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ma única gota de sangue que corre por suas veias e artérias carrega cer- ca de 3 mil linfócitos, 6 mil neutró- filos, 100 basófilos, 600 monócitos e 300 acidófilos. Estranhou tantos nomes estranhos numa só frase? Saiba que esse time de células compõe o sistema imuno- lógico, responsável pela nossa segurança diante das ameaças microscópicas. Ao lado dos anticorpos e de uma enxurrada de ou- tras moléculas, eles impedem que as infec- ções se instalem e derrubem a nossa saúde. O bom funcionamento dessas linhas de defesa é, portanto, uma questão de vida ou morte — literalmente. Na época do ano em que os termômetros passam a marcar temperaturas mais baixas, a preocupação com a imunidade aumenta. Afinal, é temporada de gripe, que voltou aos holofotes com tudo em 2016. Segundo o último boletim epidemiológico do Mi- nistério da Saúde, o vírus influenza H1N1 já provocou 230 óbitos e 1 365 casos graves no país. As estatísticas estão ligeiramente mais elevadas do que nos anos anteriores. Para piorar, os casos da doença começaram a surgir em março, antes do previsto. O re- sultado foi uma onda de pânico, seguida de uma corrida desenfreada pela vacina nos postos de saúde e nas clínicas privadas. Al- guns governos estaduais chegaram inclusi- ve a antecipar a campanha de imunização. Mas será que, além da vacina, existem ou- tras condutas eficazes para barrar a tempo a investida dos micróbios? “De forma geral, adotar hábitos saudáveis, que fazem bem ao organismo todo, é a melhor maneira de cui- dar da imunidade”, diz o médico Luiz Vicente Rizzo, da Sociedade Brasileira de Imunologia. Porém — e sempre há um porém —, a ciên- cia ainda não entende como esse sistema tra- balha nos mínimos detalhes. “Para ter ideia, há 30 anos conhecíamos duas categorias de linfócitos, a principal célula imunológica. Hoje, já descobrimos 18 tipos diferentes”, relembra Rizzo. Nesse terreno ainda rodea- do de incertezas, estudos começam a sinali- zar as principais atitudes que deixam nossas tropas de defesa mais prontas para o comba- te. É o que você verá nas próximas páginas do nosso dossiê para prevenir a gripe e outras encrencas que nos deixam de cama. Protagonista da gripe espanhola (1918) e da gripe suína (2009), esse vírus dá arrepios em todo mundo. “É importante ressaltar que, por mais que a condição tenha se antecipado em 2016, o H1N1 atual não passou por mutações perigosas”, diz a infectologista Carolina Lázari, do Fleury Medicina e Saúde. Isso significa que ele não deve ter se tornado mais letal à nossa espécie. Deixar o sistema imune de prontidão é decisivo para não ser nocauteado pela gripe ou por outras doenças da estação. Aprenda as táticas certeiras para se resguardar de vírus, bactérias e afins por ANDRÉ BIERNATH | design e ilustrações ANA COSSERMELLI | fotos DULLA H1N1 • SAÚDE É VITAL • MAIO 2016 SAÚDE É VITAL • MAIO 2016 • 29 28

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ma única gota de sangue que corre por suas veias e artérias carrega cer-ca de 3 mil linfócitos, 6 mil neutró-filos, 100 basófilos, 600 monócitos

e 300 acidófilos. Estranhou tantos nomes estranhos numa só frase? Saiba que esse time de células compõe o sistema imuno-lógico, responsável pela nossa segurança diante das ameaças microscópicas. Ao lado dos anticorpos e de uma enxurrada de ou-tras moléculas, eles impedem que as infec-ções se instalem e derrubem a nossa saúde. O bom funcionamento dessas linhas de defesa é, portanto, uma questão de vida ou morte — literalmente.

Na época do ano em que os termômetros passam a marcar temperaturas mais baixas, a preocupação com a imunidade aumenta. Afinal, é temporada de gripe, que voltou aos holofotes com tudo em 2016. Segundo o último boletim epidemiológico do Mi-nistério da Saúde, o vírus influenza H1N1 já provocou 230 óbitos e 1 365 casos graves no país. As estatísticas estão ligeiramente mais elevadas do que nos anos anteriores. Para piorar, os casos da doença começaram a surgir em março, antes do previsto. O re-sultado foi uma onda de pânico, seguida

de uma corrida desenfreada pela vacina nos postos de saúde e nas clínicas privadas. Al-guns governos estaduais chegaram inclusi-ve a antecipar a campanha de imunização.

