desenho técnico i normalização · ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de desenho...

20

Upload: buikhue

Post on 21-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

1

1. NORMALIZAÇÃO

De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a Normalização

consiste no processo de estabelecer e aplicar regras, a fim de abordar ordenadamente

uma actividade específica, para o benefício e com a participação de todos os

interessados e, em particular, de promover a optimização da economia, levando em

consideração as condições funcionais e as exigências de segurança.

1.1 Normas

Normas são acordos documentados, contendo especificações técnicas ou outros

critérios precisos para serem utilizados consistentemente como regras, guias ou

definições de características, para assegurar que materiais, produtos, processos e

serviços estão de acordo com o seu propósito. As normas internacionais contribuem

então para tornar a vida mais simples e para aumentar a confiabilidade e a efectividade

dos bens e serviços que usamos.

1.2 Objectivos

São objectivos da normalização:

� SIMPLIFICAÇÃO: redução da crescente variedade de procedimentos e tipos

de produtos.

� COMUNICAÇÃO: proporcionar meios mais eficientes para a troca de

informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das

relações comerciais e de serviços.

� ECONOMIA: buscar a economia global, tanto do lado do produtor como do

consumidor.

� SEGURANÇA: a tropeção da vida humana e da saúde é considerada como um

dos principais objectivos da normalização.

� PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR: a norma traz à comunidade a possibilidade de

aferir a qualidade dos produtos.

� ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS COMERCIAIS: a normalização evita a existência

de regulamentos divergentes sobre produtos e serviços em diferentes países,

facilitando assim o intercâmbio comercial.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

2

1.3 Benefícios de Normalização

Os principais benefícios da normalização:

1.3.1. Benefícios Qualitativos

São aqueles que, mesmo sendo observados, não podem ser medidos ou são de difícil

medição, tais como:

� Utilização adequada de recursos;

� Disciplina da produção;

� Uniformidade do trabalho;

� Registo do conhecimento tecnológico;

� Melhoria do nível de capacitação do pessoal;

� Controle dos produtos e processos;

� Segurança do pessoal e dos equipamentos;

� Racionalização do uso do tempo.

1.3.2. Benefícios Quantitativos

São aqueles benefícios que podem ser medidos:

� Redução do consumo e do desperdício;

� Especificação de matérias-primas;

� Padronização de componentes e equipamentos;

� Redução de variedades de produtos;

� Procedimentos para cálculos e projectos;

� Aumento da produtividade;

� Melhoria da qualidade de produtos e serviços.

1.4. A Importância da Normalização Internacional

A normalização industrial é uma condição existente dentro de um sector industrial

particular, quando a grande maioria dos produtos e serviços está conforme com os

mesmos padrões estabelecidos. Ela resulta de acordos de consenso alcançados entre

todos os sujeitos envolvidos naquele determinado sector industrial - fornecedores,

usuários e, muitas vezes, o próprio governo. Eles concordam na especificação e critérios

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

3

a serem aplicados consistentemente na escolha e classificação de materiais, na

fabricação dos produtos e no fornecimento de serviços.

O objectivo é facilitar o comércio, o intercâmbio e a transferência de tecnologia através

de:

� Qualidade e confiabilidade do produto aumentada a um preço razoável;

� Saúde melhorada, segurança, protecção ambiental e redução do desperdício;

� Maior compatibilidade entre bens e serviços;

� Simplificação para melhoria da usabilidade;

� Redução do número de modelos e consequente redução de custos;

� Eficiência de distribuição aumentada e facilidade de manutenção.

Os usuários têm mais confiança em produtos e serviços que estão de acordo com

Normas Internacionais. A garantia da conformidade pode ser dada através de

declarações do fabricante ou através de auditorias conduzidas por organismos

independentes.

1.5 Necessidades de Normalização Internacional

A existência de normas não harmonizadas para tecnologias similares, em diferentes

países ou regiões, pode contribuir para as chamadas barreiras técnicas para o comércio.

