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Diana Rainho
Desemprego e População Qualificada
Coimbra, 2013
Titulo:
Desemprego e População Qualificada
Autor:
Diana Rainho
Nº 2013142907
Imagem de Capa:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:%22Gera%C3%A7%C3%A3o_%C3%A0_Rasca
%22_Banner.jpg
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Trabalho realizado no âmbito curricular de Fontes de Informação Sociológica
sobre orientação de Paula Abreu e Paulo Peixoto (ano letivo 2013/2014).
Índice
1. Introdução ...................................................................... Error! Bookmark not defined.
2. Desenvolvimento .......................................................................................................... 2
2.1. Estado das Artes ....................................................... Error! Bookmark not defined.
2.1.1. Definição de Desemprego ............................................................................... 2
2.1.2. Desemprego como Problema Mundial ........................................................... 3
2.1.3. Desemprego em Portugal ............................................................................... 4
2.1.4. Desemprego e a Qualificação ......................................................................... 8
2.2. Descrição Detalhada da Pesquisa ............................ Error! Bookmark not defined.
2.3. Ficha de Leitura ........................................................ Error! Bookmark not defined.
2.4. Análise Crítica de um Website ................................. Error! Bookmark not defined.
3. Conclusão ........................................................................ Error! Bookmark not defined.
4. Referências Bibliográficas ............................................... Error! Bookmark not defined.
ANEXO A
Sítio da Internet avaliado
ANEXO B
Texto de suporte da ficha de leitura
Fontes de Informação Sociológica
1
1. Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina Fontes de Informação
Sociológica (FIS) dirigida pelo docente Paulo Peixoto e pela docente Paula Abreu. Este
trabalho foi realizado sobre o tema “Desemprego e População Qualificada”.
O trabalho está dividido por quatro partes fundamentais apresentadas
seguidamente.
Primeiro é apresentado o estado das artes, que é a parte fundamental da
pesquisa. Nesta parta comecei por apresentar a definição de desemprego, depois
referi o desemprego a nível mundial e posteriormente a nível de Portugal, e, por
último, relacionei o desemprego com a qualificação. Em segundo lugar é apresentado
a descrição detalhada da pesquisa.
Entretanto, em terceiro lugar é apresentada uma ficha de leitura sobre o texto
“A ‘Fuga de Cérebros’: um discurso multidimensional” relacionado com o tema
principal.
Por ultimo, é apresentado uma análise crítica de um web site que escolhi em
relação ao tema, o web site do IEFP.
Fontes de Informação Sociológica
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2. Desenvolvimento
2.1. Estado das Artes
2.1.1. Definição de Desemprego
A palavra Desemprego é a palavra mais falada socialmente e nos diferentes
meios de comunicação. A problemática do desemprego é referida diariamente no seio
familiar, na faculdade, nas ruas, nos jornais e afins. O que é o Desemprego?
A definição dada ao desemprego é falta de trabalho. Um desempregado é um
individuo que, pertencendo à população ativa, se encontra sem emprego e à procura
de um. (conceito.de, 2011)
2.1.1.1. Desemprego Subsidiado
Desemprego subsidiado é a designação dada ao desemprego que é
indemnizado através da Segurança Social. Ou seja, um indivíduo que se encontre
desempregado involuntariamente vai recebendo, ao longo do tempo se reunir
determinados requisitos, um subsídio de desemprego com um determinado valor,
diferente de caso para caso, que tem como objectivo fazer uma substituição do
rendimento de trabalho perdido. (INE)
2.1.1.2. Tipos de Desemprego
Existem vários tipos desemprego – desemprego cíclico, estacional (ou sazonal),
friccional (transição ou de mobilidade) e desemprego estrutural – que vão se
apresentados a seguir. (conceito.de, 2011)
Fontes de Informação Sociológica
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Desemprego Cíclico:
É um desemprego originado por momentos de crise económica. Designa‐se por
cíclico porque quando há uma crise económica a taxa de desemprego aumenta mas
quando se registam melhorias na economia a taxa de desemprego tende a diminuir.
