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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP CURSO DE ARTES VISUAIS DELAIR DA COSTA ARTES VISUAIS E SUAS PROPOSTAS ATRAVÉS DAS CORES E DA FOTOGRAFIA CAÇADOR 2012

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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP CURSO DE ARTES VISUAIS

DELAIR DA COSTA

ARTES VISUAIS E SUAS PROPOSTAS ATRAVÉS DAS CORES E DA FOTOGRAFIA

CAÇADOR 2012

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DELAIR DA COSTA

ARTES VISUAIS E SUAS PROPOSTAS ATRAVÉS DAS CORES E DA FOTOGRAFIA

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como exigência para obtenção de titulo de Licenciada em Artes Visuais, do Curso de Artes Visuais, ministrado pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP, sob orientação da professora Suzanne Mendes Valentini.

CAÇADOR 2012

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ARTES VISUAIS E SUAS PROPOSTAS ATRAVÉS DAS CORES E DA FOTOGRAFIA

DELAIR DA COSTA

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título de:

Licenciada em Artes Visuais

E aprovado na sua versão final em _______/________ de 2012, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe e Coordenação do Curso de Artes Visuais.

_____________________________________ Suzanne Mendes Valentini Coordenadora do Curso

BANCA EXAMINADORA: _______________________________ Suzanne Mendes Valentini Presidente _________________________

Profª. Sônia Gonçalves Membro

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Dedico este trabalho a vocês que sempre me fizeram acreditar nos meus sonhos, minha mãe Ondina da Costa, minhas irmãs Denise, Dulcelene, Dirlene, meu irmão Deonir e em memória meu pai, que mesmo estando junto a Deus sempre me acompanhou, nunca me deixando só nesta longa jornada.

Muito obrigada.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar a Deus, pelas oportunidades, pela força

durante toda esta longa caminhada.

Aos meus pais, minhas irmãs, meu irmão, meus cunhados e sobrinhos pelo

incentivo e dedicação, estando sempre dispostos a me apoiar.

Às minhas amigas Angélica, Fabiana, Francieli, Karina e Vera, que sempre

me ajudaram e incentivaram.

A minha gratidão aos amigos que souberam me ouvir, ajudar e tornar meus

dias mais felizes em momentos em que precisei, dando-me mais motivação para

continuar.

Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a

graduação, em especial a professora Suzanne Mendes Valentini e a professora

Sandra Abello, responsáveis pela realização deste trabalho.

A todas as escolas que me receberam de portas abertas, dando-me

oportunidade para realização dos estágios.

A todos que me incentivaram nesta reta final, por ter me dado força para que

eu pudesse chegar até aqui.

Obrigada.

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Mesmo quando tudo parecer desabar, cabe a mim decidir entre rir e chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, o que o mais importante é o decidir.

(Cora Coralina)

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RESUMO

O presente trabalho relata o que foi aplicado no estágio Curricular Supervisionado Obrigatório realizado desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, nos anos de 2011 a 2012. Foram desenvolvidos projetos com os temas: Cores na Educação Infantil e nos Anos iniciais e “Fotografia” no Ensino Médio. As aulas na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foram realizadas de forma lúdica e atraente, através de materiais expositivos. O estágio com o Ensino Médio priorizou Fotografia, referenciais teóricos e atividades práticas relacionadas ao conteúdo. Com todas essas práticas educativas, torna-se claro que o professor é um mediador do conhecimento artístico, aperfeiçoando a visão do mundo e respeitando a realidade dos educandos.

Palavras-chave: cores, fotografia, experiências artísticas.

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ABSTRACT

It fell to this report the work that has been applied in stage Course Mandatory Supervised held from kindergarten through high school in the years 2011 to 2012. Projects were developed with the themes: Colors and "Photography" in high school. Classes in kindergarten and first years of elementary school were conducted in an exhibition, were held in a playful and engaging, through expository materials. The stage with the school prioritized Photography, theoretical and practical activities related to the content. With all these educational practices becomes clear that the teacher is a facilitator of artistic knowledge, perfecting vision of the world and respecting the reality of learners.

Keywords: colors, photography, artistic experiences.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Romero Britto............................................................................................20

Figura 2 - A borboleta................................................................................................20

Figura 3 - Primeira Câmera Fotográfica ....................................................................21

Figura 4 - Ansel Adams.............................................................................................22

Figura 5 - Mistura de cores........................................................................................24

Figura 6 - Concluído I................................................................................................25

Figura 7 - Corte e recorte ..........................................................................................25

Figura 8 - Impressões ...............................................................................................26

Figura 9 - Terra e cola...............................................................................................27

Figura 10 - Concluído II .............................................................................................29

Figura 11 - Mãos .......................................................................................................30

Figura 12 - Massa de modelar...................................................................................31

Figura 13 - Desenho..................................................................................................31

Figura 14 - Resultado................................................................................................31

Figura 15 - Raspas de Giz.........................................................................................32

Figura 16 - Concluído III ............................................................................................31

Figura 17 - Areia colorida ..........................................................................................33

Figura 18 – Experiência do aluno..............................................................................31

Figura 19 - Pintando com tinta I ................................................................................34

Figura 20 - Pintando com tinta II ...............................................................................34

Figura 21 - Barro .......................................................................................................35

Figura 22 - Desenho com barro.................................................................................35

Figura 23 - Sementes................................................................................................36

Figura 24 - Escola .....................................................................................................36

Figura 25 - Informática ..............................................................................................38

Figura 26 - Fotógrafos...............................................................................................38

Figura 27 - Ansel Adams...........................................................................................39

Figura 28 - Câmara escura........................................................................................40

Figura 29 - Pôr do Sol ...............................................................................................40

Figura 30 - Lago das Araucárias ...............................................................................41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10

2 O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................12

2.1 O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ..............................................13

2.2 O ENSINO DA ARTE NO NÍVEL MÉDIO............................................................14

3 COR E FOTOGRAFIA ...........................................................................................16

3.1 TEORIA DAS CORES.........................................................................................17

3.1.1 Ensino de Arte através da Cor .........................................................................18

3.1.1.1 Artista de referência: Romero Britto ..............................................................19

3.2 A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA..........................................................................20

3.2.1 Ansel Adams: o Fotógrafo ................................................................................22

4 EXPERIMENTAÇÕES A PARTIR DAS CORES PRIMÁRIAS NA E DUCAÇÃO

INFANTIL ..................................................................................................................23

4.1 ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................23

4.2 APRESENTANDO POSSIBILIDADES A PARTIR DAS CORES PRIMÁRIAS NAS

SÉRIES INICIAIS ......................................................................................................28

4.3 POSSIBILIDADES DA PRÁTICA EM FOTOGRAFIA..........................................36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................42

REFERÊNCIAS .........................................................................................................44

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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho se propôs construir atividades e técnicas para educandos na

prática para alunos em processo de alfabetização, da escola de Educação Básica,

na expectativa de discriminar na linguagem da pintura, as diferentes cores primárias

e secundárias e neutras, sem, no entanto, focalizar as cores decorrentes das

misturas das mesmas.

O desafio que motivou a pesquisa com foi: O trabalho das cores pode

desenvolver novamente com os educandos o gosto pelo ensino de artes? No

decorrer do processo de aprendizagem em artes os educandos começam a privar-se

da liberdade do uso das cores. Baseando-se neste contexto, as propostas lançadas

aos educandos buscaram recuperar a liberdade de expressão.

