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DECRETO Nº 10.643, DE 16 DE ABRIL DE 2007. DISPÕE SOBRE O PROGRAMA DE RECEBIMEN- TO E MONITORAMENTO DE EFLUENTES NÃO DOMÉSTICOS DO MUNICÍPIO DE UBERLÂN- DIA/MG -PREMEND. O Prefeito do Município de Uberlândia, no uso de suas atribuições legais conferidas pelo in- ciso VII, do art. 45, da Lei Orgânica Municipal, e de acordo com o § 1º, do art. 18, da Lei nº 1.954, de 24 de agosto de 1971, alterado pela Lei nº 4.018, de 28 de dezembro de 1983, DECRETA: CAPÍTULO I DA INSTITUIÇÃO Art. 1º Fica instituído o Programa de Rece- bimento e Monitoramento de Efluentes não Domésticos no Município de Uberlândia-MG - PREMEND, destinado às pessoas jurídicas instaladas no Município de Uberlândia que produzem e lançam efluentes não domésticos no Sistema Público de Esgoto provido de Esta- ção de Tratamento. Art. 2º As pessoas jurídicas que lançam efluen- tes não domésticos na rede coletora perten- cente ao Sistema de Esgotamento Sanitário do Departamento Municipal de Água e Esgo- to - DMAE, deverão obedecer aos padrões fir- mados no Anexo II que a este se integra, para lançamento de efluentes não domésticos, nos termos e prazos aqui fixados. Art. 3º O DMAE fica responsável pelos proce- dimentos devidos, decorrentes do PREMEND. Art. 4º Os conceitos e informações necessá- rias ao entendimento deste Decreto encon- tram-se no Anexo III que a este se integra. Art. 5º Este Decreto prescreverá tão somente em relação aos usuários especiais, definidos no item “21” do Anexo III. Art. 6º Para o pleno atendimento às condições e critério para o lançamento de efluentes não domésticos estabelecidos neste Decreto, de- verão ser observadas subsidiariamente as se- guintes normas: I - ABNT/NBR 9800 - critérios para lançamen- to de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário, ou norma que vier substituí-la; II - ABNT/NBR 9897 - planejamento de amos- tragem de efluentes líquidos e corpos recepto- res, ou norma que vier substituí-la; III - ABNT/NBR 9898 - preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, ou norma que vier substituí-la; IV - ABNT/NBR 13402 - caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos in- dustriais e domésticos, ou norma que vier substituí-la; V - DN COPAM Nº 89 - estabelece normas para laboratórios que executam medições para pro- cedimentos exigidos pelos órgãos ambientais do Estado de Minas Gerais, ou norma que vier substituí-la. CAPÍTULO I I DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES SEÇÃO I DOS DEVERES Art. 7º O DMAE deverá, ainda, em relação aos usuários especiais: I - emitir e fornecer “Contrato de Inclusão ao PREMEND” para ser assinado pelo usuário especial; II - receber “Relatório de Autocaracterização do Empreendimento” (RAE) e proceder a sua análise; III - após auditoria e vistoria no estabelecimen- to do usuário especial, emitir “Laudo de Análi- se do Efluente Líquido”; IV - emitir Instruções Técnicas para elabora- ção de “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento; V - prestar esclarecimentos ao usuário por meio de reuniões e visitas técnicas; VI - realizar auditoria e vistoria técnica para aceite da implantação do “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do siste- ma de efluentes líquidos do estabelecimento; VII - fornecer “Contrato de Recebimento de Efluentes Líquidos não Domésticos” a ser celebrado entre o usuário e o DMAE; VIII - fornecer “Termo de Recebimento Provisó- rio de Efluentes Líquidos não Domésticos” a ser celebrado entre o usuário e o DMAE; IX - prestar informações aos órgãos ambien- tais sobre a situação das pessoas jurídicas cadastradas no PREMEND; X - notificar os usuários que não atenderem ao convite de cadastramento ao PREMEND, no prazo de 60 dias, via correspondência proto- colada, do seu cadastramento compulsório ao programa com as devidas informações, inclu- sive sobre o coeficiente de poluição (fator k) adotado; XI - promover campanhas de coletas de amos- tras de todos os imóveis cadastrados para confirmação dos valores do fator de poluição adotados; XII - promover os ajustes dos valores do fator de poluição em função dos resultados encon- trados nos procedimentos descritos no item XI. Art. 8º São deveres do usuário especial: I - preencher, assinar e entregar “Contrato de Inclusão ao PREMEND” a ser celebrado entre o DMAE e o usuário especial; II - entregar “Relatório de Autocaracterização do Empreendimento” (RAE) para análise do DMAE; III - elaborar “Projeto Técnico” de adequa- ção e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento, que deverá conter “Plano de amostragem e auto- monitoramento de coletas para cumprimento do tratamento”; IV - tomar providências para que o estabeleci- mento, após aprovação do “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabeleci- mento, lance efluentes líquidos na rede cole- tora pública dentro dos parâmetros do Anexo II deste Decreto; V - encaminhar mensalmente ao DMAE, até o 10º dia útil subsequente, o “Relatório de Auto- monitoramento”. SEÇÃO II DAS CONDIÇÕES GERAIS Art. 9º Só poderão ser lançados na rede pú- blica coletora de esgotos os efluentes líquidos que não contenham substâncias que, por sua natureza ou quantidade, possam: I - causar danos às unidades ou componentes do Sistema Público de Esgotamento Sanitário; II - causar danos à saúde e à segurança dos operadores e à população em geral; III - causar danos ao patrimônio público ou privado; IV - criar situações de riscos ou que possam provocar acidentes; V - interferir negativamente nos processos de tratamento de efluentes líquidos e tratamento e disposição do lodo nas estações públicas de tratamento de esgotos. Art. 10 Os efluentes líquidos que apresenta- rem parâmetros fora dos limites estabelecidos neste Decreto (Tabela 1 - Anexo II) deverão ser tratados antes de serem lançados na rede pú- blica coletora de esgotos. Art. 11 A vazão e a carga poluidora dos efluen- tes líquidos a serem lançados na rede pública coletora de esgoto ficam condicionadas à ca- pacidade do sistema público de esgotamento sanitário. Art. 12 Todos os efluentes líquidos do estabe- lecimento deverão ser coletados internamen- te, em separado, em redes coletoras segrega- das, conforme sua origem e natureza, quais sejam: efluente do processo, águas de refrige- ração, esgoto doméstico e águas pluviais. Art. 13 Águas de refrigeração provenientes da limpeza de partes componentes do sistema de refrigeração são consideradas efluentes de processo e como tais podem ser lançadas à rede de efluente do processo. Art. 14 Para a implantação ou alteração de instalações visando à adequação dos efluen- tes líquidos, o usuário deverá apresentar ao DMAE, para análise e posterior aprovação, o “Projeto Técnico” de adequação e/ou automo- nitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento. Parágrafo Único - A responsabilidade técnica da eficiência destas alterações de proces- so ou unidades de tratamento projetadas e

