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DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA MEDICINA VETERINÁRIA MEDICINA VETERINÁRIA MEDICINA VETERINÁRIA MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA Boletim Informativo Ano 1 - Número 1 - Outubro de 2007 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E TUBERCULOSE ANIMAL (PNCEBT) Agueda P. Castagna de Vargas · Diagnóstico, tratamento e controle de enfermidades reprodutivas e respiratórias, mastites, tuberculose, brucelose. · Métodos moleculares para pesquisa e diagnóstico; · Produção de vacinas autógenas para eqüinos e suínos; · Controle microbiológico em alimentos, matéria prima e rações para animais; · Participa no Projeto Rede Sul de Análise de Genomas e seqüenciamento do genoma de Mycoplasma hyopneumoniae; · Treinamento e habilitação de médicos veterinários para participarem do PNCEBT - Brucelose e Tuberculose. · Mestrado (uma vaga anual) Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – Sala 5137 - Fax: (55) 3220 8257 – Fone: (55) 3220 8107 Professora: Agueda C. de Vargas ([email protected]). SETOR DE BACTERIOLOGIA O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) foi instituído em 2001 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen- to (MAPA) com o objetivo de diminuir o impacto negativo dessas zoonoses na saúde comunitária e promover a competitividade da pecuária nacional. O PNCEBT introduziu a vacinação obrigatória contra brucelose bovina e bubalina em todo o território nacional e definiu uma estratégia de certificação de estabelecimentos de criação livres e/ou monitorados onde essas enfermidades são controladas com rigor. Breve diagnóstico da situação atual A brucelose, causada por Brucella abortus, e a tuber- culose, causada por Mycobacterium bovis, estão dissemina- das por todo o território nacional, porém a sua prevalência e distribuição regional não estavam bem caracterizadas. Sabe- se que a brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas enfermidades afetam tam- bém a população de bubalinos. O último diagnóstico de situação da brucelose bovina em nível nacional tinha sido realizado em 1975, quando foi estimada a porcentagem de animais soropositivos em cada Unidade Federativa. Posteriormente, outros levantamentos sorológicos por amostragem, realizados em alguns estados revelaram pequenas alterações na prevalência de brucelose. Os resultados das décadas de 1980 e 90 permitem constatar coerência com os resultados de 1975 (Tabela 1). Departamento de Medicina Veterinária Pre- ventiva (DMVP) do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM é composto por seis setores que possuem laboratórios próprios e atuam nas áreas de Ensino, Pes- quisa e Prestação de serviços relacionados à Saúde Animal e Saúde Pública. Esses setores são mantidos com recursos da Universidade, de agências financiadoras (CNPq/FAPERGS) e da prestação de serviços. Historicamente, o DMVP tem se preocupa- do em estabelecer vínculos com a comunidade, que permitam a difusão e utilização dos serviços e conhe- cimentos gerados nos seus laboratórios de diagnóstico e pesquisa. É neste sentido que o departamento está lançando o boletim informativo “Medicina Veterinária Preventiva”, uma publicação semestral direcionada a Médicos Veterinários de campo e produtores. O obje- tivo deste informativo é levar aos profissionais de cam- po informações atualizadas sobre assuntos de interes- se na prática profissional, contemplando as áreas de Doenças Infecciosas, Doenças Parasitárias, Indústria e Inspeção de Carnes, Ornitopatologia, Ecologia e Biossegurança e Saúde Pública Veterinária. A atuali- zação contínua de profissionais de campo em assun- tos técnicos se constitui em um dos pilares da atuação profissional e certamente contribuirá para a melhoria das atividades dos Médicos Veterinários em suas res- pectivas áreas de atuação. Esse boletim também ob- jetiva motivar os profissionais de campo a interagirem mais com a comunidade acadêmica, buscando solu- ções e alternativas para o bom desempenho de sua atividade profissional. Esperamos que essa iniciativa de estreitar os vín- culos entre o DMVP e a comunidade profissional en- contre receptividade junto aos colegas Médicos Vete- rinários. Editorial UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA ESPAÇO PUBLICITÁRIO

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DEPARTAMENTO DE

MEDICINA VETERINÁRIAMEDICINA VETERINÁRIAMEDICINA VETERINÁRIAMEDICINA VETERINÁRIAMEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA PREVENTIVA Boletim Informativo Ano 1 - Número 1 - Outubro de 2007

PROGRAMA NACIONAL DECONTROLE E ERRADICAÇÃO DA

BRUCELOSE E TUBERCULOSEANIMAL (PNCEBT)

Agueda P. Castagna de Vargas

· Diagnóstico, tratamento e controle de enfermidades reprodutivas e respiratórias, mastites, tuberculose, brucelose.· Métodos moleculares para pesquisa e diagnóstico;· Produção de vacinas autógenas para eqüinos e suínos;· Controle microbiológico em alimentos, matéria prima e rações para animais;· Participa no Projeto Rede Sul de Análise de Genomas e seqüenciamento do genoma de Mycoplasma hyopneumoniae;· Treinamento e habilitação de médicos veterinários para participarem do PNCEBT - Brucelose e Tuberculose.· Mestrado (uma vaga anual)Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – Sala 5137 - Fax: (55) 3220 8257 – Fone: (55) 3220 8107Professora: Agueda C. de Vargas ([email protected]).

SETOR DE BACTERIOLOGIA

O Programa Nacional de Controle e Erradicação daBrucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) foi instituído em2001 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (MAPA) com o objetivo de diminuir o impacto negativodessas zoonoses na saúde comunitária e promover acompetitividade da pecuária nacional. O PNCEBT introduziu avacinação obrigatória contra brucelose bovina e bubalina emtodo o território nacional e definiu uma estratégia de certificaçãode estabelecimentos de criação livres e/ou monitorados ondeessas enfermidades são controladas com rigor.

Breve diagnóstico da situação atual

A brucelose, causada por Brucella abortus, e a tuber-culose, causada por Mycobacterium bovis, estão dissemina-das por todo o território nacional, porém a sua prevalência edistribuição regional não estavam bem caracterizadas. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gadode leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sériopara os produtores de leite. Ambas enfermidades afetam tam-bém a população de bubalinos.

O último diagnóstico de situação da brucelose bovinaem nível nacional tinha sido realizado em 1975, quando foiestimada a porcentagem de animais soropositivos em cadaUnidade Federativa. Posteriormente, outros levantamentossorológicos por amostragem, realizados em alguns estadosrevelaram pequenas alterações na prevalência de brucelose.Os resultados das décadas de 1980 e 90 permitem constatarcoerência com os resultados de 1975 (Tabela 1).

Departamento de Medicina Veterinária Pre-ventiva (DMVP) do Centro de Ciências Rurais (CCR)da UFSM é composto por seis setores que possuemlaboratórios próprios e atuam nas áreas de Ensino, Pes-quisa e Prestação de serviços relacionados à SaúdeAnimal e Saúde Pública. Esses setores são mantidoscom recursos da Universidade, de agênciasfinanciadoras (CNPq/FAPERGS) e da prestação deserviços. Historicamente, o DMVP tem se preocupa-do em estabelecer vínculos com a comunidade, quepermitam a difusão e utilização dos serviços e conhe-cimentos gerados nos seus laboratórios de diagnósticoe pesquisa. É neste sentido que o departamento estálançando o boletim informativo “Medicina VeterináriaPreventiva”, uma publicação semestral direcionada aMédicos Veterinários de campo e produtores. O obje-tivo deste informativo é levar aos profissionais de cam-po informações atualizadas sobre assuntos de interes-se na prática profissional, contemplando as áreas deDoenças Infecciosas, Doenças Parasitárias, Indústriae Inspeção de Carnes, Ornitopatologia, Ecologia eBiossegurança e Saúde Pública Veterinária. A atuali-zação contínua de profissionais de campo em assun-tos técnicos se constitui em um dos pilares da atuaçãoprofissional e certamente contribuirá para a melhoriadas atividades dos Médicos Veterinários em suas res-pectivas áreas de atuação. Esse boletim também ob-jetiva motivar os profissionais de campo a interagiremmais com a comunidade acadêmica, buscando solu-ções e alternativas para o bom desempenho de suaatividade profissional.

Esperamos que essa iniciativa de estreitar os vín-culos entre o DMVP e a comunidade profissional en-contre receptividade junto aos colegas Médicos Vete-rinários.

Editorial

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

ESPAÇO PUBLICITÁRIO

UFs 1975 (%)RS 2,0 0,3 (1986)SC 0,2 0,6 (1996)PR 9,6 4,6 (1989)MS 6,3 6,3 (1998)MG 7,6 6,7 (1980)Em 2002, novo levantamento da situação da brucelose

em Minas Gerais revelou prevalência próxima a 1% de animaispositivos, demonstrando a eficácia de um programa de vaci-nação bem conduzido. Encontra-se em fase final um estudoepidemiológico da brucelose, em nível nacional e commetodologia padronizada, no qual todos os estados das regi-ões Sul, Sudeste, Centro-oeste e alguns do Nordeste e Nortejá estão bem estudados (Tabela 2): Tabela 2. Prevalência de brucelose bovina nasUnidades de Federação até agosto de 2005

Fonte: DBT/CGCD-DSA, 2006

Prevalência (%) Amostras (n)UF focos casos Estabelecimentos AnimaisRO 34,57 6,22 927 9.717MT 41,19 10,25 1.118 13.536TO 20,99 5,27 1.842 20.913GO 16,20 3,01 895 10.738DF 2,79 0,14 278 2.019SE 11,24 2,14 591 4.757BA 4,30 1,34 1.413 10.913ES 9,00 3,53 622 5.351RJ 15,48 4,10 945 8.242MG 6,04 1,09 2.204 20.643SP 9,70 3,81 1.073 8.761PR 3,89 2,34 2.098 14.808SC 0,02 0,06 1.588 7.801RS 2,17 1,01 2.038 15.973

BRASIL ... ... 17.621 154.185

Os dados de notificações oficiais de brucelose indicamque a prevalência de animais positivos se manteve entre 4% e5%, no período de 1988, 1998 e 2005. no RS, a prevalência debrucelose foi constatada mais alta na região da Campanha,onde mais de 10 milhões de cabeças dos 14 milhões do reba-nho total estão localizadas (Figura 1).

Os dados de notificações oficiais de tuberculose bovi-na indicam prevalência média nacional de 1,3% de animaisinfectados, no período de 1989 a 1998. Um levantamento rea-lizado em 1999, no Triângulo Mineiro e nas regiões do centroe sul de Minas Gerais, envolvendo aproximadamente 1.600estabelecimentos de criação e 23.000 animais, estimou aprevalência aparente de animais infectados em 0,8%. No mes-mo estudo, foram detectados 5% dos estabelecimentos decriação com animais reagentes, sendo importante destacar queeste valor subiu a 15% no universo de estabelecimentos decriação produtores de leite com algum grau de mecanizaçãoda ordenha e de tecnificação da produção.

a) Baixar a prevalência e a incidência de focos de brucelosee de tuberculose; b) Criar um número significativo de estabelecimentos decriação certificados que ofereçam aos consumidores produ-tos de baixo risco sanitário.

Objetivos específicos do programa

Estratégia

São também preconizadas medidas sanitárias compul-sórias de eficácia comprovada, como a vacinação de bezerrasentre os três e oito meses de idade contra a brucelose e ocontrole do trânsito de animais destinados à reprodução, como objetivo de baixar a prevalência e incidência de casos destasdoenças, até níveis compatíveis com ações sanitárias maisdrásticas, que caracterizam um programa de erradicação. Pre-vê-se que no espaço de uma década seja possível reduzir aprevalência de estabelecimentos de criação afetadas para va-lores próximos a 1%, nos estados que implantarem o programadentro do cronograma previsto. Deve ser ressaltado que avacinação contra a brucelose tem prioridade máxima neste Pro-grama.

