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O OUTRO MARCO POLO QUE VIAJOU – TALVEZ - COM FERNÃO DE MAGALHÃES DESCRIÇÃO ANOTADA DAS VIAGENS D’ ÁGUIA – SETOR I

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O OUTROMARCO POLO

QUE VIAJOU – TALVEZ -COM FERNÃO DE MAGALHÃES

DESCRIÇÃO ANOTADA DAS VIAGENS D’

ÁGUIA – SETOR I

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DA CONSTELAÇÃO DEAQUILA | ÁGUIA – SETOR I

O OUTRO MARCO POLOQUE VIAJOU – TALVEZ – COM FERNÃO DE MAGALHÃES

DESCRIÇÃO ANOTADA DAS VIAGENS D’

A exploração da constelação de AQUILA | ÁGUIA – Setor I foi realizada com muita perícia, para evitar complicações decor-rentes dos desafios apresentados pelas terras onde atracaram – umas vezes intencionalmente, outras por mero acaso.

Um dos aspetos mais característicos, neste Setor, prendeu--se com a variedade de novos animais e plantas encontra-dos pelos exploradores.

Houve, também, aventuras perigosas, mas os membros da exploração souberam sempre dar o melhor de si e fazer o que a ocasião necessitava.

Ao anónimo anotador das descrições, pertencem os itálicos que pontuam os textos.

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Saí do barco e coloquei os meus pés descalços na praia. A areia grossa, bastante escura e com pequenas pedras à mistura. Esta terra tinha paisagens diferentes, com montanhas que atravessam as nuvens e parecem não ter fim; árvores enormes, de troncos tão grossos, que são precisos quase dez homens para as abraçar. Precisava urgentemente de encontrar comida. Os alimentos que trazíamos para a viagem tinham acabado quando ainda navegávamos em alto mar.

Entrei na densa floresta e, por caminhos perigosos, cruzei-me com animais selvagens, aves de rapina e outros animais desconhecidos. Encontrei aldeias com pessoas simpáticas, que me receberam de forma atenciosa, que me mostraram os seus costumes, os seus hábitos, os seus trajes diferentes daqueles que eu conhecia na Europa. Deram-me tecidos, especiarias, água e comida para o resto da viagem. Prometi voltar um dia e trazer-lhes, da Europa, queijos, vinhos, mel e outros produtos que para eles eram desconhecidos.

Segui viagem montado no cavalo oferecido pelo simpático povo, no entanto, quando dei por mim estava a cair num buraco que parecia não ter fundo. Devo ter desmaiado com a queda e não tenho a noção do tempo que passou, mas acordei meio zonzo e sem saber onde estava. Parecia ser uma cidade escondida dentro da montanha. Tinha uma luz intensa vinda do que pareciam ser pedras preciosas. Aproximei-me. Era ouro, diamantes cravados no teto que cobria a insólita terra, joias, muitas joias... Inesperadamente, tinha um grupo de homens com ar ameaça-dor a gritarem palavras de ordem que eu não entendia. Prenderam-me e levaram-me à presença do seu chefe... Chamava-se “Imperador”. Curiosamente entendiam a minha linguagem, expliquei-lhe que era explorador e que procurava novos povos e novas terras– Queria apenas mostrar-lhes a minha cultura, os meus costumes e levar das minhas descobertas, histórias para contar. Fiquei a viver naquela terra mágica durante algum tempo. Tempo suficiente para registar em páginas soltas todas as aventuras e experiências que tinha passado. Trouxe na bagagem pedras preciosas oferecidas pelo Imperador.

A CIDADE DENTRODA MONTANHA

Título: Descrição Anotada das Viagens d’O Outro Marco Polo, que viajou – talvez – com Fernão de Magalhães

Sub-título: Águia – Setor I

Autores: Afonso Matias, Beatriz Basílio, Bruna Ferreira, Carolina Guerra, Diana Khorkava, Ema Oliveira, Filipe Videira, Gabriel Soares, Gonçalo Esteves, Guilherme Costa, Guilherme Rodrigues, Henrique Costa, Inês Almeida, João Simões, Lucas Cardoso, Mafalda Merino, Maria Miguel Batista, Mariana Almeida, Martim Ferrão, Matias Rodrigues Farreca, Matilde Brandão, Matilde Correia, Matilde Ferreira, Miguel Lopes, Rafael Figueiredo, Vasco Oliveira [Escola Básica de Massorim, 3.ºA (Águia – Setor I)]

Design e Ilustração: Miolo e Meio, lda.

Edição e Anotações: R. M. Ribeiro

O Projeto-Piloto de “O Outro Marco Polo, que viajou – talvez – com Fernão de Magalhães” foi desenvolvido com o Agrupamento de Escolas Grão Vasco, no âmbito da iniciativa da Memória Comum – Associação para os Museus Municipais – Viseu; e decorreu em Junho e Julho de 2019, resultando em 5 cadernos (cada pertencente a uma turma do 1.º Ciclo do Ensino Básico), que foram publicamente apresentados durante o festival “Mescla”, a 07/07/2019.

A Fase 1 de “O Outro Marco Polo, que viajou – talvez – com Fernão de Magalhães” iniciou-se a 20 de Setembro de 2019, data dos 500 anos da partida da Expedição de Fernão de Magalhães que completou a primeira viagem de circum-navegação ao globo terrestre.

projectopatrimonio.com/o-outro-marco-polo/

Viseu. Junho, 2020.

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Um – dos exploradores – chamado Ramiro, durante meses, navegou em alto mar, no seu barco azul e branco. [Como parte da nossa grande frota!]

Certo dia, avistou uma ilha, à qual deu o nome de Baku, que era o nome do seu cão, mas que tinha deixado em terra a aguardar o seu dono. Chegado à ilha, parou o barco, lançou a âncora, pegou no binóculo e, cheio de coragem, saiu da embarcação e pisou a areia fina e branca da praia. Começou, então, a explorar a ilha.

Caminhava por entre a vegetação densa, quando encontrou um gur-piza, uma criatura com cabeça de piza, unhas bem afiadas e muito grande. Para além do gurpiza, Ramiro ficou encantado com as árvores de vários tamanhos e cores que ia encontrando pelo caminho. Entretanto, num tronco de uma dessas árvores estava pousado um pássaro chamado avipiza, que tinha pernas de piza, cabeça castanha e branca e asas amarelas.

Embora desse muitas voltas pela ilha, o explorador só encontrou aqueles dois animais, o gurpiza e o avipiza. Nem acreditava que fossem assim tão poucos, a não ser que os outros estivessem muito bem escon-didos para não serem vistos por um estranho.

Com o passeio, veio a fome e Ramiro foi procurar comida. Havia morangos, framboesas, maçãs, peras e laranjas. Ramiro comeu e comeu até ficar satisfeito e com a barriga bem cheia. Muito pesado, deitou-se à sombra de uma árvore e dormiu uma soneca.

