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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DÉBORAH ALINE COSTA E SILVA CARACTERÍSTICAS DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E SUA ASSOCIAÇÃO COM O RISCO NUTRICIONAL DE ALCOOLISTAS INTERNOS PARA DESINTOXICAÇÃO: UMA SÉRIE DE CASOS VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2017

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Page 1: DÉBORAH ALINE COSTA E SILVA CARACTERÍSTICAS DO … · “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” Salmos 116:12. Toda a minha gratidão para a minha

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

DÉBORAH ALINE COSTA E SILVA

CARACTERÍSTICAS DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E SUA

ASSOCIAÇÃO COM O RISCO NUTRICIONAL DE ALCOOLISTAS INTERNOS

PARA DESINTOXICAÇÃO: UMA SÉRIE DE CASOS

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2017

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Déborah Aline Costa e Silva

CARACTERÍSTICAS DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E SUA

ASSOCIAÇÃO COM O RISCO NUTRICIONAL DE ALCOOLISTAS INTERNOS

PARA DESINTOXICAÇÃO: UMA SÉRIE DE CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob orientação da Professora Drª Luciana Gonçalves de Orange e Coorientação da Professora Drª Suzana Mangueira de Oliveira.

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2017

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Catalogação na Fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Ana Ligia F. dos Santos, CRB-4/2005

S586c Silva, Déborah Aline Costa e.

Características do consumo de bebidas alcoólicas e sua associação com o risco nutricional de alcoolistas internos para desintoxicação: uma série de casos./ Déborah Aline Costa e Silva. - Vitória de Santo Antão, 2017.

58 folhas. il., graf., tab.

Orientadora: Luciana Gonçalves de Orange. Coorientador: Suzana Mangueira de Oliveira.

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV. Bacharelado em Nutrição, 2017.

Inclui referências, apêndices e anexo.

1. Alcoolismo. 2. Estado Nutricional. 3. Nutrição em Saúde Pública. I. Orange, Luciana Gonçalves de (Orientadora). II. Oliveira, Suzana Mangueira de (Coorientadora). Título.

616.861 (23.ed.) BIBCAV/UFPE- 005/2018

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Déborah Aline Costa e Silva

CARACTERÍSTICAS DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E SUA

ASSOCIAÇÃO COM O RISCO NUTRICIONAL DE ALCOOLISTAS INTERNOS

PARA DESINTOXICAÇÃO: UMA SÉRIE DE CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Graduação em Nutrição do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco em cumprimento a requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Data: 28/12/2017

Banca Examinadora:

______________________________________

Profª Cybelle Rolim de Lima

Universidade Federal de Pernambuco

_______________________________________

Profª Maria Izabel Andrade

Universidade Federal de Pernambuco

_______________________________________

Profª Geórgia Mônica Marques de Menezes

Universidade Federal de Pernambuco

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A Deus, minha família e amigos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço infinitamente a Deus pelo dom da vida, pela oportunidade de

ter chegado até aqui, e seu amor para comigo durante toda a minha vida

acadêmica. Sem Ele não teria conseguido e sua presença foi que me

fortaleceu nos momentos mais difíceis dessa jornada. “Que darei eu ao Senhor,

por todos os benefícios que me tem feito?” Salmos 116:12.

Toda a minha gratidão para a minha família, entre eles aos meus pais

que sempre me apoiaram, aconselharam, oraram e choraram comigo em cada

fase da minha vida. A minha avó materna Maria do Bom Parto P. dos Santos

(Mariinha), que desde criança cuidou e cuida de mim com uma força que vem

do céu. A minha irmã Alana Héllen Costa e Silva, pelo seu amor e

companheirismo. Ao meu noivo Jeftés Leon da Silva Lima pelo seu amor,

paciência, força, orações e tantas outras dádivas.

Agradeço aos meus amigos da graduação, em especial a Maria Isabela

e aos amigos da igreja na qual frequento pelas orações e apoio durante esse

caminho. As bibliotecárias Giane da Paz, Jaciane Freire, Ana Lígia e Fernanda

Bernardo, aos técnicos e bolsistas por todo carinho durante o meu estágio.

Sou grata a minha orientadora Luciana Gonçalves de Orange e a minha

coorientadora Suzana Mangueira de Oliveira, pessoas fundamentais para a

conclusão do presente estudo. A professora Maria Izabel de Andrade, pela

importante contribuição no meu trabalho. Tenho certeza que escolhi

professoras com mentes brilhantes! Obrigada por todo conhecimento

compartilhado.

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RESUMO

O consumo do álcool é apontado como um dos importantes problemas de saúde pública no mundo e é considerado um problema de ordem social a depender da quantidade e da frequência de uso, pois pode provocar danos graves à saúde, assim como comprometer o relacionamento familiar, social e as condições de trabalho. O uso abusivo do álcool pode estar associado a problemas clínicos e nutricionais. Portanto faz-se necessário monitorar o individuo alcoolista, no momento de sua admissão, através de instrumentos que avaliem o risco nutricional desses indivíduos, para que sejam realizadas as intervenções relacionadas à alimentação e nutrição, que possam direcionar os cuidados necessários e assim minimizar os prejuízos acarretados pelo uso abusivo do álcool. Avaliar a associação das características do consumo de bebidas alcoólicas com o risco nutricional em alcoolistas internos para desintoxicação. Estudo série de casos, descritivo e quantitativo, que foi realizado em uma Instituição hospitalar do município de Vitória de Santo Antão no estado de Pernambuco, no período de setembro a outubro de 2017. Foi aplicado um questionário da ABEP, 2014 estruturado e adaptado, contendo variáveis socioeconômicas, clínicos e nutricionais. Também foi aplicado um questionário sobre o consumo do álcool em relação ao primeiro contato, frequência, número de copos e o tipo da bebida. Para avaliação da situação clínica e nutricional foi aplicado o instrumento de triagem nutricional NRS 2002 – Nutritional Risk Sereening, e feito a avalição nutricional através de Índice de Massa Corporal (IMC) na admissão dos pacientes dentro de 72 horas. Participaram do presente estudo 24 indivíduos, predominantemente do sexo masculino, com idade que variou entre 27 e 77 anos, e todos se enquadraram na classe socioeconômica baixa. A maioria (83,3%) relatou ter iniciado o consumo do álcool na fase da infância/adolescência. Quanto ao estado nutricional, destaca-se um maior percentual de indivíduos sem excesso de peso (87,5%). No que diz respeito à avaliação do risco nutricional na admissão, cerca de 29,2% dos pacientes apresentaram risco nutricional, porém não houve diferença estatística. Ressalta-se a importância da continuidade do projeto tendo em vista que o mesmo relata as consequências do alcoolismo e também incentiva mudanças no hábito alimentar.

Palavras-chaves: Alcoolismo. Estado Nutricional. Nutrição.