(d) melhorar a integração deste com o serviço oficial deinspeção de produtos de origem animal.

Tabela 1. Prevalência de brucelose bovina em Unida-des de Federação em 1975 e nas décadas de 1980 e 90.

Para garantir a qualidade técnica das ações do progra-ma, foi elaborada uma série de medidas que visam:

(a) capacitar médicos-veterinários e laboratórios, tantooficiais como privados;

(b) padronizar e modernizar os métodos diagnósticosutilizados;

(c) permitir as ações de fiscalização e monitoramentoque cabem ao serviço oficial de defesa sanitária animal; e

Figura 1.Estratos meso-regionais dos municípios doRS para o inquérito soro-epidemiológico da brucelose

A estratégia de ação deste programa é baseada emmedidas voluntárias e medidas compulsórias. A certificaçãode estabelecimentos de criação livres e de estabelecimentosde criação monitorados, de adesão voluntária, é um instru-mento que os produtores e o setor agro-industrial podemutilizar para agregar valor aos seus produtos. Assim sendo,este não é um programa apenas do governo federal e dosgovernos estaduais, mas sim um conjunto de projetos queenvolve o setor produtivo e suas comunidades, o setor in-dustrial e os consumidores, não esquecendo os médicos-ve-terinários que atuam no setor privado. Em outras palavras, osetor público atua como agente certificador dentro de umprocesso que envolve diretamente toda a cadeia produtiva.

(a) 2,61% (0,32%<CI<4,90%)(b) 5,73% (2,65%<CI<10,60%)

(a) 0,00% (-,—%<CI<-,—%)(b) 0,00% (0,00%<CI<1,27%)

(a) 0,95% (0,00%<CI<1,97%)(b) 3,11% (1,43%<CI<5,83%)

(a) Estado RS: 1,01%(0,60%<CI<1,42%)(b) Estado RS: 2,17%(1,61%<CI<2,74%)

LEGENDA:(a) = Prevalência de brucelose bovina em fêmeas> 24 meses.(b) = Prevalência de focos de brucelose bovina.

(a) 2,12% (0,41%<CI<3,82%)(b) 7,52% (4,88%<CI<10,99%)

(a) 0,64% (0,00%<CI<1,74%)(b) 0,64% (0,08%<CI<2,29%)

(a) 0,05% (0,00%<CI<0,13%)(b) 0,61% (0,08%<CI<2,20%)

(a) 1,04% (0,41%<CI<1,68%)(b) 7,55% (4,34%<CI<11,31%)

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Propostas Técnicas

Com esta ação objetiva-se baixar consideravelmente aprevalência da brucelose bovina e bubalina. É obrigatória avacinação de todas as fêmeas daquelas espécies, entre 3 e 8meses de idade, com amostra B19. Em estabelecimentos decriação certificadas recomenda-se que as bezerras sejam vaci-nadas até 6 meses de idade, de forma a minimizar a possibilida-de de reações vacinais nos testes de diagnóstico. Este pro-grama implica em aumento significativo da produção de vaci-na B19 e, por isso, está sendo estabelecida rotina de estimati-va de demanda anual e de organização da distribuição do pro-duto, à semelhança do que hoje é feito para a vacinação con-tra febre aftosa. A vacinação de fêmeas adultas, que seria útilem regiões e estabelecimentos de criação com alta prevalênciade infecção, só será permitida com imunógenos que não inter-ferem nos testes de diagnóstico, após aprovação e nas condi-ções definidas pelo MAPA.

O PNCEBT estabeleceu prazo até dezembro de 2003 paracada estado implantar em todo o seu território a obrigatoriedadede vacinação de bezerras contra a brucelose. As Unidades daFederação com serviços veterinários melhor estruturados bus-caram logo atingir a cobertura vacinal mínima de 75%. A vaci-nação só pode ser realizada sob responsabilidade de médi-cos-veterinários, que devem estar cadastrados no serviço ofi-cial de defesa sanitária animal de seu estado de atuação. Quandoa meta de ter ao menos 75% da população de fêmeas adultasvacinada entre 3 e 8 meses de idade for alcançada, a prevalênciade brucelose deverá situar-se em níveis que permitam passar àfase de erradicação.

Certificação de estabelecimentos de criaçãolivres de brucelose e tuberculose

A certificação de estabelecimentos de criação livres debrucelose e de tuberculose tem como objetivo padronizar ocontrole dessas enfermidades, dentro dos princípios técnicossugeridos pelo Código Zoosanitário Internacional e aceitosinternacionalmente. A adesão é voluntária, uma vez que asnormas sanitárias exigidas só serão efetivamente cumpridasquando os pecuaristas se beneficiarem da condição sanitáriaadquirida. A experiência no país demonstra que se o combatea doenças endêmicas como a brucelose e a tuberculose, cujocontrole é baseado em teste e sacrifício de animais, consistirapenas em exigências sanitárias, sem que sejam criados incen-tivos e mecanismos de compensação, a probabilidade de su-cesso é reduzida. Tais incentivos encontram-se em fase dedesenvolvimento, em colaboração com a indústria.

O saneamento dos estabelecimentos de criação queentram em processo de certificação é feito testando todos osanimais e sacrificando os reagentes positivos. Os testes emtodo o rebanho são repetidos até obter três testes sem umúnico animal reagente positivo, ao longo de um período míni-mo de nove meses. Uma vez terminado o saneamento, a esta-belecimento de criação obtém o certificado de livre, cuja ma-nutenção depende do cumprimento de todas as regras e nor-mas sanitárias estabelecidas. Os estabelecimentos de criaçãocertificadas ficam obrigados a repetir os testes anualmente,em todos os animais. Deve destacar-se a exigência de doistestes negativos para o ingresso de animais no estabeleci-mento de criação, se os animais não forem provenientes de

As atividades de saneamento para certificação de esta-belecimentos de criação livres de brucelose e tuberculose sãorealizadas por médicos-veterinários que atuam no setor priva-do, desde que devidamente habilitados pelo MAPA.

outro estabelecimento de criação livre. Os testes de diagnós-tico para brucelose são realizados exclusivamente em fêmeasde idade igual ou superior a 24 meses, desde que vacinadasentre 3 e 8 meses, e em machos e fêmeas não vacinadas, apartir dos 8 meses de idade. São submetidos a testes de diag-nóstico para tuberculose todos os animais com idade igual ousuperior a seis semanas.

O Estado de Sergipe teve o primeiro estabelecimento decriação certificado como livre de brucelose e tuberculose noBrasil. O certificado foi dado a um estabelecimento leiteiro domunicípio de Porto da Folha. No RS, o primeiro estabelecimen-to de criação certificado livre foi a Cabanha Potigo, de Giruá.

Certificação de estabelecimentos de criaçãomonitorados para brucelose e tuberculose

Em virtude da dificuldade de aplicação das normas téc-nicas estabelecidas para estabelecimentos de criação livres auma parte importante da pecuária de corte, criou-se acertificação de estabelecimento de criação monitorada parabrucelose e tuberculose, também de adesão voluntária. Nes-tas, os testes de diagnóstico são realizados por amostragem.Se não forem detectados animais reagentes positivos, a esta-belecimento de criação recebe o atestado de monitorado parabrucelose e tuberculose. Se forem encontrados animaisreagentes positivos, os animais não incluídos na amostrageminicial são submetidos a testes diagnósticos e todos os ani-mais reagentes-positivos são sacrificados ou destruídos. So-mente após esta etapa o estabelecimento de criação receberáo certificado de monitorado para brucelose e tuberculose. Emestabelecimentos de criação monitorados, os testes são reali-zados apenas em fêmeas com mais de 24 meses e em machosreprodutores, com periodicidade anual para brucelose e a cadadois anos para tuberculose. Só poderão ingressar no estabe-lecimento de criação animais com dois testes negativos ouprovenientes de estabelecimentos de criação de condição sa-nitária igual ou superior. À semelhança dos estabelecimentosde criação livres, os estabelecimentos de criação monitoradossão obrigados a ter supervisão técnica de médico-veterináriohabilitado.

O certificado de estabelecimento de criação monitoradopara brucelose e tuberculose é atribuído exclusivamente a fa-zendas de gado de corte. O MAPA entende que esta pode seruma forma eficaz de diminuir a prevalência destas enfermida-des em estabelecimentos de criação com grande número deanimais e de criação extensiva, enquanto garante o reconheci-mento oficial de um trabalho sistemático de vigilância e sane-amento. Para as indústrias exportadoras de carne, é muito im-portante poder dar garantias aos mercados consumidores deque o seu produto provém de estabelecimentos de criaçãoonde o controle destas doenças é feito de forma sistemática,aplicando o conceito de gestão de risco.

O Estado de Rondônia foi pioneiro no processo decertificação do PNCEBT no Brasil, ao atribuir o 1º certificadosanitário relacionado a brucelose e tuberculose a ma estabele-cimento de criação do país (monitorado para brucelose e tu-berculose). No RS, foi Tupanciretã, a Cabanha Jaguary, querecebeu o primeiro certificado de monitorada, já renovado noano de 2007.

Vacinação contra a brucelose

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Controle do trânsito de reprodutores enormas sanitárias para participação em

exposições, feiras, leilões e outrasaglomerações de animais

Existe legislação específica que determina a exigência,para animais destinados à reprodução, de atestado negativopara brucelose e tuberculose. Estas normas foram adaptadasao regulamento do PNCEBT, em particular quanto aos méto-dos diagnósticos utilizados. Está prevista, em prazo a ser de-terminado pelo MAPA, a exigência de origem em estabeleci-mento de criação com certificado de livre ou de monitorado,para todos os machos e fêmeas reprodutores que transitementre estados ou livres para que participem em exposições.

Habilitação e capacitação de médicos-veterinários

O Programa Nacional de Controle e Erradicação daBrucelose e da Tuberculose envolve um grande número deações sanitárias profiláticas e de diagnóstico a campo, sendoassim necessário habilitar médicos-veterinários do setor pri-vado, que vão atuar por delegação de competência do MAPAe das Secretarias de Agricultura dos estados. A vacinaçãocontra a brucelose deverá ser realizada sob responsabilidadede médicos-veterinários. A compra de vacina só poderá serefetuada apresentando receita emitida por médico-veteriná-rio, em razão de tratar-se de uma vacina viva atenuada. Estesprofissionais ficarão obrigatoriamente cadastrados no servi-ço oficial de defesa sanitária animal do seu estado de atuação.

Para a execução das atividades de diagnóstico no cam-po e participação no programa de certificação de estabeleci-mentos de criação livres ou monitorados, o MAPA somentehabilita médicos-veterinários que tenham sido aprovados emcurso de treinamento em métodos diagnósticos e controle debrucelose e da tuberculose, que inclui, ainda, noções deencefalopatias espongiformes transmissíveis, previamentereconhecido pelo MAPA, conforme lista divulgada na internet.

Diagnóstico e apoio laboratorialA eficácia de um programa nacional de combate a qual-

quer doença depende em parte da qualidade e padronizaçãodos métodos diagnósticos utilizados. No contexto deste pro-grama, são determinados os testes diagnósticos indiretos apro-vados e seus critérios de utilização e interpretação. Estes são:

Brucelose(1) o Teste do Antígeno Acidificado Tamponado

(AAT), que é muito sensível e de fácil execução, constitui oúnico teste de triagem, realizado por médicos-veterinários ha-bilitados;

(2) os animais que reagirem àquele teste poderãoser submetidos a um teste confirmatório, o 2-Mercaptoetanol,que é mais específico, sendo esta prova executada em labora-tórios credenciados ou em laboratórios oficiais credenciados;

(3) o Teste de Fixação de Complemento (FC), ououtro que o substitua, é realizado em laboratórios oficiaiscredenciados para efeitos de trânsito internacional e para di-agnóstico de casos inconclusivos ao teste do 2-Mercaptoetanol;

(4) o Teste do Anel em Leite (TAL) pode ser utiliza-do para monitoramento da condição sanitária de estabeleci-mentos de criação certificadas.

