutetica de GTM conforme American Pharmacists Association

CRITEacuteRIO DESCRICcedilAtildeO

Revisatildeo da farmacoterapia

Ato que acontece da interaccedilatildeo entre o paciente ou seu cuidador e o

farmacecircutico A avaliaccedilatildeo deve abordar medicamentos prescritos e

natildeo prescritos plantas medicinais suplementaccedilatildeo alimentar dentre

outros produtos capazes de interferir na farmacoterapia e condiccedilatildeo

de sauacutede O farmacecircutico deve identificar os PRM e resolve-los com

o paciente ou em colaboraccedilatildeo com o prescritor

Registro da histoacuteria

pessoal com medicamentos

Ao fim desta etapa eacute registrado o panorama do uso de

medicamentos ervas medicinais suplementos e PRM O paciente

deve compreender seu PRM saber de sua importacircncia e entender a

importacircncia de compartilhar estas informaccedilotildees com demais

profissionais que auxiliam em seu cuidado em sauacutede

Plano de cuidado

O paciente deve receber um plano de cuidado elaborado de forma

centrada no paciente Este plano deve conter informaccedilotildees essenciais

para o manejo da condiccedilatildeo cliacutenica do paciente e seus cuidados

relacionados ao uso de medicamentos Deve nortear as accedilotildees do

paciente para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e os demais profissionais de sauacutede

Intervenccedilatildeo ou

encaminhamento

As intervenccedilotildees podem ser realizadas diretamente com o paciente

ou necessitar da colaboraccedilatildeo de outros profissionais envolvidos no

cuidado para resolver PRM existentes ou potenciais As intervenccedilotildees

devem ser condizentes com a realidade e necessidades do sujeito

Portanto eacute fundamental que as intervenccedilotildees sejam estabelecidas

em colaboraccedilatildeo com paciente ou seu cuidador O provedor deve

estabelecer metas e sempre que necessaacuterio deve realizar

referenciamentos a outros profissionais para atendimento de

necessidades especiacuteficas

Acompanhamento

documentado

Os encontros e achados cliacutenicos devem ser documentados Ele deve

possibilitar a evoluccedilatildeo do paciente a informaccedilatildeo de outros

profissionais de sauacutede e tambeacutem o faturamento das consultas de

GTM O paciente deve ser acompanhado de forma perioacutedica de

acordo com suas necessidades e metas Fonte Adaptado do documento da APhA de autoria de Simenson amp McGivney (2007)

P aacute g i n a | 33

Em relaccedilatildeo agrave estrutura a APhA recomenda a existecircncia de um sistema de

arquivamento ou armazenamento para os registros dos pacientes Estes devem ser

armazenados de maneira segura e adequada de forma a serem acessiacuteveis e

incorruptiacuteveis Os registros podem ser mantidos impressos ou de forma digital Aleacutem

disso suprimentos necessaacuterios para atendimento como materiais educativos ou para

realizaccedilatildeo das consultas devem ser armazenados de forma adequada e acessiacuteveis

sempre que necessaacuterio (SIMENSON amp McGIVNEY2007)

No que se refere ao registro da praacutetica o material destaca necessidade de um sistema

abrangente de documentaccedilatildeo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A padronizaccedilatildeo dos

registros das consultas de GTM eacute um pilar essencial para manter a qualidade do

serviccedilo A documentaccedilatildeo da praacutetica torna-se uma fonte segura de informaccedilotildees tanto

para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento dos serviccedilos

farmacecircuticos Atua como uma forma de avaliar o acompanhamento terapecircutico aleacutem

de servir como um respaldo legal as atividades prestadas Pode ser realizada de forma

eletrocircnica ou impressa Independente da forma escolhida para registro esta deve

ser acessiacutevel e recuperaacutevel facilmente Os registros devem seguir um padratildeo

independentemente do profissional que estaacute executando o serviccedilo O registro

padronizado garante uma comunicaccedilatildeo eficiente com demais profissionais de sauacutede

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

De acordo com a APhA o processo de documentaccedilatildeo pode acontecer antes mesmo

do primeiro encontro com o paciente O farmacecircutico pode enviar formulaacuterios com

uma carta de boas-vindas antes do primeiro encontro Este processo pode otimizar a

coleta de informaccedilotildees (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Assim como outros autores destacam elemento indispensaacutevel eacute a criaccedilatildeo de uma

ferramenta para melhorar a comunicaccedilatildeo com outros profissionais de sauacutede de forma

a otimizar os resultados do GTM (DIVINE et al 2008 LAUFFENBURGER et al 2012

HORTON et al 2013 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007)

Aspectos baacutesicos da documentaccedilatildeo recomendados pela APhA tambeacutem satildeo

recomendados por outros autores (ASHP 2003 CURRIE et al 2003) Aleacutem dos itens

jaacute citados a APhA destaca o registo de dados subjetivos com informaccedilotildees

P aacute g i n a | 34

mencionados pelos pacientes como histoacuteria pregressa com medicamentos histoacuterico

familiar de sauacutede e qualquer outra informaccedilatildeo natildeo objetiva que impacte no tratamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Ainda de acordo com a APhA a elaboraccedilatildeo e documentaccedilatildeo do plano de cuidado eacute

um ponto crucial e indispensaacutevel no processo de cuidado Deve-se elaborar um

documento centrado no paciente com estabelecimento de objetivos terapecircuticos e

accedilotildees voltadas para a autogestatildeo dos medicamentos em uso de forma que o paciente

seja capaz de manejar seus medicamentos sauacutede e tratamento Aleacutem disso eacute

necessaacuterio descrever um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de acompanhamento do

paciente de forma a garantir o cuidado contiacutenuo (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A capacitaccedilatildeo dos profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom

desenvolvimento do serviccedilo (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Dependendo do ambiente em que o serviccedilo estaacute

inserido outros profissionais podem ser treinados para favorecer maior dedicaccedilatildeo do

farmacecircutico ao contato direto com o paciente no serviccedilo de GTM Por exemplo um

teacutecnico pode compilar dados gerar graacuteficos responsabilizar-se pelo arquivamento de

informaccedilotildees e orientar o paciente antes da consulta sobre o que esperar do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Portanto referente agrave formaccedilatildeo para farmacecircuticos e outros funcionaacuterios a APhA

recomenda que os outros profissionais devem estar conscientes sobre o que eacute o GTM

e como ele pode beneficiar os pacientes para colaborar como sucesso do serviccedilo

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os farmacecircuticos devem receber treinamentos para que saibam documentar

de forma adequada Aleacutem disto devem ser treinados sobre a habilidade de

comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente estrateacutegias centradas no

paciente que deve levar em consideraccedilotildees fatores sociais psicoloacutegicos de crenccedilas

e preferencias Estes profissionais tambeacutem devem ser capacitados a realizarem

exames fiacutesicos necessaacuterios (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Todos os funcionaacuterios devem ser conscientizados sobre o marketing do serviccedilo em

como explicar de forma padronizada sobre o que se trata o serviccedilo a fim de garantir

repasse uacutenico de informaccedilatildeo confiaacutevel e eficaz (SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

P aacute g i n a | 35

Neste mesmo ano McGIVNEY e colaboradores (2007) publicaram um documento

com objetivo de delinear o serviccedilo de GTM e diferenciaacute-lo dos demais serviccedilos

farmacecircuticos oferecidos favorecendo a padronizaccedilatildeo de termos e conceitos

(McGIVNEY et al 2007)

Para os autores uma das maiores diferenccedilas entre o GTM e demais serviccedilos

farmacecircuticos eacute que nesta praacutetica o farmacecircutico embasado na filosofia da AF se

responsabiliza pelo cuidado do paciente e em trazer resultados positivos em sauacutede

com gestatildeo da farmacoterapia Esta responsabilizaccedilatildeo natildeo eacute vista em nenhum outro

serviccedilo farmacecircutico o que eacute portanto ponto chave no bom desenvolvimento do

serviccedilo (McGIVNEY et al 2007)

Segundo o autor o serviccedilo apresenta como padrotildees o aconselhamento entrevista

motivacional educaccedilatildeo em sauacutede avaliaccedilatildeo documentaccedilatildeo e acompanhamento e

colaboraccedilatildeo multiprofissional (McGINEY et al 2007) Em concordacircncia com diversos

pesquisadores da aacuterea McGINEY e colaboradores apontam como primordial o

cuidado centrado no paciente (HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012

McGINEY et al 2007 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

O trabalho de McGINEY e colaboradores descrevem os mesmos elementos do GTM

reconhecidos pela APhA sendo estes revisatildeo da terapia da terapia medicamentosa

registro dos medicamentos em uso plano de cuidado intervenccedilotildees ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (McGINEY2007)

Portanto de acordo com McGINEY e colaboradores o GTM se difere do

aconselhamento farmacecircutico e da gestatildeo de doenccedilas Sendo que o primeiro trata-se

de uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo a produtos farmacecircuticos para que possam ser

utilizados de maneira adequada e o segundo uma orientaccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave conduccedilatildeo

do tratamento focado em uma doenccedila especiacutefica Ambos sem processo definido ou

filosofia de atuaccedilatildeo (McGINEY et al2007)

Divine e colaboradores (2008) assim como outros autores concordam com pontos

fundamentais para desenvolvimento de GTM de qualidade e apontam a comunicaccedilatildeo

e colaboraccedilatildeo efetiva com demais provedores de cuidado como essencial para o bom

funcionamento do GTM (AMCP 2006 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et

P aacute g i n a | 36

al 2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY et

al 2007) Os pesquisadores apontam a documentaccedilatildeo como ferramenta crucial para

desenvolvimento e continuidade do serviccedilo (AMCP 2006 ASHP 2003 CURRIE et

al 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al 2007) Aleacutem disso os autores tambeacutem citam

como parte importante existecircncia de um local adequado para atendimento

necessidade de um apoio administrativo para gerenciamento das atividades e

recursos existecircncia de um sistema de pagamento existecircncia de um canal de

comunicaccedilatildeo e referenciamento (DIVINE et al 2008)

Millonig (2009) afirma que a documentaccedilatildeo deve servir para atender aos interesses

do paciente e natildeo somente para atender as necessidades dos empregadores O autor

aponta a necessidade da padronizaccedilatildeo da documentaccedilatildeo como ponto importante para

garantia da continuidade e qualidade do atendimento (MILLONIG2009) Ademais haacute

ecircnfase na necessidade de padronizar a definiccedilatildeo do serviccedilo ofertado e suas

expectativas a identificaccedilatildeo do paciente e encaminhamento o faturamento para

pagamento dos atendimentos e acordos de colaboraccedilatildeo entre farmacecircuticos e demais

provedores do cuidado (MILLONIG 2009)

Em revisatildeo realizada por Holtorf e colaboradores (2009) avaliaram padrotildees de

avaliaccedilatildeo de qualidade dos serviccedilos de GTM Em conclusatildeo a pesquisa destaca a

necessidade de os serviccedilos possuiacuterem um sistema de avaliaccedilatildeo de qualidade da

assistecircncia prestada Aleacutem disso os autores apontam que eacute importante medir

desfechos cliacutenicos e satisfaccedilatildeo do paciente como paracircmetro de qualidade Outro

ponto importante eacute avaliaccedilatildeo dos custos relacionados aos resultados Para os autores

este eacute um ponto essencial para obtenccedilatildeo e melhoria continua da qualidade dos

serviccedilos (HOLTORF et al 2009)

Em 2010 Schneider discorreu sobre a evoluccedilatildeo da praacutetica de GTM nos EUA Nesta

ocasiatildeo o autor descreveu elementos centrais do GTM em concordacircncia com outras

instituiccedilotildees (AMPC 2006 ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) revisatildeo da

farmacoterapia registro da medicaccedilatildeo pessoal plano de cuidado intervenccedilatildeo ou

referenciamento documentaccedilatildeo e acompanhamento (SCHNEIDER 2010)

Na Iacutendia trabalho realizado por Tumkur e colaboradores (2012) abordou sobre o

panorama da sauacutede no paiacutes e a necessidade da implantaccedilatildeo dos serviccedilos de GTM

P aacute g i n a | 37

Nesta ocasiatildeo os autores elencaram nove passos para o desenvolvimento de um

serviccedilo de GTM autentico (TUMKUR et al 2012) Entre os passos descritos

encontramos elementos centrais do GTM jaacute presentes na literatura como essenciais

para um bom atendimento (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A descriccedilatildeo

realizada por Tumkur e colaboradores (2012) aborda aspectos objetivos como a coleta

sistemaacutetica de dados classificaccedilatildeo e priorizaccedilatildeo de PRM e subjetivos como o

estabelecimento da relaccedilatildeo terapecircutica o que eacute tatildeo fundamental quanto qualquer

outro procedimento

Estudo qualitativo realizado na Carolina do Norte (EUA) investigou a existecircncia de

padrotildees de qualidade de um serviccedilo de GTM na opiniatildeo de idosos atendidos pela

equipe de GTM e de meacutedicos parceiros do serviccedilo Os participantes foram

entrevistados em grupos focais e relataram suas percepccedilotildees sobre o serviccedilo de GTM

local aleacutem de pontos que reconheciam como caracteriacutesticas de qualidades

(LAUFFENBURGER et al 2012)

Os idosos ressaltaram temas em relaccedilatildeo aos profissionais do GTM e a personalidade

dos profissionais do serviccedilo aleacutem de destacarem a relaccedilatildeo profissional diferenciada

e as habilidades dos farmacecircuticos Assim houve destaque na contribuiccedilatildeo para

melhoria da relaccedilatildeo entre paciente e medicamentos visto que obtiveram muitas

informaccedilotildees relacionadas aos benefiacutecios modo de uso efeitos colaterais dentre

outras caracteriacutesticas importantes do uso de medicamentos Aleacutem disso a facilidade

de acesso aos farmacecircuticos foi essencial ao estabelecimento de um relacionamento

natural e de confianccedila Outros aspectos destacados foram os conhecimentos do

farmacecircutico ressaltando que os mesmos possuem um conhecimento abrangente

decisivo no sucesso do tratamento Por fim informaram que enxergam o

acompanhamento farmacecircutico como algo complementar ao do meacutedico pois

possuem um olhar diferenciado apontando o farmacecircutico tambeacutem como uma ponte

entre meacutedicos e pacientes (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quando questionados sobre os pontos importantes para desenvolvimento de serviccedilo

de GTM eficaz os pacientes ressaltaram temas como equipe de apoio cuidado

personalizado e atendimento abrangente Por sua vez os meacutedicos observaram o

papel uacutenico e diferenciado do farmacecircutico do GTM com conhecimento especializado

P aacute g i n a | 38

direcionado ao uso de medicamentos com ecircnfase no relacionamento terapecircutico

apropriado e personalizado (LAUFFENBURGER et al 2012)

Quadro 4 Comparaccedilatildeo entre aspectos de qualidade de um serviccedilo de GTM atraveacutes da visatildeo dos pacientes e dos meacutedicos

PACIENTES MEacuteDICOS Trabalho em equipe e confianccedila Pacientes

relataram a importacircncia de meacutedico e

farmacecircutico trabalharem de forma colaborativa

em que cada profissional tem cumpre papel

importante para a evoluccedilatildeo do tratamento

Desenvolvimento de relacionamento muacutetuo e de

confianccedila entre meacutedico e farmacecircutico para

colaboraccedilatildeo efetiva

Desenvolvimento de relaccedilatildeo pessoal com o

farmacecircutico

Comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico

e farmacecircutico para maximizar os resultados da

colaboraccedilatildeo Cuidado personalizado Ter acesso a um

farmacecircutico que conheccedila seu histoacuterico e seja

capaz de contribuir com a otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia aleacutem de melhorar

a relaccedilatildeo dos pacientes com seus medicamentos

Prover cuidado centrado no paciente eacute essencial

para o cuidado adequado o farmacecircutico deve

compreender as nuances relacionadas as

caracteriacutesticas socioeconocircmicas e culturais do

paciente

Revisatildeo da farmacoterapia e efetividade

Revisatildeo de todos os medicamentos em uso e

verificaccedilatildeo da real efetividade e seguranccedila dos

medicamentos utilizados pelo paciente

Agregar valor ao serviccedilo ajudar os meacutedicos a

entenderem mais sobre os tratamentos

medicamentosos e caracteriacutesticas dos

medicamentos para que possam melhorar suas

praacuteticas e aplicar nos demais pacientes

Renovaccedilatildeo de prescriccedilatildeo o farmacecircutico agiliza

a renovaccedilatildeo de prescriccedilotildees quando necessaacuterio

Desenvolver familiaridade com a histoacuteria do

paciente realizando natildeo apenas revisatildeo de

farmacoterapia mas fornecendo atendimento

abrangente

Elaboraccedilatildeo de planos de cuidado intervenccedilotildees

nos tratamentos por meio dos planos de cuidado

Ter como alvo uma populaccedilatildeo especifica como

pessoas de baixa renda com muacuteltiplas

morbidades e que estatildeo em tratamentos

complexos Fonte Adaptado do estudo de Lauffenburger et al (2012)

Ainda no que se refere a avaliaccedilatildeo da qualidade na percepccedilatildeo de beneficiaacuterios do

serviccedilo foi realizado em 2013 uma pesquisa com 195 profissionais de sauacutede

funcionaacuterios do The University of Illinois Outpatient Care Center em Chicago (EUA)

Dentre os profissionais entrevistados estavam meacutedicos enfermeiras e farmacecircuticos

P aacute g i n a | 39

O estudo teve como objetivo avaliar as percepccedilotildees dos entrevistados sobre o serviccedilo

de GTM local (SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Nesta oportunidade os profissionais levantaram como pontos fortes do GTM a

educaccedilatildeo e orientaccedilatildeo sobre os medicamentos utilizados acompanhamento de perto

comunicaccedilatildeo com os provedores de cuidado e reconciliaccedilatildeo medicamentosa (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Como pontos a serem melhorados foram destacados pelos funcionaacuterios aumentar a

propaganda e sensibilizaccedilatildeo ao serviccedilo de GTM criar acordos colaborativos de

praacutetica mais efetivos e certificar de que os registros meacutedicos sejam concisos (SHAH

MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

Ainda no ano de 2013 nos EUA estudo revelou que pacientes beneficiaacuterios do

Medicare Part D consideram como pontos positivos que impactam na decisatildeo de

receber ou natildeo o serviccedilo de GTM ter um farmacecircutico que ele jaacute estaacute habituado

saber o quanto extra seraacute cobrado pelo serviccedilo ter um apoio do meacutedico para discutir

alteraccedilotildees de prescriccedilatildeo (meacutedico parceiro) e revisatildeo abrangente de todas as

substacircncias em uso (aleacutem de medicamentos como ervas e suplementos)

(DOUCETTE et al 2013)

Tendo em vista que a educaccedilatildeo dos estudantes de farmaacutecia impacta diretamente na

formaccedilatildeo de profissionais capazes de reproduzir um serviccedilo de qualidade Horton e

colaboradores (2013) realizaram um estudo focado na formaccedilatildeo profissional dos

profissionais de GTM Esta pesquisa relata uma serie de capacidades que o

profissional deve possuir para ter condiccedilotildees de oferecer GTM de qualidade aos

pacientes

Eacute enfatizada a necessidade de desenvolvimento da habilidade de comunicaccedilatildeo entre

os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para conduccedilatildeo de um GTM

efetivo Aleacutem disso o artigo considera como essencial o registro de dados nos

prontuaacuterios e cuidado centrado no paciente O Estudo descreve detalhadamente

habilidades de comunicaccedilatildeo que o estudante deve possuir (HORTON et al 2013)

No Brasil em 2013 foi realizada uma pesquisa sobre avaliaccedilatildeo dos indicadores de

qualidade da implantaccedilatildeo de um serviccedilo de GTM em farmaacutecias do programa federal

P aacute g i n a | 40

ldquoFarmaacutecia Popularrdquo Neste trabalho os autores Aguiar Rocha e Lyra Junior (pag 402

2013) relataram como domiacutenios necessaacuterios para desenvolvimento do serviccedilo de

GTM

(a) documentaccedilatildeo (b) avaliaccedilatildeo do paciente (c) objetivos terapecircuticos e planos de acompanhamento (d) anaacutelise do prontuaacuterio do paciente (e) orientaccedilatildeo e instruccedilatildeo ao paciente (f) verificaccedilatildeo do entendimento do paciente (g) referecircncia a outros profissionais de sauacutede (h) local de atendimento farmacecircutico (i) uso de suporte de informaccedilotildees apropriado (j) avaliaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo do paciente (l) melhoria da competecircncia (m) desempenho profissional (n) provisatildeo de informaccedilotildees sobre sauacutede para o paciente e (o) relaccedilatildeo terapecircutica

Em 2015 Rose e colaboradores abordaram um serviccedilo de GTM com caraacuteter

multiprofissional e demonstraram a inserccedilatildeo do farmacecircutico em equipe como um

criteacuterio que aumenta a qualidade do serviccedilo de GTM (ROSE et al 2015)

Os padrotildees de praacutetica do serviccedilo e a descriccedilatildeo das caracteriacutesticas estruturantes dos

serviccedilos de GTM vem evoluindo desde o iniacutecio dos anos dois mil (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY et al

2007)

Apesar de possuiacuterem conteuacutedos variados as caracteriacutesticas do serviccedilo de GTM se

assemelham entre si Em destaque encontram-se como elementos fundamentais

para garantia de qualidade rigor da documentaccedilatildeo da praacutetica revisatildeo ampla da

farmacoterapia inserccedilatildeo do serviccedilo em um contexto multidisciplinar comunicaccedilatildeo

efetiva entre o farmacecircutico e demais provedores de cuidado estabelecimento de

relaccedilatildeo terapecircutica educaccedilatildeo do paciente em relaccedilatildeo ao uso de medicamentos e sua

condiccedilatildeo de sauacutede atendimento contiacutenuo tomada de decisatildeo baseada em

evidencias e principalmente o cuidado centrado na pessoa (AMPC 2006 2009

ASHP 2003 DIVINE et al 2008 McGINEY et al2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

Tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos cientistas eacute a

qualidade avaliada pelos beneficiaacuterios do produto em serviccedilos de sauacutede (SESCAM

2009) Alguns estudos buscaram avaliar a percepccedilatildeo de qualidade na visatildeo de atores

envolvidos com serviccedilos de GTM como profissionais praticantes colaboradores do

serviccedilo e os proacuteprios usuaacuterios (DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al

2012 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013)

P aacute g i n a | 41

De modo geral a investigaccedilatildeo da qualidade nos serviccedilos de GTM e dos padrotildees de

praacutetica na literatura ainda eacute escassa Holtorf e colaboradores (2009) alertaram que

satildeo escassos os estudos de qualidades sobre os serviccedilos de gerenciamento da

terapia medicamentosa e reforccedila ideia de que se deve investir mais em investigaccedilotildees

neste campo para aprimoramento dos serviccedilos existentes

23 ACREDITACcedilAtildeO COMO MODELO DE AVALIACcedilAtildeO DE QUALIDADE

A dinacircmica de trabalho nos serviccedilos de sauacutede se mostra cada vez mais complexa

visto que eacute submetido agrave constante atualizaccedilatildeo e mudanccedilas na sociedade e evoluccedilatildeo

do conhecimento Isso pode dificultar a gestatildeo dos sistemas de sauacutede (SOUZA et al

2013)

Nesse sentido a gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Atualmente a qualidade de um serviccedilo de sauacutede eacute baseada em sete componentes

reconhecidos como pilares da qualidade eficaacutecia efetividade eficiecircncia otimizaccedilatildeo

aceitabilidade legitimidade e equidade (DONABEDIAN 1990 COSTA JUNIOR

ampTURRIONI 2003 MILAK 1998 POLIZER amp DacuteINNOCENSO 2006)

Portanto a avaliaccedilatildeo da qualidade eacute uma ferramenta essencial para gestatildeo do serviccedilo

e garantia de qualidade uma vez que os resultados obtidos nas avaliaccedilotildees norteiam

accedilotildees de otimizaccedilatildeo Em serviccedilos de sauacutede esta avaliaccedilatildeo eacute realizada por meio de

indicadores elaborados para garantia da visatildeo da estrutura do processo e dos

resultados (DONABEDIAN 2005 1988)

O processo de acreditaccedilatildeo surge como instrumento importante na avaliaccedilatildeo dos

modos de uma instituiccedilatildeo de sauacutede por ser um procedimento de avaliaccedilatildeo perioacutedica

ordenada e racionalizada dos recursos globais da instituiccedilatildeo avaliada (SOUZA et al

2013) Aleacutem disso a acreditaccedilatildeo conteacutem elementos que colaboram e impulsionam a

implantaccedilatildeo de um processo de melhoria continua (DUARTE amp SILVINO 2010)

P aacute g i n a | 42

A histoacuteria da Avaliaccedilatildeo da Qualidade nos serviccedilos de sauacutede foi iniciada no seacuteculo XX

com a surgimento do Coleacutegio Americano de Cirurgiotildees (CAC) que deu iniacutecio ao

Programa de Padronizaccedilatildeo Hospitalar (PPH) (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Nesta ocasiatildeo o PPH estipulou uma seacuterie de padrotildees miacutenimos necessaacuterios para uma

prestaccedilatildeo de assistecircncia de qualidade Entretanto tais recomendaccedilotildees se limitavam

ao atendimento meacutedico e processos de trabalho natildeo alcanccedilando todas as dimensotildees

que impactam no cuidado ao paciente (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA

et al 2013)

Em 1949 foi elaborado um manual mais amplo para servir de guia para os hospitais

norte-americanos mas o CAC por diversos motivos estava apresentando dificuldade

em manter esta atividade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SOUZA et al 2013)

