desenvolvimento de uma interface eletrônica e computacional para o controle de um motor de passo

39
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO CURSO DE TECNÓLOGO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL DESENVOLVIMENTO DE UMA INTERFACE ELETRÔNICA E COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DE MOTORES DE PASSO. Willian Lima de Oliveira Filho Petrópolis 2011

Upload: wlfilho

Post on 22-Nov-2015

17 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Trabalho de conclusão de curso - Willian Lima de Oliveira Filho - Tecnólogo em Automação Industrial

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE CATLICA DE PETRPOLIS

    CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAO

    CURSO DE TECNLOGO EM AUTOMAO INDUSTRIAL

    DESENVOLVIMENTO DE UMA INTERFACE ELETRNICA E

    COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DE MOTORES DE PASSO.

    Willian Lima de Oliveira Filho

    Petrpolis

    2011

  • 2

    UNIVERSIDADE CATLICA DE PETRPOLIS

    CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAO

    CURSO DE TECNLOGO EM AUTOMAO INDUSTRIAL

    DESENVOLVIMENTO DE UMA INTERFACE ELETRNICA E

    COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DE MOTOR DE PASSO.

    Trabalho de concluso de curso apresentado

    ao Centro de Engenharia e Computao da

    Universidade Catlica de Petrpolis como requisito

    parcial para a concluso do curso Tecnlogo em

    Automao Industrial.

    Autor do Trabalho

    Willian Lima de Oliveira Filho

    Guilherme de Andrade Garcia, DSc.

    Professor Orientador

    Petrpolis

    2011

  • 3

    Aluno: Willian Lima de Oliveira Filho Matrcula: 08200516

    Desenvolvimento de uma Interface Eletrnica e Computacional para o Controle de um

    Motor de Passo .

    Projeto de Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro de Engenharia e

    Computao da Universidade Catlica de Petrpolis como requisito parcial para a concluso

    do curso de Tecnlogo em Automao Industrial.

    AVALIAO

    GRAU FINAL: _________

    AVALIADO POR:

    Prof. Guilherme de Andrade Garcia, DSc.

    Prof. Andr Alves Gandolpho, DSc.

    Giancarlo Barbosa Micheli, DSc.

    Petrpolis, 05 de Agosto de 2011.

    Prof. Aldo Falconi Filho, MSc.

    Coordenador do curso Tecnlogo em Automao Industrial

  • 4

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho s mulheres

    da minha vida: minha me Maria

    do Carmo, minha namorada

    Lvia, minha irm Manuela e

    minha av Neuza.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Meus mais sinceros agradecimentos ao meu orientador Professor DSc Guilherme

    Garcia pela pacincia, compreenso e dedicao. Agradeo-o tambm, por todo conhecimento

    transmitido, pela disponibilizao dos equipamentos utilizados, e principalmente pelo

    incentivo constante, fatos estes, indispensveis para a realizao deste trabalho.

    Agradeo ao Wellington chefe do Lamed, pela compreenso e disponibilizao da

    infra-instrutora do laboratrio para a realizao dos experimentos. Agradeo-o tambm, pelo

    total apoio.

    Ao Felipe Baldner pela inestimvel colaborao na parte experimental,

    disponibilizando o seu tempo e componentes eletrnicos!

    minha famlia (me, av, avs, irm...), base fundamental do que sou.

    minha namorada Lvia pelo amor, carinho e pela compreenso.

    Aos amigos do Lamed, Pedro Costa, Flvio Frade, Luiz Brum pelo enorme incentivo

    UCP pela oportunidade de formao e a todos os professores.

    Aos amigos da 1 turma de Tecnlogos em Automao industrial da UCP

    E acima de tudo, agradeo a DEUS pela minha vida e por ter alcanado mais uma

    bno.

  • 6

    NDICE

    1. INTRODUO .................................................................................................................. 11

    2. REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................................... 13

    2.1. MOTORES DE PASSO ................................................................................................. 13

    2.1.1. Tipos de Motores de Passo .................................................................................... 13

    2.1.1.1. Motor de Relutncia Varivel ............................................................................ 13

    2.1.1.2. Motor de Im Permanente ................................................................................. 15

    2.1.1.3. Motor Hbrido .................................................................................................... 16

    2.1.2. Tipos de Enrolamentos de Motores de Passo ...................................................... 17

    2.1.2.1. Enrolamento Unipolar ....................................................................................... 17

    2.1.2.2. Enrolamento Bipolar .......................................................................................... 18

    2.1.2.3. Enrolamento Bifilar ........................................................................................... 19

    2.1.3. Modos de Acionamentos ........................................................................................ 20

    2.1.3.1. Acionamento de Passo Completo de nica Excitao de Fase ......................... 20

    2.1.3.2. Acionamento de Passo Completo com Dupla Excitao de Fase...................... 20

    2.1.3.3. Acionamento de Meio passo (Half step) ........................................................... 21

    2.1.3.4. Micro-Passo ....................................................................................................... 21

    2.1.4. Preciso do motor de passo ................................................................................... 22

    3. MATERIAIS E MTODOS .............................................................................................. 23

    3.1. MOTOR UTILIZADO ................................................................................................... 23

    3.2. INTERFACE ELETRNICA E COMPUTACIONAL ................................................. 24

    3.2.1. Mdulo de Controle Digital ................................................................................... 24

    3.2.2. Circuito de Potncia ............................................................................................... 26

    4. RESUTADOS ...................................................................................................................... 30

    4.1. PROTTIPO DA PLACA DO CIRCUITO DE POTNCIA ....................................... 30

    4.2. TESTES DE BANCADA............................................................................................... 30

    4.3. INTERFACE COMPUTACIONAL .............................................................................. 33

    5. CONCLUSO ..................................................................................................................... 37