As principais razões são:

� A liberalização do comércio em progresso no mundo inteiro;

� A interdependência dos estores;

� Os sistemas de comunicações existentes no mundo inteiro;

� A necessidade de padrões globais para tecnologias emergentes;

� A necessidade de uma infraestrutura em normalização para melhoria da

produtividade, da competitividade e da capacidade de exportação dos países em

desenvolvimento.

2. O QUE É A ISO

A International Organization for Standardization é uma federação internacional

formada por organismos de normalização nacionais de vários países. É uma organização

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

4

não governamental, que foi estabelecida em 1947, com sede em Genebra, na Suíça.

Sua missão é promover o desenvolvimento da normalização e de actividades

relacionadas no mundo inteiro, com o propósito de facilitar a troca internacional de

bens e serviços e o desenvolvimento da cooperação nas esferas intelectual, científica,

tecnológica e económica. O trabalho dessa entidade resulta em acordos internacionais,

que são publicados como Normas Internacionais.

2.1. O nome ISO

Muitas pessoas pensam que o nome ISO tenha alguma correspondência com o título

oficial da organização (International Organization for Standardization). Na verdade,

"ISO" é uma palavra de origem grega, que significa "igual" e que é a raiz do prefixo grego

"iso", que se observa em vários termos utilizados correntemente, tais como:

� isométrico (mesma dimensão ou medida) e isonomia (igualdade de leis).

De "igual" para "norma", a linha de pensamento que norteou a escolha da denominação

ISO para o nome da organização e para a codificação das normas é fácil de entender.

Além disso, o nome tem a vantagem de ser válido em qualquer uma das três línguas

oficiais da organização: inglês, francês e russo, ao passo que, se utilizada a sigla

resultante da denominação da entidade, esta não seria válida em todos os países.

2.2. Quem Faz o Trabalho de Normalização

O trabalho técnico na organização é altamente descentralizado, sendo realizado em uma

hierarquia de cerca de 2.700 comités técnicos (o Comité Técnico 176 é responsável

pelas normas ISO 9000), sub comités e grupos de trabalho. Nesses comités,

representantes qualificados da indústria, de institutos de pesquisa, autoridades

governamentais, organismos representantes dos consumidores e organizações

internacionais de todo o mundo têm igualdade na resolução de problemas de

normalização globais.

2.3. Abrangência das Normas

A abrangência das normas não está limitada a nenhum segmento em particular. Ela

cobre todos os campos da normalização, excepto engenharia electrónica e

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

5

electrotécnica, que é de responsabilidade de outra organização, denominada IEC

(International Electrotechnical Commission).

2.4. Qualidade e Normalização

Para as organizações do mundo actual, questões relacionadas com a qualidade têm sido

vitais no que diz respeito ao planeamento estratégico, com vistas à melhoria contínua,

comercialização e lucro.

Para o cliente ou usuário, a qualidade proporciona uma medida de segurança,

confiabilidade e avaliação comparativa.

Para os órgãos reguladores, proporciona segurança em relação à conformidade, à

protecção do consumidor, à transparência de mercado e à concorrência leal.

A normalização fornece a resposta mais básica e eficaz às muitas questões que

envolvem a qualidade, considerando-se em normalização o enfoque de formulação e

aplicação de regras para uma abordagem ordenada do tema. A normalização das

actividades da qualidade auxilia nos seguintes aspectos:

� Estabelecimento de um denominador comum da qualidade empresarial aceito

por

todos;

� Estabelecimento da simplicidade a partir da complexidade;

� Harmonização de diversas práticas;

� Geração de compatibilidade e uniformidade na aplicação de práticas industriais;

� Meio de comunicação de ideias e informações entre o comprador e o vendedor;

� Redução de entraves ao comércio;

� Transparência na comercialização e incentivo à concorrência leal.

