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DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL Nº 680226-0 – 2ª Vara Cível da Comar ca de

Umuarama

Apelante 1: AME

Apelante 2: PST

Apelados: OS MESMOS

RELATOR: DES. SHIROSHI YENDO

REVISOR: DES. RENATO NAVES BARCELLOS

APELAÇÃO CÍVEL 1. EMBARGOS DE TERCEIRO.

INSTRUMENTO PARTICULAR DE DAÇÃO EM

PAGAMENTO E QUITAÇÃO. NÃO REGISTRADO NO

CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS

COMPETENTE. PROVA DA AQUISIÇÃO DOS

IMÓVEIS PELO CONTRATO FIRMADO ENTRE OS

EMBARGANTES E A EXECUTADA. SIMULAÇÃO.

AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. FALTA DE

REGISTRO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 84 DO STJ.

FRAUDE CONTRA CREDORES. MATÉRIA QUE NÃO

PODE SER SUSCITADA EM SEDE DE EMBARGOS.

SÚMULA 195/STJ. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO

EVIDENCIADA.

1. “A simulação compõe-se de três elementos: a) intencionalidade da divergência entre a vontade interna e a declarada; b) intuito de enganar; c) conluio entre os contratantes (acordo simulatório). A intencionalidade da divergência entre a vontade interna e a declarada é a característica fundamenta l

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do negócio simulado (Custódio Miranda, A simulação no Direito Civil brasileiro, n. 15, p. 14 ).” 1 Se não restou comprovado nos autos a existência de referidos requisitos há que se afastar a alegaçã o de ocorrência de simulação. 2. “Conforme inteligência da Súmula de nº 84 do Superior Tribunal de Justiça "é admissível a oposição de embargos de terceiros fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro ". 3. “Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.” (Súmula 195 do STJ) 4. "Não litiga de má-fé, a parte que se envereda pe los meios processuais possíveis para albergar sua pretensão, posto que, não caracteriza por si só, a resistência injustificada ao andamento do processo (artigo 17 do Código de Processo Civil)" (RSTJ 31/467).

RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

APELAÇÃO CÍVEL 2. HONORÁRIOS DE

SUCUMBÊNCIA. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE

APLICADO DE FORMA ESCORREITA A TEOR DO

QUE DISPÕE A SÚMULA 303 DO STJ.

A teor do que dispõe a Súmula de nº 303 do STJ, em sede de embargos de terceiro, quem deu causa à

1-- Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery na obra Código Civil anotado e legislação extravagante (São Paulo: editora RT, 2ª ed., 204, p. 229, notas 3 e 5 ao artigo 167. --

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constrição indevida deve arcar com os honorários de sucumbência. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação

Cível nº 680226-0, da 2ª Vara Cível da Comarca de Umuarama, em que são

apelantes AM M ES e P S T e

apelados OS MESMOS.

ACORDAM os Desembargadores integrantes da Décima

Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por

unanimidade de votos, em conhecer da apelação 1 e, no mérito, negar

provimento e, conhecer da apelação 2 e, no mérito, negar provimento, nos

termos do voto do Desembargador Relator.

RELATÓRIO

Tratam os autos de Embargos de Terceiro propostos

por P S T em face de A M E

visando a desconstituição da penhora que foi realizada na Execução de

Título Extrajudicial de nº 288/2005, que o ora embargado move em face de

MARIA MARCOMINI, referente aos seguintes bens: 1) apartamentos de nºs

11 e 12, situados no primeiro pavimento do Edifício Residencial Gramado,

situado na Av. Manaus, nº 3905, com área total de 128,84944 m2, objetos

das matrículas, respectivamente, de nºs 27.168 e 26.121, do 1º Ofício do

Registro de Imóveis, da Comarca de Umuarana; 2) Garagens de nºs 05 e

06, situadas no pavimento térreo do Edifício Residencial Gramado, situado

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na Av. Manaus, nº 3905, com área total de 11,48 m2, objetos das

matrículas, respectivamente, de nºs 26.122 e 26.123, do 1º Ofício do

Registro de Imóveis, da Comarca de Umuarana.

Sustentou o embargante ter adquirido referidos bens,

em data de 21.07.2003, por Instrumento Particular de Dação em Pagamento

e Quitação, que não foi registrado.

Em fls. 98 os embargos de terceiro foram recebidos

com suspensão da execução.

A contestação foi apresentada em fls. 102/116, com a

juntada de documentos de fls. 117/200, sendo a impugnação à contestação

apresentada em fls. 203/212, acompanhada dos documentos de fls.

213/217.

Audiência de Instrução e Julgamento realizada em fls.