Quando acordou e já cheio de energia, Ramiro caminhou até encontrar uma casa assombrada com fantasmas. Como era corajoso resolveu explorá-la. Aproximou-se e abriu a porta devagarinho. Pé ante pé, entrou, mas a casa não lhe parecia assombrada, porque estava tudo limpinho. É que o fantasma que habitava aquela casa era bom e muito asseado, limpava a casa todos os dias. O fantasma foi muito simpático com Ramiro e até o convidou a passar lá a noite. O explo-rador, apesar de ser muito valente, não quis lá ficar. Despediu-se do fantasma simpático e regressou à praia, onde se encontrava o seu barco.

Nessa noite, Ramiro dormiu dentro do seu barco e sorriu feliz, por ter vivido aventuras maravilhosas, naquela ilha. Entretanto, adormeceu.

A ILHABAKU

Numa tarde de verão, eu, o Capitão Valentão e a tripulação, seguíamos no nosso navio azul e branco, quando se ouviu um enorme estrondo no casco do barco. Fui ver: era uma baleia enorme que bateu, fortemente, no navio. Tamanho foi o barulho, que resolvi parar o navio e ir ver o estrago feito pela baleia. Quando vi o que se passava, fiquei de boca aberta e com imensa dor pelo animal. A baleia estava toda enrolada em plásticos, mal respirava e, como não via nada, estava completamente desorientada e, aflita, ia batendo em todos os barcos por onde ia passando, emitindo uns sons de dor e tristeza. Ao ver a aflição da baleia, eu e a tripulação decidimos ajudá-la.

Depois de lhe retirarmos os plásticos, a baleia ficou aliviada, respirou e falou connosco, agradecendo o nosso gesto de amizade. Fizemos então uma promessa. Prometemos que íamos pedir a todos os homens do mundo para não poluírem o planeta. Todos concor-daram e abraçaram-se felizes, na esperança de contribuírem para a construção de um mundo melhor.

Nesse momento, a baleia convidou-nos a conhecer a praia onde ia repousar, mas que ficava do outro lado do mar. Curiosos, aceitámos o convite e viajámos atrás da baleia que nos ia indicando o caminho. Quando avistámos a praia ficámos espantados, pois estava tão limpa e tão agradável que compreendemos, finalmente, a imensa tristeza que víamos estampada nos seus olhos. Resolvemos sair do navio para agradecermos à nossa amiga a lição que a sua praia dava a todas as outras, utilizadas pelos humanos

A baleia ensinou-nos a sermos amigos do ambiente e a contri-buirmos para um mundo mais saudável, onde todos possam viver: os seres humanos, os animais, as plantas; ou seja, todos os seres vivos do nosso planeta. [Obrigada baleia, pelo teu exemplo.]

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Quando saí da minha caravela encontrei uma imensidão de terra. Eu e os meus companheiros decidimos dar-lhe o nome de São Jubis Creu. Era a terra mais bonita que alguma vez tinha visto em toda a minha vida. Aí pudemos encontrar grandes prédios, casas muito altas, ruas limpas e decoradas com flores de diversas cores, jardins floridos e perfumados, entre outras coisas.

No meio de tanta gente que encontrámos, havia também uma criatura muito diferente que era metade homem e metade lobo, cha-mavam-lhe lobisomem. Durante o dia escondia-se, com vergonha de verem o seu aspeto, mas à noite podia andar livremente sem que ninguém se risse dele. Era muito inteligente, sabia muitas coisas sobre outros mundos, outras pessoas e outras culturas.

Nessa terra, as pessoas eram muito amigas umas das outras. Todos trabalhavam em conjunto para construírem um mundo melhor. Pouco a pouco tornaram-se nos nossos melhores amigos. Certo dia e como a amizade já me permitia fazer isso, pedi-lhes para encontrarmos a tal criatura de quem todos se riam e propus falarmos abertamente com ele, oferecendo-lhe a nossa amizade. Todos concordaram. Então, numa noite de luar, escondemo-nos e esperámos que o lobisomem aparecesse. Quando isso aconteceu, eu falei com ele, calmamente, para que ele não fugisse. Depois da nossa conversa, aproximaram-se os outros habitantes que fizeram as pazes com ele. O lobisomem ficou muito feliz e prometeu proteger aquela gente e aquela terra. Fiquei muito alegre por aquilo que aconteceu e decidi que já me podia vir embora, pois todos estavam unidos e contentes.

Foi uma aventura fantástica! A amizade voltou, novamente, a reinar.

SÃO JUBISCREU

Quando descemos do barco, eu e os meus amigos marinheiros, vimos uma cidade chamada São Jubiscreu. Era uma cidade muito grande, com prédios muito altos, ruas largas e grandes avenidas. Havia, também, casas maravilhosas, parques aquáticos enormes e um shopping com cinema.

Nessa cidade havia, também, uma grande casa assombrada, que resolvi explorar. Quando entrei, a porta fechou-se automaticamente. A casa era feia, malcheirosa, suja e assustadora. Foi então que ouvi um barulho de vidros partidos, “pprriiiiinnn”. Corri, cheio de medo, na tentativa de sair o mais rápido possível dali. Sem me aperceber, caí numa armadilha e não consegui trepar o muro do quintal. Fiquei preso durante horas e, já desesperava, quando apareceu um super-herói com todos os poderes do universo. Era forte, tinha um fato azul, uma capa vermelha, botas pretas, máscara prateada e parecia ser muito fixe. Veio ao meu encontro, pegou em mim e segurou-me apenas com uma mão. Foi então que eu sobrevoei a cidade, agarrado ao super-herói. Foi fantástico, agora sabia o que os pássaros sentem quando abrem as asas e veem tudo lá do alto.

Já em segurança, despedi-me do meu salvador. Voltei para o navio e esperei pelos meus companheiros de viagem, os meus amigos mari-nheiros. Quando todos chegaram, contei-lhes o que me tinha aconte-cido. Ficaram curiosos e fizeram muitas perguntas sobre o super-herói que me salvou, pois também gostariam de o ter conhecido.

No final do dia, depois de tantas emoções, embarcámos e lá fomos nós em busca de novas aventuras.

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Quando saí do barco encontrei uma cidade muito grande e com muitos habitantes. Resolvi ir sozinho passear pelas ruas da cidade. Ia muito distraído nos meus pensamentos quando, ao fundo da rua, reparei numa casa muito estranha. Aproximei-me e resolvi ir explo-rá-la. Bati à porta, para ver se tinha gente, mas ninguém respondeu. Parecia abandonada, apesar de estar arrumada e limpa. Entrei, a medo, dentro da casa era tudo muito estranho, os móveis pareciam mexer-se e seguiam-me sem fazerem barulho. Parecia que guardavam a casa, para que esta estivesse em segurança. A tremer de medo, mas muito curioso, continuei a andar pelos corredores quando, de repente, ouvi um barulho estranho: era uma porta que se abria e fechava sozinha. Era tudo muito assustador. Finalmente, cheguei ao salão principal, onde estava um quadro pendurado por cima da lareira. Era um retrato do Capitão Gancho. Afinal tinha encontrado a casa, assombrada, do velho Capitão Gancho.