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 38

    APNDICE A. Folha de dados do MOSFET IRLL2705........................................................ 39

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Esquema de funcionamento de um motor VR ..................................................... 14

    Figura 2.2 - Circuito do estator de um motor VR.................................................................... 14

    Figura 2.3 - Esquema de funcionamento de um motor de im permanente ............................ 15

    Figura 2.4 - Rotor e estator de um motor de passo hbrido ..................................................... 16

    Figura 2.5 - Esquema de ligao unipolar ............................................................................... 17

    Figura 2.6 - Motor de passo bipolar ........................................................................................ 18

    Figura 2.7 - Circuito tipo ponte H com transistores ABCD .................................................... 19

    Figura 2.8 - a) Digrama das bobinas b) Seco transversal do motor ..................................... 19

    Figura 3.1 - Motor utilizado no trabalho ................................................................................. 23

    Figura 3.2 - Diagrama de blocos da interface eletrnica de controle do motor de passo ........ 24

    Figura 3.3 - Mdulo de Aquisio de dados Agilent U2351A ................................................ 25

    Figura 3.4 - Vista frontal do bloco de terminais ...................................................................... 25

    Figura 3.5 - Vista lateral do bloco de terminais ...................................................................... 25

    Figura 3.6 - Pinos utilizados do bloco de terminais ................................................................ 26

    Figura 3.7 - Representao simblica de um MOSFET .......................................................... 26

    Figura 3.8 - a) Diagrama interno do IRLL2705 b) Encapsulamento (SOT-223) ................... 27

    Figura 3.9 - Circuito de acionamento unipolar de motor de passo atravs de MOSFETs ...... 28

    Figura 3.10 - Circuito de proteo ........................................................................................... 29

    Figura 4.1 - Placa do prottipo de driver de motor de passo .................................................. 30

    Figura 4.2 - Fonte de tenso utilizada ..................................................................................... 31

    Figura 4.3 - Interface grfica desenvolvida para controle do motor de passo ......................... 31

    Figura 4.4 - Montagem do sistema .......................................................................................... 32

    Figura 4.5 - Fluxograma do modo de operao com nmero de passos pr-determinado ...... 34

    Figura 4.6 - Fluxograma do modo de operao contnuo ........................................................ 35

    Figura 4.7 - Interface grfica desenvolvida para controle do motor de passo ......................... 37

    Figura A.1 - Valores mximos absolutos ................................................................................ 39

    Figura A.2 - Caractersticas eltricas....................................................................................... 39

  • 8

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Sequncia de acionamento de passo completo de nica excitao ..................... 20

    Tabela 2.2 - Sequncia de acionamento de passo completo com dupla excitao de fase ...... 21

    Tabela 2.3 - Sequncia de Acionamento para meio passo....................................................... 21

    Tabela 3.1 - Dados do motor ................................................................................................... 23

    Tabela 3.2 - Dados do IRLL2705 ............................................................................................ 27

    Tabela 4.1 - Dados do MOSFET em funcionamento .............................................................. 32

    Tabela 4.2 - Sequncia de acionamento das fases do motor .................................................... 27

  • 9

    RESUMO

    O presente trabalho apresenta um estudo sobre os motores de passo e suas tcnicas de

    acionamento. abordado o princpio de funcionamento de cada tipo de motor de passo, os

    tipos de enrolamento e os detalhes sobre os diversos modos de acionamento. Em seguida

    apresentada uma proposta de interfaceamento eletrnico e computacional para o controle de

    um motor do tipo hbrido. A interface baseada na utilizao de um mdulo de aquisio de

    dados como controlador digital. O circuito de acionamento do motor foi desenvolvido a partir

    da utilizao de MOSFETs, o que torna o circuito bastante simples e eficiente. Ao final foi

    desenvolvido um programa utilizando o ambiente de desenvolvimento LabVIEW, no qual

    foram implementadas as tcnicas de controle do motor de passo.

    Palavras-chave: motor de passo, acionamento de motor de passo, MOSFET

  • 10

    ABSTRACT

    This paper presents a study on stepper motors and their driving techniques. It

    addressed the principle of operation of each type of stepper motor winding and present details

    about the various drive modes. In sequence we present a proposal for an electronic and

    computer interface to control the hybrid step motor. The interface is based on using a data

    acquisition module as a digital controller. The motor drive circuit was developed using

    MOSFET power transistors, which makes the circuit very simple and efficient. Finally a

    program was developed using the LabVIEW development environment, in which an

    algorithm was implemented to control the stepper motor forward and reverse operation.

    Keywords: stepper motor, stepper motor drive, MOSFET

  • 11

    1. INTRODUO

    Atualmente, os motores de passo so largamente empregados em dispositivos onde se

    exige um mnimo de preciso no controle de posio angular ou linear, dependendo do arranjo

    mecnico. Nas reas de robtica e automao industrial, os motores de passo so elementos

    fundamentais de robs ou braos robticos que atuam com tolerncias restritivas de

    posicionamento

    A grande vantagem do motor de passo sobre os demais motores a sua preciso em

    termos de posicionamento, alm de seu peso e tamanho serem reduzidos, sendo assim muito

    solicitado em projetos onde necessrio controlar precisamente a posio e tambm a

    velocidade de um objeto como em mesas de coordenadas, braos mecnicos, e sistemas de

    posicionamento em geral. Tambm podemos encontrar comumente os motores de passo sendo

    usados em aparelhos de uso residencial, a exemplo de impressoras e scanners dentre vrios

    outros. Outra caracterstica importante dos motores de passo a total adaptao lgica

    digital, o que permite a utilizao de vrias maneiras de efetuar o seu controle. Atualmente no

    mercado existem circuitos integrados especficos (drivers) para controle de motores de passo.