262, com depoimento pessoal do embargante (fls. 263) e oitiva de uma

testemunha (fls. 264)

Prestando jurisdição (fls. 305/312) a digna magistrada

singular julgou procedentes os embargos, sustentando, em síntese, que: a)

restou demonstrada a negociação realizada entre o embargante e a

executada, por intermédio do Instrumento Particular de Dação em

Pagamento e Quitação válido (autenticação das firmas das partes quando

da assinatura do contrato, corroborada por prova testemunhal), em período

anterior à proposição da execução e a penhora dos bens, ou seja, o contrato

foi firmado em 21.07.2003, enquanto que, os cheques que originaram a

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execução foram emitidos em novembro de 2004, aplicando-se a Súmula 84

do STJ, posto que o contrato não foi registrado; b) não logrou êxito o

embargado em comprovar a higidez da alegação de simulação oriunda do

contrato celebrado entre o embargante e a executada e que teve por objeto

os bens que foram penhorados; c) não há que se analisar a alegação de

fraude contra credores na via processual dos embargos de terceiro ante a

aplicação da Súmula de nº 195 do STJ; d) o embargante deu causa à

proposição da demanda ante sua desídia em providenciar o registro dos

bens, a partir de fevereiro de 2005, por isso, deveria suportar os honorários

de sucumbência por aplicação da Súmula 303 do STJ; e) o embargante

deveria ser condenado nas custas processuais e honorários advocatícios no

valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC.

Dessa decisão ambas partes apelaram.

A M E apelou (fls. 315/330) com

os seguintes fundamentos: a) que existiu a figura da simulação (CC, art. 167,

§1º), no presente caso, pois o suposto contrato de dação em pagamento

resultou em uma tentativa de impedir que o exeqüente pudesse receber o que

lhe era devido (manifesta intenção de lesar terceiros), vez que, nos termos do

aludido contrato, os bens foram adquiridos por cerca de R$ 20.000,00 (vinte

mil reais) cada um, o que não correspondia ao valor real dos imóveis, mas

apenas 30% (trinta por cento) de seu valor venal, caracterizando o preço vil;

b) que restou clara a intenção do embargante e da executada de lesar

terceiros, pois inexistiu registro do contrato, o que levou a crer que a Sra.

Maria Marcomini era a legítima proprietária dos imóveis, sendo que, nos

termos do artigo 1245 do CC, a transmissão de propriedade imóvel se

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aperfeiçoa com o registro do título translativo; c) existiu falta de provas a

legitimar a pretensão deduzida em sede de embargos de terceiros, pois toda a

tese do embargante baseou-se em um instrumento de dação em pagamento e

quitação, que era suspeito, e que não foi corroborado por outros elementos de

prova, sendo que foram juntados aos autos declarações de imposto de renda

do apelado, nas quais, não figuravam a aquisição dos bens objeto da lide; d)

que se evidencia a existência de fraude contra credores (CC, art. 159) no

caso, pois os imóveis faziam parte da esfera de patrimônio da executada,

quando do ajuizamento da execução, bem como da efetivação das penhoras;

e) que o embargante deveria ser condenado nas penas de litigância de má-fé

(CPC, art. 17, II e III, 18); f) que se evidenciou falsidade ideológica ante a

celebração de contrato com o intuito de lesar o credor (CP, art. 299).

P S TR apelou (fls. 333/344

argumentando que, com relação à condenação de sucumbência, restou

aplicado o princípio da causalidade de forma equivocada pela magistrada

singular.

Defendeu que foi o embargado que deu causa a

oposição dos embargos de terceiro, pois tomou conhecimento, no curso da

execução de título extrajudicial, da existência do instrumento particular de

dação em pagamento e quitação e, mesmo assim, objetivou o prosseguimento

da execução, com a manutenção das penhoras dos bens imóveis.

Desta forma, nos termos do artigo 20 e seus parágrafos,

do CPC, deverá ser invertida a condenação nas verbas de sucumbência.

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As contrarrazões foram apresentadas apenas por Paulo

Sérgio Trento, às fls. 348-362/TJ.

É, em síntese, o relatório.

VOTO E SEUS FUNDAMENTOS

Os recursos merecem ser conhecidos, posto que

presentes os requisitos de suas admissibilidades, como a adequação e a

tempestividade.

1. Do recurso interposto por AM M

ESTRELA

O presente recurso não comporta provimento.

1. a) Da inexistência de simulação (CC, art. 167, § 1º):

Sustentou o recorrente que existiu a figura da simulação

(CC, art. 167, §1º), no presente caso, pois o suposto contrato de dação em

pagamento resultou em uma tentativa de impedir que o exeqüente pudesse

receber o que lhe era devido (manifesta intenção de lesar terceiros), vez que,

nos termos do aludido contrato, os bens foram adquiridos por cerca de R$

20.000,00 (vinte mil reais) cada um, o que não correspondia ao valor real dos

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imóveis, mas apenas 30% (trinta por cento) de seu valor venal, caracterizando

o preço vil.

O artigo 167, do CC, estabelece que: “ É nulo o negócio

jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na

substância e na forma.”

O §1º, incisos I e II, do aludido artigo, por sua vez,

enunciam que:

“§1º. Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas

diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, condição ou

cláusula não verdadeira;”

Esclarecendo o conteúdo inserto na norma legal acima

mencionada, a doutrina de Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery

na obra Código Civil anotado e legislação extravagante (São Paulo: editora

RT, 2ª ed., 204, p. 229, notas 3 e 5 ao artigo 167), assevera que:

“3. Conceito . Consiste na celebração de um negócio jurídico que tem aparência normal, mas que não objetiva o resultado que dele juridicamente se espera, pois há manifestação enganosa de vontade. O propósito daqueles que simulam o negócio jurídico e estão em concerto prévio, é enganar terceiros estranhos ao negócio jurídico ou fraudar a lei.