Desemprego Estacional (ou sazonal):
Este tipo de desemprego é marcado pela variação da oferta e da procura de
trabalho durante um determinado ciclo (durante uma ano, por exemplo). Por exemplo,
em certos campos agrícolas há alturas no ano em que a oferta de trabalho é maior,
logo, o desemprego diminui e no resto do ano a oferta de trabalho diminui e
consequentemente o desemprego aumenta.
Desemprego Friccional (Desemprego de Transição ou de Mobilidade):
Este tipo de desemprego resulta de um desentendimento a nível de condições
de trabalho entre o empregador e o empregado. Um desempregado de transição é um
individuo que não concordando com as suas condições de trabalho demite‐se para
procurar outro emprego.
Desemprego Estrutural:
É considerado o tipo de desemprego mais grave. O desemprego estrutural
define‐se por um desajuste entre a procura e a oferta de trabalho, ou seja, quando
existe mão‐de‐obra disponível no mercado e não existe os postos de trabalho
necessários para corresponder ao número de pessoas à procura de emprego.
Resumindo, há muito oferta de mão‐de‐obra para pouca procura existindo, assim, um
desequilíbrio.
2.1.2. Desemprego como Problema Mundial
Segundo Eduardo de Freitas, actualmente foi atingido, por todo o mundo, um
nível muito elevado de desemprego (Feitas, 2011).
Fontes de Informação Sociológica
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Freitas refere que, segundo os órgãos internacionais, existem actualmente
aproximadamente 850 milhões de pessoas desempregadas, pois tem havido grandes
modificações no mercado de trabalho por todo o mundo pelo facto de algumas
profissões terem deixado de existir e pela crescente evolução tecnológica.
“As empresas são obrigadas a investir maciçamente em tecnologias para
garantir rapidez e melhorar a qualidade, itens necessários em um mercado tão
competitivo.” (Freitas, 2011)
Segundo Freitas, as variadas profissões têm sofrido um “processo evolutivo,
como ocorreu na natureza com a evolução de alguns animais” (Freitas, 2011), ou seja,
há várias profissões que estão a entrar ou já entraram em extinção e outras tiveram
que arranjar modos de se adaptar às realidades a nível de mercado. (Freitas, 2011)
Freitas também defende que a enorme evolução tecnológica que se tem
verificado não traz benefícios a todos. Refere, assim, os países subdesenvolvidos em
que esta grande evolução tecnológica coloca “em risco milhões de postos de trabalho”
(Freitas, 2011). Então, se juntarmos ao número de desempregados (que vais
tendencialmente aumentando) ao crescimento populacional, poderá no final do século
poderá atingir cerca de 12 bilhões de pessoas, “o mundo poderá entrar em colapso”
(Freitas, 2011).
2.1.3. Desemprego em Portugal
Todos os dias, como já referi, somos constantemente abordados pelo problema
do desemprego em Portugal, principalmente o desemprego dos jovens portugueses.
Falamos sobre o desemprego diariamente entre familiares e amigos e encontramos
bastantes notícias relacionadas com o assunto. Apresento, de seguida, partes de duas
notícias do Jornal Publico.
“Mais de 20 chefes de Estado ou de Governo da União Europeia (EU)
reafirmaram ontem o compromisso de avançar de forma “concreta” para “resultados
Fontes de Informação Sociológica
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rápidos” no combate ao desemprego dos jovens, que afecta mais de seis milhões de
europeus com menos 25 anos. (…)
Apesar da solenidade que o rodeou, o encontro não foi além da confirmação do
novo programa comunitário específico – chamado “Garantia Jovem” –, dotado de 6000
milhões de euros em 2014 e 2015, que foi aprovado pelos líderes europeus no início
deste ano. Este programa destina‐se a oferecer aos jovens até aos 25 anos um
emprego “de qualidade”, a continuação da educação formal, uma formação específica
ou um estágio profissional no prazo máximo de quatro meses depois de terem saído
do sistema educativo ou ficado desempregados. A este montante acrescem 7000
milhões do Fundo Social Europeu – um dos fundos estruturais comunitários –, que
poderão ser mobilizados em favor do emprego jovem até 2020. (…)
No caso de Portugal, o primeiro‐ministro, Pedro Passos Coelho, reconheceu que
o programa nacional baptizado “Impulso Jovem” arrancou com “muitas dificuldades”,
que obrigaram ao seu ajustamento “mais do que uma vez”. Nos últimos meses, porém,
o desempenho tem sido “mais positivo”, permitindo ao programa envolver “cerca de
70.000 jovens”, disse o primeiro‐ministro, citado pela Lusa.” (Isabel Arriaga e Cunha,
2013)
“Nos últimos dois meses, o número de novas inscrições nos centros de
emprego voltou aos níveis de 2011, quando se registou o volume mais elevado de
novos desempregados. As estatísticas divulgadas ontem pelo Instituto de Emprego e
Formação Profissional (IEFP) dão conta de 79.291 novas inscrições ao longo do mês de
Outubro, mais de 4,7& do que no ano passado.
