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1 CLECA Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo Delimitação do Tema: Como Trabalho de Conclusão de Curso, foi escolhido um grande equipamento de lazer a ser projetado para a cidade de Amparo o Centro de La- zer, Esporte e Cultura de Amparoque por suas características, como educação e entretenimento público, prometem um grande incentivo para toda popu- lação da cidade a usufruir desse equipamento, pois sua proposta envolve justamente o que as pessoas procuram: diversão, saúde e aprendizagem; numa área importante e de fácil acesso para a cidade O CLECA é primeiramente um grande espaço planejado para se promover exposições, oficinas, esportes e eventos em geral, procurando propor- cionar algo vantajoso que agregue aos freqüentadores do local, como integridade social, recreação, bem-estar e, sobretudo, melhor qualidade de vida. O projeto oferece uma grande variedade de atividades que podem ser exploradas por todas as idades; defende o contato com a natureza, mesmo em pleno centro urbano - a proposta é aproximar as pessoas da área verde com sensação de bem-estar ao visitar o local para que elas se conscientizem de sua impor- tância; e possam usufruir de todas as atividades oferecidas. Não menos importante, a proposta arquitetônica é um aspecto que conta muito na descrição desse projeto, pois a intenção é de sua estrutura e vo- lumetria gerar um grande impacto visual em um grande vazio urbano, integrando-se com o novo Parque Linear, estendido por toda a avenida onde localiza o CLECA, modificando as percepções dos que avistam a área. Além de ser um marco para o entretenimento amparense, será também um marco para a urbanização da cidade. Resumidamente, o CLECA é um complexo de atividades recreativas voltado a todos os cidadãos amparenses de todas as idades e de todas as clas- ses sociais, concentrado em um edifício, cujo objetivo principal é atrair pessoas a fazerem um programa divertido e diferente do que já existe na cidade. O fato de não ter nada parecido em Amparo é um grande diferencial para que o projeto torne realidade, afinal sempre pensamos em algo inovador e atraente, que traga referências boas da cidade, benefícios a ela mesma e a população que a habita.

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1 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

Delimitação do Tema:

Como Trabalho de Conclusão de Curso, foi escolhido um grande equipamento de lazer a ser projetado para a cidade de Amparo – o Centro de La-

zer, Esporte e Cultura de Amparo– que por suas características, como educação e entretenimento público, prometem um grande incentivo para toda popu-

lação da cidade a usufruir desse equipamento, pois sua proposta envolve justamente o que as pessoas procuram: diversão, saúde e aprendizagem; numa

área importante e de fácil acesso para a cidade

O CLECA é primeiramente um grande espaço planejado para se promover exposições, oficinas, esportes e eventos em geral, procurando propor-cionar algo vantajoso que agregue aos freqüentadores do local, como integridade social, recreação, bem-estar e, sobretudo, melhor qualidade de vida. O projeto oferece uma grande variedade de atividades que podem ser exploradas por todas as idades; defende o contato com a natureza, mesmo em pleno centro urbano - a proposta é aproximar as pessoas da área verde com sensação de bem-estar ao visitar o local para que elas se conscientizem de sua impor-tância; e possam usufruir de todas as atividades oferecidas.

Não menos importante, a proposta arquitetônica é um aspecto que conta muito na descrição desse projeto, pois a intenção é de sua estrutura e vo-

lumetria gerar um grande impacto visual em um grande vazio urbano, integrando-se com o novo Parque Linear, estendido por toda a avenida onde localiza

o CLECA, modificando as percepções dos que avistam a área. Além de ser um marco para o entretenimento amparense, será também um marco para a

urbanização da cidade.

Resumidamente, o CLECA é um complexo de atividades recreativas voltado a todos os cidadãos amparenses de todas as idades e de todas as clas-

ses sociais, concentrado em um edifício, cujo objetivo principal é atrair pessoas a fazerem um programa divertido e diferente do que já existe na cidade.

O fato de não ter nada parecido em Amparo é um grande diferencial para que o projeto torne realidade, afinal sempre pensamos em algo inovador

e atraente, que traga referências boas da cidade, benefícios a ela mesma e a população que a habita.