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ABSTRACT

Alcohol consumption is considered as one of the major public health problems in the world and is considered a social problem depending on the quantity and frequency of use, as it can cause serious damage to health, as well as compromise the family, social relationship and working conditions. Ethnic abuse may be associated with clinical and nutritional problems. Therefore, it is necessary to monitor the alcoholic individual, at the time of admission, through instruments that assess the nutritional risk of these individuals, so that interventions related to food and nutrition, which can direct the necessary care and thus minimize the losses caused by the abusive use of alcohol. To evaluate the association of the characteristics of the consumption of alcoholic beverages with the nutritional risk in internal alcoholics for detoxification. A descriptive and quantitative case series study was carried out in a hospital institution in the city of Vitória de Santo Antão, state of Pernambuco, from September to October 2017. A structured and adapted ABEP questionnaire, socioeconomic, clinical and nutritional variables. A questionnaire on alcohol consumption was also applied in relation to the first contact, frequency, number of glasses and type of drink. To evaluate the clinical and nutritional situation, the nutritional screening instrument NRS 2002 - Nutritional Risk Sereening was applied and nutritional assessment was done through Body Mass Index (BMI) at the admission of the patients within 72 hours. Twenty-four individuals, predominantly males, ranging in age from 27 to 77 years old, participated in the study, all of them in the low socioeconomic class. The majority (83.3%) reported having started drinking alcohol in the childhood / adolescence phase. Regarding nutritional status, a higher percentage of individuals without excess weight (87.5%) stands out. Regarding nutritional risk assessment at admission, approximately 29.2% of the patients presented nutritional risk, but there was no statistical difference. The importance of the continuity of the project is emphasized since it reports the consequences of alcoholism and also encourages changes in eating habits.

Key-words: Alcoholism. Nutritional status. Nutrition.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 - Caracterização sóciodemográfica e econômica de indivíduos

alcoolistas internados em uma Instituição hospitalar no município de Vitória de

Santo Antão-PE, setembro – outubro de 2017. 25

Tabela 2 - Dados da saúde de indivíduos alcoolistas internados em uma

Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017. 28

Tabela 3 - Características do consumo de bebida alcoólicas de indivíduos

alcoolistas internados em uma Instituição hospitalar no município de Vitória de

Santo Antão-PE, setembro – outubro de 2017. 31

Tabela 4 - Associação entre os dados sociodemográficos, IMC e consumo do

álcool com o Risco nutricional de indivíduos alcoolistas internados em uma

Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017. 33

Figura 1 - Consumo total de álcool por habitante de cada país com idade de 15

anos ou mais, em litros de álcool puro, 2010. 13

Gráfico 1 - Índice de Massa Corporal de indivíduos alcoolistas internados em

uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro

– outubro de 2017. Erro! Indicador não definido.

Gráfico 2 - Risco nutricional de indivíduos alcoolistas internados em uma

Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017. 30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA Alcoólicos Anônimos

ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

APAMI Associação de Proteção a Maternidade e a Infância

CAPS AD II Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas

CB Circunferência do Braço

CCS Centro de Ciências da Saúde

CISA Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

CMB Circunferência Muscular do Braço

ERICA Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes

GABA Ácido Gama-Aminobutírico

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de Confiança

IMC Índice de Massa Corporal

INPAD Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas

Públicas do Álcool e outras drogas

Ltda Sociedade empresarial de responsabilidade limitada

NRS Nutritional Risk Sereening

OMS Organização Mundial da Saúde

ONG Organização Não Governamental

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PAA Programa de Apoio ao Alcoolistas

PCT Prega Cutânea Tricipital

PIB Produto Interno Bruto

SDA Síndrome da Dependência de Álcool

SM Salário Mínimo

SNC Sistema Nervoso Central

SWK Síndrome de Wernicke-Korsakoff

TCLE Termo de Consetimento Livre Esclarecido

UFES Universidade Federal do Espírito Santo

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SUMÁRIO

1 Introdução ..................................................................................................... 10

2 Revisão da literatura ..................................................................................... 13

2.1 Epidemiologia do uso de bebidas alcoólicas e suas características .......... 13

2.2 Álcool e seus efeitos ao organismo. ........................................................... 15

2.3 Estado nutricional e o alcoolismo ............................................................... 16

3 Justificativa .................................................................................................... 18

4 Objetivos ....................................................................................................... 19

5 Materiais e métodos ...................................................................................... 21

5.1 Período e Local do Estudo ......................................................................... 21

5.2 Desenho do Estudo .................................................................................... 21

5.3 Critérios de Elegibilidade ............................................................................ 21

5.4 Operacionalização do Estudo ..................................................................... 22

6 Resultados e Discussão ................................................................................ 24

8 Conclusão ..................................................................................................... 35

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .... 44

APÊNDICE B - FICHA DE REGISTRO DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS,

CLÍNICOS E NUTRICIONAIS (ADAPTADO ABEP, 2014) ............................... 46

APÊNDICE C - TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL - NRS 2002 – .............. 51

ANEXO A - APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS COM

SERES HUMANOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. ........................................... 53

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1 Introdução

O alcoolismo foi identificado no ano de 1856 por Magnus- Huss, um médico

sueco. O alcoolismo é uma intoxicação crônica que afeta todo o sistema fisiológico e

psicológico do indivíduo, no qual o mesmo faz uso da substância para causar

conforto ou aliviar sintomas indesejáveis proporcionados pela abstinência (REIS, et

al., 2014).

A Síndrome da Dependência do Álcool (SDA) é um transtorno que se constitui ao

longo da vida. É um fenômeno que depende da interação de fatores biológicos e

culturais – por exemplo, religião e valor simbólico do álcool em cada comunidade –

que determinam como o indivíduo vai se relacionando com a substância, em um

processo de aprendizado individual e social do modo de se consumir bebidas. Nesse

processo de aprendizado da maneira de usar o álcool, um dos fenômenos mais

significativos é o surgimento dos sintomas de abstinência. Quando a pessoa passa a

ingerir a bebida para aliviar esses sintomas é estabelecida uma forte associação que

sustenta tanto o desenvolvimento quanto a manutenção da dependência

(GIGLIOTTIA; BESSA, 2004).

O uso abusivo compreende um modo de consumo caracterizado pelas

complicações físicas e/ou psíquicas e pode ser classificada de duas formas, a

intoxicação alcoólica aguda e crônica. A aguda é caracterizada por um estado agudo

e transitório de perturbação da consciência e/ou do estado cognitivo secundário ao

consumo de bebida alcoólica. Já o alcoolismo crônico, ou síndrome de dependência,

é caracterizado como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e

fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de bebida alcoólica

(FERREIRA et al., 2011).

O consumo do álcool é apontado como um dos importantes problemas de saúde

pública no mundo e é considerado um problema de ordem social a depender da

quantidade e da frequência de uso, pois pode provocar danos graves à saúde, assim

como comprometer o relacionamento familiar, social e as condições de trabalho

(OMS, 2011). Além disso, quanto mais precoce o primeiro contato com a bebida,

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maior será o risco para a dependência (PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO,

2004; SILVEIRA et al., 2008; ROZIN; ZAGONEL, 2012).)

No Brasil, o consumo total estimado do álcool é equivalente a 8,7 litros por

pessoa, quantidade superior à média mundial (OPAS, 2015) e segundo a

Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014), estima-se em torno de 6,2 litros de

álcool puro por pessoa, equivalente a cerca de 13,5g por dia.

Segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) em 2015, cerca

de 372 bilhões de reais são gastos anualmente em decorrência de problemas

relacionados ao álcool, este total equivale a 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na atualidade a propaganda de bebidas alcoólicas, principalmente de cerveja,

ampliou-se atingindo várias ferramentas de comunicação incluindo as redes sociais.

Os alvos principais da publicidade do álcool são os adolescentes e adultos, através

de propagandas com alta criatividade, a fim de estimular o consumo (PINSKY;

JUNDI, 2008).

O álcool pode está relacionado com a incidência de câncer de boca e de

orofaringe. Além disso, o excesso do consumo do álcool pode alterar a secreção,

motilidade e permeabilidade gástrica, podendo desenvolver um quadro de gastrite.