Nesta fase, é importante proporcionar à criança a visualização, exploração

contato e manuseio de diversos objetos que compõem o universo das cores e

formas, possibilitando à criança identificá-las. É necessário que os alunos tenham

certeza de que as cores são fundamentais para sua vida, como por exemplo,

combinar suas roupas para sair.

Sob esse impulso renovador da pintura, todas as disciplinas artísticas

ampliam suas linguagens, todo tipo de experiências formais, em detrimento do

tempo cronológico, a cor é uma necessidade vital. Sendo indispensável à vida como

algumas necessidades básicas da vida como fogo e água, importantíssimo para nos

localizar, pois sem ela não existiria graça, pois tudo tem que ter cor. O maior

responsável por alegrar a vida são os olhos, sendo o que registra tudo.

O objetivo geral foi: Analisar como o trabalho das cores pode desenvolver nos

alunos da Educação Básica o gosto pelo ensino de artes, através da pintura e da

textura. Objetivos específicos: Conhecer o histórico das cores; Apresentar aos

educandos as diferentes cores; Desenvolver atividades que ajudem a memorização

de diferentes cores; Saber cores e formas. Desenvolver percepções visuais,

auditivos e táteis. Reconhecer a existência de diferentes formas, sabendo ler e

interpretá-los. Oportunizar o conhecimento através das próprias descobertas.

Identificar as formas tradicionais.

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No Ensino Médio buscou-se através da fotografia levar os educandos a uma

nova forma de linguagem artística. Desde pequenos aprende-se que através do

olhar estimulam-se as novas descobertas das coisas.

Como umas das linguagens modernas, a fotografia foi introduzida na vida do

ser humano. A fotografia prende a atenção para determinados objetos, destacando

detalhes que certamente passariam despercebidos.

Tendo isso com base se tem como objetivo geral: Analisar como o trabalho da

Fotografia poderá desenvolver nos alunos do Ensino Médio o gosto pelo ensino de

artes. Objetivo específico: Conhecer a técnica da fotografia; Criar e oportunizar uma

elaboração de um ensaio fotográfico; Reconhecer e valorizar o trabalho de

fotografia, como produção artística; Oportunizar o conhecimento através das

descobertas do trabalho da fotografia; Identificar a possibilidade de seu uso

expressivo e artístico.

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2 O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p. 21), “desde

o início da historia da humanidade, a arte esteve presente em praticamente em

todas as formações culturais”. Não podemos falar em arte educação sem falar do

ensino da arte, considerando que a história do ensino da arte em instituições

organizadas é relativamente recente na história da humanidade e, os conhecimentos

artísticos eram transmitidos pela tradição, situação essa que perdurou do período

Paleolítico até o Renascimento.

A arte e uma forma de ler, de expressar e interpretar o mundo, portanto, arte

também é uma linguagem, é construção do conhecimento, é expressão ligada à

criação. Revela a capacidade que o homem tem de dominar a matéria, o espaço, os

movimentos, por em prática uma ideia de manifestação por meio de elementos

visuais, táteis, sonoros e corporais.

O ensino da Arte no Brasil na escola primária e secundária se caracteriza pelo apego ao espontaneísmo, ou pela crença na existência de uma virgindade espontânea da criança e na ideia de que preciso preservá-la, evitando o contato com a obra de arte de artista, especialmente suas reproduções, acreditando que apreciação incentivaria o desejo da copia. (BARBOSA, 1999, p. 12).

Cabe ao educador um papel cada vez mais inquiridor do processo ensino

aprendizado, estimulando a criatividade e formando pensadores críticos, tendo como

exemplo artistas, grandes mestres como Vang Gogh, Leonardo da Vinci, entre

outros, contemporâneos como Romero Britto, Vitor Muniz, para contribuir com o

processo das cores.

A Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina, no que diz respeito ao ensino da arte, tem como pressuposto que arte gera conhecimento. Possuidoras de um campo teórico especificam, relaciona-se com as demais áreas, desenvolve o pensamento artístico e a reflexão estética. (SANTA CATARINA, 1998, p. 193).

Sendo o professor mediador do conhecimento de algumas áreas como

música, dança artes visuais, desenho, teatro, e vídeoart, pode realizar um trabalho

de formação e informação no processo histórico-social, ajudando na transformação

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dos códigos de linguagens da arte, ordenando suas criações e estimulando a suas

práticas. Portanto, “[...] Ensino aprendizagem de arte, volta-se também para os

aspectos de uma educação do fazer artístico”. (FUSARI; FERRAZ, 2010, p. 58).

Podem-se destacar as cores ou ausência dela, auxiliando para contribuição

das leituras, impressionando, dando assim um toque especial a cada objeto

existente na natureza.

2.1 O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Dando continuidade ao processo de aprendizagem, na educação infantil é

que a criança aguça o despertar para o processo da educação, sendo através da

leitura, imagens, onde educamos o olhar da criança.

Segundo Kramer (2002, p. 21),

A expressão e a comunicação infantil manifestadas, através das conversas, desenhos, música livros e álbuns. É fundamental para ampliar sua capacidade de representação, fornecendo, ainda, uma base sólida, significativa e contextualizada para seu processo de construção da linguagem escrita.

Com tudo isso, é aí que a arte pode contribuir muito no processo de

aprendizagem da criança respeitando seu tempo, na criação e recriação de saberes

e vivências.

Segundo Kramer (2002), reconhecer que as crianças são diferentes e tem

especificidades, não só pertencerem às classes diversas ou por estarem em

movimentos diversos em termos do desenvolvimento.

Quando lido ou mostrado uma imagem à criança, ela tem uma enorme

imaginação de recortar a imagem que lhe foi mostrada.

Enquanto a criança produz, desenvolve e organiza seus pensamentos e

ideias, colocando tudo em prática, fazendo interpretações, desde pequenos testando

seus aprendizados.

O professor deve ser o mediador no processo ensino aprendizagem, pois as

crianças têm suas impressões, ideias e interpretações, explorando, sentido, agindo

para obter experiências, ampliando sua imaginação e envolvendo a percepção e a

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intuição, trabalhando tudo de forma integrada. O desenho, assim como a pintura, é o

meio com o qual criança expressa o que está sentindo, a imitação é um meio de o

professor saber que a criança imagina, oferecendo vários suportes a serem

trabalhados, ampliando o conhecimento que a criança já sabe (KRAMER, 2002).

Neste período começa a ser trabalhada a concentração e onde se tem mais

dificuldade com a concentração da criança, pois ela está como uma esponja

absorvendo tudo que lhe é mostrado. Para Piaget (1971), o desenvolvimento resulta

de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas

pelo meio, o eixo central é a interação organismo/meio.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, vol. III:

“Tais orientações trouxeram inegável contribuição para que se valorizasse a

produção criadora infantil, [...] transformou-se em um deixar fazer [...]”. (BRASIL,

1998, p. 87).

2.2 O ENSINO DA ARTE NO NÍVEL MÉDIO

É no ensino Médio que o educando continua o processo de aprendizagem,

sendo através da leitura, imagens, onde sua cognição contínua aprimora.

O que é fundamental para ampliar sua capacidade de representação,

fornecendo, ainda, uma base sólida, significativa e contextualizada para seu

processo de construção da linguagem visual. Com tudo isso é ai que a arte pode

contribuir muito no processo de aprendizagem do educando respeitando seu tempo,

na criação e recriação de saberes e vivências.

