desenvolvimento de um processo de desativação de ... · dissertação para a obtenção do grau...
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Desenvolvimento de um processo de desativao de
catalisador bi-zeoltico de FCC para simulao de
condies de operao reais
Ctia Isabel da Silva Costa
Dissertao para a obteno do grau de Mestre em Engenharia Qumica
Mestrado Integrado em Engenharia Qumica
Orientadores:
Prof. Dr.Filipa Ribeiro
Berta Aramburu
Jri:
Presidente: Prof. Dr. Carlos Manuel Faria de Barros Henriques
Orientador: Prof. Dr. Maria Filipa Gomes Ribeiro
Vogal: Prof. Dr. Jos Manuel Felix Madeira Lopes
Dezembro de 2016
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Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco.
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Aos meus pais e avs pelo amor incondicional.
minha amiga Brbara, sem ela estes cinco anos no
teriam feito tanto sentido.
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Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco.
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Resumo
O cracking cataltico em leite fluidizado (FCC) um dos processos de converso mais utilizados
na indstria petroqumica, tendo como objetivo a transformao de fraes mais pesadas de resduos
de destilao em produtos mais leves com maior valor acrescentado e maior procura no mercado,
como o caso da gasolina. Contudo e tendo em conta que no mercado atual e dos ltimos anos,
houve um aumento da procura para o propileno, uma importante matria-prima da indstria
petroqumica, ao contrrio da gasolina que tem vindo a perder o seu papel no mercado. Surgiu assim
a necessidade de aumentar a converso de hidrocarbonetos pesados em olefinas ligeiras,
principalmente em propileno e buteno, o que levou modificao do processo de FCC nas
refinarias.
O processo FCC emprega catalisadores zeolticos para promover as reaes de craqueamento
das molculas, sendo portanto um processo cataltico heterogneo. Este tm como zelito principal o
zelito Y, de estrutura cristalina e poros bem definidos, essencialmente responsvel pelo
craqueamento das molculas de maior peso molecular e outro tipo de zelito que empregue sob a
forma de aditivo, o ZSM-5. Este tem poros de menores dimenso e responsvel pela seletividade
em olefinas. atravs do aumento da concentrao destes aditivos, bem como atravs do
desenvolvimento de novos catalisadores que se poder maximizar a produo de propileno nas
refinarias. Deste modo, e tendo em conta a necessidade de maximizar a recuperao de propileno
nas unidades de FCC bem como aumentar a sua produo, surge a necessidade de estudar este
processo e de otimizar as suas condies.
Neste trabalho desenvolve-se ento um processo de desativao do catalisador bi-zeoltico
empregue no FCC, mais especficamente, do aditivo ZSM-5, utilizado na composio do catalisador
para promover o cracking seletivo. Desta forma, pertende-se simular a nvel laboratorial as condies
operatorias reais da refinaria, tornando possvel o estudo de posterior variveis de optimizao do
processo de FCC que permitem maximizar a produo em propileno.
Palavras-chave: FCC, cracking cataltico, propileno, catalisadores, zelitos, ZSM-5, desativao.
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Abstract
The Fluidizided Catalytic Cracking (FCC) is one of the most used transformation processes in pe-
troleum refining industry, which objective it is the conversion of heavy petroleum fractions into light
products with more demand in market and more added value, as is the case of gasoline. However, in
last years the demand for gasoline has decreased while propylene demand has been increased, a raw
material of petrochemical industry. For these reasons, there is the necessity to increase the conver-
sion of heavy hydrocarbons in light olefins, mainly in propylene and butene, which has resulted in a
modification of the FCC process in refineries.
FCC process there uses zeolite catalysts to promote the molecular cracking reactions, so it is
considered a heterogeneous catalytic process. The FCC catalysts have as main component the Y
zeolite, which pores and crystalline structure is very well defined. This zeolite is responsible for the
cracking of high weight molecules. The other type of zeolite used in FCC catalysts is ZSM-5, generally
used as an additive. This one has smaller pores than Y zeolite and it is responsible for the selectivity
in light olefins. It is through the increase of the concentration of ZSM-5 and through the development
of the new catalysts that it will be possible to maximize the propylene production. Thus, it is necessary
to study the FCC process and optimize its conditions.
Therefore, the objective of this work is to develop a FCC catalyst deactivation process, more spe-
cifically, a deactivation process of ZSM-5 additive, that is used in the catalyst composition to promote
the selective cracking. This way intends to simulate real operating conditions of the refinery in labora-
torial level. So in the future it will be possible to study the effect of different FCC variables in propylene
production with the objective to maximize it.
Key-words: FCC, catalytic cracking, propylene, catalysts, zeolites, ZSM-5, deactivation.
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ndice
1. Introduo .................................................................................................................................... 12
1.1 Motivao .............................................................................................................................. 12
1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 13
2 Reviso bibliogrfica .................................................................................................................. 14
2.1 Situao global do propileno ................................................................................................. 14
2.2 Cracking Cataltico em leito fluidizado (FCC) ........................................................................ 17
3 Metodologia.................................................................................................................................. 38
3.1 Unidades piloto ...................................................................................................................... 38
3.1.1 Unidade Steamer ........................................................................................................... 38
3.1.2 Unidade MAT ................................................................................................................. 40
3.2 Procedimento......................................................................................................................... 44
3.2.1 Parte 1: Desativao de catalisadores- Unidade Steamer ........................................... 44
3.2.2 Parte 2: Teste da atividade cataltica dos catalisadores- Unidade MAT ....................... 47
3.2.3 Parte 3: Determinao das reas superfcies especficas dos catalisadores e aditivos50
4 Resultados ................................................................................................................................... 54
4.1 Anlise da atividade do catalisador de equilbrio e catalisador fresco provinientes da
refinaria .............................................................................................................................................. 54
4.2 Anlise da influncia dos parmetros de desativao do aditivo ZSM-5 na atividade do
catalisador ......................................................................................................................................... 56
4.3 Determinao das condies de desativao do catalisador que melhor simulam os
rendimentos industriais ...................................................................................................................... 60
5 Concluso .................................................................................................................................... 64
6 Etapas de desenvolvimento futuras .......................................................................................... 66
7 Referncias Bibliogrficas ......................................................................................................... 68
8 Anexos .......................................................................................................................................... 70
8.1 Anexo 1 Quantificao de coque ....................................................................................... 70
8.2 Anexo 2 Distribuio dos pontos de ebulio- SIMDIS ...................................................... 71
8.3 Anexo 3 Cromatograma ..................................................................................................... 72
8.4 Anexo 4- Resumo dos rendimentos dos produtos para cada catalisador/aditivo ................. 73
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Lista de figuras
Figura 1- Procura de propileno por uso final. ....................................................................................... 14
Figura 2-Consumo de propileno no mundo em 2014. .......................................................................... 15
Figura 3-Adio na capacidade de produo VS procura.................................................................... 15
Figura 4- Produo de propileno por tecnologia. ................................................................................. 16
Figura 5- Procura e fornecimento de propileno por tecnologia. ........................................................... 16
Figura 6- Reator e regenerador. ........................................................................................................... 17
Figura 7- Esquema da unidade FCC .................................................................................................... 18
Figura 8-Tetradro Silcio/alumina- oxignio. ....................................................................................... 23
Figura 9- Componentes de um catalisador de FCC. ............................................................................ 24
Figura 10- Estrutura do zelito Y e do zelito ZSM-5. ......................................................................... 25
Figura 11- Diagrama simplificado da unidade de steamer. .................................................................. 39
Figura 12- Reatores (A) e respetivos termopares. ............................................................................... 39
Figura 13- Bombas (C), buretas (E) e banho responsvel pela vaporizao da gua (D). ................. 39
Figura 14- Banho de carborundum (B). ................................................................................................ 40
Figura 15- Reator (1) e precursor (4). .................................................................................................. 43
Figura 16- Recipientes onde so recolhidos os produtos lquidos e banho refrigerante (4). ............... 43
Figura 17- Coluna de gua (5), seringa e bomba de injeo (3) e cromatgrafo (6). .......................... 43
Figura 18- Rampa de temperatura do banho de carborundum. ........................................................... 45
Figura 19- Rampa de temperatura do banho de responsvel pela vaporizao da gua. .................. 46
Figura 20- Rendimento em gasolina em funo da converso. ........................................................... 54
Figura 21-Rendimento em LCO em funo da converso. .................................................................. 54
Figura 22- Rendimento em HCO em funo da converso. ................................................................ 55
Figura 23- Rendimento em olefinas leves em funo da converso. .................................................. 55
Figura 24-Rendimento em LPG em funo da converso para os catalisadores desativadosa
diferentes condies. ............................................................................................................................. 57
Figura 25-Rendimento em olefinas leves em funo da converso para os catalisadores desativados
a diferentes condies ........................................................................................................................... 57
Figura 26-Rendimento em propileno em funo da converso para os catalisadores desativados a
diferentes condies. ............................................................................................................................. 58
Figura 27-Rendimento em butenos em funo da converso para os catalisadores desativados a
diferentes condies. ............................................................................................................................. 58
Figura 28-Rendimento em gs seco em funo da converso para os catalisadores desativados a
diferentes condies. ............................................................................................................................. 58
Figura 29-Rendimento em gasolina em funo da converso para os catalisadores desativados a
diferentes condies. ............................................................................................................................. 58
Figura 30- RON em funo da converso para os catalisadores desativados diferentes condies. . 59
Figura 31- MON em funo da converso para os catalisadores desativados diferentes condies. 59
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Figura 32-Deltas dos rendimentos em propileno e butenos dos catalisadores com aditivo ZSM-5
desativado a diferentes condies em relao aos rendimentos dos mesmos para o E-cat, para um
rendimento em LPG constante de 24%. ............................................................................................... 61
Figura 33- Deltas dos rendimentos em propileno e butenos dos catalisadores com aditivo ZSM-5
desativado a diferentes condies em relao aos rendimentos dos mesmos para o E-cat, para uma
converso constante de 70%. ............................................................................................................... 61
Figura 34- Deltas dos rendimentos em propileno e butenos dos catalisadores com aditivo ZSM-5
desativado a diferentes condies em relao aos rendimentos dos mesmos para o E-cat, para uma
razo catalisador/carga de 5,0. ............................................................................................................. 62
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Lista de tabelas
Tabela 1- Reaes de FCC .................................................................................................................. 21
Tabela 2- Origem e mecanismo de desativao de catalisadores. ...................................................... 29
Tabela 3- Condies de operao da unidade de MAT ....................................................................... 41
Tabela 4- Propriedades da carga de alimentao da unidade MAT. ................................................... 42
Tabela 5- Distribuio dos pontos de ebulio e respetivos produtos ................................................. 50
Tabela 6-Rendimentos obtidos para gasolina, LCO, HCO e olefinas para uma converso de 70%. .. 55
Tabela 7- rea da superfcie total e da superfcie zelito dos aditivos desativados. ........................... 56
Tabela 8- Deltas do rendimento obtido para os produtos em estudo para diferentes condies de
desativao dos aditivos para uma converso de 70%. ....................................................................... 59
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Nomenclatura
Simbologia e abreviaturas
CGO Gasleo de coque (do ingls: Coker gasoil)
C3= Propileno
C4= Butenos
DAO Gasleo desasfaltado (do ingls: Deasphalted gasoil)
DEA Di-etanol-amina
E-cat Catalisador de equlibrio
ETBE ter etil- terbutlico (do ingls: Ethyl tert-butyl ether)
FCC Cracking cataltico em leito fluidizado (do ingls: Fluid Catalytic Crcaking)
HCO leo pesado de reciclo (do ingls: Heavy Cicle Oil)
LCO leo leve de reciclo (do ingls: Light Cicle Oil)
LPG Gs de petrleo liquefeito (do ingls:Liquefied petroleum gas)
MAT MicroActivity Test
MON Motor Octane Number
MTBE ter metil btil tercerio (do ingls: Methyl tert-butyl ether)
RON Research Octane Number
SBET rea superfcial especfica pelo mtodo BET
SC Steam cracking
TAME ter ter-amil-metlico (do ingls: Tert-amyl methyl ether)
TH Transferncia de Hidrognio
TOS Tempo de contato (do ingls: Time On Stream)
VGO Gasleo de vcuo (do ingls: Vaccum gasoil)
VR Resduo de vcuo (do ingls: Vaccum residue)
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1. Introduo
1.1 Motivao
O propileno um dos intermedirios qumicos mais importantes utilizados na indstria
petroqumica, sendo utilizado como matria-prima de muitos produtos qumicos como o caso do
polipropileno, acrilonitrilo, xido de propileno, cumeno, cido acrlico e alguns lcoois.