Embora se verifique um recuo face a Setembro, quando se registaram 80.176
novos desempregados, estes dois meses ficam muito próximos dos 80.462 novos
inscritos em Setembro de 2011, altura em que se bateu o recorde dos últimos 13
anos.” (Martins, 2013)
Fontes de Informação Sociológica
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Praticamente nenhuma das notícias que encontramos nos meios de
comunicação sobre o desemprego jovem delas nos inspira uma ideia positivista em
relação ao futuro dos referidos jovens. Os valores remetentes para a taxa de
desemprego e outros dados relacionados são realmente assustadores, principalmente
para os jovens estudantes que andam a lutar pelo seu futuro sabendo que
futuramente esse seu trabalho poderá ser desperdiçado pela pouca oferta de trabalho
que existe. Apesar de às vezes se verificar algumas melhorias, essas são muito poucas
e não são estáveis. Depois também à certos programas, como o programa “Impulso
Jovem” referido na primeira noticia, que à partida são bons para a população jovem
desempregada, mas, para além de o próprio programa não ter capacidade para
abranger todos os jovens, ainda é ajustado, como refere Cunha, numa perspectiva
negativa, pelo que conclui.
(INE)
Número de Desempregados; Anual
Fontes de Informação Sociológica
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Este gráfico, mostra‐nos a variação do desemprego registado por sexo e grupo
etário entre o ano 2006 a 2009. Então, podemos ver que, à excepção que do ano de
2006 para o ano 2007 o desemprego diminuído, o desemprego tem aumentado de ano
para ano. Por exemplo, no ano de 2007 o desemprego era de 390280 pessoas e no ano
de 2009 era de 524674, portanto, houve um aumento de 143394.
(INE)
Analisando este gráfico podemos ver, efectivamente que a população
desempregada aumentou do ano 2011 para o ano 2012. Em 2011 havia 706100
desempregados e em 2012 havia 8601000, o que dá um aumento de 154000
desempregados entre 2011 e 2012.
Com estes dois gráficos, concluo que o desemprego, se à vários anos já se podia
tornar assustador e um problema para a economia nacional e mundial, hoje em dia
Número de Desempregados; Anual
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com os sucessivos aumentos de população desempregada ainda mais pesado se tona
este problema. Cada vez mais, de facto, atingem valores bastante elevados e cada vez
mais representa uma incerteza para a vida dos milhões de estudantes e também para
a outra população no geral.
2.1.4. Desemprego e a Qualificação
Vasco Ramos questiona “Formar para a emigração?” (Ramos, 2013)
“Em Portugal, a receita austeritária voltou a expor clivagens sociais que tinham
sido mitigadas nas últimas décadas. Sem alterações políticas de fundo arriscamo‐nos a
criar uma nova vaga de emigração que, combinando o volume numérico e o perfil dos
expatriados, tornarão difícil ver alguma luz ao fundo do túnel.” (Ramos, 2013)
(Ramos, 2013)
Segundo o gráfico é de notar que cada vez há mais população com qualificação
de ensino superior, o que, para mim, é um aspecto positivo mas, em contra partido, a
taxa de desemprego, como podemos verificar através do gráfico tem vindo a
aumentar. O que traduz, então, num grave problema nacional e também mundial.
