desenho técnico para engenharia -...

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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSOS DE ENGENHARIA Desenho Técnico para Engenharia Prof. Me. Arnaldo Taveira Chioveto Prof. Me. Luís Antonio Shigueharu Ohira 2016 V1.0

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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSOS DE ENGENHARIA

Desenho Técnico para Engenharia

Prof. Me. Arnaldo Taveira Chioveto

Prof. Me. Luís Antonio Shigueharu Ohira

2016 V1.0

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Sumário 1. INTRODUÇÂO.................................................................................................... 4

PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS ............................................ 5

1.1.1. Normas técnicas brasileiras ..................................................................................... 5

MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO ............................................................. 6

1.2.1. Material básico ......................................................................................................... 6 1.2.2. Material complementar ............................................................................................. 7

EXEMPLO DO MANUSEIO DE ALGUNS MATERIAIS ................................... 7

Durezas de grafites: ......................................................................................... 7

Uso dos esquadros e régua paralela ............................................................. 8

Escalímetros ..................................................................................................... 9

2. FIGURAS GEOMÉTRICAS ELEMENTARES ..................................................... 9

Figuras geométricas planas ............................................................................ 9

Sólidos Geométricos...................................................................................... 10

3. LINHAS E ESPESSURAS ................................................................................ 12

4. FORMATOS DE PAPEL ................................................................................... 14

5. ESCALAS ......................................................................................................... 16

Escalas dos Desenhos .................................................................................. 16

Condições básicas na escolha da escala ................................................... 16

Escalas Numéricas ......................................................................................... 17

Escalas Gráficas ............................................................................................. 18

Escalas recomendadas .................................................................................. 19

6. LETRAS E ALGARISMOS ............................................................................... 19

7. TEORIA DAS PROJEÇÕES ............................................................................. 21

AXONOMETRIA ............................................................................................... 22

7.1.1. Perspectiva cavaleira ............................................................................................. 22 7.1.2. Perspectiva isométrica ........................................................................................... 23

DIEDROS ......................................................................................................... 25

PROJEÇÃO ORTOGONAL ............................................................................. 25

8. COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO .............................................................. 27

Linhas empregadas na cotagem .................................................................. 28

Posicionamento das cotas e dimensões paralelas .................................... 28

Cotas em espaços limitados ......................................................................... 29

Cotas em ângulos e de raios ........................................................................ 29

Uso de eixos de simetria ............................................................................... 30

Cotagem a partir de linha de referência ...................................................... 30

Cotas em desenhos arquitetônicos ............................................................. 31

Modo de cotar desenhos em perspectiva ................................................... 32

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9. PLANO DE CORTE .......................................................................................... 33

Indicação dos Planos de Corte ..................................................................... 33

9.1.1. Plano de corte Vertical ........................................................................................... 33 9.1.2. Plano de corte Horizontal ....................................................................................... 34 9.1.3. Plano de corte Transversal .................................................................................... 35

Projeção dos Tipos de Cortes ...................................................................... 36

9.2.1. Corte total na Vista Frontal ..................................................................................... 36 9.2.2. Corte total na Vista Superior .................................................................................. 37 9.2.3. Corte total na Vista Lateral ..................................................................................... 37 9.2.4. Corte Composto ou em desvio ............................................................................... 37 9.2.5. Meio corte............................................................................................................... 38 9.2.6. Corte Parcial........................................................................................................... 39

10. HACHURAS .................................................................................................. 39

11. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 41

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1. INTRODUÇÂO

Esta apostila é apenas orientativa, devendo o executor do desenho/projeto

seguir as normas brasileiras convencionadas.

Desenho geométrico é a expressão gráfica uma forma ou um determinado

objeto. Todavia, há a necessidade de se ter previamente o conhecimento das formas

a serem representadas. Todas as coisas que conhecemos, ou estamos habituados a

ver no espaço, se apresenta aos nossos olhos como formas definidas, regulares ou

não.

GEOMETRIA significa (em grego) medida da Terra.

GEO = Terra METRIA = Medida.

Desenho técnico é a representação gráfica onde se entendem tanto os

projetistas de um objeto, quanto quem o materializa. Os desenhos mostram formas e

medidas, além de especificar materiais, acabamentos, processos de execução e

ademais informações necessárias para a correta e segura condução, na execução de

um projeto.

