denílson cardoso - a emancipação civil e o eca

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7/25/2019 Denílson Cardoso - A Emancipação Civil e o ECA http://slidepdf.com/reader/full/denilson-cardoso-a-emancipacao-civil-e-o-eca 1/10 A emancipação civil e suas relações com o Estatuto da Criança e do Adolescente  Texto extraído do Jus Navigandi http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11069 D e n i l s o n  C a r d o s o  d e  A r a ú  j o s e r e n t u ! r i o  d e   " u s t

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A emancipaccedilatildeo civil e suas relaccedilotildees com o Estatuto da Crianccedilae do Adolescente

Texto extraiacutedo do Jus Navigandihttpjus2uolcombrdoutrinatextoaspid=11069

Denilson Cardoso de

Arauacute

jo

serenturio

de

ust

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ia

do

Tribunalde

ustia

do

$io

de

aneiro

Introduccedilatildeo

O presente estudo foi elaborado de forma a atender consulta formulada pelo Comissariado deJusticcedila da Vara da Infacircncia da Juventude e do Idoso da Comarca de Teresoacutepolis Em situaccedilotildees defiscaliaccedilo notaram os Comissrios o aumento do nmero de adolescentes emancipados por seus$enitores ue buscavam in$ressar ou permanecer em estabelecimentos ou eventos com classificaccediloetria de deoito anos Entendiam ue a emancipaccedilo a tanto lampes autoriava

prete(to de demonstrar ue isso no corresponde ) verdade aproveitaremos pararapidamente esboccedilar os limites do instituto da emancipaccedilo civil em sua relaccedilo com as prescriccedilotildees

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do Estatuto da Crianccedila e do dolescente

CAUSAS DA EMANCIPACcedilAtildeO

ada a brevidade deste trabalampo no aprofundamos pesuisas sobre as diversas motivaccedilotildees para o incremento do nmero de emancipaccedilotildees empiricamente demonstradas

Entretanto a observaccedilo diria aponta as se$uintes ori$ens principais+

acasos em ue para evitar a constituiccedilo de firma individual o $enitor emancipa o filampo deforma a torn-lo seu soacutecio em empreendimento comercial

bcasos de casais separados em ue das eventuais diver$ncias entre os $enitores sur$ecomo 0soluccedilo1 a emancipaccedilo do filampo

primeira ori$em 2 a da tradiccedilo 3li$ada a uestotildees patrimoniais sendo a se$unda clarosinal desses tempos de desa$re$accedilo familiar Esta parece ser a ue tem oferecido maiores dvidas e$erado maiores problemas

MATURIDADE BIOPSICOLOacuteGICA

4 importante destacar ue a emancipaccedilo no opera o mila$re de transformar o adolescenteem adulto 5 coisa ue nem mesmo a maioridade aos deoito anos realia adolescncia 2 um

per6odo de transiccedilo com profundas alteraccedilotildees or$acircnicas e psicoloacute$icas de duraccedilo mais ou menosimprecisa i$a-se ue a Or$aniaccedilo 7undial da 8ade considera para fins m2dicos ue aadolescncia 2 o per6odo compreendido entre os 9 e os 9 anos de idade lt9= J a ConvenccediloInternacional dos ireitos da Crianccedila estabelece ue 2 gtcrianccedilagt o ser ampumano de at2 9 anos deidade le$islaccedilotildees como na lemanampa por e(emplo ue do tratamento penal diferenciado ao

Aovem de at2 B9 anos de idade

iversos estudos demonstram ue vem mudando inclusive a concepccedilo cient6fica sobre aformaccedilo do c2rebro ampumano 8e at2 os anos ima$inava-se ue este completava sua constituiccediloformal at2 aos 9B anos de idade ampoAe se verifica ue o processo pode adentrar a vida adulta ois

sistemas cerebrais em particular so afetados pela nova concepccedilo O primeiro li$ado )constituiccedilo do coacuterte( pr2-frontal ue na adolescncia ainda no est capacitado ao refreamento dasemoccedilotildees e impulsos primrios processados na am6dala O outro sistema ue afeta o impulsoadolescente 2 o relativo ao sistema de recompensa do c2rebro ue sofre embotamento reduindo asensaccedilo de praer e satisfaccedilo ue os est6mulos da infacircncia proporcionavam impulsionando a

busca de novos est6mulos ltB= Esses fatores conAu$ados com a tempestade ampormonal por ue passa o Aovem adolescente e(plicam em $rande parte certos apetites incontrolveis e atitudes impensadas proacuteprias da idade

O tempo de maturaccedilo 5 emocional f6sica e ps6uica 5 de cada indiv6duo 2 naturalmentevarivel ortanto como 2 imposs6vel a afericcedilo da completude do ser adulto caso a caso em $eral

as le$islaccedilotildees adotam o marco temporal melampor aceito pelas vrias disciplinas informadoras dodireito E isso ocorre de forma diferenciada conforme o direito a faculdade ou a obri$accedilo sobanlise or isso amp idades diferentes para trabalampo 39D anos lt= casamento 39F ltD= imputabilidade

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penal 39 ltG= e auisiccedilo de arma de fo$o 3BG ltF= por e(emplo Ho campo eleitoral so diferentesas idades para alistamento 39F candidatura a refeito e eputado 3B9 overnador 3 e 8enador ou residente da epblica 3G ltK= Com tais dados v-se ue mesmo uem alcanccedilar a maioridadecivil 39 anos lt= ainda no se capacitar ao e(erc6cio pleno de todos os direitos

8e persistem limitaccedilotildees mesmo uando vencido o marco temporal da maioridade com muitomais rao determinadas limitaccedilotildees persistiro com a emancipaccedilo O emancipado natildeo eacute ainda

adulto

EFEITOS DA EMANCIPACcedilAtildeO

frase ue termina o par$rafo anterior e(plica o carter restrito do rol de prerro$ativasaduirido pelo adolescente emancipado

O Coacutedi$o Civil uando menciona na primeira ve o instituto da emancipaccedilo o fa nocap6tulo ue trata gtda personalidade e da capacidadegt das pessoas naturais para direitos e deveresna ordem civil Ho arti$o GL estabelece os deoito anos como a idade para t2rmino da menoridadecivil abrindo no seu par$rafo nico as ampipoacuteteses de cessaccedilo da incapacidade antes dauele marco6 se inclui a emancipaccedilo ortanto o emancipado aduire capacidade ne$ocial podendo $erir

bens contratar distratar dentre outros atos inerentes ) vida civil

Conforme o arti$o 9FG II do Coacutedi$o Civil lt= a emancipaccedilo libera o Aovem da submissoao poder familiar certamente a caracter6stica determinante do instituto elo menos do ponto devista le$al o emancipado no deve mais obedincia a seus $enitores Em decorrncia disto desdeue no ampaAa outra restriccedilo le$al passa a ter maior liberdade de ir e vir restriccedilo le$al do ptrio

poder 3uma das considerveis na melampor ampermenutica do rt 9F I do EC lt9= dei(a de e(istir