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2.2. Descrição Detalhada da Pesquisa
Inicialmente tive que escolher o tema do trabalho entre três alternativas dadas
pelos docentes da disciplina em que este trabalho está incorporado. Optei pelo tema
“Desemprego e População Qualificada” porque foi o que mais me chamou atenção e o
que mais me apareceu mais apelativo.
O meu primeiro passo foi recorrer ao catálogo online da biblioteca da
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Fiz uma pesquisa nesse catálogo
por palavras‐chave como: desemprego, população qualificada, desemprego jovem, etc.
Encontrei um livro e uma tesa que me pareceu relevante para a minha pesquisa, mas
após uma análise mais profunda da informação acabei por não utilizar estas fontes.
Entretanto fiz várias pesquisas na internet usando o motor de busca Google e o
Google académico encontrando, assim, informação relevante para o meu trabalho
usando as palavras‐chave referidas anteriormente. Também procurei solidificar mais o
trabalho com notícias de jornais, encontrando duas adequadas ao tema no jornal
Público.
Depois de recolhida a informação, prossegui o tratamento da mesma. Depois,
seguiu‐se a realização do estado das artes em função da informação anteriormente
recolhida.
Fontes de Informação Sociológica
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2.3. Ficha de Leitura
Título do Capítulo: “A “Fuga de Cérebros”: um discurso multidimensional”
Autores do Capítulo: Araújo, Emília e Ferreira, Filipe
Titulo Livro: “Para um debate sobre a Mobilidade e Fuga de Cérebros”
Autores do Livro: Araújo, E., Fontes, M. & Bento, S.
Local onde se encontra:
https://www.google.pt/search?q=Ara%C3%BAjo%2C+Em%C3%ADlia+e+Ferreira+Filipe
+(2013)%2C+%22A+%C2%ABfuga+de+c%C3%A9rebros%C2%BB%3A+um+discurso+mul
tidimensional%22+in+E.+Ara%C3%BAjo%3B+M.+Fontes+e+S.+Bento%2C+Para+um+de
bate+sobre+a+mobilidade+e+Fuga+de+c%C3%A9rebros.+Braga%2C+Centro+de+estud
os+de+Comunica%C3%A7%C3%A3o+e+Sociedade%2C+58‐
82&oq=Ara%C3%BAjo%2C+Em%C3%ADlia+e+Ferreira+Filipe+(2013)%2C+%22A+%C2%
ABfuga+de+c%C3%A9rebros%C2%BB%3A+um+discurso+multidimensional%22+in+E.+
Ara%C3%BAjo%3B+M.+Fontes+e+S.+Bento%2C+Para+um+debate+sobre+a+mobilidad
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F‐8
Data da publicação: 2013
Local de Edição: Braga
Editor: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho
Data de leitura: 25 de outubro de 2013
Páginas: 58‐82
Fontes de Informação Sociológica
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Assunto: A temática principal deste texto é sobre a “Fuga de Cérebros”, ou seja, a
emigração de profissionais qualificados e a mobilidade dos mesmos.
Palavras‐chave: “Fuga de Cérebros”, Portugal, estrangeiro, mobilidade, profissionais
qualificados, emigração, sistemas políticos nacionais, países desenvolvidos, países em
desenvolvimento, media e identidade.
Resumo: A “Fuga de Cérebros”, ou seja, a emigração de pessoas qualificadas é,
durante o texto, abordada por diversas perspectivas, principalmente positivas e
negativas. É de notar que os media estrangeiros e os media portugueses também
diferem muito nas perspectivas da emigração dos portugueses. Os media estrangeiros
apresentam esse facto mais negativamente para Portugal, enquanto os media
portugueses tentam perspectivar essa mesma emigração como um factor com
algumas vantagens.
Introdução
Escolhi este tema por este ser bastante actual e por apresentar uma polémica
que irá ser bastante presente no meu próprio futuro profissional.
Neste texto é abordado uma vertente histórica sobre a migração e a
mobilidade de população qualificada e também a vertente política do país. Também
são apresentados alguns estudos sobre os fluxos da mobilidade a nível global numa
tentativa entender a atualidade deste mesmo assunto e das suas motivações. Neste
texto é igualmente abordado a interpretação dos meios de comunicação portugueses
e estrangeiros sobre a mobilidade qualificada portuguesa.