5. Elementos da simulação . A simulação compõe-se de três elementos: a) intencionalidade da divergência entre a vontade interna e a declarada; b) intuito de enganar; c) conluio entre os contratantes (acordo simulatório). A intencionalidade da divergência entre a vontade interna e a declarada é a característica

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fundamental do negócio simulado (Custódio Miranda, A simulação no Direito Civil brasileiro, n. 15, p. 14).”

Sobre o tema, a magistrada singular entendeu

acertadamente que:

“(...) Como se vê do contrato de dação em pagamento

e quitação de dívida às fls. 13/15, o embargante e a executada

dos autos em apenso realizaram a negociação dos imóveis, na

qual o embargante recebeu os bens como quitação de débito, no

dia 21 de julho de 2003. Na mesma data as assinaturas foram

autenticadas, conforme se infere dos carimbos no verso de fls. 15.

Deste negócio, o embargante, no acerto dos valores

de débito e crédito, considerando-se que os imóveis tinham valor

superior ao débito da executada, obrigou-se a pagar à executada

R$ 21.500,00 em 24 parcelas mensais e sucessivas (cláusula III

de fls. 14) e que somente seria realizado o registro dos imóveis

em nome do embargante quando da quitação destas parcelas

(cláusula VI de fls. 15). Verifica-se então que o pagamento de tais

parcelas findaria em julho de 2005.

(...) Além disso, os cheques que instruem a execução

em apenso foram emitidos pela executada apenas em novembro

de 2004, ou seja, mais de um ano depois do negócio realizado

como embargante.

(...) São objeto do negócio ‘sub judice’ os

apartamentos 12 e 11 e as Garagens 6 e 5. Tais imóveis quitaram

a dívida da executada para com o embargante no valor de R$

77.500,00 (cláusula I de fls. 13), e ainda geraram crédito para a

executada de R$ 21.500,00 (cláusula III), de modo que foram

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negociados por R$ 99.000,00 (noventa e nove mil reais). (...)” (fls.

306-308)

Por certo, o artigo 1.046 do Código de Processo Civil

estabelece que: “Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou

esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como

o de penhora (....) poderá requerer lhes sejam manutenidos ou restituídos por

meio de embargos.

A doutrina esclarece que: “Trata-se de ação de

conhecimento, constitutiva negativa, de procedimento especial sumário, cuja

finalidade é livrar o bem ou direito de posse ou propriedade de terceiro da

constrição judicial que lhe foi injustamente imposta em processo de que não

faz parte. O embargante pretende ou obter a liberação (manutenção ou

reintegração de posse), ou evitar a alienação do bem ou direito indevidamente

constrito ou ameaçado de o ser.”2

Dos autos, o Instrumento Particular de Dação em

Pagamento e Quitação foi celebrado em 21.07.2003, com firmas reconhecidas

das partes (fls. 13 e 15-verso), firmado entre o embargante/apelado e a

executada e decorrente de pagamento de serviços advocatícios por este

realizado, enquanto que, os cheques que originaram a execução foram

emitidos em data de 23.11.2004 (fls. 21 e 06 dos autos de execução), sendo

2 -- Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery; Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante; São Paulo: ed. RT; 8ª ed; 2004; p. 1288. --

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que a constrição judicial efetivada pela penhora ocorreu em data de

08.09.2005. (fls. 41 e 26 dos autos de execução)

A suposta existência de simulação girou em torno da

alegação de que, nos termos do aludido contrato, os bens foram adquiridos

por cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) cada um, o que não correspondia

ao valor real dos imóveis, mas apenas 30% (trinta por cento) de seu valor

venal, caracterizando o preço vil.

Contudo, as alegações do apelante não prosperam, pois

não restou demonstrado nos autos a simulação e, especificamente, com

relação à alegação de valor irrisório dos bens objeto da avença o embargante

juntou em fls. 213/214, parecer de mercado, de duas imobiliárias diversas,

noticiando que o valor de mercado dos apartamentos com a vaga de

garagem, para o período de julho de 2003, girava em torno de R$ 40.000,00

(quarenta mil reais).

Ainda, juntou em fls. 215/217, um Contrato de Prestação

de Serviços para Administração de Bens e Imóveis celebrado entre o

embargante Paulo Sérgio Trento e a Imobiliária Morena S/S Ltda, celebrado

em 30.10.2006.

Ademais, referidos documentos gozam de presunção de

veracidade, uma vez que ocorreu, para o apelante, a preclusão no que tange

ao seu direito de suscitar sua falsidade, em respeito ao art. 372 do CPC,

combinado com o art. 390 do mesmo Código.

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Em arremate, o motivo alegado pelo embargante da

ausência do competente registro foi de que: “(...) Deste negócio, o

embargante, no acerto dos valores de débito e crédito, considerando-se que

os imóveis tinham valor superior ao débito da executada, obrigou-se a pagar à

executada R4 21.500,00 em 24 parcelas mensais e sucessivas (cláusula III de

fls. 14) e que somente seria realizado o registro dos imóveis em nome do

embargante quando da quitação destas parcelas (cláusula VI de fls. 15).

Verifica-se então que o pagamento de tais parcelas findaria em julho de 2005.

Destarte, o imóvel permaneceu mesmo em nome da executada até 2005 e em

setembro de 2005 foram penhorados.(...). (fls. 306/307).

Assevera-se que essa alegação não foi refutada por

prova em contrário e foi abalizada pela prova testemunha constante em fls.

264.

