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Descrição e Análise da Vegetação Arbórea Prof. Israel Marinho Pereira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM Laboratório de Dendrologia e Ecologia Florestal-LDEF [email protected]

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Descrição e Análise da Vegetação Arbórea

Prof. Israel Marinho Pereira

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM

Laboratório de Dendrologia e Ecologia Florestal-LDEF

[email protected]

Conceitos

Estrutura

Abundância

Diversidade

Riqueza

Conceitos População

É o grupo de indivíduos de uma mesmaespécie capazes de trocar material genéticoentre si, numa dada área num dadointervalo de tempo.

A densidade populacional é dada pelonúmero de indivíduos de uma mesma espéciepor unidade de área.

Conceitos Comunidade

Conjunto de populações de plantas quecrescem em determinado local e quemostram associação ou afinidade entre si.

Conceitos

Ecologia Quantitativa de Plantas

É o estudo de técnicas de coleta e análisede dados em vegetação em que se utilizammétodos matemáticos e análises ecológicasda vegetação em estudo.

Conceitos

Fitossociologia

Ramo da ecologia florestal que procuraestudar, descrever e compreender asinterações entre as próprias espécies dacomunidade, além de suas interações comas condições topográficas, edáficas eclimáticas do local.

Objetivos da Fitossociologia

Estudo quantitativo da comunidade vegetal

•Composição Florística;

•Estrutura da comunidade;

•Distribuição;

•Relações espécie-ambiente

Solução de Problemas Aplicados

Importância dos Conhecimentos Fitossociológicos

Bioprospecção;

Recuperação de Áreas Degradadas;

Conservação de Recursos Naturais;

Licenciamento Ambiental;

Paisagismo;

Manejo Florestal Sustentável.

Etapas do Levantamento da Vegetação

Seleção da (s) área(s)

Definição do Método de Amostragem

Amostragem da vegetação

Identificação Botânica das espécies

Cálculo dos Parâmetros Fitossociológicos

Análise e Interpretação dos Dados.

Tipos de Amostragem da Vegetação

Métodos das parcelas

Amostragem em pontos

•Indivíduo mais próximo

•Métodos dos quadrantes

Amostragem em linhas

•Transecção

Método das parcelas

Estudo da Vegetação: Área Fixa

Tem como fundamento a demarcação de unidadesamostrais com forma e área variável, que sãodefinidas pelo técnico, em função da diversidade,e da densidade da população a ser estudada.

Forma: •Quadrada •Retangular •Circular

Esquema de distribuição de parcelas em levantamento da vegetação

Esquema de distribuição de parcelas em levantamento da vegetação remanescente no entorno de nascentes

Parcelas:10x50m = Estrato arbóreo

Sub-parcelas:10x2m:Regeneração natural

50m

10m

2m

10m

R1

R2

R3

R4

Sentido do curso d´água

Esquema de distribuição de parcelas em levantamento da vegetação remanescente no entorno de nascentes

Parcelas:10x10m = Estrato arbóreo

Sub-parcelas:10x2m:Regeneração natural

2m

2m

10m

R1

R2

R3

R4

Sentido do curso d´água

10m

10m

10m

Método sem Parcela

Estudo da Vegetação: ÁreaVariável

O método de distância mais comumente utilizado éo de quadrantes de Curtis (1950);

Esse método consiste no estabelecimento depontos, dentro da área a ser estudada. Cadaponto é dividido em quatro partes ou quadrantes;

Em cada quadrante, é amostrado o indivíduo maispróximo do centro do círculo.

Estudo da Vegetação: ÁreaVariável

Material utilizado nolevantamento da vegetação

Demarcação das parcelas

•Bússola

•Estacas

•Marreta

•Fitilho

Mensuração dos indivíduos

•Fita métrica

•Plaquetas de alumínio

•Ficha de campo

•Lápis

•Prancheta

•Paquímetro

Material utilizado nolevantamento da vegetação

Coleta do material botânico

•Sacos de plástico

•Fita crepe

•Ficha de campo

•Tesoura de poda

•Podão

Material utilizado nolevantamento da vegetação

Arbóreo

•CAP: 15,7cm ou DAP 5cm

•Altura: 1,3m

Definição dos estratos

Regeneração natural

•DAP 5cm

•Altura: 0,10m

Dados coletados (Estrato arbóreo)

CAP (Circunferência a altura do peito 1,30m)

DAS (Diâmetro do caule a altura do solo)

Altura total

Nome da espécie

Observações a respeito das espécies

Densidade (D)

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Onde: ni= número de indivíduos da i-essima espécie

Densidade Absoluta (DA) - Parcelas

área

nDA

ii

É a medida que expressa o número deindivíduos, de uma dada espécie, porunidade de área (em geral, por hectare).

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Densidade Absoluta (DA) - Quadrantes

Para o método de quadrantes, como o método nãotem área, a densidade por área ou absoluta deuma espécie é estimada através:

•Área média ocupada por cada um dos indivíduos,que é calculada usando a distância média dosindivíduos ao ponto.

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Distância

RIDIDCI

2

CAPRI

N

DCIDM

Onde:

DCI= distância corrigida do indivíduo;

DI= distância do indivíduo; RI= Raio do indivíduo;

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

100 i

ii

DA

DADR

Densidade Relativa (DR)

É a relação entre o número de indivíduosde uma espécie e o número de indivíduos detodas as espécies. É expresso empercentagem.