Tuberculose(1) a tuberculinização por meio do Teste Cervical

Simples (TCS) é adotada como prova de triagem devido a suaboa sensibilidade;

(2) o Teste da Prega Caudal (TPC) também é utiliza-do como prova de triagem, porém exclusivamente em gado decorte;

(3) o Teste Cervical Comparativo (TCC) é a únicaprova confirmatória, podendo ainda ser usada como prova detriagem em rebanhos com histórico de reações inespecíficas,em estabelecimentos certificados como livres e em estabeleci-mentos com criação de bubalinos, visando garantir boaespecificidade diagnóstica.

Os testes acima mencionados colocam o diagnóstico debrucelose e de tuberculose no Brasil em sintonia com os pa-drões internacionais e, em particular, com as recomendaçõesdo Código Zoosanitário Internacional. Entretanto, o MAPApretende atualizar e melhorar o padrão de diagnóstico, à medi-da que novos e melhores testes forem surgindo no mercado.

Participação do serviço oficialA credibilidade das atividades propostas neste progra-

ma, principalmente a certificação de estabelecimentos de cria-ção, está diretamente associada às ações de monitoramento efiscalização do serviço veterinário oficial. Uma vez que estedelega parte das ações sanitárias, o seu papel de órgãocertificador de qualidade e fiscalizador de pontos críticos doprocesso é certamente otimizado. Por exemplo, o serviço ofici-al pode, em qualquer momento, realizar diagnósticos poramostragem em estabelecimentos de criação certificados e fa-zer um acompanhamento direto dos testes finais que confe-rem o certificado de estabelecimento de criação livre. Um pon-to fundamental é a integração do serviço de inspeção de pro-dutos de origem animal neste programa, em virtude do seupapel tanto na proteção ao consumidor como na vigilânciaepidemiológica. Com este objetivo, deve existir um fluxo siste-mático de informações nosológicas entre o serviço de inspe-ção e o serviço de defesa.

Educação sanitáriaTodas as atividades propostas precisam ser claramente

entendidas pelos pecuaristas e consumidores. Só isso vai ca-racterizar o programa como um projeto da sociedade brasileirae permitir que as ações sanitárias sejam efetivamente cumpri-das. Neste sentido, é muito importante que todas as medidasestabelecidas pelo PNCEBT sejam precedidas e acompanha-das por um trabalho de educação sanitária. Deve-se salientaro papel importante que as autoridades regionais de saúdepública desempenham neste processo.

Informações sobre o PNCEBT no RS:Serviço Oficial de Defesa Sanitária Animal no Estadodo Rio Grande do SulInspetorias Veterinária e Zootécnicas (I. V. Zs.)Secretaria Estadual — SEAPA-D.P.A.-DFDSA:Ana Cláudia Mello Groff, Médª.-Vetª., M. Sc. [email protected]://www.saa.rs.gov.brMinistério da Agricultura — SEDESA/DT-RS (SFA/MAPA-RS):Carlos Eugênio Soto Vidal, Mé[email protected],http://www.agricultura.gov.br

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O surgimento de cólica relacionado com os cestódeos éum fato, sendo, portanto um dos fatores de riscos para a inci-dência desta patologia, sendo que, o grau de parasitismo au-menta estes riscos (PROUDMAN et al.,1998).

A criação de eqüídeos no Brasil tem sido estimulada etecnificada nos últimos tempos, com intuito de se obter ani-mais vigorosos e com um perfil atlético próximo do ideal. Aprodução de animais para as atividades desportivas mereceposição de destaque internacional, atingindo valores sócio-econômicos expressivos na atualidade. Não apenas esta ativi-dade foi desenvolvida e transformada no transcorrer da histó-ria da criação dos eqüídeos, mas também a de produção decarne para a exportação aos países consumidores deste pro-duto.

IntroduçãoTÊNIAS DOS EQÜÍDEOS

As helmintoses dos eqüídeos somam-se aos problemasque diminuem o desempenho e a produção em geral, apresen-tando-se geralmente de caráter subclínico, muitas vezesirrelevantes para técnicos e criadores, mascarando prejuízosirreversíveis.

Qualquer fator que cause alterações da motilidade in-testinal é uma causa em potencial de intussuscepção; então oA. perfoliata vem contribuir com estes fatores (PROUDMAN& EDWARDS,1993).

Algumas das causas dos distúrbios gastroentéricos, taiscomo: intussuscepção, torção, obstrução e rupturas, têm sidoatribuídas ao A. perfoliata, quando são encontrados em nú-mero maciço no local, além das alterações patológicas quepodem causar no ponto de fixação. O número de parasitas nolocal do parasitismo contribui para a exacerbação da lesão eestabelecer o grau das alterações patológicas no tecidoparasitado (FOGARTY et al., 1994; TRAUB - DARGATZ et al.,1994). Devido a predileção deste parasita pela região de vál-vula íleo cecal, as alterações anatomo-histopatológicas maisevidentes encontram-se neste segmento (PROUDMAN et al.,1998). EDWARDS (1986), relata a possibilidade de infestaçõespor A perfoliata ser a causa de intussuscepções de intestinodelgado e ceco em aproximadamente 10% dos animais, queforam submetidos à laparotomias exploratórias. As hipótesespara explicar as causas da intussuscepção na região parasitadasão atribuídas a um complexo de fatores que se interagem:uma atonia local promovida por uma anóxia oriunda de altera-ções circulatórias, (arterites parasitárias), consequentemente,hiperperistaltismos adjacentes ao segmento atônico poderi-am induzir a intussuscepção. Associado a esta condição, exis-te alguns outros fatores fisiológicos predisponentes contri-buindo como uma forma sinérgica a este processo, como porexemplo, a brusca alteração do diâmetro intestinal da regiãode transição do intestino delgado para o intestino grosso (vál-vula íleo-cecal), alterações da musculatura longitudinal do in-testino delgado na região de transição com espessamento dotecido no local. Além destas, severas infestações do parasitano ponto de infecção poderia causar cólicas por obstrução doorifício íleo-cecal. BAIN & KELLY (1977) na Austrália, suge-rem que a atonia no local do parasitismo pode ser devido ao Aperfoliata apresentar a enzima acetilcholinesterase em altasconcentrações, sendo secretadas em grandes quantidades emuma alta infecção. Isto pode interferir na transmissão nervosaparassimpática do hospedeiro, reduzindo a acetilcolinasináptica em colina e ácido acético, que impede a respostaneuronal, levando a atonia intestinal e impactações e subse-qüentes rupturas em regiões de fragilidades intestinais quedesenvolveram lesões ulcerativas.

Relatos de trabalhos com os cestódeos (Anoplocephalamagna, Anoplocephala perfoliata e Paranoplocephalamamillana), como causadores de distúrbios do tratogastrointestinal de eqüídeos, tem aumentado nos últimos anose vários estudos epidemiológicos foram realizados(PROUDMAN et al., 1998). A infecção de eqüídeos com estesparasitas foi considerada irrelevante por muitos anos (FRENCHet al., 1994). Ainda permanece controvertido sua etiologia comocausador de patologias severas (PROUDMAN & EDWARDS1993). A prevalência de cestódeos em eqüinos varia de 20% a81,5% em várias regiões geográficas do mundo (Tabela 1).

Luís Antônio Sangioni

O Anoplocephala perfoliata (GOEZE, 1782) pertence àFamília Anoplocephalidae, da ordem Cyclophyllidea, é ocestódeo mais comumente encontrado em eqüídeos e tem comohospedeiro intermediário um ácaro oribatídeo (espéciesGalumina e Scheloribates). O parasita mede cerca de 8 cm decomprimento por 1,2 cm de largura, o escólice medindo 2 a 3mm de diâmetro é voltado para frente com uma projeção trian-gular posterior a cada ventosa; realiza apólise na maturidade esuas proglotes gravídicas são eliminadas nas fezes. Os ovossão geralmente liberados pela desintegração de seus proglotesdurante sua passagem pelo trato intestinal (LICHTENFELS,1975; FREITAS, 1980). Após a ingestão dos ovos contendo aslarvas infectantes (oncosferas) pelo hospedeiro intermediá-rio, a larva cisticercóide leva de dois a quatro meses para sedesenvolver. Os ácaros são ingeridos pelo eqüino e o períodopré-patente no hospedeiro definitivo é de seis a dez semanas(URQUHART, 1996). As formas parasitárias adultas são en-contradas preferencialmente no intestino delgado e regiõescircunvizinhas de ceco e cólon, com predileção para o ceco eválvula íleo-cecal (FOGARTY et al., 1994).

PM - Pós-MortemEq - EqüinosAs - Asininos

País Espécie Nº Método de coleta Freqüência

Austrália Eq 130 Necropsia 38,5 Austrália E q 65 Exame PM em matadouro 81,5 Brasil Eq 1090 Exame PM em matadouro 42 Brasil Eq 1689 Exame PM em matadouro 32,5 Irlanda Eq 363 Exame PM em matadouro 50,7 Inglaterra Eq 57 Necropsia 32 Noruega Eq 201 Exame PM em matadouro e necropsias 20 Polônia Eq 50 Necropsia 4 Suécia Eq 470 Exame PM em matadouro 65 USA Eq 363 Necropsias 54 USA As 8 Necropsia 0 USA Eq 118 Necropsia 60

Tabela 1. Prevalência em nível mundial deAnoplocephala perfoliata em eqüídeos

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SETOR DE DOENÇAS PARASITÁRIAS

· Diagnóstico e epidemiologia de infecções parasitárias em pequenos e grandes animais;· Orientação sobre controle parasitário em pequenos animais, com enfoque nas zoonoses;· Testes de eficácia e de resistência a compostos contra endo e ectoparasitas;· Treinamento pessoal - mestrado (1 vaga anual);Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – Sala 5149 - Fax: (55) 3220 8257 – Fone: (55) 3220 8071Professores: Fernanda F. Vogel ([email protected]) – Luís Antônio Sangioni

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Alterações macroscópicasA natureza das lesões intestinais variam de uma con-

gestão superficial até uma ligeira elevação e ulceração focal.As reações inflamatórias estendem-se além da área da lesão(PEARSON et al.,1993). As lesões diftéricas são mais freqüen-tes na junção íleo-cecal devido a predisposição de fixaçãodestes parasitas (WILLIAMSON et al.,1997).

Alterações microscópicas

As principais lesões encontradas são: edemas, lesõesdiftéricas (membranas diftéricas) e infiltrações eosinofílicasde mucosa de íleo, ceco e cólon (PEARSON et al.,1993). BAIN& KELLY, (1977) relatam lesões granulomatosas, verrucosas,projetadas da mucosa, sendo avaliado como tecidogranulomatoso associado com necrose fibrinótica, bem comoúlceras profundas penetradas na base da mucosa na lâminaprópria, infiltradas com linfócitos e eosinófilos, atingindo asubmucosa e o tecido conectivo. Também foi notado umespessamento de arteríolas resultantes de respostas inflama-tórias da região. Os neutrófilos foram encontrados em grandenúmero em material necrótico.

Diagnóstico A necessidade de desenvolvimento de técnicas maissensíveis para detecção de ovos nas fezes através de examecoproparasitológico, se faz necessário, uma vez que o méto-do de centrífugo-flutuação comumente utilizado para adetecção de ovos de cestódeos, apresenta uma sensibilidadequestionável. No entanto, uma versão modificada da centrí-fugo-flutuação foi desenvolvida para validar o diagnósticode infecção por cestódeos de eqüídeos (PROUDMAN et al.,1993). Exames sorológicos como o teste imunoenzimáticoELISA, apresenta maior sensibilidade e especificidade.HöGLUND et al., 1995 descrevem um teste de ELISA que per-mite a quantificação destes antígenos para avaliar a intensi-dade da infecção.

