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DEBATE IV – A LEGISLAÇÃO DE LIBRAS E INTÉRPRETES DE LIBRA/LÍNGUA PORTUGUESA.

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DEBATE IV –

A LEGISLAÇÃO

DE LIBRAS E

INTÉRPRETES DE

LIBRA/LÍNGUA

PORTUGUESA.

Você sabia? Rômulo, o fundador de Roma, por

volta de 753 a.C. decretou que

todos os surdos recém-nascidos e

crianças até os três anos deveriam

ser mortos ou levados de Roma, pois

eram considerados um peso e um

problema para o Estado?(RADUTZKI,

1992)

Declaração da UNESCO

(1954)

(...) é um axioma afirmar que a língua

materna – língua natural – constitui a

forma ideal para ensinar a uma criança

(...) Obrigar um grupo a utilizar uma

língua diferente as sua, mais do que

assegurar a unidade nacional, contribui

para que esse grupo, vítima de uma

proibição, segregue-se cada vez mais na

vida nacional (...)

Uma conferência, em 1994,

em Salamanca na Espanha –

Um país notável pelo sistema

educacional inclusivo. 19. Políticas educacionais deveriam levar em total

consideração as diferenças e situações individuais. A importância da linguagem de signos como meio de comunicação entre os surdos, por exemplo, deveria ser reconhecida e provisão deveria ser feita no sentido de garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso a educação em sua língua nacional de signos. Devido às necessidades particulares de comunicação dos surdos e das pessoas surdas/cegas, a educação deles pode ser mais adequadamente provida em escolas especiais ou classes especiais e unidades em escolas regulares.

Art. 1o É reconhecida como meio legal

de comunicação e expressão a Língua

Brasileira de Sinais - Libras e outros

recursos de expressão a ela

associados.

Parágrafo único. Entende-se como

Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma

de comunicação e expressão, em que o

sistema lingüístico de natureza visual-

motora, com estrutura gramatical

própria, constituem um sistema lingüístico

de transmissão de idéias e fatos, oriundos

de comunidades de pessoas surdas do

Brasil.

A oficialização da Língua

Brasileira de Sinais

*CENESP – CENTRO NACIONAL

DE EDUCAÇÃO ESPECIAL(1973)

*LDB – LEI DE DIRETRIZES E

BASES DA EDUCAÇÃO

NACIONAL (1996)

*DECRETO (2005) –

RECONHECE A CULTURA

SURDA.

LEI 10.098 (2000) Art.18 –

“[...]O poder público deverá implementar a formação de profissionais intérpretes de língua de

sinais para facilitar qualquer tipo de comunicação

direta ao surdo.[...]”

Art. 23 § 2º - As instituições privadas e públicas dos

sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do

Distrito Federal buscarão implementar as medidas

das referidas neste artigo como meio de assegurar

aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso a comunicação e a educação.

CONAE(2010) – Conferência

Nacional de Educação Nesta conferencia, por força política, houve um a

entrave no avanço da conquista de direitos que

viessem a se somar na educação dos surdos.

DECRETO N.º 5.626, DE 22 DE

DEZEMBRO DE 2005

Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

DA INCLUSÃO DA LIBRAS

COMO DISCIPLINA

CURRICULAR

§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.

§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE

LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS

Art. 5o A formação de docentes para o ensino de

Libras na educação infantil e nos anos iniciais do

ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras

e Língua Portuguesa escrita tenham constituído

línguas de instrução, viabilizando a formação

bilíngüe.

DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA

PARA O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS Á EDUCAÇÃO

Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à

comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos

curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação

infantil até à superior.

§ 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as

instituições federais de ensino devem:

I - promover cursos de formação de professores para:

a) o ensino e uso da Libras;

b) a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa; e

c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;

II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua

Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;

III - prover as escolas com:

a) professor de Libras ou instrutor de Libras;

b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa;

c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e

d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada

pelos alunos surdos;

Caput é o termo,

geralmente usado nos

textos legislativos, em

referência ao

enunciado do artigo.

DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E

INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA

PORTUGUESA

Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras - Língua Portuguesa.

Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional;

II - cursos de extensão universitária; e

III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.

DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS

PESSOAS SURDAS OU

COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:

I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;

II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa.

DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS

PESSOAS SURDAS OU

COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o

Sistema Único de Saúde - SUS e as empresas que detêm

concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à

saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida

social, devem garantir, prioritariamente aos alunos

matriculados nas redes de ensino da educação básica, a

atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de

complexidade e especialidades médicas

DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE

DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS

PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS

Art. 26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004.

§ 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 29. O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas competências, definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação, referidos nos dispositivos deste Decreto.

Art. 30. Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, direta e indireta, viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

A REALIDADE:

Desrespeito aos

Portadores de

Deficiência A IDÉIA:

Decreto Nº 3.298 , de 20 de dezembro de 1999.

Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as

normas de proteção, e dá outras providências

Interpretação Interbilíngue As especificidades da interpretação de língua de sinais

Desafios da profissão

A área carece de uma base teórica mais

consistente para amparar a formação e os

estudos dos ILS.

A atuação dos ILS é encarada, por boa parte

da sociedade, como uma atividade caritativa

e assistencial, não como uma profissão.

Interpretação Interbilíngue

Diferenciação entre tradução e interpretação

Intérpretes de Língua de Sinais

Classificação e atribuições dos intérpretes

Diferenças e similitudes entre intérpretes de

línguas vocais (ILV) e intérpretes de línguas de

sinais (ILS)

Classificação dos ILS.

A relação entre ouvintes, ILS e pessoas surdas.

Tradução e Interpretação da

Língua de Sinais

Tradutores e Interpretes:

“[...] este profissional se constitui enquanto tal na medida em que os surdos são reconhecidos socialmente como grupo linguístico que faz uso da língua de sinais.“

“Em 1988, realizou-se o I Encontro de Intérpretes de Língua de Sinais organizado pela FENEIS que propiciou, pela primeira vez, o intercâmbio entre alguns interpretes do Brasil.”

“[...] a tradução é uma maneira de também se estudar o desenvolvimento de uma língua [...].”

“[...] o tradutor e o interprete desenvolvem habilidades distintas na sua profissão.”

“[...] a interpretação cria uma demanda maior para o profissional se considerarmos que as suas escolhas são feitas no momento e no contexto imediato das produções linguísticas.”

“Interpretes para docência: interpretes que possam vir a atuar como professores, através de formação específica.”

“[...] o ato interpretativo não é isolado, isto é não é função única do interprete.”

“Nem todos os interpretes têm a formação em licenciatura e/ou magistério, e quando tem lhes falta, por outro lado, a formação específica da área de tradução e interpretação.”

1- Escutar e analisar o texto de partida (compreensão);

2- Produzir o discurso na língua alvo 3- Memória de curto prazo para armazenar e recuperar informação

Tipos de interpretação

- interpretação simultânea;

- interpretação consecutiva;

- interpretação sussurrada.

Posturas e decisões no ato

interpretativo

Aspectos da relação

Interprete x Professor

Confiabilidade: Havendo uma mútua confiança não só o trabalho é mais bem realizado como o ambiente fica mais agradável.

Respeito: ele será o limitador entre os dois, sabe-se que o direito de um termina quando se inicia o do outro, e se isso houver ambos saberão os limites de suas funções. Parceria: a interpretação de um modo geral rende mais quando o interprete tem em suas mãos o texto (refere-se a qualquer mensagem seja falada ou escrita) que interpretará. Solicita-se que o professor debata com o interprete o plano de aula e esclareça dúvidas caso ele tenha. Envolvimento educacional: o interprete sabe os pontos em que os surdos se sentem mais fragilizados e poderá compartilhar essas informações com o professor. O professor, por usa vez, sabe pela correção de exercícios e provas quando o aluno está respondendo bem ou não aos conteúdos e assim informará ao interprete.

• Qualquer ato interpretativo envolve um enorme empenho linguístico-comunicativo por parte do

interprete.

• Processar a informação que é expressa em uma

determinada língua (no caso língua fonte), fazendo adequações e escolhas linguísticas que façam sentido

na língua alvo.

• O intérprete precisa dar ênfase no significado e não nas

palavras.

• Se o interprete se empenha demais para fazer uma

reformulação em um determinado momento do discurso,

há uma sobrecarga tamanha que a sua capacidade de processamento fica comprometida.

AS SEGMENTAÇÕES DOS

INTERPRETES E TRADUTORES.

• Interprete de língua de sinais na

mídia

• No detran e autoescolas

• No sistema judiciário e Policial

• Em provas e concursos

• No sistema educacional

“Ato ético

refere-se ao processo, ao agir no

mundo, a necessidade de ocupar o

lugar singular e

único no mundo, o que se liga

diretamente a realidade.

Responsabilidade e

responsividade são categorias que se

associam ao agir ético do sujeito”

(BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2010, p. 112).

CÓDIGO DE ÉTICA

APILSBESP

TÓPICOS ABORDADOS NO

CÓDIGO DE ÉTICA - APILSBESP

ÉTICA PROFISSIONAL

SEGREDO PROFISSIONAL

ATITUDE NEUTRA

LIMITE E COMPETÊNCIA

APRESENTAÇÃO PESSOAL

DIREITOS DO INTÉRPRETE E GUIA-INTÉRPRETE

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL

RELAÇÕES INFRA E INTER-PROFISSIONAIS

INTÉRPRETE PEDAGÓGICO.

Interpretação Bilíngue

intérpretes de língua de sinais: De anjos a profissionais

Interpretaçãao interbilíngue

Diferenças e similitudes

Considerações finais

E PARA FINALIZAR, UMA

REALIDADE QUE PODE SER

PRATICADA!