deficiência física fundamentos e metodologias

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2019 2ª Edição DEFICIÊNCIA FÍSICA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIAS Prof. a Marisa Fátima Padilha Giroletti

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Page 1: Deficiência física funDamentos e metoDologias

2019

2ª Edição

Deficiência física: funDamentos e metoDologias

Prof.a Marisa Fátima Padilha Giroletti

Page 2: Deficiência física funDamentos e metoDologias

Copyright © UNIASSELVI 2019

Elaboração:

Prof.a Marisa Fátima Padilha Giroletti

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:

G526d

Giroletti, Marisa Fátima Padilha

Deficiência física: fundamentos e metodologias. / Marisa Fátima Padilha Giroletti. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

182 p.; il.

ISBN 978-85-515-0268-6

1. Deficiência física - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 371.91

Page 3: Deficiência física funDamentos e metoDologias

III

apresentação

Prezado Acadêmico!

O livro de estudos está relacionado à disciplina de Deficiência Física – Fundamentos e Metodologias, trataremos de muitos temas dentro da deficiência física, disciplina interessante e que nos apresenta muitos desafios e curiosidades, assim como, em alguns momentos, pode nos deixar intrigados e medrosos com a facilidade que existe de se tornar um deficiente físico, num descuido, num acidente de carro e ou em casa.

Os estudos neste livro irão buscar a discussão partindo não só da acessibilidade física, mas da adequação da estrutura do prédio para receber alunos com diferentes deficiências físicas, como rampas, elevadores, corrimãos e banheiros adaptados. E as adaptações e adequações na sala de aula, que vão desde os engrossadores de lápis, apoios para os braços, tesouras adaptadas e quadros magnéticos, computadores, pranchas entre outros.

Para muitos de nós, o que vem à nossa memória quando se trata da deficiência física é a imagem de um cadeirante, de alguém com uso de um recurso para andar e também a ideia da acessibilidade, da dificuldade de acesso, sobretudo em prédios e edificações públicas. Esses ambientes (sobretudo os públicos), onde espera-se que nestes espaços tenha todo o aparato já citado e muito além das vagas reservadas para estacionamento de carros, barras de apoio nas escadas e nas paredes dos banheiros, bebedouros em altura acessível aos usuários de cadeiras de rodas, assim como telefones públicos e banheiros de portas largas com espaço suficiente para a movimentação de cadeira de rodas. Mas o pensar que ali por trás de tudo isto, existe uma pessoa.

Vamos estudar sobre a pessoa com deficiência física, onde veremos

que muitos só têm a dificuldade motora e não têm nenhum dano cerebral, intelectual, onde consegue aprender como as demais crianças/pessoas, apenas com algumas diferenças no processo de como eles aprendem, muito mais importante do que eles aprendem.

Compreender as diferenças que nem todas as pessoas com deficiência física motora necessitam de atendimento fisioterápico, alguns precisam do psicológico para desenvolver todas as suas possibilidades e potencialidades, uma equipe multidisciplinar vai avaliar e ajudar na reabilitação.

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IV

Trouxemos neste livro, na primeira unidade, alguns depoimentos/relatos de pessoas com deficiência física, sendo a grande maioria que se tornou uma pessoa com deficiência, é importante você ler todas as histórias de vida e imaginar se colocar no lugar destas pessoas, para assim se sensibilizar e ter mais cuidados com algumas patologias e ou acidentes.

O livro de estudos está dividido em três unidades: Unidade 1 – Deficiência Física, causas, características e as

consequências.Unidade 2 – Deficiência Física – prevenção, legislação e reabilitação.Unidade 3 – Acessibilidade e as Tecnologias Assistivas e educacionais

voltadas à Deficiência Física.

A Unidade 1 vai apresentar e conceituar a deficiência física, nas suas mais diversas causas, as características e as consequências, será necessária leitura, exploração das dicas de filmes e documentários para que você, caro acadêmico, possa se apropriar do conhecimento de forma clara e prazerosa que os estudos irão proporcionar, não esqueça, nesta unidade temos os depoimentos das pessoas com deficiência física.

A Unidade 2 daremos continuidade no tema Deficiência Física trazendo as políticas da saúde pública, as legislações que amparam as pessoas com deficiência física e a prevenção, sendo tema muito importante para que muitas deficiências físicas não aconteçam e, se acontecer, é importante as pessoas saberem onde procurar ajuda tanto na saúde quanto na educação e social. Além de trazer a discussão sobre a reabilitação, a qual é um tema muito importante para as pessoas com deficiência física, pois através dos serviços e instituições, pois trata-se de um tema muito discutido e polêmico nos meios públicos e privados, visto que nem todas as edificações estão com pleno acesso às pessoas com deficiências através da obrigatoriedade na legislação.

Na Unidade 3 vamos discutir sobre os serviços, sobre o acesso à parte educacional e as tecnologias assistivas, a comunicação alternativa, os serviços, os recursos educacionais, as adequações e adaptações para que o aluno com deficiência física tenha acesso e possa viver com autonomia e independência.

Prezado acadêmico, o livro da disciplina sobre deficiência física é mais uma especificidade dentro das deficiências, cada uma com suas peculiaridades, seus recursos e serviços, importante conhecer, ler, explorar e aprofundar seus conhecimentos, através de toda a parte teórica e das dicas dadas em cada unidade.

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V

O interesse e o aprofundamento dos estudos na área da deficiência física irão depender de cada um, se você, acadêmico, estudar e aproveitar este livro de estudos e seguir as dicas de filmes e documentários, tudo vai contribuir para que você se aproprie dos conceitos da deficiência física.

Não esqueça:

“Lutar pela igualdade Sempre que as diferenças nos discriminem. Lutar pela diferença Sempre que a igualdade nos descaracterize.”

Boaventura de Souza Santos, 2001

Este livro, o qual foi escrito por uma professora com mais de 25 anos de trabalho na área da Educação Especial, onde sempre esteve envolvida nas causas pelas deficiências, acessibilidade e inclusão na sociedade.

Profa. Marisa Fátima Padilha Giroletti

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos!

NOTA

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VI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

UNI

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VIII

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IX

UNIDADE 1 – DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS ..................................................................................................... 1

TÓPICO 1 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA ........................................ 31 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 32 DEFICIÊNCIA FÍSICA – CONCEITOS E DOENÇAS ................................................................. 43 CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA ......................................................................... 8

3.1 PRINCIPAIS PATOLOGIAS (DOENÇAS) QUE LEVAM À DEFICIÊNCIA FÍSICA ............. 8RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15

TÓPICO 2 – CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ................................................................... 171 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 172 PRINCIPAIS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA ..................................................................... 173 ALGUMAS CAUSAS GENÉTICAS, AMBIENTAIS E NATURAIS ........................................... 18

3.1 ALGUMAS CAUSAS AMBIENTAIS (ACIDENTES DIVERSOS) ............................................ 214 PESSOAS FAMOSAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA – DIVERSAS CAUSAS ........................ 22

4.1 PESSOAS CONHECIDAS MUNDIALMENTE E FAMOSOS QUE SE TORNARAM DEFICIENTES FÍSICOS .................................................................................................................. 23

5 PARTES DO CÉREBRO RESPONSÁVEL PELOS MOVIMENTOS ......................................... 27RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 30AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 31

TÓPICO 3 – CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ................................................ 351 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 352 AS LIMITAÇÕES E AS POSSIBILIDADES VIVENDO COM A DEFICIÊNCIA ................... 353 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA ................................................. 364 DEPOIMENTOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................. 38LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 51RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 55AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 56

UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO ........................................................................................................... 59

TÓPICO 1 – PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS ........................................................... 611 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 612 PREVENÇÃO A TODAS AS DEFICIÊNCIAS ................................................................................ 613 PENSANDO NA PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA FÍSICA ...................................................... 62RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 70AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................... 731 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73

sumário

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X

2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VOLTADA À DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................................................................................................................... 74

3 LEIS VOLTADAS À ACESSIBILIDADE ......................................................................................... 76RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 95AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 96

TÓPICO 3 – A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA ....................... 991 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 992 REABILITAÇÃO .................................................................................................................................. 993 CENTROS VOLTADOS À REABILITAÇÃO FÍSICA .................................................................. 100

3.1 REABILITAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS ..................................................... 1074 A POSSIBILIDADE DO ESPORTE PARA A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA ......................................................................................................................... 1084.1 TIPOS DE JOGOS ............................................................................................................................ 111

4.1.1 Esportes coletivos ................................................................................................................... 1124.1.2 Esportes individuais ............................................................................................................... 114

LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 119RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 124AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 125

UNIDADE 3 – ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................................... 127

TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ...................................................................................... 1291 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1292 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA ..................................................................................................................................................... 1293 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS AOS DEFICIENTES FÍSICOS NA LOCOMOÇÃO .............. 1324 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA ÁREA EDUCACIONAL AOS DEFICIENTES FÍSICOS .................................................................................................................................................. 134RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 145AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 147

TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA .............................................................................. 1491 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1492 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA .................................................................................................. 149RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 157AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 158

TÓPICO 3 – RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS .................................................................................................. 159

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1592 RECURSOS EDUCACIONAIS AOS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA .............. 1593 DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E ADEQUAÇÃO CURRICULAR ................................... 168LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 170RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 172AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 173REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 175

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UNIDADE 1

DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS

CONSEQUÊNCIAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• identificar os conceitos dentro da deficiência física;

• compreender causas e consequências sobre a Deficiência Física;

• conhecer as principais patologias das pessoas com Deficiência Física;

• reconhecer que todos somos sensíveis as causas das deficiências físicas;

• oportunizar o conhecimento de pessoas com deficiência física através dos depoimentos e experiências;

• compreender as implicações clínicas, sociais e individuais a partir da de-ficiência;

• vivenciar fatos e histórias da deficiência física através das dicas dos filmes e documentários.

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

TÓPICO 2 – CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

TÓPICO 3 – CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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TÓPICO 1UNIDADE 1

PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA

FÍSICA

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, estamos iniciando os estudos dentro da área da deficiência Física, onde apresentamos desde a parte clínica como a social, afetiva, de acessibilidade, as leis que amparam tanto as edificações quanto o específico na educacional e tecnológica, que só vêm contribuir com as pessoas com deficiência física.

Compreender os conceitos aqui colocados vem ao encontro da proposta

dos estudos deste livro, visto que, no ensino a distância, é necessário um esforço maior e autônomo de cada acadêmico para o processo de aprendizagem.

Procuramos usar uma linguagem clara, de fácil acesso para a compreensão dos textos com a intenção de ficar uma leitura leve e assim cada acadêmico além de aprender se empolgar com a deficiência física e suas possibilidades.

Nesta unidade estudaremos os conceitos básicos, como a caracterização da deficiência física, principais doenças e causas, assim como dicas de filmes e autoatividades para completar seus estudos.

O importante, ao conhecer as patologias que levam à deficiência física, é poder saber onde procurar ajuda e como ajudar no tratamento e nos encaminhamentos, também tem o lado da sensibilização para com o outro, pois ninguém está livre de se tornar um deficiente físico, por um acidente e/ ou por uma síndrome, uma causa genética que poderá atingir a nós e ou a nossos filhos e ou parentes e amigos.

Outra dica importante dada nesta unidade é a de conhecer os tipos de Deficiência Física para melhor compreender o comprometimento da função física, sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia e outras que envolvem desde o nascimento, aos acontecimentos através de acidentes tanto domésticos, como de trânsito, os quais são os grandes causadores da deficiência física na idade jovem e/ ou adulta.

Sendo assim, esta unidade vai tratar de termos mais técnicos e clínicos,

porém importante para conhecer e aprender os termos.

Bons estudos.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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2 DEFICIÊNCIA FÍSICA – CONCEITOS E DOENÇAS

A deficiência Física é classificada conforme alteração completa ou parcial de um ou mais seguimentos do corpo humano no comprometimento motor. Segundo o Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, os principais tipos de deficiência física são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiparesia, amputação, paralisia cerebral, ostomia (aberturas abdominais para uso de sondas).

É importante destacar que todas estas deficiências físicas com o final PLEGIA – significam perda total de um ou mais membro e/ou partes do corpo; quando aparece com o final PARESIA significa perda parcial de um ou mais membro e/ou partes do corpo.

Veja conforme segue o quadro a seguir:

Nomes Características Paraplegia Perda total das funções dos membros inferiores Paraparesia Perda parcial das funções dos membros inferiores Monoplegia Perda total de um só membro (inferior ou posterior)Monoparesia Perda parcial de um só membro (inferior ou posterior) Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e

superioresTetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e

superioresTriplegia Perda total das funções motoras em três membrosTriparesia Perda parcial das funções motoras em três membrosHemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo

(direito ou esquerdo) Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo

(direito ou esquerdo) Amputação Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento

de membroParalisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo

como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental/intelectual.

Ostomia Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, óstio) na parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta: processo cirúrgico que visa a construção de um caminho alternativo e novo na eliminação das fezes e urina para o exterior do corpo humano. (Colostomia: ostoma instestinal; uroostomia: desvio urinário).

QUADRO 1 – TIPOS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

FONTE: <http://www.deficienteonline.com.br/deficiencia-fisica-tipos-e-definicoes___12.html>. Acesso em: 19 fev. 2019.

Page 15: Deficiência física funDamentos e metoDologias

TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Para melhor compreender estes termos, deficiências e o grau de comprometimento, ilustraremos a seguir:

FIGURA 1 – O CORPO NA PARAPLEGIA E A PARAPARESIA

FIGURA 2 – O CORPO NA MONOPLEGIA E MONOPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-6-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-7-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

Page 16: Deficiência física funDamentos e metoDologias

UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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FIGURA 3 – O CORPO COM TETRAPLEGIA E TETRAPARESIA

FIGURA 4 – O CORPO NA TRIPLEGIA E NA TRIPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-8-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-9-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

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TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 5 – AMPUTAÇÃO E PARALISIA

FIGURA 6 – OSTOMIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-11-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/deficincias-motoras-12-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

Page 18: Deficiência física funDamentos e metoDologias

UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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3 CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA

Toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano (BRASIL, 1999).

A deficiência física caracteriza-se pela limitação na mobilidade, na coordenação motora, principalmente a fina, o que impede e ou dificulta a escrita, em alguns casos poderá afetar a fala nos mais diversos graus, sendo de causas neurológicas e neuromusculares, má formação, de forma adquirida, geralmente, a deficiência ocorre no cérebro ou sistema locomotor, levando a um mau funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.

Descreveremos as causas da deficiência física, nos subtópicos a seguir.

3.1 PRINCIPAIS PATOLOGIAS (DOENÇAS) QUE LEVAM À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Definindo o que é “patologia e doença”, hoje em dia o vocabulário usado é o termo técnico de doença para patologia. O dicionário de significado o define como sendo:

Patologia é o estudo das alterações estruturais, bioquímicas e funcionais nas células, tecidos e órgãos, que visa explicar os mecanismos pelos quais surgem os sinais e os sintomas das doenças. A palavra "patologia" significa literalmente "estudo da doença", e tem origem no grego, onde Pathos = doença e Logos = estudo. No entanto, "patologia" também é usada como sinônimo de doença (SIGNIFICADO, 2010).

Entre as patologias, a que mais causou a deficiência Física no Brasil e no mundo foi a paralisia infantil ou poliomielite, a qual foi praticamente erradicada com as campanhas maciças de vacinas da gotinha nas crianças de zero a cinco anos de idade. Porém, a campanha continua o ano todo, pois houve casos de poliomielite na Venezuela em 2018, o que leva a atenção dos pais para a vacinação constante.

No Brasil, até a erradicação, aconteceram 26.827 casos de poliomielite entre 1968 e 1989. Os anos 70 registraram a maior parte dos casos. Há um pico em 1975, com 3.596 registros. Outro ano com muitos casos foi 1979, com 2.564 infecções (OLIVEIRA, 2018).

A seguir daremos alguns conceitos de patologias que levam à deficiência física:

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TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

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• Poliomielite: qualquer inflamação da substância cinza da medula espinhal; doença de Heine-Medin. Uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus, de gravidade extremamente variável e, que pode ocorrer sob a forma de infecção inaparente ou apresentar manifestações clínicas, frequentemente caracterizadas por febre, mal-estar, cefaleia, distúrbios gastrointestinais e rigidez de nuca, poderá ocorrer ou não as paralisias. Observe a figura a seguir.

FIGURA 7 – POLIOMELITE

FONTE: <https://www.cliquebrasil.com.br/saude/gfF9nnwpIy1C>. Acesso em: 18 fev. 2019.

• Ossos de Vidro: osteogênese imperfeita (doença de Lobstein ou doença de Ekman-Lostein), também conhecida pelas expressões “ossos de vidro” ou “ossos de cristal”, é uma condição rara do tecido conjuntivo, de caráter genético e hereditário, que afeta aproximadamente uma em cada 20 mil pessoas. A principal característica é a fragilidade dos ossos que quebram com enorme facilidade.

FONTE: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/osteogenese-imperfeita-ossos-de-vidro/>.

• Paralisia cerebral: causada geralmente no nascimento por falta de oxigênio no cérebro, quando a criança tem anóxia perinatal. O grau de comprometimento vai de parcial, total e de partes como de um todo dos membros do corpo, afetando na maioria das vezes o desenvolvimento da fala.

• Hidrocefalias: nem todas as hidrocefalias levam à deficiência física, mas grande parte das crianças pode ficar com sequelas irreversíveis no comprometimento motor. Em alguns casos, as crianças podem nascer com hidrocefalia e em outros poderá desenvolver depois do nascimento. Popularmente conhecida como água na cabeça e/ou cabeça grande, o que tem fundo de verdade científico, uma vez que o perímetro da cabeça expandido não volta mais ao tamanho normal. Quando identificado a tempo, é possível colocar válvula, a qual drena e redireciona o líquido para o intestino, que vai eliminá-lo e assim não pressionar o cérebro.

Page 20: Deficiência física funDamentos e metoDologias

UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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Hidrocefalia é quando ocorre que o liquido da medula não pode circular normalmente e acumula-se no cérebro. Caso não controlado, pode prejudicar a saúde. O que pode ser feito é colocação cirúrgica de uma válvula para drenar o líquido acumulado e enviá-lo a bexiga para ser eliminado pela urina (HONORA, 2008, p. 59).

Observe a figura:

FIGURA 8 – HIDROCEFALIA

FONTE: <https://mieloblog.com.br/wp-content/uploads/2015/11/image10.jpg>. Acesso em: 11 nov. 2018.

• Acidente vascular: conhecido como AVC, popularmente o “derrame”, como é chamado entre as pessoas, é bastante comum devido a principalmente malformação arterial cerebral (aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia, tromboembolia (bloqueio da artéria pulmonar), sendo a doença que mais mata no Brasil e a que mais causa incapacidade (sequelas físicas) no mundo: cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retorna à vida normal e praticamente 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. As sequelas podem ser conforme é descrito a seguir:

Nos músculos: fraqueza de um lado do corpo, fraqueza muscular, incapacidade de coordenar movimentos musculares, músculos rígidos, paralisia com músculos fracos, problemas de coordenação, paralisia de um lado do corpo ou reflexos hiperativos. Na visão: perda temporária da visão em um olho, súbita perda da visão, visão dupla ou visão embaçada. No corpo: distúrbio do equilíbrio, tontura ou vertigem. Na fala: dificuldade de fala, fala arrastada ou perda da fala Sensorial: formigamento ou redução na sensação de tato. Na cognição: confusão mental ou incapacidade de falar ou entender o próprio idioma. No

Page 21: Deficiência física funDamentos e metoDologias

TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

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rosto: dormência ou fraqueza muscular. Também é comum: afasia de wernicke, andar mancando, dificuldade em engolir, dor de cabeça, fraqueza de um membro ou movimento rápido involuntário dos olhos (EINSTEIN, 2017, p. 2).

Na imagem a seguir, podemos ver algumas sequelas que podem deixar uma pessoa com deficiência física.

FIGURA 9 – SEQUELAS DE AVC

FIGURA 10 – OSTEOPOROSE

FONTE: Einstein (2017, p. 1)

FONTE: <https://www.opas.org.br/como-tratar-a-osteoporose/>. Acesso em: 18 fev. 2019.

• Osteoporose: sendo esta patologia a inimiga número um dos idosos principalmente, a que mais afeta as mulheres, sendo seis para cada um homem, levando a sequelas da deficiência física, deficiência alimentar de cálcio e vitaminas, levando à “morbidade e mortalidade de suas fraturas, afetando em especial o fêmur”. O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) criou o Programa de Osteoporose Masculino (PROMA), desde março de 2004. Quanto mais idosos, mais riscos corre de envelhecer com osteoporose.

Page 22: Deficiência física funDamentos e metoDologias

UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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• Diabetes: caracteriza-se pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Ocorre devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A diabete se divide em dois tipos, em tipo 1 e tipo 2. De acordo com a análise, os idosos diabéticos apresentam riscos de desenvolver deficiências físicas que são de 50% a 80% dos casos, devido às amputações que muitas vezes precisam ser feitas, em consequência do que se chama de Neuropatia diabética, diminuição do oxigênio que chega aos nervos através de pequenos vasos sanguíneos, ocasionando formação de úlceras, podendo progredir para amputação do pé ou perna.

DICAS

A dica desta unidade é você, acadêmico, assistir com sua turma e ou sua família ao filme De Porta em Porta, simplesmente inesquecível, com uma grande lição de vida de superação e de apoio de uma mãe que não desiste, a qual, usa a seguinte frase para estimular o filho com paralisia cerebral: “Paciência e Persistência”. O tempo todo ela diz esta frase: “Paciência e Persistência”. O filme é incrível, por favor, assista, só contribuirá com sua formação e com seus estudos na área da deficiência física.

CAPA DO FILME DE PORTA EM PORTA

FONTE: <http://www.planejamentodevendas.com.br/tecnicas-de-vendas/porta-em-porta/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

SINOPSE E DETALHES

O filme De Porta em Porta (Door to Door, lançado em 2002) conta a história real de Bill Porter (interpretado por William H. Maci), um portador de paralisia cerebral nascido em 1932 (ainda vivo) que deseja tornar-se um vendedor de porta em porta.

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TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Portland, Oregon, 1955. Apesar de ter nascido com uma paralisia cerebral, que cria limitações na sua fala e movimentos, Bill Porter (William H. Macy) tem todo o apoio da sua mãe para obter um emprego como vendedor na Watkins Company. Bill consegue o emprego, apesar de certa relutância devido as suas limitações, pois teria que ir de porta em porta oferecendo os produtos da companhia. Bill só conseguiu o emprego quando disse para lhe darem a pior rota. Primeiramente Bill é rejeitado pelas pessoas "normais", mas ao fazer sua primeira venda para uma alcóolatra reclusa, Gladys Sullivan (Kathy Baker), ele literalmente não parou mais. Por mais de 40 anos Bill caminhou 16 quilômetros por dia e, para ajudá-lo nesta trajetória, além da sua mãe e Gladys, surgiu Shelly Soomky Brady (Kyra Sedgwick).

Observação: Este filme é usado muitas vezes por empresas em palestras de motivações de vendas para público de pessoas sem deficiências.

O filme mostra a importância da família na vida de pessoas com deficiência e neste caso com a deficiência física, onde a mãe em nenhum momento desiste de insistir com o filho na procura por emprego, mesmo sabendo das limitações físicas, ela sempre acreditou que existia possibilidade de trabalho para o filho.

A sugestão é muito especial e nos ajuda a não perder a esperança de dias melhores, de possibilidades, quando se tem o coração limpo de maldades e com fé acreditando em si poderá alcançar os objetivos, mesmo quando muitos dizem não.

Caro acadêmico, assista e nunca esqueça a frase “paciência e persistência”. A frase do filme que a mãe lhe dizia sempre.

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Neste tópico, você aprendeu que:

• Conceito da deficiência física é toda alteração completa e/ou parcial dos membros e segmentos do corpo levando ao comprometimento das funções físicas, pode apresentar sob várias formas no que diz respeito às PLESIAS E PARESIAS.

• As deficiências físicas com o final PLEGIA – significam perda total de um ou mais membro e ou partes do corpo e quando aparecem com o final PARESIA significam perda parcial de um ou mais membro e ou partes do corpo.

• Os exemplos no próprio corpo destes comprometimentos são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiparesia, amputação, paralisia cerebral, ostomia (aberturas abdominais para uso de sondas).

• As Patologias (doenças) mais comuns que podem deixar com sequelas a deficiência física são a Poliomelite, a Hidrocefalia, Ossos de Vidro, AVC, osteoporose, diabetes, entre outras.

RESUMO DO TÓPICO 1

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Prezado acadêmico, resolva as questões para melhor fixação dos conteúdos e também a prática dos exercícios irá ajudar que você vá bem nas provas.

1 Conceitue com suas próprias palavras a deficiência física.

2 A deficiência física apresenta-se sob várias formas, relacione as PLEGIAS, numerando de acordo com o conceito.

I - ParaplegiaII - Monoplegia III - TetraplegiaIV- TriplegiaV - Hemiplegia

Relacione as opções: ( ) Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.( ) Perda total de um só membro (inferior ou posterior).( ) Perda total das funções dos membros inferiores.( ) Perda total das funções motoras em três membros. ( ) Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou

esquerdo).

Escolha a opção que define as Plegias:a) ( ) I-II-III-V-IV.b) ( ) III-II-V-I-IV.c) ( ) II-IV-V-III-I.d) ( ) III- II-I-IV-V.

3 A deficiência física apresenta-se sob várias formas, relacione as PARESIAS, numerando de acordo com o conceito.

I – Paraparesia II – MonoparesiaIII – TetraparesiaIV – TriparesiaV – Hemiparesia

Relacione as opções:

( ) Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo).

( ) Perda parcial de um só membro (inferior ou posterior). ( ) Perda parcial das funções motoras em três membros.

AUTOATIVIDADE

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( ) Perda parcial das funções dos membros inferiores.( ) Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.

Escolha a opção que define as Paresias:a) ( ) IV-V-III-II-I.b) ( ) V-I-II-IV-III.c) ( ) III- II- I-V-IV.d) ( ) V-III-V-II-I.

4 Procure em sua comunidade conhecer e saber de pessoas que tem alguma deficiência física causada por alguma patologia citada no texto deste tópico. Descreva sua informação e ou relate na sala em uma roda de conversas.

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TÓPICO 2

CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Dando continuidade, neste tópico, vamos estudar as causas da deficiência física, sendo elas pré-natais, perinatais e pós-natais. É necessária a compreensão das causas para também saber como proceder no atendimento e encaminhamento para estimulação, para a escolarização e para, posteriormente, o mercado de trabalho.

Assim, algumas características e causas precisam ser observadas como afirma o código das necessidades educacionais específicas (DfES, 2001a)

[…] as deficiências físicas podem decorrer das causas físicas, neurológicas ou metabólicas. Algumas requerem somente um acesso apropriado às oportunidades e equipamentos educacionais; outras podem levar a necessidades sociais e de aprendizagem mais complexas; algumas crianças terão dificuldades multissensoriais associadas a dificuldades físicas. Para algumas crianças, a incapacidade de participar plenamente da vida escolar causa estresse emocional ou fadiga física significativos (DfES, 2001a, Capítulo 7, secção 62 apud FARRELL, 2008, p. 11).

No estudo das deficiências físicas, nas suas inúmeras causas, as necessidades são diversificadas, tanto em serviços e em recursos nas quais vai depender de cada sequela e os encaminhamentos dados na avaliação multidisciplinar.

2 PRINCIPAIS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA

As principais causas da deficiência física podem ser divididas em três:

• Pré-natais: tudo que possa ocorrer durante a gestação. Sendo por malfomações congênitas (podem também estar relacionadas a drogas), infecções, medicamentos, hipertensão, genéticos e em muitos casos por tentativas de abortos, entre outros.

• Perinatais: tudo que possa ocorrer durante o nascimento. Sendo a prematuridade, o sofrimento fetal, a falta de oxigênio levando a paralisia cerebral, o parto por fórceps, o cordão umbilical, que pode enrolar no pescoço e outras causas.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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• Pós-natais: tudo que possa ocorrer após o nascimento. Estas causas vão desde uma infecção hospitalar, meningite, problemas com o sangue da mãe e bebê, traumatismos cranianos, lesões medulares (que podem estar ligas a acidentes de trânsito, de armas e até mesmo de mergulhos), brigas, aneurismas, AVC (ligado às “plegias”) e outras patologias. Além das Artropatias: suas causas podem ser hemofilia, distúrbios metabólicos, processos degenerativos ou inflamatórios.

3 ALGUMAS CAUSAS GENÉTICAS, AMBIENTAIS E NATURAIS

Como já citadas acima, as causas da deficiência física podem ser diversas. Destacamos aqui algumas e evidenciamos mais detalhadamente três, as genéticas, as ambientais e naturais. Segundo Socrates: "Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar" (<https://www.pensador.com/frase/ODc3OA/>), sendo a deficiência física uma que mais deixa pessoas acamadas e sem locomoção.

• Causas genéticas: nas causas genéticas entram também as síndromes que levam à deficiência física, muitas não ocorrem logo após o nascimento, somente na idade adulta, como já conceituado, essas são as pré-natais. Entre estas, vamos esclarecer algumas que são relevantes conhecer, como, por exemplo, na contextualização abaixo.

As doenças genéticas são muitas e nem todas levam à deficiência física, geralmente raras, mas acometem a população em menor proporção, devido às “alterações na sequência de nucleotídeos em uma parte do DNA que alteram a estrutura de uma proteína e, consequentemente, causam anomalias anatômicas e fisiológicas” (SANTOS, 2018, p. 2).

Entre algumas estão as síndromes e algumas outras anomalias, destacaremos a seguir as principais que levam à deficiência física:

• Síndromes: palavra de origem grega συνδρομή «concurso, afluência, composto de σύν «com, junto» e tema de δρόμος «corrida», ou seja, "ocorrer conjuntamente", seria um conjunto de características, de manifestações clínicas, muitas vezes não se consegue chegar a uma causa específica, mas a pessoa e/ou criança apresenta anomalias seguidas de outras especificidades. Geralmente os nomes das síndromes estão relacionados aos seus pesquisadores/descobridores daquele tipo de patologia.

• Síndrome de Williams: nesta síndrome ocorre a desordem no cromossomo 7. A criança/ pessoa vai ter dificuldades motoras, principalmente na motora fina (recortar, escrever, desenhar, andar com equilíbrio, andar de bicicleta), além de a criança demorar a andar, tem irritação e chora muito. Estas crianças apresentam características físicas “por face de gnomo ou fadinha”, nariz

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TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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pequeno e empinado, cabelos encaracolados, lábios cheios, dentes pequenos e sorriso frequente” (MACHADO, 1998, p. 56). Por outro lado, são sensíveis ao som alto, mas têm facilidade para a música.

• Síndrome de Ehlers-Danlos: conhecida como Síndrome do homem elástico. Identificada como um grupo de distúrbios hereditários e afeta principalmente as articulações e o tecido conjuntivo da pele e as paredes do vasos sanguíneos. Pessoas com esta síndrome têm a capacidade de tocar o nariz com a língua, deformidade física, duplo articulado, facilidade de se machucar, fadiga, fraqueza muscular, luxação, má cicatrização de feridas ou sopro no coração. Devido a este comprometimento nas articulações, poderão, durante a vida, ter muitos acidentes com lesões irreversíveis, precisam sempre de fisioterapia (EINSTEIN, 2017).

• Síndrome de Proteus: as características desta síndrome ocorrem pelo crescimento exagerado de partes do corpo e de tumores subcutâneos, patologia rara, que leva à deficiência física, pois pode haver crescimento de um joelho, de pernas em exageros, mãos e pés muito grandes se parecendo a gigantes, hemi-hipertrofia, tumores subcutâneos, macrocefalia e outras anomalias cranianas e viscerais.

Além das síndromes citadas, existem muitas outras, porém, não podemos deixar de citar as distrofias musculares, que incluem também algumas síndromes, como é a de Duchenne.

• DistrofiaMuscularDuchenne: muitas pessoas com distrofia muscular têm síndrome de Duchenne. Esta patologia costuma afetar meninos, que podem ter dificuldades ao se levantar ou correr, andar oscilante, panturrilhas grandes, anormalidade ao caminhar, fraqueza muscular, perda de massa muscular ou encurtamento permanente de músculo, podendo ter dificuldades de aprendizagem associada (EINSTEIN, 2017).

Além das escleroses que são doenças autoimunes, como ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica e EM – Esclerose múltipla. Nas doenças autoimunes, o sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo.

• EscleroseLateralAmiotrófica(ELA): Esta patologia paralisa os músculos, mas não chega a atingir as funções cerebrais. A esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo. Há indícios em pesquisas que a causa esteja ligada, de certa forma, aos cromossomos na mutação de um gene, mas ainda são pesquisas. A avaliação dos genes envolvidos com a ELA permite elucidar vias moleculares responsáveis pela doença e abrir novos caminhos para o tratamento.

Segundo o Instituto Paulo Contijo de pesquisa de doenças genéticas, a esclerose apresenta-se em:

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Aproximadamente 90% dos casos de ELA são esporádicos, ou seja, não se observa recorrência familiar da doença, ao passo que os 10% restantes são familiais e podem apresentar padrão de herança autossômico dominante ou recessivo. Entre as formas familiais, destaca-se a ELA do tipo 8, que tem início entre a quarta e a quinta décadas de vida e apresenta, em geral, progressão lenta. Caracterizada por herança dominante, é causada por mutação no gene VAPB (VAMP – associated proteina B and C), localizado no cromossomo 20 (em 20q13.32). Embora a realização dos testes moleculares seja importante para a confirmação do diagnóstico clínico em pacientes que já manifestam a doença, o benefício do exame para indivíduos assintomáticos, parentes adultos de afetados, deve ser analisado individualmente em entrevista com um geneticista. É norma do laboratório não realizar este exame em crianças assintomáticas (CONTIJO, 2016, p. 1).

Destacam-se nesta unidade os famosos que possuem e/ou tiveram alguma deficiência física no decorrer da vida e entre estes está Stephen Hawking, que teve ELA, era físico, pesquisador e conferencista, o qual apresentaremos com mais detalhes no item 4 deste tópico.

• Esclerose Múltipla: as sequelas podem variar, depende dos nervos afetados e de indivíduo para indivíduo. Os sintomas inicias são visão dupla e pequenos tremores, o diagnóstico geralmente é clínico e às vezes pode demorar para chegar a uma conclusão que seja EM. Porém, não há muito o que fazer, de uma hora para outra, pode o indivíduo perder a capacidade de andar e de falar de forma clara. Uma patologia que pode levar anos a ser confirmado o diagnóstico, não tem cura e o tratamento é só para tardar um pouco as sequelas. Geralmente as mulheres são em maior número e pessoas de cor branca são mais vulneráveis a EM.

• A mielomeningocele: é uma malformação congênita de causa ainda não comprovada. Na mielomeningocele, há uma malformação na coluna do bebê ainda dentro do útero da mãe. Alguns casos podem ser diagnosticados durante a gestação. Sendo assim a coluna vai ficar com sérios problemas, como explica a cartilha do programa APPAM (2016, p. 6),

A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, começa a ser formada logo nas primeiras semanas da gravidez e vai crescendo junto com o feto. A partir de seis ou sete semanas começa a ossificação das vértebras da coluna. Dentro da coluna vertebral há um pequeno espaço, um canal. Por ali, bem protegidos pelos ossos, passam a medula (que é uma espécie de fábrica de sangue do nosso organismo) e os nervos espinhais, que se ligam ao cérebro e ajudam a comandar os movimentos do corpo. Durante a gestação, essa estrutura de ossos não se fecha completamente. Quando isso acontece, partes da medula e do sistema nervoso, que deveriam estar dentro do canal, protegidos pelos ossos da espinha, ficam expostas. Essa malformação recebeu o nome de mielomeningocele (MMC) ou espinha bífida aberta.

