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FÁBIO GAGLIAN CAMARGO DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE FORNECEDORES DE LOGÍSTICA REVERSA PARA UMA EMPRESA DE COSMÉTICOS SÃO PAULO 2007

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FÁBIO GAGLIAN CAMARGO

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE

FORNECEDORES DE LOGÍSTICA REVERSA PARA UMA EMPRESA

DE COSMÉTICOS

SÃO PAULO

2007

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FÁBIO GAGLIAN CAMARGO

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE

FORNECEDORES DE LOGÍSTICA REVERSA PARA UMA EMPRESA

DE COSMÉTICOS

Trabalho de formatura apresentado à

Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo para obtenção do

Diploma de Engenheiro de Produção

Orientador:

Professor Doutor Paulino Graciano

Franscischini

SÃO PAULO

2007

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FICHA CATALOGRÁFICA

Camargo, Fábio Gaglian Desenvolvimento de método de seleção de fornecedores de

logística reversa para uma empresa de cosméticos / F.G. Camargo. -- São Paulo, 2007.

141 p.

Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Produção.

1. Logística (Administração de Materiais) 2. Tomada de decisão. I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Produção IIt.

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Dedico esse trabalho primeiramente a

Deus, porque sem Ele nada seria possível,

e aos meus pais, Wilson e Josefina, que

sempre incentivaram meus estudos e me

forneceram as bases necessárias para que

eu me torne a pessoa que sou hoje.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para a realização deste trabalho,

especialmente:

ao Professor Paulino Graciano Franscichini, orientador deste trabalho, pela confiança em

mim depositada, pelos conselhos e material prestados durante a execução do trabalho de

formatura.

ao Professor Michel Fender, presidente do departamento de Management et Génie

Industriel da Ecole Nationale des Ponts et Chaussées, orientador de meu projeto de final

de estudos.

aos professores do departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da

USP e aos professores do departamento de Management et Génie Industriel da Ecole

Nationale des Ponts et Chaussées que contribuíram para minha dupla formação

acadêmica e profissional, no Brasil e na França.

a Pierre Mouton, meu responsável de equipe no Centro de Distribuição de L’Oréal Paris

na França, pela orientação durante o estágio e pelo acompanhamento após o meu retorno

ao Brasil.

a todos os colegas de trabalho no Centro de Distribuição de L’Oréal Paris pela acolhida e

pela integração com a equipe.

a André, José, Maurício e Ana, que durante estes três anos se tornaram parte da família.

e aos meus amigos e colegas que sempre estiveram presentes em todos os momentos de

minha vida.

A todos o meu muito obrigado!

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RESUMO

L’Oréal Paris France, empresa do grupo francês L’Oréal, realiza todos os anos

uma campanha de logística reversa para gerenciar o retorno de seus produtos solares. Esta

campanha é efetuada em parceria com as empresas Gemey-Maybelline-Garnier France e

Nivea France (do grupo alemão Beiersdorf). As empresas terceirizam esta prestação com

o objetivo de simplificar seus fluxos logísticos, escolhendo dois prestadores de serviços: o

fornecedor de transporte, responsável pela coleta dos produtos e o fornecedor de triagem,

encarregado da separação dos produtos segundo critérios específicos.

L’Oréal Paris France é responsável pela escolha anual do fornecedor de triagem.

Desta maneira, este trabalho propõe a utilização de um método de apoio à decisão,

baseado em critérios de avaliação qualitativos e quantitativos, para auxiliar as empresas

na escolha de um fornecedor que melhor atenda às suas necessidades.

Palavras-chave: Logística reversa, Terceirização, Tomada de decisão.

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ABSTRACT

L'Oréal Paris France, company of the French group L'Oréal, every year carries

through a reverse logistics project to manage the return of its solar products. This project

is conduct in partnership with the companies Gemey-Maybelline-Garnier France and

Nivea France (of the German group Beiersdorf). These companies outsource this

operation to simplify its logistic flows, choosing two different suppliers: the first one,

responsible for the collection of the products, and the second one, in charge of the

selection of the products according to specific criteria.

L'Oréal Paris France is responsible for the annual choice of the selection supplier.

In this way, this work considers the use of a method to support the decision, based on

qualitative and quantitative criteria of evaluation, to assist the companies in the choice of

a supplier that better meets their needs.

Keywords: Reverse Logistics, Outsourcing, Decision making.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Departamentos operacionais e marcas internacionais de L'Oréal ...................... 25 

Figura 2: Exemplo de PLV ................................................................................................ 30 

Figura 3: Exemplo de vrac OS – pack ............................................................................... 30 

Figura 4: Tipos de fluxo de L'Oréal Paris France .............................................................. 31 

Figura 5: Canais de distribuição diretos e reversos ........................................................... 39 

Figura 6: Classificação dos canais de logística reversa ..................................................... 40 

Figura 7: Estrutura hierárquica de decisão ......................................................................... 48 

Figura 8 : Cronologia da campanha de retorno dos produtos solares ................................ 60 

Figura 9: Fluxograma do processo de retorno solar – traduzido pelo autor ...................... 62 

Figura 10: Fluxograma do processo de triagem ................................................................. 64 

Figura 11: Operações básicas desempenhadas pelo fornecedor de triagem ...................... 65 

Figura 12: Fluxograma do processo de triagem ................................................................. 65 

Figura 13: Fluxograma da prestação do fornecedor de triagem ........................................ 81 

Figura 14: Hierarquia para escolha do fornecedor de triagem ........................................... 92 

Figura 15: Localização dos CD e fornecedores de triagem - França ............................... 117 

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LISTA DE TABELAS Tabela 1: Organização da célula de abastecimento de curto prazo ................................... 29 

Tabela 2: Características da campanha de retorno dos produtos sazonais ......................... 36 

Tabela 3: Atividades de gestão da logística reversa .......................................................... 38 

Tabela 4 : Complexidade de um canal reverso .................................................................. 41 

Tabela 5 : Escala de intensidades de Saaty ........................................................................ 50 

Tabela 6: Julgamentos com base em critérios principais ................................................... 50 

Tabela 7: Determinação das importâncias relativas dos critérios ...................................... 51 

Tabela 8: Tabela para comparação do IC para rejeição de consistência de uma MCP ..... 51 

Tabela 9: Funções para avaliação de fornecedores ............................................................ 54 

Tabela 10: Exemplos de questões para avaliação de fornecedores .................................... 55 

Tabela 11: Atividades cotadas pelo fornecedor ................................................................. 65 

Tabela 12: Fornecedores de triagem pré-selecionados ...................................................... 66 

Tabela 13: Características da prestação de triagem de Tridex em 2006 ............................ 68 

Tabela 14: Análise tarifária (2007) .................................................................................... 69 

Tabela 15: Resultado da triagem de 2006 - L'Oréal Paris ................................................. 70 

Tabela 16: Avaliação de Geodis e Legendre ..................................................................... 71 

Tabela 17: Tabela de descrição das atividades de recebimento ......................................... 82 

Tabela 18: Tabela de descrição das atividades de triagem ................................................ 83 

Tabela 19: Tabela de descrição das atividades de estocagem ............................................ 83 

Tabela 20: Tabela de descrição das atividades de expedição ............................................ 84 

Tabela 21: Tabela de comparação dos critérios de nível 2 ................................................ 93 

Tabela 22: MCP de critérios do caso da campanha solar .................................................. 93 

Tabela 23: MCP normalizada pelo total da respectiva coluna da tabela anterior .............. 93 

Tabela 24: Tabela de comparação dos subcritérios de Instalações - nível 3 ..................... 94 

Tabela 25: MCP de sub-critérios do critério Instalações ................................................... 95 

Tabela 26: MCP normalizada pelo total da respectiva coluna da tabela anterior .............. 95 

Tabela 27: Resultado da hierarquização dos critérios ........................................................ 96 

Tabela 28: Exemplo de preenchimento de ficha de avaliação – Sub-critério Qualidade da

mão-de-obra ............................................................................................................. 100 

Tabela 29: Consolidação das notas obtidas pelos fornecedores após aplicação das fichas

de avaliação .............................................................................................................. 101 

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Tabela 30: Resultado do método de seleção .................................................................... 102 

Tabela 31: Ficha de avaliação - Segurança ...................................................................... 119 

Tabela 32: Ficha de avaliação - Instalações ..................................................................... 121 

Tabela 33: Ficha de avaliação - Qualidade ...................................................................... 128 

Tabela 34: Ficha de avaliação - Comunicação ................................................................ 132 

Tabela 35: Ficha de avaliação - Preço da prestação ........................................................ 134 

Tabela 36: Localização e linhas de produção por usina – OAP (criada pela célula de curto

prazo) ....................................................................................................................... 135 

Tabela 37: Questionário utilizado por Furtado (2005) para avaliar a importância de

critérios no desenvolvimento de relação de parceria com fornecedores .................. 137 

Tabela 38: Previsão de vendas de produtos solares para o mercado francês, elaborado pelo

departamento de marketing de OAP ........................................................................ 139 

Tabela 39: Lista das referências de produtos solares triadas durante a campanha de

retorno solar (2007) .................................................................................................. 141 

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AHP – Analytic Hierarchy ProcessI (Método de Análise Hierárquica)

AMD – Apoio Multicritério à Decisão

CACP – Célula de Abastecimento de Curto Prazo

CD – Centro de distribuição

DPGP – Departamento de Produtos de Grande Público

EQUIMOV – Equipamento de movimentação

FIFO – First In First Out

GMG – Garnier-Maybelline France

IC – Índice de consistência

ICmax – Índice de consistência máximo

IR – Índice randômico

OAP – L’Oréal Paris France

OP – Operação

OS – Oferta Especial (do francês, offre spéciale)

PDV – Pontos de venda

SPV – Serviço pós-venda

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SUMÁRIO

 

1.  INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 21 

1.1  Objetivo do trabalho ............................................................................................ 22 

1.2  Apresentação da empresa .................................................................................... 23 

1.2.1  O grupo L’Oréal ........................................................................................... 23 

1.2.2  L’Oréal Paris France .................................................................................... 26 

1.2.3  O Centro de Distribuição de Roissy en France ............................................ 27 

1.3  O estágio .............................................................................................................. 29 

1.4  Contexto .............................................................................................................. 33 

1.5  Organização do trabalho ...................................................................................... 35 

1.6  Delimitação do estudo ......................................................................................... 35 

2.  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 37 

2.1  Logística reversa ................................................................................................. 37 

2.1.1  Tipologia e complexidade de um canal reverso ........................................... 39 

2.2  Serviços logísticos terceirizados ......................................................................... 42 

2.3  Parcerias na terceirização .................................................................................... 43 

2.4  Processo de seleção de fornecedores: tomada de decisão multicritério .............. 45 

2.4.1  Metodologias de atribuição de pesos ........................................................... 47 

2.4.2  AHP (Analytic Hierarchy Process) .............................................................. 48 

2.5  Critérios de seleção de fornecedores ................................................................... 52 

2.6  Formulário de avaliação de fornecedores ............................................................ 54 

3.  DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 57 

3.1  Preparação da campanha de retorno dos produtos solares .................................. 57 

3.2  O contrato de prestação de serviços (cahier de charges) .................................... 60 

3.3  Orçamento ........................................................................................................... 64 

3.4  Motivos para o retorno dos produtos solares ...................................................... 65 

3.5  Seleção do fornecedor de triagem ....................................................................... 66 

4.  METODOLOGIA ...................................................................................................... 75 

4.1  Definição dos pontos críticos .............................................................................. 75 

4.2  Definição dos critérios de avaliação .................................................................... 77 

4.3  Mapeamento dos processos ................................................................................. 80 

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4.4  Questionários de avaliação .................................................................................. 84 

4.5  Aplicação do AHP ............................................................................................... 91 

4.5.1  Análise dos critérios de nível 2 .................................................................... 92 

4.5.2  Análise dos critérios de nível 3 .................................................................... 94 

4.5.3  Resultado da aplicação do AHP ................................................................... 96 

5.  RESULTADOS.......................................................................................................... 99 

5.1  Aplicação do questionário de avaliação .............................................................. 99 

5.2  Seleção do fornecedor a partir do método desenvolvido .................................. 101

5.3  Análise do fornecedor Legendre ....................................................................... 103 

5.4  Análise do fornecedor Geodis ........................................................................... 104 

5.5  Sugestão de melhorias ....................................................................................... 106 

6.  CONCLUSÕES ....................................................................................................... 111 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 113 

APÊNDICE A - Localização geográfica dos CD e dos fornecedores de triagem ........... 117 

APÊNDICE B – Resultado das fichas de avaliação ........................................................ 119 

ANEXO A - Localização e linhas de produção por usina ............................................... 135 

ANEXO B – Questionário para avaliação da importância de critérios ........................... 137 

ANEXO C – Previsão de vendas de produtos solares (2008) .......................................... 139 

ANEXO D – Lista de referências de produtos solares a triar (2007) .............................. 141 

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de formatura foi desenvolvido na empresa L’Oréal Paris France

(OAP), localizada na grande Paris, França, especializada no ramo de perfumaria e cosméticos

e pertencente ao grupo L’Oréal. Ele foi realizado durante um estágio em período integral,

ocorrido de 1° de março de 2007 a 31 de agosto de 2007, dentro do programa de diploma

duplo assinado entre a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e a Ecole Nationale

des Ponts et Chaussées, Paris, França.

A empresa L’Oréal Paris France, em conjunto com outras duas empresas do grupo

L’Oréal, Gemey-Maybelline-Garnier France (GMG) e Lascad France, em parceria com Nivea

France, empresa de cosméticos do grupo alemão Beiersdorf, realizam um projeto de

simplificação de seus fluxos logísticos reversos, através da terceirização das operações de

retorno de seus produtos sazonais (produtos solares e perfumes), oriundos dos pontos de

venda (PDV) e depósitos dos clientes em direção aos respectivos centros de distribuição

(CD). Todos os anos, as empresas terceirizam esta prestação e escolhem fornecedores

comuns, através de uma licitação (appel d’offres). Neste processo, dois fornecedores são

escolhidos. O primeiro fornecedor, dito “de transporte”, será escolhido por meio de uma

licitação controlada pela empresa GMG unicamente. Ele será responsável pela coleta dos itens

nos depósitos e PDV dos clientes e pelo seu transporte até o outro fornecedor, dito “de

triagem”. Este será escolhido por meio de uma licitação dirigida pela empresa OAP, na qual

participam todas as outras empresas, e será encarregado do recebimento, da triagem dos itens

(segundo critérios específicos) e de seu reenvio a cada um dos centros de distribuição. As

condições da prestação de cada um dos fornecedores são descritas em um contrato (cahier de

charges), enviado aos fornecedores antes da licitação.

Nas campanhas passadas, as empresas consideravam o preço da prestação como sendo

o fator decisivo para a escolha do fornecedor de triagem. Em outras palavras, fornecedores de

orçamento mais baixo acabavam tendo sua preferência. Tal postura funcionava bem quando

este fornecedor também apresentava uma prestação de serviços de qualidade. Entretanto,

alguns exemplos de anos anteriores mostram que outros aspectos também devem ser

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ponderados na seleção, visando aumentar a confiança das contratantes e evitar problemas

devido a uma prestação que não atenda suas necessidades.

Desta forma, este trabalho propõe a utilização de um método, baseado em critérios

qualitativos e quantitativos, para que a seleção do fornecedor seja feita de maneira mais

criteriosa. Será possível contrastar a escolha das empresas contratantes com os resultados

obtidos pela aplicação dos questionários de avaliação, traçando perfis dos fornecedores

quanto a seus pontos positivos e negativos e sugerindo recomendações a serem colocadas em

prática, tanto da parte dos clientes quanto dos fornecedores, para estreitar seus vínculos e

trazer benefícios a ambas por meio da criação de uma relação de longo prazo.

1.1 Objetivo do trabalho

Este trabalho tem três objetivos principais:

1) Estabelecimento de um método de seleção para a escolha de um fornecedor de

logística reversa, dentro da campanha de retorno dos produtos solares, realizada

anualmente pelas empresas OAP, GMG e Nivea. Atualmente, não existe

metodologia para a escolha do fornecedor de triagem e não se sabe se é dada a

devida importância a cada aspecto. Para que seja adequado, este método deve

apresentar as seguintes características:

a. Considerar de forma equivalente as necessidades das três empresas; não se

devem criar vantagens para uma única contratante em detrimento das

outras, pois isto enfraqueceria a relação.

b. Ser aplicável ao caso de outros fornecedores em campanhas de retorno de

anos posteriores. Em outras palavras, ser perene e exaustivo.

c. Avaliar corretamente os prestadores de serviço, de acordo com critérios

que expressem as reais necessidades das contratantes. Do mesmo modo,

deve ser formado por questões que avaliem efetivamente as atividades

realizadas durante a prestação.

2) Aplicação do método, avaliando os dois fornecedores participantes da licitação de

2007 segundo critérios definidos pela equipe de decisão e comparando a escolha

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23

de L’Oréal com os resultados obtidos. Deseja-se construir um diagnóstico do

fornecedor escolhido por L’Oréal, para destacar seus pontos positivos e negativos,

que incorrerão em riscos para a prestação de serviços.

3) Propor sugestões a serem implantadas tanto pela empresa fornecedora quanto pela

cliente para antecipar problemas, identificar correções e criar uma relação

duradoura, capaz de instituir uma série de vantagens em longo prazo.

Para atingir estes objetivos, serão apresentadas no capitulo 3 as bases para

entendimento das particularidades da campanha de retorno dos produtos solares, detalhando a

situação e o problema encontrado. Em seguida, será aplicada uma metodologia para definição,

hierarquização e avaliação dos critérios julgados como importantes pela equipe de decisão na

escolha de um fornecedor logístico para finalmente conduzir uma análise dos resultados.

1.2 Apresentação da empresa

1.2.1 O grupo L’Oréal1

L’Oréal é um grupo francês especializado no setor de perfumaria e cosméticos (sendo

o número 1 mundial). Foi fundado em 1907 por Eugène Schueller, um jovem químico francês

de origem alsaciana, responsável pela descoberta de uma nova fórmula usada para tingir os

cabelos. A esta tintura deu-se o nome de l’Auréale (a auréola), nome de um penteado em voga

na época, originando o nome L’Oréal.

Em 1957, François Dalle sucede o criador do grupo no cargo de diretor, contribuindo

para o reforço da pesquisa como base de criação, o aumento das capacidades de produção, a

compra sucessiva de outras empresas e a internacionalização. Em 1984, Charles Zviak o

substitui e em 1988, Lindsay Owen Jones ocupa a direção do grupo. É com ele que o grupo

buscará produtos de maior valor agregado e o desenvolvimento de marcas internacionais em

1 Os dados apresentados sobre o grupo L’Oréal foram extraídos do relatório anual do grupo (2006), disponível no website (http://www.loreal.fr).

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mercados mundiais. Por fim, em 2006, Jean-Paul Agon ocupa a direção geral, substituindo

Lindsay Owen Jones, que continua sendo o presidente do grupo.

Em 2006, L’Oréal realizou um faturamento global de 15,8 bilhões de euros (+8,7% em

relação a 2005), o que corresponde a uma média de 130 produtos vendidos por segundo. Seus

produtos são distribuídos em 130 países (através de 400 filiais presentes em 58 países). O

grupo possui um efetivo de 60.851 colaboradores (76% fora da França) e é responsável pela

fabricação de 94% de seus produtos (4,5 bilhões de produtos fabricados em 2006). Para isto, o

grupo conta com 40 usinas espalhadas pelo mundo e publica em média 3.000 novas fórmulas

por ano, dedicando 3% do faturamento à pesquisa e ao desenvolvimento (soma maior que a de

seus concorrentes). Além disso, o grupo é cotado na bolsa de Paris e faz parte do CAC2 40.

Hoje o grupo segue uma política de expansão geográfica, baseada em uma dupla

estratégia: consolidação de sua atividade nos grandes mercados tradicionais e o

desenvolvimento de sua presença nos mercados com forte crescimento potencial, explicando

o fato pelo qual 85% do seu faturamento é realizado fora da França. Estes resultados fazem

dele o mais internacional dos grupos de cosméticos, possuindo 15% do mercado de

cosméticos mundial.

As 19 marcas mundiais de L’Oréal são agrupadas em quatro áreas operacionais, de

acordo com os canais de distribuição. Esta forma de organização lhe dá algumas

características defensivas, uma vez que o grupo não se torna dependente de uma única zona

geográfica ou de um único tipo de canal de distribuição. Em cada uma destas divisões, os

preços, o público-alvo e as estratégias de marketing são diferentes, propondo aos

consumidores um portfólio de marcas diversificadas para se adaptar às suas necessidades.

Estas marcas vêm de três pólos mundiais de criação: Europa, Estados Unidos e Ásia. A figura

seguinte mostra estes departamentos e as marcas que deles fazem parte.

2 CAC (Cotação Assistida em modo Contínuo): principal indicador da bolsa de Paris. Criado pela Cia dos Agentes de Câmbio, é determinado a partir das tendências de 40 ações cotadas em modo contínuo no Premier Marché (“Mercado Principal”), dentre as 100 empresas cujas trocas são as mais abundantes na bolsa de Paris.

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• Produtos profissionais (DPP): produtos inovadores que respondem às exigências

de cabeleireiros, utilizando como canal de distribuição os salões e as lojas

especializadas.

• Produtos de grande público (DPGP): produtos de alta tecnologia e alto valor

agregado, propostos a preços mais acessíveis, comercializados nos circuitos de

grande distribuição (Carrefour, Extra, Wal Mart). É a divisão que proporciona o

maior faturamento ao grupo. Na França, o DPGP possui cinco marcas (affaires)

independentes: L’Oréal Paris, Gemey-Maybelline-Garnier, Lascad, Softsheen-

Carson e Club des Créateurs de Beauté (venda por correpondência), com propostas

e públicos-alvo distintos. No DPGP existem três metas a atingir: primeiramente,

aproveitar-se do dinamismo dos mercados emergentes, criando novas filiais nestes

países. Em seguida, posicionar as duas marcas estratégicas da divisão: L’Oréal

Paris e Garnier. Finalmente, investir na criação de produtos mais inovadores, para

justificar as diferenças de preço com a concorrência e estimular o crescimento,

conquistando partes maiores dos mercados.

• Produtos de luxo (DPL): marcas de prestígio presentes em produtos e serviços de

alto nível, vendidos em grandes galerias, pontos de venda seletivos e aeroportos,

com preços mais elevados. É a atividade mais rentável do grupo.

• Cosmética ativa (DCA): produtos dermo-cosméticos, vendidos em farmácias e

lojas especializadas, recomendados pelos farmacêuticos ou dermatologistas.

Figura 1: Departamentos operacionais e marcas internacionais de L'Oréal Fonte: Relatório Anual L’Oréal (2006)

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1.2.2 L’Oréal Paris France

Primeira empresa do grupo L’Oréal, é a marca carro-chefe do grupo. Para publicidade,

utiliza-se de celebridades consagradas mundialmente, de diferentes idades e origens,

transferindo para seus produtos uma idéia de confiança, sofisticação e identificação com a

marca. Em 2006, realizou um faturamento de 4 bilhões de euros (+5,2% em relação a 2005).

A empresa é detentora de um dos slogans mais conhecidos no mundo (“Porque eu mereço”,

em português). L’Oréal e a marca L’Oréal Paris são muitas vezes confundidos pelos

consumidores que não conhecem outros negócios do grupo.

Quatro tipos de produtos compõem o portfólio de itens de OAP:

• Capilar: engloba as linhas de produtos Styling (géis e musses para pentear da

marca Studio e laquês Elnett), Coloração (Excellence, Préférence, Dédicace) e

Xampus (xampus, condicionadores e cremes Elsève).

• Cuidados para pele: engloba as linhas de produtos Dermo-Expertise (cremes para

o rosto), Body-Expertise (cremes para o corpo), Solar-Expertise (linha de cremes

protetores solares) e Men-Expertise (linha de cosméticos para homens).

• Maquiagem: batons, esmaltes, rímeis, blushes.

• Perfumaria: perfumes de mais baixo nível, como Daniel Hecter e Harley

Davidson. Desde julho de 2007, o seu controle foi transferido à marca Lascad.

Para abastecer o mercado francês, a OAP conta com um total de 7 fábricas

pertencentes ao grupo L’Oréal que não produzem exclusivamente produtos da marca L’Oréal

Paris. Elas estão localizadas na França (Rambouillet e Ormes), Israel, Reino Unido (País de

Gales), Bélgica (Libramont), Alemanha (Karlshure) e Itália (Settimo Torinese). Cada uma

destas usinas é especializada em diferentes linhas de produtos (como explicitado no anexo A).

A OAP possui sua sede administrativa em Saint Ouen (região parisiense).