Nos ltimos anos, a procura do propileno tem aumentado significativamente, tendo sido
verificado um acrscimo de 4-5% em cada ano [1, p. 390], o que leva a crer que a capacidade dos
Steam Crackers no seja suficiente para cobrir toda a expectativa que se prev para este produto,
ainda que a sua capacidade tenha tambm aumentado consideravelmente nos ltimos anos.
Por outro lado, na Europa, verificou-se um aumento da procura de gasleo ao contrrio da
gasolina, que tem sofrido um decrscimo, havendo assim grande interesse em converter
hidrocarbonetos da gama da gasolina em olefinas leves, principalmente em propileno e butenos.
Surge assim a necessidade de alterar o processo de FCC nas refinarias para maximizar o rendimento
em propileno.
Atualmente existem diversas formas de maximizar a produo de olefinas em LPG, entre elas,
a otimizao de condies de operao, otimizao de cargas e catalisadores e atravs da adio de
aditivos, como o caso do ZSM-5. assim necessrio maximizar a recuperao de propileno das
unidades j existentes, bem como aumentar a sua produo atravs do uso de aditivos concentrados
em ZSM-5 ou por desenvolvimento de novos catalisadores.
Com o fim de estudar este processo e poder otimizar as suas condies a nvel laboratorial
necessrio reproduzir da forma mais fidedigna possvel as condies da sua atividade a nvel
industrial. Para tal os catalisadores de FCC tm de ser desativados at certo ponto antes de serem
testados nas unidades piloto, de modo a que a sua atividade no seja to elevada. Caso contrrio, a
formao de coque e gs seria demasiado elevada, o que impediria a obteno de resultados
relevantes.
Apesar de j existirem mtodos de desativao de catalisadores frescos que permitem obter os
mesmos rendimentos em gasolina, LCO e resduos que as unidades industriais, no possvel com
os mtodos atuais de desativao em laboratrio desativar o aditivo ZSM-5 ao mesmo nvel a que o
E-cat da refinaria, o que impede uma seleo rigorosa de aditivos e catalisadores, sendo assim o
rendimento em olefinas leves muito superior a nvel laboratorial quando comparado com a unidade
industrial.
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1.2 Objetivos
O objetivo principal deste projeto o desenvolvimento de um processo de desativao de
catalisadore bi-zeolitico empregue no processo de FCC, mais propriamente do aditivo ZSM-5, a fim
de simular as condies de operao reais a nvel laboratorial, tornando possvel o estudo nvel
laboratorial das variveis de otimizao do processo de FCC que permitem maximizar a produo de
propileno.
Desta forma, o projeto tem como fases principais as seguintes:
- Desativao de catalisadores, onde ser desenvolvido um programa de desativaes
quer para o catalisador fresco quer para a base e o aditivo em separado. Ser
estudado neste caso a influncia do tempo de desativao;
- Estudo da atividade dos catalisadores desativados numa unidade MAT (MicroActivity
Test) para obteno da converso do processo e dos rendimentos dos diversos
produtos, incluindo propileno, para posterior comparao com os rendimentos
estimados para o catalisador utilizado na unidade industrial;
- Seleo dos parmetros de desativao que permitem uma melhor simulao das
condies industriais.
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2 Reviso bibliogrfica
2.1 Situao global do propileno
O propileno um dos maiores intermedirios da indstria qumica, servindo como base para a
obteno tanto de produtos qumicos como de plsticos, sendo tambm o primeiro produto
petroqumico empregue a uma escala industrial. As aplicaes diretas do propileno vo desde a
produo do polmero polipropileno at produo de importantes qumicos como o caso do xido
de propileno, acrilonitrilo, cumeno, cido acrlico e determinados tipos de lcoois [1].
Em 2014, cerca de 68% da produo total de propileno era utilizada na manufatura de resinas
de polipropileno, sendo apenas 8% utilizado para a produo de xido de propileno, enquanto o
acrilonitrilo contava com 7% do consumo total deste. Os restantes 17% encontram-se relacionados
com outros intermedirios qumicos, represemtados mais detalhadamente no grfico seguinte.
Figura 1- Procura de propileno por uso final.
No mundo, os maiores mercados de propileno so a China, Estados Unidos da Amrica e
Europa Ocidental, que juntos em 2014 contaram com 55% do consumo global deste produto
petroqumico. Como resultado do novo programa de capacidade de propileno e derivados a colocar
em operao entre 2014 e 2019, o mercado americano e especialmente o mercado chins exibiro
um aumento significativo e contaro com cerca de 76% do total do aumento da procura de propileno.
Por sua vez, para o mercado da Europa Ocidental prev-se uma diminuio durante este perodo,
contudo este no deixar de ser o terceiro maior mercado para este produto. [2]
68%
8%
7%
4%
4%
7% 2%
Polipropileno xido de propileno Acrilonitrilo cido acrlico Cumeno Alcois Outros
Fonte: IHS
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Deste modo, est projetado que o consumo global de propileno aumente numa mdia de 4,6%
ano, nos prximos 5 anos.
Uma vez que a procura de propileno est atualmente em crescimento em algumas das regies
do mundo e a capacidade de produo para corresponder a procura no suficiente, existe a
necessidade de encontrar novas formas para aumentar a produo deste produto [3]. de notar que
grande parte do propileno atualmente produzido obtido atravs do processo de Steam Cracking
(SC) de nafta leve ou do processo de cracking cataltico em leite fluidizado (FCC), onde este no
tomado com produto principal. O Steam Cracking, tecnologia estabelecida para a produo de
olefinas leves, como o caso do etileno e propileno, responsvel por 55% da produo global de
propileno, enquanto o processo FCC conta com 34% dessa produo, sendo a restante percentagem
19%
36%
45%
America do Sul e Norte Europa,Mdio Oriente, frica sia-Pacfico
Figura 2-Consumo de propileno no mundo em 2014.
Fonte: IHS
Figura 3-Adio na capacidade de produo VS procura.
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relativa a uma nova tecnologia
denominada on-purpose (Figura 4).
Com o etileno e a gasolina a serem
produtos principais do SC e do
processo de FCC convencional,
respetivamente, o propileno e outras
olefinas leves so obtidas como
produtos secundrios destas
tecnologias.
O propileno produzido por SC
depende da taxa de fluxo do Steam
Cracker e tambm do tipo de carga que lhe alimentada. No passado, eram alimentadas cargas
lquidas pesadas, contudo atualmente a maior parte da alimentao baseada em cargas com etano.
Com base na Figura 5, verifica-se que a tecnologia SC sozinha no conseguir satisfazer a procura
de propileno no mercado, havendo desta forma a necessidade de uma nova tecnologia que produza
propileno e consiga assim combater o dfice existente entre o fornecimento e a procura.
As novas tecnologias on-purpose para produo de propileno esto a ser tomadas como uma
boa alternativa, contudo o custo que lhe est associado menos competitivo em relao aos Steam
Crackers e tambm em relao ao processo em FCC.
