desenho técnico para engenharia - ufc

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Pr - UFC - SOBRAL DESENH rofessor Wendley Souza HO TECNICO PARA ENGEN NHARIA

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Page 1: Desenho Técnico para Engenharia - UFC

Professor Wendley Souza

- UFC -SOBRAL

DESENHO

Professor Wendley Souza

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

ENGENHARIA

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Produção e organização de

Aderaldo Ricarte Guedes

Gélyson Dias Uchôa

Wendley Souza da Silva

Contatos:

www.wendley.com

[email protected]

QR-Codes:

Sobral, dezembro de 2008

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Índice UNIDADE 1

AULA 01 ......................................................................................................................... 4

1. Introdução ao curso ................................................................................................... 5 2. Materiais necessários ................................................................................................. 5 3. Definições básicas ...................................................................................................... 6 3.1. O que é “visão espacial”? ................................................................................... 6 3.2. O desenho (técnico) e a Engenharia .................................................................. 6 AULA 02 ......................................................................................................................... 8

4. Classificação dos desenhos ........................................................................................ 9 4.1. Classificação ...................................................................................................... 11 5. Formatação do papel ............................................................................................... 11 6. Normas técnicas brasileiras – ABNT ..................................................................... 12 UNIDADE 2

AULA 03 ....................................................................................................................... 15

7. Legendas ................................................................................................................... 16 UNIDADE 3

AULA 04 ....................................................................................................................... 18

8. Conceito de Projeção ............................................................................................... 19 9. Elementos da projeção ............................................................................................ 19 10. Classificação das Projeções ................................................................................... 20 11. Épura ...................................................................................................................... 25 AULA 05

12. Vistas principais ..................................................................................................... 27 Exercícios resolvidos ............................................................................................. 29 Exercícios propostos ............................................................................................. 29 13. Comparações entre as Projeções do 1° e do 3° Diedros ..................................... 31 14. Vistas auxiliares ..................................................................................................... 32 15. Representação de detalhes repetitivos ................................................................. 34 Exercícios resolvidos .............................................................................................. 35 AULA 06 ....................................................................................................................... 36

16. Perspectiva cilíndrica ortogonal ........................................................................... 37 17. Processo do sólido envolvente ............................................................................... 37 Exercício proposto ................................................................................................. 37

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AULA 07 ....................................................................................................................... 39

18. Cotagem .................................................................................................................. 40 Verificando o entendimento ................................................................................... 41 19. Cortes ...................................................................................................................... 43 Exercícios resolvidos .............................................................................................. 45 UNIDADE 4

AULA 08 ....................................................................................................................... 46

20. Introdução .............................................................................................................. 47 21. Tela de abertura ..................................................................................................... 48 22. Comandos iniciais .................................................................................................. 48 Exercício proposto ................................................................................................. 56 AULA 09 ....................................................................................................................... 57

23. Sistemas de coordenadas ....................................................................................... 58

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NOTA DE AULA No. 01

UNIDADE 1 Introdução

AULA Introdução ao curso, materiais necessários e definições básicas

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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1. Introdução ao curso

Apresentação e discussão do plano de ensino da disciplina. Sistema de avaliação e notas.

2. Materiais necessários

Com o uso cada vez mais freqüente do computador no auxílio na elaboração de desenho, parte dos instrumentos convencionais deixou de ser usado. Apenas alguns deles ainda continuam sendo úteis na preparação de rascunhos e esboços. A seguir listamos aqueles ainda úteis: _ Lápis 0,5 ou 0,7mm HB; _ Borracha; _ Compasso; _ Transferidor; _ Par de esquadros simples; _ Régua graduada (preferencialmente escalímetro) Estes instrumentos devem ser adquiridos por cada aluno. Neste tópico, serão apresentados alguns dos instrumentos, acessórios e materiais convencionais (Figura 1), com comentários sobre seus usos atualmente, após o surgimento de meios computacionais usados com a mesma finalidade e os instrumentos, acessórios e materiais utilizados atualmente.

Figura 1

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3. Definições básicas

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura.

Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exigem treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.

Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana.

Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial. 3.1. O que é “visão espacial”? Visão espacial é um ‘dom’ que, em princípio, todos temos; dá a capacidade de percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto.

Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado carro, da sua casa etc. Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.

Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade para entender as formas espaciais a partir das figuras planas.

A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados. 3.2. O desenho (técnico) e a Engenharia Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a viabilização de boas idéias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos.

Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que podem substituir cálculos complicados. Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenheiro, pois, além do aspecto da linguagem gráfica que permite que as idéias

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concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização.

Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender de uma forma ou de outra, do desenho técnico.

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NOTA DE AULA No. 02

UNIDADE 1 Introdução

AULA Classificação dos desenhos, formatação do papel e normas técnicas brasileiras

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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4. Classificação dos desenhos

O desenho não é necessariamente um fim em si mesmo, podendo vir a assumir uma função. Entre as várias modalidades de desenho, incluem-se:

• Desenho técnico - Uma forma padronizada e normatizada de desenho, voltado à representação de peças, objetos e projetos inseridos em um processo de produção.

• Desenho arquitetônico - Desenho voltado especialmente ao projeto de arquitetura.

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• Ilustração - Um tipo de desenho que pretende expressar alguma informação, normalmente acompanhado de outras mídias, como o texto.

