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DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO EM SOJA NO ESTADO DE SÃO PAULO: MELHOR ENTENDIMENTO DO PROBLEMA E POSSíVEIS SOLUÇÕES Hípólito A. A. MASCARENHAS ('.3) Eduardo A. BULlSANI ( ') Manoel A. C. de MIRANOA (,.3) Nelson R. BRAGA ('.3) José Carlos V. N. A. PEREIRA ( 2) 34 o Agron6mico, Campinas, SP, 40(1), 1988 No Estado de São Paulo, a cultura de soja é expressiva em duas regiões: Norte-Nordeste (Média e Alta Mojiana) e Sul-Sudeste (Média e Alta So- rocabana). Cada uma delas contribui com aproximadamente metade dos quase 500.000 hectares cultivados com a leguminosa. Desde que a soja foi economica- mente implantada, no final da década de 40, até nossos dias, tem sido observado um incremento constante na produtividade média estadual, hoje ao redor de 2.400 kg/ha, compatível com os sistemas de produção e material genético à dis- posição dos produtores. Apesar da existência de tabelas para indicação de fertili- zação química, com base nos teores dos nutrientes disponíveis no solo, na primeira região, nos últimos vinte anos, foi comum o uso de 350 kg/ha da fórmula 0-18-6 e na segunda, nos últimos treze anos, 200 kg/ha da fórmula 4-30-10 (percentagem de N, P205 eK 2 0). Essas quantidades não supriram as necessidades da cultura da soja, ocorrendo maior extração de potássio pela planta do que o aplicado, enquanto para o fósforo a relação fOI Inversa, observando-se até acúmulo do nutriente, conforme exposto no quadro 1. Além do uso continuado de fórmulas com baixo teor de potássio, outro fator que colaborou no surgimento ou agravamento da deficiência generali- zada de potássio foi a correção da acidez do solo através da calagem, para ele- vação do índice de saturação por bases a 70%, o que levou a um desequilíbrio ainda maior entre os cátions Ca, Mg e K. Há ainda outro fator importante que também pode contribuir no desequilíbno entre cálcio, magnésio e potássio: quando há perda de potássio pela lixiviação, especialmente em solos arenosos. Em áreas deficientes em potássio, é muito comum observar plantas sem vagens no terço superior, vagens vazias e retorcidas (sem desenvolvimento de sementes) e senescéncia anormal (haste verde). chochamento e mau pega- mento de vagens nos racemos supenores, Sintomas apresentados nas figuras 1 e 2. A deficiência de potássro em soja também se pode expressar conforme mostra a figura 3, onde plantas de linhagem 077.12.244, exrçentes em potássio, receberam ou não dose adequada de K 2 0. Plantas bem nutridas encontravam-se (') Seção de Legumlnosas, Instrtulo Agronómico (1AC), CaIXa Postal 28, 13001 Campinas, SP. (2) Estação Experunental de Ribeirão Prelo, IAC. (3) Com bolsa de suplementação do CNPq.

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DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO EM SOJA NO ESTADO DE SÃO PAULO:MELHOR ENTENDIMENTO DO PROBLEMA E POSSíVEIS SOLUÇÕES

Hípólito A. A. MASCARENHAS ('.3)Eduardo A. BULlSANI ( ')

Manoel A. C. de MIRANOA (,.3)Nelson R. BRAGA ('.3)

José Carlos V. N. A. PEREIRA ( 2)

34 o Agron6mico, Campinas, SP, 40(1), 1988

No Estado de São Paulo, a cultura de soja é expressiva em duasregiões: Norte-Nordeste (Média e Alta Mojiana) e Sul-Sudeste (Média e Alta So-rocabana). Cada uma delas contribui com aproximadamente metade dos quase500.000 hectares cultivados com a leguminosa. Desde que a soja foi economica-mente implantada, no final da década de 40, até nossos dias, tem sido observadoum incremento constante na produtividade média estadual, hoje ao redor de2.400 kg/ha, compatível com os sistemas de produção e material genético à dis-posição dos produtores. Apesar da existência de tabelas para indicação de fertili-zação química, com base nos teores dos nutrientes disponíveis no solo, na primeiraregião, nos últimos vinte anos, foi comum o uso de 350 kg/ha da fórmula 0-18-6 ena segunda, nos últimos treze anos, 200 kg/ha da fórmula 4-30-10 (percentagemde N, P205 e K20). Essas quantidades não supriram as necessidades da culturada soja, ocorrendo maior extração de potássio pela planta do que o aplicado,enquanto para o fósforo a relação fOI Inversa, observando-se até acúmulo donutriente, conforme exposto no quadro 1.