NILSSON et al., (1995) verificaram que 53 % dos animaisque foram submetidos a exames coproparasitológicos eramovos-positivos; sendo que, os animais não apresentavam si-nais clínicos de distúrbios do trato gastrointestinal, por umlongo período de tempo. BARCLAY et al., (1982) em estudorealizado com animais submetidos a laparotomias ecomprovadamente acometidos com A. perfoliata, retiraramvárias amostras de fezes e foram analisadas (centrífugo-flutuação com solução saturada de nitrato de sódio) e obser-varam a ausência de ovos nas fezes.

GOMES et al., (1997) em estudo realizado de 1992 a 1995,no Jockey Club de São Paulo, observaram um aumento cres-cente da incidência de cestóides nos resultados positivosdos exames coproparasitológicos (método de WILLIS). Em1992, das 558 amostras analisadas, uma amostra (0,2%) apre-

BARCLAY, P.W.; PHILIPS, N.T.; FOERNER, J.J. Intussuceptionassociated with Anoplocephala perfoliata infection in five horses.Journal of American Veterinary Medical Assotiation, v 180, n 7, p 752-753, 1982.

COCHRAN, W.C. Sample techiniques. 3 ed. New York: JohnWilley, Cap. 4: the estimation of sample size, p 93-97, 1977.

FOGARTY, U.; DEL PIERO F. ; PURNELL, R.E. ; MOSURSKI,K.R. Incidence of Anoplocephala perfoliata in horses examined at anIrish abattoir. Veterinary Record, v 34, p 515-518, 1994.

FREITAS, G.M. Helmintologia Veterinária, 4ª ed., Rabelo, BeloHorizonte, 1980.

GART, J.J.; BUCK, A.A. Comparison of a screening test and areference test in epidemiologic studies. American Journal ofEpidemiology, v.83, n.1, p. 593 - 602, 1966.

GOMES, T.L.S.; HUSSNE, M.; TUNALA, V.; TAMURA, E.Y. etal, Pesquisa sobre a incidência de tênias em equídeos . A Hora Veterinária, n 95, p 11-12, 1997.

GREINER, E.C. ; LANE, T.J. ; Effects of the daily feeding ofpyrantel tartrate on Anoplocephala perfoliata infection in three horses:A pilot Stud. Journal of Equine Sciense , v 14 , n 1 , p 43-44 , 1994.

LANDIS, J.R.; KOCH, G.G. The measurement of observeragreement for categorical data. Biometrics, v.33, p.159, 1977.

LICHTENFELS, J.R. Cestoda parasitic in domestic equids.Proceedings of Helmintological Society of Washington, v 42, p 71-73,1975.

PROUDMAN,J. C. ; EDWARDS,G.B. Validation of acentrifugation/flotation technique for the diagnosis of equine cestodiasis.Veterinary Record, v 131, p 71-72, 1992.

PROUDMAN,J.C. ; EDWARDS,G.B. Are tapeworms associatedwith equine colic? A case control study. Equine Veterinary Journal, v25, n 3, p 224-226, 1993.

PROUDMAN, J.C.; FRENCH, N.P.; TREES, A.J. Tapeworminfection is a significant risk for spasmodic colic and ileal impactioncolic in the horse. Equine Veterinary Journal, v 30, n 3, p 194-199,1998.

URQUHART, G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J.L.; DUNN, A.M.;JENNINGS, F.W. Parasitologia Veterinária, 2ª ed., Guanabara Koogan,Rio de Janeiro, 1996.

Bibliografia consultada

Na atualidade, as drogas com melhor espectro de açãotenicida para o tratamento de cestódeos são: pamoato depirantel, mebendazole micronizado e o praziquantel (LYONS etal., 1986; LYONS et al., 1989; GREINER et al., 1994; LYONS etal., 1995; BELLO, 1996). O pamoato de pirantel é efetivo nadosagem de 13,2 mg/kg sendo duas vezes o normal requeridopara os nematódeos, no entanto esta droga foi efetiva em 83 %na remoção destes parasitas (LYONS et al., 1986). A dose desegurança do pamoato de pirantel é de 20 vezes a dosagemterapêutica, porém não estão bem definidos os efeitos colateraispara égua prenhe. O mebendazole micronizado mostrou serefetivo em 95% na dosagem de 15 mg/kg. O praziquantel temuma eficácia de 82 a 100% sobre o A. perfoliata (GREINER et al,1994).

Tratamento

sentou resultado positivo para o Anoplocephala spp, aumen-tado progressivamente estes resultados para 6%, 26% e 33%nos anos de 1993, 1994 e 1995 respectivamente.

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INFLUENZA AVIÁRIA ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOSMaristela Lovato Flôres, Róger Boufleur¹,Renata Pamela Barrachini Steffen²Introdução

A influenza aviária (IA) é uma doença altamente conta-giosa transmitida por vírus, que ocorre principalmente em aves.Em raras ocasiões atravessou a barreira entre as espécies einfectou a população humana. Em aves domésticas, as infec-ções pelo vírus da IA são classificadas como de alta (HPAI) ebaixa patogenicidade (LPAI), relacionada à capacidade de pro-vocar sinais clínicos severos em aves. As variantes de baixapatogenicidade causam sinais mais brandos, que podem even-tualmente passar desapercebidos. As formas altamentepatogênicas mostram sinais mais marcantes. Sua dissemina-ção no lote de aves ocorre rapidamente, causando síndromeque afeta múltiplos órgãos apresentando mortalidade que podeatingir 100% das aves afetadas, em menos de 48 horas. Espé-cies de aves selvagens, principalmente as aquáticas, comopatos e marrecos, podem albergar cepas de vírus, tanto de altacomo de baixa patogenicidade, sem apresentação obrigatóriados sinais clínicos. O contato entre aves domésticas e migra-tórias tem sido a origem de muitos surtos epidêmicos. A IApode ocasionalmente infectar a população humana e animal,após contato direto dessas espécies com aves infectadas (BRA-SIL, 2006). Historicamente, a influenza aviária é conhecida pelogrande impacto econômico que causa nas populaçõesafetadas. O prejuízo se deve em grande parte a alta mortalidadeocasionada pela doença, entretanto os custos indiretosrelacionados com ela, como medidas de prevenção, controle emonitoramento, bem como investimentos em saúde públicasão responsáveis também pelo déficit econômico, isto semcontar os prejuízos ambientais que a doença pode causarafetando espécies selvagens (MARTINS, 2001).

A influenza é uma doença antiga, sendo a primeira do-ença viral descrita em aves. Clinicamente, foi descrita pelaprimeira vez em 1878, por Perroncito. (SWAYNE &HALVORSON, 2003). Três pandemias de influenza humanaocorreram no século XX: a gripe espanhola de 1918, a asiáticade 1957 e a de Hong Kong, em 1968. Os subtipos virais envol-vidos nestas pandemias anteriores foram H1N1, H2N2 e H3N2,respectivamente. Não se observou qualquer periodicidade oupadrão entre as três pandemias, sendo que as três diferiamentre si, entretanto evidências sugerem que as mudanças ocor-ridas no vírus se deva ao ressortimento genético do vírushumano com o vírus animal (KILBOURNE, 2006).

¹ Acadêmico mestrando do curso de pós-graduação em MedicinaVeterinária Preventiva.²Acadêmica da graduação em Medicina Veterinária.

A influenza aviária é causada por um vírus da famíliaOrthomyxoviridae, a qual contém três tipos antigênicos ougêneros A, B e C de vírus influenza, distinguíveis pela compo-sição da unidade estrutural do nucleocapsídeo (NP) e da pro-teína não glicosilada do envelope (M1). Desses, B e C sãoprincipalmente patógenos humanos, e A são isolados de mui-tas espécies de animais, incluindo humanos. Nas aves, ape-nas o vírus do tipo A foi isolado (MARTINS, 2001).

O vírus da influenza tipo A é dividido em subtipos base-ado no relacionamento antigênico de glicoproteínas de super-fície, hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Até o mo-mento 16 HA e 9 NA foram identificadas. Salienta-se que to-dos os subtipos com suas possíveis combinações destas

glicoproteínas (H1-H16) e (N1-N9) já foram detectadas emaves. A HPAI é caracterizada pelo desenvolvimento de doen-ça severa principalmente em aves domésticas, com mortalida-de até 100% nos lotes acometidos, estando esta forma da do-ença restrita aos subtipos H5 e H7, entretanto nem sempreesses subtipos serão HPAI. Já a LPAI, caracteriza-se pelodesenvolvimento de doença branda, com sinais respiratóriosdiscretos, queda na produção de ovos e redução no consumode alimento (ALEXANDER, 2007).

O vírus que atualmente vem preocupando as autorida-des e a população mundial é um vírus do subtipo H5N1, origi-nado na China, em 1996, que através de ressortimento genéti-co dos vírus H9N2 e H6N1 originou diversas linhagens, dasquais o genótipo Z parece ser o predominante na Ásia (CAPUA& MARANGON, 2007).

Aspectos Epidemiológicos

A rápida disseminação, a partir de 2003, do vírus H5N1na Ásia foi originada pelo deslocamento e comércio legal eilegal de aves domésticas e de companhia bem como pelomovimento de aves migratórias. De acordo com as análises deciclos migratórios de aves (Figura 1), é provável que o H5N1chegue às Américas por tais mecanismos, ainda antes que segere uma possível pandemia por este vírus (BRASIL, 2005).Acredita-se que a rota do leste da Ásia e oeste da Austrália foia responsável pela disseminação do vírus, uma vez que elapassa por todos os países afetados pela Influenza entre 2003-2005. Analisando as rotas, observa-se ainda que a rota Ásia/Austrália, cruza com duas rotas que passam pelo territóriobrasileiro, a Americana do Mississipi e a rota Americana doPacífico, sendo que a última apenas corta o estado do Acre,enquanto que a primeira atravessa o país desde o estado deAmazonas até São Paulo.

Até o presente momento, não se sabe ao certo se oH5N1 é realmente endêmico nas populações de aves selva-gens da Europa e da Ásia ou se estão relacionados apenas aeventos isolados com contato prévio com aves domésticasdoentes. Caso a segunda opção seja correta, presume-se queapós o controle da enfermidade na população doméstica, esendo a infecção responsável pela morte das aves silvestresafetadas, presume-se que gradualmente a prevalência da in-fecção irá se reduzir a zero. Em contraste, se a HPAI não forletal para a população selvagem de pássaros, e se a infecçãofor compatível com comportamentos de migração normais,mesmo que em poucas espécies, isto resultará em um cicloendêmico em aves silvestres, mimetizando a ecologia da LPAInas populações selvagens, resultando em conseqüênciasimprevisíveis (CAPUA & MARANGON, 2007).

A transmissão do vírus ocorre através da rota fecal-oral,e a multiplicação inicial do vírus ocorre na mucosa intestinal.O humano, por sua vez, adquire a doença apenas através decontato íntimo com aves doentes, sendo que a ingestão decarnes e ovos cozidos não é capaz de transmitir a doença parapessoas (MACEDO, 2006).

Etiologia

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Figura 1. Rotas migratórias de aves silvestres

Uma particularidade desta variante do vírus é a sua ca-pacidade de infectar e causar a doença em felinos, sendo queestes também são capazes de transmitir a doença para outrosanimais de sua espécie, e potencialmente para humanos, ape-sar de esta forma de transmissão ainda não ter sido descrita(THIRY et al., 2007).