Desta forma, restam ento duas alternativas
para combater o dfice. A primeira relacionada
com a reconfigurao dos Steam Crackers,
baseada no aumento da sua capacidade, a
segunda relacionada com a reconfigurao do
processo FCC. Contudo, no que diz respeito ao
SC, estes no contm a flexibilidade necessria
para correponder as alteraes precisas, sendo
este ainda um tipo de processo que tem associado
a si um alto consumo energtico, devido ao facto
de ser no cataltico e no seletivo.
Verifica-se ento que atravs de tecnologias
baseadas na reconfigurao da unidade FCC se
maximizar a produo de propileno e olefinas
leves, garantindo a economia de energia e obtendo
flexibilidade de operao, ajudando assim a
combater o dfice de propileno no mercado. [4]
55% 34%
11%
Steam cracking Fluid catatlytic cracking On purpose
Fonte: IHS Figura 4- Produo de propileno por tecnologia.
Figura 5- Procura e fornecimento de propileno por tecnologia.
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2.2 Cracking Cataltico em leito fluidizado (FCC)
O processo de cracking cataltico em leito fluidizado (FCC) atualmente um dos processos
mais importantes empregues na indstria da refinao e do processamento de petrleo, tendo como
objetivo a converso de hidrocarbonetos pesados recuperados de outras operaes da refinaria em
produtos de menor peso molecular e com maior valor agregado, como o caso da gasolina, LCO e
olefinas leves.
Este processo o principal produtor de gasolina, tanto de forma direta como indireta, atravs
da produo de matrias-primas que podem ser posteriormente adiconadas a correntes de gasolina
provinientes de outras unidades, tais como alquilados, isomerizados e oxigenados. A versatilidade
destas unidades permite que se possa opera-las de diferentes maneiras, de modo a que, mediante
um tipo de catalisador e alguns ajustes nas condies operacionais, seja possvel maximizar a
produo em diferentes compostos. [5]
2.2.1.1 Descrio do processo
O processo de cracking cataltico em leite fluidizado (FCC) encontra-se essencialmente
dividido em duas seces principais. A primeira, que denominada de seco cataltica e contm a
zona reacional composta pelo reator e pelo stripper e a zona de regenerao que composta pelo
regenerador. A segunda corresponde seco de fracionamento, onde os produtos de cracking so
separados de acordo com o seu ponto de ebulio em colunas de destilao.
No processo FCC, a carga de alimentao pre-aquecida at cerca de 200C-250C e
posteriormente alimentada parte inferior do reator vertical, tambm denomidado de riser, onde entra
em contato com a corrente quente de catalisador
regenerado (700C-750C) proviniente do regenerador
atravs dos stand-pipes. A temperatura da corrente de
mistura rapidamente se torna homognea, dando-se a
vaporizao da alimentao. A alimentao vaporizada
transporta o catalisador para o interior do reator atravs da
sua expanso de volume. O catalisador sobe ao topo do
reator onde a presso mantida baixa, aproximadamente
0,2 Mpa, gerando-se assim um leito fluidizado de
catalisador que depende sempre do tamanho e densidade
das partculas e da velocidade e densidade do vapor. As
reaes de cracking comeam e continuam ao longo do
reator de leito fluidizado. Os produtos de reao movem-
se para o topo do reator onde sero separados para
posterior fracionamento. A separao dos produtos do
catalisador d-se atravs de um sistema de mltiplos
Figura 6- Reator e regenerador.
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ciclones.
O catalisador saturado ou desativado deixa o reator atravs de um tubo lateral que o transporta
at ao stripper. Uma corrente de vapor sobreaquecido alimentada ao stripper promovendo assim a
remoo do mximo de hidrocarbonetos pesados possvel que se encontram adsorvidos no
catalisador. Esta corrente abandona posteriormente o stripper pelo topo deste, sendo a corrente de
produtos gasosos libertada.
O catalisador aps sofrer stripping reencaminhado para o regenerador, onde o coque ser
queimado com ar (700C-750C; 0.3MPa) que alimentado na base do regenerador. D-se a
combusto do coque, que pode ser parcial ou completa levando formao de gases de combusto
que abandonam o regenerador aps serem separados do catalisador por um sistema de ciclones.
Aps combusto, o catalisador regenerado abandona o regenerador pelos stand pipes. O
regenerador alimentado com uma corrente de catalisador fresco, para compensar as perdas de
catalisador ocorridas durante o processo.
Os produtos obtidos no topo do riser so transportados at uma unidade de fracionamento, onde
se dar a separao dos produtos consoante os pontos de ebulio.A distribuio dos produtos
obtidos depende fortemente do tipo de alimentao e das operaes do processo. So obtidos como
produtos principais a gasolina, gasleos leves e pesados bem como gases que so posteriormente
separados e que servem de alimentao para a indstria petroqumica. O gs mais pesado
normalmente separado ps destilao sob presso para obteno de rendimento em propileno,
butano, propano e outros produtos desejados. A Figura 7 esquematiza a unidade FCC. [6] [7]
Figura 7- Esquema da unidade FCC
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2.2.1.2 Cargas de alimentao e produtos
As cargas de alimentao do processo de FCC so misturas complexas de hidrocarbonetos
de vrios tipos e tamanhos, sendo utilizadas cargas com hidrocarbonetos de menores dimenses
como o caso dos gasleos e com maiores dimenses, como o caso de alguns tipos de resduos.
Estas podem conter ainda pequenas quantidades de materiais contaminantes, tais como enxofre
orgnico, compostos azotados e compostos organometlicos. [5]
As principais cargas alimentadas s unidades FCC so:
- Gasleo de vcuo (VGO);
- Gasleo de vcuo hidrotratado;
- Produtos da base de hydrocrcaking;
- Gasleos craqueados;
- Gasleos desasfaltados;
- Gasleo de coque;
- Resduo atmosfrico (AR)
- Resduo de vcuo (VR)
A qualidade da carga de alimentao tem um impacto muito significativo no funcionamento da
unidade de FCC, sendo um dos fatores principais a ter em conta.
Cargas aromticas apresentam maior tendncia para formar coque que as cargas parafnicas,
apresentando as primeiras maior tendncia a formar gasolina do que as segundas, contudo com
ndice de octana menor. O contedo de carbono de Conradson da carga afeta de maneira adversa a
sua seletividade ao coque. A quantidade de nquel e vandio tambm afeta o rendimento em coque,
visto que causa desidrogenao dos produtos pesados que podem formar coque contaminante. O
nquel, cobre, vandio, ferro e cobalto existente nas cargas, funcionam como catalisadores de
desidrogenao, depositando-se todos estes no catalisador de equilbrio originando rendimento em
coque e hidrognio. Os metais alcalino-terrosos (clcio, magnsio e brio) e os metais alcalinos
(sdio e potssio) que esto normalmente presentes nos crudes so removidos nos dessalinizadores.
Contudo, uma vez no totalmente removidos podem destruir o catalisador de FCC pois levam a
sinterizao das partculas de catalisador e ao seu colapso. [8]
Os produtos obtidos no final do processo de cracking cataltico so bastante olefnicos para as
fraes leves e fortemente aromticos para as fraes pesadas. Sendo deste forma os principais
produtos obtidos na unidade FCC os seguintes:
- Gs combustvel, composto por H, C1, C2, C2=. Esta mistura de gases antes de abandonar a
unidade FCC, tratada com DEA (Di-etanol-amina), que remove o H2S, que normalmente
utilizado como matria-prima para a fabricao de enxofre. Numa refinaria, o processo de
-
20
FCC o principal produtor de gs combustvel, sendo este normalmente consumido em
fornos e caldeiras das diversas unidades;
- Fraes de gs de petrleo liquefeito (LPG), normalmente formadas por propano, propileno,
butano, butenos, que esto aptas para servirem de carga de alimentao a outras unidades,
como o caso de unidades de MTBE, ETBE, alquilao, dimerizao, polimerizao aps
sweetening ou hidrogenao seletiva;
- Fraes de gasolina com bom ndice de octana (RON 91-93, MON 79-81) que aps
sweetening so enviadas para o pool de gasolina. Os hidrocarbonetos leves, C5 podem ser
eterificados (TAME); o corte de qualidade mais baixa (75C-125C) enviado para reforming
cataltico enquanto a frao pesada (125C-210C), fortemente aromtica e com bom ndice
de octana, vai para o pool de gasolina.
- leo leve de reciclo (Light cicle oil-LCO) parecido ao gasleo mas contendo aromticos e
com baixo nvel de cetano e leo pesado de reciclo (heavy cicle oil -HCO);
- Resduo (slurry) usado na refinaria como combustvel ou como base na manufatura de
carbono negro.
- Coque, que queimado no regenerador produzindo energia necessria para a reao. [9]
2.2.1.3 Reaes
As reaes que ocorrem no reator de FCC so numerosas e complexas,encontrando-se estas
essencialmente divididas em dois grupos:
- Reaes trmicas, que so inevitveis a altas temperaturas (450C) e que levam
formao de radicais livres. Estas ocorrem na fase gasosa homognea mas podem ser
promovidas em vrios modos por uma superfcie slida (slica, alumina, carbono ativado).
So no seletivas e conduzem a formao de grandes quantidades de hidrocarbonetos muito
leves como o caso do metano, etano e etileno na frao gasosa C1-C4. Por esta razo a
gasolina obtida de pouca qualidade (baixo ndice de octana e estabilidade de oxidao
inadequada) sendo feito o esforo para maximiza-la. Estas reaes tm elevada energia de
ativao pelo que so favorecidas pelo aumento de temperatura.
- Reaes catalticas, que envolvem intermedirios reacionais por curto perodo de tempo, do
tipo carbocatio. A presena de stios cidos no meio reacional promove a formao desses
carbocaties intermedirios consideravelmente, evitando os intermedirios radicais livres,
aumentando assim a taxa de cracking e a seletividade (menos gases leves produzidos, maior
qualidade da gasolina). [10]
Apesar da existncia dos dois tipos de reao, as primeiras ocorrem em menor nmero pelo que
ser dada especial ateno s reaes de cracking cataltico.
