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ELETRICISTA FORÇA E CONTROLE PRINCÍPIOS BÁSICOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

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ELETRICISTA FORÇA E CONTROLE

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

1

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

2

© PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem

autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.

Direitos exclusivos da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.

CORRÊA, Carlos Jesus Anghinoni e AFONSO, Vladimir

Princípios básicos de automação industrial / CEFET-RS. Pelotas, 2008.

66P.:69il.

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.

Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

3

ÍNDICE

UNIDADE I ............................................................................................................................................... 8

UNIDADE II .............................................................................................................................................. 9

2.1 Sensores de Corrente Contínua com Três ou Quatro Fios ........................................................... 9

2.2 Sensores de Corrente Contínua com Dois Fios .......................................................................... 10

2.3 Sensores de Corrente Alternada de Três ou Quatro Fios ........................................................... 11

2.4 Características dos Sensores de Proximidade............................................................................ 11

2.5 Sensores Indutivos ...................................................................................................................... 13

2.5.1 Tipos de Sensores................................................................................................................ 15

2.5.2 Sensores Blindados e Não-Blindados .................................................................................. 15

2.6 Sensores Capacitivos .................................................................................................................. 16

2.6.1 Sensores Blindados e Não-Blindados .................................................................................. 19

2.6.2 Ajuste de Sensibilidade ........................................................................................................ 20

2.7 Sensores Óticos ou Fotoelétricos ................................................................................................ 21

2.7.1 Sensor Ótico Por Barreira .................................................................................................... 21

2.7.2 Sensor Ótico Por Difusão ..................................................................................................... 23

2.7.3 Sensor Ótico Refletivo.......................................................................................................... 25

UNIDADE III ........................................................................................................................................... 28

3.1 Controles eletromecânicos de nível............................................................................................. 28

3.1.1 Chave de nível do tipo pá rotativa ........................................................................................ 28

3.1.2 Chave de nível com membrana............................................................................................ 29

3.1.3 Chaves de nível do tipo bóia ................................................................................................ 29

UNIDADE IV ........................................................................................................................................... 30

UNIDADE V ............................................................................................................................................ 31

5.1 Termopar...................................................................................................................................... 31

5.1.1 Teoria Termoelétrica............................................................................................................. 31

5.1.2 Definição de Termopar ......................................................................................................... 32

5.1.3 Leis do Circuito Termoelétrico.............................................................................................. 33

5.1.4 Compensação da Temperatura Ambiente ( Tr )................................................................... 34

5.1.5 Conversão de Tensão para Temperatura ............................................................................ 36

5.1.6 Tipos e Características dos Termopares ............................................................................. 36

5.1.7 Termopar de Isolação Mineral.............................................................................................. 38

5.1.8 Tipos de Junções de Medição.............................................................................................. 38

5.1.9 Fios e Cabos de Extensão e Compensação ........................................................................ 39

4

5.1.10 Acessórios dos Termopares, Características e Aplicações ............................................... 42

5.2 Termômetro de Resistência......................................................................................................... 44

5.2.1 Esquema de Montagem de Termoresistências.................................................................... 46

5.3 Termoresistência x Termopar ...................................................................................................... 49

UNIDADE VI ........................................................................................................................................... 50

6.1 Conceitos básicos de controle de processos .............................................................................. 50

6.2 Sistemas de controle em malha aberta ....................................................................................... 51

6.3 Sistemas de controle em malha fechada..................................................................................... 52

6.4 Controladores............................................................................................................................... 53

6.4.1 Controlador liga-desliga........................................................................................................ 53

6.4.2 Controlador PID .................................................................................................................... 54

UNIDADE VI ........................................................................................................................................... 58

7.1 Nomenclatura de Equipamentos Industriais ................................................................................ 58

7.2 Nomenclatura de Instrumentos e Malhas de Controle ................................................................ 59

7.3 Regras Básicas Para Identificação dos Instrumentos ................................................................. 63

7.4 Representação das Linhas de Instrumentação ........................................................................... 64

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................... 65

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Chave fim de curso com acionamento por rolete. ............................................................... 8

Figura 2.1 – Montagem de um sensor PNP............................................................................................. 9

Figura 2.2 – Montagem de um sensor NPN........................................................................................... 10

Figura 2.3 – Montagem de um sensor CC com dois fios....................................................................... 10

Figura 2.4 – Montagem de um sensor CA. ............................................................................................ 11

Figura 2.5 – Histerese de um sensor. ................................................................................................... 12

Figura 2.6 – Simbologia de um sensor indutivo. .................................................................................... 13

Figura 2.7 – Acionamento de um sensor indutivo.................................................................................. 13

Figura 2.8 – Diagrama em blocos de um sensor indutivo...................................................................... 14

Figura 2.9 – Construção e montagem de um sensor indutivo blindado. ............................................... 15

Figura 2.10 – Construção e montagem de um sensor indutivo não blindado. ...................................... 15

Figura 2.11 – Simbologia de um sensor capacitivo. .............................................................................. 16

Figura 2.12 – Construção básica de um capacitor................................................................................. 16

Figura 2.13 – Diagrama em blocos de um sensor capacitivo. ............................................................... 17

Figura 2.14 – Gráfico dos fatores de correção para sensores capacitivos............................................ 18

Figura 2.15 – Construção de um sensor capacitivo blindado. ............................................................... 19

Figura 2.16 – Construção de um sensor capacitivo não blindado. ........................................................ 19

Figura 2.17 – Ajuste de sensibilidade e detecção de líquido dentro de garrafas. ................................. 20

Figura 2.18 – Simbologia de sensores óticos por barreira. ................................................................... 21

Figura 2.19 – Acionamento de um sensor ótico por barreira................................................................. 22

Figura 2.20 – Feixe de luz do sensor contornando o objeto.................................................................. 22

Figura 2.21 – Simbologia de sensores óticos por difusão. .................................................................... 23

Figura 2.22 – Acionamento de um sensor ótico por difusão.................................................................. 23

Figura 2.23 – Simbologia de sensores óticos refletivos......................................................................... 25

Figura 2.24 – Acionamento de um sensor ótico refletivo....................................................................... 25

Figura 2.25 – Construção de um espelho prismático............................................................................. 26

Figura 2.26 – Montagem angular de sensor refletivo............................................................................. 26

Figura 3.1 – Chave de nível tipo pá rotativa. ......................................................................................... 28

Figura 3.2 – Chave de nível com membrana. ........................................................................................ 29

Figura 3.3 – Chave de nível do tipo bóia ............................................................................................... 29

Figura 4.1 – Acionamento de um sensor magnético.............................................................................. 30

Figura 5.1 – Circulação de corrente no termopar. ................................................................................. 31

Figura 5.2 – Geração da força eletromotriz no termopar....................................................................... 31

6

Figura 5.3 – Conexão do instrumento medidor ao termopar. ................................................................ 32

Figura 5.4 – Representação da lei do circuito homogêneo. .................................................................. 33

Figura 5.5 – Representação da lei dos metais intermediários............................................................... 33

Figura 5.6 – Representação da lei das temperaturas intermediárias. ................................................... 34

Figura 5.7 – Banho de água e gelo da junção de referência do termopar. ........................................... 35

Figura 5.8 – Exemplo de medição com um termopar. ........................................................................... 35

Figura 5.9 – Relação FEM x temperatura dos termopares.................................................................... 37

Figura 5.10 – Termopar de isolação mineral. ........................................................................................ 38

Figura 5.11 – Tipos de junção dos termopares...................................................................................... 39

Figura 5.12 – Curvas características do termopar e do cabo de compensação. .................................. 41

Figura 5.13 – Isoladores......................................................................................................................... 42

Figura 5.14 – Bloco de ligação............................................................................................................... 43

Figura 5.15 – Cabeçote.......................................................................................................................... 43

Figura 5.16 – Tubo de proteção. ............................................................................................................ 44

Figura 5.17 – Bulbo de resistência......................................................................................................... 45

Figura 5.19 – Resposta de uma termoresistência Pt-100...................................................................... 45

Figura 5.19 – Ponte de wheatstone. ...................................................................................................... 46

Figura 5.20 – Ligação a dois fios. .......................................................................................................... 47

Figura 5.21 – Ligação a três fios. ........................................................................................................... 48

Figura 6.1 – Exemplo de Sistema Básico. ............................................................................................. 50

Figura 6.2 – Sistema de controle de temperatura em malha aberta...................................................... 51

Figura 6.3 – Sistema de controle em malha aberta ............................................................................... 51

Figura 6.4 – Sistema de controle de temperatura em malha fechada................................................... 52

Figura 6.5 – Sistema de controle em malha fechada............................................................................. 52

Figura 6.6 – Resposta de um sistema sob controle on-off .................................................................... 53

Figura 6.7 – Ação Proporcional: Kp=1 (contínuo), Kp=2 (tracejado) e Kp=4 (pontilhado) .................... 54

Figura 6.8 – Ação PI: Kp=1; Ti=2 (pontilhado), Ti=4 (tracejado) e Ti=10 (contínuo)............................. 55

Figura 6.9 – Ação PID - Kp=4; Ti=1.5; Td=0.1 (tracejado), Td=0.4 (pontilhado) e Td=2 (contínuo) ..... 56

