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Julho de 2010 n° 125, ano X www.portaldocomercio.org.br economia: estoque de crédito continua em expansão páginas 26 a 29 e ainda: Para os sindicatos, o fortalecimento da representatividade. Para os empresários, o caminho mais eficiente para defender os interesses de seus negócios. Associativismo

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Julho de 2010n° 125, ano X

www.por ta ldocomerc io.org.br

economia: estoque de crédito continua em expansão

páginas 26 a 29

e ainda:

Para os sindicatos, o fortalecimento da representatividade. Para os empresários, o caminho mais eficiente para defender os interesses de seus negócios.

Associativismo

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Educação AmbientalEducação a DistânciaGestão Educacional

Artes Visuais: Cultura e CriaçãoGestão da Segurança de Alimentos

Gestão CulturalGovernança de TIGestão de Varejo

onde você estiverCURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA

acesse www.pos-ead.senac.br

• credenciamento pelo MEC com o conceito máximo• uma das maiores redes de educação profissional a distância do país: cerca de

25 pontos espalhados por todo o Brasil para os momentos presenciais• tecnologia educacional de ponta e material didático especialmente

desenvolvido em diversas mídias• tutores especializados à disposição dos alunos, via internet, telefone e fax

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Cada vez mais fortes

A matéria de capa da edição da CNC Notícias deste mês aborda um tema que irá ajudar as confederações patronais a ampliar a representatividade e a garantir a sustentabilidade de suas atividades. Na CNC, o assunto associativis-mo está sendo tratado como uma prioridade. Em junho, o presidente Antonio Oliveira Santos reuniu presidentes de federações nacionais e estaduais para a apresentação do projeto Fomento ao Associativismo. A revista mostra como as ações previstas irão ajudar na defesa dos interesses do setor terciário, fortalecer o Sistema CNC e o movimento sindical empresarial como um todo.

Na área econômica, o tema da vez é o crédito. A alta da taxa Selic tem acen-dido o sinal amarelo no setor, pois prejudica o comprometimento da renda do consumidor – ou seja, o mesmo dinheiro para mais dívidas. Se para alguns isso requer cautela, para outros não há o que temer em relação ao crescimento dos estoques de crédito no País, tendo em vista a envergadura do sistema financeiro e a própria estrutura de fiscalização do Banco Central sobre os bancos privados.

O mês de junho foi marcado por eventos expressivos e a CNC Notícias mostra como foi a participação do comércio brasileiro na Conferência da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra, na Suiça. Uma das conclusões é que emprego e proteção social devem ser colocados no centro das políticas dos países-membros.

Outro grande acontecimento foi o lançamento, pelo Conselho Nacional de Turismo (CNT), do documento referencial Turismo no Brasil 2011-2014, que contou com a participação da CNC em sua elaboração. Trata-se de um diagnós-tico da atividade turística no Brasil, com metas para o quadriênio. A publicação, que servirá para a formulação de políticas públicas, para os investimentos pri-vados e para a ação empresarial, é voltada aos dois grandes eventos esportivos que o País sediará nos próximos quatro anos – a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.

Foi registrada também no mês de junho a chapa única que concorrerá à elei-ção da Diretoria e do Conselho Fiscal da CNC, no mandato de 19 de novembro de 2010 a 18 de novembro de 2014, tendo à frente o presidente Antonio Oliveira Santos. Um bom momento para constatar as realizações que vêm contribuindo para modernizar o Sistema Comércio, como nos mostra a impressionante evolu-ção do SESC e do Senac nas últimas décadas, com a ampliação de suas estrutu-ras e de seus serviços em áreas tão importantes como saúde, educação e turismo.

Um incentivo para as conquistas que ainda estão por vir.

Boa leitura!

1CNC NotíciasJulho 2010 n°125 1

EDITORIAL

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Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° – Abram Szajman, 2° – Renato Rossi, 3° – Orlando Santos Diniz; Adelmir Araújo Santana (licen-ciado), Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Evaristo dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Alburquerque e Lélio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Antonio Airton Oliveira Dias (licenciado). Vice-Presidente Administrativo em exercício: Pedro Jamil Nadaf.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antônio Osório, Bruno Breithaup, Canuto Medeiros de Castro, Carlos Marx Tonini, Darci Piana, Eucli-des Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Jerfferson Simões, Joseli Angelo Agnolin (licenciado), Ladislao Pedroso Monte, Laércio José de Oliveira (licenciado), Leandro Domingos Teixeira Pinto, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcantoni Gadelha de Souza, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Moacyr Schukster, Norton Luiz Lenhart, Pedro Coelho Neto, e Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso e Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano X, nª 125, 2010

Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (Ascom):[email protected]

Edição:Cristina Calmon (editora) e

Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)Redação:

Andréa Blois, Celso Chagas, Geraldo Roque e Joanna Marini Estagiárias:

Ana Luisa Alves e Fernanda FalcãoDesign:

Carolina Braga e Marcelo VitalRevisão:

DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos e Leonardo Felix

Impressão:Gráfica MCE

Colaboradores da CNC Notícias de julho 2010: Paulo Grama-do (Sesc Rio), Débora Murta Braga (SESC-SC), Grazilella Ita-maro (Fecomércio-SC), Leonardo Fonseca (Astur-CNC), Márcia Leitão (Senac-DN), Liliane Pinelli (Fecomércio-RJ), Rodrigo Tim Wepster (Deplan-CNC), Sabrina Martins (Fecomércio-MT).

Colaborador especial: Marianne Lorena HansonCréditos fotográficos: Andresr/Banco de imagem – SHUTTERS-TOCK (capa, páginas 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17); Divulgação (página 4); Cristina Bocayuva (páginas 7, 22, 23 e 43); Carolina Braga (páginas 12, 14, 18, 20, 26, 27, 28, 31, 33, 39, 41, 42, 44, 45, 47 e 49); Divulgação/CNI (página 17); Divulgação SENAC DN (página 18); Divulgação/ Fecomercio-RN (página 21); Fabiano Menezes (página 21); Divulgação/Fecomércio-PE (página 21); Divulgação/Fecomercio-ES (página 21); Divulgação/Fecomercio-GO (página 21); Divulgação/Feco-mércio-AC (página 21); Tati Almeida (página 21); Divulgação/Fecomercio-CE (página 21); Divulgação/Fecomércio-PB (pági-na 22); Divulgação/Fecomércio-AM (página 22); Divulgação/ Feaduaneiros (página 23); Divulgação/ FNHRBS (página 23); Divulgação/FEBRAC (página 23); Paulo Cristino – Laborphoto (página 35); Cristiano Nunes - Photon Imagens (página 37); Divulgação/SESC-RS (página 49); Divulgação/SESC-SC (página 49); Guga Melgar (página 51); Sandra Delgado (página 51); Joao Caldas (página 51); Divulgação/SESC-Rio (página 51); John Moore/Getty Images/AFP (3ª capa).

Ilustrações:Carolina Braga (páginas 13, 36 e 46);Marcelo Vital (páginas 29 e 30);Pollyana Soares (página 47).

Projeto Gráfico:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital

A CNC Notícias adota a nova ortografia.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

AssociativismoPara aumentar a sua representatividade, a CNC lançou, em junho, o programa Fomento ao Associativismo, que será levado a todos os sindicatos de sua base. Outras entidades, como a CNI, já fazem o mesmo.

Capa

18Sesc e Senac

Entidades de bem-estar social e qualificação profissional do Sistema Comércio fazem um balanço dos últimos trinta anos de atividades no País.

08

CNC NotíciasJulho 2010 n°12522

4 FIQUEPORDENTRO5 BOADICA6 OPINIÃO8 CAPA - Associativismo – A modernização do

sindicalismo nacional

18 SERVIÇOS - SESC e Senac consolidam avanços para os brasileiros

20 ReuniãodeDiretoria - Eleições na CNC e posse nas federações do comércio - Números que levam à excelência sindical - Economia brasileira cresce... Mas e o crédito? - Comércio deve ficar atento à possibilidade de calote - Cresce estoque de crédito, e deve chegar às MPEs - Brasil precisa ampliar poupança interna

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S U M Á R I O

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42

Os principais indicadores comprovam: o futuro da economia brasileira é promissor. O crédito farto, combustível do forte consumo interno, é um dos

grandes responsáveis pela situação favorável.

Já foi publicado no Diário Oficial da União o registro da chapa que concorrerá, em setembro, à eleição para a gestão 2010-2014 na Diretoria da CNC. Nos estados, as federações do comércio deram início, em junho, às cerimônias de posse dos novos diretores

Conselho Nacional do Turismo lança o documento referencial Turismo no Brasil 2011-2014, em que faz um balanço da atividade no Brasil e traça perspectivas para o futuro. A publicação cita a contribuição do Senac para a qualificação profissional do setor

Economia e crédito em franco crescimento

Eleição na CNC e posse nas federações

Senac é destaque no documento Turismo no Brasil 2011-2014

3CNC NotíciasJulho 2010 n°125 3

31 PRODUTOSCNC - Dívidas e intenção de consumo diminuem - Fim dos incentivos fiscais segura endividados

34INSTITUCIONAL - Comércio brasileiro participa de reunião da OIT - BC vai reduzir número de tarifas do cartão de crédito - Audiência discute reajuste de preços de medicamentos - Entidades patronais se reúnem no Ministério do

Trabalho e Emprego

38ARTIGOS - A grande aposta - Internet, segurança e privacidade

42TURISMO - CNC lança documento referencial Turismo no

Brasil 2011-2014 - Copa e Olimpíada motivam debate sobre transporte público - CNC no calendário de eventos do turimo

45 EMFOCO - O FAP e a mobilização do comércio - As profissões que vão construir o futuro

48SISTEMACOMÉRCIO - SESC-RS inaugura projeto pioneiro de saúde preventiva - Fecomércio-CE adota Sistema de Informação Parlamentar - Brasileiro troca financimento direto na loja por cartão - SESC-SC inaugura unidade para turismo de negócios - Festival de Inverno SEC Rio 2010

52AGENDA

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Identidade digital

2014: Brasil consciente, Copa ecológica

Telefonia cara

Primeiro foi o passaporte. Agora é a carteira de identidade que vai ser equipada com um dispositivo eletrônico. Segundo o Instituto Nacional de Identificação, até o mês de no-vembro deste ano o Registro de Identidade Civil (RIC) substituirá o Registro Geral (RG), o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e o título de eleitor. Os três documentos passarão a ser um só, contendo um chip, foto e impressão digital. Além de identificar o indivíduo

como cidadão, o RIC poderá funcionar como cartão bancá-rio, permitindo sa-ques e compras. Para isso, o governo fede-ral pretende investir R$ 1,5 bilhão em equipamentos tec-nológicos de leitura dos dispositivos.

Mesmo não sendo uma exigência da Fifa, o Brasil já pensa num selo ambiental para os estádios que vão sediar a Copa de 2014. Seguindo as normas certificadoras, estima-se que seja possível reduzir em até 50% o consumo de água e de energia nas construções. Entre os artifícios para poupar o meio ambiente estão a utilização de material reciclável e sustentável nas obras; o acesso facilitado por meio de transportes públicos; a utilização de um reservatório para captar água de chuva e alimentar banheiros; gestão de resíduos; iluminação de baixo consumo e sensores de presença em banheiros e áreas administrati-vas, entre outros. Quatro arenas já deram início ao processo de certificação. A nossa parte é reunir a torcida verde e gritar pelo Brasil!

A telefonia celular pré-paga no Brasil tem a tarifa mais cara entre todos os países da América. Um mesmo pacote mensal básico com 30 ligações e 33 mensagens de texto, que no Brasil custa em média R$ 79,20, sai a R$ 34,19 em nossa vizinha Argentina, a R$ 23,76 nos Estados Unidos, a R$ 10,56 no Paraguai e a módicos R$ 3,50 na Jamaica. O dado, publicado na revista Época de 12 de julho, é de uma entidade chamada Diálogo Regional sobre a Sociedade de Informação (DIRSI), que reúne profissionais e institui-ções da área de tecnologia da informação e de comunicação. Os valores foram converti-dos em real com base na cotação do dólar do dia 8 de julho (R$ 1,76).

Fonte: Revista Época n° 631, 21/06/2010

CNC NotíciasJulho 2010 n°12544

FIQUE POR DENTRO

IDENTIDADEo número RIC

TECNOLOGIAo chip contém os

dados que garantem a autenticidade do

cartão

O prédio deve ter luminárias LED de baixo consumo, além de sensores de presença

em banheiros e áreas administrativas para economizar eletricidade.

ASSINATURA SEGURANÇAmarcas ocultas

são vistas apenas com luz especial

IMAGEM

IMAGEM CÓDIGOleitura óptica

DOCUMENTOSTítulo de eleitor,

CPF e outros serviços

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A dieta do equilíbrio

O mundo na era digital

Desvendando o corpo humano

Na década de 40, o médico suíço Bircher- -Benner deu início a uma doutrina que pre-conizava a promoção da saúde por meio da prevenção. Margarida Langer vivenciou os benefícios do tratamento e resolveu trazer a proposta para o Brasil. Estabeleceu-se, então, no Paraná e fundou o Lapinha Spa, que tem como fundamentos a alimentação balanceada por alimentos orgânicos, ordenoterapia, fi-sioterapia, hidroterapia e fitoterapia. O livro Em busca do equilíbrio nutricional: Lapinha Spa – suas receitas, seus segredos, da edito-ra Senac Rio, revela as receitas dos pratos ali servidos, bem como dicas para a promoção da saúde. A obra conta com receitas de especia-listas no ramo, o texto de Fernanda Thêdim e fotos de Sergio Pagano.

Aproximadamente 1,6 bilhão de pessoas no mundo utilizam a internet e são, assim, ati-vos participantes da verdadeira revolução que a chamada grande rede promoveu na troca de informações. Os usuários, que navegavam de modo simples em sites, hoje fazem compras on-line, procuram sua alma gêmea, trocam e-mails e, acima de tudo, exprimem-se, criam grupos. Por meio de entrevistas com especia-listas na área, a obra publicada pelo Senac São Paulo, Como a web transforma o mundo - a alquimia das multidões, dos autores Fran-cis Pisani e Dominique Piotet, busca mostrar como esse movimento participativo, o qual chamam de “alquimia das multidões”, está transformando o modo de se pensar o mundo.

As publicações sobre o corpo humano costumam abor-dar o assunto de forma complicada e muito técnica e, geral-mente, em livros de alto custo voltados para profissionais da área. Foi pensando nisso que o cardiologista Rafael Luiz de Andrade Zorzi e a cirurgiã e artista plástica Iriam Gomes Starling resolveram inovar. Durante um ano, os autores tra-balharam em parceria para elaborar um livro de fácil leitura para alunos e profissionais de saúde e bem-estar, incluindo ilustrações de alta qualidade científica e estética. Rechea-do de conhecimentos fundamentais para a compreensão da anatomia e do funcionamento dos diversos sistemas orgâ-nicos, Corpo humano – órgãos, sistemas e funcionamento, uma publicação da Senac Editoras, é uma fonte de consulta de conhecimento para todos os públicos.

5CNC NotíciasJulho 2010 n°125 5

BOA DICA

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Desafios ao governo

São conhecidas as dúvidas que cer-cam as expectativas dos agentes econômicos, produtores e consumi-

dores sobre o provável curso que a eco-nomia brasileira vai percorrer dentro de determinado horizonte de tempo, seja de expansão, seja de retração. Entretanto, não resta dúvida de que, no corrente ano, as expectativas sobre o futuro mediato têm a marca do otimismo. Dois indicadores ditos “antecedentes” apontam nessa direção. Do lado da demanda, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), e, do lado da ofer-ta, o Índice de Confiança do Empresariado Industrial (ICEI).

O ICC deriva de uma sondagem de ex-pectativas, conduzida pela Fundação Ge-tulio Vargas, através de amostragem de cerca de 2 mil domicílios nas principais capitais do País. Em maio deste ano, o ín-dice alcançou 116,1 pontos, contrastando com os 100,2 pontos de outubro de 2008, quando a contração da economia mundial chegava ao Brasil. Obviamente, o clima de otimismo assim revelado significa que os consumidores estão comprando, não apenas os bens mais essenciais, mas, fre-quentemente, bens duráveis de toda sorte e serviços de lazer. Conscientes da impor-tância das variações do índice, como sinal de maior ou menor demanda para o setor, algumas federações do comércio, como a de São Paulo, constroem o ICC, com metodologia própria.