A criança, assim como a família, precisará de assistência tanto clínica quanto psicológica para praticamente a vida toda, pois a criança terá sérios distúrbios neurológicas com comprometimento nos membros inferiores.

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DICAS

Uma dica muito boa também é você, acadêmico, assistir ao filme 300, pelo menos a parte inicial, se não puder assistir tudo, e assim comprovará que haviam as mortes de crianças com deficiência física no nascimento. Além de você poder ver neste filme a participação de um brasileiro, Rodrigo Santoro. Filme de muita ação, sangue e mortes, mas que mostra a realidade das pessoas com deficiências no povo de Esparta. Para mais informações, acesse <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-57529/>

3.1 ALGUMAS CAUSAS AMBIENTAIS (ACIDENTES DIVERSOS)

As causas ambientais são em grande número, visto que todo dia presenciamos acidentes de trânsito em grande escala, sendo hoje umas das maiores causas ambientais que são o trânsito. Os números nos índices nos mostram que 30% das vítimas ficaram com membros amputados e outros 40% se tornaram deficientes físicos (paraplégicas ou tetraplégicas) em 2017. Estes números foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês de maio de 2018, quando há a campanha Maio amarelo, o símbolo do mês para os alertas dos problemas que o trânsito tem apresentado por direção sem responsabilidades, pelo álcool, o grande vilão, e as imprudências (como ultrapassagens e alta velocidade) na direção.

A definição de maio amarelo aconteceu em 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU), idealizando que seria para uma década, sendo assim até 2020. O amarelo foi pensado devido ao semáforo amarelo que significa atenção.

Outro grande perigo está nos mergulhos. Muitos mergulhadores ficaram com alguma “plegia” devido à prática do mergulho, estes são feitos geralmente por pessoas desqualificadas para a prática, como nos mostra a reportagem do jornal folha de São Paulo de 1998, comentado por Priscila Lambert, a qual afirma que “ toda semana no mínimo dez pessoas ficam paraplégicas e ou tetraplégicas no Brasil. A grande maioria dos acidentados (90%) tem idades entre 10 e 25 anos” (LAMBERT, 1998, p. 1). Assim, percebemos que é mais comum do que parece.

Veja parte da reportagem:

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[…] Os números são baseados em estatísticas do Hospital das Clínicas de São Paulo que, preocupado com a grande incidência desse tipo de acidente, está preparando uma campanha de prevenção para este verão quando os casos tendem a aumentar.A paraplegia (paralisação de pernas) ou a tetraplegia (braços e pernas) ocorrem quando há fratura na coluna vertebral (principalmente na altura do pescoço). Em muitos casos, há lesão da medula espinhal, responsável pela transmissão das ordens vindas do cérebro para as outras partes do corpo.Um mergulho mal calculado -em rio, lago, piscina ou até no mar- pode ser suficiente para deixar uma pessoa paralisada por toda a vida. Ao cair de cabeça em um local raso –ou onde há pedra ou banco de areia–, o choque faz com que o pescoço seja dobrado, enquanto o corpo continua se movendo para a frente, causando fratura de uma ou mais vértebras.De acordo com pesquisa do HC, o mergulho é responsável por 10% dos cerca de 8.000 casos de fratura na coluna vertebral que ocorrem anualmente no Brasil –perdendo para acidentes de trânsito, perfuração à bala e quedas em geral.Das cerca de 800 pessoas que sofrem fratura vertebral durante mergulho por ano no país, dois terços (533) ficam paraplégicos ou tetraplégicos –o que resulta nos cerca de dez casos semanais no país. Segundo Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, diretor do serviço de coluna vertebral do Instituto de Ortopedia e Traumatismo do HC, o levantamento é feito anualmente pelo hospital, e os números vêm se mantendo estáveis há pelo menos uma década. Ele diz que, no verão, o mergulho passa a ser a segunda causa de lesões de medula –só perdendo para acidentes de trânsito [...] (LAMBERT, 1998, p. 1).

Outros acidentes e ocorrências sejam domésticas ou nas ruas, como brigas em jogos com armas brancas e ou armas de fogo, acontecem diariamente em todo o mundo, infelizmente, ainda os acidentes de trânsito e os mergulhos são os que mais deixam pessoas com deficiência física.

4 PESSOAS FAMOSAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA – DIVERSAS CAUSAS

As curiosidades neste tópico referem-se a estar mostrando artistas, professores, modelos e pesquisadores famosos com deficiência física e ou pessoas que se tornaram famosas devido à deficiência física adquirida no decorrer de suas vidas.

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4.1 PESSOAS CONHECIDAS MUNDIALMENTE E FAMOSOS QUE SE TORNARAM DEFICIENTES FÍSICOS

• Christopher Reeve: o Superman – o Super-homem viveu momentos de muita fama e, de repente, o ator se tornou um tetraplégico (em maio de 1995) aos 43 anos, devido a uma queda de um cavalo, em que fraturou as duas primeiras vértebras cervicais lesionando a medula espinhal. Foi um grande aliado no patrocínio das pesquisas sobre células-tronco. Mesmo com a limitação física, foi homenageando em muitas partes do mundo devido ao seu empenho na melhoria das condições de vida das pessoas menos favorecidas financeiramente. Christopher faleceu em outubro de 2004, aos 52 anos, devido a uma grave infecção.

FIGURA 11 – CHRISTOPHER NA CADEIRA ADAPTADA A SUA DEFICIÊNCIA

FONTE: <http://www.herbritts.com/archive/photo/christopher-reeve-side-view-hollywood-1996/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

• Roberto Carlos: o rei se tornou uma pessoa com deficiência física ainda criança, num acidente na linha ferroviária, quando estava em uma festa de padroeiro e teve uma parte da perna amputada quando tinha seis anos de idade em sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim, no estado do Espírito Santo. O acidente fez com que a perna direita perdesse a sensibilidade, pois fora esmagada arrancando todos os nervos, por isso não chorava muito. Graças a um médico bem instruído para a época (foi no dia de São Pedro, 29 de junho de 1947), o qual não cortou a perna toda, somente entre o terço médio e o superior da canela foi amputado e um pouco abaixo colocaram uma roda de metal, o que impediu Roberto de perder os movimentos do joelho direito. Sempre andou de muletas até os 15 anos de idade, quando começou a usar prótese e a usa até hoje.

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FIGURA 12 – PERNA DE ROBERTO CARLOS COM PRÓTESE

FONTE: <http://wwwblogtche-auri.blogspot.com/2015/12/saiba-como-roberto-carlos-perdeu-uma.html>. Acesso em: 30 jan. 2019.

• Magdalena Carmen FRIDA KAHLO Calderón: conhecida no mundo todo como Frida Kahlo, natural do México, onde no ano 1913, com seis anos, contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite a deixou com sequelas no seu pé direito, por esse fato levava o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Usava calças longas e exóticas saias, as quais personalizava. Frida começou a pintar já na idade adulta, apesar de seu pai ser um pintor, seu objetivo não era se tornar uma artista. Aos 18 anos sofreu um grave acidente que a deixou de cama e no sofrimento ela encontrou a forma das telas para expressar este sentimento, onde também guardava um desejo muito grande de ser mãe, porém, devido ao acidente, teve muitos abortos. Ao longo de sua vida, tornou-se alcoólatra e morreu com as pernas amputadas. Usava a frase “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?” (CAMPOS, 2018, p. 3). Veja a seguir um quadro pintado por ela. Nele, Frida retratou a dor de perder seu segundo filho no quadro Hospital Henry Ford. Obra exposta no Museo Dolores Olmedo, no México.

FIGURA 13 – QUADRO DE FRIDA

FONTE: <https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2018/02/henry-ford-hospital.jpg>. Acesso em: 18 nov. 2018.

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DICAS

Outros quadros estão disponíveis para quem desejar conhecer melhor as obras de Frida, são muito interessantes, confira no site:<https://brasilescola.uol.com.br/biografia/frida-kahlo.htm>. Acesso em: 28 jan. 2019.

• Christy Brown: Brown foi um escritor, poeta e pintor (artista plástico) de origem irlandesa que teve paralisia cerebral. Devido à paralisia ficou muitos anos sem falar e sem se mexer direito e os médicos e os demais acreditavam que apresentava também limitações intelectuais. Sua mãe, no entanto, nunca desistiu continuando a falar com ele e a lhe ensinar. Aos cinco anos percebeu que seu pé esquerdo “obedecia” a seus comandos. Através do pé foi que ele passou a se comunicar. Tornou-se famoso por ter escrito sua própria história que virou filme, Meu Pé esquerdo.

FIGURA 14 – MY LEFT FOOT (1989)

FONTE: <https://turismoadaptado.wordpress.com/2014/01/07/manual-on-accessible-tourism-for-all-good-practices/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

• Stephen Hawking: desde a infância era considerado um garoto diferente, mas nada que chamasse a atenção, na adolescência começou a apresentar problemas musculares, ao ser diagnosticado, por volta dos 21 anos, com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, esta patologia até hoje não possui cura. Formou-se na área da física e matemática, famoso por suas pesquisas e estudos, como exemplo, a prova que existem os buracos negros na atmosfera. Em sua homenagem e devido aos seus livros, foi lançado o filme A Teoria de Tudo, que também narra sua luta contra a doença. O filme teve base na sua vida. Morreu em 2018, no mês de março, na Inglaterra, aos 76 anos.

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FIGURA 15 – STEPHEN HAWKING

FONTE: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015>. Acesso em: 22 nov. 2018.

• Barrerito: O mesmo fazia parte de um trio de cantores brasileiros da música sertaneja conhecido como Trio Parada Dura. O avião que o trio estava caiu ferindo os integrantes do grupo e o piloto do avião. O acidente ocorreu na cidade Espírito Santo do Pinhal em São Paulo, onde o cantor Barrerito ficou paraplégico. O acidente aconteceu em 6 de setembro de 1982. Em 1986 Barrerito seguiu carreira solo, já que em seus relatos, conta que sofreu muito preconceito de seus colegas de trio e tinha dificuldades de acompanhar as apresentações em várias cidades, com palcos sem acessibilidade.

O cantor venceu muitas barreiras e limitações, depois do acidente e paraplégico, fez canções retratando a situação física dele próprio. A canção mais famosa dele foi Onde estão os meus passos (1987), na qual ele clama que cada um de nós dê um passo por ele.

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FIGURA 16 – BARRERITO E MARCELO

FONTE: <http://sertanejobao.blogspot.com/2016/09/barrerito-e-o-acidente-aereo-que-mudou.html>. Acesso em: 21 nov. 2018.

O cantor nunca aceitou sua condição de pessoa com deficiência física, demonstrava muito nas tristezas das letras das músicas ao longo de sua carreira, mas por outro lado, estes tipos de letras e canções também levou à fama. Tinha uma voz linda e maravilhosa tonalidade, sendo única no universo da música.

5 PARTES DO CÉREBRO RESPONSÁVEL PELOS MOVIMENTOS

Nosso cérebro é um grande motor em pleno funcionamento e interligado através dos neurônios. Qualquer dor que sentimos imediatamente nosso cérebro recebe sinal da temperatura e funciona como um alerta de perigo e a resposta é a retirada e ou uma ação para que não se machuque. No cérebro há o controle e regula todas as funções do corpo, formado por milhões de células nervosas que respondem a diferentes estímulos refletindo em todo o corpo.

Há muitos estudos e pesquisas sobre o cérebro e ainda há muitos mistérios a serem descobertos e compreendidos pelo homem, sobre si mesmo. Nosso cérebro está dividido nas seguintes partes. Ele se divide em:

Tronco cerebral, cerebelo e o cérebro propriamente dito.Tronco encefálico: encontra-se na base do cérebro. Controla as funções vitais como o ritmo cardíaco, digestão, respiração, pressão arterial. Além disso, comunica ou conecta o cérebro com o resto do corpo por meio da medula espinhal. O tronco encefálico se divide em: bulbo raquidiano, protuberância e mesencéfalo.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

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Cerebelo: o cerebelo se encarrega de manter o equilíbrio, a postura e está implicado no movimento de todo o corpo. Também possui a tarefa de fazer com que os movimentos ocorram de forma coordenada e precisa.Cérebro: cérebro está relacionado com os sentidos, as emoções, as lembranças e as reações. Em poucas palavras, é o chefe do nosso corpo; encarrega-se de receber sinais e devolvê-los em forma de resposta (LENT, 2002, p. 4). (grifos do autor)

Há envoltos a esta divisão os hemisférios direito e hemisfério esquerdo, estes dois lados controlam ao inverso, o da direita controla o lado esquerdo e do esquerdo controla da direita, ambos os hemisférios estão conectados através de uma estrutura denominada corpo caloso.

FIGURA 17 – CÉREBRO HUMANO

FONTE: <www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/>. Acesso em: 31 jan. 2019.

Sulco centralÁrea do membro inf.

Área do membro sup.

Área da cabeça

Sulco lateral Área auditiva Área

visual

Área do tronco

O lado direito está relacionado as emoções, as intuições e tudo que estiver ligado a memória, como cheiros, vozes, imagens. No lado esquerdo está a parte verbal, capacidade de raciocínio, resolver problemas, a lógica e a análise.

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TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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Na camada que chamamos de córtex, na parte do córtex motor, este é quem “controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo” (LENT, 2002, p. 4), já o outro, que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. O que ocorre é quando uma parte destas lesionadas pode haver uma deficiência física.

Já quando estamos por exemplo aprendendo a andar e aos movimentos

comuns, ocorre no córtex, vejamos:

(…) a aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo. Lesões nesta área não chegam a comprometer a ponto do indivíduo sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é perturbada (OLIVEIRA, 2010. p. 2).

Quando movemos alguma parte de nosso corpo estamos fazendo por que nosso cérebro, mais precisamente o córtex pré-motor, as lesões como um AVC e também um acidente onde houve fraturas, se realizado um exame de imagens do cérebro poderá constatar a veracidade e o grau de comprometimento ocorrido.

O que vemos geralmente nas sequelas de um AVC são paralisias no lado direito é um braço que perde os movimentos, uma perna, a boca que entorta, a fala, que fica enrolada e confusa quase sem entendimentos. Isto tudo, quando o acidente vascular cerebral atinge de forma mais leve, em alguns casos pode levar à perda total da fala e dos movimentos.

FIGURA 18 – CÉREBRO DIVIDIDO

FONTE: LENT (2002, p. 4)

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• As causas das deficiências sendo as que estão incluídas nas pré-natais, perinatais e pós-natais.ᵒ Pré-natais: durante a gestação (malformações congênitas, drogas, infecções,

medicamentos, hipertensão e genéticas). ᵒ Perinatais: durante o nascimento (prematuridade, o sofrimento fetal, a

falta de oxigênio levando à paralisia cerebral, o parto por fórceps, o cordão umbilical).

ᵒ Pós-natais: após o nascimento (infecção hospitalar, meningite, traumatismo craniano, lesão medular, entre outros).

• Entre as causas já citadas, destacam-se as causas ambientais (pós-natais) por acidentes de trânsito, por mergulho, armas de fogo e armas brancas, brigas e outros, geralmente acidentes diversos.

• Nas genéticas (pré-natal), citam-se as síndromes e as patologias relacionadas às escleroses e distrofias.

• Há alguns artistas, cantores, professores, pesquisadores e gente famosa que ficaram com alguma deficiência física no decorrer da vida.

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As autoatividades são de extrema importância para fixação e revisão dos conteúdos trabalhados no tópico, além de ajudar a estudar para as provas. Vamos lá, faça suas atividades para aprender e não porque será cobrado por isso.

1 Podemos definir as causas das deficiências físicas em três categorias, assinale a que corresponde a cada uma delas, relacionando de acordo com o conceito:

A Pré-nataisB PerinataisC Pós-natais

( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer durante o nascimento.( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer antes do nascimento.( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer após o nascimento.

Classifique na ordem dos conceitos. a) ( ) Todas estão relacionadas entre si. b) ( ) B-C-A. c) ( ) A -B-C. d) ( ) B-A-C.

2 Estudando as causas das deficências físicas, existe uma que é a grande vilã nos dias de hoje. Assinale a maior causa das deficiências físicas pós-natais, conforme descrição. Escolha uma resposta como opção correta.

a) ( ) Há muitas brigas e uso das drogas que levam a deficiências físicas. b) ( ) As causas genéticas são responsáveis pelas deficiências físicas no mundo. c) ( ) Os acidentes de trânsito são os maiores causadores de sequelas das

deficiências físicas. d) ( ) Os mergulhos deixam em média dez pessoas com deficiência física por

semana.

3 O papel primário do Sistema Nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra todas elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo. Assinale a resposta INCORRETA, que não define e não está relacionada ao sistema nervoso.

AUTOATIVIDADE

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a) ( ) Consegue fazer o processamento das informações. b) ( ) Não é responsável pelo comportamento motor, atividade mental, fala,

sono, procura por alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo. c) ( ) Controla nossos movimentos e obedece aos estímulos recebidos.d) ( ) Essa resposta será expressa pelo comportamento motor, atividade

mental, fala, sono, busca por alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo, entre outros.

4 Dois cantores brasileiros se tornaram deficientes físicos, Roberto Carlos e Barrerito. Porém, um deles gravou muitas músicas que dizem muito sobre a condição física e limitações em que se encontrava. Na música de Barrerito intitulada Onde estão os meus Passos, ele apresenta uma situação que muitas pessoas com deficiência física sentem e gostariam talvez de dizer.

Analise a letra da música e faça uma discussão em sala com seus colegas acadêmicos. Peça a seu tutor e/ou você mesmo baixe em seu celular e escute a música, procure perceber o tom de voz, o sentimento que o cantor passa. Registre aqui sua análise.

Letra da Música de Barrerito – Onde estão os meus passos

Meus amigos, se nesse momento algum de vocês me perguntasseOnde estão os meus passos eu não saberia dizerMas em nome de Deus eu agradeço e peço que cada fã, cada amigo, cada irmão Que dê um passo por mim porque eu não sei onde estão os meus passos"

ViverEra o que eu mais sabiaEu brincava, eu corriaPelos palcos da vida

AndeiPra cumprir meu destinoE voltei ser meninoNão encontro saída

Meus passos se afastaram de mimMas eu posso ouvirE sentir os meus passosCom eles foram minhas vontadesMinha paz de verdadeEu fiquei aqui

Meus passosOnde estão os meus passosQue esqueceram meu corpoQue é levado nos braços

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Meu DeusUm pedido eu queria fazerSe um dia o Senhor me atenderDevolva meus passos

Eu sei que o caminho é compridoTenho tantos amigosE a fé me elevaMeus pés se afastaram do chãoMas o meu coraçãoSegue andando esta Terra

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TÓPICO 3

CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS

FÍSICAS

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, estamos prosseguindo com a Unidade 1, neste tópico estudaremos as consequências das deficiências físicas, as quais são muitas. Além da limitação do andar, das plegias e ou paresias, como já foi explicado nos outros tópicos, temos as consequências muito relevantes que são implicações sociais, pessoais, afetivas, profissionais e outras que relataremos.

Queremos chamar a atenção para um depoimento que traremos neste tópico de uma pessoa com deficiência física, cadeirante e vítima da poliomielite. Não deixe de ler, é de grande valia para a vida em todos os sentidos. Lembre-se de que o livro de estudos apresenta dicas e um caminho, mas não é tudo, assim mesmo, é preciso estudar e explorar todas estas dicas para, de fato, aprender.

Bons estudos!

2 AS LIMITAÇÕES E AS POSSIBILIDADES VIVENDO COM A DEFICIÊNCIA

Há sem dúvida muitas limitações na vida cotidiana de uma pessoa com deficiência física, às vezes caracterizada muito mais pela aparência de estar numa cadeira de rodas, de andar de muletas e apoiadores ou outros recursos, para os olhos de quem vê.

Geralmente quando se olha para uma pessoa com deficiência, não tem como negar que às vezes a imagem (deficiência física) que se tem é de sofrimento, de limites e de impossibilidades. Uma história construída desde os primeiros anos da humanidade, desde os tempos primitivos, na qual uma pessoa com uma limitação física era abandonada a sua própria sorte.

Como já citamos, a história revela uma vida de muito sofrimento, de morte ao nascimento, de abandono e depois de caridade. A maior prova de que aconteciam as mortes ao nascimento foram os povos de Esparta, a qual revela-se no filme 300, logo no início do filme, aparecem as crianças nascendo e a verificação se elas tinham uma deficiência (principalmente física), a qual era aparente. Precisavam de homens para o exército, os meninos eram treinados

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

desde muito pequenos para se tornarem bons soldados. Há registros também que muitas meninas eram jogadas ao penhasco, queriam meninos fortes para treinar para torná-los guerreiros.

As limitações das pessoas com deficiência física são muitas, principalmente no que diz respeito à acessibilidade e ao preconceito produzido na sociedade, discutindo acessibilidade na Unidade 2.

Tratando-se de possibilidades ao viver com a deficiência física, podemos dizer que deve haver a superação da própria deficiência física, isto é, se desde o nascimento as pessoas com deficiência tiverem a família como suporte e, além disso, uma boa estimulação multissensorial, acompanhamento clínico, psicológico, fisioterapêutico e educacional. Quando jovem e adulto, a inserção na sociedade através dos estudos, do mercado de trabalho, da afetividade e na construção de suas próprias famílias, quando suas condições forem possíveis.

Trataremos de alguns casos nos depoimentos apresentados no final deste tópico.

3 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA

Trataremos sobre as consequências relacionadas à deficiência física, as quais são muitas, que vão além da mobilidade e da limitação física que a maioria enfrenta no dia a dia. Há questões de saúde, acessibilidade, higiene, controle dos esfíncteres, afetividade, social, profissional e outras.

Por muito tempo as pessoas com deficiências tiveram muitos rótulos, a pessoa com deficiência física principalmente era chamada de “aleijado”, “manco”, “incapacitado”, “inválido” e outros tantos. Por algum tempo (vários anos), as pessoas com deficiências também eram ditas como portadoras de deficiência, como se portassem algo – um objeto, depois passou a serem pessoas com necessidades educativas especiais, mas não era um termo totalmente adequado, pois não necessitavam somente da parte educacional, mas de um todo.

Só então através da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, na elaboração do estatuto das pessoas com deficiência, mudou-se a expressão para a “pessoa com deficiência” (seja ela física, auditiva, visual, intelectual e outras), se pronuncia e se escreve “pessoa com deficiência” e conceitua que a pessoa com deficiência é aquela que possui um impedimento de longo prazo, seja física, sensorial e ou intelectual. A lei também coloca sobre a igualdade de condições de acesso e de garantir os direitos e a autonomia das pessoas com deficiência.

Muitas patologias levam à deficiência e estamos o tempo todo falando da “Física” que pode deixar como consequências perdas irreversíveis, que vão desde a incapacidade de locomoção (físico-motor), restrição de movimentos,

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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controle da coordenação fina. Estes problemas geralmente advêm no cérebro, no caso de um funcionamento não adequado ao controle dos membros inferiores e superiores. Como é esclarecido no documento do MEC sobre quem é a pessoa com deficiência física.

[...] a deficiência física como "diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequência de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou adquiridas” (MEC, 2004, p. 4).

Nem toda a deficiência física é definitiva, podendo alguns indivíduos estarem com uma deficiênciafísicatemporária, isto é, fraturou um pé, ou sofreu um acidente de moto, fez cirurgia de um tendão de aquiles, cirurgia de fêmur e ou algo que o impossibilite sua condição física por meses.

Podemos dizer então que este sujeito está com uma limitação e voltará para suas condições anteriores. Temos ainda algumas condições da deficiência física, por exemplo a recuperável, a qual permite uma melhora com um tratamento correto, mas talvez não volte ao estado normal de anteriormente, em alguns casos do AVC, por exemplo.

A que considera serdefinitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias não haverá melhoras, somente paliativo, isto é, melhorar as condições de vida do sujeito que está com a deficiência, para que o sujeito viva bem, sem infecções e dores. E ainda o que chamam de Compensável, na qual são colocadas próteses, no caso de amputações (a exemplo de Roberto Carlos), substituição de fêmur, entre outros.

Na deficiência física, além da condição do sujeito (estar, por exemplo, sem andar), ele poderá ter outra consequência na sua limitação, que são as classificadas como Fisiológicas. Segundo o dicionário formal, “relativo ao funcionamento do organismo e às funções e bioquímicas do mesmo (SP, 2014, p. 1)”. Nesta classificação as mais comuns são: Espástica - Atetoica - Atáxica.

Na Espástica (geralmente os paralisados cerebrais – PC) apresentam este quadro, ficam com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados são involuntários (não depende do controle do cérebro), podem ocorrer quando de uma emoção forte e ou um sentimento de alegria e ou de raiva, ódio, susto e outros.

Quanto a Atetoica (PC) também pode apresentar este movimento involuntário, mas isto acontece quando está até mesmo dormindo, isto é, não precisa de uma emoção e ou de uma situação para acontecer, é involuntário.

Na classificação Atáxica (PC) com o tempo/anos na mesma postura pode desenvolver outras complicações motoras, preessão de órgãos internos, falta de equilíbrio, de percepção na área tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e na alimentação em geral.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Existem alguns casos de pessoas com deficiência física que precisam de auxílio na higiene pessoal, tanto no banho em si quanto no simples ato de vestir-se e despir-se, no controle dos esfíncteres, causando a quem tem só a deficiência física (não tem comprometimento intelectual) um certo desconforto pelo uso de sondas (permanentes, de alívio e ou de demora), sendo que ainda alguns, dependendo da patologia, usam colostomia que se trata de um processo que consiste na abertura do cólon, criando um desvio para as fezes, ou seja, assim o conteúdo fecal não sai pelo ânus, mas sim pela barriga.

Todas as consequências da deficiência física precisam de tratamento adequado e das adaptações necessárias e individuais, a exemplo disso vimos as cadeiras de rodas de nossos educandos nas escolas, à medida que estes vão crescendo as cadeiras vão mudando de tamanho, de forma, com suporte para cabeça, pescoço, tronco, pernas, que vai depender de avaliações e de recursos.

DICAS

Realize um passeio virtual em vídeos e documentários sobre as deficiências físicas, conheça mais causas, conheça outras consequências dentro da deficiência física. Por exemplo, acidentes de trânsitos, patologias, cirurgias e outros.Citamos alguns, para títulos de indicação, mas vocês podem pesquisar com mais detalhes e escolher pelo menos um documentário (curta-metragem) para assistir. • Documentário Deficiência Física, disponível em: <https://www.youtube.com/

watch?v=d3kxFvm3ylA>. Apenas diferentes (Deficiência física), disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QuzRbfwtcdc>.

• Metamorfose, disponível em: <http://curtadoc.tv/curta_tag/deficiencia/>.

4 DEPOIMENTOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Em praticamente todas as cidades convivemos com pessoas nas mais variadas deficiências, sejam visuais, auditivas, intelectuais, múltiplas e físicas. Porém, são poucos destas pessoas com deficiências que sabemos suas histórias de vidas, suas lutas e não conhecemos as associações onde alguns estão inseridos.

Neste livro de estudos iremos trazer alguns relatos/depoimentos de pessoas que são líderes ou foram importantes para a sociedade, a exemplo disso traremos um depoimento de uma professora aposentada que se tornou deficiente física devido à osteoporose e outro depoimento de um homem com deficiência física devido à poliomielite na infância e hoje é uma líder na sua cidade e em nível de Brasil.

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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Vejamos alguns depoimentos interessantíssimos.

O 1º relato/ depoimento é uma descrição de uma história de vida (Uma professora de ensino primário).

A história de uma professora atuante que dedicou 33 anos de sua vida a ensinar e a escola. Uma vida sofrida, morava no interior e trabalhava em duas escolas, sempre a pé de um lado para outro por muitos anos. Foi mãe de 4 filhos e amamentou todos eles. Na menopausa teve muitos problemas de ordem hormonal, precisou fazer duas corretagens para que as hemorragias cessassem. Depois de aposentada, começaram as quedas e consequentemente o diagnóstico da osteoporose.

O primeiro sinal foi uma primeira queda em seu quarto e batendo seu punho na cama ao cair de uma cadeira, quebrou o Ulna e o Radio, aí teve o diagnóstico que já estava com a osteoporose. Depois disso vieram as outras quebraduras, a mais complicada foi a do fêmur, a qual nos conta que em uma escada de apenas quatro degraus, resvalou e caiu batendo o quadril e lá se foi a fratura na cabeça do fêmur. Fez cirurgias para colocar próteses, a primeira foi uma onde deu problemas devido à osteoporose, então seis meses depois, outra cirurgia para outra prótese mais leve e especial para a paciente com os ossos comprometidos com a osteoporose.

Viveu muitos anos (15) usando uma bengala de apoio e não podia mais andar grandes distâncias. Até que um dia a prótese precisou ser trocada, novamente por uma mais moderna, pois aquela havia desencaixado da cabeça do fêmur, grandes parafusos já não eram suficientes para cegar. Desta vez um médico muito respeitado e grande conhecedor de pacientes com a osteoporose trocou a prótese por uma cimentada, a qual deu mais alguns anos de vida de forma paliativa, agora retornou andando de andador.

No decorrer destes vinte e poucos anos convivendo com a osteoporose, sempre teve atendimento de fisioterapeuta na clínica e nos últimos anos em casa. Segundo a família, a senhora acabou falecendo faz um ano. Novamente em um dia qualquer quando foi se deitar, torceu a perna e a prótese, que vinha até o joelho, acabou fraturando-se ficando quase exposta a quebradura. Precisou de cirurgia e nesta houve complicações circulatórias, entupimento de veias artérias, não conseguiram mais trazer a circulação e houve então comprometimentos de outros órgãos, segundo a família, a senhora veio a óbito em poucos dias, por falta de circulação sanguínea.

Segundo a família, a mãe deixa grande legado no que diz respeito à

profissão de professora e à convivência com a deficiência física, uma mulher que tinha sido sempre muito dinâmica, caminhava muito, pois viveu em uma época em que circulavam poucos carros, suas condições financeiras e também por ser muito atuante, fazia suas compras tudo a pé, trabalhava e era da igreja católica onde se dedicou-se a vida a comunidade. Soube lidar com a deficiência física

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

adquirida, com a ajuda da família e de carro, continuou se dedicando a orações e ajudar os outros com otimismo e sempre uma palavra de conforto, esperança e fé.

O 2º relato/depoimento é de um homem que faz parte da liderança das pessoas com deficiência física de Santa Catarina e é conhecido em todo o Brasil através da FCD – Fraternidade Cristã das pessoas com Deficiência.

Nasceu em uma família de sobrenome tradicional e humilde de uma cidade do interior. A pessoa sobre a qual falaremos é do sexo masculino e chamaremos de Mateus (nome fictício). Hoje está com pouco mais de 50 anos. Teve paralisia infantil com um ano e meio de idade, numa época que não se tinha ainda o recurso da vacina da poliomielite, a patologia deixou sequelas somente físicas.

A família sempre foi muito presente na vida de Mateus, o qual, com muitas dificuldades dos anos 60 e 70 quando ainda não se falava em inclusão e nem integração de crianças com deficiências nas escolas, a mãe ensinou-o em casa onde praticamente o alfabetizou.

Chegou a idade dos 7 anos, foi procurar matrícula na escola regular na primeira série e impedido de fazer. Sua mãe não desistiu, procurou ajuda e através de uma equipe que avaliou realizando testes para ver o seu QI, precisando vir uma ordem da secretaria da Educação da capital do estado que permitiu que ele entrasse na turma regular de primeira série. Conta Mateus, que sua mãe o trazia para estudar no colo, no período da manhã para a escola a pé e vinha também nos recreios para levar no banheiro, nesta época os professores não se comprometiam com nada e muito menos a direção.

Assim foi até a 4ª série, os anos passando e ele ficando grande, pesado para colo e com dificuldades para andar. Seu pai, tinha então um fusca e começou a trazê-lo para a escola de carro. Continuou estudando e fez ensino médio profissional na área de administração e contabilidade. Não tinha dificuldades de aprendizagem e nem para a escrita.

Neste tempo todo Mateus nunca deixou de fazer tratamentos e tentativas para voltar a andar, usou muitos aparelhos ortopédicos, muletas e muitos outros aparatos da época. Mas acabou na cadeira de rodas por outras consequências e limitações das sequelas da poliomielite.

Desde sempre Mateus fora um menino muito inteligente e crítico. Já na escola participava dos movimentos estudantis, um jovem que lia muito e se envolvia com as causas coletivas.

Chegando o período de ir para uma faculdade escolheu a área da administração e cursou o ensino superior também com dificuldades arquitetônicas, pois não existia acessibilidade no prédio onde estudava, eram escadas para

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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subir, e lá ia ele com dificuldades no andar e ou na cadeira de rodas, às vezes era ajudado por colegas, apesar de nunca gostar muito, pois sempre presou pela sua autonomia e independência.

Depois de alguns anos formado, prestou concurso para o banco do Brasil e se efetivou na função no administrativo até ano passado quando se aposentou. Prestou outro concurso e hoje atua na justiça do trabalho, continua trabalhando.

Participante ativo do movimento das pessoas com deficiências e em especial das pessoas com deficiências físicas, sócio efetivo fundador da FCD de sua cidade, lutou para conseguir terreno e depois a sede a construção do prédio com projetos e verbas vindos principalmente da Alemanha.

Na cidade onde reside até hoje, também foi sempre o mentor de implantação e implementação das leis sobre a acessibilidade presente nas calçadas, nos prédios e nas lojas, às vezes Mateus é amado e admirado por muitos e outros, como alguns empresários, talvez nem tanto, pois é uma pessoa crítica e sabedora das legislações e dos direitos das pessoas com deficiências.

Foi um dos criadores do conselho e presidente por dois mandatos do COMDE – Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência na cidade onde reside, sempre esteve muito presente nos movimentos em prol das pessoas com deficiências.

Algumas vezes precisou também de ajuda de instituições como a AACD – Associação de Assistência à Criança com Deficiência em São Paulo e em outros centros para fazer atividades de reabilitação.

Mateus constituiu família, casou e teve duas filhas, tem sua casa, vida independente e autônoma, dirige carro adaptado, tem motociclo adaptado que pode entrar com a cadeira de rodas e sair dela, circula pela cidade de cadeira motorizada. Finalizando este relato, apesar de se ter muito a falar desta pessoa muito importante e ao mesmo tempo polêmica da cidade e do movimento das pessoas com deficiências físicas, por as vezes não ser compreendido, ser exigente com ele mesmo e com os demais, visando a independência e autonomia na vida.

3º depoimento/relato

Sou jovem, tenho apenas 24 anos, sou casada e não tenho filhos ainda. Atuo na área da Educação. Quando criança demorei muito a andar, comecei pelos dois anos e com dificuldades, caia muito e chorava demais. Com estes sinais que algo não estava normal, minha família me levou ao pediatra e este solicitou um raio -X, no qual apareceu uma síndrome chamada de doença de Legg-Calvé-Perthes, consiste na destruição da placa de crescimento do fêmur. É uma patologia que em outras palavras falta sangue na parte superior da placa que forma o fêmur. Geralmente a incidência é em meninos e a partir dos 5 anos

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

aos 10 anos de idade, em mim, foi algo diferente, com nem dois anos de idade e por ser menina. Segundo meus pais, os médicos sempre disseram que era algo raro e positivo, por aparecer tão cedo, sendo uma doença hereditária de um dos pais.

O próximo passo foi procurar especialista e este um ótimo entendedor, o qual me encaminhou com as medidas e a indicação de um aparelho ortopédico com urgência, chamado de Atlanta, o qual consistia em um suspensório de couro e uma estrutura também de couro na cintura com armação de ferro e no meio dos dois joelhos havia uma barra de metal que separava os joelhos e consequentemente os quadris. O aparelho fora medido e colocado em pouco tempo, custava caro e foi pago particular.

