decreto-lei nº 314, de 13 de março de 1967 - publicação original - portal câmara dos deputados

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14/09/14 15:53 Decreto-Lei nº 314, de 13 de Março de 1967 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados Pagina 1 di 7 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-314-13-marco-1967-366980-publicacaooriginal-1-pe.html Legislação Legislação Informatizada - Decreto-Lei nº 314, de 13 de Março de 1967 - Publicação Original Decreto-Lei nº 314, de 13 de Março de 1967 Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o art. 30 do Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, combinado com o art. 9º do Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966, DECRETA: CAPÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1º Tôda pessoa natural ou jurídica é responsável pela segurança nacional, nos limites definidos em lei. Art. 2º A segurança nacional é a garantia da consecução dos objetivos nacionais contra antagonismos, tanto internos como externos. Art. 3º A segurança nacional compreende, essencialmente, medidas destinadas à preservação da segurança externa e interna, inclusive a prevenção e repressão da guerra psicológica adversa e da guerra revolucionária ou subversiva. § 1º A segurança interna, integrada na segurança nacional, diz respeito às ameaças ou pressões antagônicas, de qualquer origem, forma ou natureza, que se manifestem ou produzam efeito no âmbito interno do país. § 2º A guerra psicológica adversa é o emprêgo da propaganda, da contrapropaganda e de ações nos campos político, econômico, psicossocial e militar, com a finalidade de influenciar ou provocar opiniões, emoções, atitudes e comportamentos de grupos estrangeiros, inimigos, neutros ou amigos, contra a consecução dos objetivos nacionais. § 3º A guerra revolucionária é o conflito interno, geralmente inspirado em uma ideologia ou auxiliado do exterior, que visa à conquista subversiva do poder pelo contrôle progressivo da Nação. Art. 4º Na aplicação dêste decreto-lei o juiz, ou Tribunal, deverá inspirar-se nos conceitos básicos da segurança nacional definidos nos artigos anteriores. CAPÍTULO II Dos Crimes e das Penas Art. 5º Tentar, com ou sem auxílio estrangeiro, submeter o território nacional, ou parte dêle, ao domínio ou Veja também: Retificação Dados da Norma

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    Legislao

    Legislao Informatizada - Decreto-Lei n 314, de 13 de Maro de1967 - Publicao Original

    Decreto-Lei n 314, de 13 de Maro de 1967Define os crimes contra a segurana nacional, a ordempoltica e social e d outras providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, usando das atribuies que lhe confere o art. 30 do Ato Institucional n 2, de 27de outubro de 1965, combinado com o art. 9 do Ato Institucional n 4, de 7 de dezembro de 1966,

    DECRETA:

    CAPTULO IDisposies Preliminares

    Art. 1 Tda pessoa natural ou jurdica responsvel pela segurana nacional, nos limites definidos em lei.

    Art. 2 A segurana nacional a garantia da consecuo dos objetivos nacionais contra antagonismos, tanto internoscomo externos.

    Art. 3 A segurana nacional compreende, essencialmente, medidas destinadas preservao da segurana externa einterna, inclusive a preveno e represso da guerra psicolgica adversa e da guerra revolucionria ou subversiva.

    1 A segurana interna, integrada na segurana nacional, diz respeito s ameaas ou presses antagnicas, dequalquer origem, forma ou natureza, que se manifestem ou produzam efeito no mbito interno do pas.

    2 A guerra psicolgica adversa o emprgo da propaganda, da contrapropaganda e de aes nos campos poltico,econmico, psicossocial e militar, com a finalidade de influenciar ou provocar opinies, emoes, atitudes ecomportamentos de grupos estrangeiros, inimigos, neutros ou amigos, contra a consecuo dos objetivos nacionais.

    3 A guerra revolucionria o conflito interno, geralmente inspirado em uma ideologia ou auxiliado do exterior,que visa conquista subversiva do poder pelo contrle progressivo da Nao.

    Art. 4 Na aplicao dste decreto-lei o juiz, ou Tribunal, dever inspirar-se nos conceitos bsicos da segurananacional definidos nos artigos anteriores.

    CAPTULO IIDos Crimes e das Penas

    Art. 5 Tentar, com ou sem auxlio estrangeiro, submeter o territrio nacional, ou parte dle, ao domnio ou

    Veja tambm:Retificao Dados da Norma

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    soberania de outro pas, ou suprimir ou pr em perigo a independncia do Brasil: Pena - recluso, de 5 a 20 anos.