Uma vez produzidos, os itens são enviados aos CD, encarregados do abastecimento de

produtos L’Oréal Paris destinados ao mercado francês. Existem dois centros que abastecem a

França com a marca L’Oréal Paris: o CD de Ormes (armazenagem da linha de maquiagem,

unicamente) e o CD de Roissy en France (armazenagem das outras linhas de produtos). Eles

fazem a ligação entre as fábricas, os fornecedores, os depósitos e pontos de venda dos clientes

Page 27: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

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diretos e conseqüentemente, os clientes finais (clientes indiretos). O CD é definido como o

ponto de gestão da Logística Comercial da marca, possuindo uma administração paralela. Em

primeiro lugar, ela é ligada às decisões da marca L’Oréal Paris, representada pelo DPGP. Este

departamento definirá o objetivo de faturamento mensal, além dos produtos em destaque no

mês, os lançamentos e as paradas de produção. Por outro lado, o Departamento de

Administração e Operações, subordinado ao Departamento Geral de Administração e

Finanças, será responsável pela administração operacional da marca, fornecendo os métodos

operatórios e colocando em prática projetos organizacionais, para que os produtos estejam

disponíveis aos clientes nos prazos estabelecidos, de uma maneira mais eficaz.

1.2.3 O Centro de Distribuição de Roissy en France

No CD de Roissy trabalham aproximadamente 80 pessoas. É dividido em duas partes:

Fluxo Físico e Serviço Clientes. Todos os outros departamentos da OAP estão alocados em

sua sede administrativa. Este CD conta com uma superfície de 14.500 m2, possuindo uma

capacidade de 11.000 páletes estocados por ano. A existência de um CD destas proporções,

somente para a marca L’Oréal Paris e para o mercado francês, pode ser justificada pelos

grandes volumes comercializados e pela decisão política do grupo de gestão descentralizada.

O CD conta com diferentes serviços que, quando apresentam colaboração e

dinamismo, aperfeiçoam o seu funcionamento. São eles:

• Funções de suporte: direção, setor de recursos humanos, controladoria e o serviço

ETNSE (manutenção, segurança e meio-ambiente).

• Equipe de campo: equipes de recebimento, expedição, preparação de pedidos,

encarregados de produtos retornados, operadores de maquinário.

• Serviço Clientes: gestão do recebimento de pedidos, organizado em 4 business

units segundo o tipo de clientes. Dependendo do cliente, a entrega é feita em seu

depósito ou diretamente em seus PDV. Os pedidos podem ser transmitidos

diretamente pelos clientes, pelos representantes de vendas ou pelo sistema GPA (no

qual é possível à OAP visualizar os níveis de estoque dos clientes, propondo seu

reabastecimento itens de maneira push).

• Serviço de Crédito: gestão da cobrança dos clientes.

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• Carteira: gestão cotidiana do faturamento para verificar o alcance do objetivo.

• Célula de Abastecimento de Curto Prazo (CACP) e Distribuição Física:

gerenciam o abastecimento dos fornecedores, o contato com usinas e o controle do

fluxo físico no CD.

Pode-se então descrever as operações básicas desenvolvidas no CD:

• Recebimento: uma vez disponibilizados os produtos (pelas usinas ou pelos

fornecedores externos), estes são encaminhados aos CD por transporte rodoviário.

As funções da equipe de recepção são: preparação das docas de recebimento,

descarregamento, inspeção qualitativa e quantitativa.

• Estocagem: realizada em quatro zonas distintas (segundo a massa dos itens), com

colocação em racks de cinco níveis. Cada coluna abriga uma única referência de

mercadoria. O primeiro nível aloca as mercadorias utilizadas na composição dos

pedidos; o segundo, o terceiro e o quarto níveis são as áreas de estocagem da

mercadoria; e o quinto nível corresponde a uma área de estocagem de qualquer

mercadoria, caso haja necessidade de sobre espaço.

• Preparação/Expedição: Ao receber a lista de preparação do pedido, o operador

efetua a montagem do pedido com a ajuda de uma empilhadeira. Sua unidade de

preparação é o pálete, realizando o picking das mercadorias até que ele esteja

completo. A estocagem dos itens (e sua ordem na lista de preparação) permite que

eles sejam colocados no pálete de modo que os mais pesados fiquem embaixo dos

mais leves, garantindo uma estrutura mais estável. Após esta etapa, o pálete é

colocado na zona de expedição, filmado e carregado no caminhão.

• Embalagem/Desembalagem: Ao se verificarem irregularidades com os produtos

recebidos no CD (como embalagem estragada, por exemplo), eles podem ser

recolocados à disposição após serem triados e reembalados, desde que estas

anomalias não comprometam seus aspecto e eficácia. Os itens não aceitos na

triagem são destruídos ou vendidos a um liquidador a preços reduzidos (mercado

secundário), dependendo de seu estado. Os itens bons são reembalados nas caixas

de origem segundo o PCB (par combien ou “por quanto”), representando o número

de unidades de um produto por embalagem.

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1.3 O estágio

O estágio que serve de base para este trabalho de formatura foi desenvolvido na CACP

de OAP. Esta célula tem como atividades capitais a gestão dos fornecedores externos e a

relação com todos os outros interlocutores logísticos de L’Oréal (usinas, áreas de marketing,

previsão de vendas, abastecimento em médio prazo, etc.) para disponibilizar os produtos

acabados na data exata, permitindo a entrega dos pedidos dos clientes nos prazos

estabelecidos, sem atrasos ou rupturas. A célula é composta de seis pessoas: um responsável

de célula, quatro funcionários que dividem a gestão da linha completa de produtos de L’Oréal

Paris e um estagiário3. Vale destacar que a escolha das linhas que fariam parte de cada um dos

postos foi realizada considerando o equilíbrio de carga de trabalho de cada função.

Tabela 1: Organização da célula de abastecimento de curto prazo

Responsável4 Linha Fornecedor (canal direto)

C.B. Xampus, condicionadores e

máscaras ELSEVE

GIL SERVICES Cremes BODY EXPERTISE

J.C.

Aerosol spray PURE ZONE / BARBEAR MEN EXPERT

Cremes DERMO, MEN EXPERT Cremes e aerossol SOLAR EXPERTISE / SUBLIM

BRONZE GEODIS MITRY

PERFUMES QUALISERVICE C.B. MAQUIAGEM SFDD

B.M.

STYLING (ELNETT, ALLURELLE, STUDIO,

ELSEVE) e não aerossol (gel, potes e tubos)

WINCANTON

COLORAÇÃO ATRYOS

Para entender o trabalho destes fornecedores, é necessário fazer a distinção entre os

três tipos de produtos comercializados por OAP:

3 Quando se faz menção ao estagiário da célula de abastecimento de curto prazo de L’Oréal Paris, refere-se ao autor deste trabalho de formatura. 4 Para preservar a identidade dos profissionais, serão colocadas apenas as iniciais de seus nomes.

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Figura 3: Exemplo de vrac OS – pack

• Vrac5 padrão: faz referência a todos os produtos padrão vendidos por OAP, ou

seja, produtos comercializados com a mesma forma física com a que foram

produzidos pela usina, sem passar por um processo complementar no fornecedor.

• Vrac oferta especial (OS): produtos em vrac que, antes de serem comercializados,

passam por um processo complementar no fornecedor. Estes processos englobam

rotulagem de novos códigos de barra ou de bônus de desconto, criação de packs de

dois ou três produtos, desembalagem/reembalagem (recolocação em caixas de

origem).

• Publicidade no local de venda (PLV): corresponde ao material publicitário

presente nos PDV. Os produtos são colocados em prateleiras específicas, com apelo

publicitário, para “empurrar” o produto ao cliente (marketing push). Para L’Oréal, a

PLV é importante estrategicamente, uma vez que em 55% dos casos o cliente

decide pela compra no último momento (fonte: NetPME.fr). Para ser eficaz, a PLV

deve atrair a atenção do consumidor, implicando-o e destacando as vantagens do

produto. No caso de OAP, a PLV obedece a uma seqüência de preenchimento

definida pelo Marketing e é de responsabilidade do fornecedor a montagem das

estruturas e a colocação dos itens, que podem ser vrac padrão ou OS. Ela é mais

valorizada que os outros tipos de produtos por causa de seu valor físico e

publicitário. Por isso, cada nova PLV fabricada pelo fornecedor deve passar por

uma aprovação fotográfica pelo responsável da CACP Maquiagem, antes de ser

enviada ao cliente ou ao CD.

5 Optou-se por utilizar neste trabalho o termo vrac, do francês, para produtos armazenados de forma não-unitizada. Em português, podem-se encontrar os termos ‘granel’ e ‘carga geral convencional’ que possuem o mesmo sentido.

Figura 2: Exemplo de PLV

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A partir do que foi exposto anteriormente, distinguem dois tipos de serviços

terceirizados por OAP: os fornecedores do canal direto, responsáveis pelas produções dos

vrac OS e das PLV e os fornecedores do canal reverso, responsáveis pela administração dos

produtos retornados pelos clientes, em direção a OAP. A figura seguinte exemplifica os fluxos

de mercadorias possíveis.

Durante o estágio, foi possível passar pelos quatro postos de trabalho da CACP, em

períodos de substituições que foram de uma a três semanas, o que permitiu conhecer as

particularidades de cada um e entrar em contato com os interlocutores de cada linha específica

de produto. Neste espaço de tempo, desenvolveram-se as atividades operacionais cotidianas

de gestão do trabalho dos fornecedores de canal direto. A seguir, serão listadas algumas delas:

• Criação de um contrato de fornecimento: realizado para cada novo produto que

passa pelos fornecedores, segundo as operações (OP) efetuadas ao longo do ano

(OP Início de ano, OP Beleza 1, OP Verão, OP Beleza 2 e OP Fim de ano), cada

uma com duração média de 2,5 meses.

• Planejamento de produção: envio aos fornecedores do planejamento de produção

da semana, considerando as capacidades máximas de produção (de 80 a 100

PLV/dia e de 8.000 a 10.000 rotulagens/dia).

Figura 4: Tipos de fluxo de L'Oréal Paris France

CANAL REVERSO

CD L’Oréal

Paris

Clientes diretos (distribuidores)

Fornecedores: Gil Services; Geodis Mitry; Qualiservice;

SFDD; Wincanton;

Atryos

Vrac padrão Vrac OS e PLV

Vrac padrão

CANAL DIRETO

Fornecedor de triagem

Vrac padrão, vrac OS e PLV solar Vrac padrão

solar

Vrac padrão solar

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• Declaração de produção: entrada das unidades produzidas no dia, dentro do

sistema de gestão de estoques, com incremento do nível de estoque. O fornecedor

envia diariamente a lista de referências produzidas durante o dia.

• Envio de vrac padrão aos fornecedores: abastecimento dos fornecedores para

suprir as necessidades de produção.

• Repatriamento: criação de envio de produtos acabados, dos fornecedores em

direção aos CD, para satisfazer os pedidos que têm como ponto de partida o CD. O

transporte é organizado pelo fornecedor, que envia as faturas a cada responsável.

• Preenchimento das folhas de rupturas e de estimativa de rupturas: de acordo

com o horizonte considerado, cada responsável da célula deve preencher um

arquivo indicando a data de colocação à disposição dos artigos e a causa da ruptura,

para os artigos próximos ou já em ruptura.

• Cobrança: criação mensal das faturas de prestação de serviços dos fornecedores.

Junto às atividades operacionais, a equipe, representada pelo responsável da célula,

pelo responsável da linha solar e pelo estagiário, trabalhou na preparação da campanha de

retorno dos produtos solares. Este projeto foi desenvolvido em quatro etapas:

1) Atualização do contrato, onde estão presentes as diretrizes a serem seguidas pelo

fornecedor durante a prestação de serviços. Estão discriminados aspectos físicos da

operação como volumes totais, número de caminhões a receber por dia, fluxo de

informação (notas de transporte), controle de qualidade, critérios a considerar na

realização da triagem, destino dos produtos após triagem (estocagem, destruição e

expedição), conformidade à legislação, cobranças, etc. O contrato será descrito no

item 3.2 deste trabalho.

2) Pré-seleção de dois fornecedores (Legendre e Geodis) para participação na

licitação, realizada pelo coordenador de compras do DPGP de L’Oréal. Os motivos

para a escolha destes dois prestadores será apresentado no item 3.5.

3) Recebimento dos orçamentos dos dois fornecedores, calculados a partir de uma

série de atividades básicas desempenhadas. Com os orçamentos em mão, foi

realizada uma análise tarifária, apresentada na tabela 14.

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4) Escolha do fornecedor para a campanha de 2007, durante uma reunião dirigida

pelo coordenador de compras do DPGP de L’Oréal, na qual estavam presentes os

responsáveis das células de abastecimento de OAP, GMG e Nivea e o estagiário da

CACP de OAP. Por uma hora em média, cada fornecedor pré-selecionado teve

direito a apresentar sua proposta, mostrar as características de suas instalações (que

devem estar de acordo com as especificações do contrato) e o seu entendimento do

processo. Considerando as informações coletadas durante a reunião e a análise

tarifária, o coordenador de compras fez sua escolha por Geodis. No item 3.5 serão

apresentadas razões desta escolha.

1.4 Contexto

O processo de externalização da gestão do retorno dos produtos sazonais realizados

pelas empresas dos grupos L’Oréal e Beiersdorf está inserido em um projeto de aumento de

flexibilidade através da concentração sobre o negócio central, abrindo espaço para a

terceirização de atividades periféricas. Ao subcontratarem, as empresas acabam por dedicar

sua atenção a um número menor de tarefas, reduzindo o número de processos internos e

racionalizando a sua estrutura administrativa, o que aumenta seu desempenho. Segundo

Amato Neto (1995)6 este fenômeno resulta da transição do paradigma de “produção em

massa” (integração vertical) para o paradigma da “produção flexível”, caracterizado pela

desintegração vertical, a qual consolida a importância do relacionamento com outras

empresas. Elas também externalizam as atividades de logística reversa porque não desejam

confundir seus fluxos diretos e reversos. Além disso, não possuem capacidade suficiente em

seus CD para realizar as operações de triagem.

O objetivo principal da parceria entre OAP, GMG e Nivea é o de simplificar o

processo de coleta e de triagem dos itens, uma vez que todas estas atividades podem ser feitas

de forma massiva. Por outro lado, as empresas procuram receber orçamentos mais vantajosos

da parte dos fornecedores, já que as quantidades a tratar são maiores e conseqüentemente os

custos fixos são divididos entre os participantes. Segundo Leite (2003), com o objetivo de

6 Neste trabalho utiliza-se o sistema autor-data para indicar as referências bibliográficas.

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melhorar suas condições operacionais parcerias empresariais são estabelecidas, visando

eliminar redundâncias e melhorar a eficiência das ações conjuntas nas diversas fases das

cadeias direta e reversa de mercadorias.

No âmbito deste projeto, as empresas em questão compram dos distribuidores (clientes

diretos) os produtos solares não revendidos aos consumidores finais (clientes indiretos) ao

preço de venda, retirando o excesso de estoque dos armazéns dos distribuidores após a

estação, reduzindo os custos de manutenção e a perda de valor destes produtos. Leite (2003)

afirma que essas medidas permitem uma relação de fidelidade entre clientes e fornecedores,

adequando produtos e processos às necessidades e valores coorporativos. A política de

recompra dos itens tende a estimular a venda dos produtos solares, já que os clientes diretos

não terão perdas significativas com os itens não vendidos (desconsiderando os custos

logísticos de transporte e estocagem incorridos durante o período de duração da campanha

solar). Desta maneira, como os clientes têm a certeza de que os itens não vendidos não se

tornarão estoque obsoleto, eles tendem a comprar mais e assim colocar mais produtos nas

prateleiras, reafirmando a política de marketing de L’Oréal, que deseja aumentar a taxa de

penetração de mercado. Segundo esta filosofia, quanto mais um produto da grande

distribuição é evidenciado em um PDV, mais chances ele terá de ser vendido.

Por fim, a necessidade de desenvolver um método de seleção, que julgue com precisão

as capacidades do fornecedor de triagem, faz-se presente quando as empresas envolvidas

mostram-se insatisfeitas com os fornecedores escolhidos em prestações anteriores, o que

inviabiliza a construção de uma relação de longo prazo, benéfica para os dois lados. Isto

coloca em cheque os procedimentos utilizados até então e motiva a proposição de uma

maneira mais adequada judiciosa para realizar a escolha, adequada às características deste

projeto, para evitar transtornos durante a realização da operação. é dentro deste contexto que

este trabalho é proposto.

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1.5 Organização do trabalho

Este trabalho de formatura está estruturado em seis capítulos:

• O primeiro capítulo faz uma introdução ao trabalho, apresentando seus objetivos,

seu contexto e sua delimitação, além de descrever a empresa onde foi desenvolvido.

• No segundo capítulo, realiza-se uma revisão da literatura sobre os principais temas

abordados nesse trabalho, que serviram de base de sustentação para o estudo

realizado. Destacam-se a bibliografia sobre a logística reversa, sobre os métodos

existentes para o auxílio à tomada de decisão e sobre os critérios importantes para

estabelecer uma relação de parceria entre contratantes e fornecedores.

• No terceiro capítulo é apresentada uma definição detalhada da situação e do

problema. São mostrados os processos utilizados pelas empresas para preparar a

campanha de retorno dos produtos solares, uma descrição das atividades do

fornecedor de triagem, bem como uma avaliação dos fornecedores envolvidos na

campanha atual e dos anos precedentes.

• O quarto capítulo trata da metodologia utilizada para o desenvolvimento do método

de seleção do fornecedor, a partir do estabelecimento de critérios de decisão, sua

hierarquização e da criação de questionários para avaliá-los.

• No quinto capítulo são apresentados os resultados da aplicação do método, através

do preenchimento dos questionários, notação dos fornecedores e escolha do

fornecedor mais adequado à prestação. A partir dos critérios considerados, faz-se

uma análise de seus pontos positivos e negativos, com sugestões de melhoria.

• No sexto e último capítulo é feita uma avaliação do trabalho realizado,

identificando os benefícios proporcionados pelo estudo realizado e propondo

possíveis melhorias à ferramenta construída. Além disso, é feita breve análise sobre

as experiências vivenciadas durante sua realização.

1.6 Delimitação do estudo

Este trabalho de formatura é resultado de um estágio realizado na empresa OAP,

responsável pela escolha do fornecedor logístico de triagem dentro da campanha de retorno

anual de produtos sazonais. Desta maneira, ele não abordará as questões relativas à seleção do

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fornecedor logístico de transporte, que é realizada por GMG. Além disso, uma vez que OAP

trata do retorno dos produtos solares, o caso do retorno dos perfumes não será levado em

consideração durante as análises deste trabalho. Embora utilizem os mesmos fornecedores

logísticos, eles possuem gestão menos complexa, devido aos seus volumes reduzidos e prazos

de realização da prestação mais flexíveis, como visto na tabela 2. Desta maneira, será

considerada como fator de escolha apenas as condições de prestação de serviço durante a

campanha de retorno solar.

Tabela 2: Características da campanha de retorno dos produtos sazonais

Volume (em mil unidades) Duração Produtos Solares 4.500 Setembro-Dezembro

Perfumes 240 Janeiro-Junho

Fonte: dados internos de L’Oréal Paris France (2007)

Este trabalho se concentrará unicamente sobre o mercado francês, onde são realizadas

as operações e onde estão presentes os atores. Finalmente, o método será aplicado somente na

avaliação dos fornecedores presentes no processo de seleção conduzido pelas empresas para a

campanha de 2007, porque é o único que fornece informações suficientes para o autor deste

trabalho conduzir este estudo.

A intenção neste capítulo introdutório é de apresentar a empresa e contextualizar a

campanha de logística reversa, fornecendo os elementos básicos para a compreensão do

problema tratado. Nos capítulos seguintes a problemática apresentada será detalhada e

analisada a fim de atingir os objetivos anteriormente definidos.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse capítulo faz-se a revisão bibliográfica sobre os principais conceitos da literatura

tratados neste trabalho. A intenção não é tratar de maneira exaustiva os temas apresentados,

apenas situar esse trabalho de formatura com algumas referências importantes sobre os

assuntos abordados. Os tópicos discutidos são os seguintes:

• Logística reversa: conceitos, tipologia e complexidade;

• Terceirização em operações logísticas;

• Parcerias na terceirização;

• Métodos de auxílio à tomada de decisão (dentre os quais, o método AHP de

atribuição de pesos);

• Critérios para a seleção de fornecedores;

• Formulários de avaliação de fornecedores;

2.1 Logística reversa

A logística reversa é o campo da Logística que trata das questões relativas aos canais

de distribuição reversos. Segundo Leite (2003) esta é uma preocupação recente talvez em

virtude de sua pouca importância econômica, quando comparada aos canais de distribuição

diretos. No entanto, ganha importância, uma vez que a logística empresarial tem consagrado

esforços em estudos e aperfeiçoamentos, justificados não somente pela oportunidade de

redução dos custos envolvidos, mas também pela possível diferenciação dos níveis de serviço

oferecidos em mercados globalizados e competitivos.

Um canal de distribuição direto é constituído pelas diversas etapas de movimentação e

comercialização por que passam os bens produzidos, até que cheguem ao consumidor final

(KOTLER, 1996). Por sua vez, um canal de distribuição reverso compreende os meios pelos

quais uma parcela destes produtos (com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil

ampliado ou depois de extinta a sua vida útil), retorna ao ciclo produtivo ou de negócios,

readquirindo valor em mercados primários ou secundários, pelo reuso ou pela reciclagem de

seus materiais constituintes (LEITE, 2003).

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Segundo Beaulieu (2000), uma definição da logística reversa considera três pontos:

1) A logística reversa é associada tanto a um produto como a um detrito, possuindo

um valor de recuperação ou de reutilização;

2) O destinatário destes produtos retornados pode ser o produtor inicial, ou pode haver

a inclusão de outros atores;

3) Dentro de um canal reverso há a inserção de um conjunto de atividades de gestão,

apresentado na tabela 3.

Tabela 3: Atividades de gestão da logística reversa

Atividade Definição

Coleta Procedimento visando desviar os ativos secundários e os direcionar a um canal de valor agregado.

Triagem

Separação dos diferentes materiais recuperados de forma não-unitizada (papel, alumínio, plástico etc.) ou através do desmantelamento de produtos complexos em seus diversos componentes (por exemplo, um computador).

Entrepesagem Constituição de um volume suficiente para permitir o transporte de modo econômico.

Transporte Deslocamento dos ativos secundários em direção às atividades de tratamento intermediário ou de retratamento.

Tratamento intermediário

Série de atividades para preparar os ativos secundários para o retratamento (por exemplo, lavagem, filtragem). Esta atividade pode representar controles exaustivos da qualidade dos materiais recuperados.

Retratamento Atividades que fazem com que o ativo secundário possa ser reutilizado. Exemplos: reparo, reembalagem ou reciclagem.

Fonte: Beaulieu (2000), traduzido pelo autor.

Desta maneira, pode-se definir a logística reversa como sendo “um conjunto de

atividades de gestão visando à reintrodução de ativos secundários na cadeia de valor”

(BEAULIEU, 2000, p. 4). A reintrodução destes ativos secundários pode ser feita em

mercados originais ou em mercados diferentes do original.

Segundo Leite (2003), faz-se uma distinção entre canais de distribuição reversos de

pós-consumo e de pós-venda. O primeiro representa o fluxo reverso de produtos e materiais

constituintes que retornam ao ciclo produtivo, após serem descartados depois de finalizada a

sua utilidade original. Ele pode ser dividido em canais reversos de reciclagem e de reuso. Por

sua vez, o canal reverso de pós-venda é constituído pelo retorno de uma parcela dos produtos,

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com pouco ou nenhum uso, devido a problemas relacionados à qualidade em geral ou a

processos comerciais entre empresas. A ilustração seguinte esclarece a diferença entre estes

dois fluxos.

De acordo com Beaulieu (2000), os canais reversos podem comportar um número

maior ou menor de intermediários da mesma maneira que os canais tradicionais de

distribuição. Assim, estes canais podem ter múltiplas formas, que dependem basicamente do

número de atores potenciais no processo. Este fator influenciará o seu grau de complexidade.

2.1.1 Tipologia e complexidade de um canal reverso

Fleischmann (1997) e Kopicki (1993) tratam os canais segundo a diferença entre

canais de circuito fechado ou de circuito aberto. No primeiro caso, os ativos secundários

voltam ao seu mercado de origem; no segundo caso, os ativos podem ser direcionados a

outras indústrias. Além disso, a tipologia dos canais reversos proposta por Beaulieu (2000) se

baseia em dois parâmetros:

1) Escolha do mercado de reintrodução do ativo secundário;

Fluxo

REVERSO D

I

R

E

T

O

REVERSO

Mercado primário

Mercado

secundário

Mercado

secundário

Pós-venda Pós-consumo

Reciclagem

Desmanche

Reuso Retorno

Disposição final

Figura 5: Canais de distribuição diretos e reversos Fonte: Leite (2003)

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2) Grau de tratamento do ativo secundário (tratamento intermediário ou retratamento),

que determinará o número de elos presentes no circuito.

