desenvolvimento de um mÓdulo de …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdffigura...

72
DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE COMPARTIMENTAÇÃO PARA O PROJETO PRELIMINAR DE EMBARCAÇÕES André Luiz Machado Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Richard David Schachter Rio de Janeiro Março de 2015

Upload: vuongnga

Post on 16-Apr-2018

217 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE COMPARTIMENTAÇÃO PARA O

PROJETO PRELIMINAR DE EMBARCAÇÕES

André Luiz Machado

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Richard David Schachter

Rio de Janeiro

Março de 2015

Page 2: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE COMPARTIMENTAÇÃO PARA O

PROJETO PRELIMINAR DE EMBARCAÇÕES

André Luiz Machado

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA

POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO

PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A CONCLUSÃO DO CURSO

DE ENGENHARIA – HABILITAÇÃO NAVAL E OCEÂNICA.

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof. Richard David Schachter, DENO-UFRJ

_______________________________________________

Prof. Julio Cesar Ramalho Cyrino, PENO-UFRJ

_______________________________________________

Prof. Carl Horst Albrecht, DEG-UFRJ

Número de Páginas: 64

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2015

Page 3: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

Machado, André Luiz

Desenvolvimento de um Módulo de Compartimentação

para o Projeto Preliminar de Embarcações / André Luiz

Machado. – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2015.

VIII, 64 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Richard David Schachter

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Naval e Oceânica, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 63

1. Ferramenta de Projeto de Embarcações 2. Sistema de

Projeto com Foco na Solução 3. Integração de Módulos de

Projeto. I. Schachter, Richard David II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Naval e Oceânica. III. Título.

Page 4: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

iv

Dedicatória

À Lira, eterna guardiã e companheira da minha família e que hoje descansa em paz.

Page 5: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

v

Agradecimento

Aos meus pais, Luiz e Eliana, por me ensinarem o respeito ao próximo, a importância

do estudo e o valor do trabalho e por acreditarem na minha capacidade de evolução.

A todos os amigos navais que me ajudaram a completar essa etapa da vida e também

àqueles que aceitaram minha ajuda, assim colaborando para sentir-me útil nessa grande

equipe.

Ao amigo Alessandro, com quem dividi teto durante a maior parte da vida estudantil,

por não fazer muita sujeira em casa.

Ao Professor Richard pela orientação na execução do trabalho, pelo estímulo e

persistência para obtenção do melhor resultado possível e pela ajuda para resolver

assuntos acadêmicos complicados.

Aos colegas de trabalho da antiga OGX, por me fazerem acreditar que a Engenharia

vale a pena não apenas para enriquecer.

À minha namorada Eva, por acreditar em mim e não deixar que a distância nos separe.

Aos amigos japoneses, chineses, russos, europeus, cazaquistaneses, americanos, de

outras nacionalidades, além, é claro, dos brasileiros, com quem eu convivi durante um

ano no Japão, pela amizade e pela ajuda para aprender a viver de novo em meio a uma

cultura tão diferente da nossa.

Ao amigo Naoki, vulgo Mr. Chow, por acolher a mim e a outros amigos brasileiros

como seus irmãos e por nos ensinar o Japonês do dia-a-dia que não está nos livros

didáticos.

Page 6: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.

DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE COMPARTIMENTAÇÃO PARA O

PROJETO PRELIMINAR DE EMBARCAÇÕES

André Luiz Machado

Março/2015

Orientador: Richard David Schachter

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

A compartimentação de uma embarcação é um fator de projeto que afeta diretamente no

seu equilíbrio e estabilidade, em condição intacta ou avariada.

Neste trabalho é desenvolvido um módulo de compartimentação para um Sistema de

projeto de embarcações, ‘Solution Focused Design’, capaz de interagir com os módulos

de Forma, de Estruturas e de Equilíbrio e Estabilidade do Sistema. É possível criar

compartimentos partindo-se do arquivo de saída do módulo de Forma ou apenas do

arquivo de saída do módulo de Estruturas (este contém, também, os dados da Forma).

O programa permite criar compartimentos manualmente, com parede retas ou inclinadas,

ou automaticamente, através de uma rotina que analisa a estrutura da embarcação e

identifica os compartimentos que ela delimita. Para cada compartimento criado o

usuário pode especificar a permeabilidade volumétrica do mesmo, o nível de líquido

interno e o peso específico do líquido. Dessa forma é possível criar casos de

carregamento para a embarcação.

O arquivo de saída gerado contém informações úteis ao módulo de Equilíbrio e

Estabilidade.

Palavras-chave: Sistema de Projeto de Embarcações, Compartimentação, Programação,

Integração de módulos.

Page 7: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

DEVELOPMENT OF A COMPARTMENTATION MODULE FOR THE

PRELIMINARY PROJECT OF SHIPS

André Luiz Machado

March/2015

Advisor: Richard David Schachter

Course: Naval and Ocean Engineering

The ship’s compartmentation is a design factor of direct influence in its equilibrium and

stability, both for intact or damaged conditions.

In this work, a compartmentation module for a ship design System, ‘Solution-Focused

Design System’, is developed, with the capability of interacting with the existing

Geometry, Structure and Equilibrium & Stability modules of the System. It is possible

to create compartments starting from the Geometry module’s output file only or from

the Structure module’s output file (which also contains the Geometry data).

The program makes it possible to create compartments manually, with straight or

inclined walls, or automatically, through a procedure that analyses the ship’s structure

and identifies the compartments that it bounds. For each compartment, the user can

specify the volumetric permeability of it, the level of liquid inside and the specific

weight of the liquid. Therefore, it is possible to create load cases for the ship.

The generated output file brings useful information to the Equilibrium & Stability

module.

Keywords: Ship Design System, Compartmentation, Programming, Integration of

Modules.

Page 8: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

viii

Índice

1. Introdução.................................................................................................................. 1

2. Compartimentação .................................................................................................... 1

2.1. Permeabilidade Volumétrica ................................................................................. 2

2.2. Efeito de Superfície Livre...................................................................................... 3

3. Softwares disponíveis ................................................................................................ 4

4. Funcionamento do algoritmo .................................................................................... 6

4.2. Interseção da área da caverna com a área do quadrilátero .................................... 9

4.3. Cálculo de área, volume e centro geométrico...................................................... 16

4.4. Volume e peso de fluido ...................................................................................... 19

4.5. Momento de Superfície Livre .............................................................................. 19

4.6. Geração automática de compartimentos com base em elementos estruturais ..... 21

5. Módulo de Estrutura ................................................................................................ 27

6. Apresentação do módulo ......................................................................................... 29

6.1. Gerencimento de arquivos - File ......................................................................... 32

6.2. Criação de compartimentos - Create ................................................................... 41

6.3. Carregamento dos compartimentos - Calculation ............................................... 48

6.4. Visualização em tela - View................................................................................. 52

6.5. Ajuda – Help ........................................................................................................ 59

7. Outros módulos do sistema SFD ............................................................................. 59

7.1. Módulo de Arranjo Geral .................................................................................... 59

7.2. Módulo de Equilíbrio e Estabilidade ................................................................... 60

8. Conclusão ................................................................................................................ 62

9. Referências .............................................................................................................. 63

Page 9: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

1

1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo a obtenção de um módulo de

compartimentação para o projeto preliminar de embarcações, de um Sistema

Computacional SFDS [1] que possa interagir com os módulos já existentes de Forma [2],

Estrutura [3], de Equilíbrio e Estabilidade [4] e de Arranjo Geral [5].