O aspecto da linguagem gráfica permite que as ideias concebidas por alguém

sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso

de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização e deve transmitir com

exatidão todas as características do objeto que representa.

Assim, o desenho técnico é aplicado em diversas áreas como:

Desenho Mecânico;

Desenho de Máquinas;

Desenho de Estruturas;

Desenho Arquitetônico;

Desenho Elétrico/ Eletrônico;

Desenho de Tubulações, etc.

Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas

previamente de padronização dos desenhos técnicos, chamadas de normas técnicas.

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PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica que pode ser

compreendida internacionalmente foi necessário padronizar seus procedimentos de

representação gráfica. As normas técnicas são resultantes do interesse em

estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores,

engenheiros, empreiteiros e clientes.

Todavia, cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em

todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este

setor.

No Brasil as normas técnicas (NBR) são aprovadas e editadas pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fundada em 1940.

As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela

ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial) como normas brasileiras – NBR e estão em consonância com as

normas internacionais aprovadas pela International Organization for Standardization

– ISO.

Assim, para a realização de um desenho técnico, este é embasado sobre

normativas técnicas elaboradas para distintas situações.

1.1.1. Normas técnicas brasileiras

NBR 10647 /1989 - Desenho técnico

NBR 6402 / 1990 - Execução de desenhos técnicos de maquinas e estruturas

metálicas.

NBR 8402 /1994 - Execução de caractere para escrita em desenho técnico -

Procedimento.

NBR 8403 /1984 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das

linhas – Procedimento.

NBR 10067 / 1995 - Princípios gerais de representação em desenho técnico.

NBR 10582 /1988 - Apresentação da folha para desenho técnico - Procedimento.

NBR 10068 / 1987 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões.

NBR 13142 /1999 - Desenho técnico, dobramento de cópia.

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NBR 8196 /1999 - Desenho técnico - Emprego de escalas.

NBR 10126 / 1987 - Cotagem em desenho técnico.

NBR 12298 /1995 - Representação de área de corte por meio de hachuras em

desenhos.

NBR 6492 /1994 - Representação de projetos de arquitetura.

NBR 5410 /2008 - Instalações elétricas de baixa tensão.

NBR 5444 /1989 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais

NBR 9050 /2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos

urbanos.

NBR 13531 /1991- Elaboração de projetos de edificações - Atividades técnicas.

NBR 13532 /1995 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura.

NBR 14645-1/2001 – Elaboração do como construído (as built) para edificações -

Levantamento planialtimétrico e cadastral de imóvel urbanizado com área até 25 000

m², para fins de estudos, projetos e edificação - Procedimento.

NBR 14645-2 /2005 - Elaboração do como construído (as built) para edificações -

Levantamento planimétrico para registro público, para retificação de imóvel urbano -

Procedimento.

NBR 14645-3 /2011 - Elaboração do como construído (as built) para edificações -

Locação topográfica e controle dimensional da obra - Procedimento.

MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO

Normalmente, os instrumentos e materiais utilizados para no ambiente de

trabalho para o desenvolvimento de desenhos técnicos são:

1.2.1. Material básico

a) Folha branca formato A4 de 150gr (similar Tredeal);

b) Escalímetro 50:1 (Escalas 1:100, 1:125, 1:50, 1:75, 1:20, 1:25) (similar Trident

mod. 7830/1);

c) Lapiseira 0,5mm e 0,7 mm (similar Pentel);

d) Grafite 0,5mm e 0,7mm, grau de dureza HB e/ou B (similar Pentel);

e) Borracha plástica branca (similar Staedtler);

f) Jogo de esquadros (similar Desetec) com 45°(Mod.2532), e 30°/60°

(Mod.2632);

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g) Escova de limpeza (similar Trident Mod.5050);

h) Fita Crepe 25mm (similar Adelbras);

i) Compasso (similar Trident Mod. 9010);

j) Tecido flanelado (para limpeza de prancheta);

k) Álcool líquido em garrafa para aspersão (volume máx 500ml).

1.2.2. Material complementar

l) Folha branca formato A3 de 150gr (similar Tredeal);

m) Borracha plástica branca tipo lapiseira (similar Pentel);

n) Transferidor de 180° ou 360° (similar Desetec);

o) Gabarito de círculos (similar Trident Mod. 4364);

p) Gabarito de peças sanitárias (similar Desetec).

q) Gabarito de eletricidade (similar Trident Mod. E9).

