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CURSO DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (NOITE) Nº 15 DATA 25/08/2016 DISCIPLINA DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSOR ROBERTO DAVID MONITOR LUIZ FERNANDO PEREIRA RIBEIRO AULA 04 Ementa: II) PODER EXECUTIVO 3) Vacância dos Cargos de Presidente da República e Vice-Presidente 4) Atribuições do Presidente da República 5) Responsabilidade do Presidente da República 6) Reeleição 7) Procedimento de Responsabilização do Presidente da República 8) Ministros de Estado 9) Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional III) PODER JUDICIÁRIO 1) Informações Preliminares 2) Conselho Nacional de Justiça CNJ 3) Ingresso na Magistratura 4) 1/5 Constitucional 5) Superior Tribunal de Justiça STJ 6) Supremo Tribunal Federal STF 7) Fundamentação das Decisões do Poder Judiciário 8) Órgãos Especiais 9) Garantias da Magistratura (Art. 95) 10) Vedações 11) Cláusula de Reserva De Plenário 12) Competências do STF 13) Súmula Vinculante

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CURSO – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (NOITE) Nº 15 DATA – 25/08/2016 DISCIPLINA – DIREITO CONSTITUCIONAL PROFESSOR – ROBERTO DAVID MONITOR – LUIZ FERNANDO PEREIRA RIBEIRO AULA 04

Ementa:

II) PODER EXECUTIVO

3) Vacância dos Cargos de Presidente da República e Vice-Presidente

4) Atribuições do Presidente da República

5) Responsabilidade do Presidente da República

6) Reeleição

7) Procedimento de Responsabilização do Presidente da República

8) Ministros de Estado

9) Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional

III) PODER JUDICIÁRIO

1) Informações Preliminares

2) Conselho Nacional de Justiça – CNJ

3) Ingresso na Magistratura

4) 1/5 Constitucional

5) Superior Tribunal de Justiça – STJ

6) Supremo Tribunal Federal – STF

7) Fundamentação das Decisões do Poder Judiciário

8) Órgãos Especiais

9) Garantias da Magistratura (Art. 95)

10) Vedações

11) Cláusula de Reserva De Plenário

12) Competências do STF

13) Súmula Vinculante

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Nesta última aula, iremos dar sequencia no tema Poder Executivo e logo após, fechando

o nosso cronograma, passaremos á analise do Poder Judiciário.

Sobre o Poder Executivo já abordamos, a Estrutura do Poder Executivo (Monocrático), a

figura do Vice-Presidente com suas competências, o sistema de eleição (Sistema

majoritário), e paramos exatamente no tópico “posse do Presidente da República e do

Vice-Presidente”. Dando continuidade, vamos tratar da vacância e outras peculiaridades

relativas aos cargos.

3) Vacância dos Cargos de Presidente da República e Vice-Presidente

Vacância é uma ausência definitiva, que vai trazer consequências jurídicas distintas

quando se der em relação só ao cargo de Presidente, ou só de Vice-Presidente, ou de

ambos simultaneamente.

Se por exemplo vagar o cargo de Vice-Presidente o que vai ocorrer? A princípio não vai

haver mudanças estruturais no poder, devendo o Presidente continuar exercendo

normalmente suas funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo.

Mas e se a Vacância se der no cargo do Presidente da República? Neste caso o Vice-

Presidente suceder-lhe-á no cargo.

“Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.”

Muito cuidado, pois o art. 79 diz que no caso de impedimento do Presidente, o Vice-

Presidente o substituirá, ou seja, durante a ausência temporária daquele este assumirá a

função de Chefe do Executivo, mas tão logo cesse o impedimento cada qual retornará

para o seu respectivo cargo. Podemos citar como exemplo os casos de viagens do

Presidente da República, ou também em caso de doença que o impeça de exercer

temporariamente as funções, etc...

Já no caso de Vacância, que se da de forma definitiva, o Vice-Presidente irá sucedê-lo,

ou seja, o Vice-Presidente assumirá o cargo de Presidente da Repúbica pelo restante do

mandato. Por exemplo, no caso de morte do Presidente, ou então afastamento definitivo

decorrente de processo de impeachment, etc..

Perceba que o Vice-Presidente é a única pessoa que sucede o Presidente da República

pelo restante do mandato.