Figura 6.10 – Representação gráfica de Pcr. ........................................................................................ 57

Figura 7.1 – Exemplo de identificação de equipamento industrial......................................................... 58

Figura 7.2 – Símbolos gerais de instrumentos....................................................................................... 61

Figura 7.3 – Símbolos de instrumentos de vazão.................................................................................. 62

Figura 7.4 – Simbologia utilizada na representação de válvulas de controle de vazão. ....................... 62

Figura 7.5 – Controlador de temperatura com chave de nível alto........................................................ 63

Figura 7.6 – Representação das linhas de instrumentação................................................................... 64

Figura 7.7 – Exemplo de representação do tipo de suprimento. ........................................................... 64

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Fatores de correção para sensores indutivos................................................................... 14

Tabela 2.2 – Rigidez dielétrica dos materiais ........................................................................................ 18

Tabela 2.3 – Fatores de correção para sensores óticos por difusão..................................................... 24

Tabela 2.4 – Fatores de correção de sensores óticos refletivos. .......................................................... 27

Tabela 5.1 – Materiais que compõe os termopares............................................................................... 37

Tabela 6.1 – Relações para determinação dos parâmetros Kp, Ti e Td. .............................................. 57

Tabela 7.1 – Siglas de identificação de equipamentos industriais. ....................................................... 59

Tabela 7.2 – Exemplo de identificação de instrumento ......................................................................... 59

Tabela 7.3 – Siglas utilizadas na identificação de instrumentos............................................................ 60

Tabela 7.4 – Representação do tipo de suprimento. ............................................................................. 64

8

I – SENSORES MECÂNICOS OU CHAVES FIM DE CURSO

Os sensores mecânicos ou chaves fim de curso consistem de chaves elétricas cujo acionamento

se dá de forma mecânica através de alavanca, rolete ou outro mecanismo. O posicionamento,

normalmente, é feito nas extremidades do curso de um atuador. Assim, sempre que o atuador atingir

a posição desejada é gerado um sinal elétrico o qual pode ser utilizado para, por exemplo, parar o

atuador, ativar um sinal de alarme, entre outros. As chaves fim de curso não são recomendadas para

aplicações que possuam um alto número de acionamentos. Na Figura 1.1 se pode observar uma

chave fim de curso com acionamento por rolete.

Figura 1.1 – Chave fim de curso com acionamento por rolete.

9

II - SENSORES DE PROXIMIDADE

Os sensores de proximidade são dispositivos utilizados na detecção de peças, componentes,

elementos de máquinas, entre outros. Os sensores de proximidade podem ser de corrente contínua

ou corrente alternada.

2.1 Sensores de Corrente Contínua com Três ou Quatro Fios

Os sensores CC de quatro fios possuem dois fios de alimentação, um fio ligado a um contato NA

e um fio ligado a um contato NF. Os sensores CC de três fios possuem somente o contato NA.

Os sensores CC de três ou quatro fios são divididos em dois tipos: PNP e NPN.

Sensores PNP – são os sensores que possuem saída positiva, ou seja, a carga é ligada entre a

saída do sensor e o negativo da alimentação.

Na Figura .1 se pode observar a montagem de um sensor PNP.

Figura 2.1 – Montagem de um sensor PNP.

Sensores NPN – são os sensores que possuem saída negativa, ou seja, a carga é ligada entre a

saída do sensor e o positivo da alimentação.

10

Na Figura 2.2 se pode observar a montagem de um sensor NPN.

Figura 2.2 – Montagem de um sensor NPN.

2.2 Sensores de Corrente Contínua com Dois Fios

Os sensores CC de dois fios devem ser ligados em série com a carga. Neste tipo de sensor é

importante observar que a alimentação do circuito é feita através da própria carga, portanto não é

recomendado para acionar cargas eletrônicas com corrente de manutenção muito baixa.

Na Figura 2.3 se pode observar a montagem de um sensor CC com dois fios.

Figura 2.3 – Montagem de um sensor CC com dois fios.

11

2.3 Sensores de Corrente Alternada de Três ou Quatro Fios

Assim como os sensores CC de três ou quatro fios, utilizam dois fios para a alimentação e dois

fios para contatos. Nesse tipo de sensor a carga é ligada entre a saída do sensor e o neutro e são

encontrados, normalmente, para tensões de 127V a 250V.

Na Figura 2.4 se pode observar a montagem de um sensor CA.

Figura 2.4 – Montagem de um sensor CA.

2.4 Características dos Sensores de Proximidade

Face Sensora – é a face do sensor sensível a aproximação do alvo.

Distância Sensora – é a distância em que a aproximação de um acionador provoca a alteração

no estado da saída de um sensor.

Distância Sensora Nominal (Sn) – é a distância máxima que o sensor pode operar utilizando

um alvo padrão.

Fatores de Correção (F) – são os fatores utilizados para a determinação do alcance de

materiais diferentes do alvo padrão.

12

Histerese – é a distância entre os pontos de ativação e desativação de um sensor de

proximidade.

Na Figura 2.5 se pode observar o efeito da histerese no acionamento de um sensor.

Figura 2.5 – Histerese de um sensor.

Na prática a histerese do sensor evita oscilação no acionamento quando o sensor estiver

submetido à vibração ou quando a posição do alvo for exatamente no ponto de alcance nominal. A

amplitude da vibração a qual o sensor é submetido deve ser, portanto, menor que a faixa de histerese

do sensor.

Freqüência de Comutação – é a velocidade com que o sensor modifica o seu estado de saída

conforme o alvo entra e sai do campo de detecção do sensor. A freqüência de comutação depende do

tamanho do alvo, da distância entre a face ativa do sensor e o alvo, da velocidade do alvo e do tipo de

sensor.

13

2.5 Sensores Indutivos

Os sensores indutivos são utilizados exclusivamente para detecção de materiais metálicos.

Na Figura 2.6 se pode observar a simbologia de sensores indutivos e na Figura2.7 é

representado o acionamento de um sensor indutivo.

Figura 2.6 – Simbologia de um sensor indutivo.

Figura 2.7 – Acionamento de um sensor indutivo.

O funcionamento dos sensores indutivos é baseado em um campo eletromagnético, gerado pelo

sensor, o qual é projetado à frente do sensor. Quando um objeto alvo metálico entra em contato com

o campo são induzidas no alvo correntes de fuga que causam perdas na energia armazenada pelo

campo. Essa perda de energia diminui o sinal senoidal gerado por um oscilador interno ao sensor.

14

Assim, a mudança no sinal senoidal gera um sinal de comando para o circuito de saída. O

diagrama em blocos de um sensor indutivo pode ser observado na Figura2.8.

Figura 2.8 – Diagrama em blocos de um sensor indutivo.

Distância Sensora Operacional (Sa) – é a distância na qual o sensor pode operar com

segurança, considerando variações de industrialização, temperatura, tensão, entre outros fatores.

Considerando um alvo padrão metálico de aço carbono pode considerar-se a seguinte expressão:

Sa ≤ 0,81 x Sn

Onde: Sa é a distância sensora operacional

Sn é a distância sensora nominal

A distância de acionamento depende do tamanho do alvo e de sua superfície.

Quando o material metálico a ser detectado for diferente do alvo padrão de aço carbono deve-se

utilizar um fator de correção conforme a expressão:

Sa ≤ 0,81 x Sn x F

Onde: F é um fator de correção

Os fabricantes fornecem tabelas que listam os materiais e os seus respectivos fatores de

correção. Um exemplo pode ser observado na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 – Fatores de correção para sensores indutivos

Material Fator

Ferro ou Aço 1,0 Cromo Níquel 0,9

Aço Inox 0,85 Latão 0,5

Alumínio 0,4 Cobre 0,3

Exemplo: O aço inox tem um fator de correção de 0,85. Com isso, o alcance de um alvo de aço

inox é menor em relação a um alvo padrão de aço carbono.

15

2.5.1 Tipos de Sensores

Ferroseletivos – não detectam materiais como latão, alumínio ou cobre.

Não-Ferroseletivos – não detectam materiais como aço ou aço inox do tipo ferroso.

2.5.2 Sensores Blindados e Não-Blindados

Os sensores blindados concentram o campo eletromagnético em frente ao sensor permitindo

montagem rente em um suporte metálico como pode ser observado na Figura2.9.

Figura 2.9 – Construção e montagem de um sensor indutivo blindado.

Os sensores não blindados devem ser montados com uma zona livre de metal em torno da face

ativa do sensor como pode ser observado na Figura 2.100.

Figura 2.10 – Construção e montagem de um sensor indutivo não blindado.

16

Exemplo do cálculo da distância sensora nominal de um sensor indutivo

1° Passo) Obter a distância sensora operacional medindo a distância que o alvo encontra-se do

sensor.

2º Passo) Verificar o valor do fator de correção diretamente na tabela do fabricante.

3° Passo) Encontrar Sn através da equação.

Sn = Sa ÷ (0,81 x F)

Deve ser especificado um valor de Sn comercial imediatamente superior ao calculado.