Portanto, restou afastada a alegação de simulação, nos

presentes autos.

1. b) Da ausência de registro do Instrumento

Particular de Dação e Quitação

Sustentou o apelante que restou clara a intenção do

embargante e da executada de lesar terceiros, pois inexistiu registro do

contrato, o que levou a crer que a Sra. Maria Marcomini era a legítima

proprietária dos imóveis, sendo que, nos termos do artigo 1245 do CC, a

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transmissão de propriedade imóvel se aperfeiçoa com o registro do título

translativo.

Contudo, o entendimento do recorrente não prospera eis

que a jurisprudência está pacificada pelo enunciado apresentado pela Súmula

de nº 84 do STJ, no sentido de que:

“É admissível a oposição de embargos de terceiro

fundados em alegação de posse advinda do compromisso de

compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro.”

Nesse sentido é a jurisprudência:

“APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. COMPROMISSO COMPRA E VENDA. CONTRATO NÃO REGISTRADO NO CARTÓRIO COMPETENTE. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA 84 DO STJ. COMPROVADA POSSE DE BOA-FÉ DO TERCEIRO ADQUIRENTE E TURBAÇÃO DECORRENTE DE ATO JUDICIAL. PENHORA REALIZADA SOBRE IMÓVEL. AFASTAMENTO. MULTA IMPOSTA EM RAZÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. EXCLUSÃO. 1. Afasta-se a constrição sobre imóvel que se encontra na posse de terceiro que o adquiriu por meio de compromisso de compra e venda não registrado, quando restarem demonstrados o exercício de posse de boa-fé e a turbação ou esbulho em decorrência do ato judicial. 2. Deve ser excluída a aplicação da multa prevista no parágrafo único do artigo 538 do Código de Processo Civil quando não restar evidenciado o intuito protelatório. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (TAPR; 12ª CC; Acórdão nº755; AC nº 0294181-7; REl. Hayton Lee Swain Filho; j. 14.06.2005; unânime; DJ 6897)

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“Embargos de Terceiro - Imóvel - Aquisição anterior à propositura da execução - Posse incontroversa - Boa-fé não afastada - Escritura não registrada - Irrelevância - Súmula 84 do STJ. Afasta-se a constrição sobre imóvel que se encontra na posse de terceiro que o adquiriu, quando restar demonstrado que o compromisso particular de compra e venda celebrado entre o executado e o embargante é anterior ao processo de execução, ainda que o reconhecimento de firma nele constante seja posterior ao ajuizamento e o instrumento não tenha sido registrado no cartório imobiliário, uma vez não demonstrando o credor a existência de fraude no referido instrumento. Apelação não provida.” (TAPR; 3ª CC; Acórdão nº 20344; AC nº 0262259-3; REl. Hamilton Mussi Corrêa; j. 30.11.2004; unânime; DJ 6802).

Do que se expôs, refuta-se as alegações expendidas

pelo apelante neste tópico.

1. c) Da alegação de fraude contra credores

Aduziu o embargado/apelante que se evidencia a

existência de fraude contra credores (CC, art. 159) no caso, pois os imóveis

faziam parte da esfera de patrimônio da executada, quando do ajuizamento da

execução, bem como da efetivação das penhoras.

Contudo, essas alegações também não merecem

prosperar, pois a fraude contra credores não poderia ser objeto de

discussão dos presentes embargos de terceiro, por ser demanda

inadequada, devendo tal matéria ser alegada em demanda própria, qual

seja, a ação pauliana.

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Dispõe a Súmula 195 do Superior Tribunal de Justiça,

que reza que “em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude

contra credores”.

É o entendimento pacífico desta Corte:

“ARRESTO. EXISTÊNCIA DE ESCRITURA PÚBLICA DE DOAÇÃO MUITO ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS RELATIVOS À FRAUDE À EXECUÇÃO. PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE CONTRA CREDORES. NECESSIDADE DE AÇÃO PAULIANA. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 195 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MANUTENÇÃO. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 303 DO STJ. RECURSO DESPROVIDO. I. Para a configuração da fraude à execução hão de estar presentes de modo concomitante os seguintes pressupostos, a saber: (a) demanda ajuizada em face do alienante, com citação válida; (b) insolvência do alienante decorrente da alienação; e (c) ciência pelo adquirente acerca da ação ajuizada contra o alienante do imóvel, hipóteses inocorrentes no caso. II. Comprovado, no caso, que o imóvel arrestado fora doado anteriormente ao ajuizamento da execução, conforme registro do imóvel, não há que se cogitar de fraude à execução. III. A fraude contra credores deve ser discutida em ação pauliana e não em embargos de terceiro. Incidência da Súmula nº 195 do STJ. IV. Aplicação do princípio da causalidade relativamente aos encargos da sucumbência, uma vez que deve arcar com eles aquele que deu causa à instauração do processo (Súmula 303 do STJ)”. (TJPR, 13ª CC, Acórdão nº 15740, AC nº 586139-4, Rel. Fernando Wolff Filho, j. 10/02/2010, DJ 31/03/2010)

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO. APELAÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATAS. CONSTRIÇÃO DE VEÍCULOS. NULIDADE DA SENTENÇA. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. DECISÃO DE IMPROCEDÊNCIA. INTIMAÇÃO DO EXCEPTO. AUSÊNCIA.