Como ele já tinha morrido há muitos anos, concluí que todos aqueles barulhos eram feitos pelo fantasma do Capitão. Então, e como não gosto de fantasmas, resolvi sair dali, rapidamente. Corri tanto e com tanta pressa que tropecei várias vezes no caminho, caí outras tantas e levantei-me sem me queixar com dores, só queria entrar no barco são e salvo. Estava tão branco e com uma cara tão esquisita que os meus companheiros de viagem levaram-me para o camarote, deram-me um chá e eu adormeci. Quando acordei pensei que tinha tido um pesadelo, mas quando subi ao convés do navio avistei, ao longe, uma casa estranha, onde alguém parecia dizer-me adeus. Era a casa assombrada!

Afinal, aquela aventura tinha mesmo acontecido, o fantasma do Capitão Gancho percorria a sua casa e defendia-a dos curiosos, como eu.

A CASA DOCAPITÃO GANCHO

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Certo dia, contemplava o mar onde navegava com os meus compa-nheiros quando, ao longe, avistei uma terra desconhecida. Esfreguei os olhos para ver melhor e chamei a tripulação para confirmar se era verdade. Pois sim, era mesmo verdade.

Tínhamos chegado a uma cidade chamada Sacopal. Parecia ser uma terra muito rica. As casas eram feitas de prata e ouro. Tinham cor vermelha. Viviam ali, apenas, cinquenta habitantes e todos pos-suíam ouro, diamantes e outras pedras preciosas. Eram pessoas que não comunicavam e só olhavam para o chão. Acho que nem nos viram, pois não nos deram importância e não olhavam para ninguém.

Nessa cidade existiam, também, animais muito esquisitos, como é o caso de uma cobra com cabeça de galinha, um macaco com rabo de ovelha e um elefante com dois rabos e cara de macaco. Existia, ainda, uma variedade de frutos muito estranhos: laranjas azuis, maçãs com pétalas salgadas e ananases cor-de-rosa. Ao vermos uma cidade tão diferente e tão estranha, não quisemos arriscar. Então, eu e a tripulação, resolvemos abandoná-la e regressarmos à nossa terra, que era mais calma e que nós já conhecíamos bem.

Foi uma grande aventura, mas o que eu prefiro mesmo, é de estar sossegadinho na minha casa.

A CIDADEDE SACOPAL

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Num dia ameno avistámos uma ilha desconhecida, que parecia verdejante e colorida. Entretanto, no céu uma ave sobrevoava a ilha. Era uma ave com orelhas de gato e patas de ovelha. Decidimos então batizar aquela ilha desconhecida de Orgapavelha.

A ilha era composta por duas zonas distintas. Uma parte tinha árvores grandes e pequenas, muito coloridas, de todas as cores possíveis e imaginárias. Nas árvores maiores havia casas muito pequeninas e lá dentro moravam duendes. Estes tinham chapéus vermelhos, altos e pontiagudos. Ficaram extremamente contentes por receberem visitan-tes na sua ilha. Como bons anfitriões ofereceram-nos chá e biscoitos de canela.

No final do lanche, agradecemos a amabilidade e fomos então explorar a outra parte da ilha. Caminhámos pela floresta fora até que, finalmente, chegámos a um castelo abandonado, mas muito limpo e bonito por dentro. Havia três quartos no castelo. Um era para o rei e para a rainha, pois tinha uma cama de casal com dossel, o que lhe dava um aspeto muito romântico e acolhedor. O outro quarto seria do filho mais velho, tinha uma cama mais pequena, e havia, também, um armário onde guardava a sua espada e o seu fato de cavaleiro. Por fim, encontraram o quarto da filha mais nova, que ainda era bebé. Tinha um berço feito de madeira, os lençóis com fadinhas e um roupeiro onde guardava os seus lindos vestidos, roxos, azuis e vermelhos.

O Capitão não viu ninguém, mas descobriu que os habitantes do castelo tinham ido visitar os duendes ao outro lado da ilha. Resolvemos ir ter com eles e, quando os encontrámos, verificámos que estavam todos reunidos numa festa, rindo às gargalhadas, pois os duendes eram seres muito alegres, simpáticos e brincalhões. Após as apresentações, fomos convidados a juntar-nos à festa. Conversámos, divertimo-nos e, no fim, bebemos chá e comemos pão-de-ló.

Por fim, despedimo-nos destes novos amigos, subimos para o navio, levantámos âncora e continuámos pelo mar fora.

A ILHAORGAPAVELHA

Do meu barco imponente avistei uma linda ilha, que era verde e tinha muitas flores coloridas. Fiquei tão curiosa, que resolvi sair do barco e explorá-la. A ilha tinha relva e pássaros de muitas cores, eram pássaros arco-íris, canários de cor azul e papagaios cor-de-rosa.

Caminhei em direção ao interior da ilha, procurando descobrir muitas coisas interessantes. Pelo caminho avistei arbustos frondosos, cheios de bagas coloridas, mas que não provei, com medo de que fossem venenosas. Entretanto, ouvi barulho de passos a aproximarem--se. Olhei e vi um grupo de pessoas, que eram as mais estranhas que alguma vez tinha visto. Começaram a falar uma língua muito estranha e, por mais esforços que eu fizesse, não os conseguia compreender. Comecei a gesticular para nos tentarmos comunicar. Resultou! Eles compreendiam-me e eu também comecei a entender a sua língua. Convidaram-me a visitar a aldeia onde viviam. Aí, serviram-me diver-sas frutas e as maravilhosas bagas que eu tinha tido medo de comer. Após a refeição fomos visitar a aldeia, que era formada por pequenas cabanas de palha. Era um povo muito amistoso e alegre, tinha poucas coisas e viviam do que a natureza lhes dava. Com a companhia de alguns membros mais novos, fui conhecer o resto da ilha. Havia porcos, macacos, cães, gatos e tigres brancos. Havia frutas variadas, como: manga, papaia, banana, coco e maracujá. A ilha tinha um riacho e uma queda de água transparente e brilhante, que era onde o povo ia buscar a água para beber, cozinhar e onde tomava banho e lavava a roupa.

Mas o tempo passou e estava a ficar tarde, era hora de regressar. Despedi-me dos meus novos amigos, que me presentearam com frutas e com um vestido feito e pintado por eles. Mais tarde, dirigi-me para o barco e despedi-me da ilha, à qual não poderia dar outro nome que não fosse a Ilha da Amizade.

A ILHA DAAMIZADE

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1514

Saí do barco, cheguei a uma ilha chamada Tomâstão. Nessa ilha havia várias criaturas estranhas, como: palmeiras falantes, macacos de fogo, paus dançantes, ogres com quatro rabos e muito mais.