Além do uso continuado de fórmulas com baixo teor de potássio,outro fator que colaborou no surgimento ou agravamento da deficiência generali-zada de potássio foi a correção da acidez do solo através da calagem, para ele-vação do índice de saturação por bases a 70%, o que levou a um desequilíbrioainda maior entre os cátions Ca, Mg e K. Há ainda outro fator importante quetambém pode contribuir no desequilíbno entre cálcio, magnésio e potássio: quandohá perda de potássio pela lixiviação, especialmente em solos arenosos.

Em áreas deficientes em potássio, é muito comum observar plantassem vagens no terço superior, vagens vazias e retorcidas (sem desenvolvimentode sementes) e senescéncia anormal (haste verde). chochamento e mau pega-mento de vagens nos racemos supenores, Sintomas apresentados nas figuras1 e 2. A deficiência de potássro em soja também se pode expressar conformemostra a figura 3, onde plantas de linhagem 077.12.244, exrçentes em potássio,receberam ou não dose adequada de K20. Plantas bem nutridas encontravam-se

(') Seção de Legumlnosas, Instrtulo Agronómico (1AC),CaIXa Postal 28, 13001 Campinas, SP.(2) Estação Experunental de Ribeirão Prelo, IAC.(3) Com bolsa de suplementação do CNPq.

em processo normal de enchimento dos grãos, enquanto aquelas onde o potássionão era administrado estavam florescendo de novo, devido ao não-pegamento dapnmeira florada, com conseqüente aparecimento de haste verde e retenção follar,à semelhança do que ocorre quando do ataque do complexo de percevejos

Em Ipuã, em 1985/86, foram observadas, em áreas de soja cultivarIAC-11,plantas que apresentavam desde desenvolvimento normal até haste verde,retenção foliar e formação de frutos partenocárpicos. No quadro 2, acham-se osresultados da análise do solo e os sintomas da deficiência de potássio. Nas duasprimeiras amostras, o teor de fósforo está alto, decorrente do acúmulo durantevários anos, havendo equilíbrio entre os teores de cálcio, magnésio e potássio,com valores da relação (Ca + Mg)/K equivalentes a 28 e 31, demonstrados porplantas sem nenhum sintoma. As três amostras subseqüentes indicam baixosteores de potássio e teores médios de Ca e Mg, resultando em valores da relação(Ca + Mg)/K considerados elevados (56 a 80). Observam-se, conseqüentemente,sintomas de deficiência de potássio nas folhas, haste verde e retenção foliar. Naamostra número seis, o desequilíbrio é ainda maior, com a relação (Ca + Mg)/Kconsiderada alta (107), apresentando, além de retenção foliar, formação de frutospartenocárpicos.

No quadro 3, têm-se os resultados da análise de solos de Ipuã,Guaíra e Paraguaçu Paulista. Apesar de o valor da relação (Ca + Mg)/K sersemelhante nas duas primeiras localidades, em Ipuã o teor de potássio por SI estábaixo e os de Ca e de Mg, médros. Neste caso, verificou-se a necessidade deaplicar calcário, para elevar o índice de saturação de base (V%) a 70~o. Por outrolado, em Guaíra, observou-se um desequilíbrio entre Ca, Mg e K, devido ao teorde potássio estar acima do nível crítico, mas inferior em relação aos teores de Cae Mg, que estão muito elevados: conseqüentemente, observou-se valor elevadode saturação de bases (88%). Em Paraguaçu Paulista, a relação (Ca + Mg)/K foi49, apenas em comparação .com o índice 64, para amostras de solo em Ipuã eGuaíra. Enquanto os sintomas observados nas plantas tanto em Ipuã como emGuaíra foram de haste verde, em Paraguaçu Paulista (solo arenoso), além desse,também se manifestou a retenção foliar (Quadro 3). No ano agrícola 1986/87, emIpuã, fez-se correção do solo (Quadro 3) e aplicação de 200 kg/ha da fórmula0-18-6 no planuo e mais 45 kg/ha de K20 na forma de KCI aos 35 dias após agerminação. em cobertura, enquanto em Guaíra aplicaram-se 60 kg/ha de K20 naforma de KCI em cobertura, aos 35 dias após a germinação, sem adubação noplantio. Em Paraguaçu Paulista, não houve tempo suficiente para correção dosolo: no plantio, aplicaram-se 300 kg/ha da fórmula 0-20-10. Em Ipuã e Guaíraforam produzidos, respectivamente, 2.700 e 3.000 kg/ha de sementes de soja,GUJasplantas se desenvolveram sem sintomas de deficiência de potássio,enquanto em Paraguaçu Paulista, as plantas na maturação apresentaram hasteverde e retenção foliar, dificultando a colheita: a produção fOI 1.300 kg/ha, apenaspela não aplicação de fórmula com teor adequado de potássio para supnr anecessidade das plantas.