• Croquis ou esboço - Um desenho rápido, normalmente feito à mão sem a ajuda de demais instrumentos que não propriamente os de traçado e o papel, feito com a intenção de discutir determinadas idéias gráficas ou de simplesmente registrá-las. Normalmente são os primeiros desenhos feitos dentro de um processo para se chegar a uma pintura ou ilustração mais detalhada.

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4.1. Classificação

O desenho técnico é classificado: quanto aos aspectos geométricos, quanto ao grau de elaboração, quanto ao grau de pormenorização, quanto ao material empregado, quanto à técnica de execução e quanto ao modo de obtenção.

Aspectos Geométricos

Quanto aos aspectos geométricos, o desenho técnico se classifica em desenho projetivo: vistas ortográficas e perspectivas; desenho não projetivo: diagramas, esquemas, ábacos ou nomograma, fluxogramas, organogramas e gráficos;

Grau de Elaboração

Quanto ao grau de elaboração, o desenho técnico se classifica em esboço, desenho preliminar, croqui e desenho definitivo.

Grau de Pormenorização

Quanto ao grau de pormenorização, o desenho técnico se classifica desenho de componente, desenho de conjunto e detalhe.

Material Empregado

Quanto ao material empregado, o desenho técnico se classifica em desenho a lápis, desenho a giz, desenho a lápis a carvão, desenho com computador ou com outro material adequado.

Técnica de Execução

Quanto à técnica de execução, o desenho técnico se classifica em desenho à mão livre, com instrumentos ou à máquina.

Modo de Obtenção

Quanto ao modo de obtenção, o desenho técnico se classifica em original e reprodução.

5. Formatação do papel

Os formatos de papel para a execução dos desenhos técnicos são padronizados. A série mais usada de formatos é originária da Alemanha e conhecida como série DIN-A (Deutsch Industrien Normen-A), cuja base é o formato A0 (A no. Zero), constituído por um retângulo de 841 mm x 1189 mm = 1m², aproximadamente.

O padrão internacional: ISO 216

O padrão internacional para tamanho de papéis ISO 216 é baseado no padrão alemão DIN. Partindo do sistema métrico, o formato-base é uma folha de papel medindo 1m² de área (A0). O grande trunfo é a proporção entre os lados do papel, a mesma em todos os tamanhos do padrão, aproximadamente igual a 1 (raiz quadrada de 2, igual a 1,4142…), que tem a propriedade de se manter quando a folha é cortada pela metade ou dobrada. Sucessivos cortes definem a série A de tamanhos A1, A2, A3, A4…, cujas medidas são arredondadas na ordem dos milímetros.

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Manter a mesma proporção entre diferentes tamanhos, propriedade inexistente nos formatos tradicionais de papel, facilita a ampliação e redução de um tamanho para o outro e a confecção de folhetos e brochuras com duas páginas em cada folha, na qual o tamanho do papel deve ser na série, de uma ordem acima do tamanho da página, p.ex., folhas A3 são dobradas para fazer brochuras A4.

Onde vigora o padrão ISO, a grossura e densidade de um papel são expressas em gramas por metro quadrado (g/m²), unidade batizada de gramatura e padronizada na norma ISO 536. Gramaturas comuns no dia-a-dia são 75g/m² e 90g/m².

FORMATO DIN / ISO 216

Série Principal

(Medidas em mm)

Símbolos Dimensões

A 0 841 x 1189

A 1 594 x 841

A 2 420 x 594

A 3 297 x 420

A 4 210 x 297

A 5 148 x 210

A 6 105 x 148

A 7 74 x 105

A 8 52 x 74

A 9 37 x 52

A 10 26 x 37

A 11 18 x 26

A 12 13 x 18

6. Normas técnicas brasileiras - ABNT

NBR 6409 – Tolerâncias geométricas – Tolerâncias de forma, orientação, posição e batimento – generalidades, símbolos, definições e indicação em desenho. Objetivo: Esta Norma estabelece os princípios gerais para indicação das tolerâncias de forma, orientação, posição e batimento, e, ainda, as definições geométricas apropriadas.

NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura

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Objetivos: a) Esta Norma fixa as condições exigíveis para a representação gráfica de projetos de arquitetura, visando a sua boa representação; e b) Esta Norma não abrange critérios de projeto, que são objeto de outras normas ou legislação específicas de municípios ou estados.

NBR 7191 – Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado Objetivo: Esta Norma fixa as condições especiais que devem ser observadas na execução de desenhos técnicos para obras de concreto simples e armado. As condições gerais e os significados nesta Norma são fixados pela NBR 5984.

NBR 8196 – Emprego de escalas em desenho técnico Objetivo: Esta norma fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas designações desenhos técnicos e documentos semelhantes.

NBR 8402 – Execução de caráter para escrita em desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes.

NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Largura das linhas Objetivo: Esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes.

NBR 8404 – Indicação do estado de superfície em desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa os símbolos e indicações complementares para a identificação do estado de superfície em desenhos técnicos.

NBR 10067 - Princípios grais de representação em desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa a forma de representação aplicada em desenho técnico.

NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões Objetivos: a) Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos; e b) Esta Norma apresenta também o leiaute da folha do desenho técnico.

NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para a localização e disposição do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos conteúdos, nas falhas de desenho técnico.

NBR 10647 – Desenho técnico

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Objetivo: Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico.

NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos.

NBR 12298 - Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para representação de áreas de corte em desenho técnico

NBR 13142 – Dobramento de cópia de desenho técnico Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópias de padrão de desenho técnico.