2.5. Normalização e Certificação

O alargamento do mercado é, na maioria dos casos, um processo imprescindível para a

sobrevivência da empresa, a prazo. A criação de uma identidade própria perante o

mercado (Marcas), a garantia perante terceiros dos atributos reconhecidos da sua oferta

(Certificação), e a defesa dos seus produtos relativamente à concorrência (protecção do

design e/ou modelos), são ferramentas importantes para que a empresa opere com

segurança no mercado internacional. Nesta óptica, a Qualidade da oferta, está ligada ao

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

6

grau de satisfação de requisitos, objectivados num conjunto de características

intrínsecas ao produto e/ou serviços.

Sendo a gestão da inovação passível de ser sistematizada e organizada, extrapolando o

plano tecnológico e abrangendo a organização e o marketing, podemos afirmar que

Inovação e Qualidade não podem ser dissociadas, e que a utilização da própria

normalização, aplicada à gestão, é, de per si, um factor que potencia um desempenho

inovador da empresa.

2.5.1. Conceito de Norma

O objectivo da normalização é o estabelecimento de soluções, por consenso das partes

interessadas, de utilização comum e repetida, para problemas reais ou potenciais, tendo

em vista a obtenção de uma optimização de processos e resultados.

Norma é um documento escrito e aprovado por organismos qualificados (nacionais e

internacionais) que contem prescrições técnicas elaboradas com base em

conhecimentos científicos e tecnológicos. Podemos definir também "Norma" como

sendo um conjunto de regras, directrizes ou características, estabelecidas por consenso

e aprovadas por um Organismo de Normalização reconhecido, aplicáveis numa

actividade ou seus resultados (produtos e/ou serviços).

De um modo geral, as normas não são de aplicação obrigatória, mas, funcionam como

garantia dos atributos ou dos resultados de determinada actividade. Existem, no

entanto, algumas normas obrigatórias, com carácter coercivo, estabelecido através de lei

geral ou de referência exclusiva num regulamento.

As normas harmonizadas ou equivalentes são aquelas que incidindo sobre o mesmo

assunto, são aprovadas por organismos com actividade normativa distinta. Estas

normas, asseguram a inter mutabilidade de produtos, processos ou serviços, ou o

entendimento mútuo dos resultados ou, ainda, das informações fornecidas, de acordo

com estas normas. Já as normas idênticas são aquelas que coincidem quanto ao

conteúdo e quanto à apresentação.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

7

2.5.2. Acreditação e Certificação

Entende-se por "Acreditação" o procedimento através do qual, o Organismo Nacional de

Acreditação reconhece a competência técnica a uma entidade para executar actividades

específicas de avaliação da conformidade e passar o respectivo certificado. O Organismo

de Certificação ou Entidade Certificadora é uma entidade independente e devidamente

acreditada para realizar actividades de certificação de produtos, serviços, sistemas de

gestão, etc., num determinado âmbito, e segundo um ou vários referenciais normativos.

Certificação é uma actividade complementar a da normalização que consiste em

estabelecer certificados de conformidade, atestar que um dado objecto técnico esteja

em conformidade com determinadas normas ou especificações técnicas. A "Certificação

da Conformidade", é um documento, emitido de acordo com regras de um sistema de

certificação, que garante que um produto, processo ou serviço, devidamente

identificado, está em conformidade com uma norma ou outro documento normativo

específico aplicável.

Embora o reconhecimento da competência e credibilidade dos Organismos de

Certificação seja fundamental para a sua actuação, a acreditação, com excepção de

determinadas áreas específicas, não é obrigatória.

2.6. Identificação e Pesquisa de Normas

As normas são identificadas por um número, precedido de um conjunto de letras, como

por exemplo:

• NP – Normas Portuguesas.

• NP EN – normas portuguesas, que adoptam uma norma europeia.

• NP EN ISO – normas portuguesas, que resultam de uma norma europeia, a qual,

por sua vez, advém de uma norma internacional.

2.6.1. Normas Portuguesas

As "Normas Portuguesas" são, regra geral, elaboradas por Comissões Técnicas

Portuguesas de Normalização (CT) – órgãos técnicos que têm por finalidade a

elaboração de normas e a emissão de pareceres normativos em domínios específicos.