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DECRETO Nº 10.643, DE 16 DE ABRIL DE 2007. DISPÕE SOBRE O PROGRAMA DE RECEBIMEN-TO E MONITORAMENTO DE EFLUENTES NÃO DOMÉSTICOS DO MUNICÍPIO DE UBERLÂN-DIA/MG -PREMEND. O Prefeito do Município de Uberlândia, no uso de suas atribuições legais conferidas pelo in-ciso VII, do art. 45, da Lei Orgânica Municipal, e de acordo com o § 1º, do art. 18, da Lei nº 1.954, de 24 de agosto de 1971, alterado pela Lei nº 4.018, de 28 de dezembro de 1983, DECRETA:CAPÍTULO IDA INSTITUIÇÃOArt. 1º Fica instituído o Programa de Rece-bimento e Monitoramento de Efluentes não Domésticos no Município de Uberlândia-MG - PREMEND, destinado às pessoas jurídicas instaladas no Município de Uberlândia que produzem e lançam efluentes não domésticos no Sistema Público de Esgoto provido de Esta-ção de Tratamento.Art. 2º As pessoas jurídicas que lançam efluen-tes não domésticos na rede coletora perten-cente ao Sistema de Esgotamento Sanitário do Departamento Municipal de Água e Esgo-to - DMAE, deverão obedecer aos padrões fir-mados no Anexo II que a este se integra, para lançamento de efluentes não domésticos, nos termos e prazos aqui fixados.Art. 3º O DMAE fica responsável pelos proce-dimentos devidos, decorrentes do PREMEND.Art. 4º Os conceitos e informações necessá-rias ao entendimento deste Decreto encon-tram-se no Anexo III que a este se integra.Art. 5º Este Decreto prescreverá tão somente em relação aos usuários especiais, definidos no item “21” do Anexo III.Art. 6º Para o pleno atendimento às condições e critério para o lançamento de efluentes não domésticos estabelecidos neste Decreto, de-verão ser observadas subsidiariamente as se-guintes normas:I - ABNT/NBR 9800 - critérios para lançamen-to de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário, ou norma que vier substituí-la;II - ABNT/NBR 9897 - planejamento de amos-tragem de efluentes líquidos e corpos recepto-res, ou norma que vier substituí-la;III - ABNT/NBR 9898 - preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, ou norma que vier substituí-la;IV - ABNT/NBR 13402 - caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos in-dustriais e domésticos, ou norma que vier substituí-la; V - DN COPAM Nº 89 - estabelece normas para laboratórios que executam medições para pro-cedimentos exigidos pelos órgãos ambientais do Estado de Minas Gerais, ou norma que vier

substituí-la.CAPÍTULO I IDOS DEVERES E OBRIGAÇÕESSEÇÃO IDOS DEVERESArt. 7º O DMAE deverá, ainda, em relação aos usuários especiais:I - emitir e fornecer “Contrato de Inclusão ao PREMEND” para ser assinado pelo usuário especial;II - receber “Relatório de Autocaracterização do Empreendimento” (RAE) e proceder a sua análise;III - após auditoria e vistoria no estabelecimen-to do usuário especial, emitir “Laudo de Análi-se do Efluente Líquido”;IV - emitir Instruções Técnicas para elabora-ção de “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento;V - prestar esclarecimentos ao usuário por meio de reuniões e visitas técnicas;VI - realizar auditoria e vistoria técnica para aceite da implantação do “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento;VII - fornecer “Contrato de Recebimento de Efluentes Líquidos não Domésticos” a ser celebrado entre o usuário e o DMAE;VIII - fornecer “Termo de Recebimento Provisó-rio de Efluentes Líquidos não Domésticos” a ser celebrado entre o usuário e o DMAE;IX - prestar informações aos órgãos ambien-tais sobre a situação das pessoas jurídicas cadastradas no PREMEND;X - notificar os usuários que não atenderem ao convite de cadastramento ao PREMEND, no prazo de 60 dias, via correspondência proto-colada, do seu cadastramento compulsório ao programa com as devidas informações, inclu-sive sobre o coeficiente de poluição (fator k) adotado;XI - promover campanhas de coletas de amos-tras de todos os imóveis cadastrados para confirmação dos valores do fator de poluição adotados;XII - promover os ajustes dos valores do fator de poluição em função dos resultados encon-trados nos procedimentos descritos no item XI.Art. 8º São deveres do usuário especial:I - preencher, assinar e entregar “Contrato de Inclusão ao PREMEND” a ser celebrado entre o DMAE e o usuário especial;II - entregar “Relatório de Autocaracterização do Empreendimento” (RAE) para análise do DMAE;III - elaborar “Projeto Técnico” de adequa-ção e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento, que deverá conter “Plano de amostragem e auto-

monitoramento de coletas para cumprimento do tratamento”;IV - tomar providências para que o estabeleci-mento, após aprovação do “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabeleci-mento, lance efluentes líquidos na rede cole-tora pública dentro dos parâmetros do Anexo II deste Decreto;V - encaminhar mensalmente ao DMAE, até o 10º dia útil subsequente, o “Relatório de Auto-monitoramento”.SEÇÃO IIDAS CONDIÇÕES GERAISArt. 9º Só poderão ser lançados na rede pú-blica coletora de esgotos os efluentes líquidos que não contenham substâncias que, por sua natureza ou quantidade, possam:I - causar danos às unidades ou componentes do Sistema Público de Esgotamento Sanitário;II - causar danos à saúde e à segurança dos operadores e à população em geral;III - causar danos ao patrimônio público ou privado;IV - criar situações de riscos ou que possam provocar acidentes;V - interferir negativamente nos processos de tratamento de efluentes líquidos e tratamento e disposição do lodo nas estações públicas de tratamento de esgotos.Art. 10 Os efluentes líquidos que apresenta-rem parâmetros fora dos limites estabelecidos neste Decreto (Tabela 1 - Anexo II) deverão ser tratados antes de serem lançados na rede pú-blica coletora de esgotos.Art. 11 A vazão e a carga poluidora dos efluen-tes líquidos a serem lançados na rede pública coletora de esgoto ficam condicionadas à ca-pacidade do sistema público de esgotamento sanitário.Art. 12 Todos os efluentes líquidos do estabe- lecimento deverão ser coletados internamen-te, em separado, em redes coletoras segrega-das, conforme sua origem e natureza, quais sejam: efluente do processo, águas de refrige-ração, esgoto doméstico e águas pluviais.Art. 13 Águas de refrigeração provenientes da limpeza de partes componentes do sistema de refrigeração são consideradas efluentes de processo e como tais podem ser lançadas à rede de efluente do processo.Art. 14 Para a implantação ou alteração de instalações visando à adequação dos efluen-tes líquidos, o usuário deverá apresentar ao DMAE, para análise e posterior aprovação, o “Projeto Técnico” de adequação e/ou automo-nitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento.Parágrafo Único - A responsabilidade técnica da eficiência destas alterações de proces-so ou unidades de tratamento projetadas e