Com base nestes dois fatores, pode-se construir a figura seguinte:

As partes da figura mostram exemplos de produtos que necessitam de um maior ou

menor grau de retratamento, sendo inseridos em mercados secundários originais ou em outros

mercados, onde reencontrarão valor agregado e estarão de acordo com as normas de

qualidade. Esta tipologia introduz a noção de complexidade porque, quanto maior o número

de atores inseridos no processo, mais complexa será sua gestão ou estruturação. Além disso,

empresas que se situam do lado direito da figura devem desenvolver novos canais para a

reinserção destes itens, sem poder reutilizar os canais diretos existentes.

A complexidade de um sistema provém da grande variedade de elementos que o

compõem (DE ROSNAY, 1975). Estes elementos possuem funções especializadas e são

conectados por uma grande variedade de ligações, gerando uma alta densidade de

interconexões possíveis. Para Beaulieu (2000), como já visto, a natureza do ativo secundário é

uma variável preponderante no grau de complexidade de um canal reverso e duas dimensões

irão influenciá-la. Primeiramente, o número de componentes integrados no bem,

significando a possibilidade de reinserção e revalorização em vários mercados distintos. Esta

Nenhum retratamento

Retratamento importante

Mercado de origem

Outros mercados

Roupas doadas à caridade

Papéis velhos

Pneus fora de uso

Produtos Solares

Figura 6: Classificação dos canais de logística reversa Fonte: Beaulieu (2000), traduzido pelo autor.

Retorno de produtos Compra por catálogo

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situação pode requerer a presença de intermediários para redirecionar os itens aos mercados

adequados. Secundariamente, o grau de integridade física com o qual se deseja reutilizar o

item. No caso em que há grandes transformações em relação ao estado original, novas

operações devem ser incluídas no processo, aumentando sua complexidade. Sendo assim,

estas duas variáveis estão então associadas ao número de atores e ao número de processos

presentes que, quando em maior número, criarão um sistema mais complexo. Seus valores e

sua influência no grau de complexidade são apresentados na tabela 4.

Tabela 4 : Complexidade de um canal reverso

Retratamento Simples Importante Radical

Canal atual Complexidade Canal atual com novos intermediários

Baixa Complexidade Média Complexidade

Novos canais AltaFonte: Beaulieu (2000), traduzido pelo autor.

Para o eixo retratamento, três situações são possíveis:

Retratamento simples: o ativo secundário conserva suas características físicas e suas

funcionalidades são intactas.

Retratamento importante: o bem conserva suas características físicas, mas suas

funcionalidades são comprometidas.

Retratamento radical: o usuário deseja reencontrar as propriedades de base. Assim, o

ativo sofre grandes transformações para retomar suas características originais.

Com relação ao canal de encaminhamento do ativo, três situações são possíveis:

Utilização do canal atual: recorrência à rede de distribuição atual.

Utilização de novos intermediários: recorrência em parte à rede atual, mas há a

necessidade de intervenção de novos atores para realizar as atividades de logística reversa.

Novos canais: ativo secundário direcionado a um setor diferente do original.

Através desta tabela, podem-se criar três zonas de complexidade. Na zona branca (de

baixa complexidade), o produto é pouco ou nada alterado e as organizações podem se

aproveitar dos fluxos logísticos diretos. As demais zonas são mais complexas porque elas

obrigam o retratamento parcial ou total do produto e a criação de novos fluxos.

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Para facilitar a gestão de um canal reverso, Beaulieu (2000) propõe a presença de

intermediários especializados na logística reversa. Primeiramente porque eles têm a

capacidade necessária para assegurar as operações de retratamento dos materiais quando estes

ativos possuem diversos componentes. Além disso, muitas vezes as organizações não querem

mesclar, em uma mesma estrutura, os fluxos diretos e reversos, tornando mais complexas as

decisões relativas à gestão de estoques.

2.2 Serviços logísticos terceirizados

Serra (2001) define terceirização como sendo a “transferência de atividades ligadas à

produção para pessoas físicas, ou jurídicas; essas são contratadas para a execução de

partes, etapas ou sistemas da operação, que são realizadas com autonomia e cujos riscos e

garantia são de responsabilidade do contratado”. Sendo assim, na terceirização o terceiro é

responsabilizado pela atividade desenvolvida proporcionando garantia na execução dos

serviços e dos produtos gerados, ou seja, ele assume maiores responsabilidades.

Segundo Leite (2003), as peculiaridades na logística reversa de pós-venda advêm do

fato de o produto apresentar-se transformado ou pouco identificado no retorno: sem

embalagem, com embalagem danificada, com diversos modelos nas mesmas cargas de

retorno, com diferentes volumes na mesma carga. Todas essas características tornam difícil o

planejamento para a obtenção de eficiência. Por isso, a logística reversa é um excelente

campo de atuação para operadores logísticos, podendo atuar em diversas formas de prestação

de serviços e podendo especializar-se em cada uma das atividades. Arnhold (2006) destaca

que os prestadores de serviços logísticos podem possuir ativos como frota própria e armazéns

ou apenas trabalhar na formulação da solução logística, utilizando, nesse último caso, os

ativos de terceiros.

A coleta dos bens de pós-venda se dá normalmente pelos mesmos caminhos da

distribuição direta, em sentido inverso às entregas, sendo tanto mais difícil quanto mais elos

houver. O número dos pontos de coleta determinará os gastos com transporte. Em geral, as

cargas não são completas, acrescentando-se custos devido à falta de escala econômica e à

heterogeneidade das cargas. Leite (2003) afirma que por esses motivos, faz-se necessária a

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inclusão de um operador especializado, podendo transportar os itens para centros de

consolidação reversos, ganhando em economia de escala e aumentando a performance da

operação. Leite (2003) define ainda que os centros de distribuição reversos têm o objetivo de

consolidar o recebimento das mercadorias retornadas, para agrupar todas as atividades de

identificação, triagem e reenvio ao canal reverso para recuperação de valor. Sua vantagem é a

criação de economias de escala no tratamento dos produtos, economizando com os custos

operacionais e com espaços de estoque nas origens do retorno. O autor salienta que

operadores logísticos mais especializados oferecem “pacotes” que incluem a logística reversa

como um serviço diferencial a seus clientes.

A escolha correta de um operador logístico é de extrema importância para o aumento

da competência. De acordo com Furtado (2005), a escolha adequada de um fornecedor pode

produzir resultados positivos no sistema de suprimentos, enquanto que uma decisão ruim

pode trazer problemas não somente para a área em questão, mas também para todos os outros

serviços envolvidos, com impactos diretos sobre a lucratividade. Além disso, a seleção de

fornecedores inadequados aos propósitos estratégicos das organizações pode acarretar custos

de mudança com a sua substituição. Aymard e Brito (2003) detalham alguns destes custos,

como recursos humanos (treinamento, gerenciamento da mudança), recursos físicos,

econômicos e tecnológicos (novos equipamentos, perdas de sinergia, estabelecimento de

novos arranjos logísticos), percepção de risco (familiaridades de marca, confiança), garantias

contratuais e perdas de clientes.

2.3 Parcerias na terceirização

Lambert et al (1998) definem parceria como “um relacionamento de negócios,

baseado em confiança mútua, compartilhamento de riscos e recompensas que rendem

vantagem competitiva resultando num desempenho maior do que seria alcançado se as

empresas estivessem trabalhando de forma individual.”

A motivação para a criação de parcerias entre empresas fornecedoras e clientes

depende de uma série de fatores. Furtado (2005) cita alguns deles, como o aumento de

competitividade de ambas dentro da cadeia de suprimentos, a necessidade de rápido

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desenvolvimento de novas competências num grande número de áreas diferentes e o aumento

na lucratividade, quando há o compartilhamento de ativos, compromissos de volumes em

longo prazo e redução de variabilidades dos processos geradas pelo intercâmbio de

informações. Klotzle (2002) aborda as alianças entre empresas de duas maneiras possíveis: na

primeira, empresas buscam a parceira para ter acesso aos recursos dos parceiros, enquanto que

na segunda, elas buscam a capacidade de aprender umas com as outras e partilhar a

informação.

Segundo Lambert et al (1996) a relação entre parceiras é estabelecida de três maneiras:

1) Uma empresa reconhece a outra como parceira, mas há limitações de atividades

conjuntas de planejamento e coordenação, num horizonte de tempo de curto prazo.

2) As parceiras sentem um progresso na integração das atividades, com um maior

número de departamentos envolvidos, sendo o horizonte de longo prazo.

3) As empresas possuem uma grande integração de atividades, tratando-se como uma

extensão do próprio negócio. Há a idéia de que a relação perdurará por um longo

tempo.

Além disso, Cooper e Gardner (1993) citam bons relacionamentos entre empresas,

necessários para a instauração de uma parceria bem sucedida. São eles:

1) Planejamento: reuniões conjuntas e comunicação intensa.

2) Compartilhamento de riscos e benefícios: compreensão dos altos e baixos

existentes nos respectivos negócios.

3) Prolongamento: expectativa de que a relação continuará no futuro.

4) Intercâmbio de informações: necessário para manter a estabilidade da relação.

5) Controles operacionais: monitoramento contínuo da eficiência do

relacionamento.

6) Interligação entre culturas corporativas: similaridade de metas e valores para

facilitar o compartilhamento de ações.

Desta maneira, para criar parcerias entre empresas fornecedoras e clientes, é

necessário que estas possuam objetivos estratégicos alinhados, uma vez que almejam

relacionamentos de longo prazo, com alto grau de comprometimento. Por esta razão, a

escolha de parceiros é uma atividade importante, pois se deve selecionar fornecedores

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capacitados para relações duradouras, reduzindo os riscos e custos relativos a uma prestação

pouco qualitativa.

2.4 Processo de seleção de fornecedores: tomada de decisão multicritério

Segundo Furtado (2005), ao se tratar de uma decisão de fonte de suprimentos, três

pontos devem ser levados em consideração: seleção, avaliação e desenvolvimento. O

primeiro ponto trata de escolher o fornecedor pelas razões adequadas, conforme os requisitos

de relacionamento definidos para a situação. O segundo ponto está relacionado com a

manutenção da relação constituída com os fornecedores, através da identificação de

oportunidades de melhoria ao longo do relacionamento. Por fim, durante o desenvolvimento,

a empresa cliente tem interesses na inserção e na manutenção do fornecedor como

participante de sua cadeia, melhorando seu desempenho e suas competências, estabelecendo

uma relaão de sinergia.

O processo de seleção de fornecedores é um processo de tomada de decisão

multicritério, cujas características, citadas por Gomes et al (2002), são:

1) Os critérios de resolução do problema são em número de pelo menos dois e

conflitam entre si.

2) A solução do problema depende de um conjunto de pessoas, cada uma das quais

com seu próprio ponto de vista, muitas vezes conflitante com os demais.

3) Alguns dos critérios são quantificáveis, enquanto que outros só o são por meio de

julgamentos de valor efetuados sobre uma escala.

Com relação ao segundo aspecto, Dobler e Burt (1996) identificam que a

responsabilidade para a seleção de fornecedor pode ser realizada de três maneiras diferentes:

1) O comprador sozinho pode conduzir todo o processo;

2) Participação de equipe ou times multifuncionais pontuais;

3) Constituição de commodity teams, equipes multifuncionais permanentes.

Gomes et al (2002) definem que problemas de decisão podem ser discretos, quando se

trata de um número finito de soluções, ou contínuos, quando este número é infinitamente

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46

grande. Entre os métodos discretos, destacam-se a Utilidade Multiatributo, o AHP (Analytic

Hierarchy Process ou Método de Análise Hierárquica) e os métodos Electre. Enquanto os

dois primeiros são considerados mais representativos da escola americana do Apoio

Multicritério à Decisão (AMD), os métodos Electre correspondem à chamada escola francesa,

permitindo uma modelagem mais flexível do problema, porque não admitem necessariamente

a comparação entre todas as alternativas, além de não imporem uma estruturação hierárquica.

De uma maneira geral, os problemas multicritérios envolvem seis componentes:

1) Objetivo;

2) Decisor;

3) Conjunto de critérios de decisão;

4) Conjunto de alternativas;

5) Conjunto de estados da natureza;

6) Conseqüências das decisões.

O AMD consiste em um conjunto de métodos e técnicas para auxiliar ou apoiar a

tomada de decisões, sob a influência de uma multiplicidade de critérios. É fundamentado na

precisa identificação da situação de decisão, na qual existem critérios conflitantes, nos atores

da decisão (decisão em grupo) e nos problemas destes atores. Pressupõe aceitação de que a

subjetividade esteja sempre presente nos processos de decisão, permitindo iniciar o

entendimento de que serão encontrados diferentes juízos de valor nos diversos atores da

decisão. No AMD, a estrutura de valores dos decisores é associada aos critérios existentes,

que buscam permitir que as alternativas sejam examinadas, avaliadas e priorizadas.

Para Furtado (2005), uma vez definidos e avaliados os critérios de decisão, a empresa

compradora passa para a fase de consolidação das informações para a tomada de decisão.

Num processo qualitativo, os envolvidos podem reunir-se e tomar a decisão após avaliação. Já

no processo quantitativo, os dados são compilados para permitir a comparação entre as

alternativas de solução. Ele classifica tais abordagens quantitativas em três grupos:

1) Modelo de distribuição de pesos: atribuição de pesos para cada um dos critérios

que, quando multiplicados pelo valor atribuído ao desempenho do fornecedor,

resultarão em uma nota, que será sua nota consolidada. O fornecedor de maior nota

será o de maior desempenho na globalidade dos critérios considerados.

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2) Modelos de programação matemática: utilização da programação linear para

otimização dos resultados esperados, considerando as restrições do sistema.

3) Abordagens estatísticas: modelos de probabilidade no processo decisório.

Em virtude do tipo de decisão a tomar, correspondendo a uma decisão multicritério, e

das particularidades do problema em questão, deve-se considerar como método de análise de

solução o modelo de distribuição de pesos, que será analisado em seguida.

2.4.1 Metodologias de atribuição de pesos

Gomes et al (2002) citam as seis principais metodologias de atribuição de pesos :

• SMART (Simple Multi Attribute Rating Technique): atribuição de pesos realizada

em duas etapas, primeiramente ordenando os critérios de acordo com sua

importância e secundariamente com o decisor avaliando a importância relativa de

cada critério, iniciando pelo critério de menor para o de maior importância.

• Ordinal (Ranking Methods): Atribuição de pesos pela utilização de fórmulas,

ideal quando os critérios estão classificados em uma escala ordinal.

• AHP (Analytic Hierarchy Process): Baseado na comparação paritária dos critérios

considerados, decidindo assim sua importância.

• Atribuição direta de pesos: indicação direta de cada um dos pesos, realizada pelo

decisor. Esta metodologia é indicada para critérios de escala verbal e cardinal.

• Swing Weighting: o decisor é convidado a considerar a situação hipotética de uma

alternativa que possui a menor pontuação em todos os critérios envolvidos no

processo de decisão. O decisor atribui 100 pontos ao critério que decide elevar

primeiro à maior pontuação possível. Ele, após atribuir tal pontuação, elimina este

critério do processo. Ao consultar os critérios restantes, novamente escolhe o

critério que gostaria de elevar e atribui um valor inferior a 100 pontos, repetindo o

procedimento para todos os critérios.

• Trade-off Weighting: o decisor é convidado a considerar duas alternativas

hipotéticas que diferenciam entre si em apenas dois critérios, permanecendo igual

nos demais critérios. O decisor variará a pontuação das alternativas dentro dos

critérios considerados, de forma a obter inequações que permitem a posterior

definição dos pesos dos critérios.

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48

2.4.2 AHP (Analytic Hierarchy Process)

Segundo Costa Neto (2007), o método AHP, criado por Thomas Saaty em 1971, é um

dos mais difundidos no mundo. Ele utiliza um modelo de decisão hierárquica com sólida base

matemática, estabelecendo prioridades para a tomada de decisão. Atualmente, a metodologia

é aplicada em problemáticas como alocação de recursos, avaliação de funcionários, estratégia

de marketing, decisões em grupo, gestão de conflitos, análise custo benefício, entre outros.

Para Saaty (1990), um exercício de tomada de decisões está ligado à avaliação das

alternativas, satisfazendo um conjunto de objetivos. O método AHP implica em um processo

de decisão baseado na hierarquia (ou níveis). O tomador de decisão deve definir um objetivo

global e selecionar alternativas para atingi-lo, através do cumprimento de diferentes critérios.

Para buscar a melhor solução, pode-se fazer uma análise comparativa, tanto das alternativas

como dos critérios. Ele é interessante porque auxilia o decisor no entendimento de suas

preferências e possibilita a documentação completa do processo de escolha.

Verifica-se na figura anterior que para atingir o objetivo, alguns critérios serão

avaliados e estes, por sua vez, serão formados por subcritérios. No contexto deste tipo de

problema, a questão central é determinar qual a influência dos fatores individuais do nível

mais baixo da hierarquia influenciam no objetivo geral. Como esta influência não é

necessariamente uniforme em relação aos fatores, o método permite explicitar suas

intensidades ou prioridades. Assim, o processo de tomada de decisão refletirá as preferências

do tomador de decisão ou do grupo envolvido na decisão. Vargas (1990) define o AHP como

Figura 7: Estrutura hierárquica de decisão Fonte: Costa Neto (2007)

Objetivo

Sub

Crit

Sub

Crit

Sub

Crit

Sub

Crit

Sub

Crit

Sub

Crit

1 2 3 4 Alternativas

Critério Critério Critério

Nível 1

Nível 3

Nível 2

Nível 4

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uma teoria de medição e decisão envolvendo critérios quantitativos e intangíveis. Segundo

ele, o AHP está baseado no seguinte princípio: para decidir, a experiência e o conhecimento

das pessoas são ao menos tão importantes quanto os dados que elas utilizam.

Morita (1998) salienta que existem dois atores principais na aplicação do AHP.

Primeiramente, o analista é o responsável pela estruturação do problema, podendo ser

representado por uma única pessoa ou um grupo. Ele se encarregará de analisar o problema,

identificar os limites, definir objetivos, formular critérios e selecionar alternativas. Em

seguida, na fase de avaliação estão os tomadores de decisão, representados por executivos,

técnicos, usuários, clientes, autoridades oficiais, entidades representativas, fornecedores e

representantes. Eles podem atuar em todos os julgamentos ou apenas em parte.

Morita (1998) propõe quatro etapas para a aplicação do método:

1) Estruturação dos objetivos, critérios e alternativas em uma hierarquia, do geral para

o mais específico;

2) Obtenção dos dados dos julgamentos comparativos de cada par dos fatores de

decisão (critérios, sub-critérios, alternativas) em um dado nível, além da verificação

do nível da consistência dos dados de julgamento de cada grupo;

3) Determinar as prioridades relativas dos pesos dos fatores de decisão, em cada nível;

4) Consolidar as prioridades relativas até o nível das alternativas. A recomendação da

decisão é dada pela classificação das alternativas de decisão, ordenadas

relativamente ao objetivo global.

Para a aplicação, a atribuição de valores se dá por julgamentos relativos, através de

comparações de elementos dois a dois. Para este julgamento, utiliza-se uma escala de

intensidades desenvolvida por Saaty, projetada para representar a intensidade da preferência

ao se julgar alternativas e da importância ao se julgar critérios e sub-critérios. O valor é o

fator de comparação, correspondendo em valor quantitativo ao número de vezes que um

elemento é preferido em relação ao outro.

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50

Tabela 5 : Escala de intensidades de Saaty

Escala Numérica Escala Verbal 1 Mesma importância 3 Importância moderada de um sobre o outro 5 Importância essencial ou forte 7 Importância muito forte 9 Importância extrema

2, 4, 6, 8 Valores intermediários Fonte: Costa Neto (2007)

A matriz de comparação por pares (MCP) é uma matriz de julgamentos de um grupo

sob um determinado fator de decisão do nível superior. Ela é uma matriz quadrada de ordem n

que compara n fatores de decisão. Cada par de fatores de decisão é julgado apenas uma única

vez, tendo n(n-1)/2 julgamentos para cada grupo de n elementos.

Para exemplificar a estruturação da atribuição de pesos, será apresentado um exemplo

fictício, para uma tomada de decisão baseada em três critérios: C1, C2 e C3.

Como n=3, serão realizados 3 julgamentos.

Com base na escala de valores presente na tabela 5 e após avaliação da equipe de

decisão, chegou-se à conclusão que:

• C2 é 7 vezes mais importante que C1 (importância muito forte);

• C3 é 2 vezes mais importante que C1 (mesma importância/ importância moderada)

• C2 é 5 vezes mais importante que C3 (importância forte).

Os resultados estão descritos na tabela 6.

Tabela 6: Julgamentos com base em critérios principais

C1 C2 C3 C1 1 1/7 1/2 C2 7 1 5 C3 2 1/5 1

Total 9 1,343 6,5

Morita (1998) propõe uma metodologia para estabelecer a prioridades relativas,

baseada em três etapas:

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1) Somar o total de cada coluna da MCP;

2) Normalizar a matriz, dividindo cada elemento pelo total da sua respectiva coluna;

3) Calcular a média aritmética da cada linha da matriz normalizada.

Obtém-se assim, a seguinte matriz com as prioridades relativas:

Tabela 7: Determinação das importâncias relativas dos critérios

C1 C2 C3 Média Pesos C1 0,1 0,106 0,077 0,094 9,4% C2 0,7 0,745 0,769 0,738 73,8% C3 0,2 0,149 0,154 0,168 16,8%

Total 1 1 1 1 100%

Deve-se verificar a consistência do resultado obtido através do índice de consistência

(IC), que indica se há ou não necessidade de revisão dos julgamentos para a MCP. É

calculado pela equação:

max / 1

onde max = A * B

Neste exemplo, A = 1 1/7 1/27 1 52 1/5 1

e B = 0,0940,7380,168

, o que resulta em

max = 3,0226 e IC = 0,0113 ou 1,13%

O valor obtido para IC deve ser comparado com o IC máximo (ICmax) estabelecido

por Saaty e apresentado na tabela 8. Caso o valor de IC ultrapasse o valor de ICmax, a MCP

correspondente deve ser revista, porque a inconsistência é excessiva.

Tabela 8: Tabela para comparação do IC para rejeição de consistência de uma MCP

n 3 4 5 ou mais ICmax 5% 8% 10%

Fonte: Morita (1998)

Como IC = 1,13% < ICmax ( n = 3) = 5%, não se pode dizer que a MCP é

inconsistente. Com este procedimento, assegura-se um nível tolerável de inconsistência dentro

da estrutura hierárquica.

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52

2.5 Critérios de seleção de fornecedores

Para Furtado (2005), a principal característica de um processo da seleção de

fornecedores é a tomada de critérios adequados, que possam identificar aspectos e traçar seu

perfil. Estes critérios são quantitativos e qualitativos. Os critérios quantitativos como preço,

capacidade produtiva e qualidade são de identificação mais fácil e de comparação mais

precisa entre as alternativas. Os critérios quantitativos como confiança e compatibilidade

administrativa, por sua vez, carregam uma maior subjetividade e por isso sua avaliação

depende do avaliador. Com relação aos critérios quantitativos, Lopes (2004) agrupou-os,

classificando-os quanto a aspectos de desempenho, econômicos, “integrativos” (disposição do

fornecedor para cooperação) e “adaptativos” (viabilidade do comprador em acomodar

incertezas sobre a competência dos fornecedores).

Furtado (2005) desenvolveu uma pesquisa descritiva junto a sete empresas de grande

porte brasileiras com processos padronizados para a seleção de fornecedores. Por meio desta

pesquisa, ele definiu quais os critérios de seleção utilizados por estas empresas no processo de

escolha de fornecedores, quando se deseja estabelecer um relacionamento de parceria. Foi

construído um questionário para a coleta de dados, enviado aos respondentes (executivos em

nível pelo menos gerencial) para identificação da importância de uma lista de critérios. Um

exemplo de aplicação deste questionário é apresentado no anexo B.

Á luz desta pesquisa, 17 critérios foram considerados de importância alta para as

empresas estudadas sobre 44 critérios avaliados. São eles:

• Qualidade: neste trabalho, o termo qualidade será considerado como o atendimento

às especificações do produto ou serviço, presentes em um contrato. Uma definição mais

detalhada destas especificações será apresentada adiante.

• Preço: preço do bem ou serviço, adequado às expectativas dos clientes ou

consistente com o ambiente do mercado do setor.

• Cumprimento de entrega: atendimento aos acordos de entrega quanto a prazos,

quantidades, formas de embalagens e transporte.

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• Capacidade de produção: coerência entre a quantidade do produto ou serviço

solicitada pelo comprador e a quantidade que o fornecedor consegue gerar durante

determinado período de tempo.

• Compatibilidade geográfica: adequação da localização do fornecedor, podendo

ser entendido como proximidade física do cliente ou localização adequada ao aproveitamento

de rotas ou utilização de outros modais de transporte.

• Políticas de garantias: definição clara e precisa das garantias contratuais sobre os

produtos e serviços escopos do fornecimento.

• Conhecimento técnico: especialização técnica para atender a demanda do

comprador sobre os produtos e serviços escopos do fornecimento.