o Agronômico, Campinas, SP, 40(1), 1988 35

&:

Quadro I. Produtividade média de soja, quantidades anuais de PzOS e KzO e x t r a Ide s pelas sementes e apllcad.as ao solo

pela adubação; balanço anual desses nutrientes nas regl5es Norte-Nordeste e Sul-Sudeste do Estado de são Paulo, no

per iodo 196{)-S6

P r o ~u t I v i da de mé d I a Balanço anual de PzOs Ba I anço anua I de KzO

PerTodo

Ffsica Relativa Adicionado Ext r a fdo( 1) Balanço Adicionado Ext ra fdo( I) Balanço

k 9 Ir .• % kg/ha kg/ha

Valores e s t l ma do s para O I;orte-Nordeste de são Paulo

1960-69 t2 E s 100 63 ( z ) 15 +48 2 I (Z ) 24

1970-79 1.6~ 3 128 63 20 +4 ' 2 1 3 1

1980-S6 •. 4 C: 187 63 29 +34 2 1 46

O» Valores eltlmados pa ra o Sul-Sudeste de são Paulo

~

ª' 1960-6~ 1.28" 100 6 O ( 3 ) 15 +45 2 0(3) 24

~.197 O -) 9 1.54) 128 60 20 +40 20 3 I

o~ 1980 -c 6 2.4 C; 187 60 29 +31 20 1,612.

~C/l FontE!: HASCARENh~S e t a I • ( 198 n·_"1J

~ (1) E.tração e s l i ada segundo BATAGL1A & HASCARENHAS ( 1977l.

( l) Adi,ionaco!l o r e f e r e n c i e I me n t e como 350 kg/ha da fórmula 0-18-6 ( N : P l ° 5 : Kl ° ).--'10 ( 3 ) Adicionados p r e f e r e n c i a I me n t e como 200 kg/ha da fôrmula t.-30-10 (N:PlOS:K2°J.S!l

- 3

- 1 O

-25

-4

-11

-26

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xx ERRATA x

x As legendas das Figuras 2 e 3 x~ estão invertidas. ~xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

FIGURA 2. Chochamento e mau pega-mento de vagens nOS racemos supe-riores na linhagem 077.12.244, condi-cionados pela deficiência de potásssio.

o Agronômico, Campinas, SP, 40( 1), 1988

FIGURA 1. Senescência anormal (hasteverde verde) em conseqüência demau pegamento de vagens.

37

w00

Quadro 2. Anil ise do solo e desenvolvImento de plantas de cultivar IAC-II de soja, em Ipui (SP)

--Amostra pH M.O. P K Ca Mg V Relaçio Sintomas

(resina) (Ca + Mg)/K

(CaCI2) % \Jg/cm3 -- rneq/cnl3 --- %

5,3 3,9 65 0,16 3,1) 1,1 52 28 PI antas sad ias semsinte-mas

2 5,4 3,4 53 0,13 3,3 0,8 52 31 Plantas sadias semsintomas

3 5,2 1,8 49 0,05 2, 1 0,7 53 56 Sintomas de ,'·fici-ência nas folhas

O 4 5,3 7, 1 34 0,05 2,3 0,9 36 61) Haste verde»<Dg~ 5 5,4 2,1 27 0,04 2,3 0,9 56 80 Re i enç ao foI iarI'i9O

3 6 5,4 1,8 22 0,03 2" 0,9 56 107 Retenção fo I ia r e'O fo rma ç ao de semen-S~ tes com frutos par-(f) tenocárpicos.-u

~::- Fonte: MASCARENHAS et aI, (19871.~

FIGURA 3. Bom pegamento de vagens(soja - linhagem 077.12.244) em de-corrência de aplicação de potássio emcomparação à testemunha.