Os produtos obtidos dependem fortemente do tipo de carga alimentada ao processo, condies
de operao da unidade e do tipo de catalisador empregue.
-
21
Tabela 1 apresenta o tipo de reaes que podem ocorrer para diferentes tipos de
hidrocarbonetos presentes na alimentao. Como j referido, os intermedirios destas reaes so
carbocaties formados pela interao entre os stios ativos e as cadeias de hidrocarbonetos.
Tabela 1- Reaes de FCC
A primeira etapa nas reaes de cracking cataltico corresponde formao de carbocaties, que
ocorre na fase em que se d a vaporizao da corrente de carga de alimentao pelo contato com a
corrente de catalisador quente proveniente do regenerador. Estes carbocaties, como j referido so
intermedirios da reao de cracking que ocorrem durante o processo de FCC.
A reao de cracking procede pela ciso-, que o fenmeno de quebra de ligao entre
carbonos que esto a dois tomos de distncia do carbocatio, ou seja, na posio . O produto
dessa reao uma olefina e um novo carbocatio, que pode sofrer sucessivas reaes de cracking,
que a carga positiva no eliminada. Quando a cadeia do carbocatio se torna muito pequena h
transferncia da carga para molculas de maior dimenso que do sequncia ao processo.
As olefinas tambm podem originar carbocaties atravs da adio de hidrognio, podendo desta
forma tambm estas sofrer quebra de ligao. [11]
Parafinas
Cracking parafinas+ olefinas
Olefinas
Cracking Olefinas LPG
Isomerizao Olefinas ramificadas Transferncia H Parafinas ramificadas
Transferncia H Parafinas
Ciclizao Ciclo-parafinas
Condensao Coque
Desidrogenao Coque
Naftenos
CrackingOlefinas
Desidrogenao Ciclo-olefinas Desidrogenao Aromticos
Isomerizao Naftenos com diferentes anis
Aromticos
Cracking da cadeia lateral Aromticos no substitudos + olefinas
Trans-alquilao Diferentes alqui-aromticos
DesidrogenaoPoliaromticosAlquilao/Desidrogenao/Condensao Coque
Transferncia de hidrognio Nafteno + Olefina Aromtico + Parafina
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As reaes de isomerizao acontecem para que os carbocaties se rearranjem para a sua forma
terciria, que o tipo mais estvel de carbocatio, seguido pelo carbocatio secundrio, e por fim, o
primrio. Esta reao proporciona a formao de compostos ramificados, que aumentam a
octanagem da gasolina produzida, devido presena de iso-parafinas. [11] [7]
Reaes de ciclizao so, por exemplo, capazes de transformar olefinas em ciclo-parafinas que
podem ser ainda transformadas em aromticos por ao de reaes de transferncia de hidrognio.
As reaes de transferncia de hidrognio, so reaes que tm de ser controladas durante o
processo de cracking, pois estas transformam olefinas em aromticos e parafinas contribuindo assim
para a reduao do rendimento em olefinas e consequentemente o ndice de octana da gasolina. [7]
2.2.1.4 Catalisadores
No corao da unidade de FCC esto os catalisadores, uma vez que o desenvolvimento de
catalisadores ativos e estveis no processo tao importantes como o desenvolvimento do projeto de
FCC e das suas condies.
Os primeiros catalisadores utilizados no processo de cracking cataltico apareceram por volta
de 1940 e eram argilas naturais tratadas em cidos. As limitaes deste tipo catalisador eram
derivadas da sua composio, que podia apresentar vrios contaminantes, causando o
envenenamento do catalisador e altas taxas de desativao por formao de coque. O facto de estes
apresentarem na sua constituio argila, que quando comparada com catalisadores sintticos,
promove baixa resistncia mecnica e trmica, comprometendo desta forma a atividade do
catalisador.
Na dcada de 50, as argilas foram substitudas por catalisadores sintticos de slica-alumina,
contendo entre 10% a 15% de alumina. Verificou-se que estes catalisadores eram mais estveis que
os anteriores e aumentavam a atividade e seletividade do processo. Uns anos mais tarde, aumentou-
se a proporo de alumina no catalisador para 25% a 30%, o que proporcionou uma maior
seletividade para produtos de elevado valor comercial, como o caso da gasolina. [12]
Contudo, s em entre 1962 e 1964 que se deu o grande avano, quando foram utilizadas
pela primeira vez zelitos. Este tipo de catalisador apresentava uma seletividade e atividade muito
superior aos catalisadores amorfos de slica-alumina, sendo os zelitos considerados mil vezes mais
ativos que estes. Estes so mais ativos uma vez que a organizao dos stios ativos bem como o
facto de terem uma estrutura bem definida que forma microporos e confere a esse material uma rea
especifica elevada. [12] [7]
2.2.1.4.1 Componentes e caratersticas
Atualmente, os catalisadores empregues no processo de FCC so utilizados na forma de p
fino, com um dimetro mdio de aproximadamente 75 m e so compostos por quatro componentes:
zelito (componente ativa), uma matriz, um ligante e um aditivo. [13]
-
23
2.2.1.4.1.1 Zelito
O zelito o ingrediente chave dos catalisadores de FCC. Este responsvel por reter
seletivamente molculas atravs de um processo de excluso baseado no seu tamanho, sendo
tambm responsvel pela maioria da atividade do catalisador. A performance do catalisador depende
ento da natureza e qualidade do zelito. [13]
No incio da utilizao de zelitos no processo FCC, os tipos X e Y, eram os empregues nas
reaes de cracking. Estes possuem a mesma estrutura dimensional, poros regulares e bem
definidos, contudo diferem na proporo entre silcio e alumnio na sua clula unitria. Atualmente
utilizam-se zelitos do tipo Y (faujasite) para estas reaes, visto que estes possuem uma maior
estabilidade nas condies operacionais do processo. [12]
Os zelitos so vistos como cristalinos, polmeros orgnicos que apresentam uma estrutura
tetradrica de slicio-alumina ligada por tomos de oxignio (Figura 8). Isto , estrutura tridimensional
com tomos de silcio e alumnio no centro e tomos de oxignio nos vrtices, sendo assim a clula
unitria do zelito Y formada a partir de ligaes/interaes entre esses tomos. A clula unitria do
zelito Y contem 192 desses tetraedros. [13]
2.2.1.4.1.2 Matriz
Os cristais de zelito encontram-se dispersos numa matriz ativa de alumina ou slica-alumina
com partculas de argila. A matriz tem no s como funo garantir a resistncia mecnica do
catalisador e outras propriedades fsicas importantes, proporcionar uma melhor distribuio do
componente ativo, aumentar ou manter uma elevada rea superficial mas tambm atuar de forma
ativa no cracking de molculas. Isto , as matrizes ativas so responsveis pelo cracking de
molculas de hidrocarbonetos muito grandes que no se conseguem difundir nos poros dos zelitos.
Portanto a matriz garante tambm o acesso dos reagentes aos stios ativos do zelito, podendo para
alm disso capturar vandio e azoto existente nas cargas. [11]
2.2.1.4.1.3 Ligante
Figura 8-Tetradro Silcio/alumina- oxignio.
-
24
O ligante no nada mais que argila incorporada no catalisador para diluir a sua atividade. Nos
catalisadores de FCC, koaline (Al2(OH)2, Si2O5) o tipo de ligante normalmente utilizado. Este
funciona basicamente como uma cola que une o zelito e matriz a si, podendo ou no ter atividade
cataltica, e tornando-se mais importante em catalisadores com maior quantidade de zelito.
2.2.1.4.1.4 Aditivos
Os aditivos so utilizados no processo de FCC com o objetivo de melhorar a sua performance. Os
seus principais benefcios so a alterao dos rendimentos do FCC e reduo de quantidade de
poluentes emitidos durante a regenerao do catalisador. Deste modo, existem trs principais tipos
de aditivos utilizados neste processo [11]:
- Promotores de CO, que so adicionados unidade de FCC para promover a combusto do
CO em CO2 no regenerador. O promotor acelera a combusto da fase densa minimizando as
excurses de temperatura que ocorrem na fase diluda aps combusto. Permite a queima de
coque de forma uniforme, particularmente se existir uma distribuio desigual entre o
catalisador desativado e o ar de combusto.
- Aditivo SOx, tambm utlizado para a etapa de regenerao devido ao facto do coque que
se encontra adsorvido no catalisador conter enxofre. No regenerador o enxofre contido no
coque convertido de SO2 em SO3. A mistura dos dois compostos anteriores denominada
por SOx e libertada para a atmosfera com os gases de combusto. O aditivo SOx utilizado
com o objetivo de diminuir o SOx, sendo a alternativa mais economicamente mais vivel para
este tipo de situao.
- Aditivo ZSM-5, que utilizado nos catalisadores de FCC com o objetivo de aumentar a
octanagem da gasolina por meio de isomerizao de olefinas lineares em ramificadas e
aumentando o rendimento em olefinas leves.
Figura 9- Componentes de um catalisador de FCC.
-
25
Definidos os componentes utilizados nos catalisadores tpicos de FCC importante referir as
caractersticas que estes devem apresentar para garantir um bom desempenho da unidade FCC.
