decreto legislativo regional nº. 4/2002/a, de 1 de março

3
N. o 17 21 de Janeiro de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B 461 QUADRO N. o 10 4. o se me stre Unidade s curriculares Tipo Escolaridade em horas semanais Observações Aulas teóricas Aulas teóricas- -práticas Aulas práticas Seminários e estágios Estágio Trabalho de fim de curso ................. Semestral .......... 25 (a) (a) A regulamentar pelo órgão legal e estatutariamente competente. REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Presidência do Governo Decreto Regulamentar Regional n. o 4/2002/A Pelo Decreto Legislativo Regional n. o 14/98/A, de 4 de Agosto, foram estabelecidas as normas a seguir na organização e financiamento da educação pré-escolar na Região Autónoma dos Açores, enquadrando também o funcionamento dos centros de actividades de tempos liv res (ATL) existentes e as normas a seguir na sua criação e financiamento. A experiência entretanto adquirida com o funciona- mento daqueles centros aconselha a regulamentação daquele diploma, clarificando as competências tutelares e as normas a seguir na criação, administração e finan- ciamento daquelas valências educativas. Assim, tendo em conta o disposto no artigo 29. o do Decreto Legislativo Regional n. o 14/98/A, de 4 de Agosto, e nos termos da alínea o) do artigo 60. o do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e da alínea d) do n. o 1 do artigo 227. o da Constituição, o Governo Regional decreta o seguinte: Artigo 1. o Objecto e âmbito O presente diploma estabelece as normas referentes à criação, características, funcionamento e financia- mento dos centros de actividades de tempos livres, adiante designados por ATL. Artigo 2. o Actividades de tempos livres 1 As actividades de tempos livres consistem na rea- lização por alunos do 1. o ciclo do ensino básico de tarefas de carácter lúdico e pedagógico, em horário pós-escolar, acompanhados por monitor com formação adequada. 2 As actividades de tempos livres realizam-se pre- ferencialmente em centros próprios, podendo, em situa- ções em que não existam alternativas viáveis, ser uti- lizadas salas dos edifícios do 1. o ciclo do ensino básico após o termo das actividades lectivas diárias. 3 Quando sejam utilizadas instalações afectas à educação pré-escolar ou ao 1. o ciclo do ensino básico da rede pública, as actividades devem cessar até às 18 horas. Artigo 3. o Criação 1 Nos termos da lei, é livre a criação de ATL. 2 Sem prejuízo do disposto na lei, a criação de valências de actividades de tempos livres deve obedecer às seguintes condições: a) Cumprir os requisitos gerais estabelecidos no artigo 7. o do presente diplo ma; b) Ter o edifício onde seja pretendida a instalação sido vistoriado por um engenheiro civil que cer- tifique que o mesmo obedece aos requisitos legais e regulamentares em matéria de segu- rança anti-sísmica e contra incêndios e de aces- sibilidade a deficientes; c) Ter o edifício plano de evacuação e de protecção contra incêndios aprovado pela entidade com- petente em matéria de protecção civil; d) Ter a entidade, através das suas demonstrações financeiras devidamente aprovadas ou de con- trato de financiamento assinado com a admi- nistração regional ou outra entidade idónea, demonstrado dispor de meios que garantam o financiamento da sua actividade. Artigo 4. o Autorização de funcionamento 1 As entidades que pretendam ter em funciona- mento um ATL devem solicitar ao director regional de Solidariedade e Segurança Social autorização de fun- cionamento até 90 dias antes da data em que pretendam iniciar a actividade, devendo a autorização ser decidida no prazo máximo de 60 dias após a recepção do processo completo. 2 Nenhum estabelecimento pode iniciar ou per- manecer em funcionamento sem que seja detentor de autorização de funcionamento válida. 3 A Direcção Regional da Educação manterá um registo de todas as autorizações de funcionamento emitidas. Artigo 5. o Validade da autorização 1 A autorização de funcionamento pode ser pro- visória ou definitiva. 2 A autorização de funcionamento fixará a lotação máxima autorizada da valência.

Upload: uc-para-todos

Post on 19-Feb-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Adapta à Região Autónoma dos Açores o Decreto-Lei n.º 29/2001, de 3 de Fevereiro, que estabelece o sistema de cotas de emprego para pessoas com deficiência nos serviços e organismos da administração Pública.