ConseMentemente no se aplicam aos Aovens emancipados as re$ras de prevenccedilo especialdos arti$os D e G do EC ue tratam da autoriaccedilo para viaAar oder locomover-se dentroe fora do pa6s sem ualuer in$erncia seAa de seus pais seAa do Ju6o menorista

arece-me ue poderia sur$ir dvida uanto ao arti$o B lt99= eis ue o le$islador a$rupou namesma vedaccedilo a ampospeda$em em ampotel motel penso ou con$nere Ora se est impl6cita aoemancipado a autoriaccedilo para ue possa viaAar necessidade loacute$ica ser ue possa ampospedar-sedesacompanampado

Entretanto a emancipaccedilo ao no fa-lo adulto obri$a a ue seAam preservados aoadolescente todos os direitos prescritos no EC or isso poder-se-ia e(cluir da relaccedilo 0via$em-ampospeda$em1 apenas a fi$ura do motel Esta permaneceria vedada dada a leitura teleoloacute$icadeterminada pelos arti$os GL e FL do EC lt9B= 8endo estabelecimentos desse $nero utiliados paraencontros de adultos no se livram entretanto de serem tidos por focos de especial atenccedilo na$rave uesto da e(ploraccedilo se(ual infanto-Auvenil ortanto presente ue ao menor de deoitoanos 2 devida a preservaccedilo da sua inte$ridade f6sico-ps6uica no seria a ele mesmo emancipadoautoriada a freMncia a mot2is Heste ponto vale o ensino de Nilson oniete iberati+

Haacute que se restringir sem duacutevida a hospedagem de crianccedila ou adolescente

em moteacuteis locais esses destinados a encontro de casais transformados emverdadeiras casas de prostituiccedilatildeo [1

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este ponto torna-se imperativo relembrar ue a emancipaccedilo no retira do emancipadoualuer $arantia ue a sua fai(a etria 5 e no a sua condiccedilo civil 5 lampe $arante ssim lampe sodevidos prioridade na efetivaccedilo de seus direitos proteccedilo contra ne$li$ncia discriminaccediloviolncia e outras formas de atentado bem como a obri$accedilo de prevenccedilo contra ameaccedila ouviolaccedilo dos seus direitos

Observaccedilo pertinente ue no cabe aui aprofundar 2 a de ue embora com a emancipaccediloo filampo libere-se do poder familiar certa alforria de obri$accedilotildees no ocorre no sentido inverso Hocampo da responsabilidade civil obAetiva permanece a possibilidade de responderem os $enitores

pelas conseMncias de atos dos filampos

ssim 2 o ensinamento do esembar$ador 82r$io Cavalieri Pilampo em seu ro$rama deesponsabilidade Civil+

teacute mesmo a emancipaccedilatildeo que se revelar como ato impensado natildeo tem ocondatildeo de afastar a responsailidade dos pais segundo a melhor doutrina

$esse sentido a urisprudampncia do uperior (riunal de )usticcedila+esponsailidade civil - ais - enor emancipado emancipaccedilatildeo por outorgados pais natildeo e0clui por si s a responsailidade decorrente de atos il2citos do filho3 45 ( esp 166789 el in duardo ieiro [1lt

VEDACcedilOtildeES PREVENTIVAS DE QUE NAtildeO SE LIBERA O JOVEM EMANCIPADO

Como A destacado aos menores de deoito anos sob ualuer condiccedilo so devidasmedidas ue os proteAam de influncias ne$ativas ) sua formaccedilo Ho esueccedilamos ue o direito aorespeito ue lampes 2 devido consiste na gtinviolailidade da integridade f2sica ps2quica e moral gt 3art9K do EC sendo gtdever de todos velar pela 3sua dignidadegt gt pondo9os a salvo de qualquertratamento desumano violento aterrori=ante ve0atrio ou constrangedor gt 3art 9 Tamb2msendo dever $eral gt prevenir a ocorrampncia de ameaccedila ou violaccedilatildeogt aos seus direitos 3art K os

produtos de laer cultura diversotildees e similares devem respeitar gt sua condiccedilatildeo peculiar de pessoaem desenvolvimentogt 3art K9

or isso 2 ue ao emancipado HQO 4 E7ITIO por e(emplo+

9 gt 3soacute aos BG anos conforme o art B ei 9BFR

9 gt $ABC DEAF GGA EgtIEAgtG(J$gtA K gt $L$gtA MN (AMOgtA FA(

GEAgtBC I(Agt $NPMAgt GAEH( E(QAgt AAE3conforme o arti$o 9 do EC

9H9 (E 3conforme a interpretaccedilo do arti$o B em cap6tulo supra

9$( (PgtE A$K R MAD (PA principalmente emcasos de vedaccedilo absoluta como 2 o caso dos eventos com classificaccedilo indicativa para deoito

anos Creio ue nas fai(as de classificaccedilo inferiores seria poss6vel o acesso do emancipado eis ueesta condiccedilo Aur6dica 2 supridora do consentimento ue se faria necessrio atrav2s da presenccedila

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

9gt (A$( V 3ei Estadual BGRF

9gt G$UA$ Q( gt($ 3ei Estadual BKKRK

9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

Sobre o autor

Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

Sobre o texto

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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Introduccedilatildeo

O presente estudo foi elaborado de forma a atender consulta formulada pelo Comissariado deJusticcedila da Vara da Infacircncia da Juventude e do Idoso da Comarca de Teresoacutepolis Em situaccedilotildees defiscaliaccedilo notaram os Comissrios o aumento do nmero de adolescentes emancipados por seus$enitores ue buscavam in$ressar ou permanecer em estabelecimentos ou eventos com classificaccediloetria de deoito anos Entendiam ue a emancipaccedilo a tanto lampes autoriava

prete(to de demonstrar ue isso no corresponde ) verdade aproveitaremos pararapidamente esboccedilar os limites do instituto da emancipaccedilo civil em sua relaccedilo com as prescriccedilotildees

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do Estatuto da Crianccedila e do dolescente

CAUSAS DA EMANCIPACcedilAtildeO

ada a brevidade deste trabalampo no aprofundamos pesuisas sobre as diversas motivaccedilotildees para o incremento do nmero de emancipaccedilotildees empiricamente demonstradas

Entretanto a observaccedilo diria aponta as se$uintes ori$ens principais+

acasos em ue para evitar a constituiccedilo de firma individual o $enitor emancipa o filampo deforma a torn-lo seu soacutecio em empreendimento comercial

bcasos de casais separados em ue das eventuais diver$ncias entre os $enitores sur$ecomo 0soluccedilo1 a emancipaccedilo do filampo

primeira ori$em 2 a da tradiccedilo 3li$ada a uestotildees patrimoniais sendo a se$unda clarosinal desses tempos de desa$re$accedilo familiar Esta parece ser a ue tem oferecido maiores dvidas e$erado maiores problemas