Mas será que, além da vacina, existem ou-tras condutas eficazes para barrar a tempo a investida dos micróbios? “De forma geral, adotar hábitos saudáveis, que fazem bem ao organismo todo, é a melhor maneira de cui-dar da imunidade”, diz o médico Luiz Vicente Rizzo, da Sociedade Brasileira de Imunologia. Porém — e sempre há um porém —, a ciên-cia ainda não entende como esse sistema tra-balha nos mínimos detalhes. “Para ter ideia, há 30 anos conhecíamos duas categorias de linfócitos, a principal célula imunológica. Hoje, já descobrimos 18 tipos diferentes”, relembra Rizzo. Nesse terreno ainda rodea-do de incertezas, estudos começam a sinali-zar as principais atitudes que deixam nossas tropas de defesa mais prontas para o comba-te. É o que você verá nas próximas páginas do nosso dossiê para prevenir a gripe e outras encrencas que nos deixam de cama.

Protagonista da gripe espanhola (1918) e da gripe suína (2009), esse vírus dá arrepios em todo mundo. “É importante ressaltar que, por mais que a condição tenha se antecipado em 2016, o H1N1 atual não passou por mutações perigosas”, diz a infectologista Carolina Lázari, do Fleury Medicina e Saúde. Isso significa que ele não deve ter se tornado mais letal à nossa espécie.

Deixar o sistema imune de prontidão é decisivo para não ser nocauteado pela gripe ou por outras doenças da estação. Aprenda as táticas certeiras para se resguardar de vírus, bactérias e afins

por ANDRÉ BIERNATH | design e ilustrações ANA COSSERMELLI | fotos DuLLA

h1n1

• Saúde é vital • maio 2016 Saúde é vital • maio 2016 • 29 28

probióticosAs bactérias que habitam o sistema digestivo interagem com as unidades de defesa. “Os probióticos de certos produtos lácteos ajudam a reequilibrar a flora intestinal e, assim, a modular o sistema imune”, explica o médico Dan Waitzberg, diretor do Ganep Nutrição Humana, em São Paulo.

zincoFacilita a reparação de tecidos e a cicatrização de feridas, que são uma bela porta de entrada para os germes. A deficiência de zinco causa graves problemas na fabricação dos linfócitos. Fontes: ostra, carnes, aves, peixes e feijão

alhoTudo leva a crer que ele espanta até vírus. Sujeitos que tomaram cápsulas com o tempero por 12 semanas tiveram menos resfriados (obra dos rinovírus) em relação a quem não as ingeriu. O teste foi feito no Centro de Pesquisas sobre o Alho, na Inglaterra.

cogumeloO shiitake, um dos mais populares, foi objeto de estudo na americana Universidade da Flórida. Um grupo de 52 voluntários comeu o alimento por um mês. Após o período, exames de sangue mostraram que os linfócitos deles estavam mais ativos.

vitamina cÉ um dos ingredientes mais famosos por elevar nossa resistência. Mas não adianta consumi-la apenas ao ficar doente: para ter efeito, pequenas doses de vitamina C precisam marcar presença diária na dieta. Fontes: laranja, acerola,tomate, abacaxi e kiwi

vitamina dAs células de defesa possuem receptores para a substância em sua superfície. “Ela está associada ao aumento de moléculas protetoras”, conta a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo. Fontes: exposição solar, ovo e peixes gordurosos

vitamina eTem ação antioxidante, ou seja, inibe os radicais livres, que levam à degeneração precoce das unidades de defesa. Se você resguarda seu esquadrão de segurança, ele protegerá você melhor. Fontes: nozes, germe de trigo e óleos vegetais

gengibreUma revisão de artigos da Universidade de Ciências Médicas de Isfahan, no Irã, conclui que a raiz possui ação antibacteriana e dá uma segurada no processo inflamatório, ligado aos sintomas das infecções. Uma sugestão é incluir em sucos e chás.

