defesa do executado

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Defesa do executado.

CONCEITOS PRELIMINARES

 I.1 Execução Fiscal

  A execução fiscal é um processo judicial de execução iniciado a partirde um título executivo, que serve como instrumento à Fazenda Púlica paracorança de créditos inscritos em dívida ativa, sejam estes de naturezatriut!ria ou não" Por #créditos$, %rosso modo, pode&se entender dívidas quepessoas jurídicas ou físicas t'm perante o Fisco"

 

(ssa corança por vias judiciais est! re%ulamentada pela )ei n* +"-.,de // de setemro de 01. 2#)ei de (xecução Fiscal$3" 4usidiariamente sãoaplicadas as disposiç5es do 67di%o de Processo 6ivil" 8avendo noprocedimento judicial a citação, o devedor dever! pa%ar a quantia corada ouoferecer ens à pen9ora" 6aso o demandado se omita de realizar uma dasduas opç5es, e não sejam encontrados ens pen9or!veis, o juiz determinar! a

indisponiilidade de seus ens e direitos, comunicando a decisão a 7r%ãos einstituiç5es, como os ancos" 6aso sejam, então, encontrados ens, ser! feitoloqueio até atin%ir o valor da dívida"

 

I. Ce!tidão de D"#ida Ati#a

 

4e%undo o arti%o ::, inciso ;<, do 67di%o de Processo 6ivil, a certidãode dívida ativa tem a natureza de título executivo extrajudicial" (la é compostapela dívida principal, pelos juros, pela multa, e ainda pelos 9onor!rios, que sãode /.= em coranças feitas pela >nião, se%undo o ?ecreto&)ei 0"./:, de /0de outuro de 01+1"

 

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4uas características são certeza, liquidez e exi%iilidade, previsão doarti%o -* da )ei de execução Fiscal, s7 podendo ser elidida por provainequívoca de um desses elementos" A fim de se iniciar a execução fiscal, énecess!rio o valor mínimo de @0."...,.. 2)ei n* 0."://B./, alterada pela )ein* 00".--B.C3, 9avendo a possiilidade de se executar mais de uma certidão

em um mesmo processo"

 

8! ainda requisitos formais que devem constar do documento, so apena de nulidade descrita no arti%o /.- do 67di%o Driut!rio Eacional" selementos formais, dispostos no arti%o precedente, sãoG o nome do devedor e odos co&respons!veis, se 9ouver, em como, sempre que possível, o domicílioou a resid'ncia de um e de outros 2inciso <3H a quantia constate da certidão e o

demonstrativo de c!lculo os juros de mora 2inciso <<3H a ori%em e natureza docrédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado2inciso <<<3H a data de inscrição em dívida ativa 2inciso <;3H se for o caso, onúmero do processo administrativo de que se ori%inar o crédito 2inciso ;3"

 

 Além disso, se%undo o par!%rafo único, 9! de ser indicado o livro e afol9a da inscrição, mas cae neste ponto a oservação de que tal exi%'ncia

não faz mais sentido, uma vez que não existem mais livros de inscrição emdívida ativa, sendo 9odiernamente usado um número de ordem re%istrado emmeio eletrInicoJ0KJ0K"

 

<mportante salientar que a 6ertidão de ?ívida Ativa constitui um títuloexecutivo extrajudicial,e portanto não se deve ser confundida com título decrédito" Aquele se reveste de certeza, liquidez e exi%iilidade a fim de ser

suficiente para provocar o poder jurisdicional, em prol da satisfação dosinteresses do titular" título de crédito, por sua vez, serve à circulação decréditos no mercado, é dotado de astração e autonomia, e pode ainda vir aconstituir título executivo, mas o camin9o inverso nem sempre é verdadeiro" A6ertidão de ?ívida Ativa não pode circular no mercado, carecendo, pois, daprincipal característica de título de crédito" (sse é o entendimento adotado por)eandro Paulsen, @ené Ler%mann Mvila e <n%rid 4c9roder 4liNOa, emora 9ajaeminentes juristas que entendam o contr!rio, a exemplo de Américo )uísartins ?a 4ilvaJ/KJ/K, cujo entendimento é de queG