2 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

Justificativa:

A cidade de Amparo, que abriga pouco mais de 60.000 habitantes (fonte retirada do site www.amparo.sp.gov.br), tem grandes realizações na

questão do lazer, como o Festival de Inverno, Carnaval na avenida, shows no Paço Municipal, mas nada não-sazonal. Essas realizações acabam se concen-

trando em apenas algumas épocas do ano. Observa-se também, que por toda a cidade, encontramos muitos bares, pubs e danceterias para todas as clas-

ses sociais, porém abrange uma faixa etária um pouco restrita, geralmente jovens de 18 a 30 anos que freqüentam esses lugares. Podemos encontrar ape-

nas restaurantes e um clube no centro da cidade que oferece eventos destinados aos mais velhos que gostam de saírem à noite para se divertirem.

Por esta razão – a falta de um equipamento atrativo às pessoas de todas as idades – o CLECA é importante pelo simples fato de oferecer, não só o

esporte e o lazer em si, mas o aprendizado e informações que as pessoas precisam para sair de lá com conhecimentos úteis que agreguem em suas vidas

profissionais e pessoais. Percebemos, como cidadãos amparenses, que há falta de um espaço permanente dirigido a um programa saudável disponível nos

finais de semana ou em dias de semana. Uma das maiores razões do projeto é a grande influência que o lazer tem na vida das pessoas, e consequentemen-

te na própria sociedade.

De todas as pesquisas realizadas sobre esse tipo de estabelecimento voltado ao lazer público na cidade de Amparo, a grande maioria se limita a um

local específico para esportes, outro específico para exposições, e assim por diante, não temos isso em um lugar só. Portanto, um misto de todas essas

atividades, unindo entretenimento, cultura e saúde, pode-se mudar esse conceito de isolar cada modalidade separadamente, permitindo assim que as pes-

soas passem o dia como quiserem e onde quiserem num mesmo local.

Importante registrar nessa justificativa, que um estabelecimento de grande porte, atraente aos olhos do público, é um grande diferencial na eco-

nomia da cidade, tanto por colaborar com a qualidade de vida dos próprios habitantes, como pelo fato de atrair pessoas de todos os lugares, já que o gran-

de foco da cidade é esse, se tornar uma cidade reconhecidamente turística. É necessário e urgente ser generoso com a cidade!

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Estudos de Casos

Primeiro Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza – CUCA

Projeto vencedor 1° Lugar no Concurso Nacional de Idéias (2006)

Autores: Suzuki Arquitetura - Eduardo Hideo Suzuki e Any Kig Kanabushi, Londrina - PR

Local do projeto/obra: Fortaleza - CE

TERRENO 14.506,00m²

A CONSTRUIR COBERTA 5.686,51m²

A CONSTRUIR DESCOBERTA 3.609,40m²

Fig. 1. Perspectiva geral do CUCA, retirada do site www.vitruvius.com.br; acessado dia 23/03/09

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Através deste Centro Urbano os objetivos da proposta de oferecerem programas esportivos, artísticos e culturais pretendem estimular e integrar a

Cultura, Arte, Ciência e Esporte em Fortaleza.

Em seu programa, os setores foram divididos e organizados por três volumes principais: teatro, atividades múltiplas/ administrativas e o ginásio po-

liesportivo coberto. Além das áreas descobertas: quadra

de areia/apoio; praça de exposições; piscina; teatro de

arena/esportes radicais e quadra polivalente.

A idéia é fundamentada em critérios espaciais

dispostos de forma funcional e racional através de sua

distribuição com facilidade nos acessos para as pessoas

circularem, misturando o dentro e o fora integrado um

com o outro para que pudessem manter uma relação

dinâmica e flexível entre eles .

O diferencial nos espaços do projeto é permitir a

integração espacial e visual de todos os setores. Propõe-

se que o centro de convivência ganhe visibilidade; inclu-

são artística e cultural visando comunicabilidade por

toda a comunidade.

O projeto agrega valores no cotidiano das pes-

soas, através de elementos marcantes da paisagem e

marcos de caráter expressivo da cultura local.

Fig. 2. Implantação, retirada do site www.vitruvius.com.br; acessado dia 23/03/09

5 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

Fig. 3. Vista frontal perspectivada do CUCA, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09.

O projeto propõe nas fachadas frontais dos edifícios a intervenção dos jovens da comunidade, com iniciativas que estimulem a pintura, desenhos e

grafismos; são manifestações do artesanato e cultura local, que através de suas expressões na parede como desenvolvimento artístico, valoriza o compro-

misso com esse espaço público, sua conservação e zelo.

