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Cartliha ECA

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Rede de

Proteção

Integral á

Criança e ao

Adolescente

Governo Federal República Federativa do Brasil Ministério da Educação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Universidade Federal de Goiás

Rede de

Proteção

Integral á

Criança e ao

Adolescente

Goiânia, 2012.

CENTRO INTEGRADO DEAPRENDIZAGEM EM REDE

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

GPT/BC/UFG

B823r

Brasil. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior. Universidade Federal de Goiás.

Rede de proteção integral à criança e ao adolescente /

Coordenadora Elma Valéria Lopes ; Autores Adriana dos Santos

Prado ... [et. al.]. – Goiânia : UFG/Ciar ; FUNAPE, 2012.

46 p. : il., color.

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.

1. Criança – Direitos. 2. Adolescente – Direitos.

CDU: 343.121.5

FICHA TÉCNICA

ReitoriaEdward Madureira Brasil

Pró-Reitoria De GraduaçãoSandramara Matias Chaves

Coodenação Geral do Curso Estatuto da Criança e do Adolescente Elma Valéria Lopes

AutoresAltina Abadia da SilvaAdriana dos Santos P. SadoyamaElma Valéria LopesHeloisa Vitória de CastroMaria do Carmo MoralesMaristela Vicente de PaulaNeila Maria Mendes BorgesNormalene Sena de Oliveira

Direção do Centro Integrado de Aprendizagem em Rede (CIAR)Leonardo Barra Santana de Souza

Coordenação de Produção e Comunicação ImpressaAna Bandeira

Revisão PedagógicaHeloisa Vitória de Castro Paula

Revisão Linguística Maluhy AlvesLeila Diniz

+LZPNU�.YmÄJV���7YVQL[V�,KP[VYPHSEquipe de Publicação Ciar

Editoração e Ilustração Leandro Abreu

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA é mundialmente reconhecido como um dos documentos mais avançados de defesa e garantia dos direitos das crianças e dos ado-lescentes, por fazer com que a infância desvalida deixe de ser assunto de polícia para ser prioridade na agenda das políticas públicas do Estado.

O ECA é um instrumento legal e eticamente constituído para fortalecer o desenvolvimento e a potencialidade de vida das crianças e dos adolescentes brasileiros. Sem ele, nossa sociedade estaria politicamente muito mais frágil no tocante às necessidades e ao tratamento dado a esses gru-pos sociais.

A elaboração deste conteúdo foi produzida pela equipe do curso de extensão: Estatuto da Criança e do Adolescente para que possamos conhecer o estatuto, entender as Redes de Proteção Integral e as suas diretrizes e seus desdobra- mentos dentro da sociedade.

Esperamos que este material possa trazer contribuições para todos que trabalham no resgate da cidadania de crianças e de adolescentes.

1. O QUE SÃO AS REDES DE PROTEÇÃO?...................................

2. O QUE É O SUAS?................................................................

3. ESTRUTURA DA REDE DE PROTEÇÃO MUNICÍPIO ..................

4. FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - (FMDCA) .................................

5. CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (CMDCA) E O FUNDO..................................

6. FLUXOGRAMAS DA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................

CONCLUSÃO.............................................................................

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Sumário

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1O que são

as redes de proteção?

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1.1 Como a rede aparece no ECA?

Para fazer com que o Eca se materialize em direitos garan-tidos à criança e ao adolescente é importante que várias pessoas se mobilizem para formar uma REDE de proteção. ,Z[H�9,+,�WVKL�ZLY�LU[LUKPKH�H�WHY[PY�KH�KLÄUPsqV�KH�WY}-pria palavra REDE. No dicionário da língua portuguesa LZ[H�WHSH]YH�WVKL�ZLY�KLÄUPKH�JVTV�¸LU[YLSHsHTLU[V�KL�ÄIYHZ�X\L�ZqV�SPNHKHZ�WVY�U}Z�V\�LU[YLSHsHKHZ�UVZ�WVU[VZ�de cruzamento”. E esta é a característica da REDE, iniciati-vas que são ligadas e amarradas, em busca de um mesmo objetivo: Garantir a proteção da criança e do adolescen-te. Em seu sentido mais amplo, a Rede de Proteção está prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), constituindo uma estratégia indispensável na arquitetura do conceito de Proteção Integral.