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construídas deverá ser assumida pelos profissionais habilitados, contratados pelo usuário especial para este fim.Art. 15 O usuário especial iniciará as altera- ções nas instalações para atendimento ao dis-posto neste Decreto, somente após aprovação pelo DMAE do “Projeto Técnico” de adequação e automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento.Art. 16 Após a implantação do “Projeto Técni-co” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabele-cimento, o DMAE fará auditoria/vistoria técni-ca para aceite das instalações implantadas.Art. 17 Para o pleno atendimento às condições e critérios para o lançamento de efluentes lí-quidos, estabelecidos neste Decreto, deverão, adicionalmente, ser observados:I - código de instalações hidráulicas (Decreto nº 2.260, de 09 de novembro de 1982) ou ou-tra norma que vier substituí-lo;II - as leis, resoluções, deliberações normati-vas e demais procedimentos de licenciamento ambiental, bem como as orientações especí-ficas dos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente;III - que a opção de lançamento de efluentes líquidos na rede coletora do DMAE não exime o usuário da apresentação ao órgão ambien-tal da documentação de licenciamento perti-nente;IV - o contrato de recebimento de efluentes líquidos não domésticos ou termo de recebi-mento provisório de efluentes líquidos não domésticos entre o DMAE e o usuário para lançamento de efluentes líquidos do estabe-lecimento na rede pública coletora de esgotos;V - Norma ABNT/NBR 9800 - critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgotamento sanitário, ou norma que vier substituí-la.SEÇÃO IIIDAS CONDIÇÕES ESPECÍFICASArt. 18 É proibido o lançamento na rede públi-ca coletora de esgotos de:I - substâncias que, por razão de sua quali-dade ou quantidade, sejam capazes de cau-sar incêndio ou explosão, ou ser nocivas de qualquer outra maneira na operação e manu-tenção do sistema público coletor de esgoto, como, por exemplo: gasolina, óleos, solventes e tintas;II - substâncias orgânicas voláteis e/ou semi-voláteis prejud iciais ao sistema público de esgotos;III - substâncias que, por si ou por interação com outros despejos, causem prejuízo públi-co, risco à vida, à saúde e segurança ou preju-diquem o processo de tratamento de esgoto, o tratamento e disposição do lodo das estações públicas de tratamento de esgotos, a ope-

ração e a manutenção do sistema público de esgotos;IV - substâncias tóxicas em quantidades que interfiram em processos biológicos de trata-mento de esgotos, ou que causem danos ao corpo receptor;V - materiais que causem obstrução na rede coletora ou outra interferência com a própria operação do sistema público de esgotos, como, por exemplo: cinzas, areias, metais, vi- dro, madeira, pano, lixo, penas, cera e estopa, entre outros;VI - águas de qualquer origem com a finalidade de diluir efluentes líquidos não domésticos;VII - águas pluviais.Art. 19 A vazão máxima dos efluentes líquidos a serem lançados na rede pública coletora de esgotos não deverá exceder a 1,5 (uma vez e meia) a vazão média estabelecida.Art. 20 O lançamento de efluentes líquidos do estabelecimento na rede pública coletora de esgotos é condicionado à existência do siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento que garanta as condições e critérios estabe- lecidos neste Decreto, previamente aprovados pelo DMAE.Art. 21 O lançamento de efluentes líquidos não domésticos no sistema público coletor de esgotos deve ser feito por gravidade e, se hou-ver necessidade de recalque, estes devem ser lançados em caixa de quebra-pressão, da qual partirão por gravidade para a rede coletora.Parágrafo Único - A localização do poço ou cai-xa de amostragem e controle do medidor de vazão deverá ser antes da elevatória.Art. 22 O lançamento dos efluentes líquidos não domésticos no sistema público coletor de esgotos deve ser feito através de ligação pre-dial única.Parágrafo Único - A ligação predial deve ser precedida por caixa de passagem, amostra-gem e controle situada preferencialmente no passeio do estabelecimento.Art. 23 Poderá o DMAE, a seu critério e a de-pender das condições particulares de cada estabelecimento, da situação da rede públi-ca coletora de esgotos e da topografia local, permitir lançamentos através de mais de um ponto.Art. 24 O controle da vazão do efluente líquido do estabelecimento e de suas características físico-químicas e biológicas é de responsabili-dade do usuário, que, para tanto, seguirá to-dos os procedimentos estabelecidos no plano de automonitoramento dos efluentes líquidos por ele proposto e aprovado pelo DMAE, em seu “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento.Art. 25 Os procedimentos para determinação dos parâmetros selecionados para a carac-

terização dos efluentes líquidos serão apro-vados pelo DMAE, que se referenciará na sua experiência em tratamento de efluentes, na ABNT, ou na última edição do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”.Art. 26 Os procedimentos e exigências para coleta de amostras dos efluentes líquidos se-rão aqueles contidos no plano de amostragem e plano de automonitoramento a ser elabora-do e executado pelo usuário e com a aprova-ção do DMAE.Art. 27 Para efeito deste Decreto, considera--se VMP, Valor Máximo Permitido, o valor a ser definido pelo DMAE após levantamento do processo e caracterização físico-química do efluente, apresentados pelo usuário.Art. 28 No caso de sistemas já implantados, o “Projeto Técnico” de adequação e/ou automo-nitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento deverá incluir o cadastro dos componentes existentes com as respec-tivas atualizações e adequações necessárias ao cumprimento deste Decreto e de orienta-ções adicionais do DMAE.Art. 29 O somatório total das concentrações dos parâmetros referentes à série metais pesados (arsênio, cádmio, chumbo, cobalto, cobre, cromo trivalente, estanho, mercúrio, níquel, selênio, zinco e vanádio) permitido para lançamento na rede pública coletora de esgotos será definido pelo DMAE, que tomará como referência o somatório de 20 mg/litro.Art. 30 Os estabelecimentos geradores de efluentes líquidos radioativos deverão infor-mar no “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento a sua situação de regularidade frente à Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.Art. 31 Os estabelecimentos de serviços de saúde deverão informar no “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabeleci-mento a sua situação de regularidade frente aos órgãos públicos de saúde e meio ambien-te competentes, bem como os procedimentos relativos a cada um dos efluentes líquidos ob-jeto do gerenciamento dos resíduos de saúde.Art. 32 O DMAE, com base em estudos téc-nicos pertinentes a cada sistema público de esgotamento sanitário, poderá, a seu critério, efetuar permissões ou restrições aos parâme- tros e limites para o lançamento de efluentes líquidos na rede pública coletora de esgotos, estabelecidos neste Decreto.Art. 33 As águas de refrigeração não poderão ser utilizadas para diluição de outros efluentes não domésticos.Art. 34 Os parâmetros físico-químicos dos efluentes líquidos do estabelecimento, lança-