O interessante deste aparelho é que dava movimento podendo subir e descer de rampas, cercas, árvores e alturas, podia se abaixar e levantar, correr, enfim, tinha uma vida quase que normal, só poderia tirá-lo para tomar banho. O aparelho foi usado até os 5 anos de idade. Contam meus pais, que voltei a usar fraldas, era difícil lidar com o aparelho para dormir e para colo.

O uso deste aparelho e a boa indicação clínica e mais o esforço do meus pais fizeram com que hoje eu me tornasse uma pessoa quase que praticamente sem sequelas da patologia que tive na infância. Ouço meus pais falarem que se não tivessem agido logo, hoje eu seria uma pessoa com uma das pernas mais curtas, as que a gente costuma ver e ouvir “mancos”, além de não só a questão estética, mais dores e outras consequências que poderia vir a ter.

Costumo acompanhar a doença com exames, de 3 a 5 anos faço uma revisão na qual sempre aparece que tive Legg-Calvé-Perthes, mas está curada. No entanto, fui alertada de que se um dia eu engravidar, posso ter dores e problemas de posição da vertebra na coluna. Há uma diferença de milímetros de uma perna para outra, que se eu andar ninguém percebe, só se comprova nos exames.

A foto a seguir faz parte do arquivo pessoal da depoente, foi cedida para nós para compor e completar o depoimento neste livro de estudos.

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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FIGURA 18 – FOTO DE CRIANÇA USANDO O APARELHO ATLANTA

FONTE: Arquivo da depoente.

4º relato/depoimento de um rapaz cadeirante – deficiência física. O relato é de um rapaz que aqui vamos chamar de Bruno, deficiente físico,

com 30 anos e que desde o seu nascimento se tornou um deficiente físico. Filho de agricultores, o primeiro filho do casal. Num parto demorado e em casa com parteira, parto complicado, cordão umbilical com várias voltas ao pescoço e no corpo, principal fator e explicação da deficiência física de Bruno. Porém, hoje nem sempre os obstetras orientam que o cordão pode trazer problemas as crianças para as mulheres na hora do parto normal. Mas se o bebê passar muito tempo sob fluxo sanguíneo reduzido, pode sofrer as consequências da falta de oxigênio para o cérebro, com complicações neurológicas, o motivo provável da deficiência de Bruno.

Cresceu com dificuldades no desenvolvimento e desde os primeiros meses já se conseguiu perceber que a parte motora não ocorria da mesma forma de uma criança “normal” por exemplo, segurou o pescoço – o tronco até o terceiro mês, sim isto sim, fez. Mas com problemas aparente no sentar, nem com 6 meses, com ajuda sentou aos 12 meses e nunca sozinho, sempre com apoio de travesseiros, caixas, cadeiras e cintos.

Houve inúmeras tentativas de fazer Bruno caminhar também, por parte da família e de ortopedistas, fisioterapeutas, equipes técnicas de Apaes e entidades da época, foi testado vários aparelhos ortopédicos, mas Bruno nunca conseguiu.

Em casa ele anda no chão de joelhos e de quatro pés ele consegue, organizar a casa, andar por ela, interagir sem ser na cadeira de rodas. Fora de casa anda na cadeira motorizada e de carro com a família, como caroneiro, não tem carro adaptado.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Perdeu a mãe enquanto ainda era pequeno, foi criado pelo pai e por tias que sempre deram o apoio. Estudou em escolas públicas onde concluiu até o ensino médio e não continuou para uma universidade e ou um curso técnico superior. Fez várias tentativas de trabalho em casa de vendedor de roupas, de culinária e pela internet de outros produtos, porém não houve muito êxito. Atualmente, cuida da casa, faz comida e ajuda na instituição de deficiência física como voluntário.

5º relato/depoimento – “Me tornei um nadador” a história é como um rapaz deficiente físico se tornou um nadador medalhista do Brasil.

“Minha deficiência física não foi uma escolha, mais se tornar nadador sim, pelo esforço e pela dedicação de professores de Ed. Física e de treinadores.

A História de RUI começa aos 19 anos, um dia no fundo do poço, mergulhado nas drogas e nas dívidas por causa das drogas, apanhou tanto numa briga, um acerto de contas que foi parar numa UTI por vários meses, com lesão medular se tornou um paraplégico.

A vida segue e Rui muito triste, revoltado, volta a usar drogas e bebidas por algum tempo, fica doente e só então aceita ajudas e começa o processo de reabilitação. Volta a estudar no ensino de adulto e consegue em dois anos concluir o ensino fundamental, em seguida continua estudado e faz o ensino médio frequentado.

Aos poucos entre recaídas e altas e baixas no mundo das drogas é convidado para participar dos jogos de pessoas com deficiências e de treinar a natação, onde sempre gostou muito de nadar antes do acidente e de se tornar deficiente físico. Começou os treinos em piscina emprestada de clube, professor voluntário, até suas primeiras premiações. Logo se torna conhecido e consegue apoio para os treinos e participações em campeonatos e disputadas nacionais, é reconhecido seu potencial de nadador, consegue bolsas de estudos e entra para a universidade.

Na universidade, cursa Ed. Física com muito êxito na sua inclusão no curso, com certeza sua participação traz algo a mais para a formação dos colegas acadêmicos que convivem com um cadeirante, estes conhecimentos que a inclusão proporciona, a escola não ensina, mais se aprende na experiência e na prática.

Rui hoje é um campeão nacional em natação ficando entre o primeiro e o segundo lugar nas disputas, graças a sua garra, a sua determinação e o incentivo de professores e técnicos que nunca desistiram dele. Não faz mais uso de drogas já faz muito tempo, está limpo e por onde anda da palestra de motivação de superação.

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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6º relato/depoimento - Do interior para a cidade. Mateus possuí 39 anos, nasceu no dia 1º de outubro de 1998, ele possuí Paralisia Cerebral congênita, ou seja, desde o seu nascimento. A Paralisia atingiu seu sistema nervoso, a parte responsável pelo movimento de suas pernas. Estudou até o 2º grau da escola regular, e iniciou seus estudos no ensino superior. Atualmente reside em uma cidade com 49 mil habitantes no oeste de Santa Catarina.

Na época de seu nascimento ele e sua família residiam no interior e viviam uma vida pacata, porém lá não possuía os recursos necessários para seus cuidados. Mateus tem também tem um irmão com baixa visão. Diante desses fatos, quando ele completou 7 anos, seus pais decidiram que o melhor a fazer seria se mudar para cidade na esperança de encontrar recursos, estudo, oportunidades e ajuda médica necessário para a vida dele e de seu irmão.

No início, quando começou a frequentar sua vida acadêmica as escolas ainda não tinham segundos professores e lugares adaptados. Geralmente precisava de auxilio de seus pais que o carregaram para lá e para cá, para ajudar a ter acesso à escola. Os dias mais difíceis eram os dias de chuva, seu pai tinha que segurá-lo nas costas e tinha mais o guarda-chuva para se proteger da chuva.

A vida reservou muitas surpresas, uma delas foi a perda precoce de sua mãe, como relata com o ditado popular “Quando se perde um pai a casa balança, quando se perde a mãe a casa caí”. Como seu pai trabalhava fora, ele teve que se virar sozinho para cozinhar, organizar a casa e cuidar do seu irmão caçula. A deficiência física nunca o impediu de organizar e encontrar forças dentro de si para fazer o seu melhor.

Logo que iniciou a vida adulta, ele ressalta que a tarefa mais difícil para ele, foi encontrar um trabalho. Mesmo diante da lei Nº 8.213, de 24 de Julho de 1991 Art. 93 que determina que:

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:I - até 200 empregados......................................................................2%;II - de 201 a 500..................................................................................3%;III - de 501 a 1.000..............................................................................4%;IV - de 1.001 em diante. ...................................................................5%.

Mesmo diante da lei, que determina que a cada tanta quantidade de funcionários deve ter uma porcentagem de pessoas com deficiências, nem todas as empresas cumprem com a lei. O que dificultou muito, o entrevistado ainda comenta que esse fato ocorre devido às pessoas, infelizmente, olharem a sua deficiência, e não o seu “eu” e sua capacidade.

Sua família continuou a incentivá-lo e continuar procurando emprego. Foi então que um empresário de uma rede de dois mercados na época em sua cidade, que hoje já cresceu para três grandes mercados, o contratou para trabalhar.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Ele guarda um grande sentimento por seu ex-chefe, se emocionada a falar dele destacando que o considera como seu pai, ele trabalhou nessa empresa por 10 anos, onde pode mostrar que uma pessoa com deficiência é capaz e a deficiência não o impede de ter uma vida normal.

Ele faz parte da Associação de sua cidade, onde tem outras pessoas com deficiência física. Lá eles se motivam, dividem experiências e recebem atendimento necessário. Duas vezes por semana, Mateus necessita de sessões de fisioterapia, uma dessas sessões a associação cede gratuitamente.

No ano de 2018 o mesmo iniciou os estudos no ensino superior, mais uma grande vitória, era o único menino em uma sala de 30 alunos. Estava cursando Assistente Social, porém por questões financeiras o mesmo teve que trancar a faculdade. Emocionado, ele falou que pretende voltar a fazer a faculdade novamente.

Quando questionado sobre a acessibilidade ele destaca em sua cidade que possuí 49 mil habitantes, tem muitas coisas que podem ser feitas ainda, mas fica feliz pela evolução, pois muitas cidades maiores ainda não tem a acessibilidade que sua cidade possuí. Se tratando da inclusão, ele relata que ainda é uma inclusão mascarada, pois, as pessoas ainda veem a deficiência, não o convidam para ir nos lugares passear, conversar entre amigos. O que faz com que sua vida seja um pouco solitária.

Sua família é a base para sua vida, pois, a família sempre o estimula e acredita no seu potencial. O que lhe dá forças para continuar sempre, e ir se desenvolvendo e conquistando novos objetivos de vida.

7º relato/depoimento – Um Amor sem preconceitos

Duara tem 26 anos, nasceu dia 24 de abril de 1992, ela é Deficiente Física e tem Paralisia Cerebral Congênita.

A mesma relata que no dia de seu nascimento quando sua mãe chegou ao hospital não tinha médico disponível no local para fazer o atendimento necessário. Sua única ajuda foi uma enfermeira, sendo assim, houve atraso no seu nascimento o que ocasionou a paralisia cerebral que afetou sua coordenação motora e um pouco da sua fala. Nós dia atuais a mesma tem menos dificuldade na fala por ter passado por um procedimento cirúrgico que a ajudou. Na época, sua mãe era muito jovem e não tinha conhecimento sobre o que era sua deficiência, porém, ela foi batalhadora e foi de atrás buscar informações e conhecimentos.

No início de sua vida, ela frequentou a APAE de sua cidade, aonde foi estimulada desde cedo e foi alfabetizada. Então, quando iniciou o Ensino

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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Fundamental I na 1ª série ela frequentava meio período a APAE e meio período a escola regular. Uma pessoa especializada em cuidar das crianças dessa instituição percebeu que o cognitivo da mesma não tinha afetado, então, aos 10 anos de idade a mesma foi desligada da APAE começando a frequentar apenas o ensino regular.

Quem a levava na escola era seu avô, mesmo com problema no coração. O caminho até a instituição tinha muitos aclives, porém ele nunca desistiu de levar a sua neta até lá. Com emoção ela lembra que nas subidas ele parava descansar um pouco, para depois continuar o caminho. Os desafios maiores eram os dias de chuvas, quando a chuva começava antes de saírem para ir à escola ela infelizmente tinha que faltar. Quando já estava lá, voltavam para casa na chuva, se molhando.

Ela destaca que foi difícil seu ensino fundamental pelo fato que sofria bastante bullying. Relembra emocionada de vários acontecimentos. Mas o que mais lhe marcou, foi quando por duas semanas seguidas, no recreio onde as salas faziam filas uma do lado das outras, dois meninos no 4º ano chamavam ela de “alejada e Débil mental” e ainda usavam palavras ofensivas para se referir a sua mãe. O que a magoava muito, até que um dia a mesma relatou a sua mãe o que acontecia. Na mesma semana, ela se deslocou a escola e tomou as devidas precauções.

Até seu 5º ano, ela não tinha segundo professores. Tinha que contar com a ajuda de colegas, muitas vezes emprestar os cadernos dos amigos para sua mãe em casa ajudar no registro dos conteúdos. No 6º ano em diante Duara conseguiu ter uma segunda professora, essa professora ficou mais o menos uns 3 anos como professora dela. A ajudou juntamente com sua mãe a conseguirem transporte escolar para o seu deslocamento até a escola.

Outro fato marcante na vida dessa batalhadora, foi que no início de sua adolescência ela tinha uma amiga inseparável. Sua amiga, chamada Raquel também era cadeirante e tinha Hidrocefalia. Todo dia se viam na APAE e mesmo depois que cada uma voltava para sua casa no tempo livre se ligavam e trocavam mensagens. Mas como na vida nada é constante, ela nos surpreende, as vezes com altos, as vezes com baixos um dia sua amiga ficou doente e foi para o hospital, o dreno havia infeccionado, teve que ficar dias internada. A infecção se generalizou e sua amiga de infância, infelizmente, não resistiu. Depois desse momento ela sentiu dificuldades para fazer novas amizades. Desde nova também teve que aprender a lidar com as perdas e que infelizmente as pessoas que amamos, também por impasses da vida, acabam falecendo.

Já na adolescência, a mesma via suas amigas e colegas de aulas tendo paixões de adolescência e sendo correspondidas. Ela por sua vez, quando gostava de alguém, não era correspondida, porque as pessoas não haviam como a Duara, mas sim como a “cadeirante”, sem compreender que ela também tinha sentimentos e uma vida amorosa normal.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Ela terminou seu ensino médio em 2011 e iniciou seus estudos do ensino superior na faculdade, cursando História. Porém, percebeu que não era isso que queria para sua vida. Mas nunca parou de pensar em retomar seus estudos. Com esse pensamento em 2015 retomou seus estudos no curso de magistério. Sua mãe no início tinha receio pelo fato de não se sentir segura em relação aos estágios e como iriam ocorrer esse processo. Depois de muito dialogo percebeu que tudo daria certo e foi o que aconteceu, no ano de 2016 se formou no Nível Magistério, e foi forte, enfrentou bullying, fofocas de colegas que não acreditavam em sua capacidade por causa da deficiência. Mas sempre mostrando que a Duara era capaz, e sua deficiência era um detalhe, para quem quer conquistar seus objetivos na vida.

Como para todos a história de amor acontece, para ela não foi diferente. Um dia cansada de decepções amorosas e pessoas vivendo mentiras em redes sociais, ela tomado a decisão de excluir seu facebook. Porém, recebeu uma solicitação de amizade, na hora que foi excluir a solicitação acidentalmente clicou na opção “Aceitar”, logo seu novo amigo a chamou para conversar e logo o amor nasceu. Depois de muitos erros e decepções o amor chegou em sua vida. Ele não era um príncipe do cavalo branco, como contam os contos de fada, mas era alguém, que decidiu enxergar a Duara e não a sua deficiência.

Mas esse casal também, sofreu bastante preconceito das pessoas que vivem e se relacionam no dia a dia. Um dos fatos mais marcantes foi quando aconteceu um contratempo e por esse motivo tiveram que se mudar para uma cidade, onde ouve vários julgamentos das pessoas. Em uma dessas ocasiões, naquela cidade as pessoas acreditavam que todas as pessoas com deficiência deveriam frequentar a APAE, e a Duara, teve que passar por um médico para comprovar que não necessita mais frequentar a APAE, mais uma vez as pessoas agiram com preconceito não vendo a pessoa que ela é sua capacidade.

Hoje em dia eles são casados e fazem a graduação na área de Serviço Social. Duara e seu esposo moram sozinhos. Ela é coordenadora de uma Associação de sua cidade, que trabalha com várias pessoas com deficiência física. Uma vez por semana ela faz fisioterapia e hidroginástica, e duas vezes por semana ainda faz academia para ter uma vida mais saudável.

Ela busca viver uma vida normal e quebrando o preconceito das pessoas, ela destaca que ela não quer que as pessoas tenham dó dela, mas sim respeito, não apenas por ser uma pessoa com deficiência, mas sim pela pessoa que ela é.

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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DICAS

O livro conta a história de um menino chamado Paulo, sendo ele cadeirante paraplégico, consequência de um acidente de carro sofrido com seu pai, que estava dirigindo bêbado, aos três anos de idade. A casa onde morava havia sido adaptada para ele circular com a cadeira de rodas em todos os cômodos da casa e ir até a rua.

Paulo morava próximo a sua escola e sempre ia de cadeiras de rodas sozinho, mas na rua não tinha praticamente nada de acessibilidade e Paulo sofria para andar nas ruas esburacadas, alguns ajudavam e outros não, zombavam e dificultavam sua passagem.

Paulo tinha alguns bons amigos na escola com os quais sempre saia para fazerem programas juntos, tais como ir ao cinema, reunirem-se para estudar, conversar e ouvir músicas.

Um dia aconteceu um incidente em sala de aula com outro amigo, no qual a cadeira em que ele estava sentado quebrou e todos riram da situação, pois ele caiu no chão, o que causou espanto e reação do professor que xingou a todos escrevendo no quadro a palavra “cidadania” perguntando se sabiam o que era a palavra, questionava os alunos e foi dizendo o que era e os direitos de cada cidadão.

Deste impasse surgiu um documento para a direção da escola comprar cadeiras personalizadas conforme tamanho e peso dos alunos, principalmente para este que passou a humilhação de ir para o chão. E a partir deste episódio surgiram outras manifestações de cidadania na escola.

Paulo e seus amigos junto com o professor movimentaram a cidade toda, com documentos e pedidos de rampas nos espaços públicos, ônibus adaptados, espaços reservados a cadeirantes em cinemas, supermercados e outros lugares.

CAPA DO LIVRO

FONTE: <https://www.ciadoslivros.com.br/livros-ferias/garoto-estranho-colecao-universo-jovem-741327-p619076>. Acesso em: 2 nov. 2018.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

A Uni dica em forma de leitura recomendada neste tópico é do livro Garoto Estranho, de Aristeo Foloni. Apresentaremos uma resenha desta obra, você pode ler o livro todo, pois tem na maioria das escolas, foram distribuídos pelo MEC e são usados para leitura com jovens de 8º a 9º ano e no ensino Médio.

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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LEITURA COMPLEMENTAR

A indicação de leitura é a do caderno produzido pelo MEC para um curso direcionado aos professores que atuam no AEE, o curso foi em EAD. Escolhemos três páginas para sugerir a leitura complementar. Visto que na deficiência física está envolvido o sistema nervoso que controla o corpo. O objetivo deste caderno do MEC foi: Buscar [...] entender a deficiência física, introduzindo o conhecimento de uma organização básica do Sistema Nervoso – SN, que desempenha uma função coordenadora de nossas ações, a partir de experiências e aprendizados (MEC – O Aee deficiência Física, 2007, p. 11).

CONHECENDO O ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Rita Bersch Rosângela Machado

Organização Básica do Nervoso

O papel primário do Sistema nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra todos elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo. Essa resposta será expressa pelo comportamento motor, atividade mental, fala, sono, busca por alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo, entre outros.

Emissão de Comportamento

Pensamento das Informações

Experiência Sensorial

&

&

Experiências Sensoriais podem provocar uma reação imediata no corpo ou podem ser armazenadas como memória no encéfalo por minutos, semanas ou anos, até que sejam utilizadas num futuro controle de atividades motoras ou em processos intelectuais.

A cada momento somos bombardeados por milhares de informações, no entanto, armazenamos e utilizamos aquelas que, de alguma forma, sejam significativas para nós e descartamos outras não relevantes.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Aprendemos aquilo que vivenciamos e a oportunidade de relações e correlações exercícios, observações, autoavaliação e aperfeiçoamento na execução das tarefas fará diferença na qualidade e quantidade de coisas que poderemos aprender no curso de nossas vidas. Conforme explica o documento do Ministério da Educação (MEC, 2003, p.19):

Piaget Afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre o organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá formação das estruturas cognitivas. O organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse desiquilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas (MEC, 2003, p. 19).

E continua o documento...

Dessa maneira, as ações de criança sobre o meio fazer coisas, brincar e resolver problemas podem produzir formas de conhecer e pensar mais complexas, combinando e criando novos esquemas, possibilitando novas formas de fazer, compreender e interpretar o mundo que o cerca (MEC, 2003, p. 19).

O aprendizado tem início muito precoce. Durante a primeira etapa do desenvolvimento infantil a criança especializa e aumenta seu repertório de relações e expressões através dos movimentos e das sensações que estes lhe proporcionam; das ações que executa sobre o meio; novamente percebida por ela. Sensações experimentadas, significadas afetiva e intelectualmente, armazenadas e utilizadas, reutilizadas e percebidas em novas relações e, assim por diante, vão formando um banco de dados que no futuro será retomado em processamentos cada vez mais complexos e abstratos.

Camargo (1994, p. 20) citando Piaget diz: “ É a criança cientista, interessada em relações de causalidade, empírica ainda, mas sempre em busca de novos resultados por tentativa e erro.” Desta forma podemos dizer que à medida que a criança evoluiu no controle de sua postura e especializa seus movimentos, sendo cada vez mais capaz de deslocar-se e aumentar sua exploração no meio, está lançando as bases de seu aprendizado, seu corpo está sendo marcado por infinitas e novas sensações.

Lefèvre é também citado por Camargo (1994, p. 17) e diz:

Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante evolução através de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo pelos sentidos, age sobre ele, e está interação se modifica durante a evolução, entendendo melhor, pensamento de modo mais complexo, comportando-se de maneira mais adequada, com maior precisão práxica, à medida que domina seu corpo (Camargo. 1994, p. 17).

Neste sentido, a criança com deficiência física não pode estar em um mundo à parte para desenvolver habilidades motoras. É preciso que ela receba os benefícios tecnológicos e de reabilitação em constante interação com o ambiente ao qual ela pertence. É muito mais significativo à criança desenvolver habilidades

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TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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de fala e mais significativo à criança desenvolver habilidades da fala se ela tem com quem se comunicar. Da mesma forma, é mais significativo desenvolver habilidades de andar se para ela está garantido o seu direito de ir e vir.

O ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de interação de uns com os outros. É nesse espaço que nos vemos motivadas a estabelecer comunicação, a sentir a necessidade de se locomover, entre outras habilidades que nos fazem pertencer ao gênero humano. O aprendizado de habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um ambiente compartilhado que permite o convívio e a participação. A inclusão escolar é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não esteja à parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido.

Plasticidade Neural Uma das importantes características do Sistema Nervoso é denominada

“Plasticidade Neural”. Mas o que é a plasticidade? É a habilidade de tomar a forma e funcionamento a partir da demanda ou exigência do meio.

A plasticidade do Sistema Nervoso acontece no curso do desenvolvimento normal e também em casos de pessoas que retomam seu desenvolvimento, após sofrerem agressões e lesões neurológicas.

Durante o 1º ano de vida da criança percebemos alterações constantes de sua expressão motora com progressivo incremento de habilidades. Essa evolução normal corresponde às aquisições do desenvolvimento motor normal, determinado filogeneticamente, ao longo da evolução. Sabemos, portanto, que a qualidade de oportunidades e vivências dessa criança acelerará ou retardará essa evolução.

O desenvolvimento englobará também interferências de fatores genéticos e ambientais e neste ponto encontramos diferenciações entre indivíduos e grupos de indivíduos com características genéticos distintas.

Posteriormente o desenvolvimento evolui para o surgimento de habilidades, que dependem de aprendizado especifico e por isso acontece somente naqueles que receberam estímulos próprios para o desenvolvimento dessa habilidade.

No curso de todo o desenvolvimento humano os fatores ambientais estarão provocando e instigando o desenvolvimento dos centros neurológicos que vão se organizando e reorganizando a partir desta demanda. Pessoas que sofreram lesões neurológicas não fogem desta regra, eles devem então reorganizar seus sistemas de controles neurais para a retomada de tarefas perdidas ou aprendizado de outras desejadas.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Mais o que nunca, a “oportunidade” fará a diferença e precisaremos instigar através da estimulação os “centros de controle” a reorganizarem-se para assumir a função da parte lesada. Nesse caso, a quantidade e, mais ainda, a qualidade de estímulos proporcionados à criança possibilitará o desenvolvimento máximo de suas potencialidades e isso justifica a importância de criarmos oportunidades comuns de convivências e desafios para o desenvolvimento.

A abordagem pedagógica para as crianças com deficiência múltipla na educação infantil enfatiza o direito de ser criança, poder brincar e viver experiências significativas de forma lúdica e informal. Assegura ainda o direito de ir à escola, aprender e construir o conhecimento de forma adequada e mais sistematizada, em companhia de outras crianças em sua comunidade. (MEC, 2003, p. 12).

A educação infantil, nesse contexto, tem duas importantes funções: cuidar e educar. Cuidar tem o sentido de ajudar o outro a se desenvolver como ser humano, atender às necessidades básicas, valorizar e desenvolver capacidades. Educar significa propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998, p. 23 e 24).

Como fica o conhecimento sobre a plasticidade neural no ambiente escolar? O ambiente escolar promove desafios de aprendizagem. Privar uma criança ou um jovem dos desafios da escola é impedi-los de se desenvolverem. Não podemos aprisionar a nossa concepção equivocada de limitação. O estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que, apesar das condições genéticas ou neurológicas, o ambiente tem forte intervenção nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver.

OBSERVAÇÃO: O destaque para o livro do MEC sobre deficiência física direcionado ao trabalho do AEE e com orientações sobre como trabalhar, esclarece conceitos e traz materias, tiramos apenas algumas páginas para sugerir leitura e de suma importância para conhecimento e compreensão de como acontece a neuroplasticidade.

FONTE: MEC (2007, p.15-18), disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>.

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RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• Ao longo da história, desde os povos espartanos que matavam no nascimento as crianças com defeitos físicos e outros povos que se não matavam abandonavam a sua própria sorte, com a dica do filme 300. O filme nos ensina sobre a separação das crianças com deficiências ao nascimento, provando o que tem na história.

• Na deficiência Física, as patologias podem deixar como consequências perdas irreversíveis, que vão desde a incapacidade de locomoção (físico-motor,) restrição de movimentos, controle da coordenação fina. Estes problemas geralmente encontram-se no cérebro, no caso de um funcionamento não adequado ao controle dos membros inferiores e superiores.

• Nem toda a deficiência física é definitiva. Existem a deficiência físicatemporária, derivada de uma fratura e ou uma cirurgia, podemos dizer que este sujeito está com uma limitação e voltará para suas condições anteriores; a deficiência física recuperável, a qual permite uma melhora com um tratamento correto, como um AVC; a definitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias não haverá melhoras; e a compensável, em que são colocadas próteses, no caso de amputações (a exemplo de Roberto Carlos), substituição de fêmur, entre outros.

• Na deficiência física há uma classificação sendo que: ᵒ Espástica: com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados

são involuntários, (não depende do controle do cérebro); ᵒ Atetoica: pode apresentar este movimento involuntário;ᵒ Atáxica: com o tempo/anos na mesma postura pode desenvolver outras

complicações motoras, pressão de órgãos internos, falta de equilíbrio, de percepção na área tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e na alimentação em geral.

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Prezado acadêmico, é muito importante você realizar as atividades para fixação do conteúdo e para que você consiga ir bem nas avaliações, as quais servem de parâmetros para seus estudos.

1 A deficiência física muitas vezes causa impacto visual aos olhos de quem vê, pelos recursos como a cadeira de rodas, uma muleta, um andar com pouco equilíbrio, entre outros. No entanto, existem alguns conceitos que dizem respeito à acessibilidade e aos preconceitos produzidos na sociedade. Partindo deste pressuposto, numere as afirmações a seguir.

1 – Superação2 – Limitação 3 – Preconceitos

( ) As pessoas com deficiências são contratadas pelas empresas somente pelas leis das contas.

( ) Encontrar possibilidades vivendo com a deficiência física, a família como suporte, estimulação multissensorial, acompanhamento clínico, psicológico, fisioterapêutico e educacional.

( ) A pessoa com deficiência física pode ficar impedida de realizar algumas atividades comuns da vida, dependendo da sua patologia e de seu comprometimento.

( ) Uma pessoa com deficiência física dificilmente poderá ter filhos.

A sequência de associação CORRETA é:a) ( ) 1-2-3-1.b) ( ) 2-3-1-1.c) ( ) 3-1-2-3. d) ( ) 2-1-3-3.

2 Existem muitas patologias que levam à deficiência e estamos o tempo todo falando da “Física” que podem deixar como consequências perdas irreversíveis, que vão desde a incapacidade de locomoção (físico-motor), restrição de movimentos, controle da coordenação fina. Estes problemas geralmente advêm no cérebro, no caso de um funcionamento não adequado ao controle dos membros inferiores e superiores, como esclarece o documento do MEC sobre quem é a pessoa com deficiência física. Assinale a resposta que indica o documento do MEC citado no decorrer do texto.

a) ( ) A deficiência física apresenta-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia.

b) ( ) […] tipos e definições de deficiência física, refere-se a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física.

AUTOATIVIDADE

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c) ( ) A deficiência física se classifica em limitação e impossibilidades na locomoção.

d) ( ) Diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequência de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou adquiridas.

3 Nem toda a deficiência física pode ser definitiva. Assinale F para as sentenças falsas e V para as sentenças verdadeiras.

( ) A deficiênciafísicatemporária, derivada de uma fratura e ou uma cirurgia, podemos dizer que o sujeito que a tem está com uma limitação e voltará para suas condições anteriores.

( ) A deficiência física recuperável, permite uma melhora com um tratamento correto, como um AVC.

( ) A deficiência física definitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias, não haverá melhoras.

( ) A deficiência compensável, trata-se daquela em que são colocadas próteses, no caso de amputações.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) F-F-V-V.b) ( ) V-V-V-V.c) ( ) V-V-F-F.d) ( ) F-F-F-F.

4 A deficiência física classifica-se em:

( ) Com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados são involuntários (não depende do controle do cérebro).

( ) Pode apresentar este movimento involuntário. ( ) Com o tempo/anos na mesma postura pode desenvolver outras complicações

motoras, pressão de órgãos internos, falta de equilíbrio, de percepção na área tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e na alimentação em geral.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) Espástica – Atetoica – Atáxica.b) ( ) Atetoica – Espástica – Atáxica.c) ( ) Espástica – Atáxica – Atetoica.d) ( ) Atetoica – Atáxica – Espástica.

5 Você, acadêmico, deve coletar pelo menos mais um depoimento de alguém com deficiência física de sua cidade e traga para a sala de aula se puder o caso para discutir com seus colegas, se tiver oportunidade, convide a própria pessoa para fazer uma conversa e ou uma palestra em sua sala. Se em seu curso não for possível, faça para você aprender e compreender através de uma experiência, também para ter contato com alguém com deficiência física.

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UNIDADE 2

DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A

REABILITAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os programas de prevenções das deficiências;

• divulgar conscientizando sobre a importância de prevenir;

• desenvolver ações de prevenção no dia a dia para com a deficiência física;

• conhecer as legislações para com a pessoa com deficiência física;

• oportunizar a ampliação do conhecimento para com a reabilitação.

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

TÓPICO 3 – A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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TÓPICO 1

PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Na Unidade 2, neste tópico 1, vamos estudar como podemos fazer a prevenção da deficiência física sendo antes do nascimento, no momento do nascimento e após. Discutiremos o que já foi colocado na Unidade 1 sobre as causas que podem levar a deficiências físicas, mas com foco na prevenção, nas legislações e na reabilitação.

Faremos um passeio histórico sobre as legislações que amparam e reconhecem a deficiência física, visitaremos instituições e entidades, hospitais, como a AACD, que faz um trabalho maravilhoso na reabilitação, conheceremos recursos que vêm ao encontro da reabilitação.

Assim, prezado acadêmico, procure ter atenção acessando aos vídeos disponíveis no AVA, aos conteúdos, as atividades e as dicas disponíveis no livro de estudos, não esqueça que boa parte da formação depende de você, aproveite todas as oportunidades de aprofundamento teórico que lhes são possibilitadas e indicadas a cada unidade e tópico.

2 PREVENÇÃO A TODAS AS DEFICIÊNCIAS

Prevenção – significa o Ato ou efeito de prevenir. Disposição ou preparo antecipado. Modo de ver antecipado (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999, p. 1636). Assim, vimos a todo instante campanhas fazendo a prevenção, seja nas vacinas, seja para não dirigir alcoolizado, gravidez indesejada, aconselhamento genético, entre tantas, na tentativa de prevenir, não deixar acontecer algo que geralmente não é um fato positivo, há uma consequência vindo muitas vezes de uma imprudência.

Muitas das deficiências poderiam ser evitadas por cuidados simples,

como dar as vacinas corretamente, ter prudência no trânsito, ponderação no dia a dia com acidentes em geral.

No Brasil existem muitas campanhas para prevenir as deficiências no modo geral, pois comprovadamente a maioria destas em torno de 70% poderiam ser prevenidas de várias formas como discutiremos no decorrer deste tópico.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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3 PENSANDO NA PREVENÇAO DA DEFICIÊNCIA FÍSICA

Se pensarmos que a cada dez pessoas uma tem deficiência, talvez seja um índice bastante alarmante e nos faça de fato analisar situações e ações que todos podemos realizar em prol da prevenção e de um índice menor.

“É melhor prevenir do que remediar” é um velho ditado, que quer dizer que depois que acontece não adianta falar, reclamar, que não tem mais o que fazer depois que acontece, aconteceu, visto que o custo de depois dar o atendimento e a orientação é mais alto do que campanhas prevenindo.

Toda a prevenção pode ser uma ação e ou impedimentos de que algo aconteça. Podemos classificar a prevenção em três níveis, sendo elas: primária, secundária e terciária.

Na primária afirma que as ações podem ser realizadas para que não

aconteçam algumas deficiências previsíveis, assim como:

Prevenção primária: tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida da população por agências político-sociais de forma a garantir saúde, educação, trabalho e moradia. Assim, o objetivo é reduzir a incidência de novos casos. A prevenção primária implica em alterar as condições para um subgrupo particular considerado como de risco (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 3).

Este nível inclui a prevenção principalmente da deficiência intelectual, no que diz respeito a grupos restritos, por exemplo, moradores de ruas, alcoólatras, pessoas com doenças contagiosas (sífilis e Aids), pessoas com deficiência intelectual de origem genética. Alguns cuidados podem ser realizados, como: aconselhamento genético; programas de imunização; melhora no cuidado de saúde pré-natal, perinatal e pós-natal.

Na prevenção secundária já está posto o que trouxe de sequelas de uma deficiência, o que pode ser feito para amenizar e conviver apesar da deficiência.

Prevenção secundária: nesta, a criança já foi exposta às condições adversas e as intervenções são feitas para reduzir e/ou eliminar a duração ou a severidade dos seus efeitos (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 4).

No nível secundário as estratégias usadas na prevenção são os exames do pré-natal e o neonatal, no que diz respeito aos exames no nascimento de averiguação se há uma deficiência e o encaminhamento para um tratamento nem que seja paliativo. E nos pré-natais existem muitos recursos, como a ultrassonografia morfológica, que detecta possíveis anormalidades, em alguns casos, cirurgias são realizadas ainda no útero da mãe e ajudam na prevenção da deficiência.

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TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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A prevenção terciária inclui a reabilitação, sobre a qual estaremos discutindo no tópico 3 desta unidade.