Embora o ideal seja obter os nutrientes pela

alimentação, nem sempre isso ocorre de maneira satisfatória, o que gera

déficit de vitaminas e minerais. Aí, se o

médico julgar adequado, podem ser prescritas

fórmulas específicas ou multivitamínicos. Sem

carências, cai o risco de o organismo dar uma baqueada.

Comer ou beber muito açúcar traz prejuízos à

imunidade. Alguns artigos científicos

sugerem que a doçura excessiva prejudica o

processo de fagocitose, quando as células imunes

englobam partículas perigosas para, depois, destruí-las. Gordura e

proteína aos borbotões têm o mesmo

resultado maléfico.

um cardápio balanceado fornece energia para que as células de defesa trabalhem direito. a regra é comer bem e com variedade — isso garante vitaminas e minerais necessários para blindar o corpo. “vale caprichar na hidratação, especialmente no inverno, o que dificulta a invasão de agentes patógenos”, orienta a nutricionista adriana lúcia Ávila, do conselho regional de nutricionistas da 3ª região (sp/ms). mapeamos nutrientes e categorias de alimentos que têm um papel especial na imunidade.

vitamina b“As vitaminas do complexo B incentivam a proliferação dos linfócitos T, células que geram os anticorpos”, resume a nutricionista Jocelem Salgado, da Universidade de São Paulo (USP). Fontes: carne vermelha, leite e leguminosas

vitamina aO interior da boca, do nariz e do intestino é revestido por uma mucosa, que ajuda a barrar a entrada de micro-organismos. A vitamina A é primordial para sustentar esse tecido íntegro. Fontes: cenoura, abóbora e fígado bovino

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65%

Na pesquisa americana, 164 voluntários registraram as horas de sono durante uma

semana. Depois, foram isolados em um hotel por cinco dias, onde travaram

contato com o rinovírus, causador do resfriado. Aqueles que dormiam menos tempo acabaram mais doentes — sinal

de que o sistema imune não estava treinado para rechaçar a ameaça.

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sem extremosInfecções respiratórias são mais comuns em sedentários e atletas em relação a quem faz atividades moderadas*

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só não passe do

pontoLevantar muito peso ou

correr além da conta põe tudo a perder.

“O exagero leva a um quadro inflamatório

e a uma consequente queda na função imune”,

avisa o profissional de educação física Luís Fernando Deresz, da Universidade Federal de Ciências da Saúde

de Porto Alegre.

pra começar, suar a camisa dá um gás na circulação sanguínea. “e isso incrementa o aporte de suprimentos para todas as partes do corpo e minimiza inflamações”, explica o professor de educação física marco túlio de mello, da universidade Federal de minas gerais. mas a história não para por aí: praticar algum esporte regularmente e numa intensidade moderada tem efeito direto sobre as células de defesa. “elas começam a englobar e destruir os patógenos com maior facilidade”, observa o biólogo andré bachi, da universidade cruzeiro do sul, na capital paulista. em um levantamento recente, o cientista demonstrou que idosos ativos obtêm uma resposta melhor à vacina da gripe em comparação com indivíduos sedentários. “apenas 50% dos mais velhos imunizados contra a influenza realmente se protegem da infecção, número que subiu para 90% quando uma rotina de exercícios foi implementada”, revela. por fim, mexer o esqueleto ainda ajusta a comunicação entre os diversos agentes do sistema imunológico. É como se todos os protocolos de segurança interna do organismo se tornassem ágeis e inteligentes.

manter aquele batalhão de guarda-costas em forma não sai barato. muita energia é gasta para que a patrulha permaneça a postos. agora pense: qual é o momento ideal para realizar os ajustes nesse sistema e mantê-lo em operação? nota dez a quem pensou nas horas de descanso noturno. “dormir bem é um fator crucial, pois durante esse período a imunidade se refaz”, afirma mello. na contramão, quem fica as noites em claro não desenvolve uma proteção confiável. o pouco tempo no colchão faz subir a liberação de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse. “em excesso, essa substância diminui a reação de defesa”, ensina a ginecologista helena hachul, do instituto do sono, em são paulo. um estudo conduzido na instituição paulista apontou que a privação de sono corta pela metade a produção de anticorpos de pessoas que tomaram a vacina contra a hepatite a. outro artigo, assinado por experts da universidade da califórnia, nos estados unidos, aponta que o risco de ficar resfriado é 4,5 vezes maior em sujeitos que cochilam por menos de cinco horas por dia. a conclusão é taxativa: descansar entre sete e oito horas com a cabeça no travesseiro turbina a imunidade.