Outra sondagem de expectativas do consumidor, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo em todas as Uni-dades da Federação, também mostra um patamar elevado de otimismo em relação à capacidade de consumo. O índice, que varia de 0 a 200, alcançou 133,5 pontos em maio de 2010, bem acima do patamar de indiferença equivalente a 100 pontos. Todos os itens que compõem o índice es-tão acima dos 100 pontos, com destaque para as perspectivas de consumo, em 140,7 pontos. A dinâmica atual do mercado de trabalho e, principalmente, as condições favoráveis para a concessão de crédito têm contribuído para manter a confiança do consumidor em alta. Por sua vez, a Con-federação Nacional da Indústria (CNI) di-vulga periodicamente um conjunto de in-dicadores batizado como “termômetro da indústria”. Desse conjunto, cabe destacar o Icei, indicador que, num intervalo de 0 a 100, traduz os valores consolidados das percepções dos empresários contidos na amostra. Quando acima de 50, revelam, dentro de certo horizonte de tempo, otimis-mo em relação aos seus negócios. O índice mais recente, de maio deste ano, atingiu o valor de 66,3, contrastando fortemente com o índice de janeiro de 2009, ou seja, 47,4. Um desvio de 16 pontos de percenta-gem sobre os 50, que marca a posição de indiferença entre pessimismo e otimismo, demonstra, cabalmente, a confiança da in-dústria nacional, no que concerne à saúde da economia, no futuro mediato.

A julgar por esses indicadores, o ritmo de crescimento econômico do País,

CNC NotíciasJulho 2010 n°12566

OPINIÃO

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Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

em 2010, já estaria assegurado, embora a sustentabilidade de uma taxa de expan-são econômica flutuando ao redor de 6% ao ano, para além de 2011, provoque al-gumas incertezas. As condições físicas da máquina produtiva nacional têm dois pontos de estrangulamento ou gargalos, que representam um desafio para os pró-ximos governantes: a infraestrutura in-suficiente e, em termos gerais, a falta de trabalhadores qualificados para a operação de modernos equipamentos, de elevado conteúdo tecnológico.

O desgaste da infraestrutura econô-mica acendeu o sinal amarelo como en-trave à continuidade do crescimento. De um modo geral, a mídia chama a aten-ção para a saturação dos nossos aeropor-tos, a insuficiência das nossas instalações portuárias e a precariedade de nosso sistema rodoviário.

Recentíssimo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a respeito das rodovias brasileiras, indica a necessidade de investimentos de 180 bilhões de reais em três áreas principais: recuperação, adequação e duplicação de estradas; construção e pavimentação; e obras de arte, como pontes, por exemplo. Segundo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apenas 13% do mon-tante anunciado foi gasto em construção e pavimentação, e menos de 10%, em recu-peração de rodovias. Vale lembrar que o País dispõe de 1,7 milhão de quilômetros de estradas de rodagem, dos quais apenas 7% são pavimentados.

No que respeita à mão de obra quali-ficada, tudo aponta para o fato de que, no atual ritmo de crescimento econômico, vá-rios setores da nossa economia já entraram no chamado “leilão de fatores”. Na busca de pessoal capacitado, a empresa A “com-pra o passe” do empregado da empresa B.

Pesquisa realizada por uma organi-zação voltada para a busca de talentos e oferta de empregos, tendo como alvo 175 mil empregados em nível de gerên-cia e supervisão, mostra que em oito ra-mos da atividade industrial os salários estão 10% acima da média nacional. Em mineração, petróleo e gás, a remunera-ção do trabalho excede essa média em 20%, e nos setores afins, automobilístico e autopeças, em 13%.

Embora o País esteja vivendo momen-tos de alta conjuntura e o otimismo tome conta de produtores e consumidores, não há garantia de que, para o ano de 2011 e seguintes, a taxa alcançada possa ser man-tida. Tal garantia depende de duas condi-ções que, mesmo se atendidas, não pro-duzirão efeitos de imediato: 1º) a revisão dos orçamentos públicos, a fim de conter gastos correntes e liberar recursos para in-vestimentos em capital social e humano; e 2º) o desenvolvimento das parcerias entre o setor público e o setor privado, que, além dos aportes para financiamento, represen-tam a certeza de maior eficiência.

Todos os fatores e condições aci-ma indicados constituir-se-ão, sem dú-vida, em importantes desafios para o próximo governo.

7CNC NotíciasJulho 2010 n°125 7

OPINIÃO

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CNC NotíciasJulho 2010 n°12588

CAPA

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Auniãofazaforça

O dito popular encaixa-se como uma luva quando o assunto é associativismo – o assunto em pauta no meio sindical. As principais confederações patronais do País estão investindo nessa bandeira como forma de ampliar a sua representatividade e sustentabili-dade. Em junho, a CNC deu início ao projeto Fo-mento ao Associativismo, que pretende valorizar a imagem dos seus sindicatos junto aos empresários e à sociedade, e, ainda fortalecer as suas ações em defesa dos interesses das empresas do comércio de bens, serviços e turismo. O estímulo ao associa-

tivismo faz parte do programa SEGS, o Sistema de Excelência em Gestão Sindical, lançado pela entidade em 2008.

9CNC NotíciasJulho 2010 n°125 9

CAPA

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Associativismo fortalece o sistema sindicalPara ajudar os sindicatos no trabalho de captar associados, o Sistema Comércio elaborou uma série de ações, como o envio de materiais impressos e eletrônicos e a troca de experiências entre as entidades. A linha estratégica traçada pela CNC tem os seguintes objetivos:

• Aumentar a representatividade e sustentabilidade dos sindicatos que compõem o Sistema CNC• Valorizar a imagem dos sindicatos perante empresários e sociedade• Ampliar a ação dos sindicatos em defesa dos interesses do comércio de bens, serviços e turismo• Fortalecer o movimento sindical• Fortalecer o Sistema CNC

Associativismo – a modernização do sindicalismo nacional

Confederações patronais investem no desenvolvimento do associativismo como ferramenta para ampliar a sua

representatividade e sustentabilidade

O sindicalismo patronal brasileiro respira novos ares. Na esteira da globalização, fenômeno que

ganhou força na década de 90 e alterou a ordem mundial, gerando novos modelos políticos, econômicos e empresariais, os representantes de classe começaram a re-pensar seus papéis na sociedade. Muito mais do que garantir o pagamento de contribui-ções compulsórias, o movimento sindical entendeu que para se fortalecer é preciso ampliar a representatividade e a sustentabi-lidade das entidades. E o caminho para isso, como afirmam as principais confederações patronais do País, é o fomento ao associati-vismo – que, além de ser uma necessidade legal de operação das entidades sindicais, é também um espelho da representatividade das mesmas e um elemento essencial na busca pela autossustentação.

“A representação sindical é dada legal-mente, por meio da carta e do registro sin-dicais. Mas ela garante apenas o pagamen-to da contribuição sindical, compulsório. Já a representatividade, que pode ser me-dida pelo associativismo, é o que garante a força de um sindicato”, resume o chefe do Departamento de Planejamento da Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Daniel Lopez.

“O associativismo é importante para toda a classe empresarial”, afirma o ge-rente executivo da Unidade de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Associa-tivo da CNI, Emerson Casali. A entidade implementou, em 2007, o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), que hoje conta com a participação de mais de mil sindicatos e de todas as 27 federações filiadas ao Sistema Indústria.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1251010

CAPA

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Principais metas do projeto Fomento ao Associativismo

Adesão de 30 federações e 450 sindicatos

1.200 lideranças sindicais capacitadas

300 sindicatos com participação efetiva no projeto

Aumento de 30% na quantidade de associados nas entidades aderidas

90% de satisfação das entidades com os produtos do projeto

Na CNC, o assunto é prioridade para os diretores. Em junho, o presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, reu-niu presidentes de federações nacionais e estaduais para a apresentação do pro-jeto Fomento ao Associativismo, que, elaborado pela equipe de Daniel Lopez e coordenado pelo consultor sindical, Rena-to Rodrigues, tem como objetivo ampliar a representatividade e a sustentabilidade dos sindicatos que compõem o Sistema CNC, valorizando a imagem destas enti-dades perante empresários e sociedade e fortalecendo as suas ações em defesa dos interesses do setor terciário. Além disso, a Confederação pretende fortalecer o mo-vimento sindical empresarial e o Sistema CNC. “Para o empresário, as entidades sindicais representam uma solução pode-rosa para a resolução dos problemas de sua categoria”, argumenta Renato Rodri-gues, acrescentando que a implementação desse programa nos sindicatos do comér-cio dá continuidade ao projeto de busca pela excelência na gestão.

Em fase de planejamento, o Fomen-to ao Associativismo deve começar a ser executado em setembro deste ano, quando será detalhadamente apresentado às fede-rações, para adesão, e a previsão é de que o projeto esteja finalizado até dezembro de 2011. Entre as principais metas destacam-se a adesão de pelo menos 30 federações e 450 sindicatos, além de um aumento de

30% na quantidade de associados nas enti-dades aderidas.

Previsto no Planejamento Estratégico 2007/2010 da entidade para atender ao objetivo de desenvolver práticas de ges-tão para a busca da excelência, o Fomento ao Associativismo será realizado de forma vinculada ao Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS), que teve início em 2008 como parte do Plano Estratégico do Sistema CNC e, após dois anos, evoluiu tão positivamente que foi transformado em um programa permanente oferecido às fe-derações e sindicatos filiados. “O estímu-lo ao associativismo faz parte do projeto SEGS. Afinal, não há como ter excelência na gestão sindical se a entidade não cum-prir todas as metas propostas pelo Sistema – e uma delas é justamente ter associados”, resume Rodrigues.

O projeto de fomento ao associativis-mo elaborado pela CNC prevê a oferta de cinco produtos: circuito de palestras para as lideranças sindicais; arrecadação sindi-cal; menu referencial de produtos e ser-viços; site para os sindicatos e marketing associativo.

Na fase atual, de planejamento, a equipe do Deplan realizará seis ativida-des preparatórias importantes para que o projeto seja executado com excelência. São elas: realização de pesquisa junto aos sindicatos e federações para perceber o nível de entendimento das entidades em

11CNC NotíciasJulho 2010 n°125 11

CAPA

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“ “A implementação do projeto de Fomento ao As-sociativismo nos sindicatos do comércio representa a continuidade da busca pela excelência na gestão.

Renato Rodrigues, consultor sindical

relação aos temas associativismo, repre-sentação e prestação de serviços e prio-rizar as atividades propostas; definição da estrutura de aplicação do projeto e programação visual; desenvolvimento do Menu Referencial de Produtos e Serviços, Sistema de Arrecadação e Modelos de Si-tes dos Sindicatos; Elaboração das peças publicitárias e modelo de estratégias de marketing associativo; desenvolvimento de palestras; e especificação de recursos humanos e identificação de fornecedores. A partir de setembro, o programa Fomen-to ao Associativismo entrará em sua fase de execução, com a adesão das entidades e o início do ciclo de palestras.

Por que estimular o associativismo?

O associativismo não está ligado aos efeitos de conseguir novos sócios, mas, principalmente, aos motivos que farão com que os empresários se aproximem das entidades – e, por isso, deve ser visto como uma cultura a ser desenvolvida nos sindicatos. O líder sindical deve entender que a empresa só se associará se houver identificação com a entidade. E que, em geral, elas são movidas pelo atendimento de suas necessidades, o que pode se dar tanto na esfera da representação quanto

na prestação de produtos e serviços. “O presidente do sindicato será o agente do desenvolvimento do associativismo”, afirma Daniel Lopez, acrescentando que por ele passarão a decisão de ampliar o quadro associativo e de aperfeiçoar seus meios de sustentação.

O programa da CNC propõe-se a tra-balhar a cultura do associativismo junto aos sindicatos filiados ao Sistema Comér-cio, disseminando a importância de fazer com que estas entidades possuam quadros associativos expressivos, meios de conse-gui-los e, ainda, como gerir esses clientes, que serão responsáveis pela sustentabili-dade futura da entidade. Na CNC, o Fo-mento ao Associativismo será composto de cinco produtos.

Ciclo de Palestras

A primeira fase será composta por um circuito de palestras, realizadas nas federações nacionais e estaduais e dire-cionadas, principalmente, aos sindicatos. As conferências destacarão pontos fun-damentais, como A Importância do Asso-ciativismo; Defesa de Interesses do Co-mércio; Produtos e Serviços Essenciais; Gestão do Quadro Associativo; e Comu-nicação e Marketing.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1251212

CAPA

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A importância do associativismo

O líder sindical e o Sistema Comércio;origem do associativismo;embasamento legal e estatutário; defesa de interesses; prestação de serviços; quadro associativo;efeitos do associativismo; autossustentação sindical; projeto de fomento ao associativismo.

Comunicação e marketing

Canais de comunicação;

Sites dos cindicatos;

Redes sociais;

SMS (Celular);

E-mail marketing;

Marketing associativo;

Estratégias de comunicação e marketing;

Peças publicitárias padronizadas;

Modelo de procedimento de

comunicação e marketing.

Gestão do quadro associativo

Modelo de quadro associativo; fontes de

informação de representados; fadastra-

mento e gestão de clientes; tratamento

de reclamações; sistemas eletrônicos;

modelo de previsão estatutária;

modelo de procedimento de associativis-

mo; medição e monitoramento;

associativismo no Sicomércio.

Produtos e serviços essenciais

Relação empresa e sindicato; serviços como

função acessória; autossustentação financeira;

relação com o mercado; excelência na prestação

de serviços; imagem operacional da entidade;

modelo de procedimento de produtos e serviços;

Menu Referencial de produtos e serviços.

Defesa de interesses do comércioCompromisso com os empresários;identificação de necessidades;rede de relacionamentos;tipos de ações de representação;Negociação sindical; a representatividade como efeito; responsabilidade social;Imagem da entidade; modelo de procedi-mento de representação.

Palestras sensibilizarão dirigentes sindicais quanto à

importância do associativismo

A estratégia da CNC para sensibilizar os di-rigentes sindicais tem início com um ciclo de palestras, que serão proferidas nas 27 federa-

ções estaduais e cinco nacionais filiadas ao Sistema Comércio.

Veja o conteúdo de cada conferência:

A população de clientes dos sindicatos está definida na sua base de empresas re-presentadas, que há tempos carece de fon-tes fidedignas de informações cadastrais. Até o momento, cada entidade realiza à sua maneira a busca pelas informações de seus representados, utilizando-se de fon-tes como Juntas Comerciais e bases inde-pendentes. Além do mais, muitas entida-des não dispõem de sistemas eletrônicos capazes de gerenciar as informações de

clientes e emitir relatórios essenciais.Com base neste cenário, o projeto se

propõe a prover uma base de dados com as informações cadastrais dos representados de cada entidade pertencente ao Sicomércio, disponibilizar software de arrecadação com funcionalidades que vão desde o carrega-mento da base de representação até a emis-são de relatórios essenciais e, por fim, dis-ponibilizar assessoria para a implantação do software na entidade.

Arrecadação Sindical

13CNC NotíciasJulho 2010 n°125 13

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A segunda etapa do programa é chama-da de Menu Referencial de Produtos e Ser-viços, ou, em outras palavras, seu portfólio – trata-se de um dos principais atrativos para que as empresas queiram associar-se aos sindicatos.

O Menu Referencial será construído de acordo com o leque de produtos e servi-ços que cada sindicato poderá oferecer, e conterá detalhes de operacionalização e referências do que é aplicado por outras

Sites dos Sindicatos

Para a CNC, uma página na internet é uma ferramenta indispensável para a di-vulgação de conteúdo útil aos clientes, além de produtos e serviços. Na quarta fase do programa Fomento ao Associativismo, a CNC disponibilizará aos sindicatos um modelo-padrão de website, que poderá ser personalizado e que promoverá a inteliga-ção de informações nacionais e estaduais de interesse das entidades, além de um ge-renciador de conteúdo local e ferramentas básicas padronizadas.