Prevenção terciária: a condição de atraso no desenvolvimento já está instalada e os investimentos são feitos para minimizar as condições, desenvolvendo ações que resultem em maior independência e autonomia do indivíduo. A prevenção terciária visa prevenir complicações da deficiência intelectual e a reabilitação (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 5).

É a prevenção que vai cuidar ao longo da vida, a reabilitação estará presente neste nível. Nesta terciária permite com que a pessoa participe e seja estimulada a estar nos programas de Educação Especial e serviços especializados para que a pessoa se torne mais independente e autônoma possível.

Nas prevenções hoje que se tornam muito relevante são as de acidentes automobilísticos, nos impressiona o número assustador de pessoas que se tornam com deficiência física devido a acidentes de transito.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são a principal causa de morte e de sequelas à deficiência física na faixa etária de 15 a 29 anos de idade. A OMS também alerta sobre a quantidade de crianças que se tornam deficientes físicos devido aos acidentes de trânsito e muitas mortes também.

Recomenda dez estratégias para garantir a segurança das crianças nas estradas. Sendo elas: o controle da velocidade, condições de trafegar sem efeitos do álcool, uso de capacete (corretos) por ciclistas e motoqueiros, proteção para as crianças nos veículos (as cadeirinhas), maior visibilidade de que no veículo tem crianças, monitoramento das vias com as sinalizações corretas, proteção de impactos caso aja acidentes no próprio carro, atenção com a idade para dirigir alguns ainda muito jovens, atendimento adequado nos traumatismos em acidentes e por último, maios vigilância das crianças na beira das estradas. Com o uso de alguns cuidados poderíamos estar reduzindo o número de vítimas crianças em acidentes.

Na realidade temos muitas crianças que nascem com alguma patologia e se tronam uma pessoa com deficiência. Reduzir os acidentes vai fazer com que reduzimos o número de mortos e de crianças com deficiência, visto que a criança se torna a mais sensível pelo seu desenvolvimento físico, cognitivo e social, sendo vulnerável as atitudes de adultos irresponsáveis.

Mesmo com inúmeros recursos na era das tecnologias, os acidentes de

trânsitos tornam-se cada vez mais frequentes e com mais vítimas que ou levam a óbito ou adquirem uma deficiência, principalmente física, decorrente do trânsito.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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Mas outro fator que está chamando muita atenção dos brasileiros é o uso do celular enquanto dirige, tirando toda concentração importante para o dirigir com cautela e responsabilidade.

Em se tratando de moto, as mortes ou lesões graves são quase sempre certas, em função da exposição direta do corpo ao impacto, sendo a motocicleta é o veículo mais perigoso do mundo, por exigir do condutor equilíbrio e atenção. Porém por ser de fácil acesso, tanto de compra, quanto de manter com o combustível, é comum este veículo transitar livremente e na grande proporção sem habilitação.

As lesões vitimadas dos acidentes e que levam à deficiência física são as paraplegias e tetraplegias e os principais motivos são colisão, capotagem, choques em objetos fixos e atropelamentos.

Além dos acidentes de trânsito, como discutimos e trouxemos dados, que estes se enquadram no grande vilão da deficiência física e na constante prevenção para que os mesmos diminuam e ou não aconteçam.

Mas a prevenção da deficiência deve estar baseada na realidade socioeconômica e cultural das comunidades. Segundo a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (BRASIL, CORDE, 1994 p. 24), “as ações preventivas devem ser executadas sempre com baixo custo e dependem do grau de participação e de organização das pessoas, além da integração entre os diversos serviços oferecidos à população”.

Os programas que trabalham com a prevenção nos mostram que dependem muito das ações e dos resultados destas, da análise que se levanta em termos de comunidade e da realidade envolvida. Sendo que as estatísticas mostram, por exemplo, que cerca de 70% das deficiências poderiam ser evitadas se houvesse políticas mais apropriadas e maior envolvimento comunitário. (BRASIL, CORDE, 1994, p. 116).

No que trata a Prevenção de Deficiências, no documento que esclarece do sistema único de saúde – o SUS, o qual nos apresenta as seguintes definições:

Prevenção compreende ações e medidas orientadas a evitar as causas das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades. (Decreto nº 3.298/99) A prevenção pode incluir muitos e diferentes tipos de ações como: cuidados primários da saúde, puericultura, pré-natal e pós-natal, educação em matéria de nutrição, campanhas de vacinação contra doenças transmissíveis, medidas contra doenças endêmicas, normas e programas de segurança para evitar deficiências e doenças profissionais, e a prevenção das deficiências resultantes da combinação do meio ambiente ou causada por conflitos armados. Dados revelam que 40% dos casos graves de deficiência mental e 60% das deficiências visuais podem ser evitados por medidas preventivas. As ações de prevenção estão vinculadas diretamente ao trabalho das Equipes de Saúde da Família, as quais deverão ter, em sua formação,

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TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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profissionais também capazes de contribuir com a identificação de pessoas com doenças incapacitantes e/ou com deficiências já instaladas. A atenção básica é também desenvolvida por meio das visitas dos agentes comunitários às famílias, para realização do acompanhamento de crianças, adultos, gestantes e idosos (BRASIL, 2008, p. 9).

Percebemos que há uma distinção no atendimento das pessoas com

deficiências na rede do SUS, mas em termos de prevenção, o que existe são os testes, como o do pezinho, da orelhinha, do olhinho, estes ajudarão como parâmetros para dar os devidos encaminhamentos se acaso a criança tiver algum indício de alguma deficiência, tem tempo hábil de tratamento.

UNI

A IMPORTÂNCIA DAS VACINAS E AS DOENÇAS INFANTIS

A revista da Unimed nos esclarece sobre a vacina e os tipos de doenças e o que previne as deficiências.

Muitas vacinas podem evitar e até extinguir algum tipo de deficiência, como é o caso da Poliomelite, prevenida por vacinas realizadas em várias doses por gotinhas na boca da criança, e que é uma patologia viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. É causada pela infecção pelo poliovírus. O vírus se espalha por contato direto pessoa a pessoa, por contato com muco, catarro ou fezes infectadas. Veremos outras doenças e outras vacinas em texto da Unimed, como leitura complementar, a seguir. VOCÊ CONHECE A HISTÓRIA DA VACINA? VIVER BEM – Cobertura vacinal Unimed

A vacina surgiu em um importante momento histórico de combate à varíola, uma das doenças mais temidas no mundo no século XVIII, com taxa de mortalidade em torno de 10 a 40%.

A descoberta de que os sobreviventes não contraíam a doença novamente trouxe à tona a ideia de provocar a enfermidade de forma branda para evitar que ela fosse contraída de maneira mais potente. Essa prática ficou conhecida como variolação e acredita-se que ela tenha surgido inicialmente entre os chineses, mas era conhecida por diversos povos da África e da Ásia, como os hindus, egípcios, persas, circassianos, georgianos e árabes.

Em 1798, vieram a público as investigações feitas pelo médico inglês Edward Jenner.

Por longos anos, ele observou que ordenadores que haviam sido contaminados pela cowpox, doença branda semelhante à varíola que atingia gados, eram imunes à varíola. Mesmo sendo infectadas pelo vírus, estas pessoas se mantinham refratárias à doença.

Jenner inoculou um garoto de oito anos com o pus retirado da pústula (crosta cheia de pus formada sobre a pele do doente) de uma ordenadora que sofria com a doença. O garoto contraiu uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois, estava recuperado.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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Em pouco tempo o processo passou a ser adotado mundialmente. Em 1800, a Marinha britânica passou a utilizar vacinação. No Brasil, a vacina chegou em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena.

Em 1956 ocorreu o primeiro projeto de erradicação global de uma doença, patrocinado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Quatro anos depois, a varíola já não era mais encontrada nos países industrializados, e uma organização sólida permitiu que em 1977 se estabelecesse o primeiro e único episódio de erradicação de uma doença infecciosa humana em escala planetária.

Até hoje vacinação em massa tem possibilitado o controle da disseminação de

várias outras doenças infecciosas.

A importância da vacina

A vacina é uma importante aliada no controle, combate e eliminação de doenças, pois protege não apenas quem a recebe, mas também a comunidade como um todo. Isso significa que quanto maior o número de pessoas protegidas pela vacina, menor será a chance de qualquer indivíduo de uma comunidade – vacinado ou não – ser contaminado.

No Brasil, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunizações (PNI),

que se destaca entre os melhores programas de imunização do mundo com atuação na ampliação da prevenção, no combate ao controle e erradicação de doenças, além de disponibilizar diversas vacinas à população.

Atualmente, o Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas à população, disponibilizando mais de 300 milhões de doses anuais, sendo 43 tipos diferentes de imunobiológicos: 26 vacinas, 13 soros heterólogos (imunoglobulinas animais) e quatro soros homólogos (imunoglobulinas humanas), utilizados na prevenção e/ou tratamento de doenças.

As campanhas nacionais de vacinação resultaram na eliminação da varíola, em 1973, da poliomielite, em 1989. Além disso, o programa de vacinação controla o tétano neonatal, as formas graves da tuberculose, a difteria, o tétano acidental e a coqueluche.

O papel da vacina na prevenção de doenças no Brasil

O Programa Nacional de Imunizações tem trabalhado para erradicar e controlar doenças, tais como o tétano neonatal, formas graves da tuberculose, difteria, tétano acidental e coqueluche.

Para tanto, realiza três campanhas fixas por ano contra a Poliomielite, Influenza e atualização da caderneta de vacinação focando os grupos prioritários.

O esforço para imunizar a população está dando resultados. O Brasil alcançou a erradicação da poliomielite e da varíola, e a eliminação da circulação do vírus autóctone do sarampo, desde 2000, e da rubéola, desde 2009.

Também foi registrada queda acentuada nos casos e incidências das doenças

imunopreveníveis, como as meningites por meningococo, difteria, tétano neonatal, entre outras.

Doenças muito graves podem ser evitadas com a vacinação. Por isso, é essencial seguir o calendário de vacinação em todas as faixas de idade, com objetivo de estimular o sistema imunológico e produzir anticorpos para proteger o organismo de vírus e bactérias.

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TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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Grande parte da população crê que a vacina é obrigatória apenas para crianças, mas é importante ressaltar que a carteira de vacinação deve ser mantida em dia em todas as idades para evitar o retorno de doenças já erradicadas, o cuidado deve ocorrer principalmente na infância, já que recém-nascidos não possuem imunidade (proteção formada), o que os deixa mais suscetíveis a contrair doenças.

Nesse contexto, é necessário estar atento às atualizações da caderneta de vacinação de crianças entre 0 e 5 anos, bem como adolescentes, adultos e idosos em relação a cinco tipos diferentes de vacinas contra a hepatite B, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola e caxumba e o vírus da gripe, Influenza.

Em 2014, o Ministério da Saúde determinou a vacinação contra o Papiloma Vírus

Humano (HPV) em adolescentes de 9 aos 13 anos. Para as gestantes, existem quatro vacinas disponíveis no Calendário Nacional de

Vacinação, que protegem tanto a mãe quanto o recém-nascido. São elas: influenza, hepatite B, dupla adulto e dTpa contra a hepatite, difteria, tétano e coqueluche.

Quais doenças podem ser prevenidas pela vacinação? Veja, abaixo, algumas das doenças prevenidas por vacina:

Poliomielite: doença contagiosa, provocada por vírus e caracterizada por paralisia súbita geralmente nas pernas.

Tétano: infecção, causada por uma toxina (substância tóxica) produzida pelo bacilo tetânico, que entra no organismo por meio de ferimentos ou lesões na pele (tétano acidental) ou pelo coto do cordão umbilical (tétano neonatal ou mal dos sete dias) e atinge o sistema nervoso central. Caracteriza-se por contrações e espasmos, dificuldade em engolir e rigidez no pescoço.

Coqueluche: doença infecciosa, que compromete o aparelho respiratório e se caracteriza por ataques de tosse seca. É transmitida por tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada. Em crianças com menos de seis meses, apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte.

Haemophilus influenzae tipo B: é uma bactéria que causa um tipo de meningite (inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro), sinusite e pneumonia. A doença mais grave é a meningite, com início súbito de febre, dor de cabeça intensa, náusea, vômito e rigidez da nuca (pescoço duro).

Sarampo: doença muito contagiosa, causada por vírus que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo. É transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou fala, especialmente, em ambientes fechados.

Rubéola: doença muito contagiosa, provocada por um vírus que atinge principalmente crianças e provoca febre e manchas vermelhas na pele. É transmitida pelo contato direto com pessoas contaminadas.

Caxumba: doença viral, caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas responsáveis pela produção de saliva na boca (parótida). Caso ela “desça” – em homens – pode causar inflamação nos testículos deixando-os inférteis. Nas mulheres pode ocorrer infertilidade devido à inflamação dos ovários. É transmitida pela tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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Febre amarela: doença infecciosa, causada por vírus transmitido por vários tipos de mosquito. O Aedes Aegypti pode transmitir a doença, causando a febre amarela urbana, o que, desde 1942, não ocorre no Brasil. A forma da doença que ocorre no País é a febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora das cidades. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de cabeça, náuseas e leva a sangramento no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos casos, causar a morte.

Difteria: causada por um bacilo, produtor de uma toxina que atinge as amídalas, a faringe, o nariz e a pele, onde provoca placas branco-acinzentadas.

Hepatite B: doença causada por vírus que provoca mal-estar, febre baixa, dor de cabeça, fadiga, dor abdominal, náuseas, vômitos e aversão a alguns alimentos. O doente fica com a pele amarelada. A Hepatite B é grave porque pode levar a uma infecção crônica (permanente) do fígado e, na idade adulta, levar ao câncer de fígado.Encontre mais conteúdos para o seu bem-estar em <www.unimed.coop.br/viverbem>.

Caros acadêmicos, durante todos os tópicos, estivemos dando dicas de filmes maravilhosos, pedimos com muito carinho, para que vocês assistam e compartilhem, comentem entre os colegas de sala e com a comunidade onde você está inserido. Faça um grupo, ou assista com sua família, o filme é bastante relevante e importante, pois apresenta o outro lado da deficiência e os desafios que a vida de um cadeirante é imposto todo dia.

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TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

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DICAS

A dica é para você, acadêmico, assistir ao filme Intocáveis (2012). O filme conta a história de Philippe, um homem rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando contratar um assistente, sua história cruza com a de Driss, jovem de baixa renda e sem nenhuma experiência na função de cuidador. O percurso trilhado pelos dois é de aprendizagem mútua. Driss contribui para a retomada da identidade e da autoestima de Philippe a partir de um trabalho que mostra o cuidado com as deficiências, mas também uma atenção ímpar com as potencialidades envolvidas.

FONTE: <http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQQL22zMkQfWk8d8gVo6K3qCUmjO-yLHPEbnMtmroovs-cXhXI4>. Acesso em: 18 dez. 2018.

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RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• Em relação à prevenção da deficiência, medidas simples podem mudar a história de muitas vidas. E podemos citar os três níveis de prevenção, que são a primária, a secundária e a terciária.

ᵒ Prevençãoprimária: ela tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida da população por agências político/sociais de forma a garantir saúde, educação, trabalho e moradia. Assim sendo, o objetivo é reduzir a incidência de novos casos. A prevenção primária implica em alterar as condições para um subgrupo particular considerado como de risco (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 3).

ᵒ Prevenção secundária: onde nesta, a criança já foi exposta às condições adversas e as intervenções são feitas para reduzir e/ ou eliminar a duração ou a severidade dos seus efeitos. (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 4).

ᵒ Prevenção terciária: onde a condição de atraso no desenvolvimento já está instalada e os investimentos são feitos para minimizar as condições, desenvolvendo ações que resultem em maior independência e autonomia do indivíduo. A prevenção terciária visa prevenir complicações da deficiência intelectual e a reabilitação (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 5).

• As vacinas surgem em um importante momento histórico de combate à varíola, uma das doenças mais temidas no mundo no século XVIII, com taxa de mortalidade em torno de 10 a 40%.

• A vacina é uma importante aliada no controle, combate e eliminação de doenças, pois protege não apenas quem a recebe, mas também a comunidade como um todo. Isso significa que quanto maior o número de pessoas protegidas pela vacina, menor será a chance de qualquer indivíduo de uma comunidade – vacinado ou não – ser contaminado.

• No Brasil, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) que se destaca entre os melhores programas de imunização do mundo com atuação na ampliação da prevenção, no combate ao controle e erradicação de doenças, além de disponibilizar diversas vacinas à população.

• O esforço para imunizar a população está dando resultados. O Brasil alcançou a erradicação da poliomielite e da varíola, e a eliminação da circulação do vírus autóctone do sarampo, desde 2000, e da rubéola, desde 2009. Também foi registrada queda acentuada nos casos e incidências das doenças imunopreveníveis, como as meningites por meningococo, difteria, tétano neonatal, entre outras.

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AUTOATIVIDADE

As atividades têm como objetivo de revisão do conteúdo já estudado no tópico. Portanto é importante que você as faça para aprender e para revisar os conteúdos, o que ajudará no momento das provas.

1 A prevenção é importante pois ela antecipa um acontecimento ajudando a conscientização e a sensibilização de muitos para com ações e atitudes no dia a dia. Sendo assim, assinale a alternativa que melhor define o que é prevenir.

a) ( ) Prevenção é o aviso para que não aconteça.b) ( ) Prevenir e acatar as consequências e fazer o melhor que puder para a

autonomia. c) ( ) Prevenção são ações antecipadas para que não aconteça o pior. d) ( ) Significa o Ato ou efeito de prevenir. Disposição ou preparo antecipado.

Modo de ver antecipado

2 Entre os níveis de prevenção, encontramos a primária, a secundária e a terciária. Segundo as definições, relacione os conceitos referentes a cada um destes níveis.

A – Prevenção PrimáriaB – Prevenção SecundáriaC – Prevenção Terciária D – Primária, Secundária e Terciária ( ) A condição de atraso no desenvolvimento já está instalada e os investimentos

são feitos para minimizar as condições, desenvolvendo ações que resultem em maior independência e autonomia do indivíduo.

( ) Nesta, a criança já foi exposta às condições adversas e as intervenções são feitas para reduzir e/ou eliminar a duração ou a severidade dos seus efeitos.

( ) Tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida da população por agências político/sociais de forma a garantir saúde, educação, trabalho e moradia. Assim sendo, o objetivo é reduzir a incidência de novos casos.

( ) A prevenção primária implica em alterar as condições para um subgrupo particular considerado como de risco. Reduz os efeitos e trabalha dentro das possibilidades. A prevenção terciária visa prevenir complicações da deficiência intelectual e a reabilitação.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) A-B-C-Db) ( ) C-A-B-Dc) ( ) C-B-A-D d) ( ) C-B-D-A

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3 Sobre a origem das vacinas, as quais surgiram no século XVIII para o combate à varíola. No seguir dos tempos, surgem estudos e novas vacinas, as quais vêm sendo cada vez mais pesquisadas e usadas em todo o mundo, sendo a vacina uma aliada no combate e eliminação de doenças, não só pelos que são vacinados, mais acaba protegendo a comunidade no geral. Assinale F para as respostas falsas e V para as respostas verdadeiras sobre as vacinas.

( ) Proteção contra as formas graves da tuberculose, doença contagiosa, produzida por bactéria que atinge principalmente os pulmões e que, se não tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento, fraqueza e até levar à morte.

( ) Combinação da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), feita com bactérias mortas e produtos de bactérias (toxinas), com a vacina contra Haemophilus Influenzae tipo b (Hib), produzida com substâncias da parede da bactéria.

( ) A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, coqueluche é uma doença infecciosa, que compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por ataques de tosse seca. É transmitida por tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada. Em crianças com menos de seis meses, apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte.

( ) O sarampo é uma doença muito contagiosa, causada por um vírus que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo. É transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou fala especialmente em ambientes fechados. Facilita o aparecimento de doenças como a pneumonia e diarreias e pode levar à morte, principalmente em crianças pequenas.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) F-F-V-V.b) ( ) V-V-V-V. c) ( ) V-V-V-F.d) ( ) F-V-F-V.

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TÓPICO 2

LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA

FÍSICA

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Discutiremos, dando continuidade neste tópico 2 da Unidade 2, sobre a legislação que se refere à Educação Especial no geral e na deficiência física, levantaremos vários pontos sobre a acessibilidade, a qual compromete a todos no geral, seja o comércio, sejam órgãos públicos e até mesmo condomínios e residências particulares, pois sendo na terceira idade e/ ou com pessoas com deficiências físicas, poderá ser de grande utilidade para a vida de pessoas sem deficiência a uma gestante, a uma pessoa obesa, idosa, entre outras.

Apresentaremos neste tópico as leis e decretos que embasam os direitos das pessoas com deficiência, ressaltando a deficiência física que trata os nos estudos.

Veremos muitos direitos e responsabilidades da sociedade, a princípio, na Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), acessibilidade é a:

(…) possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (...) (BRASIL, 2015, p. 14).

Conhecer nossos direitos e o que diz respeito ao acesso, os quais só

se concretizaram através da obrigatoriedade sob forma das Leis. Por isso da importância do conhecimento e da divulgação deste, visto que a maioria dos acadêmicos, senão a todos que terão acesso a este livro e a disciplina de deficiência física, devem ser professores e ou futuros professores e ainda ligados a área da Educação Especial. Destacando que o conhecimento da legislação se torna imprescindível, visto que nos auxilia a termos base legal e de direitos de igualdade do acesso à vida social, ao mundo do trabalho e ao educacional.

Vamos aos estudos!

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VOLTADA À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Encontramos os direitos da acessibilidade e muitos outros em outras áreas, por exemplo, a acessibilidade, os quais estão assegurados a todos os cidadãos brasileiros a partir da Constituição Federal (BRASIL, 1988), a qual nos garante o direito de ir e vir, segue nos demais artigos 5º sobre a locomoção que estabelece que: “XV – (…) é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.

O artigo 227 define que: “§ 2º – A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência” e o artigo 244 define que a lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas com deficiência (CREA, 2017, p. 11).

Hoje não se deveria mais discutir sobre normas, já que seria normal um estudante sair da universidade com este conceito formado e internalizado, sem sombras de dúvidas o desenho universal é a solução.

Temos as leis federais, como a 10.048 e a 10.098, de 2000, as quais estabeleceram normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, temporária ou definitivamente. A Lei no 10.048, de 2000, vem tratar do atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios de transportes e inova ao introduzir penalidades ao seu descumprimento; a Lei no 10.098, de 2000, subdivide o assunto em acessibilidade ao meio físico, aos meios de transporte, na comunicação e informação e em ajudas técnicas.

Um decreto muito importante e que regulamenta a 10.048 e a 10.098 de 2000 é o Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, o qual vem definir a implementação da acessibilidade de um modo geral, sendo:

(…) que definiu critérios mais específicos para a implementação da acessibilidade arquitetônica e urbanística e aos serviços de transportes coletivos. No primeiro caso, no que se refere diretamente à mobilidade urbana, o decreto define condições para a construção de calçadas, instalação de mobiliário urbano e de equipamentos de sinalização de trânsito, de estacionamentos de uso público; no segundo, define padrões de acessibilidade universal para “veículos, terminais, estações, pontos de parada, vias principais, acessos e operação” do transporte rodoviário (urbano, metropolitano, intermunicipal e interestadual), ferroviário, aquaviário e aéreo (CREA, 2017, p. 11).

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Este decreto vem regulamentar as duas leis da acessibilidade e assim inova todos os conceitos que até então estavam de certa forma garantidos na Constituição, porém não discriminados como aparece no decreto.

A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi incorporada à legislação brasileira em 2008. No congresso em 2008, o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU, bem como seu Protocolo Facultativo. O documento obteve, assim, equivalência de emenda constitucional, valorizando a atuação conjunta entre sociedade civil e governo, em um esforço democrático e possível. Deste documento surgiu o minilivro e a distribuição fora gratuita. Sobre a deficiência física, o decreto 6949/2009 prevê medidas como o direito de todas as pessoas a acessibilidade em todos os espaços:

O artigo 9 da Convenção da ONU sobre os direitos da pessoa com deficiência, transformada em emenda constitucional pelo Decreto 6949/2009, prevê a adoção de medidas apropriadas para assegurar o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Inclui a identificação e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, devendo ser aplicadas, entre outros, a edifícios, rodovias, meios de transporte e outras instalações internas e externas, inclusive escolas, moradia, instalações médicas e local de trabalho, e informações, comunicações e outros serviços, inclusive serviços eletrônicos e serviços de emergência (CREA, 2017, p. 11).

O artigo 9 da convenção acabou virando Lei.

Os exemplares destes minilivros foram distribuídos em grande proporção em todo o Brasil, as Tiragens: 15.000 exemplares - 1ª Edição (2008) Tiragem: 4.000 exemplares - 2ª Edição Revista e Atualizada (2010). Tiragem: 20.000 exemplares - 3ª Edição Revista e Atualizada (2010). Tiragem: 20.000 exemplares - 4ª Edição Revista e Atualizada (2011).

FIGURA 1 – MINILIVRO DE CAPA BRANCA

FONTE: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopessoascomdeficiencia.pdf>. Acesso em 25 jan. 2019.

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Dentre tantas leis, cabe destacar que a década de 2000 foi a mais promissora de todas as que já passamos, lógico que podemos pensar também que tudo fora uma construção anterior aos anos 2000 e de certa forma foi, mas seu esplendor aconteceu nesta década. Uma Lei federal, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão, traz novamente a cidadania e o respeito, a inclusão social e a igualdade de direito de todos.

Lei Federal nº 13.146, 6 de julho de 2015: institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A LBI, Lei Brasileira de Inclusão, tem como base a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) e é destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando sua inclusão social e cidadania (CREA, 2017, p. 13).

Muitos avanços significativos ocorreram principalmente referentes à acessibilidade, mas vimos no último ano de 2018, alguns apontamentos de retrocessos, tanto em nível federal como em alguns estados brasileiros. Comentaremos na próxima unidade sobre as ameaças que rondam o sistema brasileiro de Educação Especial.

3 LEIS VOLTADAS À ACESSIBILIDADE

Quanto ao conceito de acessibilidade, segundo a própria Lei 10.098, de dezembro de 2000, no artigo 2º, apresenta a “acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance para utilização”, nesta utilização seria o uso de verdade dos locais e dos objetos dos instrumentos em geral e com “segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida” (BRASIL, 2000, p. 3).

Quando se fala em acesso, também é evidente que se não há acesso é porque temos barreiras, estas “barreiras” podem ser, neste caso, arquitetônica, de comunicação, de qualquer impedimento, seja de acesso à informação, em geral. A Lei 10.098, de dezembro de 2000, conceitua as barreiras das seguintes formas:

Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas, classificadas em:a) barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público.Ex.: Falta de rampa de acesso para cadeirantes nas vias públicas;Falta de calçadas com guias para portadores de deficiência visual.b) barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos edifícios públicos e privados.Ex.: Falta de banheiros com portas largas, que permitam o acesso para cadeirantes; Falta de rampas de acesso para cadeirantes em estabelecimentos públicos e privados.c) barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de transportes.

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Ex.: Coletivos urbanos que não possuem elevador para cadeirantes.d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa. (BRASIL, 2000, p. 1).

Na nova redação, na Lei 13.146, de 2015, há algumas mudanças nesses conceitos com acréscimos sempre para melhorar as condições e garantir direitos, pois esta lei, no 13.146, de 2015, é a última versão e com nova redação das demais leis de 2000 até a data de 2015, assim como os decretos. Assim estabelece que:

Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3o do art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno (BRASIL, 2015. p. 1).

Então, revisando e resumindo, as leis que vão tratar da acessibilidade são a Constituição Brasileira, no artigo 5º, as Leis no 10.098 e 10.048, de 2000, onde encontramos também os decretos de 2008 e 2009, e por último, esta de 2015, a Lei 15.146.

Porém, percebemos que mesmo existindo as leis que dão o suporte legal para que os órgãos públicos façam a cobrança, ainda vimos que no dia a dia dos espaços urbanos, seguidos da estrutura das cidades as quais não foram projetadas e sim surgiram de pequenas vilas, a maioria fora de padrão da acessibilidade e das leis e normas que asseguram a inclusão das pessoas com deficiências nos espaços principalmente físicos.

Assim faz o alerta na cartilha da acessibilidade de SC, que por meio do CREA foi criada para esclarecer e a que todos tenham acesso, pensando nos estudantes e futuros engenheiros e arquitetos. A qual destaca que:

As barreiras arquitetônicas são impostas por projetos equivocados, e também por execuções inadequadas, por falta de conhecimento, de manutenção e principalmente fiscalização, do projetado e efetivamente executado. A inclusão social não é resultado de doações, ela busca o compromisso pessoal e atitudinal para melhorar a vida da sociedade como um todo, o direito à dignidade plena. A falta de conhecimento da sociedade que a todos envolve, reforça ainda mais os critérios de acessibilidade. Não apenas como atendimento à Legislação vigente, mas como a necessidade de direitos iguais ao uso dos equipamentos urbanos, aos acessos de espaços públicos. Não se trata de sensibilizar as pessoas, mas conscientizá-las, principalmente os profissionais que necessitam apresentar a técnica na qual foram agraciados pelo conhecimento e do saber científico (CREA, 2017, p. 9).

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Em todos os setores existem os profissionais habilitados para as funções, porém ainda em nível municipal encontramos alguns poucos comprometidos com o seguimento das normas e projetos. É necessário estes projetos estarem sempre pensados em todos os níveis de acessibilidade, tornar-se “normal” um projeto, uma edificação dentro das normas. Sendo assim, se cumpre ao decreto 5.296/04.

(…) cumprimento ao Decreto Federal nº 5.296/04, a concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referências básicas as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras contidas neste Decreto. Da mesma forma, a construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo, ou a mudança de destinação para estes tipos de edificação (CREA, 2017, p. 9).

No que se refere ao desenho universal, está embasado em sete princípios:

IGUALITÁRIO - Uso equiparável (para pessoas com diferentes capacidades); ADAPTÁVEL - Uso flexível (com leque amplo de preferências e habilidades); ÓBVIO - Simples e intuitivo (fácil de entender); CONHECIDO - Informação perceptível (comunica eficazmente a informação necessária) SEGURO - Tolerante ao erro (que diminui riscos de ações involuntárias); SEM ESFORÇO - Com pouca exigência de esforço físico; ABRANGENTE - Tamanho e espaço para o acesso e o uso (GABRILLI, 2016, p. 4).

Se fossem seguidos os princípios do desenho universal nos que se refere aos projetos de modo geral, onde haverá a acessibilidade, onde especifica, por exemplo, no igualitário contemplaria a todos, as pessoas com deficiências, o obeso, a gestante. E assim os demais princípios, se respeitados, estariam no desenho universal.

Voltando à discussão do Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, em que é promulgada a Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com Deficiência e Protocolo facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Não podemos esquecer a grande participação do Brasil em legalizar de fato estes direitos das pessoas com deficiências ao acesso em todos os sentidos. Vejamos uma parte desta constituição no Preâmbulo (na introdução), no artigo 1. Acordaram entre os estados e países, no artigo 1, o Propósito

- O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente. - Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2009, p. 2).

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No objetivo maior que era, sem dúvida, de assegurar os direitos equitativos, isto é, algo justo e de igual valor e preocupação para com as pessoas com deficiências, no que diz respeito aos direitos, principalmente na acessibilidade.

No artigo 2 para o propósito da convenção, vem falar sobre a comunicação ao acesso sob todas as formas de línguas e também sobre a adaptação e ao desenho universal, vejamos:

“Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;“Desenho universal” significa a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O “desenho universal” não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias (BRASIL, 2009, p. 2).

Entende-se por adaptação razoável, por exemplo, para os espaços urbanos onde já existiam prédios, escadarias e locais de difícil acesso ao cadeirante e ao com mobilidade reduzida, que sejam realizadas as adaptações e estas venham melhorar o acesso possibilitando assim a igualdade de direitos de acessar locais antes não disponíveis.

Sobre o desenho universal, é fazer com que todos os engenheiros, os arquitetos e quem vai lidar com o Design comecem a pensar como algo natural aos seus projetos, se esta ideia se tornar natural.

No artigo 3 – sobre os princípios gerais, os quais trazem à tona novamente a base, que é respeito pelas diferenças, nas ações. Vejamos:

Os princípios da presente Convenção são:a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;b) A não-discriminação;c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade;e) A igualdade de oportunidades;f) A acessibilidade;g) A igualdade entre o homem e a mulher;h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade (BRASIL, 2009, p. 3).

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Zelando pelo respeito e a autonomia entre as pessoas, pela liberdade de escolhas, pois a gente sabe e muitos também vivenciaram a época em que as pessoas com deficiências não poderiam opinar e fazer suas próprias escolhas, eram alvo dos ditos normais para decidir suas vidas.

Por muito tempo também se tinha os chavões, diziam “o aleijado, o

manco, pessoa especial”, isto causava uma certa discriminação da pessoa perante os demais, então até em nomes não podem mais ser discriminados, o correto é a pessoa com deficiência física, ou visual e/ ou intelectual, entre outras.

O principal é o respeito pelas diferenças, ser aceito na sociedade como eles são, a participação na vida social, igualdade de direitos entre os homens e mulheres e entre as pessoas com alguma deficiência.

O decreto é extenso e em sua redação total apresenta 50 artigos, indicamos a vocês acadêmicos que leiam e discutam com seus colegas, para que se em algum momento precisarem de esclarecimentos e embasamento legal.

Daremos continuidade à discussão, não de todos os artigos, mas de alguns principais que estão relacionados à deficiência física. Assim, comentaremos mais alguns artigos.

O artigo 4 propõe que sejam implementadas as políticas de educação especial, que sejam realizadas pesquisas para o desenvolvimento tecnológicos e na área da saúde e educacional e informação acessível.

Os artigos 5 e 6 dispõem novamente sobre a não discriminação das pessoas com deficiências e também para com as mulheres com alguma deficiência proporcionando o empoderamento das meninas e mulheres com algum tipo de deficiência.

O artigo 7 vai tratar das crianças com deficiência, as quais guardam “o direito de expressar livremente sua opinião sobre todos os assuntos que lhes disserem respeito, tenham a sua opinião devidamente valorizada de acordo com sua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades com as demais crianças” (BRASIL, 2009, p. 5).

No artigo 8 o decreto vai discorrer sobre a conscientização, onde estipula aos estados a seguinte redação na lei:

a) Conscientizar toda a sociedade, inclusive as famílias, sobre as condições das pessoas com deficiência e fomentar o respeito pelos direitos e pela dignidade das pessoas com deficiência;b) Combater estereótipos, preconceitos e práticas nocivas em relação a pessoas com deficiência, inclusive aqueles relacionados a sexo e idade, em todas as áreas da vida;c) Promover a conscientização sobre as capacidades e contribuições das pessoas com deficiência.

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2.As medidas para esse fim incluem:a) Lançar e dar continuidade a efetivas campanhas de conscientização públicas, destinadas a:i) Favorecer atitude receptiva em relação aos direitos das pessoas com deficiência;ii) Promover percepção positiva e maior consciência social em relação às pessoas com deficiência;iii) Promover o reconhecimento das habilidades, dos méritos e das capacidades das pessoas com deficiência e de sua contribuição ao local de trabalho e ao mercado laboral;b) Fomentar em todos os níveis do sistema educacional, incluindo neles todas as crianças desde tenra idade, uma atitude de respeito para com os direitos das pessoas com deficiência;c) Incentivar todos os órgãos da mídia a retratar as pessoas com deficiência de maneira compatível com o propósito da presente Convenção;d) Promover programas de formação sobre sensibilização a respeito das pessoas com deficiência e sobre os direitos das pessoas com deficiência (BRASIL, 2009, p. 4).