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Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO

NOTA DE AULA No. 03

UNIDADE 2

Desenho à mão livre

AULA Legendas

Professor Wendley Souza

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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ENGENHARIA

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7. Legendas

Na maior parte das legendas dos desenhos técnicos, empregam-se as letras de traço simples. Levando em consideração a conhecida ilusão de ótica, segundo a qual uma linha horizontal situada no meio de um retângulo aparenta estar mais abaixo, as letras B, E, K, S, X, A e os números 3 e 8 serão sempre desenhados com a parte superior menor que a inferior.

A habilidade no traçado das letras só é obtida pela prática contínua e com perseverança. Não é, pois, uma questão de talento artístico ou mesmo de destreza manual.

O primeiro requisito para o traçado das letras é a maneira correta de segurar o lápis ou lapiseira. A pressão deve ser firme e uniforme sobre o lápis, mas sem calçá-lo, a fim de não produzir sulcos no papel. A ponta do grafite deve estar a uma distância dos dedos de aproximadamente 1/3 do comprimento do lápis. Desta maneira, a mão desliza com mais suavidade e evita pressões exageradas no papel.

Na execução das letras e algarismos são utilizadas pautas traçadas levemente, com um lápis bem apontado. Estas pautas são constituídas de três linhas paralelas. Uma para a base da letra, outra para a parte superior das maiúsculas e a terceira para a parte superior das minúsculas.

A prática do desenho de letras e algarismos deve ser executada em períodos de curta duração, mas freqüentes.

Toda folha desenhada deve possuir no canto inferior direito' um quadro destinado à legenda, constando do mesmo, além do título do desenho, as indicações necessárias à sua interpretação.

Da legenda devem constar as seguintes Indicações, além de outras julgadas convenientes: nome da repartição, firma ou empresa; título do desenho; escalas; unidades em que são expressas as dimensões; número da folha, para classificação e arquivamento; datas e assinaturas dos responsáveis pela execução; verificação e aprovação; indicação de "substitui a" ou "substituído por", quando for o caso.

Temos a seguir um quadro que mostra as dimensões recomendadas para alguns formatos de papel:

Formatos Largura Altura A0, A1 e A2 175 50 A2, A3 e A4 120 35

A4 e A5 90 25

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NOTA DE AULA No. 04

UNIDADE 3

Desenho com instrumentos

AULA Sistemas de projeções

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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8. Conceito de Projeção

Representação de um objeto num plano, segundo Aurélio Buarque de Holanda. A linguagem falada ou escrita, em muitos casos, carece de clareza, como é o caso da definição acima. O conceito fica mais claro com a ilustração gráfica mostrada na Figura 1.1 abaixo.

Imaginemos o ponto (A) no espaço e o observador (O), também no espaço, olhando para o para o ponto (A). Prolongando-se o segmento de reta (O) (A), este intercepta o plano (a) no ponto A. O ponto A é a representação do ponto (A) no plano (a), portanto, sua projeção. Observe a seguinte convenção:

• Uma letra entre parêntese representa um objeto no espaço. (A), por exemplo; • Uma letra sem parêntese representa a projeção de um objeto no plano. A, por exemplo.

9. Elementos da projeção

É fundamental definir os elementos da projeção, visto que a classificação das projeções depende do arranjo geométrico desses elementos. Diferentes arranjos dão origem a diferentes tipos de projeção;

(A) ⇒ É o ponto de espaço a ser representado no plano (a);

(O) ⇒ É o observador no espaço;

A ⇒ É a projeção do ponto (A);

(O)(A) ⇒ É a projetante ou raio visual;

(a) ⇒ É o plano de projeção.

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10. Classificação das Projeções

A Figura 1.2 mostra as projeções de dois objetos representados pelos segmentos de reta (A) (B) e (C) (D). Na Figura 1.2(a) o observador se encontra a uma distância

finita do plano (a), resultando na projeção cônica. Na Figura 1.2(b), o observador está a uma distância infinita do plano de projeção (a), fazendo com que as projetantes se tornem paralelas, na direção (d), resultando na projeção cilíndrica ou paralela. Percebe-se que arranjos diferentes dos elementos que compõem a projeção resultam em projeções diferentes. Desta forma, alterando-se as posições relativas destes elementos, pode-se chegar à classificação das projeções mostrada no Quadro 1.1.

Como foi visto, a diferença entre a projeção cônica e a paralela (ou cilíndrica) é a distância do observador (O) ao plano de projeção (a). A diferença entre a projeção oblíqua e a ortogonal é a inclinação das projetantes em relação ao plano de projeção (a). Na projeção paralela oblíqua, as projetantes são inclinadas em relação ao plano de projeção (a), como ostra a Figura 1.3(a). Na projeção paralela ortogonal, as projetantes são perpendiculares ao plano de projeção (a), como mostra a Figura 1.3(b). Projeção Oblíqua

A projeção oblíqua se classifica em cavaleira, militar e outros tipos de projeção. Nesta disciplina, estudaremos apenas as projeções oblíquas cavaleira e militar. A diferença entre as projeções cavaleira e militar é que, no caso da projeção cavaleira, a projeção se dá no plano vertical, e no caso da projeção militar, a projeção se dá no plano horizontal. Em ambas, o objeto (sólido envolvente) tem uma face paralela ao plano de projeção.

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Projeção Ortogonal

Como mostra o Quadro 1.1, a projeção ortogonal se classifica em vistas ortográficas, projeções cotadas, projeção mongeana e axonometria. Esta se classifica em isometria, dimetria e trimetria.