Destacam-se as principais [4]:
- Boa estabilidade a alta temperatura e na presena de vapor. Os catalisadores devem
apresentar estabilidade trmica para manter a partcula e a integridade cataltica sobre
condies mais severas;
- Elevada atividade para executar a converso da carga de alimentao antes que exista
de cracking trmico, uma vez que este tipo de cracking conduz a obteno de produtos
no desejados, tais como metano, etano e algum propano. Por outro lado, o cracking
cataltico produz relativamente menos C1 e C2 e uma grande quantidade de olefinas;
- Alta seletividade para proporcionar a obteno dos produtos de interesse;
- Elevada resistncia mecnica para suportar interaes entre as partculas;
2.2.1.4.2 Aditivo ZSM-5
Como j referido anteriormente, ZSM-5 um dos aditivos utilizados no processo de FCC e
que tem como principal funo aumentar a octanagem da gasolina atravs do aumento da
isomerizao de compostos lineares. Conudo, este tambm responsvel pelo aumento da produo
em olefinas. O aumento do rendimento em olefinas, h uma diminuio do rendimento de gasolina, j
que olefinas na gama de destilao da gasolina tambm sofrem cracking. Por esta razo, a utilizao
do zeolito ZSM-5 depende da avaliao das caractersticas da matria-prima envolvida e dos
resultados desejados para a unidade FCC. [13] [11]
A principal diferena entre o zelito Y e o zelito ZSM-5 est na estrutura cristalina dos
catalisadores. Primeiramente, tm se uma diferena na razo silcio e alumnio, que no caso da
ZSM-5, ainda maior. Existem zelitos ZSM-5 comerciais que podem apresentar valores entre 30 e
300 para a proporo silcio e alumnio presente
nas molculas tetradricas que compem a sua
estrutura cristalina. [12]
Os poros formados no ZSM-5
apresentam menores quantidades de tomos.
Naturalmente, estes possuem tamanhos
menores, entre 5,1 e 5,6. O dimetro dos
poros proporciona a este aditivo uma
seletividade em relao ao tamanho e formato
das molculas, possibilitando a converso de
matria-prima em gasolina de alta octanagem e
outros produtos da cadeia de hidrocarbonetos
com menores quantidades de carbono. [11]
Como verificado, o zelito ZSM-5 tem uma forte influncia na produo de olefinas leves,
como o caso do propileno, uma das olefinas com grande importncia no mercado da indstria
petroqumica. Contudo a efetividade deste aditivo afetada por vrios parmetros, tais como:
Figura 10- Estrutura do zelito Y e do zelito ZSM-5.
-
26
quantidade de ZSM-5 utilizada, tamanho do cristal de ZSM-5, razo silcio e alumnio,
estabilidade hidrotrmica do zelito e formao de coque.
2.2.1.4.2.1 Efeito da quantidade de ZSM-5
Butlov e Jirnov [14] analisaram a variao converso da carga de alimentao tendo em
conta a quantidade de aditivo ZSM-5 contido num catalisador. A quantidade de aditivo utilizada no
estudo variava entre 0% a 40% da quantidade total do catalisador, sendo o estudo realizado a uma
razo de catalisador/carga de 28, uma temperatura de reao de 566 C, presso parcial de 0,0793
MPa e um tempo de contato de 15s. Verificou-se da anlise de resultados que um aumento na
quantidade de aditivo para valores muito elevados tem um efeito pouco marginal na produo de
olefinas e consequentemente na produo de propileno. O rendimento em propileno tende a
estabilizar para concentraes de 10% de ZSM-5, devido ao facto de que para concentraes
elevadas de aditivo h uma depleo da produo de gasolina que percutora de olefinas. Isto ,
ZSM-5 origina propileno atravs do cracking seletivo de olefinas na gama da gasolina. Com o
aumento da concentrao de aditivo na composio do catalisador, o de rendimento em propileno
produzido por percentagem de aditivo diminui. [4]
2.2.1.4.2.2 Efeito do tamanho do cristal do ZSM-5
O principal fator a determinar o peneiramento molecular, e consequentemente, a seletividade
em forma normalmente considerado como sendo exclusivamente um efeito estrico, isto , apenas
molculas com um dimetro mdio crtico inferior ao dimetro do canal so permitidas a entrar nos
poros e a reagir no stio ativo, ou para o exterior destes para serem recuperados como produtos de
reao. Alternativamente, os efeitos da transio do estado de forma limitam a formao de
intermedirios volumosos de transio dentro dos poros e evitam assim a formao de alguns
produtos indesejados de reao. Numa reao de catlise heterognea envolvendo molculas
grandes, a difuso dessas molculas para os stios ativos internos do zelito tornam-se um processo
limitante da velocidade, originando desta forma mais produtos secundrios e rpida desativao,
devido aos maiores comprimentos de difuso intra-cristalina.
Um dos mtodos para contornar estas limitaes funcionais, consiste em reduzir o tamanho
da particulas dos cristais de zelito e assim diminuir os comprimentos de difuso. No zelito ZSM-5
h um efeito notrio de crivo mlecular para hidrocarbonetos leves, pelo que este tem sido muito
utilizado como aditivo em processos que envolvem hidrocarbonetos. Contudo, devido ao facto do
tamanho dos cristais do ZSM-5 serem muito mais largos que os microporos, o passo limitante da
reao tende para ser a difuso dos reagentes/produtos nos microporos. Alm disso, forma-se
rapidamente coque perto da superfcie externa do cristal sobre condies controladas de difuso,
levando ao rpido entupimento dos poros, e perda de atividade do catalisador.
-
27
Para se atingir baixa resistncia difuso, zolitos de tamanho nano so eficazes porque o
comprimento de difuso para reagentes/produtos de hidrocarbonetos, que depende do tamanho do
cristal, reduzido.
A seletividade em propileno atravs do cracking da nafta favorecida por zelitos com anis
de dez membros, possuindo um ndice e poro entre os 26 2e 30
2, sendo que o ndice de poro
definido como o produto das duas dimenses principais, ou dimetro, do poro. [4]
2.2.1.4.2.3 Efeito da razo Si/Al
Como referido, o zelito ZSM-5 tem uma estrutura dimensional nica com poros muito mais
pequenos que o zelito Y, fazendo com que esta apresente um cracking com seletividade na forma.
O resultado do cracking seletivo principalmente buteno e propileno com pequenas quantidades de
iso-buteno, onde alterar a razo Si/Al no aditivo ZSM-5 traduz-se em alterar a razo de taxa de
cracking/ isomerizao.
de notar que os stios ativos tambm existem na superfcie externa e na entrada dos poros
dos cristais de zelitos, sendo que para as reaes de seletividade de forma, estes stios so
considerados responsveis pela catlise no seletiva.
A maior parte das reaes de transferncia de hidrognio no aditivo ZSM-5 ocorrem na
superfcie dos catalisadores e so mais pronunciadas para baixas razes de Si/Al, isto , quando a
acidez elevada. Estas reaes de transferncia de hidrognio conduzem formao de metano e
etano, levando a uma diminuio da seletividade em olefinas. Desta forma, atravs de cristais de
zelitos mais pequenos e combinados com altas razes de Si/Al que se podem obter grandes
rendimentos em olefinas, uma vez que haver baixo tempo de resistncia dos produtos primrios nos
poros do catalisador em contato com os stios ativos.
A estabilidade do catalisador tambm bastante afetada pela razo silcio-alumina
especialmente no que diz respeito formao de coque. Quanto maior for a razo Si/Al (baixa
acidez), menor ser a formao de coque. Isto encontra-se diretamente ligado ao facto de a
deposio do coque ser dependente das reaes de transferncia de hidrognio, que o torna
dependente da acidez do catalisador. Se a acidez dez do catalisador reduzida, a taxa de produo
de coque suprimida. [4]
2.2.1.4.2.4 Efeito da estabilidade hidrotrmica do ZSM-5
A principal causa da desativao do aditivo ZSM-5 a desaluminao devido presena de
vapor a altas temperaturas, que leva a uma destruio parcial da sua estrutura. Para resolver este
problema, normalmente impregnado fsforo para estabilizar a estrutura do zelito ZSM-5. Esta
impregnao faz com que as amostras impregnadas paream reter a sua acidez e atividade durante o
tempo em que o catalisador est sujeito a vapor a altas temperaturas, pelo menos mais do que se
no forem impregnadas, Isto significa que espcies de fsforo formadas reforam a estrutura do
-
28
zelito e evitam a desaluminao. A quantidade de fsforo depende essencialmente da razo silcio e
alumnio e do modelo de reao. [4]
2.2.1.4.2.5 Efeito da formao de coque
O processo de FCC normalmente acompanhado pela formao de coque e como todas as
reaes de catlise cida heterognea de compostos orgnicos o resultado a desativao dos
catalisadores devido a este. O coque formado como resultado de uma sequncia de reaes
elementares que dependem do tipo de carga alimentada, do tipo de rao, tipo de catalisador e pelo
ambiente reator-reao. Fatores como, natureza dos reagentes, TOS, temperatura, concentrao de
centros cidos e localizao do depsito de coque acabam tambm por ter influncia na composio
deste.
Desta forma, a formao de coque um fator bastante importante quando se tratam de
catalisadores cidos. Quando decididos os processos que se vo utilizar necessrio entender todos
os mecanismos e tentar controlar a produo de coque.
Na maioria dos processos industriais, a desativao de catalisadores uma considerao
importante para controlar a seletividade e a atividade, porque extremamente dispendioso.
Como sabido, no caso dos zelitos o tamanho do poro, a sua estrutura e acidez afetam a
deposio de coque. O zelito ZSM-5 apresenta uma menor tendncia para a formao de coque
quando comparada com o zelito Y, uma vez que os seus poros mais estreitos limitam a formao de
intermedirios de coque volumosos. [4] [13]
2.2.1.4.3 Formas de desativao
A desativao de um catalisador consiste na perda da sua atividade cataltica ou seletividade,
sendo considerado uma das maiores preocupaes dos processos industriais. Dependente do
processo industrial a desativao pode ocorrer em poucos segundos, como o caso do processo
FCC, ou em mais de dez anos, como o caso da sntese da amnia. Contudo, inevitvel que essa
no ocorra. As principais causas de desativao em catalisadores so [15]:
- Envenenamento por quimisoro de espcies nos stios ativos dos catalisadores,
normalmente devido a contaminantes existentes na carga de alimentao;
- Formao de depsitos no catalisador por simples depositao (Fouling) ou por
transformao trmica ou cataltica dos componentes da carga da alimentao;
- Alteraes qumicas ou na estrutura do catalisador, como o caso de desaluminao
e o colapso da estrutura zelita a altas temperaturas na presena de vapor ou por
desidroxilao.