(la Ja 6ertidão de ?ívida AtivaK é um títuloindependente, tal como os títulos de crédito execut!veis"

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 Ali!s, Antonio Felippe A" Qallo, ap7s escrever que, emvirtude de lei, é dada à certidão da dívida ativa, extraídado respectivo termo de inscrição na Procuradoria daFazenda competente, a força de título executivoextrajudicial, afirma cate%oricamente que poder&se&ia até

mesmo dizer que essa certidão é um verdadeiro #título decrédito$ a favor da Fazenda Púlica" Por isso, a certidão

de dívida ativa demonstrando a realidade da sua

inscrição, vale independentemente do processo

administrativo que deu origem ao crédito da Fazenda

Pública" Para le%itimar a ação executiva fiscal, asta,pois, a certidão extraída do respectivo livro da repartiçãoarrecadadora, onde conste a inscrição da dívida, nãosendo necess!ria a juntada de peças do processoadministrativo de apuração do crédito ou de

infração" 2Qrifado no ori%inal3.

 

(mora si%nificativa a ar%umentação transcrita, neste traal9o, por faltar o elemento nuclear R circularidade & dos títulos de crédito à 6ertidão de ?ívida Ativa, adota&se a posição pelo descaimento da equiparação entre os dois,sendo aquela tão&somente umt"tulo executi#o ext!a$udicial"

 

II. A E%CE&'O DE PR()E%EC*TI+IDADE

 

 A exceção de pré&executividade consiste em uma construçãodoutrin!rio&jurisprudencial, podendo ser conceituada como uma impu%nação ao

processo de execução fiscal, caendo em seu ojo verificação dospressupostos de admissiilidade da ação iniciada pela Fazenda" Por isso, suaoposição se d! nos casos em que a matéria pode ser con9ecida de ofício pelo juiz, nos temas de ordem púlica, e ainda no mérito desde que 9aja prova pré&constituída" (sse meio de defesa é aceito em qualquer %rau de jurisdição"

 

II.1 Da ,a!a-tia do $u"o

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Eão seria coerente com os princípios do contradit7rio e da ampla defesa,asse%urados no inciso ); do art" :* da 6onstituição Federal, compelir o

executado à pen9ora de seus ens em um processo iniciado com ase emtítulo eivado em vícios" remédio neste caso encontra&se na exceção de pré&executividade, pois, por meio dela, pode&se questionar a corança sem anecessidade de %arantia do juízo, por meio de pen9ora, dep7sito ou caução"

 

Eesse sentido, confiram&se os ensinamentos de 6leide Previtalli 6ais J-K

J-K, sustentando não 9aver necessidade de que o executado %aranta o juízo

quando da utilização desse meio de defesaG

(sse meio de defesa vem sendo desi%nado, peladoutrina que se dedicou ao assunto, como exceção depré&executividade, 2"""3 tendo como ojetivo afastar deplano a executividade de um título que, de início, seapresenta desprovido de força, com isso evitando aconstrição de ens do executado

Pacificado, portanto, o entendimento de não ser exi%ida pen9ora,dep7sito ou caução,quando o executado apresentar defesa por meio daexceção de pré&executividade, desde que respeite as matérias caíveis emsede deste recurso"

 

II. Situaç/es e0 ue ca2e a exceção de 3!4)executi#idade

 

 As situaç5es admitidas em sede da exceção de pré&executividade sãoastante restritas, e comumente 9! sentenças ou decis5es desfavor!veis aocon9ecimento desta, por entendimento de que a matéria suscitada não podeser con9ecida de plano"

 

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4ão refutadas as petiç5es que versam sore a materialidade da relação jurídica com ase na qual o exeqSente exi%e a prestação" Assim j! sepronunciou o 4uperior Driunal de Tustiça no @ecurso (special /-/.U+, dePernamuco, pulicado no ?i!rio da Tustiça em /: de março de /../, à p!%ina0/JCKJCK"