Emília Araújo, uma dos autores deste texto, é professora auxiliar no
departamento de sociologia da Universidade do Minho e também investigadora no
CECS (Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade). Filipe Ferreira é o outro autor
que está a frequentar o mestrado em Sociologia na Universidade do Minho.
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Desenvolvimento
1º Ponto: “A “Fuga de cérebros” como problema global”
Neste primeiro ponto aos autores começam por constatar que existem
diferentes realidades económicas e sociais no mundo, cujas desigualdades são
apresentadas como sendo transversais. São os factores políticos e ideológicos que
contribuem mais para estas desigualdades e na “equação da estratificação mundial de
distribuição e acesso aos recursos” (página 61). Mas, entre estes factores, a procura de melhores condições de vida apresenta‐se como o factor principal de mobilização.
Entretanto, os autores apresentam duas perspectivas complementares sobre a
referida migração (página 62). Uma das perspectivas apresentadas é que, em
determinadas alturas, a migração de pessoas qualificadas é vista como uma forma de o
Estado garantir melhores garantias de condições de vida dos seu cidadãos e de
posteriormente receber lucros provenientes dessa mobilidade. Segundo os autores, M.
Carolina Brandi (2001; 2004) defende que a “fuga de cérebros” era, portanto, um facto
positivo tando para o país de origem e para os países para os quais emigram, era uma
mobilidade compreendida numa perspectiva de desenvolvimento curricular. Segundo
a outra perspectiva, a migração das referidas pessoas qualificadas, noutras alturas, é
vista num prisma negativo para o próprio país, pois, o Estado investiu no ensino desses
mesmos qualificados que irão aplicar essa qualificação no estrangeiro sem, muitas das
vezes, regressar ao seu país de origem.
2º Ponto: “Atualidade da “Fuga de Cérebros””
Conforme os autores é observado num estudo realizado pela OCDE (página 64)
que África e Ásia são os continentes com grande percentagem de emigração de
recursos humanos qualificados, igualmente na América Latina e na Europa. Também
em 2000, já se verificava em Portugal uma grande mobilidade de população
qualificada.
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Os autores do texto referem que, segundo um estudo realizado por Franzoni,
Scellato e Stephan (página 64 e 65), os Estados Unidos é o destino predominante dos
fluxos de emigração da população qualificada. Já a Índia é um dos países com maior
taxa de emigração. No resto da Europa há um equilíbrio entre os emigrantes e
imigrantes de pessoas com qualificação. Os autores também mencionam que, segundo
este mesmo estudo, a emigração destes quadros qualificados se deve à procura de
melhores perspectivas a nível económico, científico e pessoal/profissional.
3º Ponto: “Algumas questões de identidade e os palcos discursivos”
Primeiramente, os autores referem que a migração qualificada tem‐se vindo a
multiplicar em diferentes formas de mobilidade de profissionais com elevada
qualificação e com capitais valiosos nas áreas da ciência, arte e engenharia.
Depois os autores mostram uma vertente mais crítica, apresentando dois
prismas sobre o papel da migração qualificada na “construção identitária de um país”
(página 66). Por um lado, os emigrantes no exterior podem ser vistos numa imagem
extremamente valorizadora de esforço e dos seus capitais a nível de qualificação
adquiridos no país de origem. Mas, por outro prisma, podem apresentar uma imagem
de “desprestígio, vergonha e subserviência” (página 66).
Ou seja, segundo os autores a emigração de profissionais qualificados pode ser
vista como um bom factor para a construção de uma imagem positiva para o país de
origem segundo o reconhecimento de prestígio que estes referidos profissionais
recebem no estrangeiro, mas, por outro lado, como um factor negativo pela questão
que se coloca sobre o porquê da necessidade de emigrar e não permanecer no país de
origem.
4º Ponto: “Nota metodológica”
Neste ponto, os autores explicam, nas páginas 67 e 68, o método de pesquisa
que usaram para explorar “a representação que os meios de comunicação estrangeiros
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e os portugueses constroem da mobilidade qualificada portuguesa” (página 67) e os
principais resultados mais directos. Os autores procederam a uma recolha de vários
materiais usando o “Google” como motor de busca e as expressões “brain drain
Portugal” e “fuga de cérebros em Portugal”.