MATURIDADE BIOPSICOLOacuteGICA

4 importante destacar ue a emancipaccedilo no opera o mila$re de transformar o adolescenteem adulto 5 coisa ue nem mesmo a maioridade aos deoito anos realia adolescncia 2 um

per6odo de transiccedilo com profundas alteraccedilotildees or$acircnicas e psicoloacute$icas de duraccedilo mais ou menosimprecisa i$a-se ue a Or$aniaccedilo 7undial da 8ade considera para fins m2dicos ue aadolescncia 2 o per6odo compreendido entre os 9 e os 9 anos de idade lt9= J a ConvenccediloInternacional dos ireitos da Crianccedila estabelece ue 2 gtcrianccedilagt o ser ampumano de at2 9 anos deidade le$islaccedilotildees como na lemanampa por e(emplo ue do tratamento penal diferenciado ao

Aovem de at2 B9 anos de idade

iversos estudos demonstram ue vem mudando inclusive a concepccedilo cient6fica sobre aformaccedilo do c2rebro ampumano 8e at2 os anos ima$inava-se ue este completava sua constituiccediloformal at2 aos 9B anos de idade ampoAe se verifica ue o processo pode adentrar a vida adulta ois

sistemas cerebrais em particular so afetados pela nova concepccedilo O primeiro li$ado )constituiccedilo do coacuterte( pr2-frontal ue na adolescncia ainda no est capacitado ao refreamento dasemoccedilotildees e impulsos primrios processados na am6dala O outro sistema ue afeta o impulsoadolescente 2 o relativo ao sistema de recompensa do c2rebro ue sofre embotamento reduindo asensaccedilo de praer e satisfaccedilo ue os est6mulos da infacircncia proporcionavam impulsionando a

busca de novos est6mulos ltB= Esses fatores conAu$ados com a tempestade ampormonal por ue passa o Aovem adolescente e(plicam em $rande parte certos apetites incontrolveis e atitudes impensadas proacuteprias da idade

O tempo de maturaccedilo 5 emocional f6sica e ps6uica 5 de cada indiv6duo 2 naturalmentevarivel ortanto como 2 imposs6vel a afericcedilo da completude do ser adulto caso a caso em $eral

as le$islaccedilotildees adotam o marco temporal melampor aceito pelas vrias disciplinas informadoras dodireito E isso ocorre de forma diferenciada conforme o direito a faculdade ou a obri$accedilo sobanlise or isso amp idades diferentes para trabalampo 39D anos lt= casamento 39F ltD= imputabilidade

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penal 39 ltG= e auisiccedilo de arma de fo$o 3BG ltF= por e(emplo Ho campo eleitoral so diferentesas idades para alistamento 39F candidatura a refeito e eputado 3B9 overnador 3 e 8enador ou residente da epblica 3G ltK= Com tais dados v-se ue mesmo uem alcanccedilar a maioridadecivil 39 anos lt= ainda no se capacitar ao e(erc6cio pleno de todos os direitos

8e persistem limitaccedilotildees mesmo uando vencido o marco temporal da maioridade com muitomais rao determinadas limitaccedilotildees persistiro com a emancipaccedilo O emancipado natildeo eacute ainda

adulto

EFEITOS DA EMANCIPACcedilAtildeO

frase ue termina o par$rafo anterior e(plica o carter restrito do rol de prerro$ativasaduirido pelo adolescente emancipado

O Coacutedi$o Civil uando menciona na primeira ve o instituto da emancipaccedilo o fa nocap6tulo ue trata gtda personalidade e da capacidadegt das pessoas naturais para direitos e deveresna ordem civil Ho arti$o GL estabelece os deoito anos como a idade para t2rmino da menoridadecivil abrindo no seu par$rafo nico as ampipoacuteteses de cessaccedilo da incapacidade antes dauele marco6 se inclui a emancipaccedilo ortanto o emancipado aduire capacidade ne$ocial podendo $erir

bens contratar distratar dentre outros atos inerentes ) vida civil

Conforme o arti$o 9FG II do Coacutedi$o Civil lt= a emancipaccedilo libera o Aovem da submissoao poder familiar certamente a caracter6stica determinante do instituto elo menos do ponto devista le$al o emancipado no deve mais obedincia a seus $enitores Em decorrncia disto desdeue no ampaAa outra restriccedilo le$al passa a ter maior liberdade de ir e vir restriccedilo le$al do ptrio

poder 3uma das considerveis na melampor ampermenutica do rt 9F I do EC lt9= dei(a de e(istir

ConseMentemente no se aplicam aos Aovens emancipados as re$ras de prevenccedilo especialdos arti$os D e G do EC ue tratam da autoriaccedilo para viaAar oder locomover-se dentroe fora do pa6s sem ualuer in$erncia seAa de seus pais seAa do Ju6o menorista

arece-me ue poderia sur$ir dvida uanto ao arti$o B lt99= eis ue o le$islador a$rupou namesma vedaccedilo a ampospeda$em em ampotel motel penso ou con$nere Ora se est impl6cita aoemancipado a autoriaccedilo para ue possa viaAar necessidade loacute$ica ser ue possa ampospedar-sedesacompanampado

Entretanto a emancipaccedilo ao no fa-lo adulto obri$a a ue seAam preservados aoadolescente todos os direitos prescritos no EC or isso poder-se-ia e(cluir da relaccedilo 0via$em-ampospeda$em1 apenas a fi$ura do motel Esta permaneceria vedada dada a leitura teleoloacute$icadeterminada pelos arti$os GL e FL do EC lt9B= 8endo estabelecimentos desse $nero utiliados paraencontros de adultos no se livram entretanto de serem tidos por focos de especial atenccedilo na$rave uesto da e(ploraccedilo se(ual infanto-Auvenil ortanto presente ue ao menor de deoitoanos 2 devida a preservaccedilo da sua inte$ridade f6sico-ps6uica no seria a ele mesmo emancipadoautoriada a freMncia a mot2is Heste ponto vale o ensino de Nilson oniete iberati+

Haacute que se restringir sem duacutevida a hospedagem de crianccedila ou adolescente

em moteacuteis locais esses destinados a encontro de casais transformados emverdadeiras casas de prostituiccedilatildeo [1

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este ponto torna-se imperativo relembrar ue a emancipaccedilo no retira do emancipadoualuer $arantia ue a sua fai(a etria 5 e no a sua condiccedilo civil 5 lampe $arante ssim lampe sodevidos prioridade na efetivaccedilo de seus direitos proteccedilo contra ne$li$ncia discriminaccediloviolncia e outras formas de atentado bem como a obri$accedilo de prevenccedilo contra ameaccedila ouviolaccedilo dos seus direitos

Observaccedilo pertinente ue no cabe aui aprofundar 2 a de ue embora com a emancipaccediloo filampo libere-se do poder familiar certa alforria de obri$accedilotildees no ocorre no sentido inverso Hocampo da responsabilidade civil obAetiva permanece a possibilidade de responderem os $enitores

pelas conseMncias de atos dos filampos

ssim 2 o ensinamento do esembar$ador 82r$io Cavalieri Pilampo em seu ro$rama deesponsabilidade Civil+

teacute mesmo a emancipaccedilatildeo que se revelar como ato impensado natildeo tem ocondatildeo de afastar a responsailidade dos pais segundo a melhor doutrina

$esse sentido a urisprudampncia do uperior (riunal de )usticcedila+esponsailidade civil - ais - enor emancipado emancipaccedilatildeo por outorgados pais natildeo e0clui por si s a responsailidade decorrente de atos il2citos do filho3 45 ( esp 166789 el in duardo ieiro [1lt