• Confiança: convicção de que o parceiro não explora as vulnerabilidades da

empresa compradora e que vai honrar os compromissos assumidos no relacionamento,

incluindo aspectos éticos e de confidencialidade das informações.

• Responsividade a demandas inesperadas: capacidade do fornecedor em atender

rapidamente a uma nova demanda do cliente.

• Histórico de desempenhos passados: informações sobre eventos, ocorrências e

desempenho de fornecimentos passados.

• Processos legais: quantidade e gravidade de processos jurídicos em que o

fornecedor está ou já esteve diretamente envolvido.

• Resposta às solicitações: agilidade nas respostas às solicitações, independente

destas serem positivas ou negativas para o cliente.

• Competência em manufatura: consistência do planejamento de produção quanto

às atividades de programação da produção, inspeções e testes, calibração de equipamentos,

planos de manutenção e outros.

• Competência em desenvolvimento de novos produtos e processos: habilidade do

fornecedor em gerar e administrar sua competência em inovação.

• Rapidez na implantação de inovações: absorção de novas tecnologias, de forma a

trazer novos produtos para seu mercado consumidor.

• Competência em redução de custos: conhecimento e capacidade do fornecedor

implantar práticas que visem a redução de custos internos ou ao longo da cadeia.

• Competências para melhorias: capacitação do fornecedor em implantar melhorias

contínuas em produtos e processos.

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2.6 Formulário de avaliação de fornecedores

Yoshinaga (1993) propõe a utilização de um questionário para avaliação de

fornecedores, tomando como base a norma NB/ISO – 9000 – Gestão da Qualidade –

Diretrizes. Segundo ele, a avaliação é feita para:

1) Determinar a continuidade de fornecimento de um ou mais itens de um fornecedor,

determinando se os mesmos apresentam as condições mínimas requeridas nos

planos da qualidade da empresa.

2) Cadastrar um novo fornecedor ou um novo item do fornecedor já cadastrado. Para

tanto, faz-se a determinação do nível de qualidade do mesmo para verificar se ele

apresenta as condições mínimas requeridas nos planos de qualidade da empresa.

O formulário proposto tem o objetivo de fazer uma avaliação do fornecedor sob o

ponto de vista do cliente, salientando seus pontos fortes e fracos dentro da área produtiva.

Deve ser preenchido durante uma visita no fornecedor, que dure ao menos 6 horas e na qual

estejam presentes o gerente geral, de fábrica, da qualidade, etc. As questões avaliarão os

fornecedores segundo 10 funções básicas:

Tabela 9: Funções para avaliação de fornecedores

Função Pontuação possível

Pontuação real

A) Controle no processo 125 B) Controle estatístico no processo 165 C) Inspeção Final e auditoria final 125 D) Administrativa 75 E) Projeto e controle de modificações 50 F) Controle do material comprado 100 G) Controle do material no recebimento 75 H) Controle do material não-conforme 100 I) Controle dos meios de medição 85 J) Programas diversos 100

Total 1.000 Fonte: Yoshinaga (1993)

Para exemplificar, são apresentadas algumas questões extraídas de Yoshinaga (1993):

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Tabela 10: Exemplos de questões para avaliação de fornecedores

Seção Questão Pontuação possível

A Os dados do Controle no Processo são registrados e arquivados com a finalidade de quantificar os processos críticos?

20

B O cliente identifica as características críticas e o fornecedor as controla com CEP? 15

C Auditoria final é feita pela área de Qualidade ou sob sua vigilância? 15

D Existe Manual da Qualidade/Plano da Qualidade e é aprovado pela alta direção? 15

E O sistema previne contra o uso de desenhos ou especificações desatualizados, obsoletos, intangíveis? 10

F Há um processo documentado para a pesquisa e a avaliação e um Programa de Certificação? 20

G Registros da inspeção de recebimento indicam o tamanho do lote, o tamanho da amostra, a identificação e resultados?

15

H Os materiais não conformes são adequadamente identificados e segregados dos materiais bons? 20

I Ferramentas e meios de medição novos, recondicionados e modificados são qualificados antes do uso?

15

J O fornecedor já fornece para alguma outra empresa do grupo? N/A

Fonte: Yoshinaga (1993)

Como se pode ver, a avaliação de fornecedores baseia-se em questões relativas ao seu

modo operacional. Para criar um método de avaliação efetivo é necessário conhecer as

características do processo e a relação das atividades desempenhadas pelo prestador de

serviços.

O objetivo deste capítulo era apresentar os principais conceitos abordados neste

trabalho, relacionando as informações encontradas na literatura com as características deste

projeto. Nos capítulos seguintes, os dados aqui apresentados serão aplicados na metodologia e

na apresentação dos resultados.

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3. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Esse capítulo mostra uma definição mais precisa do problema estudado, através de um

detalhamento da situação e da problemática. Esta explicação do problema visa apresentar o

desenvolvimento da campanha de retorno dos produtos solares e os atores e documentos

envolvidos, para em seguida traçar um histórico de fornecimento e finalmente justificar a

necessidade de instauração de um método para seleção do fornecedor de triagem.

3.1 Preparação da campanha de retorno dos produtos solares

O processo de preparação da campanha de retorno dos produtos solares tem o objetivo

de estimar as quantidades de itens a serem retornados, triados e recolocados no mercado, para

que se possa estabelecer o volume total de tratamento. Esta informação tem implicações

importantes. Primeiramente porque é a partir dela que se escolherá um fornecedor com

capacidade total de tratamento adequada. Com capacidade de tratamento, entende-se o

número de portas de recebimento disponíveis no depósito, o número de operários designados

para o tratamento dos itens, a superfície total disponível para estocagem, a adequação do

sistema de informação utilizado, além de outras características associadas às suas capacidades

operacionais.

Cada uma das empresas envolvidas na escolha do fornecedor de triagem realiza um

processo específico de estimação de volume de produtos retornados. Neste trabalho será

apresentado o método utilizado por OAP, empresa de desenvolvimento do trabalho.

Para ilustração temporal das atividades realizadas, considera-se um período de dois

anos, o ano N e o ano N+1 subseqüente.

No período de abril a julho do ano N, duas atividades são executadas:

1) O departamento de marketing realiza a previsão de vendas dos produtos solares

que estarão no mercado no período de julho a setembro do ano N+1 (verão

europeu). O método utilizado é uma classificação das referências por importância

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de volume vendido. Para estimar as quantidades vendidas em N+1, baseia-se no

desempenho histórico de cada artigo, aplicando-se um coeficiente sobre as

quantidades vendidas em N, que vai de 0,5 a 1,1 em média (desconsiderando os

itens cuja produção é estagnada, cujo fator é 0). A aplicação deste coeficiente é

determinada por fatores como o desejo do marketing de evidenciar um produto

novo (fator >1) ou de reduzir as quantidades de um antigo (fator <1). Depois de

realizada, tal previsão passa pela aprovação da gestão de vendas.

O método utilizado apresenta alguns riscos, como:

• Previsão de vendas baseada em fatores históricos de desempenho, que

necessitam de pessoal com conhecimento histórico do produto e das

características de mercado.

• Caráter sazonal dos produtos solares, cujo desempenho é fortemente

dependente das condições climáticas do período em questão. Estas irão ser

verificadas somente no curto prazo, afetando a previsão de vendas de tais itens

que é feita em longo prazo.

• Os efeitos de uma má previsão de vendas acabam sendo mascarados pela

logística reversa associada a estes itens, uma vez que todos os produtos não

vendidos são retornados. Não se pode, assim, verificar com exatidão se os

itens não foram vendidos devido às condições mercadológicas ou climáticas,

ou devido a uma previsão de vendas superestimada.

No anexo C está presente um exemplo de previsão de vendas realizada pelo marketing,

para o ano de 2008. O volume total de vendas estimando é de aproximadamente 4.000.000 de

unidades para os produtos solares.

2) A equipe de abastecimento de médio prazo realiza três estimativas:

• Estimativa das vendas realizadas no ano N (maior visibilidade e

conseqüentemente menor incerteza em virtude da proximidade do período).

• Estimativa do total de produtos retornados no ano N. Tal estimativa é feita de

acordo com os dados históricos do ano anterior, considerando a mesma

porcentagem de itens retornados em N-1 sobre as vendas totais em N-1.

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• Estimativa de produtos saídos da triagem, reutilizáveis em N (produtos bons),

realizada com base na estimativa anterior. Ela é feita levando-se em conta as

características físicas de cada produto, como presença de tampa, invólucro

protetor, embalagem. A presença destes itens tornará o produto mais frágil e

conseqüentemente mais propenso a ser descartado no momento da triagem. A

equipe de abastecimento de médio prazo se baseia nos índices históricos para

estimar o total de produtos bons resultado da triagem. No ano de 2006, este

total se elevou a 75% do total de retornos. No anexo D está presente a lista de

referências de produtos solares a serem triadas em 2007, considerando a marca

de produtos solares de L’Oréal Paris, Solar Expertise, e sua sub-marca, Sublim

Bronze. Em 2007, este valor é estimado a 750.000 unidades.

A partir das duas estimativas supracitadas, é possível realizar a primeira estimativa do

volume dos pedidos lançados às usinas de fabricação de produtos solares (Libramont, Bélgica

e Karlsruhe, Alemanha). O pedido é enviado às usinas em meados de setembro do ano N e sua

produção é efetuada de novembro (ano N) a fevereiro (ano N+1).

ã 1

çã

Tem-se, para o ano de 2007 (vendas de julho a setembro de 2008):

2007

4.000.000 750.000 250.000 3.000.000 unidades.

A figura a seguir ilustra a cronologia da campanha de retorno realizada por OAP.

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3.2 O contrato de prestação de serviços (cahier de charges)

A preparação da campanha de retorno dos produtos solares passa pela atualização do

contrato de prestação de serviços7 (cahier de charges, em francês, ou “caderno de encargos”,

em sua tradução literal para o português). Este documento8 visa definir exaustivamente as

especificações de base de um produto ou serviço a ser realizado, além das modalidades de

execução, sendo normalmente escrito pela empresa cliente. Ele define também os objetivos a

atingir, servindo para formalizar as necessidades e explicá-las aos diferentes atores do projeto,

para assegurar que todos tenham um conhecimento nivelado do mesmo. Por fim, ele tem a

função de selecionar o fornecedor da prestação e de organizar esta relação ao longo do

projeto. É considerado como um referencial contratual comum entre o fornecedor e o cliente,

sendo uma ferramenta de comunicação de grande importância para o chefe de projeto.

O mesmo contrato é utilizado pelas empresas OAP e GMG, com o intuito de reduzir a

quantidade de informação a ser tratada pelo fornecedor, já que ambas possuem produtos e

processos de triagem similares. Entretanto, toda a redação do contrato é realizada pela

empresa OAP. Para a campanha de 2007, o estagiário que faz parte da equipe foi encarregado

da sua atualização, que contou com as seguintes atividades:

7 Traduzido pelo autor. 8 Fonte: http://www.wikipedia.fr – traduzido pelo autor.

J F M A M J J A S O N D

Ano N

* previsão de vendas (N+1)

* estimativa de vendas (N)

escolha do fornecedor de triagem

triagem

pedido usina

Figura 8 : Cronologia da campanha de retorno dos produtos solares

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1) Cálculo da necessidade máxima real de superfície de estocagem para os produtos

que contêm materiais perigosos (gases aerossol e líquidos inflamáveis). Estes

materiais necessitam de lugares específicos de estoque e o valor presente no

contrato anterior se encontrava superestimado.

2) Estreitamento das relações com a empresa GMG para a criação de um contrato

que atendesse realmente às necessidades das duas empresas. Como o contrato é

escrito pela empresa OAP apenas, muitas das especificidades de GMG não eram

consideradas. Realizou-se um detalhamento aprofundado do processo de triagem

de GMG, anexando tais informações ao contrato. Modificaram-se alguns dos

critérios de triagem (defeitos que são considerados graves por OAP não o são por

GMG) e o método de embalagem utilizado por GMG (alguns de seus produtos

triados são embalados sem separação por referência). Estas irregularidades

estiveram sempre presentes no contrato, mas nunca foram levadas em

consideração porque os acordos entre GMG e o fornecedor eram feitos

posteriormente, de forma verbal. No entanto, é necessário que o contrato seja um

documento condizente com a realidade do processo.

3) Dentro do contrato, é solicitado à empresa fornecedora que disponibilize uma área

de estocagem para os produtos triados e reutilizáveis. Anteriormente, era pedida

uma superfície de 33 posições pálete, mas este número era insuficiente. Após um

estudo de fluxo (entrada e saída de páletes no fornecedor), chegou-se à conclusão

de que um número adequado seria de 66 posições pálete.

4) Inclusão no contrato de um fluxograma explicativo para mapeamento do processo

de triagem e verificação de irregularidades. Desta maneira, pode-se obter um

esquema que facilite a compreensão da empresa fornecedora. Este fluxograma é

representado pela figura 10, presente quando serão tratados os critérios de triagem

utilizados.

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A seguir serão apresentados os tópicos mais importantes do contrato, referentes à

prestação de serviços estudada:

Figura 9: Fluxograma do processo de retorno solar – traduzido pelo autor

O fluxograma anterior representa o caminho da informação entre os diversos atores do

processo (representante de vendas, serviço pós-venda (SPV) transporte, transportador,

fornecedor de triagem, responsável de produtos solares da CACP). Basicamente, o retorno é

ativado quando uma nota de coleta elaborada pelo cliente é enviada pelo representante de

vendas ao SPV Transporte. Este cria então um dossiê de retorno para o cliente em questão e

envia um pedido de coleta da mercadoria (vrac ou PLV) ao transportador. Este último

efetuará a coleta da mercadoria nos PDV e nos depósitos dos clientes, e a entregará no

depósito do fornecedor de triagem (é pedido que o fornecedor de triagem possua uma

capacidade de descarregamento máxima de 10 caminhões por dia, de acordo com as

estimativas de retorno efetuadas). Todo transporte realizado entre o fornecedor de triagem e

aos CD de OAP e de GMG é de responsabilidade destas empresas.

O fornecedor de triagem será responsável pelas atividades de recebimento, triagem,

tratamento e transporte, somente para os produtos solares das três empresas que constituem a

Papel do fornecedor de triagem

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parceria, OAP, GMG e Nivea France, representando, respectivamente, as seguintes marcas de

produtos solares: Solar Expertise, Ambre Solaire e Nivea Sun.

Ao receber as mercadorias, ele deve realizar o descarregamento dos caminhões e

efetuar um controle comparativo no momento do recebimento entre o que está descrito na

nota do transportador e o que está presente fisicamente. Ele deve então enviar a OAP e a

GMG um arquivo contendo as informações das mercadorias recebidas no dia: número da nota

de coleta, dados do cliente, número de unidades recebidas. Qualquer diferença entre os

volumes indicados pelo cliente e recebidos pelo fornecedor será motivo de litígios entre as

partes.

A próxima etapa configura a triagem dos produtos, que tem o objetivo de separá-los

em três classes distintas: produto defeituoso, com defeito leve e produto bom. Os produtos são

assim considerados segundo a obediência a critérios físicos e administrativos. Após a triagem,

os produtos defeituosos são destruídos, os produtos com defeito leve são destinados a

mercados secundários (liquidadores) e os produtos bons são reembalados, colocados em

páletes de referência única e enviados ou aos CD ou aos fornecedores (de canal direto). A

seguir está a lista de defeitos utilizada na triagem:

• Defeitos físicos graves (produto defeituoso): cápsula aberta; tampa ausente;

frasco deformado; produto sujo, oleoso, molhado ou riscado; texto/decoração

danificado(a) ou riscado(a).

• Defeitos físicos leves (produto com defeito leve): antiga(o) decoração/logotipo/

frasco; produto empoeirado (mesmo após limpeza); produto sem código de barras;

celofane ausente; produto com escritas diversas; produto ligeiramente deformado.

• Discordância dos critérios administrativos (produto defeituoso ou com defeito

leve): número de lote anterior ao padrão definido, ausência de logotipo da sétima

diretiva9, ausência de logotipo UVA/UVB.

9 A partir de março de 2005, na França é obrigatório indicar, sobre a etiqueta de qualquer produto cosmético, a validade após abertura do mesmo.

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O contrato também trata de aspectos relativos ao controle de qualidade durante a

triagem, à freqüência de envio dos arquivos que fornecem o nível de estoque e outras questões

administrativas (confidencialidade, seguro contra avarias, cobrança).

Figura 10: Fluxograma do processo de triagem

3.3 Orçamento

Junto ao contrato, os fornecedores pré-selecionados recebem um orçamento que deve

ser preenchido com as cotações para cada uma das atividades básicas discriminadas. Tal

orçamento será utilizado na análise tarifária para comparação dos fornecedores. Na tabela

seguinte há a lista de atividades a serem cotadas. Qualquer atividade exercida pelo fornecedor

que não esteja incluída ocasionará será motivo de cobrança suplementar.

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65

Tabela 11: Atividades cotadas pelo fornecedor

Atividades Unidade Triagem de produtos bons €/unidade Triagem de produtos com defeito leve €/unidade Triagem de produtos defeituosos €/unidade Recebimento, controle e entrada €/dossiê Tarifa de acompanhamento e gestão € Expedição €/pálete Estocagem €/pálete/mês Destruição de prateleira €/unidade Etiquetagem/desetiquetagem €/unidade Transporte até a Central (Roissy) €/caminhão

A partir da descrição das atividades que serão desempenhadas pelo fornecedor,

presentes no contrato e no orçamento, pode-se agrupá-las dentro de cinco operações básicas:

recebimento de mercadorias, triagem, estocagem e expedição dos produtos bons e com defeito

leve, todas estas permeadas pelo fluxo de informação que deve existir entre o fornecedor e as

contratantes.

RECEBIMENTO TRIAGEM ESTOCAGEM EXPEDIÇÃO

FLUXO DE INFORMAÇÃO

3.4 Motivos para o retorno dos produtos solares

Serão descritas algumas razões pelas quais o projeto de retorno de mercadorias é

interessante para OAP:

1) Como dito anteriormente, OAP pretende criar acordos comerciais com os seus

clientes, reduzindo custos associados à gestão de estoques obsoletos e, em

contrapartida, estimular a venda destes itens. Este estímulo vem do fato que seus

clientes poderão recuperar o valor pago pelas mercadorias, caso não sejam

vendidas. É possível ainda proteger os clientes dos efeitos de uma previsão de

vendas superestimada.

Figura 11: Operações básicas desempenhadas pelo fornecedor de triagem

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2) Esta é uma campanha de posicionamento no mercado. Uma vez que as empresas

concorrentes realizam o retorno de produtos solares, OAP também deve fazê-lo

para estar em concorrência.

3) Como visto, os produtos solares estão sujeitos às leis que tratam da rotulagem de

informações (critérios administrativos), uma vez que são considerados produtos de

saúde (proteção solar). Desta maneira, utiliza-se da campanha de retorno para estar

em dia com as normas e retirar os produtos não-conformes do mercado.

4) Pode-se reduzir a carga de produção das usinas, especialmente a usina de

Libramont (Bélgica), que é responsável por uma gama extensa de produtos (solares,

perfumes, colorações, aerossóis e sprays) e encontra, nos meses de pico de

atividade, problemas de falta de capacidade.

3.5 Seleção do fornecedor de triagem

Na campanha de retorno de 2007, três possíveis fornecedores de triagem foram

selecionados pelo coordenador de compras de DPGP. Uma breve descrição destes

fornecedores está listada nas tabelas abaixo:

Tabela 12: Fornecedores de triagem pré-selecionados

Característica TRIDEX LEGENDRE GEODIS País de atuação França França Europa

Especialização Especialista em logística reversa

Transporte, logística e prestação de

serviços

Transporte e logística

Local de triagem Lieusaint Montigny e Trappes Mitry Fornecedor de triagem da campanha de retorno solar? Sim. Em 2006 Sim. De 2001 a 2005 Não

Motivo da escolha Fornecedor de triagem anterior

Fornecedor de triagem anterior

Fornecedor atual de produtos solares

A seleção do fornecedor de triagem ocorre todos os anos durante os meses de junho e

julho, estando em sua sétima edição no ano de 2007. O processo de seleção não apresenta

nenhum tipo de metodologia estruturada a ser seguida pela equipe de decisão. Basicamente, o

critério considerado como decisório ao longo dos anos é o preço da prestação, através de uma

análise tarifária feita com o orçamento do fornecedor. Em outras palavras, o fornecedor que

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apresentasse a cotação mais baixa tinha prioridade na escolha, caso as empresas de

fornecimento participantes apresentassem níveis de capacidade equivalentes, por exemplo.

Qualquer irregularidade entre o pedido pelos clientes e o apresentado pelo fornecedor era

resolvida por meio de acordos verbais, com a empresa fornecedora comprometendo-se a

resolver a questão antes que o processo de triagem começasse. Caso fossem identificadas

irregularidades durante a prestação, por conta de uma má preparação tanto das empresas

contratantes quanto da fornecedora, estes problemas eram resolvidos à medida que

aparecessem, através de soluções paliativas.

Estas medidas só eram possíveis porque a empresa Legendre, fornecedora de 2001 a

2005, sempre apresentou uma prestação de qualidade, aliada a um aprendizado obtido ao

longo do tempo. Além disso, seu orçamento era mais baixo que o das concorrentes. Porém, no

ano de 2006, a empresa apresentou um orçamento superelevado, porque passou a possuir uma

espécie de monopólio do processo e desta maneira quis controlar os preços, por se considerar

sem concorrentes à altura. A decisão das empresas foi de abandonar a prestação de Legendre,

mesmo que ela fosse de qualidade, para conter este aumento de preços, escolhendo outro

fornecedor de orçamento mais baixo. Dessa forma, o fornecedor escolhido foi Tridex.

Satisfeitas com a prestação anterior, as empresas não possuíam nenhum tipo de

metodologia de acompanhamento e de avaliação do fornecimento, porque Legendre

desempenhava-se adequadamente. Todavia, ao se depararem com Tridex, encontraram uma

empresa que não possuía prática no processo e que necessitaria de um maior período de

capacitação. Ainda, pelo fato de não possuir histórico, Tridex pode ter subestimado a cotação

de preços, sendo por esta razão a mais barata. No entanto, as empresas não levaram em

consideração estes fatores. Não dedicaram a devida atenção à capacitação de Tridex, não

fornecendo treinamento e acompanhamento nas etapas iniciais do processo, talvez porque este

tipo de ação não era necessário durante o fornecimento de Legendre. Tais ações tiveram

conseqüências, descritas na tabela a seguir:

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Tabela 13: Características da prestação de triagem de Tridex em 2006

Características Volume total triado 4.400.000 unidades (considerando as três empresas). Comunicação Interlocutores disponíveis e rápidos. Qualidade da informação

Diferenças entre as quantidades anunciadas e presentes fisicamente (pedido de inventário em meio à campanha); interface informática sedutora, mas pouco confiável.

Qualidade de triagem Problemas com a identificação dos produtos (5 caminhões tiveram que ser retriados); contaminação de produtos bons por produtos danificados, colocados juntos.

Estocagem Insuficiência de área disponível (subestimativa de volume) Expedição Tempo excessivo para o carregamento dos caminhões (devido à

desorganização da área de estocagem).

Tendo em vista estes pontos levantados pela equipe, ficou decidido que Tridex não

seria chamada para participar da campanha de 2007, devido a insatisfação geral com sua

prestação. Foram então pré-selecionadas duas empresas: Geodis, localizada na cidade de

Mitry, França, e Legendre, localizada na cidade de Montigny, França.

Estas empresas foram selecionadas porque ambas possuem contato com L’Oréal:

Geodis é o fornecedor de produtos solares do canal direto de OAP e Legendre é um

fornecedor anterior da campanha de retorno solar.