Quanto à absorção de nutrientes no intestino delgado, torna-se prejudicado devido

ao consumo agudo e crônico o que pode acarretar alterações nutricionais nesses

indivíduos. (MINCIS et al., 1995),

A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar distúrbios e riscos

nutricionais, e também a gravidade desses, para então traçar condutas que

possibilitem a recuperação ou manutenção adequada do estado de saúde

(SAMPAIO, 2012). Portanto faz-se necessário monitorar o individuo alcoolista, no

momento de sua admissão, através de instrumentos que avaliem o risco nutricional

desses indivíduos, para que a sejam realizadas as intervenções relacionadas à

alimentação e nutrição, que possam direcionar os cuidados necessários e assim

minimizar os prejuízos acarretados pelo uso abusivo do álcool.

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A partir deste contexto, evidencia-se a pertinência de investigar em alcoolistas

internos para desintoxicação o seu risco nutricional, bem como associar esse risco

às características desse consumo.

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2 Revisão da literatura

2.1 Epidemiologia do uso de bebidas alcoólicas

Mundialmente, há uma grande variação do consumo do total de álcool per

capita, sendo mais elevado na região da Europa, Ásia, uma parte América do Norte

e Oceania; intermediário na região do América do Norte e Sul e sudeste Asiático; e

por fim um baixo consumo nas mediações da África como pode ser observado na

Figura 1 (OMS, 2014).

Figura 1

-

Consum

o total

de

álcool

por

habitant

e de

cada

país

com idade de 15 anos ou mais, em litros de álcool puro, 2010.

Fonte: World Health Organization (2014).

Cerca de 14.000 mortes de crianças e jovens com menos de 19 anos de

idade foram atribuídas ao álcool em 2010. O álcool provocou em média cerca de

uma morte a cada 100 segundos nas Américas contribuindo com mais de 300.000

mortes na região em 2012 (OPAS, 2015).

No Brasil, estima-se que 74,6% da população já fez uso de álcool alguma vez

na vida e que a prevalência de dependência de álcool chegue a 9,3% e de seu uso

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pesado, a 15,5%. Esses números mostram a dimensão desse mercado no país e

alguns riscos associados à ingestão de bebidas alcoólicas (LARANJEIRA et al.,

2010).

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool

e outras drogas (INPAD, 2012), entrevistou cerca de 4607 indivíduos acima de 14

anos, em municípios sorteados no Brasil. O uso abusivo do álcool nessa amostra foi

de 45% na região Norte, 50% no Sul, 56% no Sudeste, 57% no Centro-Oeste e 72%

no Nordeste.

Na Região Nordeste, 3% da população bebe todos os dias, 21% bebe 1 a 4

vezes/semana, 16% bebe 1 a 3 vezes/mês, 10% bebe menos de 1 vez/mês e 50%

bebe menos de 1 vez/ano ou nunca bebeu. Em relação à quantidade usual, 13% dos

bebedores reportaram consumo usual de 12 ou mais doses por dia de consumo e

25% relatou consumir 5 a 11 doses nessas ocasiões (LARANJEIRA et al., 2007).

Em Fernando de Noronha, 119 indivíduos foram entrevistados e 62,2%

declararam fazer uso de bebidas alcoólicas, destes, 40,34% foram considerados

alcoolistas pelo instrumento de triagem. Em relação ao uso de álcool durante a vida,

35,1% dos indivíduos, do grupo controle, responderam que já havia consumido

álcool em algum momento (FILIZOLA et al., 2008).

Um estudo de Silva et al. (2014), realizado no município de Vitória de Santo

Antão, identificou que a maioria dos indivíduos estudados eram do sexo feminino

(51,7%), com a idade média entre 30 a 59 anos (47,8%), e verificou que 40,6% dos

usuários entrevistados faziam o uso abusivo de bebidas alcoólicas.

Segundo o Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2009 apud MOURA;

MALTA, (2011), levando-se em consideração a dose de bebida (teor alcoólico),

existem duas classificações quanto ao consumo como: moderado a intenso (heavy

drinking) e abusivo (binge drinking), de uso esporádico a dependência.

Trabalho realizado por Coutinho et al. (2016) com 74.589 adolescentes,

participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), em

124 municípios brasileiros, demonstrou que os tipos de bebidas mais frequentes

consumidos foram os drinques à base de vodca, rum ou tequila, seguidos de

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cerveja. No Norte e Nordeste, a cerveja foi à bebida mais referida, enquanto os

drinques à base de vodca, rum ou tequila foram os mais referidos nas regiões

Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Aproximadamente 68% dos adolescentes consumiram

de 1 a 2 vezes e 7,7% de 10 ou mais vezes dentro de 30 dias. Entre os

adolescentes que consumiam bebidas alcoólicas, 24,1% beberam pela primeira vez

antes de 12 anos de idade, sendo 26,6% do sexo masculino e 21,7% do feminino.

As bebidas alcoólicas podem ser divididas em: fermentadas, destiladas e

licores. Dentre estas a que apresenta maior teor alcoólico é a destilada, em torno de

40%, esta constituída de cereal (centeio, milho, cevada), cana-de-açúcar ou suco de

frutas que são fermentados e depois destilados. (ORNELAS, 2001).

Assumindo esse contexto epidemiológico, é notório que o uso abusivo do

álcool tem se expandido gradativamente em todo o mundo. Sendo assim, os

consumidores apresentam problemas psicológicos, sociais, clínicos e nutricionais

decorrentes desse uso.

2.2 Álcool e seus efeitos ao organismo.

O álcool é considerado uma droga depressora do Sistema Nervoso Central

(SNC) que devido ao seu uso exagerado, pode ocasionar vários problemas

biopsicossociais. (REIS et al., 2014).

No SNC, a intoxicação pelo álcool está relacionada com o aumento da

neurotransmissão pelo Ácido Gama-Aminobutírico (GABA). Este aminoácido é

secretado por neurônios com capacidade de estimular sinapses inibitórias. Com o

uso abusivo do álcool, pode tornar as membranas endurecidas ou enfraquecidas,

podendo alterar a permeabilidade da membrana facilitando a entrada de substâncias

nocivas (COSTA, 2003).

No sistema cardiovascular o consumo de mais de três drinks diários vem

sendo relacionado a inúmeros efeitos adversos relacionados às doenças

cardiovasculares, como arritmia, hipertensão arterial, derrame hemorrágico e morte

súbita (RIQUE et al., 2002). Segundo o estudo Monica/Kora (1987) apud Batlouni

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(2006), homens que consumiam 0,1 a 19,9g por dia de álcool tiveram uma redução

altamente significante da incidência de doença aterosclerótica coronária.

No trato digestório, vários órgãos são afetados. A esofagite de refluxo está

associada ao uso excessivo de bebidas alcoólicas, pois o álcool prejudica a função

do esfíncter inferior do esôfago, reduzindo seu tônus, provocando seu relaxamento

espontâneo. Esse mecanismo agride a mucosa esofágica pelo contato do ácido

gástrico, aumentando o risco de câncer de esôfago (FIGUINHA; FONSECA;

MORAES-FILHO, 2005).

De acordo com o aumento do consumo de álcool, maiores são as chances de

desenvolver o carcinoma hepatocelular, pois o acetaldeído, produto do metabolismo

do álcool, atua diretamente das células do fígado (WÜNSCH-FILHO, 2013). Uma

das consequências mais graves do alcoolismo é a síndrome de Wernicke-Korsakoff

(SWK), relacionada à deficiência nutricional da vitamina B1 (tiamina), responsável

por sinais e sintomas neuropsiquiátricos. O álcool interfere na absorção de tiamina

através do sistema de transporte ativo, causando danos cerebrais (THOMAZ et al.,

2014).