Baseado nisso no ano de 1951 o CAC uniu forccedila com outras entidades que se

preocupavam com a qualidade da assistecircncia prestada aos pacientes como a

Associaccedilatildeo Meacutedica Americana Associaccedilatildeo Meacutedica Canadense Coleacutegio Americano

de Cliacutenicos e Associaccedilatildeo Americana de Hospitais para formar a Comissatildeo Conjunta

de Acreditaccedilatildeo dos Hospitais (CCAH) E finalmente em 1952 a CCAH oficialmente

delegou a acreditaccedilatildeo a empresa privada a Joint Commission on Accreditation of

Hospitals a qual eacute atuante ateacute os dias de hoje (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005

LIMA amp ERDMANN 2006)

No ano de 1987 aleacutem de apresentar uma nova denominaccedilatildeo a Joint Commission on

Accreditation of Healtcare Organizations (JCAHO) tornou o monitoramento das

atividades mais cliacutenico e com maior enfoque no desempenho da organizaccedilatildeo e nas

questotildees relacionadas a assistecircncia meacutedica E no ano seguinte a JCAHO passa a

avaliar tambeacutem a assistecircncia domiciliar e atualmente toda a rede de serviccedilo de sauacutede

(LIMA amp ERDMANN 2006)

Em territoacuterio brasileiro em 1935 foi criado por Odair Pedroso a Ficha de Inqueacuterito

Hospitalar para a Comissatildeo De Assistecircncia Hospitalar do Ministeacuterio da Sauacutede Este

foi o primeiro estudo brasileiro direcionado para qualidade na organizaccedilatildeo dos

hospitais nacionais documentados (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 43

Nota-se que os esforccedilos para organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar e o aumento da

qualidade dos serviccedilos prestados na sauacutede no Brasil sempre foram conduzidos pelo

setor puacuteblico (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005) Em 1970 o Ministeacuterio da Sauacutede

iniciou o processo de criaccedilatildeo de portarias e normas para regulamentar a prestaccedilatildeo de

serviccedilos de sauacutede (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Jaacute em 1990 o Ministeacuterio da Sauacutede associou-se agrave OPAS e Federaccedilatildeo Latino

Americana de Hospitais para elaborar o primeiro Manual de Padrotildees de Acreditaccedilatildeo

para Ameacuterica Latina (ANVISA 2004 FELDMAN GATTO CUNHA amp 2005

SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013) A partir deste momento movimentos

hospitalares em diversos estados brasileiros comeccedilaram a se organizar para

implantaccedilatildeo e discussatildeo dos programas de qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Aponta-se em destaque organizaccedilotildees estaduais relacionadas ao desenvolvimento

da qualidade da assistecircncia agrave sauacutede na eacutepoca Projeto de Acreditaccedilatildeo e Certificaccedilatildeo

da Qualidade em Sauacutede ndash PACQS ndash Rio de Janeiro Federaccedilatildeo Brasileira de Hospitais

(FBH) Instituto de Administraccedilatildeo Hospitalar e Ciecircncias da Sauacutede (IAHCS) ndash Rio

Grande do Sul Instituto Paranaense de Acreditaccedilatildeo em Serviccedilos de Sauacutede (IPASS)

Programa de Controle de Qualidade Hospitalar do Estado de Satildeo Paulo (CQH)

(SCHIESARI amp KISIL 2003 FELDMAN GATTO ampCUNHA 2005)

Pesquisa realizada no Brasil entre os anos de 1991 e 1992 sobre a experiecircncia

nacional em garantia de qualidade em sauacutede verificou a necessidade de se introduzir

com urgecircncia um sistema independente de acreditaccedilatildeo hospitalar (SCHIESARI amp

KISIL 2003)

Assim em 1992 o Brasil iniciou as discussotildees sobre um sistema proacuteprio de

acreditaccedilatildeo Nesta ocasiatildeo em Brasiacutelia foram discutidos aspectos relacionados ao

processo de avaliaccedilatildeo instrumentos de acreditaccedilatildeo e aplicabilidade do instrumento

americano ao contexto nacional (SCHIESARI amp KISIL 2003)

Em 1997 PACQS transformou-se no Consoacutercio Brasileiro de Acreditaccedilatildeo (CBA) o

qual neste mesmo ano associou-se agrave Joint Comission para criaccedilatildeo de um modelo

nacional de acreditaccedilatildeo (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp

KISIL2003)

P aacute g i n a | 44

Finalmente em 1998 foi lanccedilado oficialmente o Programa Brasileiro de Acreditaccedilatildeo

com elaboraccedilatildeo de normas coacutedigo de eacutetica treinamento de avaliadores e demais

recursos necessaacuterios para implantaccedilatildeo de um sistema de acreditaccedilatildeo nacional

(ANVISA 2004 BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Consequentemente em 1999 foi criada a Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

(ONA) Trata-se de um oacutergatildeo privado sem fins lucrativos que atua como credenciador

das Instituiccedilotildees Acreditadoras (IA) (BRASIL 2014 ANVISA 2004 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003 SOUZA et al 2013)

Eacute de responsabilidade da ONA o desenvolvimento de padrotildees de qualidade da

assistecircncia agrave sauacutede exigidos nacionalmente para instituiccedilotildees acreditadas e o

desenvolvimento das normas que regulamentam o processo de acreditaccedilatildeo aleacutem da

supervisatildeo do trabalho das IA (BRASIL 2014 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Por sua vez as IA satildeo empresas privadas credenciadas pela ONA e autorizadas e

responsabilizadas por executar a avaliaccedilatildeo e certificaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos

de sauacutede nacionalmente de acordo com as normas da ONA (BRASIL 2014

FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 LIMA amp ERDMANN 2006 SCHIESARI amp KISIL

2003)

Por meio da portaria nordm 1970GM em 25 de outubro de 2001 o Ministeacuterio da Sauacutede

proclama o Programa de Acreditaccedilatildeo Hospitalar Brasileiro como um dos principais

recursos cabiacuteveis para aumentar a qualidade e seguranccedila dos atendimentos

hospitalares prestados independentemente de sua complexidade porte ou viacutenculo

institucional (BRASIL2002 b LIMA amp ERDMANN 2006)

Desse modo a viabilizaccedilatildeo do processo de acreditaccedilatildeo no Brasil eacute sustentada por

meio do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (MBAH) e da ONA (LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

A acreditaccedilatildeo eacute definida como um modelo sistematizado com regras preacute-determinadas

adequadamente acompanhado e avaliado de forma a proporcionar apropriado grau

de confianccedila de que um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional

P aacute g i n a | 45

atende a requisitos preacute-estabelecidos em normas ou regulamentos e eacute capaz de

cumprir com confiabilidade ao objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2003 2014)

Ressalta-se que a acreditaccedilatildeo eacute um processo de caraacuteter educativo e voluntaacuterio Logo

natildeo deve ser visto ou tomado como exigecircncia governamental de cunho licenciatoacuterio

ou outro qualquer procedimento de fiscalizaccedilatildeo do Estado (BRASIL 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005 BRASIL 2014)

Em revisatildeo realizada em 2005 sobre a evoluccedilatildeo da avaliaccedilatildeo hospitalar e acreditaccedilatildeo

os pesquisadores Feldman Gatto e Cunha definem acreditaccedilatildeo da seguinte maneira

(p 215)

A Acreditaccedilatildeo eacute o procedimento de avaliaccedilatildeo dos recursos institucionais voluntaacuterio perioacutedico reservado e sigiloso que tende a garantir a qualidade da assistecircncia atraveacutes de padrotildees previamente aceitos Os padrotildees podem ser miacutenimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes definindo diferentes niacuteveis de satisfaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo como complementam (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 p215)

O processo de acreditaccedilatildeo eacute realizado por meio da avaliaccedilatildeo da conformidade Assim

configura-se como modelo sistematizado com regras preacute-definidas devidamente

acompanhado e avaliado de forma a proporcionar adequado grau de confianccedila de que

um produto ou processo ou serviccedilo ou ainda um profissional atende a requisitos preacute-

estabelecidos em normas ou regulamentos e que eacute capaz de cumprir com

confiabilidade o objetivo proposto (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN GATTO amp

CUNHA 2005)

Avaliaccedilatildeo de conformidade eacute transversal e in loco Portanto propicia uma anaacutelise do

processo de trabalho e a relaccedilatildeo do mesmo com o resultado (BRASIL 2002 b 2014)

O sistema de acreditaccedilatildeo em serviccedilo de sauacutede contempla anaacutelise de estrutura

processo e resultado de forma integrada pois compreende os serviccedilos de sauacutede como

sistemas complexos no qual esses trecircs pilares interagem entre si formando o

resultado final da assistecircncia prestada (BRASIL 2002 b 2014 DONABEDIAN 1988

LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O instrumento de avaliaccedilatildeo utilizado pela ONA eacute composto por seccedilotildees e subseccedilotildees e

cada subseccedilatildeo possui um padratildeo proacuteprio que deve ser atendido integralmente

P aacute g i n a | 46

Entretanto para cada padratildeo existem trecircs niacuteveis de complexidade com princiacutepios

especiacuteficos O niacutevel 1 segue o princiacutepio seguranccedila niacutevel 2 o princiacutepio gestatildeo integrada

e o niacutevel 3 o princiacutepio da excelecircncia em gestatildeo (BRASIL 2002 b 2014 LIMA amp

ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 1 conteacutem requisitos miacutenimos para garantia da qualidade da assistecircncia

ofertada ao cliente Engloba as especialidades e serviccedilos hospitalares envolvendo os

recursos humanos adequados com a complexidade do serviccedilo qualificaccedilatildeo adequada

dos profissionais disponiacuteveis e responsaacuteveis teacutecnicos correspondentes a cada aacuterea

de atuaccedilatildeo (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Dentro do niacutevel 2 encontram-se evidecircncias de que a instituiccedilatildeo implementa medidas

de planejamento na organizaccedilatildeo da assistecircncia hospitalar se refere a documentaccedilatildeo

corpo funcional treinamentos estatiacutesticas baacutesicas para tomada de decisatildeo tanto nas

atividades cliacutenicas quanto gerenciais e programas de auditoria interna para garantia

de qualidade (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

O niacutevel 3 de exigecircncias conta com evidencias que apontem a existecircncia de poliacuteticas

institucionais de melhoria contiacutenua tecnologias novas atualizaccedilatildeo teacutecnico-

profissional medidas assistenciais procedimentos meacutedico-sanitaacuterios aplicaccedilatildeo de

tecnologia da informaccedilatildeo disseminaccedilatildeo de rotinas padronizadas por toda a instituiccedilatildeo

e avaliaccedilotildees com foco na procura pela excelecircncia (ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN

2006 SOUZA et al 2013)

Essas novas exigecircncias fizeram com que a partir de entatildeo as instituiccedilotildees de sauacutede

brasileiras buscassem se enquadrar dentro dos padrotildees e alcanccedilar a acreditaccedilatildeo jaacute

que o status de ldquoacreditadordquo pressupotildee confianccedila e atrai clientes (SOUZA et al 2013)

Cada niacutevel possui requisitos proacuteprios com intuito de esclarecer o padratildeo e facilitar o

processo de verificaccedilatildeo da conformidade (BRASIL 2002 b LIMA amp ERDMANN

2006) Para que a organizaccedilatildeo seja acreditada os padrotildees exigidos devem ser

atendidos de forma integral seguindo o princiacutepio de ldquotudo ou nadardquo (BRASIL 2014)

Os itens de verificaccedilatildeo ou criteacuterios apontam ao avaliador as fontes onde ele deve

investigar o cumprimento do padratildeo ou o que o hospital pode apresentar para provar

P aacute g i n a | 47

que cumpre os requisitos necessaacuterios daquele niacutevel (BRASIL 2002 b FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

As fontes para averiguaccedilatildeo da conformidade podem ser documentos do hospital

entrevistas com as chefias de serviccedilo funcionaacuterios clientes e familiares prontuaacuterios

registros dos pacientes e outros (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005) Dados obtidos em entrevistas devem ser confirmados em outra fonte de dados

sempre que possiacutevel (BRASIL 2002 b)

O processo de acreditaccedilatildeo tem iniacutecio quando a Organizaccedilatildeo Prestadora de Serviccedilos

de Sauacutede (OPSS) entra em contato com uma IA demonstrando interesse em ser

avaliada Neste momento a IA coleta informaccedilotildees necessaacuterias para formular uma

proposta a OPSSA a qual avalia a proposta podendo ou natildeo firmar um contrato com

a IA (BRASIL 2002 b) Caso o contrato seja estabelecido este eacute encaminhado a ONA

pela IA contratada (BRASIL 2002 b)

Antes da visita oficial agrave OPSS ocorre a preacute-visita Neste momento a instituiccedilatildeo se

prepara para o processo de acreditaccedilatildeo com procedimentos internos destinados a

informaccedilatildeo e treinamento dos seus funcionaacuterios para facilitar e viabilizar o processo

de avaliaccedilatildeo de conformidade (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA

2005)

A visita propriamente dita acontece apoacutes a solicitaccedilatildeo formal voluntaacuteria do hospital agrave

IA O tempo da visita dos avaliadores natildeo eacute fixa este prazo varia em funccedilatildeo do porte

e complexidade da OPSS No plano de visita todos os setores e unidades da OPSS

satildeo comtemplados dentro de um roteiro previamente definido junto com a

coordenaccedilatildeo da instituiccedilatildeo (BRASIL 2002 b FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

Ao fim da visita a IA deveraacute elaborar e enviar agrave OPSS um relatoacuterio formulado pelos

avaliadores em consenso constando o parecer final e a situaccedilatildeo classificatoacuteria em que

a OPSS se encontra O Certificado eacute emitido pela Instituiccedilatildeo Acreditadora com o

parecer ldquoAcreditadordquo e ldquoAcreditado plenordquo e ldquoAcreditado com Excelecircnciardquo A

certificaccedilatildeo eacute vaacutelida por um tempo determinado e ao fim deste prazo a instituiccedilatildeo

deve submeter-se a novo processo de avaliaccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014 FELDMAN

GATTO amp CUNHA 2005)

P aacute g i n a | 48

Em sua 7ordf ediccedilatildeo o Manual de acreditaccedilatildeo a ONA afirma que a metodologia de

Acreditaccedilatildeo utilizado nacionalmente eacute aplicaacutevel a organizaccedilotildees de qualquer porte

perfil ou caracteriacutesticas justamente por natildeo ser de caraacuteter prescritivo (BRASIL 2014)

Segundo a ONA (2014) ao aderir ao programa de acreditaccedilatildeo a OPSS demonstra

responsabilidade e comprometimento com a seguranccedila com a eacutetica profissional com

os procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade que presta a

comunidadeAleacutem disso eacute uma forma de sinalizar aos clientes externos internos e

comunidade em geral a qualificaccedilatildeo da instituiccedilatildeo e sua distinccedilatildeo garantida pela

certificaccedilatildeo do oacutergatildeo acreditador

Outra notoacuteria vantagem do sistema de acreditaccedilatildeo eacute a oportunidade de o sistema

estar em constante melhoria e reflexatildeo de suas praacuteticas A acreditaccedilatildeo vem se

mostrando como importante instrumento de gestatildeo ao possibilitar que a organizaccedilatildeo

desenvolva uma poliacutetica de seguranccedila ao paciente entender requisitos para melhoria

da assistecircncia medir e identificar pontos de melhoria promover a cooperaccedilatildeo interna

entre processos e pessoas da equipe (BRASIL 2014)

Souza e colaboradores (2013) ressaltam como vantagens do processo de

acreditaccedilatildeo

Incorporaccedilatildeo agrave missatildeo da instituiccedilatildeo do princiacutepio da renovaccedilatildeo das ideias paradigmas e conceitos que gradativamente permeiam a mudanccedila em uma praacutetica assistencial que agora se voltam para o zelo da qualidade da responsabilidade e do compromisso com o usuaacuterio (SOUZA et al 2013 p350)

O sistema nacional de acreditaccedilatildeo tem buscado evoluir seus processos

continuamente para alcanccedilar seus objetivos de forma plena A acreditaccedilatildeo tem sido

uma oportunidade das OPSS melhorarem continuamente a qualidade da assistecircncia

prestada aos pacientes e comunidade (DUARTE amp SILVINO 2010)

Autores afirmam que natildeo existe ainda uma visatildeo uacutenica sobre o processo de

acreditaccedilatildeo O sucesso estaacute diretamente relacionado aos objetivos traccedilados ao

considerar os ideais daqueles que estipularam a metodologia de credenciamento

Explica-se atraveacutes disso o fato de diversos paiacuteses estarem em estaacutegios diferentes

em relaccedilatildeo agrave metodologia de acreditaccedilatildeo (SOUZA et al 2013)

P aacute g i n a | 49

O programa de acreditaccedilatildeo brasileiro as IA e as proacuteprias instituiccedilotildees de sauacutede ainda

estatildeo adquirindo experiecircncia e se aprimorando no que diz respeito a garantia da

qualidade (FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005 SCHIESARI amp KISIL 2003)

Apesar da necessidade de evoluccedilatildeo a certificaccedilatildeo da qualidade hospitalar pela

acreditaccedilatildeo evidencia um direcionamento positivo para a melhoria da assistecircncia

prestada aos usuaacuterios assim como possibilita a classificaccedilatildeo crescente de qualidade

(FELDMAN GATTO amp CUNHA 2005)

24 VALIDADE DE CONTEUacuteDO E MEacuteTODO DELPHI

A validade de um instrumento estaacute na capacidade que o instrumento possui para medir

com confiabilidade aquilo que se propotildee Um dos meios de se verificar esta validade

eacute por meio da validade de conteuacutedo a qual verifica o quanto os criteacuterios que compotildeem

o instrumento em questatildeo demonstram com representatividade e relevacircncia o

universo de todas as questotildees passiveis de serem feitas sobre o assunto investigado

ou quando as questotildees que compotildee um instrumento satildeo significativamente

representativas e relevantes dentre todas as questotildees que poderiam ser indagadas

sobre o tema (FELDMAN CUNHA amp DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010)

Corroborando com a descriccedilatildeo anterior Bellucci Junior e Matsuda (2012) e Alexandre

e Coluci (2011) afirmam que a validade de conteuacutedo eacute um meio de validar se itens que

compotildee um instrumento satildeo representativos do tema ao qual o instrumento busca

avaliar ou explorar

Quando se trata de desenvolvimento ou adaptaccedilatildeo de instrumentos de medida o

estudo de validade de conteuacutedo eacute uma ferramenta fundamental para verificar a

qualidade do instrumento final (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

A validade de conteuacutedo trata-se de um processo de julgamento composta por duas

etapas A primeira fase eacute o desenvolvimento do instrumento seguido pelo julgamento

de especialistas Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos

quantitativos e qualitativos (ALEXANDRE amp COLUCI 2011)

Conforme exposto a validaccedilatildeo de conteuacutedo se daacute por meio da avaliaccedilatildeo de

especialistas Aleacutem disso eacute altamente recomendaacutevel que seja utilizado procedimentos

P aacute g i n a | 50

qualitativos e quantitativos Assim o meacutetodo Delphi eacute uma teacutecnica amplamente

utilizada para avaliaccedilatildeo de conteuacutedo (ALEXRANDRE amp COLUCI 2011 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Segundo Cardoso e colaboradores (2005) o meacutetodo ou teacutecnica Delphi tem sido um

dos instrumentos mais utilizados na realizaccedilatildeo de estudos prospectivos Seu nome

Delphi foi originado de um oraacuteculo que existia na cidade de Delfos na antiga Greacutecia

em que se previa o futuro daiacute explica sua relaccedilatildeo com a prospecccedilatildeo (CARDOSO et

al 2005 SCARPARO et al 2012) A utilizaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi como meacutetodo de

previsatildeo foi iniciada na deacutecada de 1950 por pesquisadores de uma empresa norte

americana a Rand Corporation (WENDISCH 2010)

Com o passar do tempo a teacutecnica Delphi passou a ser aplicada em diversos outros

campos aleacutem do empresarial como nos estudos socioloacutegicos na aacuterea da sauacutede e na

implantaccedilatildeo de novas tecnologias (SCARPARO 2012 WENDISCH 2010)

Atualmente as aacutereas que mais utilizam o meacutetodo Delphi como ferramenta satildeo

educaccedilatildeo sauacutede e administraccedilatildeo sendo aplicada para avaliaccedilatildeo de consenso e

validaccedilatildeo de ideias instrumentos e conceitos (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Destaca-se que sua aplicabilidade estaacute relacionada em situaccedilotildees onde ocorra

inexistecircncia de dados carecircncia de dados histoacutericos necessidade de abordagem

interdisciplinar ou para estimular a criaccedilatildeo de novas ideias (MUNARETTO CORREcircA

amp CUNHA 2013 SCARPARO2012)

Na aacuterea da sauacutede especificamente o uso de Delphi tem se destinado principalmente

para criaccedilatildeo de indicadores modificaccedilatildeo de instrumentos para realidade local

avaliaccedilatildeo de tendecircncias no sistema de sauacutede identificaccedilatildeo de competecircncias

profissionais e na validaccedilatildeo do conteuacutedo de instrumentos de avaliaccedilatildeo e coleta de

dados (WENDISCH 2010)

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi permite a interaccedilatildeo entre participantes com vasta

experiecircncia com o tema de interesse possibilitando o compartilhamento de

informaccedilotildees e opiniotildees entre estes participantes e pesquisador gerando assim um

conteuacutedo de informaccedilotildees altamente especializadas (SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 51

A teacutecnica de Delphi se daacute por meio de questionaacuterios aplicados sucessivamente a

especialistas no tema de interesse denominados juiacutezes com intuito de chegar a um

consenso sobre determinado objeto de estudo (COUTINHO et al 2013 WENDISCH

2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Scarparo e colaboradores (p 244 2012) definiram a teacutecnica de Delphi como ldquomeacutetodo

sistematizado de julgamento de informaccedilotildees utilizado para obter consenso de

especialistas sobre determinado tema por meio de validaccedilotildees articuladas em fases

ou ciclosrdquo

Pressupotildee-se que o julgamento coletivo por especialistas quando organizado de

modo adequado eacute mais preciso do que a opiniatildeo individual (WENDISCH 2010)

Em relaccedilatildeo a definiccedilatildeo epistemoloacutegica da teacutecnica haacute controveacutersia Alguns autores a

definem como meacutetodo qualitativo de comunicaccedilatildeo colegiada para alcance de

consenso (WENDISCH 2010) enquanto outros autores a definem como meacutetodo

quantitativo (CARDOSO et al 2005) Isso pode ser explicado pelo fato do meacutetodo

utilizar como medida de consenso caacutelculos estatiacutesticos e ao mesmo tempo levar em

consideraccedilatildeo para anaacutelise de consenso argumentaccedilotildees dissertativas dos

colaboradores (ALEXANRE amp COLUCI 2011 COUTINHO et al 2013 SOUZA amp

TURRINI 2012 SCARPARO et al 2012)

O meacutetodo Delphi eacute caracterizado por trecircs pilares anonimato dos juiacutezes distribuiccedilatildeo

estatiacutesticas dos pareceres e das percepccedilotildees para reavaliaccedilatildeo nas proacuteximas rodadas

(CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

O anonimato dos juiacutezes eacute necessaacuterio para que se evite a influecircncia relacionado a

posiccedilatildeo dos participantes conflito de interesses ou constrangimento dos participantes

que interfiram na veracidade das respostas (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al

2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Retornar as respostas (feedback) eacute indispensaacutevel para que os especialistas possam

conhecendo as opiniotildees do grupo reavaliar e aprofundar seus julgamentos Esta

etapa reforccedila o consenso real e vaacutelido (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

P aacute g i n a | 52

O tratamento estatiacutestico das respostas eacute necessaacuterio para que cada especialista e

tambeacutem a proacutepria equipe coordenadora da pesquisa possam verificar a evoluccedilatildeo da

tendecircncia de consenso (CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

Aleacutem dos pilares mencionados Scarparo e colaboradores (2012) e Wrigth e

Giovinazzo (2000) tambeacutem salientam como caracteriacutesticas fundamentais qualificaccedilatildeo

dos participantes e a realizaccedilatildeo miacutenima de duas rodadas

A operacionalizaccedilatildeo do meacutetodo eacute realizada por fases ciacuteclicas com sucessivas rodadas

avaliativas por especialista sendo as referidas fases elaboraccedilatildeo de questionaacuterio para

avaliaccedilatildeo do conteuacutedo testado primeira rodada de avaliaccedilatildeo processamento

estatiacutesticos de consenso e de indicadores seguido de novas rodada de avaliaccedilotildees

ateacute que se chegue ao consenso (WENDISCH 2010)

O primeiro passo para dar iniacutecio agrave teacutecnica eacute a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio de

avaliaccedilotildees Esta eacute uma etapa crucial Existem diferentes forma de se elaborar as

questotildees o que pode variar de acordo com objetivo do estudo (SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A elaboraccedilatildeo das questotildees eacute realizada baseada na

literatura relacionada ao tema e troca de informaccedilotildees com teacutecnicos da aacuterea

(WENDISCH 2010)

As questotildees utilizadas podem ser estruturadas abertas e como recurso muito utilizado

na aacuterea da sauacutede questotildees tambeacutem podem ser avaliadas por uma escala de valores

(ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO et al 2012)

Um tipo de escala amplamente utilizado nas avaliaccedilotildees Delphi eacute a escala Likert a

qual pode ter uma variaccedilatildeo de valores maior ou menor dependendo dos objetivos do

pesquisador (COUTINHO et al 2013 SCARPARO 2012) Os intervalos das escalas

podem variar entre quatro e dez opccedilotildees semacircnticas (COUTINHO et al 2013)

Neste tipo de escala cada valor corresponde a um grau de concordacircncia em relaccedilatildeo

ao item avaliado no qual o menor nuacutemero significa discordacircncia total e o maior

nuacutemero tende a concordacircncia plena (COUTINHO et al 2013 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012 SCARPARO 2012 SOUZA et al 2005 SOUSA amp TURRINI 2012)

