debate, televisão, generos

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    SUMÁRIOSUMÁRIO

    PROPOSTA PEDAGÓGICA  ......................................................................................................... 03DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS

     José Carlos Aronchi

    PGM 1

    TV COMO ENTRETENIMENTO  ................................................................................................. 16

     José Carlos Aronchi

    PGM 2

    TV E INFORMAÇÃO ...................................................................................................................... 28

     José Carlos Aronchi

    PGM 3

    TV E CRIANÇA ...............................................................................................................................  37

    O que é infantil nos programas infantis?

    Ria !arisa Ri"#s $#r#ira

    PGM 4

    TV E PUBLICIDADE ..................................................................................................................... 46

     José Anonio %ar&o

    PGM

    NOVAS PROPOSTAS PARA A TV ............................................................................................... 3

     A TV Digital e o futuro dos programas: uma visão tecnológica

    Anonio L#on#l &a L'(

    PROPOSTA PEDAGÓGICAPROPOSTA PEDAGÓGICA

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 2  .

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    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS

    Um programa para conhecer os programasUm programa para conhecer os programas

     José Carlos Aronchi  1

    Esta série vai permitir ao professor identificar as características dos gêneros e dos formatos

    dos programas de televisão. O objetivo é ajudar a entender a linguagem dessa indústria que é

    a televisão brasileira.

    Para atender a um mercado em constante evoluão! a televisão brasileira tem procurado

    acompan"ar o e#emplo das grandes redes internacionais! que montaram o que se pode c"amar

    de $indústria de produão de programas para %&'. (lgumas produ)es! como as novelas! por

    e#emplo! c"egaram a investir *+, 1-- mil por capítulo. (tualmente! com a diminuião dos

    custos! um capítulo de novela gira em torno de *+, /- mil.

    ( televisão brasileira vale0se da criatividade e do empen"o dos profissionais que trabal"amcom o veículo televisão para criar e desenvolver seus programas! que devem ser atrativos para

    o mercado publicitrio. 2istribuídos em atividades distintas! mas complementares! os

     profissionais de roteiri3aão! produão e direão formam o primeiro grupo especiali3ado.

    Outro grupo de profissionais são os especialistas na manipulaão e operaão de equipamentos

    e demais recursos técnicos da televisão! que atuam nas reas de udio! vídeo! lu3! c4mera!

    edião! entre outras. Esses dois grupos pertencem 5 categoria dos !"#$"%$&'"&. O terceiro

    grupo de profissionais que trabal"a em televisão é dos ()!*"%$&'"&. 6uitas outras categorias profissionais colaboram na elaboraão e desenvolvimento de programas7 "!+,$'-')&

    -*/-*-$!)& !)-&&)!-& -#"/)/)& "!'$&'"&  entre outros recrutados para atender a

    determinados gêneros de produão.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 3  .

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    8om esse leque de profissionais! “a televisão brasileira conquistou projeção mundial,

    exportando programas para mais de uma centena de países, o que traduz o reconhecimento

    da competência e criatividade dos nossos produtores audiovisuais” 9.

    P)! +,- -*'-*#-! ) /*-!) #)& !)/!""&5

    O estudo do gênero dos programas e#ige uma compreensão do desenvolvimento da televisão

    sob vrios aspectos! inclusive o tecnol:gico. ( identificaão dos recursos para produão de

    um gênero permite o recon"ecimento da tecnologia de udio! dos efeitos especiais no vídeo!

    do uso de equipamentos! enfim! das aplica)es técnicas aprimoradas em vrias produ)es!

    mesmo em canais diferentes. 8om as informa)es sobre o desenvolvimento "ist:rico de cada

    gênero! com a abordagem conceitual e técnica dos recursos utili3ados e! também! com os

    resultados alcanados no vídeo! c"ega0se a um perfil da produão em televisão! permitindo ao

     professor entender! juntamente com seus alunos! o planejamento! a organi3aão! a criaão! a

    implantaão e o desenvolvimento de programas. ;sso au#ilia no desenvolvimento crítico do

     público0cidadão! que pode avaliar e recon"ecer as técnicas de cada programa que prende sua

    atenão.

    Esta série de programas tem por objetivo mostrar a produão de diferentes gêneros e formatos

    da televisão brasileira7 programas de audit:rio! tal sho!! musicais! telejornais! infantis!

    novelas! entre outros. (lém da visão geral sobre o entretenimento na %&! que ser dada no

     primeiro programa! os outros quatro segmentos tratarão de programas ;nformativos!

    Educativos! da Publicidade e de novos gêneros.

    C%"&&$$") #"& "'-/)!$"& /*-!)& - )!"')& #)& !)/!""& #- TV

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    Esta série classifica os programas sob a :tica das emissoras! dos departamentos de produão e

    opera)es! que formam a indústria de programaão. Por isso! uma e#plicaão sobre a

    categori3aão dos programas! que dei#a claros os motivos que levam a uma padroni3aão!

     pode ser encontrada no manual de produão de programas desenvolvido pela >ritis"

    >roadcasting 8orporation! a rede >>8 da ;nglaterra7

     “"s programas devem# $. %ntreter& '. (n)ormar. " entretenimento * necess+rio para toda e

    qualquer id*ia de produção, sem exceçes. -odo programa deve entreter, senão não haver+

    audiência. ão implica entreter s/ no sentido de vamos sorrir e cantar. 0ode interessar,

     surpreender, divertir, chocar, estimular ou desa)iar a audiência, mas despertar sua vontade

    de assistir. (sso * entretenimento. 0rogramas com o prop/sito de in)ormar são necess+rios

     para toda produção, exceto aquela dirigida integralmente ao entretenimento 1bal*s,

    humorísticos, videoclipe etc.2 (n)ormar signi)ica possibilitar que a pessoa, no )inal da

    exibição, saiba um pouco mais do que ela sabia no começo do programa, sobre determinado

    assunto ou assuntos.” 

    Em suma! qualquer que seja a categoria de um programa de televisão! ele deve sempre

    entreter e pode tamb*m in)ormar e educar . Pode ser informativo e educativo! mas deve

    também ser de entretenimento.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 5  .

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    C"'-/)!$"& - /*-!)& #)& !)/!""& *" TV 9!"&$%-$!"?

    CATEGORIA

    ENTRETENIMENTO

    CATEGORIA

    INFORMAÇÃO(*2;%@A;O 2E>(%E8OB*C;+6O +O8;(B 2O8*6EC%DA;O8*B;CDA;O EC%AE&;+%(2E+ECO (nimado %EBEFOAC(B2O8*2A(6(E+POA%;&O CATEGORIAG;B6E EDUCAÇÃOH(6E +OI J8ompetiãoK E2*8(%;&O*6OAL+%;8O ;C+%A*%;&O;CG(C%;B

    ;C%EA(%;&O CATEGORIA6*+;8(B PUBLICIDADE

     CO&EB( 8(6(2(A(+;BE;A(+;%8O6 J8omédia de +itua)esK CATEGORIA

    %(B +OI OUTROS%EBE2A(6(%*AH;( JGicãoK E+PE8;(B&(A;E2(2E+ E&EC%O+IE+%EAC JGaroesteK AEB;H;O+O

    A!'- - T-%-:$&) ; O estudo do gênero em um veículo de comunicaão que utili3a as artes

     para o seu pr:prio desenvolvimento apro#ima a televisão dos elementos artísticos utili3ados

     para a criaão de um programa. Os roteiros ficcionais! vrios advindos de obras clssicas! e

     programas com a intenão de apro#imar0se ao cinema ou ao teatro! são e#emplos do estreito

    relacionamento da %& com as artes7 literatura! artes plsticas! artes cênicas e música. Por

    isso! torna0se necessrio recon"ecer os aspectos que influenciam a classificaão dos gêneros

    em algumas manifesta)es artísticas.

    D-$*$) #- )!"')< “3s )ormas são as características das coisas” 1 (rist:telesK. (

    classificaão de categoria e gêneros em televisão vem sempre acompan"ada de um conceito

    com poucas referências científicas7 trata0se do termo )!"')! tido como jargão no mercado

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 6  .

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    de produão! mas não recon"ecido ou sistemati3ado em obras científicas que abordam o tema.

    (ssociado ao gênero de um programa! est diretamente ligado a um formato. >uscamos na

    Gilosofia o significado de formatoQ para e#plicar essa parte principal de um programa de

    televisão. “3rist/teles constatou que a realidade consiste em v+rias coisas isoladas, que

    representam uma unidade de )orma e subst4ncia. 3 subst4ncia * o material de que a coisa se

    compe, ao passo que a )orma são as características peculiares da coisa'  R. Co caso dos

     programas de %&! a formaQ é a característica que ajuda a definir o gênero. “3 )orma de uma

    coisa, portanto, diz tanto sobre as suas possibilidades quanto sobre suas limitaçes' S.

    muita semel"ana entre gêneros e formatos na televisão no que se refere ao estudo de

    /*-!) *) ") da >iologia. (ssim como na >iologia e#istem os gêneros e as espécies! em

    televisão coe#istem os /*-!)& - )& )!"')&. Pode0se fa3er uma analogia! com as devidas

    diferenas! entre as -&=$-& da >iologia com os )!"')& da televisão. Ca >iologia! vrias

    espécies constituem um gêneroT os gêneros! agrupados! formam uma classe. Em televisão!

    vrios formatos formam um gênero de programaT esses gêneros de programa! agrupados!

    formam uma categoria.

    FORMATOS DOS PROGRAMAS NA TELEVISÃO BRASILEIRA8

    E>-%)& #- )!"')& #- !)#,) - " ,'$%$?") #)& /*-!)& *)& !)/!""& ") :$:) ),

    /!":"#)& - -&'@#$) ), - ->'-!*" :-(" *" /$*" 8.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 7  .

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    F)!"') A) V$:) G!":"#) E&'@#$) E>'-!*"

    (o vivo U U U U(udit:rio U U U U84mera OcultaJpegadin"asK

    U U

    8apítulo U U U2ebate U U U U2epoimento U U U U2ocumentrio U U2ublado U UEntrevista U U U UEpis:dio U U U

    Esquete U U UHame +"oV U U U U;nstrucional U U U;nterativo U U UBegendado U U6esa0Aedonda U U U U6usical U U U U

     Carraão em Off U U U U Coticirio U U U

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     produão de um gênero de programa de televisão. F)!"')  est sempre associado a um

    /*-!) assim como gênero est diretamente ligado a uma "'-/)!$".

    ( seguir! são apresentados trec"os que podem atestar a popularidade do termo7

    Formato: as características gerais de um programa de televisão1-.

     3 )orma geral de um programa de -5. "s aspectos de um programa de -5 11.