O módulo deve ser capaz de criar compartimentos para embarcações do tipo

monocasco e multicasco, com paredes retas e/ou inclinadas a partir de um arquivo de

geometria de casco do tipo “.SAI”. Os compartimentos serão criados livremente ou

tendo como base a estrutura pré-definida da embarcação, importada de arquivo do tipo

“.DSG”. O módulo deve, também, criar casos de carregamento a partir da quantidade e

do peso específico do líquido interno a cada compartimento.

A motivação de se desenvolver esse tipo de programa que integra os diferentes

fatores de projeto vem da necessidade de uma ferramenta que auxilie o projetista a

analisá-los maneira eficiente para uma embarcação em fase de projeto preliminar. O

programa é baseado no conceito de organização do processo de projeto que é conhecido

como SFD (Solution-Focused Design Process).

2. Compartimentação

Diz-se compartimentação a subdivisão do volume interno ao casco de uma

embarcação em compartimentos estanques. As subdivisões são normalmente feitas

utilizando-se os próprios elementos estruturais da embarcação, tais como o duplo-fundo,

conveses e anteparas transversais e longitudinais.

A compartimentação é uma parte indispensável do projeto de qualquer

embarcação e tem duas funções: definir os espaços para armazenamento de carga,

combustíveis, água, etc. garantindo a segregação entre os produtos e garantir a

segurança da embarcação, influenciando diretamente seu equilíbrio e estabilidade, seja

com a embarcação intacta ou avariada.

A compartimentação de uma embarcação pode ser um fator decisivo na sua

sobrevivência ou afundamento em caso de avaria. O famoso navio RMS Titanic, que

colidiu com um iceberg e afundou na sua viagem inaugural em 15 de abril de 1912,

tinha seu casco dividido em 16 compartimentos [6]. O projeto previa que se dois deles

fossem inundados, o navio seria capaz de manter-se flutuando, mas acreditava-se que

Page 10: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

2

mesmo com 4 compartimentos inundados a embarcação sobreviveria. Porém constatou-

se que a avaria consequente da colisão com o iceberg tenha causado a perda de

estanqueidade de 5 compartimentos, assim condenando a embarcação e ceifando a vida

de aproximadamente 1500 pessoas.

2.1. Permeabilidade Volumétrica

A definição dos compartimentos leva em consideração a permeabilidade

volumétrica de cada um, ou seja, a porcentagem do espaço de um compartimento que

pode ser preenchida com água de acordo com o SOLAS [7]. Essa característica é útil

para o cálculo da capacidade de armazenamento de um compartimento ou, em caso de

avaria, para verificar quanta água invadirá o espaço disponível.

Figura 2.1-1 - Elementos estruturais internos a um compartimento

Tanques, em geral, têm permeabilidade próxima de 100%, visto que a maior

parte do seu interior é vazia e pouco espaço é perdido para elementos estruturais como

longitudinais e cavernas. Já a Praça de máquinas, por exemplo, é tratada como um

compartimento de menor permeabilidade (ao redor de 85%), pois nela há vários

equipamentos, tubulações e máquinas que impedem que o volume seja totalmente

Page 11: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

3

preenchido. Abaixo é mostrada uma tabela de permeabilidade recomendada pelo

SOLAS:

Espaços Permeabilidade

Apropriado para armazenamento 0,60

Ocupado por acomodação 0,95

Ocupado por máquinas 0,85

Espaços vazios 0,95

Espaços de carga seca 0,70

Planejado para líquido 0 ou 0,95*

*o que representar maior exigência

2.2. Efeito de Superfície Livre

Ao desenvolver a compartimentação de uma embarcação, é necessário levar em

conta o chamado efeito de superfície livre. Quando ocorre uma inclinação da

embarcação, seja por influências externas ou em decorrência de um carregamento

assimétrico, as cargas líquidas ou sólidas a granel, por efeito da gravidade, tendem a se

deslocar para o bordo mais baixo da embarcação, conforme ilustração abaixo.

Figura 2.2-1 - Efeito de superfície livre

O deslocamento da carga irá ocasionar o deslocamento do centro de gravidade

da embarcação, fazendo com que a embarcação incline-se ainda mais. Assim, o efeito

de superfície livre tende a piorar a estabilidade de embarcações e deve ser minimizado.

É possível, na etapa de compartimentação do projeto de uma embarcação, dividir

grandes espaços em compartimentos menores, assim garantindo menor efeito de

superfície livre neles, como se verifica pela imagem abaixo.

Page 12: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

4

Figura 2.2-2 - Efeito de superfície livre em embarcação com maior número de

compartimentos

A International Maritime Organization – IMO recomenda que seja levado em

consideração o efeito de superfície livre de tanques com nível abaixo de 98% de carga

no cálculo de equilíbrio e estabilidade da embarcação.

3. Softwares disponíveis

Atualmente os softwares mais conhecidos no mercado que permitem ao usuário

fazer a compartimentação de embarcações são o Hydromax (integrante do pacote

Maxsurf), HecsalvTM

, Autohydro® (integrante do pacote Autoship) e DELFTshipTM

.

O Hydromax só permite a criação de compartimentos com paredes inclinadas

mediante importação de geometrias que sirvam de referência para e geração do

compartimento

Figura 3-1 - Interface do Hydromax

Page 13: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

5

O Hecsalv não possui opção para importação de estruturas como referência na

geração de compartimentos.

Figura 3-2 - Interface do Hecsalv

Figura 3-3 - Interface do Autohydro

Page 14: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

6

Figura 3-4 - Interface do DELFTship

Nenhum destes softwares é capaz de gerar compartimentos automaticamente a

partir de elementos estruturais pré-definidos.

4. Funcionamento do algoritmo

Nesta seção serão abordadas as principais funções do módulo de

compartimentação: a geração de compartimentos e suas propriedades, o carregamento

de cada compartimento e a rotina de criação automática de compartimentos com base

nos elementos estruturais da embarcação.

4.1. Geração de um compartimento

Este módulo gera compartimentos partindo-se de figuras geométricas espaciais

simples: prismas e hexaedros irregulares. Essas figuras delimitam as dimensões

máximas de cada compartimento, e devem sempre ter pelo menos duas faces paralelas a

duas cavernas distintas da embarcação, isto é, “começam” em uma caverna e “terminam”

em outra.

Page 15: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

7

Figura 4-1 - Figura geométrica delimitando um compartimento

Porém este módulo considera apenas o volume interno ao casco do navio para a

criação de compartimentos. Assim, caso lhe seja requisitada a criação de um

compartimento com uma figura geométrica que extrapole o limite do casco, o programa

recorta a figura solicitada, gerando um compartimento que abrange apenas a porção da

figura interna ao casco da embarcação.