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dos na rede pública coletora de esgotos do DMAE deverão apresentar as concentrações limitadas ao que estabelece a Tabela 1, Anexo II, deste Decreto.Art. 35 As permissões ou restrições acorda-das, bem como a especificação das proprie-dades físico-químicas dos efluentes líquidos do estabelecimento a serem lançados na rede pública coletora de esgotos, serão partes inte-grantes do contrato de recebimento de efluen-tes líquidos não domésticos celebrado entre o DMAE e o usuário.Art. 36 Para efetivação das permissões ou res-trições citadas no art. 32, o DMAE emitirá um termo anexo ao contrato firmado com o usuá-rio, que a este se integrará.§ 1º O termo anexo ao contrato deve ser circunstanciado à situação específica em exame, ou seja, ao sistema público de esgota-mento sanitário que receberá os efluentes do estabelecimento do usuário.§ 2º Cada termo anexo ao contrato deverá conter:I - numeração;II - data de sua edição;III - área de abrangência compreendendo a identificação do sistema de esgotamento sa-nitário, objeto de permissões ou restrições;IV - identificação dos estudos ou considera-ções técnicas e ambientais pertinentes à área de abrangência do anexo;V - explicitação das permissões ou restrições e/ou procedimentos para sua concessão.Art. 37 O lançamento de efluentes líquidos do estabelecimento em unidades do siste-ma público de esgotamento sanitário por caminhão limpa-fossa poderá ser admitido pelo DMAE, mediante Autorização de Descar-te, desde que não afete estas unidades no tocante ao comprometimento de seu funcio-namento adequado.§ 1º Para que a autorização especificada no caput deste artigo seja concedida é necessá-rio que:I - sejam realizadas as avaliações prévias pertinentes, coleta e análises físico-químicas por laboratório terceirizado na fonte geradora, devendo a coleta das amostras, carga e trans-porte do material a ser descartado ser acom-panhados por técnicos do DMAE;II - o usuário seja informado sobre as condi-ções de descarte, local de recebimento e pro-cedimentos de cobrança e pagamento de tari-fa estabelecidos em Decreto específico;III - o usuário manifeste formalmente a con-cordância com as condições impostas pelo DMAE.§ 2º Após o cumprimento destas etapas e comprovação de pagamento da tarifa esta-belecida, o usuário será autorizado a realizar o descarte no posto de recebimento estabe-

lecido pelo DMAE.§ 3º A responsabilidade pelo transporte des-tes materiais é do gerador que deve contratar uma empresa especializada para realizar este trabalho.Art. 38 Deverá ser garantido ao DMAE e a seus funcionários livre acesso aos locais de coleta, amostragem e medição de vazão, não podendo o usuário dos serviços criar qualquer tipo de obstáculo para tanto, ou alegar impe-dimento.CAPÍTULO IIIDOS PROCEDIMENTOSSEÇÃO IDO PROCEDIMENTO COMUMArt. 39 O DMAE deverá cadastrar todos os usuários especiais, definidos no item “21” do Anexo III, enquadrados nos ramos de ativida-des relacionados no Anexo I, Tabela 1, todos deste Decreto.Art. 40 Para o cadastramento dos usuários es-peciais, o DMAE enviará ofício informando que seus estabelecimentos estão conectados ao sistema público de esgotamento sanitário e que, em função dos seus ramos de atividade, estão enquadrados no PREMEND.Parágrafo Único - Deverá ser anexado com o ofício uma cópia deste Decreto.Art. 41 O usuário especial terá o prazo de 60 (sessenta) dias para cadastrar seu estabe- lecimento junto ao DMAE, contados a partir do recebimento do ofício firmado no caput do art. 40 deste Decreto.Parágrafo Único - Caso não haja manifestação no prazo fixado no caput deste artigo, o usuá-rio especial será automaticamente cadastra-do no PREMEND e o fator de carga poluidora (fator k) será estabelecido conforme apresen-tado no Anexo I, Tabela 1, deste Decreto, pas-sando o usuário a, imediatamente, ser tarifa-do de acordo com o citado fator.Art. 42 O DMAE, através de seus fiscais, pode-rá, em qualquer tempo, fazer auditoria e fisca-lizar o efluente do estabelecimento e verificar se o fator k corresponde ao fixado no parágra-fo único do art. 41.§ 1º Deverá ser garantido aos servidores ou prestadores de serviços do DMAE o livre aces-so aos locais de coleta, amostragem e me-dição de vazão, não podendo o usuário criar qualquer tipo de obstáculo ou alegar impedi-mento.§ 2º Sendo verificado outro fator de poluição, o DMAE procederá a alteração em seus cadas-tros, passando a tarifar o usuário de acordo com o fator k apurado, observando-se a fór-mula definida no item 31 do Anexo III deste Decreto.Art. 43 O usuário especial que atender à con-vocação dos arts. 40 e 41 deste Decreto de-verá assinar no DMAE o “Contrato de Inclusão

ao PREMEND” e entregar o “Relatório de Au-tocaracterização do Empreendimento” (RAE).Parágrafo Único - Com base no Relatório de Autocaracterização do Empreendimento, o DMAE analisará a viabilidade do recebimento dos efluentes não domésticos, podendo reali-zar visitas no estabelecimento.Art. 44 Após análise do parágrafo único do artigo anterior, o DMAE emitirá “Laudo de Análise do Efluente Líquido” onde constará se o estabelecimento se encontra dentro dos padrões de emissão de efluentes não domés-ticos fixados no Anexo II deste Decreto.Art. 45 Sendo positivo o Laudo do art. 44, o DMAE emitirá instruções técnicas ao usuário especial para elaboração do “Projeto Técnico” de Adequação e/ou Automonitoramento do Sistema de Efluentes Líquidos do Estabeleci-mento.Art. 46 O usuário especial, após receber as instruções previstas no artigo anterior, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para apresenta-ção de seu “Projeto Técnico” de Adequação e/ou Automonitoramento do Sistema de Efluen-tes Líquidos do Estabelecimento.Art. 47 Caso o “Projeto Técnico” do Sistema de Efluentes Líquidos do Estabelecimento” seja aprovado, o DMAE realizará fiscalização no estabelecimento do usuário especial para confirmar se as instalações estão de acordo com as instruções técnicas.Art. 48 Caso as instalações tenham sido im-plantadas de acordo com o “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabeleci-mento, aprovadas pela fiscalização do DMAE, com as características dos efluentes nos ter-mos do Anexo II deste Decreto, o usuário espe-cial deverá assinar, no DMAE, um “Contrato de Recebimento de Efluentes não Domésticos”.Parágrafo Único - Além da assinatura do con-trato especificado no caput deste artigo, o usuário especial deverá enviar mensalmente ao DMAE, até o 10º dia útil do mês subse-quente, o relatório com a amostragem e auto-monitoramento, através de coletas e análises realizadas.Art. 49 O DMAE deverá realizar auditoria e fiscalização periódica, sem aviso prévio ao usuário especial e em horários alternados, para verificar se o estabelecimento está emitindo efluentes líquidos nos termos do Anexo II deste Decreto.Parágrafo Único - Deverá ser garantido aos servidores ou prestadores de serviços do DMAE o livre acesso aos locais de coleta, amostragem e medição de vazão, não poden-do o usuário criar qualquer tipo de obstáculo ou alegar impedimento.Art. 50 Caso o usuário especial tenha lançado efluentes líquidos em desacordo com o Anexo