Daniel Lopez: elaboração

de projeto para ampliar a

representatividade dos sindicatos do

comércio

entidades. Ao portfólio serão acrescidos os produtos e serviços que a CNC já oferece, como certificação digital e análise de risco da Serasa e da Equifax.

“A criação de um portfólio é uma forma de dar condições para que as en-tidades aperfeiçoem sua prestação de serviços, e, no futuro, possam criar no-vos produtos e/ou serviços para ofe-recerem aos seus associados”, afirma Daniel Lopez.

Marketing Associativo

Na última etapa do programa de Fo-mento ao Associativismo, a CNC dis-ponibilizará mecanismos para que os sindicatos do comércio promovam mo-vimentos de captação de novos associa-dos – entre eles, vídeos de sensibiliza-ção para o associativismo, cartilha de aprimoramento do relacionamento dos sindicatos com seus representados e peças publicitárias padronizadas, como folders e banners.

Menu Referencial

CNC NotíciasJulho 2010 n°1251414

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CNI: associativismo para

ampliar representatividadeDesenvolvimento associativo é prioridade no Sistema Indústria, que, em 2010, deverá investir na manutenção e ampliação do seu Programa

Na Confederação Nacional da Indús-tria (CNI), o pilar das ações de desen-volvimento associativo é o Progra-

ma de Desenvolvimento Associativo (PDA), lançado em 2007 com o intuito de ampliar a representatividade e a sustentabilidade dos sindicatos filiados para que exerçam cada vez melhor seu papel: defender os interesses da Indústria. Todas as ações do PDA são plane-jadas e executadas em parceria pela CNI e as 27 federações de indústrias, conhecedoras das necessidades dos sindicatos.

O Programa de Desenvolvimento As-sociativo se sustenta em duas diretrizes interdependentes: modernização sindical, que contempla desde a capacitação de li-deranças sindicais em assuntos como de-fesa de interesses e negociação sindical até a criação de sites e o apoio à informa-tização dos sindicatos; e fortalecimento empresarial, cujo objetivo é incrementar o portfólio de serviços oferecidos às in-dústrias pelos sindicatos, contribuindo para sua competitividade.

Durante o 4° Encontro Nacional da Indústria, realizado em Brasília no final do ano passado, o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, destacou que a classe empresarial pre-cisava mostrar à sociedade o papel dos empresários no desenvolvimento socio-econômico do País: “Tanto empresários quanto trabalhadores são sócios das em-presas. A esmagadora maioria das em-

presas brasileiras é de pequeno ou médio porte, cujos empreendedores colocam em risco o seu patrimônio pelo ideal de empreender”, disse. “Muitas vezes, esses empresários ganham menos do que exe-cutivos de grandes companhias. A socie-dade não sabe disso”, completou.

A iniciativa da CNI, similar à que a CNC está adotando, é realizada em mais de mil sindicatos em todo o País. Entre as ações previstas para este ano está a reali-zação de 115 turmas para levar aos líderes sindicais mais informações sobre temas relevantes para o setor, tais como: rela-ções de trabalho, meio ambiente, inovação e questões tributárias. A CNI promoverá, ainda, a criação de 80 novos sites para seus sindicatos filiados, além dos 470 já em operação, e apoiará a produção de 100 mil fôlderes para divulgar o papel e os serviços dos sindicatos às indústrias de todo o País. Nos dois últimos anos, 3,3 mil DVDs de estímulo ao associativismo circularam en-tre as empresas divulgando a mensagem de que unidas, sob a liderança dos sindicatos, elas têm melhores condições de defender seus interesses.

Por meio do PDA, a CNI apoia tam-bém projetos inovadores formulados e executados pelas federações de indústrias, relacionados ao objetivo de promover o associativismo. A ideia é que esses proje-tos sirvam como pilotos para a formulação de projetos nacionais.

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O Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) da Confe-deração Nacional da Indústria

(CNI) entrou em seu terceiro ano de execução com números expressivos. Ao longo desse tempo, 1.450 dirigen-tes sindicais participaram das atividades de capacitação propostas pela CNI, que também colaborou com a formulação de mais de 330 planejamentos estratégicos para os sindicatos filiados ao Sistema, e quase 500 sites foram criados. Em 2010, a entidade deve investir na manutenção e ampliação das ações, desenvolvidas em âmbito nacional. Abaixo, o gerente exe-cutivo da Unidade de Relações do Tra-balho e Desenvolvimento Associativo da CNI, Emerson Casali, fala sobre a inicia-tiva do Sistema Indústria.

Qual é a importância do associativis-mo para a Indústria?

O associativismo é importante não só para a Indústria, como para toda a classe empresarial. A associação aos sindicatos facilita a comunicação entre as empresas, possibilitando a discussão de problemas e a construção de posi-ções e propostas de solução conjuntas. Por meio da ação coletiva, liderada pe-los sindicatos, a Indústria amplia sua capacidade de atuar na busca de um am-biente de negócios favorável ao desen-volvimento sustentável do País.

Quando começou e o que motivou a criação do Programa de Desenvolvimento Associativo na CNI?

O Programa de Desenvolvimento As-sociativo teve origem em 2006, quan-do a CNI selecionou e apoiou 29 pro-jetos, formulados e executados pelas federações de indústrias, com o objetivo de promover o associativismo. Foi a par-tir de 2007, no entanto, que o Programa assumiu suas feições atuais. Definimos duas diretrizes – modernização sindical e fortalecimento empresarial – concreti-zadas por meio de quatro linhas de ação: capacitação, planejamento e gestão, marketing associativo e oferta de serviços. Os projetos passaram a ser formulados pela CNI, a partir de benchmarking e consultas às federações, e estas ficaram responsáveis por mobilizar os líderes sindicais, executar e gerenciar os projetos em seus respectivos estados. A motivação do Programa, desde o início, é aumentar a representatividade e a sustentabilidade dos sindicatos empresa-riais, fortalecendo, assim, todo o Sistema de Representação da Indústria.

Quais são os principais resultados ob-tidos pela CNI desde a implantação do PDA? E os principais benefícios para as federações e sindicatos?

Primeiramente, o PDA conseguiu aproximar ainda mais CNI, federações e sindicatos. Hoje, há mais de 140 técni-

PDA: início da inovação necessária ao

sindicalismo patronal

CNC NotíciasJulho 2010 n°1251616

CAPA

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Emerson Casali, gerente executivo da CNI

cos de todas as 27 federações de indús-tria envolvidos no Programa, e mais de 1.100 sindicatos participam das ativida-des realizadas. Ao longo de 2008 e 2009, destaco resultados como a participação de 1.450 dirigentes de sindicatos em ati-vidades de capacitação, a formulação de mais de 330 planejamentos estratégicos de sindicatos e a criação de 473 sites de sindicatos, além da produção de 80 mil fôlderes que divulgam as ações dos sin-dicatos, das federações e de Sesi, Senai e IEL. As federações participam da con- cepção dos projetos e recebem apoio da CNI para executá-los. E os sindicatos são os principais beneficiados. O PDA oferece cursos presenciais e a distân-cia, oficinas e palestras aos líderes sin-dicais de acordo com suas necessidades de formação e atualização. Os sindicatos recebem apoio para formular seus pla-nejamentos estratégicos e para moder-nizar sua infraestrutura de tecnologia da informação. Podem também solicitar a criação de seus sites, de acordo com modelo desenvolvido pela CNI. Enfim, o PDA proporciona diversas oportunida-des para que os sindicatos aprimorem sua atuação na defesa dos interesses industriais.

Quais são as metas para os pró- ximos anos?

A principal meta é ampliar o índice de associativismo em 10% até 2015. É

uma meta ousada, considerando que esse indicador não costuma ser elevado mesmo em países com maior tradição associativa do que o Brasil.

Como se dão o envolvimento e a participação dos presidentes de federa-ções e sindicatos no Programa?

Todas as ações do PDA são discuti-das por dois grupos, um deles compos-to por técnicos, e outro, por executivos da CNI e de cada uma das 27 federa-ções. São esses grupos que levam aos presidentes das federações informações sobre as atividades do PDA. Além dis-so, como o Programa é executado por meio de convênios, os presidentes das federações estão sempre cientes dos projetos a serem executados em seus estados. Muitos, inclusive, fazem a abertura ou até participam de ativida-des do Programa. Os presidentes dos sindicatos, por sua vez, participam ativamente das atividades desenvolvi-das. Essa participação é fator decisivo para o sucesso do PDA e para a efetiva promoção do associativismo.

Com a nova Diretoria, como fica o desenvolvimento do Programa na CNI?

O PDA é um programa institucional e, portanto, manterá o mesmo curso nos próximos anos.

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SESC e Senacconsolidam avanços

para os brasileirosPioneiras em ações de responsabilidade social no País, entidades ampliam serviços oferecidos à população em

áreas como saúde, educação e turismo.

Um dos maiores sistemas de desen-volvimento social e qualificação profissional do mundo, o Serviço

Social do Comércio (SESC) e o Servi-ço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) apresentam uma impressionante evolução nos últimos 30 anos. Cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros, as duas entidades, que integram o Siste-ma liderado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), vêm acompanhando a evolução e as necessidades da sociedade brasileira, ofe-recendo opções que garantem mais saúde, educação e opções de cultura, lazer, espor-

tes e turismo para milhões de pessoas em todo o País.

O SESC e o Senac, como as demais insti-tuições do Sistema S, surgiram em 1946, a partir da tomada de cons- ciência do empresa-riado brasileiro pelo bem-estar dos tra-balhadores de baixa renda do comércio. São, portanto, pre-

cursores da responsabilidade social no País. O SESC

atua com ên-fase na me-

lhoria da qua-lidade de vida

e na promoção da cidadania,

tendo como base para sua atuação

a educação. Entre

outros, é responsável por projetos como o da Escola SESC de Ensino Médio, im-plantada no Rio de Janeiro, que é mode-lo para o País, e o da Estância Ecológica SESC Pantanal, outra referência, esta nas áreas ambiental e de turismo. O Senac tem a missão de educar para o trabalho nas atividades de comércio de bens, serviços e turismo, oferecendo mais de 800 cur-sos nas três modalidades que envolvem a educação profissional no Brasil: formação inicial e continuada de trabalhadores, edu-cação profissional técnica de nível médio e educação superior.

As ações do SESC atingem, hoje, cer-ca de 2.200 municípios brasileiros, bene-ficiando a população em ações de educa-ção, saúde, cultura e lazer. As do Senac chegam a quase 3 mil municípios. Para se ter uma ideia, em 1979 o SESC alcançava 500 municípios, e o Senac, 600. Em ter-mos de infraestrutura também houve um salto significativo. O SESC, por exemplo, conta, hoje, com 1.427 espaços esporti-vos (em 1979 eram 221). As 176 salas de aula existentes naquele ano saltaram para 1.660 salas 30 anos depois. São 255 es-paços educacionais (da educação infantil ao ensino médio), 303 bibliotecas entre fixas e móveis, 925 gabinetes odontoló-gicos, 362 restaurantes e lanchonetes, que são usufruídos pelos comerciários, seus familiares e a sociedade em geral. A en-tidade conta, também, com 42 meios de hospedagem e 18 mil leitos. Há 30 anos, o número de leitos era de 520, em seis unidades de hospedagem.

Por sua vez, o Senac prestou, em 2009, mais de 1,8 milhão de atendimentos aos

Uma das carretas-escola do Senac Móvel e a Escola SESC

de Ensino Médio, no Rio: projetos

que ajudam a melhorar o País

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SERVIÇOS

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A presença do SESCMunicípios atendidos 2.200Espaços educacionais/ salas de aula 255/1.660Bibliotecas (fixas e móveis) 303Espaços esportivos 1.427Gabinetes odontológicos 925Restaurantes e Lanchonetes 362Meios de hospedagem/leitos 42/17.674Unidades fixas e móveis 427/90Matrículas e credenciais 5 milhõesAtendimentos 858 milhões

Os números do SENACMunicípios atendidos 2.979Unidades operativas 489Atendimentos 1,8 milhão

(665 mil gratuitos)Professores 20 milCarretas-escola 69Balsa-escola 1Empresas pedagógicas 79Unidades escolares fixas 443Satisfação dos alunos PSG 82,7%

Os dados das duas tabelas referem-se ao ano de 2009

brasileiros, orientados por 20 mil profes-sores especializados. Na década de 70, o número de atendimentos anual era de 438 mil. Esse aumento foi possível a partir de uma infraestrutura que conta, hoje, com 513 unidades escolares – entre as quais 69 carre-tas-escola e uma balsa-escola que opera na região amazônica –, além de 79 empresas pedagógicas, entre hotéis, restaurantes, lan-chonetes-escola e outros, nas quais os alu-nos aprendem na prática. Os restaurantes- -escola do Senac tornaram-se famosos tan-to pela qualidade de suas refeições quanto pelo elevado nível profissional transmitido a seus cozinheiros, maîtres e garçons.

Em resposta à necessidade do País, de ampliar seus níveis de inclusão social, fa-cilitando o acesso de um número maior de pessoas à qualificação profissional e a ati-vidades voltadas para a melhoria da quali-dade de vida, ambas as entidades estão im-plementando o Programa de Gratuidade, ratificado em decreto assinado pelo presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva. Desenvol-vido a partir de 2009, o programa destinará 66,67% da receita compulsória líquida do Senac e um terço da do SESC, progressi-vamente, até 2014, para cursos gratuitos de educação profissional e atividades de qua-lidade de vida, voltados para a população de menor renda.

Os resultados alcançados em 2009 mostram que o SESC aplicou cerca de R$ 712 milhões em ações gratuitas, que envolvem desde educação infantil até ati-vidades culturais. Já o Senac contabilizou mais de 120 mil matrículas gratuitas, em cursos de formação inicial e continuada e de educação profissional técnica de nível médio, o que significa um aumento de 11% em relação às matrículas inicialmente pre-vistas. Para isso, o Senac aplicou aproxi-

madamente R$ 299 milhões no Programa Senac de Gratuidade (PSG) 2009, ou seja, 7,02% acima do estipulado pelo acordo com o governo para o ano.

O trabalho vem sendo reconhecido. Pesquisa realizada com cerca de 9 mil alu-nos do Senac apontou um índice de satis-fação com os cursos de 82,7%. Além do PSG, o Senac oferece diversas outras pro-gramações sociais à população brasileira, totalizando mais 665 mil atendimentos gratuitos em 2009.

Fiscalização rigorosa

Manter e ampliar essa estrutura para be-nefício de cada vez mais brasileiros exige um forte compromisso de gestão. E é o próprio empresariado quem financia os programas e projetos, por meio das receitas compulsórias provenientes da folha salarial das empresas do setor do comércio de bens, serviços e tu-rismo (1,5% para o SESC e 1% para o Se-nac). A utilização dos recursos é permanen-temente acompanhada e fiscalizada.

As duas instituições possuem conselhos fiscais – órgãos formados por representan-tes dos trabalhadores, dos empresários e do governo, este último tendo a maioria. Os or-çamentos e programas de trabalho são sub-metidos a cada ano ao governo, que acom-panha e fiscaliza sua execução. Além disso, os recursos arrecadados e sua aplicação são verificados todos os anos por instân-cias federais como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

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SERVIÇOS

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Eleições na CNC...

O Diário Oficial da União publicou, no dia 1º de junho, o edital de registro da chapa, única, que concorrerá à eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal da Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O grupo,

que assumirá o mandato em 19 de novembro de 2010, estará à frente da representação dos empresários do setor terciário pelos próximos quatro anos, até 18 de novembro de 2014. A cerimônia festiva será realizada em Brasília.