 

ais especificamente, a exceção de pré&executividade é restrita àsmatérias de ordem púlica e aos casos em que a nulidade do título puder serverificada de plano" ?evem ser recon9ecidas ex officio pelo jul%ador asse%uintes matérias, porque caracterizadas como de ordem púlicaG a3incompet'ncia asolutaH 3 prescriçãoH c3 falta de pelo menos um dospressupostos de constituição e de desenvolvimento v!lido e re%ular do

processoH d3 coisa jul%ada, litispend'ncia e perempçãoH e3 falta de pelo menosuma das condiç5es da açãoH f3 causas de indeferimento liminar da petiçãoinicial, dispostas no arti%o /1: do 67di%o de Processo 6ivilH %3 as matériasdispostas no arti%o -.0 do 67di%o de Processo 6ivil, exceto o inciso <VH 93 otítulo executivo relativo a ori%ação sem liquidez, certeza e exi%iilidade 2arti%o+0, inciso <, 67di%o de Processo 6ivil3H i3 a certidão de dívida ativa semliquidez, certeza e exi%iilidade 2arti%o -*, )ei de (xecução Fiscal3H e j3aus'ncia de citação do devedor 2 arti%o +0, inciso <<, 67di%o de Processo6ivil3"

 

(m adição ao rol apresentado, incluem&se aquelas quest5es de méritoque não necessitem mais da produção de provas, i.e., são recon9ecíveis deplano por prova pré&constituída, como documentos oficiais demonstrandopa%amento"

 

?e modo mais conciso, no < (ncontro Eacional de Tuízes Federais soreProcesso de (xecução Fiscal, promovido pelo AT>F( em 0111, concluiu&seque cae o meio de defesa em questão quando da ale%ação de matériasrelativas às condiç5es da ação e pressupostos processuais, co%noscíveis deofício pelo juiz, e causa extintivas do crédito que não ensejem produção deprovas para verificação"

 

I.5 Do efeito sus3e-si#o

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4e deve ou não a oposição da exceção de pré&executividade suspendero curso do processo, necess!rio analisar as diversas posiç5es encontradas"

 

entendimento do 4uperior Driunal de Tustiça é pelo indeferimento dopedido de suspensão do processo de execução, quando não 9aja %arantia do juízoJ:KJ:K" @essalte&se que a )ei 00"-/, de + de dezemro de /..+ R que ser!analisada detidamente mais adiante R reforçou esse entendimento ao atrelar aconcessão do efeito suspensivo à pen9ora dos ens do executado"

 

 A despeito do mencionado entendimento majorit!rio do 4uperior Driunalde Tustiça, 9! jul%ado do Driunal Federal da CW @e%ião concedendo o efeitosuspensivo em sede da exceção de pré&executividade, sem vinculação à%arantia do juízoJ+KJ+K, e ainda nesse sentido 9! ma%istério de 6leide Previtalli6aisJUKJUKG

 As matérias j! mencionadas, que representamtemas de ordem púlica, assim como as causas denulidade da execução e as causas extintivas,modificativas ou impeditivas da ori%ação, confi%uramsituaç5es que podem, se confi%uradas, se%undoentendemos, serem apontadas pelo executado em suadefesa, independentemente de constituição de %arantiaem juízo e de oferecimento de emar%os à execução,com o ojetivo de vedar o se%uimento do curso doprocesso de execução"

?entre tais 9ip7teses, aquelas que representamtemas de ordem púlica constituem ojeç5es processuais,passíveis de serem con9ecidas de ofício pelo juiz,ensejando a extinção do processo sem exame do mérito"

@eforça esta posição o conceito de #exceção de pré&executividade$adotado por )eandro Paulsen, @ené Ler%mann Mvila e <n%rid 4c9roder4liNOaJKJK" Para os autores, é uma impu%nação a ser analisada quando do juízo de admissiilidade da ação executiva, elaorada por um terceiro com

interesse jurídico ou qualquer das partes j! envolvidas" Ea exceção, ar%úem&sematérias processuais de ordem púlica" 6ontudo, é possível tamém ar%Sição