P aacute g i n a | 53

Natildeo existem regras riacutegidas de como elaborar o questionaacuterio de avaliaccedilotildees Contudo

recomenda-se que a equipe coordenadora evite eventos compostos colocaccedilotildees

ambiacuteguas e ordenamento de proposiccedilotildees e questionaacuterios extensos Aleacutem disso deve-

se utilizar de uma linguagem simples clara e objetiva que permita a complementaccedilatildeo

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010) Eacute extremamente importante que os

participantes compreendam as questotildees de uma mesma forma sem margem de

duacutevidas (WENDISCH 2010)

Um ponto fundamental e que caracteriza a teacutecnica Delphi eacute a utilizaccedilatildeo de espaccedilos

para que os especialistas possam redigir sugestotildees e questionamentos para melhorar

o item ou argumentar contra a existecircncia dele (ALEXANRE amp COLUCI 2011

COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012 SOUZA amp TURRINI 2012)

De forma geral eacute imprescindiacutevel que os especialistas recebam instruccedilotildees explicitas e

especiacuteficas sobre como avaliar cada item o instrumento como um todo e como

preencher o questionaacuterio Nesta ocasiatildeo eacute importante que o colaborador compreenda

o objetivo da pesquisa e o que se espera desta avaliaccedilatildeo (ALEXANDRE amp COLUCI

2011 WENDISCH 2010)

Na primeira rodada de avaliaccedilotildees o questionaacuterio eacute enviado aos especialistas que

concordaram em colaborar com a pesquisa A partir do retorno dos questionaacuterios a

equipe coordenadora contabiliza e analisa quantitativamente e qualitativamente as

respostas enviadas pelos especialistas Os itens avaliados que natildeo obtiveram o

consenso considerando-se o paracircmetro de consenso estipulado pelos

pesquisadores satildeo reformulados e reenviados para outra avaliaccedilatildeo em nova rodada

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008

SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Com base nos resultados estatiacutesticos e a siacutentese das argumentaccedilotildees qualitativas dos

juiacutezes eacute elaborado um novo questionaacuterio e entatildeo daacute-se iniacutecio agrave segunda rodada

Delphi Neste segundo momento os juiacutezes reavaliam os itens que natildeo obtiveram

consenso com base nos resultados estatiacutesticos de tendecircncias e dados qualitativos

Este processo se repetiraacute ateacute que se atinja o consenso (MUNARETTO CORREcircA amp

CUNHA 2013 OLIVEIRA WILLE amp MARCHIORE 2008 SCARPARO et al 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

P aacute g i n a | 54

O prazo para retorno dos questionaacuterios deve ser estabelecido previamente pelos

pesquisares Este tempo pode variar de acordo com caracteriacutesticas de cada estudo e

do perfil dos especialistas Alguns estudos relatam que o periacuteodo de duas semanas

eacute tempo suficiente para responder ao questionaacuterio (COUTINHO et al 2013

SCARPARO et al 2012)

Como mencionado apoacutes cada rodada de avaliaccedilotildees eacute dado iniacutecio a fase de anaacutelise

dos dados O tipo de anaacutelise estatiacutestica que a ser utilizado em um estudo Delphi

dependeraacute da estrutura de questatildeo utilizada no questionaacuterio de coleta de dados

(SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010)

A anaacutelise quantitativa do consenso pode ser realizada utilizando diferentes

ferramentas estatiacutesticas (COUTINHO 2013 SCARPARO et al 2012 WENDISCH

2010) Segundo Wendisch (2010) as medidas mais utilizadas satildeo moda meacutedia

aritmeacutetica mediana e amplitude inter-qauartil Pode-se utilizar recursos estatiacutesticos

simples ateacute mesmo como a distribuiccedilatildeo de frequecircncia o importante eacute que os

participantes tenham a oportunidade de avaliar as tendecircncias de consenso ou

dissenso (ALEXANDRE E COLUCI 2011 CARDOSO et al 2005 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

A anaacutelise deve ser realizada de forma a associar a avaliaccedilatildeo dos dados estatiacutesticos

aos principais argumentos realizados pelos especialistas agraves diferentes tendecircncias de

resposta (SCARPARO et al 2012)

O valor definido como consenso eacute definido pelo pesquisador sendo que natildeo existe

uma regra que estipule o ponto de corte Este valor deve ser estabelecido antes do

iniacutecio da pesquisa (COUTINHO et al 2013 SCARPARO et al 2012) De acordo com

Scarparo e colaboradores este valor pode variar entre 50 a 80 Revisatildeo realizada

por Coutinho e colaboradores (2013) afirma que o valor miacutenimo para consenso gira

em torno de 75

Outra forma de se avaliar o consenso eacute por meio do Iacutendice de Validade de Conteuacutedo

(IVC) o que segundo Alexandre e Coluci (2011) eacute uma ferramenta estatiacutestica muito

utilizado em estudos na aacuterea da sauacutede O IVC mede a proporccedilatildeo ou porcentagem de

juiacutezes que estatildeo em concordacircncia sobre determinados aspectos do instrumento e de

seus itens Eacute calculado pela soma dos valores positivos de concordacircncia dividido pelo

P aacute g i n a | 55

nuacutemero total de participantes (ALEXANRE amp COLUCI 2011 BELLUCCI JUacuteNIOR amp

MATSUDA 2012) Quando se trata da avaliaccedilatildeo de novos instrumentos na literatura

recomenda-se que o IVC possua um valor miacutenimo aceitaacutevel de 080 (ALEXANDRE E

COLUCI 2011)

Para avaliar se a legitimidade da concordacircncia estabelecida pela primeira anaacutelise

estatiacutestica pode-se optar pelo Inter-rater Agreement (IRA) Este escore tambeacutem eacute

conhecido como avaliaccedilatildeo entre avaliadores ou teste de fidedignidade e leva em

consideraccedilatildeo a variacircncia entre as respostas dos juiacutezes tamanho da amostra e

possibilidade de resposta (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

A relaccedilatildeo de forccedila de consenso baseado na utilizaccedilatildeo do IRA pode ser classificada

como pobre fraco moderado bom e muito bom (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

O referencial teoacuterico admite como aceitaacuteveis itens que obtenham valores de IRA

classificados como bom o que significa um valor superior a 061 pontos (ALTMAN

1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012)

Para realizaccedilatildeo de todas as etapas o tempo descrito em literatura varia de um a dez

meses de duraccedilatildeo Aspectos como nuacutemero de rodadas perfil dos especialistas

extensatildeo do questionaacuterio forma de envio e retorno dos questionaacuterios podem ter

impacto direto no tempo necessaacuterio para conduccedilatildeo da pesquisa (COUTINHO et al

2013)

Com a evoluccedilatildeo dos tempos o uso de correios eletrocircnicos houve favorecimento na

interaccedilatildeo entre colaboradores em pontos distintos o que atua como facilitador deste

processo atraveacutes da reduccedilatildeo do tempo necessaacuterio para recebimento e retorno das

avaliaccedilotildees (SCARPARO et al 2012)

O nuacutemero de rodadas aplicadas aos especialistas pode variar em decorrecircncia da

natureza do grupo participantes complexidade do assunto e heterogeneidade da

amostra Normalmente as pesquisas apresentam duas a trecircs rodadas (SCARPARO

et al 2012 WENDISCH 2010) De acordo com Wright amp Giovinazzo (2000) satildeo

incomuns estudos com mais de trecircs rodadas

P aacute g i n a | 56

Em relaccedilatildeo aos participantes do estudo o tipo de amostragem eacute natildeo aleatoacuterio e

intencional no qual o objetivo eacute selecionar pessoas com expertise no tema investigado

(SCARPARO et al 2012) Nesse sentido o objetivo eacute selecionar indiviacuteduos com

experiecircncia e alto niacutevel de qualificaccedilatildeo relacionado ao objeto de estudo para que se

consiga obter um consenso de ideias especializadas (ALEXANDRE amp COLUCI 2011

SCARPARO 2012)

Encontra-se na literatura a recomendaccedilatildeo da inclusatildeo de um questionaacuterio para uma

breve caracterizaccedilatildeo desses especialistas e avaliaccedilatildeo da qualificaccedilatildeo dos

participantes (ALEXANDRE amp COLUCI 2011) Os criteacuterios de inclusatildeo estipulados

devem ser descritos detalhadamente no estudo para que natildeo haja deturpaccedilatildeo dos

objetivos e do alcance da pesquisa (SCARPARO et al 2012)

Normalmente os participantes satildeo selecionados por meio da indicaccedilatildeo de

informantes chaves Aleacutem disto os proacuteprios convidados podem tambeacutem sugerir a

participaccedilatildeo de outros especialistas o que eacute conhecido como snow bals (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010)

Natildeo existe um nuacutemero de Juiacutezes determinado para o desenvolvimento da teacutecnica O

nuacutemero de especialistas pode variar entre um pequeno e grande nuacutemero a depender

de caracteriacutesticas relacionadas ao tema investigado (WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Apesar disto revisatildeo de literatura realizada em 2013 sobre a

utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi na aacuterea da sauacutede aponta que eacute recomendaacutevel um miacutenimo

de sete especialistas (COUTINHO et al 2013)

Outro fator importante no momento de definir o nuacutemero de especialistas convidados eacute

que se deve levar em consideraccedilatildeo a possiacutevel natildeo participaccedilatildeo de alguns deles

Estipula-se que 30-50 dos convidados natildeo retornem ao convite de colaboraccedilatildeo

(COUTINHO et al 2013 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) A falta de tempo e a

sobrecarga de atribuiccedilotildees satildeo apontadas como os principais motivos de natildeo

colaboraccedilatildeo dos especialistas (SCARPARO et al 2012)

Portanto o nuacutemero de participantes da primeira rodada natildeo necessariamente seraacute o

mesmo nas rodadas seguintes Esse fato natildeo impacta a validade e qualidade dos

resultados da pesquisa pois o painel de especialistas eacute composto por especialistas no

P aacute g i n a | 57

assunto o que descarta a necessidade de representatividade estatiacutestica

(SCARPARO et al 2012)

Como estrateacutegia para aumentar a qualidade da amostra eacute interessante que haja

heterogeneidade entre os especialistas convidados a julgar o projeto A visatildeo mais

ampla do produto em questatildeo traraacute maior qualidade ao resultado final (WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000)

Wendisch (2010) aponta que eacute interessante equilibrar a participaccedilatildeo de especialista

de diferentes aacutereas da sociedade como acadecircmicos pesquisadores e profissionais

da aacuterea Entretanto Wrigth e Giovinazzo (2000) garantem que a heterogeneidade natildeo

eacute fundamental pois a qualidade das avaliaccedilotildees estaacute diretamente relacionada ao grau

de experiecircncia dos especialistas com o objeto de estudo

Satildeo descritos como vantagens do meacutetodo Dephi reflexatildeo individual e coletiva sem a

necessidade de reuniotildees presenciais que minimiza dificuldade de organizaccedilatildeo de

local e horaacuterio aleacutem de minimizar o predomiacutenio da opiniatildeo de alguns indiviacuteduos

(CARDOSO et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA

2013)

Aleacutem disso o meacutetodo sem interaccedilatildeo presencial evita o desvio de foco com deturpaccedilatildeo

da discussatildeo (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013) e permite a interaccedilatildeo entre

pessoas de localidade distantes e reduccedilatildeo dos custos necessaacuterios (COUTINHO et al

2013 SCARPARO et al 2012)

Com acesso a anaacutelise estatiacutestica e agraves opiniotildees redigidas pelos colegas o colaborador

eacute capaz de refletir e mudar de ideia ou se contrapor de forma mais clara (CARDOSO

et al 2005 COUTINHO et al 2013 MUNARETTO CORREA amp CUNHA 2013)A

utilizaccedilatildeo de participantes especialistas traz confiabilidade as informaccedilotildees geradas

(MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A interaccedilatildeo entre participantes e pesquisador agrega conhecimento natildeo somente pela

resposta mas assim como pela reflexatildeo dos proacuteprios participantes visto que ele feito

de forma que os participantes possam refletir sobre o posicionamento dos demais

juiacutezes (CARDOSO et al 2005 MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013

SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 58

Como desvantagens satildeo listados a dificuldade de encontrar e contatar indiviacuteduos com

a experiecircncia necessaacuteria para avaliaccedilatildeo na pesquisa e o retorno das pessoas

convidadas a participar Eacute estimado que em torno de 50 dos participantes

abandonam a pesquisa (CARDOSO et al 2005 SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 59

3 MEacuteTODOS

Estudo quantitativo exploratoacuterio A pesquisa exploratoacuteria eacute utilizada quando um tema

de interesse ainda natildeo foi explorado de forma satisfatoacuteria ou quando natildeo possui dados

quantitativos adequados Portanto empenha-se em levantar hipoacuteteses ideias ou

padrotildees ao inveacutes de confirmaacute-las (MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013)

O presente estudo foi dividido em duas fases elaboraccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade para serviccedilos de GTM e validaccedilatildeo de conteuacutedo por profissionais de

GTM por meio da teacutecnica de Delphi

31 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

311 Levantamento Bibliograacutefico

Para levantamento dos criteacuterios necessaacuterios para o serviccedilo de GTM foi realizada uma

revisatildeo bibliograacutefica natildeo sistemaacutetica baseada em pesquisa na BIREME (Biblioteca

Regional de Medicina) - Centro Latino Americano e do Caribe em Informaccedilatildeo em

Ciecircncias agrave Sauacutede As bases de dados utilizadas foram LILACS (Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) MEDLINE (Literatura Internacional

em Ciecircncias da Sauacutede) Cochrane (Revisotildees Sistemaacuteticas da Colaboraccedilatildeo Cochrane)

e SciELO (ScientificElectronic Library Online)

Para a pesquisa foram adotadas as versotildees em liacutengua inglesa dos seguintes

descritores e respectivos qualificadores (apresentados pelo site httpsdecsbvsbr)

lsquorsquoMedicationTherapy Management and Standardsrsquorsquo lsquorsquoMedication Therapy Management

and Qualityrsquorsquo lsquorsquoPharmaceutical Care and Standardsrsquorsquo e lsquorsquoPharmaceutical Care and

Qualityrdquo

Os criteacuterios de seleccedilatildeo dos artigos foram Trabalhos que descreviam

criteacuterioselementos da praacutetica de AF de acordo com Cipolle Strand e Morley (2012) e

serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 60

Criteacuterios de exclusatildeo publicaccedilotildees indisponiacuteveis na integra trabalhos que natildeo

descrevem elementos de interesse ou que natildeo deixam claro a metodologia de AF

utilizada trabalhos que abordavam apenas um grupo especifico de pacientes

Liacutengua portuguesa inglesa e espanhola e a presenccedila de pelo menos um dos

descritores utilizados no tiacutetulo ou resumo do trabalho

Aleacutem da revisatildeo dos criteacuterios do serviccedilo tambeacutem foi realizada a revisatildeo das ediccedilotildees

disponiacuteveis do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da ONA desde 2002 a 2014 avaliando

seu conteuacutedo e estrutura Foram consideradas nesta revisatildeo publicaccedilotildees e

documentos de 1990 a 2015

312 Eleiccedilatildeo dos Criteacuterios Fundamentais para Funcionalidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa

Todos os artigos selecionados durante a busca foram lidos em sua apresentaccedilatildeo

completa exceto aqueles que natildeo puderam ser acessados

Dos artigos acessados foram destacadas e listadas caracteriacutesticas chaves

relacionadas a qualidade do serviccedilo de GTM que perpassam desenvolvimento da

praacutetica estrutura e gestatildeo Ademais foram levados em consideraccedilatildeo artigos

quantitativos e qualitativos

313 Adaptaccedilatildeo do Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo aos Criteacuterios elegidas

O conteuacutedo extraiacutedo da revisatildeo literaacuteria foi adaptado e incorporado a estrutura do

instrumento utilizado pela ONA nas avaliaccedilotildees de acreditaccedilatildeo hospitalar Vale

ressaltar que parte do conteuacutedo dos manuais brasileiros de acreditaccedilatildeo hospitalar da

ONA foi mantido por se tratar de caracteriacutesticas baacutesicas aplicaacuteveis a qualquer serviccedilo

de sauacutede incluindo o GTM Por outro lado itens relativos a componentes especiacuteficos

natildeo relacionados ao serviccedilo de GTM foram excluiacutedos do instrumento

Desse modo todo instrumento foi dividido em seccedilotildees sendo cada seccedilatildeo composta

por subseccedilotildees as quais apresentam o escopo especiacutefico da unidade ou setor ou

serviccedilo Por sua vez cada subseccedilatildeo apresenta trecircs niacuteveis de padratildeo de conformidade

com graus de exigecircncias crescentes Dentro de cada niacutevel existem criteacuterios que satildeo

P aacute g i n a | 61

caracteriacutesticas que o serviccedilo deve possuir para cumprir o padratildeo A estrutura

hieraacuterquica apresentada no instrumento da ONA (Figura 1)

Figura 1 Ilustraccedilatildeo adaptada do modelo de Organizaccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade da Organizaccedilatildeo Nacional de Acreditaccedilatildeo

Fonte Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar (BRASIL 2014)

Sempre que possiacutevel foi reproduzida a nomenclatura original utilizada nos manuais

revisados Em casos necessaacuterios algumas nomenclaturas e expressotildees foram

adaptadas

Aleacutem disso para atender criteacuterios essenciais destacados no levantamento

bibliograacutefico foi necessaacuteria a criaccedilatildeo de uma subseccedilatildeo natildeo existente no material

original da ONA Pelo mesmo motivo a estrutura do instrumento tambeacutem foi alterada

com a criaccedilatildeo de subitens denominados neste estudo de ldquotoacutepicosrdquo

P aacute g i n a | 62

32 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DE CONTEUacuteDO

321 Amostragem

Para garantir heterogeneidade no grupo de avaliadores o presente estudo buscou

envolver na anaacutelise participantes experientes em GTM de variadas partes do Brasil

que atuam em diferentes cenaacuterios incluindo especialistas em cenaacuterio puacuteblico privado

pesquisadores docentes e profissionais de GTM

Levando em consideraccedilatildeo a taxa de natildeo participaccedilatildeo descrita na literatura (30-50)

e na tentativa de alcanccedilar o miacutenimo de juiacutezes recomendaacutevel (sete juiacutezes) o estudo

estabeleceu um miacutenimo de 15 juiacutezes A priori natildeo foi estipulado um nuacutemero maacuteximo

de participantes Foi enviado convite de participaccedilatildeo para 32 potenciais juiacutezes por

meio de e-mail e novos participantes foram incluiacutedos por indicaccedilatildeo de informantes

chave

322 Criteacuterios de seleccedilatildeo dos juiacutezes

Foram convidados a participar do estudo farmacecircuticos com miacutenimo de um ano de

experiecircncia com GTM pesquisadores e docentes envolvidos nesta aacuterea

Os potenciais participantes foram contatados por meio de e-mail Nesta ocasiatildeo foi

explicado aos convidados o objetivo da pesquisa e como ela se desenvolveria Anexo

ao e-mail foi enviado um pequeno questionaacuterio sobre os criteacuterios de inclusatildeo para que

os participantes relatassem sua experiecircncia com GTM (APEcircNDICE A)

Os participantes receberam um prazo de 25 dias para responderem ao convite e o

questionaacuterio dos criteacuterios de inclusatildeo Ao fim do prazo os questionaacuterios dos

participantes que aceitaram colaborar foram avaliados e os farmacecircuticos que

atenderam as exigecircncias do estudo foram selecionados para colaborar com esta

pesquisa

O estudo ocorreu de setembro de 2015 ao iniacutecio de marccedilo de 2016 desde o envio do

convite de colaboraccedilatildeo ateacute o encerramento da uacuteltima rodada de avaliaccedilotildees

P aacute g i n a | 63

323 Formulaacuterio de Avaliaccedilatildeo de Concordacircncia

Para que os participantes pudessem avaliar o instrumento criou-se um formulaacuterio

online de respostas que foi disponibilizado aos colaboradores por e-mail por meio de

um link de acesso

Este formulaacuterio foi composto por cinco paacuteginas A primeira paacutegina continha campos

de identificaccedilatildeo do avaliador que deveriam ser preenchidos com nome completo do

juiz e seu respectivo endereccedilo de e-mail Ainda na primeira paacutegina foi apresentado

um manual completo com instruccedilotildees para avaliaccedilatildeo e preenchimento do formulaacuterio

As cinco paacuteginas seguintes continham todos os itens que compuseram o instrumento

desenvolvido inicialmente e os campos de avaliaccedilatildeo

Cada item apresentado para julgamento era acompanhado por uma escala numeacuterica

que deveria ser assinalada pelo avaliador de acordo com seu grau de concordacircncia

A escala utilizada foi do tipo Likert com cinco opccedilotildees a serem assinaladas 1 Discordo

totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Indiferente 4 Concordo parcialmente e 5

Concordo totalmente (quadro 5) (SOUSA amp TURRINI 2012)

Quadro 5 Escala de Likert de Grau de Confianccedila

Aleacutem disto foram disponibilizados espaccedilos para que os participantes pudessem

manifestar opiniotildees explicitas por extenso sobre todo e qualquer item que compocircs o

instrumento sugerir alteraccedilotildees retiradas ou acreacutescimos de criteacuterios

Todos os campos de preenchimento com exceccedilatildeo dos campos de argumentaccedilatildeo

foram considerados de caraacuteter obrigatoacuterio Portanto para conseguir finalizar a

avaliaccedilatildeo do instrumento o participante teve que avaliar todas as questotildees contidas

no formulaacuterio

ESCALA DE LIKERT DE GRAU DE CONFIANCcedilA GRADUAL (SOUSA amp TURRINI 2012)

DISCORDO TOTALMENTE

DISCORDO PARCIALMENTE

INDIFERENTE CONCORDO

PARCIALMENTE CONCORDO

TOTALMENTE

1 2 3 4 5

P aacute g i n a | 64

324 Primeira Rodada de Delphi

Os participantes receberam um e-mail dando iniacutecio a primeira rodada Delphi no dia

20102015 O e-mail continha uma explicaccedilatildeo sobre o desenvolvimento da primeira

rodada o prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento um link de acesso ao formulaacuterio

avaliativo e em anexo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

deveria ser assinado e encaminhado ao pesquisador por e-mail

O prazo inicial para avaliaccedilatildeo informado aos participantes foi de 25 dias para

responder ao formulaacuterio Entretanto este prazo foi prorrogado a pedido de alguns

avaliadores Desta forma o prazo final foi estendido por mais 16 dias e os

participantes puderam enviar suas respostas Participantes que natildeo enviaram suas

respostas ateacute o fim deste prazo foram excluiacutedos do estudo (WENDISCH 2010)

Com intuito de ampliar o nuacutemero de colaboradores os participantes receberam e-mails

com lembretes sobre o fim do prazo para avaliaccedilatildeo do instrumento Aqueles que natildeo

responderam ao questionaacuterio ateacute o prazo inicial receberam novo e-mail avisando da

extensatildeo do prazo final

Ao fim da primeira rodada de avaliaccedilotildees os dados do formulaacuterio foram tabulados e

analisados estatisticamente por meio do IVC e do IRA para verificaccedilatildeo de consenso

(ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA

2012)

O IVC foi aplicado como objetivo avaliar a taxa de juiacutezes que concordam com o item

que estaacute sendo julgado Ele foi calculado atraveacutes da soma dos valores que

representam concordacircncia (neste caso 5 e 4) divido pelo nuacutemero total de avaliadores

Criteacuterios que obtiveram IVC maior ou igual a 85 foram considerados consenso O

IVC foi calculado de acordo com a formula abaixo

119920119933119914 = sum 120787+sum120786

119951

Apoacutes anaacutelise de IVC foi realizado o caacutelculo de IRA tambeacutem conhecido como relaccedilatildeo

entre avaliadores ou anaacutelise de fidedignidade Este caacutelculo eacute utilizado para avaliar se

consenso obtido eacute significativo e fiel a realidade Assim o IRA foi calculado levando-

se em consideraccedilatildeo a variaccedilatildeo entre as respostas dos juiacutezes o tamanho da amostra

P aacute g i n a | 65

e o nuacutemero de possibilidades (ALTMAN 1990 JAMES DEMAREE WOLF 1993

BELLUCCI JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012)

119955119960119944 = (120648119916sup2 minus 119930119961sup2 ) minus 120648119916sup2 = 120783 ndash (119930119961sup2 120648119916sup2)

Onde 119878119909sup2 eacute valor da variacircncia entre respostas e 120590119864sup2 eacute o valor representativo da

quantidade de possibilidades Utilizando uma escala Likert de 5 pontos o valor de 120590119864sup2

tabelado eacute igual a 2 Portanto utilizando a formula simplificada o caacutelculo eacute realizado

da seguinte maneira (JAMES DEMAREE WOLF 1993)

119955119960119944 = (120784 minus Sxsup2 ) 2

Foram considerados aceitos itens com IRA maior ou igual a 61 Segue abaixo a

classificaccedilatildeo de forccedila de consenso segundo avaliaccedilatildeo do IRA (tabela 1)

Tabela 1 Escala de forccedila de consenso

PONTUACcedilAtildeO (IRA) CLASSIFICACcedilAtildeO

000 A 020 POBRE

021 A 040 FRACO

041 A 060 MODERADO

061 A 080 BOM

081 A 100 MUITO BOM

Portanto valores de IVC que obtiveram valores iguais ou maiores a 85 (085) e

valores de IRA maior ou igual a 61 (061) foram considerados aprovados

estatisticamente Os Itens com valores abaixo do estipulado foram reformulados e

enviados para nova avaliaccedilatildeo na segunda rodada Delphi

Tabela 2 Anaacutelise de consenso final

RESULTADO DO IVC RESULTADO DO IRA CONSENSO FINAL

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

gt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR ge 061 REAVALIAR

lt 085 (OU 85) VALOR lt 061 REAVALIAR

gt 085 (OU 85) VALOR ge 061 ACEITO

P aacute g i n a | 66

Apoacutes avaliaccedilatildeo quantitativa foi realizado a avaliaccedilatildeo qualitativa das argumentaccedilotildees

dos juiacutezes Foi elaborado um compilado das argumentaccedilotildees de cada item e estas

foram organizadas e expostas em relatoacuterio que foi disponibilizado na segunda rodada