Presidente: Antonio Jose Domingues de Oliveira Santos (ES);

Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu (FNHRBS), Antonio Airton Oliveira Dias (RR), Carlos Fernando Amaral (BA),

Carlos Marx Tonini (PA), Edison Ferreira de Araujo (MS), Euclides Carli (SP), Francisco Valdeci de Sousa Caval-cante (PI), Hugo de Carvalho (TO), Hugo Lima França (SE), Ladislao Pedroso Monte (AP), Lázaro Luiz Gonzaga

(MG), Marcelo Fernandes de Queiroz (RN), Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues (SP), Raniery Araújo Coelho (RO), Valdir Pietrobon (Fenacon), Wilton Malta de Almeida (AL) e Zildo De Marchi (RS); Suplentes da Diretoria:

Ademir dos Santos (RR), Aderson Santos da Frota (AM), Alex de Oliveira da Costa (PE), Anselmo da Silva Moraes (TO), Antonio Florêncio de Queiroz Júnior (RJ), Antônio Lopes Trindade (GO), Antônio Trevisan (RS), Ari Faria Bittencourt (PR), Canuto Medeiros de Castro (AL), Célio Spagnoli (SC),

Daniel Mansano (Aduaneiros), Diocesmar Felipe de Faria (DF), Edson Duarte Mascarenhas (BA), Edy Elly Bender Kohnert Seidler (DF), Expedito Edilson Mota Borges (CE), Fernando Teruó Yamanda (PA), Hermes Martins da Cunha (MT), João Elvécio Faé (ES), Liliana Ribas Tavarnaro (PR), Lúcio Emílio de Faria Júnior (MG), Luiz Carlos Bohn (RS), Marcantoni Gadelha de Souza (RN), Marcelino Ramos Araujo (MA), Márcio Olívio Fernandes da Costa (SP), José Marcos de

Andrade (SE), Miguel Setembrino Emery de Carvalho (DF), Natan Schiper (RJ), Odair de Jesus Conceição (Fenavist), Osvino Juraszek (RO), Paulo Miranda Soares (Fecombustiveis), Pedro José

Maria Fernandes Wähmann (RJ), Renato Rossi (MG), Robert Bittar (Fenacor), Rubens Torres Medrano (SP) e Vicente de Paulo Santos Correia (PI);

Conselho Fiscal: Efetivos: Anelton Alves da Cunha (MG), Antonio Vicente da Silva (PB) e Arnaldo Soter Braga Cardoso (DF); Suplentes: Hilário Pistori (MS); Lélio Vieira Carneiro (Fenavist) e Valdemir Alves do Nascimento (AC).

Vice-Presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque (PE);

Diretores Secretários: 2º) Pedro Jamil Nadaf (MT)

3º) Luiz Gastão Bittencourt da Silva (CE);

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira (Fecombustiveis);

Diretores Tesoureiros: 2º) Antonio Osório (RJ)

3º) José Lino Sepulcri (ES);

Vice-Presidentes: 1º) José Roberto Tadros (AM), 2º) Darci Piana (PR), 3º) José Arteiro da Silva (MA); Abram Abe Szajman (SP),

Adelmir Araújo Santana (DF), Bruno Breithaupt (SC), José Evaristo dos Santos (GO), José Marconi Medeiros de Souza (PB), Laércio José de Oliveira (Febrac), Leandro Domingos Teixeira Pinto (AC) e Orlando Santos Diniz (RJ);

Diretoria

CNC NotíciasJulho 2010 n°1252020

REUNIÃO DE DIRETORIA

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... e posse nas federações do comércio

Em junho e julho, os empresários eleitos para assumir a Diretoria das federações do comércio filiadas à CNC, na gestão

2010-2014, começaram a tomar posse em seus novos postos. Entre as nacionais, a Fenacon, a Fenacor, a Febrac, a Feaduaneiros e a FNHR-BS realizaram cerimônia de posse em junho. A Fecombustíveis já havia feito a troca em mea-dos de maio. Junho também marcou a entrada dos novos diretores nas entidades dos estados do Amapá, Rondônia, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Distrito Federal, Pará, Sergipe, Es-

pírito Santo e Rio de Janeiro. Em julho, novos líderes empresariais assumem a linha de frente das federações do comércio dos Esta-

dos do Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraí-ba, Ceará e Rio Gran-de do Norte.

1- Diretoria da Fecomércio-ES

2- José Evaristo dos Santos, de Goiás

3- Marcelo de Queiroz, do Rio Grande do Norte

4- Ladislao Pedroso Monte, do Amapá

5- Josias Silva de Albuquerque, de Pernambuco

6- Orlando Diniz, do Rio de Janeiro

7- Diretoria da Fecomércio-CE

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8- Diretoria da Fecomércio-AM

9- José Marconi Medeiros de Souza, da Fecomércio-PB

10- Abram Szajman, da Fecomércio-SP

11- Adelmir Santana, Fecomércio-DF

12- Carlos Marx Tonini, da Fecomércio-PA

13- Zildo de Marchi, da Fecomércio-RS

14- Valdeci Cavalcante, da Fecomércio-PI

15- Valdir Pietrobon, da Fenacon

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16- Diretoria da Feaduaneiros

17- Paulo de Miranda Soares, da Fecombustíveis

18- Alexandre Sampaio, da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares

19- Ricardo Costa Garcia, da Febrac

ECOS DA DIRETORIA

Mudanças na Diretoria da CNC

Na reunião realizada no dia 17 de junho, no Rio de Janeiro, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, apresentou os dois diretores que, após a aprovação do grupo, assumiram novas funções até o próximo dia 18 de novembro, quando se encerrará o mandato da atual Diretoria. O segundo diretor-secretário e presidente da Fecomércio de Mato Grosso, Pedro Nadaf, assumiu interinamente o cargo de vice-presidente Administrativo, vago em decorrência do licenciamento de Antonio Airton de Oliveira Dias. E Lúcio Emílio de Faria Jú-nior, representante da Fecomércio Minas Gerais, que até então ocupava vaga de suplente na Diretoria da CNC, foi nomeado como membro titular para ocupar a vaga do ex-presidente da Fecomércio de Rondônia, Francisco Teixeira Linhares, falecido em maio último.

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Números que levam à excelência sindical

Balanço dos projetos previstos no Plano Estratégico do Sistema CNC 2007/2020 são apresentados em

reunião de Diretoria da entidade e apontam para o desenvolvimento cada vez maior da gestão sindical

Em 2002 e 2004, quando da realiza-ção, respectivamente, do VI e do VII Congressos do Sicomércio, foram

produzidos diagnósticos e cenários atua-lizados para o Sistema CNC, que resulta-ram no Plano Estratégico CNC 2007/2020. No documento estão as iniciativas a serem implementadas pelo Sistema Comércio, em busca da realização dos propósitos que atendem aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.

Desde aquele período até hoje, os pro-jetos renderam resultados que mostram a disposição e o alinhamento das entidades do sistema comércio com o que há de mais moderno na gestão sindical e na oferta de serviços a federações, sindicatos e empre-sas. Estes resultados foram apresentados na última reunião da Diretoria da entidade, realizada no Rio de Janeiro, em junho. O consultor sindical da Presidência da Con-federação, Renato Rodrigues, apresentou o balanço de programas como o Sistema de Excelência da Gestão Sindical (SEGS), que, a partir de 2010, foi transformado em um programa permanente da Confederação, dado os excelentes resultados alcançados. Atualmente, a iniciativa conta com 738 en-tidades aferidas, entre federações e sindica-tos, o que corresponde a 75% das entidades integrantes do Sicomércio, o Sistema Con-federativo da Representação Sindical do Comércio, das quais 428 concluíram todas as etapas do primeiro ciclo.

“O êxito do SEGS pode ser avaliado pela comparação dos dados e dos indi-cadores de participação que estavam previstos para este ano e que foram al-cançados já no segundo ano de imple-mentação, em 2009”, explicou Rodri-gues. Segundo ele, a primeira etapa da programação deste ano foi encerrada no início de maio, tendo sido aplicada para 508 entidades, em 34 turmas, totalizando 701 pessoas treinadas.

A segunda etapa da programação, ini-ciada em maio, vai até o mês de setembro e já conta com 221 entidades treinadas e 368 participantes.

O consultor explicou tambem que está em desenvolvimento um banco de dados destinado a subsidiar a cobrança da con-tribuição sindical por federações e sin-dicatos. “Já existe um grupo de técnicos dedicados a implementar esse banco, a partir de dados oriundos da arrecadação da cobrança da contribuição social des-tinada ao SESC e Senac”, complemen-tou o especialista. Segundo Rodrigues, o banco utilizará os dados provenientes das empresas ativas, que estão contribuindo atualmente, e será um elemento valioso a ser oferecido às federações filiadas e seus sindicatos, com a finalidade de incremen-tar a arrecadação da contribuição sindical.

Rodrigues destacou que estão em ple-no funcionamento os convênios ofereci-dos pela CNC com a finalidade de for-

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necer fontes alternativas de renda para as entidades integrantes do Sicomércio – os convênios com Equifax e Serasa são comercializa-dos atualmente por 21 fe-derações, com centenas de contratos ativos, sendo que o convênio com Serasa registrou este ano um au-mento de 35% de adesões em relação a 2009. “Ou-tro convênio que tem despertado interesse”, disse Renato Rodri-gues, “é o da Certifi-cação Digital”. A par-ceria entre a CNC e a empresa Certisign já conta com a adesão de 20 federações, e a CNC está reem-bolsando a taxa de credenciamen-to das federações que pretendem atuar como autoridade de registro.

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Economia brasileira cresce... Mas e o crédito?

Expansão fiscal leva ao aumento do crédito – e o País continua crescendo. No curto prazo é ótimo, mas o real fica valorizado demais. Isso pode prejudicar o

comércio?

Quando o assunto é economia, po-de-se dizer que, até aqui, o Bra-sil chegou bem. Os principais

indicadores apontam para um ritmo de crescimento futuro – mesmo com o fim de benefícios criados na crise financeira e o atual ciclo de alta do juro, a estima-tiva de expansão do PIB passou de 5,8% previstos em março para 7,3%, na maior revisão já feita pelo Banco Central de um trimestre para o outro.

Por outro lado, o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, divulga-

do este mês, ressalta a preocupação com os reajustes de preços pu-xados pela demanda

doméstica robusta. Para completar, a taxa básica de ju-ros, a Selic, pulou de 8,75% para 10,25% ao ano entre abril

e junho, de acordo com a última ata do

Comitê de Política Monetária (Co-pom), do BC.

Esse foi o cenário avaliado por Carlos Thadeu

de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC e ex-diretor do Banco Central, na reunião de Diretoria

da Confederação, em junho. “A expansão fiscal ajuda a manter a economia aquecida. Enquanto isso, o Banco Central sobe os ju-ros para conter as pressões inflacionárias. No curto prazo, isso é excelente, o País cresce, mas a moeda, o real, fica valorizada demais”, disse o especialista. Ele destacou que o real é uma moeda que tende a ficar al-tamente valorizada por algum tempo, dev-ido ao crescente diferencial entre as taxas de juros domésticas e internacionais e ao contexto geral da economia, com alta atra-tividade para investimentos externos. Mas isso não pode ser uma prática constante, principalmente pelo fato de que o mundo, hoje, está mais competitivo.

A avaliação do economista é muito mais no sentido da prevenção: na medida em que a economia mundial crescer menos, o País pode ser mais afetado em termos de déficit em conta-corrente, no balanço de pagamentos. “Não é um perigo já; nossa situação está muito boa, mas, com o real sobrevalorizado, o grande perigo é esse déficit em conta-corrente aumentar, já que seu financiamento depende do mercado in-ternacional. Em suma, está dependendo do humor dos investidores externos, tanto in-vestidores de renda fixa como investidores diretos”, explicou.

Crédito em expansão. Até quando?

Em paralelo a todo esse cenário, o cré-dito segue evoluindo por aqui: o saldo to-tal de crédito na economia brasileira saltou

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de 24,5% do PIB em 2004 para 45% do PIB neste ano. Os empréstimos financei-ros destinados apenas às pessoas físicas apresentaram desempenho ainda mais expressivo, mais que dobrando em rela-ção ao PIB, passando de 6,7% do PIB em 2004 para 15%. “O crédito ganhou força e hoje tem grande importância na econo-mia brasileira. Entretanto, dada a rapidez do crescimento do crédito, a preocupação com a sustentabilidade do ciclo atual de crescimento do crédito aumenta”, desta-ca Marianne Lorena Hanson, da Divisão Econômica da CNC.

Razões do crescimento

Diversos fatores possibilitaram o ciclo atual do crédito. A consolidação da esta-bilidade macroeconômica trouxe como benefício uma maior previsibilidade dos agentes, permitindo o planejamento no longo prazo. Também permitiu a redução no custo de oportunidade dos bancos e na taxa de captação com a tendência de queda da taxa Selic ao longo dos anos. Adicio-nalmente, o crescimento da renda com es-tabilidade de preços resultou no aumento do poder de compra do consumidor (Leia mais na página 49).

No primeiro semestre de 2010 as ope-rações de crédito seguiram apresentando crescimento substancial, e grande parte deste crescimento deve-se aos recursos direcionados, com taxas de juros subsi-diadas pelo governo, compostas princi-palmente pelas operações de crédito ha-

bitacional e pelos financiamentos concedidos pelo BNDES.

As operações com recursos livres tam-bém apresentaram crescimento expressivo, com destaque para os créditos concedidos às famílias, refletindo o maior dinamis-mo do consumo, simultaneamente à re-dução das taxas de juros, ao alongamento de prazos e à redução da inadimplência no período. O crescimento do emprego e da renda e a manutenção das expectativas do consumidor em patamares elevados devem seguir sustentando esse crescimento.

“Contudo, é justamente essa modali-dade de crédito, às famílias, o motivo de preocupação. O crédito ao consumidor vem crescendo a taxas maiores do que sua renda, o que, num primeiro momento, poderia indicar um maior nível de endivi-damento para as famílias”, observa Carlos Thadeu. No entanto, ainda segundo ele, na medida em que os prazos do crédito continuam aumentando, os consumidores são capazes de tomar mais recursos sem comprometer muito mais de sua renda, ou seja, sem gerar endividamento excessivo. A sustentabilidade do processo de endi-vidamento das famílias está relacionada à continuidade do alongamento dos prazos e das condições favoráveis de crédito e do mercado de trabalho. “Com a reversão da política monetária e a trajetória de alta da taxa Selic, espera-se um recrudescimento gradual das condições de crédito”, finaliza Carlos Thadeu de Freitas.

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Comércio deve ficar atento

à possibilidade de calote

Alta da Selic prejudica comprometimento da renda do consumidor – ou seja,

o mesmo dinheito para mais dívidas. E isso requer cautela, na

avaliação da Serasa Experian.

O empresário do comércio deve fi-car atento ao cenário econômico, que, no lastro da bonança alar-

deada ultimamente, já apresenta sinais de que algo pode mudar em breve. Um desses sinais é que, após duas elevações seguidas da taxa básica de juros, a Selic, e com possibilidade de mais altas até o fim de 2010, a concessão de crédito na ponta do consumo pode ficar menor, e, por ou-tro lado, a inadimplência pode aumentar.

“O atual ciclo de aperto monetário, os cortes orçamentários para geração de su-perávit primário do setor público e a reti-rada dos estímulos fiscais às aquisições de bens duráveis são fatores que irão propor-cionar um crescimento mais moderado do crédito com recursos livres aos consumi-dores”, diz Luiz Rabi, gerente de indica-dores de mercado da Serasa Experian. Paralelo a isso, Rabi destaca que o Indica-dor Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor apontou crescimento de 1,9% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na comparação men-sal – maio em relação a abril de 2010 –, a inadimplência do consumidor também cresceu, registrando variação de 4,3%.De janeiro a maio de 2010, em compa-ração com o mesmo período do ano an-

terior, o valor médio das dívidas com cheques sem fundos subiu 42,7%. Os tí-tulos protestados e os cartões de crédito e financeiras também tiveram alta de 8,9% e 5,2%, respectivamente. A única modali-dade de inadimplência que apresentou queda foram as dívidas com os bancos, com recuo de 0,1%.Liz Rabi explica que o consumo entre as classes de baixa renda deve diminuir no segundo semestre do ano, já que grande parte da renda já está comprometida com gastos realizados no início de 2010. “Endividamentos adicionais devem ser observados com cautela pelos comer-ciantes”, diz Luiz Rubi. “A procura por crédito cresceu mais do que a capacidade de renda”, complementa. Mas, por en-quanto, as coisas vão bem – o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comér-cio apontou crescimento de 0,1% em jun-ho, em relação ao mês anterior, já descon-tadas as influências sazonais. O resultado positivo do mês foi puxado pela alta de 1,5% do segmento de móveis, eletroele-trônicos e informática. O movimento va-rejista foi impulsionado pelo efeito “Copa do Mundo”, afetando especialmente a procura dos consumidores por aparelhos de televisão.