Vistas Ortográficas

Figuras resultantes de projeções paralelas ortogonais do objeto sobre planos de projeção,

convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão, a forma do mesmo com

seus detalhes. Neste tipo de projeção, o objeto (sólido envolvente) tem suas faces paralelas

aos planos de projeção. A Figura 1.4 mostra um exemplo de projeção paralela ortogonal (vista

ortográfica), onde é usado apenas um plano de projeção.

Projeções Cotadas

Figuras resultantes da projeção paralela ortogonal de um objeto sobre um único plano. Neste

tipo de projeção, o objeto fica representado por sua projeção no plano e um número junto à

projeção. Este número é a cota do objeto, ou seja, a distância do objeto ao plano.

A Figura 1.5 ilustra este conceito.

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Projeções Mongeanas

Figuras resultantes da projeção de um objeto em dois planos ortogonais. A Figura 1.6 ilustra este conceito.

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Axonometria

É o tipo de projeção paralela ortogonal em que o objeto fica representado por sua projeção

em um único plano e que o objeto (sólido envolvente) não tem nenhuma de suas faces

paralela ao plano de projeção. Ela se classifica em isometria, dimetria e trimetria. A Figura 1.7

ilustra este conceito.

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Axonometria Isométrica

A axonometria é isométrica quando as três faces do objeto (sólido envolvente) formam ângulos iguais com o plano de projeção (_).

Axonometria Dimétrica

A axonometria é dimétrica quando apenas duas faces do objeto (sólido envolvente) formam ângulos iguais com o plano de projeção (_).

Axonometria Trimétrica

A axonometria é trimétrica quando as três faces do objeto (sólido envolvente) formam ângulos diferentes com o plano de projeção (_).

11. Épura

Épura é uma técnica de representação geométrica bidimensional para formas tridimensionais. A épura é muito usada em Geometria descritiva e em Desenho técnico, para representar com precisão o volume de um sólido.

A técnica da épura consiste em projetar, sobre dois planos bissetores dispostos ortogonalmente, as projeções horizontal e vertical do objeto, por meio de pontos correlacionados nos dois planos. As coordenadas dos pontos projetados (chamadas de abscissa, cota e afastamento) são marcadas entre os planos e a linha de terra ou charneira (intersecção entre os planos) para identificar onde o ponto de fato se localiza no objeto.

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NOTA DE AULA No. 05

UNIDADE 3

Desenho com instrumentos

AULA Vistas Principais e Auxiliares

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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12. Vistas principais

As formas de alguns objetos necessitam, para uma exata visualização, de mais de duas projeções. Por isso, o desenho técnico utiliza o chamado sólido envolvente, que é um paralelepípedo composto pelos dois planos pertencentes aos diedros e mais outros quatro, com o propósito de possibilitar sei projeções, ao invés de somente duas.

As projeções nestes planos são chamadas de vistas ortográficas. São elas: de frente, a superior, a lateral direita, a lateral esquerda, a inferior e a posterior.

O objeto será colocado no interior do sólido envolvente, para se obter as projeções. Nesta ocasião, a vista de frente deve ser a principal. Esta vista, projetada no plano vertical, que fica imóvel na planificação, reforça mais ainda sua escolha, para comandar a posição das outras vistas.

Por esta razão, quando se pensa obter as vistas ortográficas de um objeto, é conveniente que se faça uma análise criteriosa do mesmo, a fim de que se eleja a melhor posição para a vista de frente.

Para a escolha, esta vista deve ser:

a) Aquela que mostre a forma mais característica do objeto; b) A que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é encontrado, isoladamente ou em conjunto; c) Se os critérios acima continuarem insuficientes, escolhe-se a posição que mostre a maior dimensão do objeto e possibilite o menor número de linhas invisíveis nas outras vistas.

Obtidas as vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados com linha grossa contínua. As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo observador, por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam a frente, são representados por linha média tracejada (linha invisível).

Escolha das vistas... Nem sempre será necessário fazer seis vistas para representar qualquer objeto. Porém, quaisquer que sejam as vistas utilizadas, as suas posições relativas obedecerão às disposições definidas pelas vistas principais. Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista superior e uma das vistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o objeto desenhado.

No 1º diedro é mais difundido o uso da vista lateral esquerda, resultando no conjunto preferencial composto pelas vistas de frente, superior e lateral esquerda, que também são chamadas, respectivamente, de elevação, planta e perfil.

Não importa o número de vistas utilizadas, o que importa é que o desenho fique claro e objetivo.

O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla interpretação.

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Projeções ortogonais no 1º diedro

Projeções ortogonais no 3º diedro

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Exercícios resolvidos:

Exercícios propostos:

Dadas as perspectivas faça o esboço das três vistas que melhor representam as peças. Para desenvolver a visão espacial todo o esforço deve ser concentrado na automação do raciocínio para os rebatimentos convencionados do 1º diedro. A automação do raciocínio para os rebatimentos significa que, quando se olha para um conjunto de vistas deve-se, automaticamente, estar associando (enxergando) a peça, ou as superfícies que a compõem, em suas diferentes posições.

Page 31: Desenho Técnico para Engenharia - UFC

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Na maioria das vezes não se consegue enxergar todos os detalhes da peça, mas é possível analisar individualmente cada superfície, e entender suas posições espaciais em cada vista.