2.6 Sensores Capacitivos

Os sensores capacitivos são utilizados para detectar a aproximação de materiais orgânicos,

plásticos, pós, líquidos, madeiras, papéis, metais, entre outros. O alvo padrão utilizado para sensores

capacitivos é o mesmo alvo padrão utilizado para sensores indutivos. Na Figura 2.2 se pode observar

a simbologia de sensores capacitivos e na Figura 2.3 é representada a construção básica de um

capacitor.

Figura 2.2 – Simbologia de um sensor capacitivo.

Figura 2.3 – Construção básica de um capacitor.

17

O sensor é constituído de um capacitor formado por duas placas metálicas com cargas opostas e

separadas pelo ar o qual é o dielétrico. As placas projetam o campo eletrostático gerado pelo

capacitor à frente do sensor. A capacitância depende do tamanho do alvo, da constante dielétrica do

alvo e da distância entre o alvo e a face do sensor.

O funcionamento do sensor é baseado na geração de um campo eletrostático pelo sensor.

Quando o alvo se aproxima do sensor a capacitância do circuito interno ao sensor aumenta. Com

isso, quando a capacitância alcança um determinado valor um circuito oscilador é ativado acionando,

por conseguinte, o circuito de saída do sensor. O diagrama em blocos de um sensor capacitivo pode

ser observado na Figura 2.4.

Figura 2.4 – Diagrama em blocos de um sensor capacitivo.

Distância Sensora Operacional (Sa) – Em sensores capacitivos é considerado, além dos fatores

de industrialização (81% de Sn), um fator relativo ao dielétrico do material a ser detectado conforme a

seguinte expressão:

Sa ≤ 0,81 x Sn x F(�)

Onde: Sa é a distância sensora operacional

Sn é a distância sensora nominal

F(�) é um fator de correção

Os fabricantes fornecem tabelas contendo o valor da rigidez dielétrica dos materiais sendo

necessária a visualização de um gráfico que relaciona a rigidez dielétrica ao fator de correção a ser

utilizado.

18

A Tabela 2.2 indica valores de rigidez de alguns materiais e a Figura 2.5 mostra o gráfico que

relaciona a rigidez dielétrica ao fator de correção.

Tabela 2.2 – Rigidez dielétrica dos materiais

Material � Ar, vácuo 1

Óleo, papel, petróleo, poliuretano, parafina, silicone, teflon 2 a 3 Araldite, baquelite, quartzo, madeiras 3 a 4

Vidro, papel grosso, borracha, porcelana 4 a 5 Mármore, pedras, madeiras pesadas 6 a 8

Água, alcoólicos, soda cáustica 9 a 80

Figura 2.5 – Gráfico dos fatores de correção para sensores capacitivos.

19

2.6.1 Sensores Blindados e Não-Blindados

Os sensores blindados permitem a utilização dos sensores na detecção de materiais de

constantes dielétricas baixas, deixando o sensor sensível a poeira e umidade na face ativa. Na Figura

2.6 se pode observar a construção de um sensor capacitivo blindado.

Figura 2.6 – Construção de um sensor capacitivo blindado.

Os sensores não blindados permitem a utilização dos sensores na detecção de materiais de

constantes dielétricas altas. Com isso, não são sensíveis a poeira na face ativa. Na Figura 2.7 se

pode observar a construção de um sensor capacitivo não blindado.

Figura 2.7 – Construção de um sensor capacitivo não blindado.

Esses sensores são indicados para detecção de nível de líquido através da parede do tanque

onde o fluido está armazenado.

20

2.6.2 Ajuste de Sensibilidade

O ajuste de sensibilidade diminui a influência de acionamentos laterais no sensor e permite

através de ajuste fino a detecção de materiais dentro de outros como pode ser observado na Figura

2.8.

Figura 2.8 – Ajuste de sensibilidade e detecção de líquido dentro de garrafas.

Exemplo do cálculo da distância sensora nominal de um sensor capacitivo

1° Passo) Obter a distância sensora operacional medindo a distância que o alvo encontra-se do

sensor. Ex.: 5mm.

2º Passo) Verificar a rigidez dielétrica do material do alvo na tabela do fabricante. Ex.: madeira

pesada (�r = 6).

3° Passo) Verificar o valor do fator de correção percentual no gráfico fornecido pelo fabricante e

dividir o valor encontrado por 100 para obter o fator de correção.

F = 30 ÷ 100 = 0,3

4° Passo) Encontrar Sn através da equação.

Sn = Sa ÷ (0,81 x F(�))

Sn = 20,58 mm

Deve ser especificado um valor de Sn comercial imediatamente superior ao calculado.

21

2.7 Sensores Óticos ou Fotoelétricos

Sensores óticos são sensores capazes de detectar a presença de um acionador através da

emissão e recepção de luz.

O funcionamento dos sensores baseia-se na transmissão e recepção de luz infravermelha a qual

é invisível ao olho humano. O transmissor envia o feixe de luz através de um fotodiodo, com alta

potência e curta duração, para evitar que o receptor confunda a luz emitida com a luz ambiente. O

receptor é composto por um foto-transistor e um filtro sintonizado na mesma freqüência de pulsação

do transmissor, o que permite o funcionamento correto.

Os sensores óticos podem ser de três tipos: Sistema por barreira, sistema por difusão e sistema

refletivo.

2.7.1 Sensor Ótico Por Barreira

Na Figura 2.9 se pode observar a simbologia utilizada para representar sensores óticos por

barreira.

Figura 2.9 – Simbologia de sensores óticos por barreira.

22

No sensor ótico por barreira o acionamento ocorre quando o alvo interrompe o feixe de luz

disposto entre duas unidades independentes colocadas frente a frente. Uma das unidades contém o

transmissor enquanto a outra unidade contém o receptor. Na Figura 2.19 pode ser observado o

acionamento de um sensor ótico por barreira.

Figura 2.19 – Acionamento de um sensor ótico por barreira.

Neste tipo de sistema devem-se respeitar as recomendações de dimensões mínimas do objeto,

pois existe a possibilidade do feixe de luz contornar o objeto. Na Figura 2.10 pode ser observado um

feixe de luz emitido por um sensor contornando um objeto pequeno.

Figura 2.10 – Feixe de luz do sensor contornando o objeto.

23

2.7.2 Sensor Ótico Por Difusão

Na Figura 2.11 se pode observar a simbologia utilizada para representar sensores óticos por

difusão.

Figura 2.11 – Simbologia de sensores óticos por difusão.

No sensor ótico por difusão o acionamento ocorre quando o alvo a ser detectado entra na região

de sensibilidade e reflete ao receptor a luz emitida pelo transmissor sendo que o transmissor e o

receptor são montados na mesma unidade. Na Figura 2.12 pode ser observado o acionamento de um

sensor ótico por difusão.

Figura 2.12 – Acionamento de um sensor ótico por difusão.

O alvo padrão dos sensores óticos por difusão consiste de uma folha de papel fotográfico branco

com índice de refletividade de 90% com dimensões que variam de acordo com o modelo do sensor.

24

A distância sensora operacional utiliza um fator de correção que depende de vários fatores os

quais são acumulativos. Por exemplo, existe um fator de correção para cores diferentes (Fc) e outro

para materiais diferentes (Fm). Assim, ambos devem ser considerados conforme a seguinte

expressão:

Sa ≤ 0,81 x Sn x Fc x Fm

Onde: Sa é a distância sensora operacional

Sn é a distância sensora nominal

Fc é um fator de correção devido a cor do material

Fm é um fator de correção devido ao tipo do material

Os fatores de correção podem ser observados na Tabela 2.3.

Tabela 2.3 – Fatores de correção para sensores óticos por difusão.

Cor Fc Branco 0,95 a 1 Amarelo 0,9 a 0,95 Verde 0,8 a 0,9

Vermelho 0,7 a 0,8 Azul claro 0,6 a 0,7

Violeta 0,5 a 0,6 Preto 0,2 a 0,5

Material Fm Metal polido 1,2 a 1,8

Metal usinado 0,95 a 1 Papéis 0,95 a 1 Madeira 0,7 a 0,8 Borracha 0,4 a 0,7 Papelão 0,5 a 0,6

Pano 0,5 a 0,6

O sensor por difusão possui uma zona morta (ZM) que consiste de uma zona próxima ao sensor

onde não é possível a detecção do objeto. A zona morta tem o valor de aproximadamente 10 a 20%

da distância nominal.

25

2.7.3 Sensor Ótico Refletivo

Na Figura 2.13 se pode observar a simbologia utilizada para representar sensores óticos

refletivos.

Figura 2.13 – Simbologia de sensores óticos refletivos.

No sensor ótico refletivo o acionamento ocorre quando o objeto a ser detectado interrompe o

feixe de luz que chega ao receptor refletido por um espelho prismático. Nesses sensores o

transmissor e o receptor são montados em uma única unidade. Na Figura 2.14 pode ser observado o

acionamento de um sensor ótico refletivo.

Figura 2.14 – Acionamento de um sensor ótico refletivo.

26

A construção do espelho prismático não permite que a luz se espalhe por vários ângulos. Na

Figura 2.15 se pode observar a construção de um espelho prismático.

Figura 2.15 – Construção de um espelho prismático.

Através de um ajuste de sensibilidade e teste prático o sensor refletivo pode ser utilizado na

detecção de materiais transparentes como garrafas de vidro.