Por definição, as NP são, em princípio, voluntárias, salvo quando exista um diploma legal

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

8

que as converta em normas de cumprimento obrigatório. São consideradas Normas

Portuguesas as:

NP (Normas Portuguesas).

NP EN (Aplicações Ferroviárias).

NP EN ISO (Sistemas de Gestão da Qualidade).

NP HD (Sistemas de Designação de Cabos).

NP ENV (Sistemas de Tubagens).

NP ISO (Desenhos Técnicos, Especificações Técnicas, Linhas de Orientação para a

Gestão da Qualidade/Configuração).

NP IEC e NP ISO/IEC (Avaliação de Conformidade).

Também são consideradas "Normas Portuguesas" todas as EN, EN ISO, EN ISO/IEC

(Gestão da Qualidade de Laboratórios) e ETS integradas no acervo normativo nacional,

por via de adopção.

2.7. Organismos Internacionais de Normalização

Designa-se por "Norma Internacional" a que é adoptada por uma Organização

Internacional que desenvolve actividades de Normalização, ou, especificamente, por

uma Organização Internacional de Normalização e colocada à disposição do público.

São Organismos de Normalização Globais:

� ANSI – The American National Standards Institute (Instituto Americano de Padrões

Nacionais): Catálogo electrónico.

� BSI Group- British Standards.

� NIST- National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de

Padrões e Tecnologia).

� OASIS – Organization for the Advancement of Structured Information Standards

(Organização para o Avanço de Padrões Estruturados de Informação).

� ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional

para Padronização).

� WSSN- World Standards Services Network (Organizacao mundial de padronizacao

de serviços de Internet).

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

9

São Organismos de Normalização Sectoriais:

� ERO- European Radiocommunications Office (Gabinete Europeu de

Radiocomunicações).

� IEC- International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica

Internacional).

� IEEE- Institute of Electrical and Electronics Engineers (Instituto de Engenheiros

Elétricos e Eletrônicos).

� ITU - T - ITU- TelecommunicationStandardizationSector (Sector da Normalização

das Telecomunicações).

� ASTM International- American Society for Testing and Materials.

� IHS- The souce for Critical Information and Insight.

3. FORMATOS DE PAPEL ISO

A norma NP - 48 (1968) define os formatos das folhas suportes físicos de

representação) que devem ser utilizados em Desenho Técnico. Integram a designada

série A, que tem como base o formato A0 cuja área é de 1 m2.

Conforme se apresenta na Fig. 1.24, ao rectângulo maior e exterior corresponde o

formato A0 (ver dimensões no Quadro abaixo), O lado maior de qualquer formato é

igual à diagonal do quadrado cujo lado é a sua menor dimensão, permitindo-lhe assim,

ao dividir-se a folha ao meio, obter-se um novo formato de área igual a metade do

anterior e com igual razão entre os lados. No Quadro abaixo que apresenta as

dimensões dos vários formatos normalizados pode verificar-se que, por exemplo, o

formato imediatamente superior ao formato A0, que é o formato 2 A0, tem uma área de

2 m2 e o formato imediatamente inferior ao formato A0. que é o formato A1, tem uma

área de 0,5 m2. As regras para execução das esquadrias e das correspondentes margens

entre estas e os bordos das folhas estão normalizadas pela NP - 718 (1968).

Quando se torna necessário prever uma margem suplementar exterior ao contorno do

formato, destinada à fixação da tolha ao estirador e que se deve cortar depois do

desenho concluído, tem-se uma área correspondente ao formato bruto. O formato final

obtem-se por corte da referida margem suplementar ou quando à partida se prescinde

da mesma. O quadro apresenta além das dimensões dos diversos formatos da série A, a

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

10

margem e a área do formato final de cada um deles, tendo em consideração as normas

NP - 48 (1968) e NP - 718 (1969). Embora não se utilizem directamente em desenho

técnico, existem ainda duas séries distintas B e C maiores que a série A. Estas séries são

utilizadas, por exemplo, para envelopes que conterão os formatos A já descritos

Mocambique e os outros países europeus adoptaram como formatos padrão para folhas

de papel os definidos pela norma ISO 216 (International Standard Office). Na tabela

seguinte, estão as dimensões dos cinco formatos de maior área da série A: A0, A1, A2, A3

e A4. Houve muitos padrões de tamanho de papel em diferentes locais e épocas, mas hoje há

basicamente dois sistemas em vigor: o sistema internacional (A4 e derivados) adotado na

maioria dos países.