3.1) Cadeia sucessória do Presidente da República e do Vice-Presidente

Iremos falar de outras autoridades que podem vir á assumir a Presidência da República,

mas desde já adiantamos, nenhuma dessas autoridades, em nenhuma hipótese ira

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cumprir o restante do mandato. A não ser o Vice-Presidente, ninguém mais sucede o

Presidente da República pelo restante do mandato.

Quem assume a Presidência da República em caso de impedimento ou vacância do

Presidente e do Vice-Presidente?

Nos termos do art. 80 da CR/88, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-

Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao

exercício da Presidência, respectivamente:

O Presidente da Câmara dos Deputados (representante da casa do povo)

O Presidente do Senado Federal

O Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Ocorre que, essas autoridades não assumem o restante do mandato, e vagando os

cargos de Presidente e Vice-Presidente da República deve haver uma eleição.

2 anos 2 anos |----------------------------------------|----------------------------------------|

Eleição Direta Eleição Indireta 90 Dias 30 Dias

Vagando os cargos nos dois primeiros anos será feita eleição direta no prazo de 90

dias.

Se a vacância se der nos dois últimos anos do mandato far-se-á eleição indireta no

prazo de 30 dias.

Obs: Essa é a única hipótese de eleição indireta no Brasil.

O STF estende essa regra para o Executivo no âmbito Estadual e Municipal

O que significa a Eleição Indireta? Basicamente é a eleição que o povo não vota

diretamente, ou seja, fala-se em indireta, pois quem irá votar são os representantes do

Poder Legislativo (Deputados e Senadores) no âmbito do Congresso Nacional. Neste tipo

de eleição a candidatura não sofre alteração, já que também terá indicação por partido

político, formação de chapa, candidatos aos respectivos cargos, sendo a diferença

substancial na pessoa de quem vai votar.

Ainda dentro do poder executivo, devemos chamar atenção para as atribuições do

Presidente da República.

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4) Atribuições do Presidente da República

Nosso sistema político é o sistema Presidencialista, que se contrapõe na ciência política

ao sistema Parlamentarista.

Quando se fala em sistema de governo, se trata da relação entre poder executivo e poder

legislativo. No parlamentarismo há uma maior proximidade entre essas esferas do poder,

pois, por exemplo, neste sistema de governo não tem eleição para o executivo, mas sim

para o legislativo, com indicação daquele que é chamado de Primeiro-Ministro para

governar. O membro do executivo não cumpre mandato, atuando enquanto tiver apoio

parlamentar. No presidencialismo já é diferente, há uma relação mais distante entre os

poderes. Tanto o membro do legislativo quanto do executivo cumprem mandato.

No presidencialismo o Presidente da República exerce 3 funções diferentes.

O art. 84 da CR/88 vai trazer as atribuições do Presidente da República, e dentre essas

destacamos 3 funções diferentes:

a) Cabe ao Presidente da República a representação internacional do Brasil. Nesse

aspecto o Presidente exerce função de Chefe de Estado, sendo o representante máximo

nas relações internacionais.

b) Além de Chefe de Estado, o Presidente da República é Chefe de Governo, atuando

politicamente na ordem interna, por exemplo quando veta ou sanciona um projeto de lei.

c) Atua também como Chefe da Administração Pública Federal (atuação administrativa no

âmbito da União), por exemplo provendo cargos em comissão, cargo de ministro de

estado, entre outros.

Ler com cuidado o parágrafo único do art. 84, porque vai trazer a delegação de algumas

atribuições do Presidente da República.

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal;

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XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.”

4.1) Poder normativo do Presidente da República

Quando o assunto é poder normativo do Presidente da República, primeiramente

chamamos a atenção para o inciso IV do art. 84, que traz a figura dos decretos

executivos.

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”

Qual a finalidade dos decretos executivos? Dar fiel execução ás leis, ou seja, retira o seu

fundamento de validade das leis.

Ainda que normativo, é um ato administrativo infralegal. Está na base da pirâmide,

retirando seu fundamento de validade das leis.

Não podemos deixar de destacar também o inciso VI do art. 84, que prevê os Decretos

Autônomos.