Para muitas argumentaccedilotildees foi emitida resposta pelo pesquisador que foi anexada ao

relatoacuterio mencionado Alguns itens que obtiveram resultado estatiacutestico satisfatoacuterio

(IVCge085 e IRAge061) foram reformulados para envio na segunda etapa para a

reavaliaccedilatildeo devido as sugestotildees e questionamentos realizados pelos juiacutezes

325 Segundada Rodada de Delphi

A segunda rodada foi iniciada no dia 2901 de 2016 Os participantes receberam prazo

de 38 dias para responderem ao questionaacuterio Apoacutes reformulaccedilatildeo do instrumento foi

elaborado uma segunda versatildeo do formulaacuterio online que deveria ser avaliada pelos

aos participantes nesta etapa (WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Junto com o novo questionaacuterio de avaliaccedilatildeo foi enviado aos participantes em anexo o

resultado da anaacutelise da quantitativa e qualitativa da primeira rodada Desse modo os

juiacutezes puderam tomar decisotildees com base na argumentaccedilatildeo dos demais

colaboradores e na tendecircncia de concordacircncia do grupo de especialistas Vale

ressaltar que nenhum participante teve o nome vinculado agraves respostas (COUTINHO

2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Assim como o primeiro formulaacuterio avaliativo o link de acesso foi disponibilizado aos

juiacutezes por e-mail O novo formulaacuterio continha apenas os itens que demandaram novo

julgamento ou novos itens incluiacutedos Para cada item foi exposto sua descriccedilatildeo do

conforme proposta original as consideraccedilotildees dos juiacutezes realizadas na primeira etapa

em alguns casos tambeacutem foi exposta a resposta do pesquisador para esclarecimento

de pontos criacuteticos o parecer para aquele item baseado no resultado da anaacutelise

estatiacutestica (aprovado ou reprovado) e por fim o item reformulado ou formulado (no

caso de novos itens) Aleacutem disso para cada item anexou-se escala numeacuterica com

valores de 1 a 5 representando o grau de concordacircncia de acordo com escala Likert

Apoacutes recebimento das avaliaccedilotildees de segunda rodada foi realizada tabulaccedilatildeo dos

dados e nova anaacutelise estatiacutestica dos resultados Por ausecircncia de itens com IVC menor

que 85 e IRA menor que 61 as rodadas Delphi foram encerradas (ALTMAN 1990

P aacute g i n a | 67

JAMES DEMAREE WOLF 1993 BELLUCCI JUacuteNIOR MATSUDA 2012) A partir de

entatildeo o instrumento foi reformulado em sua versatildeo final e enviado aos juiacutezes em

conjunto com novo relatoacuterio de anaacutelise estatiacutestica (FELDMAN CUNHA amp

DrsquoINNOCENZO 2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

33 ASPECTOS EacuteTICOS

O projeto que sustenta a presente investigaccedilatildeo denominado ldquoResultados cliacutenicos

econocircmicos aspectos humaniacutesticos culturais e educacionais de serviccedilos de

gerenciamento da terapia medicamentosa no sistema uacutenico de sauacutederdquofoi aprovado

pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CEP-

UFMG) e possui nuacutemero de registro CAAE 25780314400000149

Todas as informaccedilotildees dos participantes as respostas e as sugestotildees enviadas foram

tratadas e analisadas de forma confidencial Apenas foram incluiacutedos dados de

participantes que tiverem assinado o TCLE (APEcircNDICE B)

34 RIGOR DA PESQUISA

O anonimato dos participantes evitou o vieacutes de influecircncia ou conflitos de interesse

Foram convidados a participar da pesquisa sujeitos de diferentes caracteriacutesticas A

heterogeneidade dos participantes visou minimizar vieacutes de opiniotildees especificas de

grupos regionais Com a finalidade de assegurar a concordacircncia legitima entre o grupo

de juiacutezes foi aplicado o teste estatiacutestico de fidedignidade (IRA)

P aacute g i n a | 68

Figura 2 Fluxograma da teacutecnica de Delphi

Legenda Fluxograma da aplicaccedilatildeo da teacutecnica de Delphi no presente estudo Adaptado de WRIGTH

amp GIOVINAZZO 2000

P aacute g i n a | 69

4 RESULTADOS

Os resultados deste trabalho seratildeo apresentados em duas etapas Desenvolvimento

do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade no qual consta o levantamento

bibliograacutefico e a adaptaccedilatildeo dos criteacuterios de qualidade do serviccedilo GTM ao MBAH

Validaccedilatildeo do instrumento pela teacutecnica de Delphi sendo que este aborda a anaacutelise do

perfil dos juiacutezes e da concordacircncia entre as rodadas de avaliaccedilotildees Delphi

41 PRIMEIRA FASE DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES EM GTM

411 Levantamento Bibliograacutefico

Encontrou-se na busca um total de 1040 artigos Apoacutes avaliar o tiacutetulo e a adequaccedilatildeo

do conteuacutedo presente nos resumos selecionou-se para leitura completa 108

publicaccedilotildees

Apoacutes anaacutelise na iacutentegra passaram a integrar o levantamento bibliograacutefico 17

publicaccedilotildees (Quadro 6) Dentre as publicaccedilotildees utilizadas se encontram estudos

cientiacuteficos quantitativos e qualitativos aleacutem de documentos normativos ou educativos

de instituiccedilotildees relacionadas ao desenvolvimento de serviccedilos de GTM Aleacutem disso 15

publicaccedilotildees satildeo originadas dos EUA 1 da Iacutendia e 1 do Brasil

Alguns fatores dificultaram a busca literaacuteria sendo os principais Termo ldquoqualityrdquo

relacionando-se a qualidade de vida impossibilidade de acesso a publicaccedilotildees

completas artigos relacionados a praacuteticas que contemplam apenas um grupo

especiacutefico de pacientes artigos relacionados a outros serviccedilos farmacecircuticos que natildeo

o GTM e associaccedilatildeo de Pharmaceutical Care a outros serviccedilos ou seguimentos

farmacecircuticos

P aacute g i n a | 70

Quadro 6 Documentos selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidades de serviccedilos de Gerenciamento da Terapia

Medicamentosa

P aacute g i n a | 71

412 Adaptaccedilatildeo dos Criteacuterios de Qualidade do Serviccedilo de Gerenciamento da Terapia Medicamentosa ao Manual Brasileiro de Acreditaccedilatildeo Hospitalar

O instrumento foi elaborado seguindo a estrutura utilizada pela ONA (BRASIL 2002

b)

Apoacutes revisatildeo das versotildees disponiacuteveis do MBAH o conteuacutedo aplicaacutevel ao serviccedilo de

GTM foi selecionado para compor o instrumento original proposto por este estudo

Conteuacutedos que se dirigiam apenas a serviccedilos hospitalares ou de unidades de

atendimento especiacuteficas como enfermagem e laboratoacuterios de anaacutelises cliacutenicas dentre

outros foram excluiacutedos por natildeo se referirem ao escopo desta pesquisa

Os criteacuterios de qualidade especiacuteficos do serviccedilo de GTM identificados no

levantamento bibliograacutefico foram adaptados ao instrumento utilizado como base

MAHB O quadro 7 apresenta os criteacuterios identificados na literatura consultada como

essenciais

Ao fim desse processo a primeira versatildeo do instrumento apresentou-se com quatro

seccedilotildees sete subseccedilotildees sendo que cada subseccedilatildeo apresentava trecircs niacuteveis de padratildeo

com seus respectivos criteacuterios de conformidade assim como no referencial teoacuterico

utilizado Eacute vaacutelido ressaltar que a primeira versatildeo do instrumento contou com 130 itens

de avaliaccedilatildeo do serviccedilo

Aleacutem das subseccedilotildees adaptadas do material da ONA foi criada nova subseccedilatildeo

denominada ldquoPraacutetica profissionalrdquo e dentro desta subseccedilatildeo tambeacutem foi adicionada de

uma nova subcategoria denominada ldquoToacutepicordquo A adiccedilatildeo destas estruturas foi

necessaacuteria para se adequar agraves exigecircncias especificas do serviccedilo de GTM

favorecendo assim o processo de avaliaccedilatildeo

O instrumento foi organizado em forma de quadro Para cada item que deveria ser

atendido pelo serviccedilo em processo de acreditaccedilatildeo existe um campo para que

avaliador assinale comum ldquoXrdquo caso este esteja ou natildeo em conformidade com o padratildeo

desejaacutevel

P aacute g i n a | 72

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades( continua)

P aacute g i n a | 73

Quadro 7 Criteacuterios de Gerenciamento de Terapia Medicamentosa selecionados para a construccedilatildeo do instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidades (Continuaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 74

Figura 3 Organograma do instrumento proposto pela pesquisa

P aacute g i n a | 75

42 SEGUNDA FASE VALIDACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADES PELA TEacuteCNICA DELPHI

421 Anaacutelise do Perfil dos Especialistas que Compotildee o Grupo de Juiacutezes

Foram enviados convites de participaccedilatildeo para 32 farmacecircuticos Destes 22

responderam confirmando disponibilidade e interesse em colaborar com este estudo

Ao fim da primeira rodada Delphi vinte juiacutezes responderam o questionaacuterio gerando

uma taxa de retorno de 909

Dezessete juiacutezes avaliaram o instrumento na segunda rodada Portanto a taxa de

retorno obtida foi de 773 em relaccedilatildeo ao nuacutemero de juiacutezes que concordaram em

participar da pesquisa e de 850 em relaccedilatildeo aos participantes que de fato

colaboraram com a primeira rodada de avaliaccedilotildees

Os juiacutezes foram questionados sobre qual a relaccedilatildeo que eles possuiacuteam com o serviccedilo

de GTM Os participantes declararam jaacute terem atuado ateacute o momento como

pesquisadores docentes e profissionais de GTM Alguns participantes afirmaram

possuir experiecircncia em mais de uma das aacutereas de atuaccedilatildeo O percentual de

participantes que jaacute atuaram nas atribuiccedilotildees referidas encontra-se na tabela 3 a

seguir

Tabela 3 Frequecircncia de aacuterea de atuaccedilatildeo dos juiacutezes

PESQUISADOR DOCENTE CLIacuteNICO Nordm TOTAL

9040 3810 8095 20

Todos os participantes declararam possuir mais de um ano de experiecircncia com

Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Em relaccedilatildeo a quantidade de tempo de experiecircncia que tiveram com as atividades de

ensino pesquisa e cliacutenica 6470 dos participantes declararam ter tido algum tipo de

envolvimento com atividades de ensino de GTM Dentre eles o maacuteximo de tempo

declarado foi 13 anos de atividades de ensino e o miacutenimo foi 1 ano

Vale ressaltar que todos participantes declararam possuir algum tempo de experiecircncia

como pesquisador na aacuterea de GTM cujo o maacuteximo de tempo declarado foi 13 anos e

o miacutenimo foi 1 ano

P aacute g i n a | 76

Aleacutem disso 941 declararam jaacute terem exercido atividade cliacutenica de GTM sendo o

maior tempo de experiecircncia com a praacutetica cliacutenica 15 anos e o miacutenimo 2 meses

Portanto notou-se que o grau de experiecircncia com as aacutereas de atuaccedilatildeo relacionadas

ao GTM foi bastante variado (Tabela 4)

Tabela 4 Tempo de experiecircncia em anos dos juiacutezes de acordo com a atividade

TEMPO DE EXPERIEcircNCIA EM ANOS CONFORME ATIVIDADE

ESPECIALISTA ENSINO PESQUISA CLIacuteNICA

JUIZ 01 0 1 1

JUIZ 02 0 1 15

JUIZ 03 1 5 5

JUIZ 04 0 1 15

JUIZ 05 0 4 4

JUIZ 06 3 7 4

JUIZ 07 1 1 2

JUIZ 08 3 3 5

JUIZ 09 8 6 15

JUIZ 10 5 6 11

JUIZ 11 0 125 0

JUIZ 12 0 2 083

JUIZ 13 25 4 65

JUIZ 14 1 25 3

JUIZ 15 2 2 4

JUIZ 16 1 3 1

JUIZ 17 3 2 5

JUIZ 18 9 9 10

JUIZ 19 13 13 15

JUIZ 20 4 8 8

MEacuteDIA DOS JUIacuteZES 283 409 517

Da primeira para segunda rodada houve aumento de 37 na proporccedilatildeo de

participantes que declaram ter experiecircncia como docente queda de 87 como

pesquisador e aumento de 14 como cliacutenico de GTM (Tabela 5)

P aacute g i n a | 77

Tabela 5 Atividades desenvolvidas pelos juiacutezes participantes na primeira e segunda rodada

ATIVIDADES RELACIONADAS AO GTM REALIZADAS PELOS JUIacuteZES

ATIVIDADE 1ordf RODADA () 2ordf RODADA ()

PESQUISADOR 9048 9412

DOCENTE 3810 2941

CLIacuteNICO 8095 8235

422 Resultados da Anaacutelise da Primeira Rodada de Delphi

O instrumento desenvolvido foi composto por 3 tipos de itens que deveriam ser

julgados pelos juiacutezes Sendo estes Descriccedilatildeo do conteuacutedo da seccedilatildeo Descriccedilatildeo do

padratildeo para cada niacutevel ou toacutepico e Criteacuterio de conformidade

Na primeira rodada os juiacutezes julgaram quantitativamente e qualitativamente todos os

itens contidos no instrumento proposto

Itens que foram reprovados ou aprovados estatisticamente mas que tiveram

sugestotildees de modificaccedilatildeo pelos juiacutezes foram reformulados e reenviados para segunda

rodada Delphi Itens aprovados estatisticamente e que natildeo tiveram sugestotildees de

modificaccedilatildeo foram considerados em consenso total ou seja aprovados

completamente e natildeo participaram da segunda rodada de avaliaccedilotildees

O instrumento original avaliado na primeira rodada Delphi contemplava 134 itens

Dentre eles 115 obtiveram o consenso total 14 foram aprovados estatisticamente

mas reformulados por sugestatildeo dos juiacutezes e 5 itens foram reprovados estatisticamente

(Figura 4)

P aacute g i n a | 78

Figura 4 Fluxograma com resumo da elaboraccedilatildeo do instrumento de

conformidades

Ao fim da primeira rodada foram adicionados 4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes

para anaacutelise na segunda rodada de Delphi Assim foram enviados para segunda

rodada de Delphi o total de 23 itens O instrumento reformulado apoacutes segunda fase

contou com um total de 138 itens (APEcircNDICE C)

423 Itens Reformulados Apoacutes Primeira Rodada de Delphi

A seguir seratildeo apresentados os 23 itens que foram enviados para a proacutexima fase de

avaliaccedilatildeo Os itens seratildeo apresentados por seccedilatildeo e por subseccedilatildeo seguindo a ordem

estrutural do instrumento elaborado neste estudo No texto cada item seraacute

apresentado em sua forma original por extenso em itaacutelico e a sua frente em negrito o

coacutedigo que foi atribuiacutedo a este item para facilitar sua exposiccedilatildeo na apresentaccedilatildeo dos

resultados

P aacute g i n a | 79

A seccedilatildeo lsquorsquoLideranccedila e administraccedilatildeorsquorsquo (Seccedilatildeo 1) apresentou um total de 5 itens

reformulados e enviados para nova anaacutelise sendo que apenas 1 item obteve valor

estatisticamente insatisfatoacuterio e 4 itens foram reformulados mediante as

consideraccedilotildees dos juiacutezes (Tabela 6)

Tabela 6 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 1

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 1 090 086 Sim

ITEM 2 086 066 Sim

ITEM 3 090 071 Sim

ITEM 4 090 057 Natildeo

ITEM 5 085 067 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I1) rarr ldquoEsta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema de governo

da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopacienterdquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo foi aprovada estatisticamente mas foi

reformulada mediante sugestatildeo dos juiacutezes Os juiacutezes tiveram duacutevida quanto a

clareza do item e pediram maiores explicaccedilotildees sobre termo ldquosistema de governo

da organizaccedilatildeordquo utilizado

Item (I2) rarr ldquoProfissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilordquo

Foi aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes questionaram o sentido da

frase sugerindo a reformulaccedilatildeo da frase para clarear o objetivo do item

Item (I3) rarr ldquoPermanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis

horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTMrdquo

Tambeacutem foi aprovado estatisticamente mas enviado para segunda rodada

mediante sugestatildeo dos juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em

diferentes cenaacuterios de praacutetica

Item (I4) rarr ldquoApresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria

registros de reuniotildees ou outros procedimentos de documentaccedilatildeo) rdquo

P aacute g i n a | 80

Foi reprovado estatisticamente Este criteacuterio atingiu um valor abaixo do aceitaacutevel

na avaliaccedilatildeo de fidedignidade do consenso (IRA) Juiacutezes sugeriram a correccedilatildeo do

erro ortograacutefico da palavra ldquo organizaccedilatildeordquo

Item (I5) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externosrdquo

Foi aprovado estatisticamente mas questionou-se a definiccedilatildeo de clientes internos

e clientes externos

Na seccedilatildeo lsquorsquoAtenccedilatildeo ao pacientersquorsquo (Seccedilatildeo 2) foram reformulados 7 itens dentre eles 2

foram reprovados estatisticamente na primeira rodada Aleacutem disso foram adicionados

4 novos itens sugeridos pelos juiacutezes (Tabela 7)

Tabela 7 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 2

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 6 095 092 Sim

ITEM 7 086 052 Natildeo

ITEM 8 - - Novo Item

ITEM 9 - - Novo Item

ITEM 10 - - Novo Item

ITEM 11 - - Novo Item

ITEM 12 095 095 Sim

ITEM 13 095 093 Sim

ITEM 14 090 076 Sim

ITEM 15 076 066 Natildeo

ITEM 16 085 069 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I6) rarr ldquoEsta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente ldquoassistenciaisrdquo

ou seja todos aqueles em que existe o contato direto com o usuaacuterio um processo ou

serviccedilo cliacutenico assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvidardquo

A descriccedilatildeo do conteuacutedo desta seccedilatildeo obteve valores estatiacutesticos satisfatoacuterios

entretanto os juiacutezes consideraram o termo ldquocontato direto com usuaacuteriordquo improprio

para o serviccedilo de GTM

Item (I7) rarr ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo

P aacute g i n a | 81

Foi reprovado estatisticamente pela anaacutelise de fidedignidade Os juiacutezes

consideraram o conteuacutedo do referido criteacuterio muito semelhante ao do conteuacutedo de

outro criteacuterio do instrumento

Os juiacutezes sugeriram adiccedilatildeo de novos itens (I8 I9 I10 I11) para esta subseccedilatildeo

Item (I8) rarr ldquoTodos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo

Item (I9) rarr ldquoPrevine e identifica PRMrdquo

Item (I10) rarr ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapia rdquo

Item (I11) rarr ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo

Item (I12) rarr ldquoColeta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados

e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou

laboratoriais para determinar a seguranccedila dos medicamentos Registra o estado

clinico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam necessaacuterias

Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo deste padratildeo foi aprovada estatisticamente entretanto juiacutezes

recomendaram a substituiccedilatildeo do termo ldquocliacutenico do pacientersquorsquo por ldquoRegistra a

situaccedilatildeo cliacutenico farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuteriasrdquo

Item (I13) rarr ldquoDetermina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo inicialrdquo

Foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do

criteacuterio de forma que fique claro que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere

apenas a avaliaccedilatildeo inicial

Item (I 14) rarr ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo

Aprovado estatisticamente juiacutezes solicitaram alteraccedilatildeo na frase

Item (I15) rarr ldquoUtiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de

melhoriasrdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Juiacutezes solicitaram

explicaccedilotildees sobre o termo teacutecnico ldquo ciclo de melhoriasrdquo

P aacute g i n a | 82

Item (I16) rarr ldquoPossui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os casos que extrapolem o

potencial resolutivo da instituiccedilatildeordquo

A descriccedilatildeo do padratildeo foi aprovada estatisticamente Os juiacutezes aconselharam a

troca do termo ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo para que se crie maior

harmonia com o conteuacutedo da subseccedilatildeo

Apenas um item da seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos Profissionais e Organizaccedilatildeo de Assistecircnciarsquorsquo

(Seccedilatildeo 3) foi reformulado para segunda rodada (Tabela 8)

Tabela 8 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 3

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 17 095 098 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I17) rarr ldquoCorpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de

acordo com as normas definidas no Regimento Internoldquo

Aprovado estatisticamente Os juiacutezes ressaltaram as limitaccedilotildees do criteacuterio

A seccedilatildeo lsquorsquoServiccedilos de Apoio Teacutecnicorsquorsquo (Seccedilatildeo 4) contou com 6 itens reformulados

dentre eles apenas 2 itens foram reprovados estatisticamente (Tabela 9)

Tabela 9 Anaacutelise estatiacutestica da primeira rodada de Delphi da Seccedilatildeo 4

ITEM AVALIADO IVC IRA ACEITE

ITEM 18 090 072 Sim

ITEM 19 090 056 Natildeo

ITEM 20 095 093 Sim

ITEM 21 090 085 Sim

ITEM 22 081 050 Natildeo

ITEM 23 090 088 Sim

Legenda Iacutendice de Validade de Conteuacutedo (IVC) Inter-rater Agreement (IRA)

Item (I18) rarr ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e

Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo

teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de

abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos

P aacute g i n a | 83

especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a

terapecircuticardquo

O conteuacutedo da seccedilatildeo foi aprovado estatisticamente Entretanto os juiacutezes

solicitaram esclarecimento da descriccedilatildeo do conteuacutedo

Item (I19) rarr ldquoOrganizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o

arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos

pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo

profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados

e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc) rdquo

Item reprovado na anaacutelise de fidedignidade de consenso Os juiacutezes ressaltaram

que parte da descriccedilatildeo natildeo contempla serviccedilos que possuem registros eletrocircnicos

Item (I20) rarr ldquoSistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e meacutetodos

utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuteriordquo

Aprovado estatisticamente Foi ressaltado pelos avaliadores que ldquoimpressosrdquo natildeo

contempla serviccedilos com registros eletrocircnicos

Item (I21) rarr ldquoProntuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevelrdquo

Item aprovado estatisticamente entretanto os juiacutezes sugeriram adequaccedilatildeo do

criteacuterio para atender a serviccedilos que realizam registros eletrocircnicos

Item (I22) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)rdquo

Item reprovado no teste de fidedignidade de consenso Os juiacutezes solicitaram

detalhamento sobre clientes internos e externos

Item (I23) rarr ldquoSistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos) rdquo

Reprovado na anaacutelise de fidedignidaderdquo Avaliadores solicitaram esclarecimento

de clientes internos e externos

P aacute g i n a | 84

424 Resultados da Anaacutelise de Concordacircncia da Segunda Rodada de Delphi

Todos os vinte trecircs itens enviados para avaliaccedilatildeo nesta rodada obtiveram valores de

IVC e IRA acima do estipulado por este estudo Portanto todos os itens foram

aprovados na segunda rodada e a versatildeo final permaneceu com um total de 138 itens

Abaixo segue uma tabela com os itens que necessitaram de nova avaliaccedilatildeo na

segunda rodada fazendo uma comparaccedilatildeo de seus resultados estatiacutesticos entre

primeira e segunda rodada

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I01

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas ao sistema

de governo da organizaccedilatildeo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

100 097 0059

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilo Nela estatildeo presentes

subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila diretrizes

administrativas planejamento institucional e relacionamento

com o clienteusuaacuteriopaciente

I02

Profissional responsaacutevel capacitado pela direccedilatildeo do serviccedilo

100 094 0110 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado

responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

P aacute g i n a | 85

Tabela 10 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi na Seccedilatildeo 1 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 1 - LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I03

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades ido serviccedilo de GTM

100 094 0110

Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no

miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na

coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um

profissional capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de

coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do

funcionaacuterio responsaacutevel

I04

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

094 086 0270

Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos

administrativos gerenciais e de tomada de decisatildeo da

organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou

outros procedimentos de documentaccedilatildeo)

I05

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos

100 100 0000 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(pacientes familiarescomunidade) e clientes internos

(funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 86

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I06

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos tipicamente

ldquoassistenciaisrdquo ou seja todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuaacuterio um processo ou serviccedilo cliacutenico

assistencial desenvolvido uma equipe cliacutenica e

multiprofissional envolvida 100 092 015

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de

cuidado ao paciente onde existe o contato direto com o

usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

I07

Sonda o entendimento do paciente sobre sua

farmacoterapia

094 068 063

Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as

caracteriacutesticas e efeitos dos medicamentos que utiliza

I08 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Todos os itens relevantes

satildeo devidamente documentados 094 083 0345

I09 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Previne e identifica PRM 094 068 0639

I10

Item adicionado apoacutes 1ordf rodada O profissional checa

indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave

farmacoterapia rdquo

100 097 0058

I11 Item adicionado apoacutes 1ordf rodada Registra o estado cliacutenico

do paciente 100 094 0110

P aacute g i n a | 87

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I12

Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico do

paciente e quaisquer alteraccedilotildees na farmacoterapia que sejam

necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos

problemas Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

094 069 0617 Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os

resultados e confrontaacute-los aos objetivos terapecircuticos Coleta

evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a

seguranccedila dos medicamentos Registra o estado clinico-

farmacoterapecircutico do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para

identificaccedilatildeo de novos problemas Marca uma nova data para

avaliaccedilatildeo

I13

Determina o estado do paciente de acordo com avaliaccedilatildeo

inicial

094 070 0595 Determina o estado do paciente de acordo com dados

coletados e avaliados comparados aos achados

registrados nos atendimentos precedentes

I14

A efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisados

100 097 0058 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do

paciente satildeo revisados

P aacute g i n a | 88

Tabela 11 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 2 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 2 ndash ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I15