Que haja uma conscientização sob forma de sensibilização, onde possa se combater estereótipos, mudança atitudinal de todas as pessoas, na construção de uma sociedade inclusiva, que o processo de inclusão possa estar permeado em todos os espaços.

No artigo 9, voltamos ao decreto no que se refere à acessibilidade, onde faz com que esta possa se transformar em algo corriqueiro e não mais uma obrigação que está na lei e precisa ser cumprida,

a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas” onde será exigido que cada estado cumpra de fato e faça cumprir, executando multas as quem não cumprir. Assim, deve “assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural (BRASIL, 2009, p. 4).

Seguindo nos comentários dos artigos, incluímos o de número 10, 11 e 12, em que no 10 vai enfatizar o direito à vida, como já comentamos na unidade, muitos povos matavam as crianças e pessoas com deficiência, no decreto, assegura-se o direito à vida e com as mesmas oportunidades às demais pessoas. O artigo 11 assegura as situações de risco e emergências humanitárias e o artigo 12 garante a igualdade de direitos perante a lei.

Os artigos 13,14,15, 16,17 e 18 continuam tratando dos direitos, como o enunciado de cada um nos apresenta, sendo: Artigo 13 - Acesso à justiça; Artigo 14 - Liberdade e segurança da pessoa; Artigo 15 - Prevenção contra tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes; Artigo 16 - Prevenção contra a exploração, a violência e o abuso; Artigo 17 - Proteção da integridade da pessoa; Artigo 18 - Liberdade de movimentação e nacionalidade.

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No artigo 19, nos traz a questão sobre a vida independente e inclusão na sociedade, em que as pessoas com deficiência poderão exercer os direitos de morara sozinhas e onde quiserem. Claro, mediante condições favoráveis a isto. Assim assegura a Lei:

a) As pessoas com deficiência possam escolher seu local de residência e onde e com quem morar, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, e que não sejam obrigadas a viver em determinado tipo de moradia;b) As pessoas com deficiência tenham acesso a uma variedade de serviços de apoio em domicílio ou em instituições residenciais ou a outros serviços comunitários de apoio, inclusive os serviços de atendentes pessoais que forem necessários como apoio para que as pessoas com deficiência vivam e sejam incluídas na comunidade e para evitar que fiquem isoladas ou segregadas da comunidade;c) Os serviços e instalações da comunidade para a população em geral estejam disponíveis às pessoas com deficiência, em igualdade de oportunidades, e atendam às suas necessidades. (BRASIL, 2009, p. 8).

Percebemos que nos locais comunitários, por exemplo, os lares (abrigos), nem sempre há vaga se tratando de pessoas com deficiências e, em locais particulares, o benefício que estas pessoas recebem não contempla o valor, geralmente eles recebem até um salário-mínimo e os locais cobram em torno de três a quatro salários para dar moradia, ficando impossibilitados de morar nestes locais. Nas famílias, nem sempre os familiares querem esta pessoa com deficiência para morar na casa, muitas vezes é necessária a intervenção judicial para definir um local e colocar na obrigação da família os cuidados da pessoa com deficiência.

Os artigos 20 - Mobilidade pessoal e o artigo 21 - Liberdade de expressão e de opinião e acesso à informação vão tratar da garantia das pessoas com deficiências ao acesso às tecnologias, às informações com uso de recursos de línguas e de sistemas de escrita e leitura, como o Braille e a Língua de Sinais, assim como o acesso às tecnologias assistivas para as pessoas com deficiências físicas.

Continuando nossas reflexões sobre o que tratam os artigos do decreto, nos artigos 21 e 22, será assegurada a questão do respeito à privacidade e o respeito pelo lar e pela família, onde “As pessoas com deficiência têm o direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques” (BRASIL, 2009, p. 9). Onde o direito a ter sua própria família esteja incluso na sua vida social e de escolha dos pretendentes, ou “seja reconhecido o direito das pessoas com deficiência, em idade de contrair matrimônio, de casar-se e estabelecer família, com base no livre e pleno consentimento dos pretendentes” (BRASIL, 2009, p. 9).

O artigo 24 – da Educação – garante e assegura totalmente a igualdade

de oportunidades à Educação, matricular-se e manter a seriação, sendo dever e obrigação das escolas públicas. Sendo assim, destacamos:

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(…) b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem;c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas;d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena (BRASIL, 2009, p. 10).

Com a política de inclusão em todos os estados e a proposta sendo cumprida pelo MEC, o apoio, a distribuição de materiais e a fomentação desta política vieram a favorecer a todos os alunos com algum tipo de deficiência, a exemplo disso, as verbas vindas para as escolas para que fossem feitas as adaptações necessárias a acessibilidades dos alunos com deficiência física.

A exemplo da aplicação destas verbas vindas diretas para as escolas, para aquisição dos recursos, alguns traremos imagens para exemplificar.

FIGURA 2 – BEBEDOURO ACESSÍVEL – A MAIORIA DAS ESCOLAS ADQUIRIU ESTE PARA OS ALUNOS

FONTE: <http://brasildecorar.com.br/bebedouro_acessivel.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Nas escolas também foram feitas as adaptações mais urgentes e necessárias, como diz a lei, assim algumas não ficaram dentro dos padrões, porém, por existir prédios antigos e sem condições de adequações. Vejamos alguns exemplos destes acessos, construídos com o dinheiro da acessibilidade nas escolas.

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FONTE: <http://especiais.g1.globo.com/educação/2015/censo-escolar-2014/a-escola-acessivel-ou-nao.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 3 – RAMPA E BANHEIRO ADAPTADOS – CONSTRUÇÕES ANTIGAS (ESCOLA EM GOIÁS)

FONTE: <http://especiais.g1.globo.com/educação/2015/censo-escolar-2014/a-escola-acessivel-ou-nao.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 4 – CARTEIRAS ADAPTADAS

Os artigos 25 – saúde e o Artigo 26 – Habilitação e reabilitação contemplam a saúde, garantem o acesso e a preferência ao atendimento às pessoas com deficiência. “Fortalecerão e ampliarão serviços e programas completos de habilitação e reabilitação, particularmente nas áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais, de modo que esses serviços e programas” (BRASIL, 2009, p. 10). Inclui neste caso a reabilitação das pessoas com deficiência em atendimento pelo Sistema Único da Saúde, neste caso, na deficiência física, atendimento em casa de fisioterapia, entre outros. Em Brasil (2009, p. 10): “Oferecerão às pessoas com deficiência programas e atenção à saúde gratuitos ou a custos acessíveis da mesma variedade, qualidade e padrão que são oferecidos às demais pessoas (…)”.

No artigo 27 – Trabalho e emprego. “Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas” (BRASIL, 2009, p. 10). Igualdade de acesso ao trabalho, onde muitas empresas acabam praticamente implorando pessoas com deficiência para cumprir com a Lei, nem sempre o acesso é igual aos demais, muitas vezes oferecem menos tempo de trabalho e o salário menor. A dificuldade das pessoas com deficiência física é o local adequado para exercer o trabalho. “Esse direito

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abrange o direito à oportunidade de se manter com um trabalho de sua escolha ou aceitação no mercado laboral, em ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas com deficiência” (BRASIL, 2009, p. 10).

Artigo 28 – Padrão de vida e proteção social adequados e Artigo 29 – Participação na vida política e pública. Ambos vêm tratar das questões sociais, oferecer condições de vida digna. Assim como a garantia da participação na política, vimos várias pessoas com deficiência exercendo este direito.

A exemplo temos a Deputada Federal Mara Gabrilli, cadeirante, eleita em 2018 senadora por São Paulo.

FONTE: <https://goo.gl/FHxaxC>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FONTE: <https://goo.gl/tYkKLg>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 5 – SANTINHO DA CANDIDATA A SENADORA EM SP. ELEIÇÕES 2018

FIGURA 6 – SENADORA MARA GABRILLI, REPRESENTANTE TAMBÉM NA ONU DO BRASIL

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O artigo 30 visa a participação na vida cultural e em recreação, lazer e esporte, este é um dos artigos que são bem complicados de serem cumpridos, observando as pessoas com deficiências físicas, visto que uma grande parte é de pessoas com restrição financeira, outro agravante é a capacidade de sair viajar sozinho, por exemplo, poucos têm autonomia e vida independente. Quanto ao esporte, muitos conseguem praticar algum tipo de esporte, basquete sobre rodas, futebol, natação, entre outros. Muito importante nesta luta são as associações de pessoas com deficiência em cada município.

Algumas pessoas com deficiências conseguem se destacar no quesito laser, esportes, viagens, são os com deficiência visual e auditivo, estes com suas carteirinhas de passe livre, têm autonomia e são independentes, viajam, passeiam pelo país todo, mas deveria estar garantido, neste caso, o acesso a estes locais, com o uso da Língua de Sinais e audiodescrição num cinema e outros.

No artigo 31 – Estatísticas e coleta de dados. Neste caso vimos que “... coletarão dados apropriados, inclusive estatísticos e de pesquisas, para que possam formular e implementar políticas destinadas a pôr em prática a presente Convenção” (BRASIL, 2009, p. 11).

Seguindo na discussão dos artigos do Decreto, o artigo 32 – Cooperação

internacional, no que diz respeito à cooperação, declara: “b) Facilitar e apoiar a capacitação, inclusive por meio do intercâmbio e compartilhamento de informações, experiências, programas de treinamento e melhores práticas; c) Facilitar a cooperação em pesquisa e o acesso a conhecimentos científicos e técnicos” (BRASIL, 2009, p. 11). Neste artigo, o Brasil vem colaborando de forma significativa, desde os seminários realizados de forma local, regional, estadual, nacional e internacional.

No artigo 33 – Implementação e monitoramento nacionais assegura-se que: “Os Estados Partes levarão em conta os princípios relativos ao status e funcionamento das instituições nacionais de proteção e promoção dos direitos humanos” (BRASIL, 2009, p. 12).

No artigo 34 – Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, trata-se da eleição do comitê, regulamenta como deverá ser esta eleição. E os demais artigos, de 35 ao número 50, vai tratar de relatórios e considerações.

Todos precisam estar atentos à legislação para não perder direitos e oportunizar a todos o acesso e o pleno exercício da cidadania.

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Breve trajetória histórica do movimento das pessoas com deficiência

Izabel Maior

A história das pessoas com deficiência no Brasil evoluiu no século XIX, com a educação especial de cegos e de surdos em internatos, como na Europa. Nessa época foi introduzido o sistema Braille de escrita para os cegos e, entre 1880 e 1960, os surdos foram proibidos de usar a língua de sinais para não comprometer o aprendizado compulsório da linguagem oral. (LANNA JÚNIOR, 2010). Esse fato representa no Brasil a mais emblemática dominação da cultura hegemônica de ouvintes sobre o grupo minoritário de surdos, o qual foi impedido de se desenvolver em sua cultura natural.

No início do século XX estabeleceram-se as escolas especiais para crianças com deficiência mental (atualmente deficiência intelectual), nas redes paralelas ao ensino público, devido à omissão do Estado. A educação especial é aplicada principalmente nas associações Pestalozzi (nome do criador do método) e nas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Os termos “excepcionais” e “portadores de necessidades especiais”, embora anacrônicos e incorretos, persistem na sociedade, particularmente por serem repetidos pela mídia, evidenciando o modelo integrador da deficiência.

As pessoas com deficiência física (antes chamadas “deficientes físicos”) eram ligadas à área da saúde, em centros de reabilitação, mantidos por iniciativa não governamental.

Esses centros surgiram a partir da epidemia de poliomielite nos anos 1950 e 1960, adotando terapias instituídas a partir da II Guerra Mundial.

Na área pública no século XX, desenvolveram-se políticas assistencialistas, divorciadas da inserção social. Essas iniciativas correspondem também ao modelo biomédico ou de integração, calcado nos esforços de normalização das pessoas com deficiência para atender os padrões de desempenho e estética exigidos pela sociedade, sem que se alterem seus sistemas e práticas.

Ao final dos anos 1970, cresceu a consciência que resultaria no movimento político das pessoas com deficiência. Evidenciou-se o contraste entre instituições tradicionais para atendimento e associações de pessoas com deficiência. (LANNA JÚNIOR, 2010). Esse cenário persiste nos dias atuais.

A “fase heroica” do movimento das pessoas com deficiência coincide com a abertura política, quando reunidas em Brasília em 1980, as associações 2 construíram a pauta comum de reivindicações de seus direitos. O 1° Encontro fez nascer o sentimento de pertencimento a um grupo, a consciência de que os problemas eram coletivos e, portanto, as batalhas e as conquistas deveriam visar ao espaço público (SÃO PAULO, 2011).

Segundo Figueira, “Se até aqui a pessoa com deficiência caminhou em silêncio, excluída ou segregada em entidades, a partir de 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, promulgado pela ONU, passou a se organizar politicamente” (FIGUEIRA, 2008). Em depoimento, Sassaki conta que “pela primeira vez surgiu a palavra pessoa para conferir dignidade e identidade ao conjunto das pessoas deficientes” (LANNA JÚNIOR, 2010).

O movimento culmina com a ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Brasil, A participação direta e efetiva dos indivíduos não foi fruto do acaso, mas decorre do paulatino fortalecimento deste grupo populacional, que passou a exigir direitos civis, políticos, sociais e econômicos (GARCIA, 2011).

IMPORTANTE

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No âmbito do governo federal foi criada a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), responsável pela Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e, posteriormente, surgiu o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE).

Em 2009 a CORDE tornou-se a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na estrutura da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Cabe ao órgão propor e avaliar as leis e decretos, articular as políticas interministeriais para a agenda de inclusão e o apoio aos. A CORDE conduziu, em parceria com a sociedade, o processo de ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e é responsável por seu monitoramento.

Em São Paulo foi criada a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência pela Lei Complementar 1.038/2008, para exercer funções que contribuam para a adequada condução das políticas públicas que visem à melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e de suas famílias. (SÃO PAULO, 2008) Essa Secretaria vem se destacando no âmbito interno com estudos e políticas inovadoras e iniciativas internacionais de repercussão.

Legislação Brasileira

O conjunto das leis brasileiras destinadas aos direitos das pessoas com deficiência é reconhecido como um dos mais abrangentes do mundo. Na Constituição Federal (BRASIL, 1988) estão os direitos específicos do segmento distribuídos em vários artigos. A política de inclusão, acessibilidade, garantias 3 para surdos, cegos e pessoas com baixa visão têm leis próprias. Outra parte importante dos direitos está inserida, de forma transversal, na legislação geral da saúde, educação, trabalho, proteção social, cultura, esporte, etc. As leis mais recentes apresentam o recorte da pessoa com deficiência, como, por exemplo, a acessibilidade nos programas habitacionais públicos e a política de mobilidade urbana.

A primeira lei federal abrangente sobre as pessoas com deficiência é a Lei 7.853/1989 (regulamentada pelo Decreto 3.298/1999). A lei dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Corde institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público e define crimes.

É importante conhecer os crimes puníveis com reclusão de um a quatro anos e multa: recusar matrícula, obstar acesso a cargo público, negar emprego ou trabalho, recusar internação ou deixar de prestar assistência médica, deixar de cumprir a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta lei e recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

A acessibilidade é tratada nas Leis 10.048 e 10.098/2000 e no Decreto 5296/2004, que regulamenta a prioridade de atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (idosos, gestantes) e estabelece normas para a promoção da acessibilidade. Esse decreto é o mais conhecido entre as pessoas com deficiência porque disciplina as condições que impactam sua vida cotidiana. O decreto trata da acessibilidade amplamente: acesso aos espaços públicos e edificações, moradias, bens culturais imóveis, todos os modais de transportes coletivos e terminais de embarque e desembarque.

Essa legislação assegura a acessibilidade na comunicação e informação, telefonia fixa e móvel, legendas, janela com intérprete da Libras, audiodescrição (narrativa de imagens para cegos) na televisão, no cinema, no teatro, em campanhas publicitárias e políticas; sites acessíveis e tecnologia assistiva (equipamentos que conferem autonomia, desde talher adaptado à embreagem manual de carro ou o programa computacional de leitura da tela para cegos).

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A Lei 10.436/2002 é específica para a pessoa surda ao oficializar a Língua Brasileira de Sinais – Libras, mantido o português escrito como segunda língua. É obrigatória a capacitação dos agentes públicos em Libras. O Decreto 5626/2005 define a educação bilíngue, a formação de tradutores e intérpretes de Libras, que tiveram a profissão regulamentada pela Lei 12.319/2010, fato que permite concursos públicos e contratação desses profissionais.

As pessoas cegas ou com baixa visão, após a Lei 11126/2005 e o Decreto 5904/2006, podem ingressar e permanecer com o cão-guia em ambientes e transportes coletivos, com espaço preferencial demarcado.

A ação afirmativa mais importante para as pessoas com deficiência é o acesso ao trabalho. A Lei 8112/1990 determinou a reserva de cargos nos concursos públicos e a Lei 8213/1991 estabeleceu a reserva de 2 a 5% dos cargos nas empresas com 100 ou mais empregados para beneficiários reabilitados e pessoas com deficiência habilitadas profissionalmente. Apesar da fiscalização e multas há uma grande resistência dos empresários em contratar trabalhadores com deficiência, por discriminação e recusa de prover acessibilidade nos ambientes de trabalho. Algumas sentenças judiciais aceitam as justificativas dos empresários e perpetuam a exclusão das pessoas com deficiência. Se o direito ao trabalho não for respeitado não haverá inclusão.

O direito à educação especial está assegurado na Lei 9394/1996, referente às bases da educação nacional e prevê recursos pedagógicos específicos para cada aluno com deficiência. Em 2007, o MEC editou a Política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva, obedecendo à Convenção da ONU: sistema de ensino inclusivo, com aula na classe comum e atendimento educacional especializado em turno oposto, para garantir a inclusão com qualidade. São exigidas: sala de recursos multifuncionais, instalações acessíveis, formação de professores para o atendimento de alunos surdos na educação bilíngue e para o ensino do sistema Braille aos alunos cegos ou com baixa visão, além de material didático acessível. Persiste a defesa das escolas especiais separadas para alunos com deficiência intelectual e múltipla principalmente, pois parte da sociedade ainda as considera necessária e usa sua força política para mantê-las, apesar disso a educação inclusiva avança.

A Lei 8742/1993 estabeleceu o atendimento da pessoa com deficiência em diversos tipos serviços da Assistência Social, tais como residências inclusivas, modelo de moradia com apoios para a autonomia e a vida independente na comunidade. Essa modalidade pode atender aos casos de violência que precisam sair de casa. A lei também define a concessão do benefício de prestação continuada (BPC), no valor de um salário mínimo mensal, destinado ao enfretamento da situação de extrema pobreza de vida de muitas pessoas com deficiência.

A legislação relativa à pessoa com deficiência do Estado de São Paulo encontra-se consolidada na Lei 12.907/2008 (atualizada até a Lei 14.467, de 08 de junho de 2011).

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, homologada em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU), é o mais recente tratado internacional de direitos humanos e foi o primeiro a contar com a voz dos movimentos sociais na fase de elaboração (PAULA e MAIOR). Sob o lema “Nada sobre nós, sem nós”, o documento apresenta o conjunto de medidas a serem cumpridas pela sociedade e governos, com igual responsabilidade, visando à justiça social com igualdade de oportunidades.

No Brasil, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi ratificada com base no § 3º do artigo 5º da Constituição, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, passando a marco constitucional. O Decreto legislativo 186/2008 (BRASIL, 2008) ratificou-a e o Decreto 6.949/2009 completou o processo de internalização (BRASIL, 2009). É a única convenção com status constitucional. A denominação oficial do segmento passou a ser “pessoa com deficiência”.

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São princípios da Convenção: a autonomia, a liberdade de fazer as próprias escolhas, a não-discriminação, a participação e inclusão, o respeito pelas diferenças e a pessoa com deficiência como parte da diversidade humana, a igualdade de oportunidades, a acessibilidade, a igualdade de gênero e o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência.

A Convenção estabelece a acessibilidade como princípio e como direito, a condição para a garantia de todo e qualquer direito humano (BEZERRA, 2014). O descumprimento da acessibilidade equivale à discriminação com base na deficiência. Não existe liberdade de expressão sem as tecnologias de informação e comunicação acessíveis, tal como não se realiza o acesso ao trabalho sem respeito pela diferença, transporte e acomodações acessíveis.

Devido à força constitucional, a Convenção condiciona todas as leis, decretos, e outras normas atinentes às pessoas com deficiência, assim como aumentaram as obrigações do Estado, em todas as esferas de governo, do segundo e terceiro setores, com ativa participação da pessoa com deficiência e das famílias (MAIOR; MEIRELLES, 2010).

Tão importante quanto a Convenção é o seu Protocolo Facultativo, pois se não forem suficientes as instâncias nacionais, o Comitê da Convenção atuará no monitoramento e na apuração de denúncias de violações dos direitos humanos, individuais e coletivos, oriundos dos países signatários do documento opcional (PAULA; MAIOR, 2008).

Cabe destacar alguns artigos da Convenção que trazem significativos avanços à proteção e garantia dos direitos das pessoas com deficiência.

O artigo 1 permite o entendimento do modelo social da deficiência adotado: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo 6 de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Segundo Fonseca, esse conceito de deficiência é revolucionário devido à percepção de que a deficiência está na sociedade, não nos atributos dos cidadãos que apresentem impedimentos e, na medida em que as sociedades removam essas barreiras culturais, tecnológicas, físicas e atitudinais, as pessoas com impedimentos têm assegurada (ou não) a sua cidadania (FONSECA, 2007).

O artigo 2 define “discriminação por motivo de deficiência” como qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de impedir o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos humanos. É essencial para o enquadramento de casos de denúncia do cotidiano.

O artigo 23 – respeito pelo lar e pela família – aborda os diretos relativos a casamento, família, paternidade e relacionamentos. As pessoas com deficiência, inclusive crianças, têm o direito de manter a fertilidade e os direitos sexuais, sem ressalvas em razão da deficiência, e devem receber orientação acessível sobre planejamento familiar; têm direito à guarda, custódia, curatela e adoção de crianças, bem como contar com assistência na criação dos filhos.

Para evitar ocultação, abandono, negligência e segregação de crianças com deficiência, o governo fornecerá informações abrangentes sobre serviços e apoios a crianças com deficiência e suas famílias. Uma criança não será separada de seus pais contra a vontade destes, sob a alegação de deficiência da criança ou de um ou ambos os pais.

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O artigo 12 – igualdade perante a lei - estabelece que todas as pessoas com deficiência gozem de capacidade legal, a ser exercida de forma independente ou com os apoios sociais necessários para a expressão da sua vontade. A atuação do representante legal passará por revisão regular de uma autoridade competente, que impeça conflitos de interesse. Somente é permitida a interdição parcial prevista na lei brasileira, sob a supervisão do Ministério Público e da Justiça.

O artigo 13 – acesso à Justiça – determina adaptações processuais para facilitar o efetivo papel das pessoas com deficiência como participantes, inclusive como testemunhas, em todos os procedimentos jurídicos, tais como investigações e outras etapas preliminares. O mesmo artigo obriga os governos a promover a capacitação apropriada daqueles que trabalham na área de administração da justiça, inclusive a polícia e os funcionários do sistema penitenciário.

No artigo 14 – liberdade e segurança da pessoa – assegura-se que, se pessoas com deficiência forem privadas de liberdade mediante algum processo, receberão apoios e adaptações razoáveis de acordo com sua deficiência.

O artigo 15 – prevenção contra tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes – impede experimentos médicos ou científicos sem seu livre consentimento.

O artigo 17 – proteção da integridade da pessoa – o artigo reflete o ranço histórico a ser vencido; reafirma que toda pessoa com deficiência tem o direito de sua integridade física e mental ser respeitado, em igualdade de condições com as demais pessoas. Ressalta-se o artigo 16 - prevenção contra a exploração, a violência e o abuso apresentado de forma didática. Atenção ao recorte de gênero e à visibilidade para a criança, já que mulheres, meninas e meninos estão em dupla vulnerabilidade. Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas de natureza legislativa, administrativa, social, educacional e outras para proteger e prevenir as pessoas com deficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todas as formas de exploração, violência e abuso, assegurando:

- formas apropriadas de atendimento e apoio que levem em conta o gênero e a idade das pessoas com deficiência e de seus familiares e atendentes;- informação e educação sobre a maneira de evitar, reconhecer e denunciar casos de exploração, violência e abuso;- serviços de proteção que levem em conta a idade, o gênero e a deficiência das pessoas;- programas e instalações destinados a atender pessoas com deficiência efetivamente monitorados por autoridades independentes;- medidas apropriadas para promover a recuperação física, cognitiva e psicológica, inclusive mediante a provisão de serviços de proteção;- medidas de reabilitação e a reinserção social de pessoas com deficiência que forem vítimas de qualquer forma de exploração, violência ou abuso; - recuperação e reinserção em ambientes que promovam a saúde, o bemestar, o autorrespeito, a dignidade e a autonomia da pessoa e levem em consideração as necessidades de gênero e idade;- adoção de leis e políticas efetivas, inclusive legislação e políticas voltadas para mulheres e crianças, a fim de assegurar que os casos sejam identificados, investigados e, caso necessário, julgados.

As medidas determinadas pela Convenção e pelos artigos 57 a 59 da Lei Estadual 12907/2008 (SÃO PAULO, 2008), encontram-se devidamente aplicadas à realidade de São Paulo no Programa Estadual de Prevenção e Combate à Violência contra Pessoas com Deficiência.

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O programa foi instituído pelo Decreto 59316/2013, junto à Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e envolve instâncias correlatas. (SÃO PAULO, 2013)

Considerações finais

A trajetória do movimento de luta das pessoas com deficiência descreve os sucessivos “não” enfrentados em suas vidas, marcadas pela discriminação, invisibilidade e desigualdade. Essas graves circunstâncias ainda persistem, todavia contabilizam-se avanços na sociedade brasileira, tanto devido aos esforços iniciais das famílias e dos profissionais, quanto, principalmente, em decorrência da organização do movimento sociopolítico das próprias pessoas com deficiência, sem tutela e alicerçadas no paradigma dos direitos humanos.

A inserção de suas demandas na Constituição Federal de 1988, a elaboração de leis específicas e suas peculiaridades atendidas na legislação geral são provas da atuação direta e efetiva. Soma-se a isso o crescimento da presença das pessoas com deficiência na escola, no trabalho, em conselhos de direitos e em cargos de gestão da política de inclusão.

No entanto, o quantitativo de pessoas com deficiência incluídas é ainda reduzido. A participação do segmento na elaboração e na ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como marco constitucional reflete a capacidade de mobilização e atuação política.

O desafio atual é o cumprimento da lei, com políticas de Estado, ações concretas e permanentes, provisão de acessibilidade em todas as áreas, fiscalização, responsabilização dos agentes públicos e da sociedade pelos atos de discriminação no cotidiano.

A falta de intérpretes de Libras, a inexistência de calçadas e transportes acessíveis, a recusa de matrícula nas escolas e a resistência à contratação para o trabalho exemplificam problemas em pauta. Existem outras questões de violação dos direitos até agora não enfrentadas. A violência contra as pessoas com deficiência é a mais cruel face da desvalorização da vida humana e não pode ser ignorada nem tolerada.

Espera-se que o conhecimento sobre a situação das pessoas com deficiência, o engajamento das instâncias públicas, as mudanças em todo o sistema e a capacitação para o enfretamento das diversas formas de violência represente um novo marco para a inclusão e a justiça social.

Referências (resumida): A Constituição Federal e as leis e decretos federais citados estão disponíveis no Portal da legislação do governo federal: http://www4.planalto.gov.br/legislacao Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Consulta direta em:

BRASIL. Decreto Legislativo n. 186, de 9 de agosto de 2008. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2008/decretolegislativo-186-9-julho2008-577811-norma-pl.html>. Acesso em: 5 fev. 2015.

BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em: 5 fev. 2015. Legislação do Estado de São Paulo citada:

SÃO PAULO. Lei Complementar n. 1038, de 6 de março de 2008. Disponível em: http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2008/lei.complementar-1038-06.03.2008.html Acesso em: 26 janeiro 2015

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

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SÃO PAULO. Lei n. 12.907, de 15 de abril de 2008. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/alteracao-lei-12907- 15.04.2008.html>. Acesso em: 26 jan. 2015.

SÃO PAULO. Decreto n. 59.316, de 21 de julho de 2013. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2013/decreto-59316- 21.06.2013.html>. Acesso em: 26 jan. 2015.

BEZERRA, Rebeca Monte Nunes. Artigo 9. Acessibilidade. In DIAS, Joelson et al. (orgs.) Novos Comentários à Convenção sobre os Diretos das Pessoas com Deficiência, Brasília, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2014.

FIGUEIRA, Emilio. Caminhando em silêncio: uma introdução à trajetória da pessoa com deficiência na história do Brasil. São Paulo, Giz Editorial, 2008.

FONSECA. Ricardo Tadeu Marques da. O conceito revolucionário da pessoa com deficiência, 2007. Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smacis/default.php?reg=4&p_secao=96>. Acesso em: 15 out. 2014.

GARCIA, Vinicius Gaspar. As pessoas com deficiência na história do Brasil. 2011. Disponível em: <http://www.bengalalegal.com/pcd-brasil>. Acesso em: 22 jan. 2015.

LANNA JUNIOR, Mário Cléber Martins (Comp.). História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010.

MAIOR, Izabel de Loureiro; MEIRELLES, Fábio. A Inclusão das Pessoas com Deficiência é uma Obrigação do Estado Brasileiro. In: LICHT, Flavia Boni; SILVEIRA, Nubia (orgs.). Celebrando a Diversidade: o direito à inclusão, ebook, Planeta Educação, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/Celebrando-Diversidade.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2014.

PAULA, Ana Rita de; MAIOR, Izabel Maria Madeira de Loureiro. Um mundo de todos para todos: Universalização de direitos e direito à diferença. Revista Direitos Humanos. Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Brasília/DF, n.1. Dezembro de 2008.

FONTE: <http://violenciaedeficiencia.sedpcd.sp.gov.br/pdf/textosApoio/Texto2.pdf>.

Prezado acadêmico, a revista do CREA é muito importante para todos e em especial aos estudantes de arquitetura, de engenharia, mestre de obras, pedreiros e aos municípios que executam algumas obras pública, sendo assim a dica a seguir é acessar esta revista completa em pdf na internet e ou no CREA de sua cidade.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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DICAS

Procure o CREA (Conselho regional de agronomia e engenharia) de seu município e ou estado, em cada estado tem o CREA e você coloca as iniciais de seu estado. No CREA você consegue a cartilha de orientação à acessibilidade, de forma física impressa, que seria muito melhor, mas você baixa da internet em PDF e salva para uso quando necessário, também é um recurso para ter e orientar quando necessário.

CAPA DA CARTILHA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE, ORGANIZADA PELO CREA – SC

FONTE: <http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/cartilha-acessibilidade-final-2017_FINAL_WEB.pdf>.

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• Há leis e documentos voltados a garantir os direitos das pessoas com deficiências, enfocamos mais na área da deficiência física.

• Os direitos da acessibilidade estão assegurados a todos os cidadãos brasileiros a partir da constituição Federal a qual nos garante o direito de ir e vir, segue nos demais artigos 5º sobre a locomoção que estabelece que: “XV – (…) é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens” (CREA, 2017, p. 11, Cartilha de orientação da acessibilidade de SC).

• As leis federais, como a 10.048 e a 10.098, de 2000, estabeleceram normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, temporária ou definitivamente. A Lei no 10.048, de 2000, vem tratar do atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios de transportes e inova ao introduzir penalidades ao seu descumprimento, a Lei no 10.098, de 2000, subdivide o assunto em acessibilidade ao meio físico, aos meios de transporte, na comunicação e informação e em ajudas técnicas.

• O Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, o qual vem definir a implementação da acessibilidade de um modo geral, sendo: (…) a implementação da acessibilidade arquitetônica e urbanística, à mobilidade urbana, a construção de calçadas (CREA, 2017, p. 11, Cartilha de orientação da acessibilidade de SC). Poderão pesquisar mais na íntegra do decreto.

• Dentre tantas leis, cabe destacar que a década de 2000 foi a mais promissora de todas as que já passamos, lógico que podemos pensar também que tudo fora uma construção anterior aos anos 2000 e de certa forma foi, mais seu esplendor aconteceu nesta década. Uma Lei federal a LBI – Lei Brasileira de Inclusão.

• A Lei no 10.098, de dezembro de 2000, conceitua as barreiras da seguinte forma: Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, em barreiras arquitetônicas urbanísticas; barreiras arquitetônicas nos transportes; barreiras nas comunicações (BRASIL, 2000, p. 1).

• É preciso saber o número das leis e o que contém cada uma delas, para que o dia que precisarem procurar e/ ou reclamar algum direito, possam estar cientes das leis que vão tratar da acessibilidade, que são: a Constituição brasileira, artigo 5º, as Leis no 10.098 e no 10.048, de 2000, os decretos de 2004, 2008 e 2009, e por último esta de 2015, a Lei no 15.146.

• A importância do desenho universal, que precisa ser estudada e divulgada.

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AUTOATIVIDADE

Nas atividades a seguir faremos uma revisão da legislação quanto à acessibilidade das pessoas com deficiência física.

1 A lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, foi uma das primeiras leis, após a constituição que vem esclarecer garantindo os direitos quanto a acessibilidade. É correto afirmar sobre a acessibilidade as seguintes afirmações, “exceto” uma.

a) ( ) Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.

b) ( ) Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

c) ( ) Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de alguns espaços, e alguns mobiliários, e nem todos os equipamentos urbanos estarão disponível com acesso, porém vai depender de governantes e de pessoas com deficiência física que tenha movimentos a favor destes direitos.

d) ( ) Pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

2 Em 2004, através do Decreto no 5296, regulamentam-se as Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. No decreto deixa mais claro e esmiuçado o que se quer dizer através de artigos e parágrafos mais definidos para com os direitos. Assim, analise e classifique em V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas.

a) ( ) A aprovação de projeto de natureza arquitetônica e urbanística, de comunicação e informação, de transporte coletivo, bem como a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva.

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b) ( ) Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.

c) ( ) Mobiliário e/ ou espaço urbano: um componente das obras de urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneamento, distribuição de energia elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico.

d) ( ) I - a priorização das necessidades, a programação em cronograma e a reserva de recursos para a implantação das ações; e II - o planejamento, de forma continuada e articulada, entre os setores envolvidos.

Assinale a sequência CORRETA das respostas. a) ( ) V-V-F-V.b) ( ) V-V-F-F.c) ( ) F-F-V-V. d) ( ) V-V-V-V.

3 Muito se tem falado sobre o desenho universal para a arquitetura em geral. Neste sentido, o Desenho Universal ou Desenho para Todos visa à concepção de objetos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados a ser utilizados pela generalidade das pessoas, sem recurso a projetos adaptados ou especializados. Assinale a resposta que mais combina com o conceito do desenho universal.

a) ( ) Nem em todos os projetos é preciso respeitar os sete princípios. b) ( ) No desenho para todos assume-se, assim, como instrumento privilegiado

para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da inclusão social, e o seu objetivo é o de simplificar a vida de todos, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, tornando os produtos, estruturas, a comunicação/ informação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número de pessoas possível, a baixo custo ou sem custos extras, para que todas as pessoas e não só as que têm necessidades especiais, mesmo que temporárias.

c) ( ) No desenho universal, talvez nem todas as pessoas poderão ser privilegiadas e integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.

d) ( ) Em 1985, foi criada a primeira norma técnica brasileira relativa à acessibilidade, “Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos à pessoa portadora de deficiência”. Em 1994, essa norma passou por uma primeira revisão e em 2014 pela última, a qual vale até hoje para regulamentar todos os aspectos de acessibilidade no Brasil.