Figura 4-2 - Obtenção do volume interno ao casco da embarcação

A figura geométrica que delimita o compartimento é obtida através de dois

quadriláteros e as coordenadas de seus vértices, totalizando 8 pontos: 4 no plano da

caverna mais à ré do compartimento e 4 na caverna mais à vante. Essas coordenadas

podem ser fornecidas diretamente pelo usuário ou pela identificação de interseções entre

elementos estruturais, escolhidos pelo usuário para a delimitação do compartimento ou

automaticamente pelo programa.

Page 16: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

8

Figura 4-3 - Identificação dos pontos da forma geométrica

Assim, o processo de criação de um compartimento é dado em 6 etapas:

[1] Leitura das coordenadas dos pontos que definem dois quadriláteros – um na

caverna onde começa o compartimento e um na caverna onde termina o

compartimento

[2] Geração de quadriláteros nas cavernas intermediárias

[3] Interseção da área de cada quadrilátero com a área da caverna correspondente

[4] Cálculo da área e centro geométrico da área de interseção

[5] Obtenção do volume do compartimento pela integração numérica das áreas de

interseção com o comprimento do compartimento

[6] Obtenção do centro geométrico do compartimento pela integração numérica dos

centros geométricos das áreas de interseção com o comprimento do

compartimento

A seguir, o processo de criação é descrito detalhadamente.

Inicialmente, o programa lê as coordenadas dos pontos que geram os dois

quadriláteros que definem os limites do compartimento em cada caverna da embarcação.

Essas coordenadas podem ser inseridas diretamente pelo usuário ou identificadas a

partir de interseções entre elementos estruturais, em um procedimento a ser mostrado

mais adiante. É gerada uma visualização na tela das cavernas onde começa e termina o

tanque. Os dois quadriláteros são as bases do prisma mostrado.

Page 17: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

9

Figura 4-4 - Exemplo de criação de compartimento

Em seguida, gera-se um novo quadrilátero para cada caverna contida entre

aquela onde começa e aquela onde termina o compartimento. Para cada caverna o

programa faz a interseção da área da caverna com a área do quadrilátero.

Figura 4-5 - Visualização de vante

4.2. Interseção da área da caverna com a área do quadrilátero

A interseção das áreas é feita em 3 processos:

A. Identificação de quais pontos que definem a caverna estão dentro do espaço

definido pelo quadrilátero

B. Identificação dos pontos de interseção dos segmentos de reta definidos por

duplas de pontos da caverna com as arestas do quadrilátero

C. Identificação de quais pontos definidos pelos cantos do quadrilátero são internos

à área da caverna

Os três processos podem ser mais bem entendidos no exemplo abaixo.

Page 18: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

10

Considera-se uma caverna da geometria de um catamarã, definida por 16 pontos.

Figura 4.2-1 - Baliza definida por 16 pontos

Deseja-se obter a área de interseção entre a área da caverna e o quadrilátero

ABCD.

Figura 4.2-2 - Definição do quadrilátero ABCD

Verifica-se, pelas coordenadas do Ponto 1, se ele está dentro da área delimitada

pelo quadrilátero.

Figura 4.2-3 - Verificação do ponto 1

O programa identifica que o Ponto 1 está fora da área delimitada. Em seguida

ele verifica se há interseção entre o segmento de reta entre os pontos 1 e 2 e as arestas

do quadrilátero.

Page 19: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

11

Figura 4.2-4 - Verificação do segmento 1-2

Não há interseção. O programa, então, verifica se o Ponto 2 está dentro da área

do quadrilátero.

Figura 4.2-5 - Verificação do ponto 2

Verifica-se se o segmento de reta entre os pontos 2 e 3 se intercepta com alguma

aresta do quadrilátero.

Figura 4.2-6 - Verificação do segmento 2-3

Repetição do processo para o ponto 3.

Page 20: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

12

Figura 4.2-7 - Verificação do ponto 3

O programa identifica que há uma interseção entre o segmento de reta entre os

pontos 3 e 4 e a aresta AB do quadrilátero. Esse ponto de interseção é, então, salvo na

memória do programa como o Ponto 1 da área de interseção.

Figura 4.2-8 - Segmento 3-4 intercepta lado AB do quadrilátero

Em seguida verifica-se que o Ponto 4 está dentro do quadrilátero. O programa

salva o ponto na memória.

Figura 4.2-9 - Ponto 4 é interno à área do quadrilátero

O programa identifica que há interseção entre o segmento de reta entre os pontos

4 e 5 e a aresta CD do quadrilátero. O ponto de interseção é salvo.

Page 21: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

13

Figura 4.2-10 - Segmento 4-5 intercepta lado CD do quadrilátero

O Ponto 5 da caverna está fora do quadrilátero.

Figura 4.2-11 - Ponto 5 está fora da área do quadrilátero

Há duas interseções entre o segmento entre os pontos 5 e 6 e as arestas CD e BD

do quadrilátero. Os pontos são salvos.

Figura 4.2-12 - Segmento 4-6 intercepta os lados CD e DB do quadrilátero

O programa continua o processo para todos os pontos e segmentos seguintes.

Page 22: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

14

Figura 4.2-13 - Verificação do ponto 6

Em seguida, traça-se uma linha entre o ponto ao centro da linha de convés, que é

o ponto mais alto da caverna, e o canto A do quadrilátero. Verifica-se se há interseção

entre essa linha e um ou mais segmentos de reta da caverna. Como há um número ímpar

de interseções, o programa identifica que o ponto está fora da caverna.

Figura 4.2-14 - Verificação do vértice A

Como não há interseções entre a linha definida para o canto B e o contorno da

baliza, o programa identifica que o ponto está dentro da área da caverna, e, portanto o

salva.

Figura 4.2-15 - Verificação do vértice B

De forma semelhante ao que ocorre com o canto A, o canto C está fora da baliza.

Page 23: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

15

Figura 4.2-16 - Verificação do vértice C

Para o ponto D é possível observar mais claramente por que, para um número

ímpar de interseções, o programa identifica que o ponto está fora da baliza.

Figura 4.2-17 - Verificação do vértice D

Finalmente, é obtida a área de interseção, pelos pontos salvos ao longo do

processo.

Figura 4.2-18 - Área de interseção obtida

Esse processo é repetido para todas as cavernas que então entre os limites

longitudinais do tanque.

Page 24: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

16

Figura 4.2-19 - Repetição do processo para as demais cavernas

Figura 4.2-20 - Visualização do compartimento formado

4.3. Cálculo de área, volume e centro geométrico

A área de interseção é calculada pela soma das áreas dos triângulos que a forma.

Considerando-se os pontos de cada caverna são coplanares e cada plano é paralelo ao

plano 𝑥 = 0, as áreas dos triângulos são calculadas apenas com as coordenadas y e z de

cada vértice.