A rede aparece em três níveis no ECA:

EM PRIMEIRO LUGAR · em seu sentido mais abrangente, UV�HY[PNV������HV�HÄYTHY�X\L�H�LML[P]HsqV�KVZ�KPYLP[VZ�KH�JYPHUsH�L�KV�HKVSLZJLU[L�t�¸KL]LY�KH�MHTxSPH��KH�JVT\UP-dade, da sociedade em geral e do Poder Público”.

EM SEGUNDO LUGAR Ç�UV�ZLU[PKV�HZZPZ[LUJPHS��V�,*(�HÄYTH�UV�HY[PNV����X\L�¸H�WVSx[PJH�KL�H[LUKPTLU[V�KVZ�KPYLP[VZ�KH�criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto ar-ticulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”

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E EM TERCEIRO LUGAR · no caso de atos infracionais, o ar-[PNV�����PUJPZV�=��WYL]v�H�¸PU[LNYHsqV�VWLYHJPVUHS�KVZ�}Y-gãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segu-rança Pública e Assistência Social, preferencialmente em mesmo local, para agilização do atendimento inicial ao adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional.”

1.2 A Rede como estrutura horizontal

Como vimos anteriormente, a REDE se forma com a cola-boração de várias iniciativas, ou seja, ela acontece de for-ma coletiva. A estrutura da REDE é horizontal, não há uma hierarquia, todos trabalham no mesmo nível e de forma articulada. A constituição da rede se dá como elaboração coletiva e adesão consciente a um projeto de ação em co-T\T��7VY�Z\H�WY}WYPH�KLÄUPsqV��H�9,+,�t�\T�VYNHUPZTV�em que todos participam e em que todos decidem, por isso é uma organização horizontal.

1.3 A Formação da rede

1.3.1 Construção de um processo de convencimento

+PZJ\ZZqV� L� KLJPZqV� JVSL[P]H� L�� WVY� V\[YV� SHKV�� H� KLÄUPsqV� do objetivo.

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1.3.2 Definição do objetivo comum

Tem uma resposta inicial imediata: garantir a proteção in-[LNYHS��5VZ�[LYTVZ�KV�,*(��PZZV�ZPNUPÄJH�NHYHU[PY�VZ�KPYLP[VZ�das crianças e dos adolescentes em torno de cinco grandes áreas de proteção:

�� Vida e saúde

�� Liberdade, respeito e dignidade

�� Convivência familiar e comunitária

�� Educação, cultura, esporte e lazer

�� 7YVÄZZPVUHSPaHsqV�L�WYV[LsqV�UV�[YHIHSOV

1.3.3. Diagnóstico

6�KPHNU}Z[PJV�t�V�¸THYJV�aLYV¹��V�WVU[V�PUPJPHS��V�YL[YH-to de uma realidade que deverá ser alterada pelas ações desenvolvidas pela rede de proteção integral.

1.3.4 Sustentabilidade

Para se consolidar como estrutura horizontal, a Rede de Proteção Integral precisa possuir um certo grau de au-[VZZ\ÄJPvUJPH��:L�LSH� MVY�KLWLUKLU[L�HWLUHZ�KL� YLJ\YZVZ�públicos, repasses de verbas ou convênios acabará sendo incorporada ao poder público, convertendo-se novamente em uma estrutura vertical.

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1.3.5 Ações de comunicação, divulgação e publicidade

Tal processo de comunicação deve se dar, portanto, após o início da consolidação da para que seja possível apre-sentar o planejamento das ações e as necessidades de re-cursos de forma clara, convincente e com credibilidade.