Reconhecer que adolescentes são diferentes e têm especificidades, não só

pertencerem às classes diversas ou por estarem em movimentos diversos em

termos do desenvolvimento. Segundo Smolka (2009, p. 48), “[...] é a idade da

transgressão do equilíbrio do organismo infantil e do equilíbrio ainda não encontrado

do organismo maduro.”

Quando mostrado uma fotografia ao ser humano, ela nos reporta a tal

situação da imagem que lhe foi mostrada ou vivida. Enquanto observa, o

adolescente desenvolve e organiza seus pensamentos e ideias, colocando tudo em

prática, fazendo interpretações, que foi lhe concedido desde pequeno, testando seus

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aprendizados e hoje colocando em prática com uma das linguagens das artes

visuais que é a fotografia. “Assim como as fotos dão às pessoas a posse imaginária

de um passado irreal, também as ajudam a tomar posse de um espaço em que se

acham inseguras.” (SONTAG, 2004, p. 19).

Cabe ao educador ser o mediador dessa aprendizagem, pois os educandos

têm suas impressões, ideias e interpretações, explorando, sentido, agindo para obter

experiências, e assim evoluindo sua imaginação, envolvendo a percepção e a

intuição, trabalhando tudo de forma integrada.

A fotografia é onde todos expressam o que estão vendo, a busca pelo

imaginário torna-se realidade, sendo de uma maneira habitual como instrumento

para conhecer as coisas; e um meio de o professor saber se está atingindo seu

objetivo, imagina, oferecendo vários suportes a serem trabalhados, ampliando o

conhecimento que há do que o educando já sabe.

É que as fronteiras do novo território conquistado pela fotografia começaram a expandir-se imediatamente, assim que alguns fotógrafos recusaram-se a ficar restritos a apresentar triunfos ultrarrealistas contra os quais os pintores não podiam competir. (SONTAG, 2004, p. 111).

É nas fronteiras que o educando começa expandir sua cognição e foram

apresentadas algumas técnicas da fotografia.

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3 COR E FOTOGRAFIA

Apresenta-se as diversas formas de transformações que se atravessa na

história mesclando acontecimentos do dia a dia, como marca da identidade, da

humanidade. Mostrando a realidade virtual, com as mudanças do mundo para

melhor compreendê-lo, sendo simplesmente amadores da vida corrida em que se

vive, descobrindo na pintura através das cores e na fotografia (IAVELBERG;

ARSLAM; CARVALHO, 2007).

Cor é impressão visual produzida pelos raios de luz composta. Não

conseguimos separar o que vemos como forma do que vemos como cor. A cor é o

aspecto superficial da forma, se organiza em formas e cria volumes, profundidade

espaço, o corpo sombrio (o que não tem luz, em posição ao corpo). Ao corpo,

colocado entre as paredes próximas de um lugar escuro, que está iluminado de um

lado, então esse corpo se mostrará de um lado amarelo e do outro azulado

(IAVELBERG; ARSLAM; CARVALHO, 2007).

A percepção visual não é instantânea, necessitando de certo tempo para sua

captação. À medida que os tons complementares se interpenetram, inicia-se o

processo de ruptura do tom. Quando as duas cores misturadas atingem proporções

equivalentes surge o cinza neutro. Quando o preto faz limite com o branco e o

branco com o preto, cada um parece mais intenso no limite com seu contrário que

na parte do meio de sua própria área (IAVELBERG; ARSLAM; CARVALHO, 2007).

Bastonetes, responsáveis pela visão em preto e branco os cores (fibras

nervosas) estão divididas em três grupos, o mais sensível de todos é o vermelho, o

segundo é o verde, em terceiro o azul. Não existem cores específicas para a

sensação do amarelo. Essa cor é percebida pela sensibilidade simultânea das cores

vermelhas e verdes, a percepção visual não é instantânea, necessitando de certo

tempo para sua captação (IAVELBERG; ARSLAM; CARVALHO, 2007).

Na realidade, a cor é uma linguagem individual. O homem reage a ela

subordinado às suas condições físicas e às suas influências culturais. Os elementos

que constituem a mensagem plástica: a cor possui como a luz, o movimento, o peso,

o equilíbrio e o espaço, leis que definem a sua utilização. A cor é a dádiva da

evolução que foi explorada pelo mundo vegetal para sua sobrevivência. Por isso,

quando realizamos práticas na qual visualizamos a inspiração da cor pelo qual

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sentimos. A cor é um enigma que necessita de muitos estudos. Sendo a cor uma

sensação desde os primeiros tempos, quando Deus criou o mundo, se os dias e as

noites fossem tudo no preto e no branco não teria graça, pois tudo poderia ser

diferente sendo a cor um elemento vital. A mistura das cores foi fundamental para

colorir o mundo (IAVELBERG; ARSLAM; CARVALHO, 2007).

A cor pode entrar em jogo com uma força surpreendente e ativa, sem que

seja preciso acrescentar a ela elementos instrutivos ou sentimentais. Podemos

destruir uma parede pela aplicação dos tons puros. Simplesmente, ilustrá-la.

Podemos fazer essa parede avançar, recuar, torná-la visualmente móvel

(IAVELBERG; ARSLAM; CARVALHO, 2007).

[...] o predomínio da ótica newtoniana tem cedido lugar a um claro matiz psicológico, já não tão físico como nos tempos da teoria da cor abordo a sensação cromática que vejo e não uma radiação eletromagnética ou uma composição molecular (RICHTER, 2003, p. 48).

O conjunto de grande quantidade de cores torna a impressão em curto

espaço, ou a afasta constantemente. Podemos afirmar que preencher as cores em

alguns lugares dá a impressão de proximidade restringindo iluminação.

Para Sanz (apud RICHERT (2003, p. 48),

O enfoque psicológico de certa forma está devolvendo a cor a sua função primeira na natureza, ou seja, uma função referencial sobre o entorno, passando a ser gradativamente uma ciência da formação. Portanto, a cor nesse texto é entendida como sensação e informação, tendo sido observada nos âmbitos visuais da comunicação e da expressão. A cor é influência da luz.

O aluno tem na pintura uma das maneiras e a possibilidade de mistura às

cores e fazer experiências, permitindo a liberdade dos gestos soltos, tão necessária

para compreender e conhecer a diversidade da produção artística, sendo a troca do

aluno e o mundo no qual ele vive, assim possibilitando a amplitude de seu

conhecimento

3.1 TEORIA DAS CORES

A mais antiga teoria que se tem notícia é de autoria do filósofo grego

Aristóteles. A ciência que estuda a medida das cores é chamada de calorimetria. A

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calorimetria desenvolve métodos de quantificação da cor e estuda o tom, a

saturação e a intensidade da cor. O tom da cor é que faz com que ela seja

identificada como azul, verde, amarela etc. A saturação da cor mostra se a cor é

natural ou pigmentada artificialmente. A intensidade caracteriza a força da cor. As

cores são divididas em primárias, secundárias, terciárias e neutras (KEESE, 2011).

As cores primárias são: vermelho amarelo e azul. São consideradas as

primeiras cores. O vermelho é uma cor quente que mostra vitalidade energia e

coragem. O amarelo é uma cor suave e alegre que simbolize o otimismo. O azul é a

cor que dá concentração e melhora a mente (KEESE, 2011).

