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Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIV | nº 98 | Julho 2016 DECLARAÇÃO DE ÓBITO Novas orientações para atestados em casos de óbito sem sinais de violência aparente Página central

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Page 1: DECLARAÇÃO DE ÓBITO - Cremers · alegações finais, acompanhar julgamento (podendo apresentar sustentação oral), e interpor recurso ao CFM. O cadastramento de eventuais interessados

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIV | nº 98 | Julho 2016

DECLARAÇÃO DE ÓBITO

Cremers cobra reajuste na remuneração dos médicos (pág. 13)IPE-SaúdE

Cremers atua para preservar sigilo médico em Hospital de Bento Gonçalves (pág. 4)Ética

Novas orientações para atestados em casos de óbito

sem sinais de violência aparentePágina central

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Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do SulAvenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RSFone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br

Composição da diretoriapresidente: Rogério Wolf de AguiarVice-presidente: Fernando Weber Matos1º secretário: Ismael Maguilnik2º secretário: Isaias Levytesoureiro: Cláudio Balduíno Souto FranzenCorregedor: Regis de Freitas PortoCorregedor adjunto: Joaquim José XavierCoordenador das Câmaras técnicas: Jefferson Pedro PivaCoordenador de patrimônio: Iseu MilmanCoordenador da ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira FilhoCoordenador da Comissão de Fiscalização: Antonio Celso Koehler Ayub

Conselheiros Antonio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Regis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota

Conselho editorial Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen

A revista Cremers é uma publicação bimestral da Stampa Comunicação Corporativa para o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Getúlio Vargas, 1151 conj. 1211 • Porto Alegre/RS CEP 90150-005 • Fone: (51) 3023-4866 • (51) 8184-8199www.stampacom.com.br • [email protected]

redaçãoW/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger e Filipe Strazzer SantiagoJornalista responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 revisão: Eliane CasassolaFotografias: W/COMM Comunicação, Milton Júnior e Márcio Arruda/CFMBanco de imagens: Fotolia e ShutterstockdesiGndireção de arte e editoração: Thiago Pinheiro designer assistente: Gustavo Kautzmann e Mel Brendlerimpressãotiragem: 25.800 exemplares

CorrespondênCia Envie seus comentários sobre o conteúdo editorial da Revista Cremers, sugestões, críticas ou novas pautas. Se deseja publicar artigos, eventos e notícias de interesse da categoria, também, a Revista do Conselho de Medicina do RS está aberta à participação da classe médica.

Contatos com assessoria de imprensa: [email protected]

Na edição 97 da Revista Cremers, página 9, foram publicadas fotos que ilustram a notícia intitulada "Cremers e Ministério Público vistoriam unidades de saúde". Esclarecemos que as fotos com aspectos internos de locais vistoriados pela Comissão de Fiscalização do Cremers não correspondem ao Hospital Dom João Becker, como foi dado a entender.

errata

O Cremers abriu edital para a inscrição de advogados que queiram atuar como Advogado Dativo nos Processos Ético-Profissionais que tramitam no Cremers. As atividades incluem apresentar defesa prévia, acompanhar audiências (manifestando-se conforme a tramitação do processo), apresentar alegações finais, acompanhar julgamento (podendo apresentar sustentação oral), e interpor recurso ao CFM.

O cadastramento de eventuais interessados deverá ser feito pessoalmente, na Secretaria de Assuntos Técnicos (SAT) do Conselho, mediante o preenchimento do requerimento disponível na própria SAT e também no site www.cremers.org.br. As inscrições serão recebidas até o dia 1º de agosto de 2016.

Confira o edital completo na seção Consultas – Licitações em www.cremers.org.br.

Cremers publica edital para advogado dativo

2 | Revista CRemeRs | 2016 | Ed. 98

notas

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Dr. Rogério Wolf de AguiarPresidente do Cremers

A saúde e a medalha de ouroNo país das prioridades equivocadas, o dinheiro que

flui fácil – muitas vezes com cheiro fétido como a água que tem jorrado das torneiras em Porto Alegre – para setores privilegiados, precisa ser extraído a fórceps pelos esquecidos, os que foram relegados a plano secundário, justamente aqueles que podem proporcionar direta ou indiretamente benefícios à sociedade como um todo.

Foi o que aconteceu recentemente quando uma

comitiva de parlamentares gaúchos teve de ir a Brasília reivindicar verbas para que a obra da nova ponte do Guaíba possa ser retomada e o cronograma mantido. Conseguiram, a muito custo, R$ 100 milhões em cinco parcelas, valor que garante a continuidade dos traba-lhos, mas não a conclusão da estrutura, orçada em R$ 740 milhões.

Um valor expressivo, mas que perto dos R$ 40

bilhões gastos para a realização dos Jogos Olímpicos soa como moedas tilintando no bolso, ainda mais se compa-rarmos a importância da obra com estruturas – algumas provisórias – que estão sendo erguidas para abrigar essa ou aquela modalidade esportiva.

O que poderia ser feito com todo esse dinheiro?

Para começar, seria possível construir 18 novas pontes iguais. Mas ninguém, com bom senso e verdadeira preo-cupação social, deixaria de aplicar a maior parte dos recursos naquilo que o brasileiro mais necessita já faz tempo: saúde, educação e segurança.

É por isso que o povo clama, se revolta, ao ponto de

muita gente, pelas redes sociais, ter manifestado desejo de apagar a tocha olímpica, cujo passeio pelo Brasil cus-tou em torno de R$ 10 milhões, conta paga pelo governo federal e pelos estados e municípios que fizeram ques-tão de participar desse ato.

A verdade é que não fosse este o país das priorida-

des equivocadas, que já gastou o que não tinha com a

Copa do Mundo para alegria das empreiteiras e agora não só repete como dobra a dose, haveria maior inves-timento em áreas nevrálgicas, essenciais para o cidadão que sofre cada vez mais para ter acesso a serviços bási-cos, em especial na saúde.

A tendência é de que com o desemprego crescen-

te a busca por atendimento na rede pública seja tão penoso quanto uma maratona ou tão árduo quanto uma corrida de obstáculos; que a marcação de uma consulta com especialista seja como conquistar uma medalha de prata; e a realização de exames um pouco mais comple-xos seja equivalente a uma medalha de ouro.

O certo é que o pódio para a saúde – e também

para educação e segurança – é um sonho distante. Com o desemprego alarmante, cresce o número de usuários que deixam de pagar seus planos de saúde. De acordo com a ANS, no primeiro trimestre as empresas do setor perderam 617 mil clientes, número que pode passar de um milhão de beneficiários até o final do ano, repetin-do 2015.

Com isso, são mais pessoas recorrendo ao SUS,

onde o quadro é desolador. Hospitais fecham leitos, reduzem internações, demitem e atrasam salários. Os médicos, por sua vez, se desdobram para atender dentro de suas limitações. Muitos trabalhando sem receber há vários meses. No Rio Grande do Sul, sete em cada dez hospitais da rede filantrópica – a maior do Estado – estão com honorários médicos atrasados.

Tudo poderia ser muito diferente se a saúde fosse

prioridade além dos palanques eleitorais – onde é sempre lembrada com vigor e entusiasmo pelos candi-datos –, com mais investimento e maior eficiência na gestão. Infelizmente, o resultado desse descaso revol-tante é que nessa dramática olimpíada pela saúde, uma simples maca pode valer mais que qualquer medalha de ouro.

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editorial

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ação judicial contra divulgação de lista de pacientes a espera de cirurgia

O Cremers representou perante o Ministério

Público do Estado do Rio Grande do Sul – Promotoria

de Bento Gonçalves, contra a Lei Municipal 4.629/09,

relativamente à divulgação de listagem de pacientes na

fila de espera de cirurgias eletivas, sustentando a sua

inconstitucionalidade.

A referida lei violava o sigilo médico e expunha a

vida privada de pacientes ao preceituar a divulgação de

listagem dos pacientes que aguardavam cirurgias eletivas

na rede pública do Município de Bento Gonçalves, com a

descrição do procedimento cirúrgico a ser efetuado.

A representação do Cremers gerou o Inquérito Civil

00723.00023/2014, o qual foi prorrogado em mais de

uma oportunidade para que se procedesse a análise

aprofundada da matéria por parte da Promotoria de

Justiça, certamente em face da relevância da ação desta

Autarquia Profissional e pertinência do tema.

Ocorre que a Lei Municipal em questão foi finalmen-

te revogada pela Lei 5.973/15, o que fez perder objeto da

representação. De qualquer forma, o importante é que

a ação do Cremers gerou debate sobre o tema perante

a Promotoria, o que, de certa forma, colaborou para

revogação da norma inconstitucional, a qual violava cla-

ramente o sigilo dos pacientes.

O Cremers, por intermédio de seu Corpo de

Conselheiros, está atento e sempre age contra atos

administrativos e normas que, direta ou indiretamente,

atentem contra a ética médica.

O Cremers, por intermédio de seu Corpo de Conselheiros, está atento e sempre age contra atos administrativos e normas que,

direta ou indiretamente, atentem contra a ética médica

4 | Revista CRemeRs | 2016 | Ed. 98

étiCa médiCa

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Comunicado aos médicos sobre anuidade 2016

Conforme a Resolução emitida pelo Conselho Federal de Medicina – CFM nº 2125/2015, que determina os valores da anuidade dos Conselhos Regionais de Medicina para o exercício de 2016 (www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2015/2125_2015.pdf).Informamos o que segue:

1) anUidade de pessoa FÍsiCaO valor integral estabelecido para a anuidade no exercí-cio de 2016 foi de R$ 650,00, com vencimento até o dia 31 de março de 2016. Após o dia 31 de março de 2016, as anuidades para pes-soa física têm os seguintes acréscimos: I - multa de 2% (dois por cento); II - juros de 1% (um por cento) ao mês.

2) insCrição por transFerênCiaQuando da inscrição por transferência ou transformação, o médico deverá quitar integralmente a anuidade no Conselho Regional de Medicina de origem, ficando isen-to do recolhimento da anuidade no Conselho para onde estiver sendo transferido.

3) insCrição seCUndÁriaO médico poderá manter quantas inscrições secundárias desejar. Nesse caso, terá de pagar as anuidades em todos os Conselhos Regionais de Medicina onde estiver inscrito, proporcionalmente ao número de meses restantes a partir da data de sua inscrição até o final do exercício, inde-pendentemente de estar exercendo ou não a Medicina naqueles Estados.

4) CanCelamento de insCrição Em casos de cancelamento de inscrição, de qualquer espécie, a anuidade será calculada em duodécimos até o mês do protocolo do respectivo requerimento junto ao Conselho Regional de Medicina.O médico que solicitar o cancelamento por transferência para um Estado onde já possua inscrição secundária ativa fará o pagamento proporcional da anuidade do exercício.O médico deverá solicitar o cancelamento por escrito junto ao Cremers.

5) JUBiladosFicam dispensados do pagamento da anuidade de 2016 os médicos que completaram ou venham a completar 70 (setenta) anos de idade até 31/12/2016, sem prejuízo da cobrança de anuidades de exercícios anteriores.