- Alteraes mecnicas provocadas de forma planeada ou acidental pelo stress sofrido
pelas partculas de catalisador: crushing, abraso, eroso, atrito.
- Lixiviao das espcies ativas, com especial ocorrncia durante snteses de fases
lquidas de qumicos;
-
29
A tabela seguinte apresenta uma sntese dos tipos de desativao que ocorrem
usualmente nos catalisadores.
Tabela 2- Origem e mecanismo de desativao de catalisadores.
No que diz respeito aos catalisadores de FCC, a sua desativao ocorre principalmente
devido ao processo de coqueificao que acontece durante a reao de cracking, pelos efeitos da
regenerao e devido aos contaminantes existentes na carga. A desativao pode ser de natureza
temporal ou permanente, dependendo do tipo e causa do processo de desativao.
2.2.1.4.3.1 Desativao trmica e hidrotrmica
A desativao trmica do catalisador uma desativao permanente que ocorre a
temperaturas muito elevadas, causadas pela alimentao de reservas (cargas que acidentalmente se
dirige em direo ao regenerador em vez de se dirigir ao riser). O efeito da desativao trmica
usualmente mais severo que o efeito causado pela desativao hidrotrmica (na presena de vapor),
ainda que haja sempre algum vapor presente no regenerador.
A perda de atividade por efeito trmico causada pela fuso das estruturas ativas do
catalisador. Pode ser detectada pela perda de volume dos poros, rea superficial e pela formao de
certas fases de alumina.
A desativao hidrotrmica tambm origina a perda de atividade permanente, prevalecendo o
mecanismo de perda de atividade durante o ciclo de regenerao. Esta desativao origina a
Origem Mecanismo
Envenenamento
Quimisoro (ou reao) de impurezas da carga de
alimentao ou reao dos produtos nos stios ativos,
limitando ou inibindo a quimisoro dos reagentes
Reversvel ou irreversvel
Fouling e carbonizao
Deposio de componentes pesados: Impurezas da
carga de alimentao ou produtos secundrios
(coque) na superfcie ativa.
Apenas reversvel por regenerao oxidativa
Alteraes qumicas e estruturais Diminuio da superfcie ativa.
Irreversvel
Alteraes mecnicas
Perda de catalisador causada por atrito ou eroso.
Perda de rea superficial por crushing.
Irreversvel
Lixiviao Perda do componente ativo.
Frequentemente reversvel.
-
30
desaluminao do zelito e consequentemente a perda de cristalinidade e rea superficial, assim
como a alterao do tamanho dos poros e perda de rea superficial da matriz.
O vapor est sempre presente nos regeneradores da unidade de FCC, representando entre
15% a 25% da mistura gasosa tpica dos regeneradores de uma s etapa. O vapor, tempo e
temperatura eliminam os tomos de alumnio da estrutura zelita, o que leva a que grande parte da
sua estrutura colapse. Alguns zelitos desaluminizam-se sem colapsar, reduzindo apenas o tamanho
da unidade da clula.
Os efeitos de envelhecimento e desativao do catalisador podem ser minimizados, usando
um catalisador com componentes estveis, sendo a estabilidade uma propriedade inerente ao
catalisador, baseada no tipo de manufatura dos componentes catalticos.
Como consequncia, a seletividade ao coque por parte do catalisador tem tambm
vantagens, se a unidade est a baixa temperatura no regenerador. A baixa temperatura do
regenerador resulta em baixa velocidade de desativao.
O ponto mais importante no mantimento da atividade do catalisador a prpria gerncia do
catalisador, isto , existir uma poltica adequada de adio do catalisador fresco. [16]
2.2.1.4.3.2 Desativao por coqueificao
O coque necessrio para o funcionamento do cracking cataltico, por que a sua combusto
essencial para fornecer toda a energia necessria ao processo. Contudo, o coque causa a
diminuio da atividade do catalisador, como j referido anteriormente, tanto pelo depsito do mesmo
como por ser um subproduto da reao de cracking.
Esta perda de atividade temporal, durante o tempo em que a carga est em contato com o
catalisador, conhecido tambm como tempo de contato. Uma vez que o coque queimado no passo
de regenerao, a atividade intrnseca recuperada, a menos que ocorra uma desativao
permanente por outro mecanismo. A desativao por deposio de coque pode ser diminuda
limitando o tempo de contato entre a carga e o catalisador e atravs de uma regenerao eficiente.
Ambos os processos melhoram a atividade do catalisador.
Os reatores catalticos mais modernos so do tipo riser, com tempos de contato muito curtos.
Muitas das unidades de FCC esto tambm preparadas para a separao rpida entre os produtos e
o catalisador mediante separadores, para desta forma limitar a desativao devido ao coque, assim
como prevenir reaes de cracking no desejadas.
2.2.1.4.3.3 Desativao por existncia de contaminantes na carga de alimentao
Todos os crudes contm compostos qumicos indesejveis que so prejudiciais para os
equipamentos do processo, catalisadores, produtos refinados e para o ambiente. Contaminantes
como nquel, vandio, enxofre, azoto esto contidos em composto qumicos existntes nesses
crudes. Tambm metais alcalinos e metais alcalino-terrosos se encontram frequentemente presentes,
uma vez que os reservatrios de crude se encontram usualmente associados a salmoneras. Os
-
31
metais existentes nas cargas alimentadas unidade de FCC so completamente depositados no
catalisador de cracking durante as reaes, originando em alguns casos desativao permanente
nestes.
O vandio um dos metais que causa alteraes no comportamento do catalisador de
cracking, uma vez que o desativa levando formao de subprodutos que contribuem para a sua
deteriorao, como o caso do cido de vandio que resulta dos xidos de vandio existentes no
regenerador quando estes esto na presena de vapor. O cido forte que pode destruir o zelito por
hidrlise da estrutura de slica/alumina. O vandio tambm um catalisador para a desidrogenao
que causa um aumento do rendimento em hidrognio e no delta coque.
Os metais alcalino e alcalino-terrosos so prejudiciais para o catalisador, sendo dentro de
estes o sdio o mais abundante e nocivo existente nos crudes. Contudo, este normalmente
removido na maioria das refinarias em unidades de dessalinizao. Este tipo de metais normalmente
forma eutcticos com o catalisador, sendo os seus efeitos maiores quando so aumentada a
severidade no regenerador. Nas condies do regenerador, os eutcticos podem fundir-se levando
perda de atividade e em casos extremos ao colapso da estrutura.
O azoto, normalmente considerado um veneno para o catalisador, causando a sua
desativao temporria, podendo desta forma a sua atividade ser recuperada.
O nquel um catalisador de desidrogenao, cerca de quatro vezes mais forte que o
vandio. Este no causa uma diminuio da atividade do catalisado, contudo qualquer aumento da
quantidade de nquel na carga de alimentao tomado pelo seu efeito sobre o comportamento da
unidade, pois o elevado rendimento em hidrognio e o balano de calor da unidade so fortemente
afetados adversamente pelo aumento do delta coque. A temperatura do regenerador aumenta assim
bruscamente.
Os outros tipos de contaminantes, como o caso de resduos de carbono e enxofre no
esto usualmente associados desativao de catalisadores, podendo estes ter um grande impacto
na seletividade do catalisador, rendimento e qualidade do produto. [16]
2.2.1.5 Variveis de processo
Para alm da composio da carga de alimentao e das condies e tipo de catalisador
existe um grande nmero de variveis operatrias que determinam os rendimentos e qualidade dos
produtos do cracking cataltico.
As variveis de operao encontram-se divididas em variveis independentes e dependentes,
sendo que as segundas so aquelas que no podem ser controladas pelos operadores.
As variveis independentes do processo de FCC so:
- Temperatura do reator;
- Reciclagem da carga de alimentao no convertida;
- Pr- aquecimento da carga;
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32
- Tempo de contato (TOS);
- Presso dos hidrocarbonetos na carga de alimentao;
- Atividade do catalisador;
As dependentes so:
- Razo catalisador-carga (Cat/oil);
- Temperatura de regenerao;
- Ar de regenerao;
- Converso;
2.2.1.5.1 Temperatura do reactor
Aumentar o set-point da temperatura do reator implica que a vlvula responsvel pela
admisso de catalisador quente aumente o seu caudal de circulao para que a temperatura de sada
do riser seja a desejada. Desta forma, verifica-se um aumento da temperatura de regenerao que
resulta do aumento da temperatura do catalisador que retorna ao regenerador, agora com maior
quantidade de coque depositado. Quando o estado estacionrio atingido, tanto a temperatura de
circulao do catalisador como a temperatura do regenerador so superiores s que tinham
anteriormente.
Aumentar a temperatura do riser resulta no s num aumento de converso, mas tambm
numa diminuio do rendimento em C5+ gasolina e em coque e num aumento do rendimento em gs
seco e no total de butenos. O rendimento em olefinas sofre um aumento tal como os ltimos.
O RON e o MON da gasolina aumentam com a temperatura devido ao aumento do contedo
em olefinas e aromticos e ao baixo contedo em parafinas. [1] [6]
2.2.1.5.2 Reciclagem da carga de alimentao no convertida
O HCO e o slurry do fracionador principal da unidade FCC podem ser reciclados e assim
aumentar a converso da unidade. Os rendimentos em coque e gs seco so tambm eles
superiores para o cracking do HCO e do slurry do que para a carga de alimentao fresca inicial.