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do mérito, desde que 9aja prova pré&constituída comprovando o que se ale%a" A exceção pode ser oposta em qualquer %rau de jurisdição & suspendendo oprocesso até seu jul%amento & e visa à desconstituição da ação executiva ou asuspensão da constrição do patrimInio da parte executada"

 

6omo a exceção de pré&executividade trata de temas de ordem púlica,em especial os pressupostos de admissiilidade da ação execut7ria, adota&seaqui o entendimento de que o efeito suspensivo deve ser atriuído à exceçãode pré&executividade, apenas podendo o processo ter seu re%ular andamentoap7s o jul%amento da petição"

 

II.6 Dos 7o-o!8!ios ad#ocat"cios

 

4erão devidos, por parte da Fazenda Púlica, 9onor!rios advocatíciosse o processo de execução for extinto j! em sede da exceção de pré&executividade & i.e., sem oposição de emar%os à execução"

 

arti%o /+ da )ei de (xecução FiscalJ1KJ1K asolve a Fazenda do Inusde sucum'ncia apenas quando, por vontade sua, 9aja extinção administra docrédito, com reflexo no processo, o que não se verifica depois da oposição da

exceção de pré&executividade, com processo execut7rio instaurado e comandamento re%ular" Eesta situação este meio de defesa é equiparado aosemar%os para fins de atriuir o Inus de sucum'ncia à Fazenda" (sseraciocínio est! de acordo com a se%unda parte do XC*, arti%o /., 67di%o deProcesso 6ivil, dispositivo que condena a Fazenda ao pa%amento de9onor!rios em processo executivo, seja este emar%ado ou não"

 

Portanto, a Fazenda Púlica ser! condenada a pa%ar 9onor!rios quandodesista da execução ap7s a citação do devedor e oferecimento por parte desde

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de exceção de pré&executividade, uma vez que 9ouve despesa comcontratação de advo%adoJ0.KJ0.K"

 

III. EM9AR:OS ; E%EC*&'O

(m defesa contra execução fiscal iniciada pela Fazenda Púlica, oexecutado pode iniciar um procedimento contencioso de con9ecimento,incidental ao processo execut7rio, no qual pode produzir provas e contestarfatos" (sse meio de defesa, mais amplo que a exceção de pré&executividade, édenominado emar%os à execução, que constituem ação independente doprocesso de execução, e em sede dos quais pode o executado discutir a

matéria de defesa disposta no arti%o UC: do 67di%o de Processo 6ivil"

III.1 Da -ecessidade de ,a!a-tia e0 $u"o

 A apresentação da %arantia era, antes da vi%'ncia da )ei 00"-/B/..+,condição para que o executado pudesse opor emar%os à execução uscandodesconstituir o título executivo"

 

 A principal dúvida era se a apresentação de %arantia insuficiente emrelação ao valor total do juízo inviailizaria a oposição dos emar%os" (mprimeiro lu%ar, deve&se analisar o momento para instauração da açãoincidental, re%ulado pelo arti%o 0+ da )ei n* +"-.B. 2)ei de (xecução Fiscal3G

 Art" 0+ & executado oferecer! emar%os, noprazo de -. 2trinta3 dias, contadosG

< & do dep7sitoH

<< & da juntada da prova da fiança anc!riaH

<<< & da intimação da pen9ora"

X 0* & Eão são admissíveis emar%os do executado

antes de %arantida a execução"

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2"""3

Laseando&se no dispositivo transcrito, a %arantia do juízo seria condiçãopara que se opusessem emar%os à execução, tendo o executado -. dias para

faz'&lo, contados do dep7sito, da juntada da prova da fiança anc!ria ou daintimação para pen9ora"

 