As cores secundárias são formadas pela mistura de duas cores primárias. As

cores secundárias são: verde, roxo e laranja. O azul misturado com o amarelo

origina o verde. O azul misturado com o vermelho origina o roxo, e o vermelho

misturado com o amarelo origina o laranja (KEESE, 2011).

As cores terciárias resultam da mistura de uma cor primária com uma ou duas

cores secundárias. São todas as outras cores, como o marrom que é a mistura de

amarelo ou vermelho com preto (KEESE, 2011).

As cores neutras são usadas para complementar uma cor desejada, sendo

que as cores neutras têm pouco reflexo. Entre as cores neutras podemos citar o

branco, os tons cinza e marrons. O branco é luz isento de cor, o preto é a ausência

de cor e os tons cinza é a mistura do branco com o preto (KEESE, 2011).

3.1.1 Ensino de Arte através da Cor

Na arte, o contato direto com materiais permite que os educandos tenham

experiências maravilhosas, tanto táteis quanto visual, ampliando a criatividade e

capacidade de pensar.

Sendo a soma da experiência teórica e prática, nesse momento que a arte

contribui para a socialização e o desenvolvimento. Arte atua em cada ser humano de

maneira diferente, é ela capaz de produzir, criar, imaginar desenvolvendo o

equilíbrio do universo do ritmo dos sentimentos e emoções, permitindo inúmeras

opções de descobertas. Segundo Smolka (2010, p. 116) “Agora as cores me dizem

a combinação delas e provocam em mim determinados ânimos”.

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3.1.1.1 Artista de referência: Romero Britto

Nasceu em Recife no dia 06 de outubro de 1963, é um pintor e escultor

brasileiro.

Romero é conhecido como artista pop brasileiro, radicado em Miami. Suas

obras caíram no gosto das celebridades por sua alegria e sua cor, tendo sido alçado

para a fama ao realizar a ilustração de uma campanha publicitária para a Vodca

Absolut. Começou no mundo do "grafite" e hoje é o artista preferido de vários atores

e atrizes hollywoodianas. Porém, nunca obteve sucesso com a crítica especializada,

uma vez que se trata de um artista cujo trabalho é por demais determinado pela

indústria cultural, sendo impossível distinguir até que ponto seu trabalho deve ser

visto como arte ou como prática de marketing.

Aos oito anos começou a mostrar interesse e talento pelas artes. Com muita

imaginação e criatividade, pintava em sucatas, papelão e jornal. Sua família o

ajudava a desenvolver seu talento natural, dando-lhe livros de arte para estudar.

Aos 14 anos fez sua primeira exibição pública e vendeu seu primeiro quadro à

Organização dos Estados Americanos. Embora encorajado por este sucesso

precoce, as circunstâncias modestas de sua vida o motivaram a estabelecer metas e

a criar seu próprio futuro: Na condição de criança pobre no Brasil, teve contato com

o lado mais sombrio da humanidade. Como resultado, passou a pintar para trazer

luz e cor para sua vida.

Frequentou escolas públicas, recebeu bolsa de estudos para uma escola

preparatória e, aos 17 anos, entrou na Universidade Católica de Pernambuco, no

curso de Direito. Viajou para a Europa para visitar lugares novos e ver a arte que só

conhecia nos livros.

Na maioria das obras de Romero Britto, ele usa textura gráfica e, geralmente,

elas tratam de assuntos importantes para o dia a dia. Suas obras, na maioria das

vezes, não são exatamente iguais à realidade, pois apresentam linhas, pontos,

divisões e fragmentos de sua assinatura (em grande parte das obras).

Atualmente, Romero mora nos Estados Unidos da América, e é casado com a

estadunidense Sharon, com quem tem um filho.

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Figura 1 - Romero Britto Figura 2 - A borboleta Fonte: Google imagens Fonte: Google imagens

3.2 A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

A primeira descrição de algo parecido com uma máquina fotográfica foi escrita

por um árabe, Alhaken de Basora. Ele descobriu como se formavam as imagens no

interior de sua tenda quando a luz do sol passava pelas frestas do tecido. Assim

foram os primeiros comentários do que seria a câmera fotográfica. (KODAK, 2012).

Definida por ele de pequeno quarto, onde mais tarde ficou conhecida como a

câmera escura, nesta época não existia a fotografia. Sua existência é conhecida

desde o século XVI, quando artistas como Leonardo Da Vinci e outros pintores a

usavam para desenhar. Desenhar com luz, este, na verdade, era a utilidade destes

objetos, por isso o significado etimológico das palavras gregas: foto (luz) e grafein

(desenhar) (KODAK, 2012).

Os irmãos Jean Niceforo e Claude Niepce são os primeiros a relacionar as

imagens em câmera escuras. Mas eles não foram os únicos investigadores desta

atividade, em que pesem que fossem os únicos a chegar ao fim de esta prática

(KODAK, 2012).

O outro artista francês Louis Jaques Mandé Daguerre (1789 – 1851), muitos

anos de trabalho, em um sistema para conseguir que a luz incidisse sobre uma

suspensão de sais de prata, de tal maneira que a escurecesse e fosse capaz de

produzir a duplicação de alguma cena. Em 1839, Daguerre tinha aprendido a

dissolver os sais intatos mediante uma solução de tiossulfato de sódio, o que

permitia gravar permanentemente a imagem (KODAK, 2012).

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Figura 3 - Primeira Câmera Fotográfica

Fonte: Google Imagens

Mesmo o avanço tendo sido notável, levava de 25 a 30 minutos para tirar uma

fotografia, e se houvesse sol. Mas este não era seu principal inconveniente, senão a

dificuldade de obter cópias. E foi outro inventor, William Henry Talbot (1800-1877),

que fazia experiências com o que chamou de calótipos, que superou o problema em

1841. Com seus calótipos obtinham-se negativos que logo deveriam ser passados

aos positivos em outras folhas. Em 1844, foi publicado o primeiro livro com

fotografias (KODAK, 2012).

A partir de então, as investigações se concentraram em conseguir um papel

para os negativos que fosse suficientemente sensível para ser rapidamente

impresso. Em 1848, um escultor inglês, Frederick Scott Archer, inventou o processo

de colódio úmido. O colódio (composto por partes iguais de éter e álcool numa

solução de nitrato e celulose) era empregado como substância ligante para fazer

aderir o nitrato de prata fotossensível à chapa de vidro que constituía a base do

negativo. A exposição era feita com o negativo úmido (esta é a origem do nome

colódio úmido). A revelação tinha de ser feita logo após a tomada da fotografia

(KODAK, 2012).

Só depois de alguns avanços científicos foram obtidas fotografias coloridas.

Gabriel Lippman foi o primeiro investigador que mediante um complexo método

conseguiu fotografar o espectro visível com toda sua riqueza cromática. Os irmãos

Lumière também contribuíram, mas foram Luis Ducos Du Hauron e Carlos Cross as

pessoas que criaram um método que consistia na impressão de três negativos

através de filtros coloridos em vermelho e azul (KODAK, 2012).

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3.2.1 Ansel Adams: o Fotógrafo

Ansel Adams é provavelmente o nome mais facilmente reconhecido de

qualquer fotógrafo. Suas paisagens são deslumbrantes, e ele alcança um nível

incomparável de contraste usando câmara escura e trabalho criativo.