    Na metrologia dimensional, os sistemas de medio, tais como, os sistemas para

    calibrao de rguas e trenas, baseiam-se no deslocamento de um microscpio com uma

    cmera acoplada, que visualiza os traos do objeto e envia as imagens para um computador

    com um software de reconhecimento de deteco de traos. O deslocamento da cmera ao

    longo do trajeto geralmente realizado por um motor, sendo esse deslocamento medido por

    um sistema laser interferomtrico.

    O Laboratrio de Metrologia Dimensional do Inmetro (Lamed) dispe da tecnologia

    necessria para o controle de motores de corrente contnua. No entanto, estes tipos de motores

    no podem ser empregados nos sistemas para calibrao de rguas e trenas, devido a

    necessidade de deteco dos traos desses objetos para realizar calibrao. Para atender esta

    condio, exige-se o controle do deslocamento do microscpio com uma boa preciso, que

    no obtida com motores de corrente contnua, mas pode ser alcanada com o uso de motores

    de passo.

    O controle de motor de passo uma prtica bastante difundida, podendo facilmente ser

    encontrados em livros e artigos que apresentam projetos completos para o desenvolvimento

    do circuito de controle e da interface computacional. Contudo, a implementao no uma

    tarefa to simples. Ela requer circuitos eletrnicos especficos para cada:

  • 12

    tipo de motor de passo,

    tarefa a ser realizada pelo motor e

    via de comunicao com o computador (porta paralela, RS232, USB, etc.).

    Sendo assim, o presente trabalho objetiva desenvolver uma interface simplificada para

    o controle de um motor de passo, para futura aplicao em sistemas mecnicos de

    deslocamento linear.

    A metodologia baseada na utilizao de um mdulo de controle digital para acionar

    diretamente as fases do motor atravs de MOSFETs.

    Ser apresentada uma reviso bibliogrfica sobre motores de passo e suas principais

    caractersticas funcionais, bem como o sistema desenvolvido para o acionamento e controle.

  • 13

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    Este captulo apresenta uma viso geral sobre motores de passo, o princpio de

    funcionamento de cada tipo, modos de acionamento e tcnicas de comando. No objetivo

    deste trabalho um aprofundamento a respeito da parte fsico-estrutural dos motores de passo.

    Em seguida so descritas algumas tcnicas de controle que foram estudadas e serviram de

    base para o desenvolvimento deste trabalho.

    2.1. MOTORES DE PASSO

    Motores de passo so atuadores incrementais eletromagnticos. Funcionam como

    transdutores que convertem energia eltrica, fornecida na forma de pulsos, em energia

    mecnica na forma de movimento rotacional discreto, sendo o menor incremento angular de

    rotao denominado passo.

    O princpio em que motores de passo so baseados muito simples. Quando uma

    barra de ferro ou ao suspensa para que seja livre para girar em um campo magntico, ele ir

    alinhar-se com o campo. Se a direo do campo magntico for alterada a barra vai girar at

    que esteja novamente alinhada, pela ao do chamado torque de relutncia.

    2.1.1. Tipos de Motores de Passo

    Os motores de passo podem ser classificados basicamente em trs tipos quanto a sua

    forma construtiva: de relutncia varivel, de m permanente e hbrido. A diferena entre eles

    est no rotor que pode utilizar im permanente e/ou material ferromagntico e na disposio

    dos enrolamentos no estator. Nos itens subsequentes realizada uma descrio mais detalhada

    sobre cada tipo de motor de passo.

    2.1.1.1. Motor de Relutncia Varivel

    O Motores de passo de relutncia varivel, ou motor VR (do ingls Variable

    Reluctance) considerado o tipo mais smples de motor de passo. A Figura 2.1 mostra um

    esquema simplificado de um motor VR de passo igual a 30.

  • 14

    Figura 2.1 Esquema de funcionamento de um motor VR

    Os motores de passo deste tipo possuem o estator fabricado a partir do empilhamento

    de laminas de ao com seis polos salientes, ou dentes, igualmente espaados onde se

    encontram as bobinas do motor. O rotor, que pode ser slido ou laminado, possui quatro

    dentes salientes, da mesma largura que os dentes do estator. Entre o rotor e o estator existe um

    entreferro (espaamento de ar) geralmente de 0,02 a 0,2 mm [1]. Quando nenhuma corrente

    est fluindo em qualquer uma das bobinas do estator, o rotor pode ser rotacionado

    manualmente sem interferncia de foras magnticas (ao contrrio do que ocorre com motores

    de m permanente, como ser detalhado adiante).

    Os Pares de bobinas diametralmente opostas do estator so ligados em srie, de tal

    forma que quando uma delas atua como um plo Norte, a outra atua como um plo Sul. Desta

    forma exsitem trs circuitos do estator independente, ou fases (Figura 2.2), e cada um pode

    ser alimentado com corrente contnua a partir do circuito de acionamento.

    Figura 2.2 Circuito do estator de um motor VR

    Quando a fase A energizada (como indicado pelas linhas mais escuras na Figura 2.1

    (a), criado um campo magntico com seu eixo ao longo dos plos do estator da fase A.

    Desta forma o rotor atrado para uma posio onde o par de plos est energizado. Neste

    instante ocorre o alinhamento entre o dente do rotor e a fase A do estator.

    (a) (b) (c)

  • 15

    Se em seguinda retira-se a corrente da fase A e energisa-se a fase B, o par de polos

    atrair o rotor que ir sofrer um deslocamento angular de 30 e se alinhar com a fase B do

    estator, conforme ilustra a Figura 2.1, b)

    Se o mesmo procedimento for realizado para as fases B e C o rotor ir se alinhar com

    o polo C do estator, acarretando um deslocamento total de 60 (Figura 2.1 (c))

    Se as fases forem acionadas na sequncia ABCA, o motor ir girar no sentido horrio,

    logo se a sequncia de acionamento for ACBA o motor girar no sentido antihorrio.