5º Ponto: “Os media e os profissionais altamente qualificados: cruzamentos
discursivos”
Os autores referem, na página 68, que os emigrantes e a emigração são temas
poucos estudados e que a maioria dos estudos existentes não sujeita estas temáticas a
uma análise e crítica. A maioria destes estudos incide nos “contextos de integração e
discriminação dos emigrantes” (página 68).
Os autores dizem que Ferin e Santos investigaram sobre as representações dos
imigrantes nos meios de comunicação, deparando que problemáticas sociais como
crime, prostituição e violência se destacam nas notícias. Mas, apesar disto, também
são algumas vezes aludidas reportagens que valorizam a coragem e o mérito dos
portugueses pelo mundo, que reportam a uma imagem de Portugal como um país
desenvolvido com grandes capacidades/capitais intelectuais.
É apresentado pelos autores, na página 69, que a grande parte de subtemas
conduzidos ao debate público sobre a emigração são histórias de vida com uma vasta
gama de experiencias de sucesso pessoal ou argumentos de ordem política.
6º Ponto: “Panorama: media estrangeiros”
Neste ponto os autores referem a abordagem que os media estrangeiros fazem
sobre Portugal e a sua “fuga de cérebros”. Em algumas notícias e reportagens dão
enfase a várias histórias pessoais dos portugueses que trabalham nesses países do
estrangeiro com alguns aspectos económicos e sociais de Portugal, principalmente
segundo a taxa de desemprego. Já outras notícias e reportagens dão mais destaque
somente às condições de vida em Portugal.
Fontes de Informação Sociológica
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De acordo com os autores, os media internacionais apresentam que as causas
da saída de profissionais qualificados de Portugal prende‐se com as políticas de
austeridade (desemprego e emigração) e também pela influência de emigração em
direcção aos países de língua portuguesa (por exemplo, as antigas colónias de
Portugal) que sejam focos de atracção para novas gerações.
7º Ponto: “Panorama: media portugueses”
Neste ponto os autores declaram que os media portugueses encaram a “fuga
de cérebros” num panorama diferente dos media estrangeiros, pois privilegiam os
portugueses entrevistados. Estas notícias ou reportagens são baseadas em
posicionamentos políticos.
Conclusão
É verdade que actualmente as fronteiras se encontram mais apagadas o que
facilita a emigração de profissionais altamente qualificados. Então a
internacionalização dos mercados de trabalho torna mais usual e prático o conceito
“mobilidade” (Página77). Assim, há agora uma geração bastante preparada, a todos os
níveis, para emigrar com objectivo de ter melhores condições de vida e acesso a
melhores tecnologias, geração que não tem muitas propensões de regresso ao país de
origem.
Concluindo que a representação da temática “fuga de cérebros” é diferenciada
entre os media portugueses e os media estrangeiros, ambos defendendo a ideia que
esta “fuga” é uma consequência da crise económica e da austeridade vivida em
Portugal.
Fontes de Informação Sociológica
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Pontes Fortes e Fracos
É, de facto, um texto muito completo pois apresentas vários estudos e ideias de
diversos autores, tendo também uma grande recolha de notícias ou partes de notícias
sobre a temática. Mais um dos aspectos positivos é a presentação do texto por
tópicos.
O único problema que tenho a indicar a este texto é que, por vezes, se tornou
um pouco confuso por uma vasta apresentação de termos específicos e da forma de
apresentação de ideias.
2.4. Análise Crítica de um Website
Escolhi o site do Instituto do Emprego e Formação Profissional, mais conhecido
por IEFP, cujo link é: http://www.iefp.pt/Paginas/home.aspx. Escolhi este site pela
forte relação com o tema que trabalhei “ Desemprego e População Qualificada”, está
muito ligado ao emprego e ao desemprego e também tem uma vertente ligada a
formações e novas qualificações.
Este site alcança um público específico, ou seja, é mais direccionado para
determinadas pessoas apesar de estar ao alcance de qualquer tipo de pessoa.