Figura 4 - Ansel Adams

Fonte: Google Imagens

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4 EXPERIMENTAÇÕES A PARTIR DAS CORES PRIMÁRIAS NA E DUCAÇÃO

INFANTIL

Este capítulo consiste em apresentar os resultados obtidos com os projetos

de pesquisa realizados nos diferentes níveis de ensino. Terá início com o relato

referente a experiência na Educação Infantil.

4.1 ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

As aulas foram realizadas de forma participativa, através de técnicas de

pintura, colagem com materiais variados. Atividades externas: visita a exposições

com relatório; trabalhos em grupo sobre os assuntos relacionados à cor. Aulas

teóricas: aulas expositivas com o auxílio de DVD. Aulas práticas: exercícios

baseados em bibliografia sobre o assunto. Aulas em laboratório: utilização do

laboratório de informática (duas aulas), para que o aluno faça os exercícios

propostos também com a utilização do computador.

No dia 11 de maio iniciou-se o estágio de Regência onde já conhecia-se a

turma quando foi realizado o estágio de observação, como na primeira visita, a

impressão continua, de uma turma calma, em conversa com a professora da turma,

Vera Lucia Mozzer e a professora Marlene Bogo juntamente com os alunos.

Iniciou-se a aula com uma conversa sobre as várias cores existentes e a

diversidade de cores que pode-se obter ao misturar uma cor com a outra. Para

demonstrar, foram levadas imagens de obras de alguns pintores famosos como

Tarsila do Amaral, Botticieli a fim de mostrar as cores e os tons utilizados nas

pinturas.

Com tinta guache e ajuda dos alunos, iniciou-se o trabalho com o objetivo de

obter diferentes tons e cores. Com essa mistura descobriu-se tons de azuis, rosas,

verdes, enfim criando uma variedade de cores. Essa mistura foi realizada em

pedaços de papel pardo, onde ficaram expostas as várias cores descobertas com

as misturas. Ficaram todos muito empolgados, alguns disseram que tinham

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conseguido as tintas e encontraram o amarrom, explicou-se que não era o amarrom

e sim marrom, foram feitos pingos quando terminaram.

Com Cores Primárias o objetivo foi apresentar para os alunos alguns

materiais com os quais pudessem trabalhar e mostradas as cores primárias. Foi

explicado que o amarelo, o vermelho e o azul são chamados de cores primárias,

porque são com elas que formam-se outras cores.

Após a explicação foi lhes mostrado algumas imagens de Romero Britto e,

juntos, fizeram misturas de cores em copinhos plásticos e com pincéis pintaram um

desenho criado por eles mesmos, alguns tentando imitar as obras de Romero Britto.

Figura 5 - Mistura de cores

Fonte: arquivo pessoal A aula iniciou relembrando as duas aulas anteriores, lembrando as cores já

descobertas com as experiências das misturas das cores.

A proposta para essa aula foi explorar a criatividade dos alunos através de

objetos, animais, formas geométricas realizadas com massinha de modelar,

tentando representar os objetos o mais parecido com suas cores originais.

Confeccionou-ser a massinha na hora misturando anilina comestível, todos

queriam ajudar. Com muita criatividade fizeram muitas coisas como carros, motos,

casas, flores.

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Figura 6 - Concluído I

Fonte: arquivo pessoal

Estava muito frio para ser trabalhado com tinta guache e, assim, foi

trabalhado corte e recorte com as mãos, sem tesoura. Foram distribuídas várias

cores e tipos de papel, trabalharam em cima da obra de Romero Britto, “A

borboleta”, cada aluno recebeu a sua e coloriu da forma que achou melhor.

Figura 7 - Corte e recorte

Fonte: arquivo pessoal

Foi utilizado areia, tinta guache, cola e cartolina. Primeiramente foi dividida a

turma em vários grupos para a preparação da areia, que foi pintada com tinta

guache. Com a areia seca, em seguida cada grupo realizou a montagem de seu

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trabalho. Os alunos decidiram o que iriam desenhar das obras do Abaporu e A

borboleta; após foi feita a colagem da areia no papel pardo, aproveitando todas as

cores utilizadas, deixando os desenhos bem coloridos.

A próxima aula foi iniciada comentando sobre a arte e de que forma ela

acontece. Em seguida foram distribuídas folhas de papel Paraná, o tecido, algodão,

giz de cera, uma tesoura e a folha ofício, onde eles rasparam o giz de cera de várias

cores, produzindo assim raspas de giz de cera. Em seguida foram espalhadas na

folha de papel e, enquanto rasparam, a professora colocou o ferro de passar

aquecer em cima da mesa, depois de feito isso, começou-se a passar com o ferro

protegido com um tecido grosso, aquecendo e derretendo assim o giz de cera,

proporcionando formas e cores diferentes. Todos ficaram curiosos com as

impressões. Gostaram tanto que queriam fazer novamente.

Figura 8 - Impressões

Fonte: arquivo Pessoal

Para esta aula foi levado creme dental branco. Em sala de aula, foi colocada

a pasta de dente em copo plástico e tingido com anilina de diferentes cores. Após as

misturas feitas, foram reunidos os alunos, de modo que todos tivessem acesso a

todas as cores, foi entregue para cada aluno uma folha de papel canson, por ser

mais espessa e pela cola ser mais pesada, torna-se mais resistente a pintura.

Cada aluno pode fazer um desenho com o dedo, observando a textura e o

cheiro e fazer a comparação entre os dois trabalhos realizados de pinturas com os

dedos. Alguns não gostaram dizendo que era ruim, pois deixava a mão seca.

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Assim, foi explicada a atividade em que poderia ser usada uma espuma em

lugar do pincel. Mostrou-se as possibilidades de criações feitas com este material,

explicando a maneira de usar, que a espuma cria um efeito diferente, por exemplo:

dando breves batidinhas de tinta com a espuma no papel, arrastando a espuma com

tinha e até criando uma textura diferente usando uma quantidade de tinha maior.

Entregando para cada criança um pedaço de espuma, tinta guache de diferentes

cores e uma folha de papel canson e tecido, pediu-se que elas fizessem desenhos

usando as diferentes formas de pintura com a espuma que foi apresentada.

Foi providenciado um pouco de terra seca do jardim ou de um vaso. Com os

copos plásticos misturou-se a terra com a cola, numa quantidade que ficasse numa

textura nem muito líquida e nem muito espessa. Mostrou-se para as crianças as

diferentes tonalidades de marrom que surgiram devido à diferença da cor das

diferentes terras trazidas por elas. A seguir, entregou-se uma folha de papel pardo e

um pincel para cada criança e pediu-se que elas desenhassem livremente com

aquela “tinta” formada pela mistura da terra e da cola.

Figura 9 - Terra e cola

Fonte: arquivo Pessoal

Para essa aula foram utilizadas várias sementes de feijão, milho, pipoca,

sagu, arroz, trazidas pela professora. Em sala, foram reunidas todas as sementes

trazidas e foram aproximados os alunos para que todos tivessem contato com as

diversas sementes, onde se percebeu a diferença de textura, tamanhos, cores e

tonalidades entre as sementes. Em seguida, cada aluno recebeu uma folha ofício e

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cola, foram feitos desenhos colando as várias sementes, deixando-os o mais

colorido possível.