Fig. 4. Perspectiva do portal de entrada, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09.

6 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

Na praça de convivência central foram localizados: a guarita e segurança da entrada principal; salas de atividades de múltiplo uso; sanitários; setor

de serviços; área para exposições; área para reuniões e espaços agregados ao bloco do teatro. No espaço anexo foi localizada a quadra de areia para a prá-

tica das mais diversas atividades esportivas.

Fig. 5. Vista 180° da praça, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09.

Este plano possui flexibilidade de uso como da praça de convivência para a realização de vários eventos culturais como festas, exposições, apresen-

tações teatrais e circenses. Sua localização possibilita conforto acústico e térmico para os ambientes do edifício principal, pelo sombreamento em grande

parte do dia e ventilação predominante na região.

Fig. 6 e 7. Croqui praça interna à dir. e Croqui lanchonete à esq., retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09.

7 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

Junto à proposta de vestiários da piscina, propõe-se um grande mirante agregado à lanchonete (fig.7), onde é possível a visualização da paisagem

exuberante ao entardecer, com vista do pôr do sol, do horizonte, do rio e do mar.

No plano da piscina, há um nível mais raso de uso infantil com jatos d’água. Neste mesmo plano se propõe um espaço para estar, vestiários, sanitá-

rios, apoio técnico, acesso ao teatro de arena, área para a prática de esportes radicais e ao ginásio descoberto.

Fig. 8. Corte esquemático, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09

No nível mais baixo do complexo foi localizado o teatro de arena, a quadra poliesportiva descoberta, o espaço para a prática de esportes radicais, a

segunda praça de convivência, área de caminhada e amplo espaço para a instalação de gazebos móveis de acesso livre para a realização de apresentações

e pequenas feiras de artesanato, alimentação, etc.

Fig. 9. Perspectiva do teatro de arena e quadra descoberta, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09.

8 CLECA – Centro de Lazer Esporte e Cultura de Amparo

A volumetria foi definida funcionalmente de acordo com o programa e necessidades do conjunto. A permeabilidade visual e sua exploração paisa-

gística foram determinantes.

Fig. 10. Croqui volumetria geral, retirada do site www.vitruvius.com.br acessado dia 23/03/09

CUCA X CLECA

Como pôde ser visto, a grande descrição do projeto do CUCA é praticamente idêntica ao que foi proposto no CLECA. Esse projeto em Fortaleza,

voltado à cultura, arte, ciência e esporte, é exatamente a proposta-base deste trabalho.

Sua localização tem aspecto muito parecido com os acessos e as características da área escolhida para o CLECA, pois ambos terrenos são contor-

nados por Avenidas, tem uma espécie de Parque Linear, tem a mesma dimensão de escala, e ficam em um local onde ganham uma visibilidade maior para

quem circula pela área. Tomando todos esses aspectos como base, facilita muito na visualização da implantação em relação aos fluxos, acessos, e funcio-

nalidade do local comparando um projeto e outro.

Este projeto me chamou atenção como um todo, na sua distribuição interna, na preocupação com as atividades destinadas ao público, seu progra-

ma e sua volumetria horizontal afim de aproveitar ao máximo a dimensão do terreno. É um projeto do mesmo porte que o CLECA, um equipamento muito

bem aproveitado pela cidade com escala ideal para as necessidades da cidade.

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Estudo de Caso

SESC Santo André, São Paulo

Centro de lazer e cultura do Sesc Santo André

Autor: Tito Lívio Frascino

Data: 2002

Área do terreno: 31.684,87 m²

Área construída: 24.871,37 m²

Capacidade de atendimento: 6.000 pessoas/dia

Fig. 11. Entrada SESC Santo André, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

Em uma área construída de 24.871m2, o Sesc Santo André disponibiliza os seguintes equipamentos e instalações: teatro com 303 lugares; centro de

eventos para abrigar grandes exposições e espetáculos; Internet livre, com 25 estações conectadas à rede em alta velocidade; biblioteca com 4 mil títulos;

salas de múltiplo uso, com dois ambientes; área de convivência destinada ao convívio social, ao descanso e à leitura; parque aquático composto de piscina

para natação e recreação infantil, além de extensa área de solário; quadras cobertas; salas para atividades físicas, sendo uma para expressão corporal, uma

para condicionamento físico com aparelhos e duas para ginástica geral, com divisórias retráteis; clínica odontológica, com quatro consultórios, uma sala

para educação e higiene bucal; e lanchonetes, uma para a área de convivência e o centro de eventos, uma para a área de piscinas e uma para as quadras

cobertas, e estacionamento com 290 vagas para automóveis e 13 vagas para motos.