    Art. 6 Entrar em entendimento ou negociao com govrno estrangeiro ou seus agentes, a fim de provocar guerraou atos de hostilidade contra o Brasil: Pena - recluso, de 5 a 15 anos.

    Art. 7 Praticar atos de hostilidade contra potncia estrangeira, capazes de provocar, por parte desta, guerra ourepreslias contra o Brasil; Pena - recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico. Se a guerra fr declarada ou forem efetuadas as represlias, a pena ser aumentada de um tro.

    Art. 8 Aliciar indivduos de outra nao para que invadam o territrio brasileiro, seja qual fr o motivo ou pretexto:Pena - recluso, de 3 a 10 anos.

    Pargrafo nico. Verificando-se a invaso, a pena ser aplicada no dbro.

    Art. 9 Concertarem-se mais de 2 (duas) pessoas para a prtica de qualquer dos crimes previstos nos artigosanteriores: Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    Art. 10. Comprometer a segurana nacional, sabotando quaisquer instalaes militares, navios, avies, materialutilizvel pelas Fras Armadas, ou, ainda, meios de comunicao e vias de transporte, estaleiros, portos e aeroportos,fbricas, depsitos ou outras instalaes, eventualmente necessrios defesa nacional; Pena - recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 11. Redistribuir material ou fundos de propaganda de provenincia estrangeira, sob qualquer forma ou aqualquer ttulo, para a infiltrao de doutrinas ou idias incompatveis com a Constituio: Pena - recluso, de 1 a 5anos.

    Pargrafo nico. Se a propaganda de que trata o artigo, utilizando o material ou fundos de provenincia estrangeira, feita a fim de submeter o Brasil a outro pas. Pena - recluso, de 2 a 8 anos.

    Art. 12. Formar ou manter associao de qualquer ttulo, comit, entidade de classe ou agrupamento que, sob aorientao ou com o auxlio de govrno estrangeiro ou organizao internacional, exera atividades pre-judiciais ouperigosas segurana nacional: Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    Pargrafo nico. No caso de simples culpa, a pena ser: Deteno: de 3 meses a 1 ano.

    Art. 13. Promover ou manter, em territrio nacional, servio de espionagem em proveito de pas estrangeiro ou deorganizao subversiva: Pena - recluso, de 2 a 10 anos.

    1 Obter ou procurar obter, para, o fim de espionagem, notcia de fatos ou coisas que, no interesse do Estado,devam permanecer secretas: Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    2 Destruir, falsificar, subtrair, fornecer ou comunicar a potncia estrangeira, organizao subversiva ou a seusagentes ou, em geral, a pessoa no autorizada, documentos, planos ou instrues classificados como sigilosos porinteressarem segurana nacional: Pena - recluso, de 3 a 10 anos.

    3 Entrar em relao com govrno estrangeiro, organizao subversiva ou seus agentes, para o fim de comunicarqualquer outro segrdo concernente segurana nacional: Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    4 Fazer ou reproduzir, para o fim de espionagem, fotografias, gravuras ou desenhos de instalaes ou zonasmilitares e engenhos de guerra, de qualquer tipo; ingressar para o mesmo fim, clandestina ou fraudulentamente, nosreferidos lugares; desenvolver atividades aerofotogrficas, em qualquer parte do territrio nacional sem autorizao daautoridade competente: Pena - deteno, de 1 a 2 anos.

    5 Dar asilo ou proteo a espies, sabendo que o sejam; Pena - recluso, de 1 a 3 anos.

    6 O funcionrio pblico que culposamente facilitar o conhecimento de segrdo concernente segurana nacional:Pena - deteno, de 3 meses a 1 ano.

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    Art. 14. Divulgar, por qualquer meio de publicidade, notcias falsas, tendenciosas ou deturpadas, de modo a pr emperigo o bom nome, a autoridade o crdito ou o prestgio do Brasil: pena - deteno, de 6 meses a 2 anos.

    Art. 15. Falsificar, suprimir, tornar irreconhecvel, subtrair ou desviar de seu destino ou uso normal algum meio deprova relativo a fato de importncia para o interesse nacional. Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    Art. 16. Violar imunidades diplomticas, pessoais ou reais, ou de Chefe ou representante de Nao estrangeira, aindaque de passagem pelo territrio nacional: Pena - recluso, de 6 meses a 2 anos.

    Art. 17. Violar neutralidade assumida pelo Brasil em face de pases beligerantes: Pena - recluso, de 1 a 2 anos.