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

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É também fruto do exercício do poder normativo do Presidente da República, mas não se

confunde com o decreto executivo. Neste caso o Presidente não estará dando fiel

execução ás leis, pois como o próprio nome já diz, ele é autônomo, retirando seu

fundamento de validade diretamente da Constituição. Não precisa de uma lei para

regulamentar, ele regulamenta diretamente a constituição. Na verdade os decretos

autônomos tem força de lei, estão no mesmo nível hierárquico das leis.

Observação Importante.

O STF afirma que não se admite controle concentrado de constitucionalidade por ofensa

reflexa á constituição.

O que é ofensa reflexa á constituição? É quando um ato ofende diretamente a lei e a

constituição.

Dito isso, um decreto executivo não pode ser objeto de Ação direta de

inconstitucionalidade, porque ainda que ele ofenda a Constituição, primeiramente ofendeu

a lei, caracterizando a ofensa reflexa. Nada impede que se realize o controle difuso, no

caso concreto, para que qualquer juiz ou tribunal declare a inconstitucionalidade desse

decreto executivo, mas o controle concentrado é vedado.

Já o decreto autônomo pode ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade, pelo fato

de ser uma espécie normativa que acaba substituindo a lei, ou seja, não estaríamos

diante de uma ofensa reflexa, mas sim uma ofensa direta á constituição.

Obs: Fique atento quanto á nomenclatura. Os outros tipos de “decretos” expressos na

Constituição são apresentados com seu nome completo, como por exemplo o decreto

Legislativo, decreto autônomo, mas o decreto executivo pode aparecer só com o nome de

“decreto”. Então se questão da prova afirmar que o presidente assinou um decreto,

devemos associar ao decreto executivo.

5) Responsabilidade do Presidente da República

Quando tratamos do Poder Legislativo abordamos o estatuto dos congressistas e as

normas especiais aplicadas aos parlamentares, que dividimos em imunidade material e

imunidades formais. No que tange ao Poder Executivo temos que:

Presidente da República não possui imunidade material, mas tão somente imunidades

formais.

Quais são as imunidades formais atribuídas pela Constituição ao Presidente da

República?

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O Presidente da República não pode ser responsabilizado no período do mandato por

atos estranhos á função.

“Art. 86 § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”

Então, se por exemplo o Presidente da República cometer um crime de homicídio, será

ele responsabilizado por este crime? Sim, mas somente ao fim do mandato, ficando

suspenso o curso do prazo prescricional.

Atenção: É diferente dos parlamentares que são irresponsáveis por suas opniões palavras

e votos (imunidade material).

6) Reeleição

Dentro deste tema devemos destacar alguns pontos que são frequentemente cobrados

nos concursos públicos.

É permitida a reeleição no Brasil para os cargos do Poder Legislativo?

Sim! Essas reeleições são inclusive ilimitadas.

E para o os cargos do Executivo, é permitida a reeleição?

A partir da Emenda Constitucional nº 16 de 1987, abriu-se a possibilidade de reeleição

para os chefes do executivo. Essa reeleição é ilimitada? Não! Admiti-se uma única

reeleição.

“Art. 14 § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.”

Cuidado: O Brasil inspirou-se na reeleição Norte-Americana, mas não de forma absoluta,

pois aqui, quanto ao poder executivo, é proibida a reeleição por 3 mandatos consecutivos,

ou seja, deve haver um interstício entre as reeleições (entre a 1ª reeleição para a 2ª

reeleição). Por exemplo: Um Presidente que foi reeleito e já completou 2 mandatos, se

ficar um mandato afastado poderá concorrer de novo ao cargo? Perfeitamente possível.

O chefe do executivo não precisa se afastar do mandato para concorrer á reeleição.

Diferente seria se ele pretendesse concorrer a outro cargo, pois para isso deverá se

afastar definitivamente do mandato 6 meses antes do pleito.

Art. 14 § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

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Por exemplo, um Prefeito que queira concorrer ao cargo de Deputado Estadual, deverá se

renunciar o respectivo mandato até 6 meses antes da eleição.

No prazo de 6 meses entre a renuncia e o pleito o candidato faz jus aos vencimentos?

Não. A renúncia é definitiva e total.

E se o candidato não for eleito no cargo que almejava, deve voltar ao cargo renunciado?