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Cresce estoque de crédito, e deve chegar às MPESFecomércio de São Paulo acredita que não deve existir temor ao avanço do crédito no País, tendo em vista a envergadura do sistema financeiro e a própria estrutura de fiscalização do Banco Central sobre os bancos privados

As estimativas de aumento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) brasilei-ro em 2010 estão em torno de 7%,

superado apenas por China e Índia. Neste contexto de expansão, o crédito é funda-mental, sendo responsável por 40% da taxa de crescimento econômico, decorrência do incremento da demanda pelas famílias e corporações ou da ampliação da oferta de recursos pelas instituições financeiras.

O estoque total de crédito bancário da economia brasileira somou R$ 1,5 trilhão em maio, passando a representar 45,3% do PIB, ante 44,8% em abril e 41,4% em maio de 2009. O resultado, segundo análise da equipe de economistas do Bradesco, impli-ca uma aceleração na evolução do estoque total de crédito, que cresceu 19% no acu-mulado dos últimos 12 meses e 1,4% ante o mês anterior, em termos dessazonaliza-dos e deflacionados, após ganho de 0,8% em abril – conforme indicado pela nota à Imprensa de Política Monetária e Opera-ções de Crédito do Sistema Financeiro Na-cional, divulgada em 23 de junho. Na mar-gem, o crescimento foi impulsionado pelo crédito à pessoa jurídica e pelo desempe-nho da carteira de crédito direcionado. O estoque de crédito para pessoa jurídica se elevou na margem 1,4%, em termos reais e com ajuste sazonal, ao passo que a cartei-ra de crédito à pessoa física cresceu 0,6%, nessa base de comparação. Já o crédito di-recionado registrou alta de 2,0% em rela-ção a abril, sendo que o destaque ficou no-vamente com as modalidades do BNDES (que se elevaram 2,5%, excluindo os fato-res sazonais) e com o crédito habitacional,

que continua com crescimento forte (nos últimos meses, ao redor de 3% ao mês).

Para a Fecomércio de São Paulo, não deve existir temor ao avanço do crédito no País, tendo em vista a envergadura do sis-tema financeiro, operando com muita cau-tela, e a própria estrutura de fiscalização do Banco Central sobre a banca nacional, atuando exemplarmente e como referência no mundo das finanças.

A entidade destaca que é importante que o crescimento do crédito não deixe de contemplar as micros e pequenas empresas (MPEs). No relatório de inflação de junho do Banco Central foi ressaltado que os fi-nanciamentos às MPEs corresponderam a 37,6% dos desembolsos do BNDES de janeiro a abril de 2010. Em relação a igual período do ano passado, o crescimento dessa modalidade foi de 120%. Estudos do Sebrae evidenciam que esse segmento representa 98% das firmas no País, respon-de por 67% dos empregos gerados e por 20% do PIB. Se o BNDES atende o setor com várias linhas de financiamento, sendo o cartão BNDES o mais popular, os bancos privados somente agora estariam dispostos a atuar agressi-vamente nessa área. A expectativa é de que isso aconteça de forma concreta e rápida, uma vez que, segundo a Fecomér-cio de São Paulo, a conjuntura nunca esteve tão propícia.

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Brasil precisa ampliar poupança interna

Taxa de 16% em relação ao Produto Interno Bruto é insuficiente para garantir o desenvolvimento sustentável do País e deve

forçar aperto fiscal em 2011

A necessidade de obtenção de níveis adequados de poupança doméstica, pública e privada, como forma de

garantir um desenvolvimento equilibra-do fica cada vez mais evidente, observa o economista da CNC Mario Juan da Silva Leal no trabalho técnico intitulado Insu-ficiência de poupança doméstica ameaça crescimento sustentável. Mas se países como China, Rússia, Japão, Índia e Coreia do Sul, grandes detentores de reservas in-ternacionais, são também grandes poupa-dores, a baixa taxa brasileira é preocupan-te e sinaliza medidas de aperto fiscal para 2011, avalia Mario Juan.

“Os 16% de taxa de poupança em rela-ção ao Produto Interno Bruto (PIB) verifi-cados no Brasil têm sido claramente insu-ficientes para fazer frente à aquisição do estoque atual de reservas internacionais, que se situa em torno de US$ 250 bilhões”, afirma o economista. Como consequência, o governo precisou emitir mais moeda e tí-tulos de dívida pública do que seria neces-sário na presença de uma poupança mais robusta.

Com níveis de poupança interna mais altos, o País evitaria uma valorização ex-cessiva de sua moeda e viabilizaria a emis-são de nova dívida pública em condições mais favoráveis. “Sem poupança inter-na em volume suficiente para evitar uma valorização ainda maior do real, o Brasil enfrenta uma dificuldade adicional de des-controle fiscal que o leva a realizar, por meio da emissão de novos títulos públicos,

uma antecipação de receitas, sacando hoje, e de maneira cada vez mais intensa, sobre suas poupanças futuras”, explica o econo-mista da Divisão Econômica da CNC.

Para Mario Juan, devemos nos prepa-rar para um futuro com forte aperto fiscal e monetário. “A crise do euro e os Pigs [si-gla em inglês que agrupa Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha] estão aí para nos mos-trar que ignorar a questão fiscal não traz resultados sustentáveis para as economias. Isso se aplica também à maior das econo-mias, os EUA, onde o governo de Barack Obama já trata como estratégico o objetivo de conter seus gastos fiscais”, observou.

As restrições fiscais que deverão so-brevir a partir de 2011 representarão, se-gundo Mario Juan, um resgate das práti-cas saneadoras que nortearam a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Influenciada pelo ambiente econômico de transparência fiscal que, na época de sua aprovação, marcava a Europa, os Estados Unidos e o próprio Brasil, a LRF contri-buiu para consolidar a estabilidade econô-mica brasileira. “Esse dispositivo, que está completando 10 anos e foi responsável por completar de forma brilhante o arcabouço institucional da política econômica, reve-la-se mais importante a cada dia que pas-sa, validando com sobras todo o desgaste político enfrentado a partir de 1994 para garantir a estabilidade”, afirma no artigo o economista da CNC, lembrando, ainda, que a lei ajudou a potencializar os efeitos positivos do processo de privatização.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1253030

REUNIÃO DE DIRETORIA

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Dívidas e intenção de consumo diminuem

Pesquisas de Intenção de Consumo das Famílias e de Endividamento e Inadimplência do Consumidor mostram ritmo mais lento no segundo semestre, mas ainda bom para o comércio

Os resultados de junho das pes-quisas nacionais produzidas pela CNC mostram que tanto o ritmo

de consumo quanto o nível de endivida-mento das famílias brasileiras diminuí-ram. Mas esse arrefecimento no ritmo era de se esperar, após um início de ano forte, de economia aquecida.Os números das sondagens foram di-vulgados em coletiva de imprensa realizada dia 22 de junho, no endereço da entidade no Rio de Janeiro.Na oportunidade, o economista-chefe da Confederação, Carlos Thadeu de Frei-tas, comentou os números: “As pesquisas mostram a realidade atual do País. A ina-dimplência deve continuar baixa por algum tempo, e as pessoas ainda têm intenção de consumo, mesmo que menor”, disse.

Segundo ele, a política de aperto mo-netário – por meio de elevação na taxa de juros, a Selic – não está reduzindo o apetite das famílias por consumo. Ou seja, a vontade de ir às compras ainda resiste, comprovada pela pesquisa de In-tenção de Consumo das Famílias (ICF), que fechou o segundo trimestre do ano com queda de apenas 2% em relação ao trimestre anterior, resultado considerado excepcional devido aos efeitos das medi-das de incentivo do governo federal, como a redução do Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI) para carros e eletro-domésticos. A comparação com dados conjunturais do mesmo período de 2008 evidencia que o consumidor brasileiro voltou a ter a mesma disposição vigente no período pré-crise. A queda no trimestre

era esperada, em consequência do

Fábio Bentes, Carlos Thadeu de Freitas e Marianne Lorena Hanson, economistas da CNC, destacam que pessoas ainda querem consumir, mesmo que em escala menor

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PRODUTOS CNC

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fim dos efeitos da redução do IPI e da alta base formada pelo início do ano, enfati-zou Carlos Thadeu. Outro fator a pesar é o encarecimento do crédito pós-elevação dos juros básicos, que já se apresenta em determinados indicadores conjunturais – na última pesquisa mensal de comércio do IBGE (PMC), por exemplo, houve declínio de 3,0% do volume de vendas ante março e desaceleração em relação ao mesmo mês do ano passado (+9,1%), após alta de 12,8% no primeiro trimestre. Cinco dos sete componentes da ICF registraram recuo, destacando-se os subitens relativos às perspectivas pro-fissionais (-6,0%) e ao momento para aquisição de bens duráveis (-6,7%). Por outro lado, os itens relativos ao con-sumo presente e futuro apresentaram altas de 1,2% e 1,9%, respectivamente.“O desempenho do Índice de Consumo das Famílias no acumulado dos últimos três meses é consistente com a esperada desaceleração do nível de atividade após um 1º trimestre de forte expansão”, diz Fábio Bentes, economista da CNC respon-sável pela análise dos números. Ele desta-ca que, em junho, todos os componentes da ICF mantiveram-se acima do ponto de indiferença (100 pontos), revelando satisfação quanto às variáveis condicio-

nantes do consumo presente e otimismo em relação aos gastos futuros de curto prazo. Apesar dos recuos de 1,3% e 1,4% no trimestre, a satisfação em relação à renda atual e às condições de crédito para compras a prazo ainda sustenta patama-res significativamente elevados. “Nota-mos, ainda, a diferença entre os itens relativos ao consumo atual e futuro, su- gerindo a continuidade no aquecimento do consumo, ainda que em um ritmo me-nos forte que o verificado no primeiro trimestre do ano”, complementa Bentes. Com base em suas análises, o economista destaca que, ao se compararem os resultados de intenção de con-sumo nos primeiros seis meses do ano com o desempenho de igual período em 2008, é possível dizer que as perspectivas de consumo es-tão equivalentes àquelas registradas no cenário pré-crise. Fábio Bentes co-mentou que o mercado está sendo be-neficiado pelo bom momento no poder aquisitivo do brasileiro, que conta com melhores condições no mercado de tra-balho e na renda. “Esperamos um au-mento de 10,8% no volume de vendas, disse, acrescentando que, caso a esti-mativa se confirme, este seria o melhor ano do comércio varejista brasileiro.

INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS

Fonte: Divisão Econômica da CNC

Indicador 1º Trim 2º Trim 3º TrimEmprego Atual 134,5 133,4 -0,8%

Perspectiva Profissional 134,1 126,0 -6,0%Renda Atual 144,6 142,7 -1,3%

Compra a Prazo 144,8 142,8 -1,4%Nível de Consumo Atual 103,8 105,0 1,2%Perspectiva de Consumo 138,3 140,8 1,9%Momento para Duráveis 144,0 134,4 -6,7%

ICF 134,9 132,2 -2,0%

CNC NotíciasJulho 2010 n°1253232

PRODUTOS CNC

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Fim dos incentivos fiscais segura endividadosApós aproveitar benefícios como a redução do IPI para linha branca e automóveis, consumidor ficou mais cauteloso com as contas, revela Peic

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC Nacional) da CNC reve-

lou um movimento que, em junho, fez com que as famílias brasileiras não as-sumissem novas dívidas no segundo trimestre do ano.

Com o fim dos incentivos fiscais inicia-dos pelo governo federal em 2009, como a redução de Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI) em bens duráveis, nos produtos de linha branca e automóveis, o percentual de famílias endividadas apre-sentou queda de 4,7 pontos percentuais em junho deste ano. Já os indicadores de inadimplência também recuaram, e o percentual de famílias que não terão con-dições de pagar suas dívidas atingiu 7,8%. “Por ter comprado para aproveitar os be-nefícios fiscais, o consumidor tornou-se mais cauteloso com novas dívidas em 2010, o que levou a uma diminuição na quantidade de famílias endividadas em ju-nho”, explicou Marianne Lorena Hanson, economista da CNC responsável pelos números da Peic.

Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC, explica que a inadimplência no segundo semes-tre chegou ao nível mais baixo dos úl-timos anos devido ao aumento da ren-da, do crescimento do emprego formal e da redução das taxas de juros que os bancos estão cobrando. “É óbvio que, à medida que o Banco Central subir a Selic, vai haver impacto no crédito, mas será um impacto lento. O spread bancário tem caído, já que a inadim-plência é um componente importante da taxa. À medida que a inadimplên-cia cai não há necessidade de aumentar o spread”, enfatizou. Para Marianne, apesar do momento bastante favorável, há uma significativa parcela dos consu-midores com a renda comprometida e que podem enfrentar condições menos favoráveis de renegociação. “Mas como a inadimplência apresenta ten-dência de queda, há espaço para spreads bancários reduzidos e recru-descimento gradual das condições de crédito”, diz.

Coletiva de imprensa na CNC, no Rio de Janeiro, para divulgar os resultados de junho da ICF e da Peic: números para auxiliar empresariado do setor terciário

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PRODUTOS CNC

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Comércio brasileiro participa de reunião

da OIT Emprego e proteção social devem ser colocados no centro

das políticas dos países-membros, concluem participantes da Conferência, que contou com representantes da CNC nas comissões

de trabalho. Entidade participa desde 1992 das reuniões.

A Confederação Nacional do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou da delegação

brasileira na 99ª Conferência da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça, como uma das entida-des da classe patronal, representando mi-lhões de empresários do comércio de todo o Brasil. O evento, que aconteceu entre os dias 2 e 18 de junho, contou com a parti-cipação de delegações de 183 nações, so-mando cerca de quatro mil membros.

A Conferência concluiu sua reunião de 2010 com um forte apelo para que o em-prego e a proteção social sejam colocados no centro das políticas de recuperação das nações, em tempos de pós-crise financeira internacional. “Temos reforçado este con-ceito: a única recuperação possível é uma recuperação sem déficit social”, disse o Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia, em uma mensagem dirigida ao plenário, ao fim do encontro.

A CNC esteve representada nas comis-sões de trabalho pelos diretores Luiz Gil Siuffo Pereira, Antonio Airton Oliveira Dias, Francisco Valdeci de Sousa Caval-cante, José Evaristo dos Santos, Pedro Jamil Nadaf e pela consultora adjunta da Presidência da CNC, Patrícia Duque. “Na-quela oportunidade, o Brasil depositou na OIT a ratificação da Convenção 151, que trata das Relações do Trabalho na Admi-nistração Pública”, explica Patrícia, que participou das reuniões de trabalhos. Se-gundo ela, outros temas debatidos no en-contro em Genebra foram o trabalho digno para os trabalhadores domésticos; a elabo-ração de uma norma sobre o HIV/AIDS no mundo do trabalho; a discussão geral sobre o objetivo estratégico de emprego; e a apli-cação das Convenções e Recomendações e a revisão de pontos dos Princípios e Di-reitos Fundamentais no Trabalho. A CNC participa desde 1992 das reuniões da Orga-nização Internacional do Trabalho.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1253434

INSTITUCIONAL

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BC vai reduzir número de tarifas dos cartõesMedida anunciada em audiência pública na Câmara será integrada à nova regulamentação que pôs fim à exclusividade das credenciadoras Cielo e Redecard

O Banco Central (BC) deverá divul-gar, em breve, regras para norma-tização que devem limitar a 20

o número de tarifas de cartões de crédito praticadas pelo mercado. A informação foi dada pelo diretor de Política Monetária da autarquia, Aldo Luiz Mendes, ao final da audiência pública realizada em 24 de junho pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara com o objetivo de discu-tir as mudanças nesse mercado específico.