VEDACcedilOtildeES PREVENTIVAS DE QUE NAtildeO SE LIBERA O JOVEM EMANCIPADO

Como A destacado aos menores de deoito anos sob ualuer condiccedilo so devidasmedidas ue os proteAam de influncias ne$ativas ) sua formaccedilo Ho esueccedilamos ue o direito aorespeito ue lampes 2 devido consiste na gtinviolailidade da integridade f2sica ps2quica e moral gt 3art9K do EC sendo gtdever de todos velar pela 3sua dignidadegt gt pondo9os a salvo de qualquertratamento desumano violento aterrori=ante ve0atrio ou constrangedor gt 3art 9 Tamb2msendo dever $eral gt prevenir a ocorrampncia de ameaccedila ou violaccedilatildeogt aos seus direitos 3art K os

produtos de laer cultura diversotildees e similares devem respeitar gt sua condiccedilatildeo peculiar de pessoaem desenvolvimentogt 3art K9

or isso 2 ue ao emancipado HQO 4 E7ITIO por e(emplo+

9 gt 3soacute aos BG anos conforme o art B ei 9BFR

9 gt $ABC DEAF GGA EgtIEAgtG(J$gtA K gt $L$gtA MN (AMOgtA FA(

GEAgtBC I(Agt $NPMAgt GAEH( E(QAgt AAE3conforme o arti$o 9 do EC

9H9 (E 3conforme a interpretaccedilo do arti$o B em cap6tulo supra

9$( (PgtE A$K R MAD (PA principalmente emcasos de vedaccedilo absoluta como 2 o caso dos eventos com classificaccedilo indicativa para deoito

anos Creio ue nas fai(as de classificaccedilo inferiores seria poss6vel o acesso do emancipado eis ueesta condiccedilo Aur6dica 2 supridora do consentimento ue se faria necessrio atrav2s da presenccedila

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

9gt (A$( V 3ei Estadual BGRF

9gt G$UA$ Q( gt($ 3ei Estadual BKKRK

9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

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Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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do Estatuto da Crianccedila e do dolescente

CAUSAS DA EMANCIPACcedilAtildeO

ada a brevidade deste trabalampo no aprofundamos pesuisas sobre as diversas motivaccedilotildees para o incremento do nmero de emancipaccedilotildees empiricamente demonstradas

Entretanto a observaccedilo diria aponta as se$uintes ori$ens principais+

acasos em ue para evitar a constituiccedilo de firma individual o $enitor emancipa o filampo deforma a torn-lo seu soacutecio em empreendimento comercial

bcasos de casais separados em ue das eventuais diver$ncias entre os $enitores sur$ecomo 0soluccedilo1 a emancipaccedilo do filampo

primeira ori$em 2 a da tradiccedilo 3li$ada a uestotildees patrimoniais sendo a se$unda clarosinal desses tempos de desa$re$accedilo familiar Esta parece ser a ue tem oferecido maiores dvidas e$erado maiores problemas

MATURIDADE BIOPSICOLOacuteGICA

4 importante destacar ue a emancipaccedilo no opera o mila$re de transformar o adolescenteem adulto 5 coisa ue nem mesmo a maioridade aos deoito anos realia adolescncia 2 um

per6odo de transiccedilo com profundas alteraccedilotildees or$acircnicas e psicoloacute$icas de duraccedilo mais ou menosimprecisa i$a-se ue a Or$aniaccedilo 7undial da 8ade considera para fins m2dicos ue aadolescncia 2 o per6odo compreendido entre os 9 e os 9 anos de idade lt9= J a ConvenccediloInternacional dos ireitos da Crianccedila estabelece ue 2 gtcrianccedilagt o ser ampumano de at2 9 anos deidade le$islaccedilotildees como na lemanampa por e(emplo ue do tratamento penal diferenciado ao

Aovem de at2 B9 anos de idade

iversos estudos demonstram ue vem mudando inclusive a concepccedilo cient6fica sobre aformaccedilo do c2rebro ampumano 8e at2 os anos ima$inava-se ue este completava sua constituiccediloformal at2 aos 9B anos de idade ampoAe se verifica ue o processo pode adentrar a vida adulta ois

sistemas cerebrais em particular so afetados pela nova concepccedilo O primeiro li$ado )constituiccedilo do coacuterte( pr2-frontal ue na adolescncia ainda no est capacitado ao refreamento dasemoccedilotildees e impulsos primrios processados na am6dala O outro sistema ue afeta o impulsoadolescente 2 o relativo ao sistema de recompensa do c2rebro ue sofre embotamento reduindo asensaccedilo de praer e satisfaccedilo ue os est6mulos da infacircncia proporcionavam impulsionando a

busca de novos est6mulos ltB= Esses fatores conAu$ados com a tempestade ampormonal por ue passa o Aovem adolescente e(plicam em $rande parte certos apetites incontrolveis e atitudes impensadas proacuteprias da idade

O tempo de maturaccedilo 5 emocional f6sica e ps6uica 5 de cada indiv6duo 2 naturalmentevarivel ortanto como 2 imposs6vel a afericcedilo da completude do ser adulto caso a caso em $eral

as le$islaccedilotildees adotam o marco temporal melampor aceito pelas vrias disciplinas informadoras dodireito E isso ocorre de forma diferenciada conforme o direito a faculdade ou a obri$accedilo sobanlise or isso amp idades diferentes para trabalampo 39D anos lt= casamento 39F ltD= imputabilidade

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penal 39 ltG= e auisiccedilo de arma de fo$o 3BG ltF= por e(emplo Ho campo eleitoral so diferentesas idades para alistamento 39F candidatura a refeito e eputado 3B9 overnador 3 e 8enador ou residente da epblica 3G ltK= Com tais dados v-se ue mesmo uem alcanccedilar a maioridadecivil 39 anos lt= ainda no se capacitar ao e(erc6cio pleno de todos os direitos

8e persistem limitaccedilotildees mesmo uando vencido o marco temporal da maioridade com muitomais rao determinadas limitaccedilotildees persistiro com a emancipaccedilo O emancipado natildeo eacute ainda

adulto

EFEITOS DA EMANCIPACcedilAtildeO

frase ue termina o par$rafo anterior e(plica o carter restrito do rol de prerro$ativasaduirido pelo adolescente emancipado

O Coacutedi$o Civil uando menciona na primeira ve o instituto da emancipaccedilo o fa nocap6tulo ue trata gtda personalidade e da capacidadegt das pessoas naturais para direitos e deveresna ordem civil Ho arti$o GL estabelece os deoito anos como a idade para t2rmino da menoridadecivil abrindo no seu par$rafo nico as ampipoacuteteses de cessaccedilo da incapacidade antes dauele marco6 se inclui a emancipaccedilo ortanto o emancipado aduire capacidade ne$ocial podendo $erir

bens contratar distratar dentre outros atos inerentes ) vida civil

Conforme o arti$o 9FG II do Coacutedi$o Civil lt= a emancipaccedilo libera o Aovem da submissoao poder familiar certamente a caracter6stica determinante do instituto elo menos do ponto devista le$al o emancipado no deve mais obedincia a seus $enitores Em decorrncia disto desdeue no ampaAa outra restriccedilo le$al passa a ter maior liberdade de ir e vir restriccedilo le$al do ptrio

poder 3uma das considerveis na melampor ampermenutica do rt 9F I do EC lt9= dei(a de e(istir

