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XII Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA/CNPq .09 a 11 de julho de 2003. Manaus-Am. DESENVOLVIMENTO DE MODELOS RENDIMENTO E DESPERDÍCIO DE SERRARIAS DA CIDADE DE MANAUS PARA DIAGNOSTICAR MADEIRAS EM TRÊS Marcela Amazonas Cavalcanti (I), Claudete Catanhede do Nascimento (2), Celso Paulo de Azevedo (3) (1) Bolsista PIBIC/INPA/CNPq, (2) Pesquisadora INPA/CPPF, (3) Pesquisador EMBRAPA. A necessidade de um melhor aproveitamento da produção nas serrarias tem incentivado as Instituições de Pesquisas a solucionar o gargalo do setor..o rendimento, pois o desperdício de resíduos madeireiros é uma realidade que deve ser mudada. O volume serrado baseado no volume de tora ainda exige mais informações sobre o que de fato pode aumentar ou diminuir a produção. Diferentes proposições são levantadas a fim de estabelecer parârnetros seguros para justificar o rendimento das serrarias. Fatores desde as características da tora, passando pelo armazenamento, lay-out da serraria e condições de trabalho dos operadores são causas possíveis de classificar o aproveitamento da madeira (ESTEVES, 1992; BENCHIMOL, 1996; IWAKIRI, 1984; ZAVALA, 1994). Portanto, dado o panorama atual e a necessidade de minimizar o impacto ambiental, o presente trabalho visa caracterizar o desperdício das serrarias de Manaus e desenvolver modelos matemáticos que possam determinar o rendimento de espécies arbóreas amazônicas. Para diagnosticar os resíduos de três serrarias na cidade de Manaus, fez-se levantamento das registradas pelo SEBRAE. De posse da listagem fez visitas in lócus para verificar qual delas trabalhavam com desdobro, selecionando as mais produtivas. As espécies quantificadas foram 9 toras de Assacu (Hura crepitans) e 8 de tauari (Courataria ste!ata). A metodologia consistiu em pintar as extrimedade de cada tora com cores diferentes, para facilitar a verificação da produção final sem interferir na produção das Empresas, medindo-se o comprimento, a espessura da casca e diâmetro inferir e superior e das toras de acordo com a equação de Smalian. Apos a cubagem registrou-se as condições de funcionamento dos equipamentos utilizados no desdobro. A média do rendimento para assacu (Hura crepitans) foi de 54,4%, com mínimo de 38,6% e máximo de 99%. A porcentagem de casca foi de 2,55. A espécie obteve um aproveitamento dentro do esperado para folhosas porque: (1) o assacu é usado apenas para confecção de tábuas de azimbre, o que não exige qualidade; (2) o mercado a ser atendido é o local, o que também, por inexperiência dos consumidores, não cobra qualidade. Quando cubadas as peças, verificou-se que só de variação para espessura e largura, a perda foi de 0,057m e 37,26m respectivamente, resultando em R$ 39,18 de prejuízo, em média, por tora. Por não existir 201

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XII Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA/CNPq .09 a 11 de julho de 2003. Manaus-Am.

DESENVOLVIMENTO DE MODELOSRENDIMENTO E DESPERDÍCIO DESERRARIAS DA CIDADE DE MANAUS

PARA DIAGNOSTICARMADEIRAS EM TRÊS

Marcela Amazonas Cavalcanti (I), Claudete Catanhede do Nascimento (2), Celso Paulo deAzevedo (3)

(1) Bolsista PIBIC/INPA/CNPq, (2) Pesquisadora INPA/CPPF, (3) Pesquisador EMBRAPA.

A necessidade de um melhor aproveitamento da produção nas serrarias tem

incentivado as Instituições de Pesquisas a solucionar o gargalo do setor..o rendimento, pois o

desperdício de resíduos madeireiros é uma realidade que deve ser mudada. O volume serrado

baseado no volume de tora ainda exige mais informações sobre o que de fato pode aumentar

ou diminuir a produção. Diferentes proposições são levantadas a fim de estabelecer

parârnetros seguros para justificar o rendimento das serrarias. Fatores desde as características

da tora, passando pelo armazenamento, lay-out da serraria e condições de trabalho dos

operadores são causas possíveis de classificar o aproveitamento da madeira (ESTEVES, 1992;