Deste modo, a reciclagem do resduo uma das formas de aumentar a temperatura do regenerador
caso seja necessrio.
Se a unidade de FCC estiver limitada no que diz respeito capacidade de tratamento dos
gases, a reciclagem dos produtos mais pesados da unidade levar a uma diminuio da temperatura
no reator que conduzir diminuio do ndice de octana. A converso tambm diminui neste caso.
A operao com HCO, slurry e baixa temperatura do reator algumas vezes utilizada quando
o objetivo maximizar o rendimento em LCO. Isto verifica-se pois a uma baixa temperatura do riser
h uma minimizao do cracking dos hidrocarbonetos que se encontram na gama do LCO em
gasolina e em produtos leves, enquanto a reciclagem do HCO proporciona alguma converso dessa
corrente em LCO. [1]
-
33
2.2.1.5.3 Pr-aquecimento da carga de alimentao
Diminuir a temperatura da carga de alimentao ao reator aumenta a taxa de circulao de
catalisador requerida para que a temperatura de sada do reator seja mantida. Por sua vez o aumento
da taxa de circulao do catalisador causa um aumento da converso da carga de alimentao.
Comparado com o aumento da temperatura do reator, aumentar a converso via baixa
temperatura da carga de alimentao produz grandes quantidades de coque mas pequenos
aumentos em C3, gs seco e no ndice de octano. O aumento do rendimento em coque deve-se ao
facto de existir uma reduo do calor provocada pela baixa temperatura pela carga que tem de ser
colmatada pelo catalisador em circulao de forma a satisfazer as necessidades de calor de reator,
levando assim a maiores produes de coque. [1] [6]
2.2.1.5.4 Tempo de contato
O tempo que os hidrocarbonetos esto em contato com o catalisador um fator que afeta de
forma dominante a performance do FCC. Isto , quando o tempo de contato pequeno, as reaes
secundrias so minimizadas sendo desta forma o rendimento em gasolina e olefinas superior,
enquanto o rendimento em gs e coque diminui. Contudo verifica-se uma reduo da converso da
carga. [1]
2.2.1.5.5 Presso dos hidrocarbonetos na carga de alimentao
geralmente esperado que um aumento na presso parcial dos hidrocarbonetos constituintes
da carga de alimentao levem a um aumento de todas as reaes biomoleculares, incluindo as
reaes de transferncia de hidrognio, em relao s reaes unimoleculares, como o caso do
cracking. Um aumento na taxa de reaes de transferncia de hidrognio resulta numa reduo em
olefinas, quer na gasolina quer no LPG, e num aumento de aromticos e parafinas na gama
correspondente gasolina. A alterao da taxa de reaes de TH pode tambm influenciar o
contedo em enxofre na gasolina, bem como eficincia da reduo do mesmo na gasolina pelos
catalisadores e aditivos.
Para alm disso, a eficincia do aditivo ZSM-5, responsvel pela maior produo de olefinas,
especialmente propileno, pode ser afetada pela presso parcial dos hidrocarbonetos. Para altas
presses de hidrocarbonetos verifica-se uma perda da eficincia do ZSM-5 devido diminuio de
olefinas existentes na gama da gasolina por ao de reaes de transferncia de hidrognio. [4] [6]
[1].
Para o mesmo nvel de converso, os rendimentos em coque e gasolina aumentam
significativamente e o rendimento em gs leve diminui a elevadas presses. Baixar a presso parcial
dos gases de reao com vapor ir aumentar um pouco os rendimentos, mas o maior benefcio da
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34
injeo de vapor na carga de alimentao que esta a atomiza em pequenos droplets que vaporizam
e reagem rapidamente. Cargas no atomizadas levam produo de maiores rendimentos de coque.
2.2.1.5.6 Atividade do catalisador
A atividade do catalisador, como varivel independente, gerida pela capacidade da unidade
de controlar o contedo em carbono no catalisador saturado e pela qualidade de catalisador fresco
que deve ser continuamente adicionado unidade. O contedo em carbono do catalisador
regenerado geralmente mantido ao mais baixo nvel para que a seletividade do catalisador seja
garantida. Assim a adio de catalisador um dos principais determinantes da atividade do
catalisador. Aumentar a taxa de adio do catalisador fresco, aumenta a atividade do catalisador de
equilbrio uma vez que baixa a idade mdia e a concentrao de contaminantes no inventrio do
catalisador.
Se as restantes variveis independentes se mantiverem constantes, aumentar a atividade do
catalisador, leva a um aumento da converso da carga de alimentao e tambm a um aumento do
coque que se deposita na superfcie do catalisador ao longo do processamento deste atravs do
reator. Para manter o coque queimado em balano com os requisitos de energia do processo, o
aumento da atividade do catalisador conduz ao aumento da temperatura no regenerador, que resulta
na reduo da taxa de circulao do catalisador. A converso normalmente aumenta com o aumento
da atividade do catalisador, uma vez que o efeito da elevada atividade do catalisador supera os
efeitos da baixa circulao deste. [1]
2.2.1.5.7 Razo catalisador-carga
A varivel dependente, razo catalisador-carga estabelecida pelo balano de energia da
unidade e pelo coque produzido durante a reao, que por sua vez so influenciados pela maioria
das variveis independentes.
A quantidade de catalisador que contacta com a carga de alimentao, varia consoante a
temperatura do catalisador regenerado e com a severidade das condies de operao do processo
de FCC. Razes elevadas carga/catalisador operam para maximizar a converso da unidade. A
reduo desta razo resulta num aumento em olefinas leves e numa diminuio do rendimento em
gs seco.
Apesar de estar bem estabelecido que o aumento razo carga/catalisador aumenta a
converso, esta razo no facilmente aumentvel, uma vez que se trata de uma varivel
dependente das limitaes do balano de energia do processo. Desta forma, a nvel das unidades
FCC apenas baixas razes so utilizadas, normalmente valores entre 4 e 10. [1] [6]
2.2.1.5.8 Temperatura de regenerao
-
35
A circulao do catalisador, produo de coque, pr-aquecimento da carga de alimentao
so os principais determinantes da temperatura de regenerao, que se encontra permitida a variar
como varivel dependente que , mas dentro de determinados limites.
As especificaes estruturais e mecnicas na seco do regenerador geralmente limitam a
temperatura mxima que se pode atingir no interior deste. Contudo, em alguns casos, a temperatura
mxima pode ser definida pela estabilidade do catalisador. Em ambos os casos, se a temperatura no
regenerador for demasiado elevada, pode ser dimnuida atravs da reduo do pr- aquecimento da
carga de alimentao, que ser posteriormente compensada por um aumento da taxa de circulao
de catalisador. Este aumento na taxa de circulao originar um maior transporte de calor para o
reator e mais baixa temperatura de regenerao. [6] [1]
2.2.1.5.9 Ar de regenerao
A quantidade de ar requerida para a etapa de regenerao no processo FCC depende
primeiramente da produo de coque. No passado, os regeneradores operavam apenas com um
pequeno excesso de ar que saa posteriormente na fase densa. Com menos caudal de ar, o teor de
carbono no catalisador saturado aumenta sendo necessrio uma reduo do rendimento em coque,
com um grande excesso de ar, convertendo-se assim o CO em CO2. necessrio ter ateno s
condies aps a queima do CO em CO2, uma vez que se originam temperaturas muito elevadas na
ausncia de um dissipador de calor.
Com o tempo, novos desenvolvimentos resultaram em distintos modos de regenerao. Um
dos desenvolvimentos refere-se ao facto de existirem disponveis catalisadores de elevada
estabilidade, podendo assim a temperatura de regenerao ser aumentada dos 100F- 150F at
1325F-1370F sem causar danos trmicos significativos no catalisador. A estas temperaturas mais
elevadas, a oxidao do CO em CO2 acelerada, podendo o regenerador ser concebido para
absorver o calor de combusto do catalisador sob condies controladas. A taxa de queima de coque
melhorada para altas temperaturas havendo normalmente benefcios de seletividade associados ao
baixo teor de carbono em catalisadores regenerados.
Outro dos desenvolvimentos o uso de catalisadores com promotores para a oxidao de
CO a CO2. Estes catalisadores tm um efeito maior a temperaturas mais elevadas, originando baixo
teor de CO nos gases de chamin e baixo teor de carbono no catalisador regenerado. [1] [4]
2.2.1.5.10 Converso
Todas as variveis independentes no cracking cataltico tm um efeito significativo na
converso, que uma verdadeira varivel dependente. Contudo, desde que os rendimentos,
medidas de qualidade dos produtos e fatores econmicos esto relacionados com a converso tanto
em unidades piloto como em estudos em plantas comerciais, frequente toma-la como a maior
varivel dependente.
Os efeitos detalhados da alterao da converso, dependem do modo como esta alterada,
isto , se pela temperatura, pelo tempo de contato, razo catalisador-carga ou atividade do
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36
catalisador. Contudo, geralmente o comportamento similar. Aumentar a converso, aumenta o
rendimento em gasolina e produtos leves para valores entre os 60%-80% na maioria dos casos. A
valores elevados de converso, as reaes secundrias tornam-se suficientes para causar uma
reduo nos rendimentos em olefinas e em gasolina C5+. Contudo, no ponto em que isto acontece
outros fatores tm elevada influncia, como a carga de alimentao, condies de operao,
atividade do catalisador. [6]
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Esta pgina foi intencionalmente deixada em branco.
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3 Metodologia
Com o propsito de desenvolver os objetivos principais deste projeto necessrio definir um
programa de trabalho detalhado, onde sero definidas e explicadas todas as etapas realizadas
durante o tempo do seu desenvolvimento. Desta forma e para uma melhor compreenso do trabalho
desenvolvido esta seco encontrar-se dividida em duas parte, a primeira referente s unidades piloto
que serviram de meio para obteno dos resultados e a segunda referente ao procedimento
experimental propriamente dito.