Sendo assim, o uso abusivo do álcool, através dos estudos demonstrados

acima, pode acarretar várias comorbidades como câncer no trato digestório,

deficiências nutricionais levando a quadros de desnutrição, distúrbios metabólicos e

síndrome, que irão levar à piora na qualidade de vida desses indivíduos, trazendo

maior risco de mortalidade para os mesmos.

2.3 Estado nutricional e o alcoolismo

O método antropométrico utilizado na avaliação nutricional consiste no estudo

de medidas do corpo humano. É um método não-invasivo, de fácil execução, rápido

e de baixo custo. Os pontos de corte podem ser determinados estatisticamente,

estabelecendo assim, quais os pacientes que necessitam de uma intervenção,

possibilitando ainda a discriminação de níveis de má nutrição (VÍTOLO, 2008).

Sendo assim, cabe à nutricionista iniciar a avalição nutricional juntamente com

outros instrumentos de triagem na admissão dos pacientes.

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O IMC (Índice de Massa Corporal) é um indicador que possibilita avaliar a

massa corporal total do indivíduo em relação à altura. É de fácil aplicabilidade sendo

muito utilizado em pesquisas epidemiológicas e na prática clínica. O IMC abaixo da

normalidade predispõe o indivíduo a doenças associadas à desnutrição (SAMPAIO,

2012).

Segundo o estudo de Andrade (2016), com 121 alcoolistas internados no

período de desintoxicação, a avaliação nutricional utilizando o IMC, apresentou um

resultado 75,2% de eutrofia. Em relação ao estudo de Sobral-Oliveira et al. (2011)

encontraram em sua pesquisa um IMC médio de 26,2 ± 6,8 Kg/m², sendo este

classificado como sobrepeso.

Ferreira et al. (2015) em seu estudo transversal com 25 pacientes adultos,

avaliou o estado nutricional utilizando o IMC. Houve uma prevalência de sobrepeso

de 80% e obesidade de 8% nesses pacientes com dependência química em

tratamento ambulatorial.

Em uma amostra com 254 adultos, 175 do grupo de início de tratamento e 79

de terceiro mês nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de Curitiba-

PR. Ambos apresentaram alterações no estado nutricional, tanto baixo peso como

excesso de peso este último está relacionado com o tempo de uso de álcool

(RIBEIRO; CARVALHO, 2016).

O instrumento NRS 2002 – Nutritional Risk Sereening é uma triagem que

permite identificar se o indivíduo apresenta risco de desnutrição, dependendo da

condição patológica, através do IMC, perda ponderal e gravidade da doença. Este

instrumento também adiciona a idade avançada (≥ 70 anos) como fator de risco. O

instrumento utiliza pontuação variável entre 0 e 6. Quando o resultado da somatória

é maior ou igual a três pontos, o paciente é classificado como em risco de

desnutrição. Ao final, sugere a indicação de intervenção de nutrição para os

pacientes desnutridos (FIDELIX, 2014).

Em um estudo realizado por Ruivo (2007), no Hospital São João de Deus em

Vila Nova de Famalicão – Portugal, com uma amostra constituída por 108 doentes

(50% sexo feminino), com uma idade média de 75 anos, a frequência de desnutrição

encontrada foi de 71,3% pela Nutritional Risk Sereening (NRS) 2002.

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O álcool fornece 7,1kcal/g de calorias “vazias”, pois não estão presentes

outros nutrientes como proteínas, minerais ou vitaminas. O consumo exagerado

deste tipo de bebida pode favorecer o excesso de peso e o aumento da gordura

corporal (SENGER et al., 2011).

O acompanhamento da avaliação nutricional através de instrumentos

antropométricos é um método de rastreio para identificar os riscos presentes no

paciente internado. Através destas estratégias é possível identificar precocemente

desvios nutricionais, proporcionando intervenções e estratégias adequadas,

promovendo saúde e favorecendo a qualidade de vida desses indivíduos.

3 Justificativa

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Sabendo-se do crescente consumo de bebidas alcoólicas e das repercussões

nutricionais que o uso abusivo pode acarretar aos indivíduos alcoolistas, evidencia-

se a necessidade de investigar o risco nutricional no momento de admissão desses

indivíduos, tendo em vista que a identificação do risco pode proporcionar um melhor

direcionamento no tratamento dietoterápico dos mesmos, melhorando seu

prognóstico.

Salienta-se também a importância de verificar a associação das

características do consumo de bebidas alcoólicas desses indivíduos com o risco

nutricional, devido a escassez de estudos, proporcionando um melhor entendimento

dessa relação e possibilitando ao profissional da nutrição, junto a outros

profissionais da equipe de saúde, traçar estratégias de promoção da saúde com o

intuito de evitar/minimizar os efeitos deletérios do uso abusivo dessa droga.

4 Objetivos

Objetivo geral:

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Avaliar a associação das características do consumo de bebidas alcoólicas

com o risco nutricional em alcoolistas internos para desintoxicação.

Objetivos específicos:

- Caracterizar a amostra de acordo com os dados sociodemográficos, clínicos e

nutricionais;

- Identificar o risco nutricional desses indivíduos;

- Investigar as características de consumo das bebidas (tipo de bebida, volume

consumido, frequência e início do consumo).

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5 Materiais e métodos

5.1. Período e Local do Estudo

O estudo foi realizado em uma Instituição hospitalar do município de Vitória

de Santo Antão no estado de Pernambuco, no período de setembro a outubro de

2017. O referido hospital atende portadores da Síndrome da Dependência de Álcool

(SDA) cerca de dez anos e dispõe de 39 leitos para estes pacientes, sendo o tempo

de internação média em torno de 30 dias.

O município de Vitória de Santo Antão está localizado na Mesorregião da

Zona da Mata Sul do estado de Pernambuco, distante 53 Km da capital Recife.

Abrange uma área de 368 Km2 e possui uma população total de 137.578 habitantes

(IBGE, 2017).

5.2. Desenho do Estudo

Consistiu-se em um estudo série de casos, descritivo e quantitativo. A

amostra foi por conveniência de forma aleatória simples, de acordo com as

admissões que ocorriam no período do estudo.

5.3 Critérios de Elegibilidade

Critérios de inclusão

Pacientes com diagnóstico de Síndrome da Dependência de Álcool internados

na Instituição no período da coleta de dados, atendendo o protocolo para ser

avaliado de até 72 horas após a admissão.

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Critérios de exclusão

Portadores de deficiência física e psíquica que impedisse a realização da

avaliação antropométrica;

Pacientes que recusaram a realização da entrevista e/ou que não aceitaram

assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A).

5.4 Operacionalização do Estudo

A coleta de dados foi realizada durante o período de 72 horas após a

admissão de novos pacientes, dentro de uma sala de reunião do hospital. Para a

coleta das informações, foi aplicado um questionário estruturado e adaptado

contendo variáveis socioeconômicas, demográficas, clínicas e nutricionais. Para a

avaliação dos aspectos socioeconômicos e demográficos (raça, renda familiar per

capita, escolaridade, número de filhos, tipo de moradia, estado civil, religião, classe

social, número de pessoas por residência) foi utilizado o sistema de classificação de

acordo com os critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP,

2014). Quanto ao estilo de vida, foi questionado a prática de atividade física,

tabagismo, presença de comorbidade, medicação controle e comportamento do

sono. Em relação ao consumo do álcool, verificou-se a frequência, idade do primeiro

contato, volume consumido (foi calculado considerando 1 copo de 200ml) e tipo de

bebida (APENDICE B).