4.2 APRESENTANDO POSSIBILIDADES A PARTIR DAS CORES PRIMÁRIAS NAS

SÉRIES INICIAIS

As aulas foram realizadas de forma participativa, através de técnicas de

pintura, colagem com materiais variados. Atividades externas: visita a exposições

com relatório; trabalhos em grupo sobre os assuntos relacionados à cor. Aulas

teóricas: aulas expositivas com o auxílio de DVD. Aulas práticas: exercícios

baseados em bibliografia sobre o assunto. Aulas em laboratório: utilização do

laboratório de informática (duas aulas), para que o aluno fizesse os exercícios

propostos também com a utilização do computador.

Desenvolveu-se o estágio de regência com a turma do 2º ano do ensino

fundamental dos Anos Iniciais, da Escola Municipal Santo Antonio, no Município de

Fraiburgo.

Proporcionou-se aos alunos a possibilidade de descobrir novas cores e tons

com momentos de descobertas, explicando a origem das cores primárias;

explorando a criatividade dos alunos usando materiais diversos e apresentando

várias técnicas de pinturas.

Valorizou-se o conhecimento prévio do aluno capacitando-o a expressar suas

ideias, sentimentos e opiniões através da expressão artística, explicando que a cor

faz parte da vida do ser humano. Desde pequenos aprende-se através de cores que

estimulam a descoberta das coisas. A cor atrai, prende a atenção para determinados

objetos, destacando detalhes que com a ausência das cores certamente passariam

despercebidos.

Os tons contribuem muito para que a leitura das cores impressione, dando

assim um toque especial a cada objeto existente na terra. Por fazer parte constante

do dia a dia, as cores e os tons, criou-se a possibilidade de ser trabalhado nos anos

iniciais como estímulo para novas descobertas.

Seguindo a base anterior, prosseguiu-se com as atividades baseando-se no

artista contemporâneo Romero Britto.

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Para iniciar as atividades os alunos precisavam misturar as cores primárias

para adquirir tonalidades que as mesmas oferecem. O objetivo foi descobrir tons de

azuis, rosas e verdes, enfim, criar uma variedade de cores.

Após ter lhes dado a atividade, pode-se observar como alguns alunos ainda

tinham dificuldade de misturar as tintas, por terem medo de sujar as mãos, e como

algumas demonstravam alegria de trabalhar com a tinta.

O entusiasmo fez com que os educandos que estavam com receio, pudessem

expressar-se sem medo, soltando-se, participando de maneira total atividade.

Alguns se surpreenderam com as cores que surgiram, o olhar de satisfação por

terem descoberto novas cores, sendo que algumas crianças falaram que já podiam

pintar um quadro, pois conseguiram fazer mistura sem sujar a roupa. O objetivo

desta aula foi atingido com a interação dos educandos em relação à tinta.

Essa mistura foi realizada em pedaços de papel pardo e os trabalhos ficaram

expostos em forma de mural na escola.

Figura 10 - Concluído II Fonte: arquivo pessoal

Após a explicação fizeram misturas de cores e pintaram um desenho

utilizando canudinhos, tinta guache colorida e cola alto-relevo. Fizeram pingos com

as tintas e movimentaram as folhas, para ver o resultado das misturas que foram

feitas dos pingos e das linhas e construíram um desenho com base em Romero

Britto. Referência a obra “A borboleta”.

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Nesta aula sentiu-se segurança nos educandos na realização da aula, pois a

turma estava inteira concentrada, perguntaram que cores seria que o artista usava,

se eram de verdade, se a borboleta era de verdade, pois perguntaram se poderiam

fazer igual à dele. Disse-lhes que poderia ser se quisessem, explicando que

poderiam relacionar com a natureza, que poderiam ver se na praça as cores

estavam vivas ou não, os mais espertos disseram que sim, porque era a estação da

Primavera. Perguntou-se qual a diferença das estações do ano e eles responderam

que na Primavera tudo tinha mais cores, era mais bonito, que dava gosto de ver.

Figura 11 - Mãos Fonte: arquivo pessoal

Iniciou-se a aula relembrando as duas aulas anteriores, lembrando as cores já

descobertas com as misturas de cores. A proposta para essa aula foi explorar a

criatividade dos alunos através de objetos que eles observaram na natureza,

animais, formas geométricas. Utilizando massinha de modelar, tentando representar

os objetos o mais parecido com suas cores originais para fazer uma estilização com

o retrato do artista.

Para esta aula foram levadas várias imagens de artistas como Botticelli,

Gauguim, Toulouse, para eles relacionarem com a natureza as cores e a forma de

como estes artistas utilizavam as cores, todos adoraram por terem que fazer a

massinha e fazer suas esculturas. Sentiram-se importantes por fazerem a massa

com as cores primárias. Alguns disseram que ficaram observando os animais antes

ou enquanto iam para escola para poderem fazer a atividade. Ao sair da sala foi

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dado uma volta na praça ao lado da escola para ver se tinha algum animal lá. Muitos

fizeram seus animaizinhos de estimação.

Figura 12 - Massa de modelar

Fonte arquivo pessoal

Nessa aula, o objetivo foi experimentar vários materiais como a tinta guache,

giz de cera, palito de sorvete, pincel, para realização do trabalho. Cada aluno

recebeu uma folha ofício onde teve que realizar um desenho usando os materiais

entregues e tinta guache preta, logo após iniciou-se a atividade usando o giz de cera

para fazer faixas de diferentes cores como tinham visto nas aulas anteriores para

fixação das cores, cada qual fez sua paisagem. Feito isso foi passado tinta guache

sobre a folha inteira, cobrindo as faixas coloridas e deixado secar. Depois de seco,

com a ponta do palito, foi raspada a folha à vontade, para concluir a atividade.

Pode-se observar como os educandos começam a ser dependentes para a

realização da atividade, onde falam: eu não sei fazer, não consigo, no entanto, após

começar, se empolgaram com a atividade.

Figura 13 - Desenho Figura 14 - Resultado

Fonte Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal

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A aula foi iniciada perguntando-se como era o caminho deles até a escola, de

como as cores estão presentes no seu universo relacionando a arte e de que forma

ela acontece. Em seguida foram distribuídas folhas ofício e giz de cera para cada

aluno, com a folha dobrada ao meio, foi raspado o giz de várias cores produzindo

assim raspas de giz de cera. Em seguida, foram espalhadas as raspas do giz na

folha de papel cartolina e passado o ferro de passar (quente) em cima, aquecendo e

derretendo assim o giz de cera, proporcionando formas e cores diferentes.

Nesta aula verificou-se quanta dificuldade os educandos tinham para raspar

segurando a tesoura e o giz de cera, explicando como eles tinham que fazer, de

como segurar a tesoura e o giz de cera para a realização da atividade. Alguns

disseram que estavam fazendo como Monet. Perguntando por que, eles

responderam que a professora já tinha mostrado algumas imagens dele, disseram

que estavam fazendo como ele, misturando as cores e fazendo a sua paisagem;

observou-se que lhes chamou atenção a relação do que eles estavam fazendo com

as de Monet, falando para eles que as de Romero também são relacionadas às

cores, que as obras deles também poderiam ser parecidas com a dos artistas.

Figura 15 - Raspas de Giz Figura 16 - Concluído III Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal

Providenciou-se com antecedência, tinta guache, areia, cola e cartolina.