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TÓPICO 3

A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Dando continuidade, neste tópico 3 da Unidade 2, sobre a reabilitação das pessoas com deficiência física, veremos as várias possibilidades de reabilitar, de formas também paliativas de lidar com a deficiência, se tornando menos dolorosa a todos, à pessoa com sequelas e aos que convivem com ela. Conheceremos os centros que se dedicam à reabilitação das pessoas com deficiências físicas e dicas importantes para o dia a dia de conviver e usar de recursos especiais voltados à reabilitação.

2 REABILITAÇÃO

Segundo o dicionário Aurélio (1999, p. 1710), a reabilitação conceitua-se como: “Restituir direitos e prerrogativas (que se tinham perdido por sentença judicial); Declarar que o sentenciado está inocente; Ajudar à reinserção social de: Reabilitar um toxicômano, Reparar, renovar (um imóvel, um bairro antigo), reabilitação motora como reeducação motora”.

O processo de reabilitação geralmente é demorado e dolorido para quem

passa, porém muito importante a todos que estão envolvidos e é um processo, depende muito de cada um e de cada comprometimento.

Vários encaminhamentos para reabilitação geralmente se dão por meio de uma equipe multidisciplinar, profissionais capacitados, tratamento humanizado no atendimento à pessoa com deficiência.

Nas principais patologias que são encaminhadas para a reabilitação estão as paralisias cerebrais, doenças neuromusculares, malformações congênitas, lesões encefálicas adquiridas causadas por traumas, acidentes e também alguns casos de AVC, tumores e amputação.

A reabilitação, como já comentamos, exige uma equipe, pois há casos

e casos, alguns necessitam de outros acompanhamentos, como psicólogos, neurologistas, psiquiatras, terapias serviço social, hidroterapia, equoterapia, práticas desportivas, que poderão incluir natação, basquete, entre outros.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Não podemos esquecer também que com a idade e com a mobilidade reduzida começam a aparecer a comorbidade e nisso as patologias, os problemas cardíacos, respiratórios, urinários, de rins, de olhos e de ouvidos, entre outros. Assim vão precisar de profissionais destas áreas para tratamento específico que irão passar a fazer parte da reabilitação também.

3 CENTROS VOLTADOS À REABILITAÇÃO FÍSICA

Quando pensamos em centros de reabilitação, logo vem em mente a AACD, vem a fisioterapia como grande base deste trabalho e sem dúvida são dentro da normalidade, isto é, uma reabilitação comum, é o que acontece de mais corriqueiro no dia a dia, a fisioterapia principalmente.

A AACD é a referência de centro de reabilitação no Brasil, mas nem todos

conseguem uma vaga e também se deslocar até os centros, quem mora no interior dos estados. A ACD tem o trabalho fixado no Brasil há mais de 50 anos, vejamos um pouco desta história.

UNI

Desde a sua fundação em 1950, a AACD cresceu e diversificou seus serviços para melhor atender seus pacientes. E foi com essa perspectiva que, em 12 de julho de 1993, foi inaugurado o Hospital Abreu Sodré. Em 1995, iniciaram-se as atividades da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que complementou a estrutura instalada. Com modernas instalações, hoje ele é considerado um dos melhores centros cirúrgicos do País na área de Ortopedia. Em 2013, houve mudança no nome do Hospital Abreu Sodré, passando para Hospital Ortopédico AACD. Com 125 leitos, incluindo os setores de internação e a UTI, possui um dos mais completos centros tecnológicos do País para cirurgias ortopédicas. Dispõe de instalações com modernas salas cirúrgicas, equipe altamente qualificada e um histórico de sucesso nos procedimentos ortopédicos. A atuação importante do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), que mantém a taxa de infecção hospitalar anual (0,8%) a valores de excelência internacional, faz do Hospital Ortopédico AACD referência em patologias musculoesqueléticas.FONTE: <https://aacd.org.br/hospitalaacd/>. Acesso em: 30 dez. 2018.

Criada pelo médico Renato da Costa Bonfim, que após fazer um estágio na ortopedia nos Estados Unidos, onde havia participado de vários centros e com isto trouxe a ideia de fundar no Brasil um centro, a AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente, a qual a partir de 1962 passou a produzir prótese, órtese e acessórios e fazer a entrega e a reabilitação. Também em 1998, a entidade é assistida pela campanha Teleton, para arrecadação de fundos, em parceria com o SBT. Desde então, já foram construídos sete novos centros de reabilitação. Em 2012, incorporou o Lar Escola São Francisco, centro de reabilitação fundado em 1943, que era administrado pela Unifesp (AACD, 2018).

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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No Brasil existem em torno de 14 unidades espalhadas em todos os estados. Em cada unidade existe a parceria com a Teleton e com municípios e verbas de empresas privadas, das redes estaduais e federais. Para agendar uma consulta para avaliação, poderá ser feito através do telefone que você encontra nas páginas da AACD e também através da secretaria da saúde de seu município, com encaminhamentos de um médico especialista.

Temos no Brasil outro centro respeitadíssimo na área de reabilitação, o Alberto Einstein, chamado de Centro de Reabilitação Einstein, situado em São Paulo foi o primeiro do Brasil a ser integrado aos serviços de um hospital geral de alta complexidade. Inaugurado em maio de 2003, prima hoje por ser uma referência nacional em reabilitação de alta complexidade, com uma equipe multidisciplinar de alto nível.

Uma equipe multidisciplinar geralmente faz o plano terapêutico com

objetivos funcionais para cada paciente, respeitando a especificidade de cada um. Assim também é no centro de reabilitação Einstein, como os demais, a equipe avalia e apresenta para execução um plano de ação.

Em cada estado brasileiro existem outros centros menos conhecidos, mas que atuam de forma bem funcional, pelas redes públicas no Sistema Único de Saúde, basta procurar em seu município, alguns até vocês poderão encontrar no próprio município, além das associações de pessoas com deficiências físicas que fazem um trabalho significativo em parceria com o sistema de saúde de cada cidade.

Vejamos alguns exemplos de atendimentos e serviços e dos centros de reabilitação, principalmente da AACD.

FIGURA 7 – TÉCNICOS TRABALHANDO NA FÁBRICA DE PRÓTESES DA AACD – SP

FONTE: <https://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2016/09/uma-fabricas-lider-no-setor-de-proteses-funciona-nos-fundos-da-aacd.html>. Acesso em: 28 jan. 2018.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

A AACD atende a todo o país na produção de próteses e órteses (pernas, braços, mãos, entre outros membros do corpo) e estes são distribuídos conforme avaliação realizada com antecedência. Na AACD acontece a venda das próteses e órteses ao Sistema Único de Saúde (SUS) também de forma particular, é um dos negócios que a AACD criou para manter seu trabalho filantrópico.

No Brasil temos mais de 14 unidades de atendimento da AACD, com reabilitação, mais a maior delas encontra-se em São Paulo, mais completa delas, com o funcionamento do hospital, da fábrica de próteses e órteses e os demais atendimentos com equipes multidisciplinares.

FIGURA 8 – FRENTE DO PRÉDIO DA ACCD – SP.

FIGURA 9 – CLIENTE FAZENDO ATIVIDADES COM USO DAS TECNOLOGIAS

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Em São Paulo, a sede da AACD faz os seguintes atendimentos, além de contar com a fábrica de prótese e órtese, piscina com atividades fisioterápicas, atendimento de treinamento com as novas próteses e órteses, recursos para a reabilitação dentro das tecnologias, entre outros.

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Na AACD, há inúmeros serviços como já citamos nos textos acima. Vejamos:

FIGURA 10 – ATENDIMENTO DE FISIOTERAPIA NA AACD

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Quando as pessoas (clientes) pacientes e/ ou também é dito usuários, os quais são encaminhados de fora do estado, geralmente costuma-se fazer a avaliação multidisciplinar e então os encaminhamentos. Nem sempre são atendidos no mesmo dia, às vezes é necessário ficar dois a três dias para fechar um atendimento completo, dependendo do caso.

Para concluir sobre a AACD, mais duas imagens.

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 11 – ATENDIMENTOS DA AACD

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Em Brasília a grande referência é o hospital da rede SARAH, onde existem duas unidades de atendimento para adultos e crianças em vários tipos e níveis de tratamento. O SARAH Brasília caracteriza-se por atendimento predominantemente hospitalar. O Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação, o SARAH Lago Norte, com atendimento exclusivamente ambulatorial, atua em uma etapa mais avançada do processo de reabilitação do paciente.

Leva o nome de SARAH, em homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek, nome da sua esposa. Na época da criação do hospital e do centro de reabilitação, com o objetivo de dotar Brasília de moderno centro de reabilitação, a Fundação das Pioneiras Sociais implanta, na nova capital, um centro de reabilitação, inaugurado em 21 de abril de 1960, pelo Presidente Juscelino Kubitschek.

O SARAH Brasília está localizado na Asa Sul, no Plano Piloto. Inaugurado em 1980, gerou e consolidou princípios, conceitos e técnicas que o transformaram em centro de referência internacional e que fundamentaram o processo de criação da Rede SARAH. Acumulando as funções de hospital, centro de administração e de gestão hospitalar, de treinamento e pesquisas, de controle de qualidade e de formação de recursos humanos, esta unidade constitui infraestrutura voltada tanto para o atendimento quanto para o conhecimento e o avanço da medicina.São admitidos adultos e crianças com demandas relacionadas a reabilitação de patologias neurológicas e ortopédicas, atendendo, principalmente, aqueles com lesão medular, lesão cerebral, alterações decorrentes de perdas cognitivas progressivas, relacionadas à idade e a outros transtornos neurológicos e ortopédicos.O SARAH Brasília dispõe do Programa de Educação e Prevenção de Acidentes da Rede SARAH, que elabora e ministra palestras para estudantes das redes pública e privada de ensino (SARAH, 2019).

Em Brasília o SARAH tem duas unidades, mais no Brasil existem outras unidades distribuídas mais para o norte e nordeste. Vejamos no Mapa,

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 12 – UM MAPA MÚNDI COM DESTAQUE O BRASIL E AS LOCALIZAÇÕES DAS CIDADES QUE TÊM O SARAH

FONTE: <http://www.sarah.br/>. Acesso em: 27 jan. 2019.

Para atender às demais regiões do Brasil, o SARAH abre em São Luiz do Maranhão, depois Rio de Janeiro e Fortaleza, e assim expande para demais regiões, como mostra o mapa acima. A rede SARAH continua em implantação em novas regiões do Brasil, pois há muitas pessoas na fila de espera em locais onde não têm este atendimento.

É possível ser atendido no SARAH em várias especialidades, mas se tratando da deficiência física, oferece a reabilitação, o atendimento para quem tem Lesão Medular e ortopedia em geral. Vejam o que diz o anúncio na página do SARAH (2019).

A equipe de Neurorreabilitação em Lesão Medular atende adultos com lesões medulares congênitas ou adquiridas, que podem ser de origem traumática ou não traumática. Os programas de reabilitação são individualizados e organizados de forma dinâmica e contextualizada, de acordo com o potencial de recuperação funcional, e podem ser realizados ambulatorialmente, em regime de hospital-dia ou internação.Essa especialidade é atendida nas unidades Belo Horizonte, Brasília,Fortaleza,Rio de Janeiro,Salvador e São Luís.Critérios de atendimento• Lesão traumática (acidentes de trânsito, as quedas, os mergulhos, os

ferimentos por armas brancas e por armas de fogo, entre outros).• Lesão não traumática (tumores, infecções, malformações

arteriovenosas e de doenças degenerativas).AtençãoPara iniciar acompanhamento com a equipe de Neurorreabilitação em Lesão Medular é necessário que o paciente esteja apto para reabilitação, apresentando condições clínicas favoráveis, como:• Ter concluído o tratamento da fase aguda do trauma| fraturas;

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

• O paciente não deve estar recebendo nutrição parenteral (NPT) e nem ser dependente de ventilação mecânica. O orifício da traqueostomia, caso exista, deverá estar cicatrizado;

• É importante que o paciente não apresente lesões por pressão.Todos esses fatores são restritivos para realização das terapias de reabilitação.

O paciente precisa cumprir os requisitos exigidos antes mesmo de passar por avaliação com a equipe, agendar o atendimento e estar à disposição no local para fazer a reabilitação. O que dificulta em alguns casos é que muitos pacientes não conseguem ser independentes e precisam de acompanhantes, e estes precisam também de local para ficar, há gastos em alimentação e estadia, além do tempo mínimo, que é muitas vezes de meses, depende muito de cada caso. Nestes atendimentos há muitos pacientes vindos de todos os lugares do Brasil e até mesmo de outros países.

Já a ortopedia, geralmente, atende os casos mais regionais, visto que a maioria das cidades tem a parte da ortopedia e fisioterapia para atendimentos mais urgentes e emergentes. Enquadram-se nesta especialidade da ortopedia os tratamentos clínicos e cirúrgicos, as doenças que causam as deformidades, complicações de coluna vertebral e membros superiores e inferiores. Na área da ortopedia, o SARAH atende em Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Luís.

Vejamos os critérios estipulados pelo SARAH para receber e agendar aos pacientes para ser atendidos na ortopedia.

Critérios de atendimento para adultos• Doença inflamatória dos tendões e articulações• Doença degenerativa (osteoartrose) da coluna, membros superiores

e do pé• Deformidades de membros• Sequela de fraturas• Sequela de trauma articular• Tumores ósseos primários Critérios de atendimento para a criança• Artrogripose• Disparidade de membros inferiores• Doença de Perthes• Doenças genéticas que acometem os membros• Epifisiólise da cabeça femoral• Escoliose / Cifose• Lesões de nervo periférico• Luxação congênita de quadril• Luxação da rótula• Pé torto congênito• Sequela de trauma em ossos e articulações• Torcicolo congênito• Tumores ósseos primários• Alterações na forma do andar e assimetrias corporais

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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AtençãoPara iniciar acompanhamento com a equipe de Ortopedia é necessário que o paciente esteja apto para reabilitação, apresentando condições clínicas favoráveis, como: Ter concluído tratamentos clínico e cirúrgico iniciados externamente. Em razão do número de pacientes já admitidos no SARAH Brasília e que aguardam procedimento de Artroplastia Total de Quadril e de Joelho, suspendemos temporariamente a admissão de novos pacientes portadores de artrose no quadril e joelho;Não apresentar fratura ou trauma em fase aguda*.As fraturas e os traumas agudos são condições que requerem avaliação em serviços de urgência ou emergência. A Rede SARAH atua na fase de reabilitação, não dispondo de serviços de pronto atendimento (SARAH, 2019).

Através de depoimentos de pessoas que já receberam atendimentos

nas redes SARAH, sempre muito positivo e os que passam pela reabilitação a avaliação e o retomo são excelentes, voltam animados, de fato reabilitados e trazendo muita esperança para os que ficaram.

3.1 REABILITAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

No Sistema Único de Saúde, o SUS, foi criada em 2008 uma cartilha contendo 16 páginas para esclarecer aos seus usuários, conceitos e procedimentos.

Sendo assim, vejamos alguns conceitos de reabilitação coletados desta

cartilha. Leia:

Reabilitação: A assistência à saúde e as ações de reabilitação visam ao desenvolvimento de capacidades, habilidades, recursos pessoais e comunitários para promover a independência e a participação social das pessoas com deficiência, frente à diversidade de condições e necessidades. Toda pessoa que apresente redução funcional tem direito ao diagnóstico e à avaliação de uma equipe multiprofissional (formada por médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas e outros). De igual forma, tem direito de se beneficiar dos processos de reabilitação de seu estado físico, mental ou sensorial, quando este constituir obstáculo para sua inclusão educativa, laboral e social. A busca por atenção à saúde compreende não só o acompanhamento e a manutenção dos ganhos adquiridos com a reabilitação e a prevenção de deformidades, como com a aquisição e adequação de órteses e próteses (cadeiras de rodas, bolsas de colostomia, próteses auditivas, visuais e ortopédicas, etc.) (BRASIL, 2008, p. 10).

A reabilitação geralmente vai atingir mais as pessoas com deficiência física e visual. Aos demais, os auditivos também procuram o Sistema Único de Saúde, porém para aparelhos auditivos e algumas sessões de fonoaudiólogos; os intelectuais, autistas e outras deficiências, a parte da reabilitação é menos procurada, só para consultas de rotinas na saúde no geral.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

A reabilitação das deficiências físicas são as que mais procuram e usam, às vezes para a área da fisioterapia, de prótese e terapias. Mas a comunidade pode estar ajudando neste processo de reabilitação, conforme orientação da cartilha do SUS. Desta forma:

De que forma pode ocorrer a participação da comunidade no processo de reabilitação? Todas as medidas assistenciais voltadas à saúde da pessoa com deficiência, incluindo a reabilitação, levam em conta, sobretudo, as necessidades, as potencialidades e os recursos da comunidade, de modo a se assegurar a continuidade e as possibilidades de autossustentação, visando, em especial, à manutenção da qualidade de vida das pessoas com deficiência e à sua inclusão ativa na comunidade. A participação da comunidade no processo de reabilitação poderá se dar junto aos conselhos de saúde e de direitos, lideranças da comunidade, igrejas, escolas, mobilizando-os para que o processo de reabilitação seja completo e eficaz (BRASIL, 2008, p. 14).

Na comunidade encontramos as associações que dão o suporte para as famílias e para as pessoas com deficiências, tanto no atendimento à pessoa com deficiência quanto na orientação as famílias. Nos atendimentos geralmente fazem o que o sistema único não faz, visto que são muitos usuários para poucas vagas e nas associações é possível haver um esporte adaptado, uma piscina, uma equipe multidisciplinar, além da divisão de problemas e experiências entre as próprias pessoas com a deficiência física.

4 A POSSIBILIDADE DO ESPORTE PARA A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Surgiu por volta de 1870, anteriormente ao movimento pós-guerra, já se tinha conhecimento sobre o desporto adaptado para pessoas surdas, iniciava nos Estados Unidos as primeiras participações desportivas organizadas por escolas especiais (WINNICK, 2004; ARAÚJO, 1997).

Em Paris, 1924, aconteceram os “Jogos do Silêncio”, reunindo atletas de diversos países (WINNICK, 2004). Para Adams et al. (1985), a prática desportiva para pessoas com deficiência física na Alemanha teria se iniciado em 1918, para amenizar os horrores da Primeira Guerra Mundial e 1932 em Glasgow no Reino Unido Inglaterra existiu uma associação de jogadores de golfe, abarcando amputados unilaterais de membros superiores (COMITÊ OLÍMPICO ESPANHOL, 1994; MAUERBERG-DE-CASTRO, 2005).

O término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um marco para a evolução do desporto adaptado para pessoas com deficiência, muitos soldados retornavam aos seus países, traziam em seu corpo marcas que jamais esqueceriam. O pós-guerra deixou muitos soldados mutilados, com distúrbios motores, visuais e auditivos, isso fez com que seus governos tomassem uma

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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série de providências sobre a qualidade de vida desses indivíduos, com isso muitos começaram a ter acesso as práticas esportivas e atividades físicas adaptadas como forma de tentar minimizar as adversidades causadas pela guerra. Em países da Europa e nos Estados Unidos essa preocupação foi maior e os resultados dela foram evidenciados notavelmente. Aos poucos ex-veteranos de guerra começaram a obter grande êxito em atividades esportivas, as mais visadas foram: o basquete sobre cadeira de rodas e o atletismo. Para Mattos (1994), enquanto na Inglaterra o objetivo maior era a reabilitação pelo desporto, nos Estados Unidos a meta final era a competição.

O primeiro programa em cadeira de rodas do hospital foi iniciado em 1945 com o objetivo de trabalhar o tronco e os membros superiores e diminuir o tédio da vida hospitalar (ARAÚJO, 1997).

Sobre isso, o Jornal Superação (1988) divulga que: “Os primeiros resultados dessa prática relatam que, em um ano de trabalho, o Dr. Gutmann conseguiu preparar seis paraplégicos para o mercado de trabalho e reconheceu que as atividades desportivas, como medida terapêutica, eram importantes para a reabilitação psicossocial dos deficientes”.

Em 1948 aconteceram os Jogos Olímpicos de Verão, em Londres, Inglaterra, e Sir Ludwig Gutmann, que passou a sonhar com uma olimpíada especial que reunisse milhares de deficientes em torno do desporto, aproveita o evento e cria paralelamente os primeiros jogos de Stoke Mandeville para paraplégicos, estes jogos contaram com a participação de 16 atletas ingleses nas modalidades de: arco e flecha, tiro ao alvo e arremesso de dardo (ARAÚJO, 1997; WINNICK, 2004; CIDADE; FREITAS, 2002; GORGATTI; GORGATTI, 2005).

Após isso em 1952, os jogos desenvolveram-se para a primeira competição internacional de desporto em cadeira de rodas para deficientes físicos, com cento e trinta participantes, equipes dos EUA, Inglaterra e Holanda (ARAÚJO,1997; WINNICK, 2004; CIDADE; FREITAS, 2002). Os 9º Jogos de Stoke Mandeville foram realizados em Roma na Itália em 1960, logo após o encerramento dos Jogos Olímpicos, este evento contou com cerca de duzentos e trinta atletas de vinte e três países, contou com o apoio do Comitê Olímpico Italiano (COI), tendo como madrinha dos jogos a primeira dama italiana, Srª. Carla Grounchi.

Este evento marca o envolvimento político e social do mundo todo com os jogos para pessoas com deficiência. O nome “Paraolimpíadas” foi cunhado durante a Olimpíada de Tóquio, em 1964 e surgiu com uma paciente paraplégica do Stoke Mandeville Hospital, Alice Hunter, que escreveu seu relato intitulado “Alice of the Paralympiad” (Alice das Paraolímpiadas), para uma revista de desportos “The Cord Journal of the paraplegics”, na época o termo foi associada a paraplegia e posteriormente foi cunhado Rev. Bras.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 529-539, abr./jun. 2011 533 para batizar os Jogos Paraolímpicos (PARALYMPIC SPIRIT apud MAUERBERG-DECASTRO 2005).

No Brasil, a história do desporto adaptado surge em 1958, quando foram fundados dois clubes de desporto em cadeira de rodas, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Foram fundados por Sérgio Serafim Del Grande e Robson Sampaio de Almeida, que trouxeram a ideia do desporto adaptado ao Brasil após retornarem de tratamentos de reabilitação em hospitais americanos, onde adquiriram o conhecimento da prática do desporto em cadeira de rodas (ARAÚJO, 1997; CIDADE; FREITAS, 2002; MAUERBERG-DE-CASTRO, 2005; GORGATTI; GORGATTI, 2005).

A participação brasileira nos Jogos Paraolímpicos só aconteceu em 1972, em Heidelberg, Alemanha. A modalidade foi a bocha, mas sem conquista de medalhas, em 1976, nos Jogos de Toronto, Canadá, nessa mesma modalidade, Robson de Almeida e Luis Carlos Coutinho conquistam as duas primeiras medalhas paraolímpicas (prata) para o Brasil (ARAÚJO, 1997; MAUERBERG-DE-CASTRO, 2005).

De 1984 a 2008 os Jogos Paraolímpicos sempre contaram com a participação do Brasil, neste período o número de medalhas conquistadas pelos atletas paraolímpicos ultrapassa ao dobro das conquistadas por atletas sem deficiência nos Jogos Olímpicos.

A prática de atividades desportivas para pessoas com deficiências, além de proporcionar todos os benefícios para seu bem-estar e qualidade de vida, também é a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social e a reabilitação da pessoa com deficiência.

Souza (2004) apud Melo e López (2002) enfatiza que o desporto adaptado deve ser considerado como uma alternativa lúdica e prazerosa, sendo parte da reabilitação de pessoas com deficiências físicas. Através dessa prática desportiva lúdica e prazerosa para o indivíduo, estas atividades surgem como facilitadoras para a melhoria da qualidade de vida. O desporto adaptado é indicado desde a fase inicial do processo de reabilitação.

Os indivíduos têm a oportunidade de vivenciar sensações e movimentos, que muitas vezes não realizaram pela limitação física ou por barreiras sociais e ambientais.

Sporner et al. (2009), em estudo com cento e trinta e dois indivíduos participantes do National Veterans Wheelchair Games (NVWG) e do 20º Winter Sports Clinic (WSC) nos Estados Unidos, recomendam que a participação de pessoas com deficiência nesse tipo de eventos pode promover benefícios psicológicos e também proporcionar a reabilitação física em pessoas com

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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deficiência. Martin (2006) relata em seu estudo com cento e doze atletas com deficiência, que o desporto é um importante aspecto para a ampliação das relações sociais desses indivíduos.

Através das relações sociais dentro do desporto é possível promover a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Em estudo realizado na Universidade Federal de Santa Maria por Borges et al. (2007), onde 23 alunos com deficiência física participaram da adaptação de regras e fundamentos do basquete e do futebol, os autores afirmam que através da prática desportiva para pessoas com deficiência, foi possível observar melhoras significativas em relação ao aspecto afetivo-social, na cooperação e o respeito entre os participantes durante as práticas desportivas e também em relação ao desenvolvimento motor dos participantes. Soler (2005) aborda que os esportes servem para aumentar o sentimento de autonomia.

Os jogos servem para explorar o mundo que os rodeia; reforça a convivência, o alto grau de liberdade faz com que os relacionamentos fiquem mais saudáveis. Steinberg e Bittar (1993) consideram que o desporto deveria ser sempre, parte da reabilitação de um indivíduo, lembrando que todos indivíduos apresentam um grau de potencial residual que deve ser estimulado em busca de uma vida mais saudável e digna.

FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n2/17.pdf>.

4.1 TIPOS DE JOGOS

Alguns exemplos citaremos e mostraremos imagens de jogos adaptados para pessoas com deficiência física, as regras que mudam em algumas adaptações. A todo instante está sendo dito e divulgada a importância do esporte para todos e se possível para as pessoas com deficiências, mais ainda.

O exercício físico e a prática regular de esportes têm o poder de dar mais força à pessoa com deficiência, melhorando a circulação sanguínea e o fôlego. Além do mais, exercitar-se faz com que o cérebro libere endorfina, o que resulta em sensações de prazer e alegria.

Além disso, praticar esportes é de grande auxílio para a reabilitação da pessoa com deficiência, mas há a necessidade de uma certa adaptação às regras e ao modo como se pratica as modalidades.

Entretanto, isso não é problema algum, pois hoje já existem muitos esportes adaptados que têm cumprido sua função de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Apresentaremos na íntegra os 17 esportes que podem ser realizados pelas pessoas com deficiências, conheça como é cada um deles e os materiais físicos e humanos que necessitam para a sua prática.

4.1.1 Esportes coletivos A prática de esportes coletivos é de grande ajuda para a inclusão e a

socialização de uma pessoa com deficiência

Conheça adiante um pouco mais sobre os principais tipos de esportes coletivos.

1 Basquete É um esporte que, à primeira vista, não poderia ser adaptado para a prática

por pessoas com deficiência, porém, ele tem ganhado cada vez mais espaço.

Quando nos referimos às pessoas com dificuldade para locomoção, o basquete, em nível de competições oficiais, deve ser praticado com cadeiras de rodas adaptada e padronizadas à prática do esporte, seguindo uma certa linha.

Os atletas são classificados de acordo com o nível de comprometimento motor que obedece a uma escala previamente determinada.

Além de ser um dos esportes mais praticados no mundo, o basquete apresenta vantagens, como dinamismo, estímulo das funções cognitivas, aumento do senso de estratégia, desenvolvimento da capacidade motora, criação de vínculos afetivos e sociais etc.

2 Bocha adaptada

A bocha adaptada é praticada por pessoas com deficiência e faz parte

dos Jogos Paralímpicos desde 1984. Trata-se de um esporte que requer bastante concentração e precisão.

Ele é indicado para pessoas com paralisia cerebral e outros problemas

neurológicos. A disputa consiste em lançar bolas — que podem ser vermelhas ou azuis —, de modo que elas cheguem o mais próximo possível da bola branca (jack).

O atleta pode disputar sozinho, em dupla ou em equipes maiores. Eles podem utilizar as mãos, os pés e, até mesmo, a cabeça como auxiliares. Se o participante tiver maior comprometimento dos membros, pode contar com o apoio de um assistente. Na classificação funcional, eles são divididos em quatro classes, conforme o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não.

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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3 Tênis de mesa

Tênis de mesa é uma das modalidades mais tradicionais dentro do esporte inclusivo. Tanto que, esteve presente na primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em 1960.

As regras são as mesmas do tênis de mesa convencional. A única exceção é o saque, que é diferente para os usuários de cadeiras de rodas. Nesse caso, o sacador precisa fazer com que a bola ultrapasse a linha de fundo da mesa sem deixá-la sair pelas laterais. Além disso, para o tênis em cadeira de rodas, a bolinha pode pular duas vezes na mesa.

O saque deve ser feito com a mão contrária à que segura a raquete. Mas, para os atletas andantes que não têm condição de usar o braço livre — por causa de amputação ou outra deficiência —, é permitido utilizar a mão que segura a raquete para realizar o saque.

A grande vantagem desse esporte é que ele abrange quase todos os grupos,

com exceção apenas para as pessoas com deficiências visuais. Além disso, os participantes podem competir sozinhos em duplas ou em times maiores.

4 Voleibol sentado

Dinâmico e divertido, o voleibol sentado é uma ótima alternativa. Ele estimula o espírito de equipe e pode ser praticado por homens e mulheres com deficiência física.

No voleibol sentado, a quadra é menor. Ela tem 10m x 6m, e a rede apresenta uma altura de 1, 15m e 1, 05m para homens e mulheres, respectivamente.

Dentro da quadra, ficam dispostos seis atletas em cada time. Vale destacar que os atletas precisam manter a pélvis encostada no chão.

5 Futebol de 5

O futebol de 5 é uma modalidade esportiva voltada para atletas cegos. Ela é disputada em uma quadra semelhante à de futsal, com apenas algumas alterações.

Os participantes usam vendas nos olhos já que alguns apresentam percepção luminosa e podem levar vantagem por causa disso. O diferencial nesse time é o goleiro, que enxerga normalmente. Além disso, a bola possui um barulho para orientar os jogadores.

A partida tem dois tempos de 25 minutos cada e um intervalo de 10 minutos. A modalidade começou a fazer parte dos Jogos Paralímpicos em 2004 e o Brasil até então vem conquistando todos os pódios.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

6 Goalball

Trata-se de uma modalidade esportiva feita exclusivamente para pessoas com deficiência visual. Presente nos Jogos Paralímpicos desde 1976, o goalball se baseia nas percepções táteis e auditivas dos atletas, exigindo também bastante orientação espacial.

Nessa competição, a bola é lançada e, rolando no piso da quadra, os jogadores tentam fazer o gol. Enquanto uma equipe ataca, a outra tenta impedir o gol, deitando-se no chão para realizar a defesa.

São três jogadores em cada equipe e vence o jogo aquela que fizer o maior número de gols. Como você pode notar, é um esporte bastante dinâmico e interessante, tanto para quem está jogando como para quem está torcendo.

4.1.2 Esportes individuais

7 Natação

A natação é um dos esportes que mais trabalha todas as funções do corpo e também acabou se tornando um dos mais completos. Esse é um dos poucos esportes que têm a capacidade de dar leveza ao corpo, proporcionando extrema sensação de prazer ao flutuar na água.

A natação também acalma a pessoa, de modo que as partes do seu corpo que são diariamente sobrecarregadas, finalmente conseguem atingir um estágio de leveza e relaxamento.

Independentemente do tipo de deficiência, esse é um esporte que, com o auxílio de um profissional capacitado, se tornará uma tarefa prazerosa e ajudará na mobilidade dos membros.

Pode ser praticado por pessoas com deficiência visual ou física. As competições variam de 50 a 400 metros, nas modalidades peito, livre, borboleta e costas, e também com provas de revezamento, como medley e livre. Conforme a lesão, é dada a categoria a ser desenvolvida pelo atleta.

8 Remo Adaptável

O esporte de remo exige muita disciplina, potência, resistência e técnica apurada, sendo uma ótima opção para o desenvolvimento e recuperação da pessoa com deficiência, principalmente para quem tem dificuldade na mobilidade.

Para que seja praticado, a adaptação vai no equipamento. Dessa forma, as regras do remo são aplicadas igualmente para a modalidade adaptável.

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Esse esporte já existe de forma adaptável no Brasil, desde 1980 e, em 2008, foi parar nos Jogos Paralímpicos, em Pequim.

9Arcoeflecha

O esporte conhecido como arco e flecha é um dos tipos mais democráticos quando nos referimos aos esportes para pessoas com deficiência. Ele pode ser praticado em pé ou sentado na cadeira de rodas.

Atualmente, há muitas competições que simulam a modalidade olímpica do esporte, de modo que deve haver um treinamento constante para se atingir um bom nível e uma boa mira.

10 Musculação

Chegamos ao esporte que é considerado essencial para pessoas que têm algum tipo de deficiência que afete os membros, pois, como já foi dito, uma parte do corpo tende a ficar sobrecarregada em detrimento de outra.

E é a musculação que tem a maior capacidade de fortalecimento dos músculos, uma vez que há um grande trabalho de vários grupos musculares isoladamente. Dessa maneira, a prática regular da musculação contribui para a resistência e a força do corpo.

A partir do momento em que há um fortalecimento dos músculos dos membros mais usados, haverá, também, a diminuição nas dores sentidas no dia a dia.

Mas é sempre bom lembrar que esse, como qualquer outro exercício físico, deve ser praticado sob a orientação de profissionais especializados no assunto, pois os exercícios se iniciarão de forma leve, aumentando gradativamente a intensidade.

11 Ciclismo Para as pessoas cuja deficiência atinge os membros superiores ou inferiores,

já existem bicicletas com uma adaptação que permite a prática do esporte.

Há também aquelas bicicletas que têm espaço para duas pessoas, em que um ciclista pode auxiliar o outro a guiá-la.

Nas competições de ciclismo, os atletas são divididos em três classes de acordo com a deficiência que eles têm.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

12 Artes marciais

A prática de artes marciais como judô, karatê, jiu-jitsu, muay thai e kung fu é uma excelente opção para quem se sente entediado com a musculação, mas quer trabalhar os músculos do corpo.

Além disso, elas proporcionam força e equilíbrio a quem as pratica, de modo que são extremamente importantes no processo de recuperação da autoconfiança.

As artes marciais são exercícios que podem ser facilmente adaptados e tudo o que se necessita para praticá-las é vontade e determinação. Isso resultará numa melhora global do desenvolvimento corporal e trará os benefícios do fortalecimento dos músculos do corpo.

13 Atletismo

No atletismo, há uma classificação que é feita em função da capacidade do esportista em realizar movimentos, além da potencialidade dos músculos que não sofreram lesão e das sequelas do tipo de deficiência.

Sendo assim, existem modalidades para pessoas com deficiência física, mental e visual – nesta o atleta é acompanhado de um guia –, cada uma com suas particularidades. As provas podem ser de arremesso, salto, lançamento e pista.

14 Esgrima

Nessa prática esportiva, as cadeiras de rodas ficam fixadas ao solo — para dar estabilidade — e uma armação especial garante que os atletas se posicionem a uma determinada distância e ângulo.

Na parte superior do corpo, o esgrimista tem liberdade de movimentos para marcar os pontos necessários para a vitória. As provas podem ser individuais e por equipe, e as armas utilizadas são o sabre, a espada e o florete.

A esgrima sobre cadeira de rodas é um esporte muito vibrante, ideal para pessoas que gostam de competições acirradas.

15 Tiro paralímpico

O tiro esportivo paralímpico é um esporte para homens e mulheres com deficiências físicas — amputação, lesões na medula, pessoas com paralisia cerebral, dentre outras.