    Os motores V.R. geralmente so de dimenses reduzidas e so poucos utilizados em

    aplicaes industriais.

    2.1.1.2. Motor de Im Permanente

    Motores de m permanente tm baixo custo e baixa resoluo, com passos tpicos de

    7,5 a 15 (48 - 24 passos/revoluo). O rotor construdo com ms permanentes e no

    possui dentes. Seu funcionamento baseado na interao entre o campo magntico fixo do

    rotor e o campo gerado no enrolamento do estator. O esquema de funcionamento de um motor

    de m permanente pode ser visualizado na Figura 2.3. Neste exemplo dois enrolamentos so

    acionados simultaneamente para que haja um aumento de torque [2].

    Figura 2.3 Esquema de funcionamento de um motor de im permanente

    Uma caracterstica importante deste tipo de motor que ele pode manter o torque

    esttico indefinidamente quando o rotor est parado. Ou seja, quando as bobinas no esto

    alimentadas, uma pequena fora magntica desenvolvida entre o rotor permanentemente

    imantado o estator, caracterizando a presena de um torque residual ou de reteno, ao

    contrrio do motor V.R.

  • 16

    Os motores de im permanente so dispositivos essencialmente de baixo custo, baixo

    torque e baixa velocidade, ideais para aplicaes em campos como perifricos de informtica

    [3].

    2.1.1.3. Motor Hbrido

    Os motores de passo hbridos so, sem dvida, o tipo mais utilizado em aplicaes

    industriais e laboratoriais. O termo hbrido originrio do fato de que este tipo de motor

    combina os princpios dos outros dois tipos de motores de passo (relutncia varivel e im

    permanente), a fim de se ter um motor de alta resoluo, tamanho reduzido e alto torque [3].

    Na Figura 2.4 mostrado o rotor e o estator de um tpico motor hbrido.

    O estator tem oito plos principais, cada um com cinco dentes, e cada plo principal

    carrega uma bobina simples. O rotor tem duas peas de ao, cada uma com 50 dentes, e

    separados por um m permanente.

    Os dentes do rotor permitem facilitar o fluxo magntico nas regies de entreferro.

    Com isso, estes motores apresentam boas caracterticas de torque e velocidade comparados

    com outros tipos de motores de passo.

    Figura 2.4 Rotor e estator de um motor de passo hbrido

  • 17

    2.1.2. Tipos de Enrolamentos de Motores de Passo

    2.1.2.1. Enrolamento Unipolar

    O enrolamento de um motor de passo unipolar, de im permanente ou hbrido tem

    normalmente 5 ou 6 condutores, conforme a Figura 2.5 (a). Em cada enrolamento existe um

    center tap. Estes center taps so normalmente fios conectados ao terminal positivo da fonte

    de alimentao, sendo que os outros terminais dos enrolamentos so conectados

    alternadamente ao terra, para inverter o sentido do campo magntico criado por cada

    enrolamento.

    A Figura. 2.5, b. mostra a seco transversal de um motor de passo de im permanente

    com um deslocamento de 30 por passo. O enrolamento 1 do motor distribudo entre as

    partes superior e inferior dos plos do estator, enquanto que o enrolamento 2 distribudo

    entre parte esquerda e direita dos plos do estator. O rotor de im permanente, com 6 plos,

    sendo 3 plos S e 3 plos N, arranjados ao redor de sua circunferncia.

    Figura 2.5 a) Esquema de ligao unipolar b) Seco transversal de um motor de ima permanente

    Para melhorar a resoluo angular, o rotor deve ser construdo com um nmero maior

    de plos. O motor mostrado na Figura 2.5 (b) tem um passo de 30, sendo um dos projetos de

    motores de passo mais comuns. Entretanto existem motores com passos de 15 e 7,5. Os

    motores de passo de im permanente com boa resoluo tm um deslocamento de 1,8 por

    passo, enquanto que os hbridos so normalmente construdos para um deslocamento de 3,6 e

    1,8 por passo, com a possibilidade de uma resoluo de 0,72 por passo [4].

    Conforme a Figura 2.5 (a), a corrente fluindo do center tap do enrolamento 1 para o

    terminal a, faz com que o plo superior do estator se torne um plo N, enquanto que o

    plo inferior do estator, se torne um plo S. Com isto o rotor atrado para a posio

    (a) (b)

  • 18

    mostrada. Se a corrente do enrolamento 1 retirada e o enrolamento 2 energizado, o rotor

    se desloca 30 ou um passo.

    2.1.2.2. Enrolamento Bipolar

    A maior desvantagem do acionamento unipolar sua incapacidade de utilizar todas as

    bobinas do motor. Somente haver fluxo de corrente em metade de cada enrolamento. Se

    ambas as partes puderem ser utilizadas, deduz-se que ocorrer um aumento da corrente na

    bobina para a mesma dissipao de energia no motor, acarretando uma elevao do conjugado

    produzido. Ao tipo de alimentao que permite tal feito d-se o nome de bipolar. O termo

    advm do fato de que a corrente que flui atravs do enrolamento pode ser revertida para

    alternar a polaridade de seus terminais.

    Figura 2.6 Motor de passo bipolar: a) Enrolamento b) Corte transversal

    Os motores bipolares, esquematizados na Figura 2.6 (b), so constitudos por dois

    enrolamentos separados que devem ser alimentados em ambas as direes para permitir o

    avano de um passo. Para que isto seja possvel, o controlador para esses motores deve ser

    capaz de reverter a polaridade da tenso na bobina e de forma sequencial. Este mecanismo

    pode ser executado por um circuito denominado de ponte H, visualizado na Figura 2.7. Neste

    circuito, a reverso da corrente atravs da bobina se da pelo fechamento e abertura das chaves

    ABCD (transistores) de forma apropriada. Para acionar as duas bobinas do motor de passo

    bipolar, duas pontes H so necessrias.