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A conformação do sítio definiu o partido para o projeto do novo Sesc Santo André, na Grande São Paulo: uma grande curva destaca o traçado da fachada e acompanha o desenho da alça viária que limita o terreno.

Fig. 12. Croqui volumetria geral, imagem retirada da Revista Projeto Design, abril 2002

O projeto arquitetônico, de Tito Lívio Frascino e Vasco de Mello, foi concebido levando em consideração a filosofia comum às demais unidades da

instituição: os cuidados com segurança, conforto e acessibilidade. "O Sesc dedicou muita atenção à acessibilidade do público", explica Tito, "em particular

para os portadores de deficiência física, os quais têm acesso a todos os locais da unidade por rampas ou elevadores, além de dispor de sanitários e acomo-

dações apropriados”. "Outro ponto importante a assinalar", conta Vasco de Mello, "é como o Sesc faz questão de criar nos seus espaços condições perfeitas

para que o trabalhador do comércio, sua família e a comunidade em geral tenham valorizada sua dignidade ao freqüentar o local."

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A construção, que se desenvolve horizontalmente, ocupa o eixo maior do terreno e acomoda-se ao pronunciado desnível, de maneira a solucionar o programa em três níveis.

O bloco principal abre-se em dois volumes: uma grande cobertura me-tálica sobre as quadras esportivas e um pergolado que recobre toda a área ex-terna ligada à piscina da unidade. A malha metálica modular cria sombra para o solário, piscina, parte da lanchonete, e para a piscina aquecida, projetada em nível mais baixo.

A entrada de público e veículos ganhou uma praça de estacionamento, onde se destaca o grande arco do portal. Nesse local, foram projetados, ainda, um estacionamento coberto, com acesso por rampa localizada na extremidade lateral do terreno, e outro a céu aberto, do lado externo da edificação, em área da prefeitura.

Ao lado do arco, a rampa de pedestres, com a mesma conformação em curva da fachada, conduz o visitante ao local de recepção, informações e inscri-ções. À esquerda da recepção, estão os serviços odontológicos e da administra-ção. À direita, estão o foyer e o teatro, projetado com a consultoria do arquiteto e cenógrafo José Carlos Serroni.

Fig. 13. Implantação, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

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Internamente, pilares de concreto sobem junto à fachada em curva da edificação e, no alto, transformam- se em vigas(fig. 14). A estrutura mista deu expressividade à obra e permitiu soluções interes-santes. Todo o embasamento da edificação, até o nível intermediário, incluindo o teatro, foi executado em con-creto.

Uma caixilharia envidraçada, com 14 m de altura e cem de comprimento, separa os espaços desse piso principal da varanda, que acompanha praticamente toda a fachada, voltada para as áreas de atividades ao ar livre. Essa longa varanda tem sua colunata porticada interrompida pelo auditório. A caixilharia interna é estrutu-ral e sobe por pilares metálicos com a mesma modulação do porticado externo. Seus elementos estruturais sustentam a viga metálica regular da cobertura.

Fig. 14. Pilares de sustentação, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

Fig. 15. Fachada de vidro, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia

19/09/09

O projeto resultou em uma edificação muito clara, com predominância da cor branca e diferentes tipos de textura, de forte impacto urbano.

“Os espaços foram pensados e organizados visando a flexibilidade, adaptação e reformulação das atividades, quando necessário”, diz Frascino.

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Fig. 16. Interno do auditório, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

Fig. 17. Volume do auditório, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

Fig. 18. Pé direito duplo, retirada do site www.arcoweb.com.br acessado dia 19/09/09

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SESC X CLECA

Atividades que colaboram para a qualidade de vida dos frequentadores são pontos fortes em um projeto que tem a intenção de atrair pessoas a um

programa diferenciado e que agregue coisas boas à comunidade, como as ações culturais e educativas, programas que visam a inclusão social pelo acesso

às tecnologias da informação, a importância que se dá ao desenvolvimento na área artística, serviços sociais, e incentivos à serviços voluntários. Por isso o

programa básico de todos os Sesc existentes no país é um grande exemplo para o CLECA, por todas essas atividades públicas, e todo tipo de recreação

realizados com muita organização e qualidade.