A decisão da autoridade monetária é a primeira medida a entrar em vigor, no con-texto da regulamentação do setor que, des-de o dia 1º de julho, não conta mais com a exclusividade das credenciadoras Cielo e Redecard. A expectativa é a entrada de no-vos players, como a anunciada parceria do Banco do Brasil com o Bradesco para o lan-çamento da bandeira Elo, do espanhol San-tander com a credenciadora gaúcha GetNet, e também da Caixa Econômica (CEF), que deve lançar a sua bandeira própria.

Para a advogada da Divisão Jurídica da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Andrea Salgado Espíndola, é pre-ciso “criar uma relação sólida de equilíbrio que seja interessante a todos os segmen-tos”. Na sua avaliação, o acirramento da concorrência servirá para pressionar para baixo as atuais taxas de administração dos cartões (2,5% a 5%) para níveis mais ci-vilizados, em torno de 1,5%, atualmente utilizados no exterior.

Andrea concordou com o ponto de vis-ta do presidente da Confederação Nacional

dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, ao defender o combate aos abusos do mercado, com base em ativi-dades de monitoramento, regulamentação e autorregulamentação. “A melhor forma de garantir que a diferenciação de preços seja positiva é ampliar a transparência de informações ao consumidor”, afirmou. No seu entendimento, todos os players desse mercado podem ser enquadrados pela Lei nº 4.595/64 – que inclui empresas públicas e privadas na aplicação de recursos – para posterior regulamentação pelo BC e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O consultor da Associação Brasilei-ra das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), Juan Férres, admitiu que a padronização tarifária deve ocorrer para que o mercado trabalhe com um nú-mero reduzido de tarifas. “Nossa maior preocupação é que a regulamentação não sirva de pretexto para engessar o setor, uma vez que o aumento explosivo do cré-dito ao consumidor (sobretudo nas classes C, D e E) poderá elevar o risco para as empresas”, assinalou.

Autor do requerimento que solicitou a audiência, o deputado André Vargas (PT-PR), considerou o fim da exclusivida-de das credenciadoras um avanço, acen- tuando que o foco das discussões na Câ-mara deve ser beneficiar o consumidor.

Audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara: medidas deverão acirrar a concorrência

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INSTITUCIONAL

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Audiência discute reajuste de preços

de medicamentosO objetivo foi discutir critérios de reajuste de preços de

remédios no Brasil. O segmento afirma que a redução seria possível se os tributos baixassem.

A Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Depu-tados, realizou audiência pública

no dia 29 de junho para discutir a com-posição dos preços de medicamentos no Brasil e os critérios de reajuste da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os deputados se reuniram com representantes da Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da Anvisa e da Associa-ção dos Laboratórios Farmacêuticos Na-cionais (ALANAC). O deputado dr. Ro-sinha (PT-PR), autor do requerimento, presidiu a audiência.

Para os convidados, os preços dos medicamentos no Brasil poderiam ser mais baratos se a carga tributária inci-dente sobre o setor fosse menor. Segundo Serafim Branco Neto, gerente executivo da Alanac, em média 36% do preço pago

pelos remédios no País são des-

tinados aos c o f r e s púb l i cos ,

por meio de tributos inci-

dentes em várias etapas da cadeia,

da produção à comer-cialização dos remé-

dios.O setor va-

rejista também sofre com a

carga tributária.

Representando a CNC, o vice-presidente do Sincofarma/ DF, Álvaro da Silveira Jú-nior, sugeriu medidas para reduzir o pre-ço dos medicamentos, como a adoção de uma alíquota única do ICMS e a expansão do programa Aqui Tem Farmácia Popular, que incentiva as redes privadas de farmá-cias a vender uma cesta de medicamentos com preços mínimos pagos pelo governo.

“Isso fez, forçosamente, o preço pu-xar para baixo, onde o consumidor entra com apenas 10% do valor desse preço de referência. O que aumentou o aces-so ao medicamento e, consequentemen-te, houve uma redução em toda a cadeia desses produtos que estão no programa”, explicou Álvaro.

A Anvisa considera que os preços dos medicamentos no Brasil não são caros, se comparados aos praticados na maioria dos países. O ICMS também foi apontado pelo representante da Agên-cia como um entrave para o setor, mas sob o aspecto da guerra fiscal entre os estados e o DF. Segundo o gerente do Núcleo de Assessoramento Econômico em Regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Pedro José Ber-nardo, os entes federativos oferecem benefícios variados para os distribui-dores de remédios, o que incentiva o transporte de medicamentos por diversas regiões do País.

A discussão continuará na Comissão, mas não foi apresentado um novo reque-rimento de audiência pública nem fixada uma outra data para a sua realização.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1253636

INSTITUCIONAL

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Entidades patronais se reúnem no Ministério do Trabalho e Emprego

Com o objetivo de discutir práticas antissindicais e propor diretrizes para a construção de um trabalho

conjunto entre o governo e empregadores, a Secretaria de Relações do Trabalho reu-niu entidades patronais no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A reunião foi realizada dia 5 de julho, em Brasília, com a presença de representantes da Confede-ração Nacional do Comércio de Bens, Ser-viços e Turismo (CNC), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confede-ração da Agricultura e Pecuária do Bra-sil (CNA), da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Confederação Na-cional do Sistema Financeiro (CONSIF), entre outras.

O Ministério do Trabalho apresentou uma minuta de projeto de lei, elabora-da pelo Ministério da Justiça, e propôs um modelo de discussão baseado em duas reuniões bipartites (entre gover-no e empregadores e entre governo e trabalhadores) e, posteriormente, em um encontro tripartite (entre governo, empregadores e trabalhadores).

As entidades concordaram que o diá-logo deve ser sempre tripartite e que deve haver duas propostas – do trabalhador e do empregador. Além disso, defenderam que as discussões trabalhistas sejam tratadas de forma diferenciadas nas empresas pú-blicas e privadas.

Representando a CNC, Patrícia Cer-queira Duque, consultora adjunta da Pre-sidência, destacou que mudar a prática de discussão é retroagir. “Não há forma mais democrática de trabalho do que o diálogo tripartite”, disse.

Lúcia Rondon, consultora da CNI, con-cordou. “Isso proposto pelo Ministério é um retrocesso. Nós queremos dialogar, somar. Sempre procuramos oferecer cami-nhos para soluções”.

Na mesma linha, e com base na ex-planação apresentada pelo Ministério do Trabalho, onde não constam práticas dos sindicatos contra os empregadores, Mag-nus Apostólico, consultor da Consif, enfa-tizou: “Não encontro nesse projeto nenhu-ma premissa que proíba, por exemplo, os atos violentos dos trabalhadores”.

Por fim, ficou definido que a Secreta-ria levará as considerações apontadas pelo setor empresarial ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e que nova reunião será reali-zada no dia 15 de julho.

Sistema HomologNetNa reunião da Secretaria com as enti-

dades foi apresentado o Sistema Homolog-Net, para cálculo da rescisão de contrato de trabalho através do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT), já em funcionamento em caráter facultativo.

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INSTITUCIONAL

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A grande aposta

Cessa tudo quanto possa representar uma preocupação séria para a eco-nomia brasileira, a médio prazo.

Vem aí a Petrobras com uma programação de investimentos no Pré-Sal de US$ 224 bi-lhões, até 2014. Nem o fabuloso programa de R$ 140 bilhões de empréstimos do BN-DES, em 2010, suscita tanto entusiasmo e questionamento. No caso da Petrobras, o que preocupa são as incertezas que ainda cercam a produção de petróleo em águas profundas, a 5 mil ou 7 mil metros abai-xo do nível do mar. No caso do BNDES, a expansão do crédito está associada aos riscos de inflação. Os riscos existem.

Aí estão, porém, as duas grandes forças de impulso e de sustentação das ativida-des econômicas. Em torno do Pré-Sal vai se constituir o maior polo de desenvolvi-mento industrial do Brasil, comparável ao que foi, na década dos anos 60 e 70, a indústria automobilística no ABC pau-lista. Se tudo der certo, como esperamos, materializa-se a grande chance de entrar o Brasil em um auspicioso ciclo de elevado e sustentado crescimento.

Atividades Econômicas

Quando a economia sinaliza um descom-passo entre a demanda agregada e a produ-ção industrial e a infraestrutura, que pode

causar inflação, o remédio deve ser frear o consumo e os investimentos ou estimular a ampliação da capacidade produtiva?

Os economistas não têm uma resposta definitiva para essa questão, mas o bom senso indica que “virtude está no meio”. Os monetaristas querem parar a economia aos primeiros sinais de superaquecimento, e os desenvolvimentistas acham que um pouco de inflação não faz mal a ninguém.

O que se observa no Brasil, atualmen-te, é que o Presidente Lula, o Ministro da Fazenda e o governo, de um modo geral, expandem os gastos públicos e o crédito oficial para forçar a expansão do consumo e dos investimentos, colocando o Banco Central na retranca, com a tradicional ob-sessão de controlar tudo através da eleva-ção das taxas de juros.

É óbvio que o “espírito animal” dos empresários só é despertado quando a de-manda exige um aumento da oferta. É a hora de responder com os investimentos. Um caso emblemático é o da indústria de materiais de construção, cujas vendas cres-ceram 12%, no acumulado até maio/10. A utilização da capacidade técnica do setor (NUCI) atingiu 91,0% em agos-to de 2008 e, agora, em maio/10, voltou a 91,6%. Em consequência, é o setor in-dustrial que apresenta um dos mais altos índices de investimento.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1253838

ARTIGO

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Ernane GalvêasConsultor econômico da CNC

O que não faz sentido, obviamente, é o governo empurrar para frente os gastos de custeio e os empréstimos do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômi-ca, e o Banco Central puxar para trás. Essa flagrante contradição é contraproducente, cria um clima de incertezas, confunde, “gera mais calor do que energia”.

Inflação

Vamos partir do princípio de que a inflação é um mal tanto do ponto de vista econômico como do social. Quan-do os preços sobem aceleradamente e, de alguma forma, desordenadamente, gera-se um clima especulativo, de in-certezas e de apreensões, em que toda a sociedade é atingida.

Os trabalhadores perdem poder de compra de seus salários, consomem me-nos e, sempre que possível, manifes-tam sua reação através de greves, que paralisam a produção.

Os empresários, por sua vez, anteci-pam-se às sinalizações do aumento dos custos e elevam seus preços acima do necessário, para garantir as margens de lucro. E, diante das incertezas, postergam seus planos de investimentos.

No mercado cambial, os efeitos da in-flação são altamente perniciosos, na me-

dida em que produz uma valorização da taxa de câmbio, que prejudica as expor-tações e favorece as importações, em de-trimento da produção nacional. Enfim, a inflação, fora de controle, tende a reduzir a capacidade produtiva e o potencial do crescimento econômico nacional.

Por tudo isso, cabe estar atento, para manter a inflação sob controle.

A grande questão, na conjuntura atual, é que a responsabilidade pelo controle da inflação não cabe mais, exclusivamente, à política monetária do Banco Central, ba-seada na manipulação das taxas de juros. A experiência recente revelou a prevalên-cia da política fiscal, com base no fato de que o setor público responde, em grande parte, pelos excessos da demanda agrega-da que cumpre refrear.

Logicamente, a política econômica global deve contar com a participação das políticas fiscal, de crédito, previden-ciária, salarial, cambial e outras, visando conciliar o maior ritmo possível de cres-cimento econômico com a menor taxa possível de inflação. Essa missão deve competir a um Conselho de governo, e não ao Banco Central ou, nem mesmo, ao atual Conselho Monetário Nacional, no caso do Brasil.

Isso pode parecer uma utopia, mas tem a força da lógica e da racionalidade.

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ARTIGO

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Internet, segurança e privacidade

A internet – e sua integração às tele-comunicações – mudou, fundamen-talmente, a vida das pessoas e das

organizações em todos os âmbitos: social, cultural, político, educacional, recreativo e na forma de fazer negócios. O que até al-guns poucos anos atrás era uma opção hoje se tornou mandatório para inúmeras ativi-dades. Cotidianamente surgem aplicativos e tecnologias, em velocidade estonteante, absorvidos por um mercado que se afigura cioso e pronto para essa torrente de novida-des. Os recentes lançamentos dos e-Books e dos celulares multimídia provocaram uma corrida às lojas de eletrônicos dos EUA. Em apenas 80 dias o iPad, por exemplo, vendeu 3 milhões de unidades, devendo chegar a 10 milhões até o final do ano.

Justamente nesse cenário de ebuli-ção inserem-se duas questões da maior relevância institucional para o desen-volvimento da internet, suas redes so-ciais e de negócios: segurança e priva-cidade; ambas importantes e, muitas vezes, conflitantes.

Nos EUA – berço da internet e de toda a revolução das telecomunicações – essas demandas vêm sendo tratadas tanto pelas empresas de tecnologia quanto pelas co-munidades de usuários e por agências esta-duais. Os EUA não têm legislação específi-ca sobre o tema. As fontes legais emanam da constituição e de leis estaduais, além de códigos de boas práticas.

Nesse contexto, foi realizada, re-centemente, a Conferência Computers, Freedon and Privacy in a Networked

Society, na San Jose State University, Califórnia, EUA.

Muitos dos tópicos discutidos nos con-duzem a uma profunda reflexão sobre como deveremos tratar o assunto no Brasil, espe-cialmente nesse momento em que se escre-ve, no Mercosul, a legislação comum a ser adotada pelo Bloco.

Peter Cullen, estrategista-chefe da Mi-crosoft, pontificou em sua apresentação que, a despeito das constantes manifesta-ções sobre a perda da privacidade na inter-net e da vulnerabilidade dos arquivos com dados pessoais, a preocupação nas empre-sas com o tema é imensa. A Microsoft, que passou muitos anos dando atenção prioritá-ria à segurança, hoje foca igualmente mo-delos tecnológicos que garantam a privaci-dade e a liberdade de expressão. E isso é de imensa importância na era da “computação em nuvem”, representando contínuos desa-fios para o setor, que só serão vencidos com o diálogo e a cooperação entre os atores envolvidos. O que Peter Cullen colocou de forma abrangente pode ser observado com clareza nos painéis que discutiram aspectos práticos da Segurança & Privacidade. Por exemplo: bilhões de telefones celulares e aparelhos de GPS formam uma plataforma sem paralelo, da qual empresas e governos podem extrair dados pessoais e invadir a privacidade dos usuários. O monitoramento das comunicações através de celulares (ain-da que respeitado o conteúdo das conversas) pode ser usado para o planejamento das de-mandas por comunicações em uma região – ou país. Ou, por outro lado, pode facilitar

CNC NotíciasJulho 2010 n°1254040

ARTIGO

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o maior sistema de vigilância do planeta. O desafio consiste em criar modelos em que o acompanhamento do uso dos celulares possa ajudar a desenvolver aperfeiçoamen-tos na rede, mas evitando, ao mesmo tem-po, ser um instrumento de controle. Já os aparelhos de GPS e correlatos podem ser-vir para rastrear rapidamente onde um in-divíduo (ou milhões) se encontra, como e a que horas transita. Isso é uma ferramenta poderosa para o planejamento do transporte público, mas, ao mesmo tempo, um desa-fio em como atingir objetivos nobres sem sacrificar a privacidade. Atualmente já exis-te a tecnologia que permitiria implantar o chamado Sistema de Transporte Cooperati-vo Inteligente. Os veículos poderiam avisar outros sobre acidentes; as companhias de seguro poderiam cobrar suas taxas baseadas no comportamento ao volante dos motoris-tas e provedores de sistema de navegação poderiam prever o fluxo de tráfego, basea-dos em informações em tempo real, colhi-das de milhares de veículos. Tudo isso já é possível e tornaria o ato de dirigir mais se-guro, confortável e com efeitos ecológicos positivos. O reverso da medalha seria a co-leta de imensa quantidade de informações pessoais. Posição de veículos, destinos das viagens e estilo de dirigir poderiam derivar dessas informações. Implantar esse sistema é outro desafio que deverá levar em conta, de forma primordial, a proteção à privacida-de, ou, do contrário, os modelos não serão aceitos nos países democráticos.