    (a) (b)

  • 19

    Figura 2.7 Circuito tipo ponte H com transistores ABCD

    2.1.2.3. Enrolamento Bifilar

    Os motores de passo com enrolamento bifilar podem ser utilizados da mesma forma

    que um motor de passo bipolar, mas ao invs de cada enrolamento do estator ter uma bobina

    com 2 terminais, tm-se um enrolamento com 2 bobinas ligadas em paralelo o que resultar

    em 8 terminais para o motor e no apenas 4. Na prtica, os motores com enrolamento bifilar

    so sempre alimentados como unipolar ou como bipolar. A Figura 2.8 mostra as ligaes

    alternativas para os enrolamentos deste motor.

    Figura 2.8 a) Digrama das bobinas b) Seco transversal do motor

    Para usar um motor bifilar como unipolar, os 2 terminais de cada bobina so ligados

    em srie e o ponto de conexo usado como center tap. O enrolamento 1 mostrado na

    Figura 2.8 a ligado desta forma. Para usar um motor bifilar como bipolar, os 2 terminais de

    (a) (b)

  • 20

    cada enrolamento podem ser ligados em paralelo ou em srie. O enrolamento 2, na Figura

    2.8 a, mostrado com a ligao em paralelo; isto permite uma operao com tenso menor e

    corrente maior. O enrolamento 1, na Figura. 2.8 a, mostrado com a ligao em srie e se o

    center tap for ignorado; isto permite uma operao com tenso duas vezes maior e com uma

    corrente igual metade daquela com os enrolamentos em paralelo.

    2.1.3. Modos de Acionamentos

    2.1.3.1. Acionamento de Passo Completo de nica Excitao de Fase

    Neste modo de funcionamento o motor opera com uma s fase energizada de cada vez,

    de modo que a posio de equilbrio das fases coincida com a posio de equilbrio dos ims.

    Aplicando de forma sequencial uma tenso de alimentao nas fases de acordo com a Tabela

    2.1, onde 1 indica que h tenso na fase e 0 indica ausncia de tenso na fase, o rotor ir

    girar no sentido horrio. Para a reverso do sentido, basta inverter o a sequncia.

    Tabela 2.1 Sequncia de acionamento de passo completo de nica excitao

    Tempo Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

    t1 1 0 0 0

    t2 0 1 0 0

    t3 0 0 1 0

    t4 0 0 0 1

    Este modo de acionamento o que proporciona menor consumo de energia.

    Entretanto, a desvantagem disto que somente 25% (motores unipolares) e 50% (motores

    bipolares) do total de enrolamentos so usados em um dado tempo, o que significa menor

    produo de torque. Outro ponto negativo a possibilidade do motor apresentar problemas

    com ressonncia em baixas velocidades [3].

    2.1.3.2. Acionamento de Passo Completo com Dupla Excitao de Fase

    Neste modo de operao duas fases so alimentadas simultaneamente. O deslocamento

    do rotor o mesmo que no modo anterior, no entanto a posio mecnica diferente. Esta

    posio deslocada de metade de um passo completo. A Tabela 2.2 mostra a sequncia de

    acionamento das fases.

  • 21

    Tabela 2.2 Sequncia de acionamento de passo completo com dupla excitao de fase

    Tempo Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

    t1 1 1 0 0

    t2 0 1 1 0

    t3 0 0 1 1

    t4 1 0 0 1

    Em comparao ao modo de acionamento anterior, este proporciona maior torque e

    velocidade com poucos problemas de ressonncia, no entanto requer o dobro de potncia da

    fonte.

    2.1.3.3. Acionamento de Meio Passo (Half step)

    obtido combinando-se os dois modos anteriores operando de forma alternada, que

    resulta em passos com a metade do tamanho de um passo normal (passo completo). A

    resoluo de passo do motor dobra, mas o torque no uniforme para cada passo. Isto

    acontece porque se est operando alternadamente com os modos de excitao nica e dual e

    como o torque produzido por ambos diferente um do outro, acaba resultando em um torque

    varivel [3]. A sequncia de acionamento mostrada na Tabela 2.3.

    Tabela 2.3 Sequncia de Acionamento para meio passo

    Tempo Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

    t1 1 0 0 0

    t2 1 1 0 0

    t3 0 1 0 0

    t4 0 1 1 0

    t5 0 0 1 0

    t6 0 0 1 1

    t7 0 0 0 1

    t8 1 0 0 1

    2.1.3.4. Micro-Passo

    O motor de passo opera no modo de micro-passo, quando os posicionamentos ocorrem

    numa frao daquele referente operao com passo pleno. Neste caso, se os sinais do

    controlador forem removidos, o motor se mover desta posio de micro-passo para uma

  • 22

    posio de equilbrio estvel. Este tipo de deslocamento somente pode ser obtido se a

    caracterstica do controlador permitir que ele gere sinais de pulsos com freqncias muito

    altas. Neste tipo de operao a frao de deslocamento pode estar entre 1/100 at 1/50000 de

    um passo pleno, sendo que a utilizao deste modo feita somente quando a aplicao requer

    uma resoluo de posicionamento muito precisa, dentro da faixa de velocidade de operao

    do motor [5].

    2.1.4. Preciso do Motor de Passo

    Os motores de passo, quando operam em vazio, podem manter um ngulo de passo

    com uma preciso de 0.05. Este o menor erro de posicionamento entre os dentes do

    estator e do rotor [5].