Visando ajudar o desenvolvimento da visão espacial, os exercícios propostos devem ser resolvidos seguindo a seguinte metodologia:

1. Considerando a direção indicada, olhando para a perspectiva, faça o desenho da vista de frente;

2. Não se esqueça que o desenho da vista de frente, apesar de ser bidimensional, representa uma peça tridimensional e existe uma terceira dimensão que está escondida pelas projeções ortogonais;

3. Olhando para a vista de frente, mas com o sentimento da forma espacial da peça, sem olhar para as perspectivas, faça a vista superior.

4. Confira as duas vistas com a perspectiva dada; e

5. Também sem olhar para a perspectiva, a partir da vista de frente, desenhe a vista lateral mais conveniente.

Tome como vistas de frente as direções indicadas e, analisando cuidadosamente os rebatimentos, faça o esboço das seis vistas principais de cada peça dada abaixo:

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13. Comparações entre as Projeções do 1° e do 3° Diedros

Visando facilitar o estudo e o entendimento dos dois sistemas de projeções ortogonais, normalizados como linguagem gráfica para o desenho técnico, serão realçadas as diferenças e as coincidências existentes entre o 1º e o 3º diedros a seguir.

1. Quanto à vista de frente:

Tanto no 1° como no 3° diedro, deve-se escolher como frente o lado que melhor representa a forma da peça, respeitando sua posição de trabalho ou de equilíbrio.

2. Quanto às posições relativas das vistas:

A figura abaixo mostra as vistas principais do 1° e do 3° diedros. Para facilitar a comparação, nos dois casos, a vista de frente corresponde ao mesmo lado do objeto. Como é mantida a mesma frente, conseqüentemente, todas as outras vistas são iguais, modificando somente as suas posições relativas.

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Observem que no 1º diedro, olha-se a peça por um lado e desenha-se o que se está vendo do outro lado, enquanto no terceiro diedro, o que se está vendo é desenhado no próprio lado donde se está olhando a peça.

14. Vistas auxiliares

Devido à utilização de projeções ortogonais, em nenhuma das vistas principais as superfícies inclinadas aparecem representadas em suas verdadeiras grandezas. A figura abaixo mostra três vistas de um objeto com superfície inclinada, observe que em nenhuma das três vistas aparece, em verdadeira grandeza, a forma da parte inclinada do objeto.

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A representação da forma e da verdadeira grandeza de uma superfície inclinada só será possível fazendo a sua projeção ortogonal em um plano paralelo à parte inclinada. Ou seja, faz-se o tombamento da peça perpendicularmente à superfície inclinada, como mostrado abaixo:

O rebatimento mostrado na Figura 7.2 é resultante da projeção ortogonal em um plano auxiliar paralelo à face inclinada do objeto e perpendicular ao plano que recebeu a projeção da vista de frente. A projeção feita no plano auxiliar é chamada de vista auxiliar.

As vistas auxiliares são empregadas para mostrar as formas verdadeiras das superfícies inclinadas contidas nos objetos representados.

Como o desenho técnico tem como objetivo representar com clareza as formas espaciais dos objetos, não tem sentido prático desenhar as partes das vistas que aparecem com dimensões fora das suas verdadeiras grandezas. Desta forma, a ABNT recomenda a utilização de vistas parciais, limitadas por linhas derupturas, que representam somente as partes que aparecem as formas verdadeiras dos objetos, conforme mostrado mais abaixo.

As vistas auxiliares, como são localizadas em posições diferentes das posições resultantes das vistas principais, devem ter o sentido de observação indicado por uma seta designada por uma letra, que será usada para identificar a vista resultante daquela direção.

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As vistas auxiliares, além de representar a forma do objeto com maior clareza, permitem que as cotas sejam referenciadas às verdadeiras grandezas das dimensões cotadas:

15. Representação de detalhes repetitivos

Os detalhes ou elementos que aparecem repetidamente nos objetos podem ser representados de forma simplificada, conforme mostrado na figura abaixo. A quantidade e a especificação dos detalhes ou elementos repetidos são feitas na cotagem ou por anotações específicas.

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Exercícios resolvidos

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NOTA DE AULA No. 06

UNIDADE 3

Desenho com instrumentos

AULA Perspectivas

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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16. Perspectiva cilíndrica ortogonal

Perspectiva é o desenho que mostra os objetos da maneira como eles são vistos, na realidade.

A rigor, a visualização esta não se consegue, porque este desenho é feito com um ponto de vista e lançado sobre uma superfície plana, enquanto que a imagem real é binocular e obtida numa superfície curva do olho.

Nesse contexto, perspectiva passa ser, então, representar objetos sobre uma superfície plana, chamada quadro. A técnica da perspectiva fundamenta-se em procedimentos tais, que a imagem final se aproxima o mais possível da realidade e a sua obtenção se faz coerentemente com os sistemas usuais de projeção.

O sistema de projeção usado até agora foi o cilíndrico ortogonal e o princípio que norteia o estudo da perspectiva neste sistema baseia-se na projeção do objeto sob diversas inclinações.

17. Processo do sólido envolvente

Dadas as vistas principais de um objeto, parte-se de um ponto que representa o vértice frontal do sólido envolvente e traçam-se os três eixos, que farão entre si ângulos de 120º.

Em seguida, constrói-se o paralelepípedo com as maiores dimensões de comprimento, largura e altura, segundo a visibilidade desejada para os três planos.

Analisando as vistas ortográficas, fazem-se cortes no sólido envolvente de acordo com as formas e dimensões dadas nas referidas vistas, adaptando, separadamente, cada vista no seu plano, até que se tenha o objeto desejado.