Primeiramente foi dividida a turma em vários grupos para a preparação da areia que

eles próprios pintaram com tinta guache e colocada em uma vasilha para a mistura

da areia com a tinta, cada grupo fez uma cor específica como amarelo, azul e

vermelho. Deixando secar a areia, para que em seguida cada grupo pudesse

realizar a montagem de seu trabalho. Os alunos escolheram fazer alguns barcos,

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após foi feita a colagem da areia na cartolina, aproveitando todas as cores feitas,

deixando os desenhos bem coloridos. Aqui verificou-se que alguns educandos

sentiram dificuldade em trabalhar com areia, pois disseram que irritava a mão e não

poderiam se sujar, logo após começar, esqueceram que iriam se sujar. Fizeram

trabalhos maravilhosos.

Figura 17 - Areia colorida Figura 18 - Experiência do aluno

Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal

Em sala de aula, foi colocada a pasta de dente em copo plástico e tingida com

anilina comestível de diferentes cores.

Após as misturas feitas, foram reunidos os alunos, de modo que todos

tivessem acesso a todas as cores, foi entregue para cada aluno uma folha de papel

cartolina, por ser mais espessa e pela cola ser pesada, torna-se mais resistente a

pintura.

Cada aluno poderia fazer um desenho com o dedo no papel Paraná,

observando a textura e o cheiro, e fazer a comparação entre os dois trabalhos

realizados de pinturas com os dedos.

Os alunos gostaram mais da pasta de dente do que da areia, porque

disseram que a areia irritava e a pasta não e podia comer. Propôs-se que cada

aluno fizesse um minuto de silêncio para poder realizar sua atividade e foi colocada

anilina comestível para dar cor. Foram preparadas as cores primárias e eles fizeram

os desenhos com os dedos.

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Figura 19 - Pintando com tinta I Figura 20 - Pintando com tinta II Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal

Foi explicado aos alunos a técnica de pintura usando uma espuma. Mostrou-

se as possibilidades de criações feitas com este material. Cada maneira de usar a

espuma cria um efeito diferente, por exemplo: dando breves batidinhas de tinta com

a espuma no papel, arrastando a espuma com tinha e até criando uma textura

diferente usando uma quantidade de tinha maior. Entregou-se para cada criança um

pedaço de espuma, tinta guache de diferentes cores e uma folha de papel cartolina

e pediu-se que elas fizessem desenhos usando as diferentes formas de pintura com

a espuma que foi apresentada.

Esta aula foi bem proveitosa, pois as crianças se divertiram bastante,

utilizando a imaginação para desenvolver a atividade, fazendo paisagens, casas,

carros.

Com antecedência foi pedido para os alunos trazerem de suas casas um

pouco de terra seca do jardim ou de um vaso. Como algumas crianças não

trouxeram a terra fomos à praça ao lado para pegar a terra e, logo após, em copos

plásticos e misturou-se a terra com a cola, numa quantidade que não ficasse a

textura nem muito líquida e nem muito espessa.

Foi mostrado para as crianças as diferentes tonalidades de marrom que

surgiram devido a diferença da cor das diferentes terras trazidas por elas. A seguir

entregou-se o material, uma folha e um pincel para cada criança, pedindo para que

elas desenhassem com aquela “tinta” formada pela mistura da terra e da cola.

Esta aula foi interessante, pois alguns alunos descobriram novas cores de

terra; enquanto cavavam, comentavam que a terra tinha uma cor e ficou com outra

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cor, explicou-se que isso ocorre porque a terra esta úmida e quando foi feita a

mistura eles perceberam que ficava igual enquanto cavavam.

Alguns educandos falaram que suas casas eram pintadas na cor terra. Outros

se mostraram contentes por poder mexer com a terra, pois suas mães dizem que

podem brincar com a terra.

Figura 21 - Barro Figura 22 - Desenho com barro Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal

Para essa aula foram utilizadas várias sementes trazidas pelos alunos e

professora. Em sala, foram reunidos os alunos para que todos tivessem contato com

as mesmas, onde perceberam a diferença de textura, tamanhos, cores e tonalidades

entre as sementes; falou-se que as cores também estavam presentes nelas, que

cada uma era identificada pela cor, como o feijão era preto e branco, o milho

amarelo, assim por diante.

Em seguida cada aluno recebeu uma cartolina e cola, onde fizeram um

desenho colando-as, deixando o desenho o mais colorido possível.

Esta aula ele mostraram sua criatividade, pois cada criança fez seu desenho,

conforme havia sido proposto e atingiram o objetivo almejado, produzindo de

maneira esperada.

Todos se identificaram com o trabalho por requerer deles um trabalho de

paciência para pegar as sementes. Segundo a professora da sala, para alguns o

trabalho de pinça foi gratificante por exigir muita concentração.

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Figura 23 - Sementes

Fonte: Arquivo Pessoal

4.3 POSSIBILIDADES DA PRÁTICA EM FOTOGRAFIA

Para o Ensino Médio, a professora regente não aprovou o projeto

apresentado, pois o tema era sobre cores e, como sugestão, trocou-se para o outro

tema: a fotografia. As práticas abaixo relatadas referem-se às experiências

realizadas em sala de aula no Ensino Médio, oportunizando aos alunos novas

maneiras de descoberta e conhecimento. A Escola de Educação Básica São José

está situada na Avenida Miguel Novick, S/N, no Bairro São José, na cidade de

Fraiburgo. No estágio foram realizadas as mesmas aulas em duas turmas diferentes.

Figura 24 - Escola

Fonte: Arquivo pessoal

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O trabalho se propôs construir atividades e algumas técnicas usadas, sendo

que uma das linguagens é a fotografia. Desde pequenos aprendeu-se que é através

do olhar que estimula-se a descoberta das coisas. A fotografia foi introduzida na vida

do ser humano. A fotografia prende a atenção para determinados objetos,

destacando detalhes que certamente passariam despercebidos.

Destacando-se que as cores ou ausência delas, contribuem muito para que a

leitura impressione, dando assim um toque especial a cada objeto existente na terra.

Criando-se a possibilidade de ser trabalhado no Ensino Médio como estímulo para

novas descobertas. Foram propostos os seguintes objetivos: Como o trabalho na

fotografia poderá desenvolver nos alunos da Educação Básica o gosto pelo ensino

de artes? Conhecer a técnica da fotografia; criar e oportunizar uma elaboração de

um ensaio fotográfico; Reconhecer e valorizar o trabalho de fotografia, como

produção artística; Oportunizar o conhecimento através das descobertas do trabalho

da fotografia; Identificar a possibilidade de seu uso expressivo e artístico.

Seguindo alguns princípios para estimular a criatividade, como a

sensibilidade, flexibilidade, originalidade, habilidade e coerência, as aulas serão

realizadas de forma participativa, através de técnicas da Fotografia. Conforme o

desempenho dos alunos poderá ser ou não aumentado o grau de dificuldade das

atividades.

Iniciou-se o estágio com a turma 3º03, com as de apresentações de ambas as

partes, como objetivo era pesquisa na sala informatizada, foi feito um breve relato

sobre fotografia e convidado os educandos para fazerem-se presentes na sala de

informatizada para pesquisa sobre a história da fotografia, na qual todos

pesquisaram e questionaram, porque tudo tinha que ser feito com materiais de

pouca durabilidade. Explicou-se que não era de pouca durabilidade, e sim materiais

oferecidos na época.