Outra questão relevante trata dos dados pessoais relativos à saúde, tanto os que es-

tão em arquivos públicos quanto os abriga-dos nos servidores de empresas prestadoras de serviços médicos e de diagnóstico. Ha-veria necessidade de legislação específica para tratar da segurança desses arquivos, de seu acesso e transferência para outras bases de dados? Quem no governo poderia ter acesso e como poderiam ser usados? E na área privada, quem poderia ter acesso aos dados e em que condições?

Especificamente no que tange às em-presas de comércio eletrônico e outras, que mantêm negócios na internet, ao venderem produtos, pesquisam, classifi-cam e arquivam os dados de seus consu-midores, criando detalhadíssimos perfis pessoais. Muitas organizações trabalham com senso ético, utilizando de forma lí-cita as informações para preparar ofertas aos seus clientes, que devem autorizar essa prática. Outras colhem as informa-ções sem autorização, para vendê-las, em pacotes, a terceiros. Isso dá origem ao envio de milhões de ofertas de negócios não desejadas ou ao uso não autorizado dos dados pessoais e das preferências de milhões de indivíduos.

Como se observa, a proteção à priva-cidade e aos dados pessoais é tema que merece ser tratado o quanto antes no Bra-sil, que ainda carece de legislação especí-fica, o que, aliás, inviabiliza a prestação de certos serviços aos países da União Europeia. A UE somente reconhece a pro-teção de dados pessoais como aceitáveis na legislação de sete países fora de seu perímetro, dentre os quais, a Argentina.

Luiz Cláudio de Pinho AlmeidaEconomista

41CNC NotíciasJulho 2010 n°125 41

ARTIGO

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CNT lança documento referencial Turismo no

Brasil 2011-2014

O Conselho Nacional do Turismo, do qual a CNC faz parte, lançou, no dia 21 de junho, em Brasília, o

documento referencial Turismo no Brasil 2011-2014, que faz um diagnóstico da ati-vidade no Brasil e traça metas para o qua-driênio, projetando números e estimativas de crescimento. A publicação, que servirá para a formulação de políticas públicas, in-vestimentos privados e ação empresarial, é voltada para os dois grandes eventos es-portivos que o País sediará nos próximos quatro anos – a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016.

“A elaboração deste documento, com objetivos e metas para os próximos anos, é muito importante, porque não serão quais-quer ‘próximos anos’. Trata-se de um mo-mento único, o que torna ainda maior a res-ponsabilidade deste fórum e de quem atua no turismo. Precisamos aproveitar esta grande janela de oportunidades para dar um salto

de qualidade e deixarmos um legado para o Brasil”, destacou o ministro do Turismo, Luiz Barretto.

A presidente da Co-missão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, Raquel Teixeira (PSDB-GO), elogiou o documento: “A qualidade e rique-za deste material são visíveis, e ele é fruto da integração madu-ra que as institui-ções brasileiras es-tão construindo em volta de temáticas importantes para o País, como o turis-mo”. Eraldo Al-ves da Cruz, vice-

presidente do Conselho de Turismo da CNC, concorda com a deputada: “O documento é a prova dos avanços que o setor do turismo tem realizado em prol da economia brasileira e da consolidação da maturidade governamental, ao proporcionar a participação democrática de todos os setores, transformando o futuro próximo no desejo da maioria.

O principal documento do setor, que será a base para a elaboração do Plano Nacio-nal de Turismo, está dividido em três eixos (diagnóstico, cenários e projeções e propo-sições) e será apresentado aos candidatos à Presidência da República durante o XXI Congresso Brasileiro da Atividade Turística, a ser realizado no segundo semestre, permi-tindo que todos conheçam os números e as propostas das empresas que atuam nesse seg-mento econômico.

A parceria do Ministério do Turismo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Co-mercial, o Senac, na qualificação de profis-sionais está destacada no documento. Entre 2002 e 2008, a entidade administrada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo capacitou mais de 952 mil pessoas em cursos voltados para o setor turístico. Somado com o número de qualificações feitas diretamente pelo Minis-tério do Turismo, o resultado atinge expres-sivos 1,30 milhão de profissionais ao longo de sete anos, o que corresponde a 57,61% do total de empregados formais nas atividades características do turismo no País, em 2008.

O documento referencial Turismo no Brasil 2011-2014 contou com a partici-pação do diretor da CNC Norton Lenhart, como coordenador da Câmara Temática de Legislação, do gerente do Senac-DN, An-tonio Henrique de Paula, como coordena-dor da Categoria de Atividade Capacitação e Qualificação, e de Eraldo Alves da Cruz, como coordenador da Categoria de Ativi-dade Organizações Patronais.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1254242

TURISMO

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Copa e Olimpíada motivam debate sobre transporte públicoA infraestrutura brasileira é suficiente para o País abrigar eventos de porte internacional? Conselho de Turismo da CNC reúne especialistas na área para discutir a questão.

O Conselho de Turismo da CNC rece-beu, no dia 23 de junho, o presidente da Associação Nacional dos Transportado-res de Turismo e Fretamento (ANTTUR), Martinho Ferreira de Moura, e o ex-presi-dente do Conselho Estadual de Trânsito e subsecretário estadual de Transportes, Ar-thur César de Menezes Soares. Em debate, a mobilidade dos turistas e a acessibilidade aos locais de competições esportivas, re-quisitos essenciais para a realização dos grandes eventos esportivos programados para os próximos anos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O tema foi parte do painel Estamos preparados para receber megaeventos?, um dos ciclos de palestras que integram o macrotema In-fraestrutura Turística e Megaeventos.

“Os grandes eventos esportivos inter-nacionais atraem um turista diferente da-quele que viaja para conhecer as cidades. São pessoas que se interessam específica e primeiramente pelos eventos em si, e que utilizam basicamente os transportes públi-cos”, afirmou Martinho de Moura.

Arthur Soares citou dados sobre o cres-cimento dos congestionamentos no trân-sito carioca nos horários de maior movi-mentação. Em 2003, os engarrafamentos no Rio de Janeiro totalizavam 55 quilô-metros. Em 2013, espera-se que cheguem a 133 quilômetros. “É preciso priorizar a utilização do transporte coletivo, em de-trimento do individual”, defendeu, mani-festando preocupação com este fluxo e a realização concomitante de eventos espor-tivos na cidade. Soares falou também so-

bre a necessidade de se fazer uma ligação mais eficiente entre as quatro áreas do Rio de Janeiro que sediarão jogos durante os jogos olímpicos: Copacabana, Barra da Ti-juca, Deodoro e Maracanã. Ele defendeu os chamados BRTs - ou Bus Rapid Transit, um sistema de transporte público que se utiliza de ônibus especiais, circulando em vias bloqueadas para outros tipos de veí-culos, para prover um serviço mais rápi-do e eficiente que as linhas tradicionais. O sistema já é utilizado em vários países da América, Europa e Ásia, em cidades como Nova York, Paris e Beijing, entre outras. “O BRT é a alternativa com o melhor custo x benefício, se considerarmos o tempo da-qui até a Copa e o investimento necessário para a sua construção. Com um mesmo va-lor X constroem-se 7 km de metrô, 14 km de trem e 426 km de BRT”, explicou.

Martinho Ferreira de Moura, da Anttur

43CNC NotíciasJulho 2010 n°125 43

TURISMO

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TURISMO

CNC NotíciasJulho 2010 n°12544

CNC no calendário de eventos do turismo

Com o objetivo de estimular o desen-volvimento do setor de turismo, a Confederação Nacional do Comér-

cio de Bens, Serviços e Turismo participa, a cada ano, dos principais eventos nacio-nais de turismo do País. A entidade estará presente, no segundo semestre, em pelo menos três deles: Congresso Nacional de Hotelaria (CONOTEL), ABAV-Feira das Américas e, pela primeira vez, o 7º Encon-tro Brasileiro de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta Summit 2010).

“A participação da CNC nos eventos de turismo é muito importante, porque vem consolidando seu papel de representar as empresas do comércio de bens, serviços e turismo, promovendo a educação profissio-nal e a qualidade de vida para os trabalha-dores do setor terciário e para a sociedade”, explica Eraldo Cruz, chefe da Assessoria de Turismo e Hospitalidade (AsTur) e vice-pre-sidente do Conselho de Turismo da CNC.

O apoio da CNC começará em agosto, com a realização, no Rio de Janeiro, entre os dias 17 e 19 de agosto, da 52ª edição do Co-notel, um dos eventos mais tradicionais do País. Promovido pela Associação Brasileira

da Indústria de Hotéis (ABIH), este ano o Congresso abordará o tema Brasil,

a bola da vez, com foco na susten-tabilidade negocial da hotelaria brasileira. Em sua 52º edição, o evento tem como publico-alvo empresários de hotelaria, princi-palmente das 12 cidades que se-

diarão os jogos da Copa de 2014. É a quinta vez que a CNC partici-

pa do Conotel. Este ano, o Sistema CNC-SESC-Senac contará com

um estande especial, onde apresentará as suas ações e projetos segmentados no setor hoteleiro e na Copa de 2014, e partici-pará do painel Brasil: A Bola da Vez?.

Entre os dias 20 e 23 de setembro, em São Paulo, a entidade participará, pela primeira vez, do 7º Abeta Summit, que reúne empresários e líderes do mercado de turismo de aventura, e apresentará o tema Comunicação, Comercialização e Compe-titividade para Ecoturismo e Turismo de Aventura. A proposta do evento é difundir conhecimento, apoiar a comercialização de produtos e destinos do segmento por meio dos encontros e incentivar parcerias. O evento espera reunir, em setembro, aproxi-madamente 800 líderes do mercado global de aventura e natureza.

Já a ABAV – Feira das Américas, con-siderada o maior evento de turismo da América Latina em número de expositores e participantes profissionais, será realizada entre os dias 20 e 22 de outubro, no Rio de Janeiro. A Feira reúne os principais agentes econômicos que compõem a cadeia produ-tiva do turismo e é um dos principais foros de comercialização e comunicação do se-tor. A CNC, que participa desde 2008 desse evento, estará presente com um estande de 150 m², de tema Turismo para todos.

A CNC no turismo

O Sistema CNC-SESC-Senac é precur-sor do turismo nacional desde 1955, quando foi criado o Conselho de Turismo da CNC (CTur). Formado por reconhecidos dirigen-tes empresariais, representantes do meio acadêmico, jornalistas, gestores públicos e consultores em turismo, o CTur propiciou a produção de expressivo acervo bibliográ-fico, hoje disponível a toda a sociedade. Na busca por convergir ações e estratégias de desenvolvimento empresarial para o turis-mo, a CNC criou, ainda, a Câmara Empre-sarial de Turismo (CET), composta por re-presentantes das 23 importantes entidades associativas e sindicais do trade turístico brasileiro e, ainda, a Assessoria de Turis-mo e Hospitalidade.

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Na reunião de Diretoria da CNC realizada em maio, tivemos opor-tunidade de tecer alguns comen-

tários a respeito das regras relativas à apli-cação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), a partir da regulamentação da Lei nº 10.666/03, que criou aquele mecanis-mo, no qual se aumentam ou se reduzem as alíquotas do seguro de acidente do trabalho a partir de multiplicadores, que variam de 0.5% a 2%.

Esse mecanismo, que teoricamente visa punir as empresas que negligenciam a prevenção de acidentes de trabalho e premiar aquelas que cuidam da seguran-ça do trabalhador, gerou inconstituciona-lidades e ilegalidades, além de confundir o empresariado com regras complexas e, muitas vezes, incongruentes.

A CNC examinou a matéria e buscou o enfrentamento da questão mediante dois caminhos: o primeiro visou alcançar entendimento com o governo no Conse-lho Nacional da Previdência Social, em harmonia com outras representações pa-tronais, para buscar mudanças na meto-dologia aplicada ao FAP, que passou a vigorar a partir de janeiro de 2010.

Esse canal de diálogo objetivou criar mudanças administrativas sem afetar a lei instituidora do FAP, mas apenas a metodologia de sua aplicação, que foi gerada a partir de atos regulamentadores do governo federal.

O segundo caminho foi o socorro ao Poder Judiciário, tendo a Divisão Jurí-dica preparado um material de natureza técnica, encaminhado às federações do comércio, de forma a subsidiar sindica-tos e empresas em ações de natureza in-dividual ou coletiva, tais como mandado de segurança, medidas cautelares, ações ordinárias e outras, além de interpor Adin no Supremo Tribunal Federal.

No âmbito do Conselho Nacional da Previdência Social houve debates entre representantes do governo, do patrona-to e dos trabalhadores, tendo o Poder Executivo acolhido algumas alterações pretendidas pelo empresariado brasi-leiro, visando reduzir algumas distor-ções existentes, o que foi formalizado mediante resolução daquele colegiado, nº 1.361, publicada no Diário Oficial dia 16 de junho.

Entre as principais mudanças sobre o assunto, podemos destacar:

1) Toda empresa que não apresen-tar ocorrências de registro de Acidente de Trabalho será beneficiada com a alíquota mínima do FAP, 0.5, reduzindo, em conse-quência, os encargos financeiros dos con-tribuintes, o que deve beneficiar cerca de 400 mil empresas brasileiras;

2) Havia uma norma segundo a qual uma empresa que se beneficiasse com uma

O FAP e a mobilização do comércio

Marcelo Barreto de AraújoChefe da Divisão Jurídica da CNC

45CNC NotíciasJulho 2010 n°125 45

EM FOCO

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alíquota do Seguro de Acidente de Traba-lho inferior a 1% receberia algumas modi-ficações adicionais, que eram, na prática, anuladas com um segundo cálculo, cha-mado de Segunda Interpolação. Ou seja, o governo dava o desconto às empresas com uma mão e retirava com a outra. Essa nor-ma deixou de existir.

3) Certas regras relativas ao cálculo dos índices de gravidade, custo e frequên-cia dos acidentes de trabalho foram modi-ficadas, de forma que a empresa que vier a apresentar bom desempenho na redução de acidentes de trabalho não seja prejudicada quando seu índice for comparado com os de outras empresas de pior desempenho e que pertençam à mesma categoria econô-mica. Ou seja, permite melhor distribuição do FAP entre empresas com o mesmo nú-mero de acidentes, reduzindo as distorções nos cálculos.

Há, hoje, um desconto de 25% do ín-dice do Seguro de Acidente de Trabalho, que era válido apenas até 31 de dezembro de 2010, para as empresas que tenham esse índice igual ou superior a 1%, salvo se houver registro de morte ou invalidade permanente. Esse desconto permanece; ele será mantido para os anos seguintes, o que beneficiará, segundo cálculos da Previdên-cia, cinco mil empresas.

Não serão computados como aciden-tes de trabalho, para fins de agravação do índice do FAP, os chamados “acidentes de trajeto”, ou seja, os deslocamentos do em-pregado, casa-trabalho, trabalho-casa, já que, nesse caso, não há como o emprega-dor adotar medidas efetivas para suprimir acidentes dessa natureza.

Cumpre observar duas colocações im-portantes. A primeira é que essas modi-ficações não encerram o processo de ne-gociação entre governo, trabalhadores e empresas, pois ficou definido no Conselho Nacional de Previdência Social que a re-visão do FAP é um processo de aprimo-ramento e que resultados e revisões serão permanentes, estando prevista uma nova reunião para reiniciar uma nova etapa de entendimentos no mês de setembro, em que se buscarão alterações no reenqua-dramento das empresas nas categorias de risco leve, médio e grave dos acidentes de trabalho, em que foram evidentes as incon-gruências praticadas pelo governo.

A segunda colocação é que tais mudan-ças, que são de natureza administrativa, não afetam as ações judiciais ou a Adin interposta pela CNC perante o Supremo Tribunal Federal, em que não se discute a metodologia do FAP, mas a inconstitucio-nalidade da lei que o criou.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1254646

EM FOCO

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As profissões que vão construir o futuroÁreas com maior potencial são aquelas que contribuirão para melhorar a qualidade de vida da população e proteger o meio ambiente

Uma das questões que mais desper-tam interesse em relação ao futuro é identificar as profissões que esta-

rão no topo das demandas das sociedades modernas. Numerosos estudos têm sido realizados, como assinala o economista da CNC Antonio Everton Chaves Junior no trabalho técnico intitulado As profissões do Futuro. E é possível identificar uma con-vergência no que se refere às áreas com maior potencial, entre elas meio ambiente, medicina, energia, engenharia e lazer.