    “" formato  telenovela tem muitos elementos de produção que podem ser organizados paracriar uma resposta desejada do telespectador# melodrama, car+ter das personagens, elenco,

    di+logos, locaçes, cen+rios, propriedades, m6sica, )igurino, maquiagem, passos no cen+rio,

     planos de c4meras, hor+rios e periodicidade, edição e assim mais” 1.

    “7esde que adotou um  formato híbrido , mesclando as entrevistas de est6dio com

    reportagens externas, 8ente de %xpressão 19ede :andeirantes2 )icou mais pr/ximo da

    est*tica modernosa adotada pelos programas do n6cleo de 8uel 3rraes, na 8lobo” 19.

    “3mbos os países transmitem  formatos similares 1ex. 9oletrando no ;:- assemelhaortune”, dos %?32. 3mbos os  formatos  são apresentados com a mesma

    orientação# um convidado )amoso contra outro, ambos )ormulam perguntas ou pedem ao

    advers+rio para )azer algo 1ex. ;exol4ndia no ;:- e >amil@ >eud, dos %?32” 1/.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 9  .

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    E , /*-!) )#-)& -*)*'!"! :!$)& )!"')& #- !)/!""&.

    P)! ->-%)< C"'-/)!$" E*'!-'-*$-*') G*-!) V"!$-#"#-& F)!"')&< -*'!-:$&'"&

    ,&$"$& &)!'-$)& /"-& !-)!'"/-*&...

    TV - P!)/!"") ; ( televisão é como uma indústria que tem seus produtos 5 venda! no

    caso! os programas de %&. O comprador desse produto é o mercado publicitrio! que precisa

    identificar um público alvo e tem pouca disposião para o risco. $Poucos anunciantes desejam

    arriscar patrocinar programas não convencionais'  1?. Cas emissoras comerciais! a %& precisa

    atender 5s necessidades dos anunciantes! ao contrrio das educativas! que buscam as

    necessidades do público.

    O +,- = P!)/!"") ; Programaão é o conjunto de programas transmitidos por uma rede

    de televisão. O principal elemento para a programaão é o "orrio de transmissão de cada

     programa. ( economia é imprescindível "oje em dia para entender o funcionamento da

    televisão! desde a produão de programas até as estratégias de programaão e de marWeting1R.

    (tualmente! as emissoras comerciais baseiam0se nos dados de audiência para decidirem pela

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 10  .

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     programaão de um gênero em determinado "orrio. O principal fornecedor dessas

    informa)es é o ;>OPE J;nstituto >rasileiro de Opinião Pública e EstatísticaK! que trabal"a

    com pesquisa de mercado. O ;>OPE estima o número de aparel"os de %& ligados em um

    canal no mesmo "orrio.

    O +,- = G!"#- )!!$" ; ( distribuião dos programas em "orrios planejados e

     previamente divulgados pela emissora! desde o início da programaão até o encerramento das

    transmiss)es! cria um plano con"ecido como grade hor+ria semanal. ( grade "orria de uma

    emissora é o resultado das pesquisas de audiência e da estratégia de cada rede. +ua elaboraão

    grfica permite a visuali3aão da programaão semanal num único quadro.

    O9&.< P)#-;&- )9&-!:"! " -&'!"'=/$" #" !)/!"") )!$?)*'"% #- &-/,*#" " &->'";

    -$!". N) -&) )!!$) &) ->$9$#)& )& -&)& !)/!""&.

    O9(-'$:)& #" &=!$-<

    Esta série aborda apenas alguns dos 91 formatos aplicados em 9S gêneros distribuídos emcinco categorias. (s pesquisas e a criatividade profissional podem levar a uma nova

    classificaão. 8onclui0se que um mesmo programa de televisão pode ser classificado em

    vrias categorias! gêneros e também pode possuir vrios formatos. 8om o material desta série!

    o professor pode estimular os alunos a con"ecer as entran"as da produão audiovisual! suas

    rotinas operacionais! estratégias mercadol:gicas e determina)es tecnol:gicas! vindo a formar

    a consciência crítica dos novos e futuros produtores audiovisuais que podem surgir na sua sala

    de aula1S.

    ( proposta principal desta série é comear a fomentar! juntamente com os professores! novos

    centros de produão de programas de televisão em todos os Estados brasileiros! aproveitando

    os canais comunitrios! públicos e universitrios j e#istentes. ;sso vai ajudar a promover a

    criaão e a pluralidade das produ)es! com novos ol"ares sobre as comunidades que estão

    fora dos ei#os das grandes redes de %& que atualmente se concentram numa única região

     brasileira.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 11  .

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     É preciso conhecer os gêneros da televisão para depois subvertê-los

     A subversão dos gêneros é o caminho para descobrir formatos inéditos

    T-"& "9)!#"#)& *" &=!$- !ebate: "elevisão# gêneros e linguagens +,- &-!

    "!-&-*'"#" *) !)/!"" S"%') "!" ) F,',!)TV E&)%" #- 26 " 30 #-

     (,*) #- 2006<

    PGM 1 H TV )) -*'!-'-*$-*')

     Co primeiro programa! ser feita a apresentaão geral da série! com a classificaão das

    categorias! gêneros e formatos dos programas de televisão. ( %& como indústria audiovisual!

    que tem rotinas de trabal"o e normas para o desenvolvimento dos programas. Os principais

    recursos técnicos e de produão que diferenciam os programas. ( %& brasileira no conte#to

    internacional de produão! os gêneros de sucesso que são e#portados! como as novelas!

    documentrios e programas esportivos. *ma visão geral dos programas da categoria

    Entretenimento. Os e#emplos virão dos gêneros (udit:rio! Esportivo! Covela! umorístico!

    8olunismo +ocial e %alW +"oV. A #$&,&&) #-&&" &=!$- !-'-*#- -/"! $)!'J*$" #"

    #-&-*'!"%$?") #-&&- -$>) #- !)#,) que est concentrado nas regi)es +ul e +udeste.

     PGM 2 H TV - I*)!")

    O segundo programa da série vai abordar os programas da categoria $;nformaão'. (

    nature3a informativa da %&. ist:rico da informaão na televisão. Programas que marcaram o

    telejornalismo. Elementos do entretenimento necessrios para a transmissão da informaão. O

    que entretém não é somente a notícia! mas também o cenrio! o figurino! a gravata! o

     penteado! o rep:rter na rua! os enquadramentos de c4mera! iluminaão! aberturas dos

     programas! músicas! etc. Os gêneros informativos7 o telejornal! o documentrio! o programa

    de debates e de entrevista. O $infortenimento'! a informaão como entretenimento! e o

    $s"oVnalismo'! o jornalismo como um s"oV. Os canais de notícias / "oras. O

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 12  .

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    aproveitamento de reportagens de redes internacionais. ( diferena entre jornalismo e os

     programas de entretenimento que utili3am técnicas jornalísticas! como! por e#emplo! um

     programa de Entrevistas e um %alW +"oV.

    PGM 3 H TV - C!$"*"

     Co terceiro programa! ser mostrado um "ist:rico dos programas para crianas. 2iferenas

    entre os programas infantis nas %evês educativas e comerciais. Os programas educativos e

    instrutivos e as produ)es de entretenimento! como desen"os e filmes. (s cores do cenrio!

    do figurino! a duraão dos quadros e atra)es! que seguem o formato de programas para

    crianas e que prendem a atenão. ( necessidade de o apresentador abandonar o público

    infantil por quest)es de marWeting e imagem e buscar novos públicos! jovens e adultos! ou

    seja! seu público que cresceu. O que a criana gosta de ver na %&.

    PGM 4 H TV - P,9%$$#"#-

    O quarto programa pretende discutir7 $

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    PGM H N):"& !))&'"& "!" " TV

     ( indústria de novos formatos! a importaão de modelos de produtoras estrangeiras! como a

    Endemol J>ig >rot"erK e também novas propostas para o veículo com a c"egada da %&

    digital. O que muda[ 8omo a tecnologia também influencia a produão de novos formatos.

    (s perspectivas com a implantaão da %& digital no >rasil. ( %& na ;nternet. (s tevês

    comunitrias! universitrias e públicas! canais de e#perimentaão pr:#imos da comunidade.

    8omo fa3er a sua produão[ *m passo a passo do que é necessrio ] equipamentos bsicos ]

     para montar uma produão regional. 8omo o professor e os alunos podem produ3ir os +E*+

     programas7 roteiro e loca)es que servem de cenrios. E#perimentar novos formatos. (

    relaão das pessoas com a televisão. Ceste último programa! ser enfati3ada a import4ncia da

    descentrali3aão desse ei#o de produão. Pretende0se estimular o professor a tentar fa3er um

     programa de %& com a participaão dos alunos! buscando apoio de %evês universitrias e

    comunitrias.

    Noas:

     Jornalisa # ra&ialisa) Do'or #* Ci+ncias &a Co*'nica-o .US$/,

    0ro1#ssor # coorna&or &os La"ora2rios I*a3#* # So* &a

    UNINOVE .S$/) A'or Gêneros e formatos na televisão brasileira

    .E&iora S'**'s/ # cons'lor sa séri#)

    4 5Vale a pena registrar que, na mesma época (sic), a TV Rede TV! (e

    anc"ete) # em fase de ascensão no mercado interno e come$ando a

    concorrer com a Globo no eterior # superou estes gastos de produ$ão%

    &a novela 'orpo anto (*+), a Rede TV! (e anc"ete) despendeu

    recursos da ordem de -. /00%000%00 por cap1tulo, quase o dobro do

    or$amento atingido pela Globo%2  In: !#lo, o0) ci) 0) 67)

    8 !#lo, José !ar9'#s ) Revista 3mprensa , s##*"ro 4778)  GAARDER, Jos#in) 4 mundo de ofia5 romance da "ist6ria da

     filosofia% S-o $a'lo: Co*0anhia &as L#ras, ;

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     ARONC>I DE SOU?A, José Carlos) Gêneros e 7ormatos na Televisão

    8rasileira ) S-o $a'lo, S'**'s, 4778)

    O, An&ré) Gêneros radiof9nicos5 os formatos e os

     programas em :udio% S-o $a'lo: $a'linas, 4778)

    ;7 ELL!ORE, R) T#rr) ass edia ;ictionar

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    PROGRAMA 1PROGRAMA 1

    TV COMO ENTRETENIMENTO

     José Carlos Aronchi  1

     %m todo o espaço cultural indorasil que a televisão tem esta import4ncia. Cos Estados *nidos a televisão tem uma

    influência muito grande sobre a sociedade! por ser uma fonte de entretenimento popular 9.

     Ceste programa! faremos a apresentaão geral da série e também a classificaão das

    categorias! gêneros e formatos dos programas de televisão. 6ostraremos que a %& pode ser

    entendida como indústria! no caso! uma indústria audiovisual! que tem rotinas de trabal"o e

    normas para o desenvolvimento dos programas! visando atender ao público e aos anunciantes.