Aos responsáveis das duas empresas, foi enviado o contrato de prestação de serviços

atualizado e o orçamento a ser preenchido com suas tarifas. Em posse deste último

preenchido, foi elaborada uma análise tarifária, considerando os volumes estimados para

2007. Os valores são apresentados na tabela a seguir:

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Tabela 14: Análise tarifária (2007) Volumes 2007 (unid.) Cotação LEGENDRE 2007 (€)

Atividades GMG OAP Nivea GMG Total GMG OAP OAP Nivea Total Nivea

Triagem de produtos bons €/unid. 1.628.761 750.000 831.294 0,147 239.427,87 0,147 110.250,00 0,147 122.200,22 Triagem de produtos com defeito leve €/unid. 364.809 230.000 0,147 53.626,92 0,147 33.810,00 Triagem de produtos defeituosos €/unid. 181.430 20.000 569.875 0,147 26.670,80 0,147 2.940,00 0,147 83.771,63

Total de itens a triar (previsão) unid. 2.175.000 1.000.000 1.401.169 Recebimento, controle e entrada €/dossiê 3.500 3.396 3.843 3,30 11.550,00 3,30 11.207,55 3,30 12.681,90 Tarifa de acompanhamento e gestão € 1 1 1 7500,00 7.500,00 3500,00 3.500,00 5.500,00 5.500,00 Expedição €/pal. 2.500 1.283 1.200 2,80 7.000,00 2,80 3.592,45 2,80 3.360,00 Estocagem €/pal./mês 821 200 529 5,00 4.105,00 5,00 1.000,00 5,00 2.645,00 Destruição de prateleira €/unid. 304 140 196 5,00 1.520,00 5,00 699,42 5,00 980,00 Etiquetagem/desetiquetagem €/unid. 435.000 207.547 280.000 0,11 47.850,00 0,11 22.830,19 0,11 30.800,00 Transporte até a Central GMG (Ormes) €/cam. 37 380,00 14.060,00 Transporte até a Central OAP (Roissy) €/cam. 17 450,00 7.641,51 Transport até a Central Nivea (Savigny) €/cam. 24 450,00 10.800,00

413.310,59 197.471,10 272.738,74 TOTAL LEGENDRE 883.520,45 €

Volumes 2007 (unid.) Cotação GEODIS 2007 (€)

Atividades GMG OAP Nivea GMG Total GMG OAP Total OAP Nivea Total Nivea

Triagem de produtos bons €/unid. 1.628.761 750.000 831.294 0,111 180.792,47 0,111 83.250,00 0,111 92.273,63 Triagem de produtos com defeito leve €/unid. 364.809 230.000 0,095 34.656,86 0,095 21.850,00 Triagem de produtos defeituosos €/unid. 181.430 20.000 569.875 0,095 17.236,23 0,095 1.900,00 0,095 54.138,13

Total de itens a triar (previsão) unid. 2.175.000 1.000.000 1.401.169 Recebimento, controle e entrada €/dossiê 3.500 3.396 3.843 4,18 14.630,00 4,18 14.196,23 4,18 16.063,74 Tarifa de acompanhamento e gestão € 1 1 1 4.135,00 4.135,00 4.135,00 4.135,00 4.135,00 4.135,00 Expedição €/pal. 2.500 1.283 1.200 2,20 5.500,00 2,20 2.822,64 2,20 2.640,00 Estocagem €/pal./mês 821 200 529 6,95 5.705,95 6,95 1.390,00 6,95 3.676,55 Destruição de prateleira €/unid. 304 140 196 2,50 760,00 2,50 349,71 2,50 490,00 Etiquetagem/desetiquetagem €/unid. 435.000 207.547 280.000 0,14 60.900,00 0,14 29.056,60 0,14 39.200,00 Transporte até a Central GMG (Ormes) €/cam. 37 350,00 12.950,00 Transporte até a Central OAP (Roissy) €/cam. 17 220,00 3.735,85 Transport até a Central Nivea (Savigny) €/cam. 24 230,00 5.520,00

337.266,51 162.686,03 218.137,05 TOTAL GEODIS 718.089,58 €

Page 70: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

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Os volumes estimados de GMG e Nivea não foram atualizados, desta forma

consideram-se os mesmos volumes de 2006. Os volumes de OAP foram atualizados segundo

os valores de 2006, considerando a mesma porcentagem de produtos triados em cada uma das

avaliações e utilizando a estimativa de triagem total de 2007.

Tabela 15: Resultado da triagem de 2006 - L'Oréal Paris

Resultado de triagem 2006 Total de produtos triados (OAP/2006) 530.000 unid. Produtos defeituosos 2% = 15.000 unid. Produtos com defeito leve 23% = 169.000 unid. Produtos bons 75% = 566.000 unid.

Com esta análise em mãos, cada fornecedor teve a oportunidade de apresentar sua

proposta de triagem, em uma reunião com a equipe formada por:

• Estagiário da CACP de OAP.

• Responsável da CACP de OAP.

• Responsável da CACP de GMG.

• Responsável da célula de abastecimento de Nivea France.

• Coordenador de compras do DPGP de L’Oréal.

Os responsáveis de cada um dos negócios têm a função de considerar as características

específicas de seus processos de triagem e defender seus pontos de vista sobre a escolha de

um fornecedor em particular. Porém, a decisão final e posterior assinatura do contrato com a

empresa fornecedora são realizadas pelo coordenador de compras, pela parte de L’Oréal.

As duas reuniões duraram aproximadamente 1,5 horas. Legendre e Geodis tiveram a

oportunidade de apresentar suas propostas, explicar seu orçamento e mostrar a estruturação do

processo, de acordo com as suas capacidades instaladas. Os pontos discutidos são

apresentados na tabela seguinte:

Page 71: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

71

Tabela 16: Avaliação de Geodis e Legendre

Geodis Legendre

Local

Prestação realizada em dois locais: Montigny: recebimento e triagem; Trappes: estocagem e recepção; Distância entre locais: 5 km. O transporte entre os dois locais será assegurado pelo fornecedor. Prestação dividida porque o armazém de Montigny estava ocupado com uma operação de outra cliente.

Toda a prestação realizada em um só local, num armazém localizado na cidade de Mitry.

Distâncias dos locais de expedição aos CD10

Trappes – Roissy (OAP): 53 km Trappes – Ormes (GMG): 123 km Trappes – Savigny (Nivea): 66 km

Mitry – Roissy (OAP): 11 km Mitry – Ormes (GMG): 166 km Mitry – Savigny (Nivea): 63 km

Capacidade de estocagem de materiais perigosos

Gás: 6 toneladas Líquidos inflamáveis: 12 m3 considerando os dois locais.

Gás: 6 toneladas Líquidos inflamáveis: 15 m3.

Tarifas

Tarifas mais elevadas, mas não há riscos de faturas não presentes no orçamento devido ao conhecimento do processo.

Tarifas mais baixas, mas há riscos de faturas não presentes no orçamento devido a desconhecimento do processo.

Processo Conhecimento do processo e inclusão de medidas suplementares para o controle da qualidade.

Não apresentou uma proposta bem definida do processo de triagem.

Histórico Experiência de cinco anos como fornecedor de triagem.

Fornecedor de OAP, canal direto para linhas solares.

Avaliação geral Triagens anteriormente realizadas mostram um trabalho qualitativo e em conformidade com o contrato.

A única empresa que possui contato com Geodis é OAP. O trabalho de forma geral é bem realizado, atentando porém para: - dificuldades de antecipação de problemas e falta de autonomia para tomar decisões; - prestação plena de custos não presentes no orçamento.

Considerando estes aspectos, houve duas posições conflitantes dentro da equipe de

decisão, após a reunião com os fornecedores.

10 Para maiores informações sobre a localização dos fornecedores, consultar o apêndice A.

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72

1) O responsável da célula de abastecimento de Nivea estava propenso a aceitar a

proposta de Legendre, devido à sua experiência no processo, uma vez que a

empresa já estava capacitada para a sua realização, ainda que fosse mais custosa.

2) O coordenador de compras do DPGP considerava que muitos problemas seriam

causados pelo fato da prestação de Legendre ser realizada em dois locais distintos.

Na verdade, a prestação de Legendre era mais cara também por causa dos custos

associados ao transporte, recebimento e expedição dos itens. Decidido a focalizar

sua escolha no custo da prestação e considerando as restrições físicas de Legendre,

ele decidiu apoiar a escolha de Geodis. O responsável pela CACP de OAP também

via na escolha de Geodis uma oportunidade para criar um relacionamento mais

intenso com este fornecedor, que seria então responsável pelos produtos solares

nos canais direto e reverso. Muito poderia se economizar com o transporte das

mercadorias, uma vez que os produtos bons estariam disponíveis diretamente em

seu estoque para a construção de vrac OS e PLV para o período de 2008.

Entretanto outros custos seriam criados pela estocagem destes itens até sua

utilização.

Neste contexto, é definido o problema. Geodis foi escolhido como fornecedor pelas

empresas porque o fator econômico foi o mais importante. Entretanto, este é o único fator que

deve ser considerado? Quais são os aspectos considerados pelas empresas no momento de

selecionar um fornecedor e qual são suas importâncias relativas? Por experiências anteriores,

foi provado que, ainda que o orçamento seja mais baixo no início da campanha, há custos

suplementares envolvidos no decorrer de uma prestação de má qualidade, além do risco de

atrasos na data de disposição destes produtos. Lopes (2004) mostra que, ao longo dos anos, a

variável preço deixou de ser a de maior importância, com o objetivo de reduzir os custos

totais dos produtos, os compradores começaram a dar maior importância para a relação entre

qualidade e serviços.

Além disso, outra questão vem à tona: qual o papel das empresas contratantes na

capacitação de seus fornecedores? As empresas devem dedicar um tempo precioso nesta

transmissão de conhecimento, para se assegurar que o fornecedor tenha tido um bom

entendimento de suas necessidades. É evidente que um fornecedor iniciante precisará de mais

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tempo para se tornar operacional e autônomo de fato. E elas devem objetivar a criação de

contratos de longo prazo, uma vez que, como precisam Farina et al (1997), em relação a um

contrato pontual, eles apresentam economias à medida que aumentam o número de

transações. Os custos de redação do contrato, de coleta de informações relevantes, de

monitoramente e de adaptação às mudanças de ambiente se diluem com o aumento da

freqüência de transações.

O objetivo deste capítulo era o de apresentar em detalhes o desenvolvimento da

campanha de retorno de produtos solares e, em particular, a campanha de 2007. Foi possível

conhecer as medidas realizadas pelas empresas para estimar seus volumes de triagem, os

documentos importantes, os principais atores, o histórico das campanhas passadas e, por fim,

os motivos que levaram à escolha de Geodis como prestador de serviços.

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75

4. METODOLOGIA

Para responder às questões colocadas anteriormente, apresenta-se a metodologia deste

trabalho. Primeiramente, devem-se definir os critérios considerados como importantes pelas

empresas contratantes na escolha de um fornecedor de triagem. Com estes critérios em mão,

serão estabelecidas listas de avaliação, elaboradas a partir de um mapeamento dos processos

padrão realizados durante a prestação de triagem, da maneira em que são descritos no

contrato. Por fim, estes elementos serão utilizados em conjunto com o método de auxílio à

tomada de decisão multicritério para classificar as importâncias relativas dos critérios e obter

a qualificação final dos fornecedores.

As decisões relativas à seleção dos critérios, preenchimento das fichas de avaliação

dos fornecedores e aplicação do método de apoio multicritério à decisão foram realizadas pela

equipe formada pelos responsáveis das células de abastecimento das três empresas

contratantes. Dentro deste trabalho, esta equipe pontual (porque é formada para

desenvolvimento deste projeto unicamente), juntamente com o autor deste trabalho, fazem o

papel do analista. O coordenador de compras do DPGP representa o tomador de decisão,

segundo a definição de Morita (1998).

4.1 Definição dos pontos críticos

Para a definição dos critérios utilizados na escolha do fornecedor de triagem, será

utilizada como base a pesquisa de Furtado (2005), que tem por objetivo responder à questão:

“Quais os critérios utilizados por empresas de grande porte no processo de seleção de

fornecedores quando se deseja construir uma relação de parceria?”. Considera-se que esta é

uma base adequada porque o objetivo das empresas contratantes é o de selecionar

fornecedores qualificados que possam estabelecer vínculos de longo prazo, culminando em

relações de parceria, que apresentam benefícios para ambos os lados.

Page 76: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

76

Através desta lista de dezessete critérios propostos, desejou-se identificar quais são os

mais importantes e adequados à aplicação no caso da campanha de retorno dos produtos

solares. Os critérios foram agrupados da seguinte maneira:

1) Critérios relativos à qualidade, ao cumprimento da entrega, à capacidade de

produção, ao conhecimento técnico, ao histórico de desempenhos passados e às

competências para melhorias são considerados como necessários para a execução

do processo de triagem em acordo com as normas especificadas. Por esta razão,

farão parte de um critério mais abrangente relativo à qualidade da prestação de

serviços.

2) O critério de compatibilidade geográfica faz parte de um critério maior que as

empresas querem considerar, no que se refere à análise das instalações físicas do

fornecedor e verificação se estas se encontram adequadas para a realização de um

processo conforme as especificações. Serão analisadas as condições atuais dos

fornecedores no desempenho das operações básicas do processo, ou seja, recepção,

triagem, estocagem e expedição.

3) Critérios como responsividade às demandas inesperadas e respostas às solicitações

são elementos de um critério que avalia a precisão das informações e da

comunicação entre as empresas contratantes e a fornecedora, cujas trocas de

informações devem ser ágeis e coerentes com a realidade.

4) Os critérios referentes ao preço da prestação e à competência em redução dos

custos serão avaliados conjuntamente, fazendo referência ao orçamento do

fornecedor e à existência de custos não estimados.

5) Critérios de políticas de garantia, processos legais, sentimento de confiança,

competência em manufatura, competência em desenvolvimento de novos produtos

e processos e rapidez na implantação de inovações não serão considerados neste

primeiro momento, uma vez que as empresas não possuem meios de avaliá-los

corretamente. Desejam-se avaliar apenas as condições relativas ao processo de

triagem em si e não políticas legais ou contratuais, descartando-se assim os dois

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77

primeiros critérios. Quanto ao terceiro, ainda que os fornecedores sejam conhecidos

pelas empresas, não seria possível avaliar a confiança que as contratantes possuem

em cada um deles de forma equivalente, porque o objetivo desta análise é

justamente aumentar a confiança no fornecedor antes da prestação. Por fim, com

relação ao quarto, quinto e sexto critérios, a maneira como o processo de triagem

existe hoje não abre espaço para inovações radicais ou para a manufatura

propriamente dita (uma melhor avaliação faz referência à competência no processo,

dentro do quesito qualidade). Deseja-se, no entanto, que os fornecedores tenham

um perfil pró-ativo e modifiquem os processos para melhorá-los.

6) Um último critério que não está na pesquisa de Furtado (2005), mas que é de

importância para L’Oréal é a segurança do trabalho. L’Oréal dá grande valor à

responsabilidade social e considera que é responsável pelas condições de trabalho

de suas empresas fornecedoras.

Para esta separação foram considerados pontos que podem ser avaliados no curto

prazo. Como ressalta Furtado (2005), os critérios não considerados necessitam de um prazo

maior para serem avaliados, justificando o fato de que um fornecedor não entra na cadeia

imediatamente como parceiro, título este conquistado após um período regular de

fornecimento e de reconhecimento.

4.2 Definição dos critérios de avaliação

Do estudo anterior são definidos os cinco critérios que serão tomados para a análise

dos fornecedores, de acordo com os pontos que foram considerados importantes pela equipe.

A seguir serão apresentados estes critérios e os temas que deles fazem parte.

1) Segurança do trabalho: definido como o requisito mais importante no

fornecimento pela equipe de L’Oréal. É necessário que o fornecedor possua meios

de garantir a segurança de seus funcionários, estabelecendo políticas de proteção,

disponibilizando equipamentos para a segurança pessoal e possuindo instalações

que estejam em acordo com as normas estabelecidas por lei. Dá-se especial

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78

atenção ao armazenamento de produtos solares que possuem em sua composição

líquidos e gases inflamáveis (sprays e vapores). Uma estimativa feita para as três

empresas aponta que os picos de estocagem para estes dois materiais representam:

• Máximo de estocagem de 8 m3 para líquidos inflamáveis.

• Maximo de estocagem de 1,5 toneladas para gases inflamáveis.

Estes produtos devem ser estocados em locais com regulamentação específica

(estocagem em local especial, ao abrigo de calor e separado dos demais produtos por

uma grade de contenção que evite a propagação do fogo). O fornecedor deve, portanto,

possuir meios para fazê-lo, sendo eliminado da seleção caso suas condições de

armazenagem não sejam satisfatórias.

2) Instalações: utiliza-se este critério para avaliar o estado físico da infra-estrutura do

fornecedor. Acredita-se que as condições das instalações e dos equipamentos de

movimentação e armazenagem de materiais têm impacto direto na qualidade da

prestação de serviços. Através deste critério, faz-se uma avaliação de sua situação

atual, no que se refere à limpeza, organização, distâncias entre locais de tratamento

e outros pontos necessários para o bom desempenho do processo. A instalação será

desmembrada em cinco sub-critérios:

• Condições gerais das instalações: para avaliação de condições próprias a

todos os setores da empresa em relação aos equipamentos e ao estado das

instalações.

• Condições da área de recebimento: verificar as capacidades reais de

recebimento, o estado das docas, dos materiais necessários ao descarregamento

e a realização da inspeção de recebimento.

• Condições da área de triagem: analisar a localização, as condições de

trabalho e o destino dos itens triados (principalmente os defeituosos que devem

ser destruídos corretamente).

• Condições da área de estocagem: verificar a localização, as capacidades e o

modo como os materiais serão estocados.

• Condições da área de expedição: verificar as capacidades reais de expedição,

o estado das docas e dos materiais necessários ao carregamento.

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79

3) Qualidade: a qualidade no caso desta prestação de serviços é expressa como o

atendimento às especificações descritas no contrato elaborado pela empresas

contratantes. O contrato fornece meios para que o fornecedor saiba o que é

esperado de sua prestação de serviços, mas não define exatamente como o

processo de triagem será realizado, deixando o fornecedor livre para estabelecê-lo

de acordo com as suas condições. As empresas consideram que a qualidade da

prestação de serviços está ligada ao conhecimento técnico da mão-de-obra do

processo de triagem e do produto a ser triado, do histórico que o fornecedor possui

neste processo, agregando valor por meio de suas experiências anteriores e da

implantação de políticas de acompanhamento e melhoria contínua, assegurando o

desempenho correto de sua atuação, como a implantação de treinamentos regulares

e a existência de um manual da qualidade.

O critério qualidade será desmembrado em dois sub-critérios:

• Qualidade da mão-de-obra, que avaliará os meios que a empresa oferece para

que os funcionários sejam capacitados (ou aumentem sua capacitação);

• Qualidade do processo, em que serão avaliadas as condições da empresa para

que sua prestação de serviços esteja dentro do esperado.

4) Comunicação: este critério avalia de uma forma geral a qualidade da informação

disponibilizada pelo fornecedor. Ele pode utilizar-se de um sistema de informação

específico para gerenciar suas operações, que deve ser confiável e disponibilizar

informações condizentes com a realidade. Este critério avaliará também a

existência de um interlocutor alocado ao projeto, contato com as empresas e com o

transportador, aumentando a responsividade e agilidade.

5) Preço da prestação: o valor total de cada prestação é calculado a partir do

orçamento enviado por cada fornecedor, onde estão discriminados os valores

unitários de cada atividade, e das estimativas de volumes a triar no ano corrente.

Deseja-se medir a consistência deste orçamento, através de comparações com os

orçamentos anteriores, e a predisposição do fornecedor de cobrar por operações

que não estavam previstas em seu orçamento.

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80

4.3 Mapeamento dos processos

Para elaborar os questionários de avaliação dos critérios, optou-se por mapear as

atividades descritas no contrato, por meio das operações padrão que deve ser cumpridas. O

fluxograma e a tabela seguinte representam-nas em seqüência, iniciando-se com o

recebimento dos itens a triar nas docas, passando pela triagem, estocagem até a expedição,

que são permeados por atividades de controle, inspeção e de preparação de arquivos de

acompanhamento. O fluxograma não considera o espaço físico do fornecedor; deseja-se

apenas fornecer uma idéia dos processos envolvidos.

Através deste mapeamento é possível listar as atividades envolvidas e entender o

processo de maneira global, para criar questionários abrangentes e coerentes com a realidade,

ao identificar as capacidades e as necessidades de materiais e mão-de-obra. O fluxograma a

seguir representa cinco atividades: ação, transporte, inspeção, espera e armazenagem. Estão

também destacadas as operações de decisão após inspeção e controle. Em seguida, as

atividades são descritas dentro dos quatro macroprocessos identificados: recebimento,

triagem, armazenagem e expedição.

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81

 

1  1  1 1 

1

2

2

3 2 4 

3 2

7  8  9

7

7

6 5 

3  4 

10 

11 

Defeito leve

Bom

Defeituoso

NOK 

Inspeção? OK

Triagem? 

Recebimento Triagem

Estocagem

Expedição

Figura 13: Fluxograma da prestação do fornecedor de triagem

Page 82: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

82

Tabela 17: Tabela de descrição das atividades de recebimento

Atividade # Descrição

TRANSPORTE 1 1

Transporte das mercadorias retornadas realizado pelo prestador de serviços de transporte. Este realizou a coleta dos itens nos pontos de vendas e depósitos dos clientes diretos das três empresas envolvidas e efetua a entrega no fornecedor de triagem. O recebimento é realizado todos os dias em horários de passagem fixos definidos pelo transportador.

AÇÃO 1 2 Preparação de doca para receber transportador. 3 Descarregamento do caminhão por meio de empilhadeiras. 4 Deposição de paletes na área de recebimento.

INSPEÇÃO 1 5

Controle das quantidades descritas na nota apresentada pelo fornecedor em relação às quantidades presentes fisicamente. Para os retornos provenientes dos PDV: - Controle da conformidade do número de itens unitizados (caixas, PLV, paletes); - Controle da conformidade do número da nota e do número da etiqueta colada em cada item unitizado. Para os retornos provenientes dos depósitos: - Controle da conformidade do número de produtos acabados; - Controle da conformidade do número da nota e do número da etiqueta colada em cada sobre cada palete de uma única referência.

ESPERA 1 6 Espera até finalização do processo anterior. Quando terminada a inspeção, haverá a transferência de responsabilidade do transportador para o fornecedor de triagem.

TRANSPORTE 2 7 Caso seja comprovada a irregularidade na inspeção, esta será motivo de um litígio. Transporte dos itens irregulares até a zona de quarentena.

ARMAZENAGEM 1 8 Estocagem dos itens irregulares em uma zona de quarentena até

que haja uma nova ordem.

AÇÃO 2 9 Construção de um arquivo de acompanhamento dos litígios. A cada novo litígio, este deve ser enviado à L’Oréal.

TRANSPORTE 3 10 Caso não haja irregularidade com os itens, estes serão transportados até uma zona de estoque intermediário.

ARMAZENAGEM 2 11 Estocagem em zona intermediária, em espera de uma quantidade

suficiente para iniciar o processo de triagem.

AÇÃO 3 12 Construção de arquivo diário de acompanhamento dos recebimentos.

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83

Tabela 18: Tabela de descrição das atividades de triagem

Atividade # Descrição ESPERA 2 13 Espera para início da fase posterior.

TRANSPORTE 4 14 Transporte dos paletes até a área de triagem.

AÇÃO 4

15 Separação imediata dos produtos danificados para evitar contaminação. Estes serão considerados como defeituosos.

16 Separação das prateleiras metálicas.

17 Triagem dos itens de acordo com os critérios físicos e administrativos.

INSPEÇÃO 2 18 Controle estatístico do processo, através da retirada da linha e avaliação de 10 a 30 produtos, a cada hora.

AÇÃO 5 19 Construção de uma folha de controle da inspeção a ser enviada a L’Oréal.

ESPERA 3 20 Espera para a finalização da etapa anterior.

AÇÃO 6 21 Os itens classificados como defeituosos serão colocados em caixas unitizadas, com várias referências de produtos.

22 Colocação de uma etiqueta para identificação por caixa. TRANSPORTE 7 23 Transporte dos itens defeituosos até a área de destruição.

AÇÃO 7 24 Embalagem dos produtos classificados como bons nas caixas de origem.

25 Colocação de uma etiqueta para identificação por caixa.

AÇÃO 8 26 Embalagem dos itens classificados como com defeito leve em caixas A12 (40x30x30 cm)

27 Colocação de uma etiqueta para identificação por caixa. AÇÃO 9 28 Destruição dos itens defeituosos.

Tabela 19: Tabela de descrição das atividades de estocagem

Atividade # Descrição

TRANSPORTE 5 29 Transporte dos produtos bons, embalados nas caixas de origem, até a área de estocagem respectiva.

TRANSPORTE 6 30 Transporte dos produtos com defeito leve, embalados em caixas A12, até a área de estocagem respectiva.

ARMAZENAGEM 3 31

Estocagem dos produtos com defeito leve, em zona própria para este fim, seca, limpa e ao abrigo de intempéries. A estocagem de materiais (aerossóis e líquidos inflamáveis) perigosos deve ser feita em área específica.

ARMAZENAGEM 4 32

Estocagem dos produtos bons, em zona própria para este fim, seca, limpa e ao abrigo de intempéries. A estocagem de materiais perigosos (aerossóis e líquidos inflamáveis) deve ser feita em área específica.

AÇÃO 10 33

Construção de um arquivo diário, no qual constará, para cada referência, o número de unidades triadas, o número de itens classificados como defeituosos, defeito leve e bons. Este arquivo deve ser enviado à L’Oréal todos os dias, no final do dia.

Page 84: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

84

Tabela 20: Tabela de descrição das atividades de expedição

Atividade # Descrição ESPERA 4 34 Espera do pedido de envio de mercadorias por L’Oréal.

INSPEÇÃO 3 35 Inspeção sobre os itens a serem despachados, através da verificação dos números de referências pedidas por L’Oréal.

ESPERA 5 36 Espera para finalização do processo anterior.