6) anUidade de pessoa JUrÍdiCaA anuidade de pessoa jurídica para o exercício de 2016 seja matriz ou filial, dentro ou fora do Estado, vencida em 29 de janeiro de 2016, tem valor de acordo com o capital social de cada empresa.Após 31 de janeiro de 2016, as anuidades para pessoa jurídica têm os seguintes acréscimos: I) multa de 2% (dois por cento); II) juros de 1% (um por cento) ao mês.

7) pessoa JUrÍdiCa – inatiVaCaso sua empresa esteja inativa, deverá apresentar os documentos, elencados no link abaixo:www.cremers.org.br/index.php?indice=64 > suspensão pessoa jurídica

8) BaiXa da empresa JUnto ao CremersAo encerrar as atividades da empresa, é obrigatório e de responsabilidade dos sócios ou proprietários do estabelecimento comunicar ao Cremers, apresentando o Distrato Social, a extinção das atividades para que a baixa do registro da pessoa jurídica junto ao Conselho de Medicina possa ser realizada.Caso tal providência não seja tomada, anuidades e taxas referentes ao funcionamento da empresa continuarão decorrendo, gerando débitos até a apresentação do referido documento.

Para sanar qualquer dúvida entrar em contato pelo telefone

(51) 3219.7544 ou pelos e-mails: [email protected] [email protected]

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Federal

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Fórum sobre tuberculoseI

Com a presença de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, foi realizado no dia 8 de julho, no Cremers, o I Fórum sobre Tuberculose, que contou com a participação de especialistas, gestores públicos e mem-bros de unidades de saúde.

O evento foi aberto pelo coordenador das Câmaras Técnicas do Conselho, Jefferson Piva, que enfatizou a importância de debater e buscar soluções para mais esse grave problema de saúde pública que coloca o nosso Estado entre os locais mais prevalentes de tuberculose em nosso País.

Em seguida, o presidente do Cremers Rogério Wolf de Aguiar admitiu estar curioso para saber o que houve para que a tuberculose, que parecia sob controle tempos atrás, tenha voltado de forma alarmante. “Esperamos que esse evento, que vem em boa hora, contribua de alguma forma para combater a doença.”

O médico Fernando Ebling, integrante da Área Técnica de Tuberculose da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, comentou que o fórum é um passo importante para o enfrentamento da epidemia. “Porto Alegre é a segunda capital com maior incidência de tuberculose”, lamentou, acrescentando a necessidade de campanhas eficazes visan-do retomar o controle da doença.

Evento foi aberto pelo presidente Dr. Rogério Aguiar com o conselheiro Dr. Jefferson Piva e o Dr. Fernando Ebling (SMS)

Fórum reuniu médicos e demais profissionais da Saúde

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Câmaras téCniCas

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Fórum sobre tuberculose

Em sua palestra, Stefano Barbosa Codenotti, que atua há dez anos no Programa Nacional de Controle da Tuberculose/Monitoramento e Avaliação, destacou que a tuberculose ainda é um problema de saúde pública no mundo. Em 2014 foram registrados aproximadamente 10 milhões de casos. O Brasil continua sendo um dos países com maior carga da doença: “Em 2014 tivemos 63 mil novos casos com 414 óbitos. A tuberculose é a terceira causa de morte por doença infecciosa e a primeira entre pacientes com Aids”.

O percentual de cura é inferior a 3 de cada 4 pacientes acometidos, pois os pacientes costumam abandonar o tratamento, que é de seis meses, no meio do caminho. Acre é o estado com maior percentual de cura no país. O Rio Grande do Sul está abaixo do percentual de cura.

O médico Maurício Vieira Rodrigues, do Suporte Técnico e Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do RS, apresentou um histó-rico da luta contra a tuberculose no Estado, destacando o Programa de Controle de Tuberculose criado no começo dos anos 70. Em sua opinião, a doença precisa ser combatida a partir de quatro pilares: assistência, vigilância, políticas públicas e divulgação.

Rodrigues exibiu uma série de gráficos apontando o desenvolvimento da doença no Estado e os percentuais de cura entre 2010 e 2014. “Nos últimos cinco anos caiu o percentual de cura”, lamentou. A re-gião metropolitana está sempre entre os pontos com maior incidência de tuberculose.

Situação da tuberculose no Estado e no País

63 mil novos casos

414 óbitos

É um dos países com maior carga da doença

É a terceira causa de morte por doença infecciosa

Aproximadamente 10 milhões de casos

NO MUNDO EM 2014

NO BRASILEM 2014

A região metropolitana está sempre entre os pontos com maior incidência de tuberculose

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A TB continua sendo um grave problema de saúde pública, sendo a principal causa de morte por doença infectocontagiosa em adultos, em todo o mundo. É uma doença associada à pobreza, às más condições de vida e de habitação e à aglomeração humana.

O Brasil é o único país da América Latina incluído entre as 22 nações responsáveis por 80% do total de casos de TB no mundo. Estima-se que um em cada quatro brasileiros esteja infectado pelo bacilo de Koch.

80%!

Desafios no diagnóstico de TB

A segunda mesa do encontro foi dedicada aos desafios

do diagnóstico da doença, ilustrados pelos casos do Pronto

Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) e do Hospital de Clínicas

de Porto Alegre (HCPA). A coordenação ficou a cargo dos

conselheiros Iseu Milman e Luiz Alexandre Alegretti Borges.

O médico Joaquim Silva André da Costa falou sobre os

casos de tuberculose que chegam ao serviço de emergência

do PACS. Ele repassou o histórico da instituição, lembrando

que o isolamento de pacientes contagiosos começou em

1998. Mostrou o fluxograma de atendimento adotado para

os casos de tuberculose que chegam ao PACS e os trata-

mentos disponíveis.

Costa apontou, entre as principais dificuldades no

diagnóstico e tratamento da doença, a difícil aderência dos

pacientes. “Na maioria são imunodeprimidos, dependentes

químicos e pessoas em situação de rua, que não dão con-

tinuidade ao tratamento”, esclareceu. Também citou a falta

de laboratório próprio e métodos limitados de diagnóstico

como empecilhos importantes no combate à tuberculose.

Fábio Fernandes Dantas Filho, médico do trabalho

do HCPA, abordou a tuberculose que atinge os traba-

lhadores da saúde. Ele alertou que o risco de contágio

não se dá somente no manejo dos pacientes, mas

também no laboratório, ao lidar com amostras con-

taminadas. De acordo com Dantas, há três níveis de

medidas que podem ser adotadas para evitar o contá-

gio. São elas: administrativas, que incluem prevenção

e treinamento dos profissionais; medidas de controle

ambiental, que podem ser resumidas em instalação de

filtros e ventilação reforçada; e medidas de proteção

respiratória, com a adoção de máscaras para profissio-

nais e pacientes sintomáticos.

Dantas alertou que a literatura médica não apre-

senta um consenso sobre a definição de contatante,

então opta-se por alguns critérios. Ele explicou

como isso funciona dentro do programa de controle

do HCPA, que passa pela identificação dos conta-

tantes, rastreamento desses contatos e testes nos

funcionários.

Falta de continuidade é uma das principais dificuldades para o tratamento dos pacientes

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Câmaras téCniCas

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Sugestões para controle e eliminação da doença

Em painel dirigido pelo coordenador das Câmaras

Técnicas do Cremers, Jefferson Piva, o pneumologista

Roberto Targa Ferreira, do Serviço de Pneumologia do

Grupo Hospitalar Conceição, apresentou o case do pro-

jeto piloto de descentralização das ações de controle da

tuberculose na instituição, com atenção sistemática às

pessoas com TB pelo Serviço de Saúde Comunitária do

grupo. “Caso bom é caso curado”, declarou o médico. As

ações do programa resultaram, em 2014, em 80% de cura

da doença infecciosa.

sistema de aValiação

O Programa Descentralizado de Controle da

Tuberculose possui como premissa o bom sistema de

avaliação, com discussão de manejo de todos os casos. O

trabalho é feito com prevenção primária com a investiga-

ção de contatos e atividades educativas; diagnóstico pre-

coce; tratamento com esquema básico descentralizado;

ações para diminuição da taxa de abandono do tratamen-

to; e acompanhamento dos portadores da TB e de quem

mantém contato com eles; além da interatividade com

outros serviços. “Temos uma rede interligada”, apontou

o médico. Além dessas ações, o pneumologista indicou

como formas de se prevenir e tratar a TB o estímulo e

desenvolvimento de mais profissionais para atuar na área,

o envolvimento com a comunidade e uma cobertura uni-

versal de saúde e proteção social.

Para o médico, investir no controle da TB é muito

benéfico, sob todos os aspectos. “Se olharmos o perfil

do portador, são pessoas em idade produtiva, de 20 a

49 anos”, lembrou Dr. Roberto, que ressaltou que vale

investir em um programa de controle, pois é extrema-

mente exequível.

Stefano Barbosa Codenotti, do Programa Nacional

de Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde,

reforçou a importância de haver uma integração entre

assistência social e saúde mental, por exemplo, além da

descentralização do atendimento, com mais locais de

atenção a esses pacientes. “É preciso ter muito cuidado

com esse paciente, para que ele não desista do tratamen-

to”, salientou, ressaltando, ainda, que a grande mudança

proposta pela OMS é que já esteja em produção, em

laboratório, uma vacina preventiva contra a TB.

É importante haver uma integração entre assistência e saúde mental, com mais locais de atenção aos pacientes

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Principal dificuldade é mantera continuidade do tratamento

O painel "Desafios atuais da tuberculose" foi coorde-

nada por Jefferson Piva e Eduardo Sprinz, da CT de infec-

tologia do Cremers. Entre as palestras sobre os desafios do

combate à tuberculose, está a do médico Lindomar Possa,

que faz um importante trabalho no Presídio Central em

relação à doença. O programa de combate à tuberculose

implantado no local busca detectar a doença já no ingres-

so do detento, tentando interromper a transmissão com tra-

tamento concomitante ao de HIV e sífilis. “Nosso principal

desafio é manter a continuidade do tratamento nos casos

de liberdade”, disse Possa, ressaltando, porém, os avanços

obtidos como a implantação do laboratório dentro da pri-

são, a coleta assistida, o registro de controle e a integração

com o hospital Sanatório Partenon.

O Sanatório Partenon é referência estadual no controle

e redução de multirresistências. Conforme a diretora da

instituição, Carla Adriane Jarczewski, a resistência ao uso

de drogas é adquirida, na maioria dos casos, com o uso

irregular da medicação. Para minimizar esse problema, ela

apontou a necessidade de fortalecimento de programas

descentralizados que assegurem o bom manejo nos casos

iniciais e testes mais rápidos. “Além disso, o ideal seria

diminuir o período de tratamento para nove meses, que

hoje é feito em 18 meses”, lembrou.

Ao comparar o mapa da tuberculose ao de HIV, o

infectologista Paulo Behar, da área técnica de DST/Aids

e Hepatites Virais de Porto Alegre, mostrou dados que

indicam que ambos são componíveis. O perfil de quem

apresenta a infecção de HIV e TB é de homens negros, de

20 a 49 anos, com baixa escolaridade. Mas faltam dados,

estudos do perfil dessa população. “Temos um comitê que

analisa os casos de mortes. Mas é preciso um olhar que

antecipe os fatos, observando o sistema e os fatores sociais

e econômicos”, destacou.