Para serem utilizados na detecção de objetos brilhantes os sensores refletivos devem possuir

uma montagem angular para evitar erros ocasionados pela reflexão do objeto. A montagem angular

do sensor pode ser observada na Figura 2.16.

Figura 2.16 – Montagem angular de sensor refletivo.

Na montagem dos sensores devem-se evitar fontes de luz intensas junto ao sensor mesmo com

a imunidade à iluminação ambiente que os sensores possuem.

27

2.7.3.1 Outros fatores de correção

Nos sensores por barreira e refletivos o meio de propagação é um dos fatores que interferem no

valor da distância operacional. No ar puro o fator de atmosfera (Fatm) possui valor 1. Os fatores de

correção podem ser observados na Tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Fatores de correção de sensores óticos refletivos.

Condições Fatm Ar puro, podendo ter umidade sem condensação 1

Fumaça e fibras em suspensão, com alguma condensação 0,4 a 0,6 Fumaça pesada, muito pó em suspensão e alta condensação 0 a 0,1

Assim, no caso de ser considerado o fator de atmosfera, a distância sensora operacional pode

ser obtida pela seguinte expressão:

Sa ≤ 0,81 x Sn x Fatm

Onde: Sa é a distância sensora operacional

Sn é a distância sensora nominal

Fatm é um fator de correção para a atmosfera

28

III - SENSORES DE NÍVEL

3.1 Controles eletromecânicos de nível

O sensor é eletromecânico é utilizado em processos de armazenagem ou transporte de materiais

sólidos ou granulados, principalmente em indústrias de plásticos, minérios, alimentícias, químicas,

entre outras.

3.1.1 Chave de nível do tipo pá rotativa

O funcionamento baseia-se no giro de um motor síncrono que possui acoplada ao seu eixo uma

pá. A pá fica girando e se ocorrer um bloqueio do movimento em função de presença de material, um

mecanismo interno aciona contatos cujo sinal pode ser utilizado em um circuito de sinalização ou

controle de nível. No momento que o movimento é bloqueado o motor é desligado automaticamente,

evitando que o mesmo trabalhe enquanto a pá estiver bloqueada. Assim que o movimento da pá é

liberado o motor volta a funcionar e os contatos com o sinal são desacionados. Na

Figura 3.1 se pode observar uma chave de nível do tipo pá rotativa.

Figura 3.1 – Chave de nível tipo pá rotativa.

29

3.1.2 Chave de nível com membrana

O funcionamento ocorre através de uma membrana flexível que ao ser pressionada pelo material

armazenado aciona contatos cujo sinal pode ser utilizado em dispositivos de sinalização ou controle.

Na Figura 3.17 se pode observar uma chave de nível com membrana.

Figura 3.17 – Chave de nível com membrana.

3.1.3 Chaves de nível do tipo bóia

O funcionamento das chaves tipo bóia baseia-se na posição de uma bóia. A bóia está

fisicamente ligada a uma chave e conforme o nível ela aciona ou não a chave. Ao ser acionada, a

chave ativa contatos cujo sinal pode ser utilizado para sinalização ou controle. As chaves do tipo bóia

são empregadas principalmente nas indústrias têxtil, química e alimentícia. Na Figura 3.18 se pode

observar uma chave de nível do tipo bóia.

Figura 3.18 – Chave de nível do tipo bóia

30

IV - SENSORES MAGNÉTICOS OU REED SWITCHS

O funcionamento é baseado na atração de dois contatos metálicos quando o sensor é submetido

a um campo magnético. Assim, quando o sensor é submetido ao campo magnético os contatos se

tocam permitindo a passagem de corrente elétrica. Na verdade, o sensor magnético funciona como

uma chave elétrica. Dessa forma, sempre que o atuador atingir a posição desejada, é gerado um sinal

elétrico o qual pode ser utilizado para sinalização ou controle.

Os sensores magnéticos são recomendados para aplicações com um número elevado de

comutações. Na Figura 4.19 se pode observar o acionamento de um sensor magnético.

Figura 4.19 – Acionamento de um sensor magnético.

31

V - SENSORES DE TEMPERATURA

5.1 Termopar

O termopar é o sensor de temperatura mais utilizado industrialmente. Ele cobre uma faixa

bastante extensa de temperatura que vai de valores negativos a alguns milhares de graus Celsius

dependendo do tipo de termopar.

5.1.1 Teoria Termoelétrica

Em um circuito fechado formado por dois condutores metálicos distintos A e B submetidos a um

diferencial de temperatura entre as junções ocorre uma circulação de corrente elétrica como pode ser

observado na Figura 5.1.

Figura 5.1 – Circulação de corrente no termopar.

Quando este circuito é interrompido surge uma força eletromotriz (EAB) que depende das

temperaturas das junções e da composição dos dois metais utilizados como é observado na Figura

5.2.

Figura 5.2 – Geração da força eletromotriz no termopar.

Denominamos a junção na qual está submetida à temperatura a ser medida de junção de

medição ou junta quente e a outra extremidade que vai ser ligada ao instrumento medidor de junção

de referência ou junta fria.

32

Quando a temperatura da junção de referência (Tr) é mantida constante, verifica-se que a FEM

térmica (EAB) é uma função da temperatura da junção de medição (T1). Isto permite utilizar este

circuito como um medidor de temperatura, pois se conhecendo a Tr e a FEM gerada, determina-se a

temperatura da junção de medição.

EAB = f (∆T)

EAB = ET1 - ETr

5.1.2 Definição de Termopar

O aquecimento de dois metais diferentes com temperaturas diferentes em suas extremidades

gera o aparecimento de uma FEM da ordem de mV. Este princípio conhecido como efeito Seebeck

propiciou a utilização de termopares para medição de temperatura. Um termopar ou par termométrico

consiste de dois condutores metálicos de natureza distinta, na forma de metais puros ou ligas

homogêneas. Os fios são soldados em uma extremidade ao qual se dá o nome de junção de medição

enquanto a outra extremidade, junção de referência é levada ao instrumento medidor como pode ser

observado na Figura 5.20. Convencionou-se dizer que o metal A é positivo e B é negativo, pois a

tensão e corrente geradas são na forma contínua (CC).

Figura 5.20 – Conexão do instrumento medidor ao termopar.

33

5.1.3 Leis do Circuito Termoelétrico

5.1.3.1 Lei do Circuito Homogêneo

A FEM gerada por um termopar depende única e exclusivamente da composição química dos

dois metais e das temperaturas entre as duas junções, ou seja, a tensão gerada independe do

gradiente de temperatura ao longo dos fios. A lei do circuito homogêneo é representada na Figura 5..

Figura 5.4 – Representação da lei do circuito homogêneo.

A aplicação desta lei permite medições de temperatura em pontos bem definidos com os

termopares, pois o importante é a diferença de temperatura entre as suas junções.

5.1.3.2 Lei dos Metais Intermediários

A FEM gerada por um par termoelétrico não será alterada se for inserido em qualquer ponto do

circuito, um metal genérico diferente dos que compõem o sensor, desde que as novas junções

formadas estejam na mesma temperatura. A lei dos metais intermediários é representada na Figura

5..

Figura 5.5 – Representação da lei dos metais intermediários.

Uma aplicação prática desta lei é o uso dos contatos de latão ou cobre no bloco de ligação, para

a interligação do termopar ao seu cabo.

34

5.1.3.3 Lei das Temperaturas Intermediárias

A FEM gerada em um circuito termoelétrico com suas junções às temperaturas T1 e T3

respectivamente, é a soma algébrica de FEM gerada com as junções às temperaturas T1 e T2 e a

FEM do mesmo circuito com as junções às temperaturas de T2 e T3. A lei das temperaturas

intermediárias é representada na Figura 5..

Figura 5.6 – Representação da lei das temperaturas intermediárias.

Uma conseqüência desta lei é o uso dos cabos compensados, que tendo as mesmas

características termoelétricas do termopar, podem ser introduzidos no circuito sem causar erros no

sinal gerado.

5.1.4 Compensação da Temperatura Ambiente ( Tr )

Para utilizar-se o termopar como medidor de temperatura, é necessário conhecer a FEM gerada

e a temperatura da junção de referência Tr. Conhecendo esses valores pode-se determinar a

temperatura da junção de medição T1.

EAB = ET1 - ETr

Portanto pode encontrar-se a temperatura T1 desde que se conheça a temperatura Tr. Uma

maneira de se determinar a temperatura Tr é forçá-la para um valor conhecido, como por exemplo,

0ºC.

35

Na Figura 5. se pode observar um banho de água e gelo na junção de referência levando o valor

da temperatura para 0ºC.

Figura 5.7 – Banho de água e gelo da junção de referência do termopar.

Ao colocarmos as extremidades do termopar a zero grau em um banho de gelo, o sinal gerado

pelo sensor só dependerá da temperatura T1 do meio a ser medido, pois a tensão gerada a 0º é zero

em mV. Então a FEM lida no instrumento será diretamente proporcional à temperatura T1. Utilizando

uma tabela que relaciona a tensão gerada com a temperatura pode-se obter a temperatura da junção

de medição.