TRANSPORTE 8 37 Transporte dos itens até a zona de despachos, sendo que a saída dos itens do estoque se faz por método FIFO.

AÇÃO 11

38 Deposição de paletes na área de despacho. 39 Preparação de doca para receber transportador. 40 Carregamento do caminhão por meio de empilhadeiras.

41 Comunicação à L’Oréal do despacho do caminhão (com descrição do número de referências presentes).

TRANSPORTE 9 42 Transporte das mercadorias triadas e repaletizadas até os centros de distribuição ou até os fornecedores de canal direto.

4.4 Questionários de avaliação

Os questionários serão utilizados para avaliar cada um dos critérios de decisão. Se os

critérios são definidos de uma maneira mais geral, estes questionários têm o intuito de analisar

condições específicas para o bom desempenho das atividades. A partir da nota obtida em cada

questão, será possível obter uma nota global de cada critério (ou sub-critério), correspondente

ao desempenho do fornecedor neste quesito.

Utilizaram-se como bases para sua criação as fichas de avaliação do curso de

movimentação e armazenagem de materiais da Escola Politécnica e os formulários de

avaliação elaborados por Yoshinaga (1993). Teve-se a preocupação de aproveitar somente as

questões adequadas ao caso da seleção, descartando-se assim as questões referentes à

avaliação de um fornecimento já em andamento. Tomaram-se também as questões relativas a

uma prestação de um serviço e não de um produto. Em seguida, por meio dos pontos críticos

de cada critério e do mapeamento dos processos, as questões foram escritas, cobrindo os

pontos essenciais do fornecimento.

As questões têm três respostas possíveis: “não”, “em termos” e “sim”. As notas

respectivas são 0, 5 e 10. Dessa maneira, as perguntas são feitas de modo que o “sim” seja a

resposta desejada. Para obter a nota de cada critério (ou sub-critério) será realizada uma média

Page 85: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

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aritmética considerando todas as questões daquele critério (ou sub-critério), o que implica que

as questões têm a mesma importância na avaliação da nota total do critério (ou sub-critério).

O ponto mais importante é o preenchimento do questionário, que deve ser feito por

uma pessoa ou grupo que possua conhecimento das empresas, além de livre acesso às

instalações e ao pessoal. Ele deve ser realizado durante uma visita, duração necessária para o

seu preenchimento completo, para avaliar as condições físicas e o desempenho nos processos

em execução. O questionário obriga que o analista entre em contato com pessoas de diferentes

cargos dentro da empresa, como operadores, responsável pela qualidade, responsável pela

segurança, responsáveis pelo projeto e gerentes. Dessa forma, a análise pode ser efetuada

comparando impressões dos vários níveis hierárquicos.

Uma dificuldade para notação reside no fato de que se seleciona um fornecedor a

partir de uma avaliação de desempenho futuro, antes que as tarefas sejam executadas. Dessa

maneira, é preciso considerar aspectos atuais destes fornecedores, imaginando como eles se

comportarão no momento da prestação. A solução foi considerar operações em andamento

atualmente no fornecedor, mesmo que não seja a realizada para L’Oréal, para saber como ele

agiria em situações similares, como no caso das operações de carregamento, descarregamento

e estocagem.

Para a compreensão do questionário, faz-se necessária a definição do manual da

qualidade, termo utilizado na avaliação. Segundo Yoshinaga (1998), trata-se de um

documento emitido pelo fornecedor, que descreve o seu sistema de qualidade, especificando

as diretrizes, atribuições, responsabilidades e procedimentos adequados para a execução das

atividades que influenciam a qualidade. O manual da qualidade é fator importante para

assegurar que a qualidade requerida será conseguida no fornecimento.

A seguir são apresentadas as questões, separadas por critério (ou subcritério):

A) Segurança no trabalho:

1) Existe um órgão exclusivo, responsável pela segurança?

2) Existe programa de treinamento e conscientização para a segurança?

3) Existe CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) ou equivalente?

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4) Registram-se poucos acidentes de trabalho?

5) Os funcionários possuem equipamentos para a segurança pessoal?

6) Existe área especifica para a segregação de produtos inflamáveis?

7) A área especifica para alocação de materiais inflamáveis apresenta capacidade

dentro dos limites impostos por L’Oréal?

8) É proibido fumar em todas as áreas que abriguem materiais inflamáveis?

9) A estrutura de trabalho existente permite que todos os materiais sejam manuseados

sem nenhuma dificuldade ou risco?

10) Existem equipamentos adequados para que a movimentação de materiais seja feita

de forma segura?

11) Os EQUIMOVS estão em bom estado e seguros?

12) Há providências tomadas para a segurança do armazém contra roubo e incêndio?

13) Há procedimentos para evitar o furto interno/externo de produtos?

B) Instalações

B-1) Geral

1) As instalações são limpas?

2) Existe uma boa organização geral em todas as instalações?

3) Os corredores estão livres para uma boa circulação?

4) Os corredores são racionais e lineares?

5) Os corredores encontram-se bem delineados?

6) O piso é liso de uma forma geral, sem obstáculos?

7) Os materiais são movimentados em seus múltiplos com o uso de UNIMOV?

8) Existe uma política de padronização dos EQUIMOV?

9) Existe racionalização entre os EQUIMOV e a largura das vias de tráfico dos

materiais?

10) Os equipamentos são comprados de poucos fornecedores, não havendo grande

variedade?

11) Os EQUIMOV estão em uma região para uso de todos os departamentos?

12) Os paletes utilizados são padronizados?

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87

B-2) Recebimento

1) Ao observar uma operação padrão, pode-se dizer que não há manuseio excessivo

para descarregamento?

2) Ao se observar uma operação padrão, o tempo de descarga é rápido?

3) As docas de entrada estão limpas e organizadas?

4) As docas de recebimento são suficientes para receber o fluxo de caminhões?

5) Existem dispositivos niveladores de docas?

6) As docas de recebimento são independentes das docas de expedição?

7) Os caminhões são descarregados em locais cobertos?

8) Os equipamentos para a descarga dos caminhões são adequados?

9) Existe uma área possível para inspeção no recebimento?

10) Há uma boa iluminação na zona de inspeção?

11) Há área de quarentena prevista para este fim?

B-3) Triagem

1) Não existem movimentações entre a área de recebimento e a área de triagem que

cobrem distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande

número?

2) A rota de movimentação entre a área de recebimento e a área de triagem é livre e

desobstruída?

3) As lâmpadas iluminam corretamente a área de trabalho?

4) Existe uma área própria para depósito dos tanques que abrigarão os produtos

defeituosos?

B-4) Estocagem

1) De uma forma geral, há ordem no armazém?

2) A área de estoque pedida por L’Oréal encontra-se disponível (66 posições palete)?

3) O volume do prédio é corretamente ocupado? É possível utilizar o espaço aéreo

para estocagem?

4) Não existem movimentações entre a área de triagem e o armazém que cobrem

distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande número?

5) A rota de movimentação entre a área de triagem e o armazém é livre e

desobstruída?

Page 88: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

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6) A armazenagem permite espaços para realizar as operações de seleção, inspeção e

inventários?

7) O armazém permite que os itens sejam estocados em zona seca, limpa e ao abrigo

de intempéries?

8) Existe área específica para a alocação das prateleiras metálicas (PLV)?

9) As dimensões dos contentores e estrados são compatíveis com a largura dos

corredores e endereços de armazenamento?

10) A empresa não prevê a utilização de armazéns complementares?

11) O endereçamento dos estoques não será realizado de maneira aleatória?

12) A organização do armazém permite a utilização do sistema FIFO?

B-5) Expedição

1) As entregas serão separadas em área distinta do estoque?

2) Existe boa iluminação na zona de separação de entregas?

3) Não existem movimentações entre o armazém e a área de expedição que cobrem

distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande número?

4) A rota de movimentação entre o armazém e a área de expedição é livre e

desobstruída?

5) Ao observar uma operação padrão, pode-se dizer que não há manuseio excessivo

para carregamento?

6) Ao se observar uma operação padrão, o tempo de carregamento é rápido?

7) As docas de expedição estão limpas e organizadas?

8) As docas de expedição são suficientes para receber o fluxo de caminhões?

9) Existem dispositivos niveladores de docas?

10) As docas de expedição são independentes das docas de recebimento?

11) Os caminhões são carregados em locais cobertos?

12) Os equipamentos para o carregamento dos caminhões são adequados?

13) O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de OAP (Roissy)?

14) O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de GMG (Ormes)?

15) O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de Nivea (Savigny)?

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C) Qualidade

C-1) Mão-de-Obra

1) O pessoal tem sido treinado basicamente sobre um programa bem desenvolvido?

2) Operadores novos são adequadamente treinados e qualificados?

3) Pode-se dizer que os funcionários estão satisfeitos com as condições de trabalho?

4) A taxa de rotatividade dos funcionários é baixa?

5) São poucos os operários que se dedicam somente ao manuseio de materiais?

6) O número de pessoal indireto é inferior ao número de pessoal direto?

C-2) Processo

1) Existe um órgão exclusivo, responsável pelo controle da qualidade?

2) Existem reuniões periódicas com o pessoal para discussões de temas relativos à

qualidade?

3) Após apresentação do processo, o fornecedor demonstrou compreensão das

particularidades do processo de triagem?

4) Está previsto que o pessoal da triagem tenha à sua disposição, em cada operação,

instruções de como proceder para efetuá-la corretamente?

5) Está prevista a inclusão dos pontos de inspeção ao longo do ciclo produtivo?

6) Está prevista a inclusão de cartões, selos ou adesivos para controlar a inspeção

durante o processo?

7) As inspeções durante o processo serão realizadas pelo departamento de Qualidade?

8) Existe Manual da Qualidade/Plano da Qualidade?

9) Os procedimentos descritos no Manual da Qualidade/Programa da Qualidade são

de uma forma geral implementados pelos diversos setores?

10) A empresa mantém o histórico do quanto foi investido para melhorar a qualidade

nos anos anteriores?

11) O fornecedor possui programas de conscientização e motivacionais no tocante à

qualidade em andamento para todos os funcionários?

12) O fornecedor adota meios específicos de manuseio, preservação, armazenagem e

expedição, a fim de evitar danos e deterioração das mercadorias?

13) Prevê-se uma relação ativa, com apresentação de sugestões e redução de custo?

14) Existe relacionamento com fornecedor de embalagens competitivo?

15) O fornecedor possui experiência na área de triagem?

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16) O fornecedor possui experiência com o produto a ser triado?

17) O fornecedor já fornece para alguma outra empresa do grupo L’Oréal?

D) Comunicação

1) Existe um interlocutor para atendimento e solução das pendências com L’Oréal?

2) Existe um interlocutor para atendimento e solução das pendências com o

transportador?

3) As quantidades em estoque são facilmente controláveis?

4) Existe um procedimento instalado para corrigir eventuais problemas de inventário?

5) O sistema de informação permite o registro de dados relativos à inspeção?

6) O sistema de informação permite a impressão de etiquetas para a expedição?

7) O sistema de informação emite romaneio de carregamento por caminhão?

8) O sistema de informação permite a construção confiável dos arquivos de

acompanhamento diários?

9) Sistema de informação já foi testado?

10) Funcionários estão familiarizados com o sistema de informação a ser utilizado?

11) Pelo que se pôde perceber, a comunicação entre os diversos departamentos da

empresa é ágil e reativa?

E) Preço

1) Prestação do fornecedor é a de orçamento mais baixo?

2) Prestação do fornecedor vai de acordo com o budget alocado?

3) As tarifas propostas pelo fornecedor são condizentes com a realidade (não são

excessivamente altas/baixas devido a desconhecimento do processo)?

4) Não há risco de custos adicionais (não presentes no orçamento) relativos à

prestação deste fornecedor?

Definidos os critérios e os questionários, a próxima etapa é a hierarquização dos

critérios, estabelecendo as importâncias relativas (pesos) para a construção da nota de seleção

do fornecedor.

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91

4.5 Aplicação do AHP

O método AHP é uma metodologia de atribuição de pesos para problemas de decisão

multicritério que se baseia na hierarquização destes critérios através da comparação de suas

importâncias relativas, para escolher a solução que melhor atinge o objetivo, por meio da

satisfação destes critérios.

A seleção de fornecedores configura um problema de decisão multicritério,

caracterizado por critérios conflitantes entre si (maior qualidade de prestação implica em uma

prestação mais cara, por exemplo), na escolha da uma das alternativas de solução. Para auxílio

à tomada de decisão, será utilizado o método AHP pelas seguintes condições:

1) Costa Neto (2007) destaca que uma das aplicações do AHP é a seleção de

fornecedores;

2) Morita (1998) salienta que este é um dos métodos mais difundidos, devido á sua

simplicidade e flexibilidade. Deseja-se apresentar às empresas um método cuja

colocação em prática é simples, para que possa ser efetivamente utilizado durante

esta e outras operações;

3) O AHP permite que os decisores entendam e avaliem suas preferências, além de

possibilitar a documentação de todo o processo de decisão.

Desta maneira, pode-se iniciar a aplicação do AHP a partir da construção de sua

estrutura hierárquica do AHP proposta por Costa Neto (2007). Chega-se a figura 10, cuja

hierarquia apresenta 4 níveis:

Page 92: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

92

De acordo com as etapas de aplicação do AHP propostas por Morita (1998), depois de

definidos os objetivos, critérios e alternativas, o trabalho seguirá com os julgamentos

comparativos de cada par de critérios do segundo nível. O princípio básico é atribuir valores

para as comparações paritárias. As decisões apresentadas foram tomadas pela equipe, já que

estes possuem o conhecimento e a experiência do processo e são os mais indicados para

definir o grau de importância de cada elemento.

4.5.1 Análise dos critérios de nível 2

Para dar uma primeira idéia de hierarquia entre os critérios, foi pedido à equipe que

preenchesse uma primeira tabela de comparação dos critérios dois a dois, para facilitar a

aplicação da escala de Saaty. Dentro de cada comparação paritária, deu-se a nota +1 para o

critério ganhador, -1 para o critério perdedor e 0 quando possuíam a mesma importância. Os

resultados são mostrados a seguir:

Nível 1

Nível 3

Nível 2

Nível 4

Seleção de fornecedor de triagem adequado

Alternativas

Segurança do trabalho

Instalações Qualidade da prestação

Comunicação Preço

Geral; Recebimento; Triagem; Estocagem; Expedição

Mão-de-obra; Proceso

Legendre Geodis

Figura 14: Hierarquia para escolha do fornecedor de triagem

Page 93: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

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Tabela 21: Tabela de comparação dos critérios de nível 2

C1 C2 C3 C4 C5 TOTALSegurança (C1) 1 1 1 1 4 Instalações (C2) -1 -1 0 -1 -3 Qualidade (C3) -1 1 1 1 2

Comunicação (C4) -1 0 -1 -1 -3 Preço (C5) -1 1 0 1 1

Sendo assim, pode-se fazer a seguinte classificação:

1°) Segurança;

2°) Qualidade e Preço (empatados);

3°) Instalações e Comunicação (empatados);

Estes resultados serão comparados com a classificação da escala de Saaty.

Utilizando-se a escala presente na tabela 5 (escala de Saaty), foi pedido à equipe que

preenchesse a MCP dos critérios de nível 2. A primeira análise não foi satisfatória, uma vez

que a matriz apresentava ICmax superior ao máximo permitido (10% para n = 5). Com a

revisão da matriz, chegou-se ao seguinte resultado:

Tabela 22: MCP de critérios do caso da campanha solar

Matriz A C1 C2 C3 C4 C5 Segurança (C1) 1,00 4,00 2,00 4,00 3,00 Instalações (C2) 1/4 1,00 1/2 1,00 1/2 Qualidade (C3) 1/2 2,00 1,00 3,00 1,00

Comunicação (C4) 1/4 1,00 1/3 1,00 1/3 Preço (C5) 1/3 2,00 1,00 3,00 1,00

Total 2,33 10,00 4,83 12,00 5,83

Tabela 23: MCP normalizada pelo total da respectiva coluna da tabela anterior

C1 C2 C3 C4 C5 Vetor BSegurança (C1) 0,429 0,400 0,414 0,333 0,514 41% Instalações (C2) 0,107 0,100 0,103 0,083 0,086 10% Qualidade (C3) 0,214 0,200 0,207 0,250 0,171 21%

Comunicação (C4) 0,107 0,100 0,069 0,083 0,057 8% Preço (C5) 0,143 0,200 0,207 0,250 0,171 20%

Page 94: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

94

max 5,132

max 1 0,0330

Como o IC deste caso é de 3,30%, menor que o ICmax = 10% (para n=5), não se pode

dizer que a matriz de comparações dos critérios é inconsistente. Com este procedimento,

assegura-se um nível tolerável de inconsistência dentro da estrutura hierárquica.

A diferença entre os dois métodos está no fato de que no primeiro, qualidade e preço

estavam empatados, assim como instalações e comunicação, o que não ocorreu ao se utilizar o

AHP. Isso se deve ao fato de que a qualidade foi considerada mais importante que o preço na

comparação com a segurança; e as instalações mais importantes que a comunicação na

comparação com a qualidade e o preço, ainda que, quando comparados a partir da escala de

Saaty, qualidade e preço foram considerados como de mesma importância relativa, da mesma

maneira que instalações e comunicação.

4.5.2 Análise dos critérios de nível 3

Para prosseguir a análise, deve-se seguir com as comparações dos critérios de nível

mais baixo. Para estabelecer a hierarquia dos sub-critérios do critério Instalação, foi pedido à

equipe que preenchesse a tabela de comparação inicial para ter uma idéia da classificação:

Tabela 24: Tabela de comparação dos subcritérios de Instalações - nível 3

I1 I2 I3 I4 I5 TOTAL Geral (I1) 1 1 1 1 4

Recebimento (I2) -1 1 0 0 0 Triagem (I3) -1 -1 -1 -1 -4

Estocagem (I4) -1 0 1 0 0 Expedição (I5) -1 0 1 0 0

E os resultados:

1°) Geral;

2°) Recebimento, estocagem e expedição (empatados);

3°) Triagem.

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Da mesma maneira, foi pedido à equipe que preenchesse a MCP dos critérios de nível

3, utilizando a escala de importâncias presente na tabela 5 para a comparação dos sub-critérios

de Instalações.

Tabela 25: MCP de sub-critérios do critério Instalações

Matriz A’ I1 I2 I3 I4 I5 Geral (I1) 1,00 2,00 4,00 2,00 2,00

Recebimento (I2) 1/2 1,00 2,00 1,00 1,00 Triagem (I3) 1/4 1/2 1,00 1/3 1/2

Estocagem (I4) 1/2 1,00 3,00 1,00 1,00 Expedição (I5) 1/2 1,00 2,00 1,00 1,00

Total 2,75 5,50 12,00 5,33 5,50

Tabela 26: MCP normalizada pelo total da respectiva coluna da tabela anterior

I1 I2 I3 I4 I5 Vetor B’Geral (I1) 0,364 0,364 0,333 0,375 0,364 36%

Recebimento (I2) 0,182 0,182 0,167 0,188 0,182 18% Triagem (I3) 0,091 0,091 0,083 0,063 0,091 9%

Estocagem (I4) 0,182 0,182 0,250 0,188 0,182 18% Expedição (I5) 0,182 0,182 0,167 0,188 0,182 18%

max 5,061

max 1 0,0152

Como o IC deste caso é de 1,52%, menor que o ICmax = 10% (para n=5), não se pode

dizer que a matriz de comparações dos critérios é inconsistente. Ao se comparar esta

classificação com a tabela 22, pode-se ver que a hierarquia foi mantida.

Finalmente, devem-se comparar os dois sub-critérios do critério Qualidade: Qualidade

da mão-de-obra e Qualidade do Processo. A equipe acredita que os dois subcritérios têm a

mesma importância na avaliação da qualidade da prestação de serviços e devem contribuir

igualmente na composição desta nota total. Por este motivo, o peso de cada um destes

subcritérios será de 50%.

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96

4.5.3 Resultado da aplicação do AHP

O resultado da hierarquização dos critérios de nível 2 e 3 é mostrado a seguir:

Tabela 27: Resultado da hierarquização dos critérios

CRITÉRIOS PESO 1°. SEGURANÇA DO TRABALHO 41,0%2°. QUALIDADE 21,0%

2.1 DA MÃO-DE-OBRA 10,5% 2.2 DO PROCESSO 10,5%

3°. PREÇO DA PRESTAÇÃO 20,0%4°. INSTALAÇÕES 10,0%

4.1 GERAL 3,6% 4.2 RECEBIMENTO 1,8% 4.3 TRIAGEM 1,0% 4.4 ESTOCAGEM 1,8% 4.5 EXPEDIÇÃO 1,8%

5°. COMUNICAÇÃO 8,0%

Da aplicação do método AHP, obtém-se que a segurança do trabalho é o critério

mais importante para as empresas na escolha de seu fornecedor, possuindo uma diferença de

20 pontos percentuais em relação ao segundo critério, a qualidade. Por sua vez, para a equipe,

qualidade e preço têm praticamente a mesma importância, mostrando porque o preço da

prestação adquiriu caráter decisório na escolha do fornecedor das prestações passadas. No

entanto, a equipe concorda que uma prestação de baixa qualidade será mais custosa, devido

aos gastos com correções de problemas. Por fim, instalações e comunicação são critérios

tidos pela equipe como relativos às capacidades do fornecedor (seja física ou de tratamento de

informação), daí sua proximidade de importância.

Para avaliar as instalações, a equipe considera que as características de ordem geral

são mais importantes, por representar o estado de todas as instalações do fornecedor. Em

seguida, as áreas de recebimento, estocagem e expedição são importantes porque suas

características físicas limitam a fluidez do processo, o que não acontece com a triagem, cuja

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performance depende mais da qualidade da mão-de-obra e do processo que do aspecto físico,

ainda que este seja importante.

O objetivo deste capítulo era definir a metodologia aplicada para a seleção do

fornecedor. Foram estabelecidos os critérios de avaliação dos fornecedores e foi realizada sua

hierarquização, através da aplicação do método AHP. Neste momento, é possível passar à

próxima etapa deste trabalho, que é a aplicação das fichas de avaliação, para quantificar o

desempenho dos fornecedores em cada um destes critérios, mostrando assim aquele que

representa a melhor solução para a empresa.

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99

5. RESULTADOS

Este capítulo mostra como o método de seleção dos fornecedores elaborado pelo autor

foi aplicado. A partir dos questionários de avaliação explicitados, foi possível classificar a

performance dos fornecedores e chegar ao fornecedor que melhor atende as condições das

empresas. O estudo traça ainda uma comparação entre os resultados obtidos com o método e

as reais decisões da empresa e propõe uma série de sugestões de melhoria, com bases nos

pontos negativos identificados, a serem postas em prática tanto pelo fornecedor quanto pelas

empresas contratantes.

5.1 Aplicação do questionário de avaliação

O método de avaliação dos fornecedores foi aplicado através de entrevistas que

duraram de três a quatro horas, realizadas com cada um dos fornecedores em seus espaços

físicos. A avaliação contou com dois entrevistadores: Pierre Mouton, responsável da CACP

de OAP e Julien Coelho, responsável OAP pela campanha de retorno e pela gestão do canal

direto dos produtos solares. Eles visitaram os locais onde ocorreria a prestação de serviços e

dialogaram com funcionários presentes no estabelecimento, de diversos níveis hierárquicos

(operadores, interlocutores, responsáveis de segurança do trabalho e qualidade e diretores).

A título de exemplo, será apresentada a seguir a ficha da avaliação para o quesito

segurança no trabalho, contendo as impressões dos entrevistadores para os dois

fornecedores analisados (Geodis e Legendre). Esta ficha e as demais foram consolidadas pelo

autor e estão presentes no apêndice B deste trabalho.

No final das fichas estão presentes a nota total do fornecedor em cada uma das

respostas possíveis (“não”, “em termos”, "sim”), bem como a nota final do fornecedor no

critério ou sub-critério analisado.

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100

Responsável Geodis: Tony da Rocha.

Responsável Legendre: Damien Tricard – Diretor Logístico.

Entrevistadores: Pierre Mouton (OAP) e Julien Coelho (OAP)

Datas: início de setembro/2007.

Tabela 28: Exemplo de preenchimento de ficha de avaliação – Sub-critério Qualidade da mão-de-obra

3. QUALIDADE 3.1 Mão de obra

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

O pessoal tem sido treinado basicamente sobre um programa bem desenvolvido? X

Programa de treinamentos estruturado está sendo desenvolvido pelo responsável Qualidade, hoje existem apenas atividades pontuais.

X

Sim, um programa de treinamento é desenvolvido para cada projeto. Uma formação especifica é realizada para o projeto L'Oréal.

2

Operadores novos são adequadamente treinados e qualificados?

X

Todos passam por um treinamento nas primeiras semanas de trabalho, mas falta treinamento estruturado no decorrer das funções.

X

Todos os operadores passam por um processo de treinamento em sua chegada à empresa, existem treinamentos para cada projeto específico.