Tamanhos de papel das séries A, B e C, da norma ISO 216 (em milímetros):

Série A Série B Série C

A0 841 × 1189 B0 1000 × 1414 C0 917 × 1297

A1 594 × 841 B1 707 × 1000 C1 648 × 917

A2 420 × 594 B2 500 × 707 C2 458 × 648

A3 297 × 420 B3 353 × 500 C3 324 × 458

A4 210 × 297 B4 250 × 353 C4 229 × 324

A5 148 × 210 B5 176 × 250 C5 162 × 229

A6 105 × 148 B6 125 × 176 C6 114 × 162

A7 74 × 105 B7 88 × 125 C7 81 × 114

A8 52 × 74 B8 62 × 88 C8 57 × 81

A9 37 × 52 B9 44 × 62 C9 40 × 57

A10 26 × 37 B10 31 × 44 C10 28 × 40

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

11

4. DOBRAGEM DE PAPEL DA SERIE A

De acordo com a norma NP - 49 (1968) deverá procurar-se que o desenho dobrado

(entenda-se que se tratará de uma cópia do original tenha as dimensões do formato A4.

A respectiva legenda deverá como se referiu ficar no canto interior direito do desenho,

de forma a ficar perfeitamente visível.

O método de dobragem dos diversos formatos é o representado nas Figs. 1.26 e 1.27,

respectivamente para desenhos executados ao baixo e ao alto. A dobragem dos formatos

alongados faz-se de forma análoga à dos formatos normais.

Nos casos em que se pretenda dobrar os desenhos para colocarem bolsas de formato

A4, É usual manter a dobra inicial de 185 mm até ao fim, repartindo de uma forma

equilibrada o eventual excedente da última dobra.

Quando os desenhos dobrados são para colocar dentro de bolsas ou caixas com formato

ligeiramente superior ao A4, dobram-se simplesmente em harmónio, fazendo primeiro

uma série de dobras verticais afastadas de 210 mm e depois uma série de dobras

horizontais afastadas de 297 mm isto e, respeitando as medidas do formato A4.

Normalmente é costume acrescentar uma margem de fixação ou pestana nos desenhos

destinados a guardar em dossier, a qual deverá ser reforçada quando se preveja um uso

intenso. Em muitos casos, também é adoptada uma pestana para facilitar a abertura de

desenhos guardados em caixas.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

12

5. LEGENDAS

Resultam da necessidade de apresentar um conjunto de informações relevantes para o

desenho, de forma condensada e sistematizada, sendo estas:

� Identificação do objecto desenhado

� Identificação dos intervenientes no desenho (autor, desenhador, etc.)

� Identificação do detentor dos direitos do objecto desenhado

� Escala

� Data de realização

� Alterações e versões

As normas ISO 7200 e NP204 definem tipos e conteúdos de legendas

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

13

A norma NP 204:1968 é restritiva e define exactamente os diferentes tipos, dimensões e

campos da legenda.

Legendas NP 204 tipos 1 e 3

1- Designação ou título 2- Entidade que encomendou 3- Responsáveis e executantes 4- Entidade que executa 5- Número de registo do desenho

6- Referências às alterações 7-Indicação do desenho anterior 8-Indicação do desenho posterior 9-Escala 10-Tolerâncias gerais

A norma ISO 7200: 1984 é mais liberal. As legendas devem ser localizadas no canto

inferior direito do desenho, tendo a dimensão máxima de 170 mm para que, depois da

dobragem, aquela se situe no frontispício do desenho.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

1

6. LETRAS E ALGARISMOS

Toda a informação inscrita num desenho, sejam algarismos ou outros caracteres, deve

ser apresentada em escrita normalizada - norma NP-89.