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Freqüência (F)

É dada pela probabilidade de se encontraruma espécie numa unidade de amostragem eo seu valor estimado indica o número devezes que a espécie ocorre, num dadonúmero de parcelas ou pontos.

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Freqüência Absoluta (FA)

É a relação entre o número de parcelas emque determinada espécie ocorre e o númerototal de parcelas amostradas.

100P

PFA

ii

Onde: Pi= número de parcelas com ocorrência da i-essima espcie;

P= número total de parcelas.

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Freqüência Relativa (FR)

É a relação entre a freqüência absoluta dedeterminada espécie com a soma dasfreqüências absolutas de todas as espécies.

OBS.: A Freqüência fornece uma informação a respeito da dispersão das espécies.

100 i

ii

FA

FAFR

Dominância (Do)

Onde: gi= área basal total da i-essima espécie; d= diâmetro decada indivíduo em cm.

Dominância (DoA)

É definida como a taxa de ocupação doambiente pelos indivíduos de uma espécie.Em espécies florestais, é representadapela área basal.

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

DoAárea

g ii

gi=( *d2)/4 (cm)

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

100 i

ii

DoA

DoADoR

Dominância Relativa (DoR)

É a relação, em porcentagem, da áreabasal total da i-essima espécie (gi) pelaárea basal de todas as espéciesamostradas (G).

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Dominância Absoluta (DoA)

ABMDAiDoAi

niABiABMi /

Índice de Valor de Importância

Este índice revela, através dos pontosalcançado por uma espécie, sua posiçãosociológica na comunidade analisada.

IVI = DR+FR+DoR

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

Valor de Cobertura

Parâmetros Fitossociológicos: Estrutura Horizontal

É uma medida que também forneceinformações a respeito da importância decada espécie no local estudado.

IVC = DR+DoR

Figura 1: Diagrama de venn extraído da composição florística das três áreas demata ciliar de Bocaina de Minas, MG, mostrando o número de espéciescompartilhadas.

Tabela 3: Relação das 10 espécies de Maior Valor de Importância

(VI) em um fragmento de mata ciliar de aluvial próximo a

nascente do Rio Grande em Bocaina de Minas-MG.

Família Espécie Ni Np DR DoR FR VI

Mimosoideae Anadenanthera colubrina 139 10 11,6 40,3 4,2 18,7

Euphorbiaceae Gymnanthes concolor 173 10 14,4 14,8 4,2 11,1

Sapindaceae Matayba elaeagnoides 106 10 8,8 5,4 4,2 6,2

Aquifoliaceae Ilex brevicuspis 122 8 10,2 3,9 3,4 5,8

Euphorbiaceae Sebastiania brasiliensis 77 10 6,4 4,4 4,2 5,0

Myrcinaceae Myrsine gardneriana 58 9 4,8 2,0 3,8 3,5

Rubiaceae Chomelia brasiliana 40 10 3,3 1,3 4,2 2,9

Annonaceae Rollinia emarginata 40 9 3,3 1,5 3,8 2,9

Caesalpinoideae Cassia ferruginea 35 8 2,9 2,32 3,4 2,9

Lamiaceae Vitex megapotamica 39 6 3,3 2,5 2,5 2,8

Total 69 - 69,1 78,4 38 61,7

Tabela 4: Relação das 10 espécies de Maior Valor de Importância(VI) em um fragmento de Mata ciliar de encosta em regeneraçãopróximo a nascente do Rio Grande em Bocaina de Minas-MG.

Família Espécie Ni Np DR DoR FR VI

Myrsinaceae Myrsine umbellata 119 9 13,7 11,5 3,9 9,7

Melastomataceae Tibouchina arborea 71 8 8,2 11,8 3,5 7,8

Euphorbiaceae Croton organensis 81 6 9,3 10,6 2,6 7,5

Melastomataceae Miconia sellowiana 56 8 6,4 4,2 3,5 4,7

Rubiaceae Psychotria vellosiana 51 9 5,9 3,8 3,9 4,5

Melastomataceae Miconia theaezans 39 6 4,5 4,7 2,6 3,9

Clethraceae Clethra scabra 40 7 4,6 3,5 3,1 3,7

Asteraceae Piptocarpha regnellii 41 6 4,7 3,8 2,6 3,7

Rosaceae Prunus myrtifolia 18 5 2,1 4,5 2,2 2,9

Euphorbiaceae Alchornea triplinervia 22 7 2,5 2,4 3,1 2,7

Total 62 - 61,8 60,7 31 51,2

Tipos de Amostragem da Vegetação

A amostra é alocada em unidades que sãoescolhidas subjetivamente, por serem consideradaspelo pesquisador representativas de seu objeto deestudo.

Amostragem Preferencial

Rio

Tipos de Amostragem da Vegetação

Amostragem Aleatória

A amostra é definida em unidades amostraisalocadas ao acaso na zona de estudo.

Tipos de Amostragem da Vegetação

A amostragem sistemática envolve a alocação depontos amostrais a intervalos sistemáticos ouregulares.

Amostragem Sistemática

50 m50 m

20 m