Exercício proposto: A partir das seguintes vistas, desenhe isometricamente os objetos utilizando escala 1:1

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NOTA DE AULA No. 07

UNIDADE 3

Desenho com instrumentos

AULA Cotagem e cortes

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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18. Cotagem

Geralmente, por ocasião da fabricação é necessário fornecer ao operário a forma e as dimensões do objeto a ser fabricado. Estes dados, imprescindíveis à execução, servirão também para a verificação da obra, através do chamado controle de qualidade.

As dimensões mostradas no D.T. recebem o nome de cota e a técnica de lançá-las é chamada de cotagem ou dimensionamento. As cotas são colocadas dentro ou fora dos desenhos, com a máxima de clareza. A linha de cota é fina e traçada sempre paralela à dimensão representada.

É importante ressaltarmos ainda que as cotas horizontais são registradas da esquerda para a direita; as verticais, de baixo para cima e as inclinadas, de modo a facilitar a leitura.

Algumas regras básicas de cotagem (tópicos)

1. Cotas menores devem ficar no interior das maiores

2. As cotas são expressas em mm, sem a necessidade da apresentação da unidade. Caso queiramos inserir uma cota em outra unidade, devemos tornar o símbolo da unidade explícito

3. Linhas de centro de circunferências podem ser usadas como linhas de extensão, mas nunca como linhas de cota

4. Temos 5 formas de expressar cotas em circunferências (sempre referenciando-se o diâmetro)

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5. Arcos de circunferências são cotados pelo raio, com única seta (sempre com centro indicado)

6. Existem 3 formas de cotagem em chanfros

7. Cotagem de ângulo

8. Cotagem de raios cujo centro estão fora do desenho

9. Sinais ø ∆ □

Verificando o entendimento

1º)

Analise o desenho anterior e determine as dimensões básicas:

a) comprimento da peça? b) largura da peça? c) altura da peça?

Resposta:

Para obter a cota do comprimento, você deve ter somado: 52 +12 + 12 = 76. Para obter a cota da largura, você deve ter somado: 12 + 12 = 24. E, finalmente, para obter a cota da altura da peça você deve ter somado: 20 + 15 = 35.

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2º)

Escreva as cotas pedidas do objeto anterior:

a) comprimento, altura e espessura da peça? b) diâmetro dos furos? c) cotas indicadas a partir da face de referência A: ....., ......, ....., ......? d) cotas indicadas a partir da face de referência B: ....., ....., ....., .....? e) cotas de localização do recorte?

Respostas: a) 65 mm, 30 mm e 5 mm b) 6 mm c) 10 mm, 25 mm, 40 mm, 50 mm d) 10 mm, 15 mm, 20 mm; e) 50 mm e 15 mm

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19. Cortes

Nem sempre objetos representados por vistas ortográficas são facilmente interpretados (geralmente devido a detalhes internos).

Quando estes detalhes são importantes para a fabricação, é conveniente que se tornem visíveis.

Para tanto, usa-se a técnica do corte, que é a representação, onde uma das partes do objeto é supostamente cortada e removida.

Hachuras

A finalidade das hachuras é indicar as partes maciças, evidenciando as áreas de corte. São constituídas de linhas finas, eqüidistantes e traçadas a 45° em relação aos contornos ou aos eixos de simetria da peça, conforme mostra a figura abaixo:

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Quando a área a ser hachurada for muito grande pode-se colocar as hachuras acompanhando os contornos da peça.

Havendo necessidade de fazer qualquer inscrição na área hachurada, devem-se interromper as hachuras para deixar bem nítida a inscrição feita, como mostra a figura.

Convenções complementares

Existem normas específicas que permitem a utilização das hachuras para indicar o tipo do material da peça. A figura abaixo mostra algumas hachuras convencionadas para representar o tipo de material utilizado na construção da peça.

Tipos de cortes

- Pleno ou total - Meio-corte

- Parcial

Eixos, parafusos, nervuras, porcas, rebites, arruelas, polias etc., não devem ser hachurados, mesmo quando situados na linha de corte.

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Exercícios resolvidos

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NOTA DE AULA No. 08

UNIDADE 4

CAD

AULA Comandos I

Professor Wendley Souza

UFC -SOBRAL

DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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20. Introdução

Sendo o AutoCAD um programa com grande número de comandos e opções, e considerando sua interface não muito amigável, além destas notas de aula, é altamente recomendável que prestem bastante atenção na explicações que com certeza muitos "truques" e dicas farão diferença na produtividade e na qualidade de seus serviços.

Alguns conceitos básicos

CAD - A sigla CAD vem do inglês "Computer Aidded Design" que significa Desenho Assistido por Computador. Na verdade são programas (softwares) para computador específico para geração de desnhos e projetos.

CAE – “Computer Aidded Enginner” – Esse por seguinte é uma etapa que realiza em “protótipos”, exercer em desenhos virtuais as cargas e esforços cuja tal peça vai sofrer em seu o trabalho ou sua utilização.

CAM - A sigla CAM também vem do inglês "Computer Aidded Manufacturing" que significa Fabricação Assistida por Computador. Esse um passo posterior ao CAD, (na Mecânica) se caracteriza pela geração de códigos específicos interpretáveis por máquinas operatrizes utilizadas na fabricação de peças.

GIS – (Geografic Information Sistem” Sistema de geoprocessamento – Sistema para processar e gerar imagens cartográficas, mapeamento e elaboração de bases cartográficas e bancos de dados.