Objectivo: Uniformidades nas dimensões, proporções, inclinação e disposição dos

caracteres

A norma estabelece dois tipos de letra: a redonda ou vertical e a cursiva ou inclinada.

7. ESPESSURAS E TIPOS DE TRAÇO

As espessuras e tipos de traço que devem ser aplicadas num desenho técnico

encontram-se definidas na norma NP-62.

A norma fixa grupos de traços, cada um composto por 5 tipos de traço:

a. Contínuo grosso

b. Interrompido

c. Traço-ponto médio

d. Traço-ponto fino

e. Traço contínuo fino

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

2

7.1. Linhas e a sua utilização

A espessura do traço deve ser escolhida de acordo com a função da escala e da

pormenorização a representar da seguinte gama: 0.18, 0.25, 0.35, 0.5, 0.7, 1.4 e 2 mm.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

3

7.1.1. Exemplo de utilização

8. PRECEDÊNCIAS EM DESENHO TECNICO

Quando no traçado de projecções há sobreposição de linhas de diferentes tipos (e

portanto de distinto significado) apenas uma delas pode ser representada. Deverá

prevalecer o critério das precedências ou seja deverá ser representado o traço que

corresponde à informação de maior importância na definição do desenho.

8.1. Regras de precedência de linhas:

1) Arestas e linhas de contorno visíveis (Tipo A).

2) Arestas e linhas de contorno invisíveis (Tipo E ou F).

3) Planos de corte (Tipo H).

4) Linhas de eixo e de simetria (Tipo G).

5) Linha de centróides (Tipo K).

6) Linha de chamada de cotas (Tipo B).

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

4

Deve ser traçada a aresta ou contorno visível (definida a traço contínuo grosso) quando

sobreposta a uma aresta oculta ou eixo.

Deve ser traçada a aresta oculta (representada a traço interrompido) caso coincida com

um eixo.

Nas situações de sobreposição de aresta visível ou

oculta com uma linha de eixo, esta deverá ser

traçada mas apenas, no prolongamento das arestas

excedendo a projecção da peça. Neste caso deverá

ser claramente notada a diferença de espessura

dos tipos de traço.

8.2. Representação de Centros e Eixos

8.3. Intersecções de linhas

Exemplos de critérios que devem ser seguidos em relação a alguns casos mais

frequentes para uma correcta definição de arestas ocultas.

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

5

- Regra geral, o traço interrompido deverá iniciar e finalizar com um segmento e não com

um espaço

Se no prolongamento de uma aresta, representada a

traço interrompido, for definida uma linha a traço

contínuo (correspondente a aresta ou contorno visível)

deverá o traço interrompido terminar com um espaço.

No cruzamento de duas ou mais arestas ocultas a intersecção deverá ser definida com

os segmentos curtos, desde que esse ponto corresponda a extremo de alguma das

arestas.

8.4. Quadro Resumo de Precedencias

Desenho Técnico I Normalização

Ficha de apoio elaborado pelo docente da cadeira de Desenho Técnico I, para uso exclusivo de estudantes da UPN

6

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Theodoro. Desenho Linear Geométrico. São Paulo. Ícone. 13° ed. 230 p.

MARTINHO, J. Brandão.Desenho Técnico de Construção Civil. 10°/11° Anos – Blocos I

MELLO E CUNHA, G. N. de. Curso de Desenho Geométrico e Elementar. São Paulo: Livraria

Francisco Alves, 460p, 1951.

MORAIS, José Manuel Simões. Desenho Básico. Porto Editora, 24ª edição, porto 2007.

NEVES, Assunção.Desenho Técnico 11° Ano – Curso Tecnológico de Construção Civil.

RIVERA, Félix; NEVES, Juarenze; GONÇALVES, Dinei (1986). Traçados em Desenho

Geométrico. Rio Grande: editora da Furg, 389 p.

VYCHNEPOLSKI, I. Desenho Técnico. Editora Mir Moscovo, URSS, 1986