Page 25: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

17

Figura 4.3-1 - A área de interseção é dividida em triângulos (I a IV)

Considerando a área de interseção da figura 31, temos 6 pontos com

coordenadas (yn, zn), n = 1, 2, ..., 6, que formam 4 triângulo (I a IV). A área de cada

triângulo é dada por:

𝐴𝑡𝑟𝑖𝑚 =1

2∙ |

𝑦1 𝑧1 1𝑦𝑛 𝑧𝑛 1

𝑦𝑛+1 𝑧𝑛+1 1|

Sendo:

𝐴𝑡𝑟𝑖𝑚 área do triângulo m

𝑦𝑛 coordenada y do ponto n

𝑧𝑛 coordenada z do ponto n

A soma das áreas de todos os triângulos é igual à área de interseção:

𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖 = ∑ 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑚

𝑛𝑡𝑟𝑖

𝑚=3

Sendo:

𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖 Área da interseção i

𝑛𝑡𝑟𝑖 número de triângulos da interseção i

Integrando-se numericamente essas áreas ao longo do comprimento do

compartimento (coordenadas x), obtém-se o volume do mesmo:

𝑉𝑐𝑝𝑡 = ∑(𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖 + 𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖+1) ∙ (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖)

2

𝑛𝑐𝑎𝑣−1

𝑖=1

Page 26: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

18

Sendo:

𝑉𝑐𝑝𝑡 volume do compartimento

𝑛𝑐𝑎𝑣 número de cavernas do compartimento

𝑥𝑖 coordenada da caverna i do compartimento

Para o cálculo da coordenada y do centro geométrico do tanque, inicialmente

calcula-se a mesma coordenada para o centro geométrico de cada triângulo:

𝑦𝑐𝑚 = (𝑦1 + 𝑦𝑛 + 𝑦𝑛+1) 3⁄

Sendo:

𝑦𝑐𝑚 coordenada y do centro geométrico do triângulo c

Em seguida, obtém-se o y do centro geométrico da área de interseção, que é

dado por:

𝑦𝑎𝑖 = ∑(𝑦𝑐𝑚 ∙ 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑚+1)

𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖

𝑛𝑡𝑟𝑖

𝑚=1

Finalmente, pode-se obter a coordenada y do centro geométrico do

compartimento, por integração numérica ao longo do comprimento do compartimento:

𝑦𝐶𝐺 = ∑[(𝑦𝑎𝑖 ∙ 𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖) + (𝑦𝑎𝑖+1 ∙ 𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖+1)] ∙ (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖)

2

𝑛𝑐𝑎𝑣−1

𝑖=1

A coordenada z do centro geométrico do compartimento é obtida de forma

análoga à y.

Para obter a coordenada x do centro geométrico do compartimento, não é

necessário considerar os triângulos da área de interseção, pois todos estão no plano da

mesma baliza e tem a mesma coordenada x. Basta integrar numericamente:

𝑥𝐶𝐺 = ∑[(𝑥𝑖 ∙ 𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖) + (𝑥𝑖+1 ∙ 𝐴𝑖𝑡𝑐𝑖+1)] ∙ (𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖)

2

𝑛𝑐𝑎𝑣−1

𝑖=1

Page 27: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

19

4.4. Volume e peso de fluido

O volume de fluido interno ao compartimento é calculado a partir do seu volume

total, seu nível de preenchimento e da sua permeabilidade volumétrica, ambos

estipulados pelo usuário em %.

𝑉𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝑉𝑐𝑝𝑡 ∙ 𝑃𝑚𝑏 ∙ 𝑁𝑖𝑣𝑒𝑙

Sendo:

𝑉𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 volume de fluido do compartimento

𝑃𝑚𝑏 permeabilidade volumétrica do compartimento

𝑁𝑖𝑣𝑒𝑙 nível de fluido do compartimento

Para calcular o peso do fluido, basta multiplicar o volume de fluido pela

gravidade específica, estipulada pelo usuário.

𝑃𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝑉𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 ∙ 𝑆𝐺

Sendo:

𝑃𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 peso do fluido do compartimento

𝑆𝐺 gravidade específica do fluido do compartimento

4.5. Momento de Superfície Livre

O momento de superfície livre (FSmom) é calculado bom base no Item 3.3.8 do

Anexo 17 da Resolução MSC.75(69) da International Maritime Organization – IMO [8],

transcrito em tradução livre abaixo.

IMO ANNEX 17 RESOLUTION MSC.75(69) – ITEM 3.3.8

Os valores de Mfs para cada tanque devem ser derivados da fórmula:

Mfs = v b ρ k √δ

onde:

Mfs é o momento de superfície livre a qualquer inclinação, em m.toneladas

v é a capacidade total do tanque, em m³

b é a boca máxima do tanque, em m

ρ é a densidade de massa do líquido no tanque, em toneladas/m³

Page 28: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

20

δ é igual a v/blh (o coeficiente de bloco do tanque)

h é a altura máxima do tanque, em m

l é o comprimento máximo do tanque, em m

k é o coeficiente adimensional a ser determinado da tabela a seguir de

acordo com a razão b/h. Os valores intermediários são determinados

por interpolação.

Valores do coeficiente k para calcular correções de superfície livre:

𝑘 =sin θ

12∙ (1 +

(tan θ)2

2) ∙

𝑏

onde cot θ ≥ 𝑏ℎ⁄

𝑘 =cos θ

8∙ (1 +

tan θ

𝑏 ℎ⁄) −

cos θ

12 ∙ (𝑏 ℎ⁄ )2∙ (1 +

(cot θ)2

2)

onde cot θ < 𝑏ℎ⁄

θ

b/h 5° 10° 15° 20° 30° 40° 45° 50° 60° 70° 75° 80° 85°

θ

b/h

20 0,11 0,12 0,12 0,12 0,11 0,10 0,09 0,09 0,09 0,05 0,04 0,03 0,02 20

10 0,07 0,11 0,12 0,12 0,11 0,10 0,10 0,09 0,07 0,05 0,04 0,03 0,02 10

5 0,04 0,07 0,10 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,08 0,07 0,06 0,05 0,04 5

3 0,02 0,04 0,07 0,09 0,11 0,11 0,11 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 3

2 0,01 0,03 0,04 0,06 0,09 0,11 0,11 0,11 0,10 0,09 0,09 0,08 0,07 2

1,5 0,01 0,02 0,03 0,05 0,07 0,10 0,11 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,09 1,5

1 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,07 0,09 0,10 0,12 0,13 0,13 0,13 0,13 1

0,75 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,04 0,05 0,09 0,16 0,18 0,21 0,16 0,75

0,5 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,04 0,05 0,09 0,16 0,18 0,21 0,23 0,5

0,3 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,05 0,11 0,19 0,27 0,34 0,3

0,2 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,07 0,13 0,27 0,45 0,2

0,1 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,04 0,06 0,14 0,53 0,1

(fim da transcrição)

Para o cálculo do coeficiente adimensional k é necessário obter o ângulo de

inclinação da embarcação, porém este será especificado posteriormente pelo módulo de

equilíbrio e estabilidade. Assim, o presente módulo faz o cálculo dos outros fatores da

formulação, de forma a obter a relação Mfs k⁄ :

Mfs

k= v b ρ √δ

Page 29: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

21

O valor da relação é então computado e exportado ao módulo de equilíbrio e

estabilidade juntamente com o valor da relação b/h, a ser utilizado pelo referido módulo

no cálculo do coeficiente adimensional k. Após a obtenção desse coeficiente, é possível

calcular o valor de Mfs.