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NULIDADE DOS ATOS POSTERIORES. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO AO EXEQÜENTE/EMBARGADO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE CONTRA CREDORES. DISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 195 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA. MANUTENÇÃO DA VERBA HONORÁRIA. Recurso conhecido e desprovido. 1. Nulidade da sentença. Ausência de intimação. A ausência de intimação do exeqüente acerca da decisão que rejeitou a exceção de pré-executividade não se afigura suficiente para ensejar a nulidade da sentença recorrida, uma vez que não restou configurado prejuízo ao exeqüente/excepto/embargado. 2. Fraude contra credores. Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores. Súmula 195 do STJ. 3. Princípio da Sucumbência. A sucumbência deve ser sopesada tanto pelo aspecto quantitativo quanto pelo jurídico em que cada parte decai de suas pretensões e resistências, respectivamente impostas.” (TJPR, 15ª CC, Acórdão nº 14055, AC nº 533268-3, Re l. Jurandyr Souza Junior, j. 18/02/2009, DJ 10/03/2009) “PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIROS. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA. NULIDADE DA SENTENÇA. FALTA DE FUDAMENTAÇÃO. ART. 93,IX DA CF. INOCORÊNCIA. FRAUDE A EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DE REQUISITOS. FRAUDE CONTRA CREDORES. REMÉDIO PROCESSUAL INADEQUADO. RESSARCIENTOS DE DESPESAS COM ADVOGADO. BIS IN IDEM. CARÁTER INDENIZATÓRIO DIVORCIADO DAS VERBAS DE SUCUMBÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.” (TJPR - 14ª CCív. – ApCív. 348771-4 - Rel. Des. Guido Döbeli – j. 24.01 .2007 - DJ. 02.02.2007 – grifo nosso)

“APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE CONTRA CREDORES. FRAUDE À EXECUÇÃO. ALIENAÇÃO DO BEM APÓS O AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. INSOLVÊNCIA. IMPENHORABILIDADE. SUCUMBÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A análise de ocorrência ou não de fraude contra credores não pode se dar nos autos de embargos de terceiro, sendo necessário o ajuizamento de ação própria (revocatória ou pauliana) para tal fim. (...).” (TJPR - 16ª CCív. – ApCív. 293667-8 - Rel. Des. Hélio Henrique Lopes Fe rnandes Lima – j. 21.06.2005 - DJ. 08.07.2005)

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Afasta-se, pois, a pretensão do recorrente sobre o

tema atinente à discussão sobre a existência de fraude contra credores.

1.d) Da litigância de má-fé

Defendeu o apelante que o embargante deveria ser

condenado nas penas de litigância de má-fé (CPC, art. 17, II e III, 18).

Sustentou, também, que se evidenciou falsidade

ideológica ante a celebração de contrato com o intuito de lesar o credor (CP,

art. 299).

Observa-se que as manifestações do apelante podem

ser caracterizadas como tentativa de defender os seus direitos. Ademais, a

tese do embargante/apelado foi acolhida, isto representa, por si só, o

afastamento da pretensão de condenação nas penas de litigância de má-fé

(CPC, art. 17, II e III, 18).

Contudo, a alegação do apelante não comporta

acolhimento, pois "Não litiga de má-fé, a parte que se envereda pelos meios

processuais possíveis para albergar sua pretensão, posto que, não

caracteriza por si só, a resistência injustificada ao andamento do processo

(artigo 17 do Código de Processo Civil)" (RSTJ 31/467).

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Ademais, a má-fé não se presume, mas exige prova

satisfatória, não só de sua existência, mas da caracterização de dano

processual, o que não se verifica no presente caso.

Nesse sentido a jurisprudência do Egrégio Superior

Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - RECONHECIMENTO - PRESSUPOSTOS - I - Entende o Superior Tribunal de Justiça que o artigo 17 do Código de Processo Civil, ao definir os contornos dos atos que justificam a aplicação de pena pecuniária por litigância de má-fé, pressupõe o dolo da parte no entravamento do trâmite processual, manifestado por conduta intencionalmente maliciosa e temerária, inobservado o dever de proceder com lealdade. II - Na interposição de recurso previsto em Lei não se presume a má-fé, para cujo reconhecimento seria necessária a comprovação da intenção do recorrente em obstar o trâmite do processo, bem como do prejuízo da parte contrária, em decorrência do ato doloso. Recurso Especial provido." (STJ, RESP 334259/RJ, 3ª Turma, Rel. Min. Castro Fi lho, DJU 10.03.2003) "PROCESSO CIVIL - LITIGANTE DE MÁ-FÉ - INDENIZAÇÃO - PROVA DO PREJUÍZO - NECESSIDADE - ARTIGO 18 DO CPC. 1. A condenação do litigante de má-fé a indenizar a parte contrária pressupõe demonstração de prejuízo resultante da conduta ilícita." (STJ, REsp. nº 220.054/SP, 1ª Turma, rel. Min. Humb erto Gomes de Barros, DJU de 18.09.2000, p. 100).