O banho de gelo ainda é muito usado em laboratórios e indústrias, pois consiste num método

relativamente simples e de grande precisão. Atualmente dispositivos alternativos foram desenvolvidos

para simular automaticamente uma temperatura de 0ºC, chamada de compensação automática da

junção de referência ou da temperatura ambiente. Nestes instrumentos encontra-se um sensor de

temperatura que mede continuamente a temperatura ambiente e suas variações, adicionando o sinal

que chega do termopar uma tensão da ordem de mV correspondente à diferença da temperatura

ambiente para a temperatura de 0ºC.

Na Figura 5. se pode observar um termopar tipo K sujeito a 100ºC na junção de medição e 25ºC

na conexão ao instrumento.

Figura 5.8 – Exemplo de medição com um termopar.

E = E100 – E25

E = 4,095 - 1,000 = 3,095mV

Se não existisse a compensação, o sinal de 3,095V seria transformado em indicação de

temperatura correspondente a 76ºC aproximadamente. Portanto, a indicação seria diferente dos

100ºC ao qual o termopar está submetido (erro de -24ºC). Por isso é adicionado ao instrumento

medidor, um sistema de compensação da temperatura ambiente o qual gera um sinal equivalente aos

25ºC da temperatura ambiente.

36

E1 = E25 – E0

E1 = 1,000 - 0 = 1,000mV

O sinal total que será convertido em temperatura pelo instrumento será a somatória do sinal do

termopar e da compensação, resultando na indicação correta da temperatura na qual o termopar está

submetido (independendo da variação da temperatura ambiente).

Etotal = E + E1

Etotal = 3,095 + 1,000 = 4,095mV

E100 = 4,095mV

A indicação no instrumento será de 100ºC, que é a temperatura medida.

5.1.5 Conversão de Tensão para Temperatura

Como a relação FEM x temperatura de um termopar não é linear, o instrumento indicador deve

de algum modo linearizar o sinal gerado pelo sensor. No caso de alguns instrumentos analógicos

como registradores, a escala gráfica do instrumento não é linear acompanhando a curva do termopar.

Em instrumentos digitais usa-se ou a tabela de correlação FEM x temperatura, armazenada em

memória ou uma equação matemática que descreve a curva do sensor. Esta equação é um

polinômio, que a depender da precisão requerida pode alcançar uma ordem de até 9º grau.

5.1.6 Tipos e Características dos Termopares

Foram desenvolvidas diversas combinações de pares de ligas metálicas com o intuito de se obter

uma alta potência termoelétrica (mV/ºC), homogenidade dos fios, resistência à corrosão, relação

razoavelmente linear entre temperatura e tensão entre outros. Os termopares podem ser divididos em

dois grupos:

-Termopares de Base Metálica ou Básicos

-Termopares Nobres ou a Base de Platina

Os termopares de base metálica ou básicos (Tipos T, J, K e E) são os termopares de maior uso

industrial, em que os fios são de custo relativamente baixo e sua aplicação admite um limite de erro

maior.

37

Os termopares nobres (Tipos S, R, e B) são aqueles cujas ligas são constituídas de platina.

Possuem um custo elevado devido ao preço do material nobre, baixa potência termoelétrica e uma

altíssima precisão dada à grande homogeneidade e pureza dos fios.

Apresentamos na Figura 5.9 um gráfico de variação FEM x temperatura para os vários tipos de

termopares existentes:

Figura 5.9 – Relação FEM x temperatura dos termopares.

Na

.1 podem ser observados os materiais que compõe os diferentes tipos de termopares existentes.

Tabela 5.1 – Materiais que compõe os termopares.

TIPO DE TERMOPAR MATERIAIS

TIPO T Cobre (+) Constantan ( - )

TIPO J Ferro (+) Cosntantan ( - )

TIPO K Chromel (+) Alumel ( - )

B Á S I C O S TIPO E Chromel (+)

Cosntantan ( - )

TIPO R Platina 90% Rhodio 10%(+) Platina ( - )

TIPO S Platina 87% Rhodio 13%(+) Platina ( - )

N O B R E S TIPO B Platina 70% Rhodio 30% (+)

Platina 94% Rhodio 6% ( - )

38

5.1.7 Termopar de Isolação Mineral

O desenvolvimento dos termopares isolação mineral partiu da necessidade de satisfazer as

severas exigências do setor nuclear. Desde então, os benefícios deste trabalho puderam ser

transmitidos à indústria em geral, que os utiliza numa grande variedade de aplicações devido à série

de vantagens que oferecem, tais como grande estabilidade, resistência mecânica entre outros.

O termopar isolação mineral consiste de três partes básicas: um ou mais pares de fios isolados

entre si por um material cerâmico compactado (pó de óxido de magnésio) a uma bainha metálica

externa como pode ser observado na Figura 5.10.

Figura 5.10 – Termopar de isolação mineral.

Este tipo de montagem é de extrema utilidade, pois os fios ficam completamente isolados dos

ambientes agressivos, que podem causar a completa deterioração dos termoelementos, além da

grande resistência mecânica, o que faz com que o termopar isolação mineral possa ser usado em um

número quase infinito de aplicações.

O óxido de magnésio é um excelente isolante elétrico e um bom condutor térmico, de maneira

que quando compactado, ocupa todos os espaços internos, isolando eletricamente os fios entre si e a

bainha além de dar alta resistência mecânica ao conjunto e proporcionar boa troca térmica.

5.1.8 Tipos de Junções de Medição

Podemos classificar os termopares, de acordo com a posição da junção de medição em relação

à bainha metálica, em três tipos:

a) Junção Exposta: neste tipo de montagem, parte da bainha e da isolação são removidos,

expondo os termoelementos ao ambiente. Tem como características um tempo de resposta

extremamente pequeno e grande sensibilidade a pequenas variações na temperatura, mas representa

como desvantagem o rápido envelhecimento dos termoelementos devido ao contato com o ambiente

agressivo.

39

b) Junção Aterrada: neste tipo, os termoelementos e a bainha são soldados juntos para formar

a junção de medição. Assim os fios são aterrados na bainha. Este tipo de montagem apresenta um

tempo de resposta um pouco maior que a junção exposta, mas ainda sim menor que a junção isolada,

podendo ser usado em ambientes agressivos devido à isolação dos termoelementos. Não é

recomendável para ambientes ruidosos devido à captação destes ruídos, podendo transmiti-los para o

instrumento indicador gerando erros e instabilidade na leitura.

c) Junção Isolada: é quando a junção de medição é isolada eletricamente da bainha. Este tipo

de montagem é o mais utilizado. Como características possui um tempo de resposta maior que das

montagens anteriores além de ter os termoelementos totalmente protegidos do meio externo

garantindo maior vida útil e podendo ser usado em ambientes sujeitos a campos elétricos, pois sendo

isolado da bainha, fica mais imune a interferências eletrostáticas.

Os três tipos de junção podem ser observados na Figura 5..

Figura 5.11 – Tipos de junção dos termopares.

5.1.9 Fios e Cabos de Extensão e Compensação

Na grande maioria das aplicações dos termopares de medição de temperatura, o processo

industrial fica a grandes distâncias do instrumento receptor (indicação, registro ou controle). Apesar

de tecnicamente ser possível a utilização de um termopar de comprimento tal que vá do processo ao

instrumento, os grandes custos para este tipo de montagem inviabilizam-na totalmente e

principalmente no caso de termopares nobres.

Poder-se-ia também utilizar fios de cobre comuns para interligar o elemento sensor com o

receptor, conduzindo a tensão gerada pelo termopar até o instrumento. Mas como o termopar gera

um sinal proporcional à diferença de temperatura entre as suas junções, e como normalmente a

temperatura do instrumento não é a mesma da junção de referência do termopar torna-se necessário

que o instrumento seja ligado ao sensor através de fios que possuam uma curva similar àquela do

40

termopar, a fim de compensar a diferença de temperatura existente entre a junção de referência e o

instrumento e para que no instrumento possa ser efetuada corretamente a compensação da

temperatura ambiente.

Portanto, fios e cabos de extensão e compensação (ou fios e cabos compensados), nada mais

são que outros termopares, cuja função além de conduzir o sinal gerado pelo sensor, é a de

compensar os gradientes de temperatura existentes entre a junção de referência (cabeçote) do sensor

e os bornes do instrumento, gerando um sinal proporcional de tensão a este gradiente.

O uso de cabos de cobres comuns interligando o termopar ao instrumento, sujeitos a

temperaturas diferentes entre suas extremidades provocam erros na indicação final de temperatura,

pois o cabo de cobre não compensa o diferencial de temperatura. Este erro pode ser maior ou menor,

dependendo do gradiente de temperatura existente.

5.1.9.1 Definições Técnicas dos Fios de Extensão e Cabos de Compensação

a) Fios são aqueles condutores constituídos por um eixo sólido, e cabos condutores formados

por um feixe de condutores de menor diâmetro, formando um condutor flexível.

b) Fios e cabos de extensão são condutores fabricados com as mesmas ligas dos termopares a

que se destinam e, portanto, apresentam a mesma curva FEM x temperatura.