Os casos pediátricos necessitam de mais atenção,

conforme o infectologista Marcelo Scotta. “Os menores

de dois anos formam o grupo mais vulnerável”, indicou.

Ele apontou que a demora no diagnóstico oferece riscos e

que é preciso descartar a ideia de que se a criança tomou

a BCG estaria livre da doença em sua forma mais trágica, a

meningite. Por isso a importância de um olhar mais inves-

tigativo. “Se ficar uma situação duvidosa deve-se tratar

como um diagnóstico ativo”, enfatizou o palestrante.

É importante haver uma integração entre assistência e saúde mental, com mais locais de atenção aos pacientes

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Câmaras téCniCas

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Conclusões do I Fórum de Tuberculose Considerando que:1) A tuberculose é uma doença infectocontagiosa curável

com tratamento adequado e precocemente instituído. 2) O Brasil está entre os 22 países considerados com alta

carga da doença, com aproximadamente 63 mil casos novos ao ano.

3) O estado do RS apresenta taxa de incidência acima da nacional, oscilando nos últimos anos entre o quarto e quinto lugar.

4) Porto Alegre apresenta a segunda maior taxa de inci-dência entre as capitais (cerca de 99 casos por 100 mil habitantes).

5) As taxas de cura de tuberculose em Porto Alegre estão muito aquém, enquanto as taxas de abandono do tratamento estão muito acima da média nacional e do que é preconizado pela OMS e MS para controle da endemia.

6) Em algumas áreas de Porto Alegre esses números são ainda mais dramáticos, a saber: Bom Jesus, Partenon, Lomba do Pinheiro e Restinga.

7) As populações mais vulneráveis para tuberculose estão nas classes sociais menos favorecidas, com baixa esco-laridade e dificuldades de acesso ao sistema de saúde, quais sejam: em situação de rua, usuários de subs-tâncias psicoativas lícitas e ilícitas, pessoas privadas de liberdade, população indígena, idosos abrigados e pessoas vivendo com HIV/AIDS.

8) A superpopulação carcerária no Estado, e em parti-cular no presídio central de Porto Alegre que conta com cerca de 3 mil presos a mais do que sua capaci-dade máxima, é um ambiente propício para o adoe-cimento e disseminação da doença. Ocasionado pelos contatos com familiares no momento da visita e dos agentes de segurança que trabalham direta-mente com os presos.

9) A estratégia política adotada pelo MS e o SUS foi a descentralização do diagnóstico e tratamento da TB transferindo essa responsabilidade para a atenção básica de saúde. Inclusive com a instituição do cha-mado Tratamento Diretamente Observado (TDO), no qual o paciente deve ingerir a medicação diante de um profissional de saúde, pelo menos três vezes por semana durante seis, nove ou 18 meses de tratamento, conforme a indicação médica.

Para reverter esta situação, sugere-se que medidas con-cretas e radicais sejam tomadas pelos órgãos competentes com o intuito de combater a endemia de forma eficaz e duradoura. Isso, evita a progressão e o risco de uma grande epidemia de tuberculose com elevado número de casos com resistência a múltiplas drogas, quais sejam:

1) Ampla divulgação (principalmente rádio e TV) de forma impactante e permanente para alertar e esclarecer a população sobre os sinais e sintomas da doença e a necessidade de seguir o tratamento até a alta pela cura.

2) Criar uma "brigada" de agentes comunitários de saúde para busca ativa de sintomáticos respiratórios com foco nas comunidades mais suscetíveis de adoecimento.

3) Estabelecer uma rede de apoio social aos pacientes acometidos pela enfermidade, para prover o básico necessário durante todo o tratamento a ser dispensa-do nos postos de saúde, inclusive com facilitação de transporte e acesso à alimentação.

4) Acesso imediato ao tratamento de saúde mental para pacientes com tuberculose e usuários de substâncias psicoativas vinculando-os aos CAPS AD.

5) Estabelecer um programa de educação continuada presencial para os profissionais da atenção básica de saúde, com respaldo técnico científico ofertado pelos serviços de atenção secundária e terciária. Esse pro-grama já ocorre com a atenção básica de Porto Alegre aos portadores de HIV/AIDS, por meio da gerência de políticas públicas de doenças transmissíveis.

7) Garantir, pelo menos, o estabelecimento do que já é preconizado pela OMS em termos dos 5 pilares básicos da Estratégia Global DOTS para tuberculose, qual seja:

7.1) Envolvimento político-jurídico no tema e garantia de financiamento básico e de reforço para que se seja controlada – e a longo prazo eliminada a TB no RS. Um exemplo desse reforço seria garantir o pagamen-to dos recursos atrelados à tuberculose, como os da CIB 507/11 – pagamento da alta por cura de paciente com tuberculose.

7.2) Detecção laboratorial oportuna e de qualidade dos casos. Como exemplo a referência terciária – Hospital Sanatório Partenon possui desde 2013 aparelho de cul-tura automatizado, mas por problemas de adequação na área física e falta de capela de fluxo laminar, ainda não foi colocado em funcionamento.

7.3) Tratamento padronizado e supervisionado (Tratamento Diretamente Observado, TDO, pelo menos três vezes por semana) – na Atenção Básica que ainda possui difi-culdades na consideração do TDO como uma atribui-ção sua. Capacitações, atualizações (anuais), espaço regular para educação permanente, monitoramento, avaliações, supervisão das ações (indireta) bem como visitas de supervisão (direta) nas UBS pode fazer com que isso ocorra mais rapidamente.

7.4) Serviço de fornecimento de medicações garantido.7.5) Garantia de Sistemas de Informação dinâmicos para

avaliação de indicadores e monitoramento.

A íntegra das apresentações está disponível no link: www.goo.gl/vTpctg Ed. 98 | 2016 | Revista CRemeRs | 11

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detran apresenta novo prontuário eletrônico em evento no Cremers

No dia 27 de junho, o Detran/RS promoveu uma

reunião técnica com médicos no Cremers para apresentar

seu novo sistema de prontuário eletrônico. O diretor-geral

da entidade, Ildo Mário Sznivelski, relembrou a parceria

de anos com o Cremers e colocou-se contra a rotulagem

de “exame de vista” à avaliação médica realizada nos

Centros de Formação de Condutores (CFCs), que, segun-

do ele, desqualifica a atividade dos médicos. Sznivelski

adiantou, ainda, que o prontuário eletrônico trará ganhos

técnicos palpáveis ao Detran/RS.

O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar,

participou da mesa de abertura relembrando seu envol-

vimento pessoal com as questões da medicina do tráfego

e sublinhando o papel da Câmara Técnica no Conselho

como porta-voz dos que atuam na especialidade. Aguiar

também apontou o coroamento da luta do Conselho

por um representante médico na diretoria do Detran/RS,

afirmando que o diálogo institucional se torna mais fácil e

garantido com essa presença.

O objetivo da atualização do documento é qualificar o encaminhamento de questões à junta médica e aumentar a segurança do médico e do periciado

Dr. Rogério Wolf de Aguiar destacou o empenho do Conselho para ter um representante médico na diretoria do Detran/RS

Detran/RS apresentou seu novo sistema de prontuário eletrônico durante encontro do Cremers

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traBalho médiCo

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ipe-saúde: entidades médicas cobram reajuste

Cremers, Simers e Amrigs divulgaram nota na impren-

sa para questionar a decisão do IPE-Saúde em instituir o

credenciamento dos médicos também como Pessoa Jurídica.

De acordo com a entidade a iniciativa trará benefícios aos

profissionais com ganho na remuneração. A decisão já foi

referendada pelo Conselho Deliberativo do Instituto.

As entidades médicas oferecem um simulador para que

os médicos avaliem se será interessante optar pelo contrato

como Pessoa Jurídica. Ao mesmo, defendem a correção dos

valores congelados desde 2011, com reajuste imediato do

valor das consultas.

noVo meCanismo

A seguir, o coordenador da Coorde-

nadoria Psicológica e Médica da Divisão

de Habilitação do Detran/RS, Paulo Afonso

Santos Filho, apresentou detalhadamente o

novo mecanismo do prontuário. O objeti-

vo da atualização do documento é qualifi-

car o encaminhamento de questões à junta

médica e aumentar a segurança do médico

e do periciado. Os participantes puderam

observar todas as telas de preenchimento e

discutir dúvidas técnicas.

O coordenador das Câmaras Técnicas

do Cremers, Jefferson Piva, comentou bre-

vemente o modelo de prontuário. Ele vê

com otimismo o cuidado tomado com o

sigilo médico, ressaltando que é preciso

sempre manter em mente as condições de

trabalho (equipamentos nos CFCs, cone-

xão com internet, etc.) e facilidade de

preenchimento pelos médicos.

Detran/RS apresentou seu novo sistema de prontuário eletrônico durante encontro do Cremers

Ed. 98 | 2016 | Revista CRemeRs | 13

remUneração

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Gestação a termo é marco seguro

O CFM adotou o marco de 39 semanas por ser o período em que se inicia a gestação a termo. Redefinida em 2013 a partir de estudos analisados pelo Defining "Term" Pregnancy Workgroup, organizado pelo Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), este é o período que vai de 39 semanas a 40 semanas e 6 dias. Antes dessa recomendação, bebês que nasciam entre a 37ª e a 42ª semana eram considerados maduros. No entanto, pesquisas apontaram a incidência recorrente de problemas específicos em grupos de neonatos com idade gestacional inferior a 39 semanas.

De acordo com a ACOG, bebês que nascem antes do tempo têm maior possibilidade de apresentar problemas respiratórios, como a síndrome do desconforto respiratório; dificuldades para manter a temperatura corporal e para se alimentar. Além disso, têm tendência a registrar altos níveis de bilirrubina, o que pode causar icterícia e, em casos severos, gerar danos cerebrais; assim como problemas de visão e audição.

Entre 37 e 39 semanas, o bebê atravessa uma fase crítica de desenvolvimento do cérebro, dos pulmões e do fígado, alerta o Instituto Nacional (norte-americano) de Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano (NICHD), outra fonte de análise para elaboração da Resolução aprovada pelo CFM. O Instituto afirma que “poucas semanas fazem uma grande diferença”.

O CFM editou a Resolução 2144/2016 – publicada no Diário Oficial da União dia 22 de junho – destacando que é ético o médico atender a vontade da gestante de reali-zar parto cesariano, garantida a autonomia do profissio-nal, da paciente e a segurança do binômio materno fetal.

A norma, que está em vigor desde sua publicação, define critérios para cesariana a pedido da paciente no Brasil e estabelece que, nas situações de risco habitual e para garantir a segurança do feto, somente poderá ser realizada a partir da 39ª semana de gestação.

aUtonomia do paCiente“A autonomia da paciente é um princípio relevante e

foi um dos norteadores do CFM para a elaboração dessa norma que considerou também outros parâmetros bioéti-cos como a justiça, a beneficência e a não maleficência. Para que o parto cesariano por conveniência da paciente seja aceito, é mister que ela esteja bem informada e tenha sido orientada previamente para compreender as impli-cações de sua decisão”, explica o conselheiro José Hiran Gallo, relator da Resolução.