6aso se admita que a defesa por meio de emar%os somente seriapossível com a %arantia inte%ral do juízo, pois, de outra forma, a %arantia deapenas uma parte do ojeto da execução ensejaria a liminar extinção dapetição" 6ontudo caeria ao executado nessa situação ale%ar violação do

direito à ampla defesa e do contradit7rio, %arantias constitucionalmenteprevistas" A fim de %arantir o interesse do exeqSente, est! previsto o reforço dapen9ora, que pode ser requerido posteriormente e a qualquer tempo 2inciso <<do art" 0: da )ei +"-.B.3, constituindo um modo de não ostar a defesa e de%arantir a satisfação dos interesses do ente federativo J00KJ00K"

 

4e%undo delieração tomada por maioria no < (ncontro Eacional de

Tuízes Federais sore Processo de (xecução Fiscal, promovido pela AT>F(em 0111, a %arantia inte%ral é pressuposto para o receimento dos emar%os,mas que pode ser afastada se o devedor não dispon9a de patrimIniosuficiente"

 

(m voto como @elator no jul%amento do @ecurso (special U1".1UB4P,averou o inistro 8umerto Qomes de Larros que, se%undo o arti%o 0. da )ei

+"-.B. 2)ei de (xecução Fiscal3, o juiz deve sus3e-de! a execução casonão sejam encontrados ens sore os quais possa recair a pen9ora" Aexplicação para este entendimento est! no fato de a suspensão resulta danatureza do processo executivo,que tem por ojetivo expropriar ens dodevedor, a fim de satisfazer o direito do credor 2art" +C+ do 67di%o de Processo6ivil3" )evando em conta o quanto exposto, sur%e um questionamentoG se apen9ora insuficiente impede a oposição de emar%os 2por não poder oexeqSente ser totalmente satisfeito3, como pode a falta de pen9ora permitir oandamento da execução se não satisfar! totalmente do mesmo modoY

 

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 A resposta, ainda se%undo o inistro, conduz a uma das se%uintesalternativasG ou a pen9ora 9ipo&suficiente permite a oposição de emar%os e oandamento da execução, ou não admite os emar%os e nem o prosse%uimentoda execução" Aproveitar a %arantia parcial, apenas para a satisfação do credor,sem a correspondente defesa do devedor é praticar restrição ao direito de

defesa, transformando a execução em confisco J0/KJ0/K"

 

<nteressante o posicionamento do eminente inistro, que, juntamente àinvocação dos princípios constitucionais relativos à ampla defesa, conduz àadmissão da %arantia parcial em prol do direito de defesa do executado" (steentendimento est! reforçado pelo X-* do arti%o U-1& A do 67di%o de Processo6ivil, analisado mais adiante"

 

III. Das 0odificaç/es t!aidas 3ela Lei -< 11.5=> de ? dedee02!o de @@?

 

 A %arantia do juízo compun9a um dos requisitos de admissiilidade dosemar%os à execução" A aus'ncia daquela %eraria a falta de interesseprocessual de a%ir, determinando a extinção liminar da ação incidental" (staera a re%ra até a entrada em vi%or da lei em epí%rafe, que alterousustancialmente dispositivos do 67di%o de Processo 6ivil aplicadossusidiariamente na execução fiscal"

 

 Antes, o executado s7 poderia defender&se, sem necessidade deconstrição de ens, por meio da exceção de pré&executividade" Porém, dianteda nova redação do arti%o U-+ do 67di%o de Processo 6ivil, trazida pelocar!ter reformador da )ei n* 00"-/, o executado independentemente depen9ora, dep7sito ou caução, poder! opor&se à execução por meio deemar%os"

 

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.!." #o prazo

 

Zuando 9avia pen9ora, dep7sito ou caução, o prazo era contado comase no arti%o 0+ da )ei de (xecução Fiscal" 6ontudo, no caso de se optarpela oposição de emar%os sem constituição de %arantia do juízo, com ase noarti%o U-+ do 67di%o de Processo 6ivil, 9! o risco ser o prazo enquadrado nadisposição do arti%o U- do mesmo diploma, se%undo o qual os emar%osserão oferecidos no prazo de quinze dias, contados da data da juntada aosautos do mandado de citação"

 