Os fios e cabos de extensão são usados com os termopares de base metálica ou básicos tipo T,

J, E e K. Apesar de possuírem as mesmas ligas dos termopares, apresentam um custo menor devido

à limitação de temperatura que podem ser submetidos, pois sua composição química não é tão

homogênea quanto à do termopar.

c) Fios e cabos de compensação são os condutores fabricados com ligas diferentes dos

termopares a que se destinam, mas também apresentando a mesma curva FEM x temperatura dos

termopares.

Os fios e cabos de compensação são usados principalmente com os termopares nobres (feitos à

base de platina) tipos S e R, porém pode-se utilizá-lo em alguns termopares básicos e com os novos

tipos que ainda não estão normalizados.

O uso de materiais diferentes do termopar deve-se única e exclusivamente aos problemas

inerentes de custos, pois é totalmente inviável economicamente conduzir o sinal gerado pelo termopar

ao instrumento, usando fios e cabos de extensão de platina (mesmo tendo um grau de pureza menor).

Por isso faz-se uso de ligas diferentes da platina, porém apresentando a mesma curva de FEM x

temperatura. A única restrição no seu uso é a temperatura máxima de trabalho que é bem menor que

os termopares.

41

Na Figura 5. se pode observar um exemplo, no qual temos a curva para termopares S ou R e a

curva do cabo de compensação de cobre/cobre-níquel, indicando que as curvas são as mesmas até

um limite de temperatura, na qual se for ultrapassado, a curva do cabo se perde.

Figura 5.12 – Curvas características do termopar e do cabo de compensação.

Notas:

- Pode se usar fios e cabos de compensação para termopar tipo K, porém seu uso é limitado

devido ao seu rápido envelhecimento e precisão limitada.

- Os termopares tipo B usam cabos de cobre comuns, apesar de estes serem tabelados como

cabos de compensação.

- Utiliza-se o sufixo X, segundo a norma ANSI para designação dos fios ou cabos de extensão e

compensação (TX, JX, EX, KX, SX, RX, BX).

5.1.9.2 Recomendações para Instalação dos Fios e Cabos de Extensão e compensação

Os fios e cabos de extensão e compensação não devem ser passados próximos à linha de força,

resistências elétricas, chaves contadoras, relés e outros, devido à indução de ruídos elétricos e a

conseqüente instabilidade na leitura.

Deve-se atentar bastante com relação à polaridade dos fios e cabos de extensão e compensação

(código de cores) e sua ligação no instrumento receptor, pois qualquer tipo de inversão resulta em

erros sérios para o processo.

Se um campo magnético passa através do sistema de medição de temperatura a termopar, este

campo pode se acoplar e induzir uma corrente elétrica espúria no sistema.

42

O método para a minimização dos ruídos magnéticos é a torção dos fios ou cabos de extensão e

compensação. A torção dos cabos faz com que a corrente induzida se cancele, atenuando este tipo

de interferência. Quanto maior for o número de torções, mais eficiente será contra os ruídos.

Para uma melhor proteção, os fios ou cabos de extensão e compensação devem sempre ser

torcidos e blindados (ruídos eletrostáticos).

5.1.10 Acessórios dos Termopares, Características e Aplicações

Tão importante quanto à especificação correta do termopar para as condições de um

determinado processo, é também a escolha dos acessórios que compõem a montagem do mesmo.

5.1.10.1 Isoladores

Sua função é a de isolar eletricamente os termoelementos e resistir a altas temperaturas. Os

isoladores geralmente são feitos de cerâmica ou de alumina.

Na Figura 5. pode ser observado vários tipos de formatos e isoladores.

Figura 5.13 – Isoladores.

43

5.1.10.2 Blocos de Ligação

A função do bloco de ligação é a de interligar o termopar ao fio ou cabo de extensão ou

compensação, e prendê-los no cabeçote. A base é feita de cerâmica isolante e os contatos são feitos

de latão niquelado ou cobre.

Existem diversos tamanhos e formatos, que são estabelecidos pelo tipo do termopar e cabeçotes

utilizados. Um exemplo de bloco de ligação pode ser observado na Figura 5..

Figura 5.14 – Bloco de ligação.

5.1.10.3 Cabeçotes

A função do cabeçote é a de proteger os contatos do bloco de ligação, facilitar a conexão do tubo

de proteção, além de manter uma temperatura estável nos contatos do bloco de ligação, para que os

contatos feitos de materiais diferentes do termopar não interfiram no sinal gerado por ele (vide Lei dos

metais intermediários).

Os cabeçotes são feitos normalmente de alumínio ou ferro fundido, existindo também em vários

tipos e formatos, dependendo do ambiente a ser aplicado. Na Figura 5. pode ser observado um

exemplo de cabeçote.

Figura 5.15 – Cabeçote.

44

5.1.10.4 Tubos de Proteção

Os tubos de proteção têm como função principal proteger os termopares de ambientes de

trabalho (processos), pois na maioria das aplicações o ambiente do processo agride os termopares e

caso fossem usados sem proteção, teriam uma vida útil muito reduzida.

Na Figura 5., tem-se o esquema de um tubo de proteção.

Figura 5.16 – Tubo de proteção.

5.2 Termômetro de Resistência

As termoresistências ou termômetros de resistência são sensores de temperatura utilizados na

indústria e em laboratórios e centros de pesquisa. O seu funcionamento está baseado na variação da

resistência elétrica que ocorre devido à variação da temperatura que o material metálico é submetido,

causando um acréscimo de resistência com a elevação de temperatura. A variação da resistência

com a temperatura pode ser obtida de uma maneira simplificada através da seguinte expressão:

R = R0 (1 + αT)

Onde: R é a resistência da termoresistência

Ro é a resistência da termoresistência a 0o C

α é o coeficiente de variação da resistência com a temperatura

T é a temperatura

O sensor é constituído de um fio metálico bastante fino enrolado sobre um isolante e

encapsulado em outro isolante (suporte de cerâmica, vidro ou mica) constituindo o bulbo de

resistência. O bulbo é colocado no ambiente aonde vai se medir a temperatura através de um poço de

proteção. O bulbo é parte integrante de um circuito eletrônico, que através da circulação de corrente

detecta as variações de temperatura decorrentes da mudança de sua resistência.

45

Na Figura 5. se pode observar o bulbo de resistência.

Figura 5.17 – Bulbo de resistência.

Os materiais metálicos utilizados na fabricação de termoresistências são geralmente Platina (Pt),

Níquel (Ni) ou Cobre (Cu).

Convencionou-se chamar de Pt-100, a termoresistência de platina que apresenta uma resistência

ôhmica de 100 à 0ºC como pode ser observado na Figura 5..

Figura 5.19 – Resposta de uma termoresistência Pt-100.

As termoresistências, em geral, utilizam os mesmos acessórios dos termopares.

46

5.2.1 Esquema de Montagem de Termoresistências

A variação de resistência sofrida pelo bulbo de resistência não é medida através de um

ohmímetro, e sim com um circuito auxiliar que converte a variação de resistência em variação de

corrente elétrica ou tensão.

O circuito responsável por esta conversão é o circuito Ponte de Wheatstone e pode ser

observado na Figura 5..

A ponte de wheatstone encontra-se balanceada ou em equilíbrio quando a relação entre as

resistências no circuito for a seguinte:

R1 x R3 = R2 x R4

Nessa condição não circula corrente pelo medidor, pois os pontos A e B possuem os mesmos

potenciais de tensão.

Figura 5.19 – Ponte de wheatstone.

Considerando que R4 na verdade é a termoresistência, conhecendo-se os valores de resistência

de R1 e R2 e ajustando-se a resistência variável de R3 para condição de equilíbrio pode-se

determinar a resistência do sensor a uma determinada temperatura.

No caso de os valores de R1 e R2 serem iguais tem-se que o valor de resistência de R3 e de R4

ou da termoresistência também são iguais, pois:

R1 x R3 = R2 x R4 e logo,

R3 = R4

Encontrando-se a resistência do sensor pode-se determinar a temperatura através de uma tabela

de relação.

47

5.2.1.1 Método de Ligação a Dois Fios

Na Figura 5. está representado o método de ligação a dois fios no qual R4 representa a

termoresistência, R3 é a resistência de balanceamento e RL1 e RL2 são resistências da fiação que

ligam a termoresistência à sala de controle.

Figura 5.20 – Ligação a dois fios.

As resistências de fiação tendem a aumentar quanto maior for a distância entre o sensor e o

instrumento, menor for a bitola dos fios ou maior a temperatura ambiente.

Quando a ponte estiver balanceada e não circular corrente pelo instrumento medidor tem-se:

R1 x R3 = R2 x (RL1 + RL2 + R4) e com isso,

se R1 = R2 tem-se

R3 = RL1 + RL2 + R4

Temos, portanto, mesmo com a ponte balanceada, que o valor da resistência R3 é igual a R4

mais as resistências de fiação RL1 e RL2. Dependendo dos valores da resistência da fiação podem

ser induzidos erros graves na medição de temperatura com termoresistência nesse tipo de ligação.

48

5.2.1.2 Método de Ligação a Três Fios

Na Figura 5. está representado o método de ligação a três fios no qual R4 representa a

termoresistência, R3 é a resistência de balanceamento e RL1, RL2 e RL3 são resistências da fiação

que ligam a termoresistência à sala de controle.