    Para entender a televisão como indústria! é necessrio con"ecer os principais recursos

    técnicos e de produão que diferenciam os programas. E nesses aspectos! a %& brasileira

    gan"ou espao no conte#to internacional de produão. O mundo todo con"ece algumas

     produ)es brasileiras. %emos gêneros de sucesso que são e#portados! como as novelas!

    documentrios e programas esportivos. E por isso! vamos tratar nesse programa! basicamente!

    dos programas da categoria E*'!-'-*$-*'). Os e#emplos virão dos gêneros A,#$'K!$)

    E&)!'$:) N):-%" ,)!&'$) C)%,*$&) S)$"% R-"%$' S) - T"% S). %odos os

     programas e#ibidos nas grandes redes de televisão são produ3idos ou no Aio de Faneiro ou em

    +ão Paulo! porque l estão os estúdios das c"amadas $cabea0de0rede'! que transmitem por

    satélite para todo o >rasil. A #$&,&&) #-&&" &=!$- !-'-*#- -/"! $)!'J*$" #"

    #-&-*'!"%$?") #-&&- -$>) #- !)#,) que est concentrado nas regi)es +ul e +udeste.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 16  .

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    GNEROS DA CATEGORIA ENTRETENIMENTO

    Esta série classifica os programas sob a :tica das emissoras! dos departamentos de produão e

    opera)es! que formam a indústria de programaão! como j comentamos na proposta

     pedag:gica.

    Em suma! qualquer que seja a categoria de um programa de televisão! ele deve sempre

    entreter e pode tamb*m in)ormar e educar . Pode ser informativo e educativo! mas deve

    também ser de entretenimento. 6esmo nos programas jornalísticos! o que entretém não é

    somente a notícia! mas também o cenrio! o rep:rter na rua! os enquadramentos de c4mera! a

    iluminaão! as aberturas e vin"etas. C:s gostamos de dar uma $ol"adin"a' no figurino do

    apresentador! na gravata! no penteado da apresentadora! no ternin"o da moa do tempo! etc.

    %odos esses itens comp)em os elementos do entretenimento na %&. 6as como eles são

    trabal"ados[ 8omo eles são usados para distrair e fa3er o telespectador entrar nesse mundo

    mgico[ 8ada programa aplica uma técnica diferente e agora vamos desvendar isso para que

    você! professor! também possa trabal"ar esses elementos do entretenimento com os seus

    alunos em vrias atividades didticas.

    O& !)/!""& #- ",#$'K!$)< $%amos sorrir e cantar& 

    ( televisão! como veículo de comunicaão de massa! promove artistas e forma ídolos que! por

    sua ve3! precisam do contato direto com o público para dar sinais de interaão com seus fãs.

    8"acrin"a! ebe 8amargo! Perdidos na Coite com Gausto +ilva! +ilvio +antos! Glvio

    8avalcanti são algumas das produ)es mais marcantes da "ist:ria do gênero audit:rio. Os

     programas que mais apro#imam o telespectador da realidade da produão em televisão são os

    de audit:rio! pois permitem a entrada do público nos estúdios ou locais preparados para

    gravaão. Cestes locais! o público é freq^entemente convidado a participar do programa.

    (tualmente! os programas de audit:rio são classificados pelas emissoras como &ariedades!

     principalmente porque são programas caracteri3ados pela apresentaão de música! comédia!

    quadros dramticos! dana e muitos outros/. 6as é importante se referir ao gênero pela

    denominaão anterior! para mel"or compreensão da sua "ist:ria e do seu desenvolvimento.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 17  .

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    Os programas de audit:rio prendem a atenão do público e do telespectador pela variedade

    das atra)es apresentadas num s: programa! apro#imando0se da mesma linguagem utili3ada

     pelo circo. O público do gênero audit:rio também aparece para mostrar alegria! animaão!

    interesse! podendo cantar! danar e dar opinião! sempre instigado pela figura de um

    apresentador que centrali3a as aten)es e condu3 o programa. ( produão deste gênero que se

    notabili3ou pela apropriaão total da linguagem televisiva foi o 0rograma do Ahacrinha.

     Co início! os programas de audit:rio estavam sempre ligados a um nome! o do apresentador

    ou apresentadora! que fa3em o sucesso do gênero. 8"acrin"a! F. +ilvestre! Glvio 8avalcanti!

    +ilvio +antos! ebe 8amargo deram origem a outros que permaneceram no ar em vrias

    redes! utili3ando0se das mesmas técnicas usadas pelos antecessores. Aaul Hil JAecordK! Hugu

    Biberato J+>%K! Gausto +ilva JHloboK são alguns apresentadores que mantêm a f:rmula

    $vamos sorrir e cantar'?  presente na grade de programaão da %& brasileira! j com a

    denominaão atual de programa de $&ariedades'. O elemento principal para os programas

    que levam o público ao estúdio é o controle do audit:rio. ( sucessão de quadros musicais!

    entrevistas! jogos e atra)es diversas fa3em do programa de audit:rio um gênero que aceita

    facilmente vrios formatos7 " pequenas reportagens! debates! videoclipes e encena)es que

    dão o ritmo da produão. 2aí uma mel"or denominaão! que parte das emissoras! em

    classificar essas produ)es de programas de $&ariedades'.

    VARIEDADES

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    &ariedades são os programas de audit:rio p:s0modernos na %&! e promovem uma guerra de

    audiência com prejuí3o para o telespectador que vê! ri! c"ora e se espanta com tudo o que é

    apresentado. uma tentativa de dar continuidade 5 f:rmula desenvolvida por ebe

    8amargo! +ilvio +antos! Glvio 8avalcanti! entre outros! " décadas. (lguns programas

    tentam manter o nível das atra)es! mas os escorreg)es são freq^entes. O grotesco e o bi3arro

    têm sido os ingredientes de programas do gênero &ariedades! que preenc"em a tarde e a noite

    da %& brasileira com assuntos inusitados e que levam para a %& os mais variados desastres e

    conturba)es7 pessoas com doenas graves! deforma)es no corpo! brigas de família! crimes!

    abusos policiais... E carregam ainda uma dose assistencialista! pedindo au#ílio aos

    necessitados6.

    ( populari3aão dos programas de &ariedades! com forte envolvimento com os assuntos

    grotescos! é apontada por 6uni3 +odré como uma falta de capacidade de criaão que impera

    atualmente na %& brasileira7 “o :rasil, o empobrecimento ou a banalização da mensagem

    televisual decorre, na verdade, da incapacidade do comunicador 1desde a direção das

    estaçes at* os produtores de programas2 de entender a verdadeira natureza do veículo que

    controla e de elaborar mensagens especí)icas”  7.  O apresentador 8arlos 6assa! o Aatin"o!

    recebe o título que não assume7 o $pai' da bai#aria moderna na %&8. 6as Aatin"o não

    esconde o queijo! ele di3 que se inspirou em muitos que se utili3aram da sua linguagem

    simples e deboc"ada7 “Bazzaropi * meu grande inspirador. 0rocuro seguir a mesma linha

    desse gênio na arte de se comunicar com o povo. 5ou continuar escrachando e )alando pra

    nossa gente simples minha linguagem de deboche que agride e ao mesmo tempo diverte” 9.

    COLUNISMO SOCIAL

    O colunismo social tem uma trajet:ria na televisão que tenta seguir o camin"o do jornalismo!

    mas não encontra fYlego para gerar credibilidade! por isso apresenta um misto de talW s"oV!

     propaganda institucional e telecompra. Em 1Z`/! o pioneiro (maur Fr.! seguindo o estilo

    carismtico do jornalista ;bra"im +ued! o mais famoso colunista social da "ist:ria da

    imprensa brasileira10! implantou na %& Ha3eta uma coluna social eletrYnica11. +ua c4mera

     passou a circular por festas e lanamentos de produtos nos quais! religiosamente! o anfitrião e

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 19  .

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    de e#ibião são fi#ados de forma que atendam aos interesses das empresas que compram os

    direitos de transmissão e são encai#ados na grade de programaão. Cão e#iste evento

    esportivo no mundo que se reali3e sem essa clusula no contrato de transmissão. Ca maioria

    dos grandes eventos esportivos! as negocia)es são feitas entre as emissoras e as empresas de

    marWeting esportivo detentoras dos direitos de transmissão ou promotoras do evento. Por isso!

    não é raro os torcedores de futebol comparecerem ao estdio 5s "oras de um dia qualquer

    da semana para assistir ao jogo programado para comear ap:s a novela.

    ;sso demonstra a fora do maior veículo de comunicaão! que alavanca os patrocínios

    esportivos e transforma o esporte em um gênero de televisão muito rentvel. Os programas

    c"egam a preenc"er duas ou três "oras da programaão. 8omparados a outros gêneros! uma

    novela por e#emplo! os custos de uma transmissão esportiva são relativamente bai#os! porque

    dispensam cenrios! a equipe técnica pode ser redu3ida e os salrios da equipe de produão e

     jornalismo são fi#os! independentemente do número de programas durante o mês. Cão é 5 toa

    que muitas das disputas pela compra de eventos esportivos! como a 8opa do 6undo de

    Gutebol ou as Olimpíadas! vão parar na justia13.

    UMORQSTICO

    $' Criiideee((( Fala pra mãe&

     :ordão do humorista 9onald 8olias para chamar um irmão que nunca aparecia, no

     programa “0raça da 3legria”, e que virou letra de m6sica do grupo -itãs.

    istoricamente! fa3er rir sempre deu resultado! tanto que “3rist/)anes e 0latão, na 8r*cia

    cl+ssica, utilizavamrasil também leva a

    fama de estimular as vendas de aparel"os de televisão no país1?.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 21  .

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    2urante o período da ditadura militar! os programas "umorísticos tra3iam mensagens

    codificadas que minimi3avam a pressão política e econYmica da época. (s dificuldades do

     povo passavam a ser engraadas. (pesar do "ist:rico de sucesso! os programas "umorísticos

    não estão presentes na grade de programaão de todas as redes por vrios motivos. Entre eles!

    a falta de disponibilidade de "umoristas j con"ecidos que atraiam a audiência e a necessidade

    de manter um elenco fi#o! o que torna o gênero custoso. ( falta de redatores leva o gênero a

    repeti)es contínuas das vel"as f:rmulas! com formatos que atravessaram o século - e! pelo

     jeito! vão ter lugar garantido na %& digital. 6aurício +"erman! diretor de grandes

    "umorísticos de sucesso desde a era do rdio! e#plica que é nesse formato que fica mais fcil

    apresentar os bons e vel"os temas de piadas que o público mais gosta7 de se#o! a do caipira na

    cidade grande! a escatol:gica! a de político corrupto e as dificuldades financeiras do País1R.

    MUSICAL

    ( fora da música popular brasileira junto ao público influenciou a criaão de um gênero!

    com as mesmas características! forte e popular. Os programas musicais estão presentes em

    todas as redes! 5s ve3es em forma de $especiais'! ou de audit:rio! ou de s"oVs ao vivo.