O Sesc Santo André foi escolhido como estudo de caso principalmente pela sua distribuição horizontal, aproveitando toda dimensão do seu terreno

delimitando também a área externa de lazer que oferece as quadras, piscinas e todas atividades ao ar livre, aspecto muito semelhante com o CLECA.

Na parte arquitetônica, o Sesc também tem um grande diferencial, em se preocupar com que sua a arquitetura privilegie a integração visual e física

entre os diversos ambientes, o que torna a obra mais atrativa e acolhedora. O CLECA não terá as mesmas características de construção do Sesc Santo An-

dré em relação as curvas e o volume diferenciado do auditório por exemplo, mas o conceito de causar um impacto no meio de tantas construções “co-

muns” em seu entorno, já é um aspecto característico dos Sesc e que é adotado no projeto do CLECA. A presença de uma fachada envidraçada também

apresenta vantagens ao CLECA em executar o pano vidro tanto por questões estéticas, econômicas (iluminação natural o dia todo) e de integração com o

exterior e interior da edificação, passando assim, uma leveza no visual e uma transparência atrativa para o público que passa no local.

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Escolha da Área

Situada na zona sul da cidade de Amparo, interior de São Paulo, a área escolhida para esse Trabalho se localiza na Avenida Doutor Carlos Burgos,

muito conhecida popularmente como a “marginal de fora”, que liga duas importantes rodovias da região.

Grande parte deste terreno é da Prefeitura Municipal de Amparo, e outra parte é de propriedade de Ecio Rosseti.

Para identificar melhor o entorno do terreno, foram destacadas as áreas principais de comércio e serviço. O local é próximo à comércios da área de

construção civil, automobilística, complexos esportivos, empresas e serviços variados, como Postos de Gasolina e Rodoviária (fig. 19).

A questão da acessibilidade também é um ponto forte do terreno, tanto para quem vem de outras cidades, como para os habitantes de Amparo,

pois o ponto estratégico de qualquer estabelecimento é estar perto de tudo, do centro da cidade, de hospital, rodovia, comércios, serviços, entre outros. É

exatamente o que o local oferece.

O terreno de vinte e um mil e setecentos metros quadrados insere-se no meio urbano-paisagístico de extrema beleza e importância atualmente por

conta do novo Parque Linear “Águas do Camanducaia”, que contorna todo trajeto do rio.

O terreno apresenta topografia plana definida pela antiga configuração de uso, o circo que visita a cidade uma vez por ano, e também alguns even-

tos realizados pela Prefeitura. O grande fluxo de pedestres e veículos funciona muito bem quando ocorrem esses eventos, e isso é uma grande vantagem n

área escolhida a ser levada em consideração no projeto. Outra característica visual do terreno são as áreas verdes, de porte baixo, como mato, e é visto ali

muita terra vermelha e pedra, porém colocada de lado formando um monte ao logo de sua extensão (fig.22).

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Fig. 19. Foto aérea geral do terreno, cedida pela Prefeitura Municipal de Amparo, no dia 06/04/09, elaborada pelo autora.

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Além de ser um grande espaço vazio, o local é muito convidativo. A partir disso, pode

se realizar um processo de renovação e revitalização ao criar um estabelecimento atrativo,

integrando com o espaço existente, causando um impacto visual, evidenciando a paisagem

local. Propõe-se que o Centro de Lazer ganhe visibilidade por estar num local bem visado.

Fig. 20. Foto aproximada do terreno, cedida pela Prefeitura Municipal de Amparo,

no dia 06/04/09, elaborada pela autora. Fig. 21. Foto ditalizada (AutoCAD) do terreno, elaborada pela autora.

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Figs. 22, 23, 24 e 25 em sentido horário. Fotos do terreno, obtida no dia 17/05/09.

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Partido do Projeto:

A grelha foi um recurso usado para promover a diagramação da volumetria, foi traçado a linha paralela ao fundo do lote e outra linha perpendicular

para formar o quadriculado (fig.26).