EXEMPLO DO MANUSEIO DE ALGUNS MATERIAIS

Durezas de grafites:

Os duros são geralmente para desenhos em papel tela e nos casos de

desenhos de muita precisão (Grafites duros: 8H, 7H, 6H, 5H e 4H);

Os médios são os mais comuns para desenhos em geral. Letreiros e

esboços a mão livre (Grafites médios: 3H, 2H, H, F, HB e B);

Os moles são mais usados para cópias e desenhos de arquitetura (Grafites

moles: 2B, 3B, 4B, 5B, 6B e 7B).

Convém preparar a ponta do grafite em forma de cone ou espatulada,

dependendo da preferência do desenhista. A ponta do compasso deve ficar chanfrada

pelo lado externo à haste do compasso conforme Figura 1 .

Figura 1 - Apontamento de grafite. Fonte: PASTANA (2006)

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O traçado deve ter um sentido cômodo para o desenhista. O traço das

horizontais convém que sejam da esquerda para a direita e as verticais, de baixo para

cima deixando o grafite apoiado no esquadro ou na régua paralela, formando ângulo

aproximadamente de 60° com a folha do desenho Figura 2.

Figura 2 - Traços de linhas. Fonte: Fonte: PASTANA (2006)

Uso dos esquadros e régua paralela

Pelo fato de muitos desenhos terem linha de 30°, 60° e 45° ou múltiplos ou

submúltiplos. Os esquadros triangulares são constituídos com aqueles ângulos.

Os esquadros podem ser combinados entre si formando ângulos de 15°, 75°,

120° e outros, conforme a Figura 3.

Figura 3 - Uso de Esquadros para traçado de ângulos.

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Escalímetros

São ferramentas graduadas com as quais marcamos as dimensões nos

desenhos conforme a Figura 4. O escalímetro não deve ser utilizado como régua ou

em substituição dos esquadros. As medidas podem ser tomadas diretamente na

escala ou transportadas para o papel com o auxílio do compasso.

Figura 4 – Escalímetros.

2. FIGURAS GEOMÉTRICAS ELEMENTARES

Figuras geométricas planas

Plano: corresponde a uma superfície plana bidimensional, ou seja, possui duas

dimensões: comprimento e largura. Nessa superfície que se formam as figuras

geométricas conforme Figura 5.

Figura 5 - Principais figuras geométricas planas

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Sólidos Geométricos

Sólido geométrico pode ser denominado como um conjunto de planos

geométricos dispostos sucessivamente, ou seja, quando uma figura geométrica tem

pontos situados em diferentes planos, conforme Figura 6.

Figura 6 - Representação de um sólido geométrico

Um sólido geométrico pode ser formado pelos seguintes elementos: base,

altura, vértices, arestas e faces laterais.

Exemplos de sólidos geométricos são:

Prisma: caixa de sapato, caixa de fósforos;

Pirâmide: pedaço de queijo, ponta de flecha;

Cone: casquinha de sorvete;

Cilindro: cano PVC, canudo;

Esfera: bola de isopor, bola de futebol.

A representação de um sólido geométrico maciço ou vazado, se dá pela

representação das linhas de arestas, seus pontos de encontro (vértices) e faces

(áreas) conforme podem ser observados na Figura 7, Figura 8, Figura 9, Figura 10,

Figura 11 e Figura 12.

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Figura 7 - Representação de um prisma

Figura 8 – Pirâmide

Figura 9 - Cone

Figura 10 - Cilindro

Figura 11 - Esfera

Figura 12 - Sólido Geométrico Vazados

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3. LINHAS E ESPESSURAS

Em todo desenho deve-se empregar uma variância de tipos de linhas e

espessuras, permitindo adequar o que é mais importante a ser destacado na

visualização, sendo recomendado adotá-las segundo as convenções estabelecidas

pelas normalizações.

As linhas são os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de

definirem o

formato, dimensão e posicionamento de paredes, portas, janelas, pilares, vigas,

objetos e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada

elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas

dentro do desenho.

As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis)

e devem possuir contraste umas com as outras.

Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem

uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em

primeiro plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as

do segundo e demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas.

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Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas

plantas baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo

plano de corte. No desenho a lápis pode-se utilizar a lapiseira 0,5 e retraçar a linha

diversas vezes, até atingir a espessura e tonalidade desejadas, ou então utilizar-se o

grafite 0,9, traçando com a lapiseira bem vertical. Com o uso de tinta nanquim a pena

pode ser 0.6.