Trata-se de um esporte de precisão e muito controle. Os participantes utilizam rifles ou pistolas para disparar em um alvo estático a uma distância que pode variar entre 10, 25 e 30 metros. Os atletas competem em duas classes: em pé e em cadeira de rodas.

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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16 Hipismo paralímpico

Esse esporte é um dos mais indicados para a reabilitação física e também social das pessoas com deficiência física ou visual. As partidas são organizadas de acordo com a habilidade funcional dos atletas. Diferentemente do hipismo olímpico, o paralímpico consiste apenas no adestramento — não há provas de salto. Além disso, a areia deve ser mais compacta para oferecer maior segurança para os competidores.

Vale destacar que o local deve ter sinalização sonora para orientar os atletas com deficiência visual.

17Halterofilismoparalímpico

Essa modalidade é aberta para homens e mulheres com deficiências físicas, como: amputações, nanismo, acidente vascular cerebral, lesões cerebrais, perda de membro, paralisia cerebral, dentre outros.

É um esporte que exige muita força dos competidores já que, deitados, eles devem trazer a barra com pesos ao peito. Em seguida, devem mantê-la estável e reerguê-la estendendo completamente os braços antes de colocá-la na posição original. Vence o atleta que levantar o maior peso.

Um detalhe interessante é que o halterofilismo faz parte dos Jogos Paralímpicos desde 1964, mas apenas no ano 2000 as mulheres competiram pela primeira vez.

Como vimos, opções para aderir à prática de esportes é o que não falta. Cada modalidade tem as suas particularidades e cada pessoa tem suas possibilidades, mas é unanimidade a ideia de que competir melhora a autoestima de qualquer um.

Mas lembre-se de sempre buscar a ajuda de um profissional especializado nesse tipo de atividade, tanto da área da saúde, como do esporte. É essa pessoa que saberá quais são as suas dificuldades e como está ocorrendo a evolução, de modo que se possa aumentar, ou não, o nível exigido.

O importante é nunca parar de se exercitar e não se deixar entregar à vontade de ficar apenas em casa. Praticar esportes para pessoas com deficiência é muito mais importante do que se imagina para a recuperação, não só física, como mental.

Para ajudar nesses cuidados, existem alguns acessórios que podem ser úteis para prevenir lesões nas atividades não esportivas do dia a dia, como é o caso das almofadas ergonômicas. Por mais simples que esse acessório pareça, para a pessoa com deficiência, sua utilização pode ser um grande diferencial e ajudar a manter o corpo em dia para a prática do esporte.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Prevenindo pequenos incômodos, você evita problemas mais graves e garante que o esporte se torne uma prática saudável na sua vida.

Como você pode observar, existem muitos esportes praticados por pessoas com deficiência. Agora, basta escolher um e começar a praticar!

DICAS

Se necessário pesquisar mais sobre os esportes adaptados, você poderá continuar com as pesquisas sobre os tipos de esportes no site <http://blog.freedom.ind.br/>

Prezados acadêmicos, precisamos canalizar nossos estudos, assumir e executar as dicas dadas a todos com muito carinho e estudos são feitas as indicações, cujos filmes, por exemplo, servem para compreendermos de forma diferenciada alguns conceitos trabalhados, como a reabilitação. Não perca, junte alguns amigos, familiares e vamos aprender analisando situações de aceitação à deficiência física, através do filme.

DICAS

A dica deste tópico é de você assistir a este filme simplesmente maravilhoso e nos mostra o processo e reabilitação física através das memórias de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal) sobre o dia mais impactante de sua vida, 15 de abril de 2013. Enquanto esperava seu grande amor, Erin (Tatiana Maslany), finalizar a participação na Maratona de Boston, ele foi atingido por uma das bombas do atentado terrorista e perdeu as duas pernas.

FONTE: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-230249/>. Acesso em: 28 dez. 2018

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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LEITURA COMPLEMENTAR

O sistema público de saúde e as ações de reabilitação no Brasil

Carla Trevisan Martins Ribeiro,1 Marcia Gonçalves Ribeiro,2Alexandra Prufer Araújo,2 Lívia Rodrigues Mello,3

Luciana da Cruz Rubim 3 e Joyce Espírito Santo Ferreira 3

O conceito de reabilitar inclui diagnóstico, intervenção precoce, uso adequado de recursos tecnológicos, continuidade de atenção e diversidade de modalidades de atendimentos visando à compensação da perda da funcionalidade do indivíduo, à melhoria ou manutenção da qualidade de vida e à inclusão social (1, 2). Como afirmam Coelho e Lobo (1), o trabalho de reabilitação deve englobar tanto o aspecto técnico quanto o aspecto da cidadania do indivíduo com deficiência, que tem o direito de fazer escolhas e de ser o autor de sua própria história. No Brasil, de acordo com a Constituição de 1988, a saúde é um direito de todo o cidadão e deve ser garantida pelo Estado (3), sendo o direito à habilitação e à reabilitação das pessoas portadoras de deficiência garantido por lei federal (4). Contudo, esse tipo de prerrogativa é bastante recente na história do país.

A saúde pública no Brasil tem duas fases bastante distintas, sendo a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) o marco divisor dessas fases (3). Antes da reforma sanitária e da criação do SUS, em 1988, a saúde era restrita a uma parcela da população que contribuía com um seguro social para desfrutar de tal benefício. As ações de saúde pública eram de caráter preventivo e coletivo, com escassas exceções de assistência à saúde voltada para doenças específicas ou grupos populacionais (3, 5). Nessa época, a assistência ao portador de deficiência e ao doente mental baseava-se na caridade e na filantropia (1, 2). A reabilitação não ficava a cargo de nenhuma esfera governamental, com exceção dos centros de reabilitação profissional do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) (2, 6).

Após a instituição do SUS, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado. A partir de então houve uma descentralização da política de saúde e os estados e municípios passaram a administrar serviços comprometidos com os princípios da proposta de reforma sanitária a fim de garantir o direito universal e integral à saúde (3, 7). Entretanto, os programas de reabilitação brasileiros passaram a ter administração federal e consequente organização centralizada. O governo federal passou a desenvolver programas de atendimento em reabilitação para deficientes na rede pública de saúde (2).

Entender o impacto das transformações das políticas de saúde no Brasil, tendo como eixo principal a análise do direito à saúde e da reabilitação de pessoas portadoras de deficiência, é essencial para a compreensão crítica do que significa atualmente o sistema de saúde para essa população. Contudo, são escassos os estudos sobre programas e políticas de reabilitação no Brasil.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão histórica da literatura sobre políticas de saúde pública no Brasil quanto ao surgimento das ações de reabilitação para portadores de necessidades especiais.

MATERIAIS E MÉTODOS

Um levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados SciELO, LILACS e MEDLINE para o período de 1980 a 2009. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave em português: Sistema Único de Saúde, reabilitação, políticas de saúde, assistência médica, história. Foram combinadas as seguintes palavras: Sistema Único de Saúde/SUS com reabilitação/ políticas públicas/história; e reabilitação com história ou assistência médica (separadamente). Em inglês foram utilizadas as palavras rehabilitation e public health, com o objetivo de localizar artigos nacionais que tivessem sido publicados em outra língua, ou que fossem informativos para noções históricas da reabilitação. Consultaram-se ainda leis federais e manuais do Ministério da Saúde. Esse material foi buscado junto à Coordenação de Reabilitação do Rio de Janeiro, na biblioteca da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e na base de dados BIREME. Foram excluídos artigos que não contemplavam o tema ou aos quais os autores não obtiveram acesso.

RESULTADOS

Foram incluídos quatro livros (3, 8– 10), três manuais do Ministério da Saúde (5, 7, 11), quatro artigos nacionais (1, 12–14), uma dissertação de mestrado (15) e uma tese de doutorado (16). Esses materiais foram revisados com foco na história do direito à saúde e no tratamento da reabilitação, conforme descrito a seguir sendo esse contexto que se insere a atenção à saúde das pessoas com necessidades especiais.

DISCUSSÃO

A despeito da evolução das políticas públicas no Brasil e da instituição da saúde como direito de todos, o Estado ainda precisa implementar medidas que garantam ou suportem essa premissa. Entretanto, não é simples colocar em prática uma política tão abrangente. A reforma do sistema de saúde brasileiro ainda está em curso e só será finalizada se o Estado e a sociedade concordarem que há necessidade urgente de uma política mais justa, solidária e melhor distribuída no Brasil (4).

Apesar de todas as medidas tomadas até o momento, ainda persistem fatores que dificultam o alcance de ótimos resultados na atenção à pessoa com necessidades especiais, dentre os quais se destacam a desinformação da sociedade, a precária distribuição dos recursos financeiros e a visão limitada dos serviços sobre como podem contribuir para melhoria da qualidade de vida (5). Logo, cabe especialmente aos municípios o desafio de assumir o planejamento das ações, estabelecendo a oferta adequada de serviços e promovendo, assim, a equidade ao acesso e a integralidade da assistência (13).

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Um exemplo é o Estado do Rio de Janeiro, que, segundo Almeida (15), é um dos que mais alcançou a descentralização dos serviços e ações de saúde e que já organiza os serviços de reabilitação de acordo com a normativa nacional. Em especial, o Município do Rio de Janeiro criou, em 2002, a Coordenação de Programas de Reabilitação, com o objetivo de articular as diversas especialidades terapêuticas e iniciar a implantação de uma rede de reabilitação hierarquizada por níveis de complexidade, de modo a assegurar ao usuário uma rede de referência e contrarreferência, além de tentar contemplar as necessidades de cada área programática, garantindo melhor acessibilidade e integralidade de assistência (1). Contudo, essa rede, que ainda se encontra em construção, permanece desarticulada de outros setores da prefeitura: por exemplo, não está disponível à sociedade e à comunidade médica uma listagem oficial com todos os locais de atendimento (públicos e privados) do Município do Rio de Janeiro.

A articulação entre as esferas governamentais e as ações não-governamentais mostra-se imprescindível, sobretudo para apontar necessidades, sugerir soluções ou oferecer serviços complementares às pessoas portadoras de deficiência (5). Entretanto, tal articulação e parceria encontram-se ainda em processo de construção, sendo permeadas por disputas de interesses (13).

Diante disso, faz-se necessária a criação de uma rede de reabilitação articulada com atribuições específicas para cada serviço, público e/ou privado, evitando a superposição. Outrossim, é imprescindível a formalização de um sistema de informação acessível à sociedade e à comunidade médica sobre os locais disponíveis de atendimento, bem como o tipo de assistência oferecida, de forma a tornar eficiente o sistema de referência e contrarreferência.

Além das importantes lacunas no desenho da proposta do SUS, como o financiamento e descentralização das ações, outro aspecto importante é o fato de que os serviços, os profissionais de saúde e também a população aprenderam durante anos uma prática de saúde que não buscava o olhar integral. Com a reforma ocorrida no sistema de saúde é necessário incorporar e construir uma nova concepção de saúde, capaz de compreender o indivíduo em meio a uma coletividade (3).

Desse modo, sugere-se que o governo apoie pesquisas que busquem o diagnóstico da situação atual dos serviços de reabilitação em cada região administrativa. Também é preciso incentivar uma formação mais abrangente dos profissionais da área de saúde, que os habilite a compreender o indivíduo em todas as suas necessidades.

REFERÊNCIAS

1. Coelho AEBD, Lobo ST. Gestão participativa na organização de uma rede de reabilitação em saúde pública. Rev Virt Gestão Iniciat Soc. 2004;1(out) 37–45.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

2. Brasil, Ministério da Saúde, Coordenação de Atenção a Grupos Especiais. Programa de Atenção à Saúde da pessoa portadora de deficiência. Atenção à pessoa portadora de deficiência no Sistema Único de Saúde: planejamento e organização de serviços. Brasília: Secretaria de Assistência à Saúde; 1993. Disponível em: www.inep.gov.br/PES QUISA/BBE-ONLINE/det.asp?cod=53152 &type=M. Acessado em 26 de novembro de 2009.3. Baptista TWF. O direito à saúde no Brasil: sobre como chegamos ao sistema único de saúde e o que esperamos dele. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005. Pp. 11–41. [Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Textos de apoio em políticas de saúde].4. Brasil, Presidência da República. Lei 7 853, de 24 de outubro de 1989. Disponível em: www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L7853. htm. Acessado em 26 de novembro de 2009.5. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de legislação em saúde da pessoa com deficiência. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legislacao_ deficiencia.pdf. Acessado em 26 de novembro de 2009.6. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de atenção à saúde da pessoa portadora de deficiência. Atenção à pessoa portadora de deficiência no Sistema Único de Saúde: planejamento e organização de serviços. Brasília: Ministério da Saúde; 1995.7. Faleiros VP, Silva JFS, Vasconcellos LCF, Silveira RMG. A construção do SUS: história da reforma sanitária e do processo participativo. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: portal.saude.gov.br/portal/ arquivos/pdf/construcao_do_SUS.pdf. Acessado em dezembro de 2009.8. Costa JF. História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. Rio de Janeiro: Xenon; 1989.9. Santos L. Distribuição de competências no Sistema Único de Saúde: o papel do Estado nas três esferas de governo no SUS. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde; 1994.10. Rebelatto JR, Botome SP. Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma ação preventiva e perspectivas profissionais. 2a ed. São Paulo: Manole; 1999.11. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Plano Nacional de Saúde: um pacto pela saúde do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. Disponível em: dtr2001.saude. gov.br/editora/produtos/livros/pdf/05_03 06_M.pdf. Acessado em novembro de 2009.12. Paulus Jr A, Cordoni Jr L. Políticas públicas de saúde no Brasil. Rev Espac Saude. 2006; 8(1):13–9.13. Santos FP, Merhy EE. A regulação pública da saúde no Estado brasileiro: uma revisão. Interface Comun Saude Educ. 2006;10(19): 25–41.14. Cruz G, Peralta RL. CIAD: Uma experiência de política pública integrada. Rev Virt Gestão Iniciat Soc. 2004;1(out):3–6.15. Almeida LGR. Estudos sobre a distribuição dos serviços de reabilitação: o caso do Rio de Janeiro [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública; 2004.16. Almeida MC. Saúde e reabilitação de pessoas com deficiência: políticas e modelos assistenciais [tese]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 2000.17. Costa NR. Lutas urbanas e controle sanitário: origens das políticas de saúde no Brasil. Rio de janeiro: Vozes; 1985.18. Oliveira JA, Teixeira SM. (Im)Previdência Social: 60 anos de história da previdência no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes; 1985.19. Braga JCS, Paula SG. Saúde e previdência: estudos de política social. São Paulo: Hucitec; 1986.20. Brasil, Presidência da República. Constituição Federal do Brasil de 1988. Artigo 196. Disponível em: www.dji.com.br/constitu icao_federal/cf196a200.htm. Acessado em 26 de novembro de 2009.21. Ratliffe KT. Fisioterapia na clínica pediátrica. São Paulo: Santos; 2002.22. Flehming I. Texto e atlas do desenvolvimento motor normal e seus desvios no lactente: diagnóstico e tratamento precoce do nascimento até o 18o mês. São Paulo: Atheneu; 2002.23. Meisels SJ, Shonkoff JPE. Early childhood intervention: a continuing evolution. Em: Shonkoff JP, Meisels SJ, eds. Handbook of early childhood intervention. 2a ed. Nova Iorque: Cambridge University; 2000. Pp. 3–31.24. Silva OM. Políticas para pessoas portadoras de deficiência: “o papel e a influência das organizações internacionais”. Mensagem da APAE. 1992;65:22–6.25. Vital J. A proteção do excepcional na Previdência Social. Mensagem da APAE. 1975;2: 79–80.26. Bertoti DB. Retardo mental: foco na síndrome de Down. Em: Tecklin JS, ed. Fisioterapia pediátrica. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2002. Pp. 236–56.

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TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

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27. Brasil, Ministério da Saúde. Portaria nº 818/GM em 05 de junho de 2001. Disponível em: dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/ Port2001/GM/GM-818.htm. Acessado em 26 de novembro de 2009.28. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Agenda de compromisso para a saúde integral e redução da mortalidade infantil. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.29. Sistema Único de Assistência social (SUAS) [site da Internet]. Disponível em: www.mds. gov.br/programas/rede-suas. Acessado em dezembro de 2009.

FONTE: <https://scielosp.org/pdf/rpsp/2010.v28n1/43-48/pt>.

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RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• Existem a prevenção, a acessibilidade e, neste tópico específico, a reabilitação, um tema de extrema importância para quem de repente precisa, devido a um acidente e ou um trauma vascular e outras sequelas.

• O conceito de reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e psicológica. A medicina física e de reabilitação pretende tratar ou atenuar as incapacidades causadas por doenças crônicas, sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto, acidentes de trânsito e de trabalho. Algumas vezes se faz distinção entre habilitação – que visa ajudar os que possuem deficiências congênitas ou adquiridas na primeira infância a desenvolver sua máxima funcionalidade – e a reabilitação, em que aqueles que tiveram perdas funcionais são auxiliados a readquiri-las.

• Centros de reabilitação, como a AACD e o Einstein, e outros locais encaminhados pelos municípios de forma mais simples e que são as vezes reabilitação de curto tempo são importantes.

• Uma equipe multidisciplinar geralmente faz o plano terapêutico com objetivos funcionais para cada paciente, respeitando a especificidade de cada um. Assim também é no centro de reabilitação Einstein e/ ou AACD e ainda outros centros existentes em todo o Brasil, a equipe avalia e apresenta para execução um plano de ação.

• Entre as principais patologias que são encaminhadas para a reabilitação estão as paralisias cerebrais, doenças neuromusculares. Malformações congênitas, lesões encefálicas adquiridas causadas por traumas, acidentes e também alguns casos de AVC, tumores e amputação.

• A reabilitação exige uma equipe, pois há casos e casos, alguns necessitam de outros acompanhamentos como, psicológicos, neurológicos, psiquiatras, terapias serviço social, hidroterapia, equoterapia, práticas desportivas onde poderá incluir (natação, basquete, entre outros).

• Com a idade e com a mobilidade reduzida começam a aparecer a comorbidade, e nisso as patologias, os problemas cardíacos, respiratórios, urinários, de rins, de olhos e de ouvidos, entre outros. Sendo assim vão precisar de profissionais destas áreas para tratamento específico que vão passar a fazer parte da reabilitação também.

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Faremos as atividades de revisão dos conteúdos para que você, acadêmico, possa ter a possibilidade de fixação da teoria e assim se preparar melhor para as provas.

1 Na questão a seguir, apresentaremos um conceito sobre reabilitação no qual visto como um processo de recuperação seja física, psicológica e ou neurológica. Sendo assim, assinale a alternativa que mais condiz com esta justificativa.

a) ( ) Algumas terapias podem devolver as habilidades e fazer a readaptação das pessoas limitadas fisicamente, assim fazem a reabilitação.

b) ( ) Na deficiência física algumas vezes se faz distinção entre habilitação – que visa ajudar os que possuem deficiências congênitas ou adquiridas na primeira infância a desenvolver sua máxima funcionalidade – e a reabilitação, em que aqueles que tiveram perdas funcionais são auxiliados a readquiri-las.

c) ( ) A reabilitação consiste em fazer a fisioterapias, hidroterapias e equoterapia, sendo suficiente para o programa de reabilitar.

d) ( ) Não faz parte da reabilitação o encaminhamento desportivo, como a natação, o basquete sobre as rodas e futebol aos amputados e as lutas de capoeiras.

2 A AACD, associação de apoio a criança deficiente, tem por missão: Acreditamos em uma sociedade que convive com as diferenças porque reconhece em cada indivíduo a sua capacidade de evoluir e contribuir para um mundo mais humano. Com base no que é e nos objetivos da AACD, assim como os princípios e história, assinale as respostas verdadeiras com V e as respostas falsas com F, nas sentenças a seguir.

a) ( ) Em 1950, nascia a AACD, fundada pelo médico especialista em Ortopedia Dr. Renato da Costa Bomfim, que, inspirado na evolução tecnológica dos centros de reabilitação no exterior, criou uma estrutura semelhante no Brasil.

b) ( ) AACD está entre os melhores hospitais da Área de Ortopedia e é referência em qualidade no tratamento de pessoas com deficiência física, além de ser um dos complexos hospitalares mais admirados do País, de acordo com pesquisas realizadas com profissionais da Área de Medicina.

c) ( ) O Teleton, objetiva garantir à Instituição autonomia e proposta de sustentabilidade, porém nem sempre repassa o dinheiro o que é divulgado através da rede SBT.

d) ( ) Além da reabilitação física, a AACD também desenvolve diversas outras atividades, como a inserção no esporte paraolímpico e o empenho em assegurar a plena integração social aos pacientes, promovendo melhorias por meio da superação diária e da orientação de uma equipe multidisciplinar especializada.

AUTOATIVIDADE

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126

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) V-V-F-F.b) ( ) F-V-F-V.c) ( ) V-V-F-V. d) ( ) V-V-V-V.

3 O Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro do Brasil a ser integrado aos serviços de um hospital geral de alta complexidade. Inaugurado em maio de 2003, é uma referência nacional em reabilitação de alta complexidade, com uma equipe multidisciplinar de alto nível, é formada por profissionais especializados em reabilitação e contamos com Médicos Fisiatras e Cardiologista, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Neuropsicólogos, Psicólogos, Nutricionistas e Enfermeiros. Todos os profissionais são especializados e preparados para tratar desde uma simples contusão até sequelas originárias de casos mais complexos como lesão medular, traumatismo craniano entre outras. Assinale quem define como o paciente deverá ser tratado, como e por quanto tempo.

a) ( ) O paciente informa a equipe multidisciplinar que já se sente bem e reabilitado podendo assim dar alta e cessar o tratamento.

b) ( ) O plano terapêutico é definido pela equipe multidisciplinar com objetivos e metas realistas visando sempre o melhor resultado funcional do paciente, com intensidade, frequência e tempo de tratamentos coerentes com as necessidades individuais de cada paciente.

c) ( ) O paciente poderá fazer o tratamento com várias interrupções, depende do estado de saúde de cada um.

d) ( ) O plano terapêutico é definido por uma avaliação do médico local e ou regional que faz o encaminhamento, visa sempre buscar o melhor resultado funcional do paciente, com intensidade, frequência e tempo de tratamentos coerentes com as necessidades individuais de cada paciente.

4 Na reabilitação neurológica do Hospital Israelita Albert Einstein, o objetivo maior é de que os pacientes saiam com um bom resultado, sendo assim o objetivo delimita-se em:

a) ( ) Para atender pacientes com deficiência física, psicológicas e intelectuais, tornando o paciente o mais independente possível.

b) ( ) Para pacientes acamados e de difícil reabilitação, sem movimentos. c) ( ) O objetivo é de realizar muitos exames de imagens para achar a causa da

limitação. d) ( ) Para atender pacientes neurológicos de alta complexidade e foi

elaborado com o objetivo de reduzir os efeitos das incapacidades físicas, psicológicas e intelectuais, tornando o paciente o mais independente possível. Para pacientes com dificuldade de movimentar um lado do corpo, o Centro de Reabilitação adota a técnica de contenção induzida (Constrain Induce Therapy), metodologia voltada à reabilitação do membro superior.

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127

UNIDADE 3

ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• contextualizar as tecnologias assistivas voltadas à deficiência física;

• conhecer a comunicação alternativa e sua importância na construção da linguagem;

• compreender os recursos, os serviços nas tecnologias assistivas;

• possibilitar a discussão sobre adaptação e adequações educacionais.

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

TOPICO 2 – COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

TÓPICO 3 – RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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TÓPICO 1

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Na Unidade 3, no tópico 1, vamos ver sobre as tecnologias assistivas voltadas à deficiência física, citando algumas em outras áreas das deficiências, onde foi evoluindo com o passar dos anos, com as pesquisas e as necessidades das pessoas com deficiências.

As tecnologias assistivas vão desde uma simples bengala que os deficientes visuais usam ao uso de um software para possibilitar a leitura e ou navegação na internet, assim como uma prótese que faz os movimentos muito precisos, como os humanos. O uso das tecnologias vem contribuir para dar vida e funcionalidade às pessoas com deficiências em geral, mas falaremos especificamente da deficiência física.

Assim, prezado acadêmico, procure ter atenção aos conteúdos, às atividades e às dicas disponível no livro de estudos, não esqueça que boa parte da formação depende de você, aproveite todas as oportunidades de aprofundamento teórico que lhes são possibilitadas e indicadas a cada unidade e tópico.

2 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Como pontua a citação a seguir, se para as pessoas sem deficiências as tecnologias só ajudam a tornar as coisas fáceis, imagine para quem tem uma deficiência principalmente física, o que vem colaborar e possibilitar tantas ajudas é na comunicação, é na locomoção, é tornar a vida funcional possível. “Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993 apud BERSCH 2017, p. 2).

Vejamos alguns conceitos sobre tecnologias assistivas:

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão. É também definida como "uma ampla

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

130

gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências" (COOK; HUSSEY, 1995 apud BERSCH, 2017, p. 2).

Aqui no Brasil o termo é definido seguindo de amparo legal, conforme

portaria nº 142, de 16 de novembro de 2006. (...) propõe o seguinte conceito para a tecnologia assistiva: "Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social" ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da República (BRASIL, 2006, p.1).

As tecnologias assistivas são classificadas desde uma simples bengala que a pessoa cega usa ao software mais requintado e mais bem desenvolvido, sendo tudo que venha a contribuir com a promoção de uma vida melhor da pessoa com deficiência com o uso de recurso e serviços.

O que são recursos e serviços na Tecnologias Assistivas, vejamos dois

conceitos:

“Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência” (ADA apud BERSCH, 2017, p. 3). E os que chamamos de serviços sendo aqueles que: “Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos” (ADA apud BERSCH, 2017, p. 3).

Como recursos, podemos dar exemplos de uma fabricação de uma série de bengalas e ou de andador, todos de mesmo tamanho e/ ou mesmo modelo, daí podemos dizer que é recurso. No serviço, quando aquele objeto e/ ou prótese foi feito para aquela pessoa em particular, a pedido, sob medida e só serve para ela.

Alguns exemplos, dentro das tecnologias assistivas, que podemos citar são desde as rampas de acesso a calçadas e a prédios, os andadores, as lupas manuais ou eletrônicas, os softwares ampliadores de tela, os aparelhos para surdez e os avatares Libras.

Segundo as diretrizes do ADA, a tecnologia assistiva conta com algumas categorias e recursos fundamentais, classificados de acordo com cada grupo e seus níveis de necessidade, de forma resumida, são elas:

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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Auxíliosgeraisparaavidadiária: materiais e produtos básicos para a independência da pessoa com deficiência, para que ela possa cozinhar, comer, vestir, tomar banho, ir ao banheiro, entre outras ações.1.Comunicação Alternativa: essencial para uma educação inclusiva, para a comunicação eficiente por meio de aparelhos eletrônicos, pranchas e demais materiais com símbolos diversos que garantem a interação tanto de modo básico quanto avançado daqueles que possuem limitações na fala. 2.Sistemas de controle de ambiente: meios tecnológicos de controle para acessibilidade, segurança e locomoção em todos os espaços, da casa à empresa, da escola ao lazer, para que esse grupo usufrua de tudo que é pertinente para sua presença em vários lugares.3.Recursos de acessibilidade ao computador: referem-se à informática, todos os dispositivos e softwares necessários para aumentar a integração e a inclusão digital das pessoas com diversas deficiências. Graças à máquina, muitos podem se comunicar e aprender com excelência.4.Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou com funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes, como pernas ou braços mecânicos.5.Adequação de postura: sistemas utilizados para garantir a postura correta de quem tem problema de mobilidade e condições similares, para todos os ambientes possíveis.6.Projetos arquitetônicos: é tudo aquilo que demanda arquitetura em si, rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos possam transitar normalmente.7.Auxíliosdemobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade de pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os tipos, veículos, andadores, entre outros, que devem ficar à disposição nos espaços públicos para cumprimento dos parâmetros de inclusão social. 8.Adaptação em veículos: nesse caso, a tecnologia assistiva deve servir para implantar recursos para que motoristas e passageiros com deficiência possam dirigir um carro e andar em transportes adaptados (ônibus, avião, entre outros).9.Auxíliosparasurdosepessoascomdéficitauditivo: como o próprio termo revela, são métodos e acessórios direcionados às pessoas com deficiência auditiva. Incluem-se tanto produtos indispensáveis quanto o uso da famosa Língua Brasileira de Sinais (Libras). 10.Auxílios para cegos e pessoas com visão subnormal: já nesse caso, são aparatos para indivíduos com deficiência visual e demais condições relacionadas à dificuldade em enxergar. Podemos listar desde o Braille até sistemas de voz, telas de impressão e produtos com lentes e lupas (BERSCH, 2017, p. 5-9).

O uso destes recursos vai depender de cada um, conforme a deficiência, que vai desde a visual, a múltipla, física, autismo e entre outras. Sem dúvida quem mais foi beneficiado com estes recursos e serviços foram as pessoas com deficiência visual e as com deficiência física e múltipla.

Vejamos as indicações do uso das tecnologias e da comunicação alternativa nos livros a seguir no UNI DICAS.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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DICAS

As leituras indicadas de dois livros do MEC disponíveis para baixar em pdf e em algumas escolas, os livros estão disponíveis nos AEE.

Literatura disponível no portal do MEC sobre deficiência física e tecnologia assistiva

Acesse os links: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf><http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf>.

Os livros indicados acima são excelentes e são uma grande referência na área das tecnologias assistivas e comunicação alternativa, principalmente para a a escola. Até pouco tempo o MEC dispunha de exemplares, porém, não é possivel conseguir de forma física os livros, é preciso baixar em pdf e imprimir se quiser.

3 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS AOS DEFICIENTES FÍSICOS NA LOCOMOÇÃO

Um dos recursos que é muito usado é a bengala pelos deficientes visuais em todo o mundo, aliás, um recurso usado desde o tempo de Moisés, com um cajado para se locomover. Hoje alguns testes vêm sendo realizados com o uso de câmaras no pescoço para identificar o local e possíveis obstáculos, outras invenções estão sendo testadas, como sensor na bengala para quando a pessoa com deficiência visual ande com ela, este deveria acusar algo/ perigo/ obstáculo, mais não foi muito aceito pelos seus usuários.

Na locomoção das pessoas com deficiências físicas as tecnologias estão

muito presentes, pois a cada dia vimos mais sua evolução nas pessoas que andam nas ruas com suas cadeiras, sejam motorizadas ou não. Entre as cadeiras temos a de banho, a de rodas manual, a motorizada, a Scooter Hospitalar e os triciclos e quadriciclos. Ainda temos os Acessórios para Cadeiras.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

133

E os andadores, o andador articulado, andador ortopédico, bengala, muleta e a outra muleta, a canadense. Algumas pessoas com deficiência física vão necessitar de guinchos de remoção (entre eles temos os Guinchos Lift, Stand-up e o guincho transfer).

Para ajudar ainda na locomoção para maiores distâncias existem, como

já citamos, os triciclos quadriciclos, mas o que muito contribui também para a independência e autonomia são os carros adaptados, sendo de fácil manuseio, de certa forma de fácil aquisição.

Hoje, a legislação também beneficia pessoas que não dirigem. Nesse

caso, o veículo é comprado em nome do beneficiário, que pode indicar até três condutores legais. Autistas, pessoas com deficiência visual ou aqueles que dependam de terceiros para se locomover (como tetraplégicos) estão inseridos nesse cenário. Já para as pessoas com deficiência mental profunda ou severa, a isenção na modalidade não condutora exige que a doença tenha se manifestado antes dos 18 anos.

Vale lembrar também que, como a isenção fiscal só é válida para automóveis fabricados no Brasil de até R$ 70 mil, carros que estejam acima desse valor ou importados têm abatimento apenas para o IPI, o que corresponde a 11% do preço total do modelo. Outra exigência, ainda, é que o comprador fique com o veículo por, no mínimo, quatro anos.

Veja no quadro a seguir as regras para a isenção dos impostos e aquisição do veículo adaptado.

INTERVALO PARA

ISENÇÃO

QUEM TEM DIREITO

DISPONÍVEL PARA NÃO

CONDUTORES?

CARACTERÍSTICAS DO

CARRO

IPVA Imposto Sobre a Propriedade de

Veículos Automotores

Anual. Somente um carro por

indivíduo

Pessoas com deficiência física (que necessitem

de adaptação), deficiência visual, mental severa ou

profunda, e autistas, dependendo do estado

Previsto nos estados: AL, AP, BA, CE, DF, MT, MG, PB, PR, PE, RS, RR, SC (motores

até 2.0), SE e TO

IPI Imposto sobre

Produto Industrializado

Dois anos, sem limite de uso

Portadores de deficiência física

(que necessitem de adaptação), visual, mental severa ou

profunda, ou autistas, ainda que menores de

18 anos

Sim

Automóvel de passageiros ou veículo

de uso misto, de fabricação nacional

ICMS Imposto sobre

a Circulação de Mercadorias e

Serviços

Dois anos, a não ser em caso de

desaparecimento ou destruição

total do veículo

Pessoas portadoras de deficiência física (que necessitem de

adaptação)

Sim Valor máximo de R$ 70 mil

QUADRO 1 – QUADRO DAS REGRAS DA ISENÇÃO

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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IOF Imposto sobre

Operações de Crédito, Câmbio e Seguros

Somente uma vez. O carro não pode ser

vendido antes de três anos

Pessoas portadoras de deficiência física (que necessitem de

adaptação)

Não

Automóveis de passageiros de

fabricação nacional de até 128 cv de potência

RODÍZIO DE SÃO PAULO

É necessário fazer novo

pedido após trocar de carro

Veículos dirigido por pessoas portadoras de

deficiência ou por quem as transportem

Não Não há

FONTE: <https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2018/02/13-carros-e-versoes-para-pessoas-com-deficiencia-pcd-ate-r-70-mil>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Como vimos, a parte sobre o transito, sobre os carros adaptados onde é necessário fazer a divulgação deste quadro aos pais, porém muitos não têm acesso a esses direitos, nos quais alguns tem filhos paralisados cerebrais que talvez nunca estes vão dirigir, mais seus pais podem adquirir o carro e estes serem beneficiados com a locomoção.

4 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA ÁREA EDUCACIONAL AOS DEFICIENTES FÍSICOS

O Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004, dentre outras orientações, afirma que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tem direito de atendimento prioritário e a acessibilidade e, caso não seja cumprido, os órgãos públicos estarão sujeitos a sanções.

Já na tecnologia assistiva (TA) é a grande responsável pela acessibilidade

das pessoas com deficiência físicas, principalmente os paralisados cerebrais ao acesso educacional. Além de estar compreendida como uma área do conhecimento constituída por “recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida” por meio de sua utilização mediada pelas orientações dadas por professores especializados, esse aluno especial irá estimular “sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (GALVÃO FILHO et al., 2009, p. 26).

Na escola é o espaço onde o aluno poderá se habilitar nas tecnologias pela

exigência da funcionalidade acadêmica, muitos por não ter outro acesso a não ser nesta, outros por realmente não ter função.

Contamos com os serviços educacionais especializados e outros centros

de atendimentos que podem estar iniciando estes primeiros contatos com as tecnologias. Nestes é importante a avaliação da pessoa que vai usar um recurso, sendo a maioria personalizado, visto que as deficiências poderão ser muito diferentes uma das outras, mesmo seguindo uma mesma patologia.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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Assim citaremos aqui alguns recursos mais utilizados pelos alunos na escola regular que da funcionalidade, porém no próximo tópico, trataremos de comunicação alternativa e por isso vai completar e as informações.

Alguns recursos disponíveis e que não são de grande orçamento, por

exemplo:

TECLADOS: ampliado, em Braille e em forma de colmeia.Ampliado – serve para o aluno baixa-visão e o aluno com pouca mobilidade nas mãos e dedos, assim como o teclado colmeia que também pode ser usado por pessoas com mobilidade reduzida das mãos e o em Braille para pessoas cegas.