E também desta Corte:

"AÇÃO MONITÓRIA. EMBARGOS IMPROCEDENTES. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ART. 514, II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DAS RAZÕES DE DECIDIR POSTAS NA

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DECISÃO OBJURGADA. PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. MOTIVAÇÃO. "FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO" DA IRRESIGNAÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO, NESTE ASPECTO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. NÃO CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE DOLO PROCESSUAL. CONDENAÇÃO INDEVIDA. 1. (...) 2. (...) 3. (...) 4. Não se enquadrando a conduta da parte em nenhuma das hipóteses do art. 17 do CPC, cujo rol é taxativo, tampouco se evidenciando dolo ou culpa que viesse a causar danos à parte contrária, não há como ser aplicada a penalidade por litigância de má-fé, que não se presume e deve ser efetivamente comprovada. 5. Recurso parcialmente conhecido e desprovido” - grifou-se (TJPR, 18ª Câmara Cível, Apelação Cível nº 1.018236 1-2, rel. Des. Fernando Wolff Bodziak, DJ de 04.08.2006). "AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - LAUDO PERICIAL - CONCESSÃO DE PRAZO PARA QUE AS PARTES SOBRE ELE SE MANIFESTASSEM - QUESITOS SUPLEMENTARES OFERECIDOS PELA AUTORA - INSURGÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA ENTENDENDO TRATAR-SE DE IMPUGNAÇÃO AO LAUDO, CUJA APRESENTAÇÃO ULTRAPASSARA O PRAZO CONCEDIDO - PRECLUSÃO - INOCORRÊNCIA - INTELIGÊNCIA DO ART. 435, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - DECISÃO CORRETA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - INOCORRÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES PREVISTAS NOS INCISOS DO ARTIGO 17, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO” - grifou-se

(TJPR, 9ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento nº 0 403705-0, rel. Des. Marco Antonio de Moraes Leite, j. em 13.0 1.2006).

"APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL - SENTENÇA PROFERIDA EM EMBARGOS DE TERCEIRO - EXECUÇÃO DE HONORÁRIOS - ALEGADA INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO - QUESTÃO SUPERADA ANTE O TRÂNSITO EM JULGADO DO TÍTULO EXEQÜENDO - CORRETA INCIDÊNCIA DA CORREÇÃO MONETÁRIA - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ AFASTADA.

1. (...). 2.(...)

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O fato do Embargante socorrer-se dos meios processuais para a defesa de seus interesses não caracteriza litigância de má-fé, notadamente ante a garantia constitucional do direito de ação e do manejo dos recursos tendentes a obter a reforma da decisão que lhe foi desfavorável. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO." - grifou-se (TJPR, 17ª Câmara Cível, Apelação Cível nº 0273334- 8, rel. Des. Rosana Amaral Girardi Fachin, DJ de 01.07 .2005).

“EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - PRETENSÃO DE IMPUGNAÇÃO AO LAUDO DE AVALIAÇÃO ÀS VÉSPERAS DO PRACEAMENTO DO IMÓVEL PENHORADO - PRECLUSÃO CARACTERIZADA - ANTERIOR OPORTUNIDADE PROCESSUAL PARA OPOSIÇÃO AO REFERIDO LAUDO - CUMPRIMENTO DO DEVER PROCESSUAL CONSTANTE DO ART. 526 DO CPC - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO CARACTERIZADA. RECURSO PROVIDO - POR UNANIMIDADE.”

(TAPR - extinto, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrum ento nº 0236540-6, rel. Fernando Vidal de Oliveira, DJ de 03.10.2003).

Sobre litigância de má-fé pode-se também acrescentar a

doutrina de THEOTHONIO NEGRÃO, contida em seu Código de Processo

Civil e legislação processual em vigor (São Paulo; Ed. Saraiva, 38ª edição, p.

136), veja-se:

"Art. 17: 1c. Para condenação em litigância de má-fé, faz-se necessário o preenchimento de três requisitos, quais sejam: que a conduta da parte se subsuma a uma das hipóteses taxativamente elencadas no art. 17 do CPC; que à parte tenha sido oferecida oportunidade de defesa (CF, art. 5º, LV); e que da sua conduta resulte prejuízo processual à parte adversa" (RSTJ 135/187, 146/136)."

Por derradeiro, não está comprovada na demanda

nenhuma das hipóteses previstas no artigo 17 do CPC, não se justificando a

aplicação da penalidade de litigância de má-fé.

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Por fim, a alegação de falsidade ideológica ante a

celebração de contrato com o intuito de lesar o credor (CP, art. 299), não

merece ser acolhida ante a falta de provas da alegação apresentada pelo

recorrente, não se podendo valer de situações ocorridas em outros processos

que não dizem respeito ao objeto da relação jurídica, ora posta em tela.

Portanto, o recurso não comporta provimento neste

tópico.

2. Do recurso interposto por P S

T

Sustentou o apelante (fls. 333/344) que, com relação à

condenação de sucumbência, restou aplicado o princípio da causalidade de

forma equivocada pela magistrada singular.

Defendeu que foi o embargado que deu causa a

oposição dos embargos de terceiro, pois tomou conhecimento, no curso da

execução de título extrajudicial, da existência do instrumento particular de

dação em pagamento e quitação e, mesmo assim, objetivou o prosseguimento

da execução, com a manutenção das penhoras dos bens imóveis.

A magistrada singular assim decidiu:

“(...) Entendo que a desídia do embargante em

providenciar o registro a partir de fevereiro de 2005 para

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transferência dos bens, permitiram a penhora e portanto, deu causa

ao ajuizamento da ação, e por isso deve arcar com os ônus da

sucumbência”.