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II deste Decreto, o DMAE o notificará para que, no prazo de 30 (trinta) dias, regularize a emis-são dos efluentes, adequando-os nos termos deste Decreto.Art. 51 Caso o usuário especial não atenda à notificação no período firmado no art. 50, o DMAE expedirá aditamento automático ao “Contrato de Recebimento de Efluentes não Domésticos”, aplicando o coeficiente de polui-ção K1 pelo período de 06 (seis) meses. Art. 52 Após o término dos 06 (seis) meses previstos no artigo antecedente, o DMAE rea-lizará nova fiscalização e coleta de amostras no estabelecimento do usuário especial, sem necessidade de notificação.§ 1º Verificadas as amostras e constatando--se que o usuário especial lança efluentes lí-quidos nos termos do Anexo II deste Decreto, o usuário especial deverá assinar novo “Con-trato de Recebimento de Efluentes não Do- mésticos”.§ 2º Verificadas as amostras e sendo consta- tado que o usuário especial continua lançan-do efluentes líquidos em desacordo com o Anexo II deste Decreto, será imediatamente rescindido o “Contrato de Recebimento de Efluentes não Domésticos”, será feita autua-ção ao usuário especial nos termos do inciso II do art. 57 deste Decreto e será promovido o desligamento da ligação predial do estabeleci-mento, além de notificação para o Ministério Público e aos órgãos ambientais.SEÇÃO IIDA NÃO APROVAÇÃO DO “LAUDO DE ANÁLISE DO EFLUENTE LÍQUIDO”Art. 53 Não sendo constatada aprovação dos efluentes líquidos emitidos pelo estabe-lecimento em face do “Laudo de Análise do Efluente Líquido” previsto no art. 44 deste Decreto, o DMAE deverá promover fiscaliza-ção no imóvel para verificação de existência de interligação ao sistema de esgoto da rede pública coletora.Parágrafo Único - Não existindo interligação ao sistema de esgoto da rede pública coletora, não será autorizada nem realizada sua ligação enquanto o usuário especial não se adequar aos termos deste Decreto.Art. 54 Existindo interligação ao sistema de esgoto da rede pública coletora e sendo veri-ficado, pela fiscalização promovida no artigo anterior, que os efluentes emitidos pelo usuá-rio especial representam riscos ao sistema de esgotamento sanitário ou à saúde dos servi-dores ou de seus prestadores de serviços, o DMAE autuará o usuário especial nos termos do inciso II do art. 57 deste Decreto e pro-moverá o desligamento da ligação predial do estabelecimento, além de notificar os órgãos ambientais e o Ministério Público sobre as ir-regularidades constatadas.

Art. 55 Não ocorrendo a hipótese do art. 54, o DMAE e o usuário especial deverão assinar “Termo de Recebimento Provisório de Efluen-tes Líquidos não Domésticos” com prazo de 12 (doze) meses.§ 1º Durante o período de vigência do termo previsto no caput deste artigo será aplicado sobre o valor da tarifa de esgoto o fator de car-ga poluidora K1, conforme fórmula definida no item “31” do Anexo III deste Decreto.§ 2º Caso o “Termo de Recebimento Provisório de Efluentes Líquidos não Domésticos” ultra-passe o prazo previsto de 12 (doze) meses e o usuário especial não tenha apresentado e aprovado seu “Projeto Técnico” de adequa-ção e/ou automonitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento e devi-das instalações, nos termos do art. 48 deste Decreto, será aplicado sobre o valor da tarifa de esgoto o fator de carga poluidora K2, con-forme fórmula definida no item “31” do Anexo III deste Decreto.§ 3º Não tendo o usuário especial apresen-tado e aprovado seu “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento e devidas instalações, nos termos do art. 48 deste Decreto, o DMAE promoverá o desliga-mento da ligação predial do estabelecimento e notificará os órgãos ambientais e o Ministé-rio Público sobre as irregularidades constata-das.Art. 56 Tendo o usuário especial apresen-tado e aprovado seu “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento e devidas instalações, com as características dos efluentes nos termos do Anexo II deste Decreto, o usuário especial deverá assinar no DMAE um “Contrato de Recebimento de Efluentes não Domésticos” e apresentar “Pla-no de amostragem e automonitoramento de coletas para cumprimento do tratamento”, observando-se os procedimentos regulamen-tados pelos arts. 48 a 52 deste Decreto.CAPÍTULO IVDAS SANÇÕES E DOS RECURSOSSEÇÃO IDO DESCUMPRIMENTO E DAS SANÇÕESArt. 57 O descumprimento das normas pre-vistas neste Decreto gerará as seguintes san-ções:I - multa no valor de 01 (uma) última fatura de água e esgoto do estabelecimento a cada descumprimento do art. 38, § primeiro do art. 42 e parágrafo único do art. 49 deste Decreto;II - multa no valor de 03 (três) últimas faturas de água e esgoto do estabelecimento a cada descumprimento dos arts. 9 e 18 deste De-creto;III - multa no valor de 06 (seis) últimas faturas

de água e esgoto do estabelecimento em caso de religação clandestina à rede coletora de es-gotos do DMAE após os desligamentos previs-tos nos arts. 52, 54 e 55 deste Decreto, além de notificação ao Ministério Público e todos os órgãos ambientais.Art. 58 O usuário deverá ser notificado das au-tuações referidas nos incisos do art. 57 e terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar recurso.§ 1º O recurso será julgado por comissão designada anualmente pelo Diretor Geral do DMAE mediante portaria publicada no Diário Oficial do Município.§ 2º Se o recurso for julgado procedente, será considerada nula a autuação e arquivada.§ 3º Se o recurso for julgado improcedente, será aplicada a multa acima prevista e, não sendo paga, inscrita em dívida ativa, devendo ser executada pela Procuradoria Autárquica Geral, incidindo juros de 1% (um por cento) ao mês, correção monetária pelo INPC/IBGE, além de custas processuais e honorários ad-vocatícios de 10% (dez por cento) sobre o va-lor executado.SEÇÃO IIDA DISCORDÂNCIA DO FATOR DE POLUIÇÃOArt. 59 O usuário especial poderá recorrer, no prazo de 15 (quinze) dias, do fator de poluição apurado pelo DMAE quando da emissão do “Laudo de Análise do Efluente Líquido” e no “Projeto Técnico” de adequação e/ou automo-nitoramento do sistema de efluentes líquidos do estabelecimento e, em qualquer momento, durante a vigência do “Contrato de Recebi-mento de Efluentes Líquidos não Domésticos” ou do “Termo de Recebimento Provisório de Efluentes Líquidos não Domésticos”.§ 1º O recurso será julgado por comissão designada anualmente pelo Diretor Geral do DMAE mediante portaria publicada no Diário Oficial do Município.§ 2º Se o recurso for julgado procedente, será revisto o fator de poluição e será assinado novo “Contrato de Recebimento de Efluentes não Domésticos” ou “Termo de Recebimento Provisório de Efluentes Líquidos não Domés-ticos”.Art. 60 Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Uberlândia, 16 de abril de 2007.