Para avaliar o risco nutricional, foi aplicado o instrumento NRS 2002 –

Nutritional Risk Sereening (Apêndice C).

Foram aplicados os questionários e realizada a avaliação nutricional. Os

participantes foram pesados utilizando-se uma balança eletrônica digital, tipo

plataforma, da marca Filizola®, com capacidade máxima de 150 Kg e precisão de

100 g e a estatura será medida com o paciente descalço, na posição de Frankfurt,

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por meio do estadiômetro fixo à balança plataforma com capacidade para 1,90 m e

precisão de 1 mm.

A construção do banco de dados foi feita no programa Microsoft Office Excel

2010 e a análise estatística realizada no software Epi-info versão 3.5.4 (CDC/WHO,

Atlanta, GE, USA). As variáveis contínuas foram testadas quanto ao caráter da

normalidade pelo teste de Kolmogorov Smirnov com correção de Lilliefors e

apresentadas como médias e desvio-padrão. Na descrição das proporções,

procedeu-se uma aproximação da distribuição binomial à distribuição normal pelos

intervalos de confiança (IC95%), sendo constatadas diferenças significativas quando

não houvesse sobreposição dos respectivos IC95%.

A participação dos pacientes em responder ao questionário e permitir a coleta

dos dados, foi mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido -

TCLE (APÊNDICE A).

O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com

Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE e aprovado sob o

protocolo: 55297416.0.0000.5208 (ANEXO A)

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6 Resultados e Discussão

A amostra avaliada no presente estudo foi predominantemente do sexo

masculino (n=23) com idade que variou entre 27 e 77 anos, e idade média

47,37±11,00 anos. Além disso, o número de pessoas por residência obteve média

de 2,20±1,25. A média de número de filhos foi de 1,75±2,26. Todos os indivíduos

residiam em moradia de alvenaria, porém sem revestimento. Quanto à religião, a

maioria pertencia a alguma crença, sendo 62,5% católico (Tabela 1). Segundo

Adamczyk, (2012) apud Silva, Paschoa e Martins (2015), as participações em

grupos de jovens, estudos bíblicos e cultos dominicais, auxiliam na manutenção de

comportamentos abstêmios em relação ao álcool, sendo ainda melhor quando

acompanhados de práticas esportivas, às vezes mantidas pela própria organização

religiosa a que pertencem.

Conforme apresentado na Tabela 1, não foram encontradas diferenças

significantes quanto ao percentual de indivíduos incluídos e distribuídos nas

variáveis: cor (raça), ocupação, grau de instrução e classe social. Maior parte dos

pacientes tinham renda de até um salário mínimo, e todos se enquadraram em

classe socioeconômica baixa.

Em um estudo realizado por Primo e Stein, (2004), com 1.044 indivíduos na

cidade do Rio Grande do Norte, houve maior prevalência na classe social mais baixa

em dependentes químicos. Desta forma, a literatura demonstra que indivíduos que

são de classe social mais baixa têm uma chance maior de apresentar problemas

vinculados ao álcool. Os problemas sociais e outras repercussões de base

econômicas são fatores que levam ao indivíduo a procura do consumo do álcool.

Além disso, por falta de oportunidades diversificadas de lazer, uma das alternativas

que são de baixo custo e de fácil acesso é o consumo de bebidas alcoólicas.

De acordo com um levantamento feito pela Organização Não Gorvenamental

Casa do Zezinho (ONG), 95% das crianças das comunidades atendidas pela

organização (em áreas carentes de São Paulo), entre 10 e 11 anos, consomem

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álcool com os pais nos fins de semana. De acordo com os representantes do

projeto, um dos motivos para o alto índice de consumo de álcool nas comunidades

carentes é a falta de alternativas de diversão e entretenimento para essa parcela da

população. Além disso, há pouca ou nenhuma oferta de cinemas, teatros e outros

eventos culturais nos bairros de São Paulo (IG, 2017). Sendo assim, opções de lazer

para as comunidades carentes juntamente com as ONGs, são possibilidades para

minimizar o impacto do álcool nessa característica de população.

Tabela 1 - Caracterização sóciodemográfica e econômica de indivíduos alcoolistas

internados em uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE,

setembro – outubro de 2017.

Variáveis Categorias N % IC95%

Sexo Masculino 23 95,8 (79,9-99,9)* Feminino 1 4,1 (0,1-21,1) Cor Branca 10 41,7 (22,1- 63,4) Preta 8 33,3 (15,6 - 55,3) Parda 6 25 (9,8 - 46,7) Estado Civil Casado 2 8,3 (1,0 - 27,0) Separado judicialmente 9 37,5 (18,8 - 59,4) Divorciado 1 4,2 (0,1 - 21,1) Solteiro 12 50 (29,1 - 70,9)* Ocupação Empregado 11 45,8 (25,6 - 67,2) Desempregado 13 54,2 (32,8 - 74,4) Renda Sem renda 1 4,2 (0,1-21,1) Até 1 SM 18 75 (53,3-90,2)* Até 5 SM 5 20,8 (7,1-42,2) Tipo de Religião Sem religião 7 29,2 (12,6 - 51,1) Católico 15 62,5 (40,6 - 81,2)* Evangélico 1 4,2 (0,1 - 21,1) Espírita 1 4,2 (0,1 - 21,1) Moradia Alugada 8 33,3 (15,6 - 55,3) Própria 14 58,3 (36,6 - 77,9)* Cedida 2 8,3 (1,0 - 27,0) Grau de instrução Analfabeto/ Fundamental incompleto 10 41,7 (22,1 - 63,4) Fund. 1 completo / Fund. 2 incompleto 6 25,0 (9,8 - 46,7) Fund. 2 completo/ Fund. 3 incompleto 6 25,0 (9,8 - 46,7) Superior completo 2 8,3 (1,0 - 27,0) Tipo de moradia Alvenaria sem revestimento 24 100 (100 – 100) Classe Social C 16 66,6 (44,7 - 84,4) D/E 8 33,3 (15,6 - 55,3)

*N - Número absoluto; *%- Percentual *SM-Salário mínimo *IC95% – intervalo de confiança de 95%.

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No estudo de Andrade et al.(2012), com 50 alcoolistas e de Andrade, et al.

(2016) com 121 internados em um hospital de Pernambuco, foi observado também

que a maior parte da amostra foi constituída de pessoas com baixa escolaridade,

inativos ou desempregados no momento da pesquisa, com baixa renda.

Com relação aos dados de saúde e estilo de vida dos entrevistados (Tabela

2), destaca-se que a maioria não praticava atividade física (n= 21, 87,5%; IC95%=

67,6-97,3). Tem-se o conhecimento de que praticar atividade física ajuda na

melhora da qualidade de vida do indivíduo dependente do álcool, pois está

associada à liberação de adrenalina, dopamina, serotonina e a endorfina, que agem

no cérebro proporcionando-lhe prazer e relaxamento (ROSSI; TIRAPEGUI, 2003

apud SILVA; FONSECA; OLIVEIRA, 2015).