FIGURA 4. Diminuição do ataque de Diaporthe phaseolorum sojae pelaaplicação de potássio em comparação às testemunhas, que contêmapenas nfveis de fósforo.

o AgronOmico, Campinas, SP, 40(1),1988 39

~

Quadro). Análise do solo e sintomas de haste verde e retenção foliar em soja em 1985/86; tratamentos utilizados para superar esses slnlomas

no 1'"10 s e çu i nte

Local idade A rIO

AçrícolapH M.O. P

K Ca M9 VRelação Sintomas

(resina) (Ca + Mg)/K

(CaC 12) % ug/cm3 --- meq/cm3 -- % rndice

S,3 2,1 34 0,05 2,3 0,9 36 64 Haste verde

6,5 2.8 128 0,14 6,9 2,1 88 64 Haste verde

I., O 1,8 , 0,07 2.0 1 ,4 47 49 Has te verde: e

retenção follar

I puã 1~: 5/86

Tratamentos Produtividade em grãos

Gua í r a 1 ~:;/86

kg/ha

Co r r eç ao COI'H c a l c a ri o .• 200 k q da férmula0-18-6 + 45 kg d. KzO em cobertura na for-ma de c lo r e t o de potássio, aos 35 d'asapósd germinaçdo.

2.700 Sem s j ntomas

ParaguaçuPaul i s t a

1;:;/%

60 kg de K]O em cobertura na forma de c l o-reto de po t á s s l o , ao s 3~ d i a s após a ger-minação.

3.000 Sem sintomas

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~~!3o3

"O5·

~(f).'U

~

Ipua IS:~ ô/

300 'g/l1a da fórmula u-20-10 :.0 plantio,c.;em calagcm.

1 .300 Continua hasteverde e reten-ção fo I Ia r

Guafra 1;:- ,;7

Paragud)"",Paulista

1~:o/67

so0000

o quadro 4 refere-se às análises químicas do solo do Sudeste doEstado, em áreas sob cultivo com soja. Em Florínea observa-se, à primeira vista.que o teor de potássio está aparentemente alto; no entanto, também se notamaltos teores de Ca e Mg, resultando o valor 46 para a relação (Ca + Mg)/K. Nessecaso, há necessidade de aplicação de potássio e de fósforo, cujo teor é médio nosolo. Na amostra 2, de Cruzália, há equilíbno entre Ca, Mg e K, mostrando a rela-ção (Ca + Mg)/K o índice de 26; ainda, sendo o teor de fósforo alto, não hánecessidade de adubar a soja. Nas amostras 3 e 4, o teor de potássio foi alto emrelação a Ca e Mg e a relação (Ca + Mg)/K foi 18 e 14 respectivamente. A solu-ção para esses dois casos seria esperar que as culturas futuras retirassem o po-tássio e conseqüentemente aumentassem a relação (Ca + Mg)/K. Para taisamostras, também não seria necessária a adubação da cultura da soja.

As observações referentes à adubação da soja têm demonstradoque as melhores relações (Ca + Mg)/K estão entre os valores 22 e 31, indepen-dente do tipo do solo e do cultivar de soja.

As fórmulas de maior uso pelos lavradores nas regiões sojfcolas doEstado de São Paulo são: 0-18-6, 4-30-10, 0-20-10 e 0-20-20.

Os cultivares de soja atualmente plantados são mais produtivos emais exigentes em adubação. As fórmulas, em geral, são ideais para satisfazer asexigências de fósforo, mas não as de potássio, com exceção da 0-20-20. ° po-tássio é o segundo elemento mais retirado pelas sementes, após o nitrogênio, naquantidade de aproximadamente 20 kg de K20 por 1.000 kg de sementes.

Dependendo da análise do solo e da disponibilidade das fórmulasno mercado, todas podem ser utilizadas com certas modificações. Supondo-seque os teores de fósforo e potássio no solo sejam baixos, pode-se utilizar400 kg/ha da fórmula 0-18-6 no plantio, equivalente a 72 kg de pps e 24 kg deKP respectivamente. Os 24 kg de K20 teoricamente não seriam suíicientes. poiscada 1.000 kg de sementes extrai 20 kg de K20. Nesse caso, haveria necessi-dade da aplicação adicional de 36 kg de KP na forma de KCI, em cobertura,após 35 dias da germinação.