3.1 Unidades piloto
O procedimento experimental encontra-se essencialmente dividido em duas etapas, a primeira
correspondente desativao de catalisadores e a segunda relacionada com o teste da atividade dos
catalisadores previamente desativados. Para a realizao destas fases recorreu-se a duas unidades
piloto:
- Unidade Steamer Unidade de desativao de catalisadores;
- Unidade MAT (MicroActivity Test) Unidade de leite fixo e transporte de catalisador onde
testada a sua atividade;
3.1.1 Unidade Steamer
A unidade de Steamer concebida para simular a desativao hidrotrmica de catalisadores
de FCC, isto , a desativao do catalisador por destruio da sua estrutura zelita atravs da ao
da temperatura ou de uma corrente de vapor de gua. Por estas razes as desativaes na unidade
de steamer ocorrem sempre a altas temperaturas e na presena de vapor de gua.
A unidade consiste em quatro reatores de leite fluidizado em quartzo (A), aquecidos por um
banho de carborundum (B), que fluidizado por uma corrente de ar que entra na sua base.
A temperatura mxima alcanada pela unidade de 865C, sendo esta controlada atravs de
6 termopares, dois colocados no banho de carborundum e os outros quatro, cada um colocado no
leito do respetivo reator. Cada reator tem uma capacidade de 200 mL de catalisador, sendo possvel
tratar o mesmo catalisador em todos os reatores ou testar quatro catalisadores distintos ao mesmo
tempo.
Uma vez que a desativao dos catalisadores realizada na presena de uma corrente de
100% vapor de gua, existe ainda nesta unidade outro banho (C), este responsvel pela vaporizao
das correntes de gua admitidas ao reator para a desativao dos catalisadores. A temperatura deste
tambm controlada por dois termopares, sendo a sua temperatura de operao de 175C. A gua
que circula no sistema por ao de bombas (D) e o caudal utilizado em cada desativao
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39
controlado atravs de buretas (E). Existe ainda uma corrente de azoto, responsvel pela fluidizaro
dos catalisadores nos reatores durante o tempo em que a unidade no tem a temperatura adequada
desativao e no caso contrrio tambm, isto , quando termina a desativao e necessrio
baixar a temperatura at temperatura ambiente.
As figuras seguintes demonstram os elementos principais da unidade piloto.
B
D
C
A
A
C D E
Figura 11- Diagrama simplificado da unidade de steamer.
Figura 12- Reatores (A) e respetivos termopares.
Figura 13- Bombas (C), buretas (E) e banho responsvel pela vaporizao da gua (D).
-
40
3.1.2 Unidade MAT
A unidade de MicroActivity-Test utilizada para testar a atividade dos catalisadores
desativados na unidade de Steamer, foi concebida de acordo com mtodo ASTM D-3907, com
pequenas modificaes. Esta unidade permite que os catalisadores converteram cargas standard em
produtos de menor ponto de ebulio, testando a sua atividade atravs dos produtos obtidos. Esta
unidade ser programada para a obteno de at 12 amostras por ensaio, onde podem ser alterados
diversos parmetros, sem alterar o leito de catalisador, tais como:
- Razo catalisador/carga de alimentao (cat/oil);
- Temperatura de reao;
- Tempo de contato (TOS);
Existe por outro lado um conjunto de condies que se devem manter constantes durante
cada ensaio mas que podem ser alterar de um ensaio para outro, como o caso:
- Tipo de catalisador;
- Quantidade de catalisador;
- Carga;
- Temperatura de regenerao;
- Tempo de regenerao;
Todas estas condies de operao podem ser programadas e controladas atravs do
computador por um programa denominado MATDEF escrito em GW BASIC.
Esta unidade composta por dois reatores de leito fixo em ao inoxidvel (1) com uma placa
de ao sinterizado onde colocado o catalisador. O catalisador colocado em cima da placa entre
camadas de l de quartzo. Cada reator encontra-se dentro de um forno com trs resistncias, sendo
Figura 14- Banho de carborundum (B).
B
-
41
a temperatura medida em trs zonas do reator com termopares. Dois desses termopares esto na
parede interna do reator enquanto o terceiro est na parede externa. Ao reator podem ainda chegar
dois tipos de gases diferentes, azoto ou ar, consoante a etapa em que o processo se encontra. O
caudal de ar s entra no reator durante a regenerao, visto que essencial para o processo de
combusto do coque, o azoto utilizado em diversas fases, servindo para fluidizar o catalisador e
para garantir uma boa disperso da carga. A nica altura em que no h nenhum dos gases no reator
durante a reao. O caudal de azoto e de ar utilizados de respetivamente 35 mL/min e 40 mL/min.
A alimentao de carga ao reator impulsionada por uma bomba. Esta encontra-se calibrada
para que dependendo da velocidade de deslocamento, alimente uma quantidade de carga
programada no tempo de reao. A seringa (2) que contm a carga sempre recargada antes de
qualquer ensaio para evitar que a bomba se desloque com a seringa em vazio. A seringa encontra-se
ligada a um precursor (3) ao reator que composto por um septo e um dispositivo de armazenamento
bem como por um capilar que se encontra em contato com o leito de catalisador. A nica funo
deste precursor fazer a alimentao ao reator durante a reao atravs do capilar.
Aps a reao os produtos gasosos so arrefecidos at -5C num banho refrigerante que
existe na parte inferior do reator, onde parte dos produtos so condensados dentro de uns recipientes
prprios para a recolha dos produtos lquidos (4). Os hidrocarbonetos que no condensam so
conduzidos a uma coluna de gua onde o volume de gs medido por deslocamento da gua
existente na bureta (5).
Os gases resultantes da queima do coque durante o processo de regenerao so enviados
para um forno de cobre onde a 165C, responsvel pela converso do CO em CO2.
A anlise dos produtos no estado gasoso efetuada atravs de cromatgrafos. Existem na
unidade dois cromatgrafos distintos ligados ao mesmo integrador. Um dos cromatgrafos
responsvel pela anlise dos hidrocarbonetos de C1 a C5, sendo o segundo cromatgrafo que
quantifica CO2 e H2O. Os produtos lquidos so analisados atravs de uma destilao simulada.
As condies de operao utilizadas nos testes da unidade MAT so apresentadas na Tabela
3. Por sua vez a Tabela 4 mostra as propriedades da carga de alimentao utilizada nos testes,
sendo que esta foi fornecida pela unidade de FCC da Refinaria de Huelva.
Tabela 3- Condies de operao da unidade de MAT
Temperatura de reao 535C
Temperatura de regenerao 560C
Velocidade de alimentao 1g/30s
Quantidade de catalisador 5 g
Catalisador/carga 3.5,5,6.5
-
42
Tabela 4- Propriedades da carga de alimentao da unidade MAT.
As figuras seguintes apresentam os elementos principais da unidade MAT.
ndice de refrao (67C) 1,4757
Densidade (15C) g/cm3 0,8917
Asfaltenos (%) 0,150
Enxofre (%) 0,440
Azoto (ppm) 758
Viscosidade (100C) cst 9,329
Na (ppm)
-
43
1
3
Figura 15- Reator (1) e precursor (4).
4
Figura 16- Recipientes onde so recolhidos os produtos lquidos e banho refrigerante (4).
3
5
6
2
Figura 17- Coluna de gua (5), seringa e bomba de injeo (3) e cromatgrafo (6).
-
44
3.2 Procedimento
3.2.1 Parte 1: Desativao de catalisadores- Unidade Steamer
3.2.1.1 Plano de trabalho
1- Desativao do catalisador fresco utilizado na unidade FCC (Base + ZSM5) durante 5 horas a
uma temperatura de 815C e na presena de 100% vapor de gua. Esta desativao serve
de referncia para definir as desativaes seguintes. O catalisador em caso foi fornecido pela
Refinaria de Huelva como sendo o catalisador alimentado unidade FCC a 4 de Dezembro
de 2015.
2- Desativao da base do catalisador sem o aditivo ZSM-5 durante 5 horas a uma temperatura
de 815C e na presena de 100% vapor de gua. A base s sofre esta desativao sendo
utilizada em todos os ensaios nestas condies.
3- Sequncia de desativaes ao aditivo ZSM-5. As condies de desativao alteram-se
apenas ao nvel de tempo de desativao, mantendo-se para todos os casos a temperatura
de 815C e a presena de 100% de vapor de gua. Os tempos de desativao em causa
para o aditivo ZSM-5 so de 5, 15, 30, 50, 75 e 100 horas.
As desativaes da base e do aditivo em separado so realizadas para que sejam obtidas
condies de desativao mais severas.
3.2.1.2 Sequncia Experimental
A sequncia experimental seguida para cada desativao assente em quatro passos principais:
1- Preparao dos reatores;
2- Rampas de temperatura
3- Desativao;
4- Recolha de catalisador e limpeza.
3.2.1.2.1 Preparao dos reatores
Neste primeiro passo selecionam-se e registam-se os catalisadores ou aditivos que vo ser
desativados e prepara-se a unidade para o processo de desativao.
Preparam-se os reatores sendo necessrio para cada um 75 gramas de catalisador, que so
posteriormente colocados no seu interior com um funil metlico. Aps a admisso do catalisador aos
reatores, colocam-se os termopares em cada um deles e abre-se a vlvula que permite a entrada de
-
45
um fluxo de azoto de 60 mL/h para a fluidizao do catalisador at que o incio da desativao seja
permitido.
3.2.1.2.2 Rampas de temperatura
Esta fase do processo encontra-se relacionada com o aquecimento do banho de
carborundum e consequentemente dos reatores, e pelo aquecimento do banho que permite a
vaporizao das correntes de gua que so alimentadas aos reatores sobre a forma de vapor.
necessrio o aquecimento do banho de carborundum at aproximadamen