1.3.6 Como a rede se apresenta à sociedade?

Na formação de um Fórum com a participação de enti-dades, de um comitê representativo, de uma comissão de comunicação.No entanto, o próprio ECA fornece uma so-lução muito boa: o Conselho Municipal dos Direitos. De HJVYKV�JVT�V�,*(��V�*VUZLSOV�t�\T�}YNqV�¸KLSPILYH[P]V�L�controlador das ações”. Cabe a ele elaborar um plano mu-UPJPWHS�WHYH�H�mYLH�KH�JYPHUsH�L�KV�HKVSLZJLU[L�L�KLÄUPY�H�aplicação dos recursos do fundo municipal.

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2O QUE É

O SUAS?

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2.1 Sistema Único da Assistência Social

Dentro da formação da REDE se encontra o Sistema Ùnico da Assistência Social (SUAS), responsável por regularizar e organizar em todo território nacional ações sócio assis-tenciais. Estas ações são baseadas nas orientações da nova Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Os servi-ços, programas e benefícios têm como objetivo atender às famílias, seus membros e indivíduos, estando as suas ações focadas no desenvolvimento das potencialidades de cada um e no fortalecimento dos vínculos familiares. Nesta concepção, o SUAS é a organização de uma rede de serviços, ações e benefícios de diferentes complexi-dades que se reorganizam por níveis de proteção social: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial. Vamos compreender o papel de cada um destes níveis, seus des-dobramentos e funções:

2.1.1 Proteção Social Básica

Objetiva prevenir as situações de risco através do desenvol-vimento de potencialidades e aquisições, destinado a popu-lação em situação de vulnerabilidade social, em decorrência da pobreza, privação, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos relacionais (dis-JYPTPUHs�LZ�L[mYPHZ��t[UPJHZ��KL�NvULYV��V\�WVY�KLÄJPvUJPHZ��

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�� Os serviços, projetos e benefícios da rede de proteção básica são desenvolvidos nos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS.

2.2 O que é o CRAS?

É uma unidade pública estatal, localizada em áreas de vul-nerabilidade social, tem o papel de realizar ações de pro-teção social básica. O trabalho do CRAS é propor ações preventivas que visem minimizar e superar as desigualda-des sociais.Também é papel do CRAS, organizar e coorde-nar a Rede de Serviços Sócioassistenciais locais. O CRAS promove ações de inclusão sócio-familiar-comunitário, re-alizando: Acolhida e recepção, Escuta e encaminhamento, 6ÄJPUHZ�KL�NLYHsqV�KL�YLUKH�L�H[LUKLUKV�NY\WVZ�KP]LYZVZ�como crianças, adolescentes, adultos e idosos.

2.2.1 Os Programas Desenvolvidos pelo CRAS

�� PAIF – Programa de Atenção Integrado às Famílias

�� Bolsa Família

�� Proteção Social Básica a Infância e Juventude

�� Agente Jovem

�� Proteção Social Básica a Pessoa Idosa

�� 7YV[LsqV�:VJPHS�)mZPJH�H�7LZZVH�JVT�+LÄJPvUJPH

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2.3 Proteção Social Especial (PSE)

(Média e Alta Complexidade)

Destina-se a família e indivíduos em situção de risco pes-soal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou ameaçados. Diferente da Proteção Social Básica que tem um caráter preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com os níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o siste-ma de garantia de direito, exigindo uma gestão mais com-plexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e com outros órgãos e ações do Executivo. Na PSE estão inseridos os Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS).