Odelmo Leão Rubens de Freitas FilhoPrefeito Diretor Geral - DMAE

CVDV/PGM Nº 1414/2007

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ANEXO ITabela 1 Valores do coeficiente de carga poluidora K, a ser aplicado sobre a tarifa de esgoto, em função do ramo de atividade do estabe- lecimento:

Cód. IBGE/CNAE Ramo de Atividade K

10/26 Indústria de produtos minerais não metálicos 1,15

11/27 Indústria metalúrgica 1,15

12/29 Indústria mecânica 1,10

13/32 Indústria de material elétrico ecomunicação 1,14

14/34 Indústria de material de transporte 1,21

15/20 Indústria de madeira 1,15

16/36 Indústria do mobiliário 1,33

17/21 Indústria do papel e papelão 1,45

18/25 Indústria da borracha 1,10

19/19 Indústria de couro, peles e produtos similares 2,06

20/24 Indústria química 1,35

21/21 Indústria de produtos farmacêuticos e veterinários 1,19

22/24 Indústria de perfumaria, sabões e velas 1,53

23/25 Indústria de produtos de matéria plástica 1,25

24/17 Indústria têxtil 1,19

25/18 Indústria do vestuário, calçados, artefatos de tecidos 1,19

26/15 Indústria de produtos alimentares 1,55

27/15 Indústria de bebidas e álcool etílico 1,53

28/16 Indústria de fumo 2,29

29/22 Indústria editorial e gráfica 1,31

30/36 Indústrias diversas 1,15

34/45 Construção civil 1,68

35/36 Serviços industriais de utilidade pública 1,68

41.5/50 Postos de gasolina 1,53

41.8/52.1 Supermercados 1,65

54/93 Serviços domiciliares 1,74

Padarias 1,65

Açougues 1,70

Restaurantes, Self-services, Lanchonetes ou simil. 1,65

Serviços de saúde: clínicas, hospitais, cons. Dent. 1,50

Oficinas Mecânicas 1,70

Lavajatos 1,70

ANEXO ITabela 2 Valores do coeficiente de carga poluidora (K1) em função das concentrações médias de DQO (Demanda Química de Oxigênio) e SST (Sólidos Suspensos Totais) do efluente líquido do estabelecimento (em mg/litro), a ser aplicado sobre a tarifa de esgoto, provisoriamente, por um período de até 12 meses: K1 = 0,26 + 0,38x(DQO/600) + 0,36 x (SST/450)

SST→↓DQO <450

451 -

550

551 -

650

651 -

750

751 -

1000

1001 -

1300

1301 -

2000

2001 -

3000

<600 1,00 1,04 1,12 1,20 1,34 1,56 1,96 2,64

601-800 1,06 1,10 1,18 1,26 1,40 1,62 2,02 2,70

801-1000 1,19 1,23 1,31 1,39 1,53 1,75 2,15 2,83

1001-1500 1,41 1,45 1,53 1,61 1,75 1,97 2,37 3,05

1501-2000 1,73 1,77 1,85 1,93 2,07 2,29 2,69 3,37

2001-3000 2,20 2,24 2,32 2,40 2,54 2,76 3,16 3,84

3001-4000 2,84 2,88 2,96 3,04 3,18 3,40 3,80 4,48

4001-6000 3,79 3,83 3,91 3,99 4,13 4,35 4,75 5,43

*Obs: os valores de k1 apresentados nesta tabela são valores médios das respectivas faixas de DQO e SST. Os valores de k1 a serem aplicados serão sempre calculados pela fórmula, inclusive aqueles para valores de DQO e SST acima dos apresentados na tabela.

ANEXO ITabela 3Valores do coeficiente de carga poluidora (K2) em função das concentrações médias de DQO (Demanda Química de Oxigênio) e SST (Sólidos Suspensos Totais) do efluente líquido do estabelecimento (em mg/litro), a ser aplicado sobre a tarifa de esgoto, provisoriamente, por um período de 12 até 24 me-ses:K2 = 1,5 x [0,26 + 0,38x(DQO/600) + 0,36 x (SST/450)]= 1,5 x K1

SST→↓DQO <450

451 -

550

551 -

650

651 -

750

751 -

1000

1001 -

1300

1301 -

2000

2001 -

3000

<600 1,50 1,56 1,68 1,80 2,01 2,34 2,94 3,96

601-800 1,59 1,65 1,77 1,89 2,10 2,43 3,03 4,05

801-1000 1,79 1,85 1,97 2,09 2,30 2,63 3,23 4,25

1001-1500 2,12 2,18 2,30 2,42 2,63 2,96 3,56 4,58

1501-2000 2,60 2,66 2,78 1,93 3,11 3,44 4,04 5,06

2001-3000 3,30 3,36 3,48 2,90 3,81 4,14 4,74 5,76

3001-4000 4,26 4,32 4,44 4,56 4,77 5,10 5,70 6,72

4001-6000 5,69 5,75 5,87 5,99 6,20 6,53 7,13 8,15

*Obs: os valores de k2 apresentados nesta tabela são valores médios das respectivas faixas de DQO e SST. Os valores de k2 a serem aplicados serão sempre calculados pela fórmula, inclusive aqueles para valores de DQO e SST acima dos apresentados na tabela.

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ANEXO IITabela 1Parâmetros e limites para lançamento de efluentes não domésti-cos na rede pública coletora de esgotos:

ParâmetroUnidade de Me-

dida

Limite Permitido

PH - De 6 a 10

Temperatura ºC 40

Sólidos sedimentáveis em teste de 1h no cone Imhoff ml/L x h 20

Gorduras, óleos e graxas mg/l 100

Alumínio total mg/l 3,0

Arsênio total mg/l 1,5

Bário total mg/l 5,0

Boro total mg/l 5,0

Cádmio total mg/l 1,5

Chumbo total mg/l 1,5

Cobalto total mg/l 1,0

Cobre total mg/l 1,5

Cromo hexavalente mg/l 0,5

Cromo total mg/l 5,0

Estanho total mg/l 4,0

Ferro solúvel mg/l 15,0

Mercúrio total mg/l 0,5

Níquel total mg/l 2,0

Prata total mg/l 1,5

Selênio total mg/l 1,5

Vanádio total mg/l 4,0

Zinco total mg/l 5,0

Amônia mg/l 100

Cianetos totais mg/l 0,2

Índice de fenóis mg/l 5,0

Fluoreto total mg/l 10,0

Sulfeto Total mg/l 1,0

Sulfatos mg/l 1000

Surfactantes (MBAS) mg/l 5,0

Cianeto mg/l 0,2

D.B.O – Demanda Bioquímica de Oxigênio (*) mg/l 350

D.Q.O – Demanda Química de Oxigênio (*) mg/l 600

Sólidos Totais (S.T) (*) mg/l 1200

Sólidos Suspensos Totais (S.S.T)(*) mg/l 450

Sólidos Dissolvidos Totais (S.D.T)(*) mg/l 750

(*)conforme item 4.4 na NBR 9800

ANEXO IIIPara efeitos deste Decreto, considera-se:1) Efluente ou esgoto doméstico: o despejo líquido resultante do uso da água pelo homem, em seu domicílio, resultado de seus hábitos higiênicos e ativi-dades fisiológicas. 2) Efluente ou esgoto não doméstico: o despejo líquido resultante de ativi-dades produtivas ou de processo de indústria, de comércio ou prestação de serviço, com características físico-químicas distintas do esgoto doméstico.3) Efluente não doméstico com características domésticas: o despejo resul-tante do uso da água pelo homem, em outros ambientes (indústria, comércio, prestação de serviços), em seus hábitos higiênicos e atividades fisiológicas, cujas características físico-químicas sejam aquelas peculiares ao esgoto do-méstico residencial.4) Esgoto Sanitário: despejo líquido constituído de esgoto doméstico e não doméstico, água de infiltração e a parcela de contribuição pluvial parasitária julgada conveniente.5) Efluente líquido do estabelecimento: despejo líquido proveniente de um estabelecimento (imóvel, edificação ou instalações utilizados pelo usuário in-dustrial, prestador de serviços, comercial, institucional, condominial ou resi-dencial), compreendendo todos os efluentes gerados, exceto águas pluviais.6) Efluente de processo: despejo líquido proveniente das áreas de processa-mento envolvendo: processo de produção, lavagem, limpeza, águas de refri-geração originadas de limpeza, descartes de águas servidas ou de enxágue, manuseio de materiais, matérias-primas, produtos, alimentos, reagentes au-xiliares ou qualquer operação que resulte em efluentes líquidos diferenciados dos esgotos domésticos.7) Águas de refrigeração: águas resultantes de processo de resfriamento.8) Águas de limpeza de refrigeração: águas de refrigeração provenientes de limpezas periódicas de unidades componentes do sistema de refrigeração, tais como: reservatórios, torres, equipamentos e dispositivos hidráulicos.9) Águas pluviais poluídas: são as águas pluviais que adquiriram caracterís-ticas físico-químicas diferentes das de águas pluviais naturais, decorrentes do seu escoamento por superfícies, pisos, tubulações ou equipamentos que contenham resíduos ou restos de processamento, sejam sólidos ou líquidos, ou que sejam constituídos por materiais que liberem componentes carreados pela água, com parâmetros e teores não permitidos para seu lançamento em rede de drenagem pluvial ou corpos receptores, conforme normas ambientes aplicáveis.10) Redes coletoras internas: redes coletoras do estabelecimento do usu-ário, destinadas a coletar e transportar os efluentes líquidos conforme sua origem e natureza, tais como: rede coletora de efluente de processo, rede de águas de refrigeração, rede de esgoto doméstico e rede de águas pluviais.11) Poço de visita: câmara visitável através de abertura existente em sua par-te superior destinada à reunião de dois ou mais trechos de redes coletoras e à execução de trabalhos de manutenção.12) Ligação predial de esgoto ou ramal predial de esgoto: conjunto de tubu-lações e peças especiais situadas entre a rede pública coletora de esgotos e a caixa de passagem, amostragem e controle situada no passeio, inclusive esta.13) Rede pública coletora de esgoto: conjunto de tubulações e peças do sis-tema público coletor de esgoto destinado a coletar e transportar os esgotos provenientes dos ramais prediais de esgoto até os coletores troncos, intercep-tores ou emissários.14) Sistema público coletor de esgoto: conjunto constituído pelas redes pú-blicas coletoras de esgoto, coletores tronco, interceptores, emissários e ór-gãos acessórios.15) Sistema público de esgotamento sanitário: conjunto constituído pelo sis-tema público coletor de esgoto e estações de tratamento de esgotos.16) Segregação de redes: separação das redes coletoras, de modo a não haver qualquer interconexão entre as mesmas.17) Unidade de tratamento de efluentes do estabelecimento: conjunto de

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instalações e equipamentos que têm por fi-nalidade realizar o tratamento dos efluentes não domésticos do estabelecimento a fim de adequá-los aos critérios e condições de lança-mento na rede pública coletora de esgotos.18) Poços ou caixas de amostragem e contro-le: dispositivos, facilmente visitáveis, localiza-dos dentro dos limites internos e no passeio do estabelecimento do usuário, devidamente definidos, detalhados e posicionados no proje-to técnico do sistema de efluentes, destinados à coleta de amostras de efluentes, brutos ou após tratamento.19) Medidor de vazão de esgoto: dispositivo de medição, facilmente visitável, localizado dentro dos limites internos do estabelecimen-to do usuário, destinado a quantificar a vazão.20) Usuário: pessoa física ou jurídica ocupan-te de imóvel provido de ligação de esgoto.21) Usuário especial: aquele em cujo estabe-lecimento são produzidos efluentes líquidos não domésticos em grande volume, alta carga orgânica e com características que possam representar riscos de explosividade, corrosi-vidade e toxidade ao sistema público de es-gotamento sanitário. Os ramos de atividades dos usuários especiais são os relacionados no Anexo I - Tabela 1 - desta Norma.22) Usuário do rol comum: aquele em cujo es-tabelecimento são produzidos efluentes que, numa avaliação geral, não representam riscos significativos ao sistema público de esgota-mento sanitário. Os ramos de atividades dos usuários do rol comum são os não relaciona-dos no Anexo I - Tabela 1 - desta Norma.23) Plano de amostragem e automonitora-mento de coletas para cumprimento do trata-mento dos efluentes não domésticos: conjun-to de procedimentos relativos a amostragens e análises laboratoriais a serem executadas pelo usuário especial, sendo parte integrante do projeto técnico do sistema de efluentes, visando à caracterização dos efluentes e seu eventual tratamento, elaborado a partir dos levantamentos e estudos das atividades pro-dutivas e outros elementos e conteúdos, de-vendo ser observado o seguinte:Nota 1: Plano detalhado conforme as Normas NBR 9897, NBR 9898 e NBR 13402 da ABNT e Termo de Referência para Elaboração de Projeto Técnico de Sistema de Efluentes Líqui-dos não Domésticos fornecidos pelo DMAE;Nota 2: As análises laboratoriais serão re-alizadas em laboratórios próprios e/ou ter-ceirizados, que deverão estar devidamente cadastrados junto ao SISEMA – Sistema Esta-dual de Meio Ambiente, conforme Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) Nº 89 , de 15 de setem-bro de 2005 e ao CRQ – Conselho Regional de Química.

24) Automonitoramento dos efluentes líqui-dos: conjunto de procedimentos executados pelo usuário visando ao controle periódico das características dos efluentes lançados na rede pública coletora de esgoto, compreen-dendo amostragens realizadas nos poços ou caixas de amostragem e controle e análises laboratoriais, bem como emissão de relatório periódico padronizado, conforme plano de automonitoramento dos efluentes líquidos. Este relatório, a ser entregue mensalmente ao DMAE, até o 10º dia útil do mês subsequente, deverá incluir, a depender das características do efluente, informações operacionais da uni-dade de tratamento e outros dados julgados importantes.25) Plano de automonitoramento dos efluen-tes líquidos: conjunto de definições e proce-dimentos a serem executados pelo usuário, compreendendo a seleção dos parâmetros a controlar, a definição da frequência de amos-tragem, os volumes e os efluentes a amostrar e outros elementos a serem apresentados no projeto técnico de adequação e/ou automoni-toramento do sistema de efluentes líquidos, levando em consideração o regime de lança-mento conforme exigências e orientações con-tidas neste Decreto e nas instruções técnicas para elaboração do “Projeto Técnico” de siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento do usuário.26) Auditoria: a auditoria/monitoramento é um processo contínuo dentro da atividade de recebimento de efluentes não domésti-cos. Neste processo é realizado o controle dos efluentes líquidos encaminhados para tratamento, visando monitorar sua qualidade para que os padrões técnicos e legais do re-cebimento sejam atendidos e para garantir a cobrança adequada pelos serviços prestados pelo DMAE, através da revisão e correção do fator de poluição. Este controle é realizado nas fontes geradoras de efluentes e em pon-tos estratégicos do sistema público de esgota-mento sanitário.27) Sistema de efluentes líquidos do estabe-lecimento: conjunto formado por redes cole-toras independentes e segregadas, disposi-tivos hidráulicos, equipamentos, unidade de tratamento, medidor de vazão de efluentes e demais componentes exigidos nas Instruções Técnicas para elaboração do Projeto Técnico de adequação e/ou automonitoramento a ser implantado pelo usuário, com finalidade de coletar, transportar, tratar e lançar os efluen-tes líquidos do estabelecimento na rede públi-ca coletora do DMAE.28) Relatório de Autocaracterização do Em-preendimento (RAE): Relatório elaborado pelo próprio usuário do estabelecimento e apre-sentado ao DMAE contendo as seguintes in-