Quando anoiteceu, entrei no barco para voltar para casa, mas uns ninjas de água destruíram o barco e roubaram as suas peças. Como os ninjas de água roubaram as peças do barco, este não voltou a fun-cionar e eu tive de ir para a ilha procurar peças novas e mantimentos. Enquanto procurava os mantimentos e as peças novas, apareceu um ogre com quatro rabos. Fiquei aterrorizado, não consegui fugir e des-maiei. Quando acordei estava numa gruta e o ogre deu-me uma folha gigante, dizendo que a folha serviria de vela para o barco. Deu-me ainda uma taça gigante que, segundo ele, seria o casco do barco. Cheio de medo e a tremer por todo o lado, desatei a correr e fugi da gruta, não trazendo nada do que ogre me tinha oferecido.

Já sozinho e mais calmo, continuei a percorrer a ilha à procura das peças para consertar o barco e de mantimentos para sobreviver. Foi quando encontrei duas árvores, uma com morangos e outra com bananas. Quando estava a apanhar os morangos e as bananas encontrei um pau gigante e duro que serviria para substituir o mastro do barco. Entretanto e, enquanto procurava algo para servir de leme, encontrei uma árvore com ramos redondos. Então, peguei nos ramos e comecei a construir um novo barco. Passaram-se vários dias e, com muito esforço, terminei a minha nova embarcação. Parecia-me segura e forte. A pergunta agora era: como o iria colocar no mar? Estava eu com estas interrogações, quando avistei o ogre, com quatro rabos, a aproximar-se de mim. Mais simpático e solidário, pediu-me desculpa, disse que não me queria assustar e até me ofereceu algumas frutas para a longa viagem. Com toda a força que um ogre tem, empurrou o barco e este deslizou para dentro de água. Afinal tinha arranjado um amigo, improvável, mas amigo e solidário.

Despedi-me, entrei no barco e lá fui à procura de novas aventuras.

TOMÂSTÃO

Viajando numa caravela pelo mundo fora, à procura de ervas espe-ciais e algas de ouro e prata para poções mágicas, certo dia, numa dessas longas viagens encontrei uma ilha perdida.

Na ilha perdida viviam bruxas, bruxos e fadas. Saí da caravela e resolvi ir conhecer aquela ilha misteriosa. No cimo de uma montanha havia um castelo de cor preta, as janelas e as portas estavam fechadas e o sol não entrava por entre as frinchas do castelo. Contavam lá na ilha, que tinham sido três bruxas que lançaram um feitiço ao castelo e nunca mais ninguém conseguiu lá entrar.

Fiquei curiosa e resolvi chamar os animais da ilha para me acompa-nharem até ao castelo. Foram vários os que me quiseram acompanhar, desde leões a formigas, todos eram úteis e prestáveis. Com muito esforço subimos a montanha. Quando lá chegámos peguei na varinha mágica e acabei com o feitiço. De repente, as janelas e as portas abri-ram-se, o castelo encheu-se de gente e apareceu um caldeirão cheio de ouro, que foi distribuído por todos os habitantes da ilha. Foi fantástico, todos ficaram ricos e, para agradecerem a minha ação, nomearam-me rainha daquela ilha. A partir desse dia passei a viver na ilha, mas sempre que ficava mais triste, entrava na minha caravela, que estava atracada numa praia, e navegava por entre mares à procura de novas aventuras. No fim, regressava sempre para aquela terra especial.

Tornei-me numa bruxa boa e todas as poções que cozinho no meu caldeirão servem para fazer feitiços bons e ajudar os outros. Fazer o bem faz-me sentir muito feliz.

[Fiquei na ilha, mas enviei todas as informações para os outros navios da Expedição.]

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1716

Quando saí do barco tinha chegado a uma ilha chamada Sushi. Nessa ilha vivia um rei muito mau, que tinha aprisionado a sua filha, numa torre do castelo onde moravam. Não se sabe o motivo por que o fez, nem há quanto tempo ela se encontrava lá. Também, ninguém se atrevia a falar nisso, pois o rei mandava prender quem lhe fazia essas perguntas. Ao ouvir isto, decidi fazer alguma coisa pela princesa, que todos diziam ser muito bela e bondosa.

Muito determinado, dirigi-me ao castelo e procurei a torre onde a princesa estava presa. Distraí os guardas, dizendo que o rei necessitava deles e chamei a princesa, na esperança que ela me ouvisse e que tivesse os cabelos longos, para servirem de corda. Entretanto, a princesa que tinha ouvido a minha voz, espreitou pelas grades da janela e perguntou quem a chamava. Eu respondi-lhe que era eu, que conhecia a sua história e que vinha em seu auxílio para a retirar das masmorras e fugir do rei malvado, que a aprisionou. Perguntei-lhe se tinha cabelos longos e ela respondeu afirmativamente. Então, pedi-lhe para os atirar pela janela fora para que eu pudesse subir a torre e salvá-la. A princesa colocou o seu cabelo dourado fora da janela e atirou, ainda, os lençóis da cama, atados um ao outro, para a corda ser mais comprida. Rapidamente, agarrei-me ao cabelo e aos lençóis que a princesa tinha atirado e, num instante, escalei a torre do castelo. Entrei no quarto onde ela estava presa. A princesa Clarabela, era esse o seu nome, era muito bonita. Tinha cabelos loiros, olhos castanhos, pele muito branca, boca pequena e tinha um lindo sorriso. Sem pensar duas vezes, agarrei nela, desci a escadaria da torre e dei-lhe a mão.

Corremos por entre árvores frondosas, silvas, raízes enormes e arbus-tos com espinhos. Saltámos pequenos riachos e lagos perigosos, onde viviam crocodilos. Fugimos de pássaros gigantes que nos tentaram agar-rar e, ainda, de cobras perigosas que nos queriam morder. Ultrapassámos todos os obstáculos que encontrámos no caminho até chegarmos ao navio, onde ficámos sãos e salvos. Levantei a âncora e, ao longe, ainda avistámos o rei com os seus soldados que corriam atrás de nós.

Felizmente, já não nos conseguiram alcançar. Partimos para alto mar, onde estávamos a salvo.

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1918

Havia uma ilha que ficava muito distante de um reino. Certo dia, com a tripulação, chegámos à ilha, na nossa caravela. Quando atracá-mos e desembarcámos na ilha, encontrei várias espécies de animais: tigres, leões, pinguins, girafas, macacos e cobras. Quando nos viram olharam fixamente para nós.

Um pouco mais à frente, numa parte mais escura da ilha, encontra-vam-se uns índios muito barulhentos que só sabiam fazer palhaçadas. Contrariamente, na outra parte da ilha havia uma floresta encantada onde viviam uns unicórnios. Nessa floresta existia um tesouro escon-dido pelos unicórnios. Eles não deixavam que ninguém se aproximasse desse tesouro. Para conseguir falar com os animais, ocorreu-me fazer um centro de comunicação e tradução de línguas, para assim, os poder compreender. Esta ideia foi um êxito, passei a comunicar com todos os animais da ilha.