BENCHIMOL, 1996; IWAKIRI, 1984; ZAVALA, 1994). Portanto, dado o panorama atual e

a necessidade de minimizar o impacto ambiental, o presente trabalho visa caracterizar o

desperdício das serrarias de Manaus e desenvolver modelos matemáticos que possam

determinar o rendimento de espécies arbóreas amazônicas. Para diagnosticar os resíduos de

três serrarias na cidade de Manaus, fez-se levantamento das registradas pelo SEBRAE. De

posse da listagem fez visitas in lócus para verificar qual delas trabalhavam com desdobro,

selecionando as mais produtivas. As espécies quantificadas foram 9 toras de Assacu (Hura

crepitans) e 8 de tauari (Courataria ste!ata). A metodologia consistiu em pintar as

extrimedade de cada tora com cores diferentes, para facilitar a verificação da produção final

sem interferir na produção das Empresas, medindo-se o comprimento, a espessura da casca e

diâmetro inferir e superior e das toras de acordo com a equação de Smalian. Apos a cubagem

registrou-se as condições de funcionamento dos equipamentos utilizados no desdobro. A

média do rendimento para assacu (Hura crepitans) foi de 54,4%, com mínimo de 38,6% e

máximo de 99%. A porcentagem de casca foi de 2,55. A espécie obteve um aproveitamento

dentro do esperado para folhosas porque: (1) o assacu é usado apenas para confecção de

tábuas de azimbre, o que não exige qualidade; (2) o mercado a ser atendido é o local, o que

também, por inexperiência dos consumidores, não cobra qualidade. Quando cubadas as peças,

verificou-se que só de variação para espessura e largura, a perda foi de 0,057m e 37,26m

respectivamente, resultando em R$ 39,18 de prejuízo, em média, por tora. Por não existir

201

XII Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPNCNPq .09 a II de julho de 2003 • Manaus-Am.

uma norma de classificação de madeira serrada para mercado local e o maquinário ser

ultrapassado, ocorre uma variação grande nas dimensões, o que afeta diretamente o

rendimento. Quanto ao diâmetro, estudos mais aprofundados fazem-se necessários para

estabelecer quais a faixa que influencia no aproveitamento da tora, pois ao analisar os dados,

notou-se que uma certa diferença entre diâmetros inferior e superior pode não ser significativo

para o volume final serrado e que nem sempre é verdadeiro afirmar que quanto maior o

diâmetro, maior será o rendimento. Para a espécie tauari, a média do aproveitamento foi de

56%, variando de 14%, porque tinha 33cm de ocosidade, a 95%. Quanto à análise das

serrarias, cada uma estabelece um método de desdobro e a falta de controle de qualidade é

constante. Um fator visto em uma das serrarias que causa dúvida sobre a eficiência é o caso

das peças serem selecionadas segundo um classificador de apenas 06 meses de experiência

que trabalha 8 horas por dia executando o mesmo trabalho. Pode-se concluir, de acordo com

as figuras 1 e 2, que não há proporcionalidade entre diâmetro e rendimento em ambas as toras

analisadas, porque não é este fator isolado que determina o aproveitamento da tora. A

sanidade e a qualidade da tora devem ser consideradas ao se pensar em rendimento das

espécies arbóreas amazônicas. Este trabalho terá continuidade com maior número de amostra

para as espécies citadas.

120~ 100c 80oc 60CI>

E 40-g 20CI>a: o

-+-Dmin__ Ren

4 5 6

Toras

Figura 1. Rendimento do tauari

i------~

120~ 100ê 80~ 60CI>

E 40-g 20CI>

I a: o

l T_o_ra_s_. J2 3 4

Figura 2. Rendimento do assacu

Bibliografia:

BENCHIMOL, Isaac Sidney. Técnicas de Desdobro e Produtividade da Floresta Amazônicaem Madeira Serrada. Piracicaba/SP: ESALQ, 1996. Dissertação, Escola Superior deAgricultura Luis de Queiroz, 1996.

ESTEVES, Alberto Wilson dos santos. Relatório Técnico do Processamento de Toras entreSerrarias de Médio e Pequeno Porte. Manaus/AM: UTAM, 1992. Monografia, Institutode Tecnologia da Amazônia, 1992.

IWAKIRI, Setsuo. Rendimento e Condições de desdobro de algumas Espécies de Madeirasda Amazônia. Manaus: INPA/CPPF, 13p, 1984.

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