Nas primeiras consultas de pré-natal, o CFM orien-ta que médico e paciente discutam de forma exaustiva sobre benefícios e riscos tanto do parto vaginal quanto da cesariana, bem como sobre o direito de escolha da via de parto pela gestante.

termo de ConsentimentoPara realização de parto cesariano a pedido, passa

a ser obrigatória a elaboração de um termo de consen-timento livre e esclarecido pelo médico para que seja registrada a decisão da parturiente. O documento deve ser escrito em linguagem de fácil compreensão, respeitan-do as características socioculturais da gestante e o médico deve esclarecê-la e orientá-la tanto sobre a cesariana quanto sobre o parto normal.

O CFM editou a Resolução destacando que é ético o médico atender a vontade da gestante de realizar parto cesariano, garantida a autonomia do profissional, da paciente e a segurança do binômio materno fetal

resolução define novos critérios para cesarianas

14 | Revista CRemeRs | 2016 | Ed. 98

leGislação

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Respeito ao prazo de 39 semanas

“Quando não há indicação médica que justifique a antecipação do parto, é primordial respeitar o prazo de 39 semanas para realização de cesariana a pedido da gestante. Um dos reflexos dessa norma será a redução de casos de recém-nascidos com dificuldades de adaptação à vida extrauterina e, consequentemente, a redução das taxas de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal”, aponta o pediatra

e corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre. A idade gestacional do nascimento é um marco importante na análise de dados epidemiológicos sobre morbidade e mortalidade perinatal e, apesar da crescente demanda por leitos de UTI Neonatal, 86 foram fechados no país somente no primeiro trimestre de 2016, de acordo com dados do Departamento do Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

Manifesto contra Projeto de Lei que libera cirurgias cesarianas a partir de 37 semanas

Pesquisadores de importantes instituições científicas que atuam nos temas de redução da prematuridade e da melhoria do desenvolvimento infantil vêm a público se pronunciar contra o Projeto de Lei 5.687, considerando-o “um retrocesso e um desserviço ao esforço que o país tem feito nos últimos anos para promover a saúde, principalmente no período de gestação e de nascimento, e reduzir doenças e mortes maternas e infantis”.

A iniciativa das entidades tem apoio das Câmaras Técnicas de Pediatria e de Ginecologia/Obstetrícia do Cremers.

Sob a alegação de defender a “autonomia da mulher e seu direito de escolha”, o PL libera cirurgias cesarianas a partir de 37 semanas de gestação, contrariando todas as evidências científicas que apontam prejuízos para a saúde da mãe e, principalmente, do bebê.

O PL 5.687 contraria a recente Resolução 2.144/2016 do Conselho Federal de Medicina, divulgada em 22 de junho de 2016, que determina que um recém-nascido é considerado pronto para nascer no período que vai de 39 semanas a 41 semanas. A resolução segue normas do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) e tem o objetivo de reduzir o nascimento de crianças imaturas, denominadas de termo precoce, que nascem entre 37 e 38 semanas e seis dias gestacionais.

As últimas semanas de vida da criança dentro do útero e o trabalho de parto são fundamentalmente dedicadas à preparação fina do bebê para sua convivência com o mundo exterior. Isso inclui

adaptações à pressão atmosférica, mudanças de temperatura, ruídos, luz, bactérias e a necessidade de respirar e se alimentar. A interrupção abrupta desse processo de amadurecimento, na 37ª semana, gera perdas múltiplas. A literatura científica tem mostrado que esse grupo de recém-nascidos apresenta maiores riscos para a sua saúde a curto, médio e longo prazos.

A Pesquisa Nascer no Brasil, realizada em 2011-2012 com 24 mil mulheres sob a coordenação da Fundação Fiocruz, mostrou que 35% dos recém-nascidos brasileiros nasceram a termo precoce. Isso corresponde a mais de um milhão de bebês imaturos. Eles apresentaram um risco quatro vezes maior de morte ao nascer e duas vezes maior de internação em UTI neonatal em relação aos nascidos com 39 semanas de gestação. Quando esses nascimentos se deram por meio de uma cesariana, os riscos aumentaram para 10 e três vezes, respectivamente.

Conclusão do manifesto

Como pesquisadores e profissionais de saúde, é nosso papel defender os direitos de todos os bebês brasileiros de completarem seu desenvolvimento intrauterino e terem assegurada uma assistência adequada no nascimento e uma vida futura saudável, com capacidade de atingir todo o seu potencial de crescimento, desenvolvimento e inserção social. A privação desses direitos é eticamente inadmissível.

A íntegra do manifesto está em www.cremers.org.br

resolução define novos critérios para cesarianas

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Cesariana eletiva: uma decisão regida por direitos

Dos primeiros dias até os últimos minutos de nossa vida realizamos escolhas que trazem consigo a possi-bilidade de erro com consequências imediatas e em longo prazo. Inicialmente, decidimos levados por ins-tintos e, posteriormente, utilizamos uma lógica racional e emocional.

Nestes 35 anos em que trabalho em UTI pediátrica convivi com milhares de mães enfrentando o maior desa-fio de suas vidas, que é a possibilidade real de perder o filho. Meu testemunho é que mães, independente de seu nível cultural, econômico ou religioso são naturalmente capacitadas para decidir corretamente em defesa da saúde de seus filhos. Muitas vezes, suas decisões ultra-passam os limites imagináveis, como ao doar um dos rins ou parte de seu fígado para salvar o filho doente. Aprendi a admirar, respeitar e cultuar a sabedoria materna nas decisões relacionadas aos filhos.

Neste contexto, chama atenção a liderança do Brasil no número de cesarianas eletivas (aquelas não motiva-das por urgência materna ou do bebê, mas apenas por uma opção da mãe e de seu médico). Justificar como um direito da mãe de exercer sua autonomia para deci-dir livremente a melhor data e via do parto é uma meia verdade. É sabido que o momento mais seguro para o nascimento do bebê ocorre entre 39 a 41 semanas de gestação. Antecipar a data do parto, utilizando a cesa-riana eletiva, coloca em risco os interesses e segurança do recém-nascido. Crianças nascidas com idade gesta-cional entre 37 e 38 semanas, apresentam maior mortali-dade, maior risco de internação em UTI neonatal, maior taxa de reinternação pós-parto e apresentarão maiores níveis de doenças na infância que aquelas nascidas com idade gestacional entre 39 e 41 semanas. No Brasil ocor-rem, anualmente, 300 mil partos cesáreos eletivos (sem urgência materna ou fetal). Como justificar que todas estas mães decidiram deliberadamente colocar em risco a saúde imediata e futura de seus filhos? Esta decisão

contraria tudo que elas fazem o resto da vida por seus filhos! Não tenho dúvida que tomaram esta decisão sem a completa informação dos riscos e consequências de sua escolha para seus bebês.

Exatamente para garantir o bem-estar e segurança destes recém-nascidos é que o Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado nas melhores evidências da medicina, exige que cesarianas eletivas no Brasil sejam marcadas apenas após a 39ª semana de gestação. Além de não retirar o direito materno de optar pela via do parto que melhor lhe convier, garante ao recém-nascido um tempo seguro de gestação. Esta resolução consolida e harmoniza os direitos de mães, recém-nascidos e médi-cos ao decidir pelo momento e tipo de parto.

Prof. Dr. Jefferson P. PivaProfessor Titular de Pediatria da UFRGS

Conselheiro e Coordenador das Câmaras Técnicas do Cremers

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artiGo

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Decisão judicial preserva direção técnica em unidades de saúde

O CFM interpôs agravo de instrumento contra decisão que em mandado de segurança deferiu pedido liminar para afastar a exigência constante da Resolução 2.007/2013. Argumentou que a referida resolução está em consonância com o artigo 20 da Lei 3.268/57. Aduziu, ainda, que a exigência de ao menos o Diretor Técnico possuir titulação na área que irá dirigir ou coordenar é forma de garantir que a divulgação de um serviço médico prestado por um hospital seja lícita e verdadeira, conforme determina o mencionado artigo 20 da Lei 3.268/57.

Em 16 de maio, o desembargador federal do TRF da 3ª Região, acolheu os argumentos do CFM e fundamentou sua decisão afastando a liminar que havia sido concedida ao município de Piracicaba (SP) sob o argumento de que “... se um hospital passa a fornecer serviço médico em determinada especialidade, o mínimo que se pode exigir é que o chefe daquele departamento possua título na respectiva área de atuação”.

mediCina lida Com os Bens mais Valiosos

O Desembargador ainda alertou que “o exercício da medicina lida diariamente com os bens mais valiosos garantidos pela Constituição Federal, quais sejam, a saúde e a vida, sendo certo que qualquer descuido pode causar um prejuízo irreversível a um paciente, sendo salutar, portanto, toda medida que visa aprimorar a prestação de um serviço médico”.

Em sua decisão, o desembargador cita a legislação. “A Lei 3.268/57 dispõe em seu artigo 17: os médicos só poderão exercer legalmente a medicina, em qualquer de seus ramos ou especialidades, após o prévio registro de seus títulos, diplomas, certificados ou cartas no Ministério da Educação e Cultura e de sua inscrição no Conselho Regional de Medicina, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade. Entende-se do mencionado dis-positivo que qualquer médico devidamente registrado no

respectivo CRM está apto para o exercício da medicina em qualquer de seus ramos ou especialidades, não se exi-gindo para tanto o título de especialista, salvo se houver anúncio nesse sentido”.

espeCialidade médiCa É destacado, ainda, o Parecer CFM 21/2010: "O

médico devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina está apto ao exercício legal da medicina, em qualquer de seus ramos; no entanto, só é lícito o anúncio de especialidade médica àquele que registrou seu título de especialista no Conselho."

“Tal exigência visa dar veracidade ao serviço pres-tado, pois o médico que não possui título de especia-lização, obviamente, não pode se autointitular espe-cialista de nenhum ramo da medicina. Assim, entendo que se um hospital passa a fornecer serviço médico em determinada especialidade, o mínimo que se pode exigir é que o chefe daquele departamento possua título na respectiva área de atuação. Ante o exposto, defiro o pedido liminar para suspender a decisão até o julgamento final deste recurso.”

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JUstiça

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Novas normas para a declaração de Óbito sem sinais de violência aparenteA Secretaria de Segurança Pública encaminhou ao

secretário de saúde do RS, João Gabbardo (e secretários municipais), no dia 18 de julho, ofício no qual define as novas orientações referentes a óbitos sem violência que sejam encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML):

“Conforme a pauta adiantada em convite anteriormen-te enviado, no dia 12/07/2016 foi realizada a reunião que tratou de prestar os esclarecimentos acerca do não mais atendimento pelos órgãos de segurança pública de casos de morte onde não exista violência ou suspeita objetiva (definida) de violência, visto que, legalmente, estes são casos de atribuição estranha à segurança pública.

Determina a legislação, o fornecimento da declaração de óbito (documento necessário para que as famílias dos cidadãos falecidos possam realizar o funeral) é respon-sabilidade dos médicos que assistem ao falecido ou, na indisponibilidade destes, dos serviços públicos de saúde, por intermédio de seus profissionais.