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MEDITAR: evidências apontam que esvaziar a mente reduz marcadores de inflamação e atrasa o envelhecimento das células.

CAnTAR: além de aliviar o estresse, os níveis de proteínas inflamatórias diminuem em quem participa de um coral.

RIR: pacientes japoneses com câncer fizeram a terapia do riso. Após algumas sessões, a imunidade deles aumentou.

FAzER ARTE: segundo revisão americana, escrever, ouvir música ou tocar instrumentos exercem boa influência nas defesas.

hERPES

O vírus fica escondido dentro do nosso corpo e tira vantagem das

baixas na imunidade ou do estresse para pipocar no canto

da boca ou na genitália.

vARICElA

O vírus da catapora se esconde após a primeira manifestação.

Mas, se houver brecha, ele provoca dores e erupções na pele mais tarde — é o herpes-zóster.

PnEuMOCOCO

A bactéria Streptococcus pneumoniae leva à pneumonia,

a terceira doença que mais mata no país. Não raro, se instala após

um quadro de gripe.

bACIlO DE kOCh

Micro-organismo por trás da tuberculose, uma grave infecção nos pulmões, costuma aparecer

junto a outras enfermidades ou em portadores de condições crônicas.

FungOS

Eles estão por toda a parte e são combatidos a contento

pelo sistema imune. Porém, em momentos de fragilidade, ganham

espaço e geram problemões.

não é só o h1n1 que aproveita as falhas na defesa para ganhar terreno. conheça outros oportunistas

o estresse é fundamental para nossa existência. situações tensas desencadeiam uma reação imediata do corpo, que libera mais adrenalina, hormônio que acelera o coração, e cortisol, substância que eleva a pressão e aumenta o aporte de energia aos músculos. todas essas modificações têm o objetivo de nos deixar prontos para enfrentar ou fugir do perigo — habilidade que, diga-se, significou a sobrevivência da espécie humana. “reagir rapidamente era um diferencial de nossos ancestrais das cavernas”, nota luiz vicente rizzo. o problema é que hoje em dia não corremos de mastodontes ou caçamos tigres dentes-de-sabre. o nervosismo do homem moderno está no trânsito, nas filas, no medo de assaltos... pois é, o estresse virou doença crônica. “e a produção contínua de elementos como o cortisol desequilibra totalmente o sistema imunológico”, conclui a psicóloga ana maria rossi, presidente da international stress management association do brasil.

tom Jobim já dizia, em sua famosa canção “Wave”, que “é impossível ser feliz sozinho”. e a ciência está aí para assinar embaixo dos seus versos. um estudo das universidades da califórnia e de chicago, nos estados unidos, comprovou que as relações sociais impactam, sim, na imunidade. Foram avaliadas 141 pessoas por uma década — um quarto delas se declarava socialmente isolado. os experts coletaram amostras de sangue e urina dos participantes no quinto e no décimo ano da pesquisa para medir diversos parâmetros relacionados às células de defesa. os solitários apresentavam maior atividade de genes promotores de inflamação, enquanto certas proteínas antivirais se encontravam escassas. “na solidão, predomina a tristeza. por isso, a falta de proximidade com os outros alavanca as taxas de cortisol e rebaixa as de dopamina, hormônio do humor e do bem-estar”, analisa esdras vasconcellos, professor do instituto de psicologia da usp.

tÁticas antitensão

e os pets?Ter um bicho de estimação deixa

a imunidade mais preparada para o contra-ataque. O contato é particularmente vantajoso na infância, porque os pelos e as bactérias dos animais ajudam

a treinar o pelotão imune. Uma experiência finlandesa aponta

redução de 30% no risco de infecções respiratórias em bebês

expostos aos peludos.