FIGURA 1 – TECLADO COLORIDO AMPLIADO

FIGURA 2 – TECLADO PARA BAIXA VISÃO E CEGOS COM TECLAS EM BRAILLE

FONTE: <https://www.lojaciviam.com.br/baixa-visao/teclados/teclado-ampliado-e-colorido>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FONTE: <http://www.terraeletronica.com.br/tecladopretoamarelocombraille.html>. Acesso em: 3 jan. 2019

Quanto aos teclados hoje são encontrados vários modelos e, como já frisamos em outros momentos, vai depender de cada aluno e sua necessidade.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 3 – TECLADO COLMEIA

FONTE: <http://www.terraeletronica.com.br/tecladopretoamarelocomcolmeia.html>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FIGURA 4 – CATEGORIAS DAS TECNOLOGIAS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

As tecnologias se dividem em alta, média e baixa tecnologia, como mostra o quadro acima. Vejam que, com nossos educandos no dia a dia, acabamos por usar esta de médio e baixo devido até mesmo ao acesso a estes recursos, sendo facilitado usarmos o que temos na escola no momento que planejamos.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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FIGURA 5 – FATORES SOCIAIS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Vimos na tabela de alto, média e baixa tecnologia que acabamos por usar a baixa por termos disponíveis recursos mais simples e de acesso na própria escola. Porém se a família tem mais condições e tem conhecimento, interesse na procura do melhor recursos para seu(sua) filho(a) vai fazer de alguma forma e de outra. Por exemplo, para um tratamento de reabilitação em uma sede da AACD e ou de Albert Einstein, precisa de dinheiro para se manter lá nos alojamentos e ou hotel, lanches, transportes e a aquisição do recurso indicado que quase nunca se tem pelo SUS.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 6 – POSSIBILIDADES DE RECURSOS E SERVIÇOS

FIGURA 7 – ÓRTESES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Existem muitos outros recursos nas tecnologias assistivas em todas as áreas, vejamos algumas.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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FIGURA 9 – HARDWARE 1

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FIGURA 8 – ADAPTAÇÕES DAS ÓRTESES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Observem que em cada figura e em cada adaptação, há uma necessidade física, portanto, são exemplos e em cada situação deverá passar por várias avaliações e testes para que se chegue a um ideal e adequado àquela deficiência física.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 10 – HARDWARE 2

FIGURA 11 – HARDWARE 3

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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FIGURA 12 –HARDWARE 4

FIGURA 13 – REPOSICIONAMENTO 1

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Foi possível observar nas imagens acima sobre Hardware adaptados para o uso no dia a dia das pessoas com deficiência, os quais vem contribuir no acesso aos programas, a leitura, a escrita e a pesquisa e cada um na sua especificidade.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 14 – REPOSICIONAMENTO 2

FIGURA 15 – REPOSICIONAMENTO 3

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

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TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

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FIGURA 16 – SOFTWARES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Como puderam observar nos exemplos que as tecnologias assistivas vieram para contribuir com o processo de independência e autonomia das pessoas com deficiências, a cada um é realizado a avaliação e destinado um recurso específicos dependendo de suas necessidades. É magnífico o modo como cada vez mais os homens (pesquisadores) estudam e descobrem novas maneiras dentro das tecnologias para que ninguém fique de fora, tanto da escola quanto do sistema social, fazendo parte da inclusão em todos os sentidos.

Page 154: Deficiência física funDamentos e metoDologias

UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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DICAS

Caro acadêmico, Como pôde observar as dicas deste livro de estudos na sua maioria são dicas de filmes relacionados ao assunto do tópico e da unidade. Aproveite para aprender de várias formas. A dica é do filme O escafandro e a borboleta, dirigido por Julian Schnabel. Com: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Anne Consigny, Olatz López Garmendia, Jean-Pierre Cassel, Niels Arestrup, Isaach De Bankolé, Marina Hands, Patrick Chesnais e Max von Sydow de um homem de inteligência viva e sensibilidade ímpar que se encontrava tragicamente preso a um corpo inútil. FONTE: <http://cinemaemcena.cartacapital.com.br/critica/filme/6524/o-escafandro-e-a-borboleta>.

Sinopse: Em 1995, o editor da revista francesa de moda “ELLE”, Jean-Dominique Bauby, sofreu um derrame colossal que o mergulhou num estado de coma profundo. Porém, ao despertar três semanas depois num hospital localizado na pequena Berck-sur-Mer, situada ao norte da França e às margens do Canal da Mancha, foi que o verdadeiro horror de sua situação tornou-se claro: vitimado pela rara Síndrome do Encarceramento, Bauby descobriu-se completamente paralisado e incapaz de falar. Com as pálpebras do olho direito suturadas para impedir o ressecamento da córnea, ele contava apenas com o olho esquerdo para se comunicar com o mundo – e, simplesmente através do piscar de suas pálpebras, ditou um livro de 139 páginas no qual, através de ensaios curtos e tocantes sobre sua condição e suas memórias (e fantasias), pintou o retrato

FONTE: <http://cinemaemcena.cartacapital.com.br/critica/filme/6524/o-escafandro-e-a-borboleta>.

Solicitamos a você, acadêmico, que leve bem a sério as dicas e execute conforme sugestão, só terá a ganhar com estas dicas em aprendizagem e em ideias para o trabalho na escola.

Page 155: Deficiência física funDamentos e metoDologias

145

Neste tópico, você aprendeu que:

• Há diferentes tipos de tecnologias assistivas e que cada uma destas tem sua importância e funcionalidade para as pessoas com deficiências e também para quem não tem nenhuma deficiência.

• O conceito de tecnologia assistiva é todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribui para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão. É também definida como uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências.

• Na tecnologia assistiva temos os Recursos e os Serviços, sendo que os recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência.

• Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.

• Auxílios gerais para a vida diária são materiais e produtos básicos para a independência da pessoa com deficiência, para que ela possa cozinhar, comer, vestir, tomar banho, ir ao banheiro, entre outras ações.

• A Comunicação Alternativa é essencial para uma educação inclusiva, para a comunicação eficiente por meio de aparelhos eletrônicos, pranchas e demais materiais com símbolos diversos.

• Sistemas de controle de ambiente são meios tecnológicos de controle para acessibilidade, segurança e locomoção em todos os espaços, da casa à empresa, entre outros.

• Recursos de acessibilidade ao computador referem-se à informática, todos os dispositivos e softwares necessários para aumentar a integração e a inclusão digital.

• Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou com funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes, como pernas ou braços mecânicos.

RESUMO DO TÓPICO 1

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• Na Adequação de postura, há os sistemas utilizados para garantir a postura correta de quem tem problema de mobilidade e condições similares, para todos os ambientes possíveis.

• Nos Projetos arquitetônicos, é tudo aquilo que demanda arquitetura em si, rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos possam transitar normalmente.

• Nos Auxílios de mobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade de pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os tipos, veículos, andadores, entre outros.

• Na Adaptação em veículos: implantar recursos para que motoristas e passageiros com deficiência possam dirigir um carro e andar em transportes adaptados (ônibus, avião, entre outros).

• Nos Auxílios para surdos e pessoas com déficit auditivo: como o próprio termo revela, são métodos e acessórios direcionados às pessoas com deficiência auditiva.

• Nos Auxílios para cegos e pessoas com visão subnormal: já nesse caso, são aparatos para indivíduos com deficiência visual e demais condições relacionadas à dificuldade em enxergar.

Page 157: Deficiência física funDamentos e metoDologias

147

Nas atividades a seguir, vamos rever alguns conceitos e refletir sobre o que foi apresentado no tópico sobre as tecnologias assistivas.

1 Vimos que as tecnologias assistivas são os serviços e os recursos que vêm contribuir para com as pessoas com deficiências ao proporcionar independência e autonomia na vida diária em todos os âmbitos, sendo assim relacione conceitos e exemplos no que diz respeito aos recursos e aos serviços.

A – RecursosB – Serviços

( ) São todos os itens equipamentos e ou parte deles, um produto fabricado em grande quantidade.

( ) Nos serviços vêm auxiliar de forma particular aquela pessoa a selecionar os recursos.

( ) Ajudam a para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência.

( ) Servem para ampliar as estratégias, ajudam na avaliação e assim resolvem problemas que possam vir a ter com os recursos e na vida autônoma e independente.

Relacione: a) ( ) A-B-A-B b) ( ) A-B-A-Ac) ( ) B-B-A-Bd) ( ) B-A-B-A

2 Entre o conceito sobre tecnologias assistivas, as afirmações a seguir demonstram sua importância e sua funcionalidade, exceto uma. Assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Uma simples bengala que ajuda na locomoção da pessoa cega, pode ser considerado uma tecnologia assistiva.

b) ( ) É também definida como uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências.

c) ( ) O conceito de tecnologia assistiva, em todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão.

d) ( ) Nas tecnologias assistivas temos os recursos e os serviços, porém importantes mesmo são os serviços pois estes orientam e de fato colaboram com as pessoas com deficiências.

3 Relacione a sequência de letras a seguir com a sequência de orações.

AUTOATIVIDADE

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148

A – Auxílios gerais para a vida diária: B – Comunicação Alternativa: C – Sistemas de controle de ambiente: D – Recursos de acessibilidade ao computador:

( ) essencial para uma educação inclusiva, para a comunicação eficiente por meio de aparelhos eletrônicos, pranchas e demais materiais com símbolos diversos.

( ) materiais e produtos básicos para a independência da pessoa com deficiência, para que ela possa cozinhar, comer, vestir, tomar banho, ir ao banheiro, entre outras ações.

( ) meios tecnológicos de controle para acessibilidade, segurança e locomoção em todos os espaços, da casa à empresa, entre outros.

( ) eferem-se à informática, todos os dispositivos e softwares necessários para aumentar a integração e a inclusão digital.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) B-C-A-Db) ( ) B -D- C -A c) ( ) C-A-D-Bd) ( ) D-C-A-D

4 Complete com F as sequências falsas e com V as verdadeiras:

( ) Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou com funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes, como pernas ou braços mecânicos.

( ) Adequação de postura: sistemas utilizados para garantir a postura correta de quem tem problema de mobilidade e condições similares, para todos os ambientes possíveis.

( ) Projetos arquitetônicos: é tudo aquilo que demanda arquitetura em si, rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos possam transitar normalmente.

( ) Auxílios de mobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade de pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os tipos, veículos, andadores, entre outros.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) V-V-F-F.b) ( ) F-F-V-V.c) ( ) V-V-V-V.d) ( ) V-F-V-F.

5 Na proposta da questão número 5, é de livre escolha do acadêmico de participar dela ou não, visto que a proposta é de navegação na internet para ver os tipos de carros adaptados para as pessoas com deficiências e como cada um é adaptado, no uso de botões na mão, comandos somente nos pés e entre outros. Depois comente em sala de aula, veja alguns vídeos destes carros e destas adaptações.

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TÓPICO 2

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Na Unidade 3, no tópico 2, vamos ver sobre a comunicação alternativa descoberta e indicada para pessoas com a comunicação comprometida, nos casos relacionados à deficiência física. Neste caso a comunicação alternativa é como o nome já define: comunicar-se de alguma forma, seja pelos gestos, pelo desenho e pictogramas, o qual é a forma mais antiga de comunicação entre os seres humanos nas cavernas e pedras, entre outros, mas que se estabeleça uma forma de comunicação para que haja entendimento.

2 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

Como surgiu a comunicação alternativa? Como o nome mesmo já define, comunicação – uma maneira de comunicar-se, uma necessidade básica de todo o ser humano, o animal também se comunica, mais não tem a intenção com a consciência de comunicar. Estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar começaram a ser desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição Quero Quero iniciou o trabalho com comunicação alternativa na década de 1980. A partir de 2000, esta área passou a ser o centro de interesses de vários pesquisadores e profissionais que buscavam melhorar a comunicação de pessoas que apresentavam severos distúrbios na comunicação oral e também com as dificuldades nas realizações das atividades pedagógicas e no processo de inclusão social e escolar.

No termo C.A.A (1997) de acordo com Glennem, a C.A.A – Comunicação Al-ternativa e Ampliada, tudo o que for possível ser feito para estabelecer uma comuni-cação além da modalidade oral, isto é, fazendo o uso de gestos, língua de sinais, ex-pressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz entre outros. Quando dissemos CA – É só comu-nicação alternativa, sem ser ampliada e C.A.A – Comunicação alternativa ampliada.

Assim alternativa e ampliada são o que explicam os termos a seguir:

… como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros. Dessa forma, a comunicação é considerada alternativa quando o indivíduo não apresenta outra forma de comunicação e, considerada ampliada quando o indivíduo possui alguma forma de comunicação, mas essa não é suficiente para manter elos comunicativos e estabelecer trocas sociais (ZAPOROSZENKO, 2008, p. 6) (grifo nosso).

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Alguns destes usuários do CAA necessitam de que a comunicação seja ampliada, porque além da dificuldade na comunicação por meio da voz, a maioria tem também dificuldades físicas e visuais.

Sendo assim, poderíamos definir que a comunicação alternativa como sendo toda e qualquer forma de estabelecer um vínculo, uma comunicação suplementar (Fala – Escrita) substituta (Linguagem – Leitura).

Quem serão os usuários desta comunicação: Na comunicação alternativa poderão se beneficiar todas as pessoas que tenham alguma patologia que comprometa a fala, a escrita e de alguma forma a comunicação, podendo estar incluídas as deficiências congênitas – TEA – PC – Def. desenvolvimento – Def. intelectual – Apraxia de fala – Síndromes genéticas. E quanto a deficiências adquiridas – AVC – TCE – Doenças neurodegenerativas (ELA) – Deficiências após cirurgias (glossectomia, laringectomia) – Condição temporária (intubação).

Vejamos as dicas dadas a todos, muito importante pesquisar e completar seus estudos.

DICAS

Indicamos alguns documentários para que você, acadêmico, possa assistir e fazer sua análise sobre a funcionalidade desta comunicação. Sobre a mídia – comunicação alternativa. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bh0SWu7sl9o>.

Sobre como surgiram as tecnologias: Introdução a tecnologia assistiva na educação inclusivaDisponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GIduwVVM67c>.

Sobre a importância das tecnologias para a vida no dia a dia, a importância da autonomia, comunicação e da interação. TVE reporter | tve - tecnologias assistivas Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-i9Av0gfzFI>.

Prezado acadêmico, você pode fazer as pesquisas e ver outros documentários, pois existem muitos sobre o assunto tecnologias assistivas. Procure, veja e traga novidades para a turma.

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TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

151

No sistema de comunicação podemos encontrar várias formas de realizar a comunicação, sobre a Integração de várias formas de comunicação sendo os Gestos Sinais imagens e os Símbolos que podem ser em Apontar, Acompanhar, Segurar, usadas como técnicas. Podendo ser também pelo Incentivo “à comunicação através das Pranchas, Álbuns, Software e recursos como o uso de histórias, brincadeiras, jogos, músicas, sendo estas como estratégias” (GLENNEM, 1997 apud BÓ, 2004, p. 21).

Veremos em exemplos práticos estas formas de estabelecer uma forma de comunicação, lembrando sempre que cada usuário é único, visto que nem todos os recursos e estratégias podem ser usados para os mesmos, onde cada um requer uma avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.

O importante antes de qualquer confecção de um recurso é fazer o acompanhamento do processo todo detalhado, onde leva-se em consideração a vontade do estudante na dinâmica da escola, encontrar um meio de gerar ideias e alternativas de materiais em conta e que esteja disponível para o uso.

Neste pensar, neste gerar ideias levar em consideração também os seguintes itens: Como escolher a alternativa viável, como fazer para representar a ideia do que se quer, construir um protótipo para experimentar, fazer a avaliação e acompanhar o uso e sua funcionalidade no dia a dia dos alunos.

No que se refere ao uso e as necessidades de CAA, os quais apresentam

níveis de competência linguística diversificados, por isso o conhecer o aluno é de extrema importância para saber como você vai introduzir não esquecendo o objetivo maior que é o da comunicação.

Os aspectos a serem considerados visando à funcionalidade são as competências linguísticas onde serão avaliados os diferentes contextos na comunicação.

Outras formas de expressão: Verificar como o aluno se expressa e se compreende o que os outros expressam. Ex. O aluno entende tudo o que você fala? Ele puxa pela mão e leva até o objeto/lugar de interesse, emite sons, usa determinados lugares para expressar alguma necessidade? Lembre-se: é difícil obter uma ideia clara do nível de compreensão. Há muitos exemplos em que se atribui um elevado nível de compreensão a crianças/jovens, na realidade, quando são avaliados, demonstram não compreender as palavras, mas sim os gestos que as acompanham ou outros dados específicos da situação. Formas não verbal auxiliam na compreensão da linguagem oral.

As habilidades, nestas existem as limitações por exemplo as físicas; sendo a acuidade auditiva e visual, habilidades motoras (preensão manual, flexão e extensão dos membros superiores), habilidades perceptivas, dentre outras.

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152

UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Nas emocionais se haverá mesmo o uso pelo educando e ou serão familiares que vão usar e, se for de uso do educando, se este poderá contar com o apoio de alguém da família. A competência, a cognitiva – vai influenciar o local onde o sistema será utilizado, verificar nível de escolaridade, compreensão, por parte dos alunos dos acontecimentos cotidianos. Além da autonomia pessoal que o uso do material deve dar.

Na avaliação depois de se ter um caminho, um diagnóstico, é possível saber qual sistema e/ ou recurso nosso aluno vai usar:

• sistema de baixa tecnologia composto por fotografias, figuras, desenho; • sistema composto por objetos concretos em miniaturas;• sistema composto por sistemas gestuais; • sistema de alta tecnologia (pictográficos, ideográficos ou aleatórios – sistemas

PIC, computadorizado, Bliss, entre outros); • sistemas combinados; • analisar também se ele faz uso da escrita de alguma forma ou não.

Esta aplicação dos recursos vai comprovar as habilidades do aluno que

serão aos poucos exploradas e ele, instigado a continuar o uso.

No sistema de comunicação tem a sua disposição o artefato que se chama Prancha de Comunicação. As Pranchas de Comunicação podem ser construídas com materiais simples, ou seja, cadernos, álbuns, quadro de pregas, flanelógrafo, painel de alumínio para fixar cartões com imãs, pastas, coletes, aventais, livros, fichários tipo pasta arquivo, cavalete de pintura, cartões fixos em chaveiros, dentre outros (JOHNSON, 1998, p. 18). As pranchas devem ser personalizadas de acordo com as possibilidades de ação do aluno, ou seja, sua condição motora (ALENCAR, 2002, p. 14). Vejamos alguns exemplos:

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TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

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FIGURA 17 – EXEMPLOS DE PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 10)

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

O QUE O SISTEMA DEVE COMUNICAR

Após a avaliação, o professor deverá identificar as necessidades básicas e reais dos alunos quanto a suas necessidades comunicativas mais imediatas para num momento posterior ampliá-lo. Recomenda-se que o professor elabore uma lista para registrar as necessidades comunicativas de seu aluno. Após a identificação das necessidades básicas o professor deverá selecionar imagens, juntamente com o aluno, quando for possível, para compor o sistema.

As imagens (fotos; recortes de revistas, encartes, jornais, desenhos)

selecionadas devem retratar o objeto, ou seja, o aluno tem que reconhecer nela (imagem) o que de fato quer expressar e/ou comunicar.

Assim vejam o quadro de algumas necessidades;

FIGURA 18 – QUADRO DE NECESSIDADES

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 11)

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TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

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FIGURA 19 – LISTA DE NECESSIDADES

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 12)

INICIANDO O TRABALHO COM C.A.A. – MATERIAIS NECESSÁRIOS

Neste texto, abordaremos os recursos compreendidos como “baixa tecnologia”, ou seja, confecção de cartões pictográficos utilizando imagens fotográficas para ilustração e imagens de cliparts. Materiais necessários para elaboração do sistema: Tesoura, cola, cola quente;Imagens (Figuras de programas computadorizados, fotografias, gravuras de revistas, jornais, encartes, desenhos, desenhos estilizados, símbolos diversos, palavras etc.). • Papel cartão e/ ou cartolina;• Contact ou fita adesiva de PVC transparente; • Velcro/alfinete ou ímã; • Fraselógrafo (Painel forrado c/ feltro, emborrachado (EVA) ou revestido de

papel pardo disposto em pregas); • Caixa de sapatos (para guardar os cartões); • Máquina fotográfica digital (armazenar imagens em CDs).

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 20 – EXEMPLO DE CARTÃO PICTOGRÁFICO

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 13-14)

Num segundo momento o professor irá dispor esse cartão pictográfico, sujeito-ação, junto ao sistema e reiniciar as atividades de elaboração de frase. O aluno começará a perceber que para formar a frase solicitada ele necessitará de dois cartões, no nosso exemplo um cartão de cor verde e outro vermelho. Nessa etapa, além da função comunicativa, o professor poderá intervir nos aspectos referentes à noção espacial e lateralidade apresentada pelo aluno.

A forma como o aluno dispõe os cartões para formar a frase não significa

que o mesmo não entendeu o solicitado ou deu uma resposta inadequada. Muitas vezes a lacuna refere-se a noções de lateralidade, a forma como uma escrita convencional, por exemplo, se configura, ou seja, da direita para esquerda. A estratégia de solicitar a leitura da atividade realizada por ele, iniciada na fase anterior “escrevendo frases simples” torna-se primordial, pois possibilita identificar se há erros de interpretação ou de noção de lateralidade.

Sendo assim a cada professor(a) será necessário fazer inúmeras tentativas, conhecer o aluno, os recursos e aos poucos ir introduzindo para ver até que ponto há habilidades e competências.

Saiba mais em<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_ana_zaporoszenko>.

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Neste tópico, você aprendeu que:

• A comunicação alternativa é de grande importância para que haja a comunicação entre pessoas que não tem a fala e nenhum outro tipo de se comunicar com os demais. Na comunicação – uma maneira de comunicar-se, uma necessidade básica de todo o ser humano, o animal também se comunica, mais não tem a intenção com a consciência de comunicar.

• Os estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar começaram a ser

desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição Quero Quero iniciou o trabalho com comunicação alternativa na década de 1980. A partir de 2000, esta área passou a ser o centro de interesses de vários pesquisadores e profissionais que buscavam melhorar a comunicação de pessoas que apresentavam severos distúrbios na comunicação oral e também com as dificuldades nas realizações das atividades pedagógicas e no processo de inclusão social e escolar

• O termo C.A.A - (1997) de acordo com Glennem, a C.A.A – Comunicação

Alternativa e Ampliada, tudo o que for possível ser feito para estabelecer uma comunicação além da modalidade oral, como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz. Quando dissemos CA – É só comunicação alternativa, sem ser ampliada.que entra nestas também o “ … uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros.” (ZAPOROSZENKO, 2008, p. 6).

• Há diversos exemplos de materiais, leituras importantes e vídeos na área da

comunicação alternativa, sendo que o acadêmico deverá fazer um esforço para pesquisar e se inteirar melhor do assunto.

• Há exemplos práticos destas formas de estabelecer uma forma de comunicação, lembrando sempre que cada usuário é único, visto que nem todos os recursos e estratégias podem ser usadas para os mesmos, onde cada um requer uma avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.

• O importante antes de qualquer confecção de um recurso é fazer o

acompanhamento do processo todo detalhado, onde leva-se em consideração a vontade do estudante na dinâmica da escola, encontrar um meio de gerar ideias e alternativas de materiais em conta e que esteja disponível para o uso.

RESUMO DO TÓPICO 2

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AUTOATIVIDADE

Vamos fazer algumas atividades para fixação do conteúdo e revisão.

1 Assinale a resposta que melhor define o que é comunicação alternativa.

a) ( ) Comunicação Alternativa e ou Ampliada, tudo o que for possível ser feito para estabelecer uma comunicação além da modalidade oral, como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz.

b) ( ) Toda e qualquer forma de comunicação que leve a interação entre os seres humanos.

c) ( ) Uma maneira de comunicar-se, uma necessidade básica de todo o ser humano, o animal também se comunica, mais não tem a intenção com a consciência de comunicar.

d) ( ) A Comunicação poderá ser CAA e ou CA. 2 Vimos que os estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar

começaram a ser desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição Quero Quero iniciou o trabalho com comunicação alternativa na década de 1980. A partir de 2000, esta área passou a ser o centro de interesses de vários pesquisadores e profissionais que buscavam melhorar a comunicação de pessoas que apresentavam severos distúrbios na comunicação oral e também com as dificuldades nas realizações das atividades pedagógicas e no processo de inclusão social e escolar. Em relação ao exposto, assinale F para respostas Falsas e V para as respostas Verdadeiras.

a) ( ) Todas as pessoas poderão usufruir da comunicação – CAA e ou CA – dependerá de uma boa avaliação e encaminhamentos da funcionalidade do processo.

b) ( ) Na escola a CA (comunicação alternativa) veio contribuir para que realmente pudéssemos ver e comprovar a capacidade e habilidade dos alunos prejudicados na fala e ou na comunicação.

c) ( ) Não é necessário estabelecer uma forma de comunicação, lembrando sempre que cada usuário é único, visto que nem todos os recursos e estratégias podem ser usadas para os mesmos, onde cada um requer uma avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.

d) ( ) Um recurso criado para um determinado aluno poderá ser usado para vários.

Agora assinale a sequência CORRETA:a) ( ) V-V-F-F.b) ( ) V-V-V-F.c) ( ) V-V-F-V.d) ( ) V-V-V-V.

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TÓPICO 3

RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES

EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Na Unidade 3, tópico 3, o que faremos é uma revisão da unidade e traremos exemplos e materiais, jogos para que sirvam de ideias a você, caro acadêmico, quando se deparar com alguma situação de alunos com deficiência e que necessite destes recursos da comunicação alternativa e das tecnologias assistivas possa usufruir e criar.

Percebemos que todos nós professores e profissionais da área da Educação Especial e da deficiência física precisamos estar muito atentos e muito curiosos em relação ao uso das tecnologias. Pensar que cada um é um e que as adaptações e as indicações das tecnologias precisa respeitar a especificidade e a necessidade de cada um. Sendo assim, passa pela avaliação multidisciplinar a qual estaremos falando muito neste tópico.

2 RECURSOS EDUCACIONAIS AOS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Os estudos deste livro são voltados às pessoas com deficiência física, mesmo quando falamos e trouxemos as tecnologias assistivas e comunicação alternativa foi com o objetivo de mostrar recursos e serviços para as pessoas com deficiência física, os quais vêm tornar as coisas possíveis, a comunicação, a interação, as intencionalidades no fazer pedagógico e na inclusão não só na escola mais no geral.

O cuidado que se tem é com o diagnóstico dos alunos. Não para tabular e rotular, mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro, alterações no processo de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a cada um destes alunos. As informações sobre os alunos são importantes para partir das perguntas que podemos fazer que são: o que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E por último, como ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um simples diagnóstico, o como ela aprende do que o que ela aprende.

Essas informações auxiliarão o professor especializado a conduzir seu

trabalho com o aluno e orientar o professor da classe comum sobre questões específicas de cuidados.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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[...] é necessário que os professores conheçam a diversidade e a complexidade dos diferentes tipos de deficiência física, para definir estratégias de ensino que desenvolvam o potencial do aluno. De acordo com a limitação física apresentada é necessário utilizar recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida (BRASIL, 2006, p. 29).

A partir de uma avaliação criteriosa e de um olhar diferenciado de uma equipe multidisciplinar quando possível, fazer os encaminhamentos necessários com os recursos personalizados, visando e oportunizando o acesso à educação a informação e ao conhecimento.

Na área da deficiência física, os recursos educacionais básicos e de grande uso são os seguintes:

O uso da comunicação alternativa, a adequação dos materiais didático-

pedagógicos, como o lápis, o quadro magnético com letras com ímã fixado, tesouras adaptadas, entre outros. Podendo ainda ser feitos projetos em parceria com profissionais da arquitetura, engenharia, técnicos em edificações para promover a acessibilidade arquitetônica.

Vejamos uma dica muito legal de filme o qual podemos vivenciar o dia a dia da deficiência física.

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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DICAS

A dica é o filme que trata de um garoto com deficiência física: A chave da casa.

SINOPSE E DETALHESPaolo (Andrea Rossi) tem 15 anos e sofre de deficiências físicas e psicológicas provocadas pelo parto, que culminou com a morte de sua mãe. Criado pelos tios na Itália, Paolo precisa viajar anualmente até um hospital de Berlim para terapia de reabilitação. Seu pai, Gianni (Kim Rossi Stuart), aparece para acompanhá-lo pela primeira vez durante a viagem, numa tentativa de se aproximar do filho. Suas vidas se transformam quando eles encontram Nicole (Charlotte Rampling), uma mulher forte que se dedica de corpo e alma aos cuidados de sua filha deficiente.

Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-55605/>.

A adequação de recursos da informática: teclado, mouse, ponteira de cabeça, programas especiais, acionadores, entre outros. O uso de mobiliário adequado: mesas, cadeiras, quadro, entre outros, bem como os recursos de auxílio à mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, entre outros.

Veremos alguns exemplos utilizados na escola. Conforme caderno do MEC para a orientação do AEE para deficiência física.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 21 – TESOURA ADAPTADA

FONTE: Brasil (2007, p. 42)

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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FIGURA 22 – LÁPIS E CANETAS ADAPTADAS

FONTE: Brasil (2007, p. 43)

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 23 – MODELOS DE ADAPTAÇÕES COM O USO DE ESPUMAS

FONTE: Brasil (2007, p. 44)

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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FIGURA 24 – LIVROS E MANUSEADOR DE LIVROS

FONTE: Brasil (2007, p. 45)

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 25 – EXEMPLOS DE ALGUNS JOGOS ADAPTADOS

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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FONTE: Brasil (2007, p. 46-51)

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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FIGURA 26 – EXEMPLOS DE PROGRAMAS E RECURSOS PARA A ALFABETIZAÇÃO

FONTE: Brasil (2007, p. 52)

Veremos a seguir alguns exemplos que diferenciam o que é adaptação e adequação curricular, muitos professores tem dificuldades em diferenciar estes dois conceitos.

3 DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E ADEQUAÇÃO CURRICULAR

Vamos discutir agora dois conceitos, que são a Adaptação Curricular e Adequação curricular, que geralmente é confuso e difícil achar a diferença entre um e outro. Segundo o MEC, a adaptação curricular é:

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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O conceito de adaptações curriculares, consideradas como: estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p. 15).

São as adaptações que fazemos no dia a dia em sala de aula, muitas vezes precisamos adaptar certo conteúdo para o aluno de forma que este venha a fazer e compreender o que queremos.

A adequação vai além de uma adaptação, ele envolver a todos na escola, um currículo funcional por exemplo, vai depender do aluno, da escola e dos que estão envolvidos na avaliação deste aluno. Onde no currículo funcional se observa e se parte da experiência deste aluno no saber fazer, nas suas habilidades o qual o foco é nas competências para desenvolver o trabalho em sala de aula e também para o dia a dia deste educando.

E o conceito de Adequação curricular é as possibilidades educacionais de atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se realize a adequação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não é um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliar, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessa circunstância, as adequações curriculares implicam a planificação pedagógica.

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UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

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Como leitura fizemos uma seleção do livro do MEC - FONTE: BRASIL, MEC. AEE para Deficiência Física, 2007, em que é apresentado como acessar o teclado para leitura e escrita no computador para alunos com deficiência física.

Disponível na íntegra em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>, o qual você pode pesquisar e aproveitar bem esta dica.

Vamos trazer alguns itens deste livro enquanto as sugestões de adaptações e exemplos de recursos, estaremos discutindo e mostrando algumas imagens para que você possa compreender melhor e poderá ser alguma ideia para ser usada com o aluno em sala de aula.

Vejamos alguns recursos que voltamos e reforçamos a importância destes para a sala de aula no trabalho com o aluno.

LEITURA COMPLEMENTAR

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TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

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Neste tópico, você aprendeu que:

• Tivemos exemplos mais práticos e vimos de forma física que podemos fazer uso de recursos tanto tecnológico, quanto não, de adaptações simples e que dão funcionalidade ao uso na escola e na vida no dia a dia das pessoas com deficiência física principalmente.

• No qual trouxemos as tecnologias assistivas e comunicação alternativa foi com o objetivo de mostrar recursos e serviços para as pessoas com deficiência física, os quais vem tornar as coisas possíveis, a comunicação, a interação, as intencionalidades no fazer pedagógico e na inclusão não só na escola mais no geral.

• O cuidado que se tem é com o diagnóstico dos alunos. Não para tabular e rotular, mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro, alterações no processo de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a cada um destes alunos. As informações sobre os alunos são importantes para partir das perguntas que podemos fazer que são: o que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E por último, como ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um simples diagnostico, o como ela aprende do que o que ela aprende.

• A partir de uma avaliação criteriosa e de um olhar diferenciado de uma equipe multidisciplinar quando possível, fazer os encaminhamentos necessários com os recursos personalizados, visando e oportunizando o acesso a educação a informação e ao conhecimento.

• Na dica de leitura apresentamos sobre o caderno do MEC de orientação para o AEE para deficiência física, onde trouxemos imagens e as orientações para inserir no ensino regular com alunos com estas deficiências.

• Outro conceito importante que trouxemos para esclarecer neste tópico foi de adequação curricular e adaptação curricular. Sendo que: O conceito de adaptações curriculares, consideradas como: estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998). E o de Adequação curricular sendo como: Estas constituem, pois, possibilidades educacionais de atuar frente ‡s dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adequação do currículo regular, quando necessário, para torná·-lo apropriado as peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não é um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de amplia„o, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessa circunstância, as adequações curriculares implicam a panificação pedagógica.

RESUMO DO TÓPICO 3

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AUTOATIVIDADE

Olá, caro acadêmico. Enfim, a última atividade deste tópico e também do livro, se dedique para que não haja dúvidas na hora de fazer as avaliações.

1 Relacione assinalando a resposta correta para o conceito de adequação curricular e adaptação curricular.

1 - Adaptação Curricular 2 - Adequação Curricular

a) ( ) Demonstrar o resultado da avaliação da efetivação de uma atividade prática, para facilitar o progresso acadêmico de alunos com necessidades educacionais especiais.

b) ( ) … considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola

c) ( ) Quando há flexibilização, planificação curricular, poderá ser considerado a adequação.

d) ( ) ...consideradas como: estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos.

Assinale a sequência CORRETA:a) ( ) 2-2-1-1b) ( ) 2-1-2-1 c) ( ) 1-1-2-2d) ( ) 2-1-2-2

2 Precisamos ter cuidado com o diagnóstico dos alunos. Não podemos tabular e rotular, mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro, alterações no processo de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a cada um destes alunos. As informações sobre os alunos são importantes para partir das perguntas que podemos fazer, quais são? Todas as respostas estão corretas, exceto uma que não condiz com o conceito de como o aluno aprende e como avaliamos. Assinale a INCORRETA:

a) ( ) O que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E por último, como ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um simples diagnóstico, o como ela aprende do que o que ela aprende.

b) ( ) Esta criança não aprende? Não precisa ensinar a ler e escrever, pois esta criança não fala e não interage. Como vai ensinar esta criança?

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c) ( ) O processo, para que o sistema educacional atue de modo a promover os ajustes necessários, para atender a todo e qualquer aluno, o entendimento sobre os pressupostos teóricos que norteiam a Educação Inclusiva é de suma importância para que o aluno aprenda.

d) ( ) São necessários os recursos personalizados, visando e oportunizando o acesso à educação, à informação e ao conhecimento.

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