    A preciso de parada definida como sendo a diferena entre o ngulo de parada

    terico e o ngulo de parada real. Seu valor obtido pela diferena entre os valores mximo e

    mnimo de erro em um deslocamento de um passo pleno.

  • 23

    3. MATERIAS E MTODOS

    3.1. MOTOR UTILIZADO

    O Motor de passo utilizado neste trabalho (Figura 3.1) foi disponibilizado pelo

    Laboratrio de Metrologia Dimensional (Lamed) do Inmetro. do tipo hbrido, fabricado

    pela empresa Isel Automation, com as bobinas configuradas para operar no modo unipolar.

    Na Tabela 3-1 constam as principais informaes do referido motor.

    Figura 3.1 Motor utilizado no trabalho

    Tabela 3.1 Dados do motor

    ngulo Passos por Resistncia do Corrente de Nmero Nmero de

    de passo volta enrolamento enrolamento de fios Fase

    1,8 200 1 2 A 8 4

    As informaes contidas na Tabela 3.1 foram extradas das inscries contidas na

    carcaa do motor utilizado.

  • 24

    3.2. INTERFACE ELETRNICA E COMPUTACIONAL

    Uma particularidade do motor de passo o fato do mesmo no poder ser acionado

    diretamente a partir de uma fonte de tenso, diferentemente de outros tipos de motores. Alm

    disso, os motores de passo podem ser aplicados em controles de posicionamento e velocidade

    sem a necessidade de sistemas de realimentao. Este mtodo de acionamento que no faz uso

    de realimentao referido como acionamento em malha aberta.

    Para realizar o acionamento do motor de passo necessrio um sistema composto por

    um controlador e um conversor (Figura 3.2), tambm conhecido como driver. O conversor

    consiste de um circuito que fornece a potncia adequada ao motor a partir de uma fonte, em

    resposta aos sinais digitais que recebe do controlador.

    Figura 3.2 Diagrama de blocos da interface eletrnica de controle do motor de passo

    Os sinais que so obtidos na sada do controlador tm duas funes: gerar os pulsos na

    sequncia correta que comandam o movimento do motor e definir o sentido da rotao.

    3.2.1. Mdulo de Controle Digital

    Foi utilizado para controlar o acionamento do motor de passo o mdulo de aquisio

    de dados U2351A Multifunction DAQ fabricado pela Agilent (Figura 3.1). Este dispositivo,

    alm de muitas outras funes, permite a programao de 24 bits digitais de entrada e sada de

    um bloco de terminais (Figura 3.4) de forma simples, atravs de ambientes de

    desenvolvimento tais como: Microsoft Visual Studio e LabVIEW.

    Computador

    Controlador Conversor Motor

    Pulsos

    Sentido de

    rotao

    Fonte de

    Tenso

    USB

  • 25

    Figura 3.3 Mdulo de Aquisio de dados Agilent U2351A

    Figura 3.4 Vista frontal do bloco de terminais

    Figura 3.5 Vista lateral do bloco de terminais

    Para o controle do motor de passo foram utilizados apenas quatro terminais de sada

    digital, cada um responsvel pelo acionamento de uma fase do motor e um terminal de

  • 26

    aterramento. O mdulo de controle fornece 3,3 V de tenso de nvel alto e a configurao dos

    pinos bem como a identificao dos terminais utilizados pode ser visualizada na Figura 3.6.

    Figura 3.6 Pinos utilizados do bloco de terminais

    3.2.2. Circuito de Potncia

    A interface de potncia baseada na utilizao de MOSFETs para o acionamento das

    fases do motor. Os MOSFETs (Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor) so

    dispositivos eletrnicos semelhantes aos transistores bipolares. O smbolo eletrnico de um

    MOSFET pode ser visto na Figura 3.7. A grande diferena entre eles est no fato do

    MOSFET no necessitar ser polarizado diretamente para haver conduo. A conduo

    controlada por um campo eltrico produzido por uma tenso no terminal (gate). Essa falta de

    junes semicondutoras a serem polarizadas resulta em outra importante caracterstica dos

    MOSFETs: no h corrente no gate. Isso resulta em uma alta impedncia de entrada. A

    possibilidade de conduzir corrente tanto no sentido drain-source quanto no sentido source-

    drain e a sua maior velocidade de chaveamento so caractersticas diferenciais dos MOSFETs

    em relao aos transistores bipolares [6].

    Figura 3.7 Representao simblica de um MOSFET

    Terra lgico

    Sadas digitais

  • 27

    O MOSFET utilizado no circuito de acionamento do motor de passo foi o IRLL2705

    (Figura 3.8) da empresa International Rectifier. O dispositivo foi especificado a partir das

    caractersticas de funcionamento do motor e da tenso de nvel lgico fornecida pelo modulo

    de controle digital. Na Tabela 3.2 constam as principais informaes operacionais do

    IRLL2705.

    Figura 3-8 a) Diagrama interno do IRLL2705 b) Encapsulamento (SOT-223)

    Tabela 3.2 Dados do IRLL2705

    VDS(Max) RDS(on) ID(Max) VGS(MAX) VGS(th)

    55 V 0,04 3,8 A 16 V 2 V

    A princpio os dados de fabricao do MOSFET utilizado so adequados, visto que

    suporta uma corrente mxima ID de 3,8 A e a corrente de funcionamento do motor 2 A. Para

    chave-lo necessrio uma tenso mnima de 2V, com o mdulo de controle fornecendo

    3,3V, portanto o MOSFET opera perfeitamente dentro de suas especificaes.