    %K! +om >rasil JHloboK! &iola 6in"a &iola J8ulturaK! é a mais tradicional. Os s"oVs com

     público! como o >em >rasil J8ulturaK! produ3idos e gravados em locais de maior dimensão!

    como praas ou estdios! também aparecem como elemento de valori3aão do artista e de

    aquecimento do espetculo.

    NOVELA

    O gênero favorito e também as produ)es brasileiras mais populares são as novelas. Este

    gênero também é classificado na literatura especiali3ada como teledramaturgia ou ficão. *m

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 22  .

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    e#emplo da valori3aão deste gênero est na grade de programaão! onde as novelas

    aparecem entre 1`7-- e 17-- "oras! separadas por telejornais! de cinco a seis dias por

    semana1S. ( Aede Hlobo ainda reprisa suas produ)es diariamente! no "orrio da tarde. (s

    "ist:rias são classificadas por Orti3 como realistas! literrias e comédias1`. O sistema de

     produão de telenovelas apresenta inúmeros elementos organi3ados para criar uma resposta

    desejada do telespectador7 melodrama! tipos! atores! dilogos! loca)es! cenrios!

     propriedades! música! figurino! maquiagem! planos de c4meras! "orrio! edião e muito

    mais1Z. ( rique3a de detal"es c"ega a ser "ollVoodiana! o que é confirmado por 2aniel Gil"o!

    diretor de novelas da Aede Hlobo! que confessa que sua f:rmula para produ3ir as novelas e

    aperfeio0las na %& ele buscou no cinema americano-. ( f:rmula é mundial7 Da telenovela *

    o produto mais rent+vel da hist/ria da televisão mundial” além do que $a telenovela paga

    toda a televisão brasileira”.

    A& -%)!-& *):-%"& !)#,?$#"& *) B!"&$% &-/,*#) )& -&-$"%$&'"& - !)$&&$)*"$& #-

    TV

    P!--!*$" T',%) E$&&)!" A*)1 2ancinQ 2as Hlobo 1ZS` Aoque +anteiro

    &ale %udoHloboHlobo

    1Z`?1Z``

    9 O >em0(mado Hlobo 1ZS9/ Pantanal 6anc"ete 1ZZ-? Huerra dos +e#os Hlobo 1Z`9R >eto AocWfeller %upi 1ZR`S Habriela

    ;rmãos 8oragemHloboHlobo

    1ZS?1ZS-

    `

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    detergentes J soap! sabão em inglêsK! que deram o suporte financeiro inicial 5s primeiras

     produ)es. O alto retorno publicitrio fe3 as empresas estimularem a e#portaão do gênero

     para a (mérica Batina1. Co >rasil! as novelas brasileiras percorreram camin"o semel"ante

    das soap operas dos E*(! com algumas inova)es. O sucesso da radionovela no >rasil desde

    1Z/1 se refletiu nas produ)es televisivas seriadas. ( primeira telenovela! ;ua 5ida me

     0ertence! de autoria de Ialter Goster! estreou em 1Z?1 na %& %upi. +omente em 1ZR9! com a

    estréia na %& E#celsior! de 'rasil em ---! bati3ado pela Aede Hlobo de o Himite! ap:s

    a sucesso de programas internacionais como ;urvivor ! da rede americana 8>+! o inglês -he

    $GII Jouse  e o espan"ol %l 8ran Jermano. %odos esses são espel"os do filme $%ruman

    +"oV'! no qual o personagem tem sua vida vigiada por c4meras espal"adas por toda a cidade!

    inclusive na casa dele. ( idéia vem de um fetic"e que! segundo Greud! est presente em todo

    ser "umano! o vo@eurismo. ( palavra vo@eur   surgiu no século U;U para designar os

    indivíduos que obtêm pra3er se#ual observando outras pessoas em situa)es de intimidade. O

    termo foi usado em 1`RR na obra 0s@chopathia ;exuallis! um catlogo que descreve vrias

    formas de fetic"e e perversão! de autoria do psiquiatra alemão Aic"ard von rafft Ebing. 6as

    foi o seu aluno +igmund Greud! o pai da psicanlise! quem soube e#plicar o mecanismo por

    trs desse pra3er de ver o proibido. Para ele! o vo@eurismo  fa3 parte da vida das pessoas

    comuns! e s: em casos e#tremos é que vira doena/.

    O gênero é marcado por vrios fracassos em alguns países e apenas dois modelos bem0

    sucedidos! o "olandês :ig :rother ?  e o ;urvivor  americano! que deram origem 5 onda de

    realit@ sho!s. *m Ynibus itinerante com bai#arias! criado na Espan"a! o %emptation ;sland!

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 24  .

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    tra3endo mul"eres e "omens bonitos assediando casais estveis! e a versão do >ig >rot"er na

    rede 8>+ americana não tiveram o mesmo sucesso de outros do gênero %&0realidade R. O

    formato ainda não est esgotado e cresce o interesse do público em bisbil"otar a vida do

    cidadão comum através de c4meras! escondidas ou não. O sucesso do gênero fe3 a A%B da

    (leman"a produ3ir uma versão para gordin"os! o >ig 2iet. %rancafiados numa casa! os

    obesos tin"am uma dieta rigorosa e gan"ou quem c"egou mais pr:#imo do peso ideal. “"s

     9ealit@ ;ho!s apresentam questes signi)icativas sobre o papel da -5 na )ormação dos

    indivíduos e do corpo coletivo. ;eria a -5 uma versão contempor4nea da praça p6blica 1a

    *gora 2, onde os problemas da polis são expostos e discutidos por todosK "u seria um

     zool/gico humano, em que as características mais grotescas da sociedade )uncionariam

    como chamariz do telespectador  SK'

    O voeurismo é o argumento principal para o programa! por isso a formataão direciona as

    c4meras e todos os recursos possíveis para oferecer ao telespectador a mel"or imagem e som

    com as atividades e rea)es dos participantes que estão sendo vigiados. O gênero realit@ sho!

    carrega o formato game sho!! no qual os participantes passam por provas de resistência ou

    esperte3a! regularmente! e inteligência! raramente. Outro formato utili3ado é o interativo! para

    incentivar o público a interagir com os participantes ou mesmo prejudicar a vida de alguém

    que não transmite simpatia! eliminando0o do programa. ( entrevista também é um formato

     preparado para dar vo3 aos participantes e realar desavenas observadas pelo público. (

    narraão em off sobre imagens do programa valori3a alguns aspectos para c"amar a atenão

    da audiência. O formato videoclipe é aplicado para dar um clima especial em determinadas

    situa)es! como! por e#emplo! nas rela)es amorosas entre os participantes.

    TAL SO

    -al sho! é obviamente uma forma de a televisão transmitir uma conversa e precisa ter dois

    ingredientes7 casualidade e espontaneidade. O tal sho! combina algumas das principais

    qualidades de outros gêneros dramticos de sucesso7 intimidade emocional e um pouco de

     bom "umor. ( versatilidade do tal sho! permite passar do musical para o jornalismo! da

     política para o esporte`. %anto o gênero tal sho! quanto o gênero EntrevistaZ  representam o

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 25  .

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    triunfo da personalidade do apresentador! que tem a tarefa de manter o clima do programa em

    alta! qualquer que seja o assunto ou o entrevistado. Cesse ponto! entra uma equipe de

     produão primorosa que acompan"a todos os momentos da entrevista e passa para o

    apresentador as informa)es e dicas necessrias para manter a conversa interessante.

    Para o tal sho!! o formato de audit:rio é freq^entemente utili3ado para aumentar o clima de

    descontraão. Os quadros apresentados permitem a apresentaão de formatos musicais e de

    s"oVs performticos. Evidenciando a completa simbiose que ocorre com os vrios gêneros! o

    formato debate também pode fa3er parte dos programas de entrevista e tal   sho!. O gênero

     pode contar com os formatos audit:rio! musicais e até "umor. Porém! o ingrediente principal

    é o formato entrevista! dando tempo para o entrevistado e#por suas idéias. Porém! isso tem

    sido dei#ado de lado7 “a mistura de tal sho! com sho! su)oca a )ala e * um risco para o

    bom conceito da )/rmula” 9-.

    Noas:

     Jornalisa # ra&ialisa) !#sr# 0#la Uni#rsi&a !#o&isa # Do'or#* Ci+ncias &a Co*'nica-o 0#la ECAUS$) $ro1#ssor # Coorna&or&os La"ora2rios I*a3#* # So* &a UNINOVES$) A'or

    Gêneros e 7ormatos na Televisão 8rasileira   .#&iora S'**'s/ #cons'lor sa séri#)4  GAARDER, Jos#in) 4 mundo de ofia5 romance da "ist6ria da

     filosofia% S-o $a'lo: Co*0anhia &as L#ras, ;

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    ;8 BO!BIG, José Al"#ro # !ARIANTE, José >#nri9'#) S#l#-o coni#co* in3#r+ncia &a Glo"o) 7ol"a de %@aulo , 476477;) 0) D8);  BARBOSA %IL>O, An&ré% Gêneros Radiof9nicos # Tipifica$ão dos7ormatos em Fudio ) T#s#, S-o B#rnar&o &o Ca*0o, Insi'o !#o&isa Ensino S'0#rior, ;

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    PROGRAMA 2PROGRAMA 2

    TV E INFORMAÇÃO

     José Carlos Aronchi  11

     este programa, mostraremos porque as redes de televisão investem numa grande estrutura

    de jornalismo. % como elas )azem para transmitir in)ormaçes em v+rios programas,

    en)ocando aquilo que %H3; escolhem como notícia. " telejornalismo realizado pelas

    emissoras est+ dividido em# -elejornal, programas de 7ebates, programas de %ntrevistas e

     7ocument+rios. 5eremos a seguir as di)erenças de cada linguagem.