Entretanto, e uma vez que o tesouro não me saía da cabeça, nessa noite calcorreei a floresta à procura dele. Finalmente encontrei-o, no tronco de uma árvore muito velha. Era uma bola mágica que nos deixava viajar no tempo. Examinei a bola e decidi viajar para o deserto, retrocedendo até ao ano de 1324. A bola mágica levou-me até ao deserto, onde encontrei um lago mágico que realizava todos os desejos. Em 1420 descobri que os animais e os humanos podiam comunicar através de caixas de borracha e em 1942 vi cientistas construírem uma máquina que juntava dois animais num só, foi o caso do leãocaco, que era a junção de um macaco com um leão. Recuei no tempo até uma época em que os reis eram quem mandava em tudo e governavam sozinhos os seus países.

Foram viagens incríveis, por tempos desconhecidos, que nunca irei esquecer

Estas investigações ficaram guardadas em laboratórios secretos para que não aconteça nada de mal à humanidade. [Aliás, vou fazer mais, para que as pessoas não fiquem preocupadas com o futuro, guardei e guardarei isto só para mim.]

A ILHA DO TESOURODOS UNICÓRNIOS

Quando saí da caravela, vi várias árvores, pedras e montanhas muito, muito altas, em forma de cone. Eram muito assustadoras! Vi, ainda, falcolvos uma mistura de falcão e polvo, vacochos, que é a união de uma vaca e um mocho e, também, dragões grandes e fortes.

Os falcolvos gostam de comer ovos de vacocho, o que não é um problema, pois os dragões daquela floresta, só comem peixedilo, uma mistura de peixe com crocodilo. Por sua vez, o vacocho só come erva, por isso não existem conflitos nem chatices entre eles. Vivem todos em plena harmonia.

Estava tão entusiasmado a observar estes seres, que me perdi na floresta. Após várias horas de caminhada, avistei um escaldão, uma espécie de dragão, que não me ligou nenhuma. Depois veio um Fúria--da-Noite, o chefe dos dragões e levou-me para a sua gruta no vulcão. Tratou-me muito bem. Depois de mostrar como vivia, acompanhou--me numa visita pela ilha, montado nas suas costas. Voou por cima de árvores e de lagos encantados, onde os dragões bebiam água cristalina. Os lagos brilhavam como mil sóis, pois as pedras que os rodeavam eram feitas de metais e de pedras preciosas. Quando o sol as iluminava, projetavam no céu a imagem de um dragão. Foi por este motivo que batizei a ilha de Dragolândia.

Após alguns dias de conhecimento, exploração e convivência com os habitantes da ilha, o dragão acompanhou-me à caravela e eu parti pelo mar fora, rumo a outras aventuras, a outros mundos, a outros locais desconhecidos.

Mas este será o meu segredo, pois nunca revelarei a localização precisa da Dragolândia. Ninguém irá destruir esta ilha fantástica e misteriosa, que tive o privilégio de conhecer.

DRAGOLÂNDIA

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Quando saí do barco, após uma viagem de cinco dias, estava nos Estados Unidos da Califórnia. Era um país muito moderno cheio de novidades, que eu desconhecia e que jamais imaginava que existissem. Comecei à procura de um sítio onde pudesse descansar, comer e dormir. Perguntei a um habitante que me falou num hotel. Eu nem sabia o que era um hotel! Depois de me explicarem e me encaminharem para esse local, no caminho vi um animal esquisito que se chamava lecroãodilo, que nadava muito rápido no rio, mais depressa do que uma chita a correr. Tinha a juba dum leão, no corpo dum crocodilo. Fiquei cheio de medo e fugi a sete pés. Entretanto, apareceu uma tarcarégura, uma mistura de tartaruga com jacaré. Era uma criatura muito estranha, que brincava à beira do rio. Pensei que era melhor não me aproximar, pois havia muitos bichos diferentes que pareciam perigosos.

Entretanto, cheguei ao tal hotel, mas estava com tanta fome, que nem parei para observar aquela maravilha. Acompanharam-me até ao salão, onde iria almoçar. Havia muita comida deliciosa, mas estranha, cheia de cores e com muitos cheiros diferentes. Enquanto comia, obser-vei outro animal desconhecido, que trepava a uma árvore no exterior do hotel, era o laporgarco, metade porco, metade lagarto, mas este até era engraçado! No fim da refeição fiquei com a barriga tão cheia que fui dar uma volta de carroça na cidade. Havia animais fofos numa loja, mas eram todos muito esquisitos. Conheci um lotibogre, uma mistura de lobo com tigre, que caçava, na floresta, outros animais, ainda, mais estranhos. Acabei por comprar o cagavatalo, um bicho com corpo de cavalo, mas do tamanho de uma gata e levei-o até à carroça. Iria ser esta a minha companhia nas próximas aventuras. Decidi chamar-lhe Gustavinho!

Os habitantes daquela ilha eram gigantes, que viviam em casas gigantes, passeavam em ruas enormes e andavam de barco em lagos gigantes. Mas que aventura. Ainda agora começava e eu já achava tudo muito divertido, contudo um pouco esquisito. Valeu-me a companhia do Gustavinho para enfrentar tanta novidade.

ESTADOS UNIDOSDA CALIFÓRNIA

Era uma ilha cheia de mato com vegetação muito alta. Necessitei de a derrubar com a minha faca afiada. Pelo caminho encontrei uma casa inundada de água e cheia de pedaços de madeira velha. Apesar de não ser muito seguro, estava decidido a entrar lá dentro.

Quando abri a porta havia imensa água. Entrei e descobri que a casa estava abandonada há muito tempo. Voltei para o barco, mas infelizmente este tinha sido levado pelas ondas. Então, comecei a pensar, até encontrar uma solução. Foi nessa ocasião que se fez luz e uma ideia brilhou na minha cabeça: iria ficar a viver naquela ilha. Fui à floresta procurar ramos, troncos e folhas e construí a minha própria casa.

Como existiam muitas fitas espalhadas pelo chão, dei àquela ilha o nome de Fitalândia. A minha vida na Fitalândia foi muito feliz, pois com o tempo aquela ilha passou a ter vários habitantes e consegui fazer muitos amigos. A única coisa que me deixava triste era o facto de estar longe da minha família. Mas como tudo é possível, decorrido algum tempo, passámos a comunicar por carta, que enviávamos numa garrafa de vidro, bem arrolhada. Demorava cerca de um mês a sua viagem pelo mar fora, mas quando chegava era uma alegria tão grande que ficava dias a ler e a reler aquela missiva. Mas como havia de voltar para a minha terra? Precisava de um barco e de mantimentos para a viagem: resolvi construir um barco pequeno, mas sólido, para me aventurar no mar e garantir o meu regresso a casa.

Viver na Fitalândia era para mim muito gratificante, pois era a ilha que eu tinha descoberto, mas não era a minha terra, faltava-me a minha família, os meus amigos e o aconchego do lar. Finalmente consegui terminar o meu barco, meti-me nele e pu-lo a navegar pelo mar fora até chegar às terras onde tinha nascido e crescido.