Traço médio: As linhas médias, ou seja, finas e escuras, representam

elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris,

soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, paredes em vista, etc. É indicado o uso do

grafite 0,5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando girá-la

em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste homogeneamente mantendo a

espessura do traço único. Para o desenho a tinta pode-se usar as penas 0,2 e 0,3.

Traço fino: Para linhas de construção do desenho – que não precisam ser

apagadas – utiliza-se linha bem fina. Nas texturas de piso ou parede (azulejos,

cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para

linhas de cota, auxiliares e de projeção. Utiliza-se normalmente o grafite 0,3, ou o

grafite 0,5 exercendo pequena pressão na lapiseira. Para tinta, usa-se as penas 0,2

ou 0,1.

Outros usos:

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4. FORMATOS DE PAPEL

Segundo a NBR 10068/87 o formato básico de papel designado de A0 (A zero)

considera um retângulo de 841 mm (x) por 1.189 mm (y) correspondente a 1 m² de

área. Deste formato derivam-se os demais formatos na relação 𝑦 = 𝑥 ∗ √2 , conforme

Figura 13.

Figura 13 - Formato básico A0

Havendo necessidade de utilizar outros formatos, é recomendada a utilização

de folhas com dimensões de comprimento ou larguras correspondentes a múltiplos ou

submúltiplos dos citados padrões, conforme Quadro 1.

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FORMATO DIMENSÕES MARGEM

COMPIMENTO DA LEGENDA

ESPESSURA LINHAS DAS MARGENS

ESQUERDA OUTRAS

A0 841 x 1189 25 10 175 1,4

A1 594 x 841 25 10 175 1,0

A2 420 x 594 25 7 178 0,7

A3 297 x 420 25 7 178 0,5

A4 210 x 297 25 7 178 0,5

Quadro 1 - Formato da série "A", dimensões em milímetros

As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição

horizontal, conforme mostra a Figura 14.

Figura 14 - Posição da folha

Em uma “prancha” ainda deverá conter informações apresentadas na legenda,

que por sua vez está localizada na parte inferior direita da folha. A legenda deve conter

todos os dados para a identificação do desenho (item 4.3 da NBR 10582/88). Um

exemplo de legenda pode ser observado na Figura 15.

Figura 15- Exemplo de legenda

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De forma geral, na Figura 16 se pode observar uma folha fora de padrão com

suas margens, dobras e legenda.

Figura 16 - Exemplo de folha

5. ESCALAS

Escalas dos Desenhos

O desenho de uma peça, por diversas razões, nem sempre poderá ser

executado com as dimensões reais da mesma. Tratando-se de uma peça grande,

teremos que desenhá-la em tamanho reduzido, conservando sua proporção, com

igual redução em todas as medidas. E, quando o objeto a ser representado for muito

pequeno, este deverá ser ampliado, também conservando sua proporção.

Assim, a relação entre as dimensões representadas no desenho e as

dimensões reais do objeto, chama-se ESCALA.

1 : 200

Desenho Real

Condições básicas na escolha da escala

O tamanho do objeto a representar;

As dimensões do papel disponível;

A clareza e a precisão do desenho.

IMPORTANTE:

O valor indicativo das cotas, refere-se sempre às medidas reais da peça, e

nunca às medidas reduzidas ou ampliadas que aparecem no desenho.

Os ângulos não se alteram pelas escalas do desenho.

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Em todo desenho deve-se, obrigatoriamente, indicar a escala em que o mesmo

foi executado.

Quando numa mesma folha tivermos desenhos em escalas diferentes, estas

devem ser indicadas junto aos desenhos a que correspondem.

Escalas Numéricas

forma de proporção 1/100; 1/200; 1/125;

proporção ordinária 1:100; 1:200; 1:125.

A escala numérica é dada pela expressão:

1

𝐸=

𝑑

𝐷 onde :

E = escala desejada;

d = medida do desenho;

D = medida real.

Atenção: Os valores devem utilizar a mesma unidade de medida !

Ex: A medida real (D) é igual a 35 metros e a medida no papel (d) é igual a 35

cm. Qual é a escala do desenho? 1/E = 0,35/ 35 .............. E = 1:100

Existem três tipos de escala: natural, de redução e de ampliação.