4.6. Geração automática de compartimentos com base em elementos estruturais

A geração automática de compartimentos é feita de forma iterativa. Para cada

espaço contido entre duas anteparas transversais, o programa gera uma malha de pontos

de espaçamento uniforme e internos ao quadrilátero formado pelas dimensões máximas

da embarcação – boca e pontal.

Considere o exemplo abaixo, de uma lancha de 14 metros, cuja estrutura

compreende um duplo fundo, três anteparas transversais e três longitudinais.

Figura 4.6-1 - Exemplo de embarcação com estrutura pré-definida

Neste exemplo, as anteparas longitudinais e o duplo fundo se estendem do

espelho de popa até a antepara transversal mais à vante. As anteparas longitudinais se

estendem do duplo fundo até o convés principal.

Page 30: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

22

Figura 4.6-2 - Vista isométrica da embarcação

O programa gera a malha de pontos.

Figura 4.6-3 - Malha de pontos gerada

O programa verifica quais pontos gerados são internos à área da caverna

intermediária entre as anteparas transversais, usando procedimento semelhante ao de

geração de compartimentos. Para cada ponto, é traçada uma reta entre o ponto e o centro

do convés superior. Caso essa reta tenha um número par (incluindo o zero) de

interseções com o contorno da caverna, o programa entende que ele é interno à área da

caverna.

Figura 4.6-4 - Ponto interno à área da caverna

Page 31: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

23

Caso a reta tenha um número ímpar de interseções com o contorno da caverna, o

programa entende que ele é externo à área da caverna.

Figura 4.6-5 - Ponto externo à área da caverna

Em seguida, o programa desconsidera os pontos externos.

Figura 4.6-6 - Malha atualizada apenas com os pontos internos

O procedimento é repetido para todos os espaços entre pares de anteparas

transversais, ou entre uma antepara-transversal e a próxima ou o espelho de popa.

Figura 4.6-7 - São geradas várias malhas

Page 32: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

24

Para cada ponto gerado o programa irá procurar, dentre todas as anteparas

longitudinais e conveses (linhas azuis tracejadas), quais são os mais próximos daquele

ponto.

Figura 4.6-8 - Procedimento para um ponto da malha

Para cada antepara longitudinal analisada o programa faz as seguintes verificações:

Está compreendida entre ou além das anteparas transversais em questão?

Seu limite mais baixo é mais baixo que o ponto em questão?

Seu limite mais alto é mais alto que o ponto em questão?

Está à esquerda ou à direita do ponto analisado?

Está mais próxima que a última antepara à esquerda (ou à direita) analisada?

Assim, duas anteparas serão selecionadas. Para esse procedimento, o programa

também considera os bordos do casco como anteparas (linhas verdes pontilhadas).

Em seguida, processo semelhante é feito analisando-se os conveses e duplo

fundo, também considerando a linha de base e o convés principal como conveses. As

verificações para dada convés/duplo fundo são:

Está compreendido entre ou além das anteparas transversais em questão?

Seu limite à esquerda é mais à esquerda que o ponto em questão?

Seu limite à direita é mais à direita que o ponto em questão?

Está acima ou abaixo do ponto analisado?

Está mais próximo que o último convés acima (ou abaixo) analisado?

Page 33: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

25

Figura 4.6-9 - Visão tridimensional da seção analisada

Dessa forma, dois conveses/ duplo fundo são selecionados. Definidas as

estruturas que delimitam um compartimento, o programa usa suas dimensões para gerar

os dois quadriláteros que definirão os limites de criação de um tanque, conforme

procedimento demonstrado anteriormente.

Figura 4.6-10 - Os limites do compartimento são reconhecidos

Page 34: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

26

Figura 4.6-11 - Limites do compartimento

Como o programa considera, conforme mencionado, os limites externos ao

casco como estruturas, é possível gerar também compartimentos que contornam o casco,

tais como tanques de asa e duplo fundo.

Figura 4.6-12 - Aplicação a tanque de asa

Figura 4.6-13 - Aplicação a duplo fundo

Page 35: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

27

Para evitar que sejam gerados compartimentos sobrepostos, o programa gera

uma codificação no nome de cada compartimento, formada por 5 algarismos (ex.

12345):

1 Antepara transversal mais à ré do compartimento

2 Antepara longitudinal à esquerda do compartimento

3 Antepara longitudinal à direita do compartimento

5 Convés/duplo fundo abaixo do compartimento

6 Convés/duplo fundo acima do compartimento

Depois de identificadas as estruturas que delimitam um compartimento, antes de

gera-lo, o programa procura, dentre os compartimentos existentes e pelos nomes deles,

se algum já possui a mesma codificação. Caso sim, o programa aborta a criação do

compartimento sobreposto.

Figura 4.6-14 - Compartimentação completa

5. Módulo de Estrutura

Visto que uma das principais funções do módulo aqui desenvolvido é a geração

de compartimentos automaticamente a partir de elementos estruturais pré-definidos, faz-

se necessária a apresentação do módulo que gera essa estrutura.

Page 36: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

28

O módulo de Estrutura [3] permite ao usuário a importação de um arquivo de

geometria do casco de uma embarcação (.sai), o cálculo automático da regras da

classificadora ABS para a estrutura da embarcação com base nas suas dimensões

principais, a criação dos seus elementos estruturais e o cálculo dos parâmetros que

definem a resistência estrutural da embarcação a partir da estrutura gerada. A cada

elemento estrutural criado, o usuário acompanha o cálculo em tempo real e verifica se

os requisitos de regra da classificadora foram atendidos.

O programa possui duas interfaces que se comunicam entre si. A primeira tela

exibida permite a importação e exibição do arquivo de geometria do casco em vistas

planas, definição de espaçamentos de cavernas, seleção de materiais de estrutura e

cálculo com base nas regras da classificadora. Os resultados dos cálculos são mostrados

em uma tabela.

Figura 5-1 - Interface do módulo de Estrutura

Ao clicar no botão Draw Structure, é aberta outra tela. Nela, o usuário “monta”

a estrutura da embarcação, adicionando elementos estruturais e suas dimensões. Há

rotinas que geram conjuntos de elementos, como longitudinais, com espaçamento que

pode ser editado pelo usuário.

Page 37: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

29

Figura 5-2 - Definição de elementos estruturais

Para o módulo de compartimentação, serão importados os elementos estruturais

que garantem estanqueidade aos espaços que delimitam e, assim, podem formar

compartimentos. Os elementos importados (quando existentes) são:

Anteparas transversais

Anteparas longitudinais

Duplo-fundo

Conveses

6. Apresentação do módulo

Este módulo de compartimentação é codificado em ambiente DelphiTM

e possui

uma interface amigável ao usuário. Ao executar o programa, é aberta a tela principal,

mostrada abaixo.