2.4 O que é o CREAS?

É uma unidade pública e estatal, integrante do SUAS. Os serviços ofertados no Centro de Referência Especializada de Assisntência Social (CREAS) devem ser desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas. Presta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos com seus direitos violados por ocor-rência de negligência e abandono; Ameaças e maus tratos;

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Violações Físicas e psíquicas e Discriminações Sociais. O CREAS promove ações voltadas à capacitação de pro-ÄZZPVUHPZ�KL�ZH�KL��JVUZLSOLPYVZ�[\[LSHYLZ�WHYH�WYL]LUsqV�e combate a violência contra crianças e adolescentes, realiza cursos de inclusão produtiva para adolescentes e famílias e Seminários que combatem qualquer tipo de vio-lência a indivíduos e grupos

2.4.1 Os Programas Desenvolvidos pelo CREAS

�� Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI);

�� Programa de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

�� 7YV[LsqV�:VJPHS�n�WLZZVH�JVT�KLÄJPvUJPH�

�� Rede Abrigo - Proteção Social Especial a criança, ao adolescente e à juventude.

A REDE municipal deve ser estrutura a partir da atuação de vários órgãos que visem garantir a segurança e o bem-estar da criança e do adolescente. Para que haja uma REDE de proteção no município deve haver a participação dos ór-gãos e entidades apresentados a seguir.

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22

3

Estrutura da rede de

proteção M u n i c i p a l

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3.1 Órgãos de atuação executiva

�� Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente

�� Conselho Tutelar

�� Secretaria Municipal de Educação

�� Secretaria Municipal de Saúde

�� Secretaria Municipal de Ação e Promoção Social ou Correlato

Papel: Articular instituições governamentais e não gover-namentais para a efetivação de ações articuladas em de-fesa da garantia dos direitos das Crianças e Adolescentes.

3.2 Órgãos de atuação de atuação integrada

�� Secretaria do Governo Municipal ou Secretaria Municipal de Administração (ou correlato)

�� Secretaria Municipal de Assuntos Comunitários

�� Secretaria Municipal de Esporte e Lazer

�� Órgão que responde pela Cultura

�� Órgão que responde pela Comunicação

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�� Órgão que responde pelo Planejamento e Infra-estrutura

3.3 Órgãos de atuação em parceria

�� Serviços de Saúde de atendimento pelo SUS

�� Ministério Público

�� Vara da Infância e Juventude

�� Instituições de Ensino Superior

�� Terceiro Setor

3.4 As Linhas de ação da Política

de Atendimento da REDE devem

estar voltadas a:

I - políticas sociais básicas;

II - políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem;

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico psicossocial às vítimas de negligência, maustratos, explo-ração, abuso, crueldade e opressão;

IV - ZLY]PsVZ�KL�PKLU[PÄJHsqV�L� SVJHSPaHsqV�KL�WHPZ�� YLZ-ponsável, crianças e adolescentes desaparecidos;

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V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

6�,*(�KLÄUL��JVTV�KPYL[YPaLZ�KH�WVSx[PJH��H�T\UP-cipalização do atendimento, a criação dos conse-lhos de direitos e fundos da infância e a integração operacional dos órgãos dos três poderes encarre-gados do atendimento inicial a todas as formas de violação dos direitos da criança e do adolescente. Os princípios que decorrem dessas diretrizes são a descentralização político-administrativo, a partici-pação e mobilização popular e a transparência da NLZ[qV�ÄUHUJLPYH�UH�HWSPJHsqV�KL�YLJ\YZVZ�W�ISPJVZ�

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4

Fundo Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente -

(Fmdca)

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4.1 Introdução

O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-cente (FMDCA), foi criado pelo artigo 260 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), visando receber doações previstas na legislação do Imposto de Renda, para serem aplicadas em ações que visem o atendimento das crianças e dos adolescentes. Também recebe recursos provenientes do Orçamento Municipal destinado ao atendimento pres-tado às crianças e adolescentes. Tem natureza contábil e t�YLZWVUZm]LS�WVY�WYVWVYJPVUHY�VZ�TLPVZ�ÄUHUJLPYVZ�JVT-plementares às ações necessárias ao desenvolvimento das políticas voltadas à criança ao adolescente.