Escala Natural

Se uma peça for desenhada com as medidas iguais às da peça real, a

escala do desenho será NATURAL ou REAL ou ainda, Escala 1:1 (escala um para

um).

Escala de Redução

As maiorias dos desenhos são feitos em tamanho reduzido. As normas

técnicas recomendam as seguintes ESCALAS DE REDUÇÃO: 1:2; 1:5; 1:10; 1:20;

1:50; 1:100; 1:200; 1:500; 1:1000, etc. (figura 5.1.2).

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Escala de Ampliação

Peças menores são desenhadas com seu tamanho ampliado. Para

tanto, empregamos as ESCALAS DE AMPLIAÇÃO: 2:1; 5:1; 10:1; etc. (figura 4.1.3).

Na Figura 17 se pode observar a variação do desenho de escala real (Fig. A)

quando da escala de redução (Fig.B) e a escala de ampliação (Fig.C)

Figura 17 - Exemplos de escalas de redução e ampliação

No Quadro 2 se observam algumas escalas propostas por meio da norma

técnica NBR 8196/1983.

CATEGORIA ESCALAS

Escalas de ampliação 20:1 50:1 10:1

2:1 5:1

Escala natural 1:1

Escala de redução

1:2 1:5 1:10

1:20 1:50 1:100

1:200 1:500 1:1000

1:2000 1:5000 1:10000

Quadro 2 – Exemplos de Escalas

Escalas Gráficas

É a representação gráfica da escala numérica. Ela controla as variações que

ocorrem nas ampliações, reduções, dilatação do papel etc, mantendo sempre a

mesma proporcionalidade.

Conceitos:

D = U/E e d = D/10

Onde :D = Divisão Principal (cm);

U = Unidade escolhida (km, m, cm etc)

E = Escala da planta (1:1.000)

d = talão de escala (espaço inicial da escala ÷10 pares)

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Exemplo: E = 1:1.000, D = 1 cm ....................U = 10 m e d = 1 mm

Escalas recomendadas

Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;

Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros

compartimentos;

Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas,

cortes e fachadas de projetos arquitetônicos;

Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de

apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de

proporção.

Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso

de 1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos

que não necessitem de muitos detalhes;

Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;

Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos,

plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano;

Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e

topografia;

Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de

urbanismo e zoneamento.

6. LETRAS E ALGARISMOS

Segundo a NBR 8402/94, as principais exigências na escrita em desenhos

técnicos são:

a) legibilidade;

b) uniformidade;

c) adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução.

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Assim, os tipos de letras e algarismos empregados devem ser bem legíveis, de

rápida execução e de tamanho adequados ao desenho.

No desenho sobre pranchetas utiliza-se da caligrafia normografada (uso de

réguas normógrafos, aranha e canetas a nanquim). Empregam-se também, em certos

desenhos, a caligrafia técnica vertical ou inclinada.

Tabela 1 - Proporções e dimensões de símbolos gráficos

Características Relação Dimensões (mm)

Altura das letras maiúsculas h (10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas c (7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14 Distância mínima entre a caracteres (*)

(2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4

Distância mínima entre b linhas de base

(14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28

Distância mínima entre e palavras

(6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12

Largura da linha d (1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

(*) Para melhorar o efeito visual, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida pela metade, como por exemplo: LA, TV, ou LT, neste caso a distância corresponde à largura da linha “d”.

No desenho atual via computador, trabalha-se com caligrafias definidas pelos

softwares. Embora muitos softwares permitam a edição das fontes e seus tamanhos.

Exemplo de escritas podem ser observados na Figura 18.

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Figura 18 - Exemplos de escrita

7. TEORIA DAS PROJEÇÕES

O desenho técnico se aprimorou devido o matemático francês Gaspar Monge

(1746-1818) aprofundar seus estudos nos métodos de representação gráfica que

existiam até aquela época, e que não possibilitava transmitir a ideia dos objetos de

forma completa, correta e precisa.

Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que

tem três dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por

exemplo, uma folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e

largura).

Haja vista que entre uma das tarefas dos projetistas é elaborar projetos, e para

desenhar e transmitir cada detalhe é necessário preparar descrições que mostrem os

aspectos construtivos das “formas e das dimensões” do objeto. A expressão gráfica é

o método fundamental de comunicação entre os projetistas e o construtor. Os métodos

projetivos empregados para facilitar os entendimentos entre o projetista e o construtor

são as projeções ortogonais, as perspectivas e a visão tridimensional.