    Pargrafo nico. Se o crime simplesmente culposo, a pena ser de 3 meses a 1 ano de deteno.

    Art. 18. Destruir ou ultrajar bandeira, emblemas ou escudo de nao amiga, quando expostos em lugar pblico:Pena - deteno, de 3 meses a 1 ano.

    Art. 19. Ofender publicamente, por palavras ou escrito, chefe de govrno de nao estrangeira: Pena - deteno, de 6meses a 2 anos.

    Art. 20. Exercer violncia de qualquer natureza, contra chefe de govrno estrangeiro, quando em visita ao Brasil oude passagem pelo seu territrio: Pena - recluso, de 6 meses a 2 anos, alm da correspondente violncia.

    Art. 21. Tentar subverter a ordem ou estrutura poltico-social vigente no Brasil, com o fim de estabelecer ditadura declasse, de partido poltico, de grupo ou de indivduo: Pena - recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 22. Promover insurreio armada; ou tentar mudar, por meio violento, a Constituio, no todo ou em parte, oua forma de govrno por ela adotada: Pena - recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 23. Praticar atos destinados a provocar guerra revolucionria ou subversiva: Pena - recluso, de 2 a 4 anos.

    Pargrafo nico. Se a guerra sobrevm em virtude dles: Pena - recluso, de 4 a 12 anos.

    Art. 24. Impedir ou tentar impedir, por meio de violncia ou ameaa de violncia, o livre exerccio de qualquer, dosPodres na Unio ou nos Estados: Pena - recluso, de 2 a 6 anos.

    Art. 25. Praticar massacre, devastao, saque, roubo, seqestro, incndio ou depredao, atentado pessoal, ato desabotagem ou terrorismo; impedir ou dificultar o funcionamento de servios essenciais administrados pelo Estado oumediante concesso ou autorizao: Pena - recluso, de 2 a 6 anos.

    Pargrafo nico. punvel a tentativa, inclusive os atos preparatrios, como delitos autnomos, sempre com reduo datra parte da pena.

    Art. 26. Tentar desmembrar parte do territrio nacional, para constituir pas independente: Pena - recluso, de 2 a 8anos.

    Art. 27. Revelar segrdo obtido em razo de cargo ou funo pblica que exera, relativamente a aes ou operaesmilitares ou qualquer plano contra revolucionrios, insurrectos ou rebeldes: Pena - recluso, de 1 a 5 anos.

    Art. 28. Matar ou tentar matar quem exera autoridade pblica, por motivo de facciosismo ou inconformismopoltico-social: Pena - recluso, de 3 a 30 anos.

    Art. 29. Ofender fsica ou moralmente quem exera autoridade, por motivo de facciosismo ou inconformismopoltico-social; Pena - recluso, de 6 meses a 3 anos.

    Art. 30. Atentar contra a liberdade pessoal do Presidente ou do Vice-Presidente da Repblica, dos Presidentes doSenado, da Cmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal: Pena - recluso, de 4 a 12 anos.

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    Art. 31. Ofender a honra ou a dignidade do Presidente ou do Vice-Presidente da Repblica, dos Presidentes daCmara dos Deputados, do Senado, ou do Superior Tribunal Federal: Pena - deteno, de 1 a 3 anos.

    Pargrafo nico. Se o crime fr cometido por meio de imprensa, radiodifuso ou televiso, a pena aumentada demetade.

    Art. 32. Promover greve ou lock-out, acarretando a paralisao de servios pblicos ou atividades essenciais, com ofim de coagir qualquer dos Podres da Repblica: Pena - recluso, de 2 a 6 anos.

    Art. 33. Incitar publicamente:

    I - guerra ou subverso da ordem poltico-social; II - desobedincia coletiva s leis; III - animosidade entre as Fras Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituies civis; IV - .luta pela violncia entre as classes sociais; V - paralisao de servios pblicos ou atividades essenciais; VI - ao dio ou a discriminao racial: Pena - deteno, de 1 a 3 anos.

    Pargrafo nico. Se o crime fr praticado por meio de imprensa, panfletos, ou escritos e de qualquer natureza,radiodifuso ou televiso, a pena, ser aumentada de metade.

    Art. 34. Cessarem funcionrios pblicos, coletivamente, no todo ou em parte, os servios a seu cargo: Pena -deteno, de 3 meses a 1 ano.