Na segunda aula, com a turma 3º02, foram feitas as apresentações e os

alunos foram convidados a acompanhar a professora para a sala de informática,

para a pesquisa sobre a história da fotografia. Todos pesquisaram e questionaram

sobre a qualidade da fotografia com as de hoje, atingindo-se o objetivo, pois os

educandos fizeram muitas perguntas sobre alguns fotógrafos.

Analisando-se esta aula, percebeu-se que o tempo de concentração é pouco,

pois só quando assunto interessa é que prestam atenção, o 3º02 é uma turma

compenetrada, mais madura e auxiliam quando necessário os colegas. O 3º03 é

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uma turma de adolescentes e, quando iniciou-se a atividade, alguns prestaram

atenção e outros ficaram cochichando tanto que a professora regente teve que

intervir, na aula, pois estavam com muito burburinho, após a intervenção da

professora conseguiu-se explicar a atividade.

Figura 25 - Informática

Fonte: Arquivo Pessoal

A aula começou com a turma 3º02 e retornou-se à sala de informática para

continuar a pesquisa de alguns fotógrafos, onde a atividade era eles pesquisarem

um fotografo com o qual se identificassem e fizessem um relato oral do que mais se

identificaram. Pediu-se para fazerem um trabalho no PowerPoint e apresentarem no

Datashow para a turma e o mesmo foi feito com o 3º03. Como a turma já tinha

começado a pesquisa, pediu-se que acelerassem um pouco mais, pois devido ao

ocorrido na aula passada, teriam que aproveitar mais o tempo que era curto.

Figura 26 - Fotógrafos

Fonte: Google imagens

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Organizados para as apresentações, começaram com grupo que falou do

fotografo Ansel Adams, o segundo grupo falou de Cardim, não deu tempo para os

outros grupos, neste dia.

Como a turma do 3º03 não compareceu na aula, para a apresentação foi feito

um sorteio com a turma do 3º02, estavam encabulados por ser uma professora que

mal conheciam, no entanto, foi interessante o que relataram, alguns trouxeram

curiosidade do fotógrafo Ansel Adams que era muito detalhista, que era qualquer

coisa que o agradava.

O outro grupo falou de Mauricio Cardim este fotógrafo brasileiro e sua

curiosidade era revelar ações, situações e gestos, estes eram seus objetivos. Na

aula seguinte o último grupo falou sobre outro brasileiro, Sebastião Salgado e sua

curiosidade era sobre a exclusão da sociedade, foi um debate interessante, pois

todos opinaram sobre estes fotógrafos e fizeram comparações com o dia a dia.

Figura 27 - Ansel Adams

Fonte: Google Imagens

Construiu-se uma câmara escura com caixa de papelão, foi muito gratificante

por saber que esta atividade deixou-os muitos empolgados, pois queriam ver o

resultado feito por eles mesmos. Todos levaram os materiais e, como eram em

grupo, foram feitas quatro câmaras escuras e ainda, por ser um tempo curto,

dividiram o material com a outra turma. Alguns levaram caixas de sapato, lupa,

espelho, caixa de fogão a gás e também papel vegetal. Como já vigorava o horário

de verão, conseguiram fazer ótimos trabalhos.

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Figura 28 - Câmara escura

Fonte: arquivo pessoal

Para atividade seguinte os educandos foram convidados a fazer uma

maratona de fotos pela escola, onde observaram coisas que estavam ali há algum

tempo e não as tinham visto. Em grupos, tiraram várias fotos pela escola, fotos de

ângulos da escola, de crianças, flores, pôr do sol, ficaram contentes com a atividade.

Falaram que nunca tinham feito nada parecido, foi gratificante os ver descobrindo

caminhos que eles faziam todos os dias.

Figura 29 - Pôr do Sol

Fonte: Arquivo Pessoal

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Neste dia, foram utilizadas todas as aulas da 1ª à 5ª aula e, como primeiro

momento o educandos foram ao Studio conhecer vários materiais, alguns tipos de

máquinas fotográficas e explicadas por um profissional da área, sendo o Studio

fotográfico Tyno Fotografias. A turma foi divida em dois grandes grupos.

No segundo momento foram ao lago da cidade de Fraiburgo para fazer

algumas fotos, de acordo com o olhar artístico de cada aluno. Foram feitas 10 fotos

por grupo.

Escolher este grupo foi gratificante. Fez refletir sobre como a carência nos

dias de hoje ainda é grande, pois tem-se uma noção errada das condições sociais

das pessoas. Pensa-se que todos já têm máquina digital, no entanto, encontrou-se

algumas dificuldades, pois nem todos as tinham.

Figura 30 – Lago das Araucárias

Fonte: arquivo pessoal

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ser humano é capaz de inventar e transformar a realidade. Nessa

perspectiva, a arte contribui para que os educandos e seus educadores

desenvolvam as suas várias formas de linguagem, enriqueçam cada vez mais o seu

processo de comunicação e expressão. A cor predomina de forma superficial à

medida que os tons complementares interpenetram, iniciando-se o processo de

ruptura do tom quando duas cores misturadas uma combina com a outra por

afinidade, semelhança ou aproximação.

Através da participação, os educandos tomam consciência dos

conhecimentos da sociedade a qual pertencem. Exercitando o olhar, se veem

mutuamente, compreendendo a si mesmos, aprendem a se relacionar com os outros

e se inserir no mundo. As atividades de artes, como geradoras de conhecimento e

saberes, auxiliam na construção da identidade dos alunos, produzindo a autoestima

e tornando-os capazes de atuar na sociedade, permitindo, assim, que se sintam

inclusos na mesma.

Trabalhar arte é fundamental no processo educativo, pois procura através de

tendências individuais, encaminhar a formação do gosto, de um conceito de arte

para os educandos, estimula o pensamento e contribui para a formação da

personalidade de cada um, sem ter como intenção formar artistas.

Em seus momentos de criação e vivências artísticas os alunos aprimoram e

se utilizam de processos que desenvolvem a imaginação, percepção, observação,

controle e raciocínio. Os momentos de aprendizagem e práticas artísticas muitas

vezes ajudam a aliar as pressões do dia a dia deixando-os mais sensíveis diante das

situações.

A partir das questões expostas pôde-se perceber que os educandos

tornaram-se novos admiradores da arte, olhando o lugar em que vivem com um

novo olhar, tornando-se divulgadores de uma nova maneira de ver, que somente a

arte proporciona.

As cores e a fotografia são duas maneiras de se expressar artisticamente, as

duas maneiras unidas no decorrer dos projetos possibilitaram reconhecer, através

de imagens captadas, a mistura de tons realizados pela própria natureza.

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Pode-se concluir assim, que os projetos realizados demonstraram

concretamente que é possível desenvolver trabalhos que contribuam para o ser

humano desenvolver-se de modo mais pleno, tendo como caminho principal a

essência da arte e suas diferentes linguagens.

Fica, ao final destes relatos, o prazer e a alegria de ter concluído mais esta

fase no processo de aprendizagem. Fica a lição de melhoria constante no que se

realiza e no se aplica no cotidiano da vida, mas também a gratificação dos objetivos

alcançados.

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SMOLKA, Ana Luiza. Vigostsky Lev Semenovitch: imaginação e criação na infância. São Paulo: Ática, 2009.

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