A grelha foi dividida em módulos de 25,00x25,o0 metros para ter maior noção de escala e área de ocupação do solo. A integração com o espaço ex-

terno também foi importante para delimitar a volumetria do edifício. Foram vários estudos até chegar ao formato ideal, que comportasse as necessidades

do programa.

Figs. 26, 27, 28 e 29 da esquerda pra direita. Desenho digitalizado sem escala(AutoCAD) de estudos de volumetria, realizada dia 18/09/09.

O espaço laranja foi reservado para estacionamento, por ser a área de mais fácil acesso pela Avenida, e o quadriculado amarelo representa o estu-

do da volumetria.

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O córrego que corta o terreno de modo transversal foi mantido rigidamente original no local interferiu muito na decisão de terminar a volumetria

do edifício por ali. Após o talude, o córrego é canalizado, mas ainda foi preservada a hipótese de não construir nada por cima no caso de algum tipo de ma-

nutenção.

Figs. 30, 31, 32 e 33 da esquerda para direita. Desenho digitalizado sem escala(AutoCAD) de estudos de volumetria, realizada dia 18/09/09.

O último desenho delimitou a volumetria e a distribuição da área de lazer. O edifício foi definido na metragem dos blocos amarelos indicados em

planta, a área de lazer ainda em estudo de distribuição já teve sua área demarcada pelos estudos da grelha.

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Conceito do Projeto:

Conceitua a proposta como um esforço para constituir um grande vazio urbano qualificado, dentro da tese de que o edifício público pode ser usado

como estratégia para a valorização da cidade. Não é apenas mais um prédio no local, em vez de uma construção em toda implantação, foi feito uma praça

com a intenção de integrar-se com o Parque Linear que contorna todo o rio.

Essa teoria se expressa na permeabilidade do conjunto – o vazio perpassa a edificação no sentido longitudinal, estruturando-se o pavimento de a-

cesso como uma praça interna, que é a extensão das áreas frontais. A frontalidade no caso é quase uma figura de linguagem, pois o acesso pode ser feito

pelas quatro faces do complexo.

Uma das características do conjunto é a maneira como estabelecem o convício entre as pessoas. Tentar refletir uma preocupação como o homem e

o lugar, sua escala e seu cotidiano através do desenho de espaços que recuperem a cidadania.Sua neutralidade é uma das maiores qualidades do projeto.

O Programa:

O projeto que se desenvolve horizontalmente ocupa o eixo maior do terreno e acomoda-se a seu pronunciado terreno nivelado, de maneira a solu-

cionar o programa em três fortes aspectos: esporte, cultura e lazer.

A unidade dispõe de dois andares. No térreo, temos restaurante, cozinha, sanitários, área de apoio, depósitos, salas múltiplo uso, academia, piscina

coberta, vestiários, brinquedoteca, playground, lan house, salão de jogos, estacionamento e administração. No pavimento superior, o teatro, salas múlti-

plo, o segundo andar da academia, que conta com quadra poliesportiva coberta e salas múltiplo uso.

Cercada por área arborizada, nos fundos do lote o parque, as árvores e as praças aliam ao zoneamento das atividades de lazer. Pista de caminhada,

praças,piscina, bar de apoio, vestiários, quadra poliesportiva descoberta, conectam-se ordenando fluxo de pessoas em variadas atividades.

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O Projeto:

O desenho retilíneo atende à preocupação básica do partido de facilitar a flexibilidade da edificação e permitir a incorporação com o espaços exter-

nos. O edifício adota formas geométricas simples e dão expressividade ao conjunto de implantação horizontal.

Sua volumetria é marcada pelo tom claro, em sutil contraste com o verde da paisagem.

À primeira vista, o portal de acesso é o grande elemento do projeto e cria visibilidade urbana para o evento. O portal tem como referência o teatro,

que além ser o elemento mais grandioso do projeto, é o que dá o destaque na fachada principal. O desenho da fachada coloca o edifício em evidência e

ganha visibilidade maior ainda pela situação do terreno, permitindo vistas de ângulos diversos pelos transeuntes do local. É marcado também pelo pé direi-

to duplo com grandes painéis de vidro que garantem integração ente o interior e exterior.