A única razão legal para a não assinatura da declara-ção de óbito é a existência de violência constatada ou de suspeita objetiva (definida) de violência.

Desta forma, como os órgãos de segurança pública partem do pressuposto de que os profissionais e gesto-res da área médica agem dentro da legalidade, ao não ocorrer a assinatura de uma declaração de óbito em uma morte onde não haja óbvios sinais de violência, só resta uma possibilidade: a caracterização, por parte de quem não assina a declaração de óbito, de uma suspeita de morte violenta.

Desta forma, por meio do presente documento, infor-mamos que, a partir de 15/08/2016, todas as mortes em que a Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias forem acionados por não haver ocorrido o fornecimento de declaração de óbito, sem que existam sinais óbvios de violência, serão tratados como mortes de origem suspeita, seguindo o que determina a legislação.

Importante dizer que, morte de origem suspeita – e sem evidências objetivas de violência – significa que o foco inicial da investigação é, primariamente, a suspeita de uma violência causada por terceiros, por exemplo, homicídios.

A morte de origem suspeita demanda investigação poli-cial e técnica e, para tal, dois pontos são cruciais, a saber:

1. O depoimento formal de quem originou a suspeita sem que haja indícios óbvios de violência. Este depoimento deve ser feito à autoridade policial encarregada de realizar a investigação da morte caracterizada como suspeita.

2. O não início da necropsia antes do conhecimento da suspeita a ser investigada. Este procedimento é neces-sário para que, efetivamente, existam as condições técni-cas mínimas para a elucidação de eventual ato criminoso, função da necropsia médico-legal.

Sendo assim, a partir de 15/08/2016, nas mortes em que a Policia Civil e o Instituto Geral de Perícias – prin-cipalmente por meio do Departamento Médico-Legal (DML) – forem acionados sem que haja sinais óbvios de violência, o profissional médico e/ou responsável por serviço público que originar a suspeita de violência será, oportunamente, intimado para prestar depoimento à autoridade policial que está encarregada da investigação da suspeita de morte violenta.

Da mesma forma, ficará impossibilitada a rápida liberação do corpo à família antes que a investigação médico-legal possa ser feita dentro dos preceitos técni-cos corretos.

Reiteramos que o depoimento formal à autoridade policial se faz necessário para que a adequada investiga-ção da suspeita de violência, que foi gerada ao não haver a assinatura da declaração de óbito, possa ocorrer. Este depoimento não visa, deixa-se claro, a fiscalização de qualquer atividade profissional, sendo o intimado ouvido na condição de testemunha que gerou uma suspeita de morte violenta.

Listamos alguns tópicos esclarecidos na citada reu-nião, ocorrida em 12/07/2016, e que, por caracterizarem fonte comum de equívocos operacionais, podem ser úteis no adequado gerenciamento interno da questão por este órgão de saúde”.

O documento é datado de 18/07/2016 e assina-do pelo chefe de polícia, Del. Pol. Emerson Wendt; e pelo diretor-geral do IGP, o perito criminalístico, Cleber R.T. Muller.

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orientação

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Novas normas para a declaração de Óbito sem sinais de violência aparente

reunião no Cremers debateu mudanças nos atestados

As determinações apresentadas pela Secretaria de Segurança Pública ao secretário estadual da Saúde haviam sido anteriormente delineadas em reunião realizada no Cremers, no dia 07 de julho. Participaram do encontro o conselheiro e coordenador das Câmaras Técnicas, Jefferson Piva; o médico do IGP e presidente da Câmara Técnica de Medicina Legal, Manoel Constant Neto; o conselheiro Luiz Alexandre Alegretti Borges; o conselheiro e médico regulador do Samu estadual, Paulo Amaral; o delegado da Polícia Civil, Eibert Moreira Neto; a vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil; e a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Marilina Bercini, além de outros médicos legistas.

Tópicos definidos em reunião ocorrida no dia 12/07/2016

1) A responsabilidade para o fornecimento da declaração de óbito, para casos em que não haja médico assistente disponível nem suspeita de violência, é dos órgãos públicos de saúde, conforme legislação vigente.

2) O fornecimento da declaração de óbito é essencial para que as famílias possam dar andamento ao funeral.

3) Nos casos sem suspeita objetiva de violência, a declaração de óbito pode ser fornecida sem necropsia, mesmo que não seja conhecida a causa da morte.

4) Nestes casos, a declaração de óbito deve ser fornecida pelo médico assistente ou, na indisponibilidade deste, por médico do serviço público de saúde, nela podendo constar, por exemplo, “causa indeterminada sem suspeita conhecida de violência”.

5) Morte cuja causa é desconhecida NÃO é sinônimo de causa morte suspeita. A morte dita suspeita depende da existência de elementos objetivos de suspeita, não mera potencialidade.

6) A distorção atual, onde os órgãos de segurança pública estão prestando serviço de saúde pública, vem causando grande prejuízo à sociedade. Prejuízos estes que ocorrem de várias formas, inclusive submetendo as famílias a um procedimento policial, com necropsia médico-legal, desnecessário.

7) O Instituto Médico-Legal (Departamento Médico-Legal), cuja função é a perícia criminal, não é acionado diretamente por médicos. Este acionamento é feito pela polícia civil. O não fornecimento da declaração de óbito significa acionar a polícia civil, dando início a todo um ciclo de investigação policial (ocorrência policial, inquérito policial, encaminhamento ao judiciário e vistas ao ministério público, além das necessárias perícias criminais – incluída a necropsia médico-legal).

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Presidente do Cremers afirma que médicos com situação regularizada

são verdadeiros "guardiões da saúde"

Ao saudar os novos médicos na cerimônia de entrega

de carteiras, dia 11 de julho, o presidente do Cremers,

Rogério Wolf de Aguiar voltou a protestar contra os pro-

fissionais que exercem a medicina no Brasil sem formação

comprovada e sem registro nos Conselhos de Medicina,

como acontece com a grande maioria dos intercambistas

estrangeiros do programa Mais médicos.

– Os médicos com situação devidamente regulariza-

da, seguindo a legislação brasileira, são verdadeiros guar-

diões da saúde por delegação da sociedade. É isso que o

diploma médico diz – afirmou.

Ao lado de companheiros de diretoria como o primei-

ro-secretário Ismael Maguilnik, que conduziu a sessão, e

dos diretores Antonio Celso Ayub, Jefferson Piva, Ércio

Amaro de Oliveira Filho e Iseu Milman, Aguiar inicial-

mente discorreu sobre as atribuições do Cremers, entre as

quais a de fiscalizar o exercício ético da medicina.

Entrega de Carteiras

Evandro Rodrigues Dubal

Fernando Pereira Schwengber

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noVos médiCos

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aUtarqUias independentes

Destacou que os conselhos de medicina são autarquias

federais com poder de lei, mas que não integram o poder

executivo. “Temos autonomia para atuar e nem sempre

agradamos a todos, em especial ao governo federal. Nosso

trabalho é também o de lutar para que os médicos tenham

condições adequadas de trabalho, e isso inclui uma remu-

neração justa, compatível com a atividade”.

anUidades

Fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU),

os conselhos de medicina não podem receber recursos

de espécie alguma, ressaltou o presidente do Cremers: “A

taxa anual paga pelos médicos é que nos mantém. Não

há receita de outra fonte. Por isso, é importante que as

anuidades sejam mantidas em dia”.

mais médiCos

A luta do Cremers para que os intercambistas do Mais

Médicos fossem inscritos nos conselhos de acordo com a

legislação – com revalidação do diploma – foi descrita pelo

presidente do Cremers. “A realidade é que a saúde pública

não melhorou nada com a vinda desses profissionais, que

sequer podemos afirmar se são realmente médicos. Os

problemas continuam. Relatório do TCU, do ano passado,

diz que 49% dos municípios que receberam intercambistas

passaram a ter menos médicos, porque os médicos brasi-

leiros, inscritos e com situação legalizada, foram demitidos

pelas prefeituras para conter suas despesas”.

plano de Carreira

Por fim, Aguiar manifestou sua revolta diante de afir-

mações de que a vinda de milhares de profissionais do

exterior, principalmente de Cuba, tenha ocorrido porque

os médicos brasileiros se recusam a trabalhar em lugares

mais distantes. “Nunca fizeram essa proposta de R$ 10 mil

por mês mais ajuda de custo aos médicos brasileiros, que,

agora, estão se inscrevendo em grande número no progra-

ma do governo”, concluiu, acrescentando que a principal

luta dos conselhos de medicina nos últimos tempos é por

um plano de carreira para os médicos do sistema público

de saúde, a exemplo do que existe no judiciário.

Philippe Visintainer Melo

Milton Gustavo Rodrigues da Rocha

Livia D'Avila Paskulin e Dr. Giorgio Adriano Paskulin

Jessica Oliboni Scapineli

Giordanna De Bacco

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realidade da saúde na região de fronteira

O I Fórum de Médicos de Fronteiras teve como pai-nel de abertura o tema "Serviços de saúde na fronteira: situação atual e perspectivas", que foi coordenado pelo vice-presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, e teve como secretária a conselheira federal Maria das Graças Creão Salgado.

Participaram da mesa redonda representando o Exército, General de Brigada Médico Márcio Andrade de Oliveira; Força Aérea, Brigadeiro Médico Eduardo Serra Negra Camerini; e Marinha, Capitão de Mar e Guerra Médico Oscar Arthur de Oliveira Passos.

rio Grande do sUl, arGentina e UrUGUai

Para ilustrar sua explanação sobre as fronteiras com Argentina e Uruguai, Fernando Matos, que é coordenador

das Delegacias Seccionais do Cremers, entregou a cada participante do evento uma publicação elaborada pelo Cremers, onde constam dados atuais sobre toda a região fronteiriça gaúcha. São 1003 km com o Uruguai e 724 km com a Argentina.

– A primeira e principal constatação é no sentido de que o atendimento de saúde nessa extensão do Rio Grande do Sul com os dois países vizinhos é bastante pre-cário. Faltam leitos e, principalmente, médicos. É impor-tante frisar que são 29 municípios ao longo dessa faixa de terra, com um total de 659.150 habitantes. População que é assistida por apenas 739 médicos, o que representa cerca de 9 mil pessoas por médico, número que contrasta com a situação de todo o Estado, onde há um médico para 400 habitantes. Temos no Estado 11,2 milhões de habitantes, com 28 mil médicos ativos.

A área de fronteira é de 1003 km com o

Uruguai e 724 km com a Argentina

Em área de 659.150 habitantes, a população é assistida por apenas

739 médicos

Existem apenas 22 hospitais nos 29 municípios, sendo

que dois são hospitais do Exército

São 1.523 leitos de internação, 138 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e

54 Postos de Saúde

fRonTEiRa uRuGuai-

aRGEnTina

9 MiL PESSoaS

PoR MédiCoaPEnaS 22 hoSPiTaiS

LEiToS, ubS E

PoSToS

Dr. Fernando Weber Matos coordenou o painel "Serviços de saúde na fronteira: situação atual e perspectivas" no I Fórum de Médicos de Fronteiras, realizado em Brasília, dia 21 de junho

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traBalho médiCo

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realidade da saúde na região de fronteiraComo característica geral de saúde na região de

fronteira, destaca Matos, os hospitais e o número maior de médicos estão concentrados nos municípios de maior densidade populacional e com melhores condições de trabalho. “Infelizmente, onze pequenas cidades não pos-suem hospital e seis não têm médicos”, completa.