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Aconteceu que, na Expedição, havia um valente navegador chamado Guilherme, que cavalgava pelas ondas do oceano Atlântico como nenhum outro. Certo dia, de verão, durante uma das suas aventuras, descobriu uma pequena ilha perto de Portugal. Ao longe, Guilherme conseguia ver várias pessoas a pescar e a caçar animais nessa ilha e comentou para consigo mesmo: – Quem será aquela gente? Talvez sejam migrantes ou refugiados de guerra.

Isto, porque aquela ilha era, visivelmente, selvagem. Foi então que decidiu, juntamente com a sua tripulação, aproximar-se da ilha, não só para descobrir a intenção daquelas pessoas, mas também para proteger espécies animais, que podiam estar em vias de extinção. Desceu do navio e foi conversar com as pessoas que tinha avistado. Quando iniciou a conversa, constatou que as mesmas só falavam inglês, o que não era problema para o navegador, uma vez que tinha apren-dido essa língua na escola. Estas foram simpáticas e explicaram-lhe que estavam naquela ilha porque suspeitavam que ali houvesse novas espécies animais e que o seu desejo era encontrá-las e protegê-las. Guilherme, que era conhecido por ser aventureiro, decidiu juntar-se a esta investigação.

Procuraram a nova espécie durante meses a fio, tinham algumas pistas, mas não conseguiam encontrar o respetivo animal. Entretanto, no dia de Natal, Guilherme e a sua tripulação, estavam já de regresso a casa quando, de repente, do fundo do mar surgiu uma pequena criatura de cor azul. Tinha barbatanas, asas e pés, por isso conseguia deslocar-se de qualquer forma. Foi então que esse novo ser saiu do mar e cumprimentou Guilherme, dizendo:

– Bom Natal, destemido navegador! Agora já podes levar para casa uma nova descoberta. E dizendo isto, a nova criatura desapareceu nas águas do mar e nunca mais ninguém a viu.

De facto, ninguém conseguiu levar uma nova espécie animal para a humanidade ver e conhecer, mas Guilherme, esse sim, ganhou uma história fantástica para contar a várias gerações.

A ILHASELVAGEM

Num dia cheio de sol, junto ao cais das várias embarcações atra-cadas no porto da minha cidade, decidi explorar a chamada Terra do Nunca, de que ouvia falar desde a infância. Contavam que era um lugar mágico, encantador e cheio de surpresas, por isso tinha esse desejo comigo. [Aproveitando a viagem de exploração que se aproximava, eu outros marinheiros que como eu, também queriam conhecer essa terra, embarcámos.] Levámos muita água, comida, agasalhos, ervas medicinais e, ainda, mapas e bússolas para não nos perdermos no mar.

Amanhecia, quando, ao longe, começámos a ver um pedaço de terra. Aproximámo-nos mais e, passado pouco tempo, tínhamos à nossa frente uma pequena ilha, que todos pensámos tratar-se da Terra do Nunca que procurávamos. Toquei a sineta do navio e os meus companheiros correram para o convés. Atracámos a embarcação perto da praia e saímos para explorar esta ilha desconhecida.

Preparávamo-nos para dar início à nossa visita quando apareceu à nossa frente um conjunto de pessoas... Eram de cor amarela, tinham cabelos azuis, vestiam roupas douradas e, nos pés, calçavam uma espé-cie de sandálias feitas com tiras de plantas. Tinham um ar amistoso, por isso não ficámos com medo, ao contrário deles que pareciam estar muito incomodados com a nossa presença. Dissemos-lhes, através de gestos, que não tivessem medo de nós, já que éramos apenas marinhei-ros e só queríamos conhecer aquela ilha maravilhosa. Eles perceberam a nossa mensagem, ficando mais tranquilos. Então acompanharam-nos e levaram-nos até à sua aldeia. As casas tinham a forma de cogumelos, havia animais pelas ruas e árvores frondosas a rodear as casas, o que lhes permitia ter sombra para descansarem nos dias quentes de verão. Ofereceram-nos lanche, que era delicioso. Comemos diferentes frutos tropicais, alguns insetos, peixes de várias espécies e pipocas.

No final do lanche, os habitantes da ilha despediram-se de nós, oferecendo-nos pedras preciosas como recordação daquele local. Agradecemos a oferta, convidámo-los a visitarem a nossa cidade e dirigimo-nos para o nosso navio.

TERRA DO NUNCA

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Quando saí do barco, observei a ilha, que me pareceu muito nobre e com bastantes habitantes. Quando comecei a explorá-la apercebi-me que se efetuavam trocas de diversos produtos. Consegui trocar pedras preciosas e prata por especiarias, linho, ouro e cereais. Enquanto explorava a ilha, fui aprendendo os costumes dos seus habitantes, que trouxe para casa. Mais à frente, encontrei uma roca. Como eu tinha alguns fios de linho, comecei a fiar. Consegui fazer uma camisola, muito quentinha, para o inverno. De imediato, um habitante da ilha propôs-me uma troca, eu dei-lhe sal, a camisola, moedas e peças de vários metais e ele, pela sua parte, deu-me marfins, pérolas e especiarias de toda a espécie, sobretudo pimenta, muito apreciada na Europa para conservar carnes e condimentar alguns alimentos.

Entretanto, encontrei uma casa diferente das outras. Era mais reluzente, mais abastada e tinha um brasão à entrada. Bati à porta e quem a abriu foi um rapaz com um fato azul de príncipe. Chamava-se Dólares e era o dono da ilha. Questionei como se chamava aquele lugar.

– Murse! – respondeu o príncipe – em honra ao meu pai, que tinha esse nome.

Pedi-lhe para me mostrar o resto da ilha. Passámos por paisagens mag-níficas, campos de futebol, cascatas enormes, afinal parecia uma floresta encantada, porque era verde e, com o sol, ficava mais brilhante e viva.

Parámos numa fonte com águas límpidas onde vi, refletido na água, o meu rosto, mas que de imediato desapareceu, porque saltaram peixes voadores. Um era vermelho às riscas amarelas, outro era azul com as barbatanas verdes. O terceiro era roxo com semicírculos rosas. À volta da fonte cresciam diversas flores e muita hera, mesmo muita hera. Era um lugar muito bonito e tranquilo, apesar dos mergulhos constantes dos peixes voadores.

Em breve teria de regressar ao barco para voltar a alto mar em busca de novas descobertas. Agradeci ao Dólares por me ter mostrado a ilha e pela oportunidade de ter conhecido este lugar tão belo!

[– Esta ilha é realmente um paraíso! Quem sabe, um dia regressarei! – Exclamei com alguma nostalgia.]

MURSE

Naquela noite, o mar estava agitado e havia uma tempestade medonha. O navio, no qual eu seguia com a tripulação, baloiçava por todo o lado. De repente, o casco rebentou, a água entrou para dentro da embarcação e esta naufragou. A tripulação não sobreviveu, mas eu tive mais sorte. Nadei até chegar a uma ilha, que me pareceu estar deserta, pois não vi ninguém, não ouvi qualquer barulho e nada estava remexido. Sentia-me sozinho e com medo. Apesar de ter naufragado e ter de lutar para sobreviver, continuava vestido, tinha uma camisola de manga curta, umas calças já rasgadas e, nos pés, tinha ainda as botas de borracha que calçara pela manhã.