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias

094 086 0279

Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo

de melhorias (Natildeo houve modificaccedilatildeo)

I16

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser encaminhados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

100 094 0110

Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em

especialidades para os quais devem ser referenciados os

casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

Tabela 12 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 3

SECcedilAtildeO 3 ndash SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DA ASSISTEcircNCIA

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I17

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que atua no

acompanhamento contiacutenuo dos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com

as normas definidas no Regimento Interno

094 086 0274

Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza

atendimentos aos pacientes durante todo horaacuterio previsto

de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas

definidas no Regimento Interno

P aacute g i n a | 89

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I18

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico e Abastecimento visa a agrupar todos aqueles serviccedilos que envolvem uma accedilatildeo teacutecnica especializada mas que tambeacutem se caracterizam por envolver processos de abastecimento fornecimento estocagem produccedilatildeo eou serviccedilos teacutecnicos especializados de apoio e accedilatildeo assistencial e as equipes profissionais que realizam a terapecircutica

088 076 0471

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilo

I19

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel e segue uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

095 084 0581

Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees complementares pertinentes (exames pareceres etc)

P aacute g i n a | 90

Tabela 13 Alteraccedilotildees sugeridas pelos juiacutezes apoacutes a Primeira rodada de Delphi

na Seccedilatildeo 4 (Continuaccedilatildeo)

SECcedilAtildeO 4 ndash SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

ITEM ITEM ORIGINAL

IVC IRA ∆ ITEM MODIFICADO

I20

Sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos impressos e

meacutetodos utilizados para a composiccedilatildeo do prontuaacuterio

100 094 0110 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos

Apresenta um modelo padratildeo de prontuaacuterio disponiacutevel e

acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos

para composiccedilatildeo do prontuaacuterio

I21

Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados e assinados com a

respectiva identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

100 100 0000 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva

identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel Assinados

manualmente ou de forma digital acompanhados do

nuacutemero de registro do profissional responsaacutevel em seu

respectivo conselho

I22

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e

externos)

100 097 0058

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

I23

Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes

100 092 0154 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos

(funcionaacuterios e gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 91

5 DISCUSSAtildeO

51 ELABORACcedilAtildeO DO INSTRUMENTO DE CONFORMIDADES PARA AVALIACcedilAtildeO DO SERVICcedilO DE GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA

511 Levantamento Bibliograacutefico

Andrade et al (2013) fez uma comparaccedilatildeo entre as publicaccedilotildees brasileiras hispacircnicas

e norte-americanas com o objetivo de avaliar qualidade e quantidade de publicaccedilotildees

relacionadas a atenccedilatildeo farmacecircutica Os americanos apresentaram maior qualidade

de publicaccedilotildees enquanto os espanhoacuteis quantidade Por sua vez o Brasil mostrou-se

tiacutemido em relaccedilatildeo a quantidade de publicaccedilotildees e pouco eficiente no que se refere a

qualidade do material publicado Apesar do estudo mencionado ter sido realizado com

publicaccedilotildees entre 1990 e 2009 os dados em relaccedilatildeo ao Brasil refletem os achados

desta pesquisa visto que dentre os artigos utilizados apenas um foi de origem

nacional

Em revisatildeo realizada por Funchal-Witzel et al (2011) foi reforccedilado o fato de que o

Brasil ainda eacute pouco expressivo no que se diz respeito as publicaccedilotildees relacionadas a

atenccedilatildeo farmacecircutica Isto evidencia a necessidade dos pesquisadores da aacuterea se

empenharem para ampliar o conhecimento da praacutetica de GTM no contexto brasileiro

Apesar da busca ter retornado nuacutemero consideraacutevel de publicaccedilotildees em relaccedilatildeo aos

descritores e qualificadores utilizados neste estudo muitos deles foram descartados

por natildeo se enquadrarem nos objetivos deste estudo

A utilizaccedilatildeo do qualificador ldquoqualityrdquo trouxe muitos resultados que se relacionavam

apenas a qualidade de vida em decorrecircncia de serviccedilos farmacecircuticos mas que natildeo

expuseram caracteriacutesticas importantes que levaram o serviccedilo a um patamar de

qualidade capaz de interferir na qualidade de vida dos seus pacientes (HOHMANN et

al 2009 SILVA et al2012 SRIRAM et al 2011)

Alguns estudos abordavam caracteriacutesticas de qualidade de serviccedilo de GTM

entretanto com uma descriccedilatildeo de criteacuterios relacionados a pacientes com condiccedilotildees

de sauacutede especiacuteficas como depressatildeo ou distuacuterbios cardiovasculares Desse modo

P aacute g i n a | 92

natildeo foram adequados aos objetivos desta pesquisa (ERAH amp CHUKS-EBOKA 2008

LIEKENS 2012)

Outras publicaccedilotildees apresentavam apenas resultados quantitativos de serviccedilos

cliacutenicos farmacecircuticos com resultados cliacutenicos econocircmicos ou de adesatildeo

(SKOWRON POLAK amp BRANDYS 2011)

O termo ldquoPharmaceutical Carerdquo muitas vezes foi encontrado como sinocircnimo de

assistecircncia farmacecircutica e portanto natildeo se referia ao serviccedilo cliacutenico pesquisado

(VIEIRA LORANDI amp BOUSQUAT 2008)

Muitos artigos estavam relacionados apenas a serviccedilos de revisatildeo de prescriccedilatildeo

reconciliaccedilatildeo medicamentosa ou de praacuteticas direcionadas a promoccedilatildeo da adesatildeo ao

uso de medicamentos Isto pode ser explicado pela falta de uniformidade da utilizaccedilatildeo

do termo ldquopharmaceutical carerdquo ou atenccedilatildeo farmacecircutica A literatura descreve que

natildeo existe um consenso em relaccedilatildeo aos referidos termos e que portanto este pode

ser utilizado para denominaccedilatildeo de vaacuterios serviccedilos farmacecircuticos (AGONESI amp

SEVALHO 2010 FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 VAN MIL1999) A

proacutepria proposta de consenso brasileiro admite como parte do serviccedilo de atenccedilatildeo

farmacecircutica seis atividades distintas (BRASIL 2002 a)

Apesar de utilizarem o termo ldquopharmaceutical carerdquo alguns artigos natildeo descreveram

o serviccedilo prestado e por este motivo natildeo foi possiacutevel confirmar se o referido serviccedilo

era mesmo GTM (WIERENGA et al 2011 McINNIS amp CAPPS 2016) Levando em

consideraccedilatildeo as variadas interpretaccedilotildees do referido termo tais publicaccedilotildees foram

excluiacutedas (ANGONESI amp SEVALHO 2010 BRASIL 2002a)

A literatura carece de estudos voltados agrave investigaccedilatildeo e ao desenvolvimento da

gestatildeo de qualidade em serviccedilos de GTM Como evidenciado neste estudo a

descriccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos ainda eacute incipiente Verificou-se um nuacutemero

pequeno de publicaccedilotildees relacionadas diretamente a qualidade de forma geral

(HOLTORF et al 2009)

Poucas publicaccedilotildees tratavam especificamente da relaccedilatildeo de caracteriacutesticas ou itens

do serviccedilo e do impacto na qualidade do mesmo Dentre as publicaccedilotildees encontradas

com este perfil a maior parte foram documentos normativos ou educativos de

P aacute g i n a | 93

instituiccedilotildees relacionadas agraves praacuteticas farmacecircuticas (AMCP 2006 2008 ASHP 2003

ASCP 2007 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Por esse motivo na tentativa de ampliar a coleta de informaccedilotildees que poderiam

contribuir com a qualidade do serviccedilo de GTM o presente estudo admitiu artigos que

abordaram isoladamente criteacuterios de qualidade como a interdisciplinaridade e

documentaccedilatildeo (CURRIE et al 2003 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY

2007)

512 Criteacuterios Identificados

Os criteacuterios que deveriam compor o instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade de

serviccedilos de GTM foram selecionados por sua relevacircncia na obtenccedilatildeo de resultados

de qualidade expressividade literaacuteria e concordacircncia com modelo brasileiro de

acreditaccedilatildeo em sauacutede

A mudanccedila de foco da cliacutenica farmacecircutica do medicamento para o cuidado ao

paciente foi um marco na definiccedilatildeo e desenvolvimento da atenccedilatildeo farmacecircutica

(PEREIRA amp FREITAS 2008) A literatura enfatiza que eacute essencial que o provedor de

GTM leve em conta as necessidades expectativas satisfaccedilatildeo crenccedilas cultura e

ambiente socioeconocircmico em que o paciente estaacute inserido (AMCP 2006 HORTON

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007) A inserccedilatildeo deste elemento torna-se fundamental para que as

intervenccedilotildees farmacecircuticas sejam condizentes com a realidade do paciente e por

consequecircncia sejam eficientes (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O cuidado centrado

na pessoa eacute um elemento inegociaacutevel da praacutetica de atenccedilatildeo farmacecircutica (CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Fundamentando-se nessa exposiccedilatildeo ldquoInstituir cuidado

em sauacutede centrado no pacienterdquo foi introduzido no instrumento de conformidade como

elemento de caraacuteter obrigatoacuterio Assim este criteacuterio foi distribuiacutedo em todo instrumento

em itens que abordam a necessidade de investigar o contexto no qual o paciente

esteja inserido suas experiecircncias subjetivas e aleacutem disso aponta a obrigatoriedade

do cliacutenico de compartilhar decisotildees intervenccedilotildees metas e saberes com o paciente

A corresponsabilizaccedilatildeo eacute mais um dos aspectos filosoacuteficos indispensaacuteveis do GTM

(CIPOLLE STRAND MORLEY 2004) A participaccedilatildeo ativa do paciente no processo

P aacute g i n a | 94

de cuidado relaciona-se diretamente com empoderamento do paciente e o cuidado

centrado na pessoa (FREITAS et al 2006 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Este

processo deve ser realizado por meio da transmissatildeo da informaccedilatildeo de forma

adequada e continua atraveacutes da troca de saberes de forma tal que o profissional seja

capaz de propiciar ao paciente a participaccedilatildeo consciente no processo de cuidado

(LAUFFENBURGER et al 2012) Portanto considerou-se o criteacuterio ldquoIncorporar o

paciente como parte do processordquo como exigecircncia miacutenima cabiacutevel a todo e qualquer

serviccedilo de GTM

Para que o paciente seja capaz de contribuir de forma mais significativa na evoluccedilatildeo

de seu cuidado eacute necessaacuterio que ele adquira conhecimentos relacionados a seu

tratamento e condiccedilatildeo de sauacutede Logo aumentar a autonomia do paciente para tornaacute-

lo sujeito ativo no cuidado estaacute intimamente conectado as atividades de educaccedilatildeo em

sauacutede (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Segundo Shoemaker e colaboradores

(2011) aleacutem de desenvolver a autonomia do paciente as atividades educativas do

farmacecircutico satildeo importantes na resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Nesse tocante o

criteacuterio ldquorealizar educaccedilatildeo em sauacutederdquo foi considerado como atividade fundamental

para o desenvolvimento da praacutetica de GTM

O desenvolvimento do GTM ocorre de modo ciacuteclico sustentado por trecircs etapas

estruturantes e se inicia pela avaliaccedilatildeo seguida por elaboraccedilatildeo de um plano de

cuidado e eacute finalizada com avaliaccedilatildeo de resultados Este ciclo se repete

indefinidamente com intuito de resolver problemas identificados e otimizar os

resultados do tratamento medicamentoso (CIPOLLE STRANDE amp MORLEY 2004)

Na praacutetica de GTM o farmacecircutico assume um compromisso com as necessidades

farmacoterapecircuticas do paciente e com o alcance dos resultados da farmacoterapia

Assim natildeo eacute possiacutevel realizar GTM sem que se realize um cuidado contiacutenuo

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Mediante o exposto o criteacuterio ldquoImplementaccedilatildeo de

cuidado continuadordquo foi selecionado para compor o instrumento de conformidade uma

vez que o desenvolvimento do serviccedilo sem a presenccedila de tal elemento eacute inexequiacutevel

(AMCP 2006 McGINEY 2007 SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013

SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

A avaliaccedilatildeo inicial eacute ponto de partida no qual o farmacecircutico deve coletar toda as

informaccedilotildees relevantes para desenvolvimento da praacutetica (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Neste momento o profissional deve tentar acessar aleacutem de dados cliacutenicos

P aacute g i n a | 95

objetivos outros aspectos da vida do paciente que se relacionam ao cuidado Para que

isto seja possiacutevel o criteacuterio ldquoComunicaccedilatildeo adequada e efetiva com pacienterdquo foi

mencionado na literatura como conduta elementar no cumprimento desta atividade

Segundo o referencial teoacuterico para ser resolutivo e estabelecer viacutenculo com o

paciente eacute necessaacuterio que o farmacecircutico utilize teacutecnicas de entrevistas pertinentes

adaptadas as necessidades de cada paciente (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR

2013 HORTON et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012) Horton e colaboradores

(2013) satildeo enfaacuteticos quanto a necessidade de desenvolvimento da habilidade de

comunicaccedilatildeo entre os estudantes e provedores de GTM como fator primordial para

conduccedilatildeo de um GTM efetivo Do mesmo modo APhA (SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) tambeacutem afirma que para um cuidado eficiente o farmacecircutico

deve desenvolver habilidade de se comunicar de forma individualizada com cada

paciente De acordo com Ramalho de Oliveira o diaacutelogo eacute uma ferramenta para

conhecer o mundo do paciente ou seja a realidade em que ele se encontra Soacute assim

o farmacecircutico seraacute capaz de prestar um atendimento verdadeiramente centrado no

paciente (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Para dar iniacutecio aos atendimentos o farmacecircutico deve procurar conhecer seu paciente

e o contexto em que ele estaacute inserido Por isso o criteacuterio ldquoColeta de dados

sociodemograacuteficos e identificaccedilatildeo do pacienterdquo se faz muito importante sendo

considerado item indispensaacutevel na caracterizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo do paciente

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 APHA2007 CURRIE et al 2003

MILLONIG2009) Nesse contexto ressalta-se que os dados de identificaccedilatildeo satildeo

extremamente importantes por permitirem contatar o paciente sempre que for

necessaacuterio Aleacutem disso os dados sociodemograacuteficos satildeo essenciais para que se

conheccedila um pouco mais sobre o contexto em que o paciente vive As coletas dos

referidos dados satildeo fundamentais pois espera-se que de posse destas informaccedilotildees o

farmacecircutico esteja apto a realizar intervenccedilotildees mais condizentes e portanto mais

assertivas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Assim como os dados sociodemograacuteficos investigar e coletar dados subjetivos satildeo

atividades extremamente relevantes para a praacutetica de GTM (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009) Segundo a APhA satildeo considerados dados subjetivos a histoacuteria

pregressa com medicamentos o histoacuterico familiar de sauacutede dentre outras experiecircncias

subjetivas que se relacionam ao tratamento e cuidado em sauacutede (SIMENSON amp

P aacute g i n a | 96

McGIVNEY 2007) Dentre as experiecircncias subjetivas destacam-se a experiecircncia com

doenccedila e a experiecircncia subjetiva com medicamentos (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) A experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Ao interagir com um

fenocircmeno o indiviacuteduo confere a ele um significado e a partir de entatildeo se reorganiza

de acordo com a sua interpretaccedilatildeo do fenocircmeno (RAMALHO DE OLIVEIRA 2009)

Entatildeo eacute muito importante que o farmacecircutico investigue e compreenda as

experiecircncias subjetivas do paciente com a doenccedila e o tratamento uma vez que as

interpretaccedilotildees do paciente devem nortear as intervenccedilotildees farmacecircuticas (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2009) Ao constatar o impacto que as experiecircncias subjetivas podem

ter sobre a conduta do paciente o criteacuterio ldquoRegistro de dados subjetivos mencionados

pelos pacientesrdquo foi considerado essencial e assim foi incorporado ao instrumento de

avaliaccedilatildeo de conformidade como criteacuterio obrigatoacuterio

De forma similar o criteacuterio ldquoRegistro de dados objetivos cliacutenicos e laboratoriaisrdquo foi

selecionado para compor o instrumento pois eacute indiscutivelmente essencial Considera-

se como dados objetivos informaccedilotildees por exemplo alergias conhecidas doenccedilas

exames laboratoriais resultado de exames fiacutesicos revisatildeo de sistemas sinais vitais e

diagnoacutesticos de doenccedilas (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) A coleta e registro de

dados objetivos eacute indispensaacutevel para avaliaccedilatildeo da situaccedilatildeo cliacutenica e terapecircutica do

paciente aleacutem de subsidiar a anaacutelise da evoluccedilatildeo do paciente e a tomada de decisatildeo

do farmacecircutico perante a PRM e outros problemas (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004)

Um elemento chave da avaliaccedilatildeo inicial eacute a anaacutelise de todos os medicamentos em

uso pelo paciente (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Eacute impraticaacutevel a avaliaccedilatildeo

e identificaccedilatildeo das necessidades farmacoterapecircuticas do paciente sem a execuccedilatildeo

do criteacuterio ldquoRealizar revisatildeo sistemaacutetica da farmacoterapiardquo (APhA2007 DOUCETTE

et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER2010

SHAH MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013) Nesse contexto fica evidente que a

revisatildeo da farmacoterapia de forma sistemaacutetica eacute um criteacuterio obrigatoacuterio na execuccedilatildeo

do GTM e por isso foi inserida no instrumento elaborado pelo presente estudo A

literatura reforccedila que a revisatildeo deve ser realizada de forma abrangente incluindo a

investigaccedilatildeo e registro de todas as substacircncias em uso como medicamentos

prescritos e natildeo prescritos aleacutem de ervas suplementos ou demais substacircncias que

P aacute g i n a | 97

possuam potencial de interferir no tratamento para identificaccedilatildeo de PRM (CURRIE et

al 2003 DOUCETTE et al 2013 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Realizada a coleta e registro de todos os dados relevantes o farmacecircutico deve entatildeo

realizar seu diagnoacutestico atraveacutes da identificaccedilatildeo e classificaccedilatildeo de PRM (RAMALHO

DE OLIVEIRA 2011) A devida classificaccedilatildeo dos PRM faz-se necessaacuteria uma vez que

eacute essencial no direcionamento da conduta farmacecircutica necessaacuteria para a resoluccedilatildeo

do problema Paralelo a isso o registro do diagnoacutestico de PRM eacute fundamental para

avaliaccedilatildeo de resultados e continuidade dos atendimentos (CIPOLLE STRAND

MORLEY 2004 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Em vista disso o criteacuterio ldquoRegistro

e classificaccedilatildeo de PRMrdquo que se refere especificamente ao foco das intervenccedilotildees

farmacecircuticas os PRM foi inserido como artigo de obrigatoriedade miacutenima

independente do cenaacuterio de praacutetica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

SIMENSON ST amp McGIVNEY MS 2007 TUMKUR et al 2012)

Seguindo fluxo dos atendimentos apoacutes a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico farmacecircutico o

profissional deve seguir para elaboraccedilatildeo do plano de cuidado (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004) Nesse sentido o criteacuterio ldquoDescriccedilatildeo do Plano de cuidado especificordquo

segue como o proacuteximo passo essencial para o desenvolvimento da praacutetica

(APhA2007 ASHP 2003 TUMKUR et al 2012) O plano de cuidado tem como

objetivo definir de forma colaborativa com o paciente a melhor forma de atingir os

objetivos terapecircuticos para cada problema de sauacutede (CIPOLLE STRAND amp MORLEY

2004) O registro do plano de cuidado deve envolver todo o trabalho discutido com o

paciente para o alcance das metas O devido registro do plano de cuidados eacute essencial

para a avaliaccedilatildeo dos resultados e evoluccedilatildeo do tratamento (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) Conforme a APhA (2007) o registro do plano de cuidado eacute importante para

nortear as accedilotildees do paciente e para que se possa trabalhar de forma colaborativa com

farmacecircuticos e demais profissionais de sauacutede Apresentada sua relevacircncia o criteacuterio

foi considerado como minimamente obrigatoacuterio para qualquer serviccedilo de GTM

Aleacutem disso no plano de cuidado farmacecircutico e paciente decidem juntos quais

medidas devem ser adotadas para resoluccedilatildeo de problemas e otimizaccedilatildeo dos

resultados da farmacoterapia (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Entretanto esta

atividade natildeo deve ser realizada de modo empiacuterico Assim para garantir a seguranccedila

do paciente e qualidade dos resultados o farmacecircutico deve embasar-se em dados

palpaacuteveis para propor intervenccedilotildees Entende-se entatildeo o criteacuterio ldquoRealizaccedilatildeo da

P aacute g i n a | 98

praacutetica cliacutenica baseada em evidecircnciasrdquo como componente permanente e

indispensaacutevel (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006

LAUFFENBURGER et al 2012) Eacute importante ressaltar que a utilizaccedilatildeo de

informaccedilotildees cientiacuteficas confiaacuteveis e adequadas garantem a seguranccedila do paciente e

o alcance de resultados terapecircuticos e portanto torna-se indispensaacutevel para as

praacuteticas em sauacutede independentemente do profissional que a execute (GALVAtildeO amp

SAWADA 2003)

Embasado nas melhores evidencias cientificas e apoacutes ter discutido com o paciente as

alternativas o farmacecircutico segue para o proacuteximo passo a intervenccedilatildeo O criteacuterio

ldquoIntervir para resolver e prevenir PRMrdquo foi citado durante a anaacutelise do levantamento

bibliograacutefico por 7 autores como primordial (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SCHNEIDER 2010 SIMENSON amp

McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) Ao considerar que a missatildeo do farmacecircutico

eacute identificar e atender as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente torna-se

perceptiacutevel que a identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo dos PRM reais e potenciais satildeo condutas

essenciais para a garantia de qualidade na praacutetica cliacutenica (CIPOLLE STRAND amp

MORLEY 2004)

Todas as intervenccedilotildees planejadas e implementadas com potencial de interferir na

otimizaccedilatildeo dos resultados devem ser devidamente registradas (ASHP 2003

SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Intervenccedilotildees natildeo farmacoloacutegicas como atividades

de educaccedilatildeo em sauacutede ou referenciamento satildeo exemplos de intervenccedilotildees natildeo

farmacoloacutegicas que geram significativo impacto na resoluccedilatildeo de problemas ou

otimizaccedilatildeo de resultados Aleacutem disso as intervenccedilotildees farmacoloacutegicas ou natildeo satildeo

resultado de produtividade do farmacecircutico (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011

EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Logo o criteacuterio ldquoRegistro de todas as

intervenccedilotildees realizadas farmacoloacutegicas e natildeo farmacoloacutegicasrdquo foi introduzido no

instrumento de avaliaccedilatildeo visto que este eacute de extrema importacircncia para garantia da

continuidade das accedilotildees e evoluccedilatildeo do paciente

Segundo a APhA (2007) e Schneider (2010) eacute importante destacar que ao realizar o

atendimento o farmacecircutico defina um plano de transiccedilatildeo ou cronograma de

acompanhamento do paciente com utilizaccedilatildeo de metas delimitadas para cada

problema de sauacutede de modo a avaliar o resultado das intervenccedilotildees propostas e

evoluccedilatildeo do quadro cliacutenico Portanto eacute necessaacuterio o estabelecimento e registro do

P aacute g i n a | 99

marco temporal para avaliar se de fato o paciente vem sendo acompanhado de modo

adequado e ateacute para facilitar a avaliaccedilatildeo de resultados (RAMALHO DE OLIVEIRA

2011) As consideraccedilotildees apresentadas neste paraacutegrafo justificaram a inclusatildeo do

criteacuterio ldquoRegistro da periodicidade do acompanhamentordquo no instrumento de avaliaccedilatildeo

de conformidade proposto

Para analisar a evoluccedilatildeo do paciente e da proacutepria praacutetica profissional ao fim de todos

os encontros o provedor de GTM deve ldquoRealizar avaliaccedilatildeo do estado de melhora dos

pacientes em relaccedilatildeo a sua condiccedilatildeo cliacutenicardquo Esta atividade foi citada como criteacuterio

estruturante e essencial da pratica cliacutenica (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

ASCP 2007 SCHNEIDER2010 TUMKUR et al 2012) Segundo Ramalho de Oliveira

(2011) avaliar a situaccedilatildeo cliacutenica eacute o principal paracircmetro que possibilita o estudo da

efetividade do cuidado Entende-se entatildeo que a referida avaliaccedilatildeo seja importante

devido ao fato desta possibilitar que o farmacecircutico analise se as intervenccedilotildees

realizadas resultaram em decliacutenio progresso ou falta de progresso em relaccedilatildeo ao

alcance dos objetivos terapecircuticos (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 CIPOLLE

STRAND amp MORLEY 2004) Observado a importante funccedilatildeo que tal criteacuterio apresenta

para direcionamento das intervenccedilotildees farmacecircuticas na conduccedilatildeo da praacutetica cliacutenica

o criteacuterio foi incorporado o instrumento Assim este foi exigido em todos os serviccedilos

de forma que independa do cenaacuterio de praacutetica

Muitas das intervenccedilotildees necessaacuterias como a alteraccedilatildeo de prescriccedilatildeo podem depender

da colaboraccedilatildeo com outros profissionais Aleacutem disso durante a consulta farmacecircutica

demandas que extrapolem o escopo do serviccedilo podem surgir e necessitar de

encaminhamento para profissionais especiacuteficos Mediante exposto fica evidente que

a inserccedilatildeo do serviccedilo em um ambiente multiprofissional eacute apreciaacutevel e desejaacutevel