3

Pode-se dizer que os funcionários estão satisfeitos com as condições de trabalho?

X

Pouco número de reclamações.

X

4

A taxa de rotatividade dos funcionários é baixa?

X

Grande número de trabalhadores temporários. X

Trabalho opera com grande numero de temporários.

5

São poucos os operários que se dedicam somente ao manuseio de materiais?

X

Grande parte do trabalho do fornecedor envolve operações manuais com as mercadorias.

X

Não, uma vez que o processo envolve muitas operações manuais.

6

O número de pessoal indireto é inferior ao número de pessoal direto?

X

O quadro de funcionários é reduzido (aprox. 50 pessoas).

X

Poucos funcionários da administração (<10%).

Total: 0,00 1,67 3,33 0,00 0,83 6,67

Média: 5,00 7,50

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101

Os entrevistadores notificaram os dois fornecedores segundo os critérios e sub-

critérios de avaliação presentes no questionário. Desta maneira, pode-se chegar à tabela

seguinte, que apresenta a consolidação das notas dos fornecedores, obtidas durante a auditoria

realizada. Uma análise mais precisa dos resultados de cada fornecedor será proposta na

seqüência.

Tabela 29: Consolidação das notas obtidas pelos fornecedores após aplicação das fichas de avaliação

CRITERIOS GEODIS LEGENDRE NOTA NOTA

1. SEGURANÇA 8,85 9,23 2. INSTALAÇÕES      

2.1 GERAL 7,50 8,33 2.2 RECEBIMENTO 6,82 7,27 2.3 TRIAGEM 10,00 10,00 2.4 ESTOCAGEM 8,75 7,50 2.5 EXPEDIÇÃO 7,67 7,33 3. QUALIDADE      

3.1 DA MÃO-DE-OBRA 5,00 7,50 3.2 DO PROCESSO 5,59 9,71 4. COMUNICAÇÃO 5,91 8,18 5. PREÇO DA PRESTAÇÃO 7,50 5,00

5.2 Seleção do fornecedor a partir do método desenvolvido

Para dar seguimento ao método de seleção do fornecedor, deve-se aplicar os pesos que

representam as importâncias relativas dos critérios e sub-critérios, obtidos através do método

AHP, para conhecer o fornecedor cujo desempenho global é o melhor de acordo com as

prioridades colocadas pelas empresas.

O fornecedor escolhido pelo método de seleção é aquele cuja nota total é maior. Isto

quer dizer que ele possui um melhor desempenho, em relação ao seu concorrente, nos

critérios definidos como mais importantes pelas empresas, relativos à execução de uma

prestação de serviços em acordo com suas necessidades.

Sendo assim, a tabela seguinte mostra o resultado do método de seleção:

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102

Tabela 30: Resultado do método de seleção

CRITERIOS PESO GEODIS LEGENDRE

NOTA TOTAL NOTA TOTAL

1. SEGURANÇA 41,0% 8,85 3,63 9,23 3,78 2. INSTALAÇÕES          2.1 GERAL 3,6% 7,50 0,27 8,33 0,30 2.2 RECEBIMENTO 1,8% 6,82 0,12 7,27 0,13 2.3 TRIAGEM 1,0% 10,00 0,10 10,00 0,10 2.4 ESTOCAGEM 1,8% 8,75 0,16 7,50 0,14 2.5 EXPEDIÇÃO 1,8% 7,67 0,14 7,33 0,13 3. QUALIDADE          3.1 DA MÃO-DE-OBRA 10,5% 5,00 0,53 7,50 0,79 3.2 DO PROCESSO 10,5% 5,59 0,59 9,71 0,99 4. COMUNICAÇÃO 8,0% 5,91 0,47 8,18 0,65 5. PREÇO DA PRESTAÇÃO 20,0% 7,50 1,50 5,00 1,00

NOTA TOTAL 7,51 8,05

Desta maneira, o método desenvolvido neste trabalho, e aplicado ao caso da seleção de

um fornecedor de logística reversa para as empresas OAP, GMG e Nivea, aponta que o

fornecedor cujo desempenho atende melhor às expectativas das empresas é Legendre.

O comportamento deste fornecedor nos diferentes quesitos foi melhor que seu

concorrente, Geodis. Legendre ficou à frente de Geodis em todos os critérios, exceto

estocagem, expedição e preço. Tal decisão, porém, contraria a escolha das empresas que,

durante o processo de seleção na França, decidiram optar por Geodis.

Pode-se justificar este comportamento pela própria ausência de método de escolha até

então. Durante a negociação, as contratantes puderam visualizar alguns dos pontos positivos e

negativos das fornecedoras, porém não havia notação ou quantificação das importâncias.

Assim, o preço da prestação de Legendre e o fato de que o seu processo de triagem seria

desempenhado em dois armazéns acabou mascarando seus aspectos positivos. O baixo

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103

orçamento de Geodis acabou tendo maior importância que os outros critérios, ainda que o

método prove que, em uma análise global, Legendre possui uma melhor performance.

Com a aplicação dos questionários de avaliação, é possível realizar uma análise

comparativa de Legendre e Geodis, ressaltando seus pontos positivos e negativos. O intuito

deste trabalho será efetuar uma análise de cada fornecedor e de sugerir ações a serem

colocadas em prática pelas empresas para que os pontos negativos de Geodis possam ser

trabalhados, realizando assim melhorias em sua prestação de serviços.

5.3 Análise do fornecedor Legendre

Fornecedor experiente na campanha de logística reversa, Legendre apresenta um

processo mais qualitativo que seu concorrente. Demonstra conhecer particularidades do

processo e, por isso, propõe melhorias como a inclusão de pontos de inspeção a montante e a

jusante da operação de triagem.

Aspectos positivos

• Qualidade: Legendre demonstra ter uma grande preocupação com a qualidade de

seus processos, demonstrada pela importância do departamento da qualidade

(responsável pelas inspeções), pela implantação efetiva do manual de qualidade,

pelos treinamentos disponibilizados aos funcionários, seja no início da prestação,

seja durante sua realização. Além disso, o sistema de informação apresentado já

está em funcionamento e é conhecido dos operadores.

• Conhecimento por experiência: Por ter trabalhado durante tantos anos com esta

campanha, Legendre conhece bem seu funcionamento. As empresas contratantes

poderiam aproveitar-se deste conhecimento e implementar melhorias propostas por

Legendre. Além disso, Legendre possui um histórico de prestações bem sucedidas,

o que acaba por criar uma boa imagem entre as contratantes.

• Ausência de risco de superfaturamento: Durante as outras prestações de

Legendre, nunca houve superfaturamento; a empresa respeitava o orçamento

apresentado.

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Aspectos negativos

Após avaliação, podem-se identificar alguns pontos que culminaram com a preferência

pela escolha do concorrente de Legendre.

• Preço da prestação: A prestação de Legendre era a mais cara, porque estavam

embutidos os custos de transporte entre os dois locais (recebimento e estocagem),

fazendo com o processo necessitasse de maior capacidade instalada (transporte

entre os dois locais, dois recebimentos e duas expedições).

• Triagem realizada em dois locais distintos: A maioria dos problemas

identificados com o questionário fazia alusão à prestação realizada em dois

armazéns. Isto torna a gestão do processo mais complexa e mais custosa.

Entretanto, a empresa assumia a responsabilidade de gestão desta estrutura. Pode-

se ver que, segundo a metodologia utilizada, mesmo com este fator a prestação de

Legendre ainda é a recomendada, considerando os critérios de avaliação

apresentados.

• Aspecto físico: Diferença entre as instalações dos dois armazéns; um armazém é

mais velho e necessitaria de algumas modificações para se igualar ao nível do

outro, mais recente. Foi identificada a utilização de equipamentos de

movimentação antigos e sem padronização.

5.4 Análise do fornecedor Geodis

A campanha de triagem será primeira experiência de Geodis no campo logística

reversa. Desta maneira, o questionário é importante para identificar pontos de

desenvolvimento e evitar problemas durante a operação. Também é interessante identificar os

pontos positivos que promoveram a escolha de Geodis como fornecedor.

Aspectos positivos

• Preço: a prestação de Geodis apresenta efetivamente o menor orçamento,

explicado pelas menores tarifas relativas às atividades de triagem (três primeiras

linhas do orçamento). Os custos de transporte também são menores, em virtude das

condições de triagem do concorrente.

• Conhecimento técnico: Geodis possui conhecimento técnico dos produtos solares,

porque já trabalha com eles. Assim, os operadores estarão habituados às

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105

características físicas do produto, o que facilitará o aprendizado no processo de

triagem.

• Correção de erros de triagem: Uma vez que os produtos triados por Geodis serão

seus insumos durante a realização da campanha solar precedente, a empresa terá a

necessidade de realizar um processo qualitativo, para não sofrer as conseqüências

de maus procedimentos no futuro.

• Estabelecimento de relações de longo prazo: Como Geodis trabalha com os

produtos solares, no caso de OAP, há a tendência de criação de uma relação mais

forte entre cliente e fornecedora, possibilitando uma verdadeira especialização

desta última nesta linha de produtos. Para L’Oréal, uma relação duradoura

aumenta a qualidade de prestação e diminui os custos com preparação e

treinamento do prestador de serviços. Para Geodis, esta relação cria uma

dependência da parte das empresas contratantes, aumentando suas possibilidades

de negócio. Para ambas, tal relação aumenta os desempenhos dos processos, se

compartilharem informações, riscos e benefícios, chegando a um ponto em que

possam preparar a campanha de logística reversa em conjunto, integrando

propostas de melhoria apresentadas a partir de um conhecimento mais profundo do

processo. Entretanto, isto é viável apenas se houver a expectativa de uma relação

que continuará no futuro, promovida pelo bom desempenho da fornecedora

durante a campanha.

Aspectos negativos

Alguns pontos foram identificados na prestação de Geodis a partir da avaliação do

questionário. Eles fazem referência, sobretudo, à preparação de empresa para acolher os

processos e às suas capacidades atuais.

• Falta de experiência: esta é a primeira experiência de Geodis com a

administração das operações de logística reversa. L’Oréal terá que dedicar grande

importância ao treinamento e capacitação deste fornecedor.

• Risco de superfaturamento: a prestação atual de Geodis apresenta muitos

indícios de superfaturamento e as empresas temem que isto também seja praticado

durante esta operação.

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106

• Aspectos físicos:

o Não há padronização dos equipamentos de movimentação e estes são

utilizados por departamentos específicos, o que pode causar demora em sua

utilização.

o Ausência da área de específica para inspeção no recebimento.

o Identificados problemas de demora no descarregamento de caminhões, o

que pode causar atrasos em todo o processo produtivo (dependente do

recebimento destes insumos).

o Zona alocada à estocagem dos itens é igual às previsões de L’Oréal. Pode

haver problemas caso o nível previsto supere as expectativas.

o Ausência de área de separação de mercadorias para envio dos produtos

triados.

• Qualidade:

o Pouca preocupação demonstrada com a inspeção de produtos no

recebimento.

o Ausência de treinamentos de pessoal durante o decorrer da operação.

o Pouca importância do departamento da qualidade e na aplicação do manual

da qualidade.

o Falta de confiança no sistema de informações que deve ser implementado,

testado e objeto de treinamento de pessoal.

o Pouca confiança nas técnicas de controle de estoque.

o Pouca agilidade na troca de informações.

5.5 Sugestão de melhorias

Após ter apresentado as características desta prestação de serviços de logística reversa

e de ter traçado uma análise dos fornecedores, é possível propor algumas sugestões de

melhoria para o processo. Como Geodis foi a empresa escolhida para o fornecimento, ainda

que o método utilizado indique o contrário, focar-se-á na redução de irregularidades

identificadas pelo questionário, através de sugestões de ações relativas ao comportamento da

empresa fornecedora e das próprias empresas contratantes.

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107

Primeiramente, analisando as ações a serem colocadas em prática por Geodis:

1) Diminuição do risco de superfaturamento: para evitar que tarifas diferentes ou

adicionais sejam cobradas pelo fornecedor, as empresas devem fornir ao prestador

uma explicação clara do processo, das atividades inclusas e das capacidades

demandadas, pedindo que ele baseie suas operações nestes dados, negando a

possibilidade de alterações nestas tarifas depois de firmado o contrato.

2) Aspectos físicos

• Buscar a padronização dos equipamentos de movimentação e retirar a

departamentalização do uso destes, fazendo com que os tempos de espera para

utilização sejam reduzidos.

• Criação de uma área de inspeção no recebimento das mercadorias, suficientemente

grande para que possa permitir a alocação de grande parte da carga do caminhão.

Desta forma, ele pode ser descarregado, evitando atrasos. Após a inspeção, os itens

devem ser enviados a uma zona de estoque intermediário, caso não possam ser

integrados diretamente na atividade de triagem, para reduzir a quantidade de

materiais na zona de inspeção e não atrasar o descarregamento.

• Contar com uma área de segurança para a estocagem dos itens triados, caso as

previsões sejam excedidas. Ainda na área de estocagem, criar uma zona de

separação dos pedidos, para facilitar a inspeção de entrega.

3) Qualificação de pessoal e de processo:

• Estabelecer treinamentos de pessoal durante a execução do projeto e não somente

no início, para incentivar a melhoria contínua. Estes treinamentos têm como base a

formação na identificação dos defeitos, a aplicação das medidas presentes no

manual da qualidade e o aumento da preocupação com as inspeções. As inspeções

funcionarão como um método de avaliação do bom funcionamento do processo

pelas empresas contratantes.

• Aumentar a freqüência das reuniões dirigidas pelo departamento de qualidade,

aumentando sua importância e a conscientização dos funcionários neste tema.

Estas reuniões têm o objetivo de ouvir as sugestões e reclamações dos

funcionários, implementando melhorias de modo bottom-up.

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108

4) Informação: quanto ao sistema de informação utilizado, devem-se realizar testes e

treinamentos com os usuários para aumentar o grau de confiança nas informações

disponibilizadas, antes do início da operação. Os responsáveis também devem

priorizar a agilidade de resposta de seus interlocutores.

Para pôr em prática uma relação duradoura entre fornecedores e compradores, no

sentido de trazer benefícios comerciais para ambas as partes, é necessário um conjunto de

medidas também das empresas contratantes.

• A aplicação da metodologia de seleção de fornecedores propõe a construção de um

diagnóstico do fornecedor. Tais dados devem ser utilizados posteriormente pelas

empresas na criação de um cadastro de fornecedores habilitados, facilitando a

escolha de futuros prestadores de serviços.

• Um real fortalecimento do vínculo entre as empresas, através da confiança e do

entendimento mútuo em relação aos problemas e condições de cada uma das

partes, implicando-se e buscando soluções de forma conjunta.

• Buscar a instauração de melhorias contínuas, obtidas por meio de reuniões

periódicas para a troca de informações e avaliação dos procedimentos adotados.

• Ao estabelecer um método de avaliação de seus fornecedores, a empresa

contratante deve preocupar-se com o feedback de informações corretas e

construtivas, visando a melhoria contínua da qualidade e produtividade, tanto para

fornecedor quanto para cliente. O fornecedor só poderá melhorar se souber onde

deve melhorar.

• Abdicar de uma relação estritamente comprador/vendedor, em que estes dois

atores se vêem como “adversários”, criando pressões contrárias na execução de

tarefas. Ao invés disso, devem caminhar para uma relação ganha-ganha, apoiando-

se em suas vantagens competitivas. Nas campanhas anteriores foi visto que as

empresas contratantes possuíam uma postura agressiva, já que medidas eram

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109

exigidas do fornecedor para aumento da qualificação sem que L’Oréal tivesse uma

participação efetiva neste melhoramento.

• Participação de L’Oréal na capacitação do fornecedor antes do início do processo,

sendo encarregada de sua formação. Muitos dos erros verificados na prestação

podem ser evitados se houver um verdadeiro nivelamento de conhecimento. Isto

pode ser obtido através de:

o Apresentação das características técnicas dos produtos solares (com

exemplos práticos dos diversos tipos de falhas);

o Apresentação das etapas do processo de triagem;

o Instauração de medidas de gerenciamento de qualidade e inspeção;

o Visitas periódicas e estreitamento das relações com os interlocutores.

Este capítulo encerra a aplicação do método de seleção de fornecedores. Quis-se com

ele apresentar os principais resultados obtidos com a instauração dos questionários de

avaliação. É possível verificar que estes questionários são bastante úteis, porque permitem a

construção de um diagnóstico da situação atual dos fornecedores, além de disponibilizar

meios para que as empresas contratantes verifiquem se as condições existentes são coerentes

com as expectativas de resultados das operações.

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6. CONCLUSÕES

No último capítulo deste trabalho é desenvolvida uma análise geral do estudo

realizado. Serão revistos em linhas gerais os principais pontos abordados, assim como as

expectativas de progressão.

O presente trabalho apresenta um caso de aplicação prática dos conceitos de logística

reversa, através da análise do retorno dos produtos solares. Da própria definição de logística

reversa apresentada por Beaulieu (2000), os produtos solares são ativos primários que perdem

seu valor agregado após a passagem da estação em países de clima frio, tornando-se ativos

secundários. Retornados, eles passam por operações dentro de um canal de logística reversa

para poder reencontrar o valor agregado nos mercados de origem. Seguindo as definições

propostas, este caso trata-se de um canal de distribuição reverso de pós-venda, estruturado em

um ciclo fechado.

Pode-se concluir que este é um canal de baixa complexidade, devido principalmente à

simplicidade do retratamento que é realizado. Assim, mesmo com a inclusão de novos

intermediários dentro desta rede, provocada pela externalização das operações de coleta e

triagem, o processo não se torna mais complexo. Na verdade, a inclusão de operadores

logísticos especializados é benéfica para as empresas, permitindo ganhar em flexibilidade.

Neste ponto, a escolha de um fornecedor de performance satisfatória é importante, para evitar

custos de mudança, relativos à capacitação e outras operações que devem sistematicamente

serem refeitas caso não seja estabelecida uma relação duradoura entre a empresa contratante e

a fornecedora.

Relações de longo prazo entre clientes e fornecedores são instauradas somente quando

há real comprometimento das partes e quando ambas visualizam os benefícios que um

relacionamento deste tipo pode trazer. Criar uma parceria é realizar o planejamento em

conjunto, fazer uma constante troca de informações e compartilhar riscos e benefícios. No

caso de L’Oréal, as relações com seus fornecedores logísticos de triagem e de transporte não

são parcerias, mas podem vir a se tornar, quando as empresas identificarem as vantagens

ligadas a esse tipo de associação. De qualquer maneira, para elas já é claro que uma relação de

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longo prazo com os fornecedores é menos custosa, em virtude do savoir faire adquirido com a

experiência no processo.

Este trabalho possuía três objetivos. O primeiro era o de propor um método para a

escolha dos fornecedores, hierarquizando as preferências das empresas. Neste aspecto, a

aplicação do AHP foi útil, porque torna necessária a discussão em grupo para chegar a

resultados globais, propiciando o diálogo entre as partes e, com isso, a melhoria dos processos

envolvidos. Até então, os processos decisórios eram realizados de maneira pouco organizada;

a figura hierárquica dentro da equipe tinha muito poder e acabava monopolizando as decisões.

O segundo objetivo era o de contrastar as escolhas feitas pelas empresas com e sem o

método. Identificou-se que os resultados obtidos foram diferentes, porque, na situação sem

metodologia, os critérios não eram analisados de forma adequada pelos decisores, nem eram

avaliados de forma exaustiva.

Por fim, ao analisar as condições presentes neste fluxo reverso, foram propostas uma

série de sugestões para reduzir os riscos ligados à aspectos negativos, tanto das contratantes

quanto dos fornecedores. Espera-se que estas sugestões sejam efetivamente implementadas,

alterando o modus operandi dos processos realizados de forma pouco satisfatória.

Este projeto tratou da resolução de uma problemática de curto prazo. Entretanto, em

um segundo momento, o método apresentado deve evoluir para um sistema de avaliação do

desempenho do fornecedor durante o decorrer da prestação de serviços. A idéia de avaliar os

fornecedores de maneira estruturada deve continuar a fazer parte do dia-a-dia das empresas,

como forma de promoção da melhoria contínua de seus processos, sem esquecer que qualquer

forma de avaliação deve estar associada a mecanismos de feedback constantes, permitindo

progressos nos processos executados e nas relações estabelecidas.

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116

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117

APÊNDICE A - Localização geográfica dos CD e dos fornecedores de triagem

Figura 15: Localização dos CD e fornecedores de triagem - França

Fonte mapa: Google Earth

Fonte distâncias: http://www.mappy.fr

Geodis

Nivea

OAP

Legendre

GMG

53 Km

66 Km

123 Km

166 Km

11 Km

63 Km

5 Km

Page 118: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

118

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119

APÊNDICE B – Resultado das fichas de avaliação

Tabela 31: Ficha de avaliação - Segurança

1. SEGURANÇA DO TRABALHO

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T Sim Comentários

0 5 10 0 5 10

1

Existe um órgão exclusivo, responsável pela segurança?

X

Existe um responsável de segurança do trabalho. X

Sim, representado por um responsável de segurança no trabalho.

2

Existe programa de treinamento e conscientização para a segurança? X

O responsável pela segurança se encarrega dos treinamentos oferecidos a cada novo empregado.

X

Sim, todos os funcionários passam por um treinamento em segurança quando entram para a empresa.

3 Existe CIPA (equivalente)? X

Trabalho realizado pelo responsável de segurança.

X Organização interna de prevenção de acidentes.

4 Registram-se poucos acidentes de trabalho?

X A empresa está a 200 dias sem um acidente de trabalho.

X Recorde de 250 dias sem acidentes.

5

Os funcionários possuem equipamentos para a segurança pessoal?

X

É obrigatório que os funcionários utilizem colete e sapatos de segurança.

X

Os funcionários são obrigados a trabalhar constantemente com coletes especiais e sapatos de segurança.

6

Existe área para a segregação de produtos inflamáveis?

X

De acordo com as normas de segurança exigidas pelo governo francês.

X

De acordo com as exigências.

7

A área especifica para alocação de materiais inflamáveis apresenta capacidade dentro dos limites impostos por L’Oréal?

X

Limites: 1,5 toneladas de gás inflamável; 8m3 de líquidos inflamáveis. Capacidade disponível: 6 toneladas de gás inflamável; 15m3 de líquidos inflamáveis

X

Limites: 1,5 toneladas de gás inflamável; 8m3 de líquidos inflamáveis. Capacidade disponível: 6 toneladas de gás inflamável; 12m3 de líquidos inflamáveis (dois armazéns)

8

É proibido fumar em todas as áreas que abriguem materiais inflamáveis?

X

X

Page 120: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

120

1. SEGURANÇA DO TRABALHO

9

A estrutura de trabalho existente permite que todos os materiais sejam manuseados sem nenhuma dificuldade ou risco?

X

Grande parte do trabalho realizado pelos operários é manual (etiquetagem, triagem), apenas a movimentação será realizada por EQUIMOV. Dessa forma, eles estarão sujeitos a maiores riscos devido ao manuseio.

X

A prestação de triagem obriga que muitas operações sejam manuais, aumentando o risco com o contato.

10

Existem equipamentos adequados para uma segura movimentação de materiais?

X

Todo o transporte de páletes é realizado por EQUIMOV (empilhadeiras). X

Equipamentos necessários para o manuseio estão disponíveis.

11

Os EQUIMOVS estão em bom estado e seguros? X

Equipamentos novos. O depósito data de 2005 e os EQUIMOV foram então comprados.

X

Em um dos locais (Trappes), os EQUIMOVS estão mais velhos.

12

Há providências tomadas para a segurança do armazém contra roubo e incêndio?

X

Portas de proteção contra incêndio e câmeras de segurança para vigilância. X

Todos os armazéns são equipados com câmeras, com saídas de incêndio, extintores e com portas contra propagação de fogo.

13

Há procedimentos para evitar o furto interno/externo de produtos? X

Câmeras de segurança para vigilância externa; não há vigilância interna. X

Existência de câmeras para vigilância interna e externa. Além disso, todos os transportados são controlados na recepção do local.

Total: 0,00 1,15 7,69 0,00 0,77 8,46

Média: 8,85 9,23

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121

Tabela 32: Ficha de avaliação - Instalações

2. INSTALAÇÕES 2.1 Condições gerais

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T Sim Comentários

0 5 10 0 5 10

1 As instalações são limpas? X

Armazém limpo e organizado de uma maneira geral, corredores livres, produtos estocados apenas nas áreas destinadas para este fim.

X Ao analisar os dois locais (Montigny e Trappes) identificou-se que eles estão em boas condições, mesmo que o armazém de Trappes seja um pouco mais antigo.

2

Existe uma boa organização geral em todas as instalações?

X X

3

Os corredores estão livres para uma boa circulação?

X X

4 Os corredores são racionais e lineares?

X

X

5

Os corredores encontram-se bem delineados? X

X

Em Trappes, os corredores poderiam estar mais bem delineados.

6 O piso é liso de uma forma geral, sem obstáculos?

X

X Piso correto.