AutoCAD - O AutoCAD é um programa (software), que se enquadra no conceito de tecnologia CAD é utilizado mundialmente para a criação de projetos em computador. Na verdade, AutoCAD é o nome de um produto, assim como Windows, Office (Word, Excel,...), etc. Existem outros softwares de CAD como MicroStation, VectorWorks, IntelligentCad; para modelamento tridimensional e paramétricos como Catia, Pro Engineer, Solid Works, Solid Edges, etc.

Autodesk - Autodesk é o nome da empresa que desenvolve e comercializa o AutoCAD.

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21. Tela de abertura

Tela principal do aplicativo. Durante alguns poucos segundos, a depender da velocidade de processamento e memória disponível na máquina em uso, o AutoCAD carregará os módulos de inicialização. Finalizada esta etapa, encontramos:

Logo que o AutoCAD conclui o processo de inicialização, este fica disponível para as entradas de comandos via teclado ou desenhos por meio do mouse.

Antes de prosseguirmos aos comandos iniciais, é interessante observarmos que após a digitação de um comando, é imprescindível que a tecla <ENTER> seja pressionada, para efetivação.

22. Comandos iniciais

Line

Acesso por menu: Draw > Line Via teclado: Line ou, no modo abreviado, L

Dado o comando, independente do modo, aparece na área de comandos “Specify first

point” (em Inglês, “Especifique primeiro ponto”). Este ponto pode ser definido de várias formas: podemos simplesmente clicar com o botão esquerdo do mouse na área gráfica, ou ainda, digitar a coordenada referente ao ponto exato onde queremos iniciar a linha.

Após especificarmos o primeiro ponto, é solicitado o próximo ponto (“Specify next

point”), que pode ser definido igualmente ao primeiro. E assim o programa continua solicitando o próximo ponto, até que pressionemos a tecla <ENTER> para finalizar a operação.

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Uma utilidade muito importante é o ORTO, que serve para desenharmos com ângulos de 90° e seus derivados. A tecla F8 faz ativar / desativar o ORTO.

Caso eu queira selecionar um objeto, podemos pulsar um clique diretamente sobre ele, ou ainda usar as opções de quadro de seleção. Quando eu seleciono, da esquerda para a direita, a área de seleção tem que passar por todo o objeto para selecioná-lo efetivamente, ao passo que fazendo o processo da direita para a esquerda, basta que a área de seleção “toque” em alguma parte do objeto para que o todo seja selecionado.

Caso queira cancelar algum comando, não importante quantos passos tenham sido processados, basta pressionar a tecla <ESC>.

Circle

Acesso por menu: Draw > Circle Via teclado: Circle ou, no modo abreviado, C

Inicialmente acionado o comando, pede-se um ponto que é o centro do circulo, que pode ser aleatório ou um centro determinado. Agora é somente digitar o valor do raio do nosso circulo.

Opções de circle:

3P – Desenha círculo através de 3 pontos

2P – Desenha círculo através de 2 pontos

TTR – Desenha círculo tangente a dois objetos selecionados e a especificação do raio.

Offset

Acesso por menu: Modify > Offset Via teclado: Offset ou, no modo abreviado, O

Uma tradução livre para este comando seria “eqüidistância”, ou seja, permite que eu faça um objeto similar a um outro, especificando apenas a distância de um ao outro. Uma vez escolhido a ferramenta, nos é solicitado para digitarmos a distância desejada; em seguida, especificamos o objeto que queremos uma cópia eqüidistante. Finalmente, nos é solicitado que cliquemos em qual lado do objeto (ou interna ou externamente, no caso de objetos fechados) para que possa ser criada a cópia.

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Com estes três comandos já podemos criar vários desenhos, desta forma, tentemos criar o simples desenho abaixo:

A fim de facilitar, por exemplo, a construção de uma linha que cruze exatamente o centro, é interessante fazermos uso da ‘paleta’ “Object snap” (clique com botão direito em qualquer espaço da barra de ferramentas, e selecione “Object snap”):

Esta paleta nos permite desenhar com referências. Devemos explorá-la para que saibamos utilizá-la com destreza.

Extend

Acesso por menu: Modify > Extend Via teclado: Extend ou, no modo abreviado, Ex

Em poucas palavras, podemos dizer que este comando permite extender uma linha até o encontro de um objeto por nós especificado.

Rectangle

Acesso por menu: Draw > Rectangle Via teclado: Rectangle ou, no modo abreviado, Rec

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Inicialmente o comando pede um ponto, que pode ser aleatório ou um ponto determinado. A partir desse ponto podemos gerar um retângulo por uma diagonal imaginária, onde podemos clicar um ponto para gerar um retângulo aleatório ou inserir uma coordenada.

Opções de Rectangle:

CHAMFER – Opção de chanfrar todos os cantos do retângulo com medidas definidas

ELEVATION – Opção de criação de retângulo elevado a uma medida ao plano 0 (zero) 3D

FILLET – Opção de arredondar todos os cantos definindo um raio

THIKENESS – Opção especifica uma “extrusão” do retângulo em 3D

WIDTH – Opção de definir espessuras de linhas de seu retângulo

Arc

Acesso por menu: Draw > Arc Via teclado: Arc ou, no modo abreviado, A

Resumidamente, este comando permite desenhar arcos, a partir de 3 pontos ou do centro.