ConseMentemente no se aplicam aos Aovens emancipados as re$ras de prevenccedilo especialdos arti$os D e G do EC ue tratam da autoriaccedilo para viaAar oder locomover-se dentroe fora do pa6s sem ualuer in$erncia seAa de seus pais seAa do Ju6o menorista

arece-me ue poderia sur$ir dvida uanto ao arti$o B lt99= eis ue o le$islador a$rupou namesma vedaccedilo a ampospeda$em em ampotel motel penso ou con$nere Ora se est impl6cita aoemancipado a autoriaccedilo para ue possa viaAar necessidade loacute$ica ser ue possa ampospedar-sedesacompanampado

Entretanto a emancipaccedilo ao no fa-lo adulto obri$a a ue seAam preservados aoadolescente todos os direitos prescritos no EC or isso poder-se-ia e(cluir da relaccedilo 0via$em-ampospeda$em1 apenas a fi$ura do motel Esta permaneceria vedada dada a leitura teleoloacute$icadeterminada pelos arti$os GL e FL do EC lt9B= 8endo estabelecimentos desse $nero utiliados paraencontros de adultos no se livram entretanto de serem tidos por focos de especial atenccedilo na$rave uesto da e(ploraccedilo se(ual infanto-Auvenil ortanto presente ue ao menor de deoitoanos 2 devida a preservaccedilo da sua inte$ridade f6sico-ps6uica no seria a ele mesmo emancipadoautoriada a freMncia a mot2is Heste ponto vale o ensino de Nilson oniete iberati+

Haacute que se restringir sem duacutevida a hospedagem de crianccedila ou adolescente

em moteacuteis locais esses destinados a encontro de casais transformados emverdadeiras casas de prostituiccedilatildeo [1

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este ponto torna-se imperativo relembrar ue a emancipaccedilo no retira do emancipadoualuer $arantia ue a sua fai(a etria 5 e no a sua condiccedilo civil 5 lampe $arante ssim lampe sodevidos prioridade na efetivaccedilo de seus direitos proteccedilo contra ne$li$ncia discriminaccediloviolncia e outras formas de atentado bem como a obri$accedilo de prevenccedilo contra ameaccedila ouviolaccedilo dos seus direitos

Observaccedilo pertinente ue no cabe aui aprofundar 2 a de ue embora com a emancipaccediloo filampo libere-se do poder familiar certa alforria de obri$accedilotildees no ocorre no sentido inverso Hocampo da responsabilidade civil obAetiva permanece a possibilidade de responderem os $enitores

pelas conseMncias de atos dos filampos

ssim 2 o ensinamento do esembar$ador 82r$io Cavalieri Pilampo em seu ro$rama deesponsabilidade Civil+

teacute mesmo a emancipaccedilatildeo que se revelar como ato impensado natildeo tem ocondatildeo de afastar a responsailidade dos pais segundo a melhor doutrina

$esse sentido a urisprudampncia do uperior (riunal de )usticcedila+esponsailidade civil - ais - enor emancipado emancipaccedilatildeo por outorgados pais natildeo e0clui por si s a responsailidade decorrente de atos il2citos do filho3 45 ( esp 166789 el in duardo ieiro [1lt

VEDACcedilOtildeES PREVENTIVAS DE QUE NAtildeO SE LIBERA O JOVEM EMANCIPADO

Como A destacado aos menores de deoito anos sob ualuer condiccedilo so devidasmedidas ue os proteAam de influncias ne$ativas ) sua formaccedilo Ho esueccedilamos ue o direito aorespeito ue lampes 2 devido consiste na gtinviolailidade da integridade f2sica ps2quica e moral gt 3art9K do EC sendo gtdever de todos velar pela 3sua dignidadegt gt pondo9os a salvo de qualquertratamento desumano violento aterrori=ante ve0atrio ou constrangedor gt 3art 9 Tamb2msendo dever $eral gt prevenir a ocorrampncia de ameaccedila ou violaccedilatildeogt aos seus direitos 3art K os

produtos de laer cultura diversotildees e similares devem respeitar gt sua condiccedilatildeo peculiar de pessoaem desenvolvimentogt 3art K9

or isso 2 ue ao emancipado HQO 4 E7ITIO por e(emplo+

9 gt 3soacute aos BG anos conforme o art B ei 9BFR

9 gt $ABC DEAF GGA EgtIEAgtG(J$gtA K gt $L$gtA MN (AMOgtA FA(

GEAgtBC I(Agt $NPMAgt GAEH( E(QAgt AAE3conforme o arti$o 9 do EC

9H9 (E 3conforme a interpretaccedilo do arti$o B em cap6tulo supra

9$( (PgtE A$K R MAD (PA principalmente emcasos de vedaccedilo absoluta como 2 o caso dos eventos com classificaccedilo indicativa para deoito

anos Creio ue nas fai(as de classificaccedilo inferiores seria poss6vel o acesso do emancipado eis ueesta condiccedilo Aur6dica 2 supridora do consentimento ue se faria necessrio atrav2s da presenccedila

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

9gt (A$( V 3ei Estadual BGRF

9gt G$UA$ Q( gt($ 3ei Estadual BKKRK

9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

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Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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penal 39 ltG= e auisiccedilo de arma de fo$o 3BG ltF= por e(emplo Ho campo eleitoral so diferentesas idades para alistamento 39F candidatura a refeito e eputado 3B9 overnador 3 e 8enador ou residente da epblica 3G ltK= Com tais dados v-se ue mesmo uem alcanccedilar a maioridadecivil 39 anos lt= ainda no se capacitar ao e(erc6cio pleno de todos os direitos

8e persistem limitaccedilotildees mesmo uando vencido o marco temporal da maioridade com muitomais rao determinadas limitaccedilotildees persistiro com a emancipaccedilo O emancipado natildeo eacute ainda

adulto

EFEITOS DA EMANCIPACcedilAtildeO

frase ue termina o par$rafo anterior e(plica o carter restrito do rol de prerro$ativasaduirido pelo adolescente emancipado

O Coacutedi$o Civil uando menciona na primeira ve o instituto da emancipaccedilo o fa nocap6tulo ue trata gtda personalidade e da capacidadegt das pessoas naturais para direitos e deveresna ordem civil Ho arti$o GL estabelece os deoito anos como a idade para t2rmino da menoridadecivil abrindo no seu par$rafo nico as ampipoacuteteses de cessaccedilo da incapacidade antes dauele marco6 se inclui a emancipaccedilo ortanto o emancipado aduire capacidade ne$ocial podendo $erir

bens contratar distratar dentre outros atos inerentes ) vida civil

Conforme o arti$o 9FG II do Coacutedi$o Civil lt= a emancipaccedilo libera o Aovem da submissoao poder familiar certamente a caracter6stica determinante do instituto elo menos do ponto devista le$al o emancipado no deve mais obedincia a seus $enitores Em decorrncia disto desdeue no ampaAa outra restriccedilo le$al passa a ter maior liberdade de ir e vir restriccedilo le$al do ptrio

poder 3uma das considerveis na melampor ampermenutica do rt 9F I do EC lt9= dei(a de e(istir