(RAMALHO DE OLIVEIRA 2011 ROSE et al 2015) O criteacuterio ldquoPraacutetica inserida em

um contexto multiprofissionalrdquo foi citado em 11 das 23 publicaccedilotildees analisadas (AMCP

2006 ASCP 2007 McGINEY 2007 DIVINE et al 2008 DOUCETTE et al 2013

LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) O nuacutemero de

vezes que este criteacuterio aparece jaacute evidencia sua relevacircncia O envolvimento de todos

os profissionais de sauacutede no processo de gestatildeo do cuidado aleacutem da partilha de

responsabilidade e de saberes otimiza os resultados ao possibilitar a realizaccedilatildeo de

um cuidado holiacutestico no qual o paciente eacute assistido em toda sua complexidade

P aacute g i n a | 100

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG 2009 SHAH MARKEL VAYSMAN amp

WILKEN 2013 ROSE et al 2015) Apesar disso eacute importante salientar que nem todos

os serviccedilos tem a oportunidade de estar inseridos em ambientes multidisciplinares

Portanto o referido criteacuterio embora seja relevante para qualidade natildeo foi configurado

como criteacuterio miacutenimo exigido mas como item obrigatoacuterio apenas para serviccedilos que

sejam certificados com o selo de excelecircncia em gestatildeo Isso se justifica pois o

presente instrumento tem como objetivo servir como paracircmetro de avaliaccedilatildeo para

todos os serviccedilos de GTM natildeo importando qual seja o cenaacuterio de praacutetica

Como apresentado anteriormente algumas intervenccedilotildees necessitam da parceria com

outro profissional Nesse contexto a existecircncia de um canal de comunicaccedilatildeo efetiva

torna-se entatildeo uma ferramenta natildeo somente uacutetil como fundamental para o ecircxito das

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) Para meacutedicos parceiros de um serviccedilo

de GTM nos EUA a comunicaccedilatildeo direta clara e eficaz entre meacutedico e farmacecircutico eacute

fator determinante na otimizaccedilatildeo dos resultados da colaboraccedilatildeo (LAUFFENBURGER

et al 2012) Independentemente do cenaacuterio no qual o serviccedilo esteja inserido a

comunicaccedilatildeo com os profissionais relacionados ao cuidado do paciente se faz

necessaacuteria mesmo que este natildeo esteja no mesmo local em que o serviccedilo esteja

inserido Portanto o criteacuterio ldquoCanal de comunicaccedilatildeo efetiva entre cuidadoresrdquo foi

considerado como relevante e indispensaacutevel

Aliaacutes o criteacuterio ldquoSistema de referenciamentordquo tambeacutem se relaciona com os itens

mencionados nos paraacutegrafos anteriores Para que sejam atendidos em toda sua

complexidade haveraacute situaccedilotildees em que os pacientes deveratildeo ser direcionados a

outros profissionais para resoluccedilatildeo de necessidades especiacuteficas (AGUIAR ROCHA

amp LYRA JUNIOR 2013 DIVINE et al 2008 McGINEY 2007 MILLONG2009

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Para que esta transiccedilatildeo ocorra

de maneira adequada o serviccedilo deve contar com mecanismos de referenciamento

(SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Uma subseccedilatildeo do MBAH discorre especificamente

acerca de normas para que o referenciamento dos pacientes seja realizado da forma

mais adequada e segura Este fato reforccedila a necessidade da existecircncia do referido

criteacuterio no instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade do serviccedilo de GTM Desse

modo o criteacuterio apresentado foi mantido na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

P aacute g i n a | 101

Nesse contexto o sistema compartilhado de informaccedilotildees pode garantir uma evoluccedilatildeo

mais adequada das intervenccedilotildees ao propiciar o acesso de dados do paciente de forma

integral ( LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Assim o criteacuterio rdquoExistecircncia de sistema de informaccedilatildeo integradardquo foi

mencionado como elemento apreciaacutevel para o serviccedilo de GTM Por apresentar

potencial de impactar positivamente na prestaccedilatildeo da assistecircncia eacute evidente que a

integraccedilatildeo das informaccedilotildees se configure como caracteriacutestica altamente desejaacutevel para

qualquer serviccedilo de sauacutede Entretanto assim como no criteacuterio que se refere a inserccedilatildeo

e contexto multiprofissional a existecircncia de um sistema de informaccedilatildeo integrada natildeo

eacute viaacutevel para qualquer serviccedilo sendo mais facilmente aplicaacutevel a instituiccedilotildees de maior

complexidade como clinicas e hospitais Esta limitaccedilatildeo de aplicabilidade fundamentou

a inserccedilatildeo do referido criteacuterio no grupo de elementos natildeo obrigatoacuterios Por isso ele

foi alocado em niacuteveis de exigecircncia maiores os quais satildeo exigidos apenas para

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou de excelecircncia

A padronizaccedilatildeo dos registros das consultas de GTM eacute vista como um pilar essencial

para manter a qualidade do serviccedilo sendo referida em 12 publicaccedilotildees (AGUIAR

ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMPC 2006 DIVINE et al 2008 HOLTORF et al

2009 HORTON et al 2013 McGINEY 2007 MILLONG 2009 SCHNEIDER 2010

SIMENSON amp McGIVNEY 2007 TUMKUR et al 2012) De acordo com Millonig

(2009) para garantir a continuidade e qualidade dos atendimentos eacute necessaacuterio que

o serviccedilo possua uma forma adequada e padronizada de registro da cliacutenica Ainda

segundo documento da APhA (2007) a documentaccedilatildeo eacute fonte segura de informaccedilotildees

tanto para pacientes profissionais de sauacutede e ateacute mesmo para faturamento e avaliaccedilatildeo

dos serviccedilos farmacecircuticos (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) Ramalho de Oliveira

(2011) afirma que a documentaccedilatildeo eacute uma das atividades mais importantes na atenccedilatildeo

farmacecircutica pois possibilita a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo do paciente e da qualidade de

praacutetica cliacutenica Baseado nas consideraccedilotildees teoacutericas expostas o criteacuterio

ldquoDocumentaccedilatildeo adequada de forma a subsidiar uma avaliaccedilatildeo de resultados do

serviccedilordquo foi contemplado como criteacuterio obrigatoacuterio e foi distribuiacutedo em itens da

subseccedilatildeo pratica profissional Justifica-se assim a referida obrigatoriedade pelo fato

da praacutetica ser comprometida sem a apresentaccedilatildeo de tal elemento (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2011)

P aacute g i n a | 102

Aleacutem de realizar um registro padronizado e de qualidade eacute necessaacuterio que os serviccedilos

possuam um sistema seguro para armazenamento das informaccedilotildees documentadas e

dos demais dados gerados nos atendimentos (DIVINE et al 2008 McGINEY 2007

SCHNEIDER2010 SIMENSON amp McGIVNEY 2007) De acordo com documento da

APhA (SIMENSON amp McGIVNEY 2007) eacute fundamental que todos os dados gerados

pela praacutetica de GTM sejam devidamente armazenados e arquivados de modo a

garantir seguranccedila e sigilo das informaccedilotildees com facilidade na recuperaccedilatildeo de

informaccedilotildees e no acesso a estas Aliaacutes o proacuteprio MBAH dispotildee de uma subseccedilatildeo

especiacutefica que trata apenas de requisitos e padrotildees relacionado ao arquivamento de

registros cliacutenicos (BRASIL 2002 b) Observada a relevacircncia deste tema o criteacuterio

ldquoSistema de arquivamento e armazenamento seguro das informaccedilotildeesrdquo foi

contemplado como obrigatoacuterio no instrumento elaborado por este estudo Ele foi

alocado conforme o referencial teoacuterico na subseccedilatildeo arquivo cliacutenico (BRASIL 2002

b)

Conforme exposto anteriormente todos os dados do paciente coletados durante as

avaliaccedilotildees farmacecircuticas devem ser devidamente registrados Contudo eacute essencial

que se registre tambeacutem a identificaccedilatildeo do farmacecircutico que executa o serviccedilo Ao

realizar o GTM o farmacecircutico assume responsabilidade por suas intervenccedilotildees e

resultados o que acarreta na obrigatoriedade da identificaccedilatildeo do profissional nos

registros de sua atividade (McGIVNEY 2007) O proacuteprio material da ONA dispotildee sobre

a obrigatoriedade de identificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede no registro de suas

atividades (BRASIL2002 b 2014) Logo visto que a identificaccedilatildeo do profissional eacute um

caraacuteter de seguranccedila do paciente e ateacute do proacuteprio farmacecircutico o criteacuterio ldquoregistro de

dados do provedor de GTM de forma que ele possa ser contatado posteriormenterdquo foi

mantido como miacutenimo obrigatoacuterio e estaacute disposto no niacutevel subseccedilotildees corpo cliacutenico e

arquivo cliacutenico

Algumas publicaccedilotildees analisadas no levantamento bibliograacutefico trataram sobre

caracteriacutesticas relacionadas a gestatildeo de qualidade (AMPC 2006 SIMENSON ST amp

McGIVNEY MS 2007) Segundo Costa Juacutenior e Turrioni (2003) a gestatildeo da

qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de sauacutede De acordo com o MBAH

as atividades do serviccedilo relacionadas ao gerenciamento de qualidade estatildeo dispostas

em niacuteveis superiores de exigecircncia Portanto natildeo satildeo consideradas como exigecircncias

miacutenimas obrigatoacuterias para qualquer serviccedilo Tais itens satildeo exigidos apenas a

P aacute g i n a | 103

instituiccedilotildees com selo de acreditaccedilatildeo plena ou em excelecircncia (ANVISA 2004 BRASIL

2002 b 2014)

Donabedian (1990) importante referencial da avaliaccedilatildeo de qualidade de serviccedilos de

sauacutede afirma que avaliaccedilatildeo da qualidade eacute essencial para otimizaccedilatildeo dos serviccedilos e

que afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo de pacientes ou clientes eacute ponto fundamental na

construccedilatildeo de serviccedilos de qualidade (DONABEDIAN1990 2005)

O manual de assistecircncia agrave sauacutede do Serviccedilo de Sauacutede de Castilla-La Mancha-

SESCAM (2009) ressalta que a avaliaccedilatildeo de qualidade realizada pelos beneficiaacuterios

do produto em serviccedilos de sauacutede eacute tatildeo importante quanto a avaliaccedilatildeo de qualidade

realizada pelos cientistas Tais consideraccedilotildees justificaram a inserccedilatildeo dos criteacuterios

ldquoAfericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos pacientes e familiares com o serviccedilorsquorsquo e ldquoAfericcedilatildeo da

satisfaccedilatildeo dos profissionais relacionados com o desempenho do serviccedilorsquorsquo no

instrumento

Aleacutem disso a averiguaccedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos eacute citado pela

ONA como exigecircncia de niacutevel de acreditaccedilatildeo plena (BRASIL 2002 b 2014) Desse

modo os referidos criteacuterios natildeo foram considerados como minimamente obrigatoacuterios

e apresentam-se inseridos como requisitos para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de

acreditaccedilatildeo plena

Assim como os itens referidos anteriormente o criteacuterio ldquoEstrateacutegias necessaacuterias para

melhoria continua de qualidaderdquo estaacute relacionado a gestatildeo de qualidade do serviccedilo

(DONABEDIAN 2005) Os pesquisadores Costa Junior e Turrioni (2003) em sua

anaacutelise da Gestatildeo da Qualidade Total (GQT) em uma instituiccedilatildeo de serviccedilos de sauacutede

concluiacuteram que gestatildeo da qualidade tem se mostrado essencial nos serviccedilos de

sauacutede tanto em setores puacuteblicos quanto privados de modo determinante na obtenccedilatildeo

de resultados satisfatoacuterios e ateacute mesmo na sobrevivecircncia da instituiccedilatildeo (COSTA

JUNIOR ampTURRIONI 2003)

Baseado nisso o referido criteacuterio foi selecionado para compor o instrumento

desenvolvido neste estudo Como o item se refere a gestatildeo do serviccedilo ele natildeo foi

classificado como requisito miacutenimo obrigatoacuterio e portanto seguindo o referencial

ONA (BRASIL 2002 b) foi alocado no terceiro niacutevel de exigecircncia sendo exigido

P aacute g i n a | 104

apenas para instituiccedilotildees que buscam a certificaccedilatildeo de acreditado com excelecircncia

(ANVISA 2004 LIMA amp ERDMANN 2006 SOUZA et al 2013)

Conforme documento da APhA (2007) os farmacecircuticos devem ser treinados para

desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo especifica para cada tipo de paciente aleacutem

de definir estrateacutegias centradas no paciente e tambeacutem realizar exames fiacutesicos

necessaacuterios e documentar de forma adequada as informaccedilotildees A capacitaccedilatildeo dos

profissionais envolvidos eacute fundamental para o bom desenvolvimento do serviccedilo e

ampliaccedilatildeo do alcance de resultados (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013

AMPC 2006 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Considerando a relevacircncia da educaccedilatildeo e reciclagem dos profissionais que

desenvolvem o GTM na obtenccedilatildeo dos resultados o criteacuterio Programas de educaccedilatildeo

continuada foi inserido neste instrumento No MBAH (2002) itens relacionados a

programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente satildeo tratados como exigecircncia

obrigatoacuterias apenas para certificaccedilatildeo de acreditaccedilatildeo plena de segundo niacutevel

Portanto em concordacircncia com o material da ONA e levando-se em consideraccedilatildeo que

a capacidade de instituir programas de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo pode variar de acordo

com o grau de complexidade da instituiccedilatildeo em que o serviccedilo esteja inserido o criteacuterio

em estudo foi mantido como segundo niacutevel de exigecircncia

Em relaccedilatildeo ao profissional responsaacutevel por executar o serviccedilo foram mencionados

na literatura como criteacuterio inegociaacutevel ldquoSer realizado por farmacecircutico ou pessoa

qualificada para tal funccedilatildeordquo (ASCP 2007 LAUFFENBURGER et al 2012) Este item

impacta diretamente na qualidade da assistecircncia prestada no retorno dos resultados

e tambeacutem na satisfaccedilatildeo dos pacientes sendo considerado portanto criteacuterio

indispensaacutevel na avaliaccedilatildeo do serviccedilo (LAUFFENBURGER et al 2012) Aleacutem disso o

proacuteprio documento da ONA estabelece que os serviccedilos cliacutenicos devem ser

executados por professional legalmente habilitado e com capacitaccedilatildeo adequada para

exercer tal funccedilatildeo (BRASIL 2002 b 2014)

Ainda no que se refere ao perfil do profissional responsaacutevel pela realizaccedilatildeo do GTM

pesquisa realizado por Lauffenburger e colaboradores (2009) revelou que a aparecircncia

e postura apresentada pelo farmacecircutico eacute considerado por pacientes e meacutedicos

parceiros do serviccedilo de GTM como um criteacuterio de satisfaccedilatildeo com o serviccedilo de extrema

relevacircncia Ao considerar a opiniatildeo dos clientes internos e externos do serviccedilo de

P aacute g i n a | 105

GTM como fator importante na avaliaccedilatildeo de qualidade o presente estudou adotou o

referido item como relevante na composiccedilatildeo do instrumento Os participantes do

estudo em questatildeo identificaram a postura profissional como um indicativo de

credibilidade De acordo com o exposto o criteacuterio ldquoTransmissatildeo de uma aparecircncia

comportamento atitude e imagem profissionalrdquo foi considerado minimamente

obrigatoacuterio estando presente na subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial

Avaliando o material coletado no levantamento bibliograacutefico e selecionado para

compor o instrumento observa-se que o padratildeo do serviccedilo de GTM encontrados na

literatura satildeo condizentes com padrotildees de praacutetica estabelecidos pelo referencial

teoacuterico original (CIPOLLE STRAND amp MORLEY 2004) Alguns documentos

abordaram itens ainda natildeo discutidos pelos referidos autores entretanto natildeo foi

encontrado divergecircncia ou contradiccedilatildeo entre as publicaccedilotildees acessadas neste estudo

e o referencial teoacuterico que deu origem ao GTM

Alguns dos autores abordaram questotildees da gestatildeo do serviccedilo garantia e

aprimoramento da qualidade Logo muitos dos itens destacados no levantamento

bibliograacutefico coincidiram com caracteriacutesticas de qualidade descritas nos materiais da

ONA (AMCP 2008 ASCP2007 BRASIL 2014 MILLONIG 2009) Este fato justificou

a permanecircncia dos itens da ONA no instrumento elaborado neste estudo

52 O PERFIL DOS ESPECIALISTAS QUE COMPOtildeE O GRUPO DE JUIacuteZES

Apesar do nuacutemero de participantes natildeo ser o determinante na qualidade da pesquisa

estudos sobre a teacutecnica Delphi indicam que as pesquisas devem conter entre 7 e 30

especialistas (COUTINHO et al 2013)

A taxa de retorno na primeira rodada Delphi segundo Coutinho et al (2013) varia entre

50 a 70 na primeira rodada e 70 a 80 na segunda rodada O presente estudo

obteve uma taxa de retorno com valor acima faixa do valor prevista pela literatura

(773 primeira rodada e 850 segunda rodada)(COUTINHO et al 2013)

A extensatildeo do questionaacuterio avaliado pode ser considerada como fator que limitou a

colaboraccedilatildeo dos convidados (SCARPARO et al 2012)

O estudo conseguiu captar juiacutezes com diferentes caracteriacutesticas (docentes

profissionais de GTM e pesquisadores) Aleacutem disso os participantes eram oriundos

P aacute g i n a | 106

de diferentes cenaacuterios e regiotildees do Brasil Logo garantiu-se heterogeneidade da

amostra e maior confiabilidade dos dados evitando-se entatildeo o vieacutes de opiniotildees

especificas de grupos regionais (SCARPARO 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000)

Aleacutem da heterogeneidade e anonimato dos participantes que garantem a validade do

estudo outro ponto extremamente importante eacute a experiecircncia que os participantes

tecircm com o tema de interesse (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 SCARPARO 2012

WRIGTH amp GIOVINAZZO 2000) Neste quesito os participantes tiveram diferentes

graus de relaccedilatildeo com a praacutetica de GTM A aacuterea com maior meacutedia de tempo de

experiecircncia foi a praacutetica cliacutenica com 517 anos de experiecircncia por participante e a

menor foi a aacuterea de ensino com meacutedia de 283 anos de experiecircncia por participante

Natildeo houve uma variaccedilatildeo grande entre o perfil de afinidade com tema estudado entre

os juiacutezes na primeira e segunda rodada Apesar do nuacutemero de juiacutezes ter sido menor

na segunda rodada de avaliaccedilotildees o perfil dos especialistas foi semelhante

Jaacute eacute previsto que o nuacutemero de juiacutezes seja diferente entre as rodadas de avaliaccedilatildeo O

fato eacute que isto natildeo impacta na qualidade do resultado uma vez que a experiecircncia dos

participantes por si soacute jaacute garante a validade dos dados (SCARPARO 2012)

53 AS AVALIACcedilOtildeES DELPHI

A utilizaccedilatildeo da teacutecnica Delphi em duas rodadas possibilitou a verificaccedilatildeo da evoluccedilatildeo

do consenso Isto eacute possiacutevel pois a metodologia permite que os especialistas reflitam

sobre o posicionamento dos demais participantes e reconsiderem suas opiniotildees

iniciais (COUTINHO 2013 SOUZA et al 2005 WENDISCH 2010 SCARPARO)

Foi encontrado na literatura recomendaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de variados pontos de corte

para avaliaccedilatildeo de concordacircncia na teacutecnica Delphi as quais variaram entre os valores

de 70 a 90 (ALEXANDRE amp COLUCI 2011 COUTINHO 2013 BELLUCCI

JUacuteNIOR amp MATSUDA 2012 SCARPARO et al 2012 WRIGTH amp GIOVINAZZO

2000)

Alexandre e Coluci (2011) destacam que para validaccedilatildeo de novos instrumentos eacute

recomendaacutevel a utilizaccedilatildeo de um IVC acima de 80 Levando em consideraccedilatildeo a

anaacutelise da literatura admitiu-se para este estudo um valor aceitaacutevel acima de 85

P aacute g i n a | 107

Foram necessaacuterias duas rodadas para que todos os itens alcanccedilassem o ponto de

corte e obtivessem consenso De acordo com Scarparo e colaboradores (2012) o

nuacutemero de rodadas pode variar de acordo com caracteriacutesticas do grupo de

avaliadores Entretanto eacute necessaacuterio no miacutenimo dois ciclos de avaliaccedilatildeo para

caracterizaccedilatildeo do meacutetodo Delphi (SCARPARO et al 2012 WENDISCH 2010

WRIGTH amp GIOVINAZZO)

Assim conforme recomendado pela literatura apoacutes anaacutelise estatiacutestica e reformulaccedilatildeo

dos dados foi enviado para a segunda rodada um relatoacuterio completo com anaacutelise

quantitativa e qualitativa (COUTINHO et al2013 WENDISCH 2010 WRIGTH amp

GIOVINAZZO 2000) Este processo eacute importante para que o consenso seja

construiacutedo entre os autores com direito a reflexatildeo do avaliador em relaccedilatildeo a

percepccedilatildeo dos demais especialistas (SCARPARO et al 2012 SOUZA et al 2005)

Conforme explicou-se nos resultados os itens foram reformulados para nova

avaliaccedilatildeo tanto pela reprovaccedilatildeo estatiacutestica quanto pela anaacutelise qualitativa das

argumentaccedilotildees dos juiacutezes Segundo Alexandre e Coluci (2011) a anaacutelise qualitativa

eacute muito importante para aumentar a validade dos dados e a confiabilidade do

instrumento final elaborado

Entre as argumentaccedilotildees realizadas pelos juiacutezes na primeira rodada caracteriacutesticas

como a falta de clareza e ambiguidade dos itens foram questionamentos

consideravelmente presentes e que aparentemente dificultaram o consenso nesta

etapa De acordo com a literatura este fator pode prejudicar o resultado devido a

interpretaccedilatildeo natildeo satisfatoacuteria dos especialistas (CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

A maior parte dos questionamentos decorreram de duacutevidas no entendimento de

termos teacutecnicos utilizados na avaliaccedilatildeo de conformidade relacionadas ao

gerenciamento do serviccedilo como ldquociclo de melhoriasrdquo ldquoClientes internos e externosrdquo e

ldquo sistema de governo da organizaccedilatildeordquo

Em sistemas de sauacutede a definiccedilatildeo de clientes eacute complexa e envolve uma variedade

de indiviacuteduos como pacientes familiares comunidade oacutergatildeos reguladores gestores

e profissionais de sauacutede (MALIK 1998) Com a introduccedilatildeo da definiccedilatildeo de clientes

nos itens I23 e I22 e I5 os juiacutezes concordaram com a nova descriccedilatildeo dos criteacuterios

os quais foram aprovados entatildeo sem contestaccedilatildeo na segunda rodada

P aacute g i n a | 108

O termo ldquosistema de governordquo significa a forma pela qual uma organizaccedilatildeo se estrutura

para governar ou seja sua forma de organizaccedilatildeo sendo este termo mais comumente

utilizado em contextos poliacuteticos (BANDEIRA 2015) O referido termo foi utilizado com

a finalidade de favorecer o entendimento do modo pelo qual a instituiccedilatildeo de sauacutede se

organiza para cumprir suas funccedilotildees em aspectos estruturais e de gerenciamento

Embora seja um termo autoexplicativo um consideraacutevel nuacutemero de juiacutezes que

solicitaram esclarecimento do termo evidenciou a necessidade da substituiccedilatildeo do

termo e reformulaccedilatildeo do item Portanto embora aprovado estatisticamente o item foi

reformulado Observou-se que a modificaccedilatildeo do termo ldquosistema de governordquo para ldquoa

estruturaccedilatildeo e gestatildeo do serviccedilordquo foi satisfatoacuteria uma vez que na segundada rodada

o item foi aprovado estatisticamente e sem mais contestaccedilotildees

O ciclo de melhoria eacute um procedimento de otimizaccedilatildeo de processos e deve ser

realizado de forma contiacutenua com a finalidade de aperfeiccediloar produtos ou serviccedilos

Assim baseia-se em analisar o delineamento de um processo discutir suas falhas ou

pontos criacuteticos planejar melhorias e aplica-las sob o mesmo com intuito de aprimorar

seus resultados O mais famoso meacutetodo utilizado para aplicar a melhoria contiacutenua eacute

conhecido como PDCA (Plan Do Check Action) ou Ciclo de Deming (CAMPOS 1994

GURGEL JUNIOR amp VIEIRA 2002 SESCAM2009) A descriccedilatildeo do ciclo de

melhorias natildeo foi detalhada neste documento por se tratar de um termo teacutecnico Aleacutem

disso o acreditador eacute um profissional treinado e portanto familiarizado com termos

utilizados na aacuterea de gestatildeo da qualidade o que reforccedila a natildeo obrigatoriedade de

descrever o referido termo (BRASIL2002 b)

Outro aspecto destacado pelos juiacutezes foi a substituiccedilatildeo de termos considerados

improacuteprios para o serviccedilo de GTM por termos mais pertinentes ou a substituiccedilatildeo de

termos que natildeo eram improacuteprios mas que poderiam ser alterados por termos mais

adequados e que agregassem maior valor ao criteacuterio

No item (I6) os juiacutezes solicitaram a alteraccedilatildeo do termo ldquo contato direto com o pacienterdquo

por algo que exprimisse melhor a relaccedilatildeo de cuidado amplo que se difere apenas da

assistecircncia A modificaccedilatildeo solicitada se justifica devido ao fato do GTM ser um serviccedilo

baseado no estabelecimento de relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado de forma ampla e

profunda (AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 AMCP 2006 HORTON et al