Page 38: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

30

Figura 6-1 - Tela principal do programa

A tela principal é composta por 6 partes funcionais, mostradas a seguir.

Figura 6-2 - Partes funcionais do programa

Page 39: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

31

As partes funcionais são:

A. Painel com abas. Cada aba abre um conjunto de funcionalidades para

gerenciamento de arquivos (File), criação ou exclusão de compartimentos

(Create), definição do fluido interno de cada compartimento (Calculation),

visualização na tela (View) e ajuda (Help). Cada aba será mostrada em detalhes

posteriormente.

B. Janela de compartimentos. Mostra uma lista com todos os compartimentos

criado para a embarcação. Para cada um há uma checkbox, que, se desmarcada,

oculta aquele compartimento.

C. Painel de botões de atalho. Esse painel contém botões que serão utilizados com

mais frequência pelo usuário, referentes à visualização em tela da embarcação e

compartimentos e exclusão de compartimentos.

D. Janela de estruturas. Mostra uma lista com as estruturas úteis à

compartimentação da embarcação, como anteparas, deques e duplo-fundo.

E. Área de visualização. Nela é projetada a visualização tridimensional em

wireframe da embarcação, elementos estruturais e compartimentos. É possível

girar a embarcação e alterar o zoom. Essa área também é utilizada para a

exibição da tabela de capacidades da embarcação.

F. Barra de status. Mostra as principais ocorrências dentro do programa e avisos ao

usuário.

A seguir é mostrado o programa em funcionamento com uma embarcação que

possui elementos estruturais e compartimentos já criados. É possível visualizar o

formato do casco, uma antepara transversal, uma longitudinal, o duplo-fundo e dois

compartimentos.

Page 40: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

32

Figura 6-3 - Exemplo do programa em funcionamento

A seguir são apresentadas as abas do painel superior do programa.

6.1. Gerencimento de arquivos - File

A aba File contém as funções de gerenciamento de arquivos de geometria de

casco, estrutura e compartimentação.

Figura 6.1-1 - Funções da aba File

Os botões e funções disponíveis são:

1) Import Hull (.sai): abrir um arquivo de geometria de casco (.SAI).

2) Import Structure (.dsg): importar a geometria de casco elementos estruturais de

um arquivo salvo (.dsg), gerado pelo Módulo Estrutural [3].

Page 41: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

33

3) New Compartmentation: reiniciar todas as variáveis do programa para começar

uma nova compartimentação.

4) Open Compartmentation (.txt): abrir um arquivo de compartimentação salvo

anteriormente.

5) Save: salvar a compartimentação.

6) Save As...: salvar a compartimentação em novo arquivo.

7) Exit: fechar o programa.

Para exemplificar, clica-se em 1) Import Hull e a seguinte janela de diálogo é

aberta, para que o usuário encontre o arquivo que deseja abrir:

Figura 6.1-2 - Janela de diálogo para abertura de arquivo de geometria

Após selecionar um arquivo de geometria .SAI e clicar em Open, o programa

pergunta qual o espaçamento de cavernas que o usuário deseja estipular. O valor default

é 0,6 m, assim como ocorre no módulo de Estrutura. Esse espaçamento é importante

para definir os limites dos compartimentos.

Page 42: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

34

Figura 6.1-3 - Janela de diálogo para definição do espaçamento de cavernas

Em seguida, o programa mostra na tela a geometria da embarcação com o

cavernamento de acordo com a distância estipulada anteriormente.

Figura 6.1-4 - Exibição da geometria

Clicando-se em 2) Import Structure, a janela de diálogo para seleção de arquivo

aparece novamente.

Page 43: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

35

Figura 6.1-5 - Janela de diálogo para importação de arquivo de estrutura

Ao selecionar-se um arquivo, o programa pergunta se o usuário deseja que os

compartimentos sejam gerados automaticamente a partir dos elementos estruturais.

Figura 6.1-6 - Janela de confirmação

Clicando-se em No, o programa mostra na tela a geometria contida no arquivo e

os elementos estruturais convenientes à compartimentação como anteparas e conveses.

Page 44: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

36

Figura 6.1-7 - Exibição de elementos estruturais

Os elementos estruturais são mostrados na janela de estruturas (D). É possível

desmarcar as checkboxes que os acompanham para ocultar um ou mais elementos.

Figura 6.1-8 - Exibição apenas de alguns elementos estruturais

Page 45: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

37

Caso o usuário, no momento da abertura do arquivo de estruturas, escolha gerar

automaticamente os compartimentos, o programa então roda um procedimento de

reconhecimento dos espaços que delimitam cada compartimento, conforme explicado

anteriormente, e mostra os compartimentos gerados na tela.

Figura 6.1-9 - Compartimentos gerados automaticamente

Na janela de compartimentos, ao clica-se no nome de um compartimento, o

programa realça sua exibição, desenhando-o com linhas mais espessas que os demais, e

mostra no canto inferior direito da tela as propriedades daquele compartimento.

Page 46: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

38

Figura 6.1-10 - Exibição de compartimento em destaque

Ainda na janela de compartimentos, é possível também desmarcar uma ou mais

checkboxes para ocultar determinados compartimentos.

Figura 6.1-11 - Exibição de apenas alguns compartimentos

Page 47: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

39

Também é possível renomear um compartimento ou excluí-lo.

Figura 6.1-12 - Janela de diálogo para renomear um compartimento

Caso o usuário tente renomear o compartimento usando um nome já utilizado

em outro compartimento, o programa o avisa que aquele nome já fora usado e cancela a

operação.

Figura 6.1-13 - Janela de diálogo de erro

Caso o nome inserido para o novo compartimento seja válido, o programa

renomeia-o e atualiza as informações em tela.

Page 48: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

40

Figura 6.1-14 - Exibição na tela do compartimento com novo nome

Ao se clicar em 6) Save As..., a seguinte janela de diálogo é mostrada para que o

usuário defina o nome do arquivo a ser salvo. Caso nenhum arquivo de

compartimentação tenha sido aberto ou salvo anteriormente, essa janela também

aparecerá ao se clicar em 5) Save.

Figura 6.1-15 - Janela de diálogo para salvar arquivo

Page 49: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

41

Como é de se esperar, sempre que se o usuário tentar criar uma nova

compartimentação, abrir um novo arquivo ou fechar o programa, uma janela de diálogo

será aberta perguntando-o se deseja salvar o arquivo antes de continuar.

Figura 6.1-16 - Janela de confirmação para salvar arquivo antes de proceder

O arquivo de saída gerado possui todas as características e propriedades de cada

compartimento devidamente identificadas, incluindo as coordenadas das áreas de cada

seção que o tanque abrange.

Figura 6.1-17 - Arquivo de saída e dados com identificação

6.2. Criação de compartimentos - Create

Page 50: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

42

A aba Create contém os elementos necessários à criação de compartimentos.