Levantei-me da areia, com muito esforço, pois estava cansado e sem forças para nada, mas olhei à minha volta e resolvi ir visitar a ilha. Aí encontrei muitas árvores, algumas muito grandes e outras mais pequenas, flores de todos os feitios e tamanhos, cogumelos e frutos variados. Vi, também, alguns animais que eu já conhecia como cães, gatos, galinhas e insetos, e outros desconhecidos e muito estranhos, dos quais fugi a sete pés, cheio de medo. Como tinha muita fome, resolvi comer frutos, que apanhei de várias árvores e alguns insetos que ia apanhando pelo caminho. Eram deliciosos!

Quando já estava com a barriga cheia fui à procura de um tesouro, de que ouvira falar durante a viagem em alto mar. Entrei numa gruta e, qual não foi o meu espanto, quando encontrei moedas, pérolas, diamantes, colares, ouro e prata. Estava eu, ainda de boca aberta, a observar aquele tesouro magnífico, quando ouvi um barulho estranho, atrás de mim estava um homem com um ar furioso que me ameaçou de morte. Cheio de medo, fugi para a praia, construí, rapidamente, uma jangada, apenas, com alguns troncos que estavam por ali na praia, pulei para cima dela e parti pelo mar fora.

Consegui escapar, pensava eu, cheio de medo, mas feliz. Tinha sido uma aventura fantástica. E lá continuei, uma vez mais, a lutar contra a fúria do mar.

A ILHA DONAUFRÁGIO

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Era manhã e estava muito calor, quando o vigia do navio avistou uma terra longínqua. Perante o alerta do marinheiro e, como já não tínhamos mantimentos e água para beber, decidimos desembarcar e explorar aquela terra desconhecida.

Descemos do navio e em fila. A tripulação esfomeada e cheia de sede começou a observar todos os recantos para ver se encontrava água e matar a sede. Depois de muito andarem, os marinheiros encontraram um riacho com água límpida. Muito contentes desataram a correr para saborearem aquela água fresquinha que lhes ia devolver a vontade de viver e a mesma alegria com que iniciaram a sua viagem. Qual não foi o seu espanto, quando, ao aproximarem-se da água, esta mudou de cor e, afinal, era quente e tinha sabor a chocolate. Estava tão boa, tão boa, que ninguém queria sair daquele lugar magnífico. Alguns marinheiros boiavam no chocolate, outros chapinhavam e outros mergulhavam naquela água deliciosa.

Estávamos todos nesta brincadeira quando, de repente, chegou um peixe gigante. Tinha escamas reluzentes, barbatanas douradas e um ar furioso. Ordenou que saíssemos do riacho, caso contrário, comia-nos a todos num abrir e fechar de olhos. Muito assustados, saímos rapidamente daquele local, fugindo com toda a força que tínhamos, em direção ao navio. Levantámos a âncora, desatracámos o navio, colocámo-nos nas nossas posições e, sem olharmos para trás, regressámos a casa cansados, mas docinhos.

Ainda, hoje, gosto de relembrar essa aventura, sobretudo quando bebo chocolate quente. Recordo esse dia e começo a lamber os lábios, como se ainda sentisse o gosto daquela água! Que viagem fantástica e que vontade de repetir esta aventura!

O RIACHODE CHOCOLATE

Num dia ameno de primavera, ia no navio, quando, ao longe, avistei uma terra que nunca tinha visto antes. Parecia ser muito verde-jante e a água era da cor azul celeste e muito límpida. Curioso, resolvi aproximar-me e atracar o barco na praia. Saí e fui explorar aquela terra que me parecia maravilhosa. Durante o meu passeio descobri que se tratava de um reino governado por um rei muito bondoso.

Os habitantes daquele reino contaram-me que o seu governante andava muito triste, porque a sua filha, a princesa Ariana, estava presa na gruta do dragão. Destemido, decidi ajudar o rei e dirigi-me para a gruta. Chamei o dragão em voz alta e quando ele apareceu, pedi-lhe para soltar a princesa mas, em vez disso, lançou fogo pela boca e disse que não o faria, mas eu não desisti. Fui ter com o rei e pedi-lhe para as suas tropas me acompanharem. Muito feliz, o rei prontificou-se a ajudar-me em tudo o que fosse necessário para libertar a sua filha.

Em fila, marchámos em direção à gruta. Chamei o dragão, mas ele não respondeu. Parecia que estava a dormir, pois ouvimo-lo ressonar. Então, aproveitámos e entrámos dentro da gruta, pé ante pé, para não o acordar. Finalmente, conseguimos libertar a princesa, que ficou muito feliz quando se viu fora daquele lugar horrível. Estávamos todos a comemorar o feito, quando, de repente, apareceu o dragão, muito furioso, a lançar fogo pela boca e pelo nariz. Então, as tropas do reino lançaram água para o fogo e ele, com medo e sem a sua preciosa arma, fugiu e nunca mais voltou.

O rei, muito feliz, abraçou a princesa e, para agradecer este feito, ofereceu-me um grande tesouro. Feliz por ter ajudado aquele reino e por estar mais rico, voltei para o navio e regressei à minha terra.

A ILHA DA PRINCESA APRISIONADA

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Um dos exploradores era o João Sem Medo e navegava na minha caravela, em alto mar. Viajava com alguns dos seus amigos marinheiros, há vários anos e já tinham vivido diversas aventuras fantásticas.

Certo dia, estava ele no convés do navio, a olhar para o horizonte, quando avistou uma ilha da cor do fogo, que parecia estar deserta. Ao vermos uma ilha tão estranha, decidimos atracar o barco e sair para a visitar. Pegámos nas armas que tínhamos no navio, nos garrafões de água e no resto dos mantimentos e partimos à aventura. Estávamos nós a começar o nosso passeio, quando caímos num buraco muito estreito e longo. Gritámos muito alto, cheios de medo, até cairmos numa gruta húmida e escura. Felizmente, ninguém se magoou. Acendemos uma tocha para iluminarmos o sítio onde caímos e, qual não foi o nosso espanto, quando verificámos que estávamos no meio de um grande tesouro. Havia ouro, prata, pérolas e pedras preciosas por toda a parte. Baús, onde estavam pedras preciosas, sacas com moedas e ouro e prata espalhados pelo chão. Ficámos espantados com tanta riqueza. Pegámos em alguns objetos para trazermos connosco, mas tínhamos um grande problema, não sabíamos o caminho para sair dali. Estávamos a pensar nisto, quando ouvimos um grande estrondo. Pareciam passos de um gigante que se dirigia para aquele local. Rapidamente nos escondemos atrás de umas pedras da gruta para não sermos descobertos. Passado pouco tempo, entraram naquele salão alguns piratas que tinham escon-dido ali o seu tesouro. Falavam uma língua estranha, mas conseguimos perceber que voltariam mais tarde para carregar o tesouro.