4.2 Fundamentação legal

Legalmente o Fundo está amparado pelo artigo 88, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Adolescente, e nos artigos 71 a 74 da Lei Federal nº 4.320/64. A criação do Fundo deverá estabelecer, no mínimo, os objetivos, a receita, a destinação dos recursos, a gestão e a execução.

4.3 Fontes de Recursos

Os recursos do Fundo Municipal advêm de doações de pessoas físicas e jurídicas (dedutíveis do imposto de ren-da conforme legislação); Valores provenientes de multas e

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penalidades administrativas; Transferências dos governos Estadual e Federal; Doações de governos internacionais; +VHs�LZ� KL� VYNHUPZTVZ� UHJPVUHPZ� L� PU[LYUHJPVUHPZ� �Ä-nanciam projetos para a infância e adolescência); Dota-ção orçamentária consignada no Orçamento Municipal; Recursos provenientes dos Conselhos Estadual e Nacional dos Direitos da criança e do Adolescente; Auxílios, contri-buições e legados destinados à criança e ao adolescente. Vale lembrar que estes recursos devem convergir em ações concretas preventivas e protetivas de garantia de direitos às crianças e adolescentes.

4.4 Destinação dos recursos

Os recursos arrecadados deverão ser aplicados em:

Programas de atendimento integral a criança e ao ado-lescente, priorizando programas de proteção especial à criança e ao adolescente em situação de risco pesso-al e social no seu desenvolvimento integral. Também na realização de projetos de pesquisa e estudos da in-fância e da adolescência do município.

Capacitação de recursos humanos para um atendi-mento adequado à criança e ao adolescente. Neste caso, a aplicação da verba para a capacitação de membros dos Conselhos Tutelares, dirigentes e moni-tores de Entidades e outras lideranças envolvidas na defesa dos direitos da criança e do adolescente.

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As políticas sociais básicas que possuem recursos para o Fundo e, que raramente são usados, fazem parte do Plano de Aplicação integrante do orçamento do Mu-nicípio. No Plano de Ação (objetivos e metas com LZWLJPÄJHsqV�KL�WYPVYPKHKLZ�X\L�H[LUKHT�H�\TH�UL-cessidade) regulariza o Plano de Aplicação (distribui-sqV�KVZ�YLJ\YZVZ�WVY�mYLH�WYPVYP[mYPH��ILT�KLÄUPKH�L�determinada pela Lei nº.:4.320/64, onde o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente terá, obrigatoriamente, que elaborar o seu Plano de Aplicação, onde constará o seu quadro de despesas, discriminando onde e quando os recursos do FMDCA serão aplicados.

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5Conselho

municipal de direitos da

criança e do adolescente

(CMDCA) e o fundo

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5.1 Introdução

O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adoles-cente (CMDCA) é um órgão público deliberativo, formulador e controlador das políticas de atendimento à criança e ao adolescente, e gestor do FMDCA tendo como objetivo ga-rantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente.

5.2 Principais atribuições

O CMDCA tem como principais atribuições:

�� Elaborar o Plano de Ação Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (objetivos, prioridades e me-tas. Também o Plano de Aplicação (distribuição dos re-cursos por área). Este último integrado à proposta orça-mentária do Município.

�� Estabelecer Políticas Públicas que garantam os direitos previstos no ECA;

�� Acompanhar e avaliar as ações governamentais dirigi-das aos direitos das crianças e adolescentes;

�� Participar na elaboração do orçamento do Município;

�� Estabelecer parâmetros e as diretrizes para aplica-ção dos recursos;

�� Acompanhar e avaliar a execução, desempenho e re-Z\S[HKVZ�ÄUHUJLPYVZ�KV�-\UKV"

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�� Solicitar as informações sobre a gestão do cargo do Fundo;

�� Registrar todas as atividades e ações do Fundo;

�� Fiscalizar os programas desenvolvidos com recur-sos do Fundo.