    TELEWORNAL

    Os programas da categoria ;nformaão poderiam estar! sob outra :tica! reunidos num único

    gênero7 o %elejornalismo. = o que ocorre em algumas redes comerciais! porém não pode ser

    reprodu3ido o mesmo modelo para as redes educativas que apresentam programas

    informativos ligados 5 rea de produão e não ao jornalismo. Por isso! o gênero %elejornal

    est classificado! neste estudo! como um programa que apresenta características pr:prias e

    evidentes! com apresentador em estúdio c"amando matérias e reportagens sobre os fatos mais

    recentes. Os departamentos de jornalismo das redes de televisão mantêm uma estrutura

    independente e adaptada tecnologicamente para a produão de programas estritamente

    voltados para a categoria ;nformaão. (s emissoras classificam de %elejornalismo os

     programas noticirios! informativos! segmentados ou não! em diversos formatos. Para

    entender a classificaão de telejornal como um gênero! é necessrio recorrer aos conceitos de

    comunicaão e informaão7 $J...K  %ntendemos que h+ uma distinção b+sica entre

    comunicação e in)ormação. o primeiro caso, tratareire. o segundo caso,

    trata

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    Os programas do gênero telejornalismo apresentam múltiplas fun)es em face do

    desenvolvimento e aprimoramento do jornalismo no mundo. “" jornalismo * um )enLmeno

    universal, mas suas raízes são europ*ias. %ntender as mani)estaçes que )loresceram nos

    territ/rios onde essa inovação cultural se deu pela ação dos colonizadores implica resgatar

    traços originais que permaneceram e vislumbram as trans)ormaçes determinadas por

    contingências hist/ricas99.” O desenvolvimento do telejornalismo no >rasil foi alavancado

     por patrocinadores multinacionais que j con"eciam o sucesso e a import4ncia do gênero em

    seus países de origem. O primeiro telejornal reflete esta tendência mundial. “%m F de agosto

    de $GE', a -5 -upi veio a )echar importante contrato com a %sso para a apresentação do

    M9ep/rter %ssoN. " prestígio do programa j+ vinha do r+dio, no qual se tornou o noticioso de

    maior evidência. >ora lançado em 'I de agosto de $GF$ na 9+dio acional. 1...2 a -5,

    eram programas de cinco minutos, v+rias vezes ao dia e contendo as 6ltimas e mais

    destacadas notícias 1...2. 8ontijo -eodoro, o primeiro apresentador de telejornal no :rasil,

    escreveu em seu livro# MBas aos poucos o 9ep/rter %sso sentiu a necessidade de ser -5 e não

    r+dio. Bodi)icourasil 0 +>%! Fornal Cacional 0 Hlobo! Fornal da Aecord! Fornal da 6anc"ete! Fornal

    >andeirantesK. Os principais telejornais permanecem ao vivo! pois dão um tom de atualidade e

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 29  .

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     permitem a reali3aão de entrevistas ao vivo de diversos pontos do país e do mundo. (lguns

    telejornais e#ibidos ap:s o "orrio nobre são! em sua maioria! gravados para posterior

    e#ibião e otimi3aão dos recursos da emissora.

    O telejornalismo buscou outros formatos! além do telejornal. Por isso o telejornalismo se

    mantém em evidência em todas as grades de programaão. +ão programas de debates e

    entrevistas! mediados pelos jornalistas da rede! e também os documentrios e reportagens

    especiais! que ocupam os departamentos de jornalismo das emissoras. %odos esses formatos

    tornam o gênero importante numa estratégia para modificar a imagem de uma emissora! tal

    qual acontece nos E*(! onde $J...K as emissoras, de um modo geral, concentram sua

    capacidade produtiva no jornalismo, que * o setor que atribui identidade e credibilidade ao

    veículo 1...2'RR.  O telejornalismo norte0americano influenciou o formato brasileiro! ao lanar

    alguns elementos que promoveram a credibilidade através da opinião! apresentando um novo

    elemento ap:s tantos anos de solidificaão do gênero telejornal7 “esse cen+rio, a adoção do

    modelo de apresentação de telejornais com o uso do 4ncora trouxe a 6nica mudança

     signi)icativa na arte de di)undir notícias no hor+rio nobre da -5 brasileira. %xperiência

    ainda não testada na 8lobo. o entanto, no ;:-, o jornalista :oris Aaso@, que, com certeza

    * o primeiro 4ncora da -5 no país, * hoje o must das re)erências e reconhecimento da

    import4ncia desta inovação no :rasil. 3t* a chegada deste modelo, todas as emissoras,

    mesmo as estatais, tinham no  formato  e estilo implantados pela 9ede 8lobo, o princípio

    televisivo a ser inquestionavelmente seguido”SS.  (nalisando o conteúdo dos telejornais

     brasileiros! temos a seguinte identificaão dos formatos7 Cota! Cotícia! Aeportagem!

    Entrevista! ;ndicador! Editorial! 8omentrio e 8rYnica `̀. *ma pitada de "umor é representada

     pelas c"arges animadas de cun"o político.

    PROGRAMAS DE DEBATE

    (s produ)es de bai#o investimento entram como alternativa para emissoras com pouco

     poder financeiro para produ3ir programas informativos mais sofisticados. O gênero de debate

    não necessita de grandes investimentos ] cenrio e transporte de convidados são os elementos

     bsicos ] e pode possibilitar o preenc"imento de um espao da grade "orria com duraão

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 30  .

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    elstica. O elemento principal que classifica o gênero é o número de entrevistados e

    entrevistadores. Podem aparecer no vídeo mais de um entrevistador e convidados! que

    também atuam como comentaristas. = o número de pessoas que cria o debate! diferente do

    gênero entrevista! que pode ser produ3ido com apenas um apresentador e um entrevistado. Os

    assuntos e os convidados variam de acordo com a proposta da emissora7 pode0se debater um

    único tema! com vrios convidados opinando e respondendo 5s indaga)es dos

    entrevistadores e apresentadores fi#osT um debate sobre vrios temas num único programa

    também pode dar um tom de atualidade e variedadeT programas de nature3a definida ]

    esportivo! política! educativos! entre outros ] também se fi#am sobre uma f:rmula para

    aprofundar o tema e apresentar especialistas em assuntos que segmentam o programa.

    Pequenas afiliadas das grandes redes utili3am0se deste gênero para produ3ir programas locais.

    (lém de mostrar líderes regionais! o gênero debate também é uma forma de produão que

     permite 5 pequena emissora um bai#o investimento para cumprir a carga "orria prevista pela

    legislaão brasileira para produ)es locais.

    ( fi#aão de um apresentador fa3 parte da maioria dos programas de debate. (lguns

    entrevistadores! 5s ve3es comentaristas! também se contrap)em para aumentar a diversidade

    de opini)es a respeito do tema e interpelar os convidados! como no programa ? ora

    JAecordK. O formato de mesa0redonda! como o programa do mesmo nome na Ha3eta! e o

    8artão &erde J8ulturaK! ambos sobre esportes Japesar de o segundo não estar classificado pela

    emissora como programa de debateK! é o mais freq^ente. +ilvia Poppovic desenvolveu uma

    f:rmula de sucesso! reunindo apresentadora e#periente! alguns debatedores fi#os Jpsic:logos!

    médicos! artistasK e convidados com currículos variados! além do audit:rio como pano de

    fundo para possíveis interven)es. O programa de debate pode também apresentar pequenas

    reportagens que ilustram o assunto a ser debatido! ou ainda entrevistas com um convidado

     principal que vai debater com o público ou convidados! sempre com a mediaão do

    apresentador. ( duraão do programa é outro elemento característico do formato. Por se tratar

    de um gênero que tem a intenão de debater um assunto quase 5 e#austão! procurando esgotar

    o tema com opini)es distintas! a duraão também passa a ser mais elstica! com o mínimo de

    trinta minutos e podendo preenc"er mais de uma "ora da programaão. ( din4mica de

     produão e a variedade dos temas apresentados determinam sua duraão.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 31  .

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

    32/61

    DOCUMENTXRIO

    Os documentrios carregam a bandeira do prestígio de suas emissoras! pois são uma

    demonstraão da qualidade dos programas do departamento de telejornalismo. O

    documentrio é a antítese da ficão! da fabricaão de fantasia ZZ. Os temas abordados pelos

    documentrios apresentam uma certa import4ncia "ist:rica! social! política! científica ou

    econYmica e também aprofundam assuntos do cotidiano! vistos por um ol"ar crítico. 6ais um

    gênero com raí3es "ist:ricas no cinema! o documentrio saiu das salas de e#ibião para a

    televisão com o mesmo respeito obtido pelos documentrios produ3idos durante a +egunda

    Huerra! quando cumpriram um importante papel informativo e também ideol:gico.

    ( seriedade assumida pelo gênero documentrio permaneceu com a intenão de levar ao

    telespectador uma visão do mundo! da realidade de outros países e de outras culturas. “1...2

    em $OGE os )ilmes curtos dos irmãos )ranceses 3uguste e Houis HumiPre registravam cenas

    cotidianas em diversas regies do planeta, )undando o document+rio com as c*lebres

    imagens de M3 Ahegada do -rem Q %stação de Ha AiotatN. 1...2 " document+rio ganhou )orça

    nas lentes de )errenhos opositores da )icção no cinema, entre eles o sovi*tico 7ziga 5ertov,

    que na d*cada de 'I )ormou o grupo inoi, que assinou mani)estos em de)esa do Mcinema<

    olhoN. ;uas id*ias deram origem a document+rios cl+ssicos como A4mera

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    33/61

     programaão semanal! com um único assunto. (lgumas séries de documentrios com mais de

    um segmento são importadas principalmente pelas %evês educativas. ( produão de um

    documentrio pode apresentar muitos formatos dentro do pr:prio gênero. ( abordagem de um

    assunto pode se utili3ar de videoclipes! entrevistas! debates! narraão em off! com o objetivo

    de não tornar o programa cansativo e apresentar de forma variada as informa)es col"idas de

    vrias fontes.

    PROGRAMAS DE ENTREVISTA

    O gênero entrevista est ligado aos programas jornalísticos da emissora! que procuram

     pessoas ligadas 5s reas de cultura! política! economia! entre outras! para estarem frente a

    frente com o apresentador! na maioria jornalistas de renome. Os programas do gênero

    Entrevista! ligados ao departamento de jornalismo das %evês! dei#am evidentes as diferenas

    com as entrevistas do tipo tal sho!. 8om elementos de informalidade! este gênero se

    apro#ima de outro classificado nos E*( como tal sho!. Esses dois gêneros se apro#imam!

    mas com diferenas que demarcam o territ:rio do jornalismo e do  sho!. Co gênero

    Entrevista! o entrevistado é o foco e não " s"oV comandado pelo jornalista apresentador.

    Os assuntos de política e atualidades são os que freq^entam as pautas dessas entrevistas! como

    o Aoda &iva J%& 8ulturaK ou o +em 8ensura J%&E >rasilK. 2iferentemente do gênero tal

     sho!! o apresentador do gênero entrevista não tem o compromisso de dei#ar o entrevistado 5

    vontade! podendo interrog0lo sobre fatos polêmicos e c"egar ao clima de disc:rdia! para

    gerar a imagem de seriedade e compromisso com a verdade! atribui)es dos programas

     jornalísticos. +egundo 6arques de 6elo! a $entrevista é um relato que privilegia um ou mais

     protagonistas do acontecer! possibilitando0l"es um contato direto com a coletividade'  1111. (s

    entrevistas podem ter como assunto principal tanto a vida do pr:prio entrevistado quanto uma

    ou mais informa)es de domínio do convidado.

    2uas diferenas que envolvem a cenografia e o posicionamento do apresentador também

    ajudam a identificar e separar o programa de entrevista do tal sho!. *ma composião

    cenogrfica que permita ao apresentador andar pelo cenrio e entrevistar os convidados de pé

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 33  .