É certo que no Instrumento de Dação e Quitação restou

avençado acerto dos valores de débito e crédito, considerando-se que os

imóveis tinham valor superior ao débito da executada, o embargante obrigou-

se a pagar à executada R$ 21.500,00, em 24 parcelas mensais e sucessivas

(cláusula III de fls. 14), e que somente seria realizado o registro dos imóveis

em nome do embargante quando da quitação destas parcelas (cláusula VI de

fls. 15), que se daria em julho de 2005. Destarte, os imóveis permaneceram

nome da executada após esse período e, em setembro de 2005 foram

penhorados.

Como reportado pelo magistrado singular, a desídia do

embargante em não realizar o competente registro do imóvel em seu nome

ocasionou a penhora do bem, desta forma “(...) se a penhora somente ocorreu

porque o compromissário comprador não procedeu ao respectivo registro

imobiliário, fazendo com que o exequente fosse levado a equívoco ao

requerê-la com base no Registro Imobiliário ainda em nome do devedor-

executado, nada justifica seja o embargante beneficiado com honorários em

razão de uma lide que ele próprio deu causa."3

Além disso, muito embora o embargante tenha juntado

nos autos o Instrumento Particular de Dação em Pagamento e Quitação (fls.

13-15), com a alegação de que o bem foi alienado a terceiro, o embargado

prosseguiu com sua defesa nos embargos de terceiro, pois refutou as

3 YUSSEF SAID CAHALI, Honorários Advocatícios, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 3ª ed., 1997, p.987 e SS.

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alegações daquele acreditando tratar-se de simulação, bem como sustentar a

existência de falta de provas do alegado e, ainda a falta de registro do

contrato, o que consiste em exercício regular de direito em defender sua tese

jurídica, o que não tem o condão de afastar a condenação do embargante no

ônus da sucumbência.

NELSON NERY JÚNIOR e ROSA MARIA DE ANDRADE

NERY (São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 408, nota 05) assim

observam:

"Pelo princípio da causalidade, aquele que deu causa à propositura da demanda ou à instauração de incidente processual deve responder pelas despesas daí decorrentes. Isto porque, às vezes, o princípio da sucumbência se mostra insatisfatório para a solução de algumas questões sobre responsabilidade pelas despesas do processo (...)".

Em adição, a doutrina de YUSSEF SAID CAHALI, na

obra Honorários Advocatícios (São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 3ª ed.,

1997, p.987 e ss.), nos orienta que:

"(...) Sobrepondo-se o princípio da causalidade à regra da sucumbência, permite-se, sem necessidade de apelos a postulados metajurídicos, (...) isentar o embargado dos encargos advocatícios, se evidenciado que a constrição do bem reconhecido como sendo de terceiro deveu-se a fato não imputável ao credor exequente. (...) Na realidade, o princípio da causalidade e sua adequada aplicação em sede de embargos de terceiro oferecidos pelo promissário comprador de imóvel, com título não registrado, e que tenha sido penhorado na execução contra o alienante, temos sustentado que o promitente comprador, por escritura pública irretratável, com o preço pago, imitido na posse do imóvel, embora não inscrita, pode através de embargos de terceiro, excluir da penhora o imóvel objeto da promessa feita antes da dívida executada (...), também sustentamos, em reforço deste entendimento, que, se a penhora somente ocorreu porque o

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compromissário comprador não procedeu ao respectivo registro imobiliário, fazendo com que o exequente fosse levado a equívoco ao requerê-la com base no Registro Imobiliário ainda em nome do devedor-executado, nada justifica seja o embargante beneficiado com honorários em razão de uma lide que ele próprio deu causa." (grifou-se)

A posição jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,

a teor do que dispõe a Súmula de nº 303 do STJ, estabelece que, em sede de

embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com

os honorários de sucumbência.

Interpretando essa questão, eis como tem decidido o

Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. SUCUMBÊNCIA. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. AUSÊNCIA DE CULPA DO CREDOR NA PENHORA. VERBA HONORÁRIA INDEVIDA. PRECEDENTES. DOUTRINA. RECURSO PROVIDO. I - Sem embargo do princípio da sucumbência, adotado pelo Código de Processo Civil vigente, é de atentar-se para outro princípio, o da causalidade, segundo o qual aquele que deu causa à instauração do processo, ou ao incidente processual, deve arcar com os encargos daí decorrentes. II - Tratando-se de embargos de terceiro, imprescindível que se averigúe, na fixação dos honorários, quem deu causa à constrição indevida. III - O credor não pode ser responsabilizado pelos ônus sucumbenciais por ter indicado à penhora imóvel registrado no Cartório de Imóveis em nome dos devedores mas prometidos à venda aos terceiros-embargantes. A inércia dos embargantes-compradores, em não providenciar o registro do compromisso de compra e venda, deu causa à penhora indevida.” (STJ, REsp 264930/PR, 4ª Turma, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, julg.: 13/09/00, public.: 16/10/00 - grifou-se).