Os anseriformes (patos, gansos, marrecos) raramenteadoecem, mas podem albergar e liberar o vírus para o meio; asdemais aves domésticas, principalmente os pintos, podemapresentar quadro subclínico ou clínico, como moderada asevera dificuldade respiratória podendo ocorrer edema na ca-beça e cianose no qual exige diagnóstico diferenciado deNewcastle (MACEDO, 2006) agudo benigno com cura apa-rente, permanecendo portadores; nesse caso, o transporte ecomercialização em aglomerados (feiras, mercado público, etc.)pode favorecer a contaminação ambiental e a disseminação dadoença; a movimentação de equipamentos e pessoas de umcriatório a outro também pode contribuir na ocorrência de sur-tos (MACEDO, 2006).

Desde 2003, quando a doença tomou proporções maisalarmantes, a doença vem ocorrendo principalmente em paí-ses do leste asiático e alguns países da África. Ao observar-mos dados de ocorrência da doença, obtidos da OIE (2007)observa-se uma ocorrência bastante elevada da influenza empaíses como Vietnã e Tailândia, que no período de 2003-2007já relataram 2.046 e 1.137 surtos em aves, de um total de 5.214

Nas Américas, através de estudosepidemiológicos realizado em 2005 no Cana-dá foram detectados vários subtipos do ví-rus da influenza tipo A contendo ahemaglutinina do tipo 5, a saber: H5N9, H5N3,H5N2, e até mesmo o H5N1, entretanto to-dos estes subtipos se mostraram como sen-do de baixa patogenicidade, inclusive oH5N1, o qual mostrou-se geneticamente di-ferente da cepa asiática, recebendo a deno-minação de “cepa americana de baixa

Após a detecção do vírus HPAI no Canadá, o governoabateu 13 milhões e 700mil aves nas regiões próximas ao surto(OIE, 2007). Medidas drásticas como estas implementadas pelogoverno canadense resultaram na contenção dos focos, o quecertamente contribui para a prevenção da entrada do vírusnos demais países da América, incluindo o Brasil.

Em humanos, a doença tem se mostrado, de certa forma,pouco adaptada. Os casos humanos ocorridos nos últimosquatro anos da epidemia podem ser resumidos na tabela 1.

Observa-se, pela análise dos dados contidos na tabela,que os países onde a doença vem ocorrendo em humanos, deum modo geral, são países subdesenvolvidos, com condiçãode infra-estrutura pública e saneamento precários, além disso,nesses países, criações domésticas de aves para consumosão comuns, o que favorece o contato mais próximo entrehomens/aves. Além desses fatores, a comercialização de ani-mais vivos em centros urbanos também é comum em algunsdestes países, o que contribui para uma disseminação aindamaior do vírus nessas populações.

ControleA grande maioria dos surtos em aves foram controlados

com a eliminação das aves infectadas e das expostas ao vírusde alta patogenicidade (HPAI), enquanto que na ocorrênciade vírus de baixa patogenicidade (LAPAI) a utilização da vaci-nação, quarentena e vigilância ativa tem sido utilizada (SIAFet al., 2003).

Fonte: FAO, 2005

Aspectos epidemiológicos

Quanto à pouca adaptação do vírus em humanos até o pre-sente momento, atribui-se à afinidade que o vírus possui porreceptores compostos de sialolicossacarídeos á-2,3, que sãoencontrados nas aves, enquanto que em suínos e humanos,os receptores sialoligossacarídeos encontrados são do tipoá-2,6. Além disso, em humanos, os receptores localizam-se naparte inferior do trato respiratório, enquanto que nas avesestes situam-se na porção superior, facilitando deste forma ainfecção nas aves e dificultando-a em humanos (SWAYNE &HALVORSON, 2003).

surtos ocorridos em todo o mundo duranteo mesmo período, representando a somo dossurtos dos dois países mais de dois terçosdos casos mundiais.

patogenicidade”, porém, em fevereiro do ano anterior, foi iso-lado um subtipo HPAI H7N3 em uma propriedade comerciallocalizada na província de Columbia Britânica (OIE, 2007). Jáem setembro de 2006, a mesma cepa do vírus foi detectada nosEstados Unidos em estudos rotineiros, estando presente nasfezes de cisnes no estado de Michigan e também na Pensilvâniae Maryland em patos selvagens. No México foi detectadoLPAI H5N2, em janeiro de 2006, e na Colômbia, em outubro de2005, o vírus LPAI H9N2 foi encontrado em três propriedadesno noroeste do país.(WHO, 2007)

· Necropsias, atendimento clínico, laboratorial e orientações sobre profilaxia de doenças de aves;· Sorologia para Doenças de Newcastle e Gumboro, Bronquite infecciosa, Salmonelose,Micoplasmose e exames complementares;· Atendimento às criações de frangos de corte, poedeiras e aves ornamentais e silvestres;· Mestrado (uma vaga anual)Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – Sala 5151 - Fax: (55) 3220 8257 – Fone: (55) 3220 8072Professora: Maristela L. Flores ([email protected]).

SETOR DE ORNITOPATOLOGIA

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Tabela 1. Número cumulativo de casos humanos confirmados de influenza aviária-A (H5N1) relatados à organização mundial da saúde

País 2003 2004 2005 2006 2007 Totaln obt. n obt. n obt. n obt. n obt. n obt.

Azerbaijão 0 0 0 0 0 0 8 5 0 0 8 5Cambodja 0 0 0 0 4 4 2 2 1 1 7 7China 1 1 0 0 8 5 13 8 3 2 25 16Djibouti 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0Egito 0 0 0 0 0 0 18 10 20 5 38 15Indonésia 0 0 0 0 20 13 55 45 27 23 102 81Iraque 0 0 0 0 0 0 3 2 0 0 3 2Lao 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2Nigéria 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1Tailândia 0 0 17 12 5 2 3 3 0 0 25 17Turquia 0 0 0 0 0 0 12 4 0 0 12 4Vietnã 3 3 29 20 61 19 0 0 2 0 95 42Total 4 4 46 32 98 43 115 79 56 34 319 192

Fonte: OMS, atualizado em 25/07/2007. Legenda: n: número de casos confirmados; obt.: número de óbitos

A vacinação pode ser usada e sua eficácia na preven-ção de sinais clínico e mortalidade tem sido relatada, porém aproteção ocorre apenas para o subtipo utilizado na vacina(SWAYNE & HALVORSON, 2003). Ainda, estes lotes podemser monitorados por sorologia e para identificação dossorotipo do vírus presente. Outros estudos se seguem comvacinas recombinantes, vacinas inativadas e vacinas com as-sociação com outros vírus (varíola aviária p.ex.).

ConclusãoA influenza aviária é uma doença com alta capacidade

de mutação, que historicamente foi responsável por grandesepidemias. Não se sabe se esta epidemia tomará as propor-ções que lhe são estimadas, entretanto medidas de controle emonitoramento devem ser implementadas. O monitoramentoeficaz nas populações selvagens, domésticas e comerciais éimprescindível em todos os países, especialmente naquelesem que o vírus ainda não foi identificado, entretanto, planosde contingência eficazes também devem estar previstos nocaso de se detectar a presença do vírus.

Bibliografia consultadaFAO, Avian influenza outbreaks and flyways of migratory

birds. Capturado em 22/07/2007 Online. Disponível na internet:www.fao.org/ag/againfo/subjects/en/health/

diseases-cards/migrationmap.htmlKILBOURNE, E.D. Influenza pandemics of the 20th century.

Emerging infectious diseases. v. 12, n. 1, p. 9-14. 2006.MACEDO, N.A. Influenza aviária: e agora? Revista CFMV.

Ano 12, n 24. p.15-17. 2006MARTINS, NRS Influenza aviária: uma revisão dos últimos dez

anos. Revista brasileira de ciência avícola, v. 3 n. 2, p. 97-140. 2001.OIE. Update on avian influenza in animals (type H5). Capturado

em 26/07/2007. Online. Disponível na internet: http://www.oie.int/downld/AVIAN%20INFLUENZA/A_AI-Asia.htm

WHO Avian influenza. Capturado em 22/07/2007. Online.Disponível na internet: http://www.who.int/csr/disease/avian_influenza/en/index.html

SWAYNE, D.E.; HALVORSON, D. A. Influenza In:SAIF, Y. M.;BARNES, H.J.; GILSSON, J.R. et al. Diseases of Poultry. Iowa: IowaState Press, 2003. Cap.5, p.135-160

THIRY, E.; ZICOLA, A.; ADDIE, A., et al. Highly pathogenicavian influenza H5N1 virus in cats and other carnivores. VeterinaryMicrobiology, v.122, p.25-31. 2007

ALEXANDER, D.J. An overview of the epidemiology of avianinfluenza. Vaccine, v.25 p.5637-5644. 2007.

BRASIL, Influenza aviária. Informe-se. Ministério de Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento. Brasília-DF, 41 p. 2006.

RASTREABILIDADESaul Fontoura da Silva, Luis Fernando Vilanide Pelegrini, Braiane Hendges¹, LíviaDannenhauer Braun¹

ConceitoRastreabilidade bovina é um sistema de controle de ani-

mais que permite sua identificação individual desde o nasci-mento até o abate, registrando todas as ocorrências relevan-tes ao longo de sua vida.

Objetivos:A rastreabilidade possui os seguintes objetivos:- Buscar maior transparência da cadeia da carne perante

a opinião pública;- Abrir novos nichos de mercado para a carne brasileira;- Oferecer informações com credibilidade sobre a carne

que está sendo consumida;- Auxiliar nos controles sanitários a fim de possibilitar

planos nacionais para erradicação de doenças como aftosa,brucelose, tuberculose, entre outras; (Sistema, 2007).

¹ Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária - UFSM

SurgimentoAlguns episódios que foram amplamente divulgados,

como a encefalopatia espongiforme bovina (BSE) em animaisda Inglaterra, os hambúrgueres contaminados por Echerichiacoli 0157H nos Estados Unidos, os frangos e suínos contami-nados com dioxina na Bélgica e os focos de febre aftosa naArgentina, Rio Grande do Sul e Inglaterra aumentaram a preo-cupação dos consumidores e dos governos em relação à qua-lidade dos alimentos comercializados.

Após indícios que correlacionaram a BSE ao mal deCreutzfeldt-Jacob (CJD), que afeta o sistema neurológico doser humano, governos de diversos países, principalmente daUnião Européia, região mais afetada pela BSE, aprovaram le-gislações rigorosas para tentar controlar o problema. Essa novaregulamentação visou controlar, principalmente, o processode produção nas fazendas, estabelecendo registros, contro-les e inclusive a identificação individual dos animais. A esseprocesso de controle, identificação e certificação de origemdeu-se o nome de rastreabilidade ou rastreamento bovino.

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É a propriedade rural que, interessada em manter, porqualquer período de tempo, todos os seus bovinos e bubalinosincluídos no SISBOV, que atenda as seguintes exigências:Termo de Adesão ao SISBOV, cadastro de produtor, cadastroda propriedade, protocolo básico de produção, registro dosinsumos utilizados na propriedade, todos os bovinos ebubalinos da propriedade identificados individualmente, con-trole de movimentação dos animais, o Estabelecimento RuralAprovado no SISBOV será acompanhado por uma únicacertificadora e vistorias periódicas pelas certificadoras.

Identificação de animaisA identificação de animais será com a numeração única

de 15 dígitos do SISBOV e o produtor poderá escolher entreuma das seguintes opções:

- Um brinco e um botton padrão;- Um brinco ou um botton padrão e um dispositivo ele-

trônico;- Um brinco padrão em uma orelha e uma tatuagem na

outra;- Um brinco padrão e o número de manejo do SISBOV

marcado a fogo;- Um dispositivo único com identificação visual eletrô-

nica;- Somente um brinco padrão.Os animais deverão manter a identificação quando mo-

vimentados.Seguem abaixo um descritivo da composição do núme-

ro SISBOV:1) três dígitos iniciais caracterizando o país de nasci-

mento de bovinos e bubalinos;2) dois dígitos subseqüentes representando a Unida-

de Federativa de origem dos bovinos e bubalinos;3) nove dígitos subseqüentes identificando bovinos e

bubalinos; 4) um dígito final verificador.