De acordo com levantamento da Coordenadoria de Delegacias do Cremers existem apenas 22 hospitais nos 29 municípios, sendo que dois são hospitais do Exército, localizados em Bagé e Uruguaiana. No total, são 1.523 leitos de internação. A região conta com 138 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 54 Postos de Saúde.

Fernando Matos abordou também a polêmica situação envolvendo o trabalho médico na fronteira: “População numerosa e poucos médicos fazem com que médicos brasileiros, argentinos e uruguaios prestem atendimento no país vizinho, tudo sem regulamentação e controle. É um trabalho que não está legalizado e que não é passível de fiscalização e controle de qualidade por parte dos Conselhos”.

Conforme o vice-presidente do Cremers, pelo menos há a certeza de que os profissionais são realmente médi-cos. “Muito diferente do que acontece no Mais Médicos no qual, conforme constatou o Tribunal de Contas da União, não se sabe se os intercambistas, a maioria oriun-da de Cuba, são realmente médicos ou agentes de saúde”, comenta Matos.

A coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM, Dilza Teresinha Ambros Ribeiro, acredita que o evento atingiu seu objetivo ao trazer à luz as dificuldades enfrentadas nas fronteiras: “A saúde ainda é um desafio nas fronteiras do Brasil, tanto para controle epidemiológico como para acesso à população fronteiriça. Devido à permeabilidade das fronteiras,

abre-se facilmente um canal de transmissão de doenças, que não respeitam território e afetam diretamente o desenvolvimento local e nacional. Temos pouco controle”.

A coordenadora também destacou a atuação do vice-presidente Fernando Matos no evento, classificando como “brilhante” sua participação.

evento atingiu seu objetivo, avalia coordenadora

Sobre o trabalho médico nas fronteiras, Matos é enfático: “Está na hora de os ministérios da Saúde, da Educação e das Relações Exteriores em conjunto com as entidades médicas definirem critérios para regula-mentar a atividade de médicos brasileiros, argentinos e uruguaios na região fronteiriça”.

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Realizado em Brasília, dia 21 de junho, o I Fórum de Médicos de Fronteiras escancarou a triste realidade do atendimento de saúde também nessas regiões do país. Durante o evento, que contou com a participação do vice-presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, um estudo do CFM revelou que um quarto dos 122 municí-pios brasileiros que fazem fronteira com outros países não possui nenhum leito de internação disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nessas cidades, que perfazem 15,7 mil km de fron-teiras, também é baixa a oferta de estabelecimentos e de profissionais de saúde na rede pública e alta a incidência de doenças já erradicadas em muitos locais do Brasil.

“Por serem localidades distantes dos centros urbanos e muitas vezes de difícil acesso e acolher um grande fluxo de estrangeiros que buscam por tratamentos, a oferta de serviços públicos de qualidade tem sido prejudicada”, alerta Carlos Vital, presidente do CFM.

Para ele, além de sobrecarregar a assistência em saúde, muitas vezes o acolhimento massivo aos estran-geiros não é contabilizado pelo Ministério da Saúde no cálculo do repasse de verbas para o SUS, que em alguns casos segue critérios de contingente populacional.

Durante o evento o presidente do CFM e a coordena-dora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira, conselheira Dilza Ribeiro, expuseram aos participantes os

principais desafios enfrentados pelos médicos nos 15,7 mil quilômetros de fronteiras. Nessas regiões vivem aproxima-damente 3,5 milhões de brasileiros, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

mais médiCos Entre 2011 e 2015, 51 municípios de fronteira redu-

ziram em quase 2,5 milhões o número de consultas médicas, apesar de terem recebido quase 200 intercam-bistas do Programa Mais Médicos. Considerando todas as cidades, o saldo de consultas permanece negativo, com queda de 10% nos últimos cinco anos.

Embora o número de leitos da região tenha sofrido uma queda, curiosamente o número de internações hospitalares aumentou em alguns municípios durante os últimos cinco anos. Em 41 municípios houve um aumen-to de aproximadamente 30 mil internações no total. Considerando todas as cidades, o saldo de internações passou de 175 mil para 190 mil.

“Trata-se de um fenômeno que pode estar relacionado ao tempo médio de internações, que ao longo dos últimos anos vem caindo em alguns estados, sobretudo do Sul e Centro-Oeste. Em Santa Catarina, por exemplo, a taxa de permanência em um hospital passou de 5,5 dias em 2011 para cinco dias em 2015”, explicou a coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM.

I

Estudo do CFM revelou que um quarto dos 122 municípios em região de fronteira não possui leito de internação no SUS

Fórum de Médicos de Fronteiras

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traBalho médiCo

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revalida dá mais segurança à sociedade brasileira

Ao permitir que médicos formados em outros países atuem no Brasil antes de aprovação do exame de revalidação de diplomas de Medicina obtidos no exterior (Revalida), o governo coloca em risco a saúde da população e não soluciona o problema da falta de médicos em algumas regiões e em determinados serviços públicos de saúde no Brasil.

Essa foi a defesa do conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jeancarlo Cavalcante, durante audiên-cia pública sobre o tema, na Câmara dos Deputados, dia 12 de julho.

Cavalcante destacou que os estrangeiros “são muito bem-vindos ao território nacional, mas é preciso – assim como em qualquer país desenvolvido – se submeter a um filtro de qualidade, porque ao contrário vamos oferecer à sociedade brasileira uma Medicina que não podemos afe-rir. A população corre sérios riscos”, alertou. Segundo ele, já tramitam inclusive propostas que incluem outras nacio-nalidades no Programa Mais Médicos, fazendo com que mais estrangeiros entrem no país de forma “provisória”.

risCo à saúde A mesma linha foi defendida pelo deputado Geraldo

Rezende (PSDB-MS), integrante da Comissão de Educação. O parlamentar questionou: “A quem estão direcionados estes profissionais? Pois os nossos governantes quando doentes não procuram o Serviço Público e sim os mais notáveis profissionais. Precisamos de amarras para aferir a qualidade, pois estes profissionais colocam em risco a vida de um povo que já é sofrida”.

Durante a audiência em Brasília, o representante do CFM ainda criticou a contratação de médicos no âmbito do Programa Mais Médicos. “Ninguém em sã consciência é contra um projeto que leva médicos aonde não tem médicos. Mas é preciso que se submetam a um filtro de qualidade”, afirmou.

O Programa foi criticado também por vários parla-mentares. O deputado Mandetta (DEM-MS) criticou a importação de médicos estrangeiros sem nenhuma avalia-

ção e disse que isso acaba “mediocrizando a medicina”. O parlamentar afirmou que “o Estado não tem coragem de aplicar uma prova para entregar a prerrogativa a este indivíduo a cuidar de vidas que, em tese, deveria ser a coisa mais importante de uma Nação”, e ainda comple-tou: “Haverá duas medicinas no país”.

aproVação em CresCimento

Em contraponto aqueles que afirmam que o Revalida é uma barreira, o representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Henry de Holanda Campos, destacou que 33,77% dos médicos diplomados na Bolívia foram apro-vados no último exame e estariam aptos para exercer a medicina no País. Já a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, afirmou que o Revalida é feito com zelo, cuidado e rigor metodológico.

O Revalida foi criado por meio de uma portaria inter-ministerial, em 2010, e tem sido aplicado desde então, anualmente. A média de aprovação anual desta prova está em 20%. O número aponta as carências na forma-ção dos candidatos que demonstram desconhecimento de sintomas, técnicas e procedimentos exigidos de um egresso de uma escola médica brasileira que ainda não passou por uma especialização. Contudo, a série históri-ca mostra que os percentuais de aprovação têm crescido consideravelmente nos últimos dois anos.

2011

12,13%9,85%

6,83%

32,62%

42,15%

2012 2013 2014 2015

CRESCiMEnTo noS PERCEnTuaiS dE aPRovação no REvaLida

traBalho médiCo

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IV Encontro das assistentes de Delegacias Seccionais

As secretárias das 28 Delegacias Seccionais do Cremers

passaram por um dia de treinamento, troca de experiên-

cias e discussões no dia 20 de maio. A quarta edição do

encontro, realizado na sede do Conselho em Porto Alegre,

abrangeu orientações dos setores com que as seccionais

se relacionam mais diretamente, entre eles o Centro de

Informática, a Codame, a Assessoria de Imprensa, Gerência,

Secretaria de Assuntos Técnicos e Secretaria Operacional,

além dos departamentos de pessoal, financeiro e licitações.

O encontro foi aberto pelo presidente Rogério Wolf

de Aguiar e pelo vice-presidente Fernando Weber Matos,

que conduziu todo o trabalho ao longo do dia. Os conse-

lheiros Isaias Levy e Iseu Milman também participaram do

encontro, organizado pelo setor de Recursos Humanos e

pela Coordenadoria das Delegacias Seccionais.

Encontro realizado no Cremers promoveu a integração entre as secretárias das Delegacias e a coordenação

Secretarias participaram de diversas atividades durante o dia

Matos considerou o encontro muito produtivo,

porque além de proporcionar uma integração entre os

funcionários de todo o Estado, contribuiu para qualificar

os servidores do Cremers. “É muito importante trazer as

assistentes aqui para que possamos explicar e mostrar a

razão de nossos pedidos relativos ao fluxo de trabalho,

tendo sempre em vista prestar um atendimento cada vez

mais ágil e qualificado aos médicos”, comentou.

Cada setor apresentou as principais diretrizes

para padronizar, facilitar, agilizar e qualificar o tra-

balho nas delegacias. Todas as apresentações foram

compiladas em um volume entregue a cada secretá-

ria. As assistentes também participaram de dinâmicas

de grupo, objetivando o pensamento do trabalho

coletivo e da colaboração.

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qUaliFiCação

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Maior agilidade nas sindicâncias

Com apoio da Secretaria de Assuntos Técnicos (SAT), os corregedores Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier estão conseguindo dar mais celeridade ao exame das sindicâncias abertas no Cremers.

A meta é terminar o ano com aproximadamente 900 sindicâncias apreciadas o que, de acordo com Xavier, será um recorde. “Esse número, bastante expressivo, só tem chance de ser atingido em função de uma equipe bem treinada, com apoio dos conselheiros que compõem as câmaras sindicantes. É um esforço conjunto”.

A corregedoria reitera que a abertura de sindicância é um dever legal dos conselhos de medicina para apurar os fatos, sempre com amplo direito de defesa do médico.

Conforme Régis Porto, a tendência é de que todo esse processo relacionado às sindicâncias e aos Processos Ético-Profissionais se tornem mais ágeis com as mudanças que estão sendo avaliadas para o Código de Processo Ético-Profissional e que podem entrar em vigor ainda neste ano.

Segundo Xavier, nos últimos tempos houve um aumen-to no número de sindicâncias abertas porque estão em atividade hoje no Estado quase 30 mil médicos, além do fato de o “Cremers estar aberto a receber a todo e qualquer desconforto que possa ocorrer entre médicos e pacientes, e mesmo entre colegas”. No ano passado, foram apreciadas 642 sindicâncias, contra um total 463 em 2014.