ConseMentemente no se aplicam aos Aovens emancipados as re$ras de prevenccedilo especialdos arti$os D e G do EC ue tratam da autoriaccedilo para viaAar oder locomover-se dentroe fora do pa6s sem ualuer in$erncia seAa de seus pais seAa do Ju6o menorista

arece-me ue poderia sur$ir dvida uanto ao arti$o B lt99= eis ue o le$islador a$rupou namesma vedaccedilo a ampospeda$em em ampotel motel penso ou con$nere Ora se est impl6cita aoemancipado a autoriaccedilo para ue possa viaAar necessidade loacute$ica ser ue possa ampospedar-sedesacompanampado

Entretanto a emancipaccedilo ao no fa-lo adulto obri$a a ue seAam preservados aoadolescente todos os direitos prescritos no EC or isso poder-se-ia e(cluir da relaccedilo 0via$em-ampospeda$em1 apenas a fi$ura do motel Esta permaneceria vedada dada a leitura teleoloacute$icadeterminada pelos arti$os GL e FL do EC lt9B= 8endo estabelecimentos desse $nero utiliados paraencontros de adultos no se livram entretanto de serem tidos por focos de especial atenccedilo na$rave uesto da e(ploraccedilo se(ual infanto-Auvenil ortanto presente ue ao menor de deoitoanos 2 devida a preservaccedilo da sua inte$ridade f6sico-ps6uica no seria a ele mesmo emancipadoautoriada a freMncia a mot2is Heste ponto vale o ensino de Nilson oniete iberati+

Haacute que se restringir sem duacutevida a hospedagem de crianccedila ou adolescente

em moteacuteis locais esses destinados a encontro de casais transformados emverdadeiras casas de prostituiccedilatildeo [1

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este ponto torna-se imperativo relembrar ue a emancipaccedilo no retira do emancipadoualuer $arantia ue a sua fai(a etria 5 e no a sua condiccedilo civil 5 lampe $arante ssim lampe sodevidos prioridade na efetivaccedilo de seus direitos proteccedilo contra ne$li$ncia discriminaccediloviolncia e outras formas de atentado bem como a obri$accedilo de prevenccedilo contra ameaccedila ouviolaccedilo dos seus direitos

Observaccedilo pertinente ue no cabe aui aprofundar 2 a de ue embora com a emancipaccediloo filampo libere-se do poder familiar certa alforria de obri$accedilotildees no ocorre no sentido inverso Hocampo da responsabilidade civil obAetiva permanece a possibilidade de responderem os $enitores

pelas conseMncias de atos dos filampos

ssim 2 o ensinamento do esembar$ador 82r$io Cavalieri Pilampo em seu ro$rama deesponsabilidade Civil+

teacute mesmo a emancipaccedilatildeo que se revelar como ato impensado natildeo tem ocondatildeo de afastar a responsailidade dos pais segundo a melhor doutrina

$esse sentido a urisprudampncia do uperior (riunal de )usticcedila+esponsailidade civil - ais - enor emancipado emancipaccedilatildeo por outorgados pais natildeo e0clui por si s a responsailidade decorrente de atos il2citos do filho3 45 ( esp 166789 el in duardo ieiro [1lt

VEDACcedilOtildeES PREVENTIVAS DE QUE NAtildeO SE LIBERA O JOVEM EMANCIPADO

Como A destacado aos menores de deoito anos sob ualuer condiccedilo so devidasmedidas ue os proteAam de influncias ne$ativas ) sua formaccedilo Ho esueccedilamos ue o direito aorespeito ue lampes 2 devido consiste na gtinviolailidade da integridade f2sica ps2quica e moral gt 3art9K do EC sendo gtdever de todos velar pela 3sua dignidadegt gt pondo9os a salvo de qualquertratamento desumano violento aterrori=ante ve0atrio ou constrangedor gt 3art 9 Tamb2msendo dever $eral gt prevenir a ocorrampncia de ameaccedila ou violaccedilatildeogt aos seus direitos 3art K os

produtos de laer cultura diversotildees e similares devem respeitar gt sua condiccedilatildeo peculiar de pessoaem desenvolvimentogt 3art K9

or isso 2 ue ao emancipado HQO 4 E7ITIO por e(emplo+

9 gt 3soacute aos BG anos conforme o art B ei 9BFR

9 gt $ABC DEAF GGA EgtIEAgtG(J$gtA K gt $L$gtA MN (AMOgtA FA(

GEAgtBC I(Agt $NPMAgt GAEH( E(QAgt AAE3conforme o arti$o 9 do EC

9H9 (E 3conforme a interpretaccedilo do arti$o B em cap6tulo supra

9$( (PgtE A$K R MAD (PA principalmente emcasos de vedaccedilo absoluta como 2 o caso dos eventos com classificaccedilo indicativa para deoito

anos Creio ue nas fai(as de classificaccedilo inferiores seria poss6vel o acesso do emancipado eis ueesta condiccedilo Aur6dica 2 supridora do consentimento ue se faria necessrio atrav2s da presenccedila

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

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9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

Sobre o autor

Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

Sobre o texto

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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este ponto torna-se imperativo relembrar ue a emancipaccedilo no retira do emancipadoualuer $arantia ue a sua fai(a etria 5 e no a sua condiccedilo civil 5 lampe $arante ssim lampe sodevidos prioridade na efetivaccedilo de seus direitos proteccedilo contra ne$li$ncia discriminaccediloviolncia e outras formas de atentado bem como a obri$accedilo de prevenccedilo contra ameaccedila ouviolaccedilo dos seus direitos

Observaccedilo pertinente ue no cabe aui aprofundar 2 a de ue embora com a emancipaccediloo filampo libere-se do poder familiar certa alforria de obri$accedilotildees no ocorre no sentido inverso Hocampo da responsabilidade civil obAetiva permanece a possibilidade de responderem os $enitores

pelas conseMncias de atos dos filampos

ssim 2 o ensinamento do esembar$ador 82r$io Cavalieri Pilampo em seu ro$rama deesponsabilidade Civil+

teacute mesmo a emancipaccedilatildeo que se revelar como ato impensado natildeo tem ocondatildeo de afastar a responsailidade dos pais segundo a melhor doutrina

$esse sentido a urisprudampncia do uperior (riunal de )usticcedila+esponsailidade civil - ais - enor emancipado emancipaccedilatildeo por outorgados pais natildeo e0clui por si s a responsailidade decorrente de atos il2citos do filho3 45 ( esp 166789 el in duardo ieiro [1lt