No estudo de Mialick, Fracasso e Sahdm (2010), com 30 jovens do sexo

masculino que estavam em tratamento da dependência química em uma

comunidade terapêutica no interior de São Paulo, observaram que no início do

estudo, 7% se mostraram altamente motivados e no término do programa 30%

estavam motivados para continuar a prática das atividades. Os autores afirmam que

a atividade física auxilia no tratamento do dependente, pois quando eles estão no

período de abstinência do álcool, precisam suprir a falta da droga, portanto a prática

da atividade física pode suprir essa sensação de prazer e melhora no humor.

Vale salientar que já são promovidas pela equipe de saúde da Instituição

algumas atividades de exercício físico para esses indivíduos durante o internamento,

pelos profissionais da fisioterapia, como estratégia de reabilitação motora que auxilia

no bem-estar físico e mental desses usuários.

Em relação ao tabagismo, houve maior frequência de fumantes (n=15, 62,5%,

IC95%= 40,6 - 81,2). Quanto a associação do tabagismo e o álcool, no estudo de

Tiyo, Tiyo e Júnior (2011), com 482 universitários de uma faculdade privada de

Maringá, Paraná, identificou uma associação de cigarro com bebidas alcoólicas

entre os acadêmicos de 76,92% (n=35) para o sexo feminino e 100% para o sexo

masculino. Desde 1976, Griffiths; Bigelow e Liebson relataram que existe um vínculo

entre o álcool e a nicotina, pois ambas substâncias estimulam os mesmos

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receptores dopaminérgicos e desta maneira favorecem o desejo compulsivo por

outra droga.

Diante dos estudos apresentados acima, observa-se que quando esses

indivíduos estão no período de abstinência do álcool (internamento), há um aumento

de consumo do cigarro como forma de lidar com a falta da substância. Esse

comportamento parece estar associado com a busca de alternativas para aliviar a

ansiedade e o estresse ocasionados pela ausência da droga no organismo. Após a

prática de atividade física, há melhora no humor, diminuindo assim afetos negativos

(tristeza, raiva, angústia).

Quanto à presença de comorbidades, 62,5% não apresentavam nenhuma

patologia associada ao alcoolismo e nem utilizavam medicação controle (58,3%),

entretanto salienta-se que foram relatadas algumas comorbidades como a

hipertensão arterial, diabetes e hepatopatias. Quanto ao comportamento do sono,

45,8% responderam que conseguiam dormir bem. Ressalta-se que não houve

diferenças significativas entre essas variáveis, conforme pode ser visualizado na

Tabela 2. Porém, No estudo de Portugal, Corrêa e Siqueira (2010), entre as

comorbidades clínicas mais frequentes, foram a hipertensão e doenças no aparelho

digestório, sendo a esteatose de maior predominância, nos 160 dependentes

acompanhados no Programa de Atendimento ao Alcoolista (PAA), no ambulatório de

clínica médica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Já em relação ao sono, no estudo de Araújo et al. (2014), com 662 estudantes

universitários de Fortaleza, a ocorrência de má qualidade do sono estavam

presentes em tabagistas e etilistas.

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Tabela 2 – Dados da saúde e estilo de vida dos indivíduos alcoolistas internados em

uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017.

Variáveis Categorias N % IC95%

Prática de atividade

física

Sim 3 12,5 (2,7-32,4)

Não 21 87,5 (67,6-97,3)*

Fuma Nunca 7 29,2 (12,6 - 51,1)

Ex-fumante 2 8,3 (1,0 - 27,0)

Fumante 15 62,5 (40,6 - 81,2)

Comorbidade Sim 9 37,5 (18,8 - 59,4)

Não 15 62,5 (40,6 - 81,2)

Sono (Dorme bem?) Sim 11 45,8 (25,6 - 67,2)

Não 8 33,3 (15,6 - 55,3)

Às vezes 5 20,8 (7,1 - 42,2)

Medicação controle Sim 10 41,7 (22,1-63,4)

Não 14 58,3 (36,6-77,9)

Fonte: SILVA, D. A. C. (2017) *N - Número absoluto; *%- Percentual *IC95% – intervalo de confiança

de 95%.

Quanto ao estado nutricional dos avaliados destaca-se um maior percentual

de indivíduos sem excesso de peso (87,5%), apresentando uma média de IMC de

21,87±2,77 Kg/m2, que variou entre 17,31 e 29,31 kg/m², demonstrando que a

maioria dos indivíduos eram eutróficos quanto ao seu IMC (Figura 1).

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Gráfico 1- Índice de Massa Corporal de indivíduos alcoolistas internados em uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro – outubro de 2017.

1-Sem excesso de peso; 2-Com excesso de peso

Fonte:

SILVA,

D. A.

C.

(2017)

N

o

estud

o de

Andra

de et

al.

(2016), com 121 alcoolistas adultos em uma instituição hospitalar no interior de

Pernambuco, verificou-se que 75,2% eram eutróficos segundo o IMC, porém 66,1%,

83,5% e 88,4% eram desnutridos, de acordo com a Prega Cutânea Tricipital (PCT),

a Circunferência do Braço (CB) e a Circunferência Muscular do Braço (CMB),

respectivamente.

Contextualizar melhor os dados antropométricos, (apenas imc do estudo e

houve ainda quase 30% de pcient c risco.

Outro estudo realizado em um centro de reabilitação de alcoolistas,

denominado de Alcoólicos Anônimos (AA), situado na cidade Caruaru, no Agreste de

Pernambuco/Brasil, com 43 alcoolistas, foi verificado que IMC dessa população

avaliada foi de 26,9(+/- 5,1) kg/m2. De acordo com este parâmetro, 60% das

mulheres apresentaram estado nutricional eutrófico e 40% apresentaram obesidade

(LIMA et al., 2015). O IMC é usado para diagnosticar excesso de peso, pois foi

comprovada sua alta correlação com adiposidade, porém uma das suas limitações é

não distinguir a composição corporal (massa magra e gordura). Portanto, é

necessário um conjunto de outros parâmetros nutricionais como as circunferências,

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pregas e razões (antropometria), exames laboratoriais e avaliação clínica, pois

isoladamente, não fornece o diagnóstico nutricional (VITOLO, 2008).

No que diz respeito à avaliação do risco nutricional na admissão, cerca de

29,2% dos pacientes apresentaram risco nutricional, porém não houve diferença

estatística entre os resultados da amostra estudada, conforme a Figura 2. Sendo

demonstrado, mais uma vez, a necessidade da utilização de outros parâmetros

nutricionais associados com a triagem nutricional para avaliar o estado nutricional,

diferenciando assim a composição corporal dos entrevistados com mais precisão.

1-Com risco; 2-Sem risco.

Font

e:

SIL

VA,

D.

A. C.

(2017)

E

m

relaç

ão às

carac

terísti

cas

do

cons

umo de bebidas alcoólicas (Tabela 3), destaca-se que frequência do consumo do

álcool da maioria dos indivíduos avaliados foi diária (91,7%) e 83,3% iniciaram o

consumo na infância/adolescência. Ressalta-se ainda que 79,2% cosumiam mais de

3 copos (>600ml) /dia de bebidas alcoólicas. Esses resultados são semelhante aos

de Silva et al. (2015), que identificou em sua pesquisa com 31 sujeitos em

tratamento por dependência química que 77,41% dos entrevistados tiveram o

Gráfico 2 - Risco nutricional de indivíduos alcoolistas internados em uma

Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017.