    A utilizao do MOSFETs IRLL2705 simplificou o circuito de acionamento do motor,

    pois se pode chave-lo diretamente com o sinal do mdulo de controle dispensando a

    utilizao de associaes mais complexas de transistores. O esquema bsico do circuito de

    potncia utilizado pode ser visto na Figura 3.9

    (a) (b)

    D S

    G

    D

  • 28

    Figura 3.9 Circuito de acionamento unipolar de motor de passo atravs de MOSFETs

    Para a proteo dos MOSFETs algumas medidas foram tomadas:

    - Foram ligados entre os terminais gate de cada MOSFET (G1, G2, G3, G4) e os pinos das

    sadas digitais do terminal do mdulo de controle, resistores de 680 para limitar rudo e

    proteger o gate que sensvel a eletricidade esttica.

    - Tambm foram inseridos no circuito diodos (1N5817) em paralelo com cada enrolamento do

    motor. Esta medida foi tomada pelo seguinte motivo:

    Quando o MOSFET Q1 chaveado, a corrente ir fluir a partir da fonte (2 A), atravs

    do enrolamento F1 para o terra atravs de Q1. Em seguida se Q1 desligado, a corrente

    tender a continuar a fluir devido a indutncia do enrolamento fornecer uma inrcia de

    corrente. Devido a isso uma alta tenso VL ser gerada entre o drain e o source do MOSFET.

    Pois:

    (1)

    Sendo a indutncia do enrolamanto do motor da ordem de 1 mH para uma corrente 2A

    que flui no intervalo de tempo muito pequeno da ordem de 1 s, temos:

  • 29

    Esta tenso muito maior que a mxima tenso que o MOSFET suporta. Para

    que o MOSFET no seja danificado por esse efeito, faz-se necessrio a utilizao de um diodo

    em paralelo com o enrolamento do motor conforme a Figura 3.10.

    Figura 3.10 Circuito de proteo

    Quando o circuito desligado a corrente que atravessaria o gate do MOSFET fica

    aprisionada circulando pelo diodo e pelo enrolamento do motor. Este diodo deve possuir alta

    corrente de surto repetitiva.

    1N5817

  • 30

    4. RESULTADOS

    Aps um estudo terico sobre os motores de passo e seu controle, bem como a

    apresentao dos materiais e mtodos aplicados neste trabalho sero apresentados os

    resultados obtidos, podendo citar a confeco da placa do circuito eletrnico de potncia para

    acionamento das fases do motor de passo, o desenvolvimento do programa computacional

    para o controle do mesmo e a realizao dos testes do sistema em bancada.

    4.1. PROTTIPO DA PLACA DO CIRCUITO DE POTNCIA

    A Figura 4.1 motra o prottipo de circuito eletrnico desenvolvido para acionamento

    do motor de passo, indicando os componentes utilizados.

    Figura 4.1 Placa do prottipo de driver de motor de passo

    4.2. TESTES DE BANCADA

    Nos testes de bancada (Figura 4.2) a tenso de alimentao dos enrolamentos do motor

    foi fornecida por uma fonte de tenso demonstrada na Figura 4.3. Esta fonte foi utilizada, pois

    possui voltmetro e ampermetro interno que facilitaram muito o processo de avaliao da

    placa e dos MOSFETs.

    Diodo de

    proteo

    Fases do

    Motor

    MOSFET

    Alimentao

  • 31

    Figura 4.2 Montagem do sistema

    Figura 4.3 Fonte de tenso utilizada

    Os testes iniciais com o circuito de acionamento do motor foram realizados

    inteiramente com a fonte. Neste caso foi utilizado um segundo canal de alimentao para

  • 32

    chavear um dos MOSFETs enquanto o canal principal alimentava a respectiva fase do motor.

    A Tabela 4.1 apresenta os dados do MOSFET com o circuito em funcionamento.

    Tabela 4.1 Dados do MOSFET em funcionamento

    VGS VDS IDS RDS(on)

    (V) (V) (A) ()

    3,0 0,095 1,73 0,055

    3,3 0,085 1,73 0,049

    4,0 0,072 1,73 0,042

    5,0 0,064 1,75 0,037

    6,0 0,060 1,752 0,034

    7,0 0,056 1,754 0,032

    8,0 0,054 1,754 0,031

    9,0 0,053 1,755 0,030

    10,0 0,051 1,755 0,029

    A partir dos dados da Tabela 4.1 foi possvel traar um grfico que demonstra o

    comportamento da resistncia interna do MOSFET em funo da variao da tenso de

    chaveamento (Figura 4.4).

    Figura 4.4 Curva caracterstica do MOSFET IRLL2705

    0,000

    0,010

    0,020

    0,030

    0,040

    0,050

    0,060

    0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0

    RD

    S(o

    n)(

    )

    VGS (V)

    Curva caracterstica do IRLL2705 em funcionamento

  • 33

    4.3. INTERFACE COMPUTACIONAL

    Foi desenvolvido um programa computacional para controlar e sincronizar o

    acionamento das fases do motor, atravs do ambiente de programao LabVIEW. O programa

    desenvolvido tem a funo de se comunicar com o mdulo de aquisio Agilent atravs de

    comandos pr-definidos, utilizar funes tais como de conFigurao dos terminais (utilizada

    para conFigurar o terminais digitais como entrada ou sada) , inicializao e set e reset dos

    terminais digitais. As rotinas para o controle do modulo de aquisio Agilent foram

    implementadas atravs da funo VISA.

    VISA (do ingls: Virtual Instrument Software Architecture) uma linguagem padro

    para programao de instrumentos desenvolvida pela empresa National Instruments. Consiste

    de conjunto de rotinas e padres estabelecidos por um software para a utilizao das suas

    funcionalidades por aplicativos que no pretendem envolver-se em detalhes da

    implementao do software, mas apenas usar seus servios. Com recurso VISA possvel

    manipular comandos de baixo nvel atravs de uma interface de alto nvel, tornando simples a

    comunicao com instrumentos com GPIB, Serial, USB entre outras.