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    é utili3ada pelos programas de tal   sho!! evidenciando os s"oVs do programa. F os

     programas do gênero Entrevista planejam seus cenrios para que o convidado e o

    apresentador fiquem sentados durante todo o tempo. ;sso presume uma entrevista de duraão

    mais longa do que aquelas normalmente reali3adas em programas do gênero  tal sho!. Cesse

    sentido! Priolli fa3 uma defesa ao gênero entrevista no formato apresentador e entrevistado

    sentados7 “7e p*, a entrevista * ruim, r+pida, sensacionalista. ;entado, perguntas e respostas

     se alongam, o respeito ao entrevistado e ao p6blico aumenta” 11.

    RECURSOS E FORMATOS DO TELEWORNALISMO1919

    AO VIVO 0 O formato pode &-! '!"*&$'$#) ") :$:)! em tempo real! ou pode ser /!":"#)

    ") :$:) para posterior e#ibião.

    CYMERA OCULTA ] O formato significa a captaão de cenas sem que oJsK participanteJsK

    estejam avisados da gravaão. ( c4mera oculta também é utili3ada pelo telejornalismo em

    reportagens investigativas. Em caso de utili3aão do formato para o gênero telejornalismo

    investigativo! a emissora assume a responsabilidade pela divulgaão das imagens.

    DEBATE ] ( produão presume a discussão entre vrios participantes! convidados e público

    sobre o mesmo assunto. Cão e#iste debate sem que os participantes pensem diferente! por isso

    a produão planeja a escalaão dos convidados com perfis diferentes. O gênero Esportivo

    também aplica este formato. ( tYnica do programa de debate é a divergência de opini)es!

    caso contrrio o programa fica morno.

    DEPOIMENTO ] Gormato de reportagem! no qual o entrevistado é enfocado em primeiro

     plano! ol"ando para a c4mera ou para o entrevistador que não aparece no vídeo. O depoimento

    evita interrup)es por perguntas do entrevistador.

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    DOCUMENTXRIO ] ( formataão de um programa que aplica a f:rmula do documentrio

     procura convencer o telespectador de que as informa)es são verdadeiras. Programas políticos

    e até o gênero %elecompras procuram no formato documentrio um apoio para suas

    mensagens venderem imagens e produtos com confiana.

    ENTREVISTA ] O uso do formato entrevista! muito empregado no gênero %elejornalismo!

    tem sido cada ve3 mais variado e quase todos os programas utili3am o formato entrevista para

    reforar assuntos debatidos e enfocados pelo programa de debates ou entrevista.

    NOTICIXRIO ] Beitura de notícias pelo apresentador! sem o uso de reportagens ou outros

    formatos do gênero %elejornalismo. Co jargão jornalístico! é um telejornal somente com

    $notas peladas'! sem imagens.

    REPORTAGEM  ] (plicado principalmente no gênero %elejornalismo! é um formato de

    curta duraão. Estende a duraão quando aplicado no gênero 2ocumentrio. (ssociado a

    outros formatos! como o 84mera Oculta e Carraão em Off! d condi)es para o

    desenvolvimento do jornalismo investigativo. Em geral! o formato Aeportagem dei#a o

    rep:rter em evidência! narrando um assunto e fa3endo entrevistas.

    REVISTA  ] O formato! que também é classificado como gênero da categoria

    Entretenimento! pode ser aplicado nos programas da categoria ;nformaão! recebendo uma

    reclassificaão. ( f:rmula Aevista compreende a apresentaão de vrios formatos ] ao vivo

    ou gravado ] de apresentador em estúdio c"amando vrios assuntos nos formatos entrevista!

    reportagem! videoclipe! entre outros formatos que garantem a multiplicidade de assuntos e

    informa)es.

    TELEWORNAL ] Gormatam0se programas como %elejornal quando um apresentador c"ama

    reportagens ao vivo ou pré0gravadas e editadas! e fa3 entrevistas em estúdio. Pode ter um ou

    dois apresentadores! e incluir comentaristas.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 35  .

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    TELETEZTO  ] ;nforma)es inseridas no vídeo utili3adas pelos canais de notícias. =

    utili3ado também quando a programaão est fora do ar e a emissora divulga sua programaão

    ou notícias através do gerador de caracteres! con"ecido como $letreiros'.

    VOICE OVER  ] (lternativo ao formato Begendado e uma variaão do formato Carraão em

    Off! em produ)es que necessitam de traduão. O formato &oice Over insere a vo3 do

    narrador em Português sobre a vo3 original em idioma estrangeiro. Porém! é possível escutar

    o som original em volume mais bai#o. 8om isso! o udio original permanece bai#o em um

    canal e a traduão é inserida em outro canal em nível normal.

    Noas:

      Jornalisa # ra&ialisa) !#sr# 0#la Uni#rsi&a !#o&isa # Do'or#* Ci+ncias &a Co*'nica-o 0#la ECAUS$) $ro1#ssor # Coorna&or&os La"ora2rios I*a3#* # So* &a UNINOVES$) A'or Gêneros e 7ormatos na Televisão 8rasileira   .#&iora S'**'s/ #cons'lor sa séri#)4  !ELO, José !ar9'#s ) D opinião no Jornalismo 8rasileiro )$#r20olis, Vo(#s, ;

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    PROGRAMA 3PROGRAMA 3

    TV E CRIANÇA

    O que é infantil nos programas infantis?O que é infantil nos programas infantis?

     )ita +arisa )ibes ,ereira 1

    8onstantes pesquisas de audiência J;>OPEK revelam que os programas preferidos ou mais

    assistidos por crianas de / a 11 anos não são programas considerados infantis! sendo que

    esses! quando mencionados! ocupam as últimas posi)es nas clssicas listas dos $de3 mais'!

    desbancados por novelas! realit@ sho!s! programas policiais e jornalísticos. 8urioso observar!

    ainda! que os programas que os pais sup)em serem assistidos por seus fil"os! muitas ve3es!

    não coincidem com a programaão que as crianas di3em ou! indiretamente! dão a entender

    que assistem. ;ndiferentes a isto! pais! professores! profissionais da mídia e crianas

    continuam a classificar um determinado campo da programaão como infantil.

    O que torna um programa infantil[

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    regras familiares! protelando! por e#emplo! cada ve3 mais! os "orrios estabelecidos para ir

    dormir. Ganucci J1ZZR! p. 1?1K apresenta um curioso trec"o de uma das muitas cartas

    recebidas pela direão da %& %upi02ifusora! em 1Z?1! que parece bastante atual7 $ 7esde que

    compramos uma televisão não sabemos mais o que )azer para as crianças irem para a cama

    no hor+rio a que estavam acostumadas. ;e a gente deixa, elas )icam grudadas na televisão

    at* o 6ltimo programa. 5ocês não têm alguma id*ia para ajudar os pais desesperadosK” 

    Percebemos que! ainda na década de ?-! a pr:pria emissora de televisão compartil"ou com os

     pais essa preocupaão e deu 5s crianas o seu recado através de um personagem! o ;ndio3in"o

    %upi! versão infantil do Lndio %upi! logotipo da emissora. *ma forma de di3er que entendiam

    que uma criana seria e#celente porta0vo3 para falar com as crianas espectadoras. O

    indio3in"o usava uma antena em ve3 de cocar. Pendurar a antena na parede e dirigir0se 5 rede

    era a sua forma de di3er $boa noite' 5s crianas. Embalado por um jingle infantil! o filme de

    animaão anunciava a "ora de dormir7 $F é "ora de dormir... Cão espere a mamãe mandar.

    *m bom sono pra você e um alegre despertar_'. (lém de ser uma recomendaão para que as

    crianas se recol"essem! percebemos que esse filme representava um bali3amento daquilo que

    a emissora compreendia ser um "orrio apropriado ] ou não ] para a definião de uma grade

    voltada 5 audiência infantil.

    JGonte7 Ganucci! 1ZZR! p.`? e p. 1R.K

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 39  .

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    Esse mesmo  jingle  produ3ido nos anos ?- retornou na década de S-! veiculado em outra

    emissora! 5s "oras! agora sob o patrocínio dos cobertores Para"ba7

    JGonte7 VVV.memoriadapropaganda.org.br K

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 40  .

    http://www.memoriadapropaganda.org.br/http://www.memoriadapropaganda.org.br/

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    Funtamente com outros incontveis sons e imagens! esse  jingle  passou a fa3er parte do

    imaginrio infantil! não se diferenciando de qualquer outra canão da cultura popular que

    tradicionalmente velava o sono infantil JGanucci! 1ZZRT Ai#a! ---K! até mesmo porque a

    televisão foi tornando0se também um elemento da cultura popular. Entre  jingles e

     personagens tra3idos pela televisão! a criana brasileira ampliou o repert:rio de suas

    referências. Ca contrapartida disto! a inf4ncia foi sendo descoberta como um público

    e#tremamente fiel e e#igente.

    ;nicialmente com participaão restrita 5 programaão infantil ou a espetculos de cun"o

    artístico e cultural! a criana tornou0se! aos poucos! uma imagem bastante presente! conforme

    apontam os carta3es ] pintados 5 mão ] da %& %upi7

    JGonte7 Ganucci! 1ZZR! p. Z- e p. 1R1.K

    6uitas mudanas qualitativas aconteceram na relaão entre a criana e a televisão! dentre as

    quais algumas se destacam. Co que se refere ao lugar social de espectador ocupado pela

    criana! uma primeira deu0se ainda nos anos ?-! no momento em que a criana dei#ou de ser

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 41  .

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    apenas espectador e passou a ser também protagonista dos programas e#ibidos! a e#emplo do

    $8irquin"o >om>ril'! apresentado pelo pal"ao 8arequin"a nos anos ?-! e o $%eatrin"o

    Hess'! nos anos R-. = importante destacar que! nessa época! era comum os programas serem

     produ3idos pelas empresas patrocinadoras.

     

    JGonte7 VVV.memoriadapropaganda.org.br K

    *ma mudana significativa na criaão de um novo conceito de programa infantil surge nos

    anos `-! rompendo com a concepão pautada em "ist:rias da literatura ou em apresenta)es

    artísticas e voltando0se 5 animaão e 5s gincanas. Esse novo formato fa3 da apresentadora do

     programa sua figura central e confere 5 criana um novo lugar no espao miditico7

    transformada em cenrio! ela se alterna entre a imobilidade de ser um mero $pano de fundo' e

    o incessante e descone#o movimento das danas coreografadas! brincadeiras competitivas que

    valem prêmios! degustaão ou e#ibião de produtos de empresas patrocinadoras.