    Pargrafo nico. Incorrer nas mesmas penas o funcionrio pblico que, direta ou indiretamente, se solidarizar aos atosde cessao ou paralisao de servio pblico ou que contribua para a no execuo ou retardamento do mesmo.

    Art. 35. Perturbar ou tentar perturbar, mediante o emprgo de vias de fato, ameaas, tumultos ou arrudos, sesseslegislativas, judicirias ou conferncias internacionais realizadas no Brasil: Pena - deteno, de 6 meses a 2 anos, para ocrime consumado, punindo-se a tentativa com um tro da pena.

    Art. 36. Fundar ou manter, sem permisso legal, organizaes de tipo militar, seja qual fr o motivo ou pretexto,assim como tentar reorganizar partido poltico cujo registro tenha sido cassado ou fazer funcionar partido sem orespectivo registro ou, ainda associao dissolvida legalmente, ou cujo funcionamento tenha sido suspenso: Pena -deteno, de 1 a 2 anos.

    Art. 37. Destruir ou ultrajar a bandeira, emblemas ou smbolos nacionais, quando expostos em lugar pblico: Pena -deteno, de 1 a 3 anos.

    Art. 38. Constitui, tambm, propaganda subversiva, quando importe em ameaa ou atentado segurana nacional:

    I - a publicao ou divulgao de notcias ou declarao; II - a distribuio de jornal, boletim ou panfleto; III - o aliciamento de pessoas nos locais de trabalho ou de ensino; IV - cmico, reunio pblica, desfile ou passeata; V - a greve proibida; VI - a injria, calnia ou difamao, quando o ofendido fr rgo ou entidade que exera autoridade pblica, oufuncionrio em razo de suas atribuies; VII - a manifestao de solidariedade a qualquer dos atos previstos nos itens anteriores; Pena - deteno, de 6 mesesa 2 anos.

    Art. 39. Se a responsabilidade pela propaganda subversiva couber a diretor ou a responsvel de jornal ou peridico,o Juiz poder impor, ao receber a denncia, a suspenso da circulao dste at trinta dias, sem prejuzo de outrascomunicaes previstas em lei.

    Pargrafo nico. Em se tratando de estao de radiodifuso ou televiso, a suspenso ser imposta, nas mesmas

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    condies, pelo Presidente do Conselho Nacional de Telecomunicaes.

    Art. 40. A responsabilidade penal ou civil pela propaganda subversiva autnoma e no exclui a dos autores ouresponsveis por outros crimes, na forma dste decreto-lei ou de outras leis.

    Art. 41. Importar, fabricar, ter em depsito ou sob sua guarda, comprar, vender, doar ou ceder, transportar ou trazerconsigo armas de fogo ou engenhos privativos das Foras Armadas; ou quaisquer instrumentos de destruio, sabendo oagente que so destinados prtica de crime contra a segurana nacional: Pena - recluso, de 1 a 3 anos.

    Art. 42. Incitar prtica de qualquer dos crimes previstos neste deceto-lei, ou fazer-lhes a apologia ou a dos seusautores: Pena - deteno, de 1 a 2 anos.

    Pargrafo nico. A pena ser aumentada de metade, se o incitamento, publicidade ou apologia feito por meio deimprensa, radiodifuso ou televiso.

    Art. 43. So circunstncias agravantes, quando no elementares do crime:

    I - ser o agente militar ou funcionrio pblico, a ste se equiparando o empregado de autarquia, emprsa pblica ousociedade de economia mista; II - ter sido o crime praticado com a ajuda de qualquer espcie ou sob qualquer ttulo, prestada por Estado ouorganizao internacional ou estrangeira; III - ter, no caso de concurso de agentes, promovido ou organizado a cooperao no crime, ou dirigido a atividadedos demais agentes.

    CAPTULO IIIDo Processo e Julgamento

    Art. 44. Ficam sujeitos ao fro militar, tanto os militares como os civis, na forma do art. 122, 1 e 2, daConstituio promulgada em 24 de janeiro de 1967, quanto ao processo e julgamento dos crimes definidos nestedecreto-lei, assim como os perpetrados contra as instituies militares.

    Pargrafo nico. Instituies militares so as Fras Armadas, constitudas pela Marinha de Guerra, Exrcito eAeronutica Militar e estruturadas em Ministrios e altos rgos militares de administrao, planejamento e comando.

    Art. 45. O fro especial, estabelecido neste decreto-lei, prevalecer sbre qualquer outro, ainda que os crimestenham sido cometidos por meio da imprensa, radiodifuso ou televiso.