Não! É um risco que o candidato corre, pois como já dito a renuncia é definitiva.

Obs: Essa regra de afastamento 6 meses antes do pleito se aplica somente aos Chefes

do Executivo, não se aplicando ao Poder Legislativo. Assim, pode um Senador concorrer

a outro cargo sem a necessidade de renúncia.

6.1) Inelegibilidade Reflexa

O cônjuge (ou companheiro) e os parentes até o 2º grau dos chefes do poder executivo

são inelegíveis no território da circunscrição do titular.

“Art. 14. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”

Obs: Isso também vale para quem substitua ou suceda o chefe do executivo nos 6 últimos

meses do mandato.

Assim temos que:

O cônjuge (companheiro) e os parentes até o 2º grau de Prefeito são inelegíveis

para qualquer cargo eletivo na circunscrição do Município.

O cônjuge (companheiro) e os parentes até o 2º grau do Governador são

inelegíveis para qualquer cargo eletivo no âmbito Estadual, ou seja, são inelegíveis

para Vereador e Prefeito nos Municípios daquele Estado, para Governador e

Deputado Estadual naquele Estado, e ainda são inelegíveis para os cargos de

Deputado Federal e Senador (cargos federais) representado por aquele estado.

O cônjuge (companheiro) e os parentes até o 2º grau do Presidente da Repúbica

são inelegíveis para qualquer cargo eletivo.

Um ponto importante e que merece destaque é em relação aos graus de parentesco,

ponto esse que gera algumas confusões e que acaba confundindo muitos candidatos na

hora da prova.

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Todas as pessoas podem ter 3 tipos de parentesco:

Obs: Não existe parentesco por adoção, pois não há diferença entre filho adotivo e filho

biológico. Então a palavra “adoção” prevista no art. 14, §7º da CR/88 não faz a menor

diferença.

Linha Reta: Parentesco com relação de ascendência e descendência.

Linha Colateral: Aquelas pessoas que não possuem uma relação de ascendência e

descendência, mas cujas linhas retas se encontram. Então são pessoas que tem

ascendente em comum, por exemplo o irmão. Perceba que não há relação de

ascendência e descendência entre irmãos, mas o pai ou a mãe é comum.

O tio de um Prefeito pode concorrer ao cargo de vereador naquele município? Sim, a

vedação do §7º do art. 14 é para parentes até o 2º grau, e conforme esquema acima, tio é

parente de 3º grau.

Obs: Na súmula vinculante nº13 que trata da vedação ao nepotismo (veda a indicação de

parentes para assunção em cargos de comissão ou confiança) é o 3º grau de parentesco.

Veja o seu teor:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Parentesco por afinidade: É o parentesco com a família do cônjuge.

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Obs1: O parentesco por afinidade não é com o cônjuge, uma vez que cônjuge não é

parente.

Obs2: O parentesco por afinidade é com a família de cônjuge, não se aplicando á família

do companheiro.

Obs3: Parentesco por afinidade vai só até o 2º grau.

Qual foi a finalidade do constituinte em relação ao §7º do art. 14? Porque se proíbe que,

por exemplo, o filho do prefeito concorra ao cargo de vereador, ou até mesmo ao cargo de

prefeito na eleição subsequente?

A ideia é evitar o uso do poder político, no caso, para eleger algum parente.

Mas e se o parente já era titular de mandato eletivo (poder legislativo/ executivo) antes da

reeleição? Nos termos da parte final do §7º, a inelegibilidade reflexa não se aplica se esse

cônjuge ou parente já for titular de mandato eletivo e concorrer á reeleição, bem como

não há impedimento para a que ambos concorram juntamente á eleição.

Obs: Imagine que o sujeito seja governador do estado e não queira “renunciar” ao

mandato e então pensa em colocar alguém no seu lugar por achar que tem esse poder

político. Como não existe ex-parente em linha reta ou na linha colateral, lhe veio á cabeça

a figura de ex-esposa. Então esse governador resolveu se separar para que sua ex –

esposa concorresse ao cargo eletivo. Pode isso?

O STF encarou a questão e editou a Súmula Vinculante nº 18, que assim dispõe:

A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

7) Procedimento de Responsabilização do Presidente da República

Conforme vimos, o Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos

estranhos ao mandato, mas a contrario sensu, atos relacionados a ele o Presidente

responde. (Art. 86, §4º) Nesta ultima hipótese, qual o foro competente para julgar as

ações movidas contra o Presidente da República?