VEDACcedilOtildeES PREVENTIVAS DE QUE NAtildeO SE LIBERA O JOVEM EMANCIPADO

Como A destacado aos menores de deoito anos sob ualuer condiccedilo so devidasmedidas ue os proteAam de influncias ne$ativas ) sua formaccedilo Ho esueccedilamos ue o direito aorespeito ue lampes 2 devido consiste na gtinviolailidade da integridade f2sica ps2quica e moral gt 3art9K do EC sendo gtdever de todos velar pela 3sua dignidadegt gt pondo9os a salvo de qualquertratamento desumano violento aterrori=ante ve0atrio ou constrangedor gt 3art 9 Tamb2msendo dever $eral gt prevenir a ocorrampncia de ameaccedila ou violaccedilatildeogt aos seus direitos 3art K os

produtos de laer cultura diversotildees e similares devem respeitar gt sua condiccedilatildeo peculiar de pessoaem desenvolvimentogt 3art K9

or isso 2 ue ao emancipado HQO 4 E7ITIO por e(emplo+

9 gt 3soacute aos BG anos conforme o art B ei 9BFR

9 gt $ABC DEAF GGA EgtIEAgtG(J$gtA K gt $L$gtA MN (AMOgtA FA(

GEAgtBC I(Agt $NPMAgt GAEH( E(QAgt AAE3conforme o arti$o 9 do EC

9H9 (E 3conforme a interpretaccedilo do arti$o B em cap6tulo supra

9$( (PgtE A$K R MAD (PA principalmente emcasos de vedaccedilo absoluta como 2 o caso dos eventos com classificaccedilo indicativa para deoito

anos Creio ue nas fai(as de classificaccedilo inferiores seria poss6vel o acesso do emancipado eis ueesta condiccedilo Aur6dica 2 supridora do consentimento ue se faria necessrio atrav2s da presenccedila

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

9gt (A$( V 3ei Estadual BGRF

9gt G$UA$ Q( gt($ 3ei Estadual BKKRK

9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

Sobre o autor

Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

Sobre o texto

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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f6sica de responsvel 3conforme art KD e KG do EC

9MKS$( (GEgtA$( K DE GAEH A$gt gt$NL$ gt )N ainda ue nesta ocorram apostas apenas eventuais 3art doEC

9( 3somente aos B9 anos conforme arti$o DB

9HGAEA(9 R ABT FOgtE automotores 3somente uando gtpenalmenteimputvelgt conforme art 9D I do Coacutedi$o Srasileiro de Tracircnsito

9gt gtAN 3ei Estadual BKRK

9MU ((N$ EAgt $ K M E G gt H$ como brincos ar$olas ou alfinetes e(cetuados brincos nos loacutebulos dasorelampas 3ei Estadual BKR

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9gt G$UA$ Q( gt($ 3ei Estadual BKKRK

9(Agt KAA )N K gt$($H KEK EA E( (OE R FAEL$gtA seAa em fliperama Ao$os de realidade virtual e simuladores3ei Estadual B9R

O TRATAMENTO PENAL DAS QUESTOtildeES REFERENTES AO EMANCIPADO

amparmonia do ordenamento no trato com a condiccedilo peculiar de pessoa em desenvolvimentoue caracteria a adolescncia se verifica tamb2m na le$islaccedilo penal

O Coacutedi$o de rocesso enal em seu arti$o GFD III 0c1 estabelece a necessidade denomeaccedilo de curador ao menor de vinte e um anos sob pena de nulidade Tamb2m o Coacutedi$o enalem seu arti$o FG estabelece como atenuante o fato de o il6cito penal ter concedido por a$ente menor de vinte e um anos

inda ue tais disposiccedilotildees possam ter sido superadas pela ediccedilo do novo Coacutedi$o Civil3BB ue estabeleceu a maioridade civil ao deoito anos lt9G= vale a verificaccedilo do trato especialdispensado pelo le$islador )ueles a$entes considerados com formaccedilo biops6uica incompleta

e todo modo tamb2m na esfera penal em nada repercute a emancipaccedilo civil 8e o crit2rioue adotou o EC para a possibilidade de aplicaccedilo de medida soacutecio-educativa 2 o da presunccedilo deformaccedilo incompleta do adolescente isso tamb2m se aplica ao Aovem emancipado 4 a leituradeterminada pelo princ6pio da proteccedilo inte$ral

isso pode e(sur$ir a curiosa situaccedilo de um Aovem ue em prtica de il6cito civil oudescumprimento contratual ue impliue em possibilidade de tipificaccedilo tamb2m na esfera penal

responder perante o Jui da Vara C6vel e o Jui da Infacircncia e da Juventude

i$a-se ainda ue os crimes praticados por adultos contra crianccedilas ou adolescentes continuam

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

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Denilson Cardoso de Arauacutejo E-mail Entre em contato

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Texto inserido no Jus Navigandi nordm1727 (2432la$orado e amp27

Informaccedilotildees bibliograacuteficasConore a N) 23+2 da Assoia-o rasileira de Noras Tnias (ANT0 este texto ientio u$liado e eridioeletrnio deve ser itado da seguinte ora+

A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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assim caracteriados se a v6tima 2 emancipada

7erece breve comentrio a fi$ura ue nos parece teratoloacute$ica da gtemancipaccedilo penalgt ueampoAe vem sendo defendida como soluccedilo de a$ravamento da le$islaccedilo frente ao aumento dadelinMncia infanto-Auvenil tese 2 a de ue em casos de il6citos de maior $ravidade seria dado

ao Jui a prerro$ativa de gtemancipar penalmentegt o a$ente menor de deoito anos de forma a permitir ue lampe fosse aplicada a le$islaccedilo penal arece claro ue sob outro molde se tenta aressurreiccedilo da superada gtteoria do discernimentogt cuAa invivel operaccedilo A tantos danos causou etantas cr6ticas sofreu desde os escritos de Tobias Sarreto lt9F=

Entretanto a proposta dos defensores de maior ri$orismo penal al2m de estar na contramodo entendimento maAoritrio ue constata a ineficcia do sistema repressivo data venia parececonfundir institutos do direito 8e a emancipaccedilo civil produ capacidades limitadas no teriasentido a e(istncia de uma gtemancipaccedilo penalgt ue as ampliasse em preAu6o do emancipado Honos esueccedilamos ue 2 p2trea 5 em ue pese entendimentos diver$entes - a clusula constitucionalue define cronolo$icamente a maioridade penal

O JOVEM EMANCIPADO E AS PORTARIAS NORMATIVAS DE JUIZ DA INFAcircNCIA E DA JUVENTUDE

Viu-se antes ue o emancipado merece ) lu do princ6pio da proteccedilo inte$ral os mesmosdireitos ue o Aovem ue no 2 emancipado demanda nica e(ceccedilo 2 coerente com a dispensa daautoriaccedilo parental impl6cita ao ato da emancipaccedilo Os pais ue emancipam o filampo perdem o

poder familiar e portanto se e(cluem das prerro$ativas e obri$accedilotildees inerentes ao seu e(erc6ciossim no podero mais gtdirigir9lhes a criaccedilatildeo e educaccedilatildeogt nem gte0igir que lhe prestemoediampncia respeito e os serviccedilos prprios da sua idade e condiccedilatildeogt 3art 9FD I e VII do Coacutedi$oCivil

ssim sendo todas auelas atividades para as uais se deveria e(i$ir autoriaccedilo parentalcomo pr2-condiccedilo ) sua prtica pelo adolescente podero ser e(ercidas pelo Aovem emancipadosem tal restriccedilo