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AXONOMETRIA

Axonometria = Axon (eixo) + metreo (medida)

É um tipo de projeção cilíndrica em que as figuras são referendadas a um

sistema ortogonal de três eixos que formam um triedro.

A aplicação mais usual da axonometria é na perspectiva de instalações

hidráulicas e na de peças, em que o problema de medidas é fundamental.

As perspectivas axonométricas são classificadas em dois tipos:

1. Axonometria oblíqua (perspectivas: militar e cavaleira);

2. Axonometria ortogonal (perspectivas: isométrica, dimétrica e

anisométrica).

Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade. As partes

que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais distantes

aparentam ser menores.

O desenho, para transmitir a ideia de três dimensões: comprimento, largura e

altura, precisa recorrer a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva.

É dizer, representar graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano,

conforme mostra a

Figura 19 - Perspectivas cavaleira e isométrica

Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando as formas

de representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a ideia

menos deformada do objeto.

7.1.1. Perspectiva cavaleira

A cavaleira é um tipo de projeção cilíndrica obliqua. Isso significa que as

projetantes têm um ângulo diferente de 90°, e a posição de referência é que sua face

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frontal do SEMPRE ficará paralela ao plano de projeção, e consequentemente sua

face frontal terá suas medidas reais.

Devemos marcar o comprimento em apenas uma direção, sofrendo

redução em sua medida proporcional ao ângulo de profundidade, isto para corrigir as

deformações do desenho nesta perspectiva. Os ângulos mais utilizados são 30º, 45°

e 60º. As correções a serem realizadas para as medida de profundidade conforme o

ângulo utilizado na projeção cavaleira pode ser observado no Quadro 3, onde “x” é o

valor real e “z” é o valor a ser aplicado no desenho.

Angulo Fator de correção

30º 𝑧 =2

3∗ 𝑥

45° 𝑧 =1

2∗ 𝑥

60º 𝑧 =1

3∗ 𝑥

Quadro 3 - Angulo e Fator de correção

7.1.2. Perspectiva isométrica

Iso = (igual) , métrica = (medida)

Esta perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento,

da largura e da altura do objeto representado. Além disso, o traçado da perspectiva

isométrica é relativamente simples.

O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três

semirretas que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°.

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O traçado de qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos.

Por razões prática se utiliza na construção das perspectivas o prolongamento

dos eixos isométricos (X e Y) a partir da origem (0), o qual forma ângulos de 30° com

a linha do horizonte, enquanto a linha do eixo vertical (Z) não sofre alteração.

A Figura 20 apresenta a sequência em passos para a realização do desenho

em perspectiva de um objeto.

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Figura 20 - Passos para desenho em perspectiva isométrica

DIEDROS

Cada diedro é a região limitada por dois semiplanos perpendiculares entre si. Os diedros

são numerados no sentido anti-horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos

ponteiros do relógio.

A maioria dos países que utilizam o método mongeano adotam a projeção ortográfica

no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro.

Países, como por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, representam seus

desenhos técnicos no 3º diedro.

PROJEÇÃO ORTOGONAL

Consiste em uma ou mais vistas, separadas e tomadas de posições diferentes,

geralmente em ângulos retos entre si, dadas por perpendiculares do objeto ao plano

de projeção. Cada vista mostra a forma do objeto a partir de um plano de visão.

Segundo a NBR 10.067 /1995 as vistas de um objeto dividem-se em:

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a) vista frontal;

b) vista superior;

c) vista lateral esquerda;

d) vista lateral direita;

e) vista inferior;

f) vista posterior.

Ao se observar um objeto locado no 1° diedro e aplicar as vistas no plano de visão

de visão sendo posteriormente rebatidos, conforme apresentado na

Figura 21, temos como resultado a apresentação de seis vistas em seus

planos de projeção conforme mostra a Figura 22.

Figura 21 - Objeto locado no 1° diedro

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Figura 22 - Vistas rebatidas

8. COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO

Para completar um desenho se faz necessário identificar as dimensões do

objeto, com isto então deve-se fazer a cotagem das dimensões no desenho. A NBR

10126/87 define como cotagem como a representação gráfica no desenho da

característica do elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa

unidade de medida.

A cotagem deve ser localizada na vista ou corte que represente mais

claramente o elemento. Deve-se indicar as cotas tanto quanto possível na parte

externa da figura.

Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade (por exemplo, milímetro)

para todas as cotas sem o emprego do símbolo. Se for necessário, para evitar mau

entendimento, o símbolo da unidade predominante para um determinado desenho

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deve ser incluído na legenda. Onde outras unidades devem ser empregadas como

parte na especificação do desenho (por exemplo, N.m. para torque ou kPA para

pressão), o símbolo da unidade apropriada deve ser indicado com o valor.

Linhas empregadas na cotagem

As linhas empregadas na cotagem, incluem:

Linha auxiliar ou chamada;

Linha de cota (NBR 8403);

Limite da linha de cota; e

Cota.

As linhas de cotas são traços mais finos do que o desenho do objeto e indicadas

de tal modo que as linhas de chamadas não tocam no desenho.

Posicionamento das cotas e dimensões paralelas

A cotagem não devem ficar muito próximos ou muito afastados do desenho. Se

deve cotar em espaço suficiente para escrever o valor da cota. Caso várias cotas

devam ser indicadas, se deve dar espaçamento igual entre as linhas de cotas.

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Se deve evitar o alinhamento das cotas quando as dimensões forem paralelas.

Convém indica-las deslocadas e não uma sobre a outra.

Cotas em espaços limitados

Não é incomum nos depararmos de cotar o desenho e não haver espaço

suficiente para realiza-lo. Assim, se pode apresentar a cotagem a partir de indicadores

que fazem referência ao espaço da cota.

Cotas em ângulos e de raios

Os ângulos são indicados por 2 dimensões lineares ou por uma medida linear

com o valor do ângulo.

Os arcos são cotados pelo valor do seu raio, podendo ou não constar a letra

“R” junto com a cota.

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Uso de eixos de simetria

Toda figura simétrica leva uma linha de traço e ponto feito com traço fino e que

quando necessária pode ser usada como linha de cota.

Cotagem a partir de linha de referência

Quando necessário as cotas podem ser marcadas a partir de uma “Linha Base”

ou então de uma “Linha Central”.

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Cotas em desenhos arquitetônicos

As dimensões são indicadas geralmente com as cotas diretamente sobre as

linhas do desenho, não sendo necessário o uso de linha de cotas e setas ou traços

inclinados a 45°. A cota representará o vão entre paredes ou a continuidade destas.

Quando a cotagem se dá em cortes, estes devem acompanhar o sentido do

vão que está sendo mensurado. Ademais, se pode representar a altura dos vão

verticais por cotagem dos níveis em que estes se encontram. Este tipo de cotagem

colabora para o entendimento das distâncias entre os vãos que se deseja destacar.

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Modo de cotar desenhos em perspectiva

Quando representamos uma peça em perspectiva isométrica, cavaleira ou

outra qualquer, a colocação da cota fica mais difícil que a contagem em vistas. A regra

geral a se observar é fazer as linhas de extensão e as linhas de cotas também em

perspectiva. A colocação dos números deve ser feita de tal forma que apareçam estar

situados sobre o plano da face que contém a parte cotada. Para isso, é preciso que

os números sejam desenhados em perspectiva e representem algarismos do tipo

vertical.

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9. PLANO DE CORTE

Os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar

elementos internos da peça ou elementos que não estejam visíveis na posição em

que se encontra o observador.

Se deve considerar o corte realizado por um plano de corte, também

imaginário. Os planos de corte dividem-se em:

Vertical;

Transversal; e

Horizontal.

E os tipos de cortes em:

Corte Total atinge a peça em toda sua extensão;

Corte Composto ou em desvio Quando os detalhes de interesse não

estiverem alinhados uns com os outros. (Corte com vários planos);

Meio Corte é aplicado em apenas metade da extensão da peça;

Corte Parcial é delimitado pela Linha de Ruptura ou Fratura.

Indicação dos Planos de Corte

9.1.1. Plano de corte Vertical

No caso de corte total, o plano de corte atravessa completamente a peça,

atingindo suas partes maciças, como mostra a 25.

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Figura 23 - Plano de corte vertical

O plano de corte paralelo ao plano de projeção

vertical é chamado plano longitudinal vertical. Este

plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua

extensão, atingindo todos os elementos da peça.

Removendo a parte anterior da peça, a

projeção do modelo secionado no plano de projeção

vertical tem-se vista frontal do modelo analisado, com

corte, devendo ser representada como a vista frontal

rebatida.