TRANSCRIPT

Page 1: Decreto Legislativo Regional nº. 4/2002/A, de 1 de Março

N.o 1 7 — 2 1 d e Ja n eiro d e 2 0 0 2 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 461

QUA D RO N. o 10

4.o se me stre

Unidade s curriculares

Tipo

Escolaridade em horas semanais

Observações

Aulas teóricas

Aulas

teóricas- -práticas

Aulas

práticas

Seminários

e estágios

Estágio — Trabalho de fim de curso . . . . . . . . . . . . . . . . .

Semestral . . . . . . . . . .

25

(a)

(a) A regulamentar pelo órgão legal e estatutar iamente competen te.

REGI ÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Pres idência do Governo

Decreto Regulamentar Regional n.o 4/2002/A

Pelo Decreto Legislat ivo Regional n.o 14/98/A, de 4 de Agosto, foram estabelecidas as normas a seguir na

organização e financiamento da educação pré-esco lar na Região Autónoma dos Açores, enquadrando também o funcionamento dos centros de actividades de tempos liv res (ATL) existentes e as normas a seguir na sua

criação e financiamento . A experiência ent retanto adquirida com o funciona-

mento daqueles centros aconselha a regu lamentação

daquele diploma, clarificando as competências tutelares e as normas a seguir na criação, admin ist ração e finan- ciamento daquelas valências educat ivas.

Assim, tendo em conta o disposto no artigo 29.o do Decreto Leg islativo Reg ional n.o 14/98/A, de 4 de Agosto, e nos termos da alínea o) do artigo 60.o

do

Estatuto Po lít ico -Administ rat ivo da Região Autónoma

dos Açores e da alínea d) do n.o 1 do artigo 227.o da Constitu ição , o Governo Regional decreta o seguinte:

Artigo 1.o

Objecto e âmbito

O presente d iploma estabelece as normas referentes à criação, característ icas, funcionamento e financia-

mento dos centros de actividades de tempos livres, adiante designados por ATL.

Artigo 2.o

Actividades de tempos livres

1 — As actividades de tempos liv res consistem na rea- lização por alunos do 1.o ciclo do ensino básico de tarefas de carácter lúdico e pedagógico, em horário pós-escolar,

acompanhados por monitor com formação adequada. 2 — As actividades de tempos livres realizam-se p re-

ferencialmente em centros próprios, podendo, em s itua- ções em que não existam alternat ivas viáveis, ser ut i-

lizadas salas dos edifícios do 1.o ciclo do ensino básico após o termo das actividades lectivas diárias.

3 — Quando sejam utilizadas instalações afectas à educação pré-esco lar ou ao 1.o ciclo do ens ino

básico da rede pública, as act ividades devem cessar até às 18 horas.

Artigo 3.o

Cri açã o

1 — Nos termos da lei, é livre a criação de ATL.

2 — Sem prejuízo do disposto na lei, a criação de valências de actividades de tempos livres deve obedecer às seguintes condições:

a) Cumprir os requisitos gerais estabelecidos no

artigo 7.o do presente d ip lo ma; b) Ter o edifício onde seja pretend ida a instalação

sido vistoriado por um engenheiro civil que cer- tifique que o mes mo obedece aos requ is itos

legais e regu lamentares em matéria de segu- rança anti-sísmica e contra incêndios e de aces- sibilidade a deficientes;

c) Ter o edifício p lano de evacuação e de protecção contra incêndios aprovado pela ent idade com-

petente em matéria de protecção civ il; d) Ter a ent idade, através das suas demonst rações

financeiras dev idamente aprovadas ou de con-

trato de financiamento assinado com a admi- nistração regional ou outra ent idade idónea, demonstrado d ispor de meios que garantam o financiamento da sua act ividade.

Artigo 4.o

Autorização de funcionamento

1 — As ent idades que p retendam ter em funciona- mento um ATL devem solicitar ao director regional de

So lidariedade e Segurança Social autorização de fun- cionamento até 90 dias antes da data em que pretendam iniciar a activ idade, devendo a autorização ser decid ida no prazo máximo de 60 d ias após a recepção do processo completo.

2 — Nenhum estabelecimento pode iniciar ou per-

manecer em funcionamento sem que seja detentor de autorização de funcionamento válida.

3 — A Direcção Regional da Educação manterá um

registo de todas as autorizações de funcionamento emit idas.

Artigo 5.o

Validade da autorização

1 — A autorização de funcionamento pode ser pro - visória ou defin it iva.