A sindicância acontece a partir de uma denúncia ou comunicado (por escrito ou tomada a termo) ou, ainda, ex officio, conforme determina a legislação.

depois do julgamento do relatório da sindicância, podem ocorrer as seguintes situações:

• Arquivamento fundamentado da denúncia;

• Baixa em diligência ou pedido de vista dos autos por 30 dias;

• Aprovação de proposta de termo de ajustamento de conduta (TAC);

• Aprovação de proposta de conciliação;

• Instauração do PEP

(Processo Ético-Profissional;

• Instauração do PEP cumulada com proposta de interdição cautelar;

• Instauração de procedimento

administrativo para apurar doença incapacitante.

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CorreGedoria

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Porto Alegre sedia Congresso Brasileiro de medicina de emergência

Porto Alegre vai sediar em setembro o V Congresso

Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrico,

e de Enfermagem, promovido pela Abramede, a ser rea-

lizado no Centro de Eventos da PUCRS, nas datas de 20

a 23/09/2016.

“Esse é um congresso especial, pois trata-se do

primeiro congresso pós reconhecimento da especia-

lidade Medicina de Emergência e do credenciamento

e expansão por parte da CNRM das Residências em

Medicina de Emergência Adulto e das Áreas de Atuação

em Emergência Pediátrica”, comemora o presidente do

evento”, Luiz Alexandre Alegretti Borges.

proGramação CientÍFiCa

Os principais temas versarão sobre o atendimento

do paciente politraumatizado; atendimento pré-hospi-

talar e catástrofes; manejo hemodinâmico do paciente

crítico na sala de Emergência; diagnóstico e acesso da

via aérea difícil; importância da Enfermagem no aten-

dimento multidisciplinar do paciente em crise aguda

na Emergência; reconhecimento da Especialidade e o

futuro da Medicina de Emergência no Brasil; treina-

mento do médico emergencista – simulação realística;

dimensionamento e gestão dos serviços de Emergência,

nos seus fluxos de trabalho, protocolos assistenciais, for-

mação e capacitação das equipes; ultrassom na sala de

Emergência como ferramenta imprescindível do manejo

do paciente grave, entre outros temas.

Estão sendo oportunizados aos médicos e demais pro-

fissionais de Emergência diversos cursos pré-congressos,

na área de Adulto, Pediatria e de Enfermagem, vejam com

detalhes no site do congresso, acessem www.cbmede.

com.br, bem como toda a programação científica em deta-

lhes. O evento já conta com aproximadamente mil inscritos

e mais de 300 trabalhos científicos para apresentação.

“Esse Congresso está sendo cuidadosamente pensado

e planejado para oportunizar que os congressistas presen-

tes possam trocar experiências e desfrutar de temas de

ponta e das práticas desenvolvidas nos melhores serviços

dos países do primeiro mundo. Com certeza, este será

o maior Congresso de Emergência da América Latina –

não fique de fora, participe da construção de um novo

paradigma no atendimento da Medicina de Emergência”,

convida o presidente do evento.

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eVento

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ouvidoria do Cremers: integração com a sociedade

hÁ Um limite de idade de paCiente de médiCo pediatra?

Lei 8.069/90 só define a idade para alcan-

ce do Estatuto da Criança e do Adolescente, art.

2º: "Considera-se criança para efeitos desta lei a

pessoa até 12 anos de idade incompletos, e ado-

lescente aquela entre 12 e 18 anos de idade. O

atendimento médico do adolescente deverá ser

efetuado pelo pediatra. Medicina do Adolescente

é área de atuação da pediatria. De acordo com a

Organização Mundial de Saúde (OMS), os concei-

tos de puberdade, adolescência e juventude são

diferentes. Enquanto o primeiro diz respeito ao

conjunto de modificações orgânicas, a adolescência

compreende o período de transição biopsicossocial

que ocorre entre a infância e a idade adulta (deli-

mitado cronologicamente dos 10 aos 20 anos), e a

juventude engloba momentos intermediários e finais

da adolescência e primeiros da maturidade, num

período social entre 15 e 25 anos.

Criada pela Resolução Cremers 09/2003 com o objetivo de uma maior integração do Conselho com a comunidade médica e com a população em geral, a Ouvidoria tem cumprido sua missão de forma muito eficiente. As consultas chegam por telefone (3219-7544,

ramal 242), e-mail ([email protected]) ou pes-soalmente. A Ouvidoria, que atende no horário comer-cial, é formada por três conselheiros: Drs. Ércio Amaro de Oliveira Filho (coordenador), Céo Paranhos de Lima e Maria Lúcia Oppermann.

perGUntas FreqUentes reCeBidas no setor

O Plenário do Senado concluiu, no dia 28 de junho, a atualização das regras para o enquadramento das empresas no Simples Nacional – um sistema especial de recolhimento de tributos federais, estaduais e municipais em um único documento, o que reduz a carga tributária.O benefício foi pleiteado por outras categorias profissionais e na segunda votação, no dia 28, os senadores incluíram uma emenda que permite que profissionais liberais – incluídos os médicos – paguem menos impostos desde que 28% da receita bruta da pessoa jurídica seja gasta no pagamento de salários. Assim, o benefício contempla todas as atividades profissionais indistintamente, mas se vincula claramente a um índice de empregabilidade (inclusive com a inclusão do pró-labore).

Com a migração da tabela V para a tabela III (condicionada ao critério da geração de empregos), a alíquota para a faixa de até R$ 180.000 de receita bruta em 12 meses cairá de 15,50% para 6%, por exemplo. Do mesmo modo, haverá a redução das alíquotas para diversas faixas: até R$ 360.000 de receita bruta anual (de 18% para 11,20%), até R$ 720.000 (de 19,50% para 13,50%), até R$ 1.800.000 (de 20,50% para 16%), até R$ 3.600.000 (de 23% para 21%). Já na faixa de até R$ 4.800.000, a alíquota aumenta de 30% para 33%.Como foi aprovado com modificações em relação à proposta original, o texto retorna para nova votação dos deputados. O Conselho Federal de Medicina (CFM) a as entidades médicas nacionais preparam uma ampla mobilização para que o texto aprovado no Senado seja mantido.

Carga tributária menor no simples nacional

orientação

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tratamentos da surdez e das disfunções sexuais masculinas

Em sua reunião mensal, dia 25 de junho, a Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina realizou duas palestras aos seus membros e para a comunidade médica em geral

• Presente e Futuro no Diagnóstico e Tratamento da Surdez – Prof. Dr. Luiz Lavinsky• Avanços no Tratamento das Disfunções Sexuais Masculinas - Prof. Dr. Cláudio Teloken

dr. luiz lavinskyProf. Titular da Faculdade de Medicina da UFRGS; coordenador do grupo

de pesquisa em otologia e otoneurologia/HCPA/ CnPQ, e chefe do setor

de Otologia do HCPA; coordenador do programa de atendimento ao surdo

severo e profundo do HCPA – implante coclear; e Mestrado, doutorado e

pós-doutorado em Otorrinolaringologia.

dr. Cláudio telokenGraduado em Medicina pela Universidade Federal de Ciências

da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. Doutor pela Wayne State

University – Detroit, MI – USA e pela Universidade de São Paulo

– UNIFESP. Fellowship na Cleveland Clinic, Cleveland OH – USA.

Professor Doutor, Livre-Docente da UFCSPA.

os palestr antes

em livro, médico relata histórias ocultas de Getúlio Vargas

O médico psicanalista João Gomes Mariante, 98 anos, lançou no mês de junho o livro Getúlio Vargas - O Lado Oculto do Presidente. Mariante, que fazia parte do círculo de amizades do ex-presidente, faz um relato analítico e de lembranças de Getúlio, que nos ajuda a compreender seus aspectos pessoais, políticos e emocionais, além de falar sobre líderes que influenciaram o pensamento do político gaúcho. No livro, o autor relata, inclusive, como conheceu Getúlio e sobre seus últimos dias antes de “entrar para a história”.

Getúlio Vargas - O Lado Oculto do Presidente – Esfera Editora de Artes, 184 páginas.

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aCademia de mediCina

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papa recebe médicos e discursa aos profissionais da saúde

No dia 09 de junho, o Papa Francisco recebeu em audiência, na Cidade do Vaticano, cerca de 150 Diretores das Ordens dos Médicos da Espanha e da América Latina.

Proferindo seu discurso em espanhol, o Pontífice destacou que “este ano a Igreja Católica celebra o Jubileu da Misericórdia”. Este encontro é “uma boa ocasião para manifestar reconhecimento e gratidão a todos os profis-sionais da saúde que, com sua dedicação, proximidade e profissionalismo às pessoas que padecem uma enfermi-dade, podem se tornar uma verdadeira personificação da misericórdia”.

CompaiXão não é lÁstima“A identidade e o compromisso do médico não se

apoia somente em sua ciência e competência técnica, mas principalmente em sua atitude compassiva e miseri-cordiosa aos que sofrem no corpo e no espírito. A com-paixão é de alguma forma a alma da Medicina. A compai-xão não é lástima, é padecer-com”, disse ainda Francisco.

“Em nossa cultura tecnológica e individualista, a compaixão nem sempre é bem vista. Em algumas oca-siões é desprezada porque significa submeter quem a recebe a uma humilhação. Não faltam aqueles que se escondem atrás de uma suposta compaixão para justifi-car e aprovar a morte de um doente. Não, a verdadeira compaixão não marginaliza ninguém, não o humilha e nem o exclui, nem muito menos considera como algo bom o seu desaparecimento.”

CUltUra do desCarte“Vocês sabem muito bem que isso significaria o triunfo

do egoísmo, dessa cultura do descarte que rejeita e despre-za as pessoas que não atendem a determinados padrões de saúde, beleza e utilidade. Eu gosto de abençoar as mãos dos médicos como sinal de reconhecimento a esta compai-xão que se torna carícia de saúde”, frisou o Papa.

“A saúde é um dos dons mais preciosos e desejados por todos. Na tradição bíblica sempre se destacou a pro-ximidade entre salvação e saúde, bem como suas impli-cações mútuas e numerosas. Eu gosto de lembrar o título

com o qual os Padres da Igreja denominam Cristo e sua obra de salvação: Christus medicus. Ele é o Bom Pastor que cuida da ovelha ferida e conforta a enferma. Ele é o Bom Samaritano que não passa distante da pessoa ferida ao longo do caminho, mas viu, teve compaixão, aproxi-mou-se dela e fez curativos.”

tradição médiCa Cristã“A tradição médica cristã sempre se inspirou na pará-

bola do Bom Samaritano. É um identificar-se com o amor do Filho de Deus que passou fazendo o bem e curando todos os oprimidos. Quanto bem faz à Medicina pensar e sentir que a pessoa doente é nosso próximo, que é de nossa carne e sangue, e que em seu corpo dilacerado se reflete o mistério da carne do próprio Cristo! «Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram», disse Francisco citando um versículo do Evangelho de Mateus.