    %ransformada em imagem! a criana assume um novo  status, com significativos

    desdobramentos na ordem familiar! em que gan"a novas prerrogativas de autoridade! e junto

    ao mercado! onde tanto é recon"ecida como consumidora! quanto como um dos maiores

    apelos de mareting.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 42  .

    http://www.memoriadapropaganda.org.br/http://www.memoriadapropaganda.org.br/

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    Paralelamente! cria0se um mercado de produtos vinculados aos programas e 5 figura das

    apresentadoras! que variam desde bonecas e estampas em vesturio até aparel"os eletrYnicos!

    utensílios domésticos e alimentos que ajudam a consolidar! junto 5 criana! o  status  de

    consumidor. O recurso das assim c"amadas $assinaturas da fama' ] marcas ligadas a

     personagens miditicos ]! no mercado brasileiro significou uma possibilidade efetiva de

    sucesso frente a até então desigual competião com as marcas estrangeiras! a e#emplo da

    2isne. 2o ponto de vista do consumidor ] as crianas! no caso ]! possuir objetos assinados

     por esses famosos passa a significar uma forma de apro#imar0se deles e do mundo que eles

    representam.

    Por fim! vale destacar que uma terceira mudana significativa no que di3 respeito ao lugar

    social da criana como espectadora est ligada ao surgimento de emissoras de televisão

    especificamente dedicadas ao público infantil! todas de canais por assinatura! na sua maioria

    estrangeiros e veiculados em países com distintos fusos "orrios! durante as / "oras do dia.

    8inq^enta anos passados da vin"eta que nos avisava sobre a "ora de dormir! esses canais! ao

    contrrio! independentemente do "orrio! nos interpelam a não sair da frente da televisão! seja

    de maneira lúdica! com c"aradas ou anúncios de outros programas! seja pela e#plicitaão de

    um argumento de autoridade7 “ão saia daíC 3 gente volta j+C”.

    Essas emissoras com programaão voltada e#clusivamente para crianas inauguram uma nova

    ordem de transforma)es qualitativas! e#pandidas também 5s %&s abertas! em que a criana

    dei#a de ser tratada como simples espectadora e passa a ser vista na sua condião potencial de

     produtora! sendo c"amada a opinar sobre a programaão. (inda assim! parece claro que a

     preocupaão de buscar a opinião infantil est bastante voltada a estratégias de manutenão de

    audiência! em que se destacam os c"amados $grupos de discussão'! grupos estes que têm

     privilegiado mais a escuta do adulto.

    Parece ainda utopia pensar uma programaão infantil que inclua efetivamente as crianas em

    seu processo de produão! "aja vista que! via de regra! os programas infantis são feitos por

    adultos! com base naquilo que os adultos sup)em que seja bom para a criana. 8uriosamente!

    as pesquisas de audiência também apontam que os adultos comp)em um público significativo

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 43  .

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    da audiência 5 programaão infantil. Em conseq^ência disto! destaca0se a criaão de novos

    canais que veiculam programas que foram e#ibidos em décadas anteriores ] séries! filmes!

    desen"os animados! games, sho!s. (o planejar uma programaão infantil! os adultos! tendo

    como referência sua visão adultocêntrica de inf4ncia! estariam! consciente ou

    inconscientemente! fa3endo uma programaão para si mesmos[ Estariam! eles pr:prios! um

    tanto $infanti3ados'[

    *ma programaão infantil que considere a perspectiva infantil! sem abdicar da e#periência de

    vida! técnica e pedag:gica do adulto. Esse é um desafio para que construamos uma

     programaão infantil que! de fato! as crianas desejem assistir.

    B$9%$)/!"$"

    (A;+! P"ilip"e.  Jist/ria social da criança e da )amília. Aio de Faneiro! Huanabara!

    1Z`1.

    >ECF(6;C! Ialter.  9e)lexes# a criança, o brinquedo, a educação. +ão Paulo!

    +ummus! 1Z`/.

    >*88;! Eugênio. :rasil em tempo de -5. +ão Paulo! >oitempo! 1ZZS.

    >AO*H=AE! Hilles. :rinquedo e cultura. +ão Paulo! 8orte3! 1ZZ?.

    8(AB++OC! *lla e &on GEB;%MEC! 8ecília. 3 criança e a mídia. +ão Paulo! 8orte3T

    >rasília! 2G! *CE+8O! --.

    8(+%AO! Búcia Aabelo de.  (n)4ncia e adolescência na cultura do consumo. Aio de

    Faneiro! C(*! 1ZZ`.

    G(C*88;! 6rio. ossa pr/xima atração. +ão Paulo! Edusp! 1ZZR.

    (6>*AH*EA! Est"er e >*88;! Eugênio.  3 -5 aos EI# criticando a televisão

    brasileira no seu cinqRenten+rio. +ão Paulo! Gundaão Perseu (bramo! ---.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 44  .

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    FO>;6 e +O*M(! +olange Jorg. K ;ubjetividade em questão# a in)4ncia como crítica

    da cultura. Aio de Faneiro! SBetras! ---.

    +%E;C>EAH! +"irle e ;C8EBOE! Foe Jorgs.K Aultura in)antil# a construção

    corporativa da in)4ncia. Aio de Faneiro! 8ivili3aão >rasileira! --1.

    6(8(2O! (rlindo. 3 televisão levada a s*rio. +ão Paulo! Ed. +enac! ---.

    P(8E8O! El3a. -elevisão, criança, imagin+rio, educação. +ão Paulo! Papirus! 1ZZ/.

    PO+%6(C! Ceil. " desaparecimento da in)4ncia. Aio de Faneiro! Hrap"ia! 1ZZZ.

    A;U(. 3lmanaque da -5# EI anos de mem/ria e in)ormação. Aio de Faneiro! Objetiva!

    ---.

    +(6P(;O! ;nês. -elevisão, publicidade e in)4ncia. +ão Paulo! (nablume! 1ZZZ.

    Noas:

      Lic#ncia&a #* %iloso1ia 0#la Uni#rsi&a %#ral $#loas HU%$#lRS # Do'ora #* E&'ca-o 0#la $UCHRio) $ro1#ssora &a%ac'l&a E&'ca-o &a UERJ)4  E* s##*"ro 477, 0#s9'isa r#ali(a&a 0#lo IBO$E #* s#isca0iais, no 0#rQo&o P'nho a a3oso 477, n'* 'ni#rso =8,6 *il crianas a ;; anos, &as class#s ABC, a0onaa #nr# as0r#1#r+ncias na a'&i+ncia in1anil os s#3'in#s 0ro3ra*as: ; H[S#nhora &o D#sino[ H ;

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    PROGRAMA 4PROGRAMA 4

    TV E PUBLICIDADE José Antonio Fardo 1 

    ?m dos executivos de maior sucesso da -5 brasileira, =alter Alar, que trabalhou na 9ede

    8lobo nos anos SI, disse uma vez# “em televisão * sempre melhor errar depressa do que

    acertar devagar”. 0odemos resumir nessa )rase o quanto * cara a produção de um programa

    de televisão e, por isso, quando um programa não d+ certo, ele logo * tirado do ar. Bilhes

     são gastos com cen+rios, atores, rep/rteres, equipamentos, transportes, produtos de alta

    tecnologia e que exigem inovação constante. Bas quem paga a contaK 3 resposta todos

     sabem# * o patrocinador ou anunciante. 5amos ver, neste programa, como )unciona a

    m+quina de )azer dinheiro da televisão e as novas )ormas de propaganda que a gente nem

     percebeC

    A P,9%$$#"#- *"& '!"*&$&&[-& #" TV H ) !-"% - ) :$!',"%

    C)*&$#-!"[-& &)9!- " ,9%$$#"#-. ( propaganda est na %& desde o seu surgimento no

    >rasil! " mais de ?- anos! e $a garota propaganda' logo fe3 sucesso_ O projeto ;ntermeios

     pesquisa! desde os anos `-! os investimentos na mídia brasileira e confere "istoricamente 5

    %&! apro#imadamente! R- do bolo publicitrio. O patrocínio na %& é uma maneira de

    rentabili3ar os investimentos e aumenta a freq^ência0média junto ao telespectador do

     programa patrocinado. O filme comercial é uma efica3 forma de atingir o público por meio da

    imagem! do som e do movimento em um meio de massa. ( propaganda política é muito

    questionada! pois são promessas em que! diferentemente dos produtos! poucos acreditam!

    devido a não encontrarem nos $anunciantes'! solu)es para os problemas apontados em toda a

    sua e#istência. O formato dos 9-' é um padrão mundial que e#iste " muito tempo e que est

    com os dias contados! conforme abordarei mais 5 frente. Embora muito desgastados! os

    testemun"ais continuam sendo amplamente utili3ados por diversas marcas! pois ainda

    oferecem muito retorno! uma ve3 que parte dos "bitos de consumo é e#plicada pelo padrão

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 46  .

  • 8/18/2019 Debate, Televisão, Generos

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    Iebleniano! baseado nos modelos de referência. ( diferena da mensagem publicitria

    convencional! que est nos intervalos! do merc"andising eletrYnico! é que este est dentro da

     programaão! como arma para escapar do efeito 3appingT alis! a fuga do telespectador! nesse

    momento! é uma grande preocupaão das agências! conforme relato adiante. Os detal"es

    fa3em toda a diferena! e em um comercial de %& isso não é diferente.

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    O esporte na %& é a pr:pria indústria da diversão! o prolongamento das opera)es

     padroni3adas! que provoca no telespectador o pra3er associado ao consumo! mantendo0o

    como consumidor eterno. *ma mensagem publicitria! compondo o universo do espetculo! é

     persuasiva no estímulo ao desejo de compra! da ascensão social e na idéia de felicidade!

    mantendo a ideologia do capitalismo. 8omo o Esporte e a %& são instrumentos dessa

    ideologia! é necessrio passar pela eterni3aão do presente. Fameson! ao abordar a sua visão

    do p:s0modernismo! em que a relaão do passado com o presente é uma questão de imagem e

    o seu poder! alicera a valori3aão da idéia da liberdade de mercado! que se prende na

    materialidade.

     Cos quadros de referência resultantes da pesquisa! constatam0se verdadeiras defesas ao uso de

    uma novidade tecnol:gica a servio da publicidade! no sentido de se conseguir mais retorno

    com um destaque diferenciado! carregado de simbolismos em torno da marca dos anunciantes!

    dentro de um controle televisivo das imagens mostradas e! conseq^entemente! assistidas. =

    um mercado incontrolvel! que busca a onipresena dos meios de comunicaão a que se

    submete a sociedade.

    ( Publicidade &irtual nas transmiss)es esportivas é uma inovaão na rea de comerciali3aão

    em %&! que atende a muitas necessidades do mercado7

    •  bai#o custo de produão!

    • operaão simples!

    • dinamismo de vídeo na projeão de mensagens em locais e situa)es não convencionais!

    • valor agregado!

    • estética que integra a perspectiva real das imagens!

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    • garantia de visibilidade!

    impacto diferenciado!

    • ampliaão de propaganda além dos quin3e minutos permitidos por "ora na %&!