2 — A autorização de funcionamento fixará a lotação máxima autorizada da valência.

Page 2: Decreto Legislativo Regional nº. 4/2002/A, de 1 de Março

462 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 1 7 — 2 1 d e Ja n eiro de 2002

Artigo 6.o

A uto ri za ção provisória

1 — Sem prejuízo do estabelecido no art igo 10.o do presente diploma, a autorização provisória é válida por um ano e pode ser objecto de duas renovações.

2 — A autorização prov isória e respectivas renova- ções serão emitidas sempre que, não se verificando o cumprimento de todas as condições regulamentares apli- cáveis, não se verifique qualquer das situações prev istas

no artigo 10.o do presente d ip loma. 3 — À renovação de autorização de funcionamento

provisória aplica-se o estabelecido no artigo 4.o do pre-

sente dip loma.

pela ent idade competente em matéria de pro- tecção civil;

c) A ent idade tenha operado valência se melhante que tenha sido encerrada compuls ivamente nos últimos cinco anos por violação grave de qual- quer norma legal ou regu la mentar ou por insol- vência ou falência.

Artigo 11.o

Requisitos gerais de funcionamento

O funcionamento de um ATL obedece aos seguintes

requisitos gerais:

Artigo 7.o

A uto ri za ção definitiva

1 — A autorização definitiva é emit ida sempre que a valência cumpra todos os requisitos regu lamentares aplicáveis e é válida por cinco anos, podendo ser reva-

lidada por iguais e sucessivos períodos.

2 — Até 180 dias antes de decorridos cinco anos após a data de emissão ou da revalidação, a ent idade t itu lar

deverá requerer à ent idade autorizadora a revalidação da autorização.

3 — Sempre que, aquando da revalidação, a valência não preencha todos os requisitos legais ou regu lamen -

tares aplicáveis, é emitida autorização provisória ou ordenado o encerra mento, nos termos do presente dip loma.

Artigo 8.o

Inspecções

Sem preju ízo do disposto no número anterio r, a ent i- dade autorizadora, por sua iniciativa ou a pedido fun- damentado de terceiros, pode a todo o tempo mandar

inspeccionar a valência, daí podendo resultar a reva- lidação da autorização, a emissão de autorização pro - visória ou o encerra mento, nos termos do presente dip loma.

Artigo 9.o

Mudança ou alteração de instalações

1 — Sempre que uma ent idade t itular p retenda mudar de instalações da valência, deverá instruir novo processo

de autorização , nos termos do disposto no presente dip loma.

2 — Sempre que uma ent idade t itular p retenda int ro -

duzir alterações significativas nas características das ins- talações, deverá obter da ent idade au torizadora parecer prévio favorável e instruir novo processo de autorização , nos termos do disposto no presente d ip lo ma.

Artigo 10.o

Recusa da autorização

A autorização de funciona mento , incluindo a p ro - visória, não pode ser emitida sempre que se verifique qualquer das seguintes situações:

a) Esteja comprovada a falta de idoneidade da

entidade requerente; b) As instalações onde é pretend ido o funciona-

mento não obedeçam aos requisitos mín imos

de segurança contra sismos e incêndio ou não disponham de p lano de evacuação aprovado

a) Executar um projecto educativo definido e ade-

quado aos objectivos do sistema educat ivo; b) Os espaços comuns do edifício e cada sala

devem obedecer aos requisitos regu lamentares em termos de qualidade construtiva, área, ven- tilação, iluminação e segurança anti-sísmica e contra incêndio;

c) O edifício deverá dispor de p lano de evacuação aprovado pela ent idade co mpetente em matéria de protecção civil;

d) O edifício deverá ter condições de acessibilidade e instalações sanitárias adequadas a deficientes;

e) Devem estar garantidas as condições de sani- dade e higiene dos espaços, equ ipa mentos e materiais;

f) Todos os materiais utilizados devem obedecer às normas e recomendações sobre segurança, em especial o mobiliário, b rinquedos, jogos e materiais didácticos;

g) Quando a valência inclua a confecção ou mani- pulação de alimentos, os trabalhadores envol-

vidos devem obedecer aos requisitos para tal estabelecidos, e as copas, cozinhas e outras ins- talações utilizadas devem obedecer às corres- pondentes normas de h igiene, sanidade e segu- rança;

h) A ent idade deve sujeitar-se às inspecções peda- gógicas periódicas pelas entidades co mpetentes;

i) Quando a ent idade não esteja abrangida pelo seguro escolar é obrigatória a aquisição de seguro de responsab ilidade civil por acidentes,

incluindo os que resultem de simples neg li- gência.