    Art. 46. Podero ser instaurados, individual ou coletivamente, os processos contra os infratores de qualquer dosdispositivos dste decreto-lei.

    Art. 47. O recurso ordinrio previsto no art. 114, II, letra c, da Constituio promulgada em 24 de janeiro de 1967,ser interposto da deciso final do Superior Tribunal Militar.

    Art. 48. A priso em flagrante delito ou o recebimento da denncia, em qualquer dos casos previstos neste decreto-lei, importar, simultneamente, na suspenso do exerccio da profisso, emprgo em entidade privada, assim como decargo ou funo na administrao pblica, autarquia, em emprsa pblica ou sociedade de economia mista, at asentena absolutria.

    1 O Chefe do servio ou atividade, empregador ou responsvel pela sua direo, inclusive dos estabelecimentos deensino, fica sujeito multa de cem a um mil cruzeiros novos, se permitir a violao do disposto neste artigo, aplicvelpelo juiz da causa.

    2 No caso de reincidncia a pena ser a do crime.

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    Art. 49. O juiz, em face das circunstncias, poder isentar de pena o revolucionrio, o insurrecto ou o rebelde que,antes de ser aprisionado, deponha as armas, desde que no haja cometido, em conexo com a atividade subversiva,algum delito comum, a cuja pena no se eximir.

    Art. 50. O condenado pena de recluso por mais de dois anos fica sujeito, acessriamente, suspenso de direitospolticos, por 2 (dois) a 10 (dez) anos, na forma estabelecida pelo art.151, da Constituio promulgada em 24 de janeirode 1967.

    Art. 51. No admissvel a suspenso condicional da pena, nos crimes previstos neste decreto-lei.

    Art. 52. A pena privativa da liberdade ser cumprida em estabelecimento militar ou civil, a critrio do juiz, mas semrigor penitencirio.

    Art. 53. O livramento condicional dar-se- nos trmos da legislao penal militar.

    Art. 54. Durante a fase policial e o processo, a autoridade competente para a formao dste, ex officio, arequerimento fundamentado do representante do Ministrio Pblico ou de autoridade policial, poder decretar a prisopreventiva do indiciado, ou determinar a sua permanncia no local onde a sua presena fr necessria elucidao dosfatos a apurar.

    1 A ordem ser dada por escrito, intimando-se por mandado o indiciado e deixando-se cpia do mesmo em seupoder.

    2 A medida ser revogada dsde que no se faa mais necessria, ou decorridos 30 dias de sua decretao, salvosendo prorrogada uma vez, por igual prazo, mediante a alegao de justo motivo, apreciada pelo juiz.

    3 Quando o local de permanncia no fr o do domiclio do indiciado, as despesas de sua estada seroindenizadas pontualmente pela autoridade competente, policial ou judiciria, conforme fr o caso, por conta doTesouro Nacional.

    4 Com a medida de permanncia, a autoridade judiciria poder ordenar a apresentao, diria ou no, doindiciado, em hora e local determinados.

    5 O no cumprimento do disposto na ordem judicial de permanncia justificar a decretao da priso preventiva.

    Art. 55. So inafianveis os crimes previstos neste decreto-lei.

    Art. 56. Aplica-se, quanto ao processo e julgamento, o Cdigo da Justia Militar, no que no colidir com asdisposies da Constituio e dste decreto-lei.

    Art. 57. O Ministro da Justia, na forma do disposto no art. 166 e seu pargrafo 2, da Constituio promulgada em24 de janeiro de 1967, e sem prejuzo do disposto em leis especiais, poder determinar investigaes sbre aorganizao e o funcionamento das emprsas jornalsticas, de radiodifuso ou de televiso, especialmente quanto suacontabilidade, receita e despesa, assim como a existncia de quaisquer fatres ou influncias contrrios segurananacional, tal como definido nos artigos 2 e 3 e seus pargrafos.

    Art. 58. ste decreto-lei entrar em vigor a 15 de maro de 1967, revogadas as disposies em contrrio.

    Braslia, 13 de maro de 1967; 146 da Independncia e 79 da Repblica.

    H.CASTELLO BRANCO Carlos Medeiros Silva

    Este texto no substitui o original publicado no Dirio Oficial da Unio - Seo 1 de 13/03/1967

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    Publicao:

    Dirio Oficial da Unio - Seo 1 - 13/3/1967, Pgina 2993 (Publicao Original)Coleo de Leis do Brasil - 1967, Pgina 563 Vol. 1 (Publicao Original)