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não há nada mais certeiro quando se pensa em fortalecer as defesas do que as vacinas. elas são feitas a partir de partículas do vírus ou da bactéria que causa a enfermidade. também existem versões com o agente patógeno inteiro inativado. “o imunizante faz com que o sistema aprenda a responder à infecção por meio de anticorpos”, detalha a pediatra isabella ballalai, presidente da sociedade brasileira de imunizações. as agulhadas funcionam como uma espécie de simulação de emergência: caso no futuro ocorra uma invasão, os linfócitos e seus companheiros já sabem como proceder para neutralizar o perigo. numa época em que o h1n1 volta a figurar nos noticiários, a procura pela vacina aumenta bastante — há muita cidade brasileira que está com os estoques zerados, diga-se. “o cuidado deve ser maior em gestantes, crianças, idosos e portadores de doenças crônicas, grupos com risco de ter complicações”, destaca o infectologista gilberto turcato Júnior, do hospital alemão oswaldo cruz, em são paulo. mas a vacina da gripe só vai ser efetiva contra a... gripe! É preciso estar com a carteirinha de vacinação atualizada para ficar protegido diante de outros bandidos microscópicos. na tabela à direita, mostramos os principais imunizantes — e suas respectivas indicações.

Muitas vacinas foram incluídas recentemente no calendário de imunizações.

Mesmo que algumas sejam destinadas a crianças, adultos podem tirar proveito delas.

pense em quantos objetos você tocou na última hora. caneta, barra do ônibus, maçaneta, o teclado do computador... as mãos estão em contato direto com locais impregnados de germes. daí, basta levar os dedos aos olhos ou à boca para que vírus e bactérias ganhem acesso ao corpo. “portanto, precisamos lavar as mãos com regularidade a fim de reduzir a probabilidade de pegar doenças”, recomenda a médica helena brígido, da sociedade brasileira de infectologia. se pia, água e sabonete não estão disponíveis, o álcool em gel é um aliado e tanto. e a velha sugestão de espirrar e tossir em lenços de papel continua válida. só não dá pra entrar em estado de neurose. “o excesso de limpeza afeta a pele e destrói os micro-organismos que vivem naturalmente ali, o que é igualmente prejudicial”, alerta o imunologista antonio condino neto, do instituto de ciências biomédicas da usp. assim como a canja de galinha, uma dose de bom senso não faz mal a ninguém.

lava outra, lava uma...veja como limpar as mãos de forma completa

Faça movimentos circulares com os dedos de uma mão

na palma da outra.

Não se esqueça do dedão! Aperte-o com a outra mão

e faça alguns giros.

Entrelace as duas mãos para higienizar a traseira e

a região entre os dedos.

Com a mão fechada, em formato de concha, realize

círculos na palma.

Repita o processo da etapa 2 — agora com as

duas palmas juntas.

Pronto! Use água corrente para retirar toda

a espuma da pele.

Para assear as unhas e as cutículas, realize passagens verticais, como na imagem.

Seque bem com uma toalha limpa ou uma folha de papel.

vacina indicaçãoestÁ na rede pública?

bCg Tuberculose

Recém-nascidos Sim

POlIOMIElITEParalisia infantil

Recém-nascidos Sim

ROTAvíRuSInfecção gastrointestinal

Recém-nascidos Sim

hAEMOPhIluS InFluEnzAE TIPO bInfecção respiratória

Recém-nascidos Sim

hPv9 a 45 anos9 a 26 anos

Simpara meninas

TRíPlICE vIRAlSarampo, caxumba, rubéola

Mais de 1 ano de idade

Sim

hEPATITE A, b Ou A+b

Ao nascer ou ao longo da vida

Simmenos a versão a+b

TRíPlICE bACTERIAnADifteria, tétano e coqueluche

Ao nascer ou ao longo da vida Sim

vARICElACatapora

Ao nascer ou ao longo da vida

Simpara crianças

InFluEnzAGripe

Todos, especialmente grupos de risco

Sim

FEbRE AMARElA Quando existir risco Sim

MEnIngOCÓCICA COnjugADA ACWYMeningite

Ao nascer ou ao longo da vida Não

MEnIngOCÓCICA bMeningite B

Ao nascer ou ao longo da vida

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PnEuMOCÓCICA COnjugADA Recém-nascidos Sim

PnEuMOCÓCICA vPC13 + vPP23 Pneumonia

Mais de 60 anos Sima vpp23

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