Artigo 12.o

Financiamento

1 — O apoio financeiro por parte da ad min istração regional ao funcionamento dos ATL depende da com- provação da efectiva necessidade da valência e é feito através de acordo de cooperação com a instituição de segurança social adequada, nos termos em que para tal

estiver regu lamentado .

2 — A admin istração reg ional, através do Inst ituto de Acção Social, poderá compart icipar na construção , beneficiação ou equ ipamento de ATL, no âmbito de contrato de cooperação no invest imento , celebrado nos termos regu lamentares ap licáveis

Artigo 13.o

Admissão

1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as entidades que operam ATL estabelecem, de acordo

Page 3: Decreto Legislativo Regional nº. 4/2002/A, de 1 de Março

N.o 1 7 — 2 1 d e Ja n eiro d e 2 0 0 2 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 463

com os seus estatutos e ob jectivos, as normas a seguir na admissão de crianças.

2 — Quando , nos termos do artigo anterio r, uma ent i- dade beneficie de compart icipação pública nas suas des- pesas de funciona mento , ou as suas instalações tenham sido construídas, beneficiadas ou equ ipadas recorrendo

a financiamento público, o cont rato de cooperação poderá reservar quotas de admissão a serem admin is- tradas pelos serviços de acção social.

3 — O membro do Governo Regional competente em matéria de segurança social poderá estabelecer, por por- taria, exclusivamente para as ent idades a que se refere o número anterio r, normas genéricas a serem segu idas

na selecção de crianças a admit ir.

Artigo 14.o

Comparticipação das famílias

1 — As famílias participam no financiamento dos

ATL. 2 — Por portaria do membro do Governo Regional

competen te em matéria de segurança social são esta-

belecidas as regras a seguir na fixação da compart ici- pação das famílias no financiamento dos ATL que sejam objecto de con trato de cooperação nos termos do

artigo 12.o do presente d ip loma.

Artigo 15.o

Registo biográ fico

1 — Para cada criança que frequente act ividades no âmbito de um ATL será organ izado um registo bio -

gráfico. 2 — Os elementos referentes a cada criança serão

resultado das informações familiares, do seu acompa- nhamento na valência e de exames e observações de

natureza médica, psicológica ou pedagógica. 3 — Os elementos referidos no número anterio r são

exclusivamente do conhecimento dos responsáveis pela valência e da família de cada criança, devendo ser

objecto de actualização per manente.

Artigo 16.o

Pessoal

1 — Nos ATL deve existir pelo menos um monito r, acred itado pela Direcção Regional da So lidariedade e Segurança Social, por cada 20 crianças.

2 — Os monitores dos ATL devem d ispor de fo rma- ção adequada, podendo para tal ser organizados cursos

no âmbito do d ispositivo de formação contínua do sis- tema educat ivo .

Artigo 17.o

Situações excepcionais

Quando ponderosas razões de natureza social o jus-

tifiquem, por despacho do membro do Governo Regio- nal competente, pode ser autorizada, por um período de um ano, não prorrogável, a emissão de autorização provisória de funcionamento a valências nas situações

previstas no artigo 10.o do presente d ip loma.

Artigo 18.o

Disposições transitórias

1 — As entidades que operam ATL devem solicitar

a respectiva autorização de funcionamento até 180 d ias após a entrada em v igor do p resente d ip loma.

2 — As valências em funcionamento à data de entrada

em v igor do p resente diploma, cujas entidades solicitem autorização de funciona mento nos termos do número anterio r, cons ideram-se detentoras de autorização pro - visória, válida até 31 de Agosto de 2002, apenas podendo

cont inuar em funcionamento após aquela data se entre- tanto tiverem obtido autorização provisória ou defin it iva nos termos do presente d ip loma.

Artigo 19.o

Entrada em vigor

O presente dip loma entra em vigor no dia segu inte ao da sua publicação .

Aprovado em Conselho do Governo Regional,

em Angra do Hero ísmo, em 9 de Outubro de 2001.

O Pres idente do Governo Regional, Carlos Manuel

Martins do Vale César.

Assinado em Angra do Hero ís mo em 28 de

Dezembro de 2001.

Publique-se.

O Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, Alberto Manuel de Sequeira Leal Sampaio da Nóvoa.