5.3 Administração, controle

Ao CMDCA caberá administrar, controlar e prestar contas do Fundo Municipal. Ele estará responsável em controlar as doações recebidas mensalmente, documentando e en-caminhando à Unidade da Receita Federal dentro dos pra-zos estabelecidos. Por ser uma conta pública, caberá ao CMDCA tornar igualmente público a prestação de contas KHZ�KVHs�LZ��6�-\UKV�4\UPJPWHS�t�\TH�¸<UPKHKL�KH�(K-ministração Direta”, desta forma é contabilmente adminis-trado pelo Poder Executivo, devendo, portanto, o CMDCA com seu gestor prestar contas ao Tribunal de Contas. Todo e qualquer recurso recebido, transferido ou pago pelo Fun-do deve ser registrado e devidamente contabilizado pelo Município para prestação de contas.

5.4 Roteiro de providências.

Para criação e funcionamento do Fundo serão necessários os seguintes passos:

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�� Providência do Poder Executivo;

�� Elaboração do Projeto de Lei constituindo o Fundo pela comunidade (elaboram o Projeto de Lei constituindo o Fundo);

�� Prefeito Sanciona;

�� Criação dos Conselhos (diretor, tutelar);

�� Prefeito regulamenta por decreto;

�� O chefe do Executivo designa através de Portaria o Administrador do Fundo;

�� O administrador abre uma conta em um banco estatal, sendo esta, a conta do Fundo;

�� Elaboração do Plano de Ação;

�� Montagem do Plano de Aplicação;

�� Aprovação do orçamento pelo Poder Executivo que a envia ao Legislativo;

�� Recebimento dos recursos;

�� Execução das despesas, o administrador segue o Plano de Aplicação elaborado;

�� Prestação de contas, ao Executivo Municipal, Legislativo Municipal, Tribunal de Contas e Minis-tério Público.

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6Fluxogramas da organização da

Rede de Proteção da criança e do

adolescente

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Os seguintes Fluxogramas representam a organização da REDE de proteção da criança e do adolescente e como os participantes desta REDE se articulam como órgãos de garantia de direitos e proteção da criança e do adolescente nas ações protetivas e preventivas.

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3838

3939

4040

4141

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Conclusão

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Pensar a criança e o adolescente como sujeitos de direitos perpassa pela necessidade de conhecermos quais são os direitos que devem ser garantidos a esses sujeitos. Para isso t�PTWVY[HU[L�LZ[HYTVZ�JPLU[LZ�KV�UVZZV�WHWLS�JVTV�ÄZJHPZ�da garantia desses direitos, sendo importante ter claro que existem políticas públicas voltadas à criança e ao adoles-cente que precisam ser cumpridas. Este material busca esclarecer que a REDE surge da motivação da sociedade em garantir ações que protejam e previnam atos de negli-gência contra estes sujeitos. É importante destacar que o Estatuto da Criança e do Adolescente, por si só não atende as particularidades da criança e do adolescente, para que ele se efetive é importante que a Rede de Proteção esteja articulada coerentemente com a demanda da sociedade. 6�Å\_VNYHTH� HWYLZLU[HKV�� MVP� WLUZHKV� JVTV� MVYTH� KL�dar visibilidade para o papel e responsabilidade de cada membro da REDE, desta forma, norteando o cidadão e as instituições que lidam com a criança e o adolescente, so-bre o acesso aos atendimentos proporcionados pela REDE.

Este material assume, portanto, uma preocupação que vai além da questão formativa. Assumimos o nosso papel como multiplicadores do conhecimento dos direitos da criança e do adolescente, buscando desta forma, explicitar à sociedade que há Políticas públicas, Fundos Municipais e Conselhos Municipais que devem atuar efetivamente em prol da criança e do adolescente e que podem ser repre-sentados pela sociedade.

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