 A despeito do entendimento dado por este dispositivo, o 4upremoDriunal Federal j! decidiu v!rias vezes por levar em consideração a lei maisespecíficaJ0-KJ0-K" Ainda,de acordo com o entendimento adotado por aquele7r%ão jurisdicional, o Driunal Federal da CW @e%ião, em /. de maio de 011-,pulicou no ?i!rio de Tustiça da >nião, à p!%ina 0"1+, a 4úmula n*0/, verbisG #na execução fiscal, quando a ci'ncia da pen9ora for pessoal, oprazo para a oposição de emar%os do devedor inicia no dia se%uinte ao daintimação deste"$

 

Zuando se trata especificamente de uma (xecução Fiscal, a favor daaplicação do prazo do arti%o 0+ da )ei de (xecução Fiscal & em detrimento doarti%o U- do 67di%o de Processo 6ivil &, militam )eandro Paulsen, @enéLer%mann Mvila ( <n%rid 4c9roder 4liNOaJ0CKJ0CKG

 R Data da $u-tada do 0a-dado. I!!ele#-cia.

Co-ta,e0 da i-ti0ação e -ão da $u-tada.  inciso J<<<,arti%o 0+K em questão é claro no sentido de que o prazo écontado [da intimação da pen9ora\, não sendo o caso,pois, de cont!&lo a partir da juntada do mandadoJ disposição do arti%o U-K" 2Qrifado no ori%inal3"

  ?iante do ma%istério transcrito e da 4úmula ?o Driunal Federalda CW @e%ião, não restam dúvidas de que a lei mais específica para o prazodos emar%os deve ser aplicada"

 

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.!.! #a suspensão do processo

 

 A )ei de (xecução Fiscal não se refere expressamente à suspensão doprocesso quando da oposição de emar%os à execução" (sse efeito vin9asendo atriuído por aplicação susidi!ria das normas do 67di%o de Processo6ivil, mas, frente às inovaç5es da )ei n* 00"-/B.+, importantes consideraç5esmerecem ser tecidas"

 

 A re%ra %eral, dada pelo caput do arti%o U-1&A do 67di%o de Processo6ivil, disp5e que os emar%os não terão efeito suspensivo sore o processo deexecução" Eo seu X0* 9! a exceçãoG a requerimento do emar%ante, quandoseja verificado risco de dano de difícil ou incerta reparação no prosse%uimentoda execução, e ainda 9avendo %arantia por pen9ora, dep7sito ou cauçãosuficientes, o juiz poder! atriuir efeito suspensivo aos emar%os"Eessesentido é o ma%istério de )eandro Paulsen, @ené Ler%mann Mvila ( <n%rid4c9roder 4liNOaJ0:KJ0:KG

Efeitos do ofe!eci0e-to dos e02a!,os. Não 78

0ais o efeito auto08tico de sus3e-são daexecução. A teor das modificaç5es instituídas pela )ei n*00"-/B/..+, os emar%os do executado deixaram de tero efeito suspensivo, à exceção de atriuição judcial Jsic Kexpressa nesse sentido, desde que a execução j! esteja%arantida, que sejam relevantes os fundamentos ale%adose o prosse%uimento da execução possa causar aoexecutado %rave dano de difícil ou incerta reparação"2Qrifado no ori%inal3"

(m caso de %arantia insuficiente, a re%ra aplic!vel est! no X -*, se%undoa qual o efeito suspensivo atriuído aos emar%os recair! apenas sore partedo ojeto da execução R aquela %arantida R e, quanto à outra parte, dever! aexecução se%uir"

 

III.5 Dos 7o-o!8!ios ad#ocat"cios

 

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(star! a Fazenda sujeita à condenação a 9onor!rios advocatícios casoa nulidade da certidão de dívida ativa seja comprovada em sede dos emar%osde declaração,pois a extinção da dívida ativa por parte da Fazenda traria umrecon9ecimento a que tem razão o devedor, o qual a essa altura do processo j!teve %astos que l9e devem ser restituídos por meio dos 9onor!rios

advocatícios"

 