9.1.2. Plano de corte Horizontal

A partir da vista superior do modelo, traçando um o plano de corte paralelo ao

plano de projeção horizontal, tem-se o plano de corte horizontal. A seguir se

removemos a parte superior do corte, temos a seguinte representação:

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Considerando que façamos a remoção do

modelo, a peça apresentará no plano de projeção

conforme a figura ao lado.

9.1.3. Plano de corte Transversal

O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome

de plano de corte transversal.

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Projeção dos Tipos de Cortes

9.2.1. Corte total na Vista Frontal

A vista frontal está representada em corte porque o observador imaginou o

corte vendo o modelo de frente. Sob a vista representada em corte, no caso a vista

frontal, é indicado o nome do corte: Corte AA.

Observe que a vista superior é atravessada por uma linha traço e ponto

estreito, com dois traços largos nas extremidades. Esta linha indica o local por onde

se imaginou passar o plano de corte. As setas sob os traços largos indicam a direção

em que o observador imaginou o corte. As letras do alfabeto, próximas às setas, dão

o nome ao corte. A ABNT determina o uso de duas letras maiúsculas repetidas para

designar o corte: AA, BB, CC etc.

Este corte ainda poderia ter sido representado na vista lateral esquerda

conforme a figura a seguir.

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9.2.2. Corte total na Vista Superior

Quando o corte é imaginado na vista superior, a indicação do local por onde

passa o plano de corte pode ser representada na vista frontal ou na vista lateral

esquerda.

9.2.3. Corte total na Vista Lateral

Quando o corte é representado na vista lateral, a indicação do plano de corte

tanto pode aparecer na vista frontal como na vista superior.

9.2.4. Corte Composto ou em desvio

Quando se faz necessário um corte com vários planos de corte, podemos

realizar o corte denominado de corte composto ou em desvio.

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9.2.5. Meio corte

O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas, no qual aparece

somente meia vista em corte. O meio corte apresenta a vantagem de indicar, em uma

só vista, as partes internas e externa da peça. Sua aplicação se dá em peças ou

modelos simétricos longitudinal e transversalmente.

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9.2.6. Corte Parcial

Segundo a NBR 10067/ 95 no corte parcial apenas uma parte da peça é cortada

para focalizar um detalhe, delimitando-se por uma linha contínua estreita à mão livre

ou por uma linha estreita em zigue-zague, conforme a NBR 8403.

Na figura abaixo se faz a apresentação de uma pesa isométrica com

representação do corte parcial.

10. HACHURAS

Nos desenhos técnicos em corte, as hachuras servem para indicar as partes

maciças atingidas pelo corte.

As hachuras são formadas por linhas inclinadas a 45° em relação as linhas

principais do contorno ou eixos de simetria.

As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes, devem ser

feitas em direção opostas ou espaçamentos diferentes.

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As hachuras devem ser interrompidas quando da necessidade de se inscrever

na área hachurada.

Exemplos de hachura para indicação de alguns materiais é apresentado na

NBR 12298/95.

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11. REFERÊNCIAS

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Tecnológica - CESET- Unicamp: 2003

SCHULER, D.; JORGE FILHO, H. O.; MEULAM FILHO, J. A.. Noções Gerais do

Desenho Técnico: Apostila Técnica - FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG –

2006.

SANTANA, D.L. at all. Aplicações: arquitetura e engenharia civil. (Projeto TIC no

Processo de Ensino e Aprendizagem de Matemática). Campo dos Goitacazes, 2010.

VIEIRA, C. A.. Normas para Desenho Técnico: Desenho II – 2003

BARISON, M. B. Desenho Geométrico. Geométrica. 2007. Disponível em:

<http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/dg/dg_1t.php>. Acesso em: 13/07/2015.

ROSADO, V. O. G. Desenho Técnico. Fundamentos Teóricos e Introdução ao

CAD. Apostila UNESP: Universidade Estadual Paulista. Junho.2011. Disponível em:

<http://www.feg.unesp.br/~victor>. Acesso em:17/08/2015.

PASTANA, C. E. T. Desenho Técnico. Anotações de aulas de desenho técnico.

2006. Universidade de Marília. Revisão 1-06. 103p.

FERREIRA, R.C. Desenho Técnico. Apostila de Circulação interna da Escola de

Agronomia e Eng. de Alimentos. Universidade Federal de Goiás. Março 2008. 49p.