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primeiro contato com a substância no período da infância/adolescência. O estudo de

Matos et al. (2010), com 776 adolescentes em escolas públicas nas capitais do

Brasil no período de 1997 a 2004, constatou-se que a iniciação ao uso de drogas

vêm ocorrendo em média a partir dos doze anos de idade.

Tabela 3 - Características do consumo de bebida alcoólicas de indivíduos alcoolistas

internados em uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE,

setembro – outubro de 2017.

Variáveis Categorias N % IC95%

Frequência do

consumo do

álcool

Semanalmente 2 8,3 (1,0 - 27,0)

Diariamente 22 91,7 (73,0 - 99,0)*

Início do contato

com o álcool

Infância/Adolescência 20 83,3 (62,6-95,3)*

Adulta 4 16,7 (4,7-37,4)

Número de

copos

2/3 copos 5 20,8 (7,1 - 42,2)

>3copos 19 79,2 (57,8 - 92,9)*

Tipo de bebida Destilada 15 62,5 (40,6-81,2)

Fermentada e destilada 9 37,5 (18,8-59,4)

*N - Número absoluto; *%- Percentual; * IC95% - Intervalo de Confiança

Fonte: SILVA, D. A. C. (2017)

Segundo esses estudos, percebe-se que o período da infância/adolescência é

considerado de grande susceptibilidade ao início do uso de drogas, pois essa fase

apresenta algumas características como a curiosidade e a influência de amigos que

podem levar a experimentação de substâncias psicoativas, principalmente as

bebidas alcoólicas por se tratar de droga lícita e de fácil acesso.

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No estudo de Coutinho et al. (2016), com 1.247 adolescentes em 124

municípios brasileiros, verificou-se uma maior consumo de bebidas destiladas

(vodca, rum e tequila), nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Segundo os

autores, esse tipo de bebida, é a predileta por apresentar maior teor alcoólico (40%)

proporcionando efeitos rápidos, semelhante à alta ingestão. Esses achados

corroboram com os aqui encontrados, entretanto é importante destacar que dentre

as bebidas destiladas mais consumidas, a cachaça se sobressaiu, provavelmente

pelo fato desses indivíduos residirem em um município que possui uma fábrica

dessa bebida que é conhecida internacionalmente retratando maior publicidade do

produto, facilitando assim a aquisição desse tipo de bebida pelos usuários, embora

não foi verificado diferença significante entre os tipos de bebidas consumidas. A

aguardente de cana-de-açúcar é um tipo de bebida produzida no Brasil que recebe a

denominação típica e exclusiva de cachaça e apresenta graduação alcoólica de 38

% vol (trinta e oito por cento em volume), sendo obtida pela destilação do mosto

fermentado do caldo de cana-de-açúcar. (BARROS; RIBEIRO; ROLIM, 1989 apud

ORANGE, 2011).

Na associação do risco nutricional com algumas variáveis socioeconômicas

(classe social, grau de instrução, renda) não foi verificada nenhuma associação. Por

outro lado, foram encontradas associações positivas com esse parâmetro, no que

diz respeito a frequência do consumo (100%) e estado nutricional - indivíduos sem

excesso de peso segundo o IMC (100%) (Tabela 4).

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Tabela 4 - Associação entre os dados sociodemográficos, Índice de Massa Corporal

e consumo do álcool com o Risco nutricional de indivíduos alcoolistas internados em

uma Instituição hospitalar no município de Vitória de Santo Antão-PE, setembro –

outubro de 2017.

NRS

Variáveis Sim (n=7) Não (n=17)

Classe social N % IC95% n % IC95%

C 3 42,9 (9,9-81,6) 5 29,4 (10,3-56,0)

D/E 4 57,1 (18,4-90,1) 12 70,6 (44,0-89,7)

Grau de instrução Analfabeto/ Fundamental incompleto

2 28,6 (3,7-71,0) 8 47,1 (23,0-72,2)

Fund. 1 completo / Fund. 2 incompleto

2 28,6 (3,7-71,0) 4 23,5 (6,8-49,9)

Fund. 2 completo/ Fund. 3 incompleto

2 28,6 (3,7-71,0) 4 23,5 (6,8-49,9)

Superior completo 1 14,3 (0,4-57,9) 1 5,9 (0,1-28,7) Renda Sem renda 0 0 (0,0-0,0) 1 5,9 (0,1-28,7) Até 1 SM 4 57,1 (18,4-90,1) 14 82,4 (56,6-96,2)* Até 5 SM 3 42,9 (9,9-81,6) 2 11,8 (1,5-36,4) IMC Sem excesso de peso 7 100 (100-100)* 14 84,2 (56,6-96,2)* Com excesso de peso 0 0 (0,0-41,0) 3 17,6 (3,8-43,4) Frequência do consumo de álcool

Semanalmente 0 0 (0,0-41,0) 2 11,8 (1,5-36,4) Diariamente 7 100 (100-100)* 15 88,2 (63,6-98,5)* Início do 1º contato com o álcool

Infância/adolescência 6 85,7 (42,1-99,6) 14 82,4 (56,6-96,2)* Adulto 1 14,3 (0,4-57,9) 3 17,6 (3,8-43,4) Número de copos 2/3 copos (400-600ml) 6 85,7 (42,1-99,6) 14 82,4 (56,6-96,2)* >3 copos (>600ml) 1 14,3 (0,4-57,9) 3 17,6 (3,8-43,4) Tipo de bebida Destilada 5 71,4 (29,0-96,3) 10 58,8 (32,9-81,6) Fermentada/destilada 2 28,6 (3,7-71) 7 41,2 (18,4-67,1)

*N - Número absoluto; *%- Percentual; * IC95% - Intervalo de Confiança NRS- Nutritional Risk Sereening

Fonte: SILVA, D. A. C. (2017)

O consumo excessivo de álcool interfere de várias maneiras na nutrição

adequada, pois compete com os nutrientes desde sua ingestão até sua absorção e

utilização. Quanto maior a participação do álcool na dieta, menor a densidade e

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qualidade nutricional da alimentação (MOREIRA; MARTINIANO, 2008 apud

SENGER et al., 2011). Sendo assim, a depender da frequência e de outras

características de consumo como: volume, início do consumo, tipo de bebida e

concentração das mesmas, o álcool pode prejudicar o estado nutricional dos

indivíduos o que foi verificado nesse estudo.

No estudo de Barbosa e Ferreira (2011), com o objetivo de identificar o papel

da nutrição no processo reabilitatório de alcoólicos frequentadores assíduos do

Centro Psicossocial de Volta Redonda (CAPS AD II), verificou-se que a faixa etária

predominante de início do etilismo foi de 11 – 20 anos, representando 66% da

amostra analisada e que 64% dos avaliados apresentavam-se sem excesso de peso

e 36% com excesso de peso, semelhante aos achados do presente estudo, no qual

os entrevistados estavam em sua maioria com o estado nutricional adequado de

acordo com o IMC. Nesse mesmo estudo, a bebida de maior consumo verificada na

pesquisa foi a cachaça (68%). No presente estudo a maioria dos indivíduos que

apresentaram risco nutricional (71,4%), estão no grupo do tipo de bebida destilada,

porém não houve diferença estatística, talvez devido as limitações da amostra.

No presente estudo a maioria iniciou o consumo da bebida alcoólica na

infância/adolescência. Embora não tenha sido identificada associação entre o início

do consumo e risco nutricional, sabe-se que quanto mais precoce o início do uso de

drogas, maior será o risco para a dependência, que leva a consequências físicas,

mentais e sociais, sendo considerado um sério problema de saúde pública

(PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2004; SILVEIRA et al., 2008; ROZIN;

ZAGONEL, 2012).