formações:1. Ramo de atividade: IBGE/CNAE;2. Número de funcionários, horas/dia, dias/mês, turnos de trabalho;3. Descritivo simplificado do processo de pro-dução com relação de matérias-primas utiliza-das e produtos acabados;4. Fluxograma simplificado do processo de produção;5. Dados sobre fontes de abastecimento, con-sumo de água, com caracterização dos poços artesianos, caso existam, com as respectivas vazões e situação legal dos mesmos junto ao IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas;6. Indicação de consumo de água; 7. Vazão de efluentes líquidos produzidos no processo de produção e de esgoto sanitário;8. Destinação atual dos efluentes líquidos pro-duzidos;9. Projeto ou levantamento cadastral do siste-ma de efluentes líquidos do estabelecimento do usuário;10. Apresentação de Relatório de ensaio de parâmetros físico-químicos dos efluentes líqui-dos do estabelecimento a serem lançados na rede pública coletora de esgotos; O usuário deverá utilizar um laboratório quími-co terceirizado cadastrado no SISEMA – Siste-ma Estadual de Meio Ambiente, para efetuar a coleta e análises físico-químicas das amostras do efluente. O relatório deverá conter além da identificação e assinatura do responsável técnico, o registro junto ao Conselho Regional de Química. A coleta de amostras deverá ser acompanhada por técnicos do DMAE, que de-finirão os pontos de amostragem; Os parâmetros a serem analisados são os constantes no Anexo II - Tabela 1 - desta Nor-ma;A coleta de amostras deverá ser realizada em dias ou turnos de trabalho em que todas as unidades de processo produtivo se encontrem em operação;Os técnicos do DMAE determinarão o tipo de amostragem a ser realizada, podendo ser sim-ples ou composta, em função das particulari-dades de cada empresa;11. Informar os dispositivos existentes para medição de vazão de efluentes ou de água dos poços artesianos, caso existam;12. Outros necessários à adequação ao Anexo II deste Decreto.29) Instruções Técnicas para elaboração de projeto técnico de sistema de efluentes líqui-dos (IT): Conjunto de exigências e orientações detalhadas, a ser elaborado pela Gerência de Tratamento de Esgotos do DMAE e demais áreas afins, especificamente para cada em-preendimento, destinado a servir de roteiro para os usuários na elaboração do projeto téc-nico de adequação e/ou automonitoramento

Page 8: DECRETO Nº 10.643, DE 16 DE ABRIL DE 2007. substituí-la ... · mados no Anexo II que a este se integra, para lançamento de efluentes não domésticos, nos ... verão ser observadas

dos sistemas de efluentes líquidos do estabe-lecimento após preenchimento, pelo usuário, do Relatório de Autocaracterização do Empre-endimento (RAE) e análise do mesmo pelo DMAE. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Em caso de ne-cessidade de implantação de unidade de tra-tamento, o DMAE não fornecerá os projetos da mesma ou consultoria na área de tratamento de efluentes. O usuário deverá contratar pro-fissional ou empresa habilitada para elabora-ção de projeto de unidade de tratamento de efluentes, que se responsabilizará pela efici-ência da mesma, de forma a garantir que as características do efluente final produzido se enquadre dentro dos limites impostos na Ta-bela 1 - Anexo II - desta Norma. 30) “Projeto Técnico” de adequação e/ou automonitoramento do Sistema de Efluentes Líquidos do estabelecimento: conjunto de es-tudos e detalhamentos desenvolvidos confor-me Instruções Técnicas (IT), a ser elaborado e apresentado ao DMAE contendo, de acordo com o caso, um ou mais itens da lista abaixo:1. Relatório de execução do plano de amos-tragem;2. Sistematização dos resultados das análises físico-químicas, com respectivos laudos de análises;3. Projeto de segregação das redes;4. Projeto de unidade de tratamento;5. Projeto de instalação de medidor de vazão de efluentes líquidos;6. Outros.Obs: Nos casos em que o estabelecimento já disponha de Sistema de Efluentes Líquidos adequados (com redes segregadas, unidade de tratamento, medidor de vazão, etc.) o Pro-jeto Técnico será composto apenas dos itens 1 e 2.31) Fator de carga poluidora (K, K1 E K2): os fatores de carga poluidora (K, K1 e K2), que serão aplicados sobre a tarifa de esgoto, são definidos como os valores que remunerarão os gastos adicionais devido ao recebimento de efluentes não domésticos. Este fator é ba-seado no princípio “poluidor pagador”, onde a responsabilidade exclusiva pelo evento po-luidor é de quem gera a poluição. Quem gera mais poluição terá fatores de carga poluidora maiores e, portanto, pagará mais. Para o cálculo dos fatores de carga poluidora, utilizam-se os seguintes parâmetros: Deman-da Química de Oxigênio (DQO) e Sólidos Sus-pensos Totais (SST) e as seguintes fórmulas:K1 = 0,26 + 0,38 x (DQO/600) + 0,36 x (SST/450) (ver Tabela 2 - Anexo I - com valo-res médios para diversas faixas de DQO e SST)K2 = 1,5 x [0,26 + 0,38 x (DQO/600) + 0,36 x (SST/450)] = 1,5 x K1 (ver Tabela 3 – Anexo I - com valores médios para diversas faixas de

DQO e SST)Os valores do fator de carga poluidora K (ver Tabela 1 – Anexo I) serão aplicados sobre a tarifa de esgoto, nos casos em que o usuário, após terem sido decorridos 60 dias da notifi-cação pelo DMAE de que sua empresa está enquadrada no PREMEND, não proceder o cadastramento do estabelecimento até que o DMAE proceda auditoria nos efluentes líqui-dos da empresa, promova os ajustes do fator de poluição e passe a aplicar o fator K1 em função das características deste efluente.Os valores de K poderão ser corrigidos de acor-do com os resultados das análises realizadas durante os processos de auditoria/monitora-mento. Sempre que se verificar uma alteração do valor de K, o cliente será comunicado, per-mitindo dessa forma sua ativa participação no processo, através do compartilhamento de amostras, caso haja interesse.Os fatores de carga poluidora serão aplicados quando da aceitação em caráter provisório de efluentes líquidos do estabelecimento, para adequação do sistema de efluentes líquidos ou quando da constatação, por auditoria, do não atendimento aos limites impostos na Ta-bela 1 – Anexo II - desta Norma, causado por problemas operacionais.