2013 LAUFFENBURGER et al 2012 McGINEY 2007 SIMENSON amp McGIVNEY

2007 TUMKUR et al 2012) A alteraccedilatildeo da frase incluindo o termo ldquo cuidado ao

P aacute g i n a | 109

pacienterdquo procurou exprimir melhor a ideia de cuidado Entretanto foi perceptiacutevel a

necessidade de manter o contato direto para que este se diferencie de qualquer outro

tipo de abordagem que vise a assistecircncia agrave sauacutede sem que haja necessariamente o

contato direto por exemplo na anaacutelise de prescriccedilotildees

Aleacutem disso documento da AMPC (2008) ressalta que eacute controverso a ideia de que eacute

necessaacuterio um contato face-a-face entre farmacecircutico e paciente para que se

estabeleccedila relaccedilatildeo terapecircutica e cuidado efetivo A interaccedilatildeo entre os atores pode se

dar por exemplo por meio de telefonemas ou viacutedeo chamadas Cabe ressaltar que

apesar da facilitaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo atraveacutes da inserccedilatildeo da tecnologia relacionada

a informaccedilatildeo nos serviccedilos o contato direto permanece essencial

Do mesmo modo no item I12 os juiacutezes recomendaram a substituiccedilatildeo do termo

ldquoCliacutenico do pacienterdquo por ldquocliacutenico farmacoterapecircutica do pacienterdquo A argumentaccedilatildeo foi

baseada pelo fato do termo alterado ser mais utilizado por grande parte dos

pesquisadores da aacuterea Segundo os especialistas a reformulaccedilatildeo alteraria o sentido

do item e representaria melhoraria a compreensatildeo do objetivo do criteacuterio de forma

mais especiacutefica A sugestatildeo foi acatada e bem aceita na segunda rodada de

avaliaccedilotildees

Embora a praacutetica de GTM seja baseada no cuidado holiacutestico o profissional natildeo deve

perder de vista a utilizaccedilatildeo de medicamento como alvo de suas abordagens e

intervenccedilotildees (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) O paciente eacute um ser complexo

cercado de uma grande diversidade de fatores que impactam em sua sauacutede e

qualidade de vida Por isso mesmo eacute fundamental que o cuidado seja realizado de

forma compartilhada para que todas as necessidades do paciente sejam avaliadas e

tratadas de forma multidisciplinar (AMCP 2006 ASCP 2007 DIVINE et al 2008

DOUCETTE et al 2013 LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SHAH

ROSE et al 2015 MARKEL VAYSMAN amp WILKEN 2013 SIMENSON amp McGIVNEY

2007) Baseado na argumentaccedilatildeo dos juiacutezes e nos achados literaacuterios o item I12 foi

reformulado e obteve aceitaccedilatildeo em segunda rodada pelos juiacutezes sem recomendaccedilotildees

de alteraccedilatildeo

Foi sugerido a alteraccedilatildeo de ldquoencaminhadosrdquo para ldquoreferenciadosrdquo no item I16 Os

juiacutezes solicitaram esta troca alegando que a palavra lsquorsquoreferenciadosrsquorsquo criaria maior

P aacute g i n a | 110

harmonia com o proacuteprio conteuacutedo da subseccedilatildeo em que se encontra o referido criteacuterio

O item se encontra na subseccedilatildeo referecircncia e contra-referecircncia

A palavra lsquorsquoencaminharrsquorsquo dentro do contexto da assistecircncia agrave sauacutede significa conduzir

guiar ou dirigir um paciente a outro ponto de assistecircncia dentro do sistema de sauacutede

quando as necessidades do caso extrapolam a capacidade resolutiva do prestador de

assistecircncia atual (BRASIL2015) O referenciamento tambeacutem se trata da accedilatildeo de

encaminhar conduzir um paciente a outro ponto de assistecircncia agrave sauacutede para que ele

tenha acesso a outro niacutevel de assistecircncia especializado (VENANCIO et al 2011) O

termo referenciamento eacute amplamente utilizado como estrateacutegia dentro do SUS

principalmente na atuaccedilatildeo das Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) para

encaminhamento de pacientes a unidades de atendimento com maior niacutevel de

especialidade e complexidade ou densidade tecnoloacutegica (BRASIL 2015 VENANCIO

et al 2011 DIAS2012) Em materiais utilizados pelo ministeacuterio da sauacutede eacute possiacutevel

verificar a utilizaccedilatildeo destes dois termos como intercambiaacuteveis (BRASIL2015)

Mediante exposto o item foi alterado conforme sugestatildeo visto que natildeo acarretaria na

alteraccedilatildeo do sentido do criteacuterio e sem danos ao objetivo de avaliaccedilatildeo do instrumento

Outra contribuiccedilatildeo dos juiacutezes foi relacionada a especificaccedilatildeo do conteuacutedo dos itens

Os especialistas solicitaram definiccedilotildees mais claras do que se esperava de alguns

criteacuterios para que as limitaccedilotildees ou flexibilidade do item fosse explicitada no conteuacutedo

do instrumento

O item I2 aborda a necessidade de existir um profissional responsaacutevel capacitado

pela direccedilatildeo do serviccedilo Neste caso a intenccedilatildeo eacute explicitar a obrigatoriedade da

existecircncia de uma pessoa com adequada capacitaccedilatildeo que se responsabilize pela

direccedilatildeo do serviccedilo Os especialistas destacaram a necessidade de reformulaccedilatildeo da

frase de modo que natildeo ficasse duacutevida no criteacuterio Segundo juiacutezes a utilizaccedilatildeo da

palavra ldquopelardquo altera o sentido da frase dando a conotaccedilatildeo de que a instituiccedilatildeo

capacitaria o profissional responsaacutevel pela direccedilatildeo do serviccedilo Em decorrecircncia disso

a frase foi reformulada de modo que ficasse claro o objetivo do criteacuterio ficando da

seguinte maneira Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por

dirigir o serviccedilo O criteacuterio reformulado foi aprovado com IVC de 100 de concordacircncia

aprovado pelo teste de fidedignidade

P aacute g i n a | 111

O item I14 ldquoA efetividade seguranccedila e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo assim

como o item I2 tambeacutem foi recomendada a reformulaccedilatildeo da frase para clarificaccedilatildeo do

sentido do conteuacutedo Foi sugerida a adiccedilatildeo das palavras ldquo do medicamentordquo para que

fique explicito que as caracteriacutesticas de efetividade e seguranccedila satildeo atribuiacutedas ao

medicamento e que a adesatildeo se relaciona ao paciente Assim o item reformulado ldquo A

efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisadosrdquo foi

enviado para anaacutelise e aprovado na segunda rodada

O item I7 ldquoSonda o entendimento do paciente sobre sua farmacoterapiardquo foi apontado

como uma duplicaccedilatildeo de outro criteacuterio apresentado anteriormente ldquoInvestiga

experiecircncia subjetiva com medicamentosrdquo

Verificar o entendimento do paciente sobre a utilizaccedilatildeo de medicamentos significa

avaliar o niacutevel de conhecimento do usuaacuterio quanto as caracteriacutesticas dos

medicamentos em uso como esquema e forma correta de utilizaccedilatildeo funccedilatildeo do

medicamento e efeitos esperados Nesse contexto a referida atividade estaacute mais

relacionada a accedilotildees de educaccedilatildeo em sauacutede para garantia do uso racional de

medicamentos (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008) Entender o niacutevel de

conhecimento sobre os medicamentos em uso eacute importante para proporcionar ao

paciente informaccedilotildees capazes de torna-lo autocircnomo e ateacute mesmo corrigir possiacuteveis

PRM (EIZERIK COSTA amp MANFROI 2008)

A experiecircncia subjetiva eacute a forma com a qual o indiviacuteduo percebe um fenocircmeno e

compreende seu significado frente suas vivecircncias (RAMALHO DE OLIVEIRA 2011)

Investigar a experiecircncia subjetiva com medicamentos eacute buscar compreender qual o

significado do uso de medicamentos na vida do paciente de forma individualizada

uma vez que a experiecircncia subjetiva eacute uacutenica para cada indiviacuteduo Isto torna-se muito

importante jaacute que a maneira com que percebermos e damos significado agraves coisas

modifica nossa forma de lidar com elas Portanto eacute fundamental que o provedor de

GTM compreenda a experiecircncia subjetiva com medicamentos de cada paciente para

que possa traccedilar estrateacutegias condizentes com a sua realidade (RAMALHO DE

OLIVEIRA 2009 2012)

Mediante exposto fica claro que os itens supracitados tratam de abordagens

diferentes e ambos satildeo importantes para o bom acompanhamento

farmacoterapecircutico Essa explicaccedilatildeo foi enviada no relatoacuterio da segunda rodada para

P aacute g i n a | 112

que de posse do esclarecimento do pesquisador os especialistas pudessem reavaliar

seus posicionamentos em relaccedilatildeo a concordacircncia Aleacutem disso o item foi reformulado

para que esta diferenccedila entre eles ficasse mais oacutebvia Ao fim da segundada rodada

o item I7 reformulado foi considerado aprovado

No item I13 os juiacutezes solicitaram adequaccedilatildeo do criteacuterio de forma que ficasse claro

que avaliaccedilatildeo do estado de sauacutede natildeo se refere apenas a avaliaccedilatildeo inicial e sim a

avaliaccedilatildeo anterior ao atendimento atual Ramalho de Oliveira (2011) afirma que o

profissional de GTM deve revisar o estado cliacutenico do paciente e registrar as metas

terapecircuticas atingidas a cada nova avaliaccedilatildeo de resultados Assim a conduta do

farmacecircutico possibilita a realizaccedilatildeo de um rastreio da evoluccedilatildeo do paciente ao longo

do tempo Portanto entende-se que a alteraccedilatildeo sugerida pelos juiacutezes eacute de fato

indispensaacutevel de modo que altera o sentido do criteacuterio

No Item I17 os juiacutezes ressaltaram que a frase ldquoque atua no acompanhamento

contiacutenuo dos pacientes durante todo horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilordquo

gera a impressatildeo de estar relacionado a assistecircncia hospitalar De fato o instrumento

utilizado como base se refere a verificaccedilatildeo de conformidade em hospitais o que aleacutem

de prestar atendimentos cliacutenicos tambeacutem fornece outros tipos de assistecircncia (BRASIL

2002 b) Como jaacute discutido a grande divergecircncia em torno do termo ldquoatenccedilatildeo

farmacecircuticardquo e a falta de padronizaccedilatildeo entre os diversos serviccedilos farmacecircuticos faz

com que seja necessaacuterio o reforccedilo contiacutenuo acerca do tipo de serviccedilo que estamos

nos referindo (FREITAS et al 2006 PEREIRA et al 2009 ANGONESI amp SEVALHO

2010) Mediante esta anaacutelise foi reconhecido que neste caso a adaptaccedilatildeo do item

foi falha e portanto para que atendesse ao serviccedilo de GTM e para que fique claro

de que se trata de um serviccedilo cliacutenico de contato direto entre paciente e farmacecircutico

a frase foi modificada apresentando-se da seguinte maneira ldquoque realiza

atendimentos aos pacientes durante todo o horaacuterio previsto de funcionamento do

serviccedilordquo

O Item (I18) aborda o conteuacutedo da seccedilatildeo ldquoApoio teacutecnicordquo Os juiacutezes solicitaram uma

descriccedilatildeo mais clara Apoacutes anaacutelise das argumentaccedilotildees dos juiacutezes ficou evidente que

a descriccedilatildeo natildeo estava condizente com adaptaccedilatildeo da seccedilatildeo ao serviccedilo de GTM

Assim houve reformulaccedilatildeo do item e a seguinte versatildeo foi apresentada na segunda

rodada para avaliaccedilatildeo dos juiacutezes ldquoA presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio

Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio

P aacute g i n a | 113

fundamentais para o bom desenvolvimento do serviccedilordquo Por fim o item foi aprovado

sem contestaccedilotildees na segunda rodada

Alguns juiacutezes questionaram a aplicabilidade de alguns criteacuterios em cenaacuterios de praacutetica

diferentes Os juiacutezes sugeriram a flexibilizaccedilatildeo de alguns criteacuterios para que as

exigecircncias fossem condizentes a um maior nuacutemero de cenaacuterios de praacutetica

O instrumento de avaliaccedilatildeo de conformidade eacute algo diretivo e tem como objetivo

direcionar o avaliador durante o inqueacuterito de conformidade Entretanto situaccedilotildees

especiacuteficas devem ser respeitadas e consideradas pelo avaliador (BRASIL 2002 b)

O item I3 afirma a necessidade da permanecircncia de um dos membros da diretoria

por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades

do serviccedilo de GTM Os juiacutezes que questionaram a aplicabilidade do item em diferentes

cenaacuterios de praacutetica por exemplo em serviccedilos implantados em UBS onde natildeo existe

permanecircncia de membros de diretoria no cenaacuterio A sugestatildeo de diferentes juiacutezes foi

transferecircncia das funccedilotildees a um profissional local capacitado para desempenhar a

funccedilatildeo desde que este tenha suporte da diretoria sempre que necessaacuterio para

resoluccedilatildeo de casos que extrapolem sua capacidade

Nos itens I19 I20 e I21 que se referem a documentaccedilatildeo da praacutetica os juiacutezes

questionaram a inadequaccedilatildeo aos serviccedilos que utilizam registros eletrocircnicos no lugar

de impressos Neste caso exigecircncias como assinatura do profissional que realizou o

atendimento existecircncia de local fiacutesico para armazenamento de prontuaacuterios e de

outros documentos oriundos dos atendimentos natildeo seriam pertinentes a serviccedilos que

realizam o registro e arquivamento de dados de forma digital O documento elaborado

pela APhA (2007) que discorre sobre estruturas necessaacuterias para desenvolvimento da

pratica de GTM jaacute previa a possibilidade de registro e arquivamentos eletrocircnicos

desde que os documentos e dados pudessem ser arquivados de forma segura com

faacutecil acesso e recuperaccedilatildeo dos registros Diversos autores concordam que eacute

indispensaacutevel uma forma de comunicaccedilatildeo entre os profissionais que compartilham o

cuidado ao paciente e livre acesso as informaccedilotildees geradas nos atendimentos

(LAUFFENBURGER et al 2012 MILLONG2009 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Fica evidenciado que os registros eletrocircnicos satildeo possiacuteveis e ateacute mesmo desejaacuteveis

jaacute que satildeo capazes de favorecer a comunicaccedilatildeo entre profissionais de sauacutede e

colaboraccedilatildeo no cuidado (SIMONATES 2009) Logo os itens referidos foram

P aacute g i n a | 114

reformulados e adaptados para atender tambeacutem a serviccedilos que registram seus

atendimentos de forma digital visto que isto eacute importante para a evoluccedilatildeo e adaptaccedilatildeo

do serviccedilo

No que se refere a assinatura exigida pelo criteacuterio ficou especificado em caso de

documentos eletrocircnicos a obrigatoriedade de assinatura digital e registro da

identificaccedilatildeo do responsaacutevel pelo preenchimento com seu nuacutemero de registro em seu

respectivo conselho Eacute essencial que o provedor de GTM se identifique devidamente

para que posteriormente em caso de necessidade possa ser identificado e contatado

sempre que necessaacuterio aleacutem de responsabilizado por seus atos (ASHP 2003

SIMONAITIS et al 2009)

Houve um erro ortograacutefico detectado pelos juiacutezes no item I4 na palavra

lsquorsquoorganizaccedilatildeorsquorsquo Este item foi reprovado estatisticamente na primeira rodada Como as

uacutenicas argumentaccedilotildees foram relacionadas ao erro da escrita entendeu-se que natildeo

havia entatildeo discordacircncia em relaccedilatildeo ao conteuacutedo mas apenas em sua redaccedilatildeo

Portanto ele foi reformulado com a correccedilatildeo do erro e enviado para nova anaacutelise Ao

fim da segundada rodada o item foi aprovado sem mais contestaccedilotildees

Aleacutem das alteraccedilotildees nos itens avaliados originalmente os juiacutezes tambeacutem sugeriram a

adiccedilatildeo de 4 criteacuterios que foram enviados para anaacutelise dos demais juiacutezes sendo

apresentados a seguir

Item (I8) ndashldquo Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentadosrdquo Embora

tenha sido impliacutecita no decorrer do instrumento a existecircncia de um toacutepico uacutenico

que reforce a necessidade de documentaccedilatildeo de todos os dados relevantes

coletados agrega ainda mais o valor da documentaccedilatildeo Como jaacute discutido de forma

ampla anteriormente a documentaccedilatildeo da praacutetica eacute um pilar essencial para a boa

pratica de GTM e tem potencial para interferir diretamente na qualidade dos

resultados alcanccedilados (ASHP 2003 SIMENSON amp McGIVNEY 2007)

Item (I9) ndash ldquoPrevine e identifica PRMrdquo A identificaccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM eacute algo

essencial e obrigatoacuterio na praacutetica de GTM constituindo-se o cerne da praacutetica

(AGUIAR ROCHA amp LYRA JUNIOR 2013 SIMENSON ST amp McGIVNEY MS

2007 TUMKUR et al 2012) Apesar da identificaccedilatildeo de PRM jaacute estar mencionada

no padratildeo da subseccedilatildeo avaliaccedilatildeo inicial natildeo existe criteacuterio que especifique esta

P aacute g i n a | 115

exigecircncia Em concordacircncia com a literatura e a sugestatildeo do juiz o item foi

adicionado ao instrumento para aprovaccedilatildeo dos demais especialistas

Item (I10) ndash ldquoO profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os

medicamentos e a conveniecircnciaadesatildeo do paciente agrave farmacoterapiardquo De acordo

com a literatura eacute necessaacuterio que o provedor de GTM utilize um meacutetodo de

raciociacutenio sistemaacutetico para que seja capaz de identificar e intervir nos PRM

(CIPOLLE STRAND E MORLEY 2004 2012 RAMALHO DE OLIVEIRA 2011) A

utilizaccedilatildeo de um meacutetodo sistemaacutetico de identificaccedilatildeo eacute algo importante na conduta

farmacecircutica pois interfere diretamente na obtenccedilatildeo de resultados Aleacutem disso a

utilizaccedilatildeo de um raciociacutenio cliacutenico par a identificaccedilatildeo de PRM eacute justamente um dos

pontos que diferencia a praacutetica de GTM de outras praacuteticas cliacutenicas farmacecircuticas

(RAMALHO DE OLIVEIR 2011)

Item (I11) ndash ldquoRegistra o estado cliacutenico do pacienterdquo Para que se possa fazer uma

evoluccedilatildeo do paciente e acompanhar as intervenccedilotildees farmacecircuticas eacute fundamental

o registro do estado cliacutenico do paciente a cada avaliaccedilatildeo do paciente (CIPOLLE

STRAND E MORLEY 2004 2012)

Percebeu-se que a seccedilatildeo com maior nuacutemero de sugestotildees e itens reformulados foi a

seccedilatildeo ldquoAtenccedilatildeo ao pacienterdquo A referida seccedilatildeo trata especificamente da avaliaccedilatildeo da

execuccedilatildeo da praacutetica cliacutenica e do sistema de referenciamento Nesta seccedilatildeo os

especialistas pontuaram aspectos mais especiacuteficos com mais sugestotildees ao inveacutes de

questionamentos relacionados a esclarecimento do item

Uma provaacutevel explicaccedilatildeo para tal fenocircmeno eacute que grande parte do conteuacutedo da seccedilatildeo

trata especificamente da praacutetica cliacutenica assunto de maior domiacutenio dos especialistas

Aleacutem disso nesta seccedilatildeo observa-se um menor conteuacutedo de termos teacutecnicos

especiacuteficos da avaliaccedilatildeo de conformidade ou relacionados ao gerenciamento e

administraccedilatildeo do serviccedilo

Os juiacutezes selecionados possuem alto grau de experiecircncia em GTM Entretanto a falta

de intimidade com termos especiacuteficos da aacuterea de avaliaccedilatildeo de conformidade ou

avaliaccedilatildeo de qualidade utilizados no instrumento proposto foram motivo de

questionamento entre alguns juiacutezes Outro aspecto importante deve-se ao fato do

instrumento original da ONA tambeacutem possuir alto teor de conteuacutedo voltados para aacuterea

de gerenciamento de serviccedilos Entatildeo utiliza-se de termos administrativos as vezes

P aacute g i n a | 116

natildeo familiares para os especialistas deste estudo o que pode ter impactado no

consenso de forma geral (BRASIL 2002 b 2014 CARDOSO et al 2005

MUNARETTO CORREcircA amp CUNHA 2013 SCARPARO et al 2012)

Apesar da limitaccedilatildeo dos especialistas relacionadas aos aspectos de gestatildeo do serviccedilo

e avaliaccedilatildeo de conformidade a troca de informaccedilotildees entre os participantes

proporcionou a discussatildeo evoluccedilatildeo do instrumento elaborado inicialmente nesta

pesquisa Isto foi possiacutevel pois a teacutecnica Delphi permite o acesso a informaccedilotildees

altamente especializadas com interaccedilatildeo entre os participantes e o pesquisador sem

interferecircncias relacionadas a influecircncia de posiccedilatildeo ou conflito de interesse

promovendo assim o compartilhamento de ideias ou opiniotildees de forma livre

(SCARPARO et al 2012)

P aacute g i n a | 117

6 CONCLUSAtildeO

Apenas um estudo brasileiro foi aproveitado para os objetivos desta pesquisa Fica

entatildeo evidenciada uma necessidade de maior desenvolvimento de estudos

relacionados a qualidade dos serviccedilos de GTM adaptados ao sistema de sauacutede

brasileiro

Entre os estudos encontrados as maiores contribuiccedilotildees vieram de documentos

educativos ou normativos de instituiccedilotildees relacionadas as praacuteticas cliacutenicas

farmacecircuticas o que evidencia a incipiente investigaccedilatildeo dos padrotildees de

desenvolvimento de GTM na praacutetica no mundo real Documentos normativos e

educativos satildeo importantes para guiar as atividades de forma inicial Entretanto satildeo

necessaacuterios mais estudos que coloquem estes padrotildees agrave prova para que possamos

avaliar a viabilidades destes nas rotinas de atendimentos

As vaacuterias interpretaccedilotildees do termo ldquoatenccedilatildeo farmacecircuticardquo ainda eacute um fator de

confusatildeo no que se refere a levantamentos bibliograacuteficos e impactou

consideravelmente na coleta de dados Aleacutem disso a falta de descriccedilatildeo dos serviccedilos

tambeacutem foi um fator que dificultou o processo de reconhecimento de publicaccedilotildees

elegiacuteveis Portanto salienta-se a necessidade de padronizar a taxonomia e os

proacuteprios serviccedilos farmacecircuticos

Apesar de verificar-se uma evoluccedilatildeo no nuacutemero de publicaccedilotildees ao longo dos anos

natildeo se observou grandes mudanccedilas ou avanccedilos em relaccedilatildeo ao conteuacutedo Poucas

publicaccedilotildees abordam o serviccedilo de forma abrangente a maior parte deles foca apenas

em aspectos do desenvolvimento da praacutetica Assim ficou evidenciado a necessidade

de empregar esforccedilos para compreender aspectos mais amplos de qualidade que

impactam diretamente nos resultados do serviccedilo

O documento da ONA utilizado como base para adaptaccedilatildeo e incorporaccedilatildeo das

caracteriacutesticas referentes ao serviccedilo de GTM mostrou-se adequado para a finalidade

proposta por este estudo Os criteacuterios encontrados no levantamento bibliograacutefico

P aacute g i n a | 118

foram facilmente incorporados ao MBAH Soma-se a isso o fato de diversos itens

mencionados no instrumento original da ONA terem sido observados tambeacutem na

literatura encontrada sobre os criteacuterios estruturantes e de qualidade dos serviccedilos de

GTM

Diferente dos achados da literatura relacionados aos padrotildees do GTM o MBAH

aborda os serviccedilos de sauacutede de modo mais holiacutestico avaliando padrotildees de qualidade

desde sua direccedilatildeo ateacute o gerenciamento de pessoas recursos e dados Este fato pode

possibilitar uma avaliaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos de GTM de modo mais profundo

gerando novas perspectivas para avaliaccedilatildeo e estabelecimento de padrotildees de

qualidade

Apesar do estudo Delphi natildeo exigir um nuacutemero grande de colaboradores o estudo

alcanccedilou um bom nuacutemero de juiacutezes E no que se refere ao grau de familiaridade com

GTM os especialistas participantes apresentaram satisfatoacuterio perfil de experiecircncia

com o referido serviccedilo tanto nas aacutereas de ensino serviccedilo e pesquisa A

heterogeneidade do painel de especialistas enriqueceu o resultado final do

instrumento

A possibilidade de interaccedilatildeo indireta entre colaboradores propiciou um consenso mais

soacutelido visto que a evoluccedilatildeo de consenso foi pautada na reflexatildeo de opiniatildeo mediante

a exposiccedilatildeo do posicionamento dos demais especialistas Nesse sentido o anonimato

das opiniotildees atuou como fator importante na garantia de opiniotildees livres de conflitos

de interesse ou influencia por posicionamento dos participantes o que gerou ainda

mais credibilidade ao consenso

A menor experiecircncia dos juiacutezes em relaccedilatildeo a avaliaccedilatildeo de conformidade e termos de

gestatildeo de qualidade aparentemente dificultou uma maior colaboraccedilatildeo dos

participantes para evoluccedilatildeo do instrumento testado Baseado nisso fica evidenciado

que o instrumento ainda deve passar por outras formas de validaccedilatildeo para que seja

considerado completamente adequado e aplicaacutevel para avaliaccedilatildeo do serviccedilo de GTM

P aacute g i n a | 119

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P aacute g i n a | 133

APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO DE AVALIACcedilAtildeO DOS CRITEacuteRIOS DE