Entretanto como vimos a emancipaccedilo no dispensa o Aovem dos compromissos com asdemais prescriccedilotildees do ordenamento vi$ente a mesma forma no podem a sociedade e o Estadodispensar-se dos deveres para com o Aovem eis ue partem de diretri constitucional 3art BB e

diem respeito no ) condiccedilo civil mas sim biopsicoloacute$ica da crianccedila e do adolescente

o$o se o Jui da Infacircncia e da Juventude bai(a normas protetivas por meio de portaria Audicial a leitura teleoloacute$ica determina ue em seu benef6cio tamb2m os Aovens emancipados porelas seAam alcanccedilados e(ceccedilo seriam as prescriccedilotildees ue implicam em necessidade deautoriaccedilo ou acompanampamento parentais A impl6citos na emancipaccedilo

or analo$ia com a diretri adotada pelas portarias classificatoacuterias do 7inist2rio da Justiccedila o Aovem emancipado no poder entretanto ter acesso )uelas diversotildees espetculos ouestabelecimentos aos uais no teria ualuer adolescente emancipado ou no mesmo ueacompanampado dos $enitores 4 o caso das produccedilotildees e eventos com classificaccedilo indicativa de

deoito anos de idade

ortaria 99 do 7inist2rio da Justiccedila ue trata da classificaccedilo indicativa estabeleceu

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

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A)A5J60 Denilson Cardoso de A eania-o ivil e suas rela-es o o statuto da Crian-a e

do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2

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auela fai(a como de vedaccedilo absoluta ssim se dedu da leitura do seu arti$o 9+

gt Art 1 gtae aos pais ou responsaacuteveis autori=ar o acesso de suas crianccedilaseWou adolescentes a diversatildeo ou espetaacuteculo cua classificaccedilatildeo indicativa sea

superior a fai0a etaacuteria destes r$ amp(rr ) 1 +(-t )amp desde que

acompanhadas por eles ou terceiros e0pressamente autori=ados 3nosso $rifo

entre as vedaccedilotildees absolutas 5 produtos e lu$ares a ue no se d acesso mesmo comautoriaccedilo parental 5 esto as do art 3bilampar sinuca e Ao$os em $eral e 9 3armas e municcedilotildees

bebidas substacircncias ue causem dependncia fo$os publicaccedilotildees eroacuteticas e porno$rficas eloterias do EC estas a ortaria RF em seu arti$o L 3gtproibiccedilotildees absolutasgt apoacutes repisar avedaccedilo de in$resso em filmes e espetculos classificados como no recomendveis para 9 anosacresce )uele rol as termas casas de massa$ens e locais de venda de produtos eroacuteticos dentreoutros

ortanto na maioria dos seus arti$os as portarias normativas so aplicveis aos Aovens

emancipados

a mesma forma clubes empresrios proprietrios de estabelecimentos e promotores deeventos devero pautar-se prioritariamente pelo crit2rio cronoloacute$ico observando as restriccedilotildees e

precauccedilotildees pertinentes a crianccedilas e adolescentes mesmo para adolescentes emancipados

CONCLUSAtildeO

Conclu6mos reiterando ue ao liberar o Aovem to somente da submisso ao poder familiar ecapacit-lo para determinados atos da vida civil a emancipaccedilo no opera a m$ica da maturidadeautomtica Ho se altera a condiccedilo cronoloacute$ica ue obri$a ao Estado e ) sociedade fornecer aoadolescente a proteccedilo inte$ral constitucionalmente estabelecida

8eria de todo recomendvel ue se promovesse 5 dado o aparente aumento no nmero deemancipaccedilotildees 5 campanampa de esclarecimento ue identificasse seus limites de forma a evitareu6vocos e transtornos

Hem o Aovem deve ser induido a acampar ue emancipado tudo pode nem os pais devemima$inar ue se livram de responsabilidades adolescncia 2 uma preparaccedilo para a e(istncia

adulta Viv-la em plenitude ainda ue aduirindo paulatinas responsabilidades 2 um direitoinalienvel

Notas

9 gt lhar do dolescente nX Y1gt pp F 5 Especial evista 7ente e C2rebro

B Op Citada - Especial evista 7ente e C2rebro 5 pp BKRG

O rt F do EC 3Q proiido qualquer traalho a menores de quator=e anos de idade salvona condiccedilatildeo de aprendi= foi derro$ado pela nova redaccedilo do art KL III da ConstituiccediloPederal a partir da Emenda Constitucional nL B assim dispotildee+ gt proiiccedilatildeo de traalho noturno

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perigoso ou insalure a menores de de=oito e de qualquer traalho a menores de de=esseis anos salvo na condiccedilatildeo de aprendi= a partir de quator=e anosgt

D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

rt BB da Constituiccedilo Pederal F rt B da ei 9BFR

K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

rt GL do Coacutedi$o Civil

gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

9 gtomentaacuterios ao statuto da gtrianccedila e do dolescente pp FG 5 7alampeiros BD

9D pp BF- 7alampeiros BG

9G Como entende amio E e Jesus em seu gtdigo de rocesso enal notado 3pp DF 58araiva BD

9F

Ho ensaio gt enores e Eoucosgt TOSI8 afirma ue o conceito de gtdiscernimento dedific2lima apreciaccedilatildeogt tornaria gt poss2vel na falta de qualquer restriccedilatildeo legal ser descoerto pelo ui= ateacute em uma crianccedila de 7 anosgt

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D rt 9G9K do Coacutedi$o Civil 3aos deesseis anos com autoriaccedilo dos pais

G

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K rt 9D da Constituiccedilo Pederal

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gtrt 9FG E(tin$ue-se o poder familiar+ I - pela morte dos pais ou do filampo II - pelaemancipaccedilo nos termos do art Go par$rafo nico III - pela maioridade IV - pela adoccedilo V - por deciso Audicial na forma do arti$o 9Fgt

9 rt 9F O direito ) liberdade compreende os se$uintes aspectos+ I - ir vir e estar noslo$radouros pblicos e espaccedilos comunitrios ressalvadas as restriccedilotildees le$ais 3

99 gtrt B 4 proibida a ampospeda$em de crianccedila ou adolescente em ampotel motel penso ouestabelecimento con$nere salvo se autoriado ou acompanampado pelos pais ou responsvelgt

9B gtrt GL Henampuma crianccedila ou adolescente ser obAeto de ualuer forma de ne$li$nciadiscriminaccedilo e(ploraccedilo violncia crueldade e opresso punido na forma da lei ualueratentado por accedilo ou omisso aos seus direitos fundamentais rt FL Ha interpretaccedilo desta eilevar-se-o em conta os fins sociais a ue ela se diri$e as e(i$ncias do bem comum os direitos edeveres individuais e coletivos e a condiccedilo peculiar da crianccedila e do adolescente como pessoas emdesenvolvimentogt

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do Adolesente Jus Navigandi0 Teresina0 ano 120 n 17270 24 ar 2 Disonvel e+89tt+jus2uolo$rdoutrinatextoasidlt11amp= Aesso e+ 24 ar 2