    • divulgaão de categorias com impeditivos de e#posião Jcomo bebidas alco:licasK!

    •  possibilidade de regionali3aão!

    • oportunidade em incrementar o número de anunciantes ativos!

    •  proteão aos patrocinadores contratados pela Aede Hlobo e

    • aparecer estrategicamente dentro da programaão! compensando os efeitos da fuga dos

    telespectadores nos intervalos comerciais.

    (s considera)es mais eloq^entes surgidas durante a pesquisa foram sobre dois aspectos7

    1K ( Publicidade &irtual ser oferecida praticamente apenas nos pacotes de patrocínio dos

    eventos esportivos da Aede Hlobo! resguardando os patrocinadores em relaão 5s

    apari)es indesejveis dos seus concorrentes e aos anunciantes que investem menos.

    K O combate ao fenYmeno da fuga dos telespectadores pelo efeito zapping ! provocado pelo

    uso do controle remoto e a variedade de canais abertos e fec"ados que estão disponíveisT a

    Publicidade &irtual é um artifício não ostensivo de e#posião da mensagem publicitria

    dentro da programaão! completando! com os comerciais nos intervalos! um eficiente

    cerco ao telespectador.

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    ( agências aguardam um dinamismo frenético dentro das suas reas de atuaão. ( verificaão

    do retorno da publicidade ser em tempo real. ( remuneraão de todas as agências ser

    efetivamente sobre os resultados e o imediatismo das vendas ] o que! "oje! é uma realidade

     para apenas parte delas.

    %odas essas mudanas são bem sinteti3adas no depoimento de ngelo Gran3ão! vice0

     presidente da 6c8ann EricWson7 $J...K inimaginveis os desdobramentos futuros a partir da

    Publicidade &irtual nas transmiss)es esportivas pela %&. +omos todos privilegiados! pois

     poderemos aprender camin"os novos e assistir 5 morte de tudo o que se fe3 e se criou para a

    comerciali3aão de televisão. 8om a c"egada da %& digital! iremos participar desse novo

    momento. %oda a "ist:ria de comerciali3aão e produão ser esquecida diante das

     possibilidades da %& digital! desde a aplicaão da Publicidade &irtual! até outras novidades

    que surgirão nessa era'. O carter e#tremamente imperativo da conjunão $esporte e seus

    mitos! anunciantes! %& e Publicidade &irtual'! conforme constatado no estudo! poderia servir

    na conscienti3aão da juventude! e da opinião pública em geral! sobre7 sociabilidade e

    cidadania! cultura! estilo de vida saudvel e incentivo a uma carreira profissional.

    Enfim! as possibilidades da Publicidade &irtual e todo o seu conte#to são muitas e pertencem

    a um rico universo! merecedor de um interessante estudo posterior7 a recepão dessas

    mensagens por parte do telespectador. $ poucas virtuali3a)es da aão e muitas

    atuali3a)es das ferramentas. O martelo pode ter sido inventado três ou quatro ve3es ao longo

    da "ist:ria. 2igamos três ou quatro virtuali3a)es. 6as quantas marteladas foram dadas[

    >il")es e bil")es de atuali3a)es. ( ferramenta e a permanência de sua forma são uma

    mem:ria do momento original da virtuali3aão do corpo em ato. ( ferramenta cristali3a o

    virtual' JB=&N! p. S?K.

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    R--!*$"& B$9%$)/!$"&

    F(6E+OC! G. 0/s

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    PROGRAMA 5PROGRAMA 5

    NOVAS PROPOSTAS PARA A TV A A TV digital e o futuro dos programas: uma visão tecnológicaTV digital e o futuro dos programas: uma visão tecnológica

     Antonio eonel da u.  1

    ( %& 2igital ] %&2 est para ser introdu3ida no >rasil num futuro breve. Este veículo! que

     j comemora mais de ?- anos! vai se renovar profundamente através da tecnologia digital. Por

    isso! estamos pr:#imos do início da utili3aão de uma tecnologia que vai modificar nossos

    "bitos de entretenimento. 8omo j ocorreu em inova)es tecnol:gicas anteriores! a

    introduão de novas tecnologias modifica a forma como a televisão é produ3ida e distribuída.

    Goi assim com a introduão da gravaão em videoteipe! as transmiss)es por satélite! o

    lanamento da %& em cores! entre outras inova)es que promoveram a renovaão e a

    modificaão dos programas.

    ( produão digital de conteúdo para televisão é uma realidade para muitas emissoras e

     produtoras desde a década de Z-. (lguns dos programas que vemos na %& "oje j são

     produ3idos e arma3enados em tecnologia digital! ao invés do processo anal:gico. (

    digitali3aão c"egou mais rpido em estúdios! na edião de imagens e sons de programas! de

    comerciais e de matérias jornalísticas! na e#ibião de programaão e até mesmo na

    distribuião via satélite entre as emissoras geradoras e suas afiliadas. 6as ainda faltava o elo

    da transmissão digital $terrestre' para as nossas casas! que ainda "oje é feita no sistema P(B0

    6 anal:gico. ( transmissão $terrestre' significa estes sinais de televisão que n:s recebemosgratuitamente! através de uma antena interna! e#terna ou coletiva.

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 53  .

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    ( %&2 terrestre! ou seja! sinais digitais de televisão que vamos receber em casa! é a que nos

    vai causar o maior impacto! pois o >rasil tem ampla cobertura pelos canais de &G e *G. (

    grande maioria da audiência da programaão da %& est sintoni3ada em sinais de televisão

    terrestre. O público brasileiro est "abituado a comprar o seu aparel"o de televisão! lev0lo

     para a sua residência! lig0lo e ter gratuitamente! 5 sua disposião! os sinais de programas

    distribuídos na sua região.

    ( %&2 j é amplamente usada em sistemas de %& por assinatura! por satélite e mais

    recentemente por microondas! cabo e por internet. O sistema de %&2 terrestre ser em breve

    definido pelo Hoverno brasileiro. Este sistema também ter a sua recepão obrigatoriamente

    gratuita e os canais a serem utili3ados estão na fai#a de *G.

    ( transmissão de %& 2igital ] %&2 vem sendo estudada e aperfeioada desde a década de Z-

    em muitos países. 6uitos grupos! empresas e associa)es foram formados para cuidar dos

    vrios aspectos técnicos que possibilitarão a concreti3aão deste marco tecnol:gico. +omente

    depois de alcanados alguns patamares de desenvolvimento tecnol:gico é que a %&2 se

    tornou economicamente vivel para o público.

    Bogo no início dos anos Z-! os primeiros desenvolvimentos de laborat:rio foram rapidamente

    absorvidos pela indústria. *ma das metas era copiar o programa de %& em um 82 para ser

    vendido ao público. Este objetivo foi alcanado pela indústria e mel"orado sistematicamente!

    e assim! as empresas de %& por assinatura! que neste momento distribuíam os seus sinais

    anal:gicos! viram que a aplicaão comercial de compressão de sinais iria tra3er0l"es grandes

     benefícios. Estes benefícios estavam ligados ao aumento da quantidade de canais que

     poderiam ser transmitidos para o seu público! além da eliminaão de ruídos e fantasmas na

    imagem. ;sto significava um aumento da eficiência do uso do canal de distribuião! que

     poderia ser utili3ado sem um grande aumento de custos para o cliente final! agregando ainda

    mais qualidade ao servio.

    6as! para as empresas de %& por assinatura! ainda era necessrio que vrias programa)es

     pudessem ser associadas em um mesmo canal e que estes conteúdos se mantivessem livres de

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 54  .

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    erros durante a transmissão. 8omo sabemos! empresas de %& por assinatura comerciali3am a

    distribuião de sinais e querem se garantir contra a fraude e a pirataria. 2esta forma! foi

    introdu3ida em suas opera)es a criptografia! uma técnica que $fec"a o sinal' para aqueles

    que não possuem a c"ave para $abrir o sinal'.

    ( modulaão digital também teve que ser utili3ada nestes servios. 8ada tipo de distribuião!

    662+! cabo e satélite! possui o seu conjunto de dificuldades e problemas característico no

    canal! logo! vrios tipos de modulaão foram desenvolvidos para redu3ir estes inconvenientes.

     Cão podemos dei#ar de mencionar a indústria de produão de componentes eletrYnicos! que

    teve um papel fundamental na populari3aão destes servios. Os c"ips utili3ados em

    receptores de sinais são de uma comple#idade e poder computacional incríveis! e assim

    viabili3am para o público os benefícios destas modernas técnicas e aplica)es. ( pr:pria

    evoluão desta indústria é que permitiu o barateamento dos equipamentos usados para

    captaão! edião! e#ibião! distribuião e arma3enagem de conteúdo.

    oje j é possível e#ecutar aplica)es em cai#as de recepão de sinais. 8on"ecidas como +et0

    %op0>o#es! ou +%>! estas cai#as são verdadeiros computadores. (s aplica)es e#ecutveis!

    tal qual um programa de computador! abrem um novo "ori3onte para a produão de conteúdo.

    Estas aplica)es podem estar associadas ao tema do programa! ou não! dei#ando livre para o

    usurio! que agora dei#a de ser um espectador! uma variedade de servios e aplica)es

    interativas! que pode mudar completamente a sua forma de se relacionar com a %&.

    T-%" %"*"< ) $*-" - "&"

    DEBATE: TELEVISÃO, GÊNEROS E LINGUAGENS 55  .

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     Covas tecnologias nos tra3em telas planas de grandes dimens)es! qualidade e luminosidade!

     juntamente com sistemas de sonori3aão ambiente com ?.1 canais que fa3em com que a

    e#periência de assistir 5 %& se torne muito mais pra3erosa e imersiva. Em resumo! toda esta

    tecnologia veio nos proporcionar a possibilidade de vermos %& sem ruídos ou fantasmas! com

    uma alta definião de imagem de mais de mil")es de pontos! isto é! R ve3es mais definião

    que a %& tradicional! udio com qualidade de 2&2 com ?.1 canais e com uma série de

    servios interativos agregados.

    ( %&2 nos dar a opão de vermos nossos programas prediletos em telefones celulares! em

    assistentes eletrYnicos pessoais JP2(K! em Ynibus! barcos e autom:veis. ;sto é o que

    c"amamos de portabilidade e mobilidade. (lém do mais! a %& poder ter alta definião de

    imagem ou ter mais programas sendo e#ibidos no mesmo momento. ( multiprogramaão é

    uma opão para aumentar a segmentaão e diversificaão da programaão recebida em nossas

    casas.

    M,#"*"& *" "'$',#- #) -&-'"#)! H $*'-!"'$:$#"#-

    ;magine um programa feito com muitas c4meras! como s"oVs de música! futebol ou um

    realit@ sho!. (tualmente com o relativo pequeno número de canais disponíveis! temos que

    nos contentar com os cortes entre c