Hatch

Acesso por menu: Draw > Hatch Via teclado: Hatch ou, no modo abreviado, H

Permite criar hachuras (sombreados) nas figuras. No modo “user defined” posso especificar o tipo de hachura, o ângulo de sua inclinação e o espaçamento entre as linhas de hachuras.

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Principais opções do Comando:

Pattern - determina o padrão de hachura a ser utilizado.

Pattern Properties – define parâmetros de aplicação da hachura escolhida

Scale – permite a correção da escala do padrão de hachura.

Angle – controla o ângulo de aplicação da hachura em relação ao eixo X da

UCS atual.

Spacing – controla o espaçamento das linhas paralelas que compõem a

hachura, disponível se USER DEFINED estiver selecionada no quadro

PATTERN TYPE.

Double – quando assinalado o hachuramento é duplo e cruzado, disponível se

USER DEFINED estiver selecionada no quadro PATTERN TYPE.

Pick Points – delimita a área a ser hachurada.

Select Objects – a área a ser hachurada é determinada por seleção

convencional de entidades.

Obs.: a partir do AutoCad 2004 foi inserido tipos de hachuras com gradientes, muito usado para arquitetura, como por exemplo para um efeito de reflexão de uma vidraça.

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Ellipse

Acesso por menu: Draw > Ellipse Via teclado: Ellipse ou EL

Podemos desenhar elipses com o uso de 3 pontos (a partir do eixo) e com o uso de 2 pontos (a partir do centro):

Explorando as opções do comando, verificamos que podemos desenhar também arcos de elipses:

Outra opção muito útil é desenharmos elipses isométricas (que são circunferências vistas em planos isométricos). Para tanto devemos fazer: botão direito sobre SNAP – Settings – Selecione a opção “Isometric Snap”. Já configurado dessa forma o cursor se transforma em um formato isométrico, a partir daí podemos trocar os planos ISOPLANE TOP, ISOPLANE LEFT, ISOPLANE RIGHT pressionando a tecla F5. Agora acionando o comando Ellipse podemos perceber que existe uma nova opção que é o ISOCICLE.

Trim

Acesso por menu: Modify > Trim Via teclado: Trim ou TR

1 – Inicialmente é pedido para Selecionarmos o objeto a ser usado como linha de corte ou limite, que deverá obrigatoriamente ter uma intersecção ou estar cruzando o que irá ser cortado, clicamos <ENTER> a continuar.

2 – A partir da escolha de nossa linha de corte, selecionamos o que queremos recortar. <ENTER> para finalizar.

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Fillet

Acesso por menu: Modify > FilletVia teclado: Fillet ou F

Realiza arredondamentos em vértices.

Chamfer

Acesso por menu: Modify > FilletVia teclado: Fillet ou F

Aplica chanfros em vértices.

Move

Acesso por menu: Modify > MoveVia teclado: Move ou M

Permite mover objetos.

Modify > Fillet

Realiza arredondamentos em vértices.

Acesso por menu: Modify > Fillet

Acesso por menu: Modify > Move

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Page 56: Desenho Técnico para Engenharia - UFC

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Inicialmente, nos é solicitado selecionar o objeto, em seguida, especificamos um ponto de arrasto, e por fim, definimos o ponto destino:

Copy

Acesso por menu: Modify > Copy Via teclado: Copy ou CO ou CP

Semelhante ao ‘move’, mas possui o diferencial de criar uma réplica no ponto destino (sem apagar o objeto original).

Mirror

Acesso por menu: Modify > Mirror Via teclado: Mirror ou MI

Com este comando, temos a possibilidade de espelhar desenhos. Inicialmente, nos é solicitada a seleção do objeto, em seguida, devemos especificar a mediana do nosso objeto, um ponto de parada (local onde será feita a cópia espelhada), e por fim, devemos informar se desejamos apagar, ou não, a imagem original. Abaixo temos algumas figuras para fixação.

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Dimension

Acesso: Menu Dimension

Com este menu/paleta, temos a oportunidade de inserir as cotagens em um desenho, de forma que posso optar por dimensões lineares, radiais, bem como escolher o tamanho da fonte a ser utilizada etc.

portanto, pratiquemos:

Exercício proposto:

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NOTA DE AULA No. 09

UNIDADE 4

CAD

AULA Comandos II

Professor Wendley Souza

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DESENHO TECNICO PARA ENGENHARIA

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23. Sistemas de coordenadas O AutoCAD não faz uso somente de um tipo de coordenada e sim de um sistema, em que dependendo do comando utilizado e dos dados passados ao programa, as devidas coordenadas vão automaticamente sendo selecionadas.

Quando precisamos construir um desenho com dimensões exatas no AutoCAD, necessitamos orientar esta construção fornecendo dados de sentido e valores pelo mouse ou digitado através do teclado. É o que chamamos de entradas de coordenadas.

WCS (World Coordinate System): indica posição nos eixos x,y e z.

UCS (User Coordinate System): definido pelo usuário.

Coordenadas cartesianas:

Semelhante ao plano cartesiano matemático possui os eixos x e y, com o diferencial de também possuir o z, para uso em terceira dimensão.

Caso não especifiquemos valores para o eixo z, será considerado apenas x e y.

Obs.: a vírgula separa números, ao passo que os pontos separam números quebrados.

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Coordenadas polares:

Os ângulos aumentam no sentido anti-horário (fazemos uso do símbolo “<” para indicar o ângulo.)

Coordenadas absolutas:

Sempre referentes à origem do sistema de coordenadas (0,0)

Coordenadas relativas: Sempre referente ao último ponto. São precedidas por “@”.