INCLUSAtildeO

Qual o serviccedilo que seraacute avaliado com este instrumento

O instrumento criado tem como objetivo avaliar o serviccedilo cliacutenico farmacecircutico de

Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) segundo o referencial teoacuterico

filosoacutefico e metodoloacutegico da Atenccedilatildeo farmacecircutica segundo Cipolle Strand amp Morley

(2004) Deste modo o instrumento natildeo tem como objetivo avaliar quaisquer outras

atividades do farmacecircutico que natildeo seja o acompanhamento do uso de medicamentos

pelo paciente para prevenccedilatildeo identificaccedilatildeo e resoluccedilatildeo de Problemas Relacionados

ao uso de Medicamentos (PRM)

Caso deseje participar do estudo eacute importante que responda as seguintes perguntas

1 Qual sua relaccedilatildeo com serviccedilo de GTM

Sou ou fui pesquisador da aacuterea de Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Sou ou fui docente da aacuterea de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

Atuo ou atuei como cliacutenico de Atenccedilatildeo farmacecircutica GTM

2 Qual metodologia vocecirc utiliza ou utilizava em sua praacuteticapesquisaensino

Utilizo utilizava meacutetodo Daacuteder

Utilizoutilizava Pharmacotherapy Workup (PW)

Utilizoutilizava outro meacutetodo Neste caso cite o nome do meacutetodo

Natildeo utilizoutilizava meacutetodo

3 Haacute quanto tempo exerce ou exerceu sua funccedilatildeo

Menos que um ano

Mais que um ano

4 Especifique o tempo de experiecircncia com cada uma das atividades relacionadas

a Atenccedilatildeo FarmacecircuticaGTM

Ensino

Pesquisa

Praacutetica

P aacute g i n a | 134

APEcircNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudantes docentes e profissionais de sauacutede

Pesquisa RESULTADOS CLIacuteNICOS ECONOcircMICOS ASPECTOS

HUMANIacuteSTICOS CULTURAIS E EDUCACIONAIS DE SERVICcedilOS DE

GERENCIAMENTO DA TERAPIA MEDICAMENTOSA NO SISTEMA UacuteNICO DE

SAUacuteDE

Vocecirc estaacute sendo convidado (a) a participar deste estudo sobre o serviccedilo de

gerenciamento da terapia medicamentosa (GTM) O objetivo eacute desenvolver um

instrumento de avaliaccedilatildeo para o serviccedilo de GTM e validaacute-lo por especialista

Ao concordar em colaborar com esta pesquisa vocecirc estaraacute concordando em julgar o

instrumento de avaliaccedilatildeo para serviccedilos de GTM elaborado pela equipe de

pesquisadores responsaacuteveis por este estudo por meio de um formulaacuterio eletrocircnico de

questotildees fechadas eou abertas sobre seu grau de concordacircncia com os itens

expostos no instrumento a ser avaliado As respostas seratildeo realizadas em formulaacuterio

virtual natildeo presencial de forma que sua privacidade e sigilo seratildeo garantidos Toda

a informaccedilatildeo obtida eacute considerada confidencial e a sua identificaccedilatildeo seraacute mantida

como informaccedilatildeo sigilosa

Vocecirc tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e entatildeo

retirar-se da pesquisa sem nenhum dano prejuiacutezo ou constrangimento Vocecirc natildeo seraacute

prejudicado em seu viacutenculo profissionalacadecircmico caso decida por natildeo participar Eacute

importante esclarecer ainda que a sua participaccedilatildeo seraacute isenta da qualquer despesa

ou outro ocircnus

Os benefiacutecios diretos aos sujeitos da pesquisa seratildeo a compreensatildeo de aspectos

relevantes do processo de implantaccedilatildeo sistematizaccedilatildeo e formaccedilatildeo no serviccedilo de

GTM de forma a contribuir para melhorias continuas e para novas experiecircncias com

o mesmo escopo Natildeo haveraacute incentivos financeiros ou outros bocircnus para sua

participaccedilatildeo na pesquisa

P aacute g i n a | 135

Suas informaccedilotildees satildeo muito valiosas para o desenvolvimento desta pesquisa

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Estou ciente que meus dados seratildeo tratados com absoluta seguranccedila para garantir a

confidencialidade privacidade e anonimato

Eu apoacutes ter sido

suficiente e devidamente esclarecido (a) pela pesquisadora sobre a realizaccedilatildeo desta

pesquisa como estaacute escrito neste termo declaro que consinto em participar da

pesquisa em questatildeo por livre vontade natildeo tendo sofrendo nenhuma forma de pressatildeo

ou influecircncia indevida

Data____________ Assinatura

Pesquisador responsaacutevel

Eu Djenane Ramalho de Oliveira responsaacutevel pelo projeto acima descrito declaro

que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou do seu

representante legal) para realizar este estudo

Data____________ Assinatura

Nota este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado em duas vias

ficando uma com o sujeito participante da pesquisa e a outra com o pesquisador

responsaacutevel

Contatos Profa Dra Djenane Ramalho de Oliveira ndash telefone 31 3409-6858 Comitecirc

de Eacutetica em Pesquisa UFMG ndash telefone 31 3409-4592 Endereccedilo completo Av

Antocircnio Carlos 6627 Unidade Administrativa II - 2ordm andar - Sala 2005 Campus

Pampulha Belo Horizonte MG ndash Brasil CEP 31270-901

Este termo seraacute arquivado pelo pesquisador responsaacutevel por um periacuteodo

de 5 anos para consultas e verificaccedilotildees

P aacute g i n a | 136

APEcircNDICE C ndash INSTRUMENTO DE AVALIACcedilAtildeO DE CONFORMIDADE DE SERVICcedilOS DE GTM (VERSAtildeO VALIDADA)

SUBSECcedilAtildeO - DIRECcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a direccedilatildeo e lideranccedila atende aos

requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de acordo com o perfil e o

grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Existe na instituiccedilatildeo um profissional capacitado responsaacutevel por dirigir o serviccedilo

2 Permanecircncia de um dos membros da Diretoria por no miacutenimo seis horas na Instituiccedilatildeo

em dias uacuteteis na coordenaccedilatildeo das atividades institucionais ou de um profissional

capacitado para exerciacutecio das funccedilotildees de coordenaccedilatildeo tendo acesso faacutecil aos diretores

para resoluccedilatildeo de casos que extrapolem as capacidades do funcionaacuterio responsaacutevel

3 Possui identidade organizacional definida e disseminada na instituiccedilatildeo

4 Provecirc condiccedilotildees operacionais e de infraestrutura que permitam a execuccedilatildeo das atividades

propostas

5 A diretoria define as responsabilidades competecircncias e autoridades essenciais para a

execuccedilatildeo das atividades institucionais

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais Contribui para avaliaccedilatildeo e planejamento do serviccedilo

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

Esta seccedilatildeo apresenta as subseccedilotildees relacionadas a estruturaccedilatildeo e gestatildeo do

serviccedilo Nela estatildeo presentes subseccedilotildees ligadas aos aspectos de lideranccedila

diretrizes administrativas planejamento institucional e relacionamento com o

clienteusuaacuteriopaciente

SECcedilAtildeO 1 LIDERANCcedilA E ADMINISTRACcedilAtildeO

P aacute g i n a | 137

2 Procedimentos de acompanhamento e avaliaccedilatildeo do desempenho organizacional e

econocircmica

3 Apresenta registros que evidenciem a memoacuteria dos processos administrativos gerenciais

e de tomada de decisatildeo da organizaccedilatildeo (atas de diretoria registros de reuniotildees ou outros

procedimentos de documentaccedilatildeo)

4 Revisa sistematicamente estrateacutegias implantadas

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos participa

ativamente do programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria contribui para a gestatildeo de risco seus serviccedilos estatildeo integrados ao sistema de informaccedilatildeo

da organizaccedilatildeo dispondo de dados e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e

comparaccedilotildees com referenciais externos

1 Apresente plano de metas indicadores de desempenho taxas e informaccedilotildees para a

tomada de decisatildeo

2 Avalia sistematicamente a Direccedilatildeo no cumprimento de suas funccedilotildees

3 Realiza ciclos de melhoria nos processos administrativos e gerenciais do GTM

SUBSECcedilAtildeO ndash ADMINISTRACcedilAtildeO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Dispotildee de responsaacutevel habilitado ou capacitado para a administraccedilatildeo de materiais e

suprimentos atende aos requisitos formais e teacutecnicos para a seguranccedila das atividades estrutura de

acordo com o perfil e o grau de complexidade da Organizaccedilatildeo

1 Profissional habilitado ou com capacitaccedilatildeo compatiacutevel

2 Possui gerenciamento de pessoal com todos os registros dos funcionaacuterios e suas

habilitaccedilotildees especiacuteficas

3 Apresenta processos definidos e registrados de aquisiccedilatildeo distribuiccedilatildeo e controle dos

insumos e recursos materiais necessaacuterios para desempenho do serviccedilo

4 Processos de administraccedilatildeo dos recursos financeiros cobranccedila e controle orccedilamentaacuterio

geral

5 Instalaccedilotildees fiacutesicas e processos compatiacuteveis com a capacidade instalada e os serviccedilos

oferecidos

REQUISITOS NIacuteVEL 2 ndash GESTAtildeO INTEGRADA

P aacute g i n a | 138

Padratildeo Apresenta manual (is) de normas rotinas e procedimentos documentado (s) atualizado (s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Procedimentos de avaliaccedilatildeo controle e melhoria dos sistemas de aquisiccedilatildeo (insumos

etc)

3 Procedimentos de avaliaccedilatildeo e melhoria dos processos organizacionais

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo A administraccedilatildeo dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e

externos integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de

melhoria e dispotildee de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a

avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Ciclos de melhoria do sistema de gestatildeo com impacto sistecircmico

2 Sistema de informaccedilatildeo institucional com indicadores taxas e informaccedilotildees comparativas

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (pacientes familiarescomunidade)

e clientes internos (funcionaacuterios gestores da organizaccedilatildeo)

P aacute g i n a | 139

SUBSECcedilAtildeO ndash PRAacuteTICA PROFISSIONAL

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

TOacutePICO I ndash AVALIACcedilAtildeO INICIAL

Padratildeo Solicita dados relevantes sobre o paciente para compreendecirc-lo em sua complexidade

biopsicosocial Coleta analisa e interpreta dados relacionados aos problemas de sauacutede e sua

farmacoterapia Determina se todas as necessidades farmacoterapecircuticas do paciente estatildeo sendo

atendidas Identifica PRM Toma decisotildees racionais e colaborativas para garantir ao paciente que

suas necessidades sejam atendidas

1 Apresenta o serviccedilo de GTM para o paciente Explica e esclarece os objetivos do serviccedilo

sua dinacircmica e o que o paciente pode esperar deste serviccedilo

2 Utiliza teacutecnica de entrevista adequada postura profissional adequada boa comunicaccedilatildeo

verbal clara e compreensiacutevel natildeo interrompendo o paciente escuta com atenccedilatildeo sonda

o paciente de forma satisfatoacuteria

3 Investiga experiecircncia subjetiva com medicamentos

4 Coleta dados demograacuteficos e pessoais importantes

5 Investiga e determina e registra a queixa principal

6 Investiga histoacuterico de sauacutede e haacutebitos de vida que impactam na farmacoterapia

7 Investiga e registra a histoacuteria com medicamentos certificando-se de que a mesma eacute

legiacutetima

8 Investiga e registra a lista de medicamentos atuais certificando-se de que a mesma eacute

completa e legiacutetima

9 Sonda a compreensatildeo do paciente em relaccedilatildeo as caracteriacutesticas e efeitos dos

medicamentos que utiliza

10 Investiga e registra histoacuterico de alergia e RAM

Esta seccedilatildeo agrupa as unidades e serviccedilos cliacutenicos de cuidado ao paciente onde

existe o contato direto com o usuaacuterio com uma equipe cliacutenica e multiprofissional

envolvida (local ou referenciada)

SECcedilAtildeO 2 ATENCcedilAtildeO AO PACIENTE

P aacute g i n a | 140

11 Avalia o uso de outras substacircncias potencialmente nocivas ou que interfiram na

farmacoterapia

12 Realiza revisatildeo dos sistemas

13 Todos os itens relevantes satildeo devidamente documentados

14 Previne e identifica PRM

15 O profissional checa indicaccedilatildeo efetividade e seguranccedila de todos os medicamentos e a

conveniecircncia (adesatildeo) do paciente agrave farmacoterapia

TOacutePICO II ndash PLANO DE CUIDADO

Padratildeo Determina objetivos terapecircuticos cabiacuteveis para cada problema de sauacutede Traccedila um plano

de accedilatildeo de forma colaborativa com o paciente para alcance dos objetivos terapecircuticos e para

resoluccedilatildeo e prevenccedilatildeo de PRM Estabelece paracircmetros objetivos cliacutenicos e laboratoriais para

monitorar os objetivos terapecircuticos Estabelece marco temporal para anaacutelise da evoluccedilatildeo do quadro

1 Realiza descriccedilatildeo do problema de sauacutede

2 Considera as experiecircncias subjetivas a suas intervenccedilotildees

3 O plano de cuidado eacute esclarecido ao paciente

4 Satildeo determinadas datas acordadas com o paciente para o alcance das metas

5 O plano de cuidado atende a queixa principal ou razatildeo do encontro

6 Satildeo estabelecidos objetivos terapecircuticos claros e mensuraacuteveis

7 Os objetivos terapecircuticos satildeo estabelecidos para cada problema de sauacutede

8 Os objetivos terapecircuticos satildeo traccedilados respeitando as especificidades de cada paciente

9 A efetividade e a seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos

eou laboratoriais

10 Todas as intervenccedilotildees satildeo documentadas

11 A efetividade seguranccedila dos medicamentos satildeo comprovadas com dados cliacutenicos eou

laboratoriais

12 Registra o estado cliacutenico do paciente

TOacutePICO III ndash AVALIACcedilAtildeO DE RESULTADOS

Padratildeo Coleta evidecircncias cliacutenica eou laboratoriais para verificar os resultados e confrontaacute-los aos

objetivos terapecircuticos Coleta evidecircncias cliacutenicas eou laboratoriais para determinar a seguranccedila dos

medicamentos Registra o estado clinico-farmacoterapecircutica do paciente e quaisquer alteraccedilotildees na

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farmacoterapia que sejam necessaacuterias Avalia o paciente para identificaccedilatildeo de novos problemas

Marca uma nova data para avaliaccedilatildeo

1 Os achados da avaliaccedilatildeo inicial satildeo revisados

2 Os novos resultados satildeo registrados

3 Determina o estado do paciente de acordo com dados coletados e avaliados comparados

aos achados registrados nos atendimentos precedentes

4 A efetividade seguranccedila do medicamento e adesatildeo do paciente satildeo revisados

5 Novas intervenccedilotildees satildeo registradas

6 Avaliaccedilatildeo de resultados eacute sistemaacutetica

7 Avaliaccedilatildeo eacute realizada de forma contiacutenua

8 Famiacutelia e outros profissionais de sauacutede satildeo envolvidos na avaliaccedilatildeo de resultados

sempre que necessaacuterio

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s)

e disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de

melhoria dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos do(s) serviccedilo(s) unidade(s) ou setor(es)

documento(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Profissionais do serviccedilo capacitados

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional Como

discussatildeo de caso e praacutetica cliacutenica

4 Sistema de anaacutelise criacutetica dos casos atendidos visando a melhoria da teacutecnica controle

de problemas melhoria de processos e procedimentos minimizaccedilatildeo de riscos e efeitos

colaterais etc

5 Procedimento(s) de orientaccedilatildeo ao clientepaciente

6 Procedimento(s) voltado(s) para a continuidade de cuidados ao cliente e seguimento de

casos

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

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de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Sistemas de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Ciclos de melhoria com impacto sistecircmico

3 Utiliza as informaccedilotildees de todas as partes interessadas no ciclo de melhorias

4 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

5 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes (internos e externos)

SUBSECcedilAtildeO ndash REFEREcircNCIA E CONTRA-REFEREcircNCIA

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo A instituiccedilatildeo dispotildee de uma lista de serviccedilos para os quais pode transferir os casos que

superam a capacidade resolutiva da unidade Possui um sistema estruturada para referenciar

paciente em casos necessaacuterios

1 Possui relaccedilatildeo de serviccedilos eou centros de referecircncia em especialidades para os quais

devem ser encaminhados os casos que extrapolem o potencial resolutivo da instituiccedilatildeo

2 Conta com sistema de comunicaccedilatildeo que assegure os encaminhamentos e agilidade dos

mecanismos utilizados nos contatos entre os cliacutenicos do GTM e serviccedilos

3 Registra dados sobre os clientespacientes na ficha de atendimento cliacutenico que oriente

a continuidade do tratamento tais como resumo cliacutenico diagnoacutestico resultado dos

exames realizados condutas executadas e o motivo do referenciamento

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos de referecircncia e contra-referecircncia

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Dispotildeem de protocolos cliacutenicos para atendimento ao clientepaciente na fase inicial e

durante o encaminhamento

3 Pacientes eou acompanhantes informados sobre o motivo do encaminhamento

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO

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Padratildeo Dispotildee de sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos integra o

programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de ciclos de melhoria e dispotildee

de sistema de informaccedilatildeo com dados taxas e indicadores que permitem a avaliaccedilatildeo do serviccedilo e a

comparaccedilatildeo com referenciais adequados

1 Acompanhamento do paciente apoacutes as transferecircncias e avaliaccedilatildeo dos serviccedilos de

referecircncia

2 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos

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SUBSECcedilAtildeO ndash CORPO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo Corpo cliacutenico legalmente habilitado que realiza atendimentos aos pacientes durante todo

horaacuterio previsto de funcionamento do serviccedilo de acordo com as normas definidas no Regimento

Interno

1 Pacientes com conhecimento do nome do cliacutenico que lhes assiste e informados sobre o

seu diagnoacutestico e procedimentos a realizar

2 Continuidade do atendimento ao paciente (visita e evoluccedilotildees farmacecircuticas)

3 Registros no prontuaacuterio do paciente de todos os atendimentos realizados

4 Prontuaacuterios completos legiacuteveis e assinados com a respectiva identificaccedilatildeo

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) disponiacutevel(is)

e aplicado(s) O cliacutenico desenvolve suas accedilotildees baseadas em protocolos adotados pela instituiccedilatildeo

possui programa de capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo permanente as accedilotildees cliacutenicas satildeo vistoriadas por meio

de registros no prontuaacuterio

1 Regimento do Corpo Cliacutenico ou manual(is) de normas rotinas e procedimentos

documentado(s) atualizado(s) e disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo Participa ativamente do modelo assistencial baseado em enfoque multiprofissional e

interdisciplinar integra o programa institucional da qualidade e produtividade com evidecircncias de

ciclos de melhoria dispotildee de sistema de anaacutelise da satisfaccedilatildeo dos clientes internos e externos e de

avaliaccedilatildeo do serviccedilo sistema de informaccedilatildeo baseado em dados e indicadores que permitam

anaacutelises comparativas com referenciais e monitoramento de resultados

Esta seccedilatildeo dedica-se agrave organizaccedilatildeo dos serviccedilos profissionais que prestam

assistecircncia direta ao clientepaciente e perpassam todos os serviccedilos de atenccedilatildeo

aos clientes configurando assim o modelo e a filosofia assistencial e institucional

SECcedilAtildeO 3 SERVICcedilOS PROFISSIONAIS E ORGANIZACcedilAtildeO DE

ASSISTEcircNCIA

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1 A assistecircncia ao clientepaciente segue um planejamento em niacuteveis de complexidade

com enfoque multiprofissional e interdisciplinar

2 Avaliaccedilatildeo dos procedimentos padronizados protocolos cliacutenicos e de seus resultados

3 Reuniotildees cliacutenicas perioacutedicas para discutir casos selecionados

4 Indicadores epidemioloacutegicos utilizados no planejamento e na definiccedilatildeo do modelo

assistencial

5 Registros atas relatoacuterios e estatiacutesticas referentes agraves atividades de avaliaccedilatildeo da

qualidade da assistecircncia com seacuterie histoacuterica

6 Comparaccedilotildees de resultados com referenciais e anaacutelise do impacto gerado junto agrave

comunidade

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SUBSECcedilAtildeO ndash ARQUIVO CLIacuteNICO

REQUISITOS NIacuteVEL 1 - SEGURANCcedilA

Padratildeo Organizaccedilatildeo dispotildee de local especiacutefico e adequado para o arquivamento e manutenccedilatildeo do

prontuaacuterio cliacutenico dos clientespacientes assistidos pelos serviccedilos Quando feito manualmente o

prontuaacuterio eacute legiacutevel em perfeito estado sem rasuras assinado pelo profissional responsaacutevel Quando

feito de forma eletrocircnica o prontuaacuterio eacute arquivado de forma segura evitando perda de dados ou

acesso de pessoas natildeo autorizadas apresenta a devida identificaccedilatildeo do profissional responsaacutevel

pelo seu preenchimento Os prontuaacuterios seguem uma ordem loacutegica e contiacutenua com registro da

avaliaccedilatildeo inicial histoacuteria cliacutenica evoluccedilatildeo plano de cuidado avaliaccedilatildeo de resultados e informaccedilotildees

complementares pertinentes (exames pareceres etc)

1 Possui um sistema de organizaccedilatildeo dos arquivos cliacutenicos Apresenta um modelo padratildeo

de prontuaacuterio disponiacutevel e acessiacutevel impresso ou em arquivo eletrocircnico e meacutetodos para

composiccedilatildeo do prontuaacuterio

2 Prontuaacuterios completos legiacuteveis datados com a respectiva identificaccedilatildeo do profissional

responsaacutevel Assinados manualmente ou de forma digital acompanhados do nuacutemero de

registro do profissional responsaacutevel em seu respectivo conselho

3 Todos os atendimentos satildeo devidamente registrados no prontuaacuterio do clientepaciente

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de manual(is) normas rotinas e procedimentos documentado(s)

atualizado(s) e disponiacutevel(is) o processo garante a existecircncia de prontuaacuterio individualizado que

assegure a recuperaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o serviccedilo prestado

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Comunicaccedilatildeo entre o setor de Arquivo de GTM com a aacuterea de estatiacutestica e os demais

serviccedilos de GTM

A presente seccedilatildeo denominada Serviccedilos de Apoio Teacutecnico visa agrupar serviccedilos que

envolvem accedilatildeo teacutecnica especializadas de apoio fundamentais para o bom

desenvolvimento do serviccedilo

SECcedilAtildeO 4 SERVICcedilOS DE APOIO TEacuteCNICO

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REQUISITOS NIacuteVEL 3 - GESTAtildeO EM EXCELEcircNCIA

Padratildeo O serviccedilo dispotildee de um sistema de anaacutelise criacutetica e revisatildeo de prontuaacuterios para melhorar a

qualidade dos registros o arquivo integra-se ao sistema de informaccedilatildeo e ao programa de qualidade

e produtividade institucional

1 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para revisatildeo e discussatildeo dos

prontuaacuterios dos resultados obtidos retroalimentaccedilatildeo do processo de melhoria da

qualidade e ciclos de melhoria jaacute realizados

2 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem a anaacutelise e

comparaccedilotildees

3 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo) e externos (usuaacuterios)

SUBSECcedilAtildeO ndash ESTATIacuteSTICAS

REQUISITOS NIacuteVEL 1 ndash SEGURANCcedilA

Padratildeo A Organizaccedilatildeo dispotildee de estatiacutestica de dados baacutesicos a cargo de um responsaacutevel ou grupo

de trabalho com condiccedilotildees teacutecnicas (capacitaccedilatildeo) de transformar dados em informaccedilotildees estatiacutesticas

que apoiem a gestatildeo e o atendimento cliacutenico

1 Responsaacutevel ou grupo de trabalho capacitado para o serviccedilo

2 Sistemaacutetica de coleta anaacutelise e utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees

3 Sistema de documentaccedilatildeo e registros estatiacutesticos correspondentes

REQUISITOS NIacuteVEL 2 - GESTAtildeO INTEGRADA

Padratildeo Apresenta manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is) A aacuterea de administraccedilatildeo integra o orccedilamento plano de metas e esforccedilos de melhoria

dos processos organizacionais

1 Manual(is) de normas rotinas e procedimentos documentado(s) atualizado(s) e

disponiacutevel(is)

2 Programa de educaccedilatildeo e treinamento continuado

3 Grupos de trabalho para a melhoria de processos e integraccedilatildeo institucional

4 Utilizaccedilatildeo de informaccedilotildees voltadas para a melhoria de cuidados ao clientepaciente

5 Avaliaccedilatildeo de desempenho da aacuterea

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REQUISITOS NIacuteVEL 3 ndash EXCELEcircNCIA EM GESTAtildeO Padratildeo As estatiacutesticas satildeo divulgadas e utilizadas sistematicamente como instrumento para a gestatildeo

e melhoria da qualidade o sistema de informaccedilatildeo eacute abrangente atingindo todas as aacutereas apresenta

vaacuterios ciclos de melhoria e aperfeiccediloamento com evidecircncias nos resultados de avaliaccedilatildeo da aacuterea

1 Sistema de planejamento e melhoria contiacutenua em termos de estrutura novas

tecnologias atualizaccedilatildeo teacutecnico-profissional accedilotildees assistenciais e procedimentos

2 Reuniotildees perioacutedicas de caraacuteter multiprofissional para discussatildeo dos resultados obtidos

utilizaccedilatildeo das informaccedilotildees para retroalimentar o processo de melhoria da qualidade com

vaacuterios ciclos de melhoria jaacute realizados

3 Sistema de informaccedilatildeo baseado em taxas e indicadores que permitem anaacutelises e

comparaccedilotildees

4 Sistema de afericcedilatildeo da satisfaccedilatildeo dos clientes internos (funcionaacuterios e gestores da

organizaccedilatildeo)

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