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Nesse sentido também manifestou-se esta Corte

Estadual:

“APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PRELIMINARES. EXTINÇÃO DO PROCESSO POR ABANDONO. IMPROCEDÊNCIA. NECESSÁRIA A INTIMAÇÃO PESSOAL DO REQUERENTE PARA QUE PROVIDENCIE O ANDAMENTO DO FEITO. MANDADO RECEBIDO POR PESSOA DIVERSA DA EMBARGANTE. INSUFICIÊNCIA. ATO SUPRIDO. DESNECESSIDADE DE REPETIÇÃO. INTEMPESTIVIDADE DOS EMBARGOS. INOCORRÊNCIA. PRAZO DO ARTIGO 1.048 QUE FLUI APENAS A PARTIR DA ASSINATURA DA CARTA DE ARREMATAÇÃO. MÉRITO. AUSÊNCIA DE REGISTRO DE ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA DO IMÓVEL PENHORADO. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA 84 DO STJ. ALIENAÇÃO OCORRIDA ANTES MESMO DO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. BOA-FÉ DA EMBARGANTE QUE NÃO RESTOU INFIRMADA. NOVAS PROVAS JUNTADAS COM A APELAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. EVENTUAL FRAUDE CONTRA CREDORES QUE NÃO PODE SER DECRETADA NO ÂMBITO DOS PRESENTES EMBARGOS. SÚMULA 195 DO STJ. SUCUMBÊNCIA QUE DEVE SER ATRIBUÍDA À EMBARGANTE QUE, COM SUA OMISSÃO, AO DEIXAR DE REGISTRAR A ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA, DEU CAUSA Á CONSTRIÇÃO OCORRIDA. SÚMULA 303 DO STJ. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.” (TJPR, 16ª CC, Acórdão nº 16589, AC nº 510664-7, Re l. Francisco Eduardo Gonzaga de Oliveira, j. 17/03/201 0, DJ 14/04/2010)

“APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS DE TERCEIRO - IMÓVEL CONSTRITADO EM EXECUÇÃO - INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE DIREITOS DE IMÓVEL FINANCIADO - AUSÊNCIA DE REGISTRO - IRRELEVÂNCIA - FATO QUE NÃO DESCARACTERIZA A POSSE E O DOMÍNIO PELOS EMBARGANTES - EXEGESE DA SÚMULA 84 DO STJ - COMPROVAÇÃO DA POSSE - POSSE EFETIVAMENTE TRANSFERIDA - BOA-FÉ DOS EMBARGANTES DEVIDAMENTE COMPROVADA - ENCARGOS DA SUCUMBÊNCIA - AUSÊNCIA

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DE REGISTRO DA TRANSMISSÃO IMOBILIÁRIA - PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE - ISENÇÃO DO EMBARGADO - RECURSO PROVIMENTO PARCIAL. 1. – (...) 2. – (...) 3. - Havendo inércia da adquirente em proceder ao registro - no seu nome - do contrato de compra e venda do imóvel junto ao Cartório competente, a responsabilidade pelo pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios alusivas aos Embargos de Terceiros por aquela manejado - para afastar a penhora efetivada em face de dívida do anterior proprietário - não pode ser imputada ao exeqüente, que indicou à penhora os bens que estavam registrados em nome do executado. Esse, o corolário do princípio da causalidade.” (TAPR; 15ª CC; Ac. nº 868. AC nº 0214261-6; Rel. Carvílio Da Silveira Filho; j. 10/05/2005; unânime; DJ 6877)

“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS DE TERCEIRO - EXECUÇÃO - NULIDADE DA PENHORA - AUSÊNCIA DE CULPA DO CREDOR-EMBARGADO - DESÍDIA DO EMBARGANTE EM PROCEDER AO REGISTRO DO BEM - VERBAS DE SUCUMBÊNCIA NÃO DEVIDAS. "(...) II - Tratando-se de embargos de terceiro, imprescindível que se averigúe, na fixação dos honorários, quem deu causa à constrição indevida. III - O credor não pode ser responsabilizado pelos ônus sucumbenciais por ter indicado à penhora imóvel registrado no Cartório de Imóveis em nome dos devedores mas prometido à venda aos terceiros-embargantes. A inércia dos embargantes-compradores, em não providenciar o registro do compromisso de compra e venda, deu causa à penhora indevida". (STJ - 4a Turma, REsp 264930/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 13/09/00). RECURSO CONHECIDO E PROVIDO". (TAPR, 2ª CC; Apel. Cív. n 0180810-2, rel. Rosana Fachin, j. 07/08/2002; Ac. : 147130).

Como acima explicitado, a causa primária e

preponderante da ocorrência da penhora foi o fato de não ter sido registrada a

compra pelo próprio embargante.

Não procede pois, nessa parte, o apelo de Paulo Sérgio

Trento, devendo ser mantida a sentença singular.

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Conclusão

Do exposto, propõe-se que o recurso de apelação 1

interposto por Amadeu Martins Estrela seja conhecido e desprovido e o

recurso de apelação 2 interposto por Paulo Sérgio Trento seja conhecido e

desprovido, nos termos do voto do Relator.

Decisão

ACORDAM os Desembargadores integrantes da Décima

Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por

unanimidade de votos, em conhecer da apelação 1 e, no mérito, negar

provimento e, conhecer da apelação 2 e, no mérito, negar provimento, nos

termos do voto do Desembargador Relator.

Participaram do julgamento os Desembargadores

RENATO NAVES BARCELLOS e JOATAN MARCOS DE CARVALHO.

Curitiba, 18 de agosto de 2010.

SHIROSHI YENDO

Relator