A fórmula 4-30-10 é bastante usada no Sul-Sudeste do Estado deSão Paulo e no Norte do Paraná Essa fórmula contém alto teor de fósforo e pornão conter enxofre deve ser usada com restrição em solos arenosos. Pelo quadro 1,observa-se que os agricultores usam apenas 200 kg/ha, quando deveriam usar250 kg dessa fórmula (75 kg de Pp: e 25 kg de K20). Recomenda-se aplicar35 kg/ha complementares de K20. na forma de cloreto ou de sulfato de potássio,em cobertura

No ano agrícola 1987/88, foram rnurto utilizadas pelos lavradores asfórmulas 0-20-10 e 0-20-20. No caso de 0-20-10, eles deveriam empregar400 kg/ha, perfazendo 80 kg de P205 e 40 kg de K20. Poder-se-Ia aplicar mais30 kg de K20 na forma de KCI, em cobertura, aos 35 dias após a emerqêncra dasoja Através da fórmula de 0-20-20, senam necessários 350 kg/ha. o que equi-valeria a 70 kg de P20s e 70 kg de K20 no plantio, não havendo necessidade deaplicação do potássio em cobertura.

oAgronõmico. Carnpinas, SP, 40(1). 1988 41

.&>I\)

Quadro 4. Anál ise química dos solos cultivados com soja, nos municípios do Sul-Sudestepau 1 i s ta

Local Amos l ra rH M.O.p

K Ca Mg v (Ca + Mg/K)(resina)

% ~q/CIIl::l meq/l00cm3 %

F lar í nea 1 5,8 3,40 22 0,42 15,32 3,88 86 46o}>

Cruzál ia 1,80<C 2 ),2 78 0,22 3,93 1,82 63 26a::JO>3 Cruzál ia 3 5,2 2,00 89 3,52 1,90 61 1815 0,30.0

~ Cruzál ia 4 0,38 3,56 1,94 63 143 ),2 3, 10 100"O:;ffi ----(f)

.".&>.Q

:;--

~

Em Uberlândia (MG) (4), procurou-se verificar o efeito da fórmula0-20-10 e 0-20-15 em cerrado recém-aberto, onde foi feita a correção do solo e osteores de fósforo e potássio estavam muito baixos. Separaram-se dois hectares ena metade dessa área foram aplicados 450 kg/ha da fórmula 0-20-10 (90 kg depP5 e 45 kg de K20) e na área restante, 450 kg/ha da fórmula 0-20-15 (90 kg deP20s e 67,5 kg de KP) no plantio de soja, A aplicação da fórmula 0-20-10 resul-tou em maturação desigual das plantas, pela falta de adubação adequada compotássio, enquanto onde foi aplicada a fórmula 0-20-15 a maturação fOI uniformee as produções foram 1.793 e 2.400 kg/ha respectivamente, havendo uma dife-rença de 607 kg/ha a favor do uso da fórmula 0-20-15.

Com base nos resultados de análises de solo expostas nos quadros2, 3 e 4, observamos que, de modo geral, são encontrados teores de fósforo noSOlO que variam de médio a alto, teores esses que podem ser devidos ao usocontinuado de fórmulas de fertilizantes em que o fósforo entra em alta proporção,conforme é mostrado no quadro 1. Nessa situação de solo, se o teor de potássiofor baixo, as fórmulas a serem usadas deverão apresentar relação P20S:K20 1:1,5ou 1:2 (exemplo das fórmulas 0-10-15 ou 0-10-20); se o teor de potássio formédio, a proporção P20S:K20 no fertilizante deverá estar em torno de 1:1 (exem-plo da fórmula 0-15-15 ou 0-20-20).

° potássio é muito Importante para a cultura da soja, pois ajuda naformação de nódulos, reduz a deiscência das vagens, aumenta o teor de óleo nassementes e também beneficia sua germinação, vigor e qualidade, além deaumentar sua resistência ao fungo Diaporthe phaseolorum sojae (Figura 4).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATAGLlA, O.C. & MASCARENHAS, H.AA Absorção de nutrientes pela soja. Cam-pinas, Instituto Agronômico, 1977. 36p. (Boletim Técruco, 41)

MASCARENHAS, H.A.A.; MIRANDA, M.A.C. de; LELlS, L.G.L.; BULlSANI, EA, BRAGA,N.R. & PEREIRA, J.C. V.NA Haste verde e retenção foliar em soja por deficiênciade potássio. Campinas, Instituto Agronômico, 1987. 15p. (Boletim TéCniCO,119)

(4) Fazenda Planalto, do Sr. Hirofumi Kage.

******o AgronÔmico, Campinas. SP, 40( 1l, 1988 43