Os últimos seis dígitos do número oficial no brinco sãoconsiderados a numeração do manejo. Exemplo de numera-ção:

Benefícios

ConsumidorGarantir ao consumidor um produto seguro e saudável,

por meio do controle de todas as fases de produção, industri-alização, transporte/distribuição e comercialização, possibili-tando uma perfeita correlação entre o produto final e a matériaprima que lhe deu origem, além de possibilitar a remontagemdas transações pelas quais passou o produto, dando nome eendereço a seus agentes.

IndústriaAumentar a competitividade, garantia de permanência

no mercado de exportação de carnes, além da abertura de no-vos mercados.

ProdutorControle dos animais e enfermidades (controle sanitá-

rio), garantia de venda do produto e maior competitividade.

CertificaçãoA Certificação representa um conjunto de procedimen-

tos pelo qual uma entidade certificadora – imparcial e inde-pendente – reconhece/atesta que o produto atende a requisi-tos pré-estabelecidos. Deve ser realizada por uma empresa,que atesta através de um sistema de rastreabilidade, atuandocomo uma ferramenta de qualidade fornecendo as diretrizesbásicas de controle.

A certificação é um importante passo para iniciar o pro-cesso de rastreabilidade por que os produtores que desejamtornar suas propriedades um Estabelecimento Rural Aprova-do pelo SISBOV (ERAS) devem escolher entre uma e somenteuma das certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As certificadorasfarão vistorias de no máximo 180 dias nos estabelecimento decriação e 60 dias para os confinamentos que recebem animaisde outros estabelecimentos rurais.

SISBOV

Estabelecimento Rural Aprovado SISBOV(ERAS)

vidual é único para todo território brasileiro e está cadastradono Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA). Com este numero, teoricamente, é possível sabertoda história do animal, desde o seu nascimento até o abate.

Instrumento criado pela Instrução Normativa Nº 1 de 09de janeiro de 2002 do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, MAPA, com vista a dar ao consumidor brasi-leiro e estrangeiro, por meio da identificação inserida nos ró-tulos ou embalagens dos alimentos, principalmente carne, deorigens bovina e bubalina informações quanto à produção,qualidade, validade, sanidade e nutricional do produto comgarantia da inocuidade ao consumo.

O programa de rastreabilidade oficial definido peloSISBOV está baseado em brincos plásticos com uma numera-ção impressa a laser. Para cada brinco aplicado na orelha deum animal existe um documento oficial conhecido pela siglaDocumento de Identificação Animal (DIA). Este número indi-

SETOR DE INDÚSTRIA E INSPEÇÃO DE CARNES· Avaliação de cortes e vísceras com suspeitas de alterações;· Orientação à pequenas indústrias na implantação de pequenos matadouros;· Responsável pela promoção do PROSUL (Encorte);· Convênio com a Prefeitura Municipal de Santa Maria no serviço de Inspeção Municipal.Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – Sala 5143 - Fone: (55) 3220 8074 – Fax: (55) 3220 8257Professores: Luís Fernado V. de Pelegrini ([email protected]) Saul Fontoura da Silva ([email protected]) ESPAÇO PUBLICITÁRIO

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Exemplo de Brinco SISBOV com numeração do animal.

Instruções normativas referentes aidentificação, certificação e rastreamento

bovino e bubalino do Brasil

O SISBOV é composto por normativas que se aplicamem todo território nacional, às propriedades rurais de criaçãode bovinos e bubalinos, às indústrias frigoríficas que proces-sam estes animais, gerando produtos e subprodutos de ori-gem animal e resíduos de valor econômico, e às entidadescredenciadas pelo MAPA como certificadoras.

Suas normativas são:- Normativa nº 01, de 10 de Janeiro de 2002.- Normativa nº 21, de 26 de Fevereiro de 2002.- Normativa nº 47, de 31 de Julho de 2002.As novas normativas são:- Normativa nº 88, de 12 de Dezembro de 2003.- Normativa nº 21, de 02 de Abril de 2004.- Normativa nº 21 – Padrão de Brincos SISBOV.- Normativa nº 09 – Sistema Brasil. Classificação de Car-

caças.- Normativa nº 48 – Alterado ingresso e permanência

dos animais no BND – SISBOV.- Normativa nº 52 – Alteração da data de certificações

para animais em eventos agropecuários.- Normativa nº 77 de 29/10/2004 – Alterações SISBOV.- Oficio 61/2005 – de atualização do Inventário de Ani-

mais.- Normativa 06 de 06 de outubro de 2005 – Alterada a

Quarentena.- Normativa 17 de 13 de Julho de 2006 – NOVO SISBOV.O objetivo da normativa número 01, de 10 de janeiro de

2002, é identificar, registrar e monitorar, individualmente, to-dos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importa-dos. Os procedimentos adotados nesse sentido devem serpreviamente aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento – MAPA.

Na mesma, constam os dados de identificação do ani-mal:

- Identificação da propriedade de origem;- Identificação individual do animal;- Mês do nascimento ou data de ingresso na proprieda-

de;- Sexo do animal e aptidão;- Sistema de criação e alimentação;- Registro das movimentações;- Comprovação de informação adicional para a

certificação;- Dados sanitários (vacinação, tratamentos e programas

sanitários).

Objetivos da instrução normativa número 21, de 26 defevereiro de 2002:

- Credenciar entidades nacionais, governamentais ouprivadas, visando à identificação, ao registro e aomonitoramento individual de todos os bovinos e bubalinos,nacionais e importados.

- Estimular e consolidar a confiança recíproca entre ogoverno e a iniciativa privada, no contexto do agronegóciobrasileiro.

- Garantir a segurança dos produtos de origem bovina ebubalina, particularmente dos alimentos para consumo huma-no, considerando os aspectos de saúde pública e a necessi-dade de suprimir as fraudes e as práticas desleais de comércio.

Objetivos da instrução normativa número 37, de 31 dejulho de 2002:

- Aprovar as instruções complementares para regula-mentação, implementação, promoção e supervisão da execu-ção do controle operacional de entidades certificadorascredenciadas no âmbito do Sistema Brasileiro de Identificaçãoe Certificação de Origem Bovina e Bubalina - SISBOV.

Desvantagens· Custos: verifica-se que os custos de se fazer a

rastreabilidade são altos em relação aos benefícios proporcio-nados pelo sistema. Para os pequenos produtores rurais, ocusto unitário da rastreabilidade por animal tende a ser maisalto do que para um grande produtor, dificultando a adesãodesses produtores ao sistema.

· Manejo: Algumas dificuldades de manejo verificadaspelo produtor, por exemplo, é a leitura do brinco para a identi-ficação do animal no curral. Nas condições de campo, umaporcentagem alta de brincos fica ilegível num primeiro mo-mento, devido a sujeira. A anotação do número do animal pelométodo manual pode gerar erros, diminuindo a qualidade dainformação coletada. Outro problema é a perda do brinco nocampo. Por ser um objeto exposto, existe a probabilidade dechoques com outros animais ou com árvores que causam oextravio do brinco no pasto. A perda do brinco tem como con-seqüências custos extras. E por fim, mas não menos importan-te, como cada animal deve ser identificado individualmenteem todas as ocorrências fitossanitárias bem como no abate enas pastagens, a necessidade de imobilização do animal notronco de contenção exige um tempo extra de manejo, além deaumentar o estresse e o sofrimento que se reflete na perda depeso do animal durante o manejo e a diminuição do ganho depeso num período posterior.

Em pesquisa realizada pela CNA ( Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil ), em 2004, os produtoresresponderam algumas perguntas sobre a rastreabilidade ondefoi concluído que eles entendem a importância de se fazer arastreabilidade do rebanho bovino, mas que o sistema seja defácil operacionalização e que possibilite a agregação de valorà produção. Esses fatores citados na pesquisa, ainda podemser considerados sem solução pelos produtores em 2007.

Bibliografia consultadaBRASIL. Cartilha do novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia

Produtiva de Bovinos e Bubalinos SISBOV -Brasília :SDC/ABIEC/CNA/ACERTA,2006.

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DOBRASIL. O que pensam os produtores Brasileiros 2004. Brasília,CNA: 2004. Disponível em: http://www.cna.org.br/cna/publicacao/down_anexo.wsp?tmp.arquivo=E22_4248cna_2004.pdf Acessado em:23 de Jul. De 2007.

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HistóricoA enfermidade humana e o seu agente (West Nile virus,

WNV) foram inicialmente descritos em 1937 em uma mulhercom quadro febril na província de Uganda denominada WestNile (Nilo Ocidental), daí a sua denominação. Nas décadasseguintes, o WNV foi reconhecido como um dos arbovírusmais difundidos em pássaros, mosquitos e humanos, com dis-tribuição em algumas regiões da África, no Oriente Médio,Europa Mediterrânea, Índia, em algumas regiões da Ásia eAustrália. A grande maioria das infecções humanas nestasregiões, no entanto, era subclínica ou acompanhada de sinaisclínicos leves.

Surtos importantes em humanos ocorreram em Israel(1951-1954 e em 1957) e na África do Sul (1974). Evidênciassorológicas da infecção em eqüinos datam de 1956 (Egito) e1960 (Israel), e os primeiros relatos clínicos da doença nestaespécie foram realizados no Egito, em 1963. Desde então, sur-tos de doença febril e neurológica em eqüinos têm sido descri-tos no Oriente Médio, norte da África e em países europeusmediterrâneos. A partir da década de 90, os relatos de doença

Eduardo Furtado Flores

A doença do Nilo Ocidental é uma virose zoonótica quese mantém na natureza por meio de ciclos alternados de infec-ção em pássaros silvestres e mosquitos. O agente, denomina-do vírus do Nilo Ocidental (WNV), é transmitido pela picadade mosquitos que adquirem a infecção ao realizarem o repastosangüíneo em aves virêmicas. As várias espécies de mosqui-tos do gênero Culex sp se constituem nos principais vetoresdo vírus, mas outros gêneros de mosquitos também podematuar na transmissão. A infecção natural já foi demonstradaem mais de 150 espécies de aves, cuja susceptibilidade à do-ença varia amplamente. Nas aves, a infecção pode causar do-ença grave e fatal em algumas espécies, e pode ser leve ousubclínica em outras.

Ocasionalmente o vírus pode ser transmitido para hu-manos e animais domésticos principalmente eqüinos nos quaispode produzir infecção subclínica, quadro febril de severida-de variável, até meningo-encefalite de curso fatal. Os huma-nos e mamíferos domésticos são considerados hospedeirosterminais ou acidentais, e não participam do ciclo natural detransmissão do vírus, sobretudo pelos baixos níveis de viremiaque desenvolvem. A transmissão para humanos e eqüinosdepende da abundância e padrões de alimentação dos mos-quitos; e dos padrões ecológicos locais e de exposição desteshospedeiros a insetos hematófagos.

Os eqüinos são particularmente susceptíveis à infecçãoe freqüentemente desenvolvem um quadro febril agudo quemuitas vezes culmina com morte por infecção neurológica emeningoencefalite. A infecção de pessoas jovensimunocompetentes é geralmente subclínica ou acompanhadapor sinais leves, mas pode ser grave e até mesmo fatal emidosos e em pessoas imunocomprometidas. Em áreasendêmicas, o controle da infecção se baseia no combate eprevenção da exposição a insetos, uso de repelentes e inseti-cidas. A prevenção da enfermidade em eqüinos é concentrada

no uso de vacinação sistemática, além do combate aos mos-quitos.