7

Os materiais são movimentados em seus múltiplos com o uso de UNIMOV?

X

Os materiais são transportados em páletes EUROPE (padrão europeu). X

Toda a movimentação de páletes é feita por empilhadeiras. A movimentação entre os dois locais será feita por caminhões.

8

Existe uma política de padronização dos EQUIMOV? X

EQUIMOV de fornecedores diferentes, comprados segundo necessidade. X

Como os dois locais são de épocas diferentes, os equipamentos não são padronizados. Mas dentro de cada armazém ha padronização.

9

Existe racionalização entre os EQUIMOV e a largura das vias de tráfico dos materiais?

X

Vias de tamanho adequado à passagem dos equipamentos (ha padronização). X

10

Os equipamentos são comprados de poucos fornecedores, não havendo grande variedade?

X

X

Equipamentos comprados de fornecedores diferentes, em épocas diferentes.

Page 122: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

122

11

Os EQUIMOV estão em uma região para uso de todos os departamentos?

X

Não, EQUIMOV separados por área.

X

Sim, nos dois locais os funcionários compartilham os mesmos equipamentos.

12

Os páletes utilizados são padronizados? X

Unicamente páletes padrão EUROPE (0,8 x 1,2m - padrão europeu).

X

Páletes padrão EUROPE (0,8 x 1,2m - padrão europeu).

Total: 0,00 0,00 7,50 0,00 0,83 7,50

Média: 7,50 8,33

2.2 Área de recebimento

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

Ao observar uma operação padrão, pode-se dizer que não há manuseio excessivo para descarregamento?

X

Excesso de movimentação das empilhadeiras no descarregamento, por causa de alocação aleatória na área de recebimento.

X

Haverá manuseio excessivo em virtude da operação fragmentada em dois locais, ou seja, necessidade de dois recebimentos.

2

Ao se observar uma operação padrão, o tempo de descarga é rápido?

X

Em virtude do manuseio, a operação acaba sendo mais longa que o necessário.

X

Dois descarregamentos.

3

As docas de entrada estão limpas e organizadas?

X

X

Docas de recebimento, realizada no armazém de Montigny

4

As docas de recebimento são suficientes para receber o fluxo de caminhões?

X

Docas para recebimento: 5. Durante o período de maior atividade (outubro), serão realizados 10 recebimentos/dia, ou seja, 3 docas completamente alocadas. Pode haver problemas de capacidade.

X

Docas para recebimento: 7. Durante o período de maior atividade (outubro), serão realizados 10 recebimentos/dia, ou seja, 3 docas completamente alocadas.

5

Existem dispositivos niveladores de docas?

X

X

Page 123: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

123

2.2 Área de recebimento

6

As docas de recebimento são independentes das docas de expedição?

X

São independentes, mas se há necessidade, podem funcionar para ambos os processos.

X

As atividades de recebimento e expedição estão em duas cidades diferentes (Montigny e Trappes, respectivamente).

7 Os caminhões são descarregados em locais cobertos?

X

X

8

Os equipamentos para a descarga dos caminhões são adequados?

X

Fornecedor possui todos os equipamentos necessários para descarregamento.

X

9

Existe uma área possível para inspeção no recebimento?

X

Junto à área de recebimento. Em caso de sobrecarga, isto pode levar a atrasos no descarregamento.

X

10 Há uma boa iluminação na zona de inspeção?

X

X

11

Há área de quarentena prevista para este fim? X

Não existe uma área específica no recebimento, mas juntamente à área de estocagem.

X

Sim, mas a área de quarentena ficara no armazém de recebimento e não no armazém de estocagem.

Total: 0,00 2,27 4,55 0,00 0,00 7,27

Média: 6,82 7,27

2.3 Área de triagem

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T Sim Comentários

0 5 10 0 5 10

1

Não existem movimentações entre a área de recebimento e a área de triagem que cobrem distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande número?

X

X

As atividades de recebimento e triagem são realizadas no armazém de Montigny.

Page 124: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

124

2.3 Área de triagem

2

A rota de movimentação entre a área de recebimento e a área de triagem é livre e desobstruída?

X

X

3

As lâmpadas iluminam corretamente a área de trabalho?

X

X

4

Existe uma área própria para depósito dos tanques que abrigarão os produtos defeituosos?

X

Preparada pelo responsável de segurança.

X

A mesma das prestações anteriores, em acordo com as especificações de segurança.

Total: 0,00 0,00 10,00 0,00 0,00 10,00

Média: 10,00 10,00

2.4 Área de estocagem

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1 De uma forma geral, há ordem no armazém?

X

X

2

A área de estoque pedida por L’Oréal encontra-se disponível (66 posições pálete)?

X

Para estocagem, será considerada esta área + área de quarentena unicamente. Riscos em caso de sobrecarga.

X

3

O volume do prédio é corretamente ocupado? É possível utilizar o espaço aéreo para estocagem?

X

Volume bem utilizado na área de estocagem analisada (ocupada por outro cliente). X

Volume bem utilizado na área de estocagem analisada (ocupada por outro cliente).

4

Não existem movimentações entre a área de triagem e o armazém que cobrem distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande número?

X

X

Locais de Montigny e Trappes distam 5 km um do outro. Transporte entre locais será realizado por caminhões, o que pode gerar problemas de lentidão, devido ao transporte excessivo (2 recebimentos, 2 expedições).

Page 125: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

125

2.4 Área de estocagem

5

A rota de movimentação entre a área de triagem e o armazém é livre e desobstruída?

X

X

6

A armazenagem permite espaços para realizar as operações de seleção, inspeção e inventários?

X

X

7

O armazém permite que os itens sejam estocados em zona seca, limpa e ao abrigo de intempéries?

X

X

8

Existe área específica para a alocação das prateleiras metálicas (PLV)?

X

Serão alocadas em conjunto com as estruturas recebidas para a campanha solar 2008. Risco de mistura.

X

Sim, em suas prestações anteriores, o fornecedor realizou um bom tratamento das PLV.

9

As dimensões dos contentores e estrados são compatíveis com a largura dos corredores e endereços de armazenamento?

X

Há padronização.

X

Há padronização.

10

A empresa não prevê a utilização de armazéns complementares? X

Grande capacidade no armazém disponível no armazém. X

Utilização de dois armazéns, em virtude de problemas de capacidade no armazém de Montigny.

11

O endereçamento dos estoques não será realizado de maneira aleatória? X

A alocação não será aleatória para os produtos bons, para os produtos com defeito leve sim.

X

Não, uma vez que os estoques serão enviados de um local ao outro, será necessário haver planejamento.

12

A organização do armazém permite a utilização do sistema FIFO?

X

X

Total: 0,00 1,25 7,50 0,00 0,00 7,50

Média: 8,75 7,50

Page 126: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

126

2.5 Área de expedição

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

As entregas serão separadas em área distinta do estoque?

X

As entregas são separadas em uma área junto à área de estocagem.

X

Sim, ha uma zona de preparação de entregas.

2

Existe boa iluminação na zona de separação de entregas?

X

X

3

Não existem movimentações entre o armazém e a área de expedição que cobrem distâncias muito longas, de materiais pesados, volumosos ou em grande número?

X

X

4

A rota de movimentação entre o armazém e a área de expedição é livre e desobstruída?

X

X

5

Ao observar uma operação padrão, pode-se dizer que não há manuseio excessivo para carregamento?

X

Em virtude da inexistência de uma área própria à separação do pedido, ha mais manuseio do pálete.

X

Haverá manuseio excessivo em virtude da operação fragmentada em dois locais, ou seja, necessidade de dois recebimentos.

6

Ao se observar uma operação padrão, o tempo de carregamento é rápido?

X

Funcionários bem treinados com os equipamentos. X

Dois carregamentos.

7

As docas de expedição estão limpas e organizadas?

X

X

8

As docas de expedição são suficientes para receber o fluxo de caminhões?

X

X

Page 127: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

127

2.5 Área de expedição

9

Existem dispositivos niveladores de docas?

X

X

10

As docas de expedição são independentes das docas de recebimento?

X

São independentes, mas se há necessidade, podem funcionar para ambos os processos.

X

Sim, são independentes, uma vez que a prestação de serviços ocorrera em dois locais diferentes.

11 Os caminhões são carregados em locais cobertos?

X

X

12

Os equipamentos para o carregamento dos caminhões são adequados?

X

Fornecedor possui todos os equipamentos necessários para carregamento.

X

13

O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de L’Oréal Paris (Roissy)?

X

Mitry-Mory/Roissy: 11 km.

X

Trappes/Roissy: 53 km.

14

O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de Gemey-Maybelline-Garnier (Ormes)?

X

Mitry-Mory/Ormes: 166 km.

X

Trappes/Ormes: 123 km.

15

O fornecedor é o mais próximo do Centro de Distribuição de Nivea (Savigny)?

X

Mitry-Mory/Savigny: 63 km. Diferença de 3 km com o fornecedor concorrente.

X

Trappes/Savigny: 66 km. Diferença de 3 km com o fornecedor concorrente.

Total: 0,00 1,00 6,67 0,00 0,67 6,67

Média: 7,67 7,33

Page 128: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

128

Tabela 33: Ficha de avaliação - Qualidade

3. QUALIDADE 3.1 Mão de obra

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

O pessoal tem sido treinado basicamente sobre um programa bem desenvolvido? X

Programa de treinamentos estruturado está sendo desenvolvido pelo responsável Qualidade, hoje existem apenas atividades pontuais.

X

Sim, um programa de treinamento é desenvolvido para cada projeto. Uma formação especifica é realizada para o projeto L'Oréal.

2

Operadores novos são adequadamente treinados e qualificados?

X

Todos passam por um treinamento nas primeiras semanas de trabalho, mas falta treinamento estruturado no decorrer das funções.

X

Todos os operadores passam por um processo de treinamento em sua chegada à empresa, existem treinamentos para cada projeto específico.

3

Pode-se dizer que os funcionários estão satisfeitos com as condições de trabalho?

X

Pouco número de reclamações.

X

4

A taxa de rotatividade dos funcionários é baixa?

X

Grande número de trabalhadores temporários. X

Trabalho opera com grande numero de temporários.

5

São poucos os operários que se dedicam somente ao manuseio de materiais?

X

Grande parte do trabalho do fornecedor envolve operações manuais com as mercadorias.

X

Não, uma vez que o processo envolve muitas operações manuais.

6

O número de pessoal indireto é inferior ao número de pessoal direto?

X

O quadro de funcionários é reduzido (aprox. 50 pessoas).

X

Poucos funcionários da administração (<10%).

Total: 0,00 1,67 3,33 0,00 0,83 6,67

Média: 5,00 7,50

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129

3.2 Qualidade do processo

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T Sim Comentários

0 5 10 0 5 10

1

Existe um órgão exclusivo, responsável pelo controle da qualidade?

X

Um responsável Qualidade.

X

Sim, existe um responsável Qualidade.

2

Existem reuniões periódicas com o pessoal para discussões de temas relativos à qualidade?

X

Reuniões existem, mas o período entre reuniões é longo (dois meses, em média). X

Sim, reuniões mensais com os funcionários permanentes.

3

Após apresentação do processo, o fornecedor demonstrou compreensão das particularidades do processo de triagem?

X

Demonstrou ter entendido as características básicas do processo, mas não propôs processo de triagem específico.

X

Conhecimento do processo, apresentando ainda melhorias inseridas por sua conta (inspeções suplementares).

4

Está previsto que o pessoal da triagem tenha à sua disposição, em cada operação, instruções de como proceder para efetuá-la corretamente?

X

Em cada posto de trabalho serão colocadas fichas com a descrição dos defeitos e sua respectiva gravidade. X

Sim, a triagem foi sempre realizada desta maneira.

5

Está prevista a inclusão dos pontos de inspeção ao longo do ciclo produtivo?

X

Fornecedor demonstrou preocupação com os pontos de inspeção somente quando indagado pela equipe de L'Oréal.

X

Sim, de acordo com as especificações de L'Oréal.

6

Está prevista a inclusão de cartões, selos ou adesivos para controlar a inspeção durante o processo?

X

Fornecedor não se aprofundou na forma realizara a triagem.

X

Sim, processo realizado desta maneira.

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130

3.2 Qualidade do processo

7

As inspeções durante o processo serão realizadas pelo departamento de Qualidade? X

As inspeções de recebimento serão realizadas pelo pessoal de recebimento. Apenas as inspeções de triagem serão realizadas pelo depto Qualidade.

X

Sim.

8

Existe Manual da Qualidade/Plano da Qualidade? X

Existe um manual de operações, primeiro esboço de um manual da qualidade.

X

Sim. Manual da Qualidade elaborado pelo departamento de Qualidade.

9

Os procedimentos descritos no Manual da Qualidade/Programa da Qualidade são de uma forma geral implementados pelos diversos setores?

X

Por serem recentes, muitas das medidas exigem acompanhamento constante do responsável Qualidade.

X

Sim, com controle realizado pelo departamento de Qualidade.

10

A empresa mantém o histórico do quanto foi investido para melhorar a qualidade nos anos anteriores?

X

Dados confundidos com os investimentos realizados pela empresa matriz. X

Sim. Todos os dados estão disponíveis. Investimento em qualidade de aprox.1% do faturamento (2006-2007).

11

O fornecedor possui programas de conscientização e motivacionais no tocante à qualidade em andamento para todos os funcionários?

X

Sim, em programas pontuais.

X

Implementação do 5S em todos os armazéns.

12

O fornecedor adota meios específicos de manuseio, preservação, armazenagem e expedição, a fim de evitar danos e deterioração das mercadorias?

X

Os funcionários passam por um treinamento de como manusear as mercadorias da maneira segura e correta.

X

Os funcionários passam por um treinamento de boas práticas para a conservação dos itens.

13

Prevê-se uma relação ativa, com apresentação de sugestões técnicas e redução de custo?

X

Fornecedor demonstra traços deste comportamento em seu fornecimento já realizado a L’Oréal Paris, mas poderia ser mais ativo.

X

Fornecedor já possuiu este comportamento durante as relações desenvolvidas com L’Oréal.

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131

3.2 Qualidade do processo

14

Existe relacionamento com fornecedor de embalagens competitivo?

X

Haverá necessidade de criar relacionamento com fornecedor de embalagens de L'Oréal.

X

15 O fornecedor possui experiência na área de triagem?

X Primeira prestação de serviços na área de triagem.

X Realizou as operações de triagem de 2001-2005.

16

O fornecedor possui experiência com o produto a ser triado? X

Fornecedor do canal direto de produtos solares para L’Oréal Paris.

X

17

O fornecedor já fornece para alguma outra empresa do grupo L’Oréal?

X X

Não atualmente, mas já forneceu.

Total: 0,00 2,65 2,94 0,00 0,29 9,41

Média: 5,59 9,71

Page 132: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

132

Tabela 34: Ficha de avaliação - Comunicação

4. COMUNICAÇÃO

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

Existe um interlocutor para atendimento e solução das pendências com L’Oréal?

X

Mesmo interlocutor que trabalha com L’Oréal Paris, dedicação em tempo integral.

X

Interlocutor será alocado ao projeto em tempo parcial.

2

Existe um interlocutor para atendimento e solução das pendências com o transportador?

X

O mesmo interlocutor que trabalhará com as empresas, dedicação em tempo integral. X

O mesmo interlocutor de L'Oréal.

3

As quantidades em estoque são facilmente controláveis? X

Fornecedor, durante as prestações já realizada para L'Oréal Paris, apresentou problemas de inventario.

X

Sistema de informação confiável, sistema de entrada em estoque gerenciado por coletores de dados portáteis.

4

Existe um procedimento instalado para corrigir eventuais problemas de inventário?

X

Recontagem.

X

Recontagem e comparação com os dados estocados no sistema de informação.

5

O sistema de informação permite o registro de dados relativos à inspeção?

X

Sim, mas há necessidade de inclusão de módulo. Em caso de impossibilidade, empresa trabalhará com Excel.

X

6

O sistema de informação permite a impressão de etiquetas para a expedição dos itens?

X

Como já é feito atualmente no tratamento dos pedidos de L’Oréal Paris.

X

Da mesma maneira que era realizado na prestação anterior.

7

O sistema de informação emite romaneio de carregamento por caminhão?

X

Carregamento será realizado segundo a demanda de L’Oréal. X

O pedido de itens a enviar é encaminhado por L'Oréal.

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133

4. COMUNICAÇÃO

8

O sistema de informação permite a construção confiável dos arquivos de acompanhamento diários?

X

Devido à inclusão do modulo de inspeção, para realizar as folhas de inspeção, haverá necessidade de treinamento dos funcionários e de testes para comprovar sua confiança.

X

Mesmo sistema de informação utilizado

em 2005, para os arquivos de

tratamento e inspeção.

9 Sistema de informação já foi testado?

X X

10

Funcionários estão familiarizados com o sistema de informação a ser utilizado?

X X

11

Pelo que se pôde perceber, a comunicação entre os diversos departamentos da empresa é ágil e reativa?

X

Em comparação de como a comunicação é realizada atualmente, fornecedor poderia ser mais ágil e reativo.

X

Quando fornecedor de triagem, mostrava-se reativo e autônomo, antecipando problemas.

Total: 0,00 3,18 2,73 0,00 0,91 7,27

Média: 5,91 8,18

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134

Tabela 35: Ficha de avaliação - Preço da prestação

5. PREÇO DA PRESTAÇÃO

# Pergunta GEODIS LEGENDRE

Não E/T Sim Comentários

Não E/T SimComentários

0 5 10 0 5 10

1

Prestação do fornecedor é a de orçamento mais baixo?

X

718 k€ (segundo análise tarifária mostrada na tabela 14).

X

884 k€ (segundo análise tarifária mostrada na tabela 14).

2

Prestação do fornecedor vai de acordo com o budget alocado?

X

Inferior ao budget (710 k€).

X

Superior ao budget (710 k€).

3

As tarifas propostas pelo fornecedor são condizentes com a realidade (não são excessivamente altas/baixas devido a desconhecimento do processo)?

X

Tarifas mais baixas, mas condizentes com a realidade do processo.

X

Fornecedor possui conhecimento do processo, suas tarifas são mais elevadas, mas estão em acordo com a realidade.

4

Não há risco de custos adicionais (não presentes no orçamento) relativos à prestação deste fornecedor?

X

Há riscos de custos adicionais, considerando a forma como desempenha sua prestação no canal direto.

X

Considerando o histórico deste fornecedor, não se consideram riscos de custos adicionais.

Total: 0,00 0,00 7,50 0,00 0,00 5,00

Média: 7,50 5,00

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135

ANEXO A - Localização e linhas de produção por usina L’Oréal Paris França

Tabela 36: Localização e linhas de produção por usina – OAP (criada pela célula de curto prazo)

Usina Localização

Usina Nome Interno

Dias e horarios de pedido Entrega Linhas de produtos Fornecedor (canal

direto)

França, Rambouillet

FAPROGI FGI381

+ ISRAEL Todos os dias, manhã Na tarde do dia do

pedido ELSEVE, Xampu e

condicionador

GIL SERVICESSaint Marcel,

França

França, Ormes

SOPROGEM SIS155

Segunda-feira (10 h), Quinta-feira (10h)

Terça-feira seguinte,

Sexta-feira seguinte MAQUIAGEM, Esmaltes SFDD

Coignières, França

Reino Unido,

Llantrissant, (Pais de Gales)

GOLDEN OMU841

Segunda-feira, manhã Quinta-feira STYLING não aerossol (géis, potes, tubos)

WINCANTON Ormes, França

Quarta-feira, manhã Segunda-feira ELSEVE, Máscaras e

xampus Kids

GIL SERVICESSaint Marcel,

França Sexta-feira, manhã Quarta-feira

Bélgica, Libramont

LIBRAMONT LOL655 Todos os dias, manhã No dia seguinte ao

pedido, manhã

Aerossol SOLAR EXPERTISE, SUBLIM

BRONZE

GEODIS Mitry Mory, França

Aerossol spray PURE ZONE / MEN EXPERT

BARBEAR GIL SERVICESSaint Marcel,

França Laquês e sprays:

ALLURELLE, STUDIO, ELSEVE STYLIST

Laquês e sprays: ELNETT

COLORAÇÃO ATRYOS Melun, França

PERFUMES QUALISERVICECambrai, França

Alemanha, Karlsruhe

HUP OPZ848

Terça-feira, manhã Quinta-feira, manhã Sexta-feira, manhã

Quinta-feira Segunda-feira

Terça-feira

Cremes SOLAR EXPERTISE, SUBLIM

BRONZE

GEODIS Mitry Mory, França

Cremes DERMO EXP, MEN EXPERT EXP/

BODY EXP GIL SERVICES

Saint Marcel, França

BODY EXPERTISE

Italia Settimo Torinese

SAIPO SPO843

Terça-feira, manhã Quarta-feira, manhã Sexta-feira, manhã

Sexta-feira Segunda-feira Quarta-feira

MAQUIAGEM SFDD Coignières, França

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136

Page 137: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO DE SELEÇÃO DE …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2012/pubs/desenvolvimento-de... · Figura 2: Exemplo de PLV ..... 30 Figura 3: Exemplo de vrac OS

137

ANEXO B – Questionário para avaliação da importância de critérios

Tabela 37: Questionário utilizado por Furtado (2005) para avaliar a importância de critérios no desenvolvimento de relação de parceria com fornecedores

Fonte: Furtado (2005)

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138

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ANE Tabe

EXO C –

ela 38: Previs

Previsão

são de vendas

de venda

s de produtosd

as de prod

s solares parade marketing

dutos sola

a o mercado fde OAP

ares (2008

francês, elabo

8)

orado pelo de

139

epartamento

9

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140

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141

ANEXO D – Lista de referências de produtos solares a triar (2007)

Tabela 39: Lista das referências de produtos solares triadas durante a campanha de retorno solar (2007)

Marca Tipo Cod 2007 NomenclaturaCreme A1095207 SOLAR CREME A/RID FPS15Creme A1095007 SOLAR CREME A/RID FPS30Creme A1095107 SOLAR CREME A/RID FPS50Fluido A2881707 SOLAR FLUIDE FPS50+Fluido A2878007 SOLAR FLUIDE TEINTE FPS50+

Gel A0785507 SOLAR GEL FPS30Gel Leite A2875707 SOLAR GEL FRAIS FPS15

Kids A0844807 SOLAR LAIT FPS50 ENFANTKids A0875807 SOLAR SPRAY FPS 50 ENFANTKids A4356707 SOLAR BRUME KIDS IP 50Kids A2459507 SOLAR BRUME KIDS FPS40Kids A0841907 SOLAR SPRAY FPS40 ENFANTLeite A0236307 SOLAR LAIT FPS50Leite A3063807 SOLAR LAIT FPS10Leite A1098907 SOLAR LAIT FL 250 FPS20Leite A1099007 SOLAR LAIT FL 250 FPS30Leite A1087607 SOLAR LAIT COLLAGEN IP 15Leite A1084507 SOLAR LAIT COLLAGEN IP 30Leite A1076507 SOLAR LAIT COLLAGEN IP 50+

Pos-Sol A0258007 SOLAR LAIT APAISPos-Sol A0787507 SOLAR LAIT INTENSIF AP SOLEILPos-Sol A2439107 SOLAR APS LT RAFFERMISPos-Sol A2465907 SOLAR APS LT RAFFERMISPos-Sol A0254407 SOLAR SOIN VISAGEPos-Sol A2440507 SOLAR APS SOIN VISAGEPos-Sol A2435907 SOLAR GEL DOUCHE AP SOLEILSpray A0242307 SOLAR SPRAY FPS20Spray A0242407 SOLAR SPRAY FPS30Stick A8789607 SOLAR STICK IP 50+Vapor A2458907 SOLAR BRUME AE 125 FPS15Vapor A2459007 SOLAR BRUME AE 125 FPS20Vapor A2459107 SOLAR BRUME AE 125 FPS30Vapor A2459307 SOLAR BRUME AE 125 FPS50Vapor A2459207 SOLAR BRUME AE 125 FPS8Vapor A2398607 BRUME INVISIPROTECT IP 10Vapor A2376807 BRUME INVISIPROTECT IP 20Vapor A2385907 BRUME INVISIPROTECT IP 30

SOLA

R E

XPE

RTI

SE

Marca Tipo Cod 2007 NomenclaturaGel A0418104 SUBLIM BRZE GEL

Creme A0846801 SUBLIM BRZE SOIN INST AUTOBRONZCreme A0989501 SUBLIM BZE SOIN TTPCreme A0894001 SUBLIM BZE SOIN PNM

Gel A1241004 SUBLIM BRZE GEL TEINTEGel A2573701 SUBLIM BRZE GANT AUTOBRONZANT

Leite A0440603 SUBLIM BRZE LAITMousse A9839401 SUBLIME BRONZE MOUSSEMousse A1839601 SUBLIM BRZE DBLE LINGETTEVapor A2591001 SUBLIM BRZE BRUM SECHEVapor A3090100 SUBLIM BRZE BRUM VISAGE

SUB

LIM

BR

ON

ZE