“A compaixão é a resposta adequada ao valor imenso da pessoa enferma, uma resposta feita de respeito, com-preensão e ternura, porque o valor sagrado da vida do doente não desaparece e não se escurece nunca, mas bri-lha com mais esplendor em seu sofrimento e desamparo.”

mais Coração nas mãosO Papa aconselhou a entender bem a recomendação

de São Camilo de Lellis ao tratar os doentes: «Ponham mais coração nas mãos». “A fragilidade, a dor e a enfer-midade são uma provação dura para todos, inclusive para os médicos, são um chamado à paciência e ao padecer-com. Por isso, não se pode ceder à tentação funcionalista de aplicar soluções rápidas e drásticas, movidos por uma falsa compaixão ou por meros critérios de eficiência e redução de custos. Está em jogo a dignidade da vida humana. Está em jogo a dignidade da vocação médica”, sublinhou o pontífice.

Francisco agradeceu a todos os presentes pelos esfor-ços que realizam a fim de dignificar todos os dias a sua profissão e acompanhar, cuidar e valorizar o dom imenso que as pessoas doentes significam.

Fonte: Rádio Vaticano

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hUmanismo

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71˚ Congresso Brasileiro da SBDLocal: FIERGS – Porto Alegre/RSInformações: www.sbd.org.br

07 a 10

SETEMbRo

XXVII Congresso Brasileiro de Neurologia Local: Expominas –Belo Horizonte/MGInformações: www.neuro2016.com.br

27 a 31

aGoSTo

XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia Local: Expo Unimed Curitiba – Curitiba/PRInformações: www.congressoalergia2016.com.br

28 SET.

1º ouT.

V Congresso Brasileiro de Medicina de EmergênciaLocal: Centro de Eventos da PUCRS – Porto Alegre/RSInformações: www.cbmede.com.br

20 a 23

SETEMbRo

XXXIII Congresso Brasileiro de ReumatologiaLocal: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília/DFInformações: sbr2016.com.br

24 a 27

aGoSTo

VI Congresso Brasileiro de Direito MédicoLocal: PUC Minas – Belo Horizonte/MGInformações: www.eventos.cfm.org.br

04 E 05

aGoSTo

23º Congresso Brasileiro de PerinatologiaLocal: ExpoGramado – Gramado/RSInformações: www.perinato2016.com.br

14 a 17

SETEMbRo

XIX Congresso Gaúcho de Ginecologia e ObstetríciaLocal: Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre/RSInformações: sogirgs.org.br/congresso2016

18 a 20

aGoSTo

71º Congresso Brasileiro de CardiologiaLocal: Centro de Convenções do Ceará – Fortaleza/CEInformações: cbc71.com.br

23 a 25

SETEMbRo

XXVIII Congresso Brasileiro de Nefrologia Local: Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso – Maceió/ALInformações: www.nefro2016.com.br

14 a 17

SETEMbRo

Confira os eventosde agosto, setembro e outubro

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aGenda

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Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen(Conselheiro do CFM)

Dr. Antônio Celso Ayub(Conselheiro Suplente do CFM)

aUtonomia médiCa

O médico tem autonomia na condução de seu atendimento, não sendo possível fixar tempo específico para cada consul-ta. Esta é a Ementa do Parecer 14/2016, do CFM, diante de consulta sobre a existência ou não de normatização acerca do número de pacientes que devem ser atendidos por mé-dico do SUS na especialidade de neurologia; e também se pode ser estabelecido um parâmetro de atendimento em consulta ambulatorial para neurologia pelo SUS, com base em pesquisas e/ou resoluções dos CRMs?Nas considerações iniciais do parecer é destacado: “O caso em tela foi encaminhado à Câmara Técnica de Neurologia e Neurocirurgia do CFM para discussão em agosto e setem-bro de 2015, sendo emitida a seguinte contribuição:Considerando a Neurologia como uma especialidade médica que reúne uma complexidade de raciocínio sin-drômico, topográfico, etiológico, além de um enorme conhecimento de neurofisiologia, neuroanatomia e de neuropatologia, torna-se difícil responder de forma sim-ples e absoluta o número adequado de pacientes a ser

atendido em intervalo de uma hora na especialidade. O médico necessitará do tempo que julgar adequado para estabelecer o provável diagnóstico e a estratégia cabível de investigação e tratamento. Ao expor este atendimento a um cronômetro é expor o profissional e o paciente a um inadequado diagnóstico por vezes, em virtude do exíguo tempo destinado à elaboração do diagnóstico e da ausên-cia de adequada relação médico e paciente.

ConclusãoO setor de saúde tem considerado os recursos humanos como sendo o item mais importante para a prestação de cuidados à saúde. Estabelecer um número, mesmo que aproximado, na relação entre médico e número de con-sultas é extremamente perigoso. O médico necessita de autonomia na condução de seu atendimento, em virtude da situação ímpar da vida, da necessidade de se estabelecer uma adequada relação médico-paciente e da diferenciação na complexidade de cada paciente.

Coordenação de CUrsos de mediCina é priVatiVa dos médiCos

Diante de consulta encaminhada sobre a nomeação de ou-tro profissional da saúde, que não médico, para a coorde-nação de cursos de graduação em Medicina, programas de Residência Médica e cursos de pós-graduação, a diretoria do CFM aprovou parecer de sua assessoria jurídica no sen-tido de que esse cargo é atribuição privativa dos médicos.O Despacho CFM 526/2015 diz o seguinte, remetendo ao artigo 5º da Lei 12.842/2013:“Art. 5º São privativos de médico:I - (VETADO);

II - perícia e auditoria médicas; coordenação e supervisão vinculadas, de forma imediata e direta, às atividades priva-tivas de médico;III - ensino de disciplinas especificamente médicas;IV - coordenação dos cursos de graduação em Medicina, dos programas de residência médica e dos cursos de pós--graduação específicos para médicos.Parágrafo único. A direção administrativa de serviços de saúde não constitui função privativa de médico.”

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Conselho Federal

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Cremers presta homenagem

Em sessões ordinárias realizadas nos dias 7 de junho e 5 de julho,

o Corpo de Conselheiros do Cremers prestou homenagem

a médicos do Estado falecidos recentemente.

Dra. ANA LUCIA ROCHA LOPES TESTA Nascida em 14/09/1959, natural de Porto Alegre, RS. Forma-da pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre em 1984. Falecida em 12/05/2016, aos 56 anos.

Dr. ANDRE LUIZ SANTOS DE MORAES Nascido em 12/05/1949, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Gran-de do Sul, no ano de 1975. Falecido em 15/06/2016, aos 67 anos.

Dr. ENIO PILLA Nascido em 27/12/1924, natural de Porto Alegre, RS. Forma-do pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, no ano 1948. Falecido em 20/04/2016, aos 91 anos.

Dra. EVELY RABELLO DRUMMOND Nascida em 16/10/1954, natural de Porto Alegre, RS. Formada pela Fundação Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre no ano de 1979. Falecida em 08/05/2016, aos 61 anos.

Dr. GILBERTO DA CRUZ OLIVEIRA Nascido em 04/10/1949, natural de Cachoeira do Sul, RS. For-mado pela Fundação Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano de 1978. Falecido em 23/06/2016, aos 66 anos.

Dr. ISAK BEJZMAN Nascido em 07/12/1930, natural da Polônia. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre no ano 1955. Falecido em 13/04/2016, aos 85 anos.

Dr. LOURENCO NICHETTI Nascido em 11/10/1948, natural de Bento Gonçalves, RS. For-mado pela Fundação Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre no ano 1975. Falecido em 21/02/2016, aos 67 anos.

Dr. LUIS FERNANDO TEIXEIRA Nascido em 23/10/1966, natural de Pelotas, RS. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pe-lotas no ano 1999. Falecido em 22/05/2016, aos 49 anos.

Dr. MATEUS JOSE DA LUZ Nascido em 16/08/1948, natural de Esmeralda, RS. Forma-do pela Faculdade de Medicina de Pelotas - IPESSE, no ano 1973. Falecido em 28/05/2016, aos 67 anos.

Dr. OSCAR GERMANO WINTER NETO Nascido em 29/01/1954, natural de São Leopoldo, RS. For-mado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano de 1978. Falecido em 30/05/2016, aos 62 anos.

Dr. POTITO APICELLA Nascido em 09/03/1936, natural de Roma, Itália. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano de 1975. Falecido em 25/06/2016, aos 80 anos.

Dr. ROQUE RENATO ALOE Nascido em 22/07/1946, natural Taquaritinga, SP. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano de 1973. Falecido em 13/04/2014, aos 67 anos.

Dr. TELMO ELIAS RODRIGUES Nascido em 03/01/1950, natural de Porto Alegre, RS. For-mado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano 1974. Falecido em 23/05/2016, aos 66 anos.

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oBitUÁrio

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D E L E G A C I A S D O C R E M E R S

Seccional Delegado Fone Endereço | E-mail

Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | [email protected]

Bagé Dr. César Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | [email protected]

Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-066 | [email protected]

Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96508-022 | [email protected]

Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 Sem Sede | [email protected]

Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede | [email protected]

Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 /46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-308 | [email protected]

Ijuí Dra. Marília Raymundo Thomé da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | [email protected]

Lajeado Dr. Fernando Jose Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/56 | CEP 93510-320 | [email protected]

Osório Dr. Luis Fernando Ilha de Souza (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | [email protected]

Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobon Souza (55) 3742.3969 Sem Sede | [email protected]

Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-081 | [email protected]

Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/602 | CEP 96010-140 | [email protected]

Rio Grande Dr. Fábio de Aguiar Lopes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715.9402 R. Fernando Abott, 270/204 | CEP 96810-072 | [email protected]

Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Carlos Arthur da Silveira (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Tiago Silveira de Araujo Lopes (55) 3242.2434 Av. Treze de Maio, 410/ 501 | CEP 97573-438 | [email protected]

Santo Ângelo Dr. Rafael Rodrigues da Fontoura (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | [email protected]

São Borja Dr. Ary Poerscke (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | [email protected]

São Gabriel Dr. Ricardo Lannes Coirolo (55) 3232.6555 Rua Barão de São Gabriel, 735 | CEP 97300-000 | [email protected]

São Jerônimo Dr. Roberto Schuster (51) 3651.1135 Sem Sede | [email protected]

São Leopoldo Dra. Solange Maria Seidl Gomes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | [email protected]

Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 Sem Sede | [email protected]

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5325 R. Treze de Maio, 1691/204 | CEP 97501-538 | [email protected]

SEÇÕES RAMAL

Assessoria de Imprensa 155

Câmaras Técnicas 244

Codame (Publicidade médica) 240

Delegacias Seccionais 243

Diretoria 251

Fiscalização 241

Licitações 143

Ouvidoria 242

SAT – Secretaria de Assuntos Técnicos (Sindicâncias e processos) 167

SO – Secretaria Operacional (Documentos e registros) 151

Central de Atendimento Telefônico

Telefone: (51) 3219.7544

Fax: (51) 3217.1968

E-mail: [email protected]

Horário de atendimento: das 9h15min às 18h30min

De segunda-feira a sexta-feira

Sede Porto Alegre

Av. Princesa Isabel, 921 – Bairro Santana

TELEFONES ÚTEIS

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Contato

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manipulado-8221_CAPA_FALSA_Inverno_2016_H1NI.pdf 1 14/07/2016 08:45:35

Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.