Essa pode ser feita de 2 maneiras: Square ou Custom. Para o modo Square, o painel

toma a seguinte forma.

Figura 6.2-1 - Aba Create e modo de criação Square

Nesse modo é possível criar compartimentos dentro de um paralelepípedo

delimitado pelo usuário. As dimensões do paralelepípedo são definidas pelas cavernas

anterior e posterior (Aft Sect e Fore Sect) escolhidas nas duas dropdown boxes, e pelas

paredes superior (Top), inferior (Bottom), interna (In) e externa (Out) do compartimento.

Essas quatro últimas são, inicialmente, preenchidas com as dimensões máximas da

embarcação e uma pré-visualização do compartimento é gerada.

Figura 6.2-2 - Dimensões pré-estabelecidas

Page 51: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

43

Essas mesmas dimensões podem ser alteradas pelo usuário de acordo com as

dimensões do tanque a ser criado. O programa mostra na tela a pré-visualização do

compartimento conforme os valores são alterados.

Figura 6.2-3 - Procedimento de criação de um compartimento

Após definidos os limites do compartimento, clica-se em Create e o programa

gera o compartimento, levando em consideração também o formato do casco. O nome

do compartimento criado é mostrado na janela de compartimentos (B).

Page 52: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

44

Também é possível delimitar o compartimento pelos valores escolhidos das

dropdown boxes, que contêm as distâncias dos elementos estruturais que podem ser

úteis à formação de compartimentos.

Figura 6.2-4 - Criação de compartimento com base na estrutura

Page 53: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

45

Novamente, clicando-se em Create, o compartimento é gerado.

É possível criar compartimentos simétricos. Basta, antes clicar em Create,

marcar a checkbox Mirror Tank, como mostrado a seguir. O programa mostra uma pré-

visualização, como a anterior, em linha cheia do compartimento definido pelo usuário, e

em linha tracejada do compartimento “espelhado”.

Figura 6.2-5 - Criação de compartimentos simétricos

Clicando-se em Create, o programa gera dois compartimentos simétricos.

Page 54: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

46

Figura 6.2-6 - Compartimentos simétricos criados

Para o modo Custom, o painel mostra novos elementos. Nele é possível criar

compartimentos com as paredes inclinadas. O usuário deve selecionar as cavernas de

delimitação do tanque, como no modo anterior, mas tem a liberdade de definir as

coordenadas y e z dos vértices que formarão dois quadriláteros, um em cada baliza. O

programa irá unir por retas os cantos desses dois quadriláteros para delimitar o tanque.

Os vértices 1 a 4 são da caverna mais à ré, e os vértices 5 a 8 da caverna mais à vante.

Figura 6.2-7 - Criação de compartimento no modo Custom

No exemplo a seguir é possível entender como são definidos os vértices.

Page 55: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

47

Figura 6.2-8 - Ordenação dos vértices dos quadriláteros

A seguir é mostrada a pré-visualização deste compartimento com paredes inclinadas,

bem como os campos preenchidos com as coordenadas dos pontos.

Figura 6.2-9 - Criação de compartimento com paredes inclinadas

E, então, o compartimento criado.

Page 56: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

48

Figura 6.2-10 - Compartimento criado no modo Custom

6.3.Carregamento dos compartimentos - Calculation

Na aba Calculation, é possível definir, para cada compartimento, o nível de

líquido interno, a densidade do líquido e a permeabilidade volumétrica do mesmo, além

da cor do compartimento.

Figura 6.3-1 - Funções da aba Calculation

Para exemplificar, escolhe-se um compartimento na lista de compartimentos (B)

e preenchem-se os campos densidade (density), nível (level) e permeabilidade

volumétrica (permeability) com os valores mostrados.

Page 57: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

49

Figura 6.3-2 - Exemplo de preenchimento de um compartimento

Clicando-se na cor (Color), uma janela é aberta. Nela, é possível escolher uma

cor dentre as opções pré-definidas ou da paleta de cores. A cor original do tanque

aparece selecionada.

Figura 6.3-3 - Janela de seleção de cores

Na parte inferior esquerda da janela há cores personalizadas (Custom colors)

pré-definidas do programa. Para este exemplo, escolhe-se um tom de verde e clica-se

em OK.

Page 58: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

50

Figura 6.3-4 - Cores personalizadas pré-definidas

Em seguida, clica-se em Update. O compartimento muda de cor e seu

preenchimento com os dados inseridos pelo usuário é computado.

Figura 6.3-5 - Compartimento atualizado

Page 59: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

51

Ao clicar-se em Table, é possível ver uma tabela com as propriedades dos

compartimentos e do líquido interno a cada um. São elas:

Nome

Volume (total do compartimento)

LCG (coordenada do centro geométrico em relação ao comprimento da

embarcação)

TCG (coordenada do centro geométrico em relação à boca da embarcação)

VCG (coordenada do centro geométrico em relação à altura da embarcação)

Densidade (do líquido)

Nível (de líquido)

Permeabilidade volumétrica

Volume (de líquido)

Peso do Líquido

Relação b/h

Momento de Superfície Livre

Cor

Figura 6.3-6 - Tabela com propriedades dos compartimentos

A Relação b/h e o Momento de Superfície Livre são dados que serão utilizados

pelo programa de equilíbrio e estabilidade.

Page 60: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

52

Com a tabela exibida na tela, ao clicar em um dos compartimentos na janela de

compartimentos, as células da tabela que mostram suas propriedades serão colocadas

em evidência.

Figura 6.3-7 - Propriedades em evidência

6.4. Visualização em tela - View

Na aba View há opções de visualização da geometria da embarcação, elementos

estruturais e compartimentos.

Figura 6.4-1 - Funções da aba View

Para facilitar o entendimento de cada função, usar-se-á a seguinte sequencia numérica:

Page 61: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

53

Figura 6.4-2 - Funções da aba View enumeradas

Os botões 1 a 5 fornecem ângulos pré-definidos de visualização: vante (fore),

bombordo (port), boreste (starboard), topo (top) e isométrica (isometric).

Figura 6.4-3 - Visualização de vante

Figura 6.4-4 - Visualização de bombordo

Page 62: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

54

Figura 6.4-5 - Visualização de boreste

Figura 6.4-6 - Visualização de topo

Page 63: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

55

Figura 6.4-7 - Visualização isométrica

O botão 6 mostra a tabela, da mesma forma que o botão homônimo da já

mostrada aba Calculation.

As checkboxes 7 e 8 permitem mostrar ou ocultar as quinas (chines) e cavernas

(sections) da geometria do casco.

Figura 6.4-8 - Visualização das quinas e cavernas

Page 64: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

56

Figura 6.4-9 - Visualização das cavernas apenas

As checkboxes 9 e 10 permitem mostrar ou ocultar o centro geométrico (tank

geometric center) e o nome (tank name) de cada compartimento.