Durante décadas, a enfermidade esteve restrita ao nor-te da África, Oriente Médio e Europa Mediterrânea, porém foiintroduzida e rapidamente se disseminou pelos EUA a partirde 1999. Nos últimos anos, a infecção tem se disseminado nadireção sul, com casos em eqüinos, aves e humanos na Amé-rica Central e do Sul. Em 2006, o vírus foi identificado comocausa da morte de três cavalos na Argentina. A preocupaçãode técnicos e autoridades de saúde humana e animal é de queo vírus possa ser introduzido e se disseminar no Brasil nospróximos anos.

FELÍCIO, P. E. de . Novos conceitos em qualidade de carnebovina. Universidade Estadual de Campinas. Disponível em:h t t p : / / w w w . f e a . u n i c a m p . b r / d e p t o s / d t a / c a r n e s / f i l e s /Novos%20conceitos%20qualidade%20carne%20bovina.pdf Acessadoem: 16 de Jul. de 2007.

GUTERRES, L.F.W. Rastreabilidade e Certificação noAgronegócio. Santa Maria: [email protected]. 2007.

IBA, S. K.; BRABET, C.; OLIVEIRA, I. J.; PALLET, D. UmPanorama da Rastreabilidade dos Produtos Agropecuários doBrasil Destinados à Exportação - carnes, soja e frutas. São Paulo,2003. Disponível em : http://www.cendotec.org.br/dossier/cirad/produitsbrpr.pdf Acessado em: 23 de Jul. de 2007.

SARTO, F.M.; MIRANDA, S.H.G.; BRISOLARA, C.S. Análise

dos Impactos Econômicos e Sociais da Implementação daRastreabilidade na Pecuária Bovina Nacional. Monografia (Es-tágio Profissionalizante em Engenharia Agronômica) –Universidade deSão Paulo, Piracicaba, 2002.

SAUERESSIG, D. Rastreabilidade: Prática incerta. AG Leilões,São Paulo, n 107, p. 16-17, 2007.

Sistema Integrado de Rastreabilidade Bovina. Disponívelem: http://www.planejar.com/rastreabilidade.html. Acessado em: 09 Maio2007.

Figuras disponíveis em: www.polite.com.br (Brinco) http://www.usialto.com.br/images/numeracao.gif (Numeração)

DOENÇA DO NILO OCIDENTAL

Introdução

· Diagnóstico de infecções víricas de pequenos e grandes animais;· Produção de vacinas para a papilomatose bovina, eqüina e canina;· Produção de antígenos e reagentes para diagnóstico virológico;· Treinamento de pessoal - mestrado (duas vagas anuais) e doutorado (duas vagas anuais)Endereço: Prédio 20 – Sala 4200 - Fone/Fax: (55) 3220 8034 ou (55) 3220 8055Professores: Rudi Weiblen ([email protected]);Eduardo Furtado Flores ([email protected]) Luciane Teresinha Lovato ([email protected])

SETOR DE VIROLOGIA

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humana – muitas vezes severa - aumentaram, a infecção e adoença foram relatadas em várias espécies animais e em áreasaté então aparentemente livres do agente. Nas últimas déca-das, epizootias da doença causada pelo WNV em eqüinos têmsido descritas em Marrocos (1996 e 2003), Itália (1998), Israel(2000), sul da França (2000, 2003, 2004), além de evidênciasorológica da circulação do vírus em vários outros países.

O marco histórico da enfermidade foi a sua introduçãoem Nova Iorque em 1999, quando causou mortalidade em pás-saros de vida livre e de zoológicos e provocou algumas mor-tes em pessoas. A partir daí o vírus se disseminou rapidamen-te por todos os estados norte-americanos, provocando infec-ção e doença em uma variedade de pássaros silvestres, mamí-feros silvestres e domésticos (especialmente eqüinos) e hu-manos. Até maio de 2007, a doença foi relatada em mais de 25mil (780 mortes) e em aproximadamente 24.000 eqüinos (emtorno de 35 a 40% de letalidade). Concomitantemente com asua difusão na direção oeste nos EUA, a infecção avançou nadireção norte (Canadá) e está avançando na direção sul (Mé-xico, América Central e Caribe). Nos últimos anos, evidênciassorológicas indicam a presença da infecção em eqüinos naColômbia (2004-2005) e o vírus já foi identificado em casos dedoença neurológica em eqüinos na Argentina (2006).

A rápida e explosiva disseminação do WNV nos EUApermitiu o conhecimento (ou o surgimento) de padrõesepidemiológicos até então ignorados, como a notável ampli-tude de vetores e hospedeiros vertebrados susceptíveis aovírus, além do reconhecimento de novas formas de transmis-são. Até o presente, a infecção natural ou experimental peloWNV já foi demonstrada em mais de 150 espécies de aves –passeriformes ou não – e em várias espécies de mamíferosdomésticos e de vida livre, anfíbios e répteis, além de huma-nos. Os eqüinos apresentam importância peculiar, pois sãomuito susceptíveis à infecção natural e freqüentemente de-senvolvem um quadro severo de encefalite.

O agente e a sua epidemiologia

O WNV é um vírus RNA, envelopado, pertencente àfamília Flaviviridae, assim como o vírus da dengue e febreamarela. A exemplo de outros flavivírus, o WNV é transmitidoprimariamente por insetos hematófagos – sobretudo mosqui-tos -, que adquirem o vírus ao realizarem o repasto sangüíneoem aves virêmicas, consideradas os reservatórios naturais doagente. Os insetos são capazes de transmitir o agente apósum período de incubação intrínseco, no qual o vírus replicaem seus tecidos. Os principais vetores de transmissão do WNVsão as várias espécies de mosquitos do gênero Culex sp, em-bora outros mosquitos possam também ter alguma participa-ção na transmissão. Nos Estados Unidos, já foramidentificadas aproximadamente 60 espécies de Culex capazesde transmitir o WNV, porém menos de 10 são consideradosimportantes na transmissão. Mosquitos exclusivamenteornitofílicos transmitem o vírus apenas entre aves. No entan-to, alguns mosquitos realizam repasto tanto em aves como emmamíferos, podendo transmitir o vírus de aves virêmicas paramamíferos e humanos. Já foi demonstrada a transmissãotransovariana do vírus nos insetos, assim como a sua presen-ça em fêmeas hibernando. Isto pode explicar a permanência doagente através do inverno em regiões temperadas ou frias.

Os hospedeiros naturais do WNV na natureza são avessilvestres de diferentes espécies. A infecção natural já foi de-monstrada em mais de 150 espécies de aves silvestres e do-mésticas em todo o mundo. As aves apresentam uma grandevariabilidade de susceptibilidade à infecção e doença peloWNV e também apresentam potencial distinto de transmis-são. Assim, os corvídeos (corvos, anús, gralhas), passeriformes(pássaros em geral), chadriiformes (aves de várzeas), corujase falconiformes desenvolvem níveis de viremia suficientes parainfectar uma grande parcela dos mosquitos que realizam orepasto sangüíneo. Essas espécies também apresentam dife-

Figura 1. Ciclo natural do vírus do Nilo Ocidental e infecção de hospedeiros acidentais.

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afetados. Os sinais mais comumente relatados são anorexia,fraqueza, depressão, incoordenação, ataxia e decúbito.Hipertermia nem sempre está presente. Bruxismo, andar emcírculos, hiperexcitabilidade, pressionamento da cabeça con-tra anteparos e convulsões também têm sido relatados. Astaxas de mortalidade em eqüinos variam entre 30 e 45%. Nosurto ocorrido nos EUA, em torno de 1/3 dos animais morreuou foi sacrificado devido à sua extrema condição. Animais quesobrevivem 2-3 semanas após o aparecimento dos sinais ge-ralmente se recuperam.

- Aves - A infecção pelo WNV já foi detectada em maisde 150 espécies de aves domésticas e silvestres. A susceptibi-lidade das aves à infecção varia amplamente de acordo com aespécie. Dentre as espécies domésticas, os gansos são osmais susceptíveis e freqüentemente desenvolvem doença neu-rológica quando infectados. Taxas de mortalidade de 25 a 40%têm sido relatadas em infecções naturais e de até 75% eminfecções experimentais. Por outro lado, galináceos epsitacídeos estão entre as espécies menos susceptíveis à in-fecção e enfermidade. Dentre as espécies silvestres, ospasseriformes (pássaros de várias espécies, entre os quais ospardais, rabos de palha, pássaros cantores), corvídeos echaradriiformes (aves pernaltas de banhados) são as mais sus-ceptíveis. Nas aves que desenvolvem a doença, os sinais ca-racterísticos incluem depressão, letargia, penas arrepiadas,além de sinais neurológicos como ataxia, paralisia, movimen-tos de padalagem, torcicolo, opistótono e incoordenação. Amorte geralmente sobrevêm em menos de 24 horas. As taxasde mortalidade são geralmente elevadas. Em pardais ecorvídeos, mais de 50% dos animais que manifestam sinaisclínicos vão a óbito. Acredita-se que a infecção seja subclínicaou leve em grande parte das espécies de aves infectadas natu-ralmente.

- Humanos - A exemplo dos eqüinos, aproximadamente80% das infecções humanas pelo WNV são subclínicas. Den-tre os pacientes que desenvolvem a doença, a grande maioriaapresenta uma doença aguda auto-limitante caracterizada porhipertermia, cefaléia, fadiga, dores musculares e fraqueza. Al-gumas pessoas apresentam sinais gastrointestinais, peque-nas manchas avermelhadas na pele e prurido. Rigidez e dor nopescoço, dificuldade de concentração também têm sido rela-tados, e podem perdurar por semanas e até meses. A doençaneuroinvasiva (meningite, encefalite) ocorre em menos de 1%das pessoas infectadas, e é mais comum em idosos e em pes-soas imunocomprometidas. A severidade da doença neuroló-gica varia desde desorientação leve até coma e morte. No sur-to ocorrido nos EUA, 9% das pessoas que apresentaram do-ença neuroinvasiva foram a óbito. Aproximadamente 10% dospacientes que apresentam doença neurológica desenvolvemparalisia flácida, semelhante à da poliomielite.

A suspeita clínica deve ser confirmada por testeslaboratoriais, pois outros agentes também podem causar do-ença com manifestações neurológicas em eqüinos e aves. Parao diagnóstico, amostras do encéfalo devem ser utilizadas natentativa de isolamento viral. Em aves, podem-se utilizar amos-tras de rim, coração, cérebro e intestino. O material deve sercoletado assepticamente e enviado refrigerado ao laboratório.Amostras pareadas de soro também podem ser úteis para in-vestigar a soroconversão ao agente. Em eqüinos, o diagnósti-co diferencial deve considerar outras enfermidades que cur-sam com depressão e sinais neurológicos, como as encefalites

rentes níveis de morbidade e mortalidade, que é maior entre oscorvídeos e passeriformes (a mortalidade pode atingir 50%).Pombos, pica-paus, psitacídeos (periquitos, caturritas), gali-nhas, marrecos e patos são menos susceptíveis, não desen-volvem altos títulos de vírus no sangue raramente adoecem.Dentre as espécies de aves domésticas, os gansos são osmais susceptíveis. O papel de aves migratórias na dissemina-ção do WNV ainda é desconhecido, mas a rápida difusão dovírus nas Américas aponta para uma provável participaçãodestas aves.