Eo processo de execução fiscal, se lo,o de3ois da citação 9ouvercancelamento da inscrição da dívida ativa, a extinção do processo acarretar!,mesmo asssim, a condenação da Fazenda ao pa%amento dos 9onor!riosadvocatícios, pois aquele ato j! formaliza a relação processual" )evando istoem consideração, não 9! de se questionar do pa%amento de 9onor!rios

quando j! 9ouver emar%os à execução, pois a ação incidental demonstra queo processo j! est! mais em est!%io mais avançado em relação ao est!%ioinicial da citação" Eo caso de exist'ncia da ação incidental dos emar%os, caeainda aplicação da 4úmula n* 0:- do 4DT, verbisG #A desist'ncia da execuçãofiscal, ap7s o oferecimento de emar%os, não exime o exeqSente dos encar%osde sucum'ncia$, i.e., não 9! o que questionar quanto à exi%'ncia dos9onor!rios depois da oposição da ação incidental"

 

?e acordo esse entendimento com o ma%istério de 6leide Previtalli6aisJ0+KJ0+KG

<mporta destacar que os 9onor!rios serão devidosdiante da natureza da sentença que jul%ar os emar%osprocedentes ou improcedentes, revertendo a vera emfavor daquele que saiu vencedor na demandaG a FazendaPúlica ou o executado"

4e%undo decisão da CW Durma do 4uperior Driunalde Tustiça, deve ser aplicado aos emar%os o XC* do art"/. do 6P6, porque se trata de sentença desconstitutivaou declarat7ria, conforme a 9ip7tese, conforme a 9ip7tesede proced'ncia ou improced'ncia dos emar%os, porforça do que os 9onor!rios devem ser aritradoseqSitativa e ojetivamente, considerando os par]metrosdo X-* do citado art" /. do 6P6"

?e outra forma, se vencer o ente federativo, caer! ao executado pa%arencar%os adicionais de /.= sore o valor do déito, nada mais podendo exi%ir

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8/16/2019 Defesa Do Executado

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o exeqSente além do valor constante da 6ertidão de ?ívida Ativa" ?epois da)ei n* U"U00, de // de dezemro de 01, ficou claro que a corança dessepercentual, prevista no ?ecreto&)ei n* 0"./:B+1, passou a corir despesas comarrecadação de triutos, além de 9onor!rios advocatícios, descaendocorança de 9onor!rios autInomos, so pena de locupletamento ilícito do

er!rio púlico"

 

I+. CONSIDERA&BES FINAIS

?e todo o exposto neste traal9o, faz&se mais importante que fiquemclaras as matérias aran%idas por cada meio de defesa, o que pode ser ojeto

de petição de cada um" 6ontudo, diante das controvérsias existentes sore olimites material da exceção de pré&executividade, e diante ainda de seu limiteformal & não admite dilação proat7ria&, o executado deve sempre atentar aoprazo para emar%ar" A exceção pode ser oposta a qualquer tempo e jurisdição, mas os emar%os não" (stes, por admitirem produção de provas,perfazem essencial meio de defesa ao executado, j! quase sempre serãocon9ecidos pelo jul%ador, ao contr!rio do que se tem verificado na exceção depré&executividade, com vastos jul%ados descon9ecendo a petição por causados seus limites materiais"

 

 A import]ncia da exceção tamém sofreu leve declínio ap7s asalteraç5es trazidas pela )ei n* 00"-/B.+ a dispositivos do 67di%o de Processo6ivil aplic!veis à (xecução Fiscal" A%ora, para por emar%os à execução, não9! mais a necessidade de constrição de ens do executado, o que era aprincipal vanta%em da exceção sore os emar%os"

 

Eão se desacate, porém, por completo aquele meio de defesa, j! que,9avendo vício

 formal, recon9ecível ex officio pelo juiz e verific!vel de plano, ser! dado um jul%amento r!pido, porque desnecess!ria a produção de provas e ocon9ecimento de fatos, ensejando de pronto a extinção da execução e dosdes%astes de um processo judicial"