Figura 6.4-10 - Visualização de um compartimento sem nome e centro geométrico

aparente

Page 65: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

57

Figura 6.4-11 - Visualização de um compartimento e seu centro geométrico

Figura 6.4-12 - Visualização de um compartimento e seu nome

Page 66: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

58

Figura 6.4-13 - Visualização de um compartimento com seu nome e centro

geométrico

A checkbox 11 – Hull properties - permite mostrar ou ocultar os dados do casco

no canto superior esquerdo da tela.

A checkbox 12 – Axis on Zero - permite mostrar a origem na coordenada zero da

embarcação (0, 0, 0).

Figura 6.4-14 - Visualização da geometria da embarcação com a origem no ponto

zero

Page 67: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

59

6.5. Ajuda – Help

A aba Help traz informações sobre o módulo e o botão Open Guide que

direciona o usuário a um arquivo “.pdf” com o guia de uso do módulo.

Figura 6.5-1 - Aba Help

7. Outros módulos do sistema SFD

A seguir são mostrados outros módulos já existentes ou em desenvolvimento

que devem fazer uso dos compartimentos e casos de carregamento criados pelo presente

módulo de Compartimentação.

7.1. Módulo de Arranjo Geral

O módulo GALW (General Arrangement and Light Weight) importa a

geometria e a estrutura da embarcação gerada no módulo apresentado anteriormente e

permite que o usuário adicione elementos de peso e volume, que podem representar

equipamentos, mantimentos, etc., para o cálculo do centro de gravidade da embarcação

e investigação da posição de equilíbrio. Futuramente o módulo irá importar também os

compartimentos e suas cargas, definidos no módulo de compartimentação, para integrar

o cálculo do CG e da posição de equilíbrio.

Page 68: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

60

Figura 7.1-1 - Interface do módulo de Arranjo Geral

7.2. Módulo de Equilíbrio e Estabilidade

O módulo de Equilíbrio e Estabilidade, como resume seu nome, é utilizado para

os cálculos de equilíbrio e estabilidade da embarcação para um ou mais condições de

carregamento, geração de curvas cruzadas, hidrostáticas e estabilidade estática, além de

avaliação de estabilidade seguindo critérios estabelecidos pelo usuário.

Page 69: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

61

Figura 7.2-1 - Interface do módulo de Equilíbrio e Estabilidade

Espera-se, futuramente, integrar a este módulo também os casos de

carregamento criados no módulo de compartimentação.

Figura 7.2-2 - Tela de casos de carregamento

Page 70: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

62

8. Conclusão

O módulo desenvolvido é capaz de gerar compartimentos de várias formas

diferentes e dá grande controle e flexibilidade de uso para o usuário. Como visto

especialmente nas seções 6.2 e 6.4, o sistema de pré-visualização e visualização em

planos ou tridimensional ajuda a conferir em tempo real a forma adquirida pelos

compartimentos gerados, bem como a posição do seu centro geométrico. A tabela

apresentada na seção 6.3 lista na tela as propriedades dos compartimentos de forma

simples e objetiva. O arquivo de saída gerado, mostrado na seção 6.1, é de fácil

interpretação e, consequentemente, fácil utilização para desenvolvedores de outros

módulos.

O módulo de Estrutura pode fornecer as anteparas longitudinais e transversais,

duplo-fundo e conveses já dimensionados para a embarcação, como mostrado na seção

5. A partir deles, o módulo aqui desenvolvido pode identificar automaticamente os

compartimentos formados pelos espaços entre esses elementos estruturais. Assim, para

muitos casos, a compartimentação é feita praticamente em um clique, o que economiza

tempo de projeto.

A possibilidade de gerar compartimentos automaticamente a partir da

identificação dos espaços delimitados pela estrutura da embarcação, usando o algoritmo

exemplificado na seção 4.6, bem como a livre criação de compartimentos com paredes

inclinadas sem geometrias de referência, conforme algoritmo da seção 4.2, tornam este

módulo inovador.

A integração deste módulo com os módulos de Forma e Estrutura, assim como a

possibilidade de integração com os módulos de Equilíbrio e Estabilidade e de Arranjo

Geral, é mais um passo dado na consolidação do sistema SFD - Solution-Focused

Design.

Para desenvolvimento futuro deste módulo, espera-se:

A. Ser possível modificar compartimentos já criados;

B. Criar compartimentos simétricos a partir de compartimentos já criados;

C. Ajuste interativo de dimensões, cavernas e volume de compartimentos;

D. Possibilidade de somar compartimentos e, assim, criar compartimentos

compostos e com geometrias mais complexas;

E. Integração com os módulos de Equilíbrio e Estabilidade e de Arranjo Geral.

Page 71: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

63

9. Referências

[1] Schachter, R. D., Fernandes, A. C., Bogosian Neto, S., Jordani, C. G., Castro, G.

A. V., “The Solution-Focused Design Process Organization Approach Applied From

Ship Design to Offshore Platforms Design”, ASME Transactions, Journal of OMAE,

OMAE-05-1042, pp. 1-10, November 2006.

[2] Desenvolvimento de uma Ferramenta Computacional para Geração da Forma,

integrada a um Sistema Computacional para o Projeto Preliminar de Embarcações –

Luiz Gustavo Borges Rangel – Projeto de Graduação, Poli/UFRJ – Março de 2012.

[3] Desenvolvimento de um Módulo de Resistência Estrutural para o Projeto

Preliminar de Embarcações de Alto Desempenho – Matheus Siqueira Silva – Projeto

de Graduação, Poli/UFRJ – Fevereiro de 2012.

[4] Desenvolvimento de uma Ferramenta Computacional para Cálculos

Hidrostáticos e de Estabilidade integrada a um Sistema Computacional para o Projeto

Preliminar de Embarcações – Paulo Victor Silva de Oliveira – Projeto de Graduação,

Poli/UFRJ – Setembro de 2012.

[5] Desenvolvimento de uma interface para um novo conceito de projeto, com telas

interdisciplinares. Aplicação a um projeto de Supply Boat de 4500 DWT para o Pré-

sal - Felipe Rodrigues de Siqueira Souza – Projeto de Graduação, Poli/UFRJ –

Agosto de 2014.

[6] AUTÓPSIA do Desastre. VEJA, São Paulo, 12 abr. 1912. Disponível em <

http://veja.abril.com.br/historia/titanic/engenharia-projeto-construcao-

compartimentos-seguranca.shtml >. Acesso em 2 fev. 2015.

[7] SOLAS (1974). International Convention for the Safety of Life at Sea, Chapter

II-1 - Construction - Structure, subdivision and stability, machinery and electrical

installations.

Page 72: DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10013038.pdfFigura 3-3 - Interface do Autohydro . 6 Figura 3-4 - Interface do DELFTship Nenhum destes

64

[8] IMO (1999). Amendments to the code on intact stability for all types of ships

covered by IMO instruments, IMO Res. MSC.75(69), London.

[9] Schachter, R. D., Silva, M. S. “Desenvolvimento de um Programa para o Projeto

Estrutural de Monocascos Rápidos para um Sistema Computacional de Projeto”,

Anais 25º Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e

Offshore, SOBENA 2014, pp. 1-15, Rio de Janeiro, 2014.