Na praça central, foi concebido um espaço público, com elementos e equipamentos típicos do desenho urbano. Foi trabalhado o piso da calçada de

forma a sugerir um prolongamento do meio externo com, interligando com a praça e atraindo para o interior do edifício, procurando levar um pouco a ci-

dade pra dentro do projeto.

No interior do edifício, em seu acesso frontal no térreo, o usuário se depara com um hall de entrada, que faz papel do foyer do teatro. O fato de ter

um foyer no andar debaixo do teatro aumenta a capacidade da platéia para antes de entrar ao evento no pavimento superior, acessado por escadas e ele-

vadores sociais nas duas extremidades desse hall. Uma cabine de informação e bilheteria fica à disposição dos usuários juntamente com duas portas de

acessos à esquerda e à direita para o restaurante, elemento central do edifício.

O restaurante conta com uma cozinha de organização industrial, elevador de serviço e áreas de apoio voltadas para o externo do edifício através do

corredor de serviços. No centro do restaurante foi sugerido um palco móvel para eventuais shows ao vivo, a distribuição das mesas e na outra extremidade,

o bloco de sanitários e elevador de serviços. A pista de caminhada invade parte do espaço do restaurante,separados com jardim causa a integridade do

interior e exterior, onde o acolhimento é convidativo por estreitar o contato com a paisagem.

Tanto pelo hall principal, como pelo restaurante, o usuário tem acesso para o salão de jogos pela lateral esquerda, onde dispõe de mesas de ping-

pong, damas, xadrez, pebolim, o espaço das crianças como a brinquedoteca e playground, e a lan house com internet livre.

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Como não existem porta nem caixilhos separando um ambiente do outro, pode-se abusar de painéis móveis, os revestimentos de piso, parede, for-

ros e mobiliários para setorizar as diferentes atividades oferecidas em um só local. Os painéis móveis é uma solução de placas de madeira (biombos) que

ficam pendurados no teto por cabos ou correntes, além de funcionar como isolador acústico pode ser utilizado como apoio para banners, propagandas,

exposição de desenhos, programas do CLECA, entre outros.

Para a conexão do entorno, foram criados eixos de circulação e sutis corredores de fora pra dentro do prédio. Para quem vem do estacionamento,

há uma passagem controlada no bloco da administração e as salas de múltiplo uso, onde se dá para a praça central, e o usuário tem as mesmas opções de

acesso de como quem vem à pé da Avenida.

A administração é praticamente um bloco independente em relação ao uso público, seu acesso se dá pelo estacionamento e é controlado entrada e

saída de funcionários através do mesmo corredor de acesso do público. Na administração estão todos os setores que ajudam o CLECA a ser organizado,

inclusive almoxarifado, copa, depósito e carga e descarga para o restaurante. Cortado pelo corredor de acesso, o bloco contém com as salas de múltiplo

uso, com recepção central, oferecida à cidade para promover reuniões, palestras, cursos, oficinas, entre outras coisas. O material utilizados para essas salas

são divisórias móveis em mdf com lã de rocha em seu interior, para ter a flexibilidade de modificar o layout dependendo do evento e isolando-as em ter-

mos de acústica e conforto ambiental.

Na face direita do edifício, se localiza a academia, onde oferece programas variados para todas as idades. A academia contém com uma recepção

central, administração, sala de avaliação, loja de artigos esportivos, salas de atividades corporais, vestiários com acesso para a piscina coberta também. As

salas de atividades corporais são usadas para uma infinidade de módulos, como yoga, ginástica, dança até mesmo reuniões e confraternizações com os

freqüentadores.

Pelo acesso à escada, o segundo pavimento da academia contém com os aparelhos de musculação distribuídos pelo andar todo, salões de apoio

para dança e atividades que dão acesso e apoio aos ensaios do teatro, pátio de atividade corporal ao ar livre, e acesso à quadra poliesportiva coberta, essa

com uma vedação diferenciada do restante do edifício, com brises móveis para entrar iluminação e ventilação natural com proteção aos usuários.

Voltando ao hall principal, temos o acesso para o grande elemento do projeto: o teatro. Ao acessar esse pavimento, o usuário aprecia de um se-

gundo foyer com espaço para descanso, café e vista panorâmica proporcionada pelo pano de vidro. O vazio no meio do foyer cria pé-direito duplo com o

foyer debaixo, facilitando ainda mais a passagem de luz natural para ambos andares. O envidraçamento reduz bastante a necessidade de iluminação artifi-

cial, essa luminosidade cria feixes luminosos nos pisos revestidos com granito branco do foyer.

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Figs. 34. Fachada principal, desenho sem escala. Elaborada pela autora, 20/10/2009

Para que a linguagem arquitetônica proposta fosse adequada em termos de conforto ambiental e acústico, foi especificado nas áreas de grande

transparência vidros duplos laminados de 8mm com vácuo aplicado entre eles, fixada por caixilhos de alumínio. A transparência nesse pavimento permite a

integração com a paisagem externa e visualizar parte da cidade.

O foyer dispõe de banheiros e acessos para outros blocos do prédio. A entrada para o teatro, situada nas duas extremidades, foi estudada com cau-

tela para que o som do evento não vazasse para o foyer, e nem do foyer para dentro do teatro. Para isso, foi criado um enclausuramento, um corredor em

concreto celular até o teto, com suas laterais abertas protegidas com cortina de pano combustível para passagem dos usuários. Essa solução foi pensada

não só na questão acústica, o enclausuramento serve também como anti-câmara para quem está no foyer.

Um elemento muito importante no acesso da platéia assim como os assentos especiais, são as rampas para cadeirantes, em todos os corredores da

platéia.

O teatro conte com 404 lugares ao todo e um palco acessível para platéia e bastidores. Nos bastidores sobe o elevador de serviço, onde os funcio-

nários têm acesso por toda circulação do teatro. Os camarins são separados pelos lados opostos, e oferecem banheiro com chuveiro e cabine para deficien-

tes físicos. Quanto ao material utilizado para a platéia foi especificado carpete, e para o palco, assoalho de madeira.

Entre os cuidados acústicos estão a laje do piso do auditório, do tipo pré-moldada.Essa área tem forro acústico com chapas metálicas perfuradas

encobrindo camadas de lã de vidro. A absorção sonora é complementada pelas poltronas totalmente estofadas e pelas luminárias laterais revestidas por

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tecidos. Em seu interior, forro de gesso, alvenaria e painéis de madeira sobre lã de vidro, trabalhados em diferentes relevos, oferecem boas condições acús-

ticas também. O arremate ficou por conta da cobertura acústica com telhas do tipo sanduíche tanto no teatro, como em todo o padrão do prédio.

Para a estrutura da construção foram adotadas vigas nervuradas do tipo invertida com modulação de 1,25mx1,25m. No pavimento térreo, a laje é

invertida por conta do jardim do pavimento superior, para facilitar a manutenção e a drenagem instalada no mesmo, assim adotando um padrão para o

pavimento todo. No pavimento superior foi adotada viga nervurada não invertida para que sua laje técnica seja mais acessível para manutenção das tubu-

lações.

A área de lazer externa, um elemento também grandioso desse projeto, é composto basicamente pela piscina, arborização, quadra poliesportiva e

praças integradas com a pista de caminhada, a qual ocupa praticamente metade do terreno. Essa pista envolve a piscina em formato sinuoso, juntamente

com as árvores que acompanham o caminho. A piscina ganha pisos em três níveis diferentes para atender a localização das espreguiçadeiras, do acesso

dos transeuntes e da boda da piscina. Seu formato de dois círculos menor e maior deu a idéia de separar por faixa etária, crianças e adultos, mas com liga-

ção entre uma e outra. A área ainda conta com o bar de apoio para lanche rápido para quem está na piscina, coberto por um pergolado e vidro. O bar aten-

de não só quem está na piscina, como quem passa pela pista de caminhada, quem está na quadra, ou simplesmente quem está dando uma volta pela praça

interna da pista.

Figs. 35. Corte da piscina área de lazer, desenho sem escala. Elaborada pela autora, 20/10/2009

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Esse contato com a natureza e o ar livre é importante para os freqüentadores do local, pois além de ter atividades diversificadas, as pessoas se

conscientizam do quanto a área verde é importante para o ambiente e qualidade de vida.

Além da arborização servir como sombra pa-

ra o local, suas diversas espécies modificam o visual

para melhor e se tornam um aprendizado para os

usuários.

Ao lado, as espécies utilizadas em todo o

projeto descritas resumidamente em tipos, porte e

características.

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Referências bibliográficas

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