Por trás desse movimento estão as ver-tiginosas transformações tecnológicas e as mudanças nas formas de produção e nos padrões de consumo, em constante evo-lução para atender um número cada vez maior de consumidores. Para Antonio Everton, as profissões do futuro são aque-las que, acompanhando as mudanças so-ciais e econômicas, apresentarão soluções de problemas ligados a envelhecimento, estresse, escassez de recursos naturais, agressão ao meio ambiente, corrida espa-cial, entre outros.

As palavras-chave serão segurança e qualidade de vida. “São temas recorrentes, cujas soluções merecem aprofundamento do conhecimento científico e da formula-ção de políticas públicas”, assinala o eco-nomista. “O crescimento das cidades traz inúmeros problemas e conflitos na distri-buição do espaço e no atendimento às ne-cessidades dos residentes”.

Antonio Everton cita estudo feito pela consultoria britânica FastFuture, que ouviu especialistas de 58 países em cinco continentes. Intitulado The Sha-

pe of Jobs to come (Os tipos de trabalho que virão, em tradução livre), o estudo menciona atividades como policiais do clima, nanomédicos, farmagranjeiros, ci-rurgiões para aumento de memória entre aquelas que serão valorizadas, em razão dos novos paradigmas tecnológicos, de produção e de comportamento.

No Brasil, o Instituto de Estudos Avan-çados Transdisciplinares da Universidade Federal de Minas Gerais fez um trabalho semelhante. Algumas carreiras promisso-ras seriam gestor de resíduos (ou lixólogo), tradutor cultural, cientista socioambiental, especialista em desastres e epidemias, ges-tor de cidades e organizador de dados.

Para o futuro mais imediato, a retoma-da do crescimento econômico que ocorre no Brasil também tem mobilizado setores do governo e do empresariado na busca de soluções que atendam à forte demanda por mão de obra. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), por exemplo, elaborou suas próprias projeções, com foco até o ano de 2015. A pesquisa apontou a engenharia como a carreira universi-tária mais impor-tante, indicando também outras de nível técnico como sendo prioritárias. As áreas ambien-tal, de petróleo, de alimentos, petro-química e florestal foram os destaques.

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EM FOCO

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SESC-RS inaugura projeto

pioneiro de saúde preventiva

O Sistema Fecomércio-SESC-Senac Rio Grande do Sul inaugurou, no dia 25 de junho, em Cachoeira do Sul, a Unida-de SESC de Saúde Preventiva – a primeira do País nesta área. O objetivo da unidade móvel é reduzir o tempo de diagnóstico de doenças como câncer de mama, próstata, colo do útero, doenças crônicas não dege-nerativas, hipertensão arterial e doenças de visão, aumentando as possibilidades de cura das mesmas.

Os atendimentos à comunidade tive-ram início no dia 28 de junho. Em cada município que visitar, a unidade móvel permanecerá 20 dias úteis em atendimen-

A Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) já deu início ao processo de implantação, em nível regional, da ferramenta SIP, o Sistema de Informação Parlamentar, que é utilizado pela Assessoria junto ao Poder Legislativo da CNC (Apel) para o acompanhamento das tramitações dos projetos de lei no Congresso Nacional. O ca-

dastramento inicial dos projetos de lei estadu-ais e muni-cipais será feito com apoio da

to, sempre em parceria com as prefeitu-ras locais e sindicatos do setor terciário. A Unidade Sesc de Saúde Preventiva dis-ponibilizará, primeiramente, 480 exames de mamografia, 480 consultas oftalmoló-gicas, 192 eletrocardiogramas, 192 exa-mes de ultrassom (estes sob prescrição médica), 144 exames citopatológicos de colo de útero e 192 passaportes para a saúde, os quais contemplam exames re-lacionados à prevenção de doenças crô-nicas não degenerativas. Dependendo da demanda dos pacientes da cidade, a quantidade de atendimentos oferecidos pode vir a crescer.

equipe da Apel. O processo permite o arma-zenamento de informações legislativas e fa-cilita o seu acompanhamento, dando maior autonomia à atuação da Fecomércio-CE.

“O SIP Fecomércio/CE é uma grande conquista, pois somos pioneiros no acom-panhamento desses projetos legislativos. E estaremos monitorando em tempo real todos os projetos de interesses do comércio para termos uma participação mais atuante dos nossos sindicatos, o que resultará em melho-rias para o comércio. A Fecomércio/CE ago-ra está preparada para participar ativamente da vida legislativa de nosso estado e muni-cípios”, explica a assessora institucional da Fecomércio-CE, Cláudia Brilhante.

Fecomércio-CE adota Sistema de Informação Parlamentar

CNC NotíciasJulho 2010 n°1254848

SISTEMA COMÉRCIO

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Brasileiro troca financiamento direto na loja por cartão Pesquisa da Fecomércio-RJ/Ipsos destaca que mudança na opção foi impulsionada, principalmente, pelas classes C, D e E

Do ano de 2009 para 2010, o finan-ciamento direto na loja perdeu espaço para os cartões de crédito.

É o que revela a pesquisa anual sobre cré-dito, realizada pela Fecomércio-RJ/Ipsos. Segundo o levantamento, enquanto no ano passado 56% dos entrevistados parcelavam as compras com as lojas, apenas 26% divi-diam no cartão. Neste ano, o pagamento a prazo se inverteu: a loja é a opção de 37%, e o cartão, de 44%. O empréstimo pessoal em banco aparece em terceiro lugar, sendo preferido por 16%. Empréstimo em finan-ceira, consignado e nas lojas aparecem no fim da lista.

A mudança na opção foi impulsiona-da, principalmente, pelas classes C, D e E. No período analisado, a participação da classe C, que financia direto na loja, caiu 26 pontos percentuais, e a da classe D/E diminuiu 22 pontos. Em compen-sação, a participação dos que têm car-tão de crédito subiu 17 e 20 pontos nas classes C e D/E, respectivamente.

O avanço é resultado do crescimento do emprego formal, que contribui para o aumento da parcela dos brasileiros com conta bancária: 49% em 2010. Há um ano eram 36%. “Emprego e renda têm sido os pilares da evolução sustentável que vemos no crédito. Ao entrar no sistema bancá-rio o brasileiro tem acesso a um volume maior e diverso de crédito. O reflexo disso no comércio vem sob a forma do aumento da intenção de compra, que subiu 5 pontos percentuais de maio de 2009 para o mes-mo período deste ano”, afirma João Carlos

Gomes, coordenador do Núcleo Econômi-co e de Pesquisas da Fecomércio-RJ.

A relação positiva entre o bom desem-penho do mercado de trabalho, a dissemi-nação do acesso à conta bancária e a traje-tória favorável da inadimplência confluem para a maior utilização do cartão de crédi-to. Essa modalidade de pagamento, quan-do não está sujeita à inadimplência, apre-senta juros mais baixos. Prova disso é que os juros menores estão entre as principais razões que estimularam o brasileiro a tro-car suas formas de crédito. No ano passado esse era o motivo para 27% dos entrevista-dos, com salto para 37% em 2010. Mesmo assim, 82% dos entrevistados consideram as taxas de manutenção e de anuidade de seus cartões abusivas, sendo que 64%, por serem taxas muito elevadas, e 18%, por considerarem que deveria haver apenas uma taxa, e não duas.

A pesquisa da Fecomércio-RJ é rea-lizada anualmente em mil domicílios de 70 cidades brasileiras, incluindo nove regiões metropolitanas.

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SISTEMA COMÉRCIO

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CNC NotíciasJulho 2010 n°1255050

SISTEMA COMÉRCIO

SESC-SC inaugura unidade para turismo

de negóciosCom quase dois mil metros quadrados, Sistema Fecomércio-SC

inaugura estrutura voltada para o turismo de negócios.

O SESC-SC inaugurou em Florianó-polis, no final de maio, o Centro Multiuso SESC Cacupé, em ceri-

mônia oficial que contou com a presença do presidente do Sistema Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, dos conselheiros da en-tidade e do diretor regional do SESC-SC, Roberto Anastácio Martins. Localizado no bairro de Cacupé, em Florianópolis, a nova estrutura possui 1.808 metros quadrados de área construída e é voltada para o de-senvolvimento do turismo de negócios, agregando excelência à hospedagem e às opções variadas de lazer.

O Centro Multiuso SESC Cacupé está adaptado para a realização de eventos cor-porativos para até 580 pessoas, como fei-ras, congressos e seminários, e também para eventos de médio e pequeno porte, como reuniões empresariais e seminários. Espaços de suporte para eventos de negó-cios e empresariais, como business center com apoio telefônico e tecnologia de aces-so wireless, também são serviços ofereci-

dos. As instalações ainda oferecem espa-ços como salas de condicionamento físico, de artes, de jogos de mesa, de eletrônicos, além de brinquedoteca. O Hotel SESC Cacupé oferece serviços de hospedagem em chalés para duas e três pessoas, e conta com 54 casas, 280 leitos e 23 apar-tamentos – um deles totalmente adapta-do para portadores de necessidades es-peciais. Na avaliação do presidente do Sistema Fecomércio-SC, o investimento em turismo, em especial no segmento es-pecífico de negócios e eventos, fortalece a posição da região e, principalmente de Florianópolis, como destino privilegia-do e com infraestrutura adequada para a realização de eventos nacionais e inter-nacionais. Para o diretor do SESC, Ro-berto Anastácio Martins, a implantação de um centro multiuso na capital possi-bilitará ampliar a oferta de espaços cor-porativos e de eventos em Santa Catarina destinados às empresas do comércio e de serviços em todo o País.

Centro Multiuso SESC Cacupé, em Florianópolis, SC

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Festival de Inverno reúne shows musicais, peças de teatro , dança e outras atividades culturais no Rio de Janeiro

51CNC NotíciasJulho 2010 n°125 51

SISTEMA COMÉRCIO

Festival de Inverno SESC Rio 2010

Sistema Fecomércio-RJ apoia o maior evento cultural do Estado do Rio de Janeiro, que reúne música, teatro, dança, literatura, cinema e artes plásticas.

Teve início no dia 13 de julho, e irá até 1º de agosto, em Petrópolis, Te-resópolis e Nova Friburgo, o Fes-

tival de Inverno SESC Rio 2010. Em sua nova edição, o maior evento cultural do Estado traça um panorama da produção artística brasileira, abrindo espaço para grandes nomes e novos talentos nas áreas de teatro, música, dança, literatura, cinema e artes plásticas. Os ingressos têm preços acessíveis, e as entradas são gratuitas para os comerciários.

Uma das novidades desta edição é que, pela primeira vez, o Festival recebe o selo Carbon Free, por compensar as emissões de CO2 – decorrentes da realização do evento – através do plantio de 799 árvores nativas da Mata Atlântica. A certificação é da Iniciativa Verde, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (tí-tulo concedido pelo Ministério da Justiça às entidades que cumprem os requisitos da Lei n° 9.790/99, conhecida como Lei do Terceiro Setor) precursora na criação do programa verde. A compensação, por par-te do SESC-RJ, se dará na APA da Bacia do Rio São João-Mico Leão Dourado, em matas ciliares do distrito de Aldeia Velha, em Silva Jardim (RJ).

A força do festival está na qualidade da programação. São espetáculos teatrais como A mulher que escreveu a Bíblia, As meninas, Confissões de adolescente e Hi-perativo, entre outros. No set de shows, destaque para Ney Matogrosso, Adriana Calcanhoto, Hermeto Pascoal, Toni Platão,

Selma Reis, Domingui-nhos e Soraya Ravenle. Em dança, o público vai se encantar com Quasar Cia de Dança e com o espetáculo No drama (coreografia de Antonio Ruz, que fez parte do Ballet du Grand Théâtre de Genève e do Ballet de l’Opéra de Lyon). A Orquestra Tabajara vai comandar o baile para quem gosta de dança de salão. No estilo revis-ta musical, destaque para Oui oui a França é aqui, de Gustavo Gas-parani e Eduardo Rieche, com dire-ção de João Fonseca; Miranda por Miranda e Eu te amo mesmo assim, com composições de Chico Buarque, Vini-cius de Moraes, José Augusto, Tim Maia e Roberto Carlos, entre outros. Clara Sverner e o Quinteto Villa-Lo-bos atendem aos fãs de música clássica.

As atividades serão realizadas no SESC Quitandinha, no SESC Teresópolis e no Teatro Higino (Teresópo-lis), no Ginásio Pedrão (Teresópolis) e no SESC Nova Friburgo. As vendas já estão disponíveis, e a programação comple-ta está no site do SESC-RJ, no endereço www.sescrio.com.br.

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Prêmio CARF de Monografias em Direito Tributário – 2010

XXX Programa de Intercâmbio do CADE

7º Congresso de Gestão Corporativa

O Conselho Administrativo de Re-cursos Fiscais (CARF) do Ministério da Fazenda e a Escola de Administração Fa-zendária (ESAF) promovem, até o dia 23 de agosto, em todo o território nacional, o concurso I Prêmio CARF de Monografias em Direito Tributário - 2010. A finalidade é disseminar estudos e pesquisas e incen-tivar o debate de temas relacionados às atividades de julgamento administrativo, reconhecendo trabalhos de qualidade e de aplicabilidade no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal. Os trabalhos

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) realiza de 5 a 30 de julho o XXX Programa de Intercâmbio do CADE (Pincade), na sede do Conselho, em Brasília. Direcionado a acadêmicos de gra-duação, pós-graduação e autoridades anti-truste da América Latina, o programa ob-jetiva a difusão e a compreensão da cultura da concorrência, visando proporcionar aos estudantes uma experiência com a teoria e a prática jurídicas nos processos de defesa da concorrência.

A CNC faz parte do comitê realizador do 7º Congresso Nacional de Gestão Corpo-rativa, que acontecerá nos dias 29 e 30 de julho de 2010, no Centro de Convenções do Sistema Firjan. O evento reúne empresários, executivos, investidores e líderes na troca de experiências e cases de gestão, no formato de exposições, entrevistas e painéis intera-tivos. E tem o objetivo de compartilhar as principais tendências, soluções, conceitos e melhores práticas na gestão empresarial, visando aprimorar as questões técnicas e

podem ser individuais ou coletivos, e cada candidato poderá concorrer com apenas um trabalho monográfico. Os temas propostos pelo regulamento são: O Processo Adminis-trativo Fiscal (PAF); O Direito Tributário no contencioso administrativo fiscal federal; e As contribuições previdenciárias no con-tencioso administrativo fiscal federal. Cada tema premiará os três primeiros colocados, que receberão, respectivamente, R$ 20 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil. Os vencedores tam-bém receberão certificado e terão a mono-grafia publicada.

comportamentais que afetam o dia a dia dos profissionais e organizações, além de criar oportunidades de parcerias entre empresas e entidades sociais.

Também serão abordadas as oportuni-dades que serão criadas a partir dos inves-timentos a serem realizados nos próximos anos no Rio de Janeiro, em virtude dos jogos Mundiais Militares em 2011, da Rio+20, da Conferência Mundial sobre Desenvolvimen-to Sustentável, em 2012, da Copa, em 2014, e dos Jogos Olímpicos de 2016.

CNC NotíciasJulho 2010 n°1255252

AGENDA

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HistÓria em imaGem

Desastre no GolfoA explosão da plataforma da British Petroleum (BP) no dia 20 de abril,

no Golfo do México, próximo aos Estados Unidos, provocou 11 mor-tes e um dos maiores danos ambientais de todos os tempos. Ainda não inteiramente controlado, calcula-se que o vazamento seja da ordem de 35 mil a 60 mil barris diários, dos quais a BP consegue coletar apenas uma parte. A empresa concordou em separar US$ 20 bilhões (R$ 35 bilhões) para compensar as vítimas do vazamento de petróleo – e prometeu ajudar na limpeza. Uma das várias questões em aberto é quanto tempo a nature-za e as comunidades afetadas precisarão para se recuperar da catástrofe.

(John Moore/Getty Images/AFP )