Assim que saíram, procurámos segui-los para sabermos o caminho da gruta. Alguns dos meus amigos seguiram os piratas e voltaram atrás para nos informarem. Então, esperámos que anoitecesse e, como éramos muitos, carregámos o tesouro todo e voltámos para o navio, sãos e salvos.

Voltámos para o mar e regressámos a casa mais ricos e com mais uma aventura para contar.

A ILHA DA GRUTA DOTESOURO ESCONDIDO

Quando saí do barco fui explorar a ilha [junto à qual atracámos]: Sambilândia. Encontrei uma floresta, mas quando me aproximei repa-rei numa criatura muito engraçada e muito estranha que se chamava Comicabrávia. Metade do corpo era uma cabra, a outra metade era uma águia e tinha um chifre muito brilhante. Havia pássaros, um deles era metade pássaro e metade era peixe-balão, chamava-se Pampião. A floresta tinha árvores roxas no tronco e folhas de cor verde-água, e o chão era laranja. As flores eram do tamanho das árvores.

Quando me aproximei de um arbusto muito grande avistei, atrás dele, um castelo enorme e muito bonito. Resolvi explorá-lo, mas para isso tinha de atravessar uma ponte com muitos picos e um ogre muito alto. Atrás de mim surgiu um feiticeiro mascarado de sapo, pois os ogres odiavam sapos. Este ajudou-me a atravessar a ponte: com a sua varinha fez aparecer um caminho ao lado da ponte, cheio de cogumelos cor-de-rosa que os ogres adoravam. Como era uma ilusão, se o ogre caísse na água, assim já podia atravessar a ponte.

Ao chegar ao castelo, abri a porta e apareceu um veado, mesmo à minha frente. Ao tocar-lhe, numa haste, ele mostrou-me uma porta com um coração e empurrou-me. Lá dentro estava uma bela princesa chamada Júlia que me mostrou o castelo. Este tinha uma piscina, uma sala com muitos jogos, uma sala de pinturas fascinante, uma cozinha com muitos cozinheiros e, ainda, muitos quartos mágicos para hóspe-des. A princesa Júlia convidou-me para passar a noite no seu castelo, eu aceitei e foi muito divertido, pois fizemos muitas atividades juntas.

Na manhã seguinte, a princesa Júlia guiou-me até um vale muito grande, onde um pequenino duende foi ao nosso encontro e nos ofere-ceu o lanche, em sua casa. Como a casa era muito pequenina, comemos no jardim da casa que tinha um baloiço pequeno.

O tempo passou depressa e, de repente, já estava a escurecer. Então despedi-me dos meus novos amigos e voltei para o meu barco.

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Quando saí do barco e depois de percorrer vários quilómetros por terra, olhei em meu redor. Constatei que tinha chegado a um local cuja vegetação era rasteira e onde abundavam ervas secas, chamadas gramí-neas, arbustos e árvores pequenas. No meio daquela extensa savana corria um enorme rio, onde girafas, hipopótamos e elefantes matavam a sede. Havia, ainda, muitas espécies de aves e insetos. Estava calor e o terreno era plano. Estava numa savana, pelo que chamei àquele lugar Savana.

Em Savana encontrei um jardim zoológico, a que as pessoas também chamavam de Zoo. Essas pessoas pertenciam a um povo engraçado, que tratava dos animais. Eram pessoas que usavam roupas e objetos muito coloridos, sobretudo de cor vermelha. Viviam pouco tempo num determinado lugar, onde faziam as suas casas, que mais pareciam barracas feitas de lama, e que depois abandonavam para irem viver em outro local. Eram o povo Masai.

No Zoológico encontrei vários animais, um hipopótamo chamado Evar, um crocodilo chamado Trovão de Chuva, um pássaro feminino chamado Célia, três tigres, um chamado Leonardo, outro Evaristo e outro Tigre de Ouro. No Zoo também havia dois elefantes, um chamado Guilherme e outro Dinis, quatro girafas, a Josefina, a Diana, a Bruna e a Kika. No zoológico os animais eram todos amigos, gostavam de viver nesse lugar e eram muito bem tratados pelos Masai

Continuando à descoberta deste lugar magnífico e deixando o zoológico para trás, onde os animais eram muito felizes, encontrei uma cidade que batizei com o nome Abacaxi, pois ali cresciam vários frutos com esse nome. Em Abacaxi vivia um gigante chamado Enaldinho e ainda outras pessoas que faziam coisas maravilhosas como construir as próprias casas, as suas ruas e os seus jardins. Enaldinho, como era gigante, ajudava os habitantes de Abacaxi na construção das suas casas, das ruas e das pontes. Era um povo solidário que se ajudava mutuamente. Todas as pessoas eram amigas do gigante e, sempre que faziam uma comida saborosa, convidavam o seu amigo.

Depois de ter viajado por estas terras, parti à procura de novas aventuras. Recomecei a minha viagem com um sorriso nos lábios, pois vi que a amizade, ainda, é o sentimento mais importante que pode existir entre as pessoas.

SAVANA E A CIDADE ABACAXI

[Ia na Expedição...] Eu sou como o João Sem Medo e navego com os meus companheiros marujos, em alto mar.

Num final de tarde estávamos a descansar, quando ouvimos uns gritos estranhos que vinham de longe. Fiquei curiosa e resolvi desem-barcar naquela ilha que avistámos ao longe. Era um lugar tão sujo e com tanto pó que um marujo da tripulação desmaiou, porque era alérgico à poluição. Caminhámos, caminhámos, até que encontrámos um mágico que chorava e gritava, porque um gigante o tinha obrigado a poluir aquela terra. O mágico estava tão triste que eu prometi ir procurar o gigante malvado e destruir aquela magia que transformou uma terra muito bonita num lugar muito poluído.

O gigante vivia num castelo cheio de lixo, com muitas teias de aranha e ratazanas malcheirosas. Sem fazer barulho procurámos o gigante por todo o castelo. Estava a ressonar em cima da sua cama. Então, devagarinho, tirámos a varinha mágica que ele guardava numa gaveta e corremos, a toda a pressa, até chegarmos ao mágico. Ele agradeceu e desfez aquela magia transformando, novamente, aquela terra poluída num lugar maravilhoso.

Quando terminou esta aventura, eu e os meus companheiros, regressámos a casa e contámos a nossa história a toda a gente, sensi-bilizando as pessoas para a importância e necessidade de termos um mundo mais saudável, onde todos gostem de viver e sejam mais felizes.

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O projeto “O Outro Marco Polo, que viajou – talvez – com Fernão de Magalhães”, realizado com alunos dos 3.º e 4.º anos do Agrupamento de Escolas Grão Vasco (Viseu), é uma iniciativa da Memória Comum – Associação para os Museus Municipais – Viseu, por ocasião dos 500 anos da partida da Expedição de Fernão de Magalhães que completou a primeira viagem de circum-navegação ao globo terrestre.