Sendo assim, é de suma importância avaliar o risco nutricional bem como a

utilização de vários parâmetros nutricionais em alcoolistas. Devido à amostra

estudada ser limitada, se faz necessário dar continuidade ao estudo para que os

dados se tornem mais fidedignos.

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7 Conclusão

Observou-se que o início precoce e o tipo de bebida pode levar à prejuízos na

saúde e qualidade de vida dos mesmos.

Destaca-se a importância da equipe multiprofissional e interprofissional de

saúde, com objetivo de estimular esses indivíduos à mudanças no estilo de vida.

Além disso, chama-se atenção a importância da continuidade do referido projeto,

tendo em vista que o mesmo proporciona atividades de promoção da saúde para os

envolvidos.

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TIYO, M.; TIYO, R.; FELISBERTO JUNIOR, A. M.. Associação tabagismo – alcoolismo entre universitários de Maringá –PR. Revista Uningá, Ingá, v. 28 n. 1, p. 1-10, 2011Disponível em: <revista.uninga.br/index.php/uninga/article/download/946/609> Acesso em: 20 dez 2017.

VITOLO, M. R. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on alcohol and health - 2014 Genebra: WHO, 2014. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/112736/1/9789240692763_eng.pdf> Acesso em: 05 dez. 2016.

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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APÊNDICE B - FICHA DE REGISTRO DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS,

CLÍNICOS E NUTRICIONAIS (ADAPTADO ABEP, 2014)

Data da entrevista:___/___/___

Nome:_________________________________________ Idade:____ anos

Aspectos socioeconômicos:

Cidade de Procedência:____________________________

Cor ou raça:

1- branca 2- preta 3- amarela 4 -parda 5 -indígena

Estado civil?

1 - casado(a) 2 - desquitado(a) ou separado(a) judicialmente 3 - divorciado(a)

4 - viúvo(a) 5 - solteiro(a)

Nº de filhos: ____________

Atualmente está empregada? 1- Sim 2- Não

Profissão: _________________________

Nível de Renda Familiar: 1- até 1SM 2- até 5SM 3- até 10SM 4- mais que 10SM

Nº de pessoas na residência:

Moradia: 1- alugada 2- própria 3- cedida

Tipo de moradia:

1- Alvenaria sem revestimento

2- Madeira apropriada para construção (aparelhada)

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3- Taipa revestida

4- Taipa não revestida

5- Madeira aproveitada

6- Palha

7- Outro material

8- Sem parede

O (a) Sr. (a) pratica atividade física? Sim ( ) Não ( )

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Você faz atividade física REGULAR, isto é, pelo menos 30 minutos por dia,

todos os dias da semana, durante o seu tempo livre? Considere aqui as

atividades da sua rotina diária como o deslocamento a pé ou de bicicleta para

o trabalho, subir escadas, atividades domésticas, atividades de lazer ativo e

atividades praticadas em academias e clubes. Os 30 minutos podem ser

divididos em 3 etapas de 10 minutos.

a) ( ) Não

b) ( ) Sim

c) ( ) 2 a 4 vezes por semana

O (a) Sr. (a) fuma?

( ) Não, nunca fumei

( ) Ex- fumante. ( Parou a mais de 10 anos)

( ) Fumante

É praticante de alguma religião?

1- Sim 2- Não Se sim, qual? _________________________

Possui alguma comorbidade?

1- Sim 2- Não Se sim, quais? ___________________________

Dorme bem?

1- Sim 2-Não 3- às vezes Quantas horas por noite? __________

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Usa alguma medicação controle?

1- Sim 2-Não Se sim, qual e porquê? __________________________

O (a) Sr. (a) ingere bebidas alcoólicas?

( ) Sim ( ) Não

Qual a frequência?

( ) Raramente/Socialmente ( ) Semanalmente ( ) Diariamente

Com que idade foi o seu primeiro contato com o álcool?

( ) Antes dos 12 anos

( ) Dos 12 aos 14 anos

( ) Dos 15 aos 19 anos

( ) Depois dos 19 anos

O Sr (a) costuma consumir?

( ) Até 1 copo de bebida

( ) Até 2 copos de bebida

( ) Até 3 copos de bebida

( ) Mais de 3 copos de bebida

Qual das bebidas o Sr (a) bebe com mais frequência?

( ) Vinho

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( ) Vodka

( ) Cerveja

( )Whisky

( ) Cachaça

( ) Outra __________________________________

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Peso: ___ Altura: ____ IMC: _________

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APÊNDICE C - TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL - NRS 2002 –

Nutritional Risk Screening

Triagem inicial (tabela 1) SIM NÃO

1 IMC <20,5 ?

2 O paciente perdeu peso nos últimos 3 meses?

3 O paciente reduziu a aceitação alimentar na última semana?

4 O paciente está muito doente? (ex. UTI)

SIM: caso tenha a resposta “SIM” para qualquer uma das perguntas, aplicar a triagem da

tabela 2.

NÃO: caso a resposta for “NÃO” para todas as questões, o paciente deverá ser triado

semanalmente. Ex. caso o paciente seja submetido a um procedimento cirúrgico grande,

devemos considerar uma terapia nutricional preventiva para evitar qualquer risco nutricional.

Triagem final (tabela 2)

Estado nutricional Gravidade da doença ( aumento das

necessidades)

Ausente

Score 0

Estado nutricional

adequado

Ausente

Score 0

Necessidades nutricionais sem

alterações

Leve

Score 1

Perda ponderal > 5% em

3 meses ou aceitação

alimentar < 50-75% do

adequado na semana

anterior

Leve

Score 1

Fratura no fêmur*, pacientes

crônicos, e em particular com

complicações aguda: cirrose*,

DPOC*.

Hemodiálise crônica, diabetes,

oncologia

Moderado

Score 2

Perda ponderal > 5% em

2 meses ou IMC 18,5 –

20,5 + queda do estado

geral ou aceitação

alimentar 25-60% do

adequado na semana

Moderado

Score 2

Grande cirurgia abdominal*,

derrame*.

Pneumonia grave, malignidade

hematológica

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anterior

Severo

Score 3

Perda ponderal > 5% em

1 mês (> 15% em 3

meses) ou IMC < 18,5 +

queda do estado geral ou

aceitação alimentar 0–

25% do adequado na

semana anterior

Severo

Score 3

trauma / ferida na cabeça*,

TMO*.

Paciente em terapia intensiva

(APACHE > 10)

Score: + = Score Total

Idade: se 70 anos: somar ( 1 ) ao Score Total (ajuste Score Total / idade)

Score 3: o paciente encontra-se em risco nutricional e é iniciada a terapia nutricional

Score < 3: re-triagem semanal. Ex. caso o paciente seja submetido a um procedimento

cirúrgico grande, devemos considerar uma terapia nutricional preventiva para evitar

qualquer risco nutricional.

RISCO NUTRICIONAL ( ) SIM ( ) NÃO

Alergia/ Intolerância Alimentar ( ) Sim ( ) Não

Qual:___________________________________

Uso de Prótese ( ) Sim ( ) Não Obs:____________________________________

Hábito Intestinal ( ) Regular ( ) Irregular

Obs:____________________________________

Via de Alimentação ( ) ORAL ( ) ENTERAL ( )

PARENTERAL

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ANEXO A - APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS COM SERES

HUMANOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DE

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PERNAMBUCO.

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