Simplesmente é mais direccionado para pessoas que procuram emprego, para
imigrantes e pessoas com deficiência que igualmente querem entrar no mercado de
trabalho, e também é dirigido a formadores e empregadores. É um site amplo na
medida que tem informação para, como já referi, pessoas que procuram emprego,
assim como para imigrantes e pessoas com deficiência, também é um instrumento
muito útil para formadores e empregadores e também pode dar informações
relevantes para investigadores.
Fontes de Informação Sociológica
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Na minha opinião o site apresenta uma linguagem clara e directa, sem termos
de elevada especificidade, ou seja, está praticamente ao alcance de todo o público a
que se reporta. O seu conteúdo é claro, tirando o facto que algumas palavras se
encontram no antigo acordo ortográfico e outras no novo acordo. Pelo que eu pode
analisar, este site vai sendo actualizado bastantes vezes, apesar de não o ser
diariamente. É um site ajustável a vários ecrãs e muito bem organizado.
Consoante o público a que o site é dirigido, considero‐o muito apelativo pelo
seu desenho gráfico, tem um aspecto simples e agradável apresentando tonalidades
leves. Este site está muito bem organizado, pois tem uma opção de que pesquisa
escolher o seu perfil e apresenta um mapa do site (“Mapa do Portal”).
Este site apresenta informações directas, como por exemplo, dados estatísticos
relacionados com o tema. Apesar de ter alguma informação de sentido formativo, este
site é maioritariamente de propaganda de serviços e formações.
Este site representa uma instituição (“Instituto do Emprego e Formação
Profissional”) onde muitas das fontes e muitas das publicações são da autoria da
mesma ou de outras instituições.
Este site é gratuito na medida em que para consultar a informação presente
neste site não é necessário pagar nenhum valor monetário nem fazer uma inscrição
prévia no mesmo. No entanto, este site não disponibiliza recuperação da informação.
Fontes de Informação Sociológica
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3. Conclusão
É verdade que a temática do desemprego é bastante abordada actualmente,
principalmente a nível noticiário, mas pareceu‐me bastante interessante trabalhar
sobre “Desemprego e População Qualificada” porque esta relação não é assim tão
abordada.
A realização deste trabalho permitiu consolidar a ideia de que o desemprego
cada vez mais se está a tornar um grande problema para a população, tanto a nível
mundial como a nível de Portugal.
Este trabalho, sem dúvida, também permitiu consolidar tudo o que foi
aprendido na disciplina Fontes de Informação Sociológica, como truques de pesquisa e
de como fazer referências bibliográficas.
Fontes de Informação Sociológica
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4. Referências Bibliográficas
• Conceito.de (2011), “Conceito de desemprego”. Acedido em 20 de novembro
de 2013, disponível em <http://conceito.de/desemprego>.
• Cunha, Isabel Arriaga e (2013), “Grande conferência europeia sobre o emprego
jovem sem novas receitas”. Público, 8617, 22‐22.
• Freitas, Eduardo de (s.d.), “Desemprego, um problema mundial”. Mundo
Educação. Acedido em 23 de novembro de 2013, disponível em
<http://www.mundoeducacao.com/geografia/desemprego‐um‐problema‐
mundial.htm>.
• Instituto Nacional de Estatística (1997), “1263 ‐ Desemprego Subsidiado”.
Acedido em 20 de novembro de 2013, disponível em
<http://smi.ine.pt/Conceito/Detalhes/2825>.
• Martins, Raquel (2013), “Novas inscrições nos centros de emprego aproximam‐
se do valor recorde de 2011”. Público, 8623, 20‐20.
• Ramos, Vasco (2013), “Formar para a emigração? Intersecções entre
desemprego e qualificação no Portugal em crise”. Plataforma Barómetro Social.
Acedido em 30 de novembro de 2013, disponível em <
http://barometro.com.pt/archives/1035>.
Ane
exo A
Fontes de
Informação Sociológica
20
Fontes de Informação Sociológica
21
Anexo B
Araújo, Emília e Ferreira Filipe (2013), "A «fuga de cérebros»: um discurso multidimensional" in E. Araújo; M. Fontes e S. Bento, Para um debate sobre a mobilidade e Fuga de cérebros. Braga, Centro de estudos de Comunicação e Sociedade, 58‐82.