Figura 5.21 – Ligação a três fios.

Este é o método mais utilizado para as termoresistências na indústria. Neste circuito a

configuração elétrica é um pouco diferente, fazendo com que a alimentação fique o mais próximo

possível do sensor, permitindo que RL1 passe para o outro braço da ponte, balanceando o circuito.

Na ligação a dois fios as resistências de linha estavam em série com o sensor, agora na ligação a três

fios elas estão separadas.

Como R1 x (R3 + RL1) = R2 x (RL2 + R4) e com isso,

se R1 = R2 tem-se

R3 + RL1 = R4 + RL2

Se os fios de ligação forem do mesmo tipo, tiverem o mesmo comprimento e diâmetro e

estiverem na mesma temperatura, eles terão o mesmo valor de resistência com isso R3 será igual a

R4.

Se RL1 = RL2 e R3 = R4

Encontrando-se a resistência do sensor pode-se determinar a temperatura através de uma tabela

de relação.

O terceiro fio atua somente como condutor de compensação, não influenciando nos cálculos de

medição de resistência.

49

5.3 Termoresistência x Termopar

Vantagens:

a) Possuem maior precisão dentro da faixa de utilização.

b) Tem características de estabilidade e repetibilidade melhores.

c) Com ligação adequada, não existe limitação para distância de operação.

d) Dispensa o uso de fios e cabos de extensão e compensação para ligação, sendo necessário

somente fios de cobre comuns.

e) Se adequadamente protegido (poços e tubos de proteção), permite a utilização em qualquer

ambiente.

f) Curva de Resistência x Temperatura mais linear.

g) Menos influenciada por ruídos elétricos.

Desvantagens:

a) São mais caras.

b) Range de temperatura menor do que os termopares.

c) Deterioram-se com mais facilidade, caso se ultrapasse a temperatura máxima de utilização.

d) É necessário que todo o corpo do bulbo esteja com a temperatura estabilizada para a correta

indicação.

e) Possui um tempo de resposta mais alto que os termopares.

f) Mais frágil mecanicamente.

g) Auto-aquecimento, exigindo instrumentação sofisticada.

50

VI - CONTROLE DE PROCESSOS

6.1 Conceitos básicos de controle de processos

A função fundamental do controle automático de processos é manipular a relação entre a entrada

e a saída de um sistema de modo a manter determinadas variáveis do processo dentro dos limites

desejados.

Atualmente, tarefas que antes eram realizadas manualmente ou com o auxílio de um operador

vêm sendo automatizadas. Com isso, o ser humano vem sendo substituído por tecnologias capazes

de executar tais tarefas.

Um processo pode ser representado por um bloco, como mostrado na Figura 6..

Figura 6.1 – Exemplo de Sistema Básico.

Os termos mais importantes em controle de processos são:

• Set Point – é o valor desejado para a grandeza que está sendo controlada.

• Variável de controle – é a variável que se deseja controlar, o objetivo do controle.

• Erro (desvio) – diferença entre o Set Point e o valor real medido na saída.

Processo Entrada Saída

51

6.2 Sistemas de controle em malha aberta

Os sistemas em que a saída não tem nenhum efeito sobre a ação de controle são chamados

sistemas de controle em malha aberta. Portanto, em um sistema de controle em malha aberta, a saída

não é medida e nem realimentada para comparação com a entrada. Dessa forma, a saída não

interfere no processo de controle.

Pode-se citar como exemplo, um sistema de controle de temperatura baseado em posições da

chave de um aquecedor, como mostrado na Figura 6..

Figura 6.2 – Sistema de controle de temperatura em malha aberta.

O sistema mostrado na Figura 6. pode ser representado pelo diagrama de blocos da Figura 6.,

onde o seletor é a entrada de referência, o aquecedor é o atuador, a sala representa a planta e a

temperatura é a saída ou variável de controle.

Figura 6.3 – Sistema de controle em malha aberta

As principais características dos sistemas em malha aberta são:

- A entrada é escolhida baseada na experiência, de tal forma que o sistema dê o valor de saída

desejado;

- O sistema não reage às perturbações;

- Os sistemas de controle em malha aberta são mais simples possuindo um custo menor de

implementação.

Entrada de Referência Atuador Planta

Saída

Seletor Aquecedo Sal

Temperatur

52

6.3 Sistemas de controle em malha fechada

Nos sistemas de controle em malha fechada, a variável que está sendo controlada é medida

através de um sensor ou transdutor e esta informação é realimentada no processo de forma a

influenciar a variável controlada. Assim, a saída passa a ser função do erro que possui e não mais da

entrada simplesmente, fazendo com que o controle do sistema seja mais eficaz.

Na Figura 6., apresenta-se um sistema de controle de temperatura em malha fechada.

Figura 6.4 – Sistema de controle de temperatura em malha fechada

O sistema mostrado na Figura 6. pode ser representado pelo diagrama de blocos da Figura 6.21,

onde o aquecedor é o atuador, a sala representa a planta e a temperatura é a saída ou variável de

controle.

Figura 6.21 – Sistema de controle em malha fechada

As principais características de um sistema de controle em malha fechada são:

- Permite a estabilização do sistema;

- Permite a obtenção de um rastreamento da trajetória desejada no regime permanente e no

regime transitório;

- É robusto em relação a perturbações;

- Diminui os efeitos das variações de parâmetros, dos erros de modelagem e do ruído nos

sensores.

Entrada de Referência

Atuador Planta

Saída Controlador

Transdutor

Σ

+ _

Entrada de Referência

Aquecedor Sala

Temperatura Comparador

Controlador

Transdutor de Temperatura

53

6.4 Controladores

O controlador é o elemento, na malha de controle, responsável pela correção do valor de saída

do processo, agindo em função do erro do sistema.

6.4.1 Controlador liga-desliga

O controlador liga-desliga faz com que a variável manipulada assuma um dos dois valores (ligado

- desligado) toda vez que a variável de controle cruzar o Set Point. Dessa forma, um controlador liga-

desliga, também conhecido como controlador ON-OFF, deve possuir a faixa de valores da variável de

controle ajustada de forma que o limite inferior e o limite superior não sejam muito próximos. Com

isso, evita-se que o atuador fique ligando e desligando a todo instante, o que pode diminuir a vida útil

dos componentes. Na Figura 6., apresenta-se a resposta em função do tempo de um sistema sob

controle on-off.

Figura 6.6 – Resposta de um sistema sob controle on-off

54

6.4.2 Controlador PID

O controlador PID (Proporcional-Integral-Derivativo) tem origem na combinação de três diferentes

ações de controle: a ação proporcional, a ação integral e a ação derivativa. O objetivo é aproveitar as

características particulares de cada uma dessas ações a fim de se obter uma melhora significativa do

comportamento transitório e em regime permanente do sistema controlado. Dessa forma têm-se três

parâmetros de sintonia no controlador: o ganho proporcional Kp (ação proporcional), o tempo integral

Ti (ação integral) e o tempo derivativo Td (ação derivativa). Apesar de termos a disponibilidade das

três ações, dependendo da aplicação só será necessária à utilização de uma das ações.

6.4.2.1 Ação Proporcional

A Figura 6. mostra a resposta de um sistema considerando-se a aplicação de uma ação

proporcional. Note que, quanto maior o ganho Kp menor o erro em regime permanente, isto é, melhor

a precisão do sistema em malha fechada. Este erro pode ser diminuído com o aumento do ganho,

entretanto nunca conseguiremos anular completamente o erro. Por outro lado, quanto maior o ganho,

mais oscilatório tende a ficar o comportamento transitório do sistema em malha fechada. Na maioria

dos processos físicos, o aumento excessivo do ganho proporcional pode levar o sistema à

instabilidade.

Figura 6.7 – Ação Proporcional: Kp=1 (contínuo), Kp=2 (tracejado) e Kp=4 (pontilhado)

55

6.4.2.2 Ação Integral

A ação integral está diretamente ligada à precisão do sistema sendo responsável pelo erro nulo

em regime permanente. Para altos valores de Ti, tem-se a predominância da ação proporcional. Note

que, neste caso, existe um erro em regime permanente. À medida que diminuímos Ti, a ação integral

começa a predominar sobre a ação proporcional e a resposta tende a se aproximar mais rapidamente

da referência, ou seja, o erro em regime permanente tende a ser anulado mais rapidamente.

Diminuindo-se excessivamente Ti observa-se que a resposta começa a ficar mais oscilatória numa

tendência de instabilização. A Figura 6.8 mostra a resposta de um sistema considerando-se a

aplicação de uma ação Proporcional-Integral.

Figura 6.8 – Ação PI: Kp=1; Ti=2 (pontilhado), Ti=4 (tracejado) e Ti=10 (contínuo)

56

6.4.2.3 Ação Derivativa

A derivada de uma função está relacionada intuitivamente com a tendência de variação desta

função em um determinado instante de tempo. Assim, aplicar como controle um sinal proporcional à

derivada do sinal de erro é equivalente a aplicar uma ação baseada na tendência de evolução do erro.