    O programa foi desenvolvido para realizar as seguintes tarefas:

    1 Acionar o motor no modo de funcionamento contnuo.

    2 Acionar o motor para se movimentar em nmero pr-determinado de passos.

    3 Trocar o sentido de rotao

    4 Variar a velocidade do motor.

    A identificao da ordem de acionamento das fases do motor de acordo com a cor dos

    fios pode ser visualizada na Tabela 4.2. A coluna bit identifica o pino do bloco de terminais

    do mdulo de controle.

    Tabela 4.2 - Sequncia de acionamento das fases do motor

    Ordem 1 2 3 4

    Cor do fio vermelho laranja amarelo preto

    bit 2 4 0 6

    Para construo do programa inicialmente necessrio a identificao da ordem

    correta de acionamento das fases do motor. Caso as fases do motor sejam acionadas em

  • 34

    ordem incorreta, o rotor no iniciar um movimento de rotao contnua, podendo ocorrer

    passos consecutivos em sentidos opostos

    As Figuras 4.5 e 4.6 mostram os fluxogramas do programa computacional

    desenvolvido.

    Figura 4.5 Fluxograma do modo de operao com nmero de passos pr-determinado.

  • 35

    Figura 4.6 Fluxograma do modo de operao contnuo

  • 36

    Delay consiste de uma varivel do tipo real. No programa o delay serve para controlar

    a velocidade do motor. Quanto maior for valor do delay menor ser a velocidade de rotao

    do motor

    A interface grfica do programa pode ser visualizada na Figura 4.7

    Figura 4.7 Interface grfica desenvolvida para controle do motor de passo

  • 37

    5. CONCLUSO

    Este trabalho teve como foco o estudo sobre motores de passo e suas tcnicas de

    acionamento e controle. Todavia a pesquisa realizada permitiu a aquisio de conhecimento

    em diversas outras reas de suporte, tais como: eletromagnetismo, eletrnica, programao de

    computadores, eletrnica de potncia, entre outras.

    A partir dos conhecimentos adquiridos, este trabalho resultou no desenvolvimento de

    um sistema de controle de motor de passo em malha aberta que incluiu a confeco de uma

    placa do circuito eletrnico de acionamento do motor, e o desenvolvimento de um programa

    computacional para interface com mdulo de aquisio de dados utilizado como controlador.

    Os testes realizados em bancada mostraram que o sistema teve um desempenho

    satisfatrio sendo possvel controlar a velocidade, direo e nmero de passos do motor.

    A utilizao do mdulo de aquisio de dados simplificou muito o desenvolvimento

    do sistema, pois dispensou a utilizao de outros componentes para fazer a interface entre o

    computador e o circuito de acionamento do motor.

    O uso do MOSFET como elemento fundamental do circuito de acionamento teve

    papel crucial para a simplificao do sistema, pois apresentou total adaptao s

    caractersticas eletrnicas do mdulo de controle, dispensando a utilizao de associaes

    mais complexas de transistores para acionar corretamente as fases do motor.

    Sendo assim pode-se concluir que o trabalho alcanou seus objetivos. Obteve-se ao

    final do trabalho uma interface eletrnica e computacional bem simples para o controle de

    motor de passo que poder ser utilizada com algumas adaptaes em sistemas de

    deslocamento linear.

  • 38

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] HUGHES, Austin. Stepping Motors. In: HUGHES, Austin. Eletric Motors and Drives,

    Fundamentals, Types and Applications. 3th edition. Great Britain: Newnes, 2006, p. 305-

    338.

    [2] NEC Electronics Corporation, Stepper Motor Control using the PD78F0714

    Microcontroller. Aplication Note: U17733EE1V0AN00. 2008. Disponvel em:

    < www2.renesas.eu/_pdf/U17733EE1V0AN00.PDF>

    [3] SOUZA, Marco Antonio Alves. Implementao de Sistema Controlador de Motor de

    Passo em Malha Felhada Utilizando Tecnologia Baseada em Controlador Digital de

    Sinais. 2007. Trabalho de Concluso de Curso (Curso de Engenharia Eltrica com nfase

    em Eletrnica), Escola de Engenharia de So Carlos, USP. So Carlos.

    [4] JONES D. W. Stepping Motors. Types The University Of Iowa, Department of Computer

    Science. Diponvel em:

    [5] AVOLIO, Edwin. Uma Contribuio ao Estudo e Desenvolvimento de Sistemas de

    Movimento Utilizando Motores de Passo. 2004. Tese (Livre Docncia) - Departamento de

    Engenharia Eltrica, Universidade Estadual Paulista, Bauru.

    [6] BALDNER, Felipe de oliveira. Anlise e Modelagem de Motores de Corrente Contnua,

    Implementao de Modulao PWM, Desenvolvimento de Estratgias de Controlabilidade

    e Construo de um Prottipo para Futebol de Robs. 2008. Trabalho de Concluso de

    Curso (Curso de Engenharia Eltrica), Escola de Engenharia da Universidade Catlica de

    Petrpolis. UCP. Petrpolis.

    [7] ALCARNLEY, Paul. Stepping Motors, A guide to Theory and Practice. 4th edition.

    United Kingdom: IET, 2007.

    [8] SILICON LABS. Stepper Motor Reference Design. Aplication Note: AN155. Rev 1.1,

    2008. Disponvel em:

    < https://www.silabs.com/Support%20Documents/TechnicalDocs/an155.pdf>

  • 39

    APNDICE A. Folha de dados do MOSFET IRLL2705

    Figura A.1 Valores mximos absolutos

    Figura A.2 Caractersticas eltricas