Os níveis de viremia desenvolvidos por eqüinos e hu-manos – além de outros mamíferos - não são suficientes parainfectar eficientemente os mosquitos e proporcionar a trans-missão. Portanto, estas espécies não participam da transmis-são do agente através de vetores. Outras formas de transmis-são, pouco freqüentes e de importância epidemiológicaquestionável, já foram descritas. Assim, foi demonstrado queo WNV pode ser transmitido de mães virêmicas para os fetosatravés da placenta; e também para os recém-nascidos pelocolostro e leite. O vírus pode ser transmitido por transfusãosangüínea e também por transplantes de órgãos. Essas for-mas provavelmente não possuem importância epidemiológicaem áreas endêmicas, mas devem ser consideradas em situa-ções de epidemias.

Em animais, a transmissão do WNV sem o envolvimentode mosquitos foi demonstrada em aves que ingeriram carca-ças de pássaros infectados; em crocodilos inadvertidamentealimentados com carcaças de eqüinos infectados; e entre pe-rus criados em condições intensivas, provavelmente atravésde aerossóis. Apesar destas outras formas já terem sido de-monstradas, a transmissão por mosquitos é a mais importantee a principal responsável pela circulação do vírus na natureza.

Várias espécies de aves e mamíferos são susceptíveis àinfecção natural pelo WNV, e a susceptibilidade de outrasdiversas espécies foi demonstrada experimentalmente. Dentreas espécies infectadas naturalmente podem ser citados croco-dilos, alpacas, cães, ovinos cervídeos, lobos, ursos, canídeose coelhos silvestres, lemurs, camelos e primatas não-huma-nos, entre outros. De particular interesse foi um surto ocorri-do em uma criação comercial de aproximadamente 10.000 cro-codilos, dos quais 1.250 morreram após um curso clínico comsinais neurológicos. A infecção foi provavelmente introduzidana criação em carcaças de eqüinos utilizadas para alimentar oscrocodilos.

- Eqüinos - Os eqüinos são particularmente susceptí-veis à infecção pelo WNV e freqüentemente desenvolvem umaenfermidade aguda com comprometimento neurológico. Ape-sar de sua alta susceptibilidade, os eqüinos não produzemníveis de viremia suficientes para infectar insetos e assim ser-vir de amplificadores do vírus. Ou seja, os eqüinos infectadosnão disseminam o vírus através de insetos hematófagos.

Evidências sorológicas indicam que a maioria das in-fecções em eqüinos é assintomática ou leve, passando des-percebida por criadores e tratadores. Acredita-se que apenas15-20% das infecções resulte em manifestações clínicas, apósum período de incubação de 3 a 14 dias. Após a replicaçãoinicial nas proximidades do sítio de inoculação, o vírus alcan-ça os linfonodos regionais e subseqüentemente o sistemanervoso central (SNC), onde destrói neurônios e também ou-tras células, o que contribui para a sintomatologia neurológi-ca. Os sinais clínicos variam entre os surtos e entre os animais

Diagnóstico

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do leste, oeste e venezuelana, infecção pelo herpesvíruseqüino, raiva e protozooses.

Quando se deve suspeitar de WNV?

- Doença aguda fatal em eqüinos, com ou sem sinaisneurológicos.

- Mortalidade de pássaros.

O que se deve fazer?- Enviar material para o diagnóstico (cérebro de eqüinos,

aves inteiras). O material deve ser enviado refrigerado.- Comunicar autoridades sanitárias e laboratórios de

diagnóstico.

- Doença genital: secreções genitais, sêmen.- Conjuntivite: raspados conjuntivais, secreções.- Pele: raspados cutâneos, fluídos vesiculares, frag-

mentos de pele.- Doença neurológica: secreções nasais, cérebro, fluí-

do cérebro-espinhal.- Doença sistêmica: secreções nasais, fezes, soro, san-

gue integral, linfonodos, baço.- Fetos abortados: placenta, líquidos fetais, timo, baço,

pulmão, cérebro.- Outras doenças: soro, órgão ou tecido afetado,

secreções/excreções do sistema afetado.

- Tubos de vidro ou de outro material frágil devem seracondicionados de forma a evitar a sua ruptura.

Controle e profilaxiaA vacinação sistemática é o meio mais efetivo de pro-

teger eqüinos da infecção e doença em áreas endêmicas. NosEUA já existem algumas vacinas licenciadas para uso emeqüinos, porém ainda não existem vacinas comerciais parahumanos ou aves.

Além da vacinação, medidas de combate aos vetores eque visem minimizar a exposição de pessoas e animais aosinsetos têm sido recomendadas em áreas endêmicas. Alémdessas medidas, o uso de inseticidas, larvicidas, repelentes(para uso em eqüinos) e dispositivos para reduzir o acessodos vetores, e de telas de proteção para evitar o acesso deaves a instalações animais tem sido preconizado. Locais pro-pícios para a reprodução de mosquitos (depósitos de água)devem ser investigados e combatidos. Lâmpadas que não atra-em insetos devem ser preferencialmente utilizadas em estábu-los, além do uso de telas nas aberturas. Deve-se também evi-tar o contato de quaisquer tipos de aves – sejam domésticasou silvestres - com os eqüinos. Estas medidas reduzem a pro-babilidade de contato dos animais domésticos com os vetores,mas não eliminam totalmente o risco de transmissão.

Acondicionamento das amostras:

Conservação e remessa:

- Secreções nasais, oculares ou genitais devem sercoletadas com o auxílio de suabes sem antissépticos eacondicionados em meio apropriado, solução fisiológica estérilou PBS e mantidos sob refrigeração.

- Tecidos e fragmentos de órgãos devem ser coletadosindividual e assepticamente. Quando o órgão for grande devem-se coletar frações de várias áreas.

- Fetos abortados podem ser enviados inteiros ousubmetidos a necropsia para a coleta de tecidos e órgãos.

- Fezes devem ser coletadas da ampola retal. Segmentosde intestino devem ser coletados com o seu conteúdo.

- Sangue integral deve ser coletado com anticoagulante(citrato, heparina ou EDTA). Dois a três mL (pequenos animais)e 5 – 8 mL (grandes animais) bastam.

- O sangue para exames sorológicos deve ser coletado emtubos estéreis. Deve-se minimizar a hemólise. Raspados cutâneosou de mucosas devem ser obtidos pelo uso de lâminas metálicasou de vidro estéreis.

- As embalagens (tubos e sacos plásticos) onde asamostras serão acondicionadas devem ser bem vedadas. Devemser bem rotuladas com caneta ou lápis.

As amostras destinadas ao isolamento viral devemmerecer atenção especial. Devem ser prontamenteacondicionadas em recipientes estéreis (tubos, sacosplásticos, placas) e conservadas sob temperaturas baixas. Seo intervalo entre a coleta e entrega ao laboratório for curto(até 2-3 dias), é preferível manter o material refrigerado (a4°C). Se o tempo necessário para a remessa e entrega domaterial for superior a três dias, deve-se optar pelo seucongelamento. Em geral, pode-se adotar a seguinte regra: parahoras ou até 2-3 dias, conservar o material a 4°C; para maistempo, congelar a –20°C ou –70°C. O sangue integraldestinado ao isolamento viral nunca deve ser congelado. Paraa remessa, o material deve ser acondicionado em caixastérmicas com gelo reciclável em abundância. Evitar o uso degelo comum, pois o descongelamento normalmente inviabilizaas amostras. Caso o gelo comum tenha que ser usado o mesmodeve ser acondicionado de forma evitar contato direto com omaterial. Quando o sangue for destinado a exames sorológicos, deve-se proceder à separação do soro previamente ao envio. Nuncase deve congelar o sangue antes da separação do coágulo. Apósa sua separação, o soro pode ser conservado a 4-6ºC por váriosmeses.

MATERIAL PARA DIAGNÓSTICOVIROLÓGICO

A coleta e o acondicionamento adequados do materialsão críticos para o sucesso do diagnóstico laboratorial deinfecções víricas. Também é fundamental que o material sejaacompanhado por um histórico clínico e epidemiológico deta-lhado. Por isso, as etapas de coleta, acondicionamento, con-servação e remessa são tão importantes quanto a realização einterpretação dos testes laboratoriais.

Material a ser coletado:Em geral, coleta-se material dos sistemas e órgãos afeta-

dos pela patologia, onde há maior probabilidade de se detec-tar o agente ou seus produtos. A coleta de material de animaisdoentes deve ser realizada tão logo se observe os sinais clíni-cos. Na necropsia deve-se dar preferência aos órgãos e teci-dos que apresentem alterações macroscópicas. A coleta desangue para a sorologia é recomendada para uma variedadede infecções. A seguir são listados os materiais mais indica-dos para coleta.

- Enfermidades respiratórias: secreções nasais, aspira-dos nasofaríngeos, trato respiratório superior, pulmões.

- Enfermidades entéricas: fezes, conteúdo intestinal,segmentos intestinais, linfonodos regionais.

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Revista Ciência RuralEm 2008, a revista científica do Centro de Ciências Rurais deverá publicar aproximadamen-

te 450 trabalhos, distribuídos em nove fascículos. Em 2007, a Ciência Rural foi aceita para serindexada no Web of Science, devendo em breve ser classificada como publicação Qualis Ainternacional, pela CAPES.

A revista pode ser adquirida por assinatura, tendo também acesso livre em www.ufsm.br/ccr/revista ou www.scielo.br/cr. Além disso, está implantando um gerenciador eletrônico parasubmissão e avaliação dos trabalhos.

Mais informações: [email protected].

PROFESSORES DO DMVP

Agueda P. C. de Vargas, Médico Veterinário, Mestre,[email protected]: 55 3220 9391

Carlos Augusto Mallmann, Médico Veterinário,Mestre, [email protected]: 55 3220 8445

Eduardo Furtado Flores, Médico Veterinário, Ms, [email protected]: 55 3220 8055

Fernanda S. Flôres Vogel, Médico Veterinário, Ms, [email protected]: 55 3220 8071

Luis Antonio Sangioni, Médico Veterinário, Mestre,[email protected]: 55 3220 8071

Maristela Lovato Flôres, Médico Veterinário, Mestre,[email protected]: 55 3220 8072

Paulo Dilkin, Médico Veterinário, Mestre, [email protected]

Luis Fernando V. de Pelegrini, Médico Veterinário,Mestre, [email protected]: 55 3220 8074

Fátima Vianna - Secretária do [email protected]

Departamento de Medicina VeterináriaPreventiva - DMVP/CCR/UFSM

Endereço: Prédio 44 (CCR II). Campus UFSMCamobi – Santa Maria – RS . CEP 97105-900Fone/Fax: (55) 3220 8257e-mail: [email protected]: www.ufsm.br/dmvpExpediente:Departamento de Medicina Veterinária Pre-ventiva - Boletim Informativo SemestralComissão Editorial:Prof. Sônia de Ávila Botton e Eduardo FurtadoFlores.Diagramação: Estagiária de Jornalismo NatáliaFlores.Apoio: Centro de Ciências Rurais, Projeto deExtensão FIEX “Educação Continuada emMedicina Veterinária Preventiva”.

Análises diagnósticas de:·Diversas micotoxinas (toxinas de fungos) em alimentos, sementes, cereais e subprodutos,em produtos lácteos e tecidos animais;·Analisa cerca de 90% dos alimentos destinados para aves e suínos de diversas empresasagropecuárias brasileiras;·É referência para mais de uma dezena de laboratórios da América do Sul.

Endereço: Prédio 44 – CCR 2 – 3º andar - Fone/Fax: (55) 3220 8445 Professor: Carlos Augusto Mallmann ([email protected]).

LABORATÓRIO DE ANÁLISES MICOTOXICOLÓGICAS - LAMIC

Saul Fontoura da Silva, Médico Veterinário, [email protected]: 55 3220 8074

Sônia de Avila Botton, Médico Veterinário, Mestre,[email protected]: 55 3220 9390

Rudi Weiblen¸ Médico Veterinário, Mestre, [email protected]: 55 3220 8034

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