A ação derivativa é então dita antecipatória ou preditiva e tende a fazer com que o sistema reaja mais

rapidamente. Este fato faz com que a ação derivativa seja utilizada para a obtenção de respostas

transitórias mais rápidas, ou seja, para a melhora do comportamento dinâmico do sistema em malha

fechada. Observe que no caso em que, em regime permanente, o sinal de erro é constante a ação

derivativa será igual a zero, ou seja, esta ação atua apenas durante a resposta transitória.

Na Figura 6., apresenta-se o efeito da ação derivativa considerando-se um controlador PID para

o mesmo sistema das simulações mostradas na Figura 6. e na Figura 6..

Figura 6.9 – Ação PID - Kp=4; Ti=1.5; Td=0.1 (tracejado), Td=0.4 (pontilhado) e Td=2 (contínuo)

57

6.4.2.4 Método de Sintonia de Ziegler-Nichols

O método de sintonia de Ziegler-Nichols consiste de um método prático para determinação dos

parâmetros Kp, Ti e Td em controladores PID.

1° PASSO – elimina-se o ganho integral e o ganho derivativo (Ti=∞; Td=0)

2° PASSO – eleva-se o valor de Kp até um ponto crítico (Kcr), onde o sistema apresenta

oscilações em regime permanente.

3º PASSO – anota-se os valores de Kcr e Pcr (Período do sinal que apresenta oscilação em

regime permanente) e utiliza-se uma tabela.

Na Figura 6. se pode observar graficamente Pcr e na Tabela 6 podem ser observadas as

relações utilizadas para determinar os parâmetros Kp, Ti e Td.

Figura 6.10 – Representação gráfica de Pcr.

Tabela 6.1 – Relações para determinação dos parâmetros Kp, Ti e Td.

CONTROLADOR Kp Ti Td P 0,5. Kcr ∞ 0 PI 0,45. Kcr (1/1,2).Pcr 0

PID 0,6. Kcr 0,5.Pcr 0,125.Pcr

58

VII -SIMBOLOGIA DE INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE

A simbologia para representação de instrumentos na área de controle e instrumentação é

padronizada pelos órgãos normativos, a ISA (Instrument Society of America) e a ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas).

Em geral a simbologia de instrumentação é utilizada em conjunto com a representação de

equipamentos de processo originando um documento chamado de P&I (Process and Instrumentation /

Piping and Instrumentation).

7.1 Nomenclatura de Equipamentos Industriais

Os equipamentos industriais são identificados por tags. Os tags são formados por algarismos

alfanuméricos que visam informar a área, o tipo de equipamento e um número seqüencial para o caso

de existir mais de um equipamento na mesma área. Todas essas informações são separadas por ífen

totalizando oito caracteres. Um exemplo de identificação pode ser observado na Figura 7.1.

Figura 7.1 – Exemplo de identificação de equipamento industrial.

59

Na Tabela 7.1 podem-se observar as siglas de identificação dos principais equipamentos

industriais.

Tabela 7.1 – Siglas de identificação de equipamentos industriais.

Sigla Sigla alternativa Equipamento AL Alimentador BA Bomba de Água BP Bomba de Polpa BR Britador CX Caixa DV Desviador EP Espessador HC Hidrociclone MB Moinho de bolas PE Peneira vibratória SL Silo TC BC Transportador de Correia CN SL Carregador de navios VV CD Virador de Vagões

7.2 Nomenclatura de Instrumentos e Malhas de Controle

Os instrumentos são representados por um conjunto de letras que identificam a sua

funcionalidade e números que identificam a sua localização. A primeira letra identifica a variável

medida pelo instrumento e as outras letras subseqüentes descrevem funcionalidades adicionais

conforme o exemplo da Tabela 7.2.

Tabela 7.2 – Exemplo de identificação de instrumento

Identificação do Instrumento

Identificação Funcional Identificação da Malha Primeira

Letra Letras

Subseqüentes Número da

Malha Sufixo

Opcional

Exemplo: Registrador Controlador de Temperatura T RC - 2 A

60

Na Tabela 7.3 pode ser observada a descrição completa das letras de identificação de

instrumentos.

Tabela 7.3 – Siglas utilizadas na identificação de instrumentos.

Primeira Letra Letras subseqüentes Variável medida ou

inicial Modificadora Função de

informação ou Passiva

Função Final Modificadora

A Analisador - Alarme - - B Chama de

queimador - Indefinida Indefinida Indefinida

C Condutividade Elétrica

- - Controlador (12)Indefinida

-

D Densidade ou massa específica (Density)

Diferencial - - -

E Tensão elétrica - Elemento primário

- -

F Vazão (Flow) Razão (fração) - - - G Medida Dimensional - Visor - - H Comando Manual

(Hand) - - -

I Corrente Elétrica - Indicador - - J Potência Varredura ou

seletor - - -

L Nível (Level) - Lâmpada piloto - - M Umidade (Moisture) - - - - N Indefinida - Indefinida Indefinida Indefinida O Indefinida - Orifício de

restrição - -

P Pressão ou Vácuo Ponto de teste - - Q Quantidade ou

Evento Integrador ou

totalizador - - -

R Radioatividade - Registrador ou impressor

- -

S Velocidade ou freqüência (Speed)

Segurança - Chave -

T Temperatura - Transmissor U Multivariável - Multifunção Multifunção Multifunção V Viscosidade - - Válvula - W Peso ou Força

(weigh) - Poço - -

X Não classificada - Não classificada Não classificada Não classificada

Y Indefinida - - Relé ou computação

-

Z Posição - - Elemento final de controle não classificado

61

Na Figura 7. podem ser observados os símbolos gerais dos instrumentos.

Figura 7.2 – Símbolos gerais de instrumentos.

62

Na Figura 7. podem ser observados os símbolos utilizados para identificar instrumentos

medidores de vazão.

Figura 7.3 – Símbolos de instrumentos de vazão.

Na Figura 7. pode ser observada a simbologia utilizada para identificar válvulas de controle de

vazão.

Figura 7.4 – Simbologia utilizada na representação de válvulas de controle de vazão.

63

7.3 Regras Básicas Para Identificação dos Instrumentos

1º) o que interessa na identificação é a função e não a construção do instrumento.

Exemplos:

- Um registrador de pressão diferencial usado para registro de vazão é identificado como FR.

- Um indicador de pressão e um pressostato conectado à saída de um transmissor de nível são

denominados LI e LS.

2°) quando as letras C e V forem utilizadas em conjunto a letra C(controlador) deve preceder

V(Válvula).

Exemplo:

- Válvula de controle Manual: HCV.

3º) Para cada função de um instrumento deverá ser colocado junto ao desenho círculos

concêntricos tangenciais.

Exemplo:

- Um controlador de temperatura com chave de nível alto como o da Figura 7.. O instrumento

pode ser designado como TIC/TSH-3.

Figura 7.5 – Controlador de temperatura com chave de nível alto.

4º) Todas letras devem ser maiúsculas.

5º) Deve-se utilizar no máximo quatro letras sendo que se o instrumento for indicador e

registrador de uma mesma variável o I pode ser omitido.

6º) Se mais de um instrumento possuir a mesma identificação em uma mesma malha pode-se

adicionar um sufixo.

Exemplo:

- FV-2A, FV-2B, etc.

- Registro de temperatura multiponto: TE-25-01, TE-25-02, TE-25-03, etc.

7°) Não é obrigatória a identificação de todos os elementos de uma malha.

64

7.4 Representação das Linhas de Instrumentação

Assim como os equipamentos de processos e os instrumentos as linhas de alimentação e de

sinais possuem simbologia e identificação adequadas conforme pode ser observado na Figura 7..

Figura 7.6 – Representação das linhas de instrumentação.

O tipo de suprimento é designado por duas letras acima da linha de alimentação. Na Tabela 7.4

pode ser observada a representação do tipo de suprimento e na Figura 7.22 um exemplo de

representação.

Tabela 7.4 – Representação do tipo de suprimento.

AS Air Supply ES Electric Supply GS Gás Supply HS Hydraulic Supply NS Nitrogen Supply SS Steam Supply WS Water Supply

Exemplo:

Figura 7.22 – Exemplo de representação do tipo de suprimento.

65

BIBLIOGRAFIA

SENSE – SENSORES E INSTRUMENTOS. Catálogo Geral 2002. São Paulo, 2002. ALLEN – BRADLEY. Catálogo Allen Bradley – Sensores. São Paulo, 2001. IOPE. Introdução Conceitual. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3i_introducao.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Termopares. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3ia1_termopares.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Termopar de Isolação Mineral. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3ib1_termopar_isolac_mineral.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Fios e Cabos de Extensão e Compensação. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3ic1_fios_e_cabos_de_extensao.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Acessórios dos Termopares, Características e Aplicações. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3id1_acess_dos_term_caract_aplic.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Tipos de Montagens. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3ie1_tipos%20de%20montagens.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Considerações Gerais Sobre os Termopares e os Cabos Compensados. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3if1_consid_gerais.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. IOPE. Termoresistências. Disponível em: <http://www.iope.com.br/3ig1_termoresistencias.htm>. Acesso em: 27 fev. 2008. CUNHA, Mauro André. Apostila de Sistemas de Controle – Módulo IV. Pelotas, 2005. 20p. VIANA, Ulisses Barcelos. Instrumentação Básica, Pressão e Nível. Vitória, 1999. 123p.