Nas Ações Civis o Presidente responde perante a primeira instância, isto porque foro por

prerrogativa de função é exclusivo para matéria criminal. Por exemplo, é competência da

primeira instância o julgamento de ação popular proposta em face de ato do Presidente

República. Para ações criminais o Presidente da Republica possui foro por prerrogativa

de função.

Nos crimes comuns o Presidente responde perante o STF.

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Já nos crimes de Responsabilidade o Presidente da República responde perante o

Senado Federal.

“Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.”

Perceba da leitura do art. 86 acima transcrito que, em ambas as hipóteses, á abertura do

processo depende de autorização da Câmara dos Deputados, com quórum de 2/3 de

votação.

Em caso de crime de responsabilidade, admitida a acusação pela Câmara dos

Deputados, haverá um novo juízo de admissibilidade no Senado com quórum de maioria

simples. Já o julgamento definitivo pelo Senado tem quórum de 2/3.

“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles.”

Em caso de crime comum, como o titular da ação é o Ministério Público, a ação será

proposta pelo Procurador Geral República, e após autorização da Câmara por 2/3 de seus

membros, será o Presidente julgado pelo STF.

Atenção para a Súmula Vinculante nº 46

“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.”

Então as normas sobre processo de impeachment, bem como a definição dos crimes de

responsabilidade (art. 85 da CR/88) devem ser editadas pela União. Não deveria ser outro

o pronunciamento do STF ao editar esta súmula vinculante, uma vez que conforme o

inciso I, do art. 22 da CR/88 compete privativamente á união legislar sobre direito

processual.

8) Ministros de Estado

São assessores diretos do Presidente da República, tendo aqueles uma relação de

subordinação á este.

São requisitos para ser nomeado Ministro de Estado:

Ter mais de 21 anos

Ser Brasileiro (Nato ou Naturalizado)

Conhecimentos na área que irá assumir.

“Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.”

Obs: O Ministro da Defesa é o único Ministro de Estado que precisa ser Brasileiro Nato.

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“§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa”

8.1) Responsabilização do Ministro de Estado

O Ministro de Estado tem foro por prerrogativa de função no STF tanto para crimes

comuns quanto para crimes de responsabilidade, salvo se o crime de responsabilidade

praticado por ele for conexo com o do Presidente da República, quando será julgado pelo

Senado Federal. Veja os respectivos dispositivos constitucionais:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; “

“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;”

9) Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional

Ainda existem outros dois órgãos que fazem parte da estrutura do Poder Executivo, quais

sejam:

Conselho da República (Art. 89 e 90)

Conselho de Defesa Nacional (art. 91)

Os dois são órgãos de consulta do Presidente da República, sendo que ao Conselho da

República compete pronunciar sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de

sítio, bem como sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições

democráticas (Art. 90, I e II). Já ao Conselho de Defesa Nacional, como o próprio nome já

diz, compete opinar sobre questões relativas á segurança nacional ( declaração de guerra

e celebração de paz; critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à

segurança do território nacional), sobre crises institucionais (estado de defesa, estado de

sítio e intervenção federal), e ainda estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de

iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado

democrático. (Art. 91, §1º, I á IV)

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Obs: Não confundir esses órgãos com o Conselho Nacional de Justiça, que é órgão do

poder judiciário.

III) PODER JUDICIÁRIO

Primeiramente devemos apresentar a estrutura do Poder Judiciário, e logo em seguida

iremos destacar os pontos mais relevantes sobre a matéria.

1) Informações preliminares

Tanto o STF quando os Tribunais Superiores têm sede em Brasília e jurisdição em todo

território nacional.

“Art. 92. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional."

A partir do TSE TST e do STM, temos a formação daquilo que chamamos de justiça

especializada, ou seja, cada órgão é especializado em uma determinada matéria.

A emenda constitucional 92 trouxe a figura do TST como órgão superior do trabalho.

A partir do STJ vamos ter a presença da Justiça Comum ( TJs, Juízes de direito e os

TRFs, Juízes Federais).

A constituição usou a nomenclatura juízes de direito somente para os juízes estaduais

de 1ª instância.

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Como regra a 1ª instância é representada por órgão monocrático.

Na 1ª instancia o juiz é o órgão do poder judiciário.

2) Conselho Nacional de Justiça - CNJ

Com a Emenda Constitucional 45 surgiu o Conselho Nacional de Justiça, que é órgão do

poder judiciário, mas não detém nenhuma competência jurisdicional. O CNJ fiscaliza a

atuação financeira administrativa e funcional dos demais órgãos do poder judiciário.

Perceba que nenhum cidadão poderá recorrer ao CNJ para que este reaprecie uma

sentença de juízes ou tribunais. Porém, em caso de ilegalidade de membro ou órgão do

poder judiciário, qualquer pessoa é parte legítima para representar áquele conselho.

Dessa representação surgirá um processo administrativo, assegurado contraditório e

ampla defesa, que poderá resultar em qualquer penalidade de caráter administrativo, até

a aposentadoria compulsória (a mais alta penalidade).

Veja o que dispõe o §4º, do art. 103-B da CR/88, sobre a competência do CNJ:

“Art. 103-B... § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;” IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.”

3) Ingresso na Magistratura

Como é que se ingressa na magistratura?

Conforme o disposto no art. 93, I, da CR/88:

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Se da através de concurso público sempre de provas e títulos. Então perceba que

para ingresso na magistratura não existe a possibilidade de concurso só de provas,

devendo ser de provas e títulos.

OAB participará obrigatoriamente de todas as fases do certame.

Exige ainda 3 anos de atividade jurídica após o bacharelado em direito.

“Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;”

A promoção na magistratura se da por duas formas: Alternadamente por antiguidade e

merecimento.

Antiguidade: promoção que decorre do tempo que aquela pessoa tem em seu

cargo atual.

É diferente de idade! A idade pode ser estabelecida como critério de desempate, mas não

é pressuposto para a promoção por antiguidade.

Merecimento: Para a promoção por merecimento só podem concorrer os 20% dos

juízes mais antigos, através do seguinte procedimento de escolha:

Há a formação de uma lista tríplice e dessa lista 1 será escolhido (Qualquer um pois a

escolha é política). Se um juiz figurar na lista tríplice por 3 vezes consecutivas ou 5

alternadas, será automaticamente promovido.

“Art. 93. II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;”

Obs:A promoção entre entrâncias (expressão usada apenas na justiça estadual) segue o

mesmo procedimento, com uma única diferença: A escolha na promoção por

merecimento não é feita pelo chefe do executivo, mas sim pelo tribunal.

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O acesso aos tribunais locais e regionais se da por promoção de juízes de carreira,

porém, temos também a figura do 1/5 constitucional.

4) 1/5 Constitucional

A promoção de juízes só preenche 80% das cadeiras da casa, porque os outros 20%

serão preenchido por Advogados ou membros do Ministério Público.

Prevê o caput e parágrafo único do art. 94 da CR/88, que o órgão de origem (OAB ou

Ministério Público) formará uma lista sêxtupla e encaminhará para o Tribunal que

converterá em lista tríplice e remeterá para escolha do chefe do Executivo.

“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.”

Então, conforme o art. 94, o 1/5 constitucional se aplica para os TRFs e TJs dos Estados

e do Distrito Federal e Territórios. Porém a tal regra também se aplica para o TST e para

os TRTs, veja:

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,

quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

Obs: Juízes eleitorais não são membros de carreira, pois quem vai ocupar esses cargos

são os próprios juízes de direito de primeiro grau de jurisdição.

5) Superior Tribunal de Justiça – STJ (Art. 104 e 105)

Importante destacarmos o Superior Tribunal de Justiça, um dos órgãos máximos do Poder

Judiciário do Brasil.

-Composição: Compõe-se de no mínimo 33 Ministros, sendo que:

1/3 dentre juízes dos TRFs e 1/3 dentre desembargadores do TJ

1/3 dentre advogados e membros do Ministério Público (Federal, Estadual, do Distrito

Federal e Territórios).

“Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

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Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.”

6) Supremo Tribunal Federal – STF (Art. 101 á 103-A)

Órgão supremo, sendo a mais alta instância do poder judiciário brasileiro, com função

fundamental de servir como guardião da constituição.

Formação do STF = Não existe concurso para o ingresso no STF

Requisitos: Objetivos e Subjetivos

Objetivos:

Nacionalidade: Tem que ser Brasileiro Nato

Idade: Mais de 35 e menos de 65 anos.

Obs: Idade Máxima para ingresso no STF é 65 anos, podendo permanecer no cargo até

os 75 anos.

- Subjetivos : Notório saber jurídico (não necessariamente bacharel em direito) e

Reputação Ilibada

Como se comprova os requisitos subjetivos? Cabe ao Presidente da Republica analisar.

Após a escolha, o Presidente submete á sabatina no Senado Federal.

“Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.”

7) Fundamentação das Decisões do Poder Judiciário

Nos termos do inciso IX do art. 93 da CR/88, todas as decisões do poder judiciário devem

ser fundamentadas.

“Art. 93. IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;”

8) Órgãos especiais

Possibilidade de constituição de órgãos especiais nos tribunais

Conforme o inciso XI, do art. 93, os tribunais com mais de 25 membros podem instituir

órgão especial, que devem ter na sua composição entre 11 e 25 membros.

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“Art. 93. XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;”

Para que serve o órgão especial? É um miniplenário, que serve para assumir

competências do pleno do tribunal.

Como são preenchidas essas vagas?

-Metade por antiguidade

-Metade por eleição entre os pares

9) Garantias da Magistratura (art. 95)

a) Vitaliciedade

Não significa a perpetuidade no cargo.

O juiz vitalício somente pode perder o cargo involuntariamente por decisão judicial

transitada em julgada.

Obs: É diferente da estabilidade em que o servidor(estável) poderá perder o cargo por

Sentença judicial transitada em julgado, e ainda por processo administrativo ou avaliação

periódica de desempenho. Difere também do prazo, uma vez que para se garantir a

estabilidade necessário se faz o transcurso de 3 anos de estágio probatório.

A vitaliciedade, na primeira instância é alcançada após 2 anos de efetivo exercício,

período esse que chamam de processo de vitaliciamento.

Obs: Aqueles que ingressam no tribunal pelo 1/5 constitucional ou nos tribunais

superiores ou STF por indicação não se submetem ao processo de vitaliciamento,

adquirindo desde logo(posse) a vitaliciedade.

“Art. 95 I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;”

b) Inamovibilidade

O Juiz não pode ser removido nem promovido contra a sua vontade, salvo por interesse

público pela decisão da maioria absoluta do tribunal ao qual está vinculado ou do CNJ.

Por exemplo, salvo interesse público, um juiz pode recusar uma promoção para ocupar

cargo de desembargador no TJ.

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

c) Irredutibilidade de subsídios

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O que é o subsídio? É uma remuneração através de parcela única. Agente político, chefes

de poder, e algumas funções autônomas, devem ser remunerados através de subsidio.

A irredutibilidade é meramente nominal. Isso significa que não estão garantidos os

reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo.

Perceba então que a irredutibilidade não quer dizer direito a reajuste.

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

10) Vedações

No § único do art. 95 estão as vedações imposta aos magistrados.

Apesar da expressão “vedações”, elas acabam funcionando também como garantia, por

exemplo, para assegurar o bom trabalho judiciário.

“Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.”

Em regra o juiz não pode receber vantagem fora de seu subsídio, porém a

Constituição abre exceções. (Parte final do inciso IV do parágrafo único do art. 95)

Ex: Juiz que exerce magistério e na faculdade recebe verba dos alunos para manutenção

de diretório acadêmico.

O juiz não pode exercer nenhuma outra função, salvo uma de magistério. (inciso I do

parágrafo único do art. 95)

Obs: Quanto a expressão “salvo UMA de magistério” o STF interpretou este dispositivo de

forma ampliativa. Assim deve-se interpretar o “uma” não como única, pois se assim fosse

um juiz não poderia dar aula em mais de uma faculdade.

A ideia é que este trabalho como professor não comprometa a função de magistrado.

Inserida pela EC 45 de 2004, surgiu a quarentena do judiciário, que vai dizer que o

juiz ao se afastar da função por aposentadoria ou exoneração não poderá exercer a

advocacia durante 3 anos perante o juízo ou tribunal do qual se afastou.(inciso IV do

parágrafo único do art. 95)

A finalidade é evitar que ele use o cargo do qual se afastou para lograr vantagem através

da advocacia.

A quarentena é temporária e relativa, pois mesmo antes dos 3 anos ele poderá advogar

fora do juízo ou tribunal do qual se afastou.

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11) Cláusula de Reserva de Plenário

Um Tribunal somente pode declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, pelo

voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do seu órgão especial.

Perceba que, se for arguida a inconstitucionalidade de uma lei perante um juiz de primeira

instancia, ele poderá julgar a demanda pois o artigo trata apenas de tribunal, já um

desembargador sozinho não.

E mais, os tribunais geralmente trabalham com órgãos fracionários. Por exemplo um

tribunal com 100 desembargadores pode distribuir esses membros em 20 turmas de 5.

Essa turma ao se deparar com um processo cuja causa de pedir seja a

inconstitucionalidade de uma lei, não poderá proceder o julgamento, devendo remeter ao

tribunal pleno.

A contrário sensu do art. 97, a turma poderá declarar a constitucionalidade de lei ou ato

normativo federal, mas se se deparar com pedido de inconstitucionalidade deverá remeter

o caso ao pleno do Tribunal.

“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”

Arts. 948, 949, 950 do Código de Processo Civil

Segundo o CPC o órgão fracionário pode declarar a inconstitucionalidade dessa lei ou ato

normativo desde que haja prévio posicionamento nesse sentido do plenário ou órgão

especial da casa ou do STF

No âmbito do STF vai ser só o plenário pois não tem órgão especial.

“Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. Art. 949. Se a arguição for: I - rejeitada, prosseguirá o julgamento; II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento.”

12) Competências do STF (Art. 102 da CR/88)

As competências do STF se dividem em: Originária e Recursal

a) Originária- A competência nasce no STF (Art. 102, I)

ex: Crime comum praticado por parlamentar

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

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I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;”

b) Recursal – que é subdividida em duas espécies:

Ordinária – importa de onde vem o processo (art. 102, II)

“II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político;”

Extraordinária – Importa a matéria discutida no recurso, que é sempre

constitucional. (art. 102, III)

“III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal”

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Cuidado com a competência recursal extraordinária, porque o dispositivo do art. 102, III,

possuia três alíneas, que em todas tinha a expressão de “violação expressa á

Constituição” .

Com e Emenda Constitucional 45 estabeleceu-se que caberá recurso extraordinário

quando houver conflito entre lei federal e lei local (Estadual ou Municipal), suprimindo a

palavra constituição. Com isso muitos perguntam se a matéria é constitucional. É sim,

pois quando presente uma lei federal e uma estadual tratando da mesma matéria, não

haverá uma comparação entre elas, devendo ser observada as regras de competência na

Constituição, portanto, matéria constitucional.

Aproveitando o espaço, informamos que a estrutura de competências do STJ é similar a

do STF, divergindo somente em relação a competência recursal, que naquele será

subdividida em ordinária e especial.

O recurso extraordinário, com a Emenda Constitucional 45, ganhou uma feição mais

ampla. Como regra só decidia casos concretos e o STF tinha que analisar todos

independentemente de terem pedido ou causa de pedir idênticos, e ainda, se fosse de

matéria constitucional, o STF era obrigado a admitir.

Com a Emenda Constitucional 45 surgiu um novo requisito de admissibilidade para o

recurso extraordinário que é a chamada repercussão geral.

Art. 102 § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

13) Súmula Vinculante

Advinda da Emenda Constitucional 45, a súmula vinculante está prevista no art. 103-A da

CR/88.

“Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.”

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Qual diferença entre á Sumula Vinculante e a Súmula comum?

A diferença principal é que a súmula vinculante é vinculante, e só o STF pode editá-la.

O STF, e só ele, em matéria constitucional, após reiteradas decisões, pelo voto de 2/3 de

seus membros poderá editar súmula que terá efeitos vinculantes para todos os órgãos do

poder judiciário e para toda a administração pública ( Federal, Estadual,Distrital e

Municipal), direta e indireta